A ciencia da Longevidade - Longevidade.pdf

download A ciencia da Longevidade - Longevidade.pdf

of 30

Transcript of A ciencia da Longevidade - Longevidade.pdf

  • a cincia d

    a longevid

    ade

    Gary Small, M.D.

    Gary Sm

    all, M.D

    .

    Os Oito Passos Essenciais Para Manter a Mente Alerta e o Corpo Jovem

    dadelona cincia dagevi

    Ster

    ling

    Fra

    nken

    -Ste

    ffen

    Aguce sua mente

    Mantenha uma atitude positiva

    Cultive relacionamentos profundos

    e saudveis

    Promova uma vida sem estresse

    Cuide do meio ambiente

    Exercite-se

    Pratique a Dieta da Longevidade

    Conhea os benefcios da

    medicina moderna

    Gary Small diretor do Centro de

    Envelhecimento e do Centro de

    Pesquisas do Instituto Semel para

    Memria. Conferencista internacional,

    suas pesquisas foram publicadas no

    The New York Times, Wall Street Journal,

    Washington Post, Newsweek e Times,

    entre outros.

    Atualmente, mora em Los Angeles, na

    Califrnia, com os fi lhos e a esposa

    Gigi Vorgan, ex-roteirista de TV e

    cinema e co-autora de seus livros.

    O que mais importante: viver muito ou viver bem? Para o dr. Gary Small, especialista

    em envelhecimento e efi cincia

    cerebral, possvel conciliar as duas

    coisas. Este livro um guia prtico,

    que comprova a tese de que

    possvel envelhecer com qualidade.

    Com base em pesquisas prprias e

    nos avanos cientfi cos das ltimas

    quatro dcadas, o dr. Small uma

    autoridade no assunto nos ensina

    como envelhecer de forma saudvel.

    Com simples orientaes como uma

    dieta equilibrada, atitudes positivas,

    libertao do estresse e exerccios

    para o corpo e a mente possvel

    atingir um estado de harmonia

    entre corpo e crebro, ferramentas

    poderosas para ganhar anos de vida.

    O livro traz, como exemplos, relatos

    de pessoas em situaes cotidianas,

    que foram estimuladas a descobrir

    novas habilidades no relacionamento

    consigo mesmas e com a vida

    depois de conhecer e seguir os Oito

    Passos Essenciais do dr. Small.

    Quer esteja se aproximando dos

    40, dos 50, dos 60 anos ou mais,

    Mens sana in corpore sano. O dr. Gary Small, um dos maiores especialistas mundiais em envelhecimento e efi cincia cerebral, descobriu a fonte da juventude. Ele a compartilha com o leitor

    neste guia para uma velhice saudvel, ensinando dicas e exerccios

    para manter a vitalidade aos 40, 50, 60 anos ou mais. Aqui, voc vai

    conhecer os passos essenciais do dr. Small e aprender a preparar o seu

    crebro para uma vida mais longa.

    Os Passos Essenciais so oito mandamentos para ajudar voc a se sentir,

    e parecer, sempre jovem:

    A cincia da longevidade o segredo

    para voc chegar a uma idade

    avanada sem, necessariamente,

    perder a fora fsica ou a sade

    mental.

    A ciencia da longevidade_capa.indd 1A ciencia da longevidade_capa.indd 1 12/16/08 12:13:10 PM12/16/08 12:13:10 PM

  • A cincia da longevidade

  • A cincia da longevidade

    Os oito passos essenciais para manter a mente alerta

    e o corpo jovem

    Gary Small, M.D.com Gigi Vorgan

    Traduo

    Maria Ins Duque Estrada

  • Todos os direitos reservados Agir Editora Ltda. uma empresa Ediouro Publicaes S.A.

    Rua Nova Jerusalm, 345 BonsucessoRio de Janeiro RJ CEP 21042-235Tel.: (21) 3882-8200 Fax: (21) 3882-8212 / 3882-8313www.ediouro.com.br

    CIP-BRASIL. CATALOGAO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.

    S595cSmall, Gary W. A cincia da longevidade: os oito passos essenciais para manter a mente alerta e o corpo jovem / Gary Small com Gigi Vorgan ; [traduo Maria Ins Duque Estrada]. - Rio de Janeiro : Agir, 2008.

    Traduo de: The longevity bible Inclui bibliografi a e ndice

    ISBN 978-85-220-0798-1 1. Longevidade. 2. Envelhecimento. 3. Sade. I. Ttulo.

    08-3907. CDD 613.2 CDU 613.2

    Ttulo originalThe Longevity Bible

    Copyright 2006 Gary Small. Copyright da traduo Agir Editora Ltda.Todos os direitos reservados.

    Capa: Raul Fernandes

    Copidesque: Clara Diament

    Reviso: Marianne Linz Soraya Arajo

    Produo editorial: Paulo Cesar Veiga

  • Dedicamos este livro nossa querida famlia,

    especialmente a nossos fi lhos,

    Rachel e Harry.

    Com seus rostos doces e seu entusiasmo,

    eles enriquecem nossas vidas a cada dia,

    e nos tornam gratos

    pela qualidade da nossa longevidade.

  • Sumrio

    Agradecimentos 11

    PARTE I: Longevidade com qualidade de vida

    Viver mais, sentindo-se jovem e saudvel 13

    Os Oito Passos 16

    Fortalea seu crebro primeiro: O resto conseqncia 17

    Longevidade com qualidade 24

    PARTE II: Os Oito Passos 27

    Passo 1: AGUCE A SUA MENTE 29

    A mente mais aguada 31

    Construindo massa cerebral 36

    Treinamento de memria 101 38

    D nome quele rosto 42

    Mestres da memria revelam seus truques 43

    Nunca tarde para estimular a memria 44

    Aerbica mental 45

  • Passo 2: MANTENHA UMA ATITUDE POSITIVA 58

    Os otimistas vencem o jogo da longevidade 60

    Em busca da felicidade 61

    Longevidade atravs da espiritualidade 63

    Confi ana Os benefcios da longevidade 65

    Construindo a auto-estima 67

    Bebendo do copo meio cheio 68

    Perdoar e esquecer 74

    Passo 3: CULTIVE RELACIONAMENTOS

    PROFUNDOS E SAUDVEIS 77

    Pessoas sociveis vivem mais 79

    Bons hbitos contagiam 80

    Limpando o entulho dos nossos relacionamentos 83

    Empatia: o bsico da qualidade social 88

    Ligados para nos conectar 91

    O aprendizado da empatia 92

    Sexo e uma vida mais longa 97

    Ame quem est do seu lado 98

    O valor dos compromissos 101

    Mesa para um 104

    O melhor amigo do homem 105

    Cuidar dos pais 106

    Passo 4: PROMOVA UMA VIDA SEM ESTRESSE 109Como medir o estresse? 112

    Mente alerta 114

    Cuidado com as tarefas mltiplas 117

    O poder de dizer no 119

    Mundo louco 123

    Ria diante do estresse 125

  • O valor do travesseiro 126

    A fora da acupuntura 128

    Fazendo o seu p-de-meia 129

    Estresse no ambiente de trabalho 132

    Adversrios do estresse 135

    Passo 5: CUIDE DO SEU MEIO AMBIENTE 140

    De olho na esttica 142

    Seu quarto sagrado 143

    Controle do entulho 146

    A tecnologia e a sobrecarga de informaes 149

    Viciados em TV 155

    Ateno ergonomia 157

    Voc o que voc respira 158

    Fumar envelhece 161

    Cautela com o sol 162

    Atrs do volante 164

    Casas que envelhecem bem 165

    Prevenindo acidentes 166

    Conservando o seu ambiente 168

    Passo 6: EXERCITE-SE 170

    Parecer jovem e sentir-se jovem 172

    Regule a sua marcha 173

    Exerccios bsicos para a longevidade 174

    Boa forma sem dor 185

    Programa de Boa Forma na Longevidade 187

    Passo 7: A DIETA DA LONGEVIDADE 207

    O treinamento cruzado na sua dieta 209

    Os grupos de alimentos saudveis para a longevidade 214

  • Trs dias na Dieta da Longevidade 226

    Perdendo peso 232

    Dando a partida 233

    Passo 8: MAIS JUVENTUDE COM A MEDICINA MODERNA 236

    Viver mais 238

    Sentir-se mais jovem 240

    Melhorar a aparncia 267

    PARTE III: Uma reviso geral 281

    Dando todos os passos 284

    Aguce a sua mente 285

    Mantenha uma atitude positiva 286

    Cultive relacionamentos profundos e saudveis 287

    Promova uma vida sem estresse 288

    Cuide do seu meio ambiente 289

    Exercite-se 290

    A Dieta da Longevidade 291

    Benefcios da medicina moderna 292

    Organizando seu programa 293

    APNDICES

    1. As receitas da Dieta da Longevidade 296

    2. Mais aerbica mental para estimular seu crebro 305

    Bibliografi a 312

    ndice 334

  • Agradecimentos

    Muitos amigos e colegas prestaram uma colaborao valiosa e

    estmulo durante a elaborao deste livro, como Helen Berman,

    Susan Bowerman, Rachel Champeau, Susan Coddon, Neal Frankle,

    dr. Martin Greenberger, dr. David Herber, dr. Robert Hucherson,

    dra. Shirley Impellizzeri, Andrea Kaplan, dr. Daniel Keatinge, Chef

    David Lawrence, Kimberley McClain, dr. Michael Persky, dra. Ju-

    dith Reichman, dr. Peter Rosen, Michele e dr. Nathan Rubin, Dot-

    tie Sefton, Sandi Shapiro, Pauline Spaulding e Cara e Rob Stein-

    berg. Somos gratos tambm a nosso talentoso fotgrafo e amigo

    Sterling Franken-Steffen, bem como as nossas divulgadoras, Grace

    McQuade e Lynn Goldberg, e a toda a equipe editorial da Hype-

    rion, incluindo nossa maravilhosa editora Brenda Copeland; Za-

    reen Jaffery; nossa incansvel divulgadora Beth Dickey e os demais

    membros da famlia Hyperion. Este livro no teria sido possvel

    sem o apoio de Mary Ellen ONeill e de nossa agente e boa amiga

    de longa data Sandra Dijkstra, cujos talento e sensibilidade nunca

    deixaram de nos encantar.

    Gary Small, M.D.

    Gigi Vorgan

  • 207

    Passo 7

    A Dieta da Longevidade

    Tudo que voc precisa amor. Mas um pouco de chocolate de

    vez em quando no faz mal.

    CHARLES M. SCHULZ

    Voc est na metade de uma longa viagem de negcios, exaus-

    to depois de visitar cinco cidades em trs dias. Quase perdeu sua

    ltima conexo e no teve tempo de comer nada no aeroporto.

    meia-noite quando fi nalmente se registra no hotel, cansado de-

    mais para sequer chamar o servio de quarto. Bem, talvez pular

    uma refeio sirva para perder aqueles quilos a mais que acu-

    mulou nos ltimos meses. Voc se prepara para ir para a cama e

    procura por uma garrafa de gua mineral no quarto, quando de

    repente o avista, o minibar. Voc se dirige a ele com determinao:

    s vai pegar uma garrafa de gua e virar-lhe as costas nada de

    fritas, de biscoitos, e absolutamente nada, nada mesmo, de verifi car

    a gaveta de doces. Ao abri-lo, voc d de cara com um pacote de

    amendoins salgados, pastilhas de menta cobertas de chocolate,

    barras de cereais e um tablete gigantesco de chocolate recheado

    com caramelo e amendoim. A embalagem diz que cada poro

    do tablete tem apenas 170 calorias. At que pouco! Voc abre

    um pedao da embalagem apenas o sufi ciente para umas duas

    mordidas enquanto d uma olhada na televiso. Quando voc se

  • A CINCIA DA LONGEVIDADE

    208

    d conta o tablete inteiro j acabou faz tempo, e voc ainda nem

    pegou a garrafa dgua.

    Por mais tempo que passemos pensando, falando e lendo sobre

    comida, muitas pessoas ainda fazem as escolhas erradas para sua

    alimentao. Apesar da maior ateno dada hoje a dietas para a sa-

    de e perda de peso, muita gente ainda ignora quanto deve comer e

    quais so os alimentos saudveis.

    Aquilo que comemos tem um impacto direto sobre a sade e

    a expectativa de vida, porque contribui para a maior ou menor

    vulnerabilidade a doenas cardacas, cncer e outros males rela-

    cionados ao envelhecimento. Um estudo de grande abrangncia,

    realizado durante dez anos, avaliou que pessoas que tm um estilo

    de vida saudvel e adotam uma dieta rica em frutas e legumes

    antioxidantes, azeite de oliva e outras gorduras monossaturadas,

    assim como carne de ave e peixe, tm 50% a mais de chance de ter

    uma vida mais longa do que os voluntrios cuja dieta era menos

    saudvel.

    A comida tambm infl ui muito na nossa aparncia e estado

    mental. Em geral nos sentimos melhor quando parecemos saud-

    veis e elegantes, e isso fez com que, durante dcadas, milhes de

    pessoas aderissem a vrias dietas subindo e descendo na balana

    e causando estragos a seus organismos. Atualmente, o problema das

    dietas mais populares que elas so difceis de seguir por muito

    tempo, o que impede que as pessoas desfrutem dos benefcios a

    longo prazo. Elas acabam logo recuperando todo o peso que ti-

    nham perdido e mais um pouco. Essas dietas costumam falhar

    porque deixam seus adeptos no s aborrecidos como tambm

    privados de satisfazer seus desejos.

    A Dieta da Longevidade funciona de outra forma: ela lhe permi-

    te desfrutar das comidas que aprecia (inclusive do bolo de choco-

    late), ensina a acrescentar uma variedade de alimentos deliciosos

  • A Dieta da Longevidade

    209

    e saudveis s suas refeies e permite que voc saiba quando j

    comeu o sufi ciente. Assim como os especialistas em forma fsica

    pem nfase no treinamento cruzado do corpo combinando di-

    ferentes formas de exerccios em sesses consecutivas de ginstica

    para obter o mximo de resultados com o mnimo de tdio , a

    Dieta da Longevidade nos ensina a fazer um treinamento cruzado

    nas nossas refeies, permitindo que nos liberemos da repetio de

    muitos dos planejamentos alimentares hoje em voga.

    O treinamento cruzado na sua dieta

    Todos os dias voc escolher alimentos de trs grupos princi-

    pais que a cincia comprovou estarem associados a uma vida mais

    longa e saudvel:

    Frutas e verduras antioxidantes Ricos em vitaminas, mi-

    nerais e fi tonutrientes, so saborosos, combatem doenas e

    acrescentam uma infi nita variedade de possibilidades a nos-

    sos cardpios.

    Protenas, carnes magras e gorduras saudveis Fornecendo

    os aminocidos essenciais que mantm e reconstituem as c-

    lulas do corpo, eles prolongam a sensao de saciedade. Pei-

    xes pescados em alto-mar e nozes so fontes especialmente

    ricas em gorduras mega-3, que protegem no s o corao

    como tambm o crebro.

    Cereais integrais, legumes e outros carboidratos Cheios de

    fi bras e nutrientes anticancergenos, esses carboidratos for-

    necem energia imediata e mantm o aparelho digestivo em

    ordem.

  • A CINCIA DA LONGEVIDADE

    210

    O treinamento cruzado alimentar ajuda o corpo a conservar

    em equilbrio esses trs grupos de alimentos e torna a dieta atra-

    tiva ao distribuir a nfase entre cada um deles ao longo do dia.

    Pense nas refeies como um fi lme em que a estrela um des-

    ses grupos. Nenhum grupo sozinho pode estrelar os trs fi lmes

    (refeies) do dia. Se voc est procurando perder peso, as pro-

    tenas com a sua capacidade de fornecer nutrientes essenciais

    e satisfazer a fome por mais tempo devem estrelar duas das suas

    refeies dirias.

    Se um salmo fresco grelhado for a estrela do jantar, ento br-

    colis cozido no vapor, arroz integral e uma salada com molho de

    azeite de oliva e vinagre podem desempenhar os papis secund-

    rios. E, claro, sempre h uma sobremesa saudvel aps o jantar.

    Ento voc j ter feito, durante o dia, um treinamento cruzado nas

    outras refeies: talvez aveia integral possa ter o papel principal no

    caf-da-manh, com leite desnatado (protena) e fatias de melo

    nos papis coadjuvantes. O almoo pode ter sido uma salada chi-

    nesa com galinha, cheia de folhas coloridas e fatias de laranja como

    prato principal, e uma pequena poro de galinha com molho de

    leo de gergelim no papel secundrio.

    Fazem parte da Dieta da Longevidade pequenos lanches no

    meio da manh e no meio da tarde. Alm de proporcionar a ener-

    gia de que necessitamos para nos agentar entre as refeies, esses

    lanchinhos garantem que o nosso nvel de acar no sangue per-

    manea estvel atravs do dia, o que no s nos impede de sentir

    fome como diminui o risco de diabetes e outras doenas. Podemos

    incluir o treinamento cruzado nesses lanchinhos, combinando o

    incremento rpido e saboroso de energia obtida com cereais in-

    tegrais, frutas ou vegetais crocantes satisfao prolongada de 30

    a 60 gramas de protena, como iogurte, mozarela, ou talvez um

    punhado de amndoas.

  • A Dieta da Longevidade

    211

    Para quem gosta de beliscar alguma coisa noite, enquanto l

    ou assiste a um fi lme, a dieta inclui tambm a opo de um ter-

    ceiro lanchinho. Voc tambm pode guardar a sobremesa do jantar

    para mais tarde, garantindo assim seu lanche noturno. Em nome de

    um sono mais tranqilo e do controle de peso, tente limitar esses

    lanches tardios a algo leve e saudvel. Frutas frescas, por exemplo,

    suco de fruta congelado, iogurte, pipoca.

    A Dieta da Longevidade nos permite fazer um brinde dirio

    vida longa com um copo de vinho ou de outra bebida alcolica.

    Pesquisas cientfi cas comprovam que beber com moderao pro-

    tege nosso corao, reduz o risco de diabetes e estimula o sistema

    imunolgico e as funes cerebrais. Os cientistas descobriram que

    as pessoas que bebem um copo de vinho por dia tm em mdia

    menos gordura corporal e cintura mais fi na do que os que be-

    bem muito ou no bebem nada. Outras pesquisas mostraram que o

    consumo dirio de um copo de vinho pode ajudar a nos proteger

    contra lceras, gastrites e cncer de estmago.

    Talvez voc agora esteja pensando: e quando vamos comer aque-

    le bolo de chocolate? Bem, os bolos em geral so muito carregados

    de acar e gordura, mas no fi nal do dia de uma dieta cruzada,

    talvez um pedao ocasional e consciente de bolo na hora da sobre-

    mesa seja permitido. No dia seguinte, volte a seus morangos ou a

    uma concha de sorvete de frutas como sobremesa.

    Como a dieta se destina a ser permanente, ela inclui uma cate-

    goria de alimentos que chamarei de gulodices. Trata-se de qualquer

    comida de que voc goste muito, ou de que sinta falta, que precisa

    ter e que no includa na maioria das dietas. Para algumas pessoas,

    a torta de limo; para outras, um delicado foie gras; ou talvez uma

    pizza de quatro queijos. Bem, essas so as minhas trs gulodices

    e consigo inclu-las rotineiramente no meu programa alimentar.

    A incluso de gulodices na sua dieta tem uma razo cientfi ca: es-

  • A CINCIA DA LONGEVIDADE

    212

    tudos que relacionam longevidade a uma dieta saudvel comprovam

    que voc pode incluir uma gulodice aqui e ali. Sem culpa.

    Se a sua meta perder peso, procure se controlar e intensifi car

    seu programa de exerccios. O velho mandamento de mais calo-

    rias para fora do que para dentro ainda vlido quando se trata

    de emagrecer. Depois de um perodo inicial de dieta mais restrita,

    uma poro controlada de sua gulodice favorita uma compensa-

    o aceitvel para uma semana bem controlada. Adiante voc vai

    ver como ajustar a dieta para uma perda rpida de peso.

    de vital importncia manter a hidratao ao longo do dia be-

    bendo pelo menos oito copos de gua. Isto no s ajuda a reduzir

    a fome entre as refeies e lanches como tambm aumenta o meta-

    bolismo, permitindo uma queima mais rpida de calorias. Um es-

    tudo recente feito com voluntrios verifi cou que, depois de beber

    meio litro de gua, suas taxas metablicas aumentaram em 30 por

    cento e que este aumento se manteve por uma hora. Tente comear

    o dia bebendo um copo de gua. Isto lhe dar uma sensao de

    frescor enquanto limpa o seu organismo e ajuda a diminuir qual-

    quer efeito de desidratao que possa ter ocorrido durante o sono.

    Evitar excesso de sal ajuda a controlar a presso sangunea, o

    que reduz o risco de derrames, ataques cardacos e doenas renais.

    Alm de manter distante o saleiro, devemos tambm prestar aten-

    o a alimentos enlatados ou congelados, comidas pr-preparadas

    e fast-food, que em geral contm altos nveis de sal.

    Uma chave para o sucesso da Dieta da Longevidade desen-

    volver a conscincia de como nosso corpo se sente antes, durante

    e depois das refeies. Embora o jantar possa ser um dos grandes

    prazeres da vida, muitas pessoas que hoje tm um estilo de vida de

    alta presso e multitarefas permitem que a refeio se torne pouco

    mais do que um hbito, e certamente bem menos satisfatrio do

    que poderia ser. Algumas costumam comer enquanto trabalham,

  • A Dieta da Longevidade

    213

    vem televiso, falam ao telefone, ou se dedicam a qualquer outra

    distrao ou atividade, sem nem mesmo prestar ateno ao que

    comem. Na hora da refeio, fundamental prestar ateno nos

    seguintes aspectos:

    Qual o tamanho da sua fome? Pense nisso antes de se servir.

    Qual o gosto da comida? Prestar ateno ao que estamos in-

    gerindo nos permite comer mais devagar e saborear nossa

    refeio.

    Matou a fome? A sensao de que nosso estmago est se en-

    chendo nos permite saber quando j comemos o sufi ciente.

    Alm de nos ajudar a perceber quando estamos saciados, a ali-

    mentao consciente tambm nos faz perceber quando j comemos

    o sufi ciente de um sabor especfi co. Em geral, depois de quatro ou

    cinco bocados de um determinado alimento, nossas papilas gusta-

    tivas perdem a sensibilidade para seu sabor. por isso que, mes-

    mo quando uma pessoa no consegue comer mais um pedao de

    frango grelhado, ainda capaz de encontrar espao para um sufl

    de chocolate. Ao desenvolver conscincia da saciedade das papilas

    gustativas, fi ca mais fcil controlar as calorias indesejadas.

    Treine-se para usar esta e outras tcnicas de alimentao cons-

    ciente para apreciar mais aquilo que come. Essas tcnicas tambm fa-

    ro com que voc coma menos e escolha alimentos mais saudveis.

    possvel que passe a perceber o sabor inigualvel do suco de li-

    mo em certas verduras frescas, ou descubra como gosta do molho

    vinaigrette preparado com o azeite de oliva de que sempre se serviu

    sem prestar ateno. medida que fi ca mais atento a como se sente

    antes, durante e aps sua refeio cheio, cansado, energizado,

    inchado o controle das pores se tornar mais fcil, porque

    voc ter aprendido quanta comida seu corpo necessita para sentir-

    1.

    2.

    3.

  • A CINCIA DA LONGEVIDADE

    214

    se bem, e quais comidas lhe do mais energia e o fazem sentir-se

    mais saudvel. Mais ainda: parar de comer ao primeiro sinal de

    saciedade um modo excelente de perder os quilos indesejveis

    sem esforo, assim como de manter seu peso ideal.

    Os grupos de alimentos saudveis para a longevidade

    Para dar a partida na Dieta da Longevidade, familiarize-se com

    os trs principais grupos de alimentos indicados para a longevida-

    de saudvel e com a grande variedade de opes dentro de cada

    um deles. Cada grupo tem uma lista que inclui vrias sugestes

    de comidas, algumas das quais voc talvez aprecie comer com fre-

    qncia, e outras que parecem menos familiares. Experimentar as

    vrias opes das listas um modo excelente de expandir seu pala-

    dar e ampliar o repertrio de seu cardpio. Aos poucos, acrescente

    outros alimentos saudveis sua lista e personalize a sua dieta.

    FRUTAS E VERDURAS ANTIOXIDANTES

    Assim como os metais se enferrujam quando expostos umi-

    dade do ar, nossos corpos tambm so vulnerveis aos oxidantes,

    conhecidos como radicais livres. No podemos evitar os radicais livres

    porque eles esto em toda parte na comida, na gua e no ar, e

    tambm dentro de ns, como subprodutos de nosso prprio me-

    tabolismo. Muitos especialistas acreditam que os radicais livres so

    os verdadeiros culpados pelo envelhecimento. Nossos corpos esto

    sob o ataque constante dos radicais livres, e esses ataques, denomi-

    nados coletivamente de estresse oxidativo, provocam o envelheci-

    mento e doenas como cncer, cataratas, artrite, mal de Alzheimer

    e doenas cardacas.

  • A Dieta da Longevidade

    215

    Mas podemos combater os radicais livres ingerindo alimentos que

    contm antioxidantes como as vitaminas A, E e C; feijes, brco-

    lis e folhas verde-escuras como espinafre; e frutas coloridas como

    ameixas, morangos e mas. Tomates, que contm um poderoso

    antioxidante, o licopeno, tambm podem reduzir o risco de cn-

    cer da prstata. Antioxidantes adicionais podem ser tomados sob a

    forma de suplementos vitamnicos (veja o Passo 8). Recomendo o

    uso de uma multivitamina e de um tablete de 500 miligramas de

    vitamina C diariamente.

    O quadro na pgina 216 contm uma lista de frutas e verduras

    antioxidantes que podem ajudar na elaborao de seu plano de

    refeies e lanches para a Dieta da Longevidade.

    PROTENAS, CARNES MAGRAS E GORDURAS SAUDVEIS

    Este grupo de alimentos nos ajuda a satisfazer o apetite por mais

    tempo, o que facilita a meta de atingir e manter o peso ideal. As

    protenas e gorduras saudveis tambm contribuem para evitar do-

    enas relacionadas ao envelhecimento, como o mal de Alzheimer

    e as cardiopatias. As protenas, constitudas de aminocidos, so o

    principal componente estrutural de todas as clulas do corpo e das

    enzimas que mantm essas clulas funcionando. Dos vinte ami-

    nocidos vitais de que nosso corpo necessita para funcionar bem,

    nove no podem ser sintetizados por nosso organismo e devem ser

    obtidos pela dieta. So os aminocidos essenciais.

    Protenas animais, como peixe, aves, carne vermelha, ovos, lei-

    te, iogurte e queijo, fornecem esses nove aminocidos essenciais e

    so, portanto, consideradas protenas completas. Protenas de plantas,

    como as encontradas nas nozes, sementes, legumes e cereais, so

    comumente chamadas de protenas incompletas, porque podem ser

    defi cientes em um ou mais desses aminocidos essenciais. A soja

    um caso nico, porque contm todos os aminocidos necessrios

  • A CINCIA DA LONGEVIDADE

    216

    Frutas

    Abacates

    Abacaxis

    Ameixas

    Cerejas

    Ctricas: grape-

    fruit, laranjas,

    limes, limas,

    tangerinas

    Damascos

    Frutas vermelhas:

    amoras,

    mirtilos,

    morangos

    Frutas secas:

    ameixas, damas-

    cos, passas

    Kiwi

    Mamo e papaia

    Mangas

    Meles

    Nectarinas

    Pssegos

    Pras

    Tomates: molho

    de tomate, suco

    de tomate,

    Uva

    Vegetais

    Abbora

    Abobrinha

    Aipo

    Alho

    Aspargos

    Berinjela

    Beterraba

    Brcolis

    Brotos de alfafa

    Cebolas

    Cenouras

    Cogumelos

    Couve

    Couve de Bruxelas

    Couve-fl or

    Folhas verdes:

    acelga, alface,

    espinafre, repo-

    lho

    Pimento

    Milho

    Pepino

    Sucos: de qual-

    quer vegetal

    Frutas e vegetais antioxidantes

    para formar uma protena completa, como a carne. Tambm con-

    tm isofl avonas, um composto de origem vegetal que pode reduzir

    o risco de alguns tipos de cncer. Muitos alimentos so feitos a

    partir da soja, entre eles o tofu, tambm chamado queijo de soja.

    Outra maneira de incluir a soja na nossa dieta atravs da protena

    de soja em p, que pode ser misturada a frutas ou comida na for-

    ma de mingau. Pessoas que adotam dieta vegetariana podem obter

  • A Dieta da Longevidade

    217

    as protenas completas combinando vrias fontes de protenas in-

    completas, desde que recebam todos esses aminocidos essenciais

    diariamente.

    O leite e outros laticnios tm alto teor de clcio e no s forta-

    lecem os ossos como tambm reduzem o risco de cncer de clon.

    Uma anlise recente de trs grandes estudos verifi cou que todas as

    pessoas que bebiam mais de um copo de 250 mililitros de leite por

    dia apresentavam um risco acentuadamente menor de sofrer desse

    tipo de cncer do que as que costumavam beber menos de dois

    copos por semana. Outros estudos sugerem que uma quantidade

    maior de clcio, especialmente o que obtido no leite magro e em

    laticnios sem gordura, alm de ajudar as pessoas a perder peso,

    tambm ajuda quem tem mais de 50 anos a impedir o acrscimo

    de gordura que, na meia-idade, costuma aumentar a cintura.

    Muitos alimentos ricos em protenas contm gordura e por isto

    so, erroneamente, considerados proibidos nas dietas. Mas basta

    verifi car no rtulo se eles so desnatados ou semidesnatados. A

    maioria das pessoas no sabe que ingerir uma certa quantidade de

    gordura traz muitos benefcios para a sade, sob a condio de que

    seja o tipo certo de gordura. H comprovao cientfi ca de que ali-

    mentos ricos em mega-3, como peixe, azeite de oliva e derivados

    de soja, reduzem o risco de doenas cardiovasculares, derrames e

    mal de Alzheimer.

    Um estudo recentemente publicado na revista Nature verifi cou

    que o azeite de oliva contm uma forma natural do antiinfl amat-

    rio ibuprofeno (vendido comercialmente nos EUA sob os nomes

    de Advil e Motrin), o que pode explicar por que o azeite de oliva

    pode reduzir o risco de cncer, doena cardaca e mal de Alzheimer.

    Nossa equipe de pesquisadores da UCLA descobriu que o ibupro-

    feno e outra droga antiinfl amatria bastante comum, o naproxeno

    sdico (no comrcio, Aleve), tm realmente a propriedade de dis-

  • A CINCIA DA LONGEVIDADE

    218

    solver as placas anormais de protena s quais se atribui o surgi-

    mento do mal de Alzheimer.

    Nosso objetivo aqui evitar alimentos ricos em gorduras sa-

    turadas, gorduras trans, e gorduras mega-6, o que inclui muitos

    cortes de carne vermelha, carne gorda de aves, manteiga, creme,

    leite integral, leos tropicais (ou seja, leo de coco, de dend) e

    grande parte dos alimentos congelados e enlatados (verifi que a

    composio no rtulo). As gorduras trans em geral esto presentes

    nos alimentos vendidos j cozidos (por exemplo, biscoitos, bolos

    e bolachas), que tambm costumam conter grande quantidade de

    acar refi nado e farinha de trigo. sabido que essas gorduras no

    saudveis aumentam os nveis de LDL, o mau colesterol, o que

    por sua vez eleva o risco de doenas cardacas e outros males.

    Os alimentos que contm pequenas quantidades de gorduras

    saudveis nos ajudam a absorver as vitaminas essenciais e prote-

    gem as membranas das nossas clulas. Tambm nos ajudam a saciar

    a fome, de modo que acabamos somando menos calorias nas re-

    feies. recomendvel limitar ao mximo de seis colheres de ch

    a gordura acrescentada por dia a um cardpio que tem em mdia

    duas mil calorias. Contudo, se voc tem baixa estatura ou uma

    pessoa inativa, queimar menos calorias por dia, e dever consumir

    menos gorduras e menos calorias. Um estudo recente com pes-

    soas que comem habitualmente em restaurantes comprovou que

    aquelas que passam azeite de oliva (mega-3) no po acabam co-

    mendo menos po do que as que usam manteiga (mega-6). No

    estou aconselhando o consumo de quantidades enormes de po

    com azeite, mas azeite ou leo de nozes em quantidade limitada

    numa salada ou um pouco de leo de gergelim numa fritada so,

    sim, ingredientes saudveis.

    A Associao Americana do Corao recomenda que se coma

    peixe duas vezes por semana, a fi m de ingerir uma quantidade

  • A Dieta da Longevidade

    219

    satisfatria de gorduras mega-3. As pessoas que comem peixe fre-

    qentemente tendem a apresentar ndices mais baixos de artrite

    e parecem ter menos tendncia depresso e a alguns tipos de

    cncer. Salmo selvagem, atum magro, bacalhau, linguado, robalo,

    camaro, lagosta, vieiras e caranguejo so excelentes opes. Peixes

    criados em cativeiro devem ser evitados, pois tm mais gordura

    que os pescados no mar, e essa gordura adicional em grande parte

    mega-6.

    Comer peixe em excesso, por outro lado, pode elevar as taxas

    de mercrio no organismo, o que em geral causa fadiga, queda de

    cabelo e outros sintomas. Peixes maiores, como cao e peixe-es-

    pada, costumam ter nveis mais altos de mercrio por quilo do

    que peixes menores, como salmo ou linguado, que so, portanto,

    melhores alternativas.

    Use a seguinte lista de protenas, carnes magras e gorduras sau-

    dveis para planejar suas refeies e lanches:

    Carne vermelha (cortes

    magros)

    Peito de galinha

    Queijo sem gordura ou

    com pouca gordura

    cottage, cream-cheese

    light, queijo de

    cabra, mozarela,

    ricota, suo

    Ovos (s as claras, de

    preferncia)

    Peixe: enxova, bacalhau,

    arenque,

    cavalinha, salmo, sar-

    dinha, robalo,

    truta, atum, pescada

    Leite: semidesnatado ou

    desnatado, leite de soja

    Protenas, carnes magras e gorduras saudveis

  • A CINCIA DA LONGEVIDADE

    220

    CEREAIS INTEGRAIS, LEGUMES E OUTROS CARBOIDRATOS

    Pesquisadores descobriram que vegetais integrais e alimentos

    com fi bras ajudam a controlar o peso, baixam a presso sangu-

    nea, previnem derrames e reduzem o risco de diabetes e doenas

    cardacas. Os carboidratos so a principal fonte de energia para o

    corpo, e entre as inmeras opes neste grupo esto muitos dos

    alimentos mais saborosos da Dieta da Longevidade. Um risoto de

    arroz integral com frutos do mar, um po de cereal integral fresco

    com a casca dourada, uma salada de verduras crespas so escolhas

    que me parecem boas em qualquer dieta.

    Os cereais integrais, ao contrrio dos que so processados, con-

    tm vitaminas, fi bras, minerais, fi toqumicos, protenas vegetais e

    outros ingredientes saudveis. Por isso, eles so absorvidos pelo

    corpo muito mais lentamente que os cereais processados. Po de

    trigo integral, arroz escuro ou integral, aveia, massas de cereais

    integrais, e at mesmo pipocas so opes fceis neste grupo de

    alimentos.

    Nozes: amendoim (que

    de fato um legume),

    amndoa, nozes co-

    muns

    Manteiga de amendoim

    Sementes e leos: canola,

    linhaa, azeite de oliva,

    de gergelim, de giras-

    sol, de noz

    Protena de soja: em p,

    carne de soja

    cereais de soja, tofu

    Peito de peru

    Iogurte: semidesnatado

    ou desnatado de

    boa qualidade

  • A Dieta da Longevidade

    221

    O sistema do ndice glicmico

    Todos os carboidratos so constitudos de molculas de

    acar, conhecidas como glicose. Depois que comemos es-

    ses acares e os digerimos, eles acabam chegando cor-

    rente sangunea. Um mtodo para classifi car os carboidratos,

    no qual 0 se refere ao carboidrato mais saudvel e 100 ao

    menos saudvel, conhecido como ndice glicmico, ou GI.

    O GI mede a rapidez com que o acar no sangue aumenta

    depois que comemos algo que contm carboidratos. A estru-

    tura subjacente do carboidrato que infl uencia a taxa de GI

    e determina a facilidade que ele tem de ser digerido. Comi-

    das instantneas so digeridas e absorvidas pela corrente

    sangunea muito depressa e tm, portanto, um GI alto. Uma

    fatia de po branco, por exemplo, tem um GI alto, fazendo

    o acar no sangue aumentar rapidamente depois que a co-

    memos. Mastigue, porm, um pouco de arroz integral (que

    tem baixo GI) e voc vai digeri-lo muito mais lentamente,

    o que produz uma alterao menor e mais suave no sangue.

    Alm disso, quando acrescentamos gordura ou cido (vina-

    gre, suco de limo) aos carboidratos, estes so absorvidos

    mais gradualmente pela corrente sangunea. Dietas com GI

    elevado no so consideradas benfi cas quando se tem em

    vista uma longevidade saudvel, uma vez que aumentam o

    risco de diabetes e de doenas cardacas. A tabela nas PGI-

    NAS 222-223 d exemplos de taxas de GI nos alimentos mais

    comuns.

  • A CINCIA DA LONGEVIDADE

    222

    As fi bras, como componentes dos carboidratos dos cereais in-

    tegrais, no podem ser quebradas por nosso sistema digestivo;

    ento elas se movimentam atravs dele e mantm tudo se movendo

    com elas, de uma maneira saudvel. em parte por causa disto que,

    ao comer cereais integrais e outros alimentos ricos em fi bras, ns

    nos protegemos contra constipao, hemorridas e diverticulite.

    Por serem ricos em fi bras, os cereais integrais tambm reduzem

    o risco de cncer de clon, reto, estmago, pncreas, endomtrio,

    ovrio e prstata. Quando os fabricantes de alimentos processam

    os produtos que contm carboidratos, grande parte de suas fi bras

    removida, o que aumenta o ndice glicmico do alimento (ver

    quadro). O processamento tambm remove muitas vitaminas, mi-

    nerais e fi tonutrientes.

    Em que medida os alimentos comuns elevam o acar no sangue

    Mnimo (ndice glicmico < 40)

    Mas, Vagens

    Damascos (secos) Iogurte desnatado

    Cerejas Amendoim

    Fettucine Leite desnatado

    Lentilhas Soja

  • A Dieta da Longevidade

    223

    Baixo (ndice glicmico 40-54)

    Feijo Laranjas

    Farelo de cereal Suco de laranja

    Ervilhas em conserva Mingau de aveia

    Cenouras cozidas Espaguete

    Uvas Suco de ma sem acar

    Moderado (ndice glicmico 55-70)

    Bananas Farelo de aveia

    Arroz integral Abacaxi

    Cereal tipo granola natural Po de trigo integral

    Alto (ndice glicmico 71-84)

    Po branco Jujubas

    Flocos de milho (Cornfl akes) Wafer de baunilha

    Batatas fritas

    Mximo (ndice glicmico > 85)

    Tmaras secas Pur de batata instantneo

    Po francs Arroz pr-cozido

    (industrializado)

  • A CINCIA DA LONGEVIDADE

    224

    Um modo fcil de incluir cereais integrais sua dieta acres-

    cent-los s receitas que voc j prepara sem eles. Experimente

    acrescentar arroz integral ou cevada prxima sopa que fi zer, ou

    a um ensopado de carne e legumes; acrescente aveia integral aos

    biscoitos. Na massa de um bolo ou de uma torta, substitua metade

    da farinha de trigo branca por farinha de trigo integral. O resulta-

    do no s ser saboroso, como voc ter conscincia de que est

    contribuindo um pouquinho para a longevidade de quem o comer.

    Voc tambm pode trocar totalmente o po branco por po inte-

    gral, de trigo integral ou de centeio, e biscoitos de farinha de trigo

    branca por biscoitos feitos com cereais integrais.

    Os alimentos feitos com cereais integrais incluindo desde um

    atraente prato de talharim at um pilaf de arroz de gros longos

    no so mais privilgios de clientes sofi sticados nem encontra-

    dos apenas em lojas de delicatessen. Eles esto disponveis nos super-

    mercados e acessveis a quem se dispuser a prestar ateno no que

    come. fcil compr-los e com-los, e os benefcios que trazem

    nossa sade e longevidade so enormes. A lista a seguir contm

    sugestes que ajudam a incluir este grupo bsico de alimentos sau-

    dveis em sua Dieta da Longevidade.

    Cereais integrais, leguminosas e outros carboidratos

    Cevada

    Feijes: preto, gro-de-

    bico, soja e outros

    Farelo

    Pes: de trigo integral,

    centeio, aveia, de cereais

    mistos

    Trigo sarraceno: panque-

  • A Dieta da Longevidade

    225

    cas, kasha, bolinhos

    Cereais: trigo integral,

    aveia, farelo,

    germe de trigo, kasha

    Bolachas de cereais inte-

    grais

    Lentilhas: sopa, pasta

    Aveias: biscoitos de aveia,

    farelo de aveia

    Massa: espaguete, talha-

    rim, rigatoni etc de ce-

    reais integrais

    Ervilhas

    Pipoca (sem manteiga)

    Arroz integral

    Tortilhas de milho

    Cuscuz de trigo integral

    Michele R. sempre foi alta e magra. Na sexta srie, os garo-

    tos implicavam com ela chamando-a de Canio. Na faculda-

    de, esses mesmos rapazes praticamente se matavam para sair

    com ela. Michele, que nunca foi uma f de exerccios regulares,

    gostava de jogar tnis s vezes ou de caminhar na praia. Todas

    as suas colegas odiavam v-la comer de tudo sem engordar

    um grama.

    Depois dos 46 anos, no entanto, as coisas comearam a mu-

    dar. Michele, que em geral era cheia de energia, passou a se sen-

    tir muito cansada, principalmente depois das refeies. E embo-

    ra tivesse engordado apenas um ou dois quilos desde os tempos

    da faculdade, suas roupas pareciam no lhe cair to bem: as cal-

    as compridas e as saias fi cavam mais apertadas na cintura, as

    camisetas pareciam ter encolhido, e ela mal conseguia esperar

    o fi m do dia para tir-las. A situao chegou a um ponto em que

    Michele se sentia to exausta aps o jantar que, quando recebia

    visitas, tinha de se esforar para fi car de olhos abertos e conver-

  • A CINCIA DA LONGEVIDADE

    226

    sar. Como atribua essas mudanas ao envelhecimento, Michele

    fi nalmente me procurou no Centro de Envelhecimento da UCLA.

    Depois de uma longa conversa, fi cou claro que Michele esta-

    va comendo uma dieta muito rica em carboidratos muitos deles

    com alto ndice glicmico , e muito pouca carne e outras prote-

    nas. Essa dieta provavelmente fazia com que a taxa de acar

    no seu sangue disparasse logo aps as refeies, e em seguida

    baixasse rapidamente. O resultado era a sensao de cansao e

    exausto. No s essas subidas e descidas da glicose no sangue

    eram prejudiciais a seu corao e sua longevidade, como tam-

    bm a faziam ganhar peso em torno do abdome. O que, por sua

    vez, a levaria a desenvolver resistncia insulina e possivelmen-

    te apresentar um quadro de diabetes. Alm disto, como sua dieta

    era pobre em protenas, Michele talvez no estivesse ingerindo

    em quantidade sufi ciente os aminocidos essenciais para que as

    clulas de seu corpo e as enzimas funcionassem bem.

    Sugeri que ela se alimentasse com uma combinao dos trs

    grupos saudveis: frutas e verduras; protenas, carnes magras, e

    gorduras saudveis; e cereais integrais. Tudo, claro, dentro das

    propores corretas ao longo do dia. Tambm observei que, para

    se manter saudvel, forte, e com aparncia jovem e para que

    as roupas lhe cassem bem como antes Michele deveria fazer

    exerccios regularmente.

    Trs dias na Dieta da Longevidade

    Os benefcios comprovados de cada um dos trs grupos de ali-

    mentos se somam. Peixes e nozes no s contm protena e gor-