A Colaboração
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O conceito de colaboração não é um conceito fixado de forma definitiva no nosso
léxico, sendo, por isso, importante refletir sobre o que significa e também sobrecomo se poderá alcançar em cada contexto.
Colaborar e cooperar são muitas vezes utilizados como sinónimos, mas, na realidade,
são conceitos substancialmente diferentes.
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Dias de Figueiredo, A. (2007). Sustainability of e-Collaboration. In N. Kock (Ed.), The
Encyclopedia of e-Collaboration (pp. 596-601). Hershey, PA: Information ScienceReference.
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A aprendizagem colaborativa é um processo que obriga ao desenvolvimento de uma
cultura de escola e de colaboração, no sentido mais puro do conceito, mas é tambémuma relação que promove a interdependência positiva, a responsabilidade individual
e as competências interpessoais, segundo a UNESCO. Isto, quer dizer que é um
processo evolutivo que se vai aperfeiçoando à medida que cada elemento da
comunidade se integra e transfere os seus objetivos pessoais, individuais, para os
objetivos do grupo/comunidade.
(foto: Luis Valente)
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Nesse processo de evolução de um certo egocentrismo e individualismo que a escola,
frequentemente cristaliza, para uma maior abertura ao trabalho de equipa, aodesenvolvimento de projetos partilhados, comuns, alargados, os alunos sedimentam
ideias, objetivos e procedimentos e agem como um todo e não individualmente.
Embora seja lícito, e até desejável que mantenham a preocupação/ambição pessoal
de alcançar objetivos individuais de aprendizagem.
Neste processo, os grupos vivem e desenvolvem-se muito em função do feedback
que recebem quer interna quer externamente. Por isso, não podemos esperar
experiências enriquecedoras de aprendizagem colaborativa se não incentivarmos o
feedback (dos próprios, dos pares e de nós mesmos/profs.). Ao adotar estratégias de
trabalho em equipa (as dinâmicas de grupo), estamos a promover a criação da
interdependência positiva.
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Para que a aprendizagem colaborativa se torne realmente em aprendizagem, é
necessário ver o ensino como um processo de desenvolvimento e de melhoria dascompetências dos alunos para aprender a aprender. Os resultados deixam de ser o
principal objetivo, embora não deixem de haver metas/produtos finais. Contudo, o
foco está no desenvolvimento de competências de aprender a aprender, de aprender
a pensar, de aprender a resolver problemas.
Embora não goste da ideia tradicional de facilitador, o professor é o “produtor” da
educação, o “mordomo”, o “orquestrador”, o “maestro”, que, apesar de estar mais
tempo em primeiro plano, não é a principal personagem.
Saber claramente qual é o nosso papel e o nosso objetivo específico facilita muito a
aprendizagem.
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O desenho curricular e a orientação dos alunos são dois dos grandes obstáculos à
implementação das metodologias/cenários de aprendizagem colaborativa, tal comoalertava, já em 1973, Kenneth Bruffee.
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A avaliação das aprendizagens, quer pelos modelos em uso, quer pela ausência de
estratégias e de instrumentos diferenciados de avaliação, constitui, ainda hoje, umgrande problema/obstáculo.
Em suma, a aprendizagem colaborativa deve, imperativamente, levar os alunos a um
estado de imersão mais direto e mais profundo nos objetivos e projetos das turmas
ou dos grupos.
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