A Compreensão Do Espírito Santos

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    HAROLD P. BARKER

    A COMPREENSO

    DO ESPRITO SANTO

    TItA.DUAo DE

    sare HAROLD BARKER

    LIVRARIA ESPERANARua de Cedoleita, 618 - Telel. 25287

    POItTO

    5.

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    6.

    PREFACIO

    Chegou o dia alegre. - escreveu o Dr. R. A. Torrey- quando tomei posse do pensamento, e este tomou possede mim, que um Outro estava ao meu lado ...Desde aqueledia, nunca mais tive ansiedades nem cuidados. Eis o quea compreenso do Esprito Santo fez para um homem que,mais tarde, tornou-se um gigante na f.

    Muitas pessoas que j leram esta condensao afir-mam que a declarao mais bblica, mais esclarecedorae, contudo, mais simples, acerca das mais profundas ver-dades sobre o Esprito Santo que tenham visto. Foi com-

    pilada nesta forma a fim de trazer a cada leitor sinceroa mesma emancipao e poder espiritual que foi experi-mentado pelo Dr. Torrey e uma rnultdo de outros servosdo Senhor, que chegaram a compreender o ministrio e aoperao do Espirito Santo de Deus nas suas vidas.

    Harold P. Barker, o autor, de nacionalidade inglesa,foi conhecido como um mestre de contar histrias. Os lumi-nosos quadros da sua fluente pena e as ilustraes to a

    propsito, pelos quais se tornou famoso, brilham em quasetodas as pginas deste livro, de maneira que a leitura uma delcia e a ret eno das ilustraes muito fcil.

    7.8.

    CAPTULO UM

    A VINDA DO CONSOLADOR

    Quando o Senhor, no fim da sua estadia aqui nomundo, estava prestes a voltar para o Cu, Ele falouacerca de um outro Consolador, que viria para habitarnaqueles que Lhe pertenciam (Joo 14:16). Este Conso-lador, o Esprito Santo, seria enviado da parte de DeusPai, em Nome de Cristo (Joo 14:26), isto , como Repre-sentante de Cristo, para fazer o Seu trabalho, cuidar dosSeus interesses, agir a favor d'Ele. Ele seria o DivinoPlenipotencirio, no falando como de Si Mesmo (isto, as Suas prprias palavras), mas recebendo as coisas deCristo e revelando-as aos homens que so chamados peloSeu nome (Joo 16:14).

    . O Espirito Santo no veio para dar testemunho deSi mesmo. Em maravilhosa graa, Ele veio como o ServoDivino do Deus Trino. O Seu ministrio consiste em atrairos homens a Cristo.

    A TERCEIRA PESSOA

    Quando o Senhor Jesus Cristo estava no mundo, Eleera Emanuel, que, sendo interpretado, quer dizer: Deusconnosco (Mateus 1: 23). A segunda Pessoa da TrindadeDivina tomou Deus visvel aos homens. Ele habitou entreeles durante alguns anos, e eles viram a Sua glria.

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    No menos verdade que, durante o tempo presente,h tambm uma Pessoa Divina no mundo, habitando

    aqui nos filhos de Deus e com eles. No Este o quechamamos a Segunda Pessoa, mas sim a Terceira Pessoada Divindade Trina. No foi preparado um corpo paraEle, como o foi para Cristo (Hebreus 10: 5), pois o Esp-rito Santo no incarnou. Ele habita nos corpos dos crentes ;estes nossos corpos so os templos, nos quais Ele se mani-festa (I Corntios 6: 19). .

    Tenhamos claramente em mente que o Esprito Santo, de facto, to realmente uma Pessoa como o o SenhorJesus Cristo. No O podemos ver, mas a Sua personalidadee a Sua presena connosco so factos inegveis.

    Fazemos esta afirmao porque muita gente pareceter a ideia de que o Esprito Santo apenas uma espcie

    de influncia emanando de Deus e falam d'Ele como sefosse uma coisa. Sem dvida, Ele exerce uma grande eenfica influncia, mas, em Si, Ele muito mais do quema mera influncia. Ele dispe de poder maravilhoso,

    mas , em Si, mais do que um poder.Esta verdade claramente mostrada em Joo 16: 13,14.

    Nestes dois versculos, h sete afirmaes que provam,alm de toda a dvida, ser Ele uma Pessoa. Vejamosestas afirmaes: (l)Ele vem; (2) Ele guia; (3) Eleouve; (4) Ele fala; (5) Ele glorifica; (6) Ele recebe;(7) Ele anuncia. Algumas destas coisas se podem dizeracerca de um poder ou de uma influncia, mas nem todas.Um poder poder ouvir? Poder uma influncia receber?Evidentemente que no I Estas coisas provam que Aquele

    que as faz , na verdade, uma Pessoa.Outro versculo diz-nos que Ele pode ser entristecido

    (Efsios 4: 30). Ser possvel entristecer um poder ouma mera influncia?

    O pronome Ele, empregado oito vezes nos dosversculos de Joo 16, acima citados, no original, comona lingua inglesa, s se emprega quando se refere a uma

    pessoa e nunca para uma coisa.

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    QUANDO VIER O CONSOLADOR

    Estas palavras, tiradas de Joo 15: 26, mostram que,na altura em que foram pronunciadas, o Esprito Santoainda no viera. Este claramente o significado tambmdas palavras em Joo 16: 13: Quando vier aquele Esp-rito de verdade. Podem bem empregar-se tais palavrasacerca duma pessoa que deve chegar a qualquer lugar,mas no teriam significao se essapessoa j l estivesse.

    Algum desejar lembrar-me, porm, de que lemosacerca da operao do Esprito Santo no mundo nos temposanteriores vinda de Cristo. No verdade que, no prin-cipio Ele Se movia sobre a face das guas? No estavaEle com David quando, orando, pediu a Deus: No

    retires de mim o Teu Esprito Santo? No veio Ele sobrevasos escolhidos de vez em quando: homens como Beza-Ieel, Gedeo e outros?

    Tudo isto, certamente, verdade. Mas evidente queo Senhor tinha em vista uma coisabem diferente quandodisse: Quando vier o Consolador. Quando falou assim,qualquer coisa, inteiramente nova, estava no Seu pensa-mento. Esta no a nica vez em que se faz referncia vinda do Esprito Santo nos Evangelhos como um acon-tecimento futuro. Em Joo 14: 16, o Senhor Jesus disseaos Seus discpulos: Eu rogarei ao Pai, e Ele vos daroutro Consolador; e no versculo 26, tambm: O Esp-rito Santo que o Pai enviar.

    No era apenas porque o Esprito Santo havia dehabitar que a Sua vinda prometida seria diferente de tudoque tinha havido anteriormente.

    Nos dias anteriores, as ocasies da Sua vinda eram,principalmente, com o fim de encher com poder alguminstrumento escolhido para um determinado propsito.Por isso lemos, de modo geral, que desceusobre os objec-tos da Sua visitao. Veio sobre Otniel, sobre Gedeo,sobre [eft, sobre Sanso, sobre David, sobre Azarias, sobreJ aaziel, sobre Zacarias, etc.

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    "Em contraste com isto, Cristo disse, em Joo 14: 17:Estar em vs. Paulo escreve D01> crentes em Corintode o Esprito Santo, que habita em vs (I Corntios6: 19). Tambm fala do Seu Espirito que em vs habita(Romanos 8: 11) e do Esprito Santo que habita em

    ns (lI Timteo 1 : 14).A importncia de distinguir entre sobre e em maior do que a princpio se pode supor. Para ilustraodeste ponto, pensemos no contraste entre as antigas cara-velas e os modernos barcos movidas a vapor. Os barcosantigos dependiam, para progredirem na sua rota, dum

    poder exterior que descia sobre eles. Quando o ventoenchia as velas, o progresso era fcil e rpido. O barcoa vapor, por outro lado, movido por um poder interior.e este no varivel, mas constante. O vento pode soprar.as ondas podem empolar-se, mas o vapor prossegue nasua rota, porque a fora que a impele interior.

    Nos dias anteriores vinda de Cristo, o povo deDeus era parecido com o barco vela. Hoje, os crentes

    so semelhantes ao vapor. O nossoprogresso dependeduma fora interior, e no somente o nosso progresso,mas o nosso gozo, o nosso servio, o nosso testemunho,todos dependem do Consolador que habita em ns e

    permanece connosco. Sem esta bendita Pessoa e a opera-o de graa e poder d'Ele nas nossas almas, no podehaver um conhecimento verdadeiro de Deus, nem a com-

    preenso das Suas coisas maravilhosas.

    PROMESSA E FACTO

    O facto de a Terceira Pessoa da Divindade estarresidindo neste planeta que denominamos Terra umadas verdades maiores, mais fundamentais, mais significa-

    tivas, mais caractersticas e de maior alcance.Antes,porm, de ser possvel que viesse, para habitar

    aqui, tornava-se indispensvel que se realizasse um certoevento. Isto encontra-se claramente afirmado em Joo7 : 39: Isto disse Ele do Esprito que haviam de receber

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    os que n'Ele cressem: porque o Esprito Santo ainda nofora dadopor ainda Jesus no ter sido glorificado.

    A exaltao do Senhor Jesus, que seria primeiro rejei-tado, devia ter lugar antes que o Esprito Santo pudesseser dado na forma nova e maravilhosa que o Senhor

    prometera. Por isso, Ele disse: Se Eu no for, o Conso-lador no vir a vs; mas, se Eu for, envar-vo-Lo-ei(Joo 16: 7).

    Afinal chegou o tempo para o cumprimento da pro-messa. O Consolador, h tanto tempo esperado, foienviado. Todos os pormenores da Sua vinda so dadosem Actos 2.

    Antes da Sua vinda, o Senhor ensinou aos Seus dis-cpulos, como em Lucas II : 13, que deviam pedir o Esp-rito Santo em orao. Sem dvida que foi esse o assunto

    princpal quando. os 120 todos perseveravam unnime-mente em orao e splicas (Actos 1 : 14). Mas, por fim,a orao transformou-se em louvores. O Senhor Jesus, quefora rejeitado pelo mundo, fora glorificado no Cu e,

    exaltado pela dextra de Deus, enviou o Esprito Santopara habitar no Seu povo, e para permanecer com elespara sempre.

    Desde aquele momento, em vo procuramos qualquervestgio de tal coisa que seja orar,pedindo oEspritoSanto. Tal orao seria muito apropriada antes da Suavinda, mas agora, depois de ser dado, umapetio nestesentido imprpria. Que um crente, que vive duranteo tempo presente, da presena no mundo do Consolador,faa as mesmas splicas que aqueles que viviam antes daSua vinda; isto apresentar a orao, ou de ignornciaou de incredulidade.

    Podemos e devemos pedir que sejamos guardados deentristec-Lo; que sejamos fortalecidos com poder pelo

    Esprito no homem interior; que Ele nos encha, demaneira que rios de gua viva corram de ns, como decanais, para os outros, que sejamos ajudados divinamentenos nossos esforos para guardar a unidade do Espritono vnculo de paz; f:!que possamos abundar em esperana

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    pelo poder do Esprito Santo. Para todas estas e cosassemelhantes justo e apropriado que oremos continua-mente.

    FOI FEITO

    VOU fazer uma pergunta ao leitor: Seria prprio que

    um verdadeiro crente em Cristopedisse o perdo de todosos seus pecados?No, com certeza, - seria a sua respsta - porque

    lemos em Efsios 4: 32, que Deus j 00Sperdoou emCristo.Deveria o crente pedir o dom da vida eterna?Evidentemente que no, - responder - porqueaquele que cr no Filho tem a vida eterna. Por isso, noseria inteligente que algum pedisse o que j lhe pertence.

    A mesma resposta daria se eu perguntasse se deva-mos pedir certas outras bnos, como idoneidade para-o Cu; porque lemos, em Colossenses 1: 12, Dandograas ao Pai que nos fez ldneospara part icipar daherana dos santos na luz.

    Tudo isto muito claro. Agora desejo chamar a aten--o do leitor para o Jacto que o tempo passado, que mostraum facto j consumado, empregado mais que uma vezem ligao com o dom do Esprito Santo.)t Lemos, por exemplo, em Actos 5: 32, do EspritoSanto, que Deus deu queles que Lhe obedecem. Em.. lI Corntios I: 22, -nos dito que Deus nos selou '2 nos

    deu o penhor do Esprito, em nossos coraes. Em Gla-tas 4 : 6, tambm, lemos: porque sais filhos, Deus enviouaos vossos coraes o Esprito do Seu Filho ; em I Tessa-lonicenses 4: 8: que nos deu tambm o Seu Esprito.Santo ; e em I Joo 3: 24: pelo Esprito que nos temdado.

    Estas passagens mostram que o dom do Esprito Santo,-em vez de ser assunto para orao, , para o crente,assunto de louvor e aces de graas.

    Se o leitor nunca agradeceu, com gratido e since-

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    ridade, ao seu Deus e Pai, por este estupendo dom, noquerer fazer hoje mesmo? E muitas vezes possa repetirtais aces de graas a Deus pelo dom do Esprito Santo.

    CAPTULO DOIS

    O ESP RITO SANTO COMO O SELO

    No Novo Testamento, lemos tr s vezes acerca de ser-mos selados com o Esprito Santo. No o caso que oEsprito Santo nos tenha selado, mas que Ele o Selo,

    pelo qua l somos a ssinalados como pertencendo a Cristo. Deus O qual tambm nos selou$ Corintios I : 22).Somos marcados como sendo de Cristo, no por um sinalna testa, nem por qualquer pe::l de vesturio especial,mas pelo facto de termos o Esprito Santo habitandoem ns.

    preciso no confundir mos o nascermos do Esprito>com o sermos selados com o Esprito. As duas coisas sointeiramente diferentes. Nascemos do Esprito a fim de

    sermos filhos de Deus. Somos selados com o Espritopor-que somos Seus filhos e pertencemos a Cristo.

    Um lavrador vai feira para comprar algumas ove-lhas. gora - diz ele, - vou marc -Ias com a letra ini-cal do meu nome, para que, se alguma delas se extraviar,

    possa reconhec -Ia depois como propriedade minha.Tendo pago o preo, em seguida pe nelas o seu sinal.

    O marc-Ias no vai faz-Ias suas; o preo que pagou que faz isto. Ele pe a sua marca nelasporque so dele .

    Da mesma maneira, vou a uma camisaria e compro

    algumas camisas. Quando chego, depois, a casa, pego nofrasco de tinta especial e escrevo o meu nome nas camisas.Por que fao isto? Certamente que no o fao para queelas sejam minhas. O preo que paguei na camisariatomou-as propriedade minha. Marco-as porque quero que

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    seja conhecido dos outros que elas so minhas, quer nalavandaria ou onde quer que elas se encontrem.

    Com o crente, d-se a mesma coisa. Comprado comoprecioso sangue de Cristo, pertence-Lhe agora. E, poreste motivo, Deus sela-o, dando-lhe o Esprito Santo parahabitar nele. Desta forma, somos selados com o EspritoSanto dapromessa (Efsios I: 13).

    Qual abase em que somos selados? Que no n05enganemos quanto a isto. O Senhor Jesus, enquanto estavaaqui no mundo, foi selado por Deus, o Pai (Joo 6: 27):--Este selo foi dado na base da Sua prpriaperfeio pessoal.Connosco, porm, o caso muda de figura. O EspritoSanto no nos dado por qualquer coisa que haja emns.No somos selados devido nossa santidade, o nosso

    progresso em coisas espirituais, a nossa maturidade danossa devoo. Somos seladospura e simplesmente porque

    j fomos redimidos com o precioso sangue de Cristo. Somos

    selados porque estamos firmados em toda a eficcia per-manente do Seu sacrifcio, oferecido uma vez para sempre.

    SELADOS PARA SEGURANA

    Um dos pensamentosprincipais ligados na Bblia como selar do crente o de segurana. Uma coisa selava-se

    para a tornar segura para o seu dono.Muitas vezes se observa uma coisa interessante num

    mercado de Marrocos. Um homem compra alguns sacosde milho e, logo em seguida, sela-os. Depois de os marcar,desta maneira, como propriedade sua, vai buscar o seu

    burro. Volta, ento, ao mercado, exige a entrega dos sacosque marcou e leva-os embora com ele ..

    A mesma coisa d-se no nosso caso. Deus selou-nos,deixando-nos aqui por algum tempo, at que Cristo nosvenha buscar para nos levar.

    Os principais dos sacerdotes e os fariseus vieram tercom o governador romano, depois do Senhor ter sido cru-cificado e sepultado, dizendo: Senhor, lembramo-nos queaquele enganador, vivendo ainda, disse: Depois de trs

    dias ressuscitarei. Manda, pois, que o sepulcro sejaguar-dado, com segurana, at ao terceiro dia, no se d ocaso que os seus discpulos vo de noite e o furtem, edigam ao povo: Ressuscitou dos mortos.

    Reparai na resposta do governador. Parece que estavaaborrecido com aqueles homens ardilosos e no desejavafazer mais, fosse o que fosse, para lhes agradar.

    Tendes a gusrda ; - disse ele - ide, segurai-o omelhor que vos seja possvel.

    Observai, agora, como fizeram isso. O seu objectivoera tornar o sepulcro invulnervel, tanto quanto pudessem,

    para que no fosse espoliado do seu contedo: Assim,indo eles, seguraram o sepulcro com a guarda, selando a

    pedra (Mateus 27: 66).Com estas duas coisas,procuraram tornar o sepulcro

    seguro, quanto pudessem: (1) selando-o, (2)pondo aguarda a vigi-Ia. Deus, em maneiras semelhantes, tor-

    nou-nos to seguros quanto Lhe s,:ja possvel: (1) selan-do-nos com o Esprito Santo, e (2) guardando e vigiando--nos, porque Do justo no tira os Seus olhos (Job 36: 7).Ele vigia-nos, noite e dia.

    Ficaria o sepulcro seguro para aqueles sacerdotes efariseus? No; porque um poder superior ao deles que-

    brou o seu selo, dominou os que vigiavam, e roubou osepulcro doseu contedo. Poder tal coisa acontecerqueles que Deus selou com o Espirito Santo? No, graasa Deus; no existe qualquer poder no universo que possaquebrar o selo ou colocar emperigo aqueles que Elecolocou em segurana. Ele tornou-nos toseguros quanto

    possvel! A nossa segurana absoluta.

    QUANDO?

    Quando ,precisamente, que o crente recebe o Esp-rito Santo? Ser no momento da sua converso, ou emalgum perodo subsequente da sua vida espiritual?

    Vejamos o que diz a Epstola ao Romanos. Nos cap-

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    tulos 3 e 4, a maneira como os mpios pecadores sojustificados desenvolvida. No comeo do captulo 5., chegamos ao ponto onde declara que, sendo justificadospela f, temos paz com Deus; e o Seu amor derramado

    em nossos coraes (versculo 5). Por que meio? PeloEsprito Santo que .nos foi dado. Conclumos que a justi -ficao pela f acompanhada pelo dom do Esprito Santo.

    Alguns fazem objeco a isto, baseando-se nas pala-vras de Efsios I : 13: Tendo n'Ele tambm crido, fostesselados com o Esprito Santo da promessa. Mas noexiste qualquer pensamento de sequncia cronolgica nesteversculo. Devemos ler, antes, com o significado seguinte :crendo, fostes selados. A sequncia moral e no crono-lgica. Quando uma roda comea a girar, um raio vaiseguindo outro, mas nenhum raio principia a mover-seantes dos outros. Pode-se numer-Ios 1, 2, 3, etc., e obser-var-se que sempre seguem um ao outro nesta mesma

    ordem. Contudo, todos comeam a mover-se no mesmomomento, No h qualquer intervalo de tempo entre omomento em que oN. 1 comea e o N. 2, embora o

    N.o 2 siga o N. 1.Da mesma forma acontece com o crente. Chamemos

    raio N.o 1, Crer; o N. 2Justificao; o N. 3 oDom do Esprito Santo. Seguem um ao outro nesta ordem, .porm, quanto ao tempo, todos coincidem.Houve excepes a esta regra geral nos dias de tran-sio, dos quais lemos no livro dos Actos. Estas excep-

    . es so explicadas no Captulo 8. Mas em Actos 10,encontramos o princpio, sobre o qual, os crentes, especial-mente de entre os gentios, recebem o Esprito Santo.Pedro estava pregando em casa de Comlio. Chegou altura de dizer as seguintes palavras: Todos os que n'Elecrem recebero o perdo dos pecados, pelo Seu nome(Versculo 43). Aqueles que ouviam, evidentemente esta-vam misturando com f o que estavam ouvindo. Receberamas boas novas e, enquanto Pedro ainda falava, caiu oEsprito Santo sobre todos os que ouviam a palavra.

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    A COMPREENS O DO ESPRITO SANTO

    CAPTULO TR S

    o PODER DE PENTECOSTES

    Trs coisas contriburam para tomar to excessiva-mente significativo o grande evento da vinda do EspritoSanto no dia de Pentecostes.

    Primeiro, o Pentecostes foi a inaugurao de umacoisa completamente nova na terra. Foi o comeo do Cris-tianismo. Foi o dia do nascimento da Igreja.

    Quando, nos desgnios de Deus, esta nova coisa, queEle tinha proposto que se realizasse, devia ser estabelecido,o Prprio Esprito Santo veio inaugur-Ia. Nunca serianecessrio repetir essa inaugurao. No houve, nemhaver, um segundo Pentecoste3. Como que poderia

    haver tal coisa? Poder alguma coisa principiar a existrduas vezes? Toca um sino para avisar que vai principiarum culto. Depois do culto comear, o sino continua, por-ventura, a tocar?

    Semelhantemente, aqueles que so inteligentes, quantoao verdadeiro significado do Pentecostes, no esperarohoje uma repetio. Basta-Ihes saber que a coisa, da qualfazem parte integral, foi comeada no seu curso aqui nomundo com sinais de autenticao divina, visto que oEsprito Santo veio para lhe dar existncia.

    A SUA UNIDADE E O SEU PODER

    Em tempos passados, aqueles que temiam ao Senhors vezes chegavam-se muito perto uns dos outros e fala-vam cada um com o seu companheiro. Mas no existiaqualquer ligao orgnica entre =les. Eram parecidos commas num barril, apertadas e comprimidas, mas semterem qualquer unio entre as diferentes mas; quandose despejar o barril, as mas vo rolando em todas asdireces ; nada h que as ligue umas s outras.

    A COMPREENS O DO ESPRITO SANTO 1

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    No Cristianismo, o COl'JXl humano usado como figura'para ilustrar as relaes que existem entre os crentes.Somos membros do mesmo corpo. Ora, se um homem cair,na rua, os seus dedos e ps, olhos e orelhas, no se sepa-

    ram para irem rolando como mas. So unidos uns aosoutros, sendo componentes dum organismo.Com os crentes em Cristo, a mesma coisa acontece.

    No somos como aqueles que viviam debaixo da velhaeconomia.Eles eram parecidos com as mas; ao passoque ns somos membros dum organismo vivo, formado noDia de Pentecostes, quando o Esprito Santo foi dado acada um daqueles que estavam reunidos. Sendo habitados

    pelo nico Esprito, juntamente formamos um s6 corpo.Este, repito, no uma organizao, mas, sim, um

    organismo. Uma associao de hortcultura uma orga-nizao. Tem o seu presidente, seu vce-presdente, secre-trio, tesoureiro e comisso de controle. Mas um organismono constitudo assim. O corpo humano no governado

    por um presidente, secretrio, tesoureiro e comisso decontrolei governado por uma cabea.

    Assim mesmo acontece com o corpo de Cristo. gover-nado e guiado pela sua Cabea, e os membros ficaramno mundo para que as graas da Cabea sejam reprodu-zidas neles.

    Deus permita que a grande verdade da unidade, queiniciou a sua existncia no Pentecostes, possa colorir asnossas vidas cada vez mais, e fazer que estejamos sempre

    prontos a reconhecer todos os crentes (ainda que os encon-tremos somente por casualidade num comboio ou auto-carro) como membros conjuntamente do corpo de Cristo,

    unidos connosco n'Ele. Desta forma podemos procurarguardar a unidade do Esprito, pelo vnculo da paz(Efsios 4: 3).

    A terceira caracterstica saliente de Pentecostes queos servos do Senhor foram, ento, equlpados com um novoe maravilhosopoder. Recebereis a virtude do EspritoSanto, que h-de vir sobre vs, disse o Senhor ressurrecto(Actos I : 8) ; e Ele disse aos Seus discpulos que ficassem

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    na cidade de Jerusalm, at que, do alto, fossem revestidosde poder (Lucas 24: 49).

    O poder que tornaria o seu testemunho eficaz noseria o da espada. Foi Maom e os seus sucessores quehaviam de fazerproslitos com ameaas de morte.

    Nem to pouco o poder seria de milagres. Estes ser-viram o seu propsito para estabelecer a origem divina

    da coisa nova que Deus havia trazido existncia, e comogarantia que a mensagem era de Deus. Mas no seriam osmilagres o poder pelo qual a f no Evangelho seria asse-gurada durante os anos vindouros.

    As QUATRO COMUNIDADES,,~ Em ligao com a vinda do Esprito Santo, havia

    quatro comunidades que deviam ser tomadas em conta,a saber: - (1) Os Cristos Judaicos, (2) Os CristosSamaritanos, (3) Os Cristos Gentios, (4) Os Discpulosde Joo Baptista. Representantes de todas estas quatrocomunidades foram baptizados com o Espirito Santo, eforam, assim, incorporados naquele nico corpo, onde no

    h judeu, nem gentio, mas todos, da mesma maneira,levam o nome de Cristo.O baptismo dos crentes judaicos com o Esprito Santo

    realizou-se no Dia de Pentecostes; o dos crentes sarna-ritanos relatado em Actos 8: 14 a 17; o dos gentioscrentes em Actos 10: 44 a 46; e o dos discpulos de JooBaptista em Actos 18: 6.

    Este baptismo com o Esprito nunca foi repetido. Foia iniciao na Cristandade, com todas as suas bnos,daqueles que, nestas quatro comunidades, haviam cridoem Cristo. Aqueles que creram subsequentemente noforam baptizados desta maneira com o Esprito, mas oEsprito Santo foi dado a cada um na ocasio da suaconverso a Cristo, para habitar nele. Assim, aqueles

    que criam eram trazidos para dentro do corpo nico.O acto inicial do baptismo com o Esprito no devia serrepetido. A Igreja foi formada, duma vez para sempre,

    A CO MPREENS O DO ESPRITO SANTO 21

    de todas estas quatro comunidades, pelo acto inicial, nocaso de cada comunidade, dobaptismo com o Esprito.Falar-se acerca de indivduos ser=rn baptizados com, ouem, de ou por, o Esprito Santo hoje exibir-se umasingular falta de inteligncia quanto ao seu significado.

    Hsete palavras principais empregadas no Novo Tes-tamento em ligao com a presena e a obra do Esp-rito Santo:

    1. Nascidos (Joo 3: 5,6).2. Habitados (II Timteo 1: 14; Romanos 8: 11).3. Selados (II Corntios 1 : 22; Efsios 1 : 13; 4 : 30).4. Penhor (II Corntios 1 : 22 ; Efsios 1 : 14).5. Ungidos (II Corntios 1 : 21 ; I Joo 2: 27).6. Enchidos (Lucas 1 : 15, 41, 67; Actos 4: 8; 4: 17,

    etc.; Efsios 5: 18).7. Baptizados (Mateus 3: 11 ; Actos I : 5; I Corn-

    tios 12: 13).

    Estas palavras no so sinnimas, de forma alguma;no h duas delas com igual sgn'fcado. Cada uma tem

    significao prpria. Isto deve ser fcilmente reconhecidopor todos os que acreditam que as prpriaspalavras dasEscrituras so o que Salmo 12: 6 a firma: palavras puras,como prata refinada em forno de barro, purificada setevezes, isto , completamente isenta de qualquer misturade escrias humanas. H um desgnio na seleco e em -

    prego das prpr ias palavras das Escrituras.O nosso apelo final deve sempre ser para a Palavra

    de Deus, e no para a experincia da nossa vida c deoutras pessoas.

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    22 A C OM PR EE NS O DO ESPRITO SANTO A COMPREENS O DO ESPRITO SANTO

    um baptsmo do Esprito, mas informou-os que aquelacasta especial de demnios, que eles no haviam conse-guido expulsar, s podia ser tratado com orao e jejum.

    Verifica-se, pois, que obaptisrno do Esprito era des-necessrio para a operao destas maravilhas, como, tam-m, para a pregao eficaz do Evangelho, enquanto o

    Senhor Jesus ainda estava no mundo. Efectuou-se notempo definido, depois de Ele ter voltado para o Cu.Se conservarmos este facto na memria, no seremoslevados por frases da Bblia arrancadas do seu contexto,nem por doutrinas baseadas numa incompreenso acercado que realmente foi o baptismo do Esprito Santo.

    BAPTIZADOS NUM S CORPO

    H uma passagem que trata do assunto do baptismopor (ou em) o Esprito duma maneira que podemos cha-mar doutrinal: I Corintios 12: 13: Pois todos ns fomosaptizados em um Esprito, formando um corpo, querudeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos

    ebido de um Esprito.Todos nsfomosbaptzados mostra bem que oaptismo do Esprito no um estado ou uma condio,

    mas um evento histrico, bem definido, que j tinhaacontecido.

    Notemos especialmente trs coisas neste versiculo:

    1. Quantos dos crentes de Cornto tinham sido bap-tizados com o Esprito Santo? Todos. Isto claramenteafrmado.

    Alguns destes crentes eram contencosos e sectriosem esprito (l :11,12) ; eram carnais e andavam segundoos homens (3: 3) ; alguns foram a juizo contra os seusrmos perante os infiis (6: 6) ; c alguns estavam trans-

    formando a Ceia do Senhor numa orgia de comer e beber(Ll : 21,22). Longe estavam de selem crentes exemplares.Repetidas vezes o apstolo tem de repreender a sua carna-lidade. Contudo, visto que tinha verdadeiramente crido

    23

    CAPTULO QUATRO

    O BAPTISMO DO ESPRITO

    Vou pedir ao leitor que me acompanhe num examemuito cuidadoso das passagens que falam do baptismodo Esprito. Em primeiro lugar, hpassagens que pode-

    mos chamar profticas ou antecipadoras, nas quais sefazem predies acerca de um evento ainda futuro.A primeira encontra-se em Mateus 3: 11, onde [oo

    Baptista declara: Eu, em verdade, vos baptizo com gua,para o arrependimento; mas aquele que vem aps mim mais poderoso do que eu; cujas alparcas no sou dignode levar; ele vos baptizar com o Esprito Santo e comfogo.

    H passagens paralelas em Marcos 1: 8 e Lucas3 : 16. Em Joo 1 : 33, h outro versculo em que o SenhorJesus indicado como Aquele o.ue havia de baptizarcom o Esprito Santo.

    A ltima passagem daquelas que chamamos prof-ticas, ou antecipadoras, est em Acros 1 : 5. Nela, o Pr-

    prio Senhor Jesus, depois da Sua ressurreio, fala dapromessa como ainda havendo de ser cumprida, especifi-cando o tempo do baptismo como no muito depoisdestes dias, em referncia ao tempo em que proferia as

    palavras.Estas passagens, tiradas dos Evangelhos e Actos,

    abrangem um perodo de cerca de trs anos e meio.Durante todo esse tempo, a promessa ficava por cumprir-se.O baptismo ainda seria futuro. Contudo, durante o mesmo

    perodo, os servos de Cristo conseguiram alguns resultadosmuito notveis. Pregaram o evangelho e curaram os enfer-mos por toda a parte onde foram (Lucas 9 :6). Expulsaramdemnios (Marcos 6: 13) e viram que estes foram obri-

    gados a sujeitarem-se-lhes (Lucas 10: 17). Tudo isto,notai, realizou-se sem que houvesse baptismo do Esprito.Numa ocasio falharam. Ao perguntarem qual o motivodo seu insucesso, o Senhor no Ihes mandou procurar

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    em Cristo (Actos 18: 8), eram filhos de Deus, lavados.purificados, santificados e justificados (6: 11). Como tais,haviam participado do baptismo do Esprito Santo; sim.todos eles.

    2. Com que objectivo foram os crentes de Corintobaptizados com o Esprito Santo? No foi especialmentepara os encher de poder para testemunho e servio. Pelomenos, no foi este o objectivo principal.Nem foi paraque falassem com lnguas ou gozassem alguma experinciaexaltada. Foi para que estivessem unidos num corpo, numorganismo vivo. O grande objectivo do baptismo era a for-mao do corpo de Cristo. Os crentes, assim, deixavam deser um mero grupo de indivduos, ligados por interessescomuns. Sendo baptizados com o Esprito, foram caldeadosou fundidos num s, incorporados numa unio absolutae completa.

    O corpo humano mpregalo como figura do corpode Cristo, quer no sentido local, como em I Corntios 12.ou no seu significado mais amplo. Ora, o corpo humanono uma organizao; um organismo, tendo a mesmavida em toda a parte, e governado pela cabea. J fala-mos disto num captulo anterior. '

    Nunca se fala de qualquer indiruluo que tivesse sidobaptizado com o Esprito, e em parte alguma se mandaqualquer indivduo a buscar tal baptismo. uma coisacorporativa e colectiva. No se pode salientar demasiada-mente esta verdade.

    QUANDO FORAM ELES BAPTIZADOS?

    Dissemos que havia trs coisas a notar especialmenteao lermos o versculo 13 de I Corntios 12. Estamos prontos,agora, para tratarmos da terceira destas coisas.

    3. Quando foram os crentes de Corintobaptzadoscom o Esprito?Em nenhuma ocasio da sua prpriaexperincia espiritual!

    ~

    Peo a ateno muito cuidadosa do leitor sobre esteponto. A no ser que o compreenda bem, nunca possuiro verdadeiro significado do baptismo do Esprito Santo.

    Para servir de i lustrao, leia em I Corntios 10 : 1,2 :

    Nossos pais estiveram, todos, debaixo da nuvem, e todospassaram pelo mar, e todos foram baptizados em Moiss.Bem, lemos de alguns dos pais em Actos 28: 25, aosquais o Esprito Santo falou pcr intermdio de Isaas.Estes viveram centenas de anos depois da travessia doMar Vermelho, contudo, Paulo escreve : Todos os nossos

    pais estiveram debaixo da nuvem, e todospassaram pelomar.

    Mais tarde, Jeov diz ao Seu povo delinquente, emAms 2: 10: Tambm vos fiz subir da terra do Egipto,e quarenta anos vos guiei no deserto. A verdade que o

    povo a quem esta palavra foi dirigida nunca tinha estadono Egipto, nem no deserto. Viveram centenas de anosdepois do Exodo. Contudo, diz-se que tiveram parte

    naquela libertao maravilhosa.- Semelhantemente, os crentes de Corinto no estiveramrealmente presentes na ocasio do grande baptismo hst-rico do Esprito Santo. Porm, tal corno os pais, nos diasde Isaas, e os israelitas a quem Ams falou, os quaisse disse que tiveram parte na grande libertao do Egipto,

    pelo motivo do seu nascimento como israelitas, estavamintegrados no povo que teve essa experincia pelo favorde Deus, assim, tambm, dos crentes de Corinto se falade terem sido baptizados pelo Esprito, visto que, sendohabitados pelo Esprito de Deus, ao receberem o evan-gelho, foram feitos parte integrante daquele maravilhosoorganismo, o corpo de Cristo.

    Pessoal e literalmente, -nem os crentes de Corinto(nem quaisquer que viveram subsequentemente) forambaptizados com o Esprito, como aqueles a quem se refereem Ams 2: 10, to-pouco, foram pessoal e literalmentelibertados e trazidos do Egipto. Mas cada um, ao recebero evangelho, foi selado com o Esprito de Deus, tornan-

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    do-se, deste modo, parte integrante daquela companhia.que ficou formada num s corpo pelo baptismo do Esprito.

    o PRPRIO ACONTECIMENTOChegamos, agora, ao terceiro grupo de passagens

    relacionadas com o baptismo do Espirito - as Escriturashistricas, ou narrativas, que descrevem o prprio aconte-cimento, ou se referem a ele.

    Actos 2 o captulo que relata pormenorizadamentecomo se cumpriu a promessa do Senhor que os discpulosseriam baptizados com o Espirito Santo, no muito depoisdestes dias (Actos 1 : 5). No captulo 2 no se encontramas palavras baptsmo ou baptzar, em referncia aeste grande acontecimento, mas abundantemente evi-dente que era, de facto, o baptismo prometido, pela leiturade Actos 1: 5; 11: 15,16.

    Fala-se de ter sido derramado o Esprito em Actos

    2 : 33; e um novo derramamento do Esprito, em Actos10 : 45, a que vamos fazer referncia mais tarde, foi reali-zado, da mesma maneira como no Pentecostes: comotambm sobre ns no princpio (Actos 11 : 15).

    Reparemos, de novo, no emprego da palavra todos.como em I Corntios 12. Os cento e vinte discpulos,homens e mulheres, estavam to-los reunidos no mesmolugar. De repente, o Esprito derramado e todos foramcheios (versiculo 4). O baptismo englobava todas as pes-soas que estavam presentes, e o resultado foi que o corpode Cristo foi formado. Os cento e vinte tornaram-se mem-

    bros dum organismo vivo, unidos ao seu Cabea, no Cu,desta maneira maravilhosa.

    Houve outros resultados. Ouviu-se um som como de

    um vento veemente e impetuoso; lnguas repartidas, comoque de fogo, pousaram sobre cada um deles. Anteriormente,Deus de Seus anjos fez ventos e de Seus ministros laba-reda de fogo (Hebreus I: 7). Se Deus desejasse que umvento forte soprasse nas almas dos homens, ou algumfogo de entusiasmo e zelo ardesse e brilhasse, fazia isto

    pelo servio dos Seus anjos. Mas isto foi ultrapassado, noPentecostes, pelo dom do Esprito. Doravante, seria Elea origem de qualquer poderoso vento da parte de Deusentre os filhos dos homens ; seria Ele o Autor de qualquer

    chama viva e brilhante que Deus desejasse acender.Agora, visto que os discpulos foram todos cheios

    do Esprito Santo na ocasio do baptismo, algumas pes-soas tm confundido o baptismo histrico com o enchi-mento que se d continuamente, e que se recomenda atodos os crentes (Efsios 5: 18). Somos exortados aenchermo-nos, mas, como j dissemos, nunca somos exor-tados asermos baptizados com o Esprito. A diferena real e importante.

    CAPTULO CINCO

    o MESMO ESPRITO SANTO

    A promessa do Senhor, que o outro Consolador quehavia de vir ficaria para sempre com os Seus discpulos(Joo 14: 16), devia ser tomada literalmente. Tudo quantofoi inaugurado, com a Sua vinda no Dia de Pentecostes,continua at ao dia de hoje. Ain~a estamos no perododa residncia do Esprito Santo no mundo.

    No verdade que este facto descurado grande-mente, mesmo entre os Evanglicos? O que significamaqueles pedidos repetidos para que Ele venha? aqueleshinos que imploram que Ele desa, seno a falta de fazercaso da Sua presena?

    Um conde foi convidado a presidir a uma reunio

    pblica, tendo aceitado o convite. hora designada chega sala de conferncias, mas no reconhecido pelas pessoasresponsveis pela reunio, que eomeam a ficar apreen-sves. Telefonam para a casa do Sr. Conde, rogando quevenha sem demora, mas so informados que ele j tinhasado de casa h mais de meia hort e j devia ter chegado.

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    A COMPREENS O DO ESPRITO SANTO 2928 A COMPREENS O DO ESPRITO SANTO

    Enviam um mensageiro, esperando que encontre o esperadopresidente e possa apressar a sua chegada. Durante todoeste tempo, o fidalgo est ali, esperando que algum oreconhea, pronto para tomar o seu devido lugar e abrir

    a reunio, conforme a sua promessa. Fala com uma eoutra pessoa, mas no ligam nem prestam ateno, topreocupados se encontram. Dirige-se para um dos respon-sveis pela reunio, mas este senhor afasta-se apressada-mente, sem lhe dar uma palavra. A sua presena des-

    prezada, ao mesmo tempo que se mandam mensagensurgentes implorando que apresse a sua vinda I

    No se parece esta situao com a do Esprito Santo?Veio, conforme a promessa, no Pentecostes, Ainda aquiest, pronto a preencher o Seu prprio lugar e tomar lidireco, como Representante de Cristo.

    Em vez de implorarmos: Desce, Santo Esprito,desce, ou Vem, Pomba Celestial, por que no reco-nhecer que Ele est presente, deixando de usurpar as Suas

    funes de direco, e entregando-Lhe o direito de gover-nar? Aqueles que fazem isto nunca perdem com a rendio.As suas vidas pessoais e as suas vidas colectivas so vasta-mente enriquecidas pelo seu reconhecimento da presenae direco do Esprito Santo.

    o CONSOLADORQuatro vezes, no Evangelho de Joo, Cristo falou

    acerca do Esprito Santo, que havia de vir para os Seusdiscpulos, depois da Sua partida, como o Consolador.

    A primeira vez, o Senhor referiu-se a Ele como outroConsolador (Joo 14: 16). Ele Mesmo tinha sido o Con-solador e Conservador dos Seus amados. Agora Ele tinhade os deixar; mas Outro viria que seria para eles tudoo que Ele havia sido, e que nunca teria de os deixar, masficaria com eles para sempre.

    A segunda vez, o Consolador prometido lhes ensina-ria todas as coisas (joo 14: 26). Havia tanta coisa queos discpulos no foram capazes de compreender que o

    .Senhor lhes tinha dito. Alm disso; havia muito que nolhes disse por causa da falta de compreenso (16: 12).Mas o Esprito Santo tornaria tudo claro e instrui-Ios-iaem tudo o que fosse preciso. E Ele lembrar-Ihes-ia as

    palavras de Cristo.Em terceiro lugar, o Consolador seria o Esprito de

    verdade, e testificaria de Cristo (Joo 15: 26). Acercadisto j falamos em outro captulo.

    Por ltimo, Ele tomaria determinada atitude quantoao mundo (Joo 16: 7 a 11); reprovando (ou conven-cendo) o mundo com referncia CIOpecado, justia eao juizo.

    o A]UDADORNa sua Nova Traduo, o Dr. Moffatt traduz a

    palavra Consoladorpor Ajudador, nas quatro passagensno Evangelho de Joo em que se encontra.

    O falecido Dr. Torrey deu um exemplo animadordo que significa termos o Esprito Santo connosco comonosso Divino Ajudador. Ele disse:

    Entrei para o ministrio porque me obrigaram. A mi-nha converso estava dependente da minha pregao.Durante anos recusei aceitar Cristoporque estava resol-vido que no queria pregar. Na noite quando fui con-vertido, no disse: Aceitarei Cristo, nem coisa parecida.Disse apenas: Estou pronto a pregar.

    Mas, se qualquer homem era inapto para pregarpelo seu temperamento natural, esse homem era eu. Anor-malmente tmido, nem sequer abria a boca numa reuniode orao, at depois de entrar numseminrio teolgico.A primeira tentativa foi uma experincia angustiosa.No

    princpio do meu ministrio, escrevia os meus sermes edecorava-os, e, quando tivesse terminado o culto da noitee eu tinha proferido a ltima palavra do sermo, sentiaum grande alvio porque teria uma semana antes derepetir a tarefa. Pregar era uma tortura.

    Mas chegou o dia feliz quando tomei posse do pen-samento, e este tomou posse de mim, que, quando me

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    levantava para falar, havia Outro ao meu lado e, emborao auditrio me visse somente, a responsabilidade de tudopesava sobre Ele, na realidade, e que El e era perfei ta-mente competente para arcar com ela, e tudo quanto eu

    tinha a fazer era ficar para trs e desaparecer de vista.quanto eu pudesse, e deixar que Ele fizesse o trabalhoque o Pai O mandara fazer.

    Desde aquele dia, pregar deixou de ser um fardopesado, ou um dever, mas tem sido um privi lgio alegre.No tenho a nsiedade nem cuidado. Sei que Ele est dir i-gindo o culto e fazendo isto precisamente como devia serfeito; e, ainda que as coisas paream caminhar de mododiferente do que eu tinha pensado, sei que tudo correubem. Muitas vezes, quando me levanto para pregar, eaquele pensamento toma posse de mim que Ele est alipara fazer tudo, uma a legria t o grande enche o meucorao que sinto vontade de levantar a voz e gritarcom xtase. -

    Mas no so s os pregadores e outros obreiros deCristo que precisam, e tm, o Esprito Santo como Aju-dador, sempre pronto. Ele ser o nosso Ajudador, se tosomente Lhe dermos lugar, em todas as coisas que nosconfrontam na lida de cada dia. Ser o nosso Ajudadorna loja, onde servirmos, na oficina, no escritrio, nafbrica, na escola, no atelier ou no lar. E o Seu auxlio maravilhoso!

    O ESPRITO DE VERDADE

    Em ligao com este ttulo do Esprito Santo, o Senhorfez uma predio da mxima importncia: Quando vieraquele Esprito de verdade,Ele vos guiar em toda a

    verdade (Joo 16: 13). Temos de pr nfase na palavravos nesta promessa. Cristo estava a falar com os Seusapstolos, e a promessa foi-lhes feita exclusivamente aeles. Foi repetida em forma diferente em Joo 14: 26 :Esse vos ensinar todas as coisas .

    Deve ser evidente que esta promessa no se refere atodos os crentes. Quem, que no seja apstolo, poder

    dizer: tenho sido guiado em toda a verdade, ou O Esp-rito Santo ensinou-me todas as coisas?

    O significado da promessa parece ser o s eguinte:Enquanto revelaes parciais da verdade foram feitas aos

    profetas antigos, e mais revelaes foram dadas por Cristo,quando estava no mundo, a finalidade seria alcanadaquando viesse o Esprito Santo. Ele diria, mediante osapstolos, a ltima palavra. Nenhuma revelao subse-quente devia ser esperada. A verdade seria dada aos santos,duma vez para sempre (Judas 3). O Esprito Santo guiariaos apstolos em toda a verdade.

    Esta constitui a garantia pessoal de Cristo que arevelao final de Deus: os Seus conselhos, o Seu amor,os Seus caminhos, que encontramos nos escritos dos a ps-tolos, procede do Esprito Santo.

    Desta maneira, o Esprito Santo o verdadeiro autordo Novo Testamento. Os ensinos dos apstolos so osSeus ensinos. Isto garantido pela promessa triplce doSenhor. E o Novo Testamento deu-nos a ltima palavrade Deus, para ns, enquanto estamos no mundo.

    RESISTINDO AO ESPRITO SANTO

    H vrias maneiras em que se faz oposio ao EspritoSanto e o Seu trabalho impedido.

    13.Resistindo-Lhe (Actos 7: 51).14. Entristecendo-O (Efsios 4: 30).15. Extinguindo-O (I Tessalonissenses 5: 19).

    Vamos considerar o que quer dizer resistir ao EspritoSanto.

    O Esprito de Deus tinha contendido poderosamentecom os homens de Israel, procurando lev-los ao arrepen-dimento e aceitao de Cristo. M uitas vezes se tinhamrecusado escutar aos apelos de amor. Mais uma vez, pelaboca de Es tvo, Ele drigiu a Sua mensagem, em Act os 7,mas o nico resultado foi que enfureciam-se em seus

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    coraes e rangiam os dentes contra ele. Quo verda-deira era a acusao trazida contra eles no versculo SI :Vs sempre resistis ao Esprito Santo.

    O que o Esprito Santo estava a fazer, ento, no caso

    da nao de Israel, Ele est fazendo hoje, com indivduos.Contende com os homens, procurando lev-los aos psdo Salvador, em verdadeiro arrependimento e f. Masmuitos, infelizmente, seguem nas pisadas daqueles a quemEstvo falou. Ouvem o Evangelho, -Ihes apresentadoo estado desesperado e a necessidade urgente das suasalmas imortais, e ficam impressionados at certo ponto.Mas outras coisas entram e distraem a sua ateno. As suasimpresses desvanecem-se. O sentido de perigo desaparecee voltam velha rotina de vida, to despreocupados comosempre.Resistiram ao Esprito Santo J

    Ser fatal o seu destino, ento? De maneira nenhuma.Embora muitas vezes resistido, o Esprito de Deus estcheio de graa. Na verdade, Ele chamado O Espritoda graa. Em misericrdia e amor, pode voltar a conten-der. Mais uma vez aquela alma pode ser levada a consi-derar solenemente o seu estado. Ainda encontrar resis-tncia? e a Sua voz ser abafada? Ento, com pacientegraa, Ele ainda pode tornar a contender.

    Mas, para que a Sua pacincia no fosse usada peloshomens como desculpa para no tratar a srio com Ele,um facto solene est registado na Bblia pelo prprioDeus: No contender o Meu Esprito parasempre como homem (Gnesis 6: 3).

    ENTRISTECENDO O ESPRITO SANTO

    Devemos ler com todo o cuidado a passagem que

    menciona este pecado (Efsios 4: 30). Frequentementeas pessoas lem estas palavras com a ideia que se possaentristecer o Esprito ao ponto de Ele se retirar de !lS.Mas tal pensamento no existe neste versculo; e, naverdade, tal coisa no possvel. O prprio versculo quenos acautela para que no O entristeamos, declara que

    estamos selados para o dia da redeno. J falamosdesta verdade num captulo anterior.

    Suponhamos que uma pessoa tenciona passar umano ou mais, viajando em diversos pases. Em vez de

    fechar a casa e armazenar as moblias, emprega um caseiropara tomar conta dela durante a sua ausncia. Durantealgum tempo tudo decorre normalmente, mas, um dia,ouve-se um grande estrondo num dos aposentos. O caseirosobe a escada a correr e verifica que um grande pedaodo estuque tinha cado do teto da sala de estar, partindoalgumas peas de mobilirio e cobrindo tudo de 'umacamada de poeira.

    Naturalmente o caseiro fica triste, mas no resolve,por este motivo, fazer as malas e abandonar a casa. Dei-xando os outros trabalhos, dedica a sua ateno a repararque foi danificado. Chama o estucador e manda repararteto. A moblia colocada nas mos dum bom marce-neiro, e faz-se uma limpeza sala de toda a poeira e

    sujidade.Isto ilustra bem o que sucede quando um crenteentristece o Esprito Santo. Caseiro cuidadoso e fiel, noabandona a habitao, mas consagra a Sua ateno aotrabalho de reparar o prejuzo espiritual nas nossas almas.Desiste da Sua ocupao normal de ministrar gozo econsolao aos nossos coraes, e procura levar-nos a jul-garmo-nos a ns mesmos e confessar as nossas culpas,

    para que sejamos restaurados.As vezes faz-se a pergunta: O que ser entristecer

    o Esprito Santo? Ser por mentirmos, roubar, praguejar,ou fazer qualquer outra coisa m?

    Esta pergunta importante. Sem dvida, se um crentefizesse qualquer destas coisas, se pecasse assim, entriste-

    ceria grandemente o Esprito Santo. Ele o Esprito Santoe fica, necessriamente, entristecido por qualquer coisaque no seja santa. Mas pode bem ser muito entristecido

    por um crente, cuja conduta exterior seja exemplar.Suponhamos que, enquanto estou de visita em casa

    de pessoas muito amigas, o meu bondoso hospedeiro me3

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    mostre um album com fotografias. Apontando para umadas fotografias, diz: Esta um parente meu muito que-rido, que est em Moambique, falando-me em termosde muita ternura e entusiasmo da vida e dos feitos dessa

    pessoa. De repente, levanta a cabea e olha para mim,verificando que estou a olhar para a rua com ar de aborre-cido e desinteressado na sua conversa.

    A minha falta de ateno entristece o meu bondosoamigo. No vale a pena mostrar-lhe o album, - diz elede si para si - porque no tem o mnimo interesse nisso.Por isso, fecha o livro e o pe de lado.

    O Esprito Santo est aqui, por assim dizer, com ummaravilhoso album de fotografias; todas so da mesmaPessoa gloriosa, e o Esprito Santo quer descrever-nos a Sua

    beleza, o Seu amor e a Sua glria.Se, em vez de O escutarmos, olhamos em outra direc-

    o, ocupados com as coisas do mundo, ou entretidos comoutros objectos, Ele ficar entristecido e fechar o album.Isto quer dizer que deixar de ministrar Cristo aos nossoscoraes e repreender-nos-, retendo o gozo que desejavaconceder s nossas almas.

    Conta-se a histria de uma senhora que se sentouperante um rgo grandioso e passou as mos sobre asteclas, produzindo linda harmonia. Enquanto se ocupavadesta maneira, tocou certas teclas que, no conjunto, pro-duziram um acorde musical que fez vibrar todo o seuser com a sua harmonia majestosa. Mas quando tentourepetir, no conseguiu encontrar o mesmo conjunto. Ten-tou por muito tempo, mas sempre em vo. Era um acordeperdido.

    Haver quem esteja a ler estas linhas, da cuja vida

    a msica fugiu? Lembra ainda aquele acorde de alegriaque uma vez vibrara dentro de si. Onde est agora? Ondeest, ento, a bem-aventurana de que se falou? Desva-neceu-se; a melodia cessou; o acorde de gozo celestial um acorde perdido.

    A pergunta de toda a importncia para o leitor :Poderei tomar a possuir aquela alegria? Como pode isto

    34 A COMPREENS O DO ESPRITO SANTO 35A COMPREENS O DO ESPRITO SANTO

    ser? Que devo fazer para que, de novo, a minha vidaseja inundada com brilho e o meu corao repleto degozo? Leia o captulo catorze de Osias. O primeiro ver-sculo diz-nos que Deus deseja, na realidade, restaurar os

    Seus filhos que caram. Podemos, pois, ter a certeza queEle no vai levantar dificuldades no seu caminho.

    AUTO-PREOCUPAO

    Um dos maiores obstculos a impedir que recuperemosa alegria que temos perdido por causa da nossa frieza edesvio a nossa "preocupao com a nossa prpria pessoa.Tentamos melhorar o que no pode ser melhorado, poralguma forma de auto-cultura. Mesmo ter por objeto anossa felicidade, vitria sobre o pecado ou servio parao Senhor, constitui uma forma subtil dessa coisa terrvelque se pode chamar auto-preocupao.

    bom que nos lembremos dos dias passados, queexaminemos os nossos caminhos e nos julguemos a nsmesmos sem misericrdia; mas isto, s por si, nunca podefazer voltar de novo a alegria.

    O presente autor foi, uma vez, introduzido numasala, onde uma menina estava sentada a um piano, tocandouma ria muito simples. Ficou, evidentemente, muito atra-

    palhada com a presena dum visitante e comeou a tocarmuitas teclas erradas. Depois, desviando o seu olhar damsica que tinha sua frente, comeou a olhar para osdedos, num esforo para os colocar nas teclas devidas.Escusado dizer que os enganos tomaram-se cada vezmais e em breve teve de desistir de tocar.

    Olhar para os dedos era a pior coisa que a menina

    podia fazer. Se ela conservasse os olhos fitos na folha demsica sua frente, poderia ter corrigido os erros econtinuado a tocar.

    Assim, se nos preocuparmos com ns mesmos e asnossas falhas, a nossa frieza e falta de poder, certamentefracassaremos. A recuperao no vem desta maneira. Se,

    porm, nos julgarmos com sinceridade pela nossa negli-

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    A COMPREENS O DO ESPRITO SANTO

    gnca e loucura, e olharmos para Cristo, buscando a Suapresena, pode ser, e h-de ser, que o acorde perdido tor-nar a ser tocado 1

    Em tudo isto, teremos o poderoso e bondoso auxliodo Esprito Santo; porque, desviando o olhar da nossapreocupao com ns mesmos e fitando-o em Cri sto, etendo-O sempre nos nossos pensamentos, faremos o con-trrio de entristecer o Esprito Santo. Estaremos a agra-dar-Lhe.

    Uma coisa pequena pode entristec-Lo; um poucode indiferena quanto quilo que Ele deseja levar-nos agozar; uma pequena falta de ateno ao Seu ministriode amor. Por outro lado, uma coisa insignificante podeagradar-Lhe; um pouco de desejo de conhecer mais acercade Cristo; um anelo para sermos melhor instrudos nos

    propsitos de Deus; isto agradar imenso ao EspritoSanto e obter o Seu - auxlio amoroso prontamente.

    O ACORDE PERDIDO RECUPERADO

    Se aquela senhora, sentada ao rgo, tentando emvo colocar os dedos novamente nas teclas que tocara,tivesse um ajudador sbio e bondoso, ela poderia ter achadode novo o acorde perdido. Suponhamos que uma mo de

    perito, que a dirigisse, fosse colocada sobre as mos dela,movendo os dedos para as teclas, que diferena isto teriafeito 1

    H Algum que pode fazer isto para ns, e o Esp-rito Santo. O ponto que falta estabelecer se ns consen -tiremos que Ele cumpra a Sua graciosa vontade em ns.

    Um estranho entrou h tempos na grande catedralde Freburg e pediu licena para tocar o famoso rgoda S.

    A princpio o organista recusou-se, mas, depois demuita insistncia, e talvez uma gratificao, cedeu ao

    pedido e permitiu que o estr anho tocasse, e este sentou-seao rgo.

    Os seus dedos, passando sobre as teclas, produziram

    A COMPREENS O DO ESPRITO SANTO 3

    7

    a msica mais maravilhosa e o organista escutou estupe-facto e encantado. Por fim, voltou-se para o msico edisse: D-me licena de perguntar como se chama,

    senhor ?Mendelssohn I respondeu o visitante, que era, de

    facto, esse clebre compositor.Imagine 1 que eu recusei autorizao a V. Ex."para

    tocar I disse o homem.Da mesma manera como Mendelssohn queria tocar o

    rgo de Freiburg, o Esprito Santo deseja produzir msicanos nossos coraes e vidas. Infelizmente, quantas vezesencontra uma recusa da nossa parte 1 Quantas vezes estor-vamos o Seu intento 1 Quantos de ns, olhando para trse meditando nas nossas vidas, teremos de exclamar, comvergonha, nas palavras do organista da S, Imagine Ique eu no Te deixei tocar I

    Despertemo-nos do nosso sono 1 Procuremos graapara lanar fora tod os .os obstculos e que o EspritoSanto tome o domnio completo sobre ns. Cessemos deO entristecer por falta de ateno ao Seu ministrio, eindiferena para com Aquele que Ele deseja tomar tudo

    para os nossos coraes.Ento, Ele poder encher-nos de gozo outra vez.

    Teremos novamente o privilgio de bebermos as guasdoces de comunho com o Senhor, e o poder, que nostem faltado, sentiremos de novo nas nossas vidas e nonosso testemunho. A orao ser um privilgio estimado egozado. Sentiremos imenso prazer em estudar as Escri-turas, e os nossos olhos sero abertos para que vejamoscoisas maravilhosas nas suas sagradas pginas.

    O PENHOR DO ESPRITO

    Falando acerca do futuro glorioso e certo que nosespera, Paulo diz que Deus foi quem para isto mesmonos preparou e que nos deu, tambm, o penhor doEsprito (lI Corntios 5: 5). Ele , assim, o Penhor daherana que nos espera (Efsios 1: 14).

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    Como o Selo, dado para segurar, para Deus, tudoo que a Deus pertence, e que ser para Sua glria parasempre. Mas, como Penhor, dado para nossa consolao

    e certeza, nos nossos coraes (lI Corntios I : 22).Mas ainda h mais que ver na palavra traduzidapenhor. O Esprito Santo, que nos foi dado, a garantiade que, num dia futuro, ser-nos- dada a plena posseda herana reservada para ns no Cu. Mais ainda, Ele a primeira prestao adiantada, daquela herana,o meio, pelo qual podemos entrar j na realidade egozo dela.

    Vou dar uma ilustrao. Vou fazer uma viagem debarco para alm mar e prometo ao meu filho, de dozeanos, lev-lo comigo. Para maior alegria a bordo, comproum telescpio para ele, no um briquedo mas um bominstrumento para ele usar enquanto o navio segue o seu

    rumo. A ddiva uma certeza para ele, da minha parte,que tenciono lev-lo comigo na viagem.Mas ainda mais do que isto. Quando a viagem est

    a acabar, ouvimos dizer que a terra est vista. Novejo nada, mas o meu filho, olhando pelo telescpio, dizque v distintamente umas serras. Dali o pouco eu prin-cipio a traar o esboo das serras, mas o rapaz exclama:Vejo muitas rvores e algumas casas. Um pouco maistarde estas coisas tomam-se visveis a olho nu, mas omenino diz: Paizinho, vejo muita gente no cais.

    O telescpio d-lhe uma viso mais ntida da terrapara onde vai. Ajuda-o a entrever muita coisa antes del chegar. isto que o Esprito faz para o crente na qua-lidade de Penhor. H um hino em ingls que diz :

    OEsprito concede a visoD' Aquele que resplendente.

    este o caso; Ele d-nos viso espiritual mais ntida;traz para a arena do gozo presente as coisas grandiosasque constituem a nossa herana eterna; habilita-nos j,

    por assim dizer, a respirarmos a atmosfera do Cu, e aganharmos conhecimento do que l se encontra.

    Tudo isto se tomaria cada vez mais real para ns se,

    to smente, andssemos no poder do Esprito no entris-tecido, e Lhe entregssemos o controle das nossas vidas.

    POSSUDOS

    um facto triste que grande nmero de crentes ficamsatisfeitos apenas por saber que o Esprito Santo habitaneles, e nunca os deixar, sem se preocuparem com anecessidade de deixarem que Ele os possua e domine.Ser o leitor um dos tais? Podes louvar a Deus porque

    possuis oEsprito Santo, mas a, questo que precisas deencarar : Ser que oEsprito Santo tem posse de ti?

    H diferentes espcies de pessoas possudas nomundo. Nos Evangelhos, lemos acerca daqueles que eram

    possudos por demnios. Maria Madalena era uma dessaspessoas. O seu pobre corpo tinha sido habitao de setedemnios. H, tambm, pessoas auto-possudas. O seunome legio (sem nmero). Encontram-se em todas ascidades; so pessoas Crists, sossegadas, respeitveis ehonestas, orgulhando-se da sua moderao e da impossi-

    bilidade de serem levadas por um excesso de zelo ouentusiasmo! Escutai as suas oraes em pblico; as suas

    palavras so correctas, calma a sua maneira, bem livrede tudo que se aproxima dofervor, que uma das condi-es indispensveis para que a orao do justo seja aten-dida (Tiago 5 : 16) (Figueiredo). Eles so felizes? Gosto-samente, ento, os deixaremos para gozarem tal felicidade.

    Alm dessas pessoas, h, no mundo, homens e mulhe-respossudos pelo Esprito Santo. Prouvera a Deus quepudssemos dizer que o seu nmero era, tambm, legio!

    Os seus pensamentos no so mundanos, as suasvidas so de sacrifcio voluntrio, so fervorosos e consa-grados nos seus esforos para trazerem outros ao Salvador,

    possuindo poder com Deus na orao, tudo o que h nelestestifica o facto de o Esprito Santo haver tomado posse

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    deles para Cristo, enchendo os seus olhos com a viso daSua glria, os seus lbios com o Seu louvor e os seuscoraes com o Seu amor. Pois, quando o Esprito Santotoma posse de algum, a favor de Cristo, a fim de queCristo seja supremo nas afeies dessa pessoa e proemi-nente na sua vida.

    No seria bom orarmos fervorosamente que muitosdos tais homens, possudos por Cristo, dominados peloEsprito Santo, possam surgir nestes dias de frieza e retro-cesso espiritual? Roguemos a Deus que ns mesmos este-amos entre esse nmero; e, o que pedimos, vamos lanar

    mos obra para realizar, de todo o corao.

    CHEIOS DO ESPRITO

    Ao tratarmos deste assunto, convm lembrarmo-nosque impossvel encher um vaso com uma coisa sem queesteja vazio de coisa diferente. Para podermos ser cheios

    do Esprito, devemos estar preparados para lanarmosfora todas as coisas contrrias que tenham lugar no nossocorao e mente. As coisas que impedem comunho como Senhor tero de ser abandonadas se queremos ser assimcheios.

    Ns devemos procurar ser cheios do Esprito. Mascompreendamos bem que Deus no nos enche do Seu

    Espirito do lado de fora, mas do interior.Uma visita no enche a nossa casa. Fica apenas

    naquela parte da casa onde a tivermos reservado. Se,porm, colocarmos toda a casa ao seu dispor, dando-lheas chaves de todas as dependncias e armrios, ele, ento,enche o estabelecimento. No que ele venha de fora;ele j se encontra l, mas est, agora, pelo nosso acto deentrega, de plena posse da casa e domnio absoluto.

    mesmo assim com o Esprito Santo. Muitas vezesO limitamos a certas partes das nossas experincias e vidas.Mas Ele deseja ficar em contrle de tudo e possuir-noscompletamente para o Senhor Jesus. Quando, gostosa-mente, entregarmos ao Seu domnio todo o estabelecimento

    do nosso ser, Ele encontra-se em plena posse e, nestesentido, enche-nos. Como singela e razovel esta verdade I

    ENCHIDOS E ESVAZIADOS

    Espero que o leitor no tenha tomado por meraaxioma a afirmao que nenhum vaso se pode encher dema coisa sem ser esvaziado de outra. Tambm verdade

    que, a no ser que se produza um vcuo, por meio dumaparelho, nenhum vaso pode estar vazio de uma coisa,sem estar cheio de outra.

    Isto sugere uma questo de grande momento prtico,ligada com o sermos cheios do Esprito Santo. Devemosser esvaziados a fim de sermos cheios? Ou somos enchidosa fim de sermos vazios?

    Uma escola proeminente de professores declara sero primeiro o mtodo correcto. H pessoas fervorosas que

    procuram constantemente ver-se livres dos impedimentos

    por meio de contnuas oraes e jejuns, por auto-mortifi-caes e esforos pacientes e persistentes. Mas, por qual-quer razo, este plano no d o resultado.

    Suponhamos que seguro na mo um copo, aparente-mente vazio. Na realidade est cheio de ar. Como podereitirar todo o ar? No por virar e sacudir violentamente ocopo, certamente; nem limpando-o com um pano. Podetirar-se o ar todo pelo simples processo de o colocarna mesa sossegadamente e ench-lo, em seguida, de gua.Fica esvaziado duma coisa, enchendo-o com outra coisa.

    H coisas nas nossas vidas de crentes que no tmdireito de estar l. H motivos indignos, pensamentosimpuros, desejos cobiosos, egosmos e toda a espcie decoisas tais. Precisam de ser lanadas fora to certamentecomo os vendilhes de gado e cambistas precisaram deser expulsos do templo. Mas reparemos bem que, emJoo 2, o enchimento das talhas vem primeiro; o esvaziardo templo vem depois.

    esta a ordem das coisas. Quando levantamos osolhos para contemplarmos o rosto de Cristo, no tanto

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    o mesmo pode dizer-se quanto ao Esprito ter enchidoJoo Baptista, Elizabeth, Zacarias (Lucas 1: 15,41,67),Pedro, em Actos 4: 8, e Paulo em Actos 13: 9.

    Mas em certos casos, o enchimento era normal e con-tnuo. Os homens eram caracterizadospor estarem cheiosdo Esprito Santo. Foi este o caso dos sete vares emActos 6: 3, e com Barnab (Actos 11: 24). Parece tersido caracterstico, por algum tempo pelo menos, dosdiscpulos em Antiquia da Pisdia (Actos 13: 52). A exor-tao de Efsios 5 : 18 coloca fora de dvida, que a vontadede Deus que este seja o estado normal e devido de cadacrente em Cristo. Infelizmente, quo poucos, em compara-o, vivem altura destas condies !

    No h nada de misterioso acerca disto. A epstolaaos Efsios tem muito a dizer acerca do Esprito Santo.A epstola paralela quase nem fala acerca do Esprito Santo,mas salienta a glria pessoal de Cristo.

    Em Efsios, Paulo diz: enchei-vos do Esprito, aopasso que, em Colossenses, diz: A palavra de Cristo habiteem vs, abundantemente (3: 16). O que significa aquia palavra? O Dr. Moafatt traduziu: A inspirao deCristo habite no vosso meio. Significa quase a mesmacoisa; no r igorosamente um assunto individual; nasnossas relaes, uns com os outros, o Esprito Santo deveencher-nos e activar-nos. O que ser isto, seno a Palavrade Cristo em poder e na prtica?

    MAIS DELE?

    Ouve-se dizer, muitas vezes, da boca dum crente.emitindo um suspiro: Sei que Deus me deu o Seu Esp-rito Santo, mas suponho que preciso de orar, pedndomais d'Ele.

    No penso que isto seja correcto. A verdadeira razoda nossa baixa condio espiritual no que precisemosmais do Esprito Santo, mas, sim, que Ele precisa maisde ti e de mim J

    Vamos considerar a seguinte ilustrao: Uma visita

    vem hospedar-se na nossa casa durante algumas semanas.Tratamos o nosso hspede com toda a cortesia, mas espe-ramos que ele se limite a ficar apenas naquela parte dacasa que lhe tivermos franqueado.

    Ora, no assim que o Esprito Santo deseja sertratado. Ele veio fixar a Sua residncia em ns, no comomera visita ou hspede, mas para tomar inteira posse detodo o prdio do nosso ser, para o Senhor Jesus. Para queEle possa fazer isto, no devemos ter seces reservadasda nossa vida, conservando fechados alguns comparti-mentos do corao para no O deixarmos entrar; devemosentregar-Lhe, por assim dizer, todas as chaves de todas.as -divises da casa.

    No tem grande importncia qual seja o nome quedemos a esta aco, Pode chamar-se consagrao, ou ren-dio absoluta, ou qualquer outra coisa. No o nomeque interessa, conquanto se conhea a realidade deste por-menor. Mas uma coisa fica bem clara, e que, se desejar-mos ficar cheios do Esprito Santo, devemos permitir que

    Ele tenha domnio absoluto sobre ns.

    A necessidade premente da actualidade que hajahomens e mulheres dotados de f para entrarem na possedos seus privilgios dados por Deus. O que no poderiao poder de Deus conseguir por meio de um grupo de

    pessoas, vazios do mundo e cheios do Esprito 1

    O COMISSRIO DO PAI

    Alm de vir do Cu como Representante de Cristo, oEsprito Santo est aqui como procedente do Pai (Joo15 : 26). Um grande objecto da Sua misso no mundo o de formar uma noiva para Cristo e traz-Ia para oSeu Noivo celestial. Isto encontra-se ilustrado belamentena narrativa em Gnesis 24.

    Quando alguma coisa descrita pormenorizadamentena Bblia, porque h um significado figurativo na hist-ria. Chama-se a nossa ateno, portanto, para esta narra-tiva, pelo facto de ser comprida. Enche sessenta e sete

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    versiculos. Vale a pena, antes de prosseguir, refrescar amemria com a leitura de todo este captulo.

    A histria tecida volta de quatro pessoas: umpai, Abrao; seu filho, Isaac; um servo, cujo nome no- dado; e a noiva, Rebeca.

    Abrao , aqui, figura de Deus. Foi ele que enviou oseu fiel servo para buscar e trazer uma noiva para o seufilho, tal como o Pai mandou o Esprito Santo, Seu Comis-srio, para este fim. O filho, Isaac, representa Cristo. Nocaptulo 22, ele foi recobrado, em figura, da morte(Hebreus II : 19), desta maneira tornando-se a figura deCristo ressuscitado.

    O servo ilustra o Esprito Santo. Se ele era Elezer,o mordomo de Abrao quarenta anos antes, o silncio nestecaptulo, quanto ao seu nome, tanto mais notvel. Umnome aqui estragaria a figura do Esprito Santo. O nomechama a ateno para o que a pessoa . O Pai e o Filhotm Nomes gloriosos, mas o Esprito Santo no tem qual-quer Nome. Ele no .est aqui para atrair as atenes

    para Si, nem para Se apresentar como um objectivo, mas'para servir os propsitos do Pai em relao ao Filho.Rebeca ilustra a Igreja. O estudo das figuras no Velho

    'Testamento sugere, fortemente, que a Igreja, e no Israel,nem um remanescente de Israel, que a Noiva de Cristo.Em Apocalipse 22: 16, Jesus envia o anjo para testificarnas igrejas; e ali (nas igrejas, e no nas sinagogas),que a voz da Noiva d resposta. O Esprito e a Esposadzem : Vem. Ela fala com o Esprito, como ensinada porEle. Ela tem o Esprito Santo, portanto, antes da vinda doSenhor. Israel no ter o Esprito at o raiar dum diafuturo. Rebeca, a noiva, ento, representa a Igreja, agrande companhia dos redimidos, desde o Pentecostes at.a trasladao da Igreja para a casa do Pai.

    O CONDUTOR DOS SANTOS

    Ezequiel, na sua viso das coisas gloriosas que estopara vir, foi guiado por um homem que tinha uma cana

    de medir na sua mo. Ao contrrio do mensageiro celes-tial que apareceu a Daniel (Daniel 9: 21), este homemno tinha nome. considerado, correctamente, como figurado Esprito Santo, como Aquele que esquadrinha, por ns,.as coisas profundas de Deus para que nos possa conduzir. compreenso delas (I Corintios 2: 10).

    Ele o condutor dos santos nas coisas grandiosas esantas de Deus.

    O homem com a cana apelava para os olhos, osouvidos e o corao do profeta (40: 4). O Esprito Santodeseja ter a nossa ateno, no dividida e cheio de entu-:siasmo.

    Depois de o conduzir a profundezas insondveis degraa (47: 5), o homem com a vara de medir conduzEzequel de novo ao ponto de partida, que se tornou, nessaaltura, lugar de produo de fruto. Assim, o EspritoSanto, tendo-nos tornado compreendedores de coisasgrandes e maravilhosas, leva-nos, aqui no mundo, a pro-duzir fruto para Aquele a Quem pertencemos .

    O DIRIGENTE DOS SERVOS

    O grande proprietrio, Boaz, o parente-remidor que to notvel figura de Cristo, tinha um homem que orepresentava no campo da seara, o moo que estava posto.sobre os segadores (Ruth 2: 5). Ele dirigia os jovens quefaziam o trabalho; estava encarregado na direco dasoperaes no campo. Este encarregado uma figura muitoapropriada do Esprito Santo.

    Ele estava bem ao corrente da histria passada deRuth e dos seus desejos e exerccios espirituais. Foi elequem a apresentou a Boaz .

    O Esprito Santo conhece todos os desejos e exerccios

    espirituais que existem nas nossas almas. No foi Ele, por-ventura, Quem os produziu em ns? E Ele que faz oservio tremendo de nos apresentar a Cristo, e animar-o nosso conhecimento pessoal com Ele.

    O Esprito Santo representa o Senhor no meio de

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    todas as actividades da Seara. Ele est encarregado doservio, dirigindo os servos e dando-lhes foras e energia

    para os seus trabalhos.Como servos do Senhor, temos de olhar para Ele

    para que nos guie. Ele guia, na realidade: mas toma aSua direco eficaz, e podemos reconhecer e obedecer aessa direco pelo Esprito Santo, o verdadeiro Represen-tante de Cristo na terra.

    AQUELE QUE COMPELE O PECADOR

    O Esprito Santo aparece nesta qualidade na par-bola da grande ceia (Lucas 14: 16 a 23). Porque, eviden-temente, mais ningum seno Ele s tem o poder de com-

    pulso. Os pregadores podempersuadir os homens (lICorntios 5: 11), mas s Ele tem o poder de compelir,

    Notemos o esboo da parbola:1. Mandou-se o servo com uma chamada urgente

    para os muitos, que tinham sido j convidados. Anun-ca-lhes que j tudo estpreparado e faz o apelo aosconvidados que venham.

    2. Todos recusam o convite. No o caso de algunsaceitarem o convite e outros recusarem. Nem uma s

    pessoa sente desejo de assistir ao banquete que a graaproveu. Todos apresentam as suas desculpas.

    3. O servo comunica essa recusa universal, e nisto mandado para juntar os pobres, aleijados, mancos ecegos das ruas e ilhas da cidade.

    4. No havendo bastantes destes para encher a casa,o servo enviado ainda mais longe, paraforar os homensa entrar.

    Esta parbola exibe a diferena entre a livre graae a misericrdia soberana. A graa dirige-se a toda agente, sem distino, e clama: Todo o que quiser, venha.Mas todos se recusam.No existe uma s alma na terraque, naturalmente, deseje participar nas grandes bnosde Deus. Ento a misericrdia, soberana, que elege, prin-cipia a agir. O Esprito Santo opera, com poder constran-

    gedor, nas almas de alguns (no todos),' e assim soconstrangidos a vir.

    Por que o Esprito Santo quisesse operar nos nossoscoraes, produzindo convico do pecado e arrependi-mento, e no nos coraes dos nossos vizinhos, ummistrio que no sabemos explicar. Mas sabemos que,se Ele no nos tivesse compelido assim, nunca teramosvindo.

    CAPTULO SETE

    A TESTEMUNHA

    O que devemos compreender pela expresso o teste-munho do Esprito, acerca da qual alguns crentes tantofalam? As Escrituras falam disto e bastantes almas zelosas,

    com noes vagas e erradas acerca do seu significado,tm desejado intensamente, ansiosa e quase desesperada-mente, durante muitos tristes anos, receber tal testemunho.Mas a questo , o que ser e o que significa?

    Vejamos, precisamente, o que vem a ser o testemunho-do Esprito. Em Hebreus 10, podemos ler os versculos15, 16 e 17: E tambm o Esprito Santo no-lo testifica,

    porque, depois de haver dito: Este o concerto que fareicom eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas.leis em seus coraes, e as escreverei em seus entendi-mentos; acrescenta: E jamais me lembrarei dos seus peca-dos e das suas iniquidades.

    H duas coisas que se tomam evidentes nesta passa-gem: a primeira que o Prprio Esprito Santo toma o'

    lugar duma testemunha; a segunda, o que o testemunhoque o Esprito Santo d?

    Tratando-se de assuntos de cada dia, percebe-se comfacilidade a diferena entre a testemunha e o seu teste-munho. Suponhamos que o leitor chamado para depornum tribunal. Chega o dia do julgamento e a testemunha..

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    toma o seu lugar entre as outras. Quando chegar a suavez para ser chamada, entra na sala e vai para o lugarque lhe indicado e ali declara o que sabe sobre o casoa ser julgado. O que diz seu depoimento, ou testemunho.

    Assim, nesta passagem, o Esprito Santo a testemunhae o Seu depoimento feito, como seria o do leitor, emlinguagem humana e simples.

    A PESSOA E O SEU TESTEMUNHO

    Imagine! ser o Esprito Santo uma testemunha I Aqui-est quem maior do que Gabriel, superior a todos os.anjos em conjunto, Cuja palavra muito acima da deles,-como o Criador acima da criatura. Poderemos ter umatestemunha mais honrada do que o Esprito Santo? maisfiel e digno de confiana do que o Esprito de Verdade?SeEle testifica, ento, .fora de toda a dvida, o Seu teste-munho verdadeiro; SeEle depe, as Suas palavras no.podem ser abaladas, desautorizadas ou alteradas, podem-ser recebidas sem reserva. O testemunho do Esprito ,:na verdade, o alicerce firme da nossa f. Coisa mais firme:no se pode encontrar no Cu ou na terra.

    Demos mais um passo frente. O que que o Esp-Jrito testifica? Ao responder a esta pergunta, lembremo-nos-que um dos pontos principais em Hebreus 9 e 10 a.remoo da conscincia da presso e do fardo dos pecados.O argumento do autor da Epstola que os sacrifcios-oferecidos nos altares judaicos nunca conseguiram purificar:a conscincia. Ainda que dessem alguma medida de alvio,.era impossvel que conseguissem limpar completamenteos mnistrantes. Mesmo os grandes sacrifcios do Dia da

    Expiao traziam a memria dos seus pecados conscin--cia do povo e mostravam que a questo solene da culpae dos pecados no ficava arrumada de vez epara sempre(Hebreus 10: 3).

    Mas quando se escreveu a Epstola aos Hebreus, jfora oferecido o Grande Sacrifcio. Havia sido derramadooprecioso sangue expiador, cuja eficcia permanece sem

    diminuio de poder. No dimanaro resultados mais ricosdeste sacrifcio do que aqueles que provinham dos holo-caustos judaicos? Podero desassossego e incerteza, porven-tura, e uma conscincia atribulada, ser a poro daqueles

    que se abrigaram sob a proteco do sangue de Cristo?Impossvel! Com uma s oblao, aperfeioou parasempre os que so santificados, do que o Esprito Santonos testifica (Hebreus 10: 14, 15). Aperfeioada para

    sempre JPalavras maravilhosas I A questo dos nossospecados nunca mais tem de ser tratada,pois ficou arru-mada e posta de parte para eterno descanso. Tal otestemunho deste captulo. Ponderemos bem esta gloriosaverdade!

    Segue-se, depois, o testemunho distinto e confirma-trio do Esprito Santo, um testemunho dado em palavrasduma clareza e s implicidade espantosas. tirado de Jere-mias 31 : 33,34, e citado mais especialmente por causa daspalavras finais. Que palavras so essas? Qual o teste-munho desta testemunha divina? Escuta-o I pois o ouvidonunca ouviu palavras mais doces, mais abenoadas. oseguinte: Nunca mais me lembrarei dos seus pecados.Alguma testemunha em tribunais do mundo j deu teste-munho mais daro ou mais perfeito?

    O testemunho do Esprito no uma coisa vaga, miste-riosa e difcil de explicar. um testemunhofalado, umtestemunho escrito, e, graas a Deus, no foi escrito emcaracteres incertos e mutveis, tais como sentimentos eatitudes, que hoje esto duma forma e amanh se apre-sentam de forma diferente. O testemunho do Esprito firme e invarivel; est gravado nas pginas imperecveisdaquele Livro de Deus vivo, que chamamos a Bblia;

    ali que o Esprito nos testi fica que dos nossos pecados edas nossas iniquidades, Deus nunca mais se lembrar .Elejamais se lembrar deles. J foram lembrados.

    todos eles, pequenos e grandes. Todos os pecados da nossahistria terrestre, desde infncia at juventude, da juven-tude at varonilidade e da ,at velhice; em resumo,todos os nossos pecados j foram trazidos perante Deus.

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    Algum pergunta: Onde foi? e quando? Respondo: noCalvrio. Ali, o Salvador sofreu por causa deles, o [usto

    pelos injustos. Ali, Deus se lembrou deles, e tratou comEle acerca deles. Por isso que o Esprito Santo testfica,que eles nunca jamais viro em memria perante Deus.

    E agora, onde quer que se encontre uma Bblia, dedia e de noite, em terra ou mar, na Primavera e Vero.Outono e Inverno, nos vales e nos montes, entre o afandos negcios e o sossego do lar, na doena e sade, emdias alegres ou sombrios, em ocasies de dvidas ou def inabalvel, sempre e em todas as circunstncias, oEsprito Santo d testemunho deste facto estupendo, queDeus nunca jamais se lembrar dos nossos pecados e dasnossa iniquidades.

    A todos os crentes de igual maneira, os mais novose os mais idosos, os mais culpados e os mais perfeitos.os mais tristes e os mais alegres, este bendito testemunho

    dado. No conhece altos e baixos, nunca muda, nuncavaria, nunca retirado, mas sempre o mesmo, ontem.hoje e eternamente.

    O que se h -de fazer com este testemunho do Esprito?Ou, antes, o que se devia fazer com ele? Desacredit-Ia.olhar para ele com suspeitas, hesitar em receb-Ia comouma coisa demasiadamente simples, ou grandiosa, felizdemais para ser verdadeira? Deus no o permita I Istoseria uma pobre recompensa para to grande graa. Umacoisa to somente devia ser feita: deve ser acreditado [

    E, onde quer que este testemunho acreditado, alise conhece e goza perfeita paz, quanto ao perdo dos

    pecados. No se podem separar estas coisas, porque uma

    segue a outra to certamente como os efeitos seguem scausas. Era to impossvel que algum recebesse o teste-munho do Esprito e no tivesse sossego interior quantoaos seus pecados, como podermos abrir de par em paras portas das janelas dum quarto escuro durante o dia.sem que a luz do Sol entrasse e enchesse o quarto declaridade.

    O TESTEMUNHO A E COM

    Pelo sacrifcio do Cal vrio, uma vez oferecido, osnossos pecados so tirados da conscincia, ou, como expressado em Hebreus 1 : 2, nunca mais temos cons-cincia de pecado. O precioso sangue de Cristo removeos nossos pecados de debaixo do olhar de Deus; e o teste-munho do Esprito, de que, por esse motivo, Deus jamais

    se lembrar deles, se acreditarmos nele, tira o peso conde-nadar da conscincia.

    H numerosas pessoas, cujos pecados desapareceramda vista de Deus, mas no das suas conscincias. Se eutenho uma dvida e no posso pag -la, no gosto de meencontrar com o meu credor. Suponhamos que algum

    paga a dvida por mim, mas nunca me diz uma palavraacerca disso, a dvida ainda est sobre a minha conscincia

    eperturba-me, ainda que tenha sido paga. Preciso, nos que me paguem a dvida, mas saber, tambm, queela foi paga. A nica oblao de Cristo sobre a cruz o

    pagamento, e o testemunho do Esprito dado para eusaber que tudo ficou arrumado. Jamais me lembrarei dosseus pecados e das suas iniquidades. Testemunho aben-oado I Que cada leitor possa receb-Ia I

    Mas h uma passagem em Romanos 8, que trata dotestemunho do Esprito de forma diferente. Vou cit-Ia:O mesmo Esprito testifica com o nosso Esprito, quesomos filhos de Deus (Romanos 8: 16).

    O testemunho dado aqui no o mesmo que emHebreus 10: 17. Pode ajudar o leitor a discernir a dife-

    , rena se observar que, em Hebreus 10, o Esprito nos

    testifica, a ns, ao passo que, em Romanos, o Espritotestifica com o nosso esprito. Alm disso, no primeiro caso,

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    mente, uma coisa, mas um assunto muito diferenteque Ele fizesse, daquele que foi perdoado, um filho Seu.

    um facto notvel, em ligao com o assunto emdiscusso, que o Esprito Santo nunca nomeado naEpstola aos Romanos, excepto incidentalmente no cap-tulo 1: 4; at chegarmos ao captulo 5. Este silncio significante. Deus no quer que confundamos, ou mistu-remos, a operao do Esprito com a obra expiatria deCristo. Por isso, no encontramos qualquer ensino sobreO lugar e a obra do Esprito at que cheguemos ao cap-tulo 8, e ento, estes so tratados desenvolvidamente.

    A VIDA ETERNA

    Antes de conclurmos o nosso estudo sobre esteassunto importante, ainda h mais uma passagem paraexaminarmos, na qual, O testemunho do Esprito encontralugar: I Joo 5: 6 a 13. Aqui est em ligao com outrasverdades ainda. No o caso, aqui, que o Esprito Sant onos testifica que os nossos pecados e iniquidades jamais:sero lembrados, nem o do Esprito testificar com o nossoesprito que somos filhos de Deus. O testemunho aqui dizrespeito grande e gloriosa verdade que Deus nos deua vida eterna, e que esta vida est em Seu Filho.

    Trs so os que testificam na terra: O Esprito, e agua, e o sangue - trs testemunhas, mas s um teste-munho. Estas trs testemunham em Nome de Deus, quea vida eterna nos pertence.

    Quem cr no Filho de Deus, em si mesmo tem otestemunho. O que quer isto dizer? Simplesmente, queo prprio Esprito Santo habita no cor po do cren te. Ou

    no sabeis que o nosso corpo o templo do Esprito Santo,que habita em vs? (I Corintios 6: 19). O crente, aonascer de novo, purificado com o precioso sangue deCristo, selado com o Esprito Santo dapromessa: e oEsprito, assim dado, a testemunha para ele do factode ele possuir a vida eterna, bem como as primcias doque vai herdar naquele dia de glria futura (Efsios 1:13).

    o sangue e a gua correram do lado de Jesus, feridocom a lana do centurio. Ora, a morte de Jesus, nofala somente da expiao feita, mas, tambm, do fecho,sob o julgamento de Deus, da nossa histria como filhos

    de Ado. A vida que herdmos do primeiro Ado intei-ramente m, no princpio da sua vontade, e seria impos-svel que vivssemos, diante de Deus, nessa vida. A Vida,isto , a vida eterna, vem fluindo at ns duma nascentecelestal, que somente o Filho de Deus. O crente parti-cipa nesta vida mesmo agora.

    Notemos o argumento do Apstolo em toda est apassagem. Recebemos sem hesitao o testemunho doshomens; somos obrigados a receb-Ia acerca de mil coisas.Mas, no testemunho humano, h possibilidade de haverenganos, mesmo quando no houver inteno de induzirem erro. Com Deus, tal coisa impossvel. O seu teste-munho portanto, incomparvelmente maior do que odos homens, e, se acreditamos a palavra do homem, quantomais devemos acreditar na palavra de Deus. Duvidar d'Eleequivale a fazer d'Ele um mentiroso. Concordo que estalinguagem forte, mas so precisamente as palavras queencontramos no versculo 10.

    Tal o testemunho de Deus para todos os quecrem e o fim pelo qual foi dado. O leitorj recebeueste testemunho divino? Sabe, com certeza, que tem avida eterna? Se no sabe, por que no sabe?

    CAPTULO OITO

    o CORPO DO CRENTE

    importante que reparemos que se diz que o EspritoSanto habita em nossos corpos e no nas nossas almas,ou mentes, ou conscincias. No sabeis - pergunta oApstolo aos crentes de Corinto - que o vosso corpo o

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    templo do Esprito Santo, que habita em vs? (I Corn-. tios 6: 19).

    Este facto d grande importncia ao corpo, e deviatornar-nos muito cautelosos quanto quilo que lemos, scoisas para as quais olhamos com os nossos olhos, o quedizemos com as nossas lnguas, o que fazemos com asnossas mos, o que ouvimos com os nossos ouvidos e ondevamos com os nossos ps.

    No somos de ns mesmos. Fomos comprados porbom preo e pertencemos a Cristo. O Esprito Santo foicolocado dentro de ns como Representante do nossoDono, e, por isso, o nosso corpo Seu templo.

    Esta verdade abrange outra. Aquele que habita emns o Esprito d' Aquele que dos mortos ressuscitoua Jesus (Romanos 8: 11). A Sua presena em nossoscorpos a garantia e a prova do que far com os corposnos quais habita. Por Ele, Deus o') vivificar. O tempo futuro. O significado de vivificar no Novo Testa-mento tornar vivo. Um corpo vivificado no maisest sujeito corrupo ou morte. Esta grande mudanaque aguarda os nossos corpos garantida pelo facto do

    Esprito Santo habitar em ns.Pelo facto de Ele habitar em ns, os nossos corpostornaram-se os vasos, atravs dos quais Deus tem sidoglorificado e Cristo manifestado, embora duma maneirato fraca e imperfeita 1 Por isso, Deus no os deixar

    perecer. A mesma fora poderosa que j vivificou as nossasalmas, do estado de morte espiritual (Efsios 2 : 5), tocaros nossos corpos. Estes vivero, tambm, a vida de ressur-reio, na semelhana de Cristo (Filipenses 3: 21).

    Podemos mencionar, agora, outro ponto de grandeinteresse. digno de nota que o Salvador fez certascoisas depois da Sua ressurreio,pelo Esprito Santo.Aprendemos esta verdade em Actos 1 : 2. Isto sugere que

    ns, tambm, teremos o Esprito Santo ainda habitandoem ns no nosso estado de ressurreio, e que faremoscoisas mediante o Seu poder.

    O CRENTE EXTRAVIADO E O PECADOQUE No TEM PERDO

    O crente extraviado, por mais que tenha pecado e oseu corao e conscincia se tenham endurecido, no semelhante aos escribas malvados que declararam que oEsprito Santo era um esprito imundo e que Jesus erauma pessoa reles, possesso desse esprito imundo. O crenteextraviado no vai denunciar Cristo como fonte de imun-dcie; a sua dificuldade um assunto pessoal. Ele sabe

    perfeitamente que s pode culpar-se a si mesmo pela suacondio e reconhece que Cristo santo e bom.

    J tive ocasio de dizer a algumas pessoas que, nasua profunda tristeza e pecado, imaginam que cometeramo pecado que no tem perdo, O seguinte: Se eu pudesseconvenc-lo que a sua salvao possvel, desejaria sersalvo? Sempre, em cada caso, a resposta imediata era:Sim, sem dvida; com quanta satisfao lanaria moda oportunidade, se a tivesse 1, ou palavras com efeitosemelhante.Perguntei, em seguida: Por quem desejaria ser salvo?

    Por Cristo, evidentemente, pois Ele o nico Sal-vador.O que me diz?! Confiaria, para a sua salvao, num

    homem possesso dum esprito maligno?! Ora, certamenteque no confiaria o seu gato a tal pessoa por meia hora,quanto menos a sua preciosa alma por toda a eternidade I

    Em alguns dos casos, estas palavras foram o suficientepara deixar entrar a luz e renovar a esperana na almadesesperada; pois nenhuma dessas pessoas jamais pensa-ram semelhante coisa horrvel acerca do Santo de Deus.Contudo, esta a blasfmia contra o Esprito Santo; afir-mar que Aquele, por cujo poder o Senhor Jesus expulsavaos demnios, era, Ele Mesmo, um esprito imundo!

    Anima-te, pobre crente extraviado e desesperado.

    O teu pecado grande, mas no o pecado imperdovel.O Salvador espera para exercer a Sua graa; no ficar

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    A COMPREENS O DO ESPRITO SANTO

    surdo, mas escutar o teu clamor penitente. Ajoelha-teaos Seus ps; conta-Lhe a triste histria do teu pecado.Ele sarar os teus extravios e te ajudar na tua lutacontra a tentao.

    PARTICIPANTES DO ESPRITO SANTO

    Concordamos que a explicao dada no captulo ante-rior no remove inteiramente