A Construção Da Noção de Justiça Na Répública de Platão 1.Ppt Corr

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A construção da noção de justiça na República de Platão: Livros- I, II, III e IV

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Construção Da Noção de Justiça Na Répública de Platão

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  • A construo da noo de justia na Repblica de Plato: Livros- I, II, III e IV

  • Plato: O contexto histrico e o problema central da Repblica

    O contexto histrico e filosficoAtenas: DemocraciaOs poetas Homero e HesodoOs sofistas e ScratesA RepblicaComposta de dez livros Livros em que se principia a discusso acerca da justia : I, II, III, IVO que a justia?O ponto arquimediano do DilogoO dilogo que se move: a busca atravs da dialtica

  • Livro VII - A condio humana em relao instruo e ignorncia

  • Livro I Cfalo: a definio de justia como sabedoria de vida - o justo e o no justo na cultura da cidade-estado

    Cfalo os frutos colhidos na velhice resultam das escolhas feitas na juventudeAqueles que orientam sua vida por princpios que a tornam reta podem na velhice desfrutar:- de uma conscincia tranqila;- dos prazeres do dilogo;- do convvio dos amigos;- nada devem aos deuses aos homens; encontra-se em repouso e libertos das paixes (libertei-me do amor com o prazer de quem se liberta de um senhor colrico e truculento).Em nada adianta a riqueza se no se judicioso.

  • Aqueles que no orientam sua vida por princpios que a tornam reta, na velhice:

    - vivem a culpar os outros pelos seus sofrimentos;No compreende que:- no a velhice a causa de sofrimento e sim o carter das pessoas;- o homem que tem um bom carter suporta a velhice e aquele que no tem no suporta tanto a juventude quanto a velhice. Quando aproxima-se da morte o temor impera e o receio do Hades abala sua alma.

  • Cfalo nos apresenta a primeira definio de justia:Ser justo jamais enganar, mentir ou ser devedor dos homens e dos deuses. Justia proferir a verdade e restituir o que se tomou de algum

    Scrates a refuta:Em alguns casos recomendvel ser justo noutros noPolemarco filho de Cfalo e a sua definio de justia:Justo fazer bem aos amigos e mal aos inimigos Scrates a refuta:- o justo se parece com o ladro;- difcil reconhecer quem amigo e quem no o : quem amigo aquele que parece ou aquele que ?- fazer mal ao inimigo torn-lo injusto, produzir injustia, haja vista que a justia a virtude da alma:- os homens honestos so bons e justos e no tm a capacidade de cometer injustias. Conclui Scrates: Ser justo no fazer mal a ningum em nenhuma ocasio

  • O dilogo muda bruscamente: Trasmaco designa Scrates de tagarela e diz que ele limita-se a indagar e abstm-se de ensinar

    Trasmaco vocifera sua definio: A justia simplesmente o interesse do mais forteScrates prope investigar o sentido prtico desta definio para refut-laA primeira tentativa: a falibilidadeExemplos: os governantes fazem as leis e so os mais fortes :sejam eles tirnicos, aristocrticos ou democrticos Aquele que forte faz a lei que lhe convm e que o mais fraco deve cumprir. Com efeito, - justo cumprir a lei? - justia se confunde com legalidade? Ora, o governante pode falhar e ditar leis contrrias aos seus interesses. Em vista disso, quando vantajoso justo e desvantajoso injusto Logo, a justia tanto vantagem como desvantagem do mais forte Trasmaco diante da contradio afirma: Aquele que se engana o faz quando a cincia o abandona. Logo, o governante no se define pelos seus erros, pois enquanto tal infalvel

  • A segunda tentativa de Scrates para refutar Trasmaco: o exemplo das artes

    O verdadeiro piloto o chefe dos marinheiros ou o marinheiro? - chefe dos marinheiros! Ora , a arte no objetiva procurar e proporcionar a cada um o que vantajoso para ele?Portanto, a medicina no objetiva a sua prpria vantagem, mas a vantagem do corpoDo mesmo modo, nenhuma cincia prescreve a vantagem do mais forte mas a do mais fraco Logo, o governante, na medida em que governante, objetiva a vantagem do indivduo que governa e para quem exerce a sua arte Os homens de bem no querem governar de bom grado , nem pelas riquezas nem pelas honras. Se existisse uma cidade de homens bons seria provvel que nela se lutasse para fugir do poder

  • O contraexemplo de Trasmaco e a apologia da injustiaO homem justo em todos lugares inferior ao injusto:

    - no comrcio, quando se associam a um e a outro, nunca descobrirs, ao dissolver-se a sociedade, que o justo ganhou, mas que perdeu;- nos negcios pblicos, quando preciso pagar contribuies, o justo paga mais dos que seus iguais e o injusto menos;- nos negcios pblicos, quando se trata de receber, o justo no recebe nada e o injusto recebe muito;- quando um ou o outro ocupam algum cargo, acontece que o justo, deixa seus negcios domsticos periclitem, no tira nenhuma vantagem de sua funo, incorre no dio de seus parentes e conhecidos, ao recusar servi-los em detrimento da justia.

  • A concluso de Trasmaco

    As crticas contra a injustia nada mais so do que consequncias do medo de poder sofrer a injustia e no poder se defender dela

  • Scrates no satisfeito retoma a discussoA refutao da ideia de pastorear

    O que as artes tem em comum? Para cada arte h o bem prprio da arte e o bem do autor da arte No caso do pastoreio, h o bem do pastor e o bem das ovelhas. Portanto, por analogia, na arte de governar, h o bem dos mais fracos e o bem dos que governam. Logo, um no exclui o outro.

  • Scrates para superar Trasmaco usa o conceito delimitado de justia

    Um grupo de ladres ou governantes criam para o grupo uma noo de justia interna que gera a concrdia e a amizadeDa injustia interna nasce a desavena e o dioNo caso de apenas um indivduo A injustia produziria no mesmo a discrdia e o dio.

  • A concluso de Scrates

    H trs regies para aplicao de justia: - no indivduo;- no grupo; - e entre grupos. A condio da plena justia do grupo exigir a completa justia entre os indivduos. Em vista disso, a ideia de justia como vantagem ainda est presente, pois justia vantagem do grupo. Logo, uma cidade para ser senhora da outra s deve faz-lo por intermdio da justia.

  • Outras consideraes de Scrates sobre o Justo o Injusto:

    As analogias:O justo no prevalece sobre o seu semelhante, mas sobre o seu contrrio O injusto prevalece tanto sobre o seu semelhante e sobre o seu contrrio O msico no prevalece sobre o msico e somente sobre aquele que no conhece msicaO mdico no prevalece sobre o mdico e somente sobre aquele que ignora a medicinaEm vista disso, o homem sbio e bom no querer prevalecer sobre o seu semelhante , mas sobre aquele no lhe assemelhaLogo, o justo assemelha-se ao homem sbio e o bom e o injusto ao homem ignorante e ao mau

  • Concluso do livro I

    A justia a virtude da alma e a injustia seu vcio Logo, o homem justo feliz e comanda bem e o injusto infeliz e comanda mal

  • Livro IIO dilogo e o problema tico-poltico: a ordem socialGlauco e Adimanto apontam as dificuldades inerentes ao homem justo

    A justia um bem penoso, prefervel parecer justo do que s-lo natural que se parea justo, pois a vida do injusto melhor do que a do justo Glauco e Adimanto manifestam sua insatisfao com a definio e exige que Scrates os convenam que o justo melhor do que o injustoGlauco d sequncia aos argumentos de Trasmaco em defesa da injustia A maioria da pessoas pratica a justia porque ela traz vantagem e normal que os homens achem bom cometer a injustia e mal sofr-laE quando experimentam comet-la e sofr-la, aqueles que no podem evitar sofr-la entender ser til pactuar-se por meio das convenes, dos contratos e das leisA impotncia de cometer a injustia nos faz amar a justiaConclui Glauco: A justia decorre da falta de garantia para preservar-se contra o mal maior

  • Para corroborar suas ideias Glauco ir contar a histria do Anel de Giges e o poder da invisibilidade

    No h como diferenciar o justo o injusto: - o homem no justo pelo amor justia e sim porque coagido - a justia apenas aparncia, pois tanto o injusto como justo tm a mesma natureza - se o injusto e o justo se colocam em estado de fiscalizao, o injusto capaz de ludibriar, usar meios para confundir os demais e conseguir maiores vantagens do que aquele que justo.

  • Adimanto intervm para reforar os argumentos de Glauco

    - Os pais ensinam aos seus filhos que sejam justos pela reputao moral que eles podem usufruir e no pelo amor justia. Scrates apresenta argumentos para convencer Glauco e Adimanto quanto ao valor da justia: - A justia um bem que vale por si mesmo e por suas consequncias, na condio de que estes no sejam desejados devido a sua aparncia ou para evitar o maior mal, pois mesmo diante da possibilidade da invisibilidade deve-se ser justo.

  • A justia no atributo do indivduo, mas sim da cidade Em vista disso: - se estudarmos o nascimento de uma cidade iremos ver nascer tanto justia quanto a injustia - o nascimento da Justia no Estado imaginrio onde se poderia encontrar a justia para, posteriormente busc-la no homem. (a acuidade da viso) H de se esperar que nesse Estado, o Estado justo, encontrar-se- um equilbrio entre produo e consumo onde cada um exerce a devida funo.

  • O que torna possvel a existncia do equilbrio no Estado - A possibilidade de um Estado baseado numa economia de mercado, sem controle pode levar ao desequilbrio e colocar em ameaa a existncia do Estado.( a desigualdade entre as partes) Neste ponto do dilogo Scrates comea a construir sua cidade imaginria: Em vista disso, surge a necessidade de um exrcito para proteger a ordem social em relao ao inimigos internos e externos que ser feita pelo guardio.

  • A educao do guardio e a ideia de justia Retoma-se, noutra perspectiva ( a educao), reposta questo inicial: O que a justia? Para tanto, o guardio deve saber como agir diante dos conflitos e sustentar a ordem social. suas qualidades devem ser semelhantes as de um co de caa: fortes, atentos, irascveis e afveis para com os seus concidados.

  • Da educao do cidado Contar fbulas que contribuam para o Estado Ideal Evitar apresentar personagens com carter indevido formao do bom guardio (vigiar os autores de fbulas) Ensinar que os deuses no mentem, no brigam entre si. Deus essencialmente bom e a causa de todo bem Os homens so responsveis pelos seus atos e no os deuses. No so os deuses que castigam os homens

  • Livro III O que deve ser ensinado sobre os Deuses Deus perfeito, verdadeiro e que causa de si mesmo( O modelo ideal de Deus) Tendo em vista que a coragem a principal virtude do guardio, deve-se evitar fbulas que os levem a temer a morte para no torn-los fracos Deve-se censurar da educao tudo que denota a fraqueza de carter do heri. As lamentaes no formam homens corajosos(Homero)A mentira s pode ser contada para o bem da cidade.

  • Livro IVSobre a educao do guardio Ensin-lo a estimar a verdade; Ensin-lo a temperana, o domnio de si(moderao da bebida, dos prazeres amorosos ,da comida) Ensin-los a obedecer e mandar A msica para harmonizar o esprito A ginstica e alimentao e bebidas para manter o corpo saudvel O respeito aos mais velhos e aos deuses

  • Sobre a educao do guardio A educao do guardio o preldio para a formao do governante. A alma bem educada assume o comando de si mesma e no exige mdico e nem juzes para que dela possam cuidar. Ser mdico e ser juiz governar os corpos e as almas. Os guardies no devem possuir bens e receber o salrio para que nada lhe falte ou sobre. A felicidade deve buscada para todos e no para uma parte da cidade. Logo, a cidade feliz deve seguir a justa medida.

  • A natureza distribui de modo desigual o metal A distribuio dos metais: o elemento principal e a virtude que lhe devida.Alma de Ouro: Razo, Sabedoria Alma de Prata: Irascvel, Clera ou Paixo, Coragem Alma de Bronze: Desejo, TemperanaA unidade do indivduo depende da harmonia das partes da alma. (razo, irascvel e desejo)A educao do guardio deve ser estendida a todos os cidados para imprimir-lhes um carter forte e reto, pois proporciona a harmonia de sua alma e, com efeito, da cidade

  • Da felicidade do cidado O cidado ser mais feliz se viver em um Estado melhor. Para tanto , deve ser educado para ser prudente, corajoso, moderado e justo.

  • Plato aponta para o modo como a justia se manifesta no EstadoAo terminar a fundao do Estado finda-se o propsito inicial, definir a justia.Plato diz que a justia de manifesta de trs modos:1) O Estado no deve ser muito rico nem muito pobre; a posse e a prtica do que devido a cada um; a administrao, a defesa e a produo devem ser realizada pelos cidado que esto aptos por natureza para exerc-las. Aos artesos a temperana, aos guerreiros a coragem e a temperana e aos governantes, a prudncia, a coragem e a temperana.

  • Plato aponta para o modo como a justia se manifesta no Estado2) modo de definir a justia adotado por Plato: O homen justo H no homem justo as mesmas virtudes que existem no Estado( a justia gera a temperana, a coragem e a prudncia e que permanecem unidas sob o comando da prudncia)No homem justo: a temperana liga-se alma concupiscvel ou ao desejo, a coragem alma irascvel e a prudncia alma racional

  • Plato aponta para o modo como a injustia se manifesta no Estado3 modo manifesta-se pela negao da justia: a injustia No Estado: quebra de hierarquia da classes, abuso de poder, prejudicar o outro no exerccio de sua funo, desequilbrio entre riqueza e pobreza, o indivduo impedido de exercer sua funes no Estado conforme sua excelncia. No indivduo: h injustia na alma se ocorrer a quebra da hierarquia da parte concupiscvel ou da parte irascvel em relao parte racional

  • Conclui Plato:

    A alma humana semelhante alma do Estado que possui trs partes. Com efeito, o que se aplica ao Estado aplica-se alma do indivduo e vice-versa. O conceito de justia depende de um Estado eficiente e consequentemente do indivduo eficiente. Excelncia do Estado implica na excelncia do indivduo.

  • A existncia da justia depende:Hierarquia das partes da alma, submetidas s suas virtudes e desempenhando as suas funesCada parte compreende uma virtude e uma funo

    RazoSabedoriaGovernar

    PaixoCoragemGuardar

    DesejoTemperanaProver

  • Consideraes finais:

    A definio da justia fruto do esforo dialtico(ginstica do esprito) que num ininterrupto confronto de teses ascende ao Estado perfeito, na sua mais pura forma, para que l ela possa reinar dando ao Estado a perfeita harmonia.

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