A contra reforma

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Contrarreforma A Vulgata, tradução da Bíblia para o latim por São Jerônimo, foi adotada como texto oficial da Igreja Católica pelo Concílio de Trento em 1546. Contrarreforma, também conhecida por Reforma Ca- tólica é o nome dado ao movimento que surgiu no seio da Igreja Católica e que, segundo alguns autores, teria sido uma resposta à Reforma Protestante iniciada com Lutero, a partir de 1517. [1] Em 1545, a Igreja Católica Romana convocou o Concílio de Trento(na cidade itali- ana de Trento) estabelecendo entre outras medidas, a re- tomada do Tribunal do Santo Ofício , a criação do Index Librorum Prohibitorum, com uma relação de livros proi- bidos pela Igreja e o incentivo à catequese dos povos do Novo Mundo, com a criação de novas ordens religiosas, dentre elas a Companhia de Jesus [2] . Outras medidas in- cluíram a reafirmação da autoridade papal, a manutenção do celibato eclesiástico, a reforma das ordens religiosas, a edição do catecismo tridentino, reformas e instituições de seminários e universidades, a supressão de abusos envol- vendo indulgências [3] e a adoção da Vulgata como tradu- ção oficial da Bíblia. Podemos dizer que a contrarreforma foi uma resposta direta à Reforma Protestante. 1 A Reforma De acordo com Edward McNall Burns a Renascença foi acompanhada de um outro movimento - A Reforma: "Este movimento compreendeu duas fases principais: a “Revolução Protestante ou Reforma Protestante”, que ir- rompeu em 1517 e levou a maior parte da Europa seten- trional a separar-se da igreja romana, e a “Reforma Cató- lica”, que alcançou o auge em 1560. Embora a última não seja qualificada de revolução, na verdade o foi em quase todos os sentidos do termo, pois pareceu que efetuou uma alteração profunda em alguns dos característicos mais no- táveis do catolicismo da Idade Média.” [4] Acontecimentos reformistas foram o Quinto Concílio de Latrão, os ser- mões reformistas de John Colet, a publicação do Consi- lium de Emendanda Ecclesia de Gasparo Contarini ea fundação do Oratório do Amor Divino. Filipe Néri contribuiu para a renovação da vida cristã através da sua obra de direção espiritual Para McNall Burns, professor de História da Rutgers University, a Contrarreforma não seria propriamente um movimento da Igreja Católica de reação à contesta- ção iniciada por Martinho Lutero [5] . Segundo Burns, a 1

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De acordo com Edward McNall Burns a Renascençafoi acompanhada de um outro movimento - A Reforma:"Este movimento compreendeu duas fases principais: a“Revolução Protestante ou Reforma Protestante”, que irrompeuem 1517 e levou a maior parte da Europa setentrionala separar-se da igreja romana, e a “Reforma Católica”,que alcançou o auge em 1560.

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  • Contrarreforma

    A Vulgata, traduo da Bblia para o latim por So Jernimo,foi adotada como texto ocial da Igreja Catlica pelo Concliode Trento em 1546.

    Contrarreforma, tambm conhecida por Reforma Ca-tlica o nome dado ao movimento que surgiu no seioda Igreja Catlica e que, segundo alguns autores, teriasido uma resposta Reforma Protestante iniciada comLutero, a partir de 1517.[1] Em 1545, a Igreja CatlicaRomana convocou o Conclio de Trento(na cidade itali-ana de Trento) estabelecendo entre outras medidas, a re-tomada do Tribunal do Santo Ofcio , a criao do IndexLibrorum Prohibitorum, com uma relao de livros proi-bidos pela Igreja e o incentivo catequese dos povos doNovo Mundo, com a criao de novas ordens religiosas,dentre elas a Companhia de Jesus[2]. Outras medidas in-cluram a rearmao da autoridade papal, a manutenodo celibato eclesistico, a reforma das ordens religiosas, aedio do catecismo tridentino, reformas e instituies deseminrios e universidades, a supresso de abusos envol-vendo indulgncias[3] e a adoo da Vulgata como tradu-o ocial da Bblia. Podemos dizer que a contrarreformafoi uma resposta direta Reforma Protestante.

    1 A ReformaDe acordo com Edward McNall Burns a Renascenafoi acompanhada de um outro movimento - A Reforma:"Este movimento compreendeu duas fases principais: aRevoluo Protestante ou Reforma Protestante, que ir-rompeu em 1517 e levou a maior parte da Europa seten-trional a separar-se da igreja romana, e a Reforma Cat-lica, que alcanou o auge em 1560. Embora a ltima noseja qualicada de revoluo, na verdade o foi em quasetodos os sentidos do termo, pois pareceu que efetuou umaalterao profunda em alguns dos caractersticos mais no-tveis do catolicismo da Idade Mdia.[4] Acontecimentosreformistas foram o Quinto Conclio de Latro, os ser-mes reformistas de John Colet, a publicao do Consi-lium de Emendanda Ecclesia de Gasparo Contarini e afundao do Oratrio do Amor Divino.

    Filipe Nri contribuiu para a renovao da vida crist atravsda sua obra de direo espiritual

    Para McNall Burns, professor de Histria da RutgersUniversity, a Contrarreforma no seria propriamenteum movimento da Igreja Catlica de reao contesta-o iniciada por Martinho Lutero[5]. Segundo Burns, a

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  • 2 3 PRIMRDIOS DA REFORMA CATLICA

    Revoluo Protestante foi apenas uma das fases do grandemovimento denominado como Reforma, a outra fasefoi a Reforma Catlica. Para Burns, estudos recentesmostram que os primrdios do movimento reformista ca-tlico foram em tudo independentes da Revoluo Pro-testante [5].Daniel-Rops, da Academia Francesa, nega a existnciade relaes de causa e efeito entre a reforma catlica e areforma protestante: Nem na ordem cronolgica nem naordem lgica temos o direito de falar de contrarreformapara caracterizar esse salto gigantesco, esse admirvel es-foro de rejuvenescimento e ao mesmo tempo de reorgani-zao que, em cerca de trinta anos, deu Igreja um rostonovo..."Se, cronologicamente, a Reforma Catlica no uma contrarreforma, tambm no no processo do seudesenvolvimento. [6] Daniel-Rops arma que o capitoIigo, ferido em Pamplona, no escreveu nenhum tratadosobre a estratgia anti-hertica, mas os "Exerccios Espi-rituais"; e nem foi o dio contra a tese luterana, mas oamor de Deus, que iluminou o rosto do So Caetano di-ante do prespio em Santa Maria Maggiore na noite deNatal 1517.[7]

    G. Battelli noDizionario di Storiograa online, arma quea maioria dos historigrafos catlicos e protestantes, hojedistinguem claramente a Reforma catlica da Contrar-reforma, o primeiro deles, no nal do sculo XIX, foi oprotestante Maurenbrecher.[8]

    2 ContextoEm decorrncia da Reforma Protestante, o mundo cristi-anizado ocidental, at ento hegemonicamente catlico,viu-se dividido entre cristos catlicos e cristos pro-testantes, estes no mais alinhados com as diretrizes daSanta S[9]. Em 1517 o Papa Leo X ofereceu indul-gncias para aqueles que dessem esmolas para recons-truir a Baslica de So Pedro em Roma.[10] Abusos nasua concesso na Saxnia, principalmente envolvendo apropaganda agressiva de Johann Tetzel, teria provocadoMartinho Lutero a escrever suas 95 Teses (Tetzel seria in-clusive punido por Leo X por seus sermes, que ia muitoalm ensinamentos reais sobre as indulgncias).Embora Lutero no negasse o direito do Papa ou da Igrejade conceder perdes e penitncias,[11] ele no acreditavaque dar esmolas seria uma boa ao, mas um ato seme-lhante compra das indulgncias e o perdo das penastemporais.[12]

    Posteriormente as crticas de Lutero se direcionaram paraum campo teolgico mais amplo, tais como os sacramen-tos, liturgia, pecado original e outros temas. Em 1519Lutero foi acusado de heresias, pelo que tinha publicado,e as autoridades eclesisticas exigiram que ele se retra-tasse. Em 1520 o Papa condenou alguns dos principaispontos da nova doutrina por meio da bula Exsurge Do-mine e exigiu que Lutero se retratasse em um prazo de

    O Cardeal Cisneros foi precursor da Reforma catlica na Espa-nha

    70 dias a partir da sua publicao, no prazo nal foi o diaem que Lutero queimou a sua cpia da bula juntamentecom o Cdigo de Direito Cannico. Todas as regies queestavam insatisfeitas com a tradio catlica no Ocidentepassaram a ser designadas de igrejas protestantes, pois naDieta de Worms os prncipes alemes protestaram paraque o Imperador Carlos V, do Sacro Imprio Romano-Germnico, permitisse que eles professassem as suas fs.O movimento luterano recebeu grande apoio especi-almente de prncipes e da pequena nobreza, que ex-propriaram as terras e as demais riquezas da IgrejaCatlica.[13][14][15][16]

    3 Primrdios da Reforma catlicaSegundo Daniel-Rops, "J na segunda metade do sculoXV, tudo o que havia de mais representativo entre os ca-tlicos, todos os que tinham verdadeiramente conscinciada situao, reclamavam a reforma, por vezes num tomde violncia feroz, e mais frequentemente como um ato def nos destinos eternos da 'Ecclesia Mater'.".[6]

    Na Alemanha destacava-se Nicolau de Cusa, mas a

  • 3.1 As Ordens e Congregaes Religiosas no sculo XVI 3

    Teresa de vila, reformadora das Carmelitas

    Espanha foi que sobressaiu-se como vanguarda da Re-forma Catlica em ns do sculo XV. Os reis catlicosconsideraram a reforma eclesistica como uma parte es-sencial da restaurao do Estado, o que norteou a sua pol-tica. O Cardeal Cisneros, com a aprovao da monarquia,reformou os franciscanos com So Pedro de Alcntara ea vida monstica, em especial a dos beneditinos naquelepas.[17]

    A Universidade de Alcal, fundada pelo Cardeal Fran-cisco de Cisneros, foi um grande centro de estudos teol-gicos e humansticos e fez publicar a clebre Bblia Poli-glota Complutense, em seis volumes em 1517 editada emhebraico, latim e grego. A Igreja espanhola, nas primei-ras dcadas do sculo XVI era, sem dvida, a de maiornvel espiritual e cientco do continente.[17] A obra derenovao espiritual do clero e do povo levada a efeitopor So Joo de vila constitui um captulo parte nahistria religiosa do sculo XVI. Santa Teresa de vilareformou a Ordem do Carmelo [18] e So Joo da Cruzestendeu a reforma aos frades Carmelitas.Foram reformadas nessa poca antigas ordens religio-sas como a dos Beneditinos por Didier de la Cour e aCongregao de So Mauro na Frana; os Cisterciensespor Joo Batista de la Barrire Abade de Notre-Damede Feuillans; os Trapistas, por Ranc, Abade de Trappe;os Agostinianos foram reformados por Pedro Fourier; osPremonstratenses, por Lacruels (Lairvelz).[19]

    3.1 As Ordens e Congregaes Religiosasno sculo XVI

    Alm do Conclio de Trento, o segundo fator da verda-deira Reforma Catlica, foram as Ordens e Congregaesreligiosas. O perodo quinhentista viu surgir uma ores-cncia de congregaes religiosas que muito cooperarampara o sucesso da Reforma.[19]

    Primeira pgina da Bblia Poliglota Complutense do Cardeal Cis-neros, Sec.XVI

    A mais importante fundao religiosa, no entanto, nestesculo foi a da Companhia de Jesus por Santo Incio deLoyola; os seus membros no viveriam uma vida mons-tica e no rezariam as Horas juntos no Coro (algo queescandalizou alguns membros da Cria Romana). Aostrs votos clssicos de pobreza, castidade e obedinciaacrescentariam o de estar sempre disposio do Papa. Aordem foi aprovada pelo Papa Paulo III em 25 de setem-bro de 1540 pela Bula Regimini Militantis Ecclesiae.[20]Quando o seu fundador morreu esta ordem contava commais de mil membros e meio sculo depois com 13 000.Os jesutas prestaram o mais relevante servio ao Pon-ticado no trabalho da Reforma Catlica com as suasmisses, a formao do clero, os Exerccios Espirituaise a educao da juventude, na propagao da f catlicae no ensino da sua doutrina.[21]

    Francisco Xavier, jesuta, em poucos anos esteve na n-dia, Malaia e Japo e converteu dezenas de milhares depagos, sua passagem surgiam novas comunidades cris-ts. Segundo Burns, deveu-se em grande parte ao traba-lho da Companhia de Jesus o fato de a Igreja Catlicater recuperado muito de sua fora a despeito da secessoprotestante. [22] A Igreja nos sculos XVI e XVIII muitocou a dever Companhia de Jesus, especialmente naRennia, Vesteflia, Baviera e ustria. Os jesutas ali al-canaram grande prestgio nas universidades, a mais fa-mosa delas a Universidade de Ingolstadt, dirigiram diver-sas outras e escolas superiores, cuja frequncia diminuiudurante a Guerra dos Trinta Anos.[23]

  • 4 4 APOGEU DA REFORMA CATLICA

    A Companhia de Jesus fundada por Incio de Loyola foi degrande importncia na obra da Reforma Catlica

    3.2 As ordens e congregaes italianasTambm na Itlia davam-se inquietaes por uma reno-vao crist, desde o incio do sculo XVI, um grupo declrigos fervorosos vinha trabalhando para tornar os sa-cerdotes da sua igreja mais dignos da misso que lhescabia. [24] Ali surgiram a Ordem dos Teatinos (1524),austeros e ascticos, fundados pelos Cardeais Caetanode Thiene e Carafa, dentre os desta ordem se destaca-ria tambm Santo Andr Avelino que pelo seu zelo rece-beria encargos reformardores, dentre eles o de reformaros costumes do mosteiro feminino de Sant'Arcangelo aBaiano.[25]

    Tambm so desta poca a Ordem dos Barnabitas (doclaustro de So Barnab (1534), fundada por AntnioMaria Zaccaria, auxiliado por Bartolomeu Ferreira e Mo-rigia com o escopo de educar a juventude e pregar mis-ses; os Somascos (a primeira casa foi em Somasca),fundados por S. Jernimo Emiliano, dalgo veneziano,com alguns padres lombardos, com a nalidade de cui-dar dos rfos, dos pobres e doentes; os Oratorianos, deSo Filipe Nri e do Cardeal Brulle; os Oblatos de SantoAmbrsio idealizados por Carlos Borromeu[26] para aten-der cura d'almas e auxiliar o Arcebispo de Milo; osCapuchinhos como um novo tronco dos Franciscanos, al-canando grande popularidade pela austeridade de vida,dedicao ao ensino, aos pobres e doentes, as Ursulinas de

    Angela Merici, em Brscia e a Congregao de Nossa Se-nhora, para formar educadoras de moas, segundo as nor-mas de Pedro Fourier, dentre outras organizaes religio-sas, foram manifestao da renovao da vida espiritual edo nimo reformista na Igreja Catlica neste perodo.[27]

    4 Apogeu da Reforma CatlicaO apogeu da Reforma catlica, no entanto, se deu comos papas reformistas. O primeiro deles foi Adriano VI,que procurou moralizar os costumes da Cria Romana ecombater os desperdcios. Convocou a Dieta de Nurem-berga na qual o seu legado reconheceu as culpas da Igrejae procurou estabelecer a unio de Frana e Espanha.[28]Sucedeu-lhe o Papa Clemente VII com um governo deonze anos, inbil politicamente, aliou-se a Francisco I quefoi derrotado por Carlos V e por isto teve de suportar oSaque de Roma pelos Lansquenetes.

    O Cardeal e mrtir John Fisher, por Hans Holbein, o Jovem

    Os papas Paulo III, Paulo IV, Pio V e Sixto V cobriramum perodo que vai de 1534 a 1590, foram os mais zelo-sos reformistas que presidiram a Santa S desde GregrioVII [29] As nanas da Igreja foram reorganizadas e oscargos foram ocupados por padres e religiosos de reco-nhecida fama de disciplina e austeridade e foram rigo-rosos com os clrigos que persistiam no vcio e no cio.A ao dos papas reformistas foi completada com a con-vocao do Conclio ecumnico que se reuniu na cidadede Trento. Foi sob a ao destes papas que a ReformaCatlica alcanou o seu auge.[30]

    Quando da sua eleio, o Papa Paulo III (Cardeal Alexan-

  • 5.1 Primeira etapa 5

    dre Farnese) tinha 66 anos e parecia fraco e doente, masps mos obra com grande energia. Era um reconhe-cido diplomata e estadista e decidiu convocar um Con-clio. Comeou a reforma da Igreja a partir da prpriaCria.[28] Reformou o Colgio Cardinalcio nomeandohomens como John Fisher, Giacomo Simonetta, GasparoContarini, Reginaldo Pole, Joo Pedro Carafa, Fregoso,Toms Badia, Gregrio Cortese e Giovanni GerolamoMorone. John Fisher, como Thomas Morus, morreriamrtir pelas mos de Henrique VIII, outros viriam a sercanonizados como John Houghton, mrtir tambm. Apsreformar o colgio de cardeais, Paulo III empreendeu areforma do clero e das ordens religiosas, especialmenteos agostinhos, os dominicanos e os franciscanos.[31] .

    4.1 Consilium de emendanda Ecclesia

    Paulo III nomeou uma comisso preparatria dos traba-lhos do conclio composta de nove membros. Dentre elescontavam Joo Mateus Gilberti, bispo de Verona que jhavia reformado a sua prpria diocese, e o beneditinoGregrio Cortese, reformador da sua abadia em Veneza.Estes foram auxiliados por Jacopo Sadoleto, bispo deCarpentras, pelo teatino Joo Pedro Carafa, futuro PauloIV, bem como por Reginaldo Pole, na poca ainda leigo,ajudaram os primeiros a redigir o clebre Concilium deemendanda Ecclesia, no qual caram listadas as refor-mas mais urgentes e importantes que se deviam fazer.Participaram tambm deste trabalho Frederico Fregoso,bispo de Gubbio, Jernimo Aleandro, bispo de Brndisie o dominicano Toms Badia, ento mestre do SacroPalcio.[32]

    Dentre as reformasmais urgentes que constaram do docu-mento estavam: Brevirio, cura de almas, digna promo-o s ordens sacras, vigilncia sobre escolas e livros, re-forma dos religiosos, especiais provimentos sobre o cultodivino e a tutela da moralidade em Roma.[32]

    5 O Conclio de Trento

    5.1 Primeira etapa

    O acontecimento central da Reforma Catlica foi a con-vocao do Conclio de Trento. O imperador Carlos Vdesejava a reunio do Conclio na esperana de que eletrouxesse de volta a unidade religiosa do seu Imprio.Entretanto, outro grande monarca catlico, Francisco I,da Frana em guerra quase permanente com o imperadortemia que o conclio viesse fortalecer o seu adversrio eno via com bons olhos a sua convocao. Chegou-se auma soluo de compromisso e escolheu-se Trento, nonorte da Itlia, para a sede do conclio.[33] Por m o PapaPaulo III reuniu os representantes mximos da Igreja noConclio de Trento. A inaugurao se deu em 19 de no-vembro de 1545. Paulo III nomeou presidentes do con-

    Carlos de Habsburgo, V Imperador do Sacro Imprio Romano-Germnico e I da Espanha, interferiu nos trabalhos do Conclio.

    clio os cardeais Reginaldo Pole, Joo Maria del Montee Marcelo Cervini, futuro Marcelo II. Na sesso de aber-tura estavam presentes os legados pontifcios, 4 arcebis-pos, 22 bispos, e gerais de Ordens religiosas. Excluiu-seo voto por nao e estabeleceu-se o voto pessoal, conce-dido tambm aos abades e superiores gerais dos religio-sos. Os protestantes reunidos em Worms nesse mesmoano de 1545 decidiram por no se apresentar ao concliosob a alegao que este deixava de ser livre por ser apa-drinhado pelo Papa, o que impossibilitou-lhes desde logouma conciliao com a Igreja.[34]

    Na IV sesso, declarou-se a autenticidade da Vulgata La-tina e se reconheceu como fonte da verdade revelada aTradio Apostlica. Determinou-se tambm o modode imprimir a Bblia e de a interpretar. Na V sesso,tratou-se do pecado original: sua existncia, a perda dagraa santicante, sua comunicao e consequncia paratoda a humanidade e a libertao dele pelo batismo, ape-sar de permanecer a concupiscncia.[34] Na VI sesso,esclareceu-se a doutrina da justicao, foram examina-das com cuidado a essncia, as causas, os efeitos da jus-ticao e o que foram considerados os erros opostos, ese rmou com exatido a doutrina catlica.[34]

  • 6 5 O CONCLIO DE TRENTO

    A doutrina dos sacramentos em geral e em especial o dobatismo e a conrmao foi tratada na VII sesso[34], aVIII sesso estava marcada para 21 de abril de 1547, masem 11 de maro de 1547 os legados papais, alegando umaepidemia, decidiram amudana do conclio para Bolonha- no fundo queriam subtrair a assembleia da inuncia deCarlos V que em janeiro de 1548 apresentou um protestosolene o que provocou a interrupo dos trabalhos em se-tembro de 1549 - ali se realizaram duas sesses sem pro-clamaes solenes.[35]

    S. Carlos Borromeu destacou-se como zeloso reformador catlico

    5.2 Segunda etapaOs trabalhos do conclio foram retomados no dia 1 demaio de 1551, agora sob o ponticado do Papa Jlio IIIsucessor de Paulo III, falecido em 1549. Cuidando de terrelaes amigveis com Carlos V e com o rei da Franao novo Papa conseguiu reabrir o conclio e retom-lo doponto em que havia sido suspenso. Nestas fase, na XIIIsesso, promulgaran-se os decretos sobre a Sagrada Eu-caristia, o sacramento da Penitncia e a Extrema Uno(XIV sesso, em novembro de 1551) e tomaram-se me-didas para a reforma do clero.[36]

    Nova suspenso do conclio.

    Carlos V conseguiu que alguns prncipes e representan-tes de cidades protestantes comparecessem a Trento. Apresena dos reformados ps de manifesto a grande di-culdade da restaurao da unidade crist, passados maisde trinta anos de ciso religiosa. No obstante isto a

    traio ao imperador por parte do eleitor Maurcio, daSaxnia, que marchou com as suas tropas sobre Trento,obrigou a nova suspenso do conclio em 28 de abril de1552 - Maurcio pretendia um conclio independente doPapa.[36] Desta vez a interrupo durou dez anos, dentreos quais se contam todos os anos do ponticado do PapaPaulo IV- (1555 - 1559) que foi um zeloso reformadormas por vias no conciliares.[37]

    A Jlio III sucedera o PapaMarcelo II com um breve pon-ticado de 22 dias, e a este seguiu-se o Papa Paulo IV, onapolitano Cardeal Gian Pietro Carafa, co-fundador dosteatinos, homem enrgico,[28] severo e austero, tinha 79anos. Aliou-se politicamente com Henrique II de Franacontra Filipe II da Espanha o que lhe trouxe problemaspolticos graves. As suas inimizades com a Casa de us-tria provocaram uma investida do Duque de Alba contraa Itlia.[36] Qualicou de heresia o pecado de simonia emonges e frades que haviam assumidos cargos e funeseclesisticas foram obrigados a regressar s suas ordens emosteiros. Acabou-se com a mentalidade mundana doseclesisticos.[38]

    5.3 Terceira etapa

    Pio IV (1559 - 1565), tio de So Carlos Borromeu, su-cedeu a Paulo IV, condenou a simonia e a venda dasindulgncias, e adiantou a reforma da Igreja,[28] membroda famlia dos Mdicis, procurou agir de forma mais di-plomtica, os soberanos catlicos reconciliaram-se, e oconclio pode reiniciar os trabalhos. Enviou os CardeaisErcole Gonzaga, o bispo sio e mais trs para retomaros trabalhos, o que se fez em janeiro de 1562.[39] Um de-creto da XVIII sesso visava a censura dos livros e umaexortao conclamava os protestantes reconciliao. NaXXI sesso tratou-se da comunho sob ambas as esp-cies, declarando-a no ser de direito divino seno para ocelebrante da missa e na sesso seguinte deixou-se estetema ao alvitre do Papa.[39]

    A presena do Cardeal de Lorena (Carlos de Guise) e dosbispos franceses acentuou as divergncias com os espa-nhis ao mesmo tempo que o embaixador imperial fa-zia sucessivas intervenes em nome de Fernando I. Emmaro de 1563 faleceu o presidente do conclio CardealGonzaga, foi substitudo pelo Cardeal Giovanni Moroneque logo se entendeu pessoalmente com Fernando I deHabsburgo o que permitiu a continuidade dos trabalhos.A XXIII sesso dedicou-se ao sacerdcio cristo e aoSacramento da Ordem. A XXIV sesso promulgou oDe-cretum de reformatione Matrimonii e ainda cnones dis-ciplinares sobre o clero em geral, conclios provinciais,snodos diocesanos, visitas pastorais e pregaes.[39]

    Na XXV e ltima sesso se publicaram as denies dog-mticas sobre o purgatrio, a legitimidade da invocaodos santos, das honras s relquias, do Culto s ima-gens, e cnones disciplinares sobre as ordens religiosas ereformas.[39] O Conclio deixou ao encargo do Papa a pu-

  • 7O Papa Pio IV, concluiu o conclio de Trento

    blicao doCatecismo, domissal e do brevirio. Esta fasedurou dois anos e serviu para concluir com feliz termo ogrande empreendimento reformador da Igreja. No dia 4de dezembro de 1563 foi encerrado o conclio de Trento.Contra o parecer de alguns cardeais e a pedido de SoCarlos Borromeu o Papa Pio IV conrmou todos os seusdecretos atravs da Bula pontifcia Benedictus Deus, nodia 26 de janeiro de 1564 e os fez publicar.[39]

    No foi possvel que Trento fosse um conclio unionista;entretanto foi grande o conclio da Reforma catlica. Nocampo doutrinal declarou que a Revelao divina se trans-mitiu pela Sagrada Escritura - interpretada peloMagistrioda Igreja - e pela Tradio Apostlica. [40] Abordou aindao tema chave da justicao e, contra as teologias lute-rana e calvinista, ensinou e declarou que a graa divinae a cooperao livre e meritria da vontade humana ope-ram em conjunto a justicao do homem. [41] A doutrinasobre o Pecado Original, o Batismo, a Conrmao e osrestantes Sacramentos e as notas prprias de cada um de-les cou denida em decretos dogmticos e rearmou-seque as boas obras so to necessrias para a salvaoquanto a f".[42]

    O Conclio conrmou tambm, como elementos essen-ciais da religio catlica, como verdades absolutas (dog-mas) a transubstanciao, a sucesso apostlica, a crenano purgatrio, a comunho dos santos e rearmou oprimado e a autoridade do Papa como sucessor de SoPedro.[43] Ficou estabelecido que a Vulgata Latina, a tra-duo latina da Bblia feita por So Jernimo, seria a o-cial da Igreja.[44]

    No campo disciplinar procurou-se com empenho por mnos abusos existentes no clero, conrmou o celibato cle-

    Index Librorum Prohibitorum - Livro com a Lista dos LivrosProibidos.

    rical e religioso, melhorou-se substancialmente a sua for-mao intelectual e cultural. Um episcopado plenamentededicado ao servio das almas, um clero bem formadoe de elevada moralidade, foram metas da legislao doconclio.[45]

    A formao do clero se faria nos seminrios - que deveriaexistir em cada diocese - tanto cultural como espiritual eobrigou-se aos procos a ensinar a catequese s crianase a dar doutrina e instruo religiosa aos is. Foi cri-ado o "Index Librorum Prohibitorum" ( ndice de LivrosProibidos ) para evitar a propagao de ideias contrrias f da Igreja Catlica. Segundo o historiador Eward Mac-nall Burns A maioria dos livros condenados compostade tratados teolgicos e no parece ter sido grande o efeitono sentido de retardar o progresso do conhecimento. Nempor isso a instituio do ndex deixou de ser um sintomado cncer maligno da intolerncia, a que no escaparamcatlicos nem protestantes. [46]

    6 O Ps-conclioO perodo que se seguiu ao Conclio de Trento foi mar-cado por uma grande renovao da vida catlica. A Igrejarecobrou novo vigor. A reforma fundada nos decretos e

  • 8 6 O PS-CONCLIO

    O texto da bula Quo primum tempore de Pio V, que reformou aliturgia da Igreja, em umMissal Romano, o decreto era publicadonos Missais at 1969.

    nas constituies tridentinas foi levada a efeito pelos pa-pas que se sucederam. Publicou-se um Catecismo Ro-mano, bem como por meio da bula Quo primum tempore,umMissal e um Brevirio, por ordem de So Pio V (1566- 1572), com o auxlio de Frei Bartolomeu dos Mrtirese de Frei Lus de Granada.[47][48] S. Pio V deu completaexecuo aos decretos do Conclio e continuou o sane-amento dos costumes da Igreja e fomentou a criao deseminrios para dotar os padres de uma cultura mais am-pla.A reviso da Vulgata Latina exigiu muitos estudos e gran-des esforos e s foi aprovada no ponticado de ClementeVIII.[47] O esprito tridentino deu oportunidade ao surgi-mento de bispos exemplares como So Carlos Borromeu,zeloso reformador da Cria Romana romana enquantoSecretrio de Estado e que, mais tarde, estendeu a re-forma ao norte da Itlia como arcebispo de Milo. SoFilipe de Nri contribuiu para a renovao do espritocristo fundando a Congregao do Oratrio, dedicando-se educao crist da juventude e do povo e a obras decaridade. So Jos de Calassanz fundou as Escolas Piase desenvolveu abnegada atividade de formao da juven-tude entre as classes populares e So Francisco de Salesdifundiu a piedade pessoal - a vida devota - entre os leigosque viviam no meio do mundo.[49]

    S. Pedro de Alcntara levou a Reforma Catlica aPortugal e muito a auxiliou So Toms de Vilanova. NaAlemanha as reformas decretadas pelo conclo no tive-ram o beneplcito do imperador Fernando I, mas seu su-

    cessor Maximiliano II da Germnia foi dando publicaoaos poucos em todo o imprio, ali se distinguiram na apli-cao das leis eclesisticas Daniel Breidel, Jacob d'Elz,Ernesto da Baviera e Teodsio de Frstenberg, dentre ou-tros. Filipe II de Espanha as publicou com reserva daclusula salvo os direitos da coroa. A Frana aceitou comreservas as determinaes do conclio apesar dos esforosdos bispos franceses.[47]

    Francisco Xavier levou o evangelho ao Japo e China

    Pela ao de missionrios como So Francisco de Sales ede pregadores como So Pedro Cansio obteve-se a recon-quista religiosa de uma poro importante dos povos docentro europeu, e ainda da Suia, da ustria, na Baviera,na Polnia, na Bocia e na Ucrnia. Portugal e Espanhalevaram a f catlica para alm-mar. Francisco Xavier eMatteo Ricci levaram o catolicismo ao Japo e China.A obra da promoo cultural avanou paralelamente coma evangelizadora, enquanto se reunia o conclio j haviamsido fundadas nas Amricas tres universidades: a de SoDomingos em 1538, as de Lima em 1551 e a do Mxicoem 1553.[50]

    Tambm so fruto e consequncia da Reforma Catlicalevada a efeito pelo conclio a renovao da arte sacracrist, com o surgimento do Barroco que o estilo ar-tstico da Reforma catlica, arquitetura, escultura, pin-tura e a literatura foram impregnados pelo catolicismobarroco.[17]

    A ciso crist denitiva, entretanto, entre catlicos e pro-testantes se deu com o nal da Guerra dos Trinta Anose com a Paz de Vestflia (1648), com ela o avano dareconquista catlica na Alemanha cou bloqueado, aliestabeleceu-se o princpio cuius regio eius religio, cadaum siga a religio de seu prncipe, o que consagrou a

  • 7.2 Gregrio XIII 9

    fragmentao religiosa germnica num povo dividido emmais de trezentos principados e cidades.[17]

    7 Pontces reformadoresO Papa Paulo III (1534 - 1549) foi o organizador do Con-clio de Trento e Jlio III (1550 - 1555) deu-lhe conti-nuidade, Paulo IV (1555 - 1559) prosseguiu nas refor-mas da Igreja independente do Conclio e Pio IV (1560 -1565) levou a bom termo a ltima fase do Conclio e tevea oportunidade de aprovar os seus decretos e de os porem execuo.[51]

    7.1 So Pio V

    OPio V (1566 - 1572) sucedeu a Pio IV. Era dominicano,conservou o hbito branco da sua Ordem, e era homemde vida simples, asctica e piedosa. Durante o seu pon-ticado So Toms de Aquino foi declarado Doutor daIgreja, combateu o nepotismo e contribuiu para o bem eo prestgio da Igreja com suas qualidades morais [52] Fezdo seu palcio um mosteiro e ele prprio foi um modelode penitncia, ascese e orao. Inspirou tudo sua voltacom os seus prprios pontos de vista elevados e uma novavida e fora logo foram vistos em todas as partes da ad-ministrao papal. Pio V aplicou as leis com uma regu-laridade inabalvel ao rico e ao nobre, bem como para omdia e o pobre.Seu rigor e vigor foram por vezes excessivos, sem d-vida, mas isto no teria parecido muito repreensvel na-queles dias. No seu perodo a estima para com o papadocresceu, os nncios papais e os legados enfrentaram comrmeza os soberanos perante os quais foram enviados,e lutou com dignidade para a correo dos abusos. Asreformas foram melhor aceitas pelos subalternos quandoos superiores j as haviam abraado. Mesmo os protes-tantes mencionavam este papa com respeito. Bacon faloudeste excelente Papa Pio V, de quem eume pergunto queseus sucessores no o tenham declarado santo (De umaGuerra Santa, em suas obras, ed. de 1838, I, 523).[53]

    Em 1570 os turcos haviam conquistado a ilha de Chi-pre, a ltima cidadela crist no Mediterrneo oriental.Na esteira da dinmica tridentina, por iniciativa de Pio Vorganizou-se a Santa Liga que levou a cabo uma autn-tica Cruzada contra os turcos otomanos na famosa batalhade Lepanto.[54] A Santa Liga, formada pela Repblica deVeneza, Repblica de Gnova, Espanha e pelos EstadosPontifcios reuniu poderosa frota, comandada por D.Joo de ustria, meio-irmo de Filipe II da Espanha, eque s teria ento 23 anos. s suas ordens estavam os al-mirantes prncipe Colonna, Andrea Doria, Sebastio Ve-nerrio e o Marqus de Santa Cruz. Em Lepanto a frotaturca foi esmagada na maior batalha naval da histria em7 de outubro de 1571. A esquadra crist era formada por

    Lepanto

    D. Joo de ustria, vencedor de Lepanto

    300 navios e 130 000 homens. Segundo Louis de Wohl:Cheio de alegria pelo triunfo - que lhe tinha sido anunci-ado por uma viso em pleno dia - o Papa Pio V instituiua Festa de Nossa Senhora do Santssimo Rosrio, que secontinua a celebrar no dia 7 de outubro. [54]

    7.2 Gregrio XIII

    O Papa Gregrio XIII (ponticado 1572-1585), suce-deu a Pio V. Conhecedor de direito civil e eclesistico,adiantou o projeto de reforma de seus antecessores, re-formou o calendrio e introduziu o chamado CalendrioGregoriano[55] utilizado hoje na maior parte do mundoe incentivou e protegeu as ordens religiosas e os es-tudos eclesisticos.[52] Fundou diversos estabelecimen-tos de ensino, o Colgio Romano, idealizado por Inciode Loiola, tanto desenvolveu-se com a proteo ponti-fcia que se transformou na Universidade Gregoriana,no seu ponticado foi publicada a terceira edio doMartirolgio Romano.[52][56]

    7.3 Sisto V

    O Papa Sisto V (ponticado 1585-1590), talentoso, rmena doutrina e ativo, deu continuidade Reforma Catlica,reorganizou a Cria, ps m ao banditismo nos EstadosPontifcios, sendo grande mecenas e bom economista.[52]Fez construir um hospital e transportou para a praa deSo Pedro um obelisco egpcio, construiu vrios edifciosentre os quais o da Biblioteca Vaticana e concluiu a obrado Palcio do Quirinal.[52][56]

  • 10 8 ESTUDOS TEOLGICOS DO PERODO REFORMISTA

    7.4 Paulo VO Papa Paulo V (ponticado 1605-1621) conseguiu reu-nir os catlicos da Alemanha em torno de Fernando II deHabsburgo consolidando o catolicismo na Europa Cen-tral, proclamou beatos a Filipe Neri e Incio de Loiola ecanonizou Carlos Borromeu e Francisca Romana.

    7.5 Gregrio XVO Papa Gregrio XV (ponticado 1621-1623) aumentoua Biblioteca Vaticana, criou a benmrita CongregaoDePropaganda Fide, uma instituio a servio dasmisses, exou denitivamente a forma de eleio dos papas pelosconclaves, no seu ponticado foi canonizado So FilipeNeri.[28][52][56]

    8 Estudos teolgicos do perodo re-formista

    Nos sculos XVI e XVII vericou-se um grande desen-volvimento dos estudos teolgicos, em parte proporcio-nado pela inveno recente da imprensa, pelos estudoshumanistas e pela necessidade de instruo do povo, massobretudo deram ocasio e assunto a muitas obras os de-cretos, atos e estudos do Conclio de Trento:[57]

    8.1 ExegeseFoi um dos grandes da Reforma Catlica que se seguiuao Conclio de Trento.]] No campo dos estudos e bbli-cos e da exegese surgem edies crticas da Bblia e asBblias poliglotas: Em 1572 foi editada a Bblia Poliglotade Anturpia, sob a direo de Arias Montanus, custeadapor Filipe II da Espanha. A Bblia Poliglota de Londres ea Bblia Poliglota de Paris o foram no sculo seguinte.Nos trabalhos de exegese bblica desta poca sobressaemas obras dos jesuitas Joo Maldonado, Afonso Salmern,Francisco de Toledo Herrera e Cornlio a Lpide. Tam-bm do bispo napolitano Angellius; a de Guilherme Es-tius (d'Este), do oratoriano Ricardo Simon e do benedi-tino Agostinho Calmet.[57]

    8.2 DogmticaNos estudos dogmticos destacou-se o dominicano espa-nhol Melchior Cano com a sua obra "De locis theologi-cis"[58] As obras teolgicas deste perodo podem ser agru-padas em[57]:

    1. Teologia Positiva, tendo como principais autores osjesuta Petvio com a sua obra "De dogmatibus theo-logicis" e o oratoriano Lus Thomassin, que concluiua obra de Petvio e ainda Tournely dentre outros.

    So Roberto Belarmino, cardeal, telogo e Doutor da Igreja.

    2. Teologia Especulativa, cultivada principalmente naItlia e na Espanha, notadamente pelo dominicanoDomingos Baez, pelo jesuta Gabriel Vsquez,cognominado o "Agostinho espanhol", por FranciscoSurez (doutor exmio), Ruyz de Montoya e osSalmanticenses.

    3. Teologia Apologtica, que tinha por nalidade fa-vorecer e promover a aproximao entre catlicose protestantes, ilustrando os conhecimentos teol-gicos. Estas obras tinham caractersticas popula-res, em parte didticas e mesmo eruditas. Traba-lharam nesta rea Pedro Cansio, Bartolomeu Car-ranza, Joo Maier, Johann Faber de Heilbronn eMichael Helding, deste tempo tambm caram c-lebres pelas suas obras os cardeais Hosius e Du Per-ron. O Cardeal Belarmino S.J. foi o mais clebrepelas suas obras contra as heresias da poca, que de-monstrou conhecer muito bem, o que lhe granjeouno poucos inimigos dentre os hereges[57]. Tambmteve de suportar a sanha dos Bourbons, porque dis-correu em seus escritos, de modo claro, sobre a retadoutrina sobre os direitos e deveres nas relaes en-tre a Igreja e o Estado. J Bossuet escreveu sobre"Histoire des variations des glises protestantes" emque faz a crtica das posies dos protestantes.[57]

    8.3 Teologia Moral

    No campo da Teologia Moral surgiram, nesta poca, mui-tos tratados sistemticos, destes destacam-se os dos je-sutas Lus de Molina, Francisco Surez, Leonardo Les-

  • 8.6 Direito Cannico 11

    sius, asobras dos irmos de Lugo, Joo e Francisco edos dominicanos Domingo de Soto e Bartolomeu de Me-dina. Entre os casustas guram os jesutas Manuel deS, Toms Snchez, Paulo Laymann e Hermann Busen-baum; os franciscanos Patrcio Sporer e Benjamin Elbel eos rigoristas Concina e Giovanni Vincenzo Patuzzi O. P.Sobre todos avulta a gura de Santo Afonso de Ligrio,fundador dos Redentoristas, que, admitindo o probabi-lismo, livra-se de muitas diculdades em que se encon-travam ento os telogos e os moralistas.[57]

    8.4 MsticaNamstica destacaram-se os incontveis tratados de SantaTeresa de vila e So Joo da Cruz, as obras de FreiLus de Granada, de So Joo de vila[59], de BartolomeuFernandes, de Braga, de So Francisco de Sales e os fa-mosos Exerccios Espirituais de Santo Incio de Loyola,tambm, dentre outros, escreveram obras ascticas nomesmo perodo Lus de Ponte S. J. e Afonso Rodrigues S.J. que escreveu O Tratado de perfeio e virtudes cristse o Beato Loureno Scupoli, teatino, redigiu O CombateEspiritual.[57]

    Padre Antnio Vieira S. J. clebre escritor e orador sacro doSc.XVII

    8.5 Histria EclesisticaNo mbito da histria eclesistica, arqueologia, crtica ebiograas, despontaram, no perodo da Reforma Cat-

    lica o Cardeal Csar Barnio, historiador, os Bolandistas,muito crticos nas Acta Santorum, os Maurinenses ouMauristas com as suas edies dos Padres da Igreja; Naarqueologia surge Ludovico Antonio Muratori, bibliote-crio emMilo e mais tarde emMdena, com o seu cat-logo. Estudos especiais se zeram ento nas catacumbasde Roma.[60]

    8.6 Direito Cannico

    Muitos escritores catlicos nos sculos XVI e XVII seocuparam do direito e do direito cannico. Dentre elescaram conhecidos Schmalzgrueber S. J., Anacletus eThomassin. Ferrari escreveu Prompta Bibliotheca cano-nica, juridica, moralis, theologica, necnon ascetica, po-lemica, rubricistica, historica e o dominicano Rocaberta Biblioteca Maxima Ponticia..[60] Francisco de VitriaO. P. lanou as bases do direito internacional moderno, conhecido como um dos pais do direito internacional,[61]defendeu a doutrina de que todos os homens so igual-mente livres e com base na liberdade natural sustentouque todos tm direito vida, cultura e propriedade.[62]Frei Bartolom de las Casas defendeu os indgenas doNovo Mundo sugerindo que fossem tratados com todasuavidade, de acordo com a doutrina de Cristo. Os seusargumentos deram foras a todos aqueles que, no seutempo e nos sculo seguintes, trabalharam persuadidosde que todas as pessoas do mundo so seres humanos,com as capacidades e as responsabilidades prprias doshomens.[63]

    8.7 Oratria Sacra

    Para alm dos pregadores franceses como Bossuet,Bourdaloue e Fnelon grande o nmero de oradores sa-cros, como Paolo Segneri S. J., Padre Antnio Vieira S.J., Joo Faber, Abraham a Sancta Clara, Leonard Gof-n, este premonstratense, o capuchinho Martim de Co-chem e o oratoriano Jean Lejeune dentre outros.[60]

    9 Arte Crist e vida religiosaO Conclio de Trento traou precries apropriadas scelebraes do culto divino, pregaes e catequeses. Amsica tambm foi objeto de deliberaes do conclio.Paulo IV esteve prestes a abolir a msica polifnica, noo fez diante do sucesso obtido pela Missa do Papa Mar-celo", a seis vozes, composta por Pierluigi, de Pales-trina. A missa polifnica eclesistica foi aprovada desdeque digna do culto divino. Vittoria, Gregrio Allegri eOrlando di Lasso sobressaram na msica religiosa.[64]

    A literatura religiosa da poca tambm se destacou comLope de Vega e Caldern de la Barca, com seus autossacramentais; na Itlia, Torquato Tasso, na Gerusaleme

  • 12 10 REFERNCIAS

    Assuno da Virgem Maria, Catedral de Anturpia, Rubens, sc.XVII

    liberata. As poesias latinas dos jesutas Casimiro Sarbi-ewski e Tiago Balde em nada deixavam a desejar se com-paradas com as dos clssicos. A tragdia Lcifer, de Joostvan den Vondel, convertido, inspirou Milton no The lostParadise.[64]

    A arquitetura da poca era de estilo gtico ou da renas-cena (antigo romano, com fachada imponente, arque-ada, abbada e ornamentao) ou o barroco, que era umaespcie de degenerao da renascena com mais riquezade ornamentos, ou o rococ - mais degenerado, maisrico em arabescos e ornatos. Na pintura e escultura pre-dominou o realismo de Rubens, Van Dick, Murillo eGuido Reni, entre outros.[64] As Festas de Preceito fo-ram reduzidas a trinta e duas e Pio X as reduziu aindamais. As ladainhas no reconhecidas pela Santa S fo-ram proibidas nos ofcios pblicos e as festas de So Jose a do Sagrado Corao de Jesus - esta combatida pelosjansenistas, bem como as devoes da Via Sacra e dasQuarenta Horas receberam aprovao ocial.[64] A in-quisio desapareceu dos outros pases, continuando sem Roma e em forma diversa.[64]

    10 Referncias[1] Reao da Igreja Catlica Romana a Contrarreforma por

    Lzaro Curvlo Chaves

    [2] Reforma Protestante e Contrarreforma

    [3] Salesiano A Reforma Protestante e a Contrarreforma (ouReforma Catlica)

    [4] MacNall Burns, bibl. cit. pg. 449

    [5] MacNall Burns, bibl. cit. pg.477-481.

    [6] Daniel-Rops, bibl. cit. vol. V(II) pg. 7-9

    [7] THE CATHOLIC REFORMATION by Henri Daniel-Rops

    [8] L'Idea di Riforma Cattolica. A bilanciare sul piano storio-graco tale tendenza intervenne alla ne dell'Ottocento lostorico protestante W. Maurenbrecher, che nella sua Ges-chichte der Katholischen Reformation (1880; Storia dellaRiforma cattolica), riprese l'analisi dei tentativi di riformaeettuati in area cattolica prima del sorgere della pro-testa luterana per concludere, con prevalente riferimentoal caso della Spagna, che era realmente esistita una ten-denza in tal senso, che essa risultava del tutto autonomarispetto al cammino percorso dalla riforma protestante, e(dierenziandosi in questa lettura dalle tesi di Ranke) cheessa andava individuata sotto la categoria di riforma cat-tolica. Dizionario di Storiograa (em italiano)

    [9] A Contrarreforma

    [10] Enrico dal Covolo: The Historical Origin of Indulgences

    [11] Certum est, nummo in cistam tinniente augeri questum etavariciam posse: suragium autem ecclesie est in arbitriodei solius (Tese 28).

    [12] Errant itaque indulgentiarum predicatores ii, qui dicunt perpape indulgentias hominem ab omni pena solvi et salvari(Tese 21).

    [13] MOTA,Myriam Becho e BRAICK, Patrcia Ramos. His-tria das cavernas ao terceiro milnio. Vol. I. Ed. Mo-derna. ISBN 85-16-0402-4. Pg.: 179.

    [14] BURNS, Edward Macnall, op. cit., II vol., pgs. 458-459

    [15] SOUTO MAIOR, Armando, op. cit., pgs. 298-299.

    [16] KOSHIBA, Luiz e PEREIRA, DeniseManzi Frayze. His-tria Geral e Brasil - Trabalho, Cultura, Poder - EnsinoMdio.

    [17] ORLANDIS, Jos. Histria breve do Cristianismo. Tra-duo de Osvaldo Aguiar - Lisboa: Rei dos Livros, 1993.

    [18] AUCLAIR, Marcelle. La vie de Sainte Thrse d'Avila.ditions du Seuil, 1950. Traduo ao portugus de RafaelStanziona de Moraes, Quadrante, So Paulo, 1995.

    [19] CMARA, Jaime de Barros. Apontamentos de HistriaEclesistica. Petrpolis: Vozes, 1957, 3a. ed. p.270

    [20] WOHL, Louis de. Op. cit. p.190

  • 13

    [21] McNall Burns p. 481, op.cit.

    [22] McNall Burns p. 481, op.cit.

    [23] CMARA. J. Barros. Op. cit. p.298.

    [24] MacNall Burns, bibl. cit. vol. I, pg.477-478

    [25] in New Advent

    [26] So Carlos Borromeu arqutipo de bispo catlico in Re-vista Catolicismo. Visit. em 31 de agosto de 2011

    [27] CMARA, J. B. Op. cit. p.270.

    [28] Breve histria dos Papas. Futura Edizioni.

    [29] BURNS, Edward MacNall. Op. cit. pg. 478.

    [30] BURNS, EDWARD MacNall. oP. cit. pg. 478.

    [31] WOHL, Louis de. Fundada sobre a rocha, histria breveda Igreja. Traduo de Teresa Jalles - Lisboa: Rei do Li-vros, 1993, p.187-189

    [32] CMARA, Jaime de Barros. Apontamentos de HistriaEclesistica. Petrpolis: Vozes, 1957, 3a. ed. pgs. 261-263

    [33] ORLANDIS, Jos. Histria Breve do Cristianismo. Tra-duo de Osvaldo Aguiar. 2a. ed. Lisboa: Rei dos Livros,1993, pg.125.

    [34] CMARA, Jaime de Barros. Apontamentos de HistriaEclesistica. Petrpolis: Vozes, 1957, 3a. ed. pg. 263

    [35] ORLANDIS, op. cit.

    [36] CMARA, Jaime de Barros. Apontamentos de HistriaEclesistica. Petrpolis: Vozes, 1957, 3a. ed. p. 264

    [37] ORLANDIS, op. cit.

    [38] WOHL, Louis de. Op. cit. p.193

    [39] CMARA, Jaime de Barros. Op. cit.. p. 264-266

    [40] ORLANDIS, Op. cit.

    [41] ORLANDIS, Jos. Histria Breve do Cristianismo. Tra-duo de Osvaldo Aguiar. 2a. ed. Lisboa: Rei dos Livros,1993, pg.126

    [42] BURNS, Edward Macnall, Op. cit., vol. I, p. 478.

    [43] BURNS, Edward Macnall, Op. cit., vol. I, p. 479.

    [44] WOHL, Louis de. Op. cit. p.192

    [45] ORLANDIS, Jos. Op. cit. pg.126

    [46] BURNS, Edward Macnall, Op. cit., vol. I, p. 479.

    [47] CMARA, Jaime de Barros. Apontamentos de HistriaEclesistica. Petrpolis: Vozes, 1957, 3a. ed. p.266.

    [48] ORLANDIS, Jos. Histria Breve do Cristianismo. Tra-duo de Osvaldo Aguiar. 2a. ed. Lisboa: Rei dos Livros,1993, pg.129

    [49] ORLANDIS, Jos. op. cit.

    [50] ORLANDIS, Jos. op. cit.

    [51] CMARA, J. B. Op. cit. p.271.

    [52] PINTONELLO, Aquiles. Os Papas. (Trad. Roberto Gi-rola; reviso e adap. Paulo Romero Gozzi). - So Paulo:Ed. Paulinas, 1986. ISBN 85-05-00257-1

    [53] Even Protestants mentioned Pope Pius with respect. Baconspoke of that excellent Pope Pius Quintus, whom I won-der his successors have not declared a saint (Of a HolyWar, in his Works, ed. of 1838, I, 523; the words howe-ver are put into the mouth of another). POLLEN, J.H.(1913). "The Counter-Reformation". Enciclopdia Cat-lica. Nova Iorque: Robert Appleton Company.

    [54] WOHL, Louis de. Op. cit. p.196

    [55] SCHMID, Joseph. Zur Geschichte der Gregorianis-chen Kalenderreform, Historisches Jahrbuch der Grres-Gesellschaft, 3 (1882), 388-415, 543-595& 5 (1884), 52-87. citado por Cmara, Jaime de Barros, Op. cit. p.273.

    [56] CMARA, Jaime de Barros. Op. cit. p. 271-272

    [57] CMARA, Jaime de Barros. Op. cit. p. 279

    [58] CABARELLO, Vida del illustr. fray M. Cano. Madri,1871, cit. por CMARA, Jaime de Barros. Op. cit.p.280, nota 4.

    [59] RUIZ, Martin. Vida y obras de Juan de Avila. Madrid:1618; citado por CMARA, J. B. Op. cit. p.280.

    [60] CMARA, Jaime de Barros. Op. cit. p. 280

    [61] NOVAK, Michael. The Universal Hunger for Liberty.Basic Books, N. York, 2004, pg. 24.

    [62] WOODS JR., Thomas E. Como a Igreja Catlica construiua Civilizao Ocidental. Trad. lcio Carillo; rev. Emricoda Gama. - So Paulo: Quadrante, 2008, pg. 131. ISBN978-85-7465-125-5

    [63] WOODS JR., Thomas E. Como a Igreja Catlica construiua Civilizao Ocidental. Trad. lcio Carillo; rev. Emricoda Gama. - So Paulo: Quadrante, 2008, pg. 140. ISBN978-85-7465-125-5

    [64] CMARA, Jaime de Barros. Op. cit. p.298.

    Este artigo incorpora texto da Catholic Encyclopedia, pu-blicao de 1913 em domnio pblico.

    11 Bibliograa AUCLAIR, Marcelle. Teresa de vila. (Traduode Rafael Stanziona de Moraes). So Paulo: Qua-drante, 1995.

    CMARA, Jaime de Barros. Apontamentos de His-tria Eclesistica. Petrpolis: Vozes, 1957, 3a. ed.

  • 14 13 LIGAES EXTERNAS

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    DECOT,Rolf. Katholische Reform, in: Enzyklop-die der Neuzeit, Bd. 6, hg. Kulturwissenschaftli-ches Institut, Essen, und Verlag J.B.Metzler, Stutt-gart/Weimar 2007.

    JEDIN, Hubert Katholische Reformation oder Ge-genreformation? Ein Versuch zur Klrung der Be-grie nebst einer Jubilumsbetrachtung ber das Tri-enter Konzil. Stocker, Luzern 1946.

    KLUETING, Harm. Das Konfessionelle Zeitalter.Europa zwischen Mittelalter und Moderne, Darms-tadt 2007.

    MAcNALL BURNS, Edward. Histria da Civiliza-o Ocidental. (Traduo de Lourival Gomes Ma-chado, Lourdes Santos Machado e Leonel Vallan-dro). Porto Alegre: Editora Globo, 1972, 2. edi-o. (Ttulo original da edio norte-americana:Western Civilizations, Their History and Their Cul-ture. W. W. Norton & Co. Inc., N. York).

    MAURENBRECHER, Wilhem: Geschichte derkatholischen Reformation. Band 1. Beck, Nrdlin-gen 1880.

    ORLANDIS, Jos. Histria breve do Cristianismo.Traduo de Osvaldo Aguiar - Lisboa: Rei dos Li-vros, 1993. ISBN 972-51-0046-8

    PIERRARD, Pierre. Histria da Igreja. (Traduode lvaro Cunha; reviso de Luiz Joo Gaio). SoPaulo: Paulus, 1982. (Ttulo original da edio fran-cesa: Histoire de l'Eglise Catholique. Descle & Cie.Paris, 1978)

    PINTONELLO, Aquiles. Os Papas: sntese hist-rica, curiosidades e pequenos fatos. (Traduo Ro-berto Girola; reviso e adaptao Paulo RomeroGozzi). So Paulo: Ed. Paulinas, 1986. ISBN 85-05-00257-1

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    WEISS, Dieter J. Katholische Reform und Gegenre-formation. Ein berblick. Wissenschaftliche Buch-gesellschaft, Darmstadt 2005, ISBN 3-534-15121-6.

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    WOODS JR., Thomas E. Como a Igreja Catlicaconstruiu a Civilizao Ocidental. Traduo de l-cio Carillo; rev. Emrico da Gama. - So Paulo:Quadrante, 2008. Ttulo original: How the Catho-lic Church Built Western Civilization. ISBN 978-85-7465-125

    12 Ver tambm

    13 Ligaes externas The Catholic Reformation por Henri Daniel-Rops(em ingls)

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    14 Fontes, contribuidores e licenas de texto e imagem14.1 Texto

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    ed/Baroque_Rubens_Assumption-of-Virgin-3.jpg Licena: Public domain Contribuidores: Web Gallery of Art: Image Info about artwork Artista original: Peter Paul Rubens

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