A criança e o texto digital

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SÓNIA PACHECO UNL-FCSH LUÍS BONIXE ESE PORTALEGRE/ CIMJ A criança e o texto digital - uma análise ao uso das tecnologias por crianças em idade pré-escolar

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Comunicação apresentada no 2º Congresso de Literacia, Media e Cidadania a10 de Maio de2013

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SÓNIA PACHECOUNL-FCSH

LUÍS BONIXEESE PORTALEGRE/ CIMJ

A criança e o texto digital - uma análise ao uso das tecnologias

por crianças em idade pré-escolar

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Objetivos

De que modo as tecnologias de informação e comunicação estão a ser utilizadas no ensino pré-escolar?

Perceber como as crianças dos 3 aos 6 anos utilizam as tecnologias para a interpretação e leitura de textos multimédia e como isso pode ser facilitador de inclusão digital.

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Pressupostos

As crianças, mesmo em idade pré-escolar, têm um contato cada vez mais frequente com as tecnologias de informação e comunicação e como tal questionam e experimentam vivências que contribuem para a sua aprendizagem modificando modos de contato com o mundo que as rodeia.

Estamos a referir-nos a crianças que, com relativa facilidade e por tentativa e erro, utilizam um telemóvel, jogam com consolas, interagem com jogos na televisão ou utilizam as diferentes ferramentas de um computador para ler os textos que se lhes disponibilizam (Levy, 2009).

É indispensável reduzir a info-exclusão e não há melhor local para começar essa grande tarefa do que na escola; com os alunos, os docentes, os encarregados de educação e o pessoal não docente. (Pedro C. Cerrillo)

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Novos textos, novos leitores?

A leitura não se resume apenas ao texto em papel, mas abrange uma leitura no ecrã com textos que se caracterizam pelas suas múltiplas modalidades que por sua vez promovem novas leituras e o desenvolvimento de novos leitores desde as mais tenras idades.

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Ler antes de ler

As crianças dos 3 aos 6 anos que frequentam o ensino pré-escolar têm noção dos aspetos formais da leitura e da escrita, ou seja, como se lê e como se escreve, e sobre os aspetos conceptuais, isto é, o que representa a linguagem escrita (Martins, 1996).

As crianças leem a imagem, interpretam-na, inferem sobre o que veem e atribuem essa mesma interpretação ao texto que acompanha a imagem tornando-o predizível.

“El dibujo puede ser interpretado, el texto sirve para ler lo que el dibujo representa.(…) la expectativa es que el texto se corresponde con el dibujo el objeto representado en uno, también lo está en el outro” (Ferreiro&Teberosky, 1999, p.95).

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Metodologia

Corpus - 25 alunos do ensino pré-escolar (dos 3 aos 6 anos)

Observações diretas não participantes em contexto educativo e entrevistas semi-diretivas

Observar nas crianças, inseridas “no seu quadro habitual e familiar” (Damas & De Ketele, 1985, p.48), comportamentos e interações perante e com os textos, tendo como suporte as TIC.

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Usar o computador

O computador é usado essencialmente como um momento de trabalho.

Área da sala

Opção de escolha (individual ou em grupo)

Fazem jogos de escrita e leitura, de matemática e de desenho ou pintura.

Os softwares: narrador que vai interagindo com as crianças; dá um feedback das suas decisões e opções de escolha; reforça e a incentiva .

A presença do narrador ajuda à motivação das crianças; as crianças insistem no jogo até obterem a recompensa do sucesso que lhes é atribuída pelo som do “aplauso” e pelo reforço positivo verbal do narrador.

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Aprender com a tecnologia

Aprendizagens educativas integradas nas diferentes áreas de conteúdo

Área de Formação Pessoal e Social: Socialização

Desenvolvimento Motor e a utilização do equipamento:

lateralidade; avança e recua dependendo do ícone escolhido;

motricidade fina, coordenação óculo-manual ; flexibilidade motora.

Utilização do software:

Domínio da matemática: padrões, sequências lógicas,

classificação, encaixes, números, geometria, nomeação, identificação

e atribuição de cores, quantidades, tamanhos, correspondências um

a um; preenchimento de tabelas de 2 entradas.

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Aprender com a tecnologia

Domínio da linguagem oral e abordagem à leitura e escrita: interações

verbais com o narrador/intermediário do software, interações verbais com os

pares; definição e nomeação das diferentes letras do abecedário; introdução do

nome próprio do utilizador do jogo e do sucesso alcançado (recorde

identificado);completar palavras; contador de histórias que permite às crianças

ouvir uma história, virar a página, definir a sequência da história e executar

tarefas relacionadas com a história após a audição da mesma; identificam letras

do seu nome e do nome dos seus colegas.

Área do conhecimento do mundo: identificação de diferentes alimentos,

objetos do dia-a-dia, ações, paisagens de diferentes estações de ano e de países

estrangeiros, pensamento científico com testagem de hipóteses por tentativa e

erro nas diferentes tarefas do jogo.

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O contexto e a inclusão digital

As crianças ensinam os pais a utilizar o computador e até a identificar/interpretar o texto multimédia: os ícones que servem para mover uma peça ou passar à fase seguinte ou as letras que conhecem e que lhes permitem predizer a palavra.

Verbalizam o incentivo que os progenitores fazem em casa para que estes aprendam a utilizar o computador: “A minha mãe diz para eu trabalhar com o computador…” (sic.).

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Notas finais

O uso dos suportes digitais está integrado nas rotinas diárias das duas salas observadas ; é uma opção natural e faz parte de hábitos de exploração, verificação e aplicação de conhecimentos apreendidos e construídos nas diferentes áreas de conteúdo, que orientam as ações e oportunidades educativas propostas e desenvolvidas intencionalmente na educação pré-escolar.

O contacto frequente e diário com os suportes digitais ajuda as crianças desta faixa etária a concretizar e explorar conceitos, como por exemplo o pensamento científico, o pensamento lógico matemático e explorações diversas na área da leitura e da escrita, nas quais se inclui a interpretação do texto multimédia.

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Notas finais

As crianças, mesmo sem uma aquisição convencional de leitura e escrita, interpretam a imagem, o som, a cor e o movimento e conseguem predizer algumas das palavras que lhes vão surgindo no decorrer do jogo ou da tarefa proposta.

As estratégias de leitura que as crianças desenvolvem aplicam-se a todo o tipo de textos. O objetivo será sempre o de atribuir uma mensagem ao texto, um sentido.

As vivências pessoais e em comunidade, as possibilidades de experimentação e de questionamento promovem, não só, a construção ativa de conhecimentos nas diferentes áreas de conteúdo, bem como, contribuem para a impregnação no dia-a-dia educativo da utilização das TIC.

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