A Culpa é do Computador

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Centrada nas questões que, por via das tecnologias, poderão melhorar o bom senso da sua gestão profissional e, de um modo geral, a sua vida pessoal, “A Culpa é do Computador!” aborda os prós e contras das tecnologias, numa linguagem acessível, ilustrada com pequenas histórias baseadas em casos reais. Fruto dos vários anos de experiência do autor nas mais variadas áreas do conhecimento, este guia prático destina-se a gestores, mas também a profissionais da informática e, porque não, a todos os que aqui virem uma oportunidade para aprofundar os seus conhecimentos.

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As Tecnologias não são novas nem velhas: são apenas parte do futuro.

Escrever um livro, com conteúdo do tipo “tudo o que você quer saber sobre tecnologias de informação e tem vergonha de perguntar ao computador ou a um amigo”, não é tarefa fácil.

Mas este livro prova que há quem não se intimide com tal “espinhosa tarefa” e até assuma que mais vale tentar fazer e ser diferente, do que só tentar vender e/ou instalar tecnologias e depois ler novidades sobre o futuro, presente e… risco.

Mesmo arriscando-se a que dentro de um ano tenha de fazer nova edição “revista, aumentada e melhorada” o autor assumiu que os “Segredos das Novas Tecnologias” deviam ser desvendados dentro do possível e no momento.

Ao longo de muitas páginas bem arrumadas e com sis-tematizado sentido pedagógico este livro lê-se quase com o mesmo entusiasmo com que se lê o livro de Alvin Toffler A Terceira Vaga, obra que descrevia bem a passagem da Primeira Vaga de Mudança (que surgiu com a passagem dos nómadas à agricultura sedentária), da Segunda Vaga de Mudança (que evidenciava a passagem da sociedade agrícola à sociedade industrial) e, por fim, a passagem à Sociedade da Informação. Na qual vivemos.

Neste excelente texto “pouco tecnólogo e muito atual para gestores”, qualquer profissional “não da área” fica, depois da sua leitura, sem desculpas para poder afirmar que “não sabe nada” sobre a forma como “os desafios

Prefácio

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mais comuns da era digital” são avassaladores mas pre-nhes de bom senso e multidisciplinaridade. As respostas a temas como privacidade, segurança e velocidade, virtuali-zação, Cloud e sustentabilidade, eficiência e continuidade são mesmo objecto de glossário final como tenho encon-trado poucos.

Como se diz em tempo de Santos Populares sobre “os manjericos” («regar e pôr ao luar») este livro permite ter mais encanto do que a flor de “jacarandá” («é ler e já está»).

O Carlos Costa “deu à costa” um excelente trabalho. É de ler e recomendar. Um livro assim é para gestores e para si. Como foi e será para mim. Para nós.

Até à próxima edição revista pelo Choque do Futuro.

Francisco Velez RoxoProfessor de Estratégia e Marketing de Serviços

Católica Lisbon: School of Business & Ecomomics Universidade Católica – Lisboa

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introdução 1

Todos sabemos que o segredo mais básico das novas tecnologias, vulgarmente chamadas de “Informática”, é “sair e voltar a entrar” ou “desligar e voltar a ligar”. Quando um dado programa, computador ou telemóvel bloqueiam, é isso que nos aconselham a fazer e, em mui-tas situações, funciona. Parece magia, mas não é. Tal facto deve-se, normalmente, a uma imperfeição de software, de que falaremos num dos capítulos mais adiante, ou a questões ambientais, de temperatura ou de interferências eletromagnéticas dos dispositivos eletrónicos.

Embora tenha começado por mencionar o assunto, o objetivo do livro não é, propriamente, abordar segre-dos técnicos informáticos. Esporadicamente, referiremos alguns, mas o foco principal estará centrado nas questões que, por via das tecnologias, poderão melhorar o bom senso da sua gestão profissional e, talvez, de um modo geral, a sua vida pessoal.

O meu filho, que está a estudar Engenharia Civil, ganhou o prémio de melhor gestor num trabalho de grupo da cadeira de Gestão em que, através de uma aplicação de software, se simulava o desempenho de várias empresas no mercado. Durante vários dias, ele e o grupo foram tomando decisões

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Talvez inspirado nesse caso de estudo, resolvi escrever este livro, com uma abordagem dos prós e contras das tec-nologias, numa linguagem acessível, sem entrar em deta-lhes muito técnicos, embora profundos, e com pequenas histórias, algumas com humor, ilustrativas dos temas. “A brincar a brincar”, vamos, então, abordando os assuntos mais sérios, profundos e delicados das tecnologias e sua influência na gestão. Escrito desta forma leve, o objetivo é que seja lido pelo maior número de pessoas e, assim, con-tribuir, por um lado, para facilitar leituras posteriores mais profundas em livros da especialidade e, por outro, para incutir um maior bom senso da gestão das empresas, insti-tuições e também, porque não, das próprias tecnologias e da vida em geral.

As novas TI (Tecnologias de Informação) ou TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) permitem,

de acordo com os planos e os imprevistos que iam ocorrendo na sua empresa virtual, em competição com outras seis no mesmo mercado. E, no final, a empresa dele venceu. Quando lhe perguntei qual a principal razão da vitória, a resposta que obtive foi: «Bom senso». Esperava algo como «inteli-gência», «astúcia», «fé» ou «persistência», mas não. A sua convicção para se ser um bom gestor era, e julgo que ainda é, o bom senso. Explicou-me ele: «Muitas das vezes fomos tentados a tomar decisões precipitadas que nos iriam fazer ganhar muito dinheiro em pouco tempo, mas contínhamo-nos e, depois, verificávamos que os outros, ao decidirem dessa forma, caíam em grandes armadilhas. Claro que arris-cámos em muitas decisões, mas sempre com bom senso».

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Introdução 3

essencialmente, acelerar significativamente aquilo que está organizado. Talvez por falta de formação base em algumas das novas tecnologias, sempre em evolução per-manente, ou por deficiências no domínio da organização, sinto que alguns gestores estão pouco motivados, confian-tes ou mesmo crentes relativamente a certos aspetos das TIC, provavelmente por expectativas frustradas em proje-tos anteriores. Por isso, quero partilhar a minha experiên-cia e o meu entusiasmo por estas novas ferramentas que permitem gerir, indiscutivelmente melhor e mais tranqui-lamente, as nossas organizações.

Podemos, hoje, fazer quase tudo no que diz respeito à aquisição, tratamento e divulgação de informação. Há poucos “impossíveis” neste domínio. É tudo uma questão de prazo, preço, método e oportunidade. Quase toda a informação das nossas empresas está em formato digital. Vivemos uma época histórica nesse sentido. Há poucas décadas estava praticamente tudo registado em papel, guardado em dossiers, manuscritos ou datilografados, muito bem organizados, mas com tempos de pesquisa infinitamente maiores. Por isso, existe hoje um mundo de novas oportunidades e desafios. Podemos agora, com mais ou menos facilidade, colocar no nosso gabinete um monitor com todos os principais indicadores de gestão, observando o histórico e antecipando o futuro da nossa empresa ou instituição. As nossas decisões podem ser mais acertadas e, portanto, mais justas e motivadoras de bons resultados. Para isso, precisamos de algumas ferramentas informáticas específicas de pesquisa, tratamento e visua-lização de dados, mas, essencialmente necessitamos de uma boa comunicação, assim como de uma relação muito

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próxima com a direção de informática e respetiva equipa, bem como com todos os utilizadores informáticos e pro-dutores da informação da empresa.

Este é o principal foco do que vamos encontrar ao longo do livro. Os segredos mais básicos das novas tecnologias na perspetiva do gestor, com vista a catalisar a melhor comunicação entre todos.

Também sinto alguma frustração nos informáticos que, com a melhor das intenções, fazem tudo para melhorar os sistemas e processos internos, mas, por falta de formação em Gestão ou em Psicologia, não conseguem atingir em pleno os seus objetivos, ora por deficiente apoio da gestão de topo em disciplinar com rigor certos procedimentos, ora por não conseguirem alterar prioridades, por vezes propositadas, na atribuição de recursos financeiros. Este livro é também para eles.

Em muitas empresas americanas, o CIO (Diretor da Informação) está a ser promovido a CEO (Diretor Executivo) pelo poder que o tratamento de informação adquiriu nes-sas empresas. Numa empresa com bom ambiente e com-petência, o CEO pode trabalhar bem em equipa com o CIO, mas numa empresa com um ambiente mais incom-petente e internamente agressivo, o CIO pode ser visto como uma amea ça ao CEO.

Um Diretor Geral de uma inovadora empresa industrial têxtil na Índia disse um dia, a brincar, que o seu Diretor de Informática era como que um “bode expiatório” do

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Introdução 5

Esta história descreve bem o que se passa em muitas organizações.

Provavelmente devido à deficiente sintonia entre gesto-res e informáticos, das inúmeras conversas com variadas pessoas de muitas empresas e instituições, tenho sentido nos últimos anos, por um lado, grande dependência infor-mática, por outro, graves deficiências ao nível da robustez, fiabilidade e segurança dos sistemas e, pelo que me aper-cebo, ninguém parece sentir-se responsável por isso. Há exceções, pois já li que houve quem dissesse: «Estamos montados num cavalo-de-pau e, enquanto não tivermos uma infraestrutura tecnológica robusta, não podemos fazer avançar o nosso sistema de informação para outro nível». Infelizmente, só quando há incidentes graves, cada vez mais frequentes, é que o assunto é finalmente conside-rado por alguns como prioritário.

Dada a minha formação académica e a correspondente prática profissional quer em Engenharia Eletrotécnica e Informática quer em Gestão e Marketing, resolvi escrever este pequeno guia prático para gestores, mas que, acima

que corria mal na empresa. Quando lhe perguntaram se ele tinha consciência de que o negócio dependia imenso das tecnologias e se tudo estava devidamente projetado e instalado com toda a segurança nesse sentido, respondeu ainda a brincar:«Temos tudo informatizado e, portanto, o Diretor de Informática é o culpado de tudo. Até lhe pagamos um extra no ordenado para ele representar esse papel.»

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de tudo, pretende aproximar estes dois mundos que, em sintonia, em harmonia e em equipa, têm conseguido pro-jetos de magnânima importância global para todos, sobre-tudo nas últimas décadas.

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Para facilitar a vida aos mais apressados que dizem não ter tempo livre para ler o livro todo, aqui vão descritos, em resumo, por ordem alfabética, alguns dos principais termos e expressões utilizados ao longo da obra.

Para maior detalhe, recomenda-se uma pesquisa mais aprofundada, por exemplo, na Web.

Backup – Cópia de segurança. É a cópia de dados de um dispo-sitivo de armazenamento para outro, de forma a que possam ser restaurados em caso da perda dos dados originais. Ao processo de restauração chama-se restore e é esse o grande objetivo do backup: poder fazer-se fácil e eficazmente uma recuperação de dados perdi-dos. É vulgar fazerem-se backups sem qualquer controlo e só numa eventual emergência de recuperação (restore) se verifica, por vezes tarde de mais, a sua qualidade.

BI (Business Intelligence – Inteligência Empresarial) – Refere-se ao processo de aquisição, organização, análise, partilha e monitorização de informações que oferecem suporte à gestão de negócios.

Bit – Simplificação para dígito binário (BInary digiT, em inglês). É a menor unidade de informação que pode ser armazenada ou trans-mitida. Um bit pode assumir somente 2 valores, por exemplo, 0 ou 1, verdadeiro ou falso.

Bitmap – Imagens raster (ou bitmap, que significa mapa de bits, em inglês) que contêm a sua descrição em cada pixel, em oposição aos gráficos vetoriais. O tratamento de imagens deste tipo requer ferramentas especializadas, geralmente utilizadas em fotografia, pois envolvem cálculos muito complexos, como interpolação, álgebra matricial, etc.

Blades – Computadores (normalmente servidores) em formato de paralelepípedo achatado (tipo lâmina) que encaixa em série com outros no mesmo armário.

Glossário

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Glossário 153

Web – Teia (de aranha). Termo utilizado como abreviatura da rede global de Internet. A World Wide Web (que, em português, significa “Rede de alcance mundial”; também conhecida como web e WWW) é um sistema de documentos (na forma de vídeos, sons, textos e imagens) que são interligados e executados na Internet. Para visualizar a informação, pode-se usar um programa de computador chamado navegador (browser) para descarregar informações (cha-madas “documentos” ou “páginas”) de servidores web (ou sites) e mostrá-los no ecrã do utilizador. O ato de seguir links (ou hiperliga-ções) é, normalmente, chamado de “navegar” ou “surfar” na web.

Web 2.0 – É um termo criado, em 2004, pela empresa americana O’Reilly Media para designar uma segunda geração de comunidades e serviços, tendo como conceito “a web como plataforma”. Novas aplicações baseadas em animação e maior interação humana, redes sociais e tecnologias da informação fazem parte deste (controverso) novo conceito.

Workflow (Fluxo de Trabalho) – É a sequência de passos necessá-rios para que se possa atingir a automação de processos de negócio, de acordo com um conjunto de regras definidas, envolvendo a noção de processos, permitindo que estes possam ser transmitidos de uma pessoa para outra, de acordo com algumas regras.