A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE
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Transcript of A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE
Por Serrano NevesRevisado em maio de 2013
LIVRO LIVRE É FUNÇÃO SOCIAL DA´PROPRIEDADE INTELECTUAL
NÃOBOAS
NÃOCERTAS
NÃOJUSTAS
BOAS
CERTAS
JUSTAS
Quando fazem obom, o certo e ojusto merecemAPROVAÇÃO
e até elogios e“prêmios”.
Quando fazemnão bom, o nãocerto ou o nãojusto merecemREPROVAÇÃO e até “pena”.
O SE
NSO
COMUM
DA
CULP
A
O técnico daseleção brasileira
de futebol é oCULPADO pelo mau
desempenho, ouRESPONSÁVEL
PELO FRACASSO.
Caso o desempenhoda seleção tivessesido bom ninguém
diria que o técnico éculpado, mas
poderia dizer que éRESPONSÁVELPELO SUCESSO
O SE
NSO
COMUM
DA
CULP
A
A palavra
CULPADO
é reservada para quem fezalguma coisa não-certa, não-
boa, não-justa.
Nem sempre o técnico é o únicoculpado. O médico, o preparador físico
ou o cartola podem ter contribuídopara o fracasso liberando jogador
contundido, preparando mal osjogadores ou fazendo pressão.
DIVIDINDO A CULPA
É possível que os torcedores cheguem àconclusão de quem deverá ser demitido,
quem deverá ser suspenso, ousimplesmente pagar multa.
DIVIDINDO A CULPA
OS TORCEDORES TEM NOÇÃO DAPROPORCIONALIDADE ENTRE A CULPA E A PENA E
SÃO RAZOÁVEIS NA APLICAÇÃO
DIVIDINDO A CULPA
SENSO COMUM é acapacidade que as pessoaspossuem para perceber que
alguém fez alguma coisamalfeita, avaliar porque fez o
malfeito e até sugerir umapena para o malfeitor.
Os torcedores não temregras fixas para analisar aculpa de cada um, mas são
capazes de analisar oquanto o culpado estavapreparado para fazer, o
quanto tinha noção do certoe do errado, e se tinha
condições pessoais parafazer de outro modo mais
certo.
O médico aceitou apressão do cartola para
liberar o jogadorcontundido porque não
queria perder oprestígio junto à
diretoria.
O cartola fez pressão sobre omédico por ter recebido pressão dopatrocinador para colocar o jogador
em campo.
O preparador físicovacilou e nãopreparou os jogadorespara aguentarem otempo de prorrogaçãoapós o empate.
O técnico aceitoutudo isto para nãoperder o emprego.
Será que o técnicorealmenteentendeu asconsequências doque iria fazer ??
CULPABILIDADEé a medida da culpada pessoa que faz
o NÃO BOMo NÃO CERTOo NÃO JUSTO
MEDIDA é a quantidade de alguma coisa, por exemplo:
3 centímetros de tecido.
“centímetro” refere-se à unidade da ESCALA MÉTRICAde medida da grandeza denominada COMPRIMENTO.
A “régua” utilizada para medir está dividida em centímetros.
“3” é a quantidade de unidades.
MEDIDA = QUANTIDADE + UNIDADE + OBJETO
GRANDEZA é tudo aquilo que pode ser medido: comprimento,peso, massa, volume etc.
UNIDADE é a escala utlizada para referir-se à menor porção dagrandeza
Medindo TEMPERATURA doar, por exemplo, temos uma
melhor noção do que é aunidade e o que é escala.
Assistindo um filmeamericano vemos um
termômetro marcando 100graus e ficamos espantadosporque o que conhecemoscomo 100 graus é a “água
Não está errado!É que a “escala” utilizada lá é a Farenheit e100 graus Farenheit equivalem a 37,7 grausna escala Centesimal, ou seja, está apenas
um “calor danado”.
Farenheit Centesimal=
Quando as pessoas sabem a grandeza, a unidade e a escala fica fácil de entender eaté de fazer a conversão para outra unidade e escala conhecidas.
Por exemplo: a medida de aferição de uma prova escolar é feita em pontos e cadaponto corresponde a um acerto (definição da unidade), mas de nada adianta saberque um aluno tirou nota 10 porque não sabemos qual escala foi adotada: se de 0 a
10, se de 0 a 100 ou se de 0 a 50.
Se de 0 a 10 o aluno acertou 100% das respostas.Se de 0 a 100 o aluno acertou 10% das respostas.Se de 0 a 50 o aluno acertou 20% das respostas.
Nos exemplos todas as escalas foram convertidas para percentual.
A ÚNICA GARANTIA DE QUE A “MEDIDA” SERÁENTENDIDA É O “NÚMERO” ESTAR ACOMPANHADO DA
“UNIDADE” E DA “ESCALA”
“Dois dedos de pinga” não é uma medida inteligível, pois aquantidade irá variar conforme o formato do copo e a altura dosdedos, então foi padronizado que a DOSE deve ter 50 mililitros
(0,050 do litro) que é usada para bebidas destiladas de teoralcoólico semelhante (14 mililitros de álcool) , o que faz com queuma dose de pinga seja equivalente a um copo de vinho ou dois
copos de cerveja, mais ou menos.
CULPABILIDADE é a medida,mas qual será a grandeza, aunidade e a escala a serem
adotadas?
A “grandeza”, ou coisa a ser medida, e queresultará na MEDIDA DA CULPABILIDADE, é a
capacidade da pessoa para lidar com a situaçãoem relação à qual está sendo considerada
culpada.
Antônio foi ligar a televisão e elaqueimou.
Ele é culpado?
ATENÇÃO: estamos lidandocom o “senso comum” das
pessoas, tanto o sensocomum de Antônio como osenso comum de nós que
estamos respondendo se ele éculpado e quanto é culpado.
Supondo que a avaliação de Antônio resultou em“pouco culpado” é possível que alguém pergunte o
“quanto” pouco culpado é: muito pouco, pouquíssimo,beirando o médio?
Numa escala de 0 a 100 Antônio épouco culpado: é um 20.
Ficou mais fácil de entender o “grau” ou “medida” da suaculpa, ou seja:
0 10020
O senso comum também mostrará que o“castigo” a ser aplicado a Antônio, cujograu ou medida da culpabilidade é 20
numa escala de 0 a 100 deverá serproporcional , ou seja: numa mesmaescala de 0 a 100 de “castigo” será
aplicado 20, ou um pouquinho mais ou umpouquinho menos, conforme Antônio seja
um “bom sujeito” ou um “não tão bomsujeito”.
0 10020
Numa escala de 0 a 100 Antônio épouco culpado: é um 20.
Numa mesma escala de 0 a 100de “castigo” será aplicado 20
Uma escala “judicial” poderá ter“unidades” diferentes dado o costume dereferir-se às penas mínima e máxima do
tipo, mas é só estabelecer a equivalência
0 10020
MÍNIMA MÉDIA MÁXIMA
ENTRE A MÍNIMA E A MÉDIA
0 10020
MÍNIMA MÉDIA MÁXIMA
ENTRE A MÍNIMA E A MÉDIA
Seja uma pena de 1 ano a 10 anos para o “crime”.
1 ano 10 anos2 anos
Assim, está concluída a parte que demonstra a
MEDIDA DA CULPABILIDADEe a
PROPORCIONALIDADE DA PENAde forma simplificada.
Em outra apresentação será visto como “calibrar”a medida da culpabilidade pelos elementos que a
compõe.
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