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Revista Brasileira do Aço - Ano 20 Edição 127 - Dezembro de 2010 CENÁRIO Usinas e distribuidores concordam que o momento exige união do setor CONSUMO Setores consumidores encerram 2010 com bom desempenho e preocupação A CULTURA DO AÇO INDA celebra 40 anos em jantar especial e anuncia criação do museu do aço

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Revista Brasileira do Aço - Ano 20 Edição 127 - Dezembro de 2010

CENÁRIOUsinas e distribuidores concordam que o momento exige união do setor

CONSUMOSetores consumidores encerram 2010 com bom desempenho e preocupação

A CULTURA DO AÇO INDA celebra 40 anos em jantar especial e anuncia criação do museu do aço

2 Revista Brasileira do Aço

Editorial

Diretoria Executiva Presidente: Carlos Jorge Loureiro Vice-presidente: José Eustáquio de Lima Diretor Administrativo e Financeiro: Miguel Jorge Locatelli Diretor para Assuntos Extraordinários: José Antônio Orue Mera. Conselho Diretor: Alberto Piñera Graña; Carlos Henrique Stella Rotella; Heuler de Almeida; Luiz Ernesto Migliora; Newton Roberto Longo. Superintendente: Gilson Santos Bertozzo.

Revista Brasileira do Aço Fone: 11 2272-2121 [email protected] Editora: Luana Ribeiro (Mtb 57658) [email protected] Sistemas de Informação/Estatísticas: Oberdan Neves Oliveira e Camilla ReisProjeto gráfico e Diagramação: Conceito Comunicação e Designwww.conceitodesign.com.br.Impressão: HRosa. Distribuição exclusiva para Associados ao Inda. Os artigos e opiniões publicados não refletem necessariamente a opinião da Revista Brasileira do Aço e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Expe

dien

teEntre o passado e o futuro

Durante o Jantar que celebrou os 40 anos

da criação do INDA, realizado dia 8 de dezem-

bro, o presidente do Instituto, Carlos Loureiro,

fez uma explanação na qual externou sua pre-

ocupação com a desindustrialização do Brasil.

Loureiro salientou que a alta das importações

de aço, que passaram de 5% para 25% em

2010, acende a luz vermelha sobre um proble-

ma ainda maior, que é a importação de produ-

tos intensivos em aço.

Foi com foco nessa fragilidade da indústria

nacional e, como não poderia deixar de ser,

com destaque para a siderurgia, que elabora-

mos a última edição do ano da Revista do Aço,

a fim de mostrar um panorama atual da cadeia

do aço (desde as siderúrgicas até os setores

consumidores), mostrando inclusive quais as

perspectivas dos nossos clientes para 2011.

Em contato com alguns setores consumi-

dores, notamos que, a despeito dos bons re-

sultados de 2010, todos apontam que o grande

entrave para um desempenho a contento é a

alta carga tributária brasileira. Notamos ainda

que ao contrário do ano passado, quando a

preocupação desses setores estava focada em

recuperar as perdas de 2008, o ano de 2010

esteve, desde o início, cercado de boas expec-

tativas de crescimento e desenvolvimento.

Sabidamente, para que o desempenho fosse

tão bom quanto as perspectivas, foi necessário

que o governo mantivesse alguns incentivos fis-

cais para que a indústria tivesse condições de in-

vestir. Mais uma vez, governo e indústria alinha-

ram interesses – ainda que de maneira aquém

do desejado – e, com isso, vimos setores como

o automobilístico registrar ótimos resultados ao

longo do ano, atingindo recorde de produção

e vendas.

Mas, diante da preocupação externada

pelo presidente do INDA, que por diversas

vezes foi corroborada pela apreensão de se-

tores como o de bens de capital e o próprio

automobilístico, terminamos o ano com uma

avaliação realista, pois, se por um lado os re-

sultados de 2010 estão alinhados com nossas

previsões iniciais, por outro corremos sério

risco de perder competitividade por falta de

políticas que incentivem o investimento do

mercado doméstico.

Ainda em nosso balanço, fechamos 2010

com a grata satisfação de ter, em nosso tra-

dicional jantar, público recorde de mais de

quinhentos convidados, em um evento que

demonstrou a pujança do nosso setor, com

a presença de usinas, distribuidores, tradings,

setores consumidores, entidades representa-

tivas e órgãos de governo.

Nas páginas que seguem, temos uma ma-

téria especial sobre a celebração dos quarenta

anos do INDA, na qual se pode destacar o iní-

cio da movimentação da cadeia siderúrgica em

prol de uma indústria que tenha condições de

competir globalmente e, como a primeira ação

de uma série de esforços que virão nesse sen-

tido, a criação do Instituto Cultural e Educacio-

nal Museu do Aço – ICEMA. Afinal, como bem

salientou Loureiro durante o Jantar, no mundo

de hoje, não dá para falar em competitividade

sem falar em sustentabilidade.

O INDA encerra o ano com a certeza de

que o momento é de reflexão, sim, mas prin-

cipalmente de ação. Por isso, nossa estratégia

para evitar um retrocesso na cadeia produtiva

do aço é fixar no imaginário das pessoas que

o aço está, a todo o momento, presente em

nossas vidas. Para que isso aconteça, espera-

mos contar com o apoio de todos na viabili-

zação do Museu do Aço.

A editora

INDA - Instituto Nacional dos Distribuidores do Aço 3

Estoques retomam rota de correção e começam a diminuir seus volumes

Por Oberdan Neves Oliveira

Em novembro, as vendas caíram 0,8% em relação a outu-bro, totalizando 317,1 mil toneladas. No ano, acumulam alta de 13,5% em relação ao mesmo período de 2009.

As compras fecharam novembro com forte queda de 39,7% em relação ao mês anterior, totalizando 237,5 mil tone-ladas. Com isso, os estoques da distribuição fecharam novem-bro 6,1% menores que o mês anterior, totalizando 1.215,4 mil toneladas, reduzindo o giro para 3,8 meses de estoque.

Para dezembro, historicamente um mês mais fraco para a distribuição, a expectativa da rede associada é que tanto compras quanto vendas fechem com queda em torno de 10% e 13%, respectivamente.

Caso estes volumes se confirmem, bem como o cenário econômico previsto pelo mercado, o INDA projeta para 2011, crescimento das vendas da distribuição em torno de 10% em relação a 2010.

Estatísticas

DEsEmpEnho Dos AssociADos

Unid.: 1000 ton.

Unid.: 1000 ton.

050

100150200250300350400

J F M A M J J A S O N D

VENDAS 2009

2010

2009

2010

J F M A M J J A S O N D

COMPRAS

Importações de Aços Planos 3

2009

2010

0100

200300400500

600

J F M A M J J A S O N D

ESTOQUES 1

500600

700800900

1000

11001200

J F M A M J J A S O N D

MESES EM ESTOQUE

01

2345

6

72009

2010

20092010

J F M A M J J A S O N D

TOTAL

0

100,000

200,000

350,000

400,000

500,000

20092010

J F M A M J J A S O N D

BOBINA QUENTE

20092010

J F M A M J J A S O N D

CHAPA GROSSA

20092010

J F M A M J J A S O N D

BOBINA A FRIO

0

40000

60000

80000

100000

140000

010,00020,00030,00040,00050,00060,00070,00080,000

0

50000

100000

150000

200000

250000

pRoDUÇÃo mUnDiALoUTUBRo

2010 2009 Var.% 117,562 112,1951 4.8%

pRoDUÇÃo AmÉRicA LATinAoUTUBRo

2010 2009 Var.% 5,541 5,115 8.3%

pRoDUÇÃo BRAsiLoUTUBRo

2010 2009 Var.% 2,928 2,797 4.7%

EsToQUE¹noVEmBRo

2010 2009 Var.% 1,215.4 765.5 58.8%

compRAs²noVEmBRo

2010 2009 Var.%237.5 3320.6 -25.9%

VEnDAsnoVEmBRo

2010 2009 Var.%317.1 316.0 0.3%

pAnoRâmicA Do AÇo

¹ incluem importações informadas pelos associados² incluem os embarques das usinas para outros setores via distribuição.³ Produtos: LCG, BQ, BF, CZ, CPP, CAZ e EGV

2007 2008 2009 2010 2011*

3,312.9 3,716.0 3,397.1 3,834.0 4,217.4

Projeção: + 10%

4 Revista Brasileira do Aço

No final do ano passado, quan-do os setores consumidores de aço divulgaram o desempenho consoli-dado de 2010, a alta carga tributária brasileira foi pontuada por setores como automobilístico e de bens de capital, dois dos principais clientes da distribuição, como um dos princi-pais entraves para o desenvolvimen-to das empresas nacionais.

Apesar dos índices positivos de 2010, estes setores estavam certos de que, se os incentivos para a indústria nacional tives-sem sido maiores, os resultados teriam sido igualmente melhores. Com otimismo moderado, as perspectivas para este ano são positivas, caso o governo crie um

Eles querem competir

Setores consumidores têm otimismo moderado em relação a 2011 e pedem desoneração de investimentos para aumentar a competitividade

ambiente no qual a indústria seja capaz de competir, em iguais con-dições, em todos os mercados.

A ABIMAQ (Associação Bra-sileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), que afirma não ter recuperado os resultados obtidos antes da crise financeira de 2008 em relação a faturamento, acredita que o Brasil precisa definir uma postura “A indústria de base está em xeque-mate. Não existe país desenvolvido quer não tenha setor de máquinas desenvolvido. Temos que escolher o que o Brasil vai querer, se vai ca-minhar para o progresso ou para a desindustrialização”, disse Luiz Au-bert Neto, presidente da entidade.

A principal preocupação da associação de máquinas e equipa-mentos é a presença de produtos chineses no mercado brasileiro, que cresce cada vez mais. “Em 2004, a China era o 10º país de origem das importações brasileiras, e hoje já é o segundo principal”, afirmou.

No setor de bens de capital, a perspectiva para este ano é de um crescimento de 4,5%. Contudo, o presidente da ABIMAQ faz uma ressalva “Com a Copa, Olimpíadas e Minha Casa, acredito que pode-mos crescer 4,5% ao ano, depende da nova equipe desonerar os inves-timentos”, ponderou Aubert.

O dirigente anunciou que os principais pleitos ao governo são a desoneração de investimento, a redução do custo Brasil e a pere-nização da linha de financiamento a longo prazo, e fez um alerta “O Brasil é o país das oportunidades perdidas. Se nada for mudado em

relação a câmbio, juros e importa-dos no setor de máquinas e equipa-mentos, vamos acabar com o setor de máquinas”.

Para o Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), 2011 será um ano com crescimento expres-sivo. O sindicato espera que o PIB (produto interno bruto) da cons-trução brasileira cresça 6% so-mente este ano, e também aposta na demanda gerada pelos grandes eventos que serão sediados pelo Brasil nos próximos anos.

“Se nada for mudado em relação a câmbio, juros e importados no setor de

máquinas e equipamentos, vamos acabar com o setor

de máquinas”

Luiz Aubert Neto, Abimaq

“Essas medidas [de redução da carga tributária]

são essenciais para elevar a produtividade

da construção, de modo que ela possa continuar

contribuindo para o crescimento do PIB”

Eduardo Zaidan, Sinduscon

sEtorial

INDA - Instituto Nacional dos Distribuidores do Aço 5

“A construção em 2011 deverá crescer em um ritmo menos acele-rado do que em 2010, impulsiona-da pelos investimentos públicos e privados, pelo PAC 2, pelo Minha Casa, Minha Vida 2 e pelas obras relativas à preparação da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016”, afirmou o presidente do Sinduscon, Sergio Watanabe.

No mesmo tom da Abimaq, o diretor de Economia do Sinduscon, Eduardo Zaidan, chamou a atenção para a necessidade de o governo continuar reduzindo a carga de tributos e encargos da construção e reduzir a burocracia no licencia-mento dos empreendimentos imo-biliários: “Essas medidas são essen-ciais para elevar a produtividade da construção, de modo que ela possa continuar contribuindo para o cres-cimento do PIB”.

A participação dos governos tem sido cobrada por todos os setores, inclusive pela construção civil, cujo problema está na escas-sez de terrenos, especialmente para a construção de habitações. Watanabe pediu atenção de todas as esferas governamentais para que o problema seja equaciona-do. De acordo com uma sonda-gem realizada pelo Sinduscon no mês de novembro, os empresá-rios da construção acreditam que o crédito imobiliário continuará em expansão e os lançamentos serão voltados para famílias de média e baixa renda. Há também um sentimento geral de que a mão de obra será um dos pontos críticos em 2011, o que poderá pressionar os custos do setor. Ao mesmo tempo, as empresas con-sultadas manifestaram disposição de investir em novas tecnologias, máquinas e equipamentos.

A Abraciclo (Associação Brasi-leira dos Fabricantes de Motocicle-tas, Ciclomotores, Motonetas, Bici-cletas e Similares), acredita em um

ano com crescimento melhor que o registrado em 2010, com aque-cimento já no primeiro trimestre “Se continuarmos nesse caminho, esperamos alcançar os números registrados em 2008 – o melhor ano para o segmento – em 2011”, afirma Jaime Teruo Matsui, presi-dente da associação.

“É importante valorizarmos o controle da inflação. São sessenta anos da indústria automobilística no Brasil;

temos que salvar esta indústria que existe hoje,

evitando a perda dessa história”

Cledorvino Belini, ANFAVEA

Matsui acredita que as medidas adotadas pelo governo federal para o setor são positivas, e parece con-fiar na restrição de financiamento para garantir a estabilidade das em-presas. Após anúncio realizado em dezembro pelo Banco Central, as compras feitas através de financia-doras terão maior rigor para apro-vação de crédito, e menos facilida-des. De acordo com o anúncio, o máximo de parcelas possíveis para

o financiamento de um produto será de 36 vezes, e as lojas deverão exigir entrada de no mínimo 20% do valor total do bem adquirido no momento da compra.

“São medidas preventivas que visam a manutenção do equilíbrio da economia nacional”, explica o dirigente. Segundo o presidente da Abraciclo, as modif icações nas exigências para liberação de f inanciamentos ainda são recen-tes e possivelmente trarão algum impacto, mas é prematuro fazer qualquer avaliação neste primei-ro momento.

“A modificação no processo de aprovação de crédito serviu para permitir um crescimento grada-tivo e planejado do setor. Hoje a inadimplência está controlada e o segmento mais maduro. Atual-mente os avanços alcançados são reais e o setor está preparado para eles”, completa.

O presidente da Abraciclo aposta na maturidade do setor para o crescimento em 2011 “O setor está mais maduro. O aque-cimento do mercado após a crise, que se estendeu até meados de 2009, favorece uma recuperação gradual e consistente”.

A ANFAVEA (Associação Na-cional dos Fabricantes de Veículos Automotores), que prevê aumento de 1,1% na produção de veículos em 2011 e de 5,2% nas vendas para o mercado interno em 2011, acredi-ta que as restrições de crédito não tenham impacto negativo nas ven-das no mês de janeiro. “A medida é provisória”, disse Cledorvino Belini, presidente da entidade, que com-pletou “É importante valorizarmos o controle da inflação. São sessen-ta anos da indústria automobilísti-ca no Brasil; temos que salvar esta indústria que existe hoje, evitando a perda dessa história”, disse Belini, referindo-se ao risco de desindus-trialização do país.

6 Revista Brasileira do Aço

Mais um capítulo de sucesso

matéria dE capa

Mais de quinhentas pessoas compareceram ao evento que celebrou os quarenta anos do INDA, realizado dia 8 de dezembro, no terraço Daslu. Longe de ser apenas mais uma edição do já tradicional jantar do Instituto, a festa reuniu personalidades do setor e marcou o início de uma nova cons-ciência do empresariado da cadeia siderúrgica brasileira.

Em uma noite agradável, na qual executivos de diversas empresas pu-deram conversar e re-encontrar amigos em um ambiente elegante e des-contraído, muito se falou sobre o atual cenário da siderurgia nacional, que passa por um momento delicado devido à alta nas importações. Pontuando todos os discursos, competitividade foi a palavra-chave da noite.

“Temos visto a cada dia o surgimento de novas empresas atuando na distribuição de aços, o que torna ainda mais acirrada a competição em um mercado já tradicionalmente muito disputado”, disse Carlos Loureiro, presi-

No maior evento da Distribuição de Aços do Brasil, INDA tem público recorde e anuncia criação do Museu do Aço

INDA - Instituto Nacional dos Distribuidores do Aço 7

Mais um capítulo de sucesso

ditar na união das empresas como caminho mais curto para o fortale-cimento do mercado interno, afir-mou que já existe um movimento de colaboração entre as siderúrgi-cas “Estamos passando por teste forte, que é a necessidade de ajuda mútua das usinas. Hoje as usinas estão conversando e se ajudando, coisa não muito co-mum, e permitindo que se minimizem os prejuízos causa-dos”.

Steinbruch disse ainda que, apesar da dificuldade, o país vive um bom momento, se com-parado a outros mercados “Acredito que é um momento de agradecimento. O Brasil hoje passa por um momento único que, diferente dos outros países, nos permite pensar grande, ousar.” E fez uma ressalva “Mas, para que a gente acumule energia para maiores desafios, serão ne-cessárias medidas fortes; temos

que estar preparados para ven-cer”, provocou.

Pelo segundo ano consecutivo, o evento contou com o apoio das cinco maiores usinas siderúrgicas do país: ArcelorMittal, CSN, Ger-dau, Usiminas e Votorantim patro-cinaram o jantar, que reuniu em uma só noite usinas, distribuidores,

tradings, órgãos de governo e entida-des representativas. A ocasião refletiu a intenção da ca-deia produtiva em concentrar esforços para evitar a retra-ção do setor.

A proximidade de dois grandes eventos mundiais que serão sediados no Brasil, as Olimpíadas de 2016 e a Copa do Mun-do de 2014, nutrem uma expectativa mui-to grande em todos os setores da cadeia produtiva. Por outro lado, existe também

uma preocupação das empresas em relação às estratégias para aproveitar essas oportunidades.

dente do INDA (leia o discurso na íntegra na página 10).

Loureiro afirmou que o mo-mento é de muita calma e pru-dência, e que a melhor maneira de vencer os desafios é realizando um trabalho em conjunto “Devemos buscar acima de tudo o diálogo e o respeito como forma de conseguir superar as dificuldades. Mais uma vez estamos correndo o risco de perder as oportunidades de captu-rar os valores do nosso setor, por culpa de disputas menores e exa-geradamente individualistas”.

Benjamin Steinbruch, presiden-te da CSN, compartilhou a mesma ideia. O executivo, que disse acre-

“Acredito que é um momento de agradecimento. O Brasil

hoje passa por um momento único que, diferente dos outros

países, nos permite pensar

grande, ousar.”

Benjamin Steinbruch, presidente da CSN

8 Revista Brasileira do Aço

matéria dE capa

Ex-presidentes do INDA recebem homenagem

“Sem um país competitivo, dificilmente teremos empresas

competitivas.”

Wilson Brumer, presidente da Usiminas

O presidente da Usiminas, Wilson Brumer, destacou que é preciso se ater às mudanças no cenário mundial “Hoje [a situa-ção] é diferente, a siderurgia mundial passa por fase em que há excesso de demanda” E, como os de-mais, sugeriu a união do setor “Te-mos que pensar, de maneira cole-tiva, como podemos trabalhar para

que as empresas da cadeia sejam mais produtivas. Precisamos criar condições para tornar o país efe-tivamente competitivo, pois, sem o país competitivo, dificilmente tere-mos empresas competitivas”, subli-nhou Brumer.

Como não poderia deixar de ser, o INDA prestou uma home-nagem a todos os ex-presidentes

que ajudaram a escrever a histó-ria do Instituto ao longo dos qua-renta anos de trabalhos. Cada um dos ex-dirigentes que estavam presentes no jantar recebeu um troféu como forma de agradeci-mento pelo empenho dedicado à instituição. O INDA enviou o tro-féu aos que não puderam compa-recer na ocasião.

Mais aço, mais cultura: Museu do AçoDurante o jantar, Loureiro anun-

ciou um projeto que está direta-mente ligado ao re-posicionamento da cadeia siderúrgica: a criação do Instituto Cultural e Educacional Museu do Aço, o ICEMA. “Nesse momento em que o INDA com-pleta 40 anos de vida, queremos dar o nosso exemplo de integração e diálogo entre os diferentes elos da cadeia produtiva da siderurgia, demonstrando claramente que a existência do nosso Instituto está estrategicamente ligada à elevação do consumo per capita de aço em nosso país”, explanou o presidente.

O executivo afirmou que atu-almente a competitividade está

relacionada à preocupação das empresas com o meio ambiente, e que por isso é preciso mostrar à sociedade que o aço brasileiro é um AÇO VERDE, totalmente reciclá-vel. “No mundo de hoje, não dá para falar em com-petitividade sem falar em sustenta-bilidade. E é essa modernidade que nós estamos querendo trazer para nosso setor, a modernidade de um consumidor mais consciente e mais

crítico, preocupado com a preser-vação do planeta e com o desen-

volvimento social”, enfatizou Loureiro.

Mais que de-monstrar a preo-cupação das em-presas siderúrgicas com a sociedade, o Museu do Aço é um projeto que visa fixar a impor-tância do aço no imaginário popular, aproximando as

pessoas da arte e da cultura e, prin-cipalmente, dos benefícios trazidos pelo consumo do aço.

“Queremos dar o nosso exemplo de integração e diálogo

entre os diferentes elos da cadeia produtiva da siderurgia, demonstrando claramente que a existência do nosso Instituto está estrategicamente ligada à

elevação do consumo per capita

de aço em nosso país”,

Carlos Loureiro, presidente do INDA

INDA - Instituto Nacional dos Distribuidores do Aço 9

Da esquerda para a direita: Rodrigo Marcondes Ferraz, Fernando Forte e Lourenço Gimenes

Projeção do Museu do Aço

O Projeto

O ICEMA é uma OSCIP (Orga-nização da Sociedade Civil de Inte-resse Público), de caráter cultural, cujo principal objetivo é divulgar a importância do aço no processo de desenvolvimento das civiliza-ções humanas e mostrar como o aço faz parte das nossas vidas.

Localizado na região leste da capital paulista, o projeto foi assi-nado pelo escritório FGMF Arqui-tetos. O ICEMA contará com um teatro completo para 500 pessoas, um espaço de exposições tempo-rárias, salas de capacitação profis-sional e o Museu do Aço.

O superintendente do INDA, Gilson Santos Bertozzo, acredita que o ICEMA é a oportunidade das empresas se posicionarem positi-vamente perante a opinião pública “O Museu do Aço é uma grande vitrine, através da qual podemos mostrar que o nosso trabalho está alinhado às preocupações globais de desenvolver um ambiente com-petitivo e ecologicamente susten-tável”. E completou “Mais que isso, o ICEMA vai nos aproximar da so-ciedade, e isso significa um aumen-to significativo do consumo de aço per capita”, salientou.

Durante a apresentação ofi-

cial do Museu, todos os presentes foram convidados a participar da construção do ICEMA. Para isso, o superintendente do INDA vai levar o projeto detalhado a todas as em-presas “Nosso objetivo é que todos conheçam o projeto, pois o Museu do Aço vai permitir que as empre-sas participem ativamente desta terceira instituição, se beneficiando disso por meio das leis de incentivo à cultura que garantem isenção fis-cal. Por isso vou pessoalmente, ain-da neste primeiro trimestre, apre-sentar o projeto do ICEMA a todas as associadas”, afirmou.

Fernando Forte, sócio e arqui-teto do FGMF, explica o conceito do projeto “Mais que uma cons-trução, queríamos que o museu fi-zesse parte do tecido urbano, que fosse experimentado em todos os momentos e por todas as pesso-as, e não somente por aqueles que se dispusessem a entrar no espa-ço expositivo”. Para isso, o projeto apresenta o térreo liberado e o visual fisicamente permeável. Uma praça escavada serve de abrigo ao foyer do teatro, às salas de aula, a um café e a espaços técnicos do complexo, além de se resguardar do barulho da avenida.

Sobre esse vazio que simboliza as minas de onde é extraído o mi-nério de ferro, paira um enorme vo-lume revestido em aço cor-ten, sus-penso por finas hastes tracionadas presas a uma estrutura periférica simples. Tal como uma nuvem metá-lica, essa grande nave apresenta-se num formato inusitado e orgânico, em contraste à rigidez e precisão da estrutura que a sustenta, o aço. A fim de facilitar o acesso ao museu, o FGMF criou uma passarela que conecta o metrô ao espaço.

Todo revestido em chapas ne-gras de aço, o teatro se coloca como um monólito rígido e dá ao museu o protagonismo da cena. Ao mesmo tempo, a estrutura que sustenta o museu incorpora uma malha metálica inox que define melhor a praça coberta e a pro-tege da insolação direta sem tirar a luminosidade natural. Para Lou-renço Gimenes, também sócio e arquiteto do FGMF, “mais do que uma passagem, esse vazio cons-truído é colocado como uma al-ternativa de destino, um ponto de interesse numa região carente de espaços generosos e qualificados para a população”, finaliza.

10 Revista Brasileira do Aço

Prezados Wilson Brumer – Presidente da Usiminas, Benjamin Steinbruch - Presidente da CSN, Benjamin Baptista – Diretor Pre-sidente da ArcelorMittal, Alfredo Hualen – Diretor Comercial do Grupo Gerdau e Paulo Musetti – Diretor Comercial da Votorantim Siderurgia – muito boa noite aos senhores, muito obrigado pela presença e os nossos agradeci-mentos especiais por podermos tê-los por mais um ano como nos-sos patrocinadores.

Meu caro Marco Polo – Pre-sidente Executivo do IaBr, Kar-lheinz Pohlmann – Presidente da ABM, Luiz Carlos Caggiano – Pre-

sidente da ABCEM e Luiz Carlos Camargo – Diretor da AARS, boa noite e muito obrigado também pela presença.

Meus cumprimentos especiais aos ex-presidentes do INDA e Sin-disider e aos meus atuais colegas de diretoria e conselho.

Boa noite aos representantes de governo, e a todas as senhoras e se-nhores aqui presentes. Sejam muito bem-vindos a este evento.

Para nós, é uma satisfação mui-to grande poder organizar mais uma versão do já tradicional Jantar Anual no INDA - e este ano con-tando com um público recorde; es-tamos recebendo nesta noite mais

INDA: uma história, 40 anos de sucesso

Durante o Jantar que celebrou os 40 anos do INDA, Carlos Loureiro, presidente do Instituto e do Sindisider, alertou os associados para os novos desafios do mercado e anunciou a criação do Museu do Aço. A seguir, o discurso na íntegra.

de 500 convidados.Este evento, que muito mais

que um momento de confraterni-zação, é uma oportunidade impar de encontrarmos os mais impor-tantes expoentes da produção e distribuição de aços do país, é a melhor oportunidade que temos de trocar ideias e impressões so-bre o mercado, avaliando o ano que passou e externando nossas expectativas para o ano que virá.

Numa mesma noite, em um mesmo evento, poder trocar ideias com os mais altos representantes das Usinas Nacionais, Grandes Dis-tribuidores de Aços, Executivos das Tradings, Representantes de Instituições e Agentes de Gover-no é, sem dúvida alguma, um dos grandes patrimônios que o INDA oferece à sua coletividade.

Hoje temos um motivo ainda maior para celebrar, pois nosso Instituto está completando 40 anos de existência! Nesse mo-mento, é inevitável que façamos uma reflexão sobre a nossa traje-tória: o grande papel do INDA ao longo desses 40 anos tem sido po-tencializar os argumentos que con-virjam em favor da Distribuição de Aços no Brasil, buscando ações que ajudem a elevar o consumo de aço no país, para que nossas empresas se tornem mais competitivas.

Cientes de que não pode ser fun-ção da instituição abordar questões

EspEcial inda 40 anos

Carlos Loureiro, presidente do INDA, discursa durante Jantar 2010

INDA - Instituto Nacional dos Distribuidores do Aço 11

particulares ou estratégias individuais de seus associados, e que os objetivos coletivos devem sempre se sobrepor aos individuais, temos mantido uma dedicação muito grande em relação aos estudos estatísticos do nosso mercado, e felizmente esse trabalho tem sido amplamente reconhecido pelas mais diversas organizações.

Hoje o INDA conta com um quadro de mais de vinte institui-ções financeiras e fundos de inves-timentos nacionais e internacionais que são assinantes das nossas pu-blicações estatísticas.

Nossa crença é de que quan-to melhores forem as informações do setor, menores serão as nossas chances de errar no nosso planeja-mento. Quando temos um mer-cado bem informado, todo mundo erra menos. Por isso, temos re-alizado diversas reuniões, temos ocupado grande espaço na mídia e publicado diversos relatórios para tentar manter nossos associados sempre bem informados, levando um pouco mais de lucidez e sere-nidade às empresas, sobretudo em um ano tão conturbado como este que estamos encerrando; realmen-te um ano muito difícil e com gran-des incertezas.

Assistimos a uma realidade na qual as importações de aço no Brasil passaram dos históricos 5%

de market-share para assustadores 25%. Neste contexto fica muito difícil para qualquer área de esta-tística fazer algum tipo de previsão responsável.

Temos visto a cada dia o sur-gimento de novas empresas atu-ando na distribuição de aços, o que torna ainda mais acirrada a competi-ção em um mercado já tradicionalmente muito disputado. Isso tem deixado a dire-toria e o conselho de administração do INDA muito preocupados, pois, se buscar algu-ma coerência com empresas tradi-cionalmente acostumadas com o

nosso mercado já é tarefa bastante difícil, o que dirá lidarmos com um número cada vez maior de empre-sas iniciantes.

Por isso é que o momento re-quer muita calma e muita prudên-cia. Devemos buscar, acima de tudo, o diálogo e o respeito como forma de conseguirmos superar as dificuldades. Mais uma vez esta-mos correndo o risco de perder as oportunidades de capturarmos os valores do nosso setor, por culpa de disputas menores e exagerada-mente individualistas.

Devemos nos voltar para o mercado e pensar no médio prazo. Devemos olhar o mundo de forma globalizada, entendendo suas difi-culdades econômicas e oscilações. Devemos manter o diálogo entre os diferentes elos da cadeia pro-dutiva da siderurgia nacional, para criarmos estratégias que garantam

nossa competitivida-de global.

Nesse sentido, nós empresários brasilei-ros, temos procura-do fazer nossa parte, modernizando nossas

empresas e aperfeiçoando nossos processos. Mais do que nunca, ago-ra é chegada a vez dos governos contribuírem, desonerando nossa

“Quando temos um mercado

bem informado, todo mundo erra

menos”

Público presente no evento

12 Revista Brasileira do Aço

carga tributária, combatendo de forma clara a guerra fiscal entre os estados e coibindo a sonegação.

Hoje, a grande preocupação do INDA é com relação aos ris-cos da desindustrialização que assombra o nosso país. Assisti-mos as importações crescerem em todas as cadeias produtivas - não só na do aço. Isso acontece porque somos empresários inef i-cientes ou porque nossas tecno-logias são ultrapassadas? Não, é claro que não! Isso acontece por-que o custo Brasil é muito alto. Somos obrigados a conviver com um sistema logístico sucateado e com uma legislação trabalhista muito conservadora; temos al-tos custos com energia e, repito: uma das mais elevadas cargas tri-butárias do mundo, além de ser-mos um dos poucos a tributar o investimento em produção. Es-ses sim são os verdadeiros moti-vos que têm levado o país a um processo crescente de desindus-trialização e perda de competiti-vidade internacional.

Quando falo de desindustria-lização, estou me referindo a um mal que afeta a todos nós, bra-sileiros, independentemente do nosso mercado ou da nossa ati-vidade. Nossa preocupação hoje não é só com a distribuição ou com as nossas relações junto às Usinas ou fornecedores interna-cionais. Nossa maior preocupa-ção é com o futuro dos nossos clientes. Nossos clientes estão dei-xando de ser indús-trias transformado-

ras para se tornarem montadores de produtos semi industrializados vindos principalmente da China.

Por isso acredito que o mo-mento é muito mais de diálogo e união, buscando encontrar os pontos de interesses comuns, do que o de empunharmos bandeiras por disputas particulares, pois es-sas disputas só vão nos enfraque-cer enquanto setor econômico.

Temos que trazer nossas em-presas para o século XXI. A com-petição não é mais regional ou na-cional, a competição passou a ser global. É claro que cada um de nós tem suas estratégias comerciais e suas fórmulas de sucesso que de-vem ser defendidas e preservadas, mas estou querendo chamar a atenção para um problema que é muito maior do que nossas dispu-tas domésticas onde somos con-correntes. Nossos problemas hoje

são com disputas internacionais onde temos reais concor-rentes, alguns inclu-sive desleais.

Ontem mesmo [7/12] tivemos noti-cia de que a Novelis

resolveu fechar a sua unidade de produção de alumínio pri-

mário em Aratu, na Bahia. Não era mais viável em função do câm-

bio atual e do preço da energia elétrica (alta de 51% em reais nos últimos seis anos), principal item do seu custo. Outro item impor-tante a mão de obra no mesmo período aumentou 90%. Há 25 anos não se constrói no Brasil uma nova unidade de produção prima-ria de alumínio.

Hoje muitas vezes sofremos “fogo amigo”, ou seja, a disputa de mercado com preços abaixo do material importado - nosso real competidor. Daí o nosso apelo para buscarmos o diálogo, com atitudes maduras e equilibradas, que visem preservar nossa ativi-dade econômica e por extensão a vitalidade de nossas empresas.

Nesse momento em que o INDA completa 40 anos de vida, queremos dar o nosso exemplo

EspEcial inda 40 anos

“No mundo de hoje, não dá para falar

em competitividade sem falar em

sustentabilidade”

INDA - Instituto Nacional dos Distribuidores do Aço 13

de integração e diálogo entre os diferentes elos da cadeia produ-tiva da siderurgia, demonstrando claramente que a existência do nosso Instituto está estrategi-camente ligada à elevação do consumo per capita de aço em nosso país.

Como uma forma de externar essas nossas preocupações, resol-vemos dar asas a um projeto ex-tremamente ambicioso, que tem por objetivo apresentar de forma permanente para toda a opinião pública a grande importância que o aço tem no desenvolvimento das civilizações humanas.

Por isso, quero pedir especial atenção a todas as senhoras e senhores aqui presentes para o lançamento oficial do projeto que cria o INSTITUTO CULTURAL E EDUCACIONAL MUSEU DO AÇO, uma OSCIP – Organização

da Sociedade Civil de Interesse Público, legalmente constituída, que vai trabalhar dedicadamente para demonstrar que o aço bra-silerio é um aço verde, ecologica-mente correto em todos os seus processos de produção.

Vou pedir, na continuação, para que o Gilson, superintendente do INDA, apresente rapidamente esse projeto que trata da criação de um centro cultural que vai en-volver escolas, governos e institui-ções do terceiro setor, abordando temáticas históricas, sociais e eco-lógicas. Eu realmente confesso que para mim foi uma surpresa muito grande a velocidade com que as coisas evoluíram. Nós definimos como uma das estratégias para este ano de 2010, criar um projeto que pudesse se utilizar das leis de renúncia fiscal para valorizarmos o aço, envolvendo nossas empresas

“O Instituto Cultural e Educacional Museu do Aço vai trabalhar dedicadamente para

demonstrar que o aço brasilerio é um aço

verde, ecologicamente correto em todos os

seus processos de produção.”

com ações sociais e com o meio-ambiente.

Passado um ano dessa defini-ção, estamos aqui lançando oficial-mente o INSTITUTO CULTURAL E EDUCACIONAL MUSEU DO AÇO, que já dispõe da cessão de um terreno para sua edificação em uma localização bastante privilegia-da da cidade de São Paulo.

Dessa forma, eu quero concla-mar aos mais diferentes elos que compõem a cadeia produtiva da siderurgia, para que se envolvam nessa ideia, nos ajudando a torná-la uma realidade, pois o crescimento do consumo de aço em nosso país é do interesse de todos nós.

No mundo de hoje, não dá para falar em competitividade sem falar em sustentabilidade. E é essa modernidade que nós estamos querendo trazer para nosso setor. A modernidade de um consumi-dor mais consciente e mais crítico, preocupado com a preservação do planeta e com o desenvolvimento social. É nesse novo cenário que vamos competir.

Aqui começa uma nova jor-nada do INDA, que tem como missão colaborar para que suas empresas associadas possam estar vivas e com muito sucesso nesses próximos 40 anos de vida do nos-so Instituto.

14 Revista Brasileira do Aço

Um passarinho me contou... Como empresas e instituições estão explorando as redes sociais na época em que a informação tem sido cada vez mais utilizada para definir estratégias de mercado

Twitter, Facebook, Orkut, Blog, YouTube... Essas são algu-mas das redes sociais mais utilizadas pelas empresas brasileiras para mo-nitorar o comportamento dos clien-tes e do mercado. Uma recente pes-quisa feita pelo Ibramerc (Instituto Brasileiro de Inteligência de Merca-do) revelou que 65% das empresas brasileiras pesquisadas estão presen-tes nas redes sociais.

perfil na internet, o foco passou a ser outro: é possível ter algum re-torno com as redes sociais? Kenski afirma que sim. “Muitos acreditam que não existe como medir o re-sultado de campanhas em redes sociais, nem mesmo ROI, e por isso não investem mais nisso. Mas exis-tem empresas que provam o con-trário: não só podemos medir essas campanhas, como comprovamos que é possível atingir excelentes re-sultados. Trabalhando seriamente as redes, e não as tratando como uma moda passageira se pode extrair ex-celentes números”.

Hoje, muitas instituições e as-sociações estão nas redes sociais e as vêem como mais um importante canal de comunicação com seus as-

sociados. É o caso do IABr (Instituto Aço Brasil) e da ABIMAQ (Associa-ção Brasileira da Indústria de Máqui-nas e Equipamentos), por exemplo, que possuem contas no twitter e publicam alguns de seus números es-tatísticos mensalmente.

De acordo com o Ibramerc, 45% das empresas fazem monitoramento do mercado via redes sociais. Isso revela a consolidação do novo mo-delo de comunicação, mais rápido e interativo. “Fica claro a necessidade de estar presente nessas mídias tan-to para comunicar o que a empresa achar interessante, bem como para monitorar e interagir com aquilo que está sendo falado sobre a marca e en-tender como melhorar suas relações com o consumidor final”, diz Kenski.

FONTE: IBRAMERC

Até aqui, nenhuma novidade. Desde que as grandes empresas começaram a criar blogs corpora-tivos para responder à imprensa e desfazer mal-entendidos com clien-tes, cada vez mais companhias têm aderido às redes sociais para ampliar e melhorar sua comunicação com o público. É o caso das já citadas TAM e Petrobras (Revista do Aço, edi-ção 113), que utilizam seus próprios meios de comunicação digitais para estreitar o relacionamento com o público e com os funcionários.

“As redes sociais se firmaram como uma das principais mídias di-gitais da atualidade. Além de por-tais, email marketing, investimento em links patrocinados, as empresas estão entendendo a importância de estar presente nas ferramentas onli-ne onde o usuário realmente passa muito tempo, compartilha conteúdo e expressa suas opiniões”, diz Lean-dro Kenski, CEO da Media Factory”.

Agora, passada a fase do ques-tionamento sobre ter ou não um

FONTE: IBRAMERC

A própria mudança no perfil das instituições, que têm percebido que o foco principal de suas ações deve sempre ser no cliente, explica a ade-são maciça das empresas, sejam elas privadas ou do terceiro setor. Mas, assim como em uma revista ou site, é preciso ter conteúdo para manter um perfil na internet “Todos podem falar com o consumidor final agora, mas não significa que essa comuni-cação não deva ser pensada. Muito pelo contrário, essas novas ferra-mentas são armas ainda mais fortes para a estratégia digital”, sentencia o

CEO da Media Factory.Impossível negar a força das re-

des sociais e a influência que elas têm exercido nas decisões das em-presas, pois, ainda que não haja um perfil oficial das companhias ou das instituições, “a marca já está sendo discutida na internet”, ironiza Lean-dro. Portanto, selecionar o conteúdo e monitorar a qualidade, de acordo com estratégias pré-definidas é pri-mordial. Afinal, tão importante para uma empresa quanto comunicar-se com o público é deixar que ele se comunique com ela.

tEndÊncias

INDA - Instituto Nacional dos Distribuidores do Aço 15

Caminhões: novas restrições somente após estudo da ANTP

Em reunião com o SINDISIDER, Secretário de Transportes garante que nenhuma medida será tomada antes da conclusão de estudo encomendado à ANTP

Preocupado com os recentes estudos da prefeitura de São Paulo que visam ampliar as restrições à circulação de caminhões na cidade, o SINDISIDER se reuniu com o secretário municipal de transpor-tes, Marcelo Cardinale Branco, a fim de assegurar que, caso sejam aprovadas, as novas medidas não serão prejudiciais aos negócios das

empresas associadas ao sindicato. As novas restrições devem abran-ger a região da Mooca e bairros circunvizinhos.

A prefeitura de São Paulo quer manter em circulação ape-nas os caminhões que abastecem a capital paulista. Para viabilizar o projeto, a secretaria de trans-portes contratou a Associação

Nacional de Transportes Públicos (ANTP), para realizar novos es-tudos sobre a movimentação de caminhões na cidade.

Em resposta à manifestação do SINDISIDER, o secretário esclare-ceu que novas medidas só entra-rão em vigor após a conclusão e avaliação do estudo encomendado, e depois da finalização das obras na avenida Jacu-Pêssego. Marcelo Car-dinale lembrou que existe uma lista de exceções que a CET implantou nas outras áreas de restrições e afirmou que essa prática também será adotada nessa nova área.

O SINDISIDER vai fazer o le-vantamento das empresas atingi-das pelas novas medidas, avaliar as exceções das outras áreas de restrições e enviar um documen-to ao secretário. As empresas cujos negócios podem ser pre-judicados com as novas medidas podem colaborar com o SIN-DISIDER, encaminhando e-mail para  [email protected].

Governo de São Paulo desonera empresas paulistas

O governo de São Paulo publicou, dia 28 de outu-bro, o decreto 56.332, que amplia o benefício fiscal de creditamento de ICMS nas operações de remessa de bens destinados a imóveis/imobilização (construções e congêneres).

Com isso, as empresas distribuidoras de aço que adquirirem bens destinados à construção e similares podem se valer de creditamento de ICMS, reduzindo suas despesas com o pagamento de tributos.

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