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A disciplina de psicologia do desenvolvimento [e outros olhares sobre a infância] Psicologia do desenvolvimento I 2009.2

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A disciplina de psicologia do desenvolvimento

[e outros olhares sobre a infância]

Psicologia do desenvolvimento I2009.2

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A disciplina de psicologia do desenvolvimento

Enfoque mais individual da psicologia;

As Ciências sociais e a Biologia;

Olhar interdisciplinar;

Enfoque individual x generalização.

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Critérios de descrição científica

1º passo: observação;

Objetividade: investigador imparcial;

Confiabilidade: mesmo contexto, mesmas condições, resultados iguais; os observadores devem chegar às mesmas conclusões;

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Critérios de descrição científica

Validade: Os dados devem corresponder ao fenômeno; as hipóteses devem ser comprovadas;

Replicabilidade: As mesmas medidas produzirão os mesmos resultados.

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Método de coleta de dados

Auto-relatos: entrevistas, questionários como trabalhar entrevistas com crianças? dificuldades de pais e crianças em

relembrarem certos eventos; seletividade das questões

Observação naturalista: observação da vida cotidiana Observação invasiva → observação por

pessoas próximas

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Método de coleta de dados

Observação em muitos contextos ecologia como “casa”; as diversas casas da

criança, os ambientes que elas freqüentam: microssistemas, mesossistemas, exossistemas, macrossistemas.

Observação em um contexto isolado possibilidade de observação mais

aprofundada

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Método de coleta de dados

Métodos experimentais

situação artificial para analisar o comportamento dos sujeitos

controle de variáveis Confirmação de hipóteses científicas

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Método de coleta de dados

Correlação e causa: correlação positiva e negativa correlação não é causa, descreve a relação

entre fenômenos

Ética: se o procedimento causar dano a alguém, não deve ser realizado

Ambientes artificiais x ambientes naturais

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Delineamento da pesquisa

Acompanhar processos de mudança no desenvolvimento pesquisas longitudinais: mesmo grupo,

maior tempo; pesquisa mais dispendiosa, garantia de comprometimento do pesquisador/sujeitos, autorização dos pais.

pesquisas transversais: grupo com idades diversas. Os grupos devem pertencer à mesma composição sócio-econômica-cultural.

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Delineamento da pesquisa

A influência da coorte/geração delineamento seqüencial das coortes:

acompanhar grupos por coortes seqüentes

Esses dois métodos não focam os processos de mudança observação intensa, tempo menor, enfoque

nos processos de mudança

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O papel da teoria

Maturação biológica

defende que as fontes de mudança do desenvolvimento são endógenas, resultados de heranças genéticas;

a maturação como uma seqüência de mudanças geneticamente determinadas;

as tendências humanas básicas são biologicamente determinadas, mas é o ambiente social que dirige a maneira como essas tendências se desenvolverão;

Erikson, Freud.

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O papel da teoria

Aprendizagem

as principais causas de mudança no comportamento são exógenas;

os adultos, principalmente, irão moldar o comportamento das crianças por meio de recompensas e punições;

Watson, Skinner.

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O papel da teoria

Construtivismo

não atribui maior importância à natureza ou à educação;

papel ativo das crianças na moldagem do seu próprio comportamento;

seres biossociais; todas as crianças passam por seqüências

básicas de mudança: há processos universais de desenvolvimento na espécie humana;

Piaget.

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O papel da teoria

Contexto cultural concordam com os processos construtivistas,

mas atribuem um importante papel ao aspecto cultural;

os cuidadores também desempenham um papel ativo no desenvolvimento: desenvolvimento co-construído;

as seqüências de mudança, ou mesmo a existência ou não de estágios particulares do desenvolvimento, dependem de aspectos históricos e culturais;

Vygotsky, Valsiner.

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Sociologia da infância e as pesquisas com crianças

Crianças como atores sociais;

Apropriação, reinvenção e reprodução realizadas pelas crianças;

A criança não é um receptáculo passivo das doutrinas dos adultos;

Crianças e adultos como seres em formação.

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Sociologia da infância e as pesquisas com crianças

A infância não é uma imaturidade biológica;

Não é uma característica natural nem universal dos grupos humanos: componente estrutural e cultural de muitas sociedades;

Pesquisas em diferentes culturas revelam uma variedade de infâncias.

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Sociologia da infância e as pesquisas com crianças

Interdisciplinaridade nos estudos da infância;

“Redes”: formas particulares de infância /criança;

Complexidade dos processos de socialização: crianças de menor idade começam a passar grande parte do seu tempo fora do contexto familiar.

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Sociologia da infância e as pesquisas com crianças

Durkheim: socialização baseada na ação dos adultos sobre os mais jovens atualização da teoria lockeaniana da tábula

rasa

A construção do ser social por meio de múltiplas negociações com seus próximos;

Estudos com e não sobre as crianças.

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Sociologia da infância e as pesquisas com crianças

Relação interativa com as crianças e aberta à mudança;

Parceria entre adultos e crianças na construção de dinâmicas e de ferramentas metodológicas.

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Sociologia da infância e as pesquisas com crianças

Metodologias que tenham como foco as vozes, olhares, experiências e pontos de vista da criança;

Crianças em contextos específicos, com experiências específicas e em situações da vida real;

Pesquisa etnográfica.

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Sociologia da infância e as pesquisas com crianças

A etnografia visa apreender a vida, tal como ela é cotidianamente conduzida, simbolizada e interpretada pelos atores sociais;

Como as pessoas atribuem sentidos para os fatos da vida; como interpretam suas experiências ou estruturam o mundo no qual vivem.

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Sociologia da infância e as pesquisas com crianças

O fazer etnográfico implica em uma apreensão dos significados que os membros de uma cultura têm como adquiridos;

No registro dos dados e resultados da investigação esses novos significados são apresentados às pessoas exteriores à cultura.

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Sociologia da infância e as pesquisas com crianças

O investigador como principal instrumento de pesquisa observa locais, objetos e símbolos, pessoas,

atividades, comportamentos, interações e situações.

A presença diária do investigador introduz no local novas relações sociais

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Sociologia da infância e as pesquisas com crianças:

desafios

Lógica adultocêntrica compreender o que se passa ‘entre’ as

crianças e não ‘dentro’ delas Entrada no campo

aproximações iniciais com as crianças crianças e adolescentes como

pesquisadores do seu cotidiano Ética

garantir à criança o direito de participação informação e devolução

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Sociologia da infância e as pesquisas com crianças:

desafios

Como nós, adultos, podemos realmente apreender as culturas infantis e os modos de ser e estar no mundo das crianças?

Será que nossas conhecidas estratégias metodológicas dão conta desse intento?

Como podemos criar formas de aproximação com as crianças, que permitam obter certa aceitabilidade e credibilidade nos grupos infantis?

Que escolhas metodológicas possibilitam descentralizar parte dos olhares “adultocêntricos”/etnocêntricos que costumam predominar em nossas análises?