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Elaine Soares de Abreu
A Dislexia nas séries iniciais do Ensino Fundamental: Como identifica-las?
Co Orientadora: Maria Esther Araújo
Orientador: Nilson Guedes Freitas
Rio de Janeiro
2004
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE
A Dislexia nas séries iniciais do Ensino Fundamental: Como identifica-las?
OBJETIVOS: Investigar como os profissionais da educação, estão lidando com a dislexia no alunado e o que está sendo feito para ajudar essas crianças.
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus, que sempre me ajudou a conseguir e alcançar meus objetivos. Aos meus pais que sempre me apóiam nas minhas metas e a professora Maria Esther que orientou para a realização deste trabalho.
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DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho a minha afilhada Larissa, que ela possa ver e ter no futuro uma educação mais inclusiva e a todas as pessoas disléxicas que sofrem por causa da desinformação.
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“A palavra progresso não terá qualquer sentido enquanto houver crianças infelizes.” Albert Einstein
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Resumo Esse trabalho tem como propósito, auxiliar os profissionais da educação,
a Identificar um aluno disléxico na sala de aula nas primeiras séries iniciais do
Ensino Fundamental.
O foco de análise deste trabalho, foram pesquisas bibliográficas e
entrevistas com especialistas no assunto da dislexia como: fonoaudiólogos,
psicólogos e psicopedagogos.
O objetivo desse trabalho foi constatar como as escolas e os
Profissionais da Educação estão tratando a dislexia no alunado. O que foi
constatado com a pesquisa, é que existe educadores preocupados com as
dificuldades de aprendizagem, incluindo a dislexia, porém não sabem o que
fazer diante de um aluno disléxico.
A partir desse trabalho, espera-se que os profissionais da educação
leigos no assunto da dislexia possam ajudar seus alunos disléxicos a
superarem suas dificuldades na sala de aula.
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Sumário
Introdução 8
Capitulo 1- Dislexia 9
1.1- Classificação da dislexia 11
1.2 - Causas da dislexia 13
Capitulo 2- Dislexia X Escola 16
Capitulo 3- Opiniões de especialistas: como
Proceder nos casos de Dislexia 31
3.1- Metodologia 31
3.2- Opiniões dos especialistas 32
Anexos 37
Conclusão 38
Bibliografia 39
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Introdução
Hoje encontramos alguns profissionais da educação, preocupados com
vários “problemas” que acarreta as dificuldades de aprendizagem. E entre
essas dificuldades se encontra a dislexia e o X da questão, é de como
identificar esse aluno na sala de aula.
Pois observamos que a educação brasileira, tem se desenvolvido ao
longo dos anos, apesar desse desenvolvimento tenha sido em passos lentos.
Hoje como já foi relatado vemos educadores procurando se aperfeiçoar seus
conhecimentos, mas infelizmente a escola ainda continua com alguns déficits
principalmente nas questões sobre as dificuldades de aprendizagens, em
especial a dislexia. Em alguns casos o corpo docente da escola tem o
conhecimento da dificuldade de aprendizagem, mas não sabe como fazer o
encaminhamento da criança disléxica.
Devido a essas dificuldades dos docentes, procuramos averiguar como
esses profissionais estão lidando com a dislexia no seu alunado e o que está
sendo feito para ajudar essas crianças. Pois temos uma expectativa de que no
futuro todos os profissionais da educação saibam como identificar um aluno
com dislexia e qual o melhor tratamento para essa criança.
Para sabemos como está sendo tratada a dislexia, a pesquisa se
focalizou nos profissionais da educação e em alguns especialistas como:
fonoaudiólogo, psicólogo e psicopedagogo.
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Capítulo 1
Dislexia Antes de entrar diretamente no assunto da dislexia nas primeiras séries
iniciais do Ensino Fundamental. É importante esclarecer, o que é a dislexia e
desmistificar esse mito, onde muitas pessoas leigas no assunto e incluindo
alguns professores que pensam que os disléxicos são doentes, quando na
verdade tem um distúrbio na leitura e na escrita.
Para entendemos melhor a palavras dislexia significa “dis” distúrbio e
“lexia” em grego quer dizer linguagem e, em latim leitura. Portanto dislexia é
um distúrbio de linguagem e ou leitura. (ADRADOS, Isabel. Orientação Infantil,
1980).
São várias as definições sobre a dislexia, mas nenhuma delas se
distanciam entre si. As definições mais comuns são: dificuldade acentuada
que ocorre no processo de leitura, escrita e ortografia; distúrbio ou transtorno
de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração.(ROBIN, Gilbert, A
criança e nós, 1959). Como se ver as definições são as mesmas, o que muda
são alguns conceitos a mais apresentados como ortografia e soletração. Mais
adiante vamos ver outros conceitos e seus respectivos autores.
A dislexia não é de hoje discutida, Rerlin em 1822 já falava na dislexia;
como também W. Pringle Morgan em 1896 e James Kerrem 1897. Porém,
apesar de séculos passados de discussão e em pleno Terceiro Milênio,
percebemos que muita coisa ainda tem que ser feita, para um melhor
esclarecimento do que vem a ser dislexia.
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Vejamos o que alguns autores pensam, a respeito da dislexia.(www.
abd.org.br)
• James Hiranewood (1913) – Escreveu uma monografia sobre Cegueira
Verbal Congênita, como também é conhecida a dislexia. Ele escreveu
essa monografia quando trabalhou com adultos afásicos, James
encontrou distúrbios infantis com sintomas similares, mas sugeriu que
os problemas da dislexia seriam orgânicos, com possibilidade de serem
hereditários. Hoje alguns especialistas da área como fonoaudiólogos,
reafirmam a teoria de James Hiranewood que a dislexia é hereditária e
também afirmam que existem mais meninos disléxicos do que meninas;
• Jane Schnderan e Alan Leviten (1978) – Para eles, um distúrbio de
leitura é normalmente definida como uma discrepância de pelo menos,
dois anos entre o nível de leitura real e o nível esperado em relação à
idade cronológica. Porém não podemos aplicar essa definição a uma
população carente;
• Elena Border – Diagnostica a dislexia dos seguintes modos: por
processo de exclusão, indiretamente à base de elementos
neurológicos, diretamente à base da freqüência e persistência de certos
erros na escrita e na leitura;
• Goi Kussmaul (1877) – Inicialmente fez estudos da dislexia,
denominando de Cegueira Verbal aos sintomas de dificuldade de
leitura;
11
• Morgan (1896) – Considera essas perturbações de natureza congênita,
proveniente do não desenvolvimento de uma área cerebral considerada
como o centro da leitura;
• André Rey – Afirma que, as verdadeiras dislexias são distúrbios
circunscritos que resultam de limitações sensoriais discretas ou
anomalias na organização dinâmica dos circuitos cerebrais,
responsáveis pela coordenação viso – auditivo – verbal, que
asseguram o complexo ato da percepção e compreensão da linguagem
escrita;
• Bender – Relaciona a dislexia a padrões neurológicos imaturos e pouco
diferenciados, onde resultam dificuldades perceptivas, distúrbios de
imagem corporal, de identificação tempo espacial, de relações com
objetos, além de déficits específicos na formação de símbolos
envolvendo imagens auditivas, visuais e cinéticas, desorientação na
lateralidade e demais perturbações na área conceitual;
• Ana Maria Poppovic – Uma síndrome psiconeurologicas, de
desorganização da aprendizagem, de provável causa hereditária.
Como podemos averiguar e também constatar com o que foi dito
anteriormente, não temos uma definição precisa sobre as causas da dislexia.
Alguns autores como podemos verificar, acreditam que a dislexia é derivada
de qualquer causa neurológica, psíquica ou educativa que perturbe a
aquisição da linguagem lida. Outros afirmam ser apenas defeitos na leitura ou
da escrita.
1.1 – Classificação da Dislexia.
São vários os tipos de classificação da dislexia feitos por diferentes
teóricos, porém citamos para nível de conhecimento e com mais detalhe a
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classificação feita por Elena Booder e Miklebust que estão mais presentes no
nosso ambiente escolar. (www.abd.com.br).
A dislexia é classificada nos seguintes grupos: Dislexia visual, auditiva e
mista na concepção de Bliklebust. Angram classificou em dois grupos
específicos e gerais. No especifico se limitou na discalculia levando para o
lado da matemática. Bannatyne se limitou na dislexia genética e por disfunção
neurológica mínima. Já Elena Boorder e Miklebust classificaram seus grupos
detalhadamente e estão mais presente no nosso cotidiano, suas
classificações foram: dislexia disfonetica, diseidetica, visual e auditiva.
Dislexia Disfonetica – dificuldade auditiva, de analise e síntese, de
discriminação, dificuldades temporais em perceber sucessão e duração.
Sintomas Comuns.
• Troca de fonemas e grafemas diferentes;
• Alterações grosseiras na ordem das letras e sílabas;
• Omissões e acréscimos;
• Maior dificuldade com a escrita do que com a leitura.
Dislexia Diseidetica – dificuldade visuais, na percepção questaltica, na
análise e síntese e dificuldade espaciais (percepção das direções,
localizações, relações e distancias).
Sintomas Comuns.
• Aglutinação, fragmentação;
• Troca por equivalentes fonéticos;
• Maior dificuldade para a leitura do que para a escrita.
Dislexia Visual – deficiência na percepção visual.
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Sintomas Comuns.
• Dificuldade na percepção viso – motora;
• Dificuldade na habilidade visual (não visualiza cognitivamente o
fonema).
Dislexia Auditiva – deficiência na percepção auditiva.
Sintomas Comuns.
• Deficiente memória auditiva;
• Deficiente discriminação auditiva (não audibiliza cognitivamente o
fonema).
1.2 – Causas da Dislexia.
Existem diversas pesquisas sobre a dislexia, como vimos anteriormente,
mas sua causa continua ignorada. Alguns autores dizem que a dislexia ocorre
por causa de alteração do ouvido interno, que enviaria sinais distorcidos para
o cérebro. Os sintomas haverão de depender da intensidade da alteração dos
sinais que chegam na localização e da função das áreas cerebrais que
recebem os sinais distorcidos, bem como na capacidade do cérebro para
interpretar a mensagem alterada.(ROBIN, GILBERT, A criança e nós, 1959).
Na área genética, há estudos mostrando uma alteração de cromossomo
e pesquisas neurolinguisticas revelaram que o problema decorre de uma
diferença de volume do lebo temporal do cérebro. Outros estudos
demonstraram que os disléxicos têm o lado esquerdo do cérebro que
corresponde à área da linguagem menor do que o direito. Podemos suspeitar
de dislexia quando, apesar da inteligência adequada e oportunidade de
ensino/ aprendizagem, a pessoa apresenta alguns dos seguintes sinais.
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• Dificuldade em memorizar mensagens, anotações;
• Efetuar alguma tarefa que sobrecarregue a memória imediata;
• Tendência a pular letras, orações ou a ministra-las;
• Pouca capacidade para ler;
• Transposição de letras como b e d;
• Visão borrada das letras;
• Falta de concentração;
• Falta de atenção;
• Hiperatividade;
• Muita demora em aprender a ler e a escrever;
• Desempenho inconstante;
• Dificuldade em soletrar;
• Dificuldade em associar símbolos em seqüência;
• Dificuldade com o aprendizado da tabuada;
• Dificuldade em nomear objetos;
• Incertezas com tempo e direção (antes / depois, direita / esquerda).
É importante esclarecer e como podemos observar a dislexia não é
realmente uma doença como já foi dito anteriormente, e sim um distúrbio com
uma série de características. Ela torna-se evidente na época da alfabetização,
embora alguns sintomas já estejam presentes em fases anteriores. Segundo
pesquisas realizadas pela Associação Brasileira de Dislexia, cerca de 10% da
população mundial sofrem de dislexia. Por isso, é de extrema importância,
falarmos no assunto e levar as informações adquiridas para os Profissionais
da Educação, pais e toda a sociedade.
A partir do momento, que nossa sociedade, for informada sobre o que é
a dislexia, vai endenter as dificuldades dos disléxicos adultos que não
receberam um tratamento para poder lidar com suas dificuldades quando
criança. E com isso passa por alguns problemas na sua vida profissional. O
fato é que as pessoas, não podem ver os disléxicos como se fossem uns
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coitados, pois ser disléxicos é a mesma coisa que ser canhoto, só que com
dificuldades maiores devido a desinformação existente no nosso país.
O melhor local para buscar esta informação é a escola, pois é o local
onde supostamente se concentra a sociedade. Nos próximos capítulos, vamos
ver se as escolas estão preocupadas com a dislexia e o que estão fazendo
para mudar esse quadro. No caso de não estarem trabalhando como os
especialistas no assunto, podem ajudar essas escolas e os profissionais das
mesmas.
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Capítulo 2
DISLEXIA X ESCOLA
Chegamos ao foco principal do trabalho, na raiz do “problema” da dislexia
na escola, em especial nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Mas antes
de averiguar como é vista hoje a dislexia, vamos ver como era no passado.
Os psicólogos e educadores no início do século vinte, deram pouca
importância aos distúrbios específicos da linguagem. Só se voltavam no
aspecto pedagógico do problema, com exceção de Broopar (1917). Ao mesmo
tempo, a classe médica negligenciava o problema da sala de aula, o que
contribuía para estabelecer uma grande lacuna entre a recuperação da criança
e o problema. (ROBIN, Gilbert, A criança e nós, 1959).
Segundo estatísticas da Associação Brasileira Dislexia,
aproximadamente de 15% a 30% das crianças em idade escolar têm problemas
de aprendizagem, 10% delas são disléxicas. Como podemos verificar é uma
quantidade muito grande, para continuarmos omissos. Devido a esses
resultados, se torna cada vez mais importante que os pais e educadores,
saibam que eles fazem a diferença em todo esse processo na ajuda do
disléxico.
Segundo a fonoaudióloga Claudia Regina Furquim de Andrade, “a
maioria das escolas desconhece ou dá pouca importância à linguagem como
um todo”. Talvez seja por isso, que cada vez mais vemos alunos com
dificuldade de aprendizagem e com dislexia.Infelizmente algumas escolas,
ainda não respondem eficazmente ao desafio do trabalhado com as
necessidades educacionais das crianças especiais, especialmente as
relacionadas com as dificuldades de linguagem como: dislexia, disgrafia e
disortografia. Além disso, não podemos esquecer, que uns dos problemas que
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se enfrenta a cerca da dislexia, é o medo e o desconhecimento que são
companheiros inseparáveis da omissão. E isto ocorre em cerca de 99% das
escolas públicas e particulares brasileiras, e não somente a respeito da
dislexia e sim a tudo que diz respeito ao distúrbio de aprendizagem. Segundo
pesquisas realizadas pela Associação Brasileira de Dislexia.
Devido a essas desinformações e omissões, é importante que a escola,
informa aos educadores e responsáveis tudo a respeito da dislexia, para que
possam saber lidar com essas crianças. Pois sem essas informações por
parte dos educadores e pais, podem muitas vezes fazer com que a criança
disléxica, trilhem caminhos perigosos que acabem desestruturando sua vida e
o meio social que vive.
Os alunos disléxicos são muitas vezes rotulados por vários adjetivos:
os professores os consideram desatentos, os pais preguiçosos e eles mesmos
se consideram burros e desorganizado. Isso muitas vezes ocorre, devido à
falta de informação de pais e educadores, que acabam maltratando essas
crianças pela desinformação e logo não compreende o porque de suas
dificuldades escolares e pioram ainda mais a situação dessas crianças,
quando as humilham devido ao seu insucesso escolar, dando-lhes notas
morais e sociais através disso existe um sofrimento maior quando fazem
comparações com crianças não disléxicas. Esses acontecimentos e as
dificuldades que as crianças disléxicas passam no ambiente escolar, faça com
que elas se desestimulem e acabem por desistir da vida escolar. Pois muitos
casos de evasão escolar ocorrem por dificuldade de leitura e escrita.
Infelizmente a Legislação Educacional não trata as diversas
necessidades especiais dos alunos de forma clara, objetiva, pragmática e
programática. Essa omissão dificulta ações governamentais por parte dos
gestores, do professor ao Secretario de Educação. É importante esclarecer
que a criança disléxica, não é portadora de conduta típica como: mental,
física, auditiva, visual ou múltipla e nem de alto risco. Uma criança não é
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disléxica porque teve seu desenvolvimento comprometido em decorrência de
fatores como: gestação inadequada, alimentação imprópria ou nascimento
prematuro. A dislexia tem um componente genético, exceto em caso de
acidente cérebro-vascular.( www.abd.com.br)
A dislexia como já sabemos, é caracterizada do seguinte modo:
dificuldade na leitura e escrita, letra ruim, troca de letra e lentidão. O disléxico
geralmente tem a inteligência acima da média, enxerga e ouve bem,
expressa-se com fluência, se destaca na música, desenho, pintura, eletrônica,
mecânica, engenharia, esportes e outras. No entanto seu desempenho
escolar não combina com seu padrão geral de atuação. É importante
esclarecer, que o disléxico sempre contorna suas dificuldades, respondendo
bem a tudo que passa para o concreto, e tudo que envolve os sentidos é mais
absorvido com facilidade por ele.
Apesar de algumas escolas, ficarem alheia ao assunto da dislexia, e
não passarem informações cabíveis aos professores, cabe aos mesmos
buscarem essas informações da dislexia para que ocorra uma mudança nesse
quadro de desinformação que ocorre em algumas em algumas Instituições de
Ensino. Nós educadores não podemos esperar que as informações cheguem
somente pela escola, pois não há uma informação e preparação feita pela
Universidade aos futuros professores, para auxiliar as crianças disléxicas nas
suas necessidades.
Os pais também têm um papel importante na ajuda de uma criança
disléxica, o de mostrar que o amor por eles não é por notas escolares e
enfrentar junto com seus filhos toda a dificuldade apresentada pela dislexia.
Pois infelizmente o nosso Sistema Educacional é desenvolvido para a maioria
que não é disléxica.
Todos e quaisquer educadores incluindo os pais, tem um compromisso
ético de ver desenvolver-se dignamente e efetivamente a aprendizagem
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escolar das crianças, buscando novos mecanismos de aprendizagem que
colabore para a inclusão desde educando no mundo das letras, ajudando-os a
sobreviver infelizmente dentro deste único modelo de ensino. É preciso que
aja uma luta para que essas informações cheguem nas escolas, aos
professores e aos pais.
É importante que as crianças com dislexia, também recebam
informações de suas dificuldades e essas dificuldades têm um nome, um
porquê e uma solução. Alguns pais e professores pela suas desinformações,
agem de forma arbitrária jogando as dificuldades escolares nas mãos da
criança, não dando condições para suas realizações, imaginando que a
aprendizagem escolar, já nasce com o ser humano, quando não percebem de
que ler e escrever são habilidades adquiridas e que precisam de
embasamento anterior para que ocorra.
A dislexia ocorre independente do fator socioeconômico, cultural ou
intelectual. A única diferença é que a família rica pode levar o filho ao
psicólogo, neurologista ou psicopedagogo. Enquanto a família pobre tende a
asseverar a dificuldade persistir com o transtorno de linguagem na fase adulta.
Talvez por essa razão, a dislexia seja considerada como típica da classe
média, pois os pais demoram a conseguir diagnosticar a dificuldade e partir
para intervenções médicas e pedagógicas.
Contrapondo o que muitos pensam a dislexia não é a conseqüência de
uma má alfabetização, desmotivação ou baixa inteligência. Ela é uma
condição hereditária com alterações genéticas apresentando ainda alterações
no padrão neurológico. Uma alfabetização precoce pode facilitar, o
diagnóstico da dislexia é uma forma de melhor identificar os disléxicos na sua
alfabetização é utilizando o método global, onde a criança identifica as
palavras como um todo.
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A linguagem está presente em todas a disciplinas e todos os professores
são potencialmente professores de linguagem, porque utilizam a língua
materna como instrumento de transmissão de informações. E nós educadores
temos que ter consciência da importância do ensino da língua materna como
também da estrangeira e fazer com que a escola pare de engatinhar no
ensino cientifico dessas línguas, que é de extrema importância para a
aprendizagem da criança disléxica como também a da não disléxica. Não
podemos esquecer, que muitas vezes uma dificuldade de aprendizagem da
matemática está mais relacionada a com compreensão do enunciado do que
ao processo operatório da solução do problema.
Além da alfabetização precoce que ajuda no diagnostico da dislexia, é
importante que nos primeiros anos da Educação Infantil, pais e educadores se
preocupem em encontrar indícios de dislexia em crianças de 4 a 5 anos
aparentemente normais. Porém não esquecendo que a troca de alguns sons
está dentro da normalidade nesta fase e essa alteração costuma desaparecer
junto com o amadurecimento neurológico. A persistência após essa idade é
considerada de origem patológica. Para identificar com mais eficiência os
problemas da fala, deve se descartar a possibilidade do aluno agir dessa
maneira como forma de chamar atenção e não adianta coloca-lo sob pressão,
pois a troca de fonemas pode virar uma questão definitiva.
É importante esclarecer, que quando não se diagnostica a dislexia
ainda na Educação Infantil, os distúrbios de letras podem levar crianças de 8 a
9 anos, já no Ensino Fundamental, a apresentar perturbações de ordem
emocional, afetiva e lingüística. Uma criança disléxica encontra dificuldade
para ler e as frustrações acumuladas podem conduzir a comportamentos anti-
sociais, à agressividade e a uma situação de marginalização progressiva.
Se pais e educadores compreenderem quais são as dificuldades que
uma criança disléxica apresenta, eles poderão ser muito mais úteis, não
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somente mostrando simpatia e encorajamento, mas principalmente buscando
uma didática mais adequada para o processo de aprendizagem dessa criança.
Algumas escolas, a rigor não se deram conta que ensinar bem é
favorável a memória de longo prazo das crianças, para que armazenem
informações e conhecimentos por um longo período da vida, de tal modo que,
na ultima etapa da educação básica, no ensino médio quando jovens, tenham
desempenho eficiente ou satisfatório na hora de ler um livro ou escrever um
texto para concurso ou vestibular.
É função da escola ensinar bem o sistema fonológico da língua, sua
distribuição, sua classificação e sua variação. A escola precisa ensinar, desde
cedo os conceitos lingüísticos, de vogal e consoante, ditongo, hiato, enfim a
língua materna.
É a consciência fonológica ou lingüística que fará com que a criança,
ao escrever palavras com letras simétricas (P,B,P, Q), pense e repense sobre
o processo da escrita alfabética. Uma das conseqüências da falta de
consciência fonológica é, na escrita formal os alunos saltarem grafemas como,
por exemplo: escreve coia em vez de coisa e glóbulo/gobulo. Quando isso
ocorre, temos a certeza de que a escola foi omissa ou negligenciou o ensino
fonológico eficaz da língua materna.
Uma outra questão que dificulta para saber se uma criança é disléxica
ou não, ou seja, se tem dificuldade de aprendizagem. É como esse professor
foi instruído, que na maioria das vezes foi uma má instrução e ele também se
torna
uma vitima de todo esse processo de ensino e aprendizagem, que acaba
trazendo conseqüências sérias para a pessoa que está iniciando o processo
de leitura. O educador ao ensinar uma criança, sistematicamente,
seguramente e coerentemente um ensino, tem que saber conscientemente
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que vogal não é letra, saber discriminar numa palavra a quantidade de
fonemas e letras.
Uma escola para que o aluno não adquira uma dislexia pedagógica,
deve ensinar as doze vogais em vez de cinco, pois ensinando apenas as cinco
vogais vai dar bases precárias de ordem cognitiva para a leitura o que
acarreta à aquisição da dislexia pedagógica na criança. As doze vogais são as
seguintes: sete orais ( a,é,ê,i,ó, ô,u) e cinco nasais(an,en,in,on,un).É
importante esclarecer que vogais são os sons da fala, os fonemas, isto é
unidades sonoras distintivas da palavra. É necessário que a escola ensine aos
alunos, especialmente os da Educação Básica, como se dá o processo de
aquisição do conhecimento da linguagem, isto é como se processa no cérebro
das pessoas o armazenamento, por longo prazo das informações lingüísticas
imprescindíveis para a fala, a escrita, a leitura e a escuta.
É na Instituição Escolar, com professores capacitados, que os
educandos aprenderão que informações da metalinguagem da língua materna
lhe darão as competências e habilidades requeridas para a leitura e para a
sociedade do conhecimento dentro e fora da escola. É importante que
saibamos, que a educação lingüística, do escrever para aprender, do ler para
aprender, deve ser repartido e compartilhado por familiares e uma co-
responsabilidade social dos que trabalham com saberes sistemáticos, que se
voltam para a qualificação do trabalho e para o exercício da cidadania.
Mas felizmente, nem tudo está perdido hoje encontramos classe
médica preocupada com a dislexia não separando o problema de sala de aula
com o consultório. Esses trabalhos estão sendo feitos em conjunto escola e
consultório, porém ainda falta muito para se chegar ao ideal. Pois como já foi
dito, ainda há Instituições Escolares sem um comprometimento maior sobre o
assunto da dislexia no ambiente escolar.
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Segundo uma pesquisa publicada em Journal of Neuroradiologia pela
fonte do site da Associação Brasileira de Dislexia, traz novas evidências de
que a dislexia é uma desordem tratável de acordo com o neurofisico Tedd
Richards e a neuropsicologa Virginia Berninzer da Universidade de Washiston.
De acordo com o neurofisico e a neuropsicologa, “a dislexia não é um dano
cerebral havendo apenas diferenças na rede cerebral nas regiões envolvidas
na leitura. Não existe cérebro perfeito, pois o mesmo sempre apresenta
alguma anomalia estrutural. Com instrução apropriada, cérebros disléxicos
podem ser tornar mais eficiente no processamento dos sons da linguagem,
utilizando uma área menor do cérebro e menos energia metabólica”.
É importante que os profissionais da educação saibam, que o
diagnostico da dislexia, deve ser feito por uma equipe multidisciplinar
composta por: psicólogos, fonoaudiólogo, psicopedagogo, neurologista e
iniciar uma investigação. Segundo a autora Maria Ângela Nogueira, esses
diagnostico tem que ser feito não somente para saber se a pessoa é disléxica,
mas para determinar ou eliminar fatores coexistentes de importância para o
tratamento. É de extrema importância que esse diagnóstico tenha significado
para os pais e educadores, como também para apropria criança.
“Simplesmente encontrar um rotulo não deve ser o objetivo da
avaliação, mas tentar estabelecer um prognostico e encontrar elementos
significativos para o programa de reeducação”.(NOGUEIRA, Maria Ângela,
Dislexia, 2000).
Durante o diagnóstico, é importante obter informações sobre o
potencial da criança e suas características psiconeurologicas, sua
performance, o repertorio já adquirido e os métodos de ensino no qual a
criança foi submetida.
Um fator importante de se relatar, é que em todos os diagnósticos o
fato da criança não ter sido alfabetizada pelos métodos comuns ou um
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histórico familiar com distúrbios de aprendizagem são importantes serem
mencionados em uma consulta com algum especialista que vai ajudar a
criança.
Nós como educadores temos que ficar atentos, que os sintomas que
pode indicar a dislexia antes de um diagnostico multidisciplinar, só indica um
distúrbio de aprendizagem, não confirma a dislexia.Os mesmos sintomas
podem indicar outras situações como lesões, síndromes, etc.
A equipe multidisciplinar ao fazer o diagnostico da criança disléxica,
deve garantir uma abrangência do processo de avaliação, verificando se
necessita do parecer de outros profissionais como: neurologista,
oftalmologista e outros dependendo do caso.
Essa equipe multidisciplinar deve averiguar todas as possibilidades
antes de confirmar ou descartar o diagnostico de dislexia. Chamamos essa
averiguação de avaliação multidisciplinar e de exclusão. Temos que descartar
também outros fatores como: déficit intelectual, disfunções ou deficiências
auditivas e visuais, lesões cerebrais (congênitas ou adquiridas), desordens
afetivas anteriores ao processo de fracasso escolar (com os constantes
fracassos escolares o disléxico, irá apresentar prejuízos emocionais, porém
são conseqüências não causa da dislexia), e outros distúrbios de
aprendizagem como a hiperatividade, é importante ressaltar que o déficit de
atenção e aprendizagem pode ocorrer junto com a hiperatividade, como
também a hiperatividade com a dislexia. (www.abd.com.br)
É importante no tratamento da dislexia haver um programa em etapas,
e mudar somente quando a anterior for completamente absorvida e sempre
retornar as etapas anteriores. Damos a esse tratamento o nome de sistema
multissensorial e cumulativa.
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Veremos agora quais os sintomas que os educadores, devem observar
na criança no pré-escolar e na idade escolar que podem ser um sinal de
dislexia, segundo os sites da ABD e da Escola Piano de Pano.
PRÉ-ESCOLAR
• Imaturidade no trato com outras crianças;
• Fraco desenvolvimento da atenção;
• Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem;
• Atraso no desenvolvimento visual;
• Dificuldade em rimas e canções;
• Fraco desenvolvimento da coordenação motora;
• Dificuldade com quebra cabeça;
• Falta de interesse por livros impressos.
É importante ressaltar que o fato da criança apresentar alguns desses
sintomas, não indica que seja dislexia, pois outros fatores têm que ser
observados. Mas estaremos com certeza diante de uma situação que merece
uma atenção especial ou estimulação.
IDADE ESCOLAR
Se nessa fase, a criança continuar apresentando alguns ou vários dos
sintomas a ser relatado a seguir, é preciso que se faça um diagnóstico para
que possa continuar seus estudos e não tenha prejuízos emocionais.
• Dificuldade na aquisição a automação da leitura e escrita;
• Pobre conhecimento de rimas (sons iguais ao final das palavras) e alteração
(sons iguais no inicio das palavras);
• Desatenção e dispersão;
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• Dificuldade em copias de livros ou da lousa;
• Dificuldade na coordenação motora fina (desenhos, pinturas, etc) e ou
grossa (ginástica, dança, etc);
• Desorganização geral constante atrasos na entrega de trabalhos escolares;
• Dificuldades visuais, como por exemplo, podem perceber com certo impacto
a desordem dos trabalhos no papel e a própria postura da cabeça ao
escrever;
• Confusão entre esquerda e direita;
• Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas, etc;
• Vocabulário pobre, com sentenças longas e vagas;
• Dificuldade na memória de curto prazo, com instruções, recados etc;
• Dificuldade em decorar seqüências como: meses do ano, alfabeto, etc;
• Dificuldade matemática e desenho geométrico;
• Problemas de conduta como: retração, timidez excessiva, depressão é
menos comum, mas também possível, tornar-se o “palhaço” da turma;
• Grande desempenho em provas orais.
Segundo a Associação Brasileira de Dislexia, podemos também
diagnosticar um disléxico através da idade. É importante também o
profissional da educação estar atento a esses sintomas sabendo a idade de
seus alunos. (www.abd.com.br).
CRIANÇAS ATÉ 8 ANOS
• Se ainda tem dificuldade de leitura;
• Se tem dificuldade de soletrar;
• Se ainda assim, suas atividades não relacionadas com leitura e escrita são
espertas e inteligentes;
• Se inverte os números;
• Se troca as letras com freqüência;
• Se precisa usar blocos, dedos anotações para fazer cálculos;
27
• Se sua memória for constante;
• Se demora a responder;
• Se confunde a esquerda com a direita;
• Se for desajeitado;
• Se tiver dificuldade em pegar ou chutar uma bola;
• Se tem dificuldade de atar sapatos ou trocar de roupa.
DE 8 A 12 ANOS
• Se comete erros na leitura e na soletração, ou se a compreensão de leitura
for lenta;
• Se evita com freqüência a leitura;
• Se omite, confunde ou troca algumas letras nas palavras;
• Se leva muito tempo nas atividades escritas;
• Se confundem o bom senso de direção;
• Se ainda for complicado decorar a tabuada;
• Se ainda se perde nos dias da semana ou meses do ano;
• Se precisa de objetos para realizar cálculos;
• Se demora mais que a media nos cálculos simples;
• Se demonstra insegurança e baixa apreciação sobre si mesmo.
ACIMA DE 12 ANOS
• Continua os erros na leitura e soletração;
• Dificuldade em guardar seqüência de números como de telefone;
• Se fica atrapalhada em pronunciar palavras tensas;
• Confunde lugares, horários e datas;
• Comete muitos erros na escrita, mesmo copiando;
• Se tem dificuldade em planejar, organizar ou fazer relações.
28
Se para a maioria dos itens acima as respostas foram positivas, é
provável que a criança seja disléxica, É importante que os profissionais da
educação, ao observar que uma criança esteja com suspeita de dislexia for
esperta e inteligente em alguns aspectos, mas parece ter um bloqueio parcial
ou total em outras difíceis de explicar, procurar saber se têm mais alguém da
família com os mesmos problemas de aprendizado.
Ao saber como identificar uma criança disléxica é recomendável,
procurar meios para ajudar essa criança a Escola Piano de Pano, a
Associação Brasileira de Dislexia e o professor Thomé do Programa de
Educação Especial da Universidade Federal Fluminense tão algumas
sugestões.
• Não chamá-los simplesmente de preguiçoso ou desleixado;
• Não fazer comparações com outros membros da família ou colegas da
classe;
• Não exercer pressão sobre ele a ponto de amedrontá-lo com a perspectiva
de não passar de ano e deixar a família desapontada;
• Não exigir leitura em voz alta perante seus colegas sem seu consentimento;
• Não ficar surpreso se ela facilmente se cansar ou desanimar;
• Não se surpreender se sua caligrafia for irregular ou feia. Boa caligrafia é
muito difícil para os disléxicos;
• Não ficar surpreso se seu desempenho for incongruente, se em algumas
ocasiões ela se sair bem e em outras não;
• Não lhe dizer somente “tente se esforçar” incentive-o nas coisas que ele
gosta de fazer bem feito;
• Manifestar sempre apreciação pelo seu esforço, mesmo que os erros sejam
constantes;
• Estimula-los a olhar as palavras detalhadamente;
• Falar francamente sobre suas dificuldades;
• Ajuda-lo a reconhecer que há muitas coisas que ele pode fazer bem;
• Motiva-lo a ir devagar, sem atropelos dando tempo ao tempo;
29
• Estabelecer horários para refeições, deveres de casa e recreações;
• Suas roupas devem ser arrumadas na seqüência que ele vai vestir para
evita confusões e preocupações com a criança, elas devem ser simples, ou
seja, ter zíper em vez de botões, sapatos e tênis sem cordão;
• Quando for ensinar a amarrar os sapatos fique ao lado da criança com o
braço sobre os ombros dela, nunca fique na sua frente;
• Reforçar a ordem das letras do alfabeto cantando e dividindo-os em
pequenos grupos;
• Instruir as crianças canhotas precocemente para evitar que assumam
posturas pouco confortáveis e mesmo prejudiciais como encobrir o papel com
as mãos ao escrever.
Segundo a professora Fernanda da Escola Piano de Pano, a criança com
dislexia difere das outras da mesma idade em varias maneiras. Estas
diferenças não são evidentes em todas as crianças com dislexia e elas
ocorrem em diversas combinações, assim como o nível de dificuldades varia
muito. Por isso é de extrema importância que os educadores tenham
informações dos sintomas da dislexia.
Para dar uma ajuda aos profissionais da educação que trabalham com
disléxicos, a Escola Piano de Pano, elaborou três mandamentos básicos:
• Que nenhuma criança seja humilhada, nem tenha sua admiração diminuída
em decorrência da incompreensão de quem acerca;
• Que nenhuma criança seja privada de suas descobertas porque seus
responsáveis e orientadores não conseguem compreender seu engenhoso
modo de pensar;
• Que nenhuma criança, jamais duvide de seu sempre inusitado jeito de ser.
De posse de todas essas informações a respeito da dislexia, cabe agora
o profissional da educação tratar seu aluno disléxico com respeito e ajuda-lo
30
encaminhando-o aos especialistas que irão auxilia-lo no melhor tratamento
para a sua dificuldade de aprendizagem.
31
Capítulo 3
Opiniões de especialistas: como proceder nos casos
de dislexia.
Apesar do assunto da dislexia se bastante antigo, como já foi relatado
nos capítulos anteriores, hoje é que a dislexia se torna mais presente, nas
discussões de sala de aula, entre os educadores e diretores escolares.
Porém, apesar de discutirem, “não sabem” como fazer para ajudar esses
alunos disléxicos.
Sabendo dessas dificuldades entre os docentes, procuramos o auxilio
dos profissionais ligados a dificuldade de aprendizagem que são:
fonoaudiólogos, psicólogos e psicopedagogos. Apesar de que a dislexia
também envolve outros profissionais como o neurologista, a pesquisa ficou
mais baseada nesses três profissionais (psicólogos, fonoaudiólogos, e
psicopedagogos).
3.1 – Metodologia
Para que essa pesquisa fosse realizada foi feita uma triagem em
catálogo de telefone e na agenda de associação de professores (SINPPO).
Feita às anotações, o segundo momento foi o contado com os profissionais,
alguns contatos foram por e-mails e outros por telefone marcando uma
entrevista com o profissional.
Durante os contatos com os: psicólogos, fonoaudiólogos e
psicopedagogos, foi explicado o porque da pesquisa e sua finalidade. Apesar
do questionário pedir a identificação do profissional, não foi obrigatório a
32
mesma, para que os especialistas entrevistados ficassem à-vontade para
responder as perguntas. Depois de coletados os dados, houve uma
separação das opiniões de cada profissional por suas profissões afins.
Para ficar um melhor entendimento, dividimos o que cada especialista
(psicólogo, fonoaudiólogo e psicopedagogo), conseguiram responder sobre a
dislexia e qual a sua contribuição para auxiliar essa criança e subsidiar os
docentes que não sabem como lidar com um aluno disléxico na sua classe.
Durante essa pesquisa pode-se constatar que alguns desses
profissionais se não a maioria, se declararam não ter um conhecimento
profundo na área e que para eles: psicólogos fonoaudiólogos e
psicopedagogos, também são um assunto novo e que precisa de estudos
aprofundados, porque a dislexia não é tão simples como se apresenta.
3.2 – Opiniões dos especialistas a cerca da dislexia.
• Fonoaudiólogos
Para os fonoaudiólogos, a dislexia é uma dificuldade na leitura e
escrita. O melhor tratamento para a criança disléxica é coloca-la em contato
com os sons da língua, de forma que escute os sons da língua, de forma que
escute os sons lingüísticos. Fazer leitura de textos que contenham alterações,
músicas, estimulação de funções cognitiva-perceptivas, coordenação motora
fina, seqüências numéricas, formas de letras.
O melhor auxilio a ser dado para uma criança disléxica no campo da
fonoaudiologia é trabalhar a consciência fonológica com técnicas especificas e
estimulação direta nas duas orelhas favorecendo o processamento de sons e
estimulando as deficiências que apresente.
33
A melhor forma para auxiliar a escola é o profissional da educação
leigos nos “problemas” da dislexia, é entrar sempre em contato com os
professores, auxiliando-os com palestras e acompanhando o desenvolvimento
da aprendizagem do aluno, é importante que esse acompanhamento ocorra
deste da educação infantil, antes que a criança seje alfabetizada, para que os
disléxicos não encontrem maiores dificuldades nas séries seguintes e na
alfabetização principalmente.
Segundo os fonoaudiólogos entrevistados, nossas escolas não estão
preparadas para receber nossos alunos disléxicos, pois ainda há educadores
desinformados do que seja realmente a dislexia.
• Psicólogos
Para os psicólogos, a origem da dislexia está em um distúrbio da
linguagem que pode ser oral, escrita ou as duas juntas oral e escrita. O melhor
tratamento a ser dado para uma criança disléxicas, é em primeiro lugar não
compará-la com as outras crianças, não exercer pressão sobre ela como
leitura em voz alta perante os outros, pois a mesma pode ser sentir
constrangida. É importante se ter em mente, que a criança disléxica não é
portadora de deficiência mental, física, auditiva, visual ou múltipla é uma
condição humana, o fato de uma criança ser disléxica, e pode haver uma
origem emocional. Deve também incentiva-las sempre nas coisas que tenham
maior aptidão, valorizando constantemente seu esforço em fazer algo, mesmo
que este a princípio pareça sem muita importância, pois para a criança
disléxica é muito significativo.
O auxilio que pode ser dado, para a criança disléxica é primeiro obter um
diagnóstico preciso, para saber se realmente essa criança é disléxica.
Confirmada a dislexia, devemos conscientizar-se de que algo deverá ser feito
para que o aluno consiga ampliar seus referenciais do mundo, trabalhando
simultaneamente todas as linguagens: escrita, sonora, dramática,
34
cinematológica, corporal, etc. Buscando com isso a coragem e autoconfiança
da criança disléxica, pois a mesma pode ser talentosa na arte, música, teatro,
esportes, etc. E conversar com os pais informalmente sobre o que seu filho
tem e explicar como devem tratar uma criança disléxica.
Em relação à Instituição Escolar e aos Profissionais da Educação, o
melhor auxilio que pode ser dado como psicólogos, é ouvir e sentir a posição
destes profissionais e dos responsáveis pelas Instituições, fornecer conceitos
e instrumentos enriquecedores, para efetuar um bom trabalho com as crianças
disléxicas e em ultima instância fornecer círculos de palestras onde esses
profissionais, possam tirar dúvidas sobre a dislexia.
Na sua maioria as escolas, como os profissionais da educação, ainda
não estão preparados para receber crianças disléxicas, pois muitos não têm
interesse no assunto ou não sabe o que vem a ser a dislexia, o que prejudica
o ensinamento para a aprendizagem do alunado e o pior é o preconceito que
essa criança sofre por causa do desconhecimento destes professores que
começam a estereotipar essas crianças como burros e incapazes.
• Psicopedagogos
Para os psicopedagogos, a origem da dislexia está na sua linguagem oral
e escrita ou somente oral, como também somente escrita ou pode está ligado
a uma disjunção psico-social, já que na dislexia não existe lesão: sensorial ou
orgânica manifesta. O melhor tratamento para essa criança é o
acompanhamento do psicólogo, fonoaudiólogo e psicopedagogo, junto ao
professor nas primeiras séries iniciais acrescenta uma das psicopedagogas
entrevistadas.
O melhor auxilio a ser dado, para uma criança disléxica é fazer um
trabalho paralelo, utilizando a compreensão da linguagem oral e escrita. É
importante também, fazer um trabalho conjunto com o professor das séries
35
iniciais, para que o mesmo saiba reconhecer uma criança com problemas de
incapacidade de escrever e ler.
Para auxiliar uma Instituição Escolar e os Profissionais da mesma, o
primeiro passo é retirar de suas mentes, que crianças disléxicas são: burras,
preguiçosas ou que tenham necessidades especiais, tirando esses
estereótipos causados até mesmo pela falta de conhecimento da dislexia.
Após todo o esclarecimento do que não é a dislexia, passamos a dar
informações do que é a dislexia, suas causas e o melhor tratamento a ser
dado ao descobrir um aluno disléxico.
Sem ser diferente dos outros profissionais entrevistados, os
psicopedagogos também acham e acreditam que nossas escolas não estão
preparadas para receberem os alunos disléxicos, não só pela desinformação
que é evidente, mas também porque a dislexia somente esta sendo discutida
agora e são poucos os profissionais que dominam o assunto e infelizmente
muitas vezes encontramos profissionais que supostamente, estariam aptos a
auxiliar essas crianças disléxicas e seus professores, ainda com dúvidas do
que seja e o pior tratando esses alunos, como portadores de necessidades
especiais.
A vemos os relatos dos profissionais especializados em auxiliar um caso
de dislexia, podemos concluir que muita coisa ainda tem que ser feita, para
que nossas crianças disléxicas, não se sintam discriminalizadas nos bancos
escolares.
Porém o fundamental para que ocorra a mudança, é necessário que nós
educadores, psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos e pessoas que
estejam ligadas formalmente ou informalmente com as crianças disléxicas,
procurem saber o que é a dislexia e suas causas e o melhor tratamento para a
mesma.
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Um desejo que se tem, é que em um futuro próximo, possamos ver
pessoas se declarando disléxicas, sem medo de sofrerem algum tipo de
discriminação. Até porque as pessoas que sofrem de dislexia, possuem altas
habilidades em outras atividades que não envolva a linguagem oral e escrita.
Uma prova dessas altas habilidades são pessoas disléxicas famosas que
conhecermos e são admiradas mundialmente pela sua inteligência e talento,
entre elas podemos destacar: Agatha Christie, Leonnardo DaVinci, Walt
Disney, Albert Einstein, Vincent Van Gogh, Tom Cruise, Whoopi Goldherg e
outros.
Com esses exemplos, talvez possamos mostrar as nossas crianças
disléxicas, que elas são capazes e inteligentes. E a dificuldade que elas
possuem não as fazem pior do que as outras crianças dita “normais” pela
nossa sociedade preconceituosa.
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Conclusão
Ainda falta muita mudança para serem feita, para que as crianças
disléxicas sejam reconhecidas na sociedade e na escola como capazes,
inteligentes e que somente apresenta dificuldade na sua linguagem oral e
escrita.
Porém não podemos desconsiderar que alguns profissionais da
educação se preocupam em saber a melhor forma de trabalhar a dislexia no
seu alunado, apesar de alguns não possuírem informações precisas sobre o
que é realmente a dislexia.
O que falta é mais esclarecimento por parte dos profissionais
especializados nos casos da dislexia, para com essas Instituições Escolares e
aos profissionais das mesmas, que são leigos no melhor tratamento ou
método de ensino para com essas crianças.
A dislexia pode, ser um assunto novo nos meios escolares, mas as
informações estão ao nosso alcance se quisermos procurar ajudar nossos
alunos. Como diz o dito popular: “Se montanha não vai a Maomé; Maomé vai
à montanha”. Se sua escola não recebe informações e esclarecimento sobre a
dislexia, então corra atrás das informações, o que não podemos ver e deixar
acontecer, é crianças disléxicas sendo estereotipadas e com isso sofrendo por
causa da omissão.
39
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42
Folha de Avaliação
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
Título da monografia: A Dislexia nas séries iniciais do Ensino Fundamental:
Como identifica-las?
Por: Elaine Soares de Abreu
Orientador: Nilson Guedes Freitas.
Co Orientadora: Maria Esther Araújo.
Avaliado por___________________________________grau___________
Rio de Janeiro, 27 de março de 2004.