8/18/2019 A Distinção Entre Senso Comum

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A DISTINÇÃO ENTRE SENSO COMUM, CONHECIMENTO

FILOSÓFICO E CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Escrito por Emerson Fernn!es

Através do cotidiano, o homem adquire espontaneamente um modo de entender e

atuar sobre o nosso mundo. Existem muitas pessoas, por exemplo, que não comem

manga com leite, e não passam por debaixo de escadas, ou também não gostam de ter 

um pedaço de espelho quebrado em casa, pois “acreditam” que isso pode trazer azar. s

vezes, quando estou muito res!riado, a minha mãe prepara para mim um copo de leitecom mel. Ela sempre me diz que isso é muito bom, e eu tenho que tomar caso queira me

livrar desse mal estar. A primeira pergunta que vem a minha cabeça sempre quando isso

acontece é" de onde v#m essas ideias que !ormam a nossa sabedoria popular$ %omo a

minha mãe pode ter tanta certeza de que vou melhorar tomando esse copo de leite com

mel$ E são essas quest&es que me mostram que esse saber !oi !ormado através de uma

 pr'tica social que vem sendo transmitida de geração em geração. ( uma espécie de

“conhecimento” que aceitamos pelo simples !ato de ser di!undido pela população emgeral. ( um saber ing#nuo, que não passa por uma avaliação cr)tica das pessoas. Esse

tipo de conhecimento é chamado de senso comum. *ortanto, podemos dizer que o

senso comum é um conhecimento acumulado pela população, de !orma emp)rica,

 porque é baseado nas experi#ncias do cotidiano, sem se preocupar com o rigor do

método cient)!ico e !ilos+!ico.

conhecimento filosófico, segundo pesquisas hist+ricas, teria surgido na

antiguidade com os -regos. Esses homens buscavam através do pensamento cr)tico uma!orma de superar os mitos e o saber oriundo do senso comum. endo assim, a /iloso!ia

!oi de extrema import0ncia para o questionamento de toda e qualquer crença existente,

com isso, pode dar inicio ao avanço na produção do conhecimento. 1m dos pensadores

que a2udou a !ormar as bases para o conhecimento científico  atual !oi o /il+so!o

Arist+teles.

/oi no in)cio do século 3455, quando o mundo europeu passava por pro!undas

trans!ormaç&es, que o homem se tornou o centro da natureza 6antropocentrismo7.Acompanhando o movimento hist+rico, ele mudou toda a estrutura do pensamento e se

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distanciou das concepç&es aristotélicas, ainda vigentes e de!endidas pela 5gre2a, segundo

as quais tudo era hierarquizado e im+vel, desde as instituiç&es e até mesmo o nosso

 planeta. homem passou, então, a ver a natureza como ob2eto de sua ação e de seu

conhecimento, podendo nela inter!erir e modi!ic'8la. *ortanto, podia !ormular hip+teses

e experiment'8las para veri!icar a sua veracidade, superando assim as explicaç&es

meta!)sicas e teol+gicas que até então predominavam no pensamento !ilos+!ico

di!undido pela igre2a cat+lica. mundo im+vel !oi substitu)do por um universo aberto e

in!inito, ligado a uma unidade de leis. Era o nascimento da ci#ncia enquanto um ob2eto

espec)!ico de investigação, com um método pr+prio para o controle da produção do

conhecimento, e sem a inter!er#ncia de uma “ordem divina”. 9esta !orma, h' um certo

distanciamento do conhecimento !ilos+!ico e cient)!ico, mesmo sendo a ci#ncia gerada

através do pensamento !ilos+!ico.

*ortanto, podemos a!irmar que o conhecimento cient)!ico é uma conquista recente

da humanidade. Essa conquista trans!ormou8se numa pr'tica constante, procurando

a!astar crenças supersticiosas e a ignor0ncia, através de métodos rigorosos, para

 produzir um conhecimento sistem'tico, e ob2etivo, que garanta prever os

acontecimentos e, que possa agir com extrema precisão e cautela.

9esta maneira, o que di!erencia o senso comum do conhecimento cient)!ico é o

rigor. Enquanto o senso comum é isento de cr)ticas e !undamentado em tradiç&es

conservadoras, a ci#ncia produz o conhecimento a partir do pensamento cr)tico racional,

e ela preocupa8se basicamente com as pesquisas de extrema import0ncia, que produzam

teorias que revelem a verdade sobre a realidade das coisas.