A Diversidade Antropológica_resenha (leach)

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RESENHA DO TEXTO A DIVERSIDADE ANTROPOLÓGICA EDMUND LEACH Texto extraído do livro A diversidade antropológica, de Edmund Leach. Ed. Edições 70, Rio de Janeiro, 1982, págs. 13 a 51. João Paulo Lima Cavalcanti 1. O QUE É ANTROPOLOGIA -Dificuldade de conceituação; -Significado etimológico; -Diversidade de rótulos; OBS. Dos diversos rótulos dois destaques: antropólogos culturais em contraste com os antropólogos sociais. Há também o contraste entre antropólogos empíricos e os idealistas (mas não é o foco do texto); -Busca por tema comum: estudo do ser humano (características individuais e como membros de um grupo); -“Taxonomia da humanidade”, considerada um erro; -Europa, séc. XIX: antropólogos; etnólogos, arqueólogos e filólogos: rejeição à unidade da espécie humana postulada pela Bíblia, mas a forma de pensar o ser humano era ainda considerada “arrogante e etnocêntrica”; ainda havia uma unidade evolutiva. -Pensamento ajustado à expansão colonial; -Bandeira comum desse grupo: pré-história; -Vestígios históricos como marcos de uma escala pretensamente evolutiva universal (L.H. Morgan); ainda havia uma unidade evolutiva. -Suposição de que pessoas diferentes consideradas arcaicas é errônea; -Até que pontos os seres humanos são iguais e até que ponto são diferentes; -Séc. XX: objeto de estudo, não na capacidade mental dos indivíduos, mas em sua educação (socialização). 2. ANTROPOLOGIA SOCIAL -Sir James Frazer; -W. H. R. Rivers (história não registrada); -Antropologia social X antropologia funcional; -Raymond Firth; (ver a ordem) -Malinowsky (pesquisa de campo – sociedades delimitadas no tempo e no espaço). Preocupação de como se deve interpretar a qualidade bizarra; -Radcliffe-Brown (pesquisador teórico, antropologia como ciência generalizada, estabelecer uma taxonomia de tipos de sociedades de acordo com as suas organizações sociais); -Levi Strauss (instituições como sistemas de representações); 3. ANTROPOLOGIA CULTURAL -Cultura como elemento diferenciador do ser humano; -Limite entre humanidade e animalidade do ser humano; -Influência de Tylor (cultura como vestuário); UNIDADES DE CULTURA E SOCIEDADE -Cultura, culturas e sociedades;

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RESENHA DO TEXTO A DIVERSIDADE ANTROPOLGICAEDMUND LEACHTexto extrado do livro A diversidade antropolgica, de Edmund Leach. Ed.Edies 70, Rio de Janeiro, 1982, pgs. 1 a !1.Joo Paulo Lima Cavalcani!" O #UE $ ANTROPOLOGIA"#i$i%&ldade de %on%eit&a'o(")igni$i%ado eti*ol+gi%o("#iversidade de r+t&los(OBS. Dosdiversosrtulosdoisdestaques: antroplogosculturaisemcontrastecomosantroplogossociais. 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Rivers /.ist+ria n'o registrada1("Antropologia so%ial 5 antropologia $&n%ional("RaE*ond Cirt.( /ver a orde*1"?alinoFsGE /pes7&isa de %a*po H so%iedades deli*itadas no te*po e no espao1. 9reo%&pa'o de %o*o se deveinterpretar a 7&alidade 0iBarra("Rad%li$$e",roFn /pes7&isador te+ri%o, antropologia %o*o %i8n%ia generaliBada, esta0ele%er &*a taxono*ia de tipos deso%iedades de a%ordo %o* as s&as organiBaes so%iais1("=evi )tra&ss /instit&ies %o*o siste*as de representaes1(," ANTROPOLOGIA CULTURAL"I&lt&ra %o*o ele*ento di$eren%iador do ser .&*ano("=i*ite entre .&*anidade e ani*alidade do ser .&*ano("6n$l&8n%ia de TElor /%&lt&ra %o*o vest&rio1(UNIDADES DE CULTURA E SOCIEDADE"I&lt&ra, %&lt&ras e so%iedades("J a&tor l&ta no in%io e* de*onstrar 7&e %ada %&lt&ra 4 Kni%a e 7&e n'o se deve generaliBar. Leste t+pi%o ele tentaprovar 7&e as so%iedades n'o pode* ser %lassi$i%adas %o*o %oisas isoladas("Io*para'o entre %&lt&ras /TElor, )%.neider, MeertB1(CREDO"C&n%ionalistas estr&t&ralistas H po&%a aten'o ; e%ono*ia e 8n$ase ;s regras $or*ais e in$or*ais("A%eita'o integra'o das instit&ies so%iais era intrinse%a*ente estvel("6n$l&8n%ia de ?organ /parentes%o %o*o te%ido 0si%o da so%iedade1("9ro:eto dos $&n%ionalistas estr&t&ralistas- leis so%iol+gi%as generaliBadas("J papel dos ar7&e+logos e da .ist+ria("J papel 2artsti%o3 do antrop+logo so%ial.Apresente resen.a trata do %apt&lo pri*eiro, intit&lado JN&e 4Antroplogia, dolivroA#iversidadedaAntropologiadeEd*&nd=ea%.. Lo%apt&lo o0:eto dessa resen.a o re$erido a&tor %o*ea apresentando adiversidade de r+t&los o& tt&los da antropologia e a 0&s%a por &* te*a %o*&*dentretodospor *eiode&*adigress'o.ist+ri%a;partir dos4%&lo565,7&ando a antropologia *oderna ainda estava $ir*ando s&as 0ases, %&l*inandonodesenvolvi*entodedoisra*osdeest&dosantropol+gi%os%onsideradospeloa&tor%o*o dos*aise*inentes-aantropologiaso%ial e aantropologia%&lt&ral. J no t+pi%o s&0se7&ente o a&tor $o%a"se na antropologia so%ial e e*s&as espe%i$i%idades, o 7&e o $aB, ig&al*ente %o* a antropologia %&lt&ral e*t+pi%o posterior, %o* a %lara inten'o de %o*parar essas lin.as de est&dos,realiBando este intento *ais evidente*ente nos dois Klti*os t+pi%os do texto.=ea%.%o*eaose&textoeviden%iandoadi$i%&ldadee*%on%eit&areti*ologi%a*enteaantropologia, :7&e2oest&dodo.o*e*3, *ostra"sedeverasa0rangente. )e&exer%%ioe*desvendar oo0:etodeest&dosdaantropologiadesdo0ra"senadiversidadeder+t&los7&etraBe*tt&los%o*oantropologia so%ial e %&lt&ral, as 7&ais o presente a&tor d espe%ial aten'o.N&anto ao o0:eto do est&do antropol+gi%o, o retro%itado a&tor n'o7&estiona ser, de $ato, o ser .&*ano. As d&as perg&ntas 7&e per*eia* todo o%apt&lo, no entanto, 4, pri*eiro, o 7&e di$eren%ia o ser .&*ano dos de*aisani*ais e, e* seg&ndo l&gar, o 7&e di$eren%ia /o& g&arda se*el.ana1 entreas diversas %&lt&ras .&*anas.=ea%. deixa evidente s&a dis%ordOn%ia %o* est&dos antropol+gi%os 7&e0&s%a* taxar as so%iedades .&*anas %o*o esp4%ies 0otOni%as,taxono*i%a*ente, pois, seg&ndo ele, as variedades da raa .&*ana s'o %o*o2%ores do ar%o"ris3, : 7&e, aparente*ente, s'o %ores de$inidas, no entantoaool.ar de perto, as des%ontin&idades desapare%e*. Ad&B, portanto, adiversidade das so%iedades, diversidades de so%ialiBa'o e de %&lt&ras.E*seg&idaotexto$aB&*adigress'o.ist+ri%aso0reospilaresdaantropologia *oderna, *ais espe%i$i%a*ente os antrop+logos, etn+logos,ar7&e+logose$il+logosdaE&ropaJ%idental, nos4%&lo565. E*0oraessespes7&isadores se:a* %lassi$i%ados pelo a&tor %o*o a*adores e 7&e s&a nova%i8n%ia era arrogante e e&ro%8ntri%a, por %olo%are* os e&rope&s 0ran%os %o*o*ais elevados dentre as de*ais %iviliBaes /antrop+logos1 o& tentar disting&irdiversasraas, %o*0asenaapar8n%ia$si%a/etn+gra$os1, passara*asepreo%&par %o*2oso&tros3, %o*so%iedadesn'o%rist's, %o*a7&elesn'operten%entes;s.eranasliterriasro*anasegregas. Io*o:salientado,esses 2o&tros3, apesar deo0tere*aten'o, era*%onsiderados pri*itivos,selvagens e ignorantes, diante dos e&rope&s 0ran%os. P*pensa*ento%ondiBente %o* a expans'o %olonial do perodo.J lia*e %o*&* dentre os est&diosos do perodo era a pr4".ist+ria, e ospovos ditos pri*itivos %onte*porOneos, pois era* %onsiderados $+sseis vivos ese&s %ost&*es selvagens nada *ais era*7&e 2rel7&ias .orrendas daantig&idade3. Tal vis'o servia %o*o 0ase do 2prin%pio de 7&e essesso0reviventes pri*itivos o s'o e* di$erentes gra&s, torno&"se possvel tratar ospretensos vestgios .ist+ri%os %o*o *ar%os dos di$erentes gra&s de &*aes%alapretensa*ente&niversal doprogresso.&*ano, notopoda7&al seen%ontraria a so%iedade %apitalista da %ristandade e&rop4ia3. E*inente*ente &*avis'oevol&%ionistana7&al os seres .&*anoso0ede%e* &*a se7&8n%ia &niversal*ente id8nti%a dos estados s+%io"e%on@*i%os, %lassi$i%ada de a0s&rda pelo a&tor, %orro0orada por ?arx, Engels,pela a%eita'o da teoria de =. >. ?organ. #e a%ordo %o* tal es7&e*a expostopor ?organ, odesenvolvi*entodog8nero.&*anosepro%essaatrav4sdeestgios s&%essivos e &nilineares- estado selvage*. ,ar0rie( %iviliBa'o./IALEA( TJ)TA, 200!, p. 10!1. A'o essa 7&e,seg&ndo =ea%. deve ser o %erne do est&do do antrop+logo, n'o devendo este%air na ar*adil.a de il&dir"se de 7&e 4 possvel de%i$rar a pr4".ist+ria, : 7&e,seg&ndooa&tor,elaestirre*ediavel*enteperdida. J*4ritoar7&eol+gi%oest e* :&sta*ente den&n%iar a espe%&la'o antropol+gi%a. /p. Q81Joantrop+logodeve$o%arse&sest&dosnaso%iedade, e*0ora, dea%ordo %o* =ea%., o antrop+logo so%ial est *ais para &* artista /p4ssi*osro*an%istas1 7&e para *a&s %ientistas, visto 7&e d&rante os aproxi*ados %e*anosdes&aexist8n%iaa%ad8*i%aosantrop+logosn'odes%o0rira*se7&er&*averdade&niversal*entea%eitaso0rea %&lt&ra .&*anao& aso%iedade.&*ana. Lo entanto ressalta a i*portOn%ia dos antropol+gi%os tendo e* vistase& o0:eto de est&do /o ser .&*ano1.RE-ER.NCIASIALEA, Mil*ar( TJ)TA, )andra.AntropologiaeEduca0%o. Ed. A&t8nti%a,2011.