a Edição nº 595

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ANO XXXVII Fundado em 9.12.1979 15 Agosto 2016 Edição n.º 595 Jornal da região de Viana do Castelo VIANA DO CASTELO Avençado Mensal Preço: 0,80€ (inclui 30 Agosto 2016) 36 ANO

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Page 1: a Edição nº 595

ANO XXXVII Fundado em 9.12.1979

15 Agosto 2016Edição n.º 595

Jornal da região de Viana do CasteloVIANA DO CASTELO

Avençado MensalPreço: 0,80€

(inclui 30 Agosto 2016)

36ANO

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2 15 Agosto 2016 (Inclui 30 Agosto 2016)

SENHORA DA AGONIAOlhai como o mar está calmo, Mãe dos Pescadores! Parece um lago grande, neste mês de Agosto O peixe é pão da gente, a praia é fi m de dores Leito de amor é a terra na hora do sol posto

A terra e o mar se entendem, são um, não dois senhores Senhor é o Universo que tem no além recosto Viana é fi o de água que corre entre fl ores E as fl ores são frutos, a dar-nos vida e gosto

Aqui renasce poesia em cada mês de Agosto Na Praça, redivivo, Homem de Melo ensaia a “gota” A Viana traz o Lima, António Feijó...

Do teu santuário se guarda o mar, Senhora Nossa Sob o teu querente olhar não haverá quem possa Recear viagem, temer a dor, sentir-se só!

MATIAS DE BARROS

PROPRIEDADE E EDIÇÃOJORNAL "O VIANENSE"De: Matias Rolo Ferreira e Barros Contribuinte: 161256880Registo n.º 218459 da Secretaria Geral do Ministério da JustiçaTítulo inscrito na DGCS em 09.12.1979sob o n.º 107052

PeriodicidadeMensal

Assinatura anual: 30,00 Euros (c/IVA)

Tiragem mínima mensal: 500 exs.

Data de saída do 1º. número:

FUNDADOR, EDITOR E DIRETORMatias de BarrosCarteira de Jornalista nº. 5376

O primeiro jornal publicado em “offset” no distrito de Viana do Castelo.

Países estrangeiros:60,00 Euros (c/IVA)

DIRETOR ADJUNTODr. Francisco Sérgio de Barros e BarrosCarteira de Jornalista nº. TE117

SUBDIRETORD r. R o g é r i o d e B a r ro s e B a r ro s

PAGINADORA DE IMPRENSAF á t i m a R o s a R o d r i g u e s

Antero SampaioAntónio de CarvalhoDr. António Pimenta de CastroAdelaide GraçaEng.ª Catarina Malheiro ReymãoDr.ª Frederica Claro de ArmadaDr. Francisco J. Carneiro FernandesDr. J. Barroso da FonteEngº. José Luís CristinoJoão Paulo Matos Joaquim CorreiaLinda CoelhoDr.ª Maria da Conceição CamposNatércia BarrosOdette BrancoOctávio Lima Costa Depósito Legal: 291281/09

Jornal da região de Viana do Castelo

Alvarães - Manuel de Lima GasparCaminha - José Maria Gavinho PintoD a r q u e - J o a q u i m C o r r e i aSerreleis - António Borlido ParenteVila Nova Cerveira - Gaspar L. VianaRio de Janeiro - Drª. Rosane Igreja

COLABORADORES CORRESPONDENTES

Sai no dia 15 de cada mês.

D i p l o m a d e L o u v o r e M é r i t o J o r n a l í s t i c oe Empresarial do Instituto da Comunicação Social

(Pagamento adiantado)

SERVIÇOS ADMINISTRATIVOSI l í d i a B a r ro s

SEDE

Avenida Humberto Delgado, 31 4900-317 Viana do CasteloTelefone 258828650 E-mail: [email protected] [email protected]ção on-line: http://jornalovianense.pt

IMPRESSÃOPUBLICACIONES TAMEIGA, S.L.Av. Aeroporto 8336416 - MOS

D i p l o m a d e L o u v o r e M é r i t o J o r n a l í s t i c oe Empresarial do Instituto da Comunicação Social

Sócio da Associação Portuguesa de Genealogia

Estatuto Editorial: disponível no jornal online: http://jornalovianense.pt

No passado dia 28 de Julho, foi apresentado na Biblioteca Municipal, o volume V, Série 2, da publicação “A Falar de Viana”. A mesa que presidiu à apresentação foi constituída por Engº. José Maria Costa (Presidente do Município), Drª. Maria José Guerreiro (Vereadora da Cultura e em representação da VianaFestas), Embaixador Francisco Seixas da Costa e Dr. Rui Viana (Diretor da Biblioteca Municipal e Coordenador Geral da revista “A Falar de Viana”. Foi enaltecida a dedicação do Coordenador Editorial e Animador Cultural da Biblioteca, Dr. Porfírio Silva, e de todos os patrocinadores. Colaboraram nesta edição:

Coordenação geral: Rui A. Faria Viana.Coordenação editorial: Porfírio Pereira da Silva.

Textos: Álvaro Campelo, Américo Carneiro, Ana Curralo, André Torres Couto, António José Barroso, AntónioMartins da Costa Viana, António Matos Reis, António Rodrigues, França Amaral, Artur Anselmo, Artur Coutinho, Bernardo Silva Barbosa, Boaventura Rodrigues Silva, Carla Mesquita, Casimiro Puga, Conde d´Aurora(+), David F. Rodrigues, Domingos da Calçada, Euclides Rios, Eugénio Monteverde, Fernando Castro e Sousa, Francisco José Carneiro Fernandes, Gonçalo Fagundes Meira, Henrique Rodrigues, Henrique Rodrigues, Horácio Faria, João Passos, Joaquim José Peres Escaleira, José da Cruz Lopes,José Rodrigues Lima,Luís Pedro Viana, Manuel Inácio Rocha, Manuel Oliveira Martins, Manuel Rodrigues Freitas, Maria Isabel Teixeira, Maria Sameira Rodrigues Lima, Marlena Azevedo, Matias de Barros, Mota Leite, Paulo Gomes, Porfírio Pereira da Silva, Reis Ribeiro, Ricardo Simão, Rui A. Faria Viana, Sebastião Pires Ferreira, Vaco Gonçalves. Design: Rui Carvalho. Edição: VIANAfestas (Associação Promotora das Festas da Cidade de Viana do Castelo). Impressão: Felprint. Tiragem: 1.500 exemplares Local e data de edição: Viana do Castelo, Julho de 2016, Depósito legal : 102505/96. ISSN: 2182-6943. Créditos fotográfi cos: Arquivo dos autores dos textos: José Maria Barroso e Rui Carvalho. Cartaz da Romaria de 2016: Ana Galvão.

REDACÇÃO: Biblioteca MunicipalAlameda 5 de Outubro 4900-049 Viana do Castelo. Telefone: 258 809 [email protected] SECRETARIADO: VIANAfestas Av. Cabo Verde - Lote 18-Parque Empresarial

Praia Norte-4900-350 Viana do CasteloTelefone.: 258 809 [email protected]

Presidente de HonraFrancisco Seixas da CostaDioceseMonsenhor Sebastião FerreiraEntidade Região Turismo Porto e Norte de Portugal Melchior R. Pereira MoreiraAssociação Empresarial de Viana do Castelo José Luís Rocha Ceia

Associação Grupos Folclóricos do Alto MinhoAlberto Pimenta Gomes RegoCâmara Municipal Viana do Castelo Maria José Guerreiro

Comissão ExecutivaFrancisco Sampaio - PresidenteAntónio J. R. Parente da Cruz-TesoureiroMaria do Sameiro Sousa Barreto-SecretáriaJorge Ferreira MartinsIlídio Matos CarvalhoManuel Augusto Lima

António José Basto José Manuel R. Oliveira Valença Catarina Beatriz Barreto Lima Aníbal Guilherme Afonso Teixeira Ana Sofi a Pereira Araújo Ricardo Viana Felgueiras Hermenegildo Lamas Viana

Irmãos da Real Irmandade Nossa Senhora da AgoniaAntónio Luís Maciel Pires-PresidenteManuel Oliveira Fiúza-Vice-Presidente Luís Maria Barreiros-SecretárioAntónio José Costa Pereira Morgado-TesoureiroM a n u e l d e O l i ve i ra Fi ú z a - VogalMário Alves de MIranda LIma-VogalPadre Vasco António Cruz Gonçalves-Pároco

Secretariado

Comissão de Honra

Sameiro Barreto Carla Ribeiro Isabel Carvalho

Romaria de Nossa Senhora d´Agonia 2016

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315 Agosto 2016 (Inclui 30 Agosto 2016)

19, 20 e 21 Agosto 201619 de Julho - 21h30 | Apresentação da 5ª.

Edição - 2ª Série da Revista “A Falar de Viana”.06 de Agosto - Sábado 16h00 | Abertura

da XV “Exposição/Feira de Artesanato da Romaria d’Agonia”, no Jardim Marginal. 11 de Agosto - Quinta-Feira: Início das Festividades religiosas em honra de Nossa Senhora d’Agonia. Início da novena em honra de Nossa Senhora d’Agonia , no Santuário de Nossa Senhora d’Agonia, que terminará no dia 19 de Agosto.

15 de Agosto - Segunda-Feira: Festa de Nossa Senhora da Assunção, Padroeira da Diocese (na Sé). 08h30: Eucaristia, no Santuário de Nossa Senhora d’Agonia.

11h00 | Solene celebração eucarística, na Sé, presidida pelo Bispo da Diocese de Viana do Castelo, D. Anacleto Cordeiro Gonçalves de Oliveira. 21h30: Trasladação das imagens do Senhor dos Afl itos e de Nossa Senhora da Assunção (Santa Maria Maior), respectivamente, da Igre ja da Ordem Terceira e da Sé Catedral para a Igreja de S. Domingos.18 de Agosto - Quinta--Feira - 22h00: Espectáculo musical com o consagrado artista “Augusto Canário e Amigos”, no Campo da Sra. d’Agonia.

19 de Agosto - Sexta-Feira-08h30: Alvorada|. Grande Feira: decorrerá no vasto recinto dos Campos do Castelo e da Agonia e na Praça General Barbosa.

09h30 | Concerto Musical no coreto da Praça da República pela Banda de Música de S. João da Madeira. 09h30 | Abertura do “Circuito do Feirão” em vários locais da cidade.10h00 | Desfi le da Mordomia.

12h45: Revista de “Gigantones e Cabeçudos”, na Praça da República.

14h30 | Concertos Musicais nos coretos da Praça da República, pela Banda de Música de S. João da Madeira, e no Jardim D. Fernando pela Banda Escuteiros de Barroselas.

16h00 | Oração de Vésperas no Santuário de Nossa Senhora d’Agonia.16h30 | Procissão Solene da Senhora d’Agonia.

21h00 | Desfi le “Vamos para o Festival”, saem do Largo da Estação dos Caminhos de Ferro, descem a Avenida dos Combatentes da Grande Guerra em direcção ao Jardim Marginal.22h00 | Festival “Exibições de Grupos Folclóricos” no palco do Anfi teatro do Jardim da Marina. 22h00 | 4º Encontro de Bandas Filarmónicas do Concelho de Viana do Castelo no palco da Praça da Liberdade, pelas seguintes bandas: Banda Escuteiros de Barroselas; Banda Musical Velha de Barroselas; Associação Musical de Vila Nova de Anha; Filarmónica de Vila Nova de Anha. 00h00 | Fogo de artifício no Jardim Marginal - o afamado fogo da Festa. - Início da confecção dos “Tapetes Floridos” nas ruas da Ribeira. Arraial - Animação com Dj’s junto ao Castelo Santiago da Barra. 20 de Agosto - Sábado Dia de Nossa Senhora d’Agonia.

Romaria d´Agonia - Festas da Cidade de Viana do Castelo

Bárbara Temporão Viana Mordoma do Cartaz d´Agonia 2016

Estudante de Direito no Brasil.Tem ascendência familiar em Monção-Alto Minho.

08h30 Alvorada. Grande Feira 09h00 | Visita às ruas da Ribeira para admirar os “Tapetes Floridos”, confeccionados durante a noite. 09h30 | Concertos Musicais nos coretos da Praça da República, pela Filarmónica do Centro Social e Paroquial de Vila Nova de Anha, e no Jardim Marginal, pela Filarmónica Ressurreição de Mira. 09h30 | “Circuito do Feirão” em vários locais da cidade.

10h00 | Remo - Regata de Nª. Sª. d’Agonia no Estuário do Rio Lima. 12h00 | Revista de “Gigantones e Cabeçudos” na Praça da República. 14h00: Concertos Musicais nos coretos da Praça da República, pela Filarmónica do Centro Social e Paroquial de Vila Nova de Anha, e no Jardim D. Fernando, pela Filarmónica Ressurreição de Mira.

14h30: Solene Celebração Eucarística (no Adro da Sra. d’Agonia) seguida de Procissão ao Mar. 21h30 | Concertos Musicais nos coretos da Praça da República, pela Filarmónica do Centro Social e Paroquial de Vila Nova de Anha, e no Jardim Marginal, pela Filarmónica Ressurreição de Mira.22h00 | Festa do Traje no Centro Cultural.00h00 | Fogo de artifício, designado “Fogo do Meio ou da Santa”. Arraial - Animação com Dj’s junto ao Castelo Santiago da Barra.

21 de Agosto - Domingo 08h30 | Alvorada 09h30 | Celebração Eucarística no Santuário de Nossa Senhora d’Agonia. Concertos Musicais nos coretos da Praça da República, pela Associação Musical de Vila Nova de Anha, e no Jardim Marginal, pela Banda Club Pardilhoense.10h00 | Festival de Concertinas e Cantares ao Desafi o na Praça da Liberdade.12h00 | Revista de “Gigantones e Cabeçudos” na Praça da República.14h00 | Concertos Musicais nos coretos da Praça da República, pela Associação Musical de Vila Nova de Anha, e no Jardim Marginal, pela Banda Club Pardilhoense.

16h00 | Cortejo Histórico - Etnográfi co 21h00 | Desfi le “Vamos para a Serenata” saem do Largo da Estação dos Caminhos de Ferro, descem a Avenida dos Combatentes da Grande Guerra em direcção ao Jardim Marginal.

21h30 | Concertos Musicais nos coretos da Praça da República, pela Associação Musical de Vila Nova de Anha, e no Jardim Marginal, pela Banda Club Pardilhoense. 22h00 | Festival “Exibições de Grupos Folclóricos” nos palcos do Anfi teatro do Jardim da Marina e da Praça da Liberdade.00h00 | SERENATA - MONUMENTAL CACHOEIRA LUMINOSA. Arraial - Animação com Dj’s junto ao Castelo Santiago da Barra.22 de Agosto - Segunda-Feira. 21h30 | Trasladação das imagens do Senhor dos Afl itos e de Nossa Senhora da Assunção (Santa Maria Maior), da Igreja de S. Domingos para, a Igreja da Ordem Terceira e da Sé Catedral, respectivamente.28 de Agosto - Domingo. Festa do Senhor, no Santuário de Nª. Sª. d’Agonia.Encerramento das Festividades Religiosas.

(Ver cartaz da 1ª. página, da autoria de Ana Galvão )

O concurso para a conceção do cartaz ofi cial da Romaria em Honra de Nossa Senhora d’Agonia, festas principais do concelho de Viana do Castelo, foi ganho por uma designer de moda do Rio de Janeiro e de ascendência portuguesa. O cartaz da Romaria da Agonia passa assim as fronteiras de Portugal para contar pela primeira vez com inspiração internacional e um sotaque do Brasil. Também a mordoma do cartaz é natural daquela cidade brasileira, com família em Monção. Anna Galvão, a autora do cartaz vencedor, e Bárbara Temporão, a mordoma que o ilustra, pertencem ao Rancho Folclórico José Ferreira Vaz, na cidade de Niterói. Em comum, para além da amizade, têm a paixão pelas tradições do Alto Minho e a admiração pela rainha das romarias de Portugal. A surpresa da edição de 2016 começou com a mãe da Anna Galvão, que, sabendo da sua paixão pelo design e pelo folclore, lhe lançou o desafi o, depois de ter tido conhecimento, através da internet, da abertura do concurso. Quanto ao cartaz é uma ilustração da imagem de Nossa Senhora da Agonia, padroeira dos pescadores.“Realcei principalmente a questão artesanal da cultura e tradições portuguesas: o bordado de Viana, no título, no trabalho de confecionar um cesto a ilustração feita à mão, as fl ores, remetendo à relação da lavradeira com a natureza. Também lembro as ‘Brumas da memória’ do Hino Nacional Português, e a questão dos pescadores terem a Senhora da Agonia como sua padroeira”, explicou Anna Galvão, a designer de 22 anos, fi lha de madeirenses. Apesar de só ter conhecido Viana do Castelo em 2015, há um ‘pormenor’ de inspiração no povo que não lhe faltou ao cartaz: “A alegria e o amor às romarias e arraiais portugueses”. Em R. G

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A nossa romaria d’Agonia, declarada como tendo interesse para o turismo,

está de volta e promete encher, mais uma vez, a cidade. É tempo de festejar uma devoção que se esquece na História da Cidade mas que Francisco Sampaio tão bem retrata no documento que acompanhou esta mesma declaração: “Nasce em 1823. É a própria Confraria quem no-lo afi rma: com o afl uxo de gente de fora, com a vinda dos romeiros que traziam sal, maçarocas de linho, moedas de ouro, bezerros, peças de vestuário, em retribuição de graças alcançadas, o percurso pedestre não estava em condições, tanto que achou seria bom romper por detrás da Capela umas pedras, fazendo escadaria “abrindo porta e caminho em redor da capela afi m de o povo fazer sua romaria sem andar por dentro do santuário”.

Hoje, a festa é diferente, adaptou--se aos tempos mas soube preservar a sua autenticidade e o que a torna única. O seu programa une as mais remotas tradições à promoção do nosso turismo, da nossa gastronomia e da nossa etnografi a.

A Romaria d’Agonia A Romaria das Romarias de Portugal

A nossa imagem de eleição – o traje à vianesa – é imagem do país e, por estes dias, os holofotes estão nela focados para deixar conhecer o que de melhor Viana do Castelo tem para oferecer.

Porque “todos somos romaria”, todos somos chamados a participar, todos somos chamados a assistir e a viver este que é

O Presidente da CâmaraJosé Maria Costa

o nosso maior cartaz turístico. E a cidade que sabe receber está preparada para tal, quer seja fruto dos investimentos públicos que fomentam a regeneração urbana, quer seja nos investimentos que os nossos comerciantes, os nossos operadores e todos os vianenses têm feito.

Espera-se, por isso, uma grande festa, tal como sempre acontece. Este ano ainda mais animada, ou não seja o tema principal do nosso cortejo os gigantones e cabeçudos. Estas fi guras típicas, que dizem ter surgido em 1893 na Romaria d’Agonia, juntam-se aos ruidosos bombos para animar a nossa festa há mais de cem anos. É pois, justa, esta homenagem.

Termino apelando aos milhares de visitantes esperados a que se demorem por Viana do Castelo e que, para além da romaria, visitem os nossos museus, o nosso centro histórico recuperado, a nossa envolvente ribeirinha, se deleitem nas nossas praias e conheçam um concelho único e variado.

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O Presidente da Câmara Municipal, José Maria Costa, participou na cerimónia de inauguração das obras de requalifi cação da Avenida Padre Júlio

Cândido da Costa e do Cruzeirinho da freguesia de Vila de Punhe. A intervenção, ansiada pela população, foi alvo de uma cooperação estreita entre a Junta de Freguesia e o Município de Viana do Castelo. A inauguração diz respeito à segunda fase de uma intervenção maior naquela que é uma via estruturante da freguesia e que serve várias estruturas

Inauguradas obras de requalifi cação da Avenida Padre Júlio Cândido da Costa

e do Cruzeirinho de Vila de Punhepúblicas, designadamente o jardim-de-infância e a escola de ensino básico, mas também o centro social da freguesia, a igreja paroquial e o cemitério da freguesia. A obra, pedida há muito pela população local, foi alvo de uma cooperação entre a Junta de Freguesia e a Autarquia, no âmbito da política de descentralização de meios e competências para as freguesias do concelho.Também em Vila de Punhe, foi inaugurado o Cruzeirinho da freguesia, erguido no local onde esteve implantado um pequeno cruzeiro paroquial do século XII e que estabelecia a ligação com a igreja românica. G.I.

O Presidente do Município, ladeado pelo Presidente da Junta da Freguesia e outros elementos desta auarquia local e pelo Pároco Pe. Dr. Alípio Torres, procederam à inauguração das obras de requalifi cação do espaço fronteiro ao Adro Paroquial.

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G. I.

Viana do Castelo acolheu o Campeonato do Mundo de Vaurien, um grande evento desportivo organizado pela Câmara Municipal e pelo Clube de Vela de Viana do

Castelo e apoiada pelo Programa Norte 2020. O Campeonato, que contou com a participação de praticamente duas centenas de velejadores de 10 países, dos quais 162 europeu, 2 africanos e 10 latino-americanos, foi classifi cado como um dos melhores pelo responsável máximo da associação internacional da modalidade.Tripulada por dois velejadores (timoneiro e tripulante), a embarcação Vaurien foi criada pelo Arquitecto Naval Jean-Jacques Herbulot em 1951. Têm o comprimento de 4,08 m. Largura de 1,47 m. Peso 73 Kg. Têm uma superfície vélica: Vela grande 5,6 m2, Estai 2,5 m2 e a Spinnaker 8,1 m2.Em Viana do Castelo, sagraram-se campeões António Perez e Santiago Moreno de Espanha na geral; Tirso Cerqueira Atares e Gonzalo Martinez Rodriguez de Espanha em juniores; Francesco Zampacavallo e Carlos Frances Amenot de Itália em Master; e Alejandra Suarez Gonzalez e Patricia Suarez Gonzalez de Espanha em femininos. Também a dupla Joaquim Fornelos e Pedro Ferreira, representantes de Portugal e velejadores do Clube de Vela de Viana, obtiveram um segundo lugar e dois quartos. Viana do Castelo, que se assume cada vez mais como uma Cidade Náutica do Atlântico, tem vindo a apostar na difusão e o desenvolvimento dos desportos náuticos, designadamente na Vela.

Viana do Castelo recebeu Campeonato do Mundo de Vaurien

Com estes de eventos, Viana do Castelo procura também assegurar o seu desenvolvimento sustentável, uma vez que a organização destes eventos traz potenciais benefícios económicos, sociais e ambientais. Estes eventos vêm igualmente de encontro à matriz traçada pelo Plano Estratégico para Viana do Castelo, onde se incluiu o projecto “Náutica nas escolas”, este ano com a participação de 80 turmas, correspondendo a 1800 alunos dos segundos e terceiros ciclos do Ensino Básico.

PORTUGAL OBSERVA E ATUA COM ENTUSIASMO O DECORRER DOS JOGOS OLÍMPICOS RIO DE JANEIRO 2016

A judoca portuguesas Telma Monteiro obteve a Medalha de Bronze nos Jogos Olímpicos

que estão a decorrer no Rio de Janeiro (a primeira de Portugal naquela competição mundial.

Em futebol, a seleção portuguesa está bem classifi cada, aguardando-se justifi cadamente que também na canoagem e noutras modalidades de alta competição obtenha resultados honrosos.

M.de B

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Homenagem à historiadora

Fina d´Armada

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915 Agosto 2016 (Inclui 30 Agosto 2016)

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10 15 Agosto 2016 (Inclui 30 Agosto 2016)

Rua da Picota, 57 - 61 4900 - 539 VIANA DO CASTELO

Telef. 258822498Telefone: 258 839 080 - Fax: 258 839 [email protected]

QUINTA DOM SAPO

Site: www.quintadomsapo.com

Conheça a Quinta Dom Sapo e venha desfrutar o que temos para lhe oferecer. Sinta-se em harmonia com a natureza, respire ar puro e aproveite ao máximo a privilegiada situação da Quinta Dom Sapo. Estamos junto à margem direita do Rio Lima, dominada pelo monte S. Silvestre, muito perto de Viana do Castelo, inseridos numa das mais belas regiões de Portugal, o Minho. Para uma férias repousantes ou um merecido descanso de fi m-de-semana, a Quinta Dom Sapo é seu destino ideal. A casa é sua!

Alojamentos (suites), sauna, piscina de hidromassagem.

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1115 Agosto 2016 (Inclui 30 Agosto 2016)

Texto deFrancisco Sérgio

de Barros e Barros

Rogério de Barros e Barros

ESQUISSOS...

Quem nasce nas terras de Viana...

Muitas vezes viajei no velho comboio a vapor a caminho da casa dos meus

avós, na localidade das Neves. Nessa altura, as estações e os apeadeiros constituíam um polo de encontro e de troca de olhares. Estão quase todos fechados. As populações fi caram mais pobres. A perceção do silvo da fumegante máquina a vapor, que rasgava os céus e afugentava os pássaros, deixou de ser referência para miúdos e graúdos. O que nos marca profundamente jamais se esquece. “Uuuuuuu....Pouca Terra, pouca terra...Uuuuuuu...Pouca terra, pouca terra...”

Quem nasce nas terras de Viana não deixa mais de ser de Viana (Viana do Castelo-concelho-distrito). Se calhar ainda mais por

causa disso. E veste-se de Viana em momentos de solenidade particular. O orgulho de

ser desta região distrital é algo que os outros difi cilmente perceberão.

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Natércia Barros Escritora

DESFILE DE GIGANTONES E CABEÇUDOS

*Jornalista

DE MIM PARA TI

Aqueles gigantes e anões, bonitos, imponentesbonecos, que alegram as festas do Alto-Minho,são os gigantones e cabeçudos, os artistas, as gentesque alegram os cortejos minhotos, com carinho.

Estes “gigantes do cortejo”, outrora assim chamados, que vieram da Galiza, melhor, de Compostelajá pelo Rei D. Dinis, o Lavrador, eram acarinhados,pelo Papa Urbano IV, pelo Rei D. Fernando e D. Isabel, a Bela.

Gigantones e Cabeçudos!. Gigantes dos cortejos minhotos, vós que alegrais as festas da minha terra, do meu coração, Vós que pelo Alto-Minho, passeais aqueles ares marotos…

Sem vós, as festas minhotas,todo o Minho, perdem o fulgor, De serem aquele cartaz turístico de eleição, Desta Viana do Castelo, cidade, onde tudo é Amor.

Nas Festas d´Agonia

Tiras-me o sono. Tiras-me o chão. Tiras-me o passado. O presente. O futuro. Tiras-me

tudo. Que verdade a minha, a tua, a nossa? Quero estar enganada. Preciso estar enganada. Há muito ofertei-te cativo lugar. E agora? Invades-me assim a mente? Porque foges? Porque fi ntas o inadiável e inevitável destino? Confronto fi nal. Porque abraças o olhar quando podes abraçar o corpo? Porque evitas as palavras quando podes beber infi nito saber? Assustas-me. Muito. És homem de carne e osso. Tão longe e tão perto. Esculpimos eterno sonho. Tu. Tu. Tu. Fazes-me chorar. Tocas a minha alma com uma profundidade assustadora. Não penso em ti há dois ou três dias, há dez ou vinte anos. Penso em ti desde que nasci. Sempre. Sempre. Sempre pensei em ti. Não. Não posso amar-te mais. Não consigo amar-te mais. Tão-pouco saberia fazê--lo. Será possível amar-te mais? Não tenho mais amor. Amor. Corro o risco

Antero Sampaio*

de morrer seca. Em ti deposito alegrias e tristezas. Certezas e incertezas. A vida e a morte. Talvez morrerei sem sentir o teu toque. Talvez morrerei sem provar o ardor do teu sexo. Talvez morrerei sem saber se as tuas lágrimas são salgadas. Salgadas como o mar que nunca nos separou. Tão longe e tão perto. Tantas são as provas que corroboram mútua existência. Tantas são as saudades de que a alma enferma. A vida começa e termina em ti. A verdade a Deus pertence. Transformo orações em emoções, e dessas emoções brotam canções que infl amam o espírito. Diz-me. Que fazer quando nos reconhecemos? Que fazer quando a memória desperta os sentidos? Que fazer quando se adivinham agitações? Que fazer quando o medo aniquila a vontade? Que fazer quando o ego nos prende a vidas fi ctícias? Amor meu. O que Deus uniu homem algum pode separar. Se nos perdermos agora nunca mais nos teremos.

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PALAVRA DE DEUS Manuel Venade Martins (Pastor Evangélico)E-mail : [email protected] / Página na Internet: www.igrejaemanuel.org

CONCLUSÃO-FINAL (EUR)AMADOS LEITORES

INTRODUÇÃO

COMENTÁRIO (2016-08-A) VINDE BENDITOS DE MEU PAI

Se o amado leitor deseja melhores esclarecimentos, pode contactar comigo através de: Nosso endereço de correio eletrónico: venademar� [email protected]. Pode ainda escrever-nos para: Assembleia de Deus Emanuel - 14 Connec� cut Ave - BAY SHORE, NY 11706-3007 - U.S.A.Visite o nosso site na Internet em: www.igrejaemanuel.org

E quando o fi lho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com Ele, então se assentará no trono da sua glória, e todas as nações serão reunidasdiante d’Ele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, e os bodes à esquerda. Então dirá o rei aos

que es� verem à sua direita: vinde, benditos de meu pai, possuir por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo (S. Mateus 25:31-34).

Deus mandou a Noé construir uma arca de dimensões sufi cientes para alcançar todas as criaturas humanas e animais que deveriam ser alojadas e salvas do terrível. Dilúvio que iria assolar toda a Terra. Poucos foram os que creram nessa chamada Divina e ignoraram a Noé e a sua mensagem, como homem temente a Deus. Não o creram de nenhuma maneira, até àquele dia que choveu do Céu (Hebreus 11:7). E entrou Noé com sua esposa e seus fi lhos Sem, Cão e Jafe, suas esposas, seus animais também. É desde aí, desses três fi lhos, que a Terra tornou a ser povoada, por essas famílias e suas descendências. Por exemplo, Sem ocupou o Oriente, mais propriamente dito a Mesopotâmia (Babilónia), actual Iraque e nações circunvizinhas. Cão ocupou a Pales� na, etc. E Jafe as nações nordestes (ler Génesis 10:1-32).

Quando Deus Eterno construtor das nossas vidas, ainda prematuras, dentro do ventre de nossas mães, nos permi� u dar a vida, nunca foi seu propósito nos deixar para sempre fora de seu reino, mas por causa da lei de livre alvitre que nos deu, para tomarmos a nossa própria escolha ou

decisão. Infelizmente o homem erra na sua escolha, ao não optar pela redenção que nos é dada através da crucifi cação do Senhor Jesus no Calvário, verteu ali seu sangue naquela cruz. Foi assim cumprido na íntegra o sacri� cio em que a

cada ano eram sacrifi cados animais, incluindo o Cordeiro, pelo sacerdote leví� co. No momento em que o Senhor Jesus se dirigia ao deserto, para ser bap� zado, o próprio João Bap� sta falou: Eis o Cordeiro de Deus que � ra o pecado do mundo. Estava dizendo que Jesus seria imolado como a ví� ma do sacri� cio eterno, que a cada ano se executava.

O mais cruel de todos os sacri� cios, ser cravado numa cruz. E Ele o fez por amor a nós.

As escrituras nos falam, no verso 31, que o Senhor Jesus vai tornar a voltar, mas não como cordeiro, porque isso já foi efectuado para sempre, mas como Rei dos reis e Senhor da Glória. E as nações serão convocadas para comparecerem ao seu julgamento, ali ninguém poderá escapar. Serão separados uns dos outros, deixará de haver mistura, conforme notamos, os bodes à esquerda, representam todos os perdidos (condenados) e as ovelhas, todos os salvos; os verdadeiros cristãos; as ovelhas são todos aqueles que se converterem a Cristo e lavaram os seus pecados no sangue do Cordeiro, por conseguinte receberão um lugar de honra – serão colocados à direita do Senhor Jesus. Em consequência dessa separação, será dito aos da direita: VINDE BENDITOS DE MEU PAI possuir por herança o reino que vos está preparado, desde a fundação do mundo (verso 34). Não nos esqueçamos que o Senhor dia: Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, Eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, se Eu for, e vos preparar

lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo para que, onde Ele es� ver, estejais vós também. Amado leitor, chegou o tempo crucial em sua vida, onde terá de

optar, fazendo a sua maior escolha. Eu sei que muitos de vós sois religiosos, seguindo a velha tradição, herdade dos vossos progenitores, que na realidade muitos deles nunca conheceram o caminho da verdade, mas até aí isso não nos pertence sentenciar alguém. Mas, agora, passados todos esses tempos de ignorância, Deus chama todos os homens ao arrependimento.

Prepara-te, leitor, com Deus, observando a sua Palavra, fazendo a cada dia a sua leitura e meditando no que ela diz; só assim poderá Deus ministrar a tua vida pela pessoa do Espírito Santo. Porque é Ele que convence o homem do pecado, da jus� ça e do juízo (S. João 16:8). Porquê fi cares de fora do Reino de Deus?

E outro tomar o teu lugar eternamente, para sempre? Ninguém é melhor que os outros, no respeitante ao pecado, porque todos pecaram. Mas, o que vai fazer a diferença é nos que atendem ao chamado de Deus e outros não. Esforça-te e decide-te por Cristo, aceita-o como teu Senhor e Salvador pessoal. Amem.

Por: António Pimenta de Castro

CULTURA POPULAR - UM PATRIMÓNIO A PRESERVAR

.A Carta Europeia do Património Arquitectónico (Conselho da Europa, Amsterdam, 1975) chama a atenção para o seguinte: “(...) O património está em perigo. Está ameaçado pela ignorância, pelo envelhecimento, pela degradação sob todas as suas formas, pelo abandono”. Infelizmente isto aplica-se também ao nosso património, quer seja oconstruído quer seja o imaterial. É urgente preservar o que ainda vai existindo, sobretudo o património não construído, que por isso mesmo, é mais fácil de desaparecer.

Costumo dizer que, sempre que morre um idoso (ou uma idosa) desaparece um arquivo. A vida moderna, com a globalização da cultura, o pouco tempo para se falar com os fi lhos e os netos, a televisão, o desfazer da família tradicional, entre outros, despreza o “saber da experiência feito” dos mais velhos, daqueles que ouviram histórias, contos, lendas e outros saberes transmitidos por seus pais e avós, à lareira nas longas noites de invernia ou no amanho dos campos ou no mar. Hoje, qual novo rico, despreza- se esta cultura dita «atrasada», «velha», «pobre», «que já não

Numa conversa de café, um amigo meu convidou-me, em modos de desafi o, a escrever um pequeno artigo sobre cultura popular para ser publicado no jornal “ O Vianense”, perguntando-me se eu estaria disposto a tal empreendimento. É evidente que sim, pois não tenho preconceitos para falar do que penso ser importante

e para mim preservar o património do nosso povo é fundamental, sobretudo numa época de “globalização” em que ele é sistematicamente destruído. Não trato as pessoas pelo seu «estatuto» social. Para mim as pessoas têm ou não valor por si próprias, por aquilo que valem e não pelo partido em que militam ou pela «classe» a que pertencem. Posto isto vamos ao nosso assunto.

interessa». Desprezamos esta nossa cultura genuína e substituímo-la pela cultura da televisão, das telenovelas, da “casa dos segredos”, dos mass media, contribuindo assim para a macdonalização da cultura. Não tenhamos dúvidas de que fi camos muito mais pobres.

É urgente sensibilizar, sobretudo a nossa juventude, para a recolha e preservação da cultura popular. Não para a «mumifi car» em arquivos que se irão encher de pó, mas para a «viver» naquilo que ela tiver de interessante. Nesta sensibilização tem um papel fundamental as autarquias, as associações culturais e, sobretudo, as escolas.

Na nossa região minhota, o Parque Nacional da Peneda-Gerês ( e na transmontana o Parque Natural do Douro Internacional) têm uma grande responsabilidade na sensibilização das populações para a preservação da arquitectura popular. Os pombais (no Parque do Douro Internacional), já estão a ser restaurados mas têm também de se «salvar» as casas tradicionais (adaptando-as, como é evidente, ao conforto da vida de hoje), as curraladas, os moinhos, etc, etc...Um Parque

Natural, ou Nacional, com as paisagens e as aldeias todas «desfi guradas» não será um Parque atraente. Deve-se explicar ao povo que o turismo rural poderá ser uma boa fonte de rendimento, que poderá ser um complemento importante para a sua economia numa época em que a agricultura está como está, ou seja, em que é difícil viver do que dá a terra. Também a culinária tradicional é outro património a preservar. As receitas e os pratos tradicionais têm de ser registados e divulgados. Para isso, os nossos restaurantes e as nossas tasquinhas, têm que oferecer aos turistas (nacionais e estrangeiros) pratos diferentes da região donde eles vêem, receitas que façam parte da nossa cultura genuina...é que um povo sem História é um povo sem cultura! Por isso temos o dever de salvar a nossa cultura genuína, ou seja a nossa História.Muito mais haveria a dizer mas, o artigo já vai longo...Para terminar faço daqui um apelo a todos os portugueses, a todos os «homens de boa vontade» para que colaborem na salvaguarda do nosso património, os nossos fi lhos agradecem, podem ter a certeza.

Page 15: a Edição nº 595

1515 Agosto 2016 (Inclui 30 Agosto 2016)

Fátima Rosa Rodrigues102

3

ESTUDO GENEALÓGICODA CASA DE CALISTO ANTÓNIO GARCIA DE BARROS

NA ANTIGA RUA DO PINHEIRO, EM PONTE DE LIMA

188

Isto ou aquilo

(Repete-se a publicação do nº. 512, de 15.12.2008, para conhecimento e arquivo de novos leitores)

MOSTEIRO DE S. JOÃO D´ARGA

Continua Matias de Barros

1)ADVC, Santa Maria Maior, Casamentos (3 20 35), pag. 162v,” Aos vinte e seis de Julho de mil seiscentos e noventa e hum baptizei a Christina fi lha de Manoel Esteves e de sua mulher Marianna Calheira foram padrinhos Diogo Jácome e Feliz Barreto na era de mil e seiscentos e noventa e hum annos. O Coadjutor Francisco de Crasto .”

2)ADVC, Santa Maria Maior, Casamentos (3 20 35), pag. 162v,” Aos vinte e oito dias do mês de Novembro de mil seiscentos e noventa e coatro de minha licença batizou o P. Francisco Barbosa a Luiza fi lha de Manuel Esteves e de sua molher Marianna Calheiros foram padrinhos o P. Gonçalo da Rocha e Donna Luiza fi lha de Diogo Jácome nasceu aos 23 do dito mês.”

3)ADVC, Santa Maria Maior, Casamentos (3 20 35), pag. 162v.” Aos vinte e seis de Julho de mil e seiscentos e noventa em minha prezença e das testemunhas abaixo digo minha licença assistio ao Sacramento do matrimonio que contrahiram em face da Igreja corridos os banhos na forma da Sagrada Santíssima Trindade sem impedimento Manuel (....?) digo Esteves fi lho de Manuel Esteves e de sua mulher Anna Fernandez da Villa de Monção com Marianna Calheiros fi lha de Pascoal da Costa e de sua mulher Maria Fagundes moradores nesta Villa de Vianna (...?) matrimonio assistio o P. Manuel Meirim foram testemunhas Felis Barreto e António Pires, António Fernandez e Domingos Fernandez.” Não consegui encontrar o nascimento de Manuel Esteves Calheiros, mas tudo indica que deve ter nascido em 1693 e em Viana do Castelo. Seria interessante seguir a ascendência de Pascoal da Costa (Calheiros?) casado com Maria Fagundes ( dos Fagundes de Viana?), segundo Felgueiras Gayo a família Fagundes: “... antiga na vila de Vianna, e se acha enlaçada com muitas Famílias Ilustres...”, alguns destes elementos estão sepultados na matriz de Viana onde se vêem as suas armas.

“Caro Matias de Barros

Do 4º. neto de Dr. Manuel Esteves de Calheiros (descendente de José António de Calheiros, ligado ao Solar da “Honra de Fralães”, recebemos os seguintes informes, em 15.11.2008.

Envio os elementos que consegui encontrar no Arquivo de Viana:

Com referência ao grande vianense João Álvares Fagundes, anotamos um texto de Luís Gomes da Costa, colaborador do jornal “Cardeal Saraiva”:

...João Álvares Fagundes um abastado proprietário, e nessa qualidade teria acesso à C ô r t e . E r a o c h e f e d a s A l f â n d e g a s de Viana e Caminha. Conhecia os negócios e, com ajuda da Côrte decide empreender v iagens mar í t imas para a descober ta d e n ova s p o te n c i a l i d a d e s p e s q u e i ra s . Para isso contrata um famoso capitão de navio, João Esteves, o “Chinicio”, e é este que vai à Terra Nova e descobre as ilhas a que d e ra m o n o m e d e I l h a s Fa g u n d e s .

Foi um navegador português e armador de navios de Viana do Castelo no Norte de Portugal a quem se deve o reconhecimento de parte das costas do nordeste americano, naquelas que são hoje as províncias marítimas canadianas da Nova Escócia e da Terra Nova e Labrador. Organizou diversas expedições de exploração para as costas da América do Norte e para os Grandes Bancos da Terra Nova por volta de 1520-1521. Nessas viagens explorou as ilhas de St. Paul, próxima de Cape Breton, Ilha Sable, Penguin Island, Burgeo e Saint Pierre e Miquelon, às quais ele deu o nome de ilhas das Onze Mil Virgens em honra de Santa Úrsula. El-rei D Manuel l concedeu a João Álvares Fagundes exclusivo do comércio e povoamento das suas descobertas em 13 de Março de 1521. Entre 1521 e 1525, Fagundes tentou estabelecer uma colónia nas costas da Nova Escócia, cujo destino se desconhece.

AscendênciaFilho de Álvaro Fagundes. João Álvares

Fagundes casou por duas vezes, a primeira com D. Maria Gonçalves Maciel e a segunda com D. Leonor Dias Boto. Do primeiro casamento teve: 1-Álvaro Gonçalves Fagundes. Do segundo casamento teve: 2 - Violante Álvares Fagundes,casada com João de Sousa de Magalhães, fi dalgo da Casa Real. 3 - Catarina Fagundes, “a Fagunda”, tem Capela na Sé de Viana. Casou com Gonçalo Afonso Cerqueira.

João Álvares Fagundes (c.1460-1525)

Um abraço.César de Castro.”

O passeio que proponho nesta edição permite conhecer alguns retalhos dos principais pontos históricos do Mosteiro

de S. João d´Arga (lugar de Arga de Baixo), numa pequena visita que mostrará um pouco do seu historial de muito séculos. O Mosteiro de S. João de Arga situa-se no cimo da Serra de Arga, no sistema montanhoso da Peneda-Gerês, onde se pode desfrutar de uma inesquecível visibilidade sobre o rio Minho, rio Minho que nos últimos 75 quilómetros do seu percurso, entre Melgaço e a Foz, em Caminha, serve de “fronteira” entre Portugal e a Espanha.

O Mosteiro de S. João de Arga situa-se no cimo da Serra de Arga, no sistema montanhoso da Peneda-Gerês, onde se pode desfrutar de uma inesquecível visibilidade sobre o rio Minho, rio Minho que nos últimos 75 quilómetros do seu percurso, entre Melgaço e a Foz, em Caminha, serve de “fronteira” entre Portugal e a Espanha. Historiadores conceituados escreveram que o ancestral eremitério terá sido construído no ano 661, por São Frutuoso, Bispo de Braga, no reinado de Sisebuto (visigodo)”. Essa data pode ser lida numa padieira do templo. Outros historiadores referem, todavia, que sendo a data exacta da sua fundação desconhecida, se constata que a suas

Tropeçar na hesitaçãoFugindo à resolução No dilema do sim e do não…Isto, ou aquilo? Agora, ou nunca?Ao certo não, sei. Vou meditar…

Duvidar até à indecisãoAssumir o irresoluto, Ponderar, na balança da vida Escolher até retrocederOptar, querendo estremar

características levam a crer que a construção (ou grande remodelação) desse mosteiro data dos fi nais do século XIII e que a arquitectura é românica. O mosteiro possui uma nave única e curta, com capela-mor de planta quadrangular e panos murários muito robustos. Confi rma-se que terá sido objecto de várias reformas ao longo do tempo. A reforma mais signifi cativa deu-se nos fi nais do século XVIII, inícios do século XIX. É bom lembrar que o mosteiro de S. João d’Arga, fez parte das igrejas do bispado de Tui, em Portugal, tendo D. Dinis decretado o pagamento de uma taxa elevadíssima na época, de 100 libras, ao Mosteiro de S. João de Arga. Em 1364, o mosteiro começou a decair. No reinado de D. Manuel II, foi concedido à Ordem de Cristo e, em 1515, já se encontrava ao abandono. No Censual de D. Frei Baltasar Limpo está escrito que outrora o mosteiro era do Rei e mais tarde passou a ser pertença do marquês de Vila Real.Desconhece-se a data em que o Mosteiro passou a Reitoria, cuja sede se fi xou em Felgueiras.

Muito mais se poderia dizer do Mosteiro de S. João d´Arga. Esta peregrinação ao Mosteiro de S. João d´Arga, do concelho de Caminha, distrito de Viana do Castelo, ofereceu-nos uma grande riqueza de história e cultura. Aqui fi co à espera dos leitores na próxima edição.

Pai, olha aquela bandeira pequenina como esvoaça! Tão grande, na alegria do

contentamento quando o vento cala a desgraça!... Lembras-te? Do transístor que ligavas ao domingo nas tardes de futebol a trabalhar em casa... e nas horas mortas da madrugada? Sim, Pai, no sótão ou na cave, quando pintavas rios de amor sofrido no Jornalismo até às tantas, e no Painel Regional, em óleos de linhaça com um pingo de secante para estancar as lágrimas! Alvura, Pai, que se alegrava no moinho, no palheiro, na capela, na malhada... e no rosto do dançarino, quando a pintura era partilhada por algum fi lho, para dar guarida à vida e alimento às nossas almas!...Hoje o dia está diferente. A fi gueira da partilha... já secou. Mas ainda respira, na janela da memória, o cheiro, a cor, o aroma, essência agridoce de Portugal, como se o espírito da forma fosse Figo sempre roxo, e Ronaldo, Quaresma, Sabrosa... seiva que se renova da fi gueira, nessa folha sempre verde, mediterrânica, e atlântica azul e branca, que alimenta a magia lusitana!

Pai, hoje Portugal esvoaça na vitória de uma etapa. É o Europeu de Futebol! Arrasta multidões... Para esquecermos nos segredos de um instante tantos medos, tanta dor das solidões!... Sim, nos espaços labirínticos das cidades, nos cafés sombrios suburbanos, nas azinhagas dos caminhos rurais onde já não passam carros de bois nem pares

BANDEIRA DE PORTUGAL

Francisco Carneiro Fernandes

de namorados, perdidos os laços às raízes das águas, e os braços, nos socalcos intemporais!... Talvez por isso, Pai, quando joga Portugal renasce o feitiço da bandeira verde e rubra nacional! E com um sorriso de criança, cantamos nos lábios em diáspora: POR-TU-GAL! Que o diga a quina da caravela d’El-Rei D. João II e do sobrinho D. Manuel: azul e branca, de tanto mar, de tanto sal! Que o diga o Pescador a trabalhar no azul da escuridão: com uma fl or sem cor na rede, e outra, vermelha e verde, a cintilar no coração! Que o diga como disse para sempre Perestrelo: TSF! Bandeiras desfraldadas ao vento... Só falta marcar, Portugal! Atira, Portugal! Portugal!! Portugáaaaal!!! Pai, aquela bandeira pequenina, quantas vezes carregada de cinzento, afi nal é linda!, porque é verde é vermelha, tem magia movimento, e sendo Bandeira de Portugal, Pai, é Mar, no teu Olhar, E-TERNA-MENTE!

Page 16: a Edição nº 595

16 15 Agosto 2016 (Inclui 30 Agosto 2016)

MIRANTEDOALTO MINHO

REGISTO QUINZENALDE FIGURAS E FACTOS

Coordenação de MATIAS DE BARROS

“O Vianense” - Nº. 59515 Agosto 2016

(inclui 30 de Agosto 2016)

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Vila de Punhe

Vila de Punhe não tem férias! Procedeu-se, há dias, à limpeza do rio das Boucinhas, que dá para a Lagoa dos Regos, vizinhança do histórico Monte da Infi a que em tempos foi guardado por ordenanças

e onde tropas do tempo do Rei D. Carlos fi zeram exercícios. Confronta com Barroselas, Fragoso e Alvarães, onde é extraído caulino.

A limpeza do rio das Boucinhas - Lagoa dos Regos é uma ação ambiental que merece louvores à Junta de Freguesia, à FAJUVIC, à Associação A Mó e á todos que colaboraram neste projeto.

Falta agora, melhorar o acesso às freguesias contíguas: Barrroselas, Fragoso e Alvarães. Vila de Punhe pode crescer sempre mais!

Festas de S. Sebastião, Santo Antonio e Santa Eulália

Limpeza do rio das Boucinhas

Pocissão Solene

Presença das entidades ofi ciais

Realizou-se a Festa das Neves e o Auto da FloripesHá símbolos que se perpetuam ao longo do tempo atravessando várias gerações

sem deixarem de se manterem vivos e com alma. Símbolos que despertam a preocupação de os honrar e de os preservar por mais tempo e gerações. É o caso do Auto da Floripes! O Auto da Floripes inclui-se nos principais bens do património cultural imaterial nacional e é uma das principais referências culturais de Viana do Castelo e do Vale do Neiva. Para além disso, e em paralelo com a devoção à Senhora das Neves e com a união entre as três comunidades que partilham o Largo das Neves, o Auto da Floripes faz parte dos três alicerces das Festas da Senhora das Neves, assumindo-se como o maior símbolo cultural das festividades. O Auto da Floripes é uma peça de teatro popular representada no dia 5 de Agosto pelas 17 horas no Largo das Neves há cerca de 200 anos. Auto teatral de cariz guerreiro (cavalheiresco), está inserido no “Ciclo Carolíngio”, por se inspirar na segunda parte do livro “História de Carlos Magno e dos Doze Pares de França”, o Auto da Floripes, também conhecido por “Comédias das Neves”, já foi designado de outras formas, entre as quais “Ferrabraz e Floripes”. Numa tarde canícula, e já passando 30 minutos das 17 horas, lançou-se o fogo do ar a assinalar a saída do exército de Carlos Magno em direção ao Largo das Neves. Se do lado da capela da Senhora das Neves se começou a ouvir a contradança dos cristãos, já pouco tempo depois, e do lado contrário, os Turcos marcharam até ao palco ao som da sua contradança para, num espetáculo de cerca de 120 minutos, dar-se início ao cumprimento da tradição. Apesar do calor abrasador, o público marcou presença e não regateou entusiasmo e aplausos aos comediantes que orgulhosamente levaram a cena mais uma vez o Auto da Floripes.Com um elenco rejuvenescido, onde se conjugou juventude com experiência e sabedoria com vigor, o Auto da Floripes, composto somente por elementos das três comunidades em festa, subiu ao palco com 6 jovens que representaram pela primeira vez este ano e com 4 comediantes que assumiram diferentes e relevantes papéis, nomeadamente Oliveiros e Carlos Magno. O Auto da Floripes foi ensaiado pela primeira vez por Marco Novo, que acumulou a função ao papel de Ferrabrás. Sem menosprezar os outros comediantes, nem o seu antecessor António Fernandes, com mais de 40 anos de Auto da Floripes, merece destaque o João Pereira que, com apenas 17 anos, abraçou, como um herói, o papel de Oliveiros. Personagem essa que fora também representada, por várias décadas, pelo seu bisavô “O Ti Zé Pereirinha”, uma das fi guras mais emblemáticas do Auto da Floripes no século XX. Merece uma menção especial a Susana Lima que fez a sua despedida do Auto da Floripes, depois de ter representado com brio o papel de Floripes desde 2000 (com a excepção de 2015). Felicitações também para o Joaquim Frutuoso (Almirante Balaão) e para o Avelino Liquito (Roldão) por estarem perto de completar os 50 anos de comediantes. Um grande serviço ao Auto da Floripes. Um ano que poderia ser complicado para o Auto da Floripes, pelo momento complexo e de profunda transição que se viveu, não o foi. É que as partes envolvidas e quem de direito, com trabalho, seriedade e competência, transmitiram serenidade e segurança e deram, e de que maneira, conta do recado neste 5 de agosto! Fica o registo da qualidade, do brio e da responsabilidade bem patentes na representação, ao mesmo tempo que se fi ca com a noção que, em harmonia e com verdade, há potencial para se assegurar a continuidade da tradição num registo de contínua evolução qualitativa e respeitadora da matriz.

“Regalem-se meus senhores, até ao ano que vem!”Núcleo Promotor do Auto da Floripes 5 de Agosto

João Rosa, Piloto de Viana do Castelo, foi vencedor da classe de Veteranos e 16º. da classifi cação geral na Taça

do Mundo de Todo-o-Terreno, em Aragão (Espanha).

TODO O TERRENO

Na competição Todo-o-Terreno recentemente realizada em Baja de Espanha (Aragão), o piloto vianense João Rosa (que já participou no Paris-Dakar e noutras importântes provas da modalidade), venceu a Classe de Veteranos e situou-se no 16º. lugar da Classifi cação Geral da Taça do Mundo, sendo igualmente o 2º melhor português em prova precedendo o campeão nacional de todo o terreno , o jovem de dupla nacionalidade alemão e português Sebastian Buhler, que se classifi cou em 13º da Geral e ainda foi 2º no Campeonato do Mundo de Juniores.

Ambos os pilotos correram pela Yamaha Portugal em 450cc, tende ocorrido a queda de Rui Oliveira-também em Yamaha, que desistiu com uma clávicula partida depois de estar também a lutar pelo top 10.

O piloto João Rosa, cujo currículo como desportista é verdadeiramente notável, é fi lho da colaboradora deste jornal poetisa D. Linda Coelho e de Amaro Neiva da Silva Rosa, formado em Contabilidade e Gestão, de Cossourado-Barcelos, com residência no Cabedelo-Viana do Castelo. M.de B.