PÔSTER

IMPACTO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO NA GESTÃO

DA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA

Educação continuada de bibliotecários e auxiliares em bibliotecas universitárias

A EDUCAÇÃO CONTINUADA DO “MODERNO GERENTE

INFORMACIONAL”

ANJOS, C. R.1 CALIXTO, A. P. C.2

OLIVEIRA, R. C. S. 3

PEREIRA, M. H.4 RUBIM, C. L. S.5

RESUMO

Hoje com as inovações tecnológicas, o bibliotecário deixa a reclusão da Antigüidade e passa a interagir com outras unidades de informação. Essa mudança faz com que o bibliotecário moderno desenvolva novas habilidades interpessoais e gerenciais. Nesse cenário surge a educação continuada que passa a ser um dos requisitos primordiais de uma sociedade em permanente mudança. Agora esse profissional, não atua somente como um bibliotecário convencional ele passa a ser o “Moderno gerente informacional” que exerce o papel de agente educador e auxilia seus usuários nos ensinamentos de como, onde, quando e porque buscar a informação, reafirmando sua importância na atualidade. Palavras-chave: Educação permanente. Biblioteconomia. Bibliotecários.

Gerenciamento de recursos de informação. Disseminação seletiva da informação.

ABSTRACT

Today with technological innovations, the librarian leaves the confinement of Antiquity and passes to interact with other units of information. This change makes the modern librarian to develop new managerial and interpersonal skills. In this scenario appears to be continuing education that is now one of the primary requirements of an ever-changing society. Now that training, not only serves as a librarian conventional he becomes the "Modern information manager" that performs the role of educator agent and helps its users the lessons of how, where, when and why to get information, reaffirming its importance in today. Keywords: Continuing education. Library, Librarians. Management of information

resources. Selective Dissemination of Information.

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1 SÍNTESE DA TRANSFORMAÇÃO DO PERFIL DO BIBLIOTECÁRIO NO SÉCULO XX

Lojkine (1995) afirma que a era da informação mudou o perfil de vários

profissionais e isso não foi diferente com a biblioteconomia. Assim, coube a cada

profissional acompanhar esse fenômeno para que não fosse excluído dela.

Para Oliveira (1999), os bibliotecários têm sido afetados por paradigmas

inerentes à sociedade da informação e do conhecimento, na qual a telemática e as

novas tecnologias acarretaram mudanças tanto na biblioteca ou unidade

informacional, quanto na ação profissional, embora mantendo sua prática de

mediador entre a informação e o usuário.

Verifica-se com Castro (2000), que ao longo do tempo o bibliotecário

assumiu basicamente três perfis: tradicional, moderno e do futuro. O perfil do

bibliotecário tradicional divide-se em três partes distintas:

• preservador – profissional que atua como organizador do conhecimento

registrado garantindo seu acesso. Esse profissional possui a característica de

um manipulador da informação ao invés de disseminador da mesma;

• educador – atua como professor, fornece informações e prepara os

indivíduos para buscá-las de forma autônoma;

• agente social – atua como organizador da informação para sua recuperação,

como comunicador, educador, medidor de informações entre o acervo e o

público, pesquisador, líder, gerente etc.

Arruda (2000) aponta a tecnologia como propulsora das principais

modificações no perfil do bibliotecário moderno, seguida por elementos de gestão

organizacional e do trabalho.

Segundo Martins (2006) o bibliotecário moderno foi obrigado a

desenvolver suas habilidades gerenciais para gerenciar sua unidade de informação

como uma organização moderna, ampliando a capacidade organizacional de sua

unidade de informação.

Quanto ao bibliotecário do futuro, ainda é prematuro afirmar quais são

suas características essenciais mais é sabido que, com o desenvolvimento da

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tecnologia, da ciência e da cultura, o bibliotecário precisou conhecer melhor a

informática e passou a utilizá-la como sua principal ferramenta de disseminação da

informação.

Assim, o bibliotecário do futuro deve ser consciente do papel que

desenvolve dentro da sociedade sendo um organizador e disseminador da

informação para conseguir êxito em sua carreira e prestar um serviço de qualidade

em que o bom atendimento ao cliente é o elemento de reforço para a razão da

existência da sua profissão: atender as necessidades informacionais reais dos

usuários. O quadro abaixo ilustra as mudanças sofridas pelo bibliotecário no

exercício de suas atividades profissionais.

PERFIL DO PROFISSIONAL EDUCAÇÃO CONTINUADA

Início do século XX até a década de 30

Possuía uma visão humanista, ligado a cultura e as artes sob forte influência francesa, devido a origem do curso de biblioteconomia estar ligada a École Nationale des Chartes, em Paris.

Década de 30

Passa a receber uma formação mais técnica sob influência norte americana, devido a criação dos primeiros cursos paulistas em biblioteconomia direcionados ao ensino técnico, originados da School of Library Economy, fundada por Melvil Dewey na cidade de Columbia, em Nova York.

Década de 50

Acontece o primeiro congresso, Congresso Brasileiro de Biblioteconomia em 1954 no Recife, originando uma maior participação dos profissionais e uma educação continuada dos mesmos.

Nessa época o seu objetivo era “ajustar-se a um mundo novo em mutação”.

Década de 60

A profissão passa a ser reconhecida oficialmente em nível superior, sendo estabelecida uma legislação profissional e sendo criados os primeiros órgãos de classe.

Transfere-se para dentro das empresas, com o objetivo de possibilitar a contínua atualização dos funcionários das mesmas.

(continua) Quadro 1 - Panorama do Perfil do Bibliotecário e da Educação Continuada no Século XX

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PERFIL DO PROFISSIONAL EDUCAÇÃO CONTINUADA

Década de 70

São criados os primeiros cursos de pós-graduação, desenvolvendo assim, a pesquisa e o surgimento dos primeiros periódicos nacionais voltados para biblioteconomia e ciência da informação, aumentando a disseminação da informação dentro da área.

Caracteriza-se pela tomada de consciência de que o homem educa-se a partir da realidade que o cerca e em interação com os outros.

Década de 80

Passa a ter um perfil de agente cultural e da informação. Sendo direcionado à entidades educacionais e, muitas vezes, atuando como educador.

A sociedade incorpora a consciência do pensamento da década anterior.

Início da década de 90

Com o crescimento editorial e com o avanço das novas tecnologias de informação ele passa a ser um profissional da informação e, nesse momento, torna-se o “Moderno profissional da informação” e passa a ser considerado um “Moderno gerente informacional”.

Encontram-se diferentes exemplos de educação continuada, ou como uma forma de preencher as lacunas deixadas pelo sistema escolar, ou como atividade fundamental para o desenvolvimento do indivíduo e da sociedade.

(conclusão) Quadro 1 - Panorama do Perfil do Bibliotecário e da Educação Continuada no Século XX

2 APONTAMENTOS SOBRE EDUCAÇÃO CONTINUADA

A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2008, p. 1)

conceitua educação continuada como:

[...] um processo de qualificação profissional que pode ser planejado a médio e longo prazo, atendendo as demandas do mercado e as necessidades que o profissional sente na medida em que vão acontecendo mudanças nos processos de trabalho.

Pode-se dizer que a educação continuada é muito importante atualmente

principalmente nas questões relativas à qualidade profissional, pois hoje o mercado

de trabalho exige uma necessidade constante de atualização por parte dos

profissionais.

A educação continuada também possibilita ao ser humano ser um agente

contínuo de desenvolvimento, como produtor, consumidor e criador, fazendo uso de

seus conhecimentos e criatividade que o processo de ensino/aprendizagem lhe

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permitindo participar, de maneira crítica, do contexto sócio-econômico-cultural que

transforma o meio em que está inserido.

Sabe-se que o bibliotecário sempre foi capaz de utilizar instrumentos para

melhorar o desempenho de suas funções e continua fazendo isso, agora com auxilio

da educação continuada.

O desenvolvimento contínuo na educação e capacitação para a qualidade,

em todos os setores da biblioteca deve ser ensejado. Ao investir na educação

contínua de seus funcionários, o gestor estará criando condições para a própria

melhoria e estabelecendo as bases para realizar sua missão com qualidade.

Figura 1 - Fontes de educação continuada

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As novas tendências mundiais, juntamente com o domínio das tecnologias

de comunicação e informação mudaram o perfil do bibliotecário. Com estas novas

tendências se faz necessário que o profissional bibliotecário revise sua prática

profissional e se recicle constantemente para que possa melhor selecionar os

recursos de informação impressos e eletrônicos para compor o acervo da biblioteca

e/ou Centro de Documentação, atendendo as demandas de seus clientes. É de

conhecimento de todos, que o bibliotecário sempre foi capaz de utilizar instrumentos

para melhorar o desempenho de suas funções e ele continua fazendo isso, só que

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agora com o auxílio da Educação Continuada, que vem promovendo uma maior

capacitação influenciando a experiência de trabalho do profissional, é que ele pode

reinventar-se para exercer suas atividades com qualidade. Resumindo, o

bibliotecário deve buscar por si próprio a educação que ele não recebe (u) nos

bancos das universidades e tentar dominar todas as ferramentas inerentes a seu

trabalho. Para isto é preciso que ele informe-se, participe de eventos profissionais

(Congressos, Encontros, Seminários etc.), aprenda outros idiomas, aprenda usar a

informática, como ferramenta usando-a como sua aliada e não como sua

concorrente, faça cursos, use seus colegas como fontes de informação

permanentemente, e que principalmente disseminem a diferença entre a

Biblioteconomia e um emaranhado de livros nas estantes.

REFERÊNCIAS

ARRUDA, Maria da Conceição Calmon; MARTELETO, Regina Maria; SOUZA, Donaldo Bello. Educação, trabalho e o delineamento de novos perfis profissionais: o bibliotecário em questão. Ciência da Informação, Brasília, v. 29, n. 3, p. 14-24, set./dez. 2000.

CARVALHO, Isabel Cristina Louzada. A socialização do conhecimento no espaço das bibliotecas universitárias. Niterói: Intertexto, 2004.

CASTRO, César Augusto. Profissional da informação: perfis e atitudes desejadas. Revista Informação & Sociedade: estudos, João Pessoa, v. 10, n. 1, 2000. Disponível em: <htpp://bibliosite.vila.bol.com.br/>. Acesso em: 25 jan. 2001.

CAVALCANTE, Lidia Eugenia. Educação e aprendizagem contínua em unidades de informação. Disponível em: <http://www.biblioteca.ufc.br/arteducacao.html>. Acesso em 11 maio 2006.

DODEBEI, Vera Lúcia et al. Bibliotecas universitárias brasileiras: uma reflexão sobre seus modelos. Disponível em: <http://www.sib.ufrj.br/dodebei.doc>. Acesso em: 15 jun. 2005.

GALVAO, Célio; MENDONÇA, Mauro. Fazendo acontecer na qualidade total: analise e melhoria de processos. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1996.

GUIMARÃES, José Augusto Chaves. Moderno profissional da informação: elementos para sua formação no Brasil. In: SEMINARIO DE ESTUDOS DE INFORMAÇÃO, 1., 1996, Niterói. Anais. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 1996.

LOJKINE, Jean. A revolução informacional. São Paulo: Cortez, 1995.

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MACIEL, Alba Costa; MENDONÇA, Marília Alvarenga Rocha. A função gerencial na biblioteca universitária. Disponível em: <http://www.ndc.uff.br/textos/t033.pdf> Acesso em: 10 maio 2006.

MARTINS, Robson Dias. Perfil do bibliotecário: uma realidade brasileira. Disponível em: <http://biblioteca.estacio.br/artigos/004.htm>. Acesso em: 10 maio 2006.

NASCIMENTO, Cecília Maria Pereira. A biblioteca universitária hoje: gerencia compartilhada. Disponível em: <http://snbu.bvs.br/snbu2000/docs/pt/doc/t026.doc>. Acesso em: 03 jul. 2005.

OLIVEIRA, Jemima Marques de. Pós-graduação para bibliotecários: educação em permanência. Revista Informação & Sociedade: estudos, João Pessoa, v.9, n.2, jul. 1999.

PEREIRA, Ana Maria; RODRIGUES, Renata. A educação continuada do catalogador: o caso da Universidade do Estado de Santa Catarina. Rev. ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, v. 7, n. 1, 2002.

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO RIO GRANDE DO SUL. Educação continuada. Disponível em: <http://www3.pucrs.br/portal/page/portal/pucrs/Capa/AdministracaoSuperior/admsupProex/proexEducacaoContinuada >. Acesso em: 19 jul. 2008.

SILVEIRA, Júlia Gonçalves da. Gerenciando bibliotecas universitárias na era da Internet: disponibilização de informações e comunicação interativa com usuários, concretizada no site da Biblioteca da Escola de Biblioteconomia da UFMG. Disponível em: <http://br.geocities.com/biblioestudantes/128.doc> Acesso em: 10 maio 2006.

__________________ 1 Cláudia Regina dos Anjos, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Bibliotecária do Instituto

de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional, Especialista em: Docência do Ensino Superior. Especialista em: Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Bacharel em Biblioteconomia e Documentação, cranjos@ig.com.br.

2 Ana Paula da Cruz Calixto, Bibliotecária do Instituto Militar de Engenharia, Especialista em Gestão Estratégica. Bacharel em Biblioteconomia e Documentação, aninhacalixto@ig.com.br.

3 Rita de Cássia Santana Oliveira, Bibliotecária da Escola de Comando Estado-Maior do Exercito (ECEME), Especialista em Gestão da Informação e Inteligência Competitiva, Bacharel em Biblioteconomia e Documentação, ritaoliveira@bol.com.br.

4 Marlena Hermenegilda Pereira, Bibliotecária do Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exercito (IPCFEX), Especialista em Gestão da Informação e Inteligência Competitiva, Bacharel em Biblioteconomia e Documentação, lenahp@hotmail.com.

5 Clara Lima e Silva Rubim, Bibliotecária da Faculdade Bezerra de Araújo (FABA), Especialista em Gestão Estratégica, Bacharel em Biblioteconomia e Documentação, csrubim@yahoo.com.br.