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MARIA LUCINALVA DA SILVA A EDUCAÇÃO ESTÉTICA NAS NARRATIVAS DISCENTES: UM ESTUDO SOBRE O LUGAR DO SUJEITO NOS PROCESSOS FORMATIVOS UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO SÃO PAULO 2016

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MARIA LUCINALVA DA SILVA

A EDUCAÇÃO ESTÉTICA NAS NARRATIVAS DISCENTES: UM ESTUDO SOBRE

O LUGAR DO SUJEITO NOS PROCESSOS FORMATIVOS

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

SÃO PAULO

2016

MARIA LUCINALVA DA SILVA

A EDUCAÇÃO ESTÉTICA NAS NARRATIVAS DISCENTES: UM ESTUDO SOBRE

O LUGAR DO SUJEITO NOS PROCESSOS FORMATIVOS

Dissertação apresentada ao Programa

de Pós-Graduação em Educação da

Universidade Cidade de São Paulo, para

a obtenção do título de Mestre, sob a

orientação da Profª Drª Margaréte May

Berkenbrock Rosito.

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

SÃO PAULO

2016

Sistema de Bibliotecas do Grupo Cruzeiro do Sul Educacional

S586e

Silva, Maria Lucinalva da.

A educação estética nas narrativas discentes: um estudo

sobre o lugar do sujeito nos processos formativos. / Maria

Lucinalva da Silva. São Paulo, 2016.

238 p.

Inclui bibliografia

Dissertação (Mestrado) – Universidade Cidade de São Paulo - Orientadora: Profa. Dra. Margaréte May Berkenbrock

Rosito.

1. Educação estética. 2. Formação profissional. 3.

Narração. I. Rosito, Margaréte May Berkenbrock, orient. II.

Título.

CDD 371.1

Banca Examinadora

________________________________________ Profa. Dra. Margaréte May Berkenbrock Rosito - Orientadora

________________________________________ Profa. Dra. Sandra Lúcia Ferreira

________________________________________ Profa. Dra. Maria de Fátima Ramos de Andrade

DEDICATÓRIA.

“Não somos apenas o que pensamos ser. Somos mais;

somos também o que lembramos e aquilo de que nos

esquecemos; somos as palavras que trocamos, os

enganos que cometemos, os impulsos a que cedemos,

sem querer” (Freud).

Somos quem podemos ser,

Sonhos que podemos ter.

(Engenheiros do Hawaii)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me concedido mais esta vitória!

A minha família, meu bem mais precioso. Em especial à minha mãe que pelas

marcas de sua trajetória de vida, possibilita eu construir as minhas.

Ao Sérgio Roberto meu amigo, irmão e parceiro de todos os momentos que sempre

esteve disponível para acolher minhas angústias e sofrimentos decorrentes da

limitação de meu saber.

A Psicanálise que a cada dia me revela que ainda tenho muito a descobrir sobre

minha incompletude de ser.

A todos os colegas e professores que foram interlocutores deste conhecimento. Em

especial minha orientadora Professora Drª. Margaréte May Berkenbrock Rosito por

me oferecer a possibilidade de viver uma Experiência Estética na troca do

conhecimento.

A todos o meu carinho e gratidão.

Obrigada!

RESUMO

Este estudo é um desdobramento de uma pesquisa maior intitulada “Educação Estética, Formação e Narrativas”, cadastrada no CNPq, coordenado por Berkenbrock-Rosito. Apresenta-se como objeto deste estudo o dispositivo investigativo e formativo “Colcha de Retalhos”, desenvolvido por Berkenbrock-Rosito desde 2001. A Colcha de Retalhos é produzida, por meio das narrativas em suas dimensões: escrita, pictórica e oral, pelos participantes, seja da graduação, seja do mestrado. A hipótese do estudo sobre a “Colcha de Retalhos” está baseada na afirmação de que o desenvolvimento da autonomia e emancipação do sujeito ocorre via estética. Na perspectiva da estética compreende as emoções como uma questão epistemológica, visando o desenvolvimento da autonomia e emancipação dos sujeitos. Entretanto, neste estudo, a hipótese é que a dimensão estética nas narrativas escritas dos discentes revela uma dimensão do inconsciente, que estabelece um limite para o desenvolvimento da autonomia e emancipação dos sujeitos. O objetivo deste trabalho é compreender e interpretar a dimensão estética presente nas narrativas escritas pelos discentes do primeiro semestre do Curso de Pedagogia, sobre seu processo formativo, considerando a presença da subjetividade como uma condição que revela um lugar para o sujeito. Adotam-se como referenciais teóricos os conceitos de autonomia e emancipação respectivamente, em Freire (2011) e Adorno (1986), visando o sentido da humanização do indivíduo. O conceito de educação estética em Schiller (2002) com o entendimento da estética como equilíbrio entre o racional e o sensível. Freud e Lacan (1986) com o conceito de inconsciente que se manifesta pela linguagem e apresenta-se como fenômeno estético. O material analisado é composto de 44 narrativas escritas, produzidas pelos discentes que participaram, no ano de 2013, da metodologia formativa Colcha de Retalhos, na disciplina Psicologia da Educação, ministrada por Berkenbrock-Rosito, no Curso de Pedagogia. Para tanto, se estabelece como perguntas norteadoras: Quem é este aluno que chega a sala de aula? O que dizem as narrativas sobre este aluno? A análise das narrativas seguiu os procedimentos baseados em Alfred Schütze (1899-1959), e Jovchelovitch e Bauer (2002), sob o enfoque hermenêutico, na perspectiva de Gadamer (2000). Os resultados revelam a presença do inconsciente posto pela linguagem nas narrativas escritas, marcado por afetos e emoções. As narrativas escritas desvelam o sentido de uma estética do sofrimento produzida pela dimensão do inconsciente, que aponta para um lugar do sujeito no que diz respeito à necessidade de aprovação do outro e a transferência com o professor. O estudo aponta que a razão e a consciência não são os únicos modos de conhecimento de si no processo formativo. Apresenta-se, assim, a constatação de um limite para o desenvolvimento da autonomia e emancipação, já que algo sempre escapa à consciência dos sujeitos.

Palavras-chave: Educação Estética; Narrativas; Formação.

ABSTRACT

This study is an offshoot of a larger research entitled "Aesthetic Education, Training

and Narratives", registered in the CNPq, coordinated by Berkenbrock-Rosito. It is

presented as the object of this study investigative and training device "Quilt"

developed by Berkenbrock-Rosito since 2001. The Quilt is produced through

narratives in its dimensions: written, pictorial and oral, the participants either

graduation, is the master. The hypothesis of the study on the "Quilt" is based on the

claim that the development of autonomy and emancipation of the subject occurs via

aesthetics. From the perspective of aesthetics understands the emotions as an

epistemological question, for the development of autonomy and emancipation of the

subjects. However, in this study, the hypothesis is that the aesthetic dimension in the

written narratives of students reveals a dimension of the unconscious, which sets a

limit to the development of autonomy and emancipation of the subjects. The objective

of this work is to understand and interpret the aesthetic dimension present in the

narratives written by students of the first semester of the Education Course, about

their formation process, considering the presence of subjectivity as a condition that

reveals a place for the subject. are adopted as theoretical reference the concepts of

autonomy and empowerment respectively, Freire (2011) and Adorno (1986), to the

meaning of the individual humanization. The concept of aesthetic education in

Schiller (2002) with the understanding of aesthetics as balance between the rational

and sensitive. Freud and Lacan (1986) with the concept of the unconscious that is

manifested by the language and presents itself as an aesthetic phenomenon. The

analyzed material consists of 44 written narratives produced by students who

participated in the year 2013, the training methodology Quilt, psychology discipline of

Education, taught by Berkenbrock-Rosito in Education Course. Therefore, it

establishes as guiding questions: Who is this student who comes to class? What do

the stories about this student? The analysis of the narratives followed the procedures

based on Alfred Schütze (1899-1959), and Jovchelovitch and Bauer (2002) under the

hermeneutic approach, from the perspective of Gadamer (2000). The results reveal

the presence of the unconscious, put the language in the written narratives, marked

by feelings and emotions. The narratives written unveil the sense of an aesthetic of

the suffering produced by the size of the unconscious, which points to a place of the

subject in relation to the need for approval of the other and transfer with the teacher.

The study points out that reason and consciousness are not the only ways of self-

knowledge in the training process. It presents, thus finding a limit to the development

of autonomy and emancipation, as something always escapes the consciousness of

the subject.

Keywords: Aesthetic Education; Narratives; Training.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Triângulo Pedagógico: Processo Pedagógico 28 Figura 2: Triângulo Pedagógico: Prática Pedagógica 28

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Narrativa Biográfica: Cenas Escolares 28

Quadro 2: Narrativa Autobiográfica: Quadro Linha da Vida: 29

Quadro 3: Narrativa Fílmica: Cenas e Metáforas 29

Quadro 4: Análise de Narrativas Biográficas: Cenas do Ensino Médio 65

Quadro 5: Análise de Narrativas Biográficas: Relação de Autoria e Submissão 66

Quadro 6: Análise de Narrativas Autobiográficas: Quadro Linha da Vida 70

Quadro 7: Análise de Narrativas Autobiográficas: emoções e afetos 75

Quadro 8: Análise de Narrativas Autobiográficas: Contextos formativos 75

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 12

1 1 COLCHA DE RETALHOS: AS NARRATIVAS ESCRITAS NOS PROCESSOS FORMATIVOS 17

1.1 Memória da Pesquisadora: de um ponto a outro o encontro com o objeto de estudo 17 1.2 A importância da narrativa nos processos de formação: justificativa do estudo 21 1.3 “Colcha de Retalhos”: contextualizando o objeto de estudo 26

2 EDUCAÇÃO ESTÉTICA: O LUGAR DO SUJEITO NOS PROCESSOS FORMATIVOS 33

2.1 Educação e Experiência Estética: conceituações 33 2.2 Formação estética: um limite do desenvolvimento da autonomia e emancipação dos sujeitos à luz da psicanálise 43 2.3 A estética das narrativas: o lugar da subjetividade nos processos (auto) formativos 52

3. O DIZER NAS NARRATIVAS ESCRITAS: LUGAR DE CONSTITUIÇÃO DA SUBJETIVIDADE 56 3.1 Narrativas Escritas: uma compreensão e interpretação sob o enfoque hermenêutico 56 3.2 A estética da narrativa biográfica: o lugar da autoria e submissão do sujeito nas cenas escolares do Ensino Médio 62 3.3 A estética da narrativa autobiográfica: o discurso que é falado nos momentos charneiras 68 3.4 A estética da narrativa fílmica: o encontro entre o sujeito e o objeto 78

CONSIDERAÇÕES FINAIS 86

REFERÊNCIAS 91

ANEXOS 95

12

INTRODUÇÃO

Este estudo de natureza (auto) biográfica é um recorte de uma pesquisa

maior intitulada “Educação Estética, Formação e Narrativas”, coordenada por

Berkenbrock-Rosito. Tem como objeto central a compreensão do dispositivo “Colcha

de Retalhos”, uma metodologia e epistemologia, desenvolvida pela autora desde

2001, como proposta de formação do professor e do pesquisador, por meio das

narrativas na dimensão escrita, pictórica e oral, produzidas pelos participantes do

grupo, seja da graduação, seja do mestrado, concretizada dentro da abordagem da

pesquisa (auto) biográfica.

A “Colcha de Retalhos”, como metodologia e epistemologia, fundamenta-se

nos conceitos de autonomia e emancipação, respectivamente em Freire (2011) e

Adorno (1986). Estes conceitos associam-se a Educação Libertadora, cujo objetivo é

a humanização do indivíduo, que se opõe ao conceito de educação bancária,

desenvolvido por Freire que visaria o desenvolvimento de maior atenção ao sujeito

em relação à manipulação estética inerente a indústria cultural, que acaba por

promover o que Adorno denomina como processo de semi-formação. Igualmente

relevante é o conceito de Educação Estética em Schiller (2002), autor do século

XVIII, que compreende a estética como equilíbrio entre o racional e o sensível,

interagindo como um jogo lúdico que abarca, entre outros, a finalidade da educação,

o ambiente formativo e a arte como dimensões da estética nos processos de (auto)

formação.

É importante destacar que a produção das narrativas ocorre em três

dimensões: escrita, oral e pictórica, cuja descrição do processo de cada uma, se

encontra no primeiro capítulo. A narrativa escrita compreende três estratégias. A

primeira estratégia diz respeito à produção da narrativa biográfica, da narrativa

autobiográfica e da narrativa fílmica a partir do filme Colcha de Retalhos (How to

make an Americanquit, de Jocelyn Moorhouse, EUA, 1995). A narrativa pictórica é

construída do momento em que a escrita narrativa se transforma em imagem tecida

no retalho. As narrativas escritas e pictóricas são transformadas em narrativa oral,

quando cada um conta oralmente sua história. Depois de cada um contar, ocorre a

confecção propriamente dita da “Colcha de Retalhos”, costurando-se cada retalho.

Este estudo focaliza as narrativas escritas produzidas por meio das três

estratégias acima mencionadas e escritas pelos discentes, na disciplina “Psicologia

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da Educação”, ministrada por Berkenbrock-Rosito, em 2014, no 1º semestre do

curso de Pedagogia. Esse material, produzido pelos alunos transforma-se em

documento, é fonte de pesquisa e permite investigar os processos (auto) formativos,

relacionando a dimensão estética das narrativas com a psicanálise.

Para compreender a contribuição da psicanálise nesta pesquisa é preciso

mencionar que sou formada em Psicologia e atuo no consultório como analista,

seguindo pressupostos teóricos de Lacan. Convém ressaltar, que apesar de não

estar atuando em sala de aula, o desejo pela docência me levou a cursar o Lato

Sensu em Docência no Ensino Superior, na Universidade Cidade de São Paulo.

Esse desejo pela docência teve força de escuta, no final do curso em 2012, com a

professora Berkenbrock-Rosito que ministrava a disciplina “Avaliação da

Aprendizagem”, ao vislumbrar a possibilidade de participar como aluna ouvinte do

Programa de Mestrado em Educação na Universidade Cidade de São Paulo. Como

aluna ouvinte vivenciei o processo de construção da metodologia formativa “Colcha

de Retalhos” na disciplina optativa “Fundamentos da Educação Estética”, no

Programa de Mestrado em Educação, em 2013, ministrada por Berkenbrock-Rosito.

Como aluna regular do Programa de Mestrado em Educação, em 2014, em

consonância com o desejo de interlocução com a pesquisa que tem caracterizado o

funcionamento do Programa Pós-Graduação Mestrado em Educação, o estudo se

volta para a metodologia formativa “Colcha de Retalhos”, no curso de Pedagogia, na

possibilidade de reflexão sobre o sentido da dimensão estética nas narrativas

escritas nos processos formativos.

Diante do exposto, elege-se como problema: o sentido da dimensão estética

nas narrativas escritas pelos discentes do 1º semestre do Curso de Pedagogia no

ano de 2014, proposta como atividade na disciplina “Psicologia da Educação”,

produzidas por meio da metodologia formativa “Colcha de Retalhos”.

O sentido segundo Pineau (2010, p. 29), é compreendido como

“sensibilidade, direção e significado”. Para tanto, estabelece-se como perguntas

norteadoras do estudo: Quem é esse sujeito que chega da sala de aula? O que

dizem as narrativas sobre este sujeito?

A hipótese do estudo da “Colcha de Retalhos” está baseada na afirmação de

que o desenvolvimento da autonomia e emancipação do sujeito ocorre via estética.

Entretanto, neste estudo, a hipótese é que a dimensão do inconsciente, que

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atravessa a linguagem nas narrativas escritas dos discentes, revela um limite para o

desenvolvimento da autonomia e emancipação dos sujeitos.

A relevância do estudo remete à reflexão do limite do desenvolvimento da

autonomia e emancipação dos sujeitos na relação Freire, Adorno e Freud e Lacan.

Freire (2011) esclarece que o desenvolvimento da autonomia ocorre no próprio

processo de tomar decisões e fazer escolhas, além de propor instrumentos

necessários à prática educativa a partir de uma visão crítica.

Já para Adorno (2000), a emancipação ocorre quando o conhecimento é fruto

de uma reflexão, advinda de informações recebidas pela estética da indústria

cultural, ou seja, o sujeito se posiciona a partir destes referenciais. Este processo de

ação envolve uma estética de uma experiência formativa.

A este respeito Freud (2007) esclarece que a capacidade de escolha do

homem é limitada em função de existir uma instância em seu psiquismo. Essa

instância é determinante e capaz de gerar efeitos no sujeito que não se reconhece

pela consciência. Ou seja, ao nascer, um bebê já carrega em si, a marca do desejo

do Outro (pais), e com este Outro, estabelece uma relação de dependência para sua

sobrevivência. Esta condição faz com que ele seja produzido por uma polissemia de

vozes e discursos, que ressoam em seu inconsciente construindo significados e

significantes que falam por ele.

Neste sentido, os objetivos deste estudo são: mapear a experiência estética

nas narrativas escritas dos discentes sobre seu processo formativo que emergem do

Ensino Médio, Quadro Linha da Vida e da narrativa fílmica. Revelar que o processo

das narrativas escritas é atravessado pelo inconsciente dos sujeitos, que desvelam

sentidos e significados de uma subjetividade, desconhecida pelo sujeito. Contribuir

com a compreensão a respeito do lugar do sujeito na construção de seu processo

formativo dentro da sala de aula à luz do referencial teórico da psicanálise,

considerando conceitos de sujeito, inconsciente e desejo em Freud e Lacan.

Justifica-se o estudo por meio da lacuna que se apresenta com respeito à

Educação Estética na compreensão dos processos formativos de sujeitos no Curso

de Pedagogia. Nesta perspectiva, as narrativas como memórias de trajetória de vida

pessoal e formativa, construídas de experiências da realidade e também subjetiva,

constituem e revelam uma dimensão estética nos processos formativos.

A dimensão estética emerge por sensações, sentimentos de gosto e

desgosto, que são tratados como experiência estética. Aquilo que nos toca, passa a

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significar, medo, angústia, alegria, nojo, tristeza, e caracterizam momentos de

aprendizagem, intermediada por sentidos e significados, que ao decodificar, ler,

interpretar torna a Educação Estética um fundamento na formação de professores

no curso de Pedagogia, como possibilidade de conscientização da identidade

profissional do sujeito na contemporaneidade.

A respeito da escrita das narrativas que se configuram pelas memórias

produzidas por meio das lembranças, a Psicanálise reconhece a memória, como o

núcleo primordial para a compreensão das ações e escolhas do sujeito. Portanto,

compreender os fenômenos estéticos pela via do inconsciente abre caminhos para

um reconhecimento do discente como sujeito único, que se revela na dimensão do

sensível e da razão.

Para tanto, dizer do sujeito discente pela escrita das narrativas implica antes

em considerar uma subjetividade presente, produzida pelas representações

inconscientes que emergem em atos e discursos que escapam à consciência e são

revelados por meio da experiência estética, apontando um lugar de posicionamento

para o sujeito. Esta condição desencadeia no sujeito discente, um modo particular

de ser e fazer pessoa e profissional e permite pensar e reconstruir suas escolhas e

decisões, que produzem uma estética na constituição da subjetividade e suas

implicações no cenário da educação.

Para desenvolver este trabalho, o primeiro capítulo apresenta a importância

das narrativas como relevante para o processo de construção formativa, sustentado

pelos referenciais teóricos de Josso (2002; 2006; 2007), Dominicé (2006) e Nóvoa

(2009), com os conceitos de narrativa e historia de vida.

No segundo capítulo, segue os conceitos de Educação Estética e Experiência

Estética na perspectiva de Schiller (2002), Perissé (2004), Adorno (1986; 2004),

Freire (1997; 2011), entre outros autores, que contribuem para situar e dimensionar

esta pesquisa no âmbito da compreensão a respeito da dimensão da Educação

Estética nos processos formativos, considerando a escrita das narrativas discentes

um fenômeno estético revelado por um modo de ser e agir. Do mesmo modo é

essencial a contribuição da psicanálise pelos referenciais teóricos de Freud e Lacan

(1998) a respeito de sujeito, inconsciente e desejo.

O terceiro capítulo traz a compreensão da escrita das narrativas discentes,

pelo enfoque da hermenêutica de Gadamer (2000) e considera a contribuição da

psicanálise que revela um lugar estético de posicionamento para o sujeito.

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Nas considerações finais, teremos a apresentação dos resultados e as

análises construídas no percurso deste trabalho, apontando para a dimensão da

problemática e os objetivos colocados nesta pesquisa, bem como uma direção para

ampliar as discussões no campo da educação, considerando a subjetividade do ser

discente/docente, advinda não somente pelas representações sociais, mas também

como produto do inconsciente.

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1 COLCHA DE RETALHOS: AS NARRATIVAS ESCRITAS NOS PROCESSOS

FORMATIVOS

Este capítulo tem como objetivo, em primeiro momento, apresentar o percurso

formativo da pesquisadora na dimensão pessoal, acadêmica e profissional. A escrita

da narrativa foi produzida por meio da metodologia “Colcha de Retalhos”,

desenvolvida por Berkenbrock Rosito (2013) como proposta de atividade na

disciplina “Fundamentos da Educação Estética” na condição de aluna ouvinte no

Programa de Mestrado em Educação na Universidade Cidade de São Paulo, por

meio de narrativa escrita, oral e pictórica.

Em segundo momento, apresenta-se uma reflexão sobre a importância das

narrativas nos processos formativos do professor. Para contextualizar, o terceiro

momento, o objeto desta pesquisa traz as narrativas autobiográficas dos discentes

do primeiro semestre do Curso de Pedagogia produzidas em 2014, por meio da

metodologia formativa “Colcha de Retalhos”, na disciplina “Psicologia da Educação”,

ministrada por Berkenbrock-Rosito.

1.1 Memória da pesquisadora: de um ponto a outro o encontro com o objeto de

estudo.

Quando criança, ainda sem saber por que, sempre fui motivada a pensar a

respeito da origem das coisas e procurar sentido para as mesmas. Admirar a

natureza, tentar entender os sentidos e significados das leis, olhar por entre as

brechas de minha imaginação e observar o mundo externo e, sobretudo, minha

própria existência. Buscava respostas para minhas perguntas, olhando e,

principalmente, ouvindo o que diziam ou não diziam os adultos e, depois de

alfabetizada, gostava de ler, pois acreditava que através da leitura encontraria

sentido para as coisas. Sempre estava rodeada por pessoas que demonstravam

carinho e amor, mas de um jeito particular, solitária, pois nem sempre compartilhava

das mesmas coisas que as pessoas à minha volta consideravam como importantes.

Sou a segunda filha de quatro irmãos, pai metalúrgico de profissão e mãe

professora. Neste contexto, nunca me faltaram coisas materiais que uma família

deste padrão poderia acessar, porém, uma cultura muito pobre imperava, não digo

isso em relação à questão de inteligência, pois meu pai mesmo sem ter estudado,

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era uma pessoa muito inteligente, principalmente, no que diz respeito a

conhecimentos gerais, por exemplo, a matemática. No entanto carregava uma

dimensão cultural muito pobre, possivelmente, por questões de sua própria história

de vida. Nesta via, algo de feio foi se configurando no meu lar, através de meu olhar,

pelo modo que era conduzida minha família, pois meu pai era o mestre e por este

lugar que ocupava, ditava as regras e as leis de como se viver.

Cada um ao seu modo, nós, eu e meus irmãos, fomos fazendo uma leitura e

interpretação deste contexto familiar, percebendo como as relações se estabeleciam

naquele lócus e assim, significando e (re) significando nossas experiências e nossos

olhares para ter um jeito de lidar com as questões que emergiam.

Ainda menina, aproximadamente, por volta dos 10 anos, já sonhava em

estudar, ter uma profissão, morar sozinha, viajar e, acima de tudo, ser independente.

Minha irmã sonhava com o casamento, já meus irmãos, ainda eram muito crianças

para saber elaborar quais eram suas expectativas de vida e mundo.

Sempre muito expostas a comparações, eu e minha irmã, talvez por termos

menos de um ano de diferença na idade, tínhamos nossas diferenças muito

marcadas. Eu gostava de brincar com bonecas, mas também adorava brincadeiras

de meninos, entre outras, correr na rua, andar de bicicleta, de patins, empinar pipas.

Afinal, era eu quem brincava com meus irmãos e minha irmã nesta mesma fase,

queria aprender a cozinhar, cuidar da casa e dos meus irmãos. Quando não estava

brincando eu estava lendo.

É possível que as referências, que estruturavam a construção de minha

identidade, neste período, davam-se pela representação que eu tinha de minha mãe,

uma mulher corajosa, inteligente, profissional, ética e sonhadora. O interessante é

que suas características não eram aparentes, só apareciam através do modo que

ela tinha para lidar com as questões familiares, que tornava minha realidade mais

tranquila, então, eu me identifiquei, com estes traços, enquanto minha irmã

supostamente tenha ficado com o aparente, o exemplo de esposa, mãe dedicada,

doméstica do lar, entre outras características. Não há como não mencionar que esta

marca nos diferencia até hoje, não pela questão de ser mais, ou menos, mas

simplesmente por termos construído diferentes representações de lugares para

habitar diante do contexto familiar e cultural em que fomos educadas.

Uma marca de experiência de sofrimento acontece quando eu estava na

adolescência, cursando o nível colegial, quando o meu percurso escolar foi

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interrompido, não por meu desejo, mas por uma arbitrariedade de meu pai. Não tive

direito de escolha, apenas de submeter-me.

Essa experiência apesar do sofrimento, trouxe também uma condição de

emancipação, um novo lugar se revela para eu transitar com as minhas questões.

Depois de dois anos, ao completar dezoito anos, resolvi enfrentar a realidade e

mudar o que não estava me agradando, e então decidi procurar um trabalho e voltar

a estudar, mesmo contrariando as leis familiares.

No ano de 1989, iniciei a graduação no curso de Psicologia na Universidade

de Mogi das Cruzes. Algo que tenho muito orgulho por ter sido formada por

professores muito competentes e comprometidos com a formação profissional em

uma universidade privada.

Como não podia ser diferente, eu fazia parte de uma turma irreverente,

pessoas comprometidas com suas responsabilidades e que tinham posicionamento

diante de seus ideais. No início do terceiro ano, chega um professor para trabalhar a

disciplina “Psicologia Geral”, posteriormente, apresentou-nos a Psicanálise, o que

era pouco abordado nas instituições de ensino. Foi surpreendente uma vez que no

Curso de Psicologia priorizava o ensino das técnicas comportamentais.

Este professor nos colocou em contato com a teoria da psicanálise, segundo

o referencial teórico de Jacques Lacan, discípulo de Sigmund Freud. A clínica, de

abordagem lacaniana era novidade para todos nós, pois além de ser algo novo,

também trazia em si, conteúdos de um pensamento teórico irreverente. Lacan,

formado em medicina (psiquiatra), posteriormente identificado com a psicanálise de

Freud, trouxe grandes e importantes contribuições para que esta ciência se tornasse

singular e marcante. Teoria, prática e autor que marcam seu lugar fora dos

paradigmas tradicionais, sem deixar a essência da ciência como método. A

disciplina não poderia abordar este conteúdo de forma mais completa e

sistematizada na universidade, fui buscá-lo fora, com grupos de estudos e em

escolas de base de formação em psicanálise.

Precisava me autorizar diante de uma prática efetiva e, para a da psicanálise,

Freud (2007) ressalta a necessidade do tripé Teoria, Análise pessoal e Prática.

Neste momento, eu não só queria como precisava viver a experiência da análise

pessoal, a fim de dar conta de outras questões. Sabia de antemão que não seria

nada fácil. Entretanto, esta experiência foi crucial em minha vida pessoal e

profissional, não só para ter um referencial de prática, apesar de que o meu, foi

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estruturado a partir daí, e que dura até os dias atuais, mas muito mais porque neste

processo, tive um encontro meu comigo mesma. Uma descoberta de um ser

impotente, mas também potencial, de um reconhecimento do saber e também

revelações de não-saberes, um ser incompleto e inacabado, cheio de imperfeições e

acima de tudo buscando lugares para sustentar algumas de minhas verdades.

Na certeza do incerto caminho, incerta, para busca de certezas, me deparo

com algumas de minhas verdades, mas também tropeço em minhas ilusões... Sonho

muito alto, quando estou no nível de pensar e planejar minha vida pessoal e

profissional. Contudo ao mesmo passo, sou muito objetiva e concreta com os fatos,

movimento este, que carrega uma característica dicotômica, mas também contribui

para a construção de meu processo formativo.

Os anos passaram... Eu já vivendo intensamente minha prática em

consultório, e depois de já ter conquistado vários ideais e objetivos em minha vida

profissional e também pessoal, algo me faltava, eu sentia que precisava retomar

alguma coisa que havia ficado no passado. Uma necessidade de mergulhar

novamente no conhecimento e o comprometimento com minha prática profissional

batem à porta. Era momento de voltar à Academia.

Um desejo inconsciente vem à consciência. O desejo pela docência e

pesquisa sempre presentes em minha trajetória de vida, articulado ao discurso

familiar trazido por minha mãe que era professora.

Esse desejo encontrava um lugar quando cursava o terceiro ano do Curso de

Psicologia, adquiri o título de Licenciatura Plena e isso na época me dava condições

para exercer o magistério, mas o possível discurso de fracasso profissional de minha

mãe, que lamenta até hoje não poder ter exercido a função do magistério aqui em

São Paulo por exigências de meu pai, talvez tenha estabelecido algum efeito

imaginário em minhas representações pela profissão, e então eu achava que não

tinha condições e não estava preparada para exercer tal função.

Todavia, com o tempo percebi que realmente precisaria encontrar novos

significados e novos modelos de uma prática profissional, mas que também

estivesse relacionada comigo e com minha prática profissional. Na educação,

consegui realizar esse grande encontro. Entendo que algumas lacunas ainda

existem em relação à formação docente, na medida em que ainda reconhece o

profissional docente como um objeto para transmitir conhecimento e não como

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sujeito do conhecimento, e como profissional da saúde encontro lugar para aprender

e também trocar experiências.

Deste modo, busquei o curso de Pós-Graduação Lato Sensu e escolhi

Docência do Ensino Superior na Universidade Cidade de São Paulo. Na educação,

encontrei um caminho, que acredito, um novo horizonte se abriu diante de meus

olhos. Experimentei uma nova realidade na educação, em especial, no ensino

superior. Encontro-me às voltas de novos paradigmas educacionais que, sem dúvida

alguma, me aproximam de uma nova prática e de um novo modo de pensar a

respeito do contexto educacional.

Praticar a docência hoje em minha vida me remete a reconhecer que tenho

muito que aprender, e já tenho algumas experiências para trocar, e isso

dialeticamente produz crescimento e humanização.

Conteúdos de memórias adormecidas desencadeiam minha relação com a

pesquisa e com a docência e novamente me deixo ser levada pelo despertar de

viver uma nova experiência, cujo objeto central é o ser humano e

consequentemente, o sujeito. A prática tanto da pesquisa, quanto da docência, sem

dúvida alguma, mudaram meu olhar para minha prática de consultório e, apesar dos

conceitos serem diferentes, não são distantes e articulam-se na medida em que o

objeto de estudo é o mesmo, a ciência e o sujeito.

De minhas experiências, nem todas escolhi, por algumas fui escolhida, mas o

fato é que sempre tive nelas um encontro com minha identidade profissional e

pessoal.

Enfim, algo que sempre me moveu e ainda me move, é a busca por verdades.

Não verdades absolutas e universais, porém verdades que possam dar conta de

responder a questões que possibilitem a apropriação de um lugar, movida por um

desejo de alcançar outros saberes o lugar das narrativas escritas no processo de

formação de professores.

1.2 A importância da narrativa nos processos de formação: justificativa do

estudo.

Escrever uma narrativa autobiográfica, demanda antes imaginar uma ponte,

olhar de um ponto a outro, para nela percorrer e, a cada passo percorrido, se

preparar para um novo ponto de chegada que também será de partida. Esse

22

processo de construção produz no decorrer da escrita, um encher-se de coragem

para assumir os feitos com seus efeitos e, o que não foi e, nem poderá ser feito. É

um processo que desfaz certezas e incertezas, desconstrói e reconstrói novos

sentidos e significados a respeito do que foi, ou não, vivenciado na trajetória

formativa, e por essa condição, revelam a estética de uma subjetividade.

Thompson (1998) revela que “recordar a própria vida é fundamental para o

nosso sentimento de identidade; continuar lidando com esta lembrança pode

fortalecer, ou recapturar a autoconfiança” (THOMPSON, 1998, p. 205). Nesta

perspectiva, escrever e narrar sobre si, resgata no processo formativo uma

identidade particular mediada pelas experiências de vida.

Nesta perspectiva a Psicanálise reconhece o sujeito como um ser social que

se subjetiva por meio das representações que são estabelecidas na relação com o

outro da mesma espécie que lhe transmita a produção de significantes. Neste

sentido, Pereira (1998) escreve:

O sujeito é constituído a partir dos efeitos do discurso, a partir das inter-relações sociais, do encontro de um sujeito com um outro, a produzir discursos, efeitos de atos individuais. Assim, um sujeito é constitutivamente heterogêneo, de uma incompletude fundante que mobiliza o desejo de completude, aproximando-o do outro na esperança de restaurar uma totalidade inatingível. (PEREIRA, 1998, p.183).

Delory-Momberger (2009) esclarece que a narrativa que os indivíduos fazem

de si, é o que dá sentido e significado às experiências, e que as mesmas não devem

ser vistas apenas como instrumento de formação, mas também como um espaço no

qual o sujeito toma forma, ele elabora, reelabora e passa a compreender sua história

de vida a partir de então.

Diante deste contexto, que permite circular pelos caminhos que levam à

busca pela compreensão dos fenômenos que ocorrem nos processos (auto)

formativos se abre uma possibilidade para direcionar um novo olhar a formação do

profissional docente e também para sua prática, tomando como objeto os resgates

de memórias da história de vida.

O processo de constituição profissional é histórico e nele está presente a

importância das relações sociais na trajetória de cada um, que irão compor um

conjunto complexo de definições com referenciais e objetivos diferentes, com os

23

quais os sujeitos são movidos na constituição do “eu profissional” ao “ser

profissional”, como aponta Fontana (2003).

A este respeito Pineau (2010, p. 155) esclarece que as Histórias de vida no

processo de formação encontram sentido e compreensão em três dimensões,

denominadas de: (auto) formação, (hétero) formação e (eco) formação, com o

propósito de mostrar que a articulação das diversas experiências em momentos e

situações diferentes torna possível o conhecimento em diferentes níveis.

Segundo o autor, o nível de (auto) formação corresponde ao processo de

aprendizagem, na dimensão do que cada um consegue aprender consigo próprio, o

processo de (hetero) formação consiste no material de formação fornecido pelas

instituições de ensino e a (eco) formação ocorre por meio da trajetória de vida nos

ambientes de trabalho, onde é possível a interação e troca, situação que possibilita o

aprender com o outro. O autor esclarece ainda que o nível de (eco) formação é um

espaço de conteúdos construídos no processo de formação, que estão esquecidos e

silenciosos e que se revelam na dimensão da “reciprocidade da formação do meio

ambiente. É só sabendo como o ambiente nos forma, nos põe em forma, que

saberemos como formar um meio ambiente viável, suportável e vital” (PINEAU,

2010, p. 158).

Considerando a importância das narrativas como meio para refletir a respeito

da formação docente, Nóvoa (2009) propõe um pensar sobre a posição do sujeito

professor, apontando questões de extrema relevância, no que diz respeito ao lugar e

função deste profissional, que carrega em sua história, a responsabilidade pela

formação docente e não docente de outros profissionais, articulando com as

demandas sociais e políticas, bem como as condições efetivas presentes e futuras

no campo da educação.

Nesta perspectiva, a formação de professores, segundo o autor, deve assumir

uma posição dialética e concreta diante do saber e, de seu fazer profissional.

Apresenta a necessidade de um professor não se só agente reprodutor de uma

prática, mas que participe ativamente e efetivamente das políticas públicas que

ditam e regularizam este fazer, propondo a participação ativa do professor nas

discussões e decisões que remetem ao presente e futuro da profissão. Esta

mudança de posição, de objeto para sujeito, pressupõe a extensão de análise para a

subjetividade do professor como um ator composto de representações cognitivas,

afetivas, normativas e existenciais (relacionais).

24

Para tanto, é essencial no processo de formação humana a narrativa da

História de Vida, como destaca Delory-Momberger (2009) dizendo que ela:

constrói-se com base na auto-reflexão e na auto-interpretação que o homem, aqui é o historiador ou o pesquisador, é capaz de realizar sobre si mesmo a partir de sua própria experiência de vida [...] O tempo passado está, a cada momento, sendo revisitado por interpretações retrospectivas. A forma da vida que construímos (nossa biografia) está submetida a uma perpétua reconfiguração. (DELORY MOMBERGER, 2009, p.57-58).

Entretanto compreender e reconhecer as formas da vida humana, e as

articulações de cada uma de suas formas e imagens de mundo, está nos discursos

com os quais constituímos e construímos uma realidade, e estes se constroem

através de palavras, através da lógica do pensamento científico que traz o empírico,

uma forma real das coisas e dos objetos, e por conceitos que a ciência e a cultura

estabelecem com os quais, o homem se articula e é articulado.

Neste sentido, Josso (2002) esclarece:

por que representa um desafio no conhecimento de si mesmo, não apenas por compreender como nos formamos por meio de um conjunto de experiências ao longo de nossa vida, mas sim por tomar consciência de que este reconhecimento de si mesmo como sujeito mais ou menos ativo ou passivo, segundo as circunstâncias, permite a pessoa daí em frente encarar seu itinerário de vida, os seus investimentos e os seus objetivos na base de uma (auto) orientação possível que articule de uma forma mais consciente suas heranças, suas experiências formadoras, os seus grupos de convívio, suas valorizações, os seus desejos e o imaginário nas oportunidades sócio- culturais que se pode aproveitar, criar e explorar para que surja um ser que aprenda a identificar e combinar constrangimentos e margens de liberdade. (JOSSO, 2002, p. 22).

Diante deste pressuposto, resgatar a trajetória formativa remete o sujeito à

condição de autonomia frente à construção de seu processo formativo, pois ao

produzir as cenas que remontam suas experiências de vida, se autoriza a assumir o

lugar de protagonista em sua história, que se constrói das representações sociais e

coletivas e que o torna singular. A este respeito Josso (2007) diz que uma

consciência vem à tona ao interpretarmos um objeto inserido no contexto (auto)

biográfico, considerando a pesquisa-formação.

No entanto, é importante considerar as falhas e os equívocos encontrados na

escrita narrativa para poder perceber o que o inconsciente também fala através

deste processo, que é revestido de linguagem, e para isso é preciso considerar que

25

o sujeito que produz uma narrativa, tem uma hermenêutica própria a respeito de si e

do mundo e deste modo, não pode ser reduzido ao empirismo histórico, nem a

categorias.

Neste processo de construção formativa, escrever sobre a história de vida

convida o sujeito a revisitar e reconstruir a história de si, e deste processo emerge

emoções e sensações que autorizam ou desautorizaram o que irá escrever sobre si.

Sobre esse processo Josso (2006) esclarece a existência de nós e laços. Nós que

movimentam a trajetória de vida, nós que muitas vezes precisam ser desatados para

limpar o caminho e construir um novo. Nós de transformação ou transformações,

pois remetem a um novo olhar e, todavia, possibilita um (re) significar da realidade.

Ainda a este respeito, a autora esclarece que existem os elos de ligação e estes,

remetem a compreensão de fragmentos das experiências possíveis de serem

lembradas e contadas pelo sujeito em relação a sua trajetória formativa.

È importante ressaltar que a concepção da Psicanálise sobre o modo como o

sujeito se revela consiste em escutar e se ater ao que esta linguagem diz ou quer

dizer seja ela escrita, ou falada diz do sujeito que é produto do seu inconsciente.

Consoante com esta concepção, de um modo particular Josso (2006) escreve sobre

a importância de dar atenção aos detalhes do discurso narrativo, levando em conta a

presença do consciente e posteriormente as nuances de um inconsciente que se

revelam através de elementos que dizem e, outros que querem dizer, mas que se

expressam e revelam o sujeito. Assim, para compreender esta complexidade, a

autora remete a questão da necessidade da escuta, análise e interpretação a

respeito de “elos de ligação”, que unem e separam os sujeitos em suas experiências

e que também aproximam e distanciam traços de uma subjetividade e com isso

produzem uma identidade formativa.

Portanto, neste processo da escrita é possível encontrar um modelo ético e

estético do sujeito, pelo modo como se autoriza, ou não a escrever sobre sua

história e deste modo, revelar uma identidade formativa. Esta consciência ocorre no

momento em que o sujeito se depara com marcas representantes de seu desejo que

emergem das representações simbólicas, ao dizer de sobre suas experiências

Nesta perspectiva, Josso (2002) pontua que a narrativa consiste em um

processo de pesquisa-formação, dentro do paradigma experiencial, deste modo, a

história de vida se constitui como elemento de uma metodologia de pesquisa e

formação. Nesta dimensão a pesquisa de formação no viés de narrativas de

26

histórias de vida, possibilita estabelecer medidas de transformações sociais,

culturais para cada sujeito em seu particular, articulado com a evolução e

transformação dos contextos de sociais e profissionais.

Freire (1975) converge com este pensamento ressaltando a importância do

processo autobiográfico para a construção de uma consciência que leva à

compreensão das redes e conexões do que seria a construção do sujeito histórico.

Sendo possível ainda, enfatizar o esforço do autoconhecimento do professor e

pesquisador, com objetivo de se perceber como sujeito coletivo, um movimento

imprescindível para o desenvolvimento da autonomia e realização de um trabalho

criativo e critico.

Diante do exposto, o mundo que habitamos não é somente o mundo da

natureza e dos objetos, ou o mundo da razão pertencente a consciência , este vai se

transformando pela cultura e pelas experiências estéticas que vamos vivendo, a

esse processo das relações, a psicanálise denomina como as identificações que

forma o sujeito e estas se iniciam primeiramente no ambiente familiar, se

estendendo aos espaços escolares, acadêmicos e contextos sociais de um modo

geral. Assim, as narrativas revelam uma estética de autoria entendida aqui, como

um movimento mediador entre o consciente e o inconsciente, condição que remonta

e elabora um imaginário social.

Diante deste cenário segue um pensamento de Freud cuja intenção é mostrar

a incompletude do sujeito de um modo geral: “Não somos apenas o que pensamos

ser. Somos mais; somos também o que lembramos e aquilo de nos esquecemos;

somos as palavras que trocamos os enganos que cometemos os impulsos a que

cedemos, sem querer.” Nesta perspectiva a Psicanálise revela a existência da

dimensão de um inconsciente, que está para além da consciência na psique

humana. Partindo deste pressuposto, a respeito da existência da dimensão

inconsciente na pessoa, a partir de Freud com a descoberta da Psicanálise, é

possível uma reordenação da lógica universal imposta pelo discurso pedagógico,

que não leva em conta a falta que remete à incompletude que move o sujeito.

1.3 “Colcha de Retalhos”: contextualizando o objeto de estudo

As narrativas são consideradas como caminho de formação estética do

professor proposta por Berkenbrock-Rosito (2014), através do dispositivo

27

metodológico epistemológico “Colcha de Retalhos”, desenvolvido pela autora desde

2001, com alunos da graduação de Pedagogia e posteriormente aplicado também a

alunos de Pós-Graduação e Programa de Mestrado em Educação, que visa à

produção do conhecimento sobre os processos formativos da pessoa e do

profissional.

A escrita das narrativas como metodologia formativa proposta pelo dispositivo

“Colcha de Retalhos”, segue como procedimento o Questionário Narrativo, que

permite a coleta de dados da trajetória do processo formativo pela análise das

experiências subjetivas do participante, sem a limitação dos questionários fechados

ou semi-estruturados. Para tanto o material explorado nesta pesquisa considera as

narrativas escritas na dimensão biográfica, autobiográfica e fílmica.

A narrativa biográfica considera as experiências do ensino superior para o

pesquisador e, do ensino médio para os discentes do Curso de Pedagogia. Esta

escrita busca o resgate de três cenas marcantes, pensando na relação que se

estabelece com o conhecimento, com o professor consigo mesmo, se de autoria ou

submissão.

Neste sentido, Charlot (2000) ao ressaltar a importância das relações,

esclarece que:

tem sentido o que pode ser posto na relação com o outro em seu sistema, ou em um conjunto; faz sentido para um individuo, algo que lhe acontece e que tem relação com outras coisas que ele já pensou questões que ele já se propôs. Tem sentido o que é produzido por estabelecimento das relações dentro de um sistema, ou nas relações com o mundo ou com os outros. Esse sentido é um sentido para alguém. (CHARLOT, 2000, p. 56).

Nesta dimensão, a escrita da narrativa biográfica permite investigar a

construção dos processos pedagógicos: ensino, aprendizagem e formação da

prática pedagógica refletida na relação professor-aluno e conteúdo-conhecimento,

que de acordo com o texto de Houssaye (1988) considera que os processos

pedagógicos e a prática pedagógica, bem como a relação entre eles.

Neste contexto, os processos pedagógicos compreendem a relação entre:

28

Figura 1: Triângulo Pedagógico: Processo pedagógico Fonte: Elaborada pela autora

Assim, a prática pedagógica compreende a relação:

Conhecimento/Conteúdo

Figura 2: Triângulo Pedagógico: Prática pedagógica Fonte: Elaborada pela autora

Os dados são assim organizados:

Deste modo a metodologia do dispositivo “Colcha de Retalhos” segue o

quadro abaixo para a escrita da narrativa biográfica:

RELAÇÃO DO SUJEITO: AUTORIA SUBMISSÃO

Conhecimento

Professor

Consigo

Quadro 1: Narrativa Biográfica: Cenas Escolares: Fonte: Elaborado pela autora

A escrita na dimensão autobiográfica considera a História de Vida, na qual se

constrói o “Quadro linha da Vida” buscando os “momentos divisores de água”

inspirados no que Josso (2002) denomina de “momentos charneiras”. Os momentos

charneiras, segundo a autora, são momentos que desencadeiam transformações e

novos posicionamentos da vida do ser humano. Processo que possibilita significar e

(re) significar um modo de pensar e agir da pessoa. Nesta produção o “Quadro linha

Formação

Ensina

r

Aprender

Professor Aluno

29

da Vida” é elaborado nas categorias de tempo e espaço para situar os fatos e na

(sub) categoria vida familiar com os (espaços escolares, acadêmicos e profissionais)

que compreendem e desencadeiam numa percepção do sujeito pesquisador com o

objeto de pesquisa.

TEMPO E ESPAÇO FATO LOCAL ANO

Vida Familiar

Vida Escolar

Pessoas

Livros, Filmes...

Deslocamento Geográfico

Vida Profissional

Quadro 2: Narrativa autobiográfica: Quadro Linha da Vida Fonte: Elaborado pela autora

Para tanto, Josso (2002) esclarece que os momentos charneiras aparecem

como o ápice “de um estado de crise ou como um acontecimento de uma realidade

exterior, o ser é vítima de contradições, de oposições supostas ou reais, que uma

decisão pode desanuviar ou tornar de novo suportável.” (JOSSO, 2002, p. 262).

A narrativa fílmica é produzida da experiência estética de assistir o filme

Colcha de Retalhos, cuja proposta é trazer para a escrita, as metáforas que

resgatam uma relação vida da pesquisadora e com o processo formativo.

Segundo Nóvoa (2009) “nossa história pessoal e a nossa história profissional

devem ser consideradas indissociáveis” (NÓVOA, 2009, p. 15).

Deste modo a metodologia do dispositivo “Colcha de Retalhos” segue o

quadro abaixo para a escrita da narrativa autobiográfica:

Cenas marcantes A percepção dos

discentes Categorias

Quadro 3: Narrativa fílmica: Cenas e Metáforas Fonte: Elaborado pela autora

Após este processo, a narrativa escrita é transformada em imagem, que se

configura na narrativa pictórica, em seguida as histórias dos participantes do grupo

30

são tecidas em retalhos e apresentadas em sala de aula para os outros

participantes, que produz o momento da narrativa oral.

A narrativa pictórica faz lembrar a educação na pré-história, quando ainda não

se contava com a escrita e nesta dimensão, o conhecimento era transmitido através

da oralidade, do contar histórias da natureza, da origem dos mitos e passagens da

religião, não se tinha portanto, o referencial da escrita, e logo não existiam também

registros e documentos, a aprendizagem ocorria pela escuta e imitação, dos gestos

dos adultos, como aponta Aranha (2006). A invenção da escrita marca a origem da

história, com o inicio dos registros históricos. Entretanto, é possível compreender a

história por meio dos desenhos encontrados nas cavernas.

O processo de falar ou escrever sobre si possibilita uma escuta a respeito do

que se diz e uma leitura a respeito do que se escreve, e deste modo, a presença de

uma subjetividade se revela, contida de fatos e experiências guardadas no

arcabouço da memória, que ecoam para o sujeito e deste modo vai autorizando a

produção da escrita sobre sua história formativa.

Neste cenário, a metodologia formativa “Colcha de Retalhos” traz à tona

possibilidades para pensar sobre os processos formativos e a prática pedagógica

ancorados em valores ético e estéticos a respeito do desenvolvimento da autonomia

e emancipação dos sujeitos, que conduz um encontro do sujeito com sua identidade

formativa, desencadeada pela escrita das narrativas da história de vida.

Nesta perspectiva, Berkenbrock-Rosito (2014) mostra a importância do

pensar e do agir desencadeante da voz dada a cada sujeito, como elementos

constituintes desta subjetividade, com possibilidade de construção e produção de

um conhecimento sobre o desenvolvimento da prática, pois o sujeito ao falar escuta,

ao escutar reflete e ao refletir, analisa seu contexto social, pessoal e profissional

realizando uma ação mais reflexiva e consciente, diante de suas escolhas e

decisões. Nesta perspectiva a autora parte do pressuposto que a prática de ensino

alicerçada apenas na transmissão de conteúdos oferece ao sujeito um

conhecimento parcial, e este processo produz uma educação precária, o que Freire

conceituou de Educação Bancária, que não leva em consideração as

potencialidades do sujeito, desconsiderando suas experiências e suas referências

em relação ao método e ao conteúdo, reduzindo o conhecimento a uma mera

reprodução de modelos pré-estabelecidos de ensino.

31

A autora, parafraseando Bachelard e Piaget, considera a importância da

experiência do método científico para que ocorra o processo da aprendizagem

cientifica, ou seja, do ponto de vista epistemológico, é importante articular

experiência ao método cientifico para que possa ter propriedade do conhecimento.

Neste sentido, é essencial direcionar uma atenção especial aos conteúdos

disciplinares e à maneira como se conduz e produz o conhecimento, cujo objetivo é

a preocupação epistemológica com o saber e o modo como se produz o saber no

ensino, articulado ao lugar que o sujeito que aprende ocupa.

Nesta via, a participação no dispositivo “Colcha de Retalhos” produz uma

experiência estética refletida por meio das narrativas, que além de servir como base

de construção para a produção do conhecimento, desencadeia um processo de

autoria e emancipação do sujeito em seu contexto social, pessoal e profissional.

Para tanto, a autora tem como base conceitos de Educação Estética em Freire, que

promove ao sujeito uma consciência crítica, produzida de uma educação libertadora,

desprendendo-se de um modelo de educação bancária, em Schiller através da

Estética como possibilidade de conhecimento mediada tanto pelo impulso sensível

como pelo impulso da razão. Neste sentido, está presente na narrativa uma

dimensão sensível, que segundo Schiller (2002) diz que o homem não pensa, mas

sim que sente antes de pensar.

Já Adorno (2000) considera o primeiro passo em direção à emancipação do

sujeito da estética da indústria cultural acontece ao elaborar o passado para

compreender a realidade com um novo olhar. Este processo de ação envolve uma

estética que tem valor epistemológico e encontra sentido na consciência política do

professor e pesquisador.

Deste modo, a singularidade marcada pela subjetividade do sujeito

desencadeia um lugar de centralidade para a questão do conceito de formação e

sua decorrência na prática educativa. Para tanto, é importante considerar a

existência do inconsciente que aponta para limites e possibilidades e coloca em

pauta uma estética refletida no modo de ser e fazer discente e docente.

A arte de compreender e reconhecer as formas da vida humana esta marcada

pelos discursos com os quais somos constituídos e a partir de então, articulamos e

construímos um modo de ser linguagem. A experiência da escrita de narrativas

produzidas pelo dispositivo metodológico “Colcha de Retalhos” desencadeia um

efeito de busca pela identidade formativa e pessoal do participante.

32

A este respeito Tardif (2008) pontua que as especificidades dos saberes para

a formação profissional docente podem não dar conta de uma prática eficaz, quando

não incluí o docente como sujeito, agente transformador e construtor de sua prática.

As teorias de formação profissional, por si só, não respondem a uma demanda

social chamada escola, com seus processos particulares a cada unidade e os

diversos atores que compõe este espaço. O autor questiona ainda, quais saberes

exatamente são necessários a esta prática. O saber docente é construído de outros

saberes de diversas ordens e diferentes lugares, e diante deste contexto, é preciso

levar em conta a experiência singular e coletiva de cada profissional como

instrumento fundamental para sua formação.

Entretanto o processo de construção das narrativas de história de vida

propicia ao profissional docente dar significados e construir novas possibilidades

para sua trajetória de vida, o que Nóvoa (2009), salienta como “a possibilidade de

fazer reaparecer os sujeitos face às estruturas e aos sistemas, a qualidade face à

quantidade, a vivência face ao instituído” (NÓVOA, 2009, p. 18).

A história de vida como método e procedimento para compreender o processo

de formação, respondem a preocupação que apresenta Tardif (2008) e Nóvoa

(2009), nesta perspectiva, para estes autores, é essencial lançar um olhar e

direcionar uma escuta especial para cada sujeito, no sentido de considerar sua

singularidade, experiências e representações, docentes, desencadeadas de uma

trajetória de vida particular e peculiar. Possibilita também a compreensão do

indivíduo como parte de um todo e não apenas como parte de um processo ou

objeto de seu meio e de suas relações, mas sim como agente e ator principal das

suas escolhas, na medida em que o processo de reflexão causado pela experiência

das narrativas remete o sujeito a uma compreensão e assimilação de si.

Deste modo, é preciso dar voz e condições humanizadas, para que os

sujeitos possam se autorizar e tomar posse de seu processo formativo, para

compreender efetivamente quais são os saberes necessários para desempenhar

suas atividades e atingir seus objetivos, conhecer a verdadeira necessidade que o

professor encontra diante de sua prática diária e unir os saberes à prática docente

em suas especificidades, levando em consideração as reais dificuldades vivenciadas

no espaço escolar e institucional, bem como sala de aula como elementos

importantes para a construção da formação estética docente.

33

2 EDUCAÇÃO ESTÉTICA: O LUGAR DO SUJEITO NOS PROCESSOS

FORMATIVOS

Este capítulo dialoga com os referenciais teóricos de Schiller e Gabriel

Perissé respectivamente com os conceitos de Estética e Educação Estética presente

nos processos (auto) formativos como conceitos que propiciam um conhecimento a

respeito do ser humano e seu processo de desenvolvimento de aprendizagem,

juntamente com os pressupostos teóricos da Psicanálise para dar suporte à

compreensão da constituição da subjetividade docente.

2.1 Educação e Experiência Estética: conceituações

A educação é um conceito construído historicamente, que se transforma no

tempo e no espaço, de modo que outros significados vão ocupando lugar para

compreender o desenvolvimento do ser humano. Este processo de transformação

visa a capacidade de modificar ou conservar a realidade a qual se vive, através da

apropriação e produção do conhecimento que favorece a compreensão de que não

existe uma única verdade universal. Essa concepção e, transformação conceitual

repercute nos processos pedagógicos de ensinar, aprender e formar, bem como na

prática pedagógica que estabelece na relação professor, aluno e conteúdo e remete

também a questão da impotência do sujeito.

Para entender melhor este processo, é importante fazer um percurso a

respeito da História da Educação e da Pedagogia, que tem seu inicio na Grécia, com

a Paidéia, que surge no século V a.C., significa virtude. A virtude foi o ideal da

formação do homem grego.

È importante pensar que período da antiguidade, a Filosofia não está

separada da Educação e da Pedagogia. Portanto filosofar era uma atividade

pedagógica. Neste período, o homem é referência para o conhecimento, aponta

para a capacidade do questionamento, com a maiêutica, ou método socrático, tem

como objetivo estabelecer uma preocupação em compreender a razão humana.

Neste sentido, Sócrates, Platão e Aristóteles contribuíram para se perceber que o

objetivo da educação estava em fornecer elementos morais, estéticos, éticos,

políticos e metafísicos que buscam a virtude ou o conhecimento, visando uma

34

formação de homem integral, constituído pela capacidade de compreender através

da lógica e da razão.

Entretanto Platão e Aristóteles encontravam no caráter da virtude um

elemento constituinte para sustentar um regime político e justo de um corpo social

forte. Nesta via, o ideal pedagógico platônico e aristotélico se relaciona com

desenvolvimento das potencialidades do ser. Neste contexto, o conceito de virtude

corresponde ao processo educativo, pelo qual todo cidadão deve ter conhecimento

do funcionamento e aplicação das leis. Para tanto, a educação deveria ser universal,

pública e direcionada a formar o caráter do indivíduo com os valores culturais:

éticos, estéticos e morais cultura.

Segundo Aristóteles, o desenvolvimento da lógica e da compreensão são

resultados dos processos de análise e síntese, indução, dedução e analogia que

contribui para o método lógico de ensinar, como sinaliza Aranha (2006). A

organização do pensamento é uma das suas leis que se estenderá por séculos até a

atualidade com o teatro e sua regra das três unidades: ação, tempo e lugar. Deste

modo, é possível compreender que no processo de formação estão presentes a arte

e o belo na forma de apropriação do conhecimento, enfatizando as questões éticas e

estéticas.

Sobretudo, na Idade Média, o homem ocupa um lugar de produtor do

conhecimento, pelo viés da teologia. Ou seja, o pensamento do homem só existe

em consonância com a revelação do Divino. A idade moderna traz outro marco

importante para a história da educação e pedagogia: a ciência, que revela ao

homem, um lugar de particularidade de sujeito.

Neste cenário histórico, considerando o ato de educar e formar responsáveis

pela formação humana emerge uma preocupação pelos valores morais, éticos e

estéticos. Nesta perspectiva esta pesquisa tem como foco a reflexão sobre os

valores estéticos como fundamentos e fenômenos para a formação humana.

Segundo Alexander Baumgarten, a Estética é considerada uma disciplina

científica, ciência da estética, ciência da percepção, que significa doutrina do

conhecimento sensível. Perissé (2009) aponta que o autor buscava compreender as

sensações confusas, ambíguas e desconcertantes, vivenciadas através das artes,

como poesia, pintura, música, enfim, das artes em geral é a finalidade desta

disciplina.

Na visão de Abbagnano:

35

A Estética é um ramo da filosofia que tem por objeto de estudo a natureza do belo e dos fundamentos da arte. Ela estuda o julgamento e a percepção do que é considerado belo, a produção das emoções pelos fenômenos estéticos, bem como: as diferentes formas de arte e da técnica artística; a ideia de obra de arte e de criação; a relação entre matérias e formas nas artes. Por outro lado, a estética também pode ocupar-se do sublime, ou da privação da beleza, ou seja, o que pode ser considerado feio, ou até mesmo ridículo. (ABBAGNANO, 2000, p. 452)

O autor esclarece ainda que, para os antigos filósofos, a arte e o belo não são

objetos de uma única realidade, pois consideravam que havia uma distinção entre

eles.

Dissemos arte e belo porque as investigações em torno desses dois objetos coincidem ou, pelo menos, estão estreitamente mesclados na filosofia moderna e contemporânea. Isso não ocorria, porém, na filosofia antiga, em que as noções de arte e de belo eram consideradas diferentes reciprocamente independentes. A doutrina da arte era chamada pelos antigos com o nome de seu próprio objeto, poética, ou seja, arte produtiva, produtiva de imagens (Platão, so. 265ª; Aristósteles, Ret., I, 11, 1371 b 7), enquanto o belo (não incluído no número dos objetos produzíveis) não se incluía na poética e era considerada a parte. Assim para Platão, o belo é a manifestação evidente das Ideias (isto dos valores) sendo por isso, a via de acesso mais fácil e óbvia a tais valores (fed., 250e), ao passo que a arte é imitação das coisas sensíveis ou dos acontecimentos que se desenrolam no mundo sensível, constituindo, antes, recusa de ultrapassar a aparência sensível em direção à realidade e aos valores (Rep. X, 598c). Para Aristóteles, o belo consiste na ordem, na simetria, numa grandeza que se preste a ser facilmente abarcada pela visão em seu conjunto (Poet. 7, 1450b35 ss; MET, XIII 3, 1078 b 1), ao mesmo tempo que retoma e adota a teoria da arte como imitação, apesar de, com a noção de catarse, retirá-la daquela espécie de confinamento à esfera sensível a que fora condenada por Platão. A partir do século XVIII, as noções de arte e belo mostram-se vinculadas, como objetos de uma única investigação, esta conexão foi fruto do conceito de gosto, entendido como forma de discernir o belo, tanto dentro quanto fora da arte (1741). Kant estabelece uma identidade entre artístico e belo, ao afirmar que “a natureza é bela quando tem a aparência da arte” e que “a arte só pode ser chamada de bela quando nós, conquanto conscientes de que é arte, a consideramos como natureza.Finalmente, Schelling invertia a relação tradicional entre arte e natureza, fazendo da arte a norma da natureza e não o contrário. (ABBAGNAMO, 2000, p. 365).

No entanto, o nascimento da estética, como disciplina filosófica surge no

século XVIII, e segue um rumo diferente dos conceitos do belo e beleza dos filósofos

gregos, já que as características da estética grega mudam dramaticamente neste

período. O século XVIII é marcado pelo destaque dado à beleza e não à arte.

36

A respeito da arte Herwitz (2010), escreve que a mesma só interessava como

parte da experiência obtida através da beleza. Neste contexto, a experiência estética

passa a ser vista como experiência sensual, ao invés de servir como fonte de

conhecimento. Ainda segundo o autor, neste período, pela primeira vez na filosofia

houve espaço para o questionamento a respeito de “o que é a beleza?”

Esse foi portando, o século da revolução em nome da representação do povo

pelo povo, de forma que todos têm o mesmo valor na sociedade. Deste modo

também, a autonomia é apregoada constitucionalmente, pelo menos para os

homens brancos, demonstrando que existe uma predominância das perspectivas

econômicas sobre os valores humanos. Este também é o século marcado pelo início

da libertação do cerceamento da religião e do controle monárquico, possibilitando as

experiências individuais, que na estética filosófica, consiste em libertar a beleza da

carga do conhecimento, sendo que “a direção para identificar o conhecimento com a

ciência e com a economia torna isso talvez inevitável.” (HERWITZ, 2010, p. 25).

Ainda segundo o autor, o surgimento da estética como disciplina filosófica ocorre

apenas quando o indivíduo passa a ser considerado como a base da experiência do

conhecimento, da vida, podendo a experiência estética brotar como um assunto para

a filosofia, para além do que os gregos já haviam escrito sobre arte.

Nesta perspectiva a experiência da arte é o belo, sendo que o belo é tudo

aquilo que proporciona prazer de forma universal sem conceitos. Sendo assim, a

riqueza da contemplação estética é experimentada, como diz Medeiros (2005),

quando refletimos sobre julgamento estético, remetemo-nos a Kant (1724-1804) que

destaca pensar o outro, posto que o julgamento estético exija dos outros que o

sigam, e isso é preciso porque ele recorre a um sentido que é comum a todos os

homens, o chamado sensus communis. A este respeito Medeiros ainda destaca que

Kant defende que a capacidade estética de julgar acontece com um sentido comum

a todos, como uma reflexão sobre o espírito, como sensação de prazer ou

desprazer, capaz de ser comunicado universalmente, contudo, uma comunicação

sem conceitos, sendo que não existe princípio objetivo que defina o gosto. Desta

maneira, “fundar a ideia de um sentido comunitário, a própria faculdade de julgar o

gosto, que leva em conta todos os outros seres humanos como iguais, pois capazes

do princípio subjetivo do gosto.” (MEDEIROS, 2005, p. 42)

Em outras palavras, para Kant a capacidade de julgar o que é belo é

desinteressada, para isso não pode ser cognitiva, há limite do emprego razão na

37

produção de conhecimento, são duas as fontes do conhecimento humano, a

sensibilidade e o entendimento. Assim, na sensibilidade o indivíduo não precisa

saber nada a respeito do objeto que julga ser belo, no entendimento o belo é

pensado.

Segundo Herwitz (2010), o sujeito pode não ser capaz de explicar as razões

pelas quais gosta ou admira algo, até mesmo comum para todos, sabendo algo

sobre este objeto de admiração ou não. O autor adverte que “isso é sério, na medida

em que a estética torna-se uma atitude em relação ao objeto que dissolve o

conhecimento e focaliza outra parte”. (HERWITZ, 2010, p.69).

Diante do exposto Hegel (1770-1831) esclarece que a dificuldade de se

estudar a Estética é o fato de seu objeto — o belo — ser de ordem espiritual, pois o

belo não é um objeto de existência material, mas subjetiva, inerente à atividade

espiritual de cada indivíduo. Contudo, o autor afirma que esse fato não chega a ser

comprometedor para a compreensão do fenômeno estético, porque o verdadeiro

conteúdo do belo não é senão o espírito. (HEGEL, 1988)

O conceito da arte como meio privilegiado para o acontecimento da verdade

foi evidenciado por Heidegger (2000), em A origem da obra de arte. Na obra de

arte, há um acontecer da verdade, nela, se manifesta o horizonte de significação no

qual se abre o ser, a fonte luminosa a partir da qual os homens veem com seu olhar

interior.

Nesta perspectiva Dufrenne (1972), considera que o objeto da Estética é o

belo, com a condição de significar certa relação do mundo com a subjetividade, uma

dimensão do mundo: ele não me propõe uma verdade a respeito do mundo,

descortina-me o mundo como fonte de verdade, como se o real só se entregasse

pela magia do irreal.

Nesta medida, Adorno (1988) propõe uma teoria estética que é, ao mesmo

tempo, crítica e filosófica. Ele considera que a arte encontra-se em estado de

paralisia. A própria autonomia da arte volta-se contra ela. Segundo o referido autor,

a arte está no âmbito das mercadorias e serve como veículo ideológico ao poder

social.

Em Adorno (2000), vê-se que um prazer momentâneo e supérfluo é oferecido

aos indivíduos pela imagem estética advinda da indústria cultural. A questão da

tecnologia é um exemplo concreto e cotidiano, basta observar a situação dos

aparelhos adquiridos que, em pouco tempo, tornam-se obsoletos. Existe ainda a

38

exigência de que os indivíduos comprem os outros aparelhos, que trazem o apelo

das novidades. Neste contexto, a técnica está, sem dúvida, a serviço do capital.

Neste sentido, o autor ainda aponta que o pragmatismo tem um sentido

negativo, pois procura impedir a emancipação do indivíduo, colocando-se a serviço

da (semi) formação. Segundo o pensamento do autor, ele busca enxergar o

presente, pois pretende se posicionar diante da sociedade e, ao mesmo tempo,

tenta encontrar estratégias que possam provocar rupturas com as ideologias

consequentes da indústria cultural. Portanto, a palavra Estética deveria ser

destituída do seu significado de leveza ou docilidade. Conforme o autor, esta palavra

deveria ser incorporada com o significado de “um modo de existir no mundo”, que

fizesse com que o indivíduo compreendesse a vida e o outro, considerando sempre

as inclinações, as possibilidades e as limitações desse outro e, ainda mais,

reconhecendo-lhe o valor.

Schiller, filósofo do século XVIII, em suas Cartas sobre a Educação Estética

do Homem, escritas de 1791 a 1793, questionou os princípios da Ciência Moderna.

Esta obra é tida como a primeira interpretação e crítica global da Modernidade feita

a partir de um registro estético, de que o pensamento moderno reforça o racional e

ignora o sensível, considerando a arte como valor menor no campo do

conhecimento.

Para Schiller (2002), aponta para a arte como caminho para a humanidade,

ela possui leis eternas e modelos imortais que não pertencem a um tempo certo e

definitivo. “As leis da arte não são fundadas em formas mutáveis de um gosto de

época contingente e amiúde totalmente degeneradas, mas no que há de necessário

e eterno na natureza humana, nas leis originárias do espírito” (SCHILLER, 2002,

p.149). Nesta perspectiva é possível compreender a estética, através da

contemplação do belo, essencial para promover a transformação da sociedade,

como revela o filósofo e pensador Schiller (2002) que apenas assim nascerá o

homem ideal, como aquele que supera as necessidades primordiais da natureza e

se amplia por meio de uma cultura que revele a beleza, nesta perspectiva

recomenda a urgência da educação da faculdade do sentir e, por conseguinte a

Educação Estética do homem, enquanto Kant posiciona seu pensamento no eu,

Schiller percebe a pessoa integrada ao mundo.

39

A estética, como elemento de mediação, unifica a realidade constituindo o

único modo de tornar racional o homem sensível, entre os quais se estabelece um

jogo.

O ideal da beleza decorre do ideal de humanidade, esta se realiza na energia concordante das forças sensíveis e espirituais, e na beleza, estas forças opõem-se mutuamente, sendo necessário, portanto partir desta oposição sem permanecer no esquematismos dos filósofos, que se pendem ora ao sensível, ora ao racional, perdendo de vista a unidade do todo, já que, como afirma na 18º Carta, aqueles querem pensar a beleza do mesmo modo como ele actua, estes querem fazer com que ela actue do mesmo modo como é pensada. (PEQUITO, 1995, p. 195)

Nesta perspectiva, Schiller (2002) reconhece a totalidade do homem em sua

natureza dúbia: a racionalidade e a subjetividade. O autor evidencia dimensões

opostas como a razão e o sensível, o universal e o particular, a pessoa e o estado, a

alma e o corpo, o infinito e o finito, o uno e o múltiplo, o tempo e a eternidade, a

forma e a matéria. A relação é estabelecida pela tensão existente entre opostos,

entre as partes, a estética como entre meio do impulso lúdico, como uma tensão

entre a razão, como impulso formal e o impulso sensível, como sensações. Nesta

dinâmica o autor esclarece que a razão é que promove ao homem a procura da

justiça pela verdade, motivando-o a buscar pela perfeição e pela superação de sua

natureza selvagem. Para o referido autor, há tendências a dois impulsos: o impulso

formal e o impulso sensível.

O impulso formal é a representação da mente e dos pensamentos, sendo a

manifestação da racionalidade, aparentemente imutáveis, pois não pertence ao

tempo. Este impulso clama por unidade e permanência, a procura de conteúdo e

sensibilidade para não reter a característica da dureza.

Já o impulso sensível está relacionado ao corpo, se expressa pelos sentidos e

está ligado ao tempo. Está conectado ao instinto e à sensibilidade, esse impulso

também chamado de Vida, busca a forma que se encontra na razão, para que não

se torne simples impressão da realidade. Para que o instinto não se transforme em

fanatismo, precisa de personalidade.

Para que esses dois impulsos, inerentes ao homem, possam se relacionar é

necessário a intermediação do Belo, na forma de uma Educação Estética que

condicione ao impulso lúdico, o que para Schiller (2002) é o sinônimo de

humanidade. É nesse estado que o homem se experimenta e é forma viva, como um

40

conceito que assinala a beleza. Para tanto seria preciso “que sua forma fosse viva e

sua vida, forma. Somente quando sua forma vive em nossa sensibilidade e sua vida

se forma em nosso entendimento o homem é forma viva.” (SCHILLER, 2002, p.77-

78).

Sendo assim, a arte e a educação podem ser vistas como formas de resgate

da razão e da emoção reprimidas ou desvirtuadas para uma reformulação que tente

no mínimo humanizar a sociedade. Neste viés, a beleza pode ser o fio condutor para

a esperança de resgate e um objetivo de luta pela liberdade, para a autonomia.

Conforme Schiller (2002), a estética se encontra nos objetos e na natureza,

considerando o belo como algo objetivo e sua percepção como subjetiva.

No estado físico, o homem apreende o mundo de forma passiva, apenas o

sente. No estado estético, ele o coloca fora de si ou o contempla, sua personalidade

se desloca, e o mundo surge diante de si. A contemplação, numa espécie de

reflexão, é a primeira relação liberal do homem com o mundo no qual está inserido,

abrindo caminho de uma realidade comum a uma realidade estética e passagem dos

meros sentimentos vitais a sentimentos de beleza, do sentir.

Schiller (2002) defende que a beleza seria o reflexo da liberdade e um dos

meios para o estado ético do homem. Apesar da dicotomia razão e paixão, o autor

entende que tendo a arte e a beleza como meio e perpassando pela materialidade

da realidade, retorna-se ao ideal humano com integralidade. Estabelece ainda como

fio condutor de seu pensamento, o entrelaçamento dos conceitos de impulso

sensível, formal e lúdico e indica a Educação Estética como meio para a conquista

do homem ideal, que domina sua natureza selvagem e busca a humanidade com

ética. A harmonia, o alcance pedagógico e antropológico é o desenvolvimento da

humanidade plena.

Deste modo, o pensamento científico também é estético, pois “toda teoria

científica projeta imaginativamente nossa experiência em campos que ainda não

pudemos experimentar" (BRONOWSKI, 1998, p. 48). O autor aponta que tudo o que

é criado, tanto na arte como na ciência, seria uma extensão da experiência do

sujeito para novos campos, afetando-o profundamente na dimensão cognitiva e

sensível, no campo mental e emocional.

Perissé (2009) apresenta o objeto e a natureza da estética:

41

A Estética volta-se para a realidade como um todo, atenta ao belo ou ao que de algum modo manifesta beleza, harmonia, impacto ou grandeza: obras de arte, elementos da natureza, o corpo humano, objetos em geral. E o faz reflexivamente, filosoficamente, recolhendo e elaborando o que os sentidos em particular (a visão e a audição) nos transmitem de prazeroso. (PERISSÉ, 2009, p. 24).

Deste modo, a noção schilleriana da estética não é apenas o que se refere à

razão,

mas o que há de irredutivelmente subjetivo em qualquer representação, seja ela sensível ou empírica, seja ela um conhecimento teórico ou até uma ideia moral da razão. O estético é, por conseguinte, o próprio sentimento de harmonia do espírito consigo mesmo quando as suas faculdades se relacionam entre si num livre jogo este que, não estando sujeito a leis determinadas de caráter lógico ou moral, não é todavia totalmente anárquico e sem lei. (SANTOS, 1996, p. 213).

Neste viés, Santos (1996) esclarece que a dimensão da Educação Estética é

vista como constituinte da humanidade, sendo ela responsável pelo

desenvolvimento harmonioso e completo de todas as faculdades do sujeito. Ele

também ressalta que Schiller dá prioridade às faculdades de mediação, a

imaginação e o senso comum estético, que apresentam como a principal

característica de mobilizar os recursos do ânimo e de promover um jogo livre e

harmônico. Outro aspecto defendido por Schiller é que o homem, só é homem, em

todos os sentidos, quando joga.

Sendo assim, o alcance da dimensão da Educação Estética nos processos

pedagógicos está inscrito no conjunto das potencialidades e faculdades humanas e

é mesmo o agenciador do próprio desenvolvimento harmonioso destas. Nesta

medida a dimensão da Educação Estética consiste no próprio conteúdo como

finalidade da educação, o ambiente do processo educativo, ou seja, os espaços, os

objetos, os instrumentos que constituem o meio pedagógico afetam a educação,

referindo-se aos edifícios e ambientes escolares, à sua implantação urbanística, os

meios culturais e humanos onde se vive.

A dimensão estética portanto, pode ser considerada como o mediadora

pedagógica, que possui como principal objetivo formar a capacidade sensível e da

razão e também reconhecer o poder da sensibilidade e da imaginação, além do

significado da dimensão, que se traduz na capacidade de exibir no sensível a forma

e a liberdade exigidas por uma educação intelectual e racional.

42

Do ponto de vista pedagógico, a proposta de Schiller pode ser considerada

ainda como a própria finalidade e horizonte da educação entendida como o

desenvolvimento harmonioso de todas as potências anímicas e faculdades

humanas, que apresenta a presença de um conflito entre o interesse da espécie e o

interesse dos indivíduos. Entretanto deve-se promover o desenvolvimento da

autonomia e da emancipação contemplando a Educação Estética.

A Educação Estética é, por certo também, a educação para a arte e pela arte,

assim sua ideia corrige o próprio entendimento corrente da arte e da prática e da

educação artística, entendida como habilidades específicas de faculdades isoladas,

contudo sente-se a falta do sentido da harmonia das diferentes faculdades e

dimensões do humano: sensível, estética, razão.

O sensível se manifesta diante do arrebatamento porque algo acontece no ser

humano, porque há uma fruição dos sentidos de abertura para os valores estéticos

que de fato fundamentam a ação do homem diante do mundo. Na experiência do

arrebatamento, há um choque. Aquilo que nos ocorre por meio do gosto ou desgosto

demandam a nossa atenção e entendemos como uma experiência estética, como

aponta Perissé (2009): “gostemos ou não do que estamos vendo ou ouvindo,

sempre nos ensina algo sobre a nossa humanidade”. (PERISSÉ, 2009, p. 90).

Formação estética não é, portanto, satisfação caprichosa do gosto, pura e simples

busca do que agrada. É “Compreender e saber o porquê dos desgostos é um modo

concreto de definir em sentido inverso os critérios de escolha” (PERISSÉ, 2009, p.

47).

Pensar sobre o que nos ocorre inaugura um movimento da curiosidade

estética para a curiosidade epistemológica, nos diz Paulo Freire (2011), para quem o

processo de construção e produção do conhecimento estrutura-se em duas

características: curiosidade estética, aquilo que é percebido pelos sentidos, a

curiosidade epistemológica, aquilo que é possível compreender, para buscar

explicações para os fenômenos naturais, sociais, culturais, nos quais estamos

inseridos.

Desta maneira, o domínio da liberdade plena, se converge em uma estética

sem coação, que pode ser vista também como o espírito de toda a educação, isto é,

o modo e a atitude envolvidos no agir pedagógico. Ainda para Schiller (2002), a

Educação Estética deveria fomentar uma revolução total da maneira de sentir,

tornando-se assim a maior de todas as obras de arte, a construção de uma

43

verdadeira liberdade política. Esta proposta aponta para uma mudança, uma

transformação estética da própria política e, por ela, de toda a cultura, sem que isso

tenha significado de uma esteticização da vida ou uma absolutização do estético.

2.2 Formação estética: um limite do desenvolvimento da autonomia e

emancipação dos sujeitos à luz da psicanálise

A concepção de sujeito na contemporaneidade segundo Hall (2006), é

compreendida em várias dimensões da identidade e algumas delas, um tanto

equivocadas e também distorcidas, pois o autor cita que, de um lado temos um

sujeito estável, de outro, o vemos permeado por questões não resolvidas. O autor

esclarece ainda que o conceito de sujeito sofre grandes abalos, quando Nietzsche

desconstruiu a noção de sujeito moderno e Freud (2007) revelou que o ser humano

é dominado por impulsos.

A desconstrução da noção de sujeito também provoca a desconstrução do

processo de desenvolvimento da autonomia e emancipação dos sujeitos. Estamos

também condenados à vulnerabilidade da autonomia de nosso corpo. Anjos (2005)

aponta a questão da vulnerabilidade para uma compreensão mais profunda da

autonomia. A autonomia é uma empreitada que não ocorre sem a vulnerabilidade

hospedada em seu corpo, a corporeidade. Isso significa perceber as implicações do

vir-a-ser da independência à dependência de aparelhos ou medicamentos como

recurso de sobrevivência à doença: mal de Parkinson, câncer, mal de Alzheimer,

esquizofrenia e outras doenças mentais que interferem na autonomia dos sujeitos. O

que leva ao conceito de dignidade, coimplicado na relação eu-outro. Assim, “no

espelho da dignidade, podemos nos ver com entusiasmo em nossa corporeidade.

Mas com realismo se descobrirá ali a necessidade de aprender a lidar com a própria

vulnerabilidade e a dos outros”. (ANJOS, 2005, p. 327).

Embora a vulnerabilidade pareça tipicamente hospitalar, ocorre também na

escola e universidade. “No contexto da escola, a vulnerabilidade dos alunos consiste

em supostamente não saber o conteúdo a ser ensinado pelo professor, também

vulnerável em não saber como o aluno aprende”. (AMORIM-NETO;

BERKENBROCK-ROSITO, 2007, p. 623).

Nesse sentido, faz-se necessário um olhar à complexidade da formação e dos

espaços educacionais que acolhem o sujeito, requer um cuidado e uma reflexão

44

permanente a respeito das práticas e objetivos, que concebem formação de

professores, como um processo de interação contínua e uma dialética constante, no

que diz respeito ao desejo, representação profissional e sujeito.

Freud, criador da Psicanálise, no final do Século XIX, revela a existência de

uma dimensão inconsciente que está para além do consciente na psique humana.

Garcia-Roza (1991) esclarece que para adentrar as questões, que remetem à noção

de sujeito e subjetividade na Psicanálise, devem-se considerar os registros do

aparelho psíquico como duas dimensões que não admitem separação entre si, a

saber: o aparelho psíquico e o campo das pulsões.

A psicanálise surge no berço da modernidade, período em que o discurso da

ciência substitui o discurso teológico e a noção de subjetividade passa a ser

dominada pela razão, portanto, conduzida pela consciência. O referencial de sujeito

centrado no eu e na consciência é o marco do sujeito cartesiano: "penso, logo sou",

que atribui ao eu o domínio do ser humano, desconsiderando o conceito de

inconsciente, ficando este reduzido a uma espécie de consciência desconhecida.

A filosofia ocidental define o sujeito como "o sujeito do conhecimento, do

direito ou da consciência", e que desde "René Descartes (1596-1650) e Immanuel

Kant (1724-1804) até Edmund Husserl (1859-1938), o sujeito é definido como o

próprio homem enquanto fundamento de seus próprios pensamentos e atos"

(ROUDINESCO; PLON, 1998, p. 742).

A partir da tese de Freud, há uma desconstrução do conceito de sujeito

atribuído por Descartes, que afirma: “Penso, logo existo.” O pensar consiste a

questão da existência humana, permitindo ao ser pensante a apropriação de uma

identidade de si. Neste sentido, o “eu sou”, fruto do conceito de sujeito cartesiano,

encontra resposta na razão, que resulta na construção da realidade a qual vive o

homem. É neste ponto que a Psicanálise provoca uma reviravolta ao desconstruir o

conceito de sujeito cartesiano, pois, para Freud, pensar não significa ser, haja vista,

que sou onde também não penso, e o fato de eu pensar não garante que eu seja.

A noção de sujeito em psicanálise é no mínimo, causa do desejo. Em outras

palavras, o sujeito não é tudo o que diz, porque não sabe tudo sobre si, na medida

em que está sempre atravessado pelo inconsciente e nesta via, não pode e não

sabe tudo sobre si. A representação não é mais espelho do mundo e o único lugar

da verdade como no pensamento cartesiano. Para a psicanálise, representação não

se resume a imagem especular do mundo como única verdade em relação às

45

coisas, mas como uma construção que opera sentido ao mundo e ao próprio sujeito.

Nesse sentido, o sujeito não é racionalidade pensante e puramente consciente.

Freud, ao estabelecer o conceito de inconsciente, enfraquece a noção de sujeito

cartesiano enquanto sujeito da razão, além de inaugurar uma concepção de ser

humano e, consequentemente, outra noção de personalidade humana:

Segundo a Psicanálise somos seres que possuímos um universo de desejos e necessidades que não conhecemos. Tudo o que pensamos e queremos é apenas uma parte do que realmente somos. Grande parte de nós encontra-se oculta no inconsciente reprimida por nosso superego (moral de uma sociedade, cultura). Trata-se de uma versão da personalidade humana que rompe com o racionalismo e mostra não sermos donos da verdade que julgamos conhecer a respeito de nossas motivações, nossos gostos, amores e ódios. Isto porque nossas escolhas conscientes são profundamente influenciadas pelas energias inconscientes reprimidas. (CUNHA, 2008, p. 2).

A tese fundamental de Freud a respeito da subjetividade remete a questão da

realidade psíquica como constituinte da identidade humana e esta desconstrói a

ilusão de domínio total construída pelo homem em sua história, pois o “Eu, não é

senhor de sua própria casa” (FREUD, 2007, p. 178).

Estabelecendo uma relação com o campo da educação e formação de

sujeitos-cidadão, Cunha (2008) traz à reflexão o seguinte:

A Psicanálise mostra pois as questões objetivas-método, planejamento, conteúdos das matérias etc... são que menos importa no ato de educar. Os ensinamentos psicanalíticos dirigem nossa atenção para o vasto e complexo mundo subjetivo oculto no interior de professores e alunos, cada qual sofrendo consequentemente a pressão de seus respectivos desejos, muitos dos quais atingidos pela repressão. [...] O professor que conhece a Psicanálise sabe que o conhecimento está sempre permeado pelo desejo. Se os fenômenos que dizem respeito ao ensino e aprendizagem possuem, por um lado, componentes inscritos no campo intelectual, possuem também toda uma carga emocional, em grande parte inconsciente. E isto tem a ver com o universo psíquico do professor detentor e transmissor dos saberes formalizados, quanto com o do aluno, para quem estes saberes são destinados. (CUNHA, 2008, p. 4).

A Psicanálise chama atenção para os limites da educação e sugere uma ética

e uma estética na compreensão da aprendizagem como fenômeno psíquico. O

aparelho psíquico é composto pelas dimensões pré-consciente, consciente e

inconsciente, onde se encontra o nível das representações, considerado como lugar

46

da subjetividade propriamente dita. Entretanto, não há como separar este do campo

das pulsões, que também constitui o aparelho psíquico a partir de sua articulação

com o registro do simbólico e, portanto, à linguagem. Deste modo, o campo das

pulsões está vinculado e implicado na constituição do aparelho psíquico.

O discurso freudiano considera que “toda a vida psíquica é dominada por três

polaridades, as oposições entre: Sujeito (eu); Objeto (mundo exterior) Prazer-

Desprazer; Ativo-Passivo” (FREUD, 2007, p. 157). Neste movimento, coexistem as

polaridades psíquicas: estão presentes as conexões mais relevantes o tempo todo,

estabelecendo entre si as mais significativas relações e conexões e ainda submetem

as moções pulsionais às suas influências.

Uma constatação a respeito do regime de funcionamento do inconsciente é

apresentada por Garcia-Roza (1991), ao dizer que Freud situa a psicanálise, do

início ao fim de seu percurso, no registro da linguagem, delimitando o que chamou

de parábola freudiana, o surgimento do sujeito a partir da linguagem. Essa

constatação seria evidenciada através do processo primário e seus mecanismos de

condensação e deslocamento, das leis de associação dos traços mnêmicos

descritos por Freud (2007) para a formação dos sonhos, ou, ainda, pela afirmação

freudiana de que o sonho importa pelo seu relato. Sendo assim, é o discurso sobre o

sonho, e não o sonho por si mesmo, que pode ser interpretado como da ordem da

realização de um desejo.

Dor (1989) destaca que o retorno a Freud, proposto por Lacan, sintetiza esse

aspecto da articulação freudiana no campo da linguagem, afirmando que as

descrições de Freud sobre os processos psíquicos inconscientes estão submetidas

à linguagem e à sustentação desta na transferência, pois "é na palavra que o

inconsciente encontra sua articulação essencial". (DOR, 1989, p. 11-12).

A palavra objeto, na concepção freudiana, designa rigorosamente uma

“representação inconsciente prévia à existência de outrem, uma representação que

já se ache ali e na qual virá escorar-se a realidade externa da pessoa do outro ou de

qualquer de seus atributos vivos” (NASIO, 1995, p. 103). Em consonância a esta

concepção, Garcia-Roza (1991), salienta que: “é a palavra que constitui o objeto

como objeto, e é este que fornece à palavra seu significado” (GARCIA-ROZA, 1991,

p. 31).

Na psicanálise, Lacan ao retomar o conceito freudiano de sujeito, destaca a

noção de sujeito dividido. Um sujeito clivado, dividido pelo efeito da linguagem,

47

submetido à arbitrariedade da língua. Barthes (1997) aponta para essa

arbitrariedade destacando os efeitos do poder:

a língua, como desempenho de toda linguagem, não é nem reacionária, nem progressista; ela é simplesmente: fascista; pois o fascismo não é impedir de dizer, é obrigar a dizer. Assim que ela é proferida, mesmo que na intimidade mais profunda do sujeito, a língua entra a serviço de um poder. (BARTHES, 1997, p. 14).

Portanto, língua, instaura uma ruptura. O sujeito conviverá sempre com a

divisão entre o consciente e o inconsciente. É o sujeito do inconsciente que emerge

na enunciação. Uma enunciação polissêmica, constituída na multiplicidade de

sentidos. O inconsciente nesta leitura não funciona como um receptáculo de

conteúdos de instintos determinantes da vida subjetiva, porém, como instância da

letra para produção subjetiva. Os conteúdos inconscientes são marcas necessárias

para a produção de novas configurações, assim como o conhecimento da língua é

indispensável a quem quer aprender falar, escrever ou ler o novo.

Lacan fundamentado no contexto científico criado pelo Estruturalismo, sob a

influência e efeitos da teorização de Lévi-Strauss, explora três registros da realidade

humana: simbólico, imaginário e real.

O imaginário é o registro da formação ideológica. É através desse registro

que o sujeito se sustenta, por ser base da constituição do eu. O imaginário é,

portanto, entre outros, a sede das imagens, ilusões, alienações, tem a ver com o que

é da ordem especular, da ordem primária, onde a criança constrói a imagem de si a

partir do olhar do Outro, por meio dela o sujeito se apresenta.

O Simbólico é o registro da linguagem e estabelece o lugar das

representações psíquicas. Neste lugar, o sentido nunca é absoluto, nem mesmo a

palavra, pois provoca ambivalência e sempre denota duplo sentido, a homonímia,

quando uma mesma palavra possui dois sentidos. Ao dizer algo, não se tem mais

controle, uma vez que esta fala será interpretada pelo outro das mais diversas

formas, pertencendo ao registro do simbólico, nos exemplos de polissemia, de

criatividade da língua. O que é falado não dá conta e não assegura o sujeito que

fala, de que o outro recebeu a informação na medida em que se pretendia. Para

Marini (1990), a "dependência do sujeito a uma ordem que o ultrapassa e que está

na sua origem - o Simbólico" (MARINI, 1990, p.59).

48

A dimensão do conceito de real para Lacan refere-se ao indivizível, ao

inacessível, o que não se pode dar conta. Não é da ordem da realidade, antes, é

algo que escapa a ela, não é possível ser simbolizado. O real é da ordem do

impossível, não pode ser dito, alcançado, controlado. É algo que não cessa de se

inscrever, insiste o tempo todo a partir do processo de repetição.

Garcia (1998) ressalta que nos anos de 1960, a Psicanálise de Lacan foi

dirigida na Universidade de acordo com o projeto estruturalista:

a Antropologia e a Linguística muito se beneficiaram. Pois essas disciplinas em matéria de real, só contam com o que é simbolizado, só contam com o simbólico. Daí se pensar: o que não foi simbolizado não existe. (GARCIA, 1998, p.17).

Lacan (1986) contempla contribuições da tradição filosófica alemã, em

especial, Heidegger e Hegel, a linguística estrutural de Ferdinand de Saussure, o

estruturalismo de Lévi-Strauss, como fundamentos do desenvolvimento de suas

próprias formulações teóricas, sobre a noção de inconsciente e de sujeito, a partir de

sua releitura da psicanálise da obra de Freud.

Quando Lacan (1986, p. 25) postula que "o inconsciente é estruturado como

uma linguagem", e, "o sujeito é efeito do significante", ele segue os passos de Lévi-

Strauss, indicando a existência de um sistema de relações pré-existentes ao sujeito

e de uma ordem significante que o antecede, o Outro, como lugar dos significados

que lhe precede, está já tomado pela linguagem. Sob a influência de Lévi-Strauss, a

definição de inconsciente em Lacan “não era o lugar de pulsões, nem de energia,

mas um lugar de função simbólica. Para Lévi-Strauss a distinção entre natureza e

cultura marca a emergência da função simbólica.” (GARCIA, 1998, p. 18).

O autor ainda aponta que Lévi-Strauss toma a estrutura da língua como

modelo para suas explicações antropológicas dos fenômenos humanos. Os

aforismos lacanianos apontam para a relação e aproximação entre os mecanismos

de funcionamento da linguagem e do inconsciente, indicando a existência de regras

estruturais comuns entre ambos.

Neste sentido, Lacan (1998), a partir do “Discurso de Roma” pronunciado em

setembro de 1953, utiliza-se da Linguística como paradigma de análise dos

fenômenos do inconsciente, ressaltando a importância da linguagem em sua leitura

a respeito da obra de Freud. Segundo Jorge e Ferreira (2005) “Lacan parte da

49

evidência de que a linguagem, a cadeia simbólica, determina o homem antes do

nascimento e depois da morte” (JORGE; FERREIRA, 2005, p. 44).

Por essa razão, Lacan insiste na sujeição do homem à linguagem, uma vez

que a estrutura da linguagem pré-existe ao sujeito; seja qual for à língua que tenha

que aprender para se comunicar com seu meio sociocultural, a criança não a

modifica, pois, esta submetida a ela, como aponta Miller (2002).

Nesta perspectiva, temos também a colaboração de Pereira (1998) diz que

Lacan introduz uma noção intermediária que é a do discurso, influenciado pelos linguistas. O discurso é um determinado grupo de fala decantado e sedimentado pela história, é a realização individual de todo social que há na língua. Sempre heterogêneo o discurso. [...] O sujeito é constituído a partir dos efeitos do discurso, a partir das interrelações sociais, do encontro de um sujeito com um outro, a produzir discursos, efeitos de atos individuais. Assim, um sujeito é constitutivamente heterogêneo, de uma incompletude fundante que mobiliza o desejo de completude, aproximando-o do outro na esperança de restaurar uma totalidade inatingível. (PEREIRA, 1998, p. 182-183).

No sentido, que o discurso traz à tona o lugar da subjetividade que é da fala,

o autor ainda esclarece que:

O discurso é assim, a organização da comunicação, sobretudo da linguagem específica das relações do sujeito com o outro, com os significantes e com o objeto, que são determinantes para o indivíduo e que regulam os vínculos sociais. O sujeito não é o homem para a Psicanálise, nem é o indivíduo que muda em função das peripécias da história Chemama (1995). A busca, por conseguinte, do sujeito autônomo, ideal, senhor de seus atos e agente da história, à luz da Psicanálise (e também por depender da linguagem, uma vez sendo efeito do discurso), pode se tornar um empreendimento utópico, pois a universalidade não sabe de tudo. O discurso do sujeito sempre deixará um resto cuja verdade particular é meio dita. (PEREIRA, 1998, p.183-184)

Pêcheux (1997) em seus estudos sobre Análise do Discurso, indaga sobre o

sujeito ser aquele que surge na fagulha de um instante, durante o qual o ego-eu

vacila. O autor revela que ao falar da forma-sujeito, existem dois equívocos ou

ilusões constitutivas do sujeito do discurso.

Henry (1992) mostra que “o sujeito é sempre e ao mesmo tempo, sujeito da

ideologia e do inconsciente e isso tem a ver com o fato de nossos corpos serem

atravessados pela linguagem antes de qualquer cogitação” (HENRY, 1992, p. 188-

189). Neste sentido, Pêcheux (1997), Henry (1992) e Pereira (1998) se aproximam

50

do que Lacan (1986) diz sobre a questão de o inconsciente ser estruturado como

linguagem.

No campo da Educação, utiliza-se do instrumento da palavra. A palavra

estabelece vínculos no processo de comunicação, constrói e reconstrói os sujeitos,

portanto, não existe educação sem a palavra. Toda produção de sentido da palavra,

é da ordem do simbólico e está regido por meio de significantes. Assim como a

comunicação não verbal, expressa por gestos ou olhares, inscreve-se no simbólico,

sendo constituinte do mundo da linguagem. Nesse sentido, a fala, decorrente de

uma cadeia de palavras, tal como o discurso escrito, permite o plano do significante

se destacar da significação. Assim sendo, a palavra é o princípio epistemológico e a

fala é necessária para evidenciar a primazia do significante sobre as significações, a

palavra e o processo de verbalizar proporcionam tornar consciente o inconsciente.

A linguagem se constitui como uma das referências fundamentais para a

compreensão de como o homem se relaciona e se articula com a sociedade a qual

pertence, através da relação que o mesmo estabelece com a língua e com a

linguística, que reflete um modo particular de lidar com a realidade. Nesta via, a

hermenêutica possibilita o poder de apropriação ao conhecimento, na medida em

que permite ao homem a liberdade de se relacionar com o objeto, pela compreensão

e interpretação ao qual poderá ser dado sentido e significado ao mesmo.

O ato de tomar a palavra como instrumento para produzir um discurso de si,

implica primeiramente numa construção de uma imagem pessoal e do outro o qual

será direcionado o discurso. No entanto, não é necessário que o sujeito que narra

faça um autorretrato de si, nem mesmo que explique palavra por palavra a respeito

daquilo que compreende como sendo ele, porque, tudo isso não daria conta de dizer

sobre ele, pois sua apresentação se encontra mais, no seu estilo, na maneira de se

relacionar e se comunicar com outras pessoas, por suas competências linguísticas,

suas crenças que são suficientes para construir uma representação de si. Assim,

encontramos no discurso, através dos ditos e não ditos uma revelação a respeito de

um modo de ser na pessoa que narra.

No espaço escolar não se costuma considerar um lugar de fala ou de voz

para professor e alunos. A esse respeito, ressalta Elia (2004), o fato de não se levar

em conta o que o docente ou discente quer dizer, ou o que precisa dizer, significa

não levar em conta a dimensão de um inconsciente que está presente nos sujeitos.

51

O discurso que se apresenta pelas narrativas discentes, nesta pesquisa de

origem (auto) biográfica, tem sua estrutura construída na palavra, que possibilita

uma forma de apresentação da realidade estabelecida pela cultura com a qual o

homem se articula e é articulado.

Nessa direção, o uso de narrativas escritas, orais e pictóricas são formas

singulares pelas quais, sujeitos se mostram e se apresentam ao mundo e por

consequência os significam. Segundo Bruner (1997; 2001), as narrativas são modos

estabelecidos pela cultura na qual pessoas interpretam o mundo, dando uma ordem

temporal a ele, e significando-o. Neste sentido, o autor dá ao significado uma

particularidade singular, como produção única que cada pessoa constrói a respeito

de suas experiências.

Já Benjamim (1992) mostra que a experiência e a narrativa se misturam, e

assim formam um jeito de expressão da vida do sujeito, pois a narrativa de vida

permite realizar uma reformulação subjetiva da experiência vivenciada e, a este

processo afirma o autor, é possível uma recomposição a respeito da história de vida.

Halbawachs (1990) também contribui com esta discussão, ao esclarecer que

que a memória se apoia em fatos do passado, vivenciado e compartilhado com

grupos, a esse processo ele denomina de comunidade afetiva. O sujeito ao ser

convocado ao resgate de memória em relação a sua trajetória, por exemplo, familiar,

educacional, pessoal e profissional. Essas memórias-lembranças-recordações

manifestam-se não o que queremos e nem como queremos. É comum vir à tona

alguns fatos considerados pelo autor da narrativa como banais e isso o toma de

maneira imperiosa. Já outros, considerados como marcantes, aparecem velados e

escapam, mesmo diante do esforço consciente de rememoração, são fragmentos

que compõe uma história de vida e marcas que compõem a singularidade de cada

um.

Nessa perspectiva, compreender o sujeito das narrativas é preciso conceber

que este se constitui a partir das relações, ocupando um determinado lugar, a partir

do lugar dos outros; processo de identificação. Desta forma, Pereira (2003)

acrescenta ser este Outro (maiúsculo), o lugar simbólico da falta, o desejo. Sujeito

na concepção do autor é uma falta-a-ser, um descontínuo, algo que remete a

incompletude.

A busca por lembranças remete a um lugar de partida conduzido pelas

experiências mais profundas ou superficiais, que permite um resgate da memória,

52

fazendo assim, advir representações de situações tanto reais, como realidade, tanto

como ficcional, vindas das representações de um vir a ser, ou de um ter sido.

Não é estranho que o narrador não se dê conta do seu percurso com

precisão, pois, o que é da ordem do inconsciente, não aparece na razão, emerge de

alguma forma pelas sensações do sujeito, quando sente que muitas vezes não

consegue explicar de onde vem, por que, esse algo que lhe toma e lhe paralisa para

um pensar mais profundo, ressignificando e redirecionando sua narrativa escrita, seu

discurso.

2.3 A estética das narrativas: o lugar da subjetividade nos processos (auto)

formativos

Pensar a subjetividade a partir dos estudos da psicanálise, em Freud e Lacan

(1986), significa compreender que o sujeito é um ser social que se subjetiva por

meio das representações que são estabelecidas na relação com o outro da mesma

espécie que lhe transmita a produção de significantes. O sujeito é, portanto, reflexo

de um ato construído num circuito que demanda o outro e o convoca, na busca da

completude. O ato de relembrar retoma e redireciona a questão da alteridade, pois

ao narrar, o sujeito direciona seu discurso ao outro, e assim, produz uma direção

para si. Nesta via, o discurso ocupa um lugar que conduz as possibilidades para

construções subjetivas. As referências que o sujeito tem para pensar o mundo, são

construídas de representações simbólicas e imaginárias que remetem à falta, ao

desejo, que lhe é fundante desencadeada pela cadeia de significantes, marca que

encontra no outro.

Segundo Costa (2001), uma das funções da memória é promover uma ligação

duradoura entre o sujeito e seu “eu”. Desta forma, trabalhar com a análise da

memória educativa abre caminhos para reconhecer na constituição da identidade e

subjetividade fatos e experiências experimentadas como aluno para identificar como

esta identidade pode ser desveladora de manifestações e posturas em sala de aula.

Neste sentido, Fontana (2003) complementa dizendo que o processo de

construção da identidade da pessoa e do profissional é histórico. Neste sentido, é

necessário considerar o significado que tem as representações sociais nos

percursos da caminhada e no projeto de vida dos indivíduos, os quais desencadeiam

53

uma complexidade das definições dos elementos objetivos e distintos, que movem

os sujeitos para a construção do eu pessoa, eu profissional.

As vivências em sala de aula, o percurso profissional e pessoal de cada

sujeito, bem como a troca de experiência com seus colegas permitem apropriações

de alguns saberes simbólicos se tornam saberes objetivos, diante de uma

determinada vivência. Tardif (2008) ressalta a importância de uma reflexão a

respeito das possíveis questões que envolvem o conhecimento dos professores, o

saber e o saber-fazer no ambiente escolar, bem como as competências e

habilidades que devem servir como base e direção na prática docente. A proposta

que o autor indica, é uma mudança do olhar do pesquisador, possibilitando assim,

uma percepção na qual o professor deixa de ser visto como objeto do conhecimento

para ser sujeito (das pesquisas) construtor e produtor de conhecimentos específicos

para o trabalho cotidiano.

O autor também aponta para a questão da desvalorização do saber docente,

diante dos cursos de formação, que não consideram, na hora de elaborar os

currículos, disciplinas ou até mesmo os saberes pedagógicos necessários à

profissão, o docente enquanto sujeito ativo deste processo, não permitindo com isso,

que o professor seja autor do processo de construção de sua formação. Assim,

busca compreender e considerar os professores como sujeitos que possuem e

produzem saberes específicos à sua prática permitindo assim, renovar uma visão

presente a respeito do ensino.

Ainda, segundo o autor, compreender a dimensão dos saberes profissionais

dos professores e os conhecimentos universitários, como elementos para a

construção de uma prática profissional docente, remete a alguns pontos de extrema

relevância que podem elucidar caminhos ou saídas para um posicionamento diante

desta prática, diante dos modelos construídos para a formação.

Neste viés, Adorno (1988) destaca que numa sociedade na qual impera

mecanismos invasivos que camuflam a possibilidade de viver o sensível, o que

resta, é trabalhar como o próprio pensamento, que deve funcionar como fonte de

resistência ao que é imposto. Esse movimento demarca e diz de um lugar de

posição de liberdade e escolha para o sujeito se preservar diante dos espaços

coletivos e se aproximar de seus grupos, respeitando os direitos e os deveres.

Assim, a ética não pode ser um conteúdo teórico, deve ser antes uma

vivência prática. A educação pode ser transformada em um processo de

54

humanização, para formar professores e alunos mais abertos e conscientes. Nesse

sentido, Freire (1996) defende que “não podemos nos assumir como sujeitos da

procura, da decisão da ruptura, da opção, como sujeitos históricos, transformadores,

a não ser assumindo-nos como sujeitos éticos” (FREIRE, 1996, p. 17).

Amorim Neto e Berkenbrock-Rosito (2007) fazem considerações importantes

a respeito da questão da ética e da moral para a formação pedagógica e sobre uma

compreensão necessária dentro da formação. Todavia, os autores apresentam à

ética como um tema atual e, por isso, deve estar inserida no processo educacional

de desenvolvimento do ser humano, que passa, fundamentalmente, pela formação

de consciências cidadãs, mas não se pode falar em ética sem considerar os

princípios morais. Presente a prática educativa, como em todos os níveis e áreas de

formação humana e profissional, a inerência entre o conhecimento e os valores e os

elos da moral e da ética que os aproximam. Deste modo, a pedagogia incorpora

temas que remetem e aprofundam a relação entre saberes e condutas. Os autores

enfatizam que a formação moral e ética é uma das contribuições essenciais da

educação aos apelos dos tempos contemporâneos e promovem condição para uma

vida pessoal e social com mais qualidade, tornam-se também parte da educação

para a consciência do limite. A ética unida à estética do pensamento serve como

base para a formação dos futuros cidadãos.

Nesta perspectiva, Freire (2011), ressalta que a ética consiste na dimensão

do espaço escolar, que junto à estética configuram aspectos essenciais e relevantes

para o caminho de uma vida plena com dignidade, favorável a vida. Neste sentido,

Freire (2011) tem sua teoria e prática fundamentada em uma ética inspirada na

relação “homem-mundo”, ou seja, estar no mundo é ser agente de seu fazer e

construir com o mundo e consigo.

Adorno (1995) critica a reprodução do conhecimento e a massificação da

cultura diante da criação de um imaginário inflado voltado a interesses que servem

apenas a uma parte da população, desencadeando um processo de educação

bancária. Contudo, esses conceitos apontam para um terceiro incluído que é a

dimensão da Estética, presente na formação docente, atravessada pela presença ou

ausência de uma ética, moral e juízos que emergem na prática docente.

Diante do exposto, o processo de reflexão necessário para a produção da

escrita narrativa, possibilita ao sujeito um reconhecimento de sua identidade,

revestida de uma subjetividade e, esta condição promove um reencontro consigo

55

mesmo, na medida em que mergulha em seus pensamentos, trazendo à tona

memórias de experiências vividas que se misturam com repetições das experiências

da realidade, e deste modo atribui novos significados à identidade, decorrente da

elaboração e compreensão das atitudes e posturas, encontradas no processo de

rememorar e de narrar sua própria história.

Essa prática encontra ressonâncias em Sarmento (2002), nas Histórias de

Vida de Educadoras de Infância, que identifica alguns contextos centrais para a

construção da identidade profissional como família, amigos, os pares, as escolas de

formação inicial e os jardins de infância, como elementos estruturantes e

significantes, pois o sujeito se transforma a partir dos diversos contextos.

Assim, a autora apresenta como relevantes alguns pontos deste processo

como: as memórias de infâncias; crença da construção das identidades e a

cooperação entre os atores sociais; relação da aprendizagem da profissão ao longo

da vida e a mobilidade e a desestabilização afetiva da profissão, incluindo

professores e alunos; contato e aprendizagem com pares profissionais; inserção nas

comunidades e estabelecimento de relações colaborativas. Estes pontos estão

relacionados diretamente com a escolha da profissão e modo de estabelecer uma

prática docente, neste eixo das narrativas de história de vida, remete à importância

das narrativas para o conhecimento e retroalimentação das práticas profissionais.

Nesta dimensão, a identidade de ser inacabado segundo Josso (2002) vem à

tona, quando estamos diante de um contexto das narrativas (auto) biográficas, na

medida em que interpretarmos o objeto. O modo como cada um se apropria de suas

memórias até chegar a sua maturidade pessoal e profissional diz de sua identidade

e subjetividade revelando assim, uma estética particular que aponta para uma

posição do sujeito discente em relação à construção do processo de formação.

Para tanto, compreender um lugar ético e estético do sujeito em seu processo

formativo, implica em considerar as bases de sua formação e os espaços estéticos

de sua vida formativa revelados em suas experiências de vida.

56

3 O DIZER NAS NARRATIVAS ESCRITAS: LUGAR DE CONSTITUIÇÃO DA

SUBJETIVIDADE

Este capítulo tem como finalidade apresentar a fundamentação metodológica

do procedimento de produção e análise das narrativas escritas, mapeamento das

experiências estéticas na compreensão dos dados, com o intuito de revelar um lugar

de onde fala o sujeito ao narrar sobre a construção de seus processos formativos.

Compreendendo por “lugar” aqui, as representações inconscientes posta pela

linguagem das narrativas escritas, através das contradições e coerências da escrita

de si.

3.1 Narrativas Escritas: uma compreensão e interpretação sob o enfoque

hermenêutico

O material empírico deste estudo compreende 44 documentos narrativos,

produzidos no dispositivo “Colcha de Retalhos”, uma metodologia e epistemologia

de formação de professores, realizada com os discentes do primeiro semestre, do

Curso de Pedagogia, em 2014. Atividade proposta na disciplina “Psicologia da

Educação”, ministrada por Berkenbrock-Rosito, na Universidade Cidade de São

Paulo.

No capítulo primeiro desta pesquisa, no item 1.3 encontra-se a descrição do

procedimento para a produção das narrativas escritas. O procedimento utilizado foi o

Questionário Narrativo, que compreende as narrativas escritas produzidas por meio

das seguintes estratégias: narrativa biográfica, narrativa autobiográfica, narrativa

fílmica. Este procedimento foi solicitado diretamente aos sujeitos pela orientadora

deste estudo.

O Questionário Narrativo, sistematizado por Berkenbrock-Rosito, foi inspirado

na Entrevista Narrativa, de Jovchelovitch e Bauer (2002), a qual visa analisar as

experiências subjetivas do entrevistado, sem a limitação dos questionários fechados

ou semiestruturados. Estes autores encontram apoio em Fritz Schütze, sociólogo

alemão, que rompem ao desenvolver a técnica e estratégia da Entrevista Narrativa e

a ela proporcionando um caminho para compreensão, através do método análise de

narrativas. Deste modo, é possível abrir espaço e dar lugar às subjetividades e

interpretações do entrevistado no contexto da escrita narrativa.

57

Jovchelovitch e Bauer (2002) esclarecem que:

O estudo da narrativa conquista uma nova importância nos últimos anos. Este renovado interesse tem um tópico antigo: narrativas e narratividade tem suas origens na Poética de Aristóteles e está relacionada com a consciência do papel que contar histórias desempenha na conformação de fenômenos sociais. No despertar desta nova consciência, as narrativas se tornaram um método de pesquisa muito difundido nas Ciências Sociais. A discussão sobre narrativas vai, contudo, muito além de seu emprego como método de investigação. A narrativa como forma discursiva, como história, como histórias de vida e histórias sociais, foram abordadas por teóricos culturais e literários, linguistas, filósofos da história, psicólogos e antropólogos. (JOVCHELOVITCH; BAUER, 2002, p. 90).

Em consonância Bertaux (2010) ressalta que:

O sujeito emerge da produção discursiva através do relato vida. Segundo o autor a “narrativa de vida” convoca imediatamente a uma imagem de narrar à vida por “completo”, que remete a uma totalidade da vida de uma pessoa, percorrendo sua historicidade desde o nascimento com as primeiras relações, pais, até a vida adulta. Em cada momento da vida, a narrativa descreverá não somente sua vida interior, mas também as relações que o narrador estabelece com os contextos interpessoais e sociais que ele vivenciou. Neste cenário a importância aos detalhes que compõe o discurso narrativo se faz muito necessário, no sentido de delimitar bem os personagens, descrever suas relações recíprocas, explicar suas razões de agir, descrever os contextos das ações e interações e até mesmo fazer julgamentos críticos sobre suas ações e dos demais atores inseridos na narrativa para a construção de significados. (BERTAUX, 2010, p.47).

A historicidade dos sujeitos nos seus diversos momentos de significação

diante de seu processo de formação será analisada e interpretada à luz da

Psicanálise, na perspectiva de Lacan.

A análise narrativa seguiu os seguintes procedimentos baseados na

metodologia de Alfred Schütze (1899-1959), Jovchelovitch e Bauer (2002). A análise

de dados foi baseada em Análise Temática, organizado em colunas contendo o

nome do narrador, a transcrição íntegra da narração, as paráfrases obtidas,

formando sentenças, uma redução, as palavras-chave; levantamento de categorias:

Criando uma categoria para cada narrativa; Ordenar um sistema coerente de

categorização geral para todas as narrativas.

58

Seguindo a metodologia de Alfred Schütze, foram tomados os seguintes

passos para análise das narrativas escritas neste capítulo, já que este processo

permite a identificação de trajetórias coletivas:

Transcrição detalhada de alta qualidade do material verbal escrito;

Material indexado com as referências de quem fez, quando, onde e por que;

Material não indexado que expressa valores, juízos, sabedoria de vida e, que

revelam a estética do autor ou narrador;

Descrição dos fatos e acontecimentos vivenciados;

Argumentação em relação ao que não é aceito pacificamente na história e a

reflexão em termos de conceitos e teorias sobre os acontecimentos;

Todos componentes indexados dos textos tem a função de analisar a ordem

dos acontecimentos para cada individuo, cujo produto Schütze chama de

trajetórias;

As dimensões não-indexadas do texto são investigadas como análise do

conhecimento;

Agrupamento e comparação entre as trajetórias individuais;

As trajetórias individuais são inseridas no contexto e semelhanças são

estabelecidas.

A organização dos dados foi realizada da seguinte maneira: os dados foram

organizados em cinco (5) colunas: a primeira coluna, com a transcrição da narrativa

no eixo biográfico com as cenas que remetem ao Ensino Médio, se autoria ou

submissão; a segunda diz respeito à escrita das experiências autobiográficas,

considerando o que Josso (2002) denomina “momentos charneiras”; a terceira

coluna com a narrativa fílmica, onde há o resgate das metáforas, a partir de cenas

marcantes sobre o filme; na quarta coluna, redução da narrativa escrita em pelas

paráfrases e palavras-chave e, por fim, a quinta coluna para mapear a experiência

estética, configurada nos afetos e emoções que constituem o processo de formação

discente.

O produto final constitui uma interpretação das narrativas, com estruturas de

relevância do narrador com o pesquisador. A fusão de horizontes do pesquisador e

do narrador é algo que remete à hermenêutica.

Os dados são interpretados sob o enfoque hermenêutico, na perspectiva de

Gadamer (2000), que situa a importância de circularmos da palavra ao conceito e

59

também do conceito a palavra para conhecer e reconhecer a compreensão da

hermenêutica filosófica. Afirma também que: “tudo o que pode ser conhecido é

linguagem”. Fora da linguagem pode até existir o mundo, mas trata-se apenas do

mundo dos fatos empíricos, do mundo sem sentido das coisas. O simples ato de

falar acerca do mundo faz com que constituamos uma imagem linguística do mundo,

e é no território dessa imagem que poderemos encontrar os significados.

Assim, quando discutimos acerca dos fatos, estamos sempre tratando das

imagens que fazemos do mundo, pois a linguagem não comporta os fatos em si,

mas somente os fenômenos, os quais não são as coisas em si, mas o modo como

se apropria e interpreta essas por meio dos sentidos e formas do conhecimento,

conforme Gadamer (2000).

A hermenêutica filosófica é definida como a ciência que estuda a arte de

interpretar foi fundada por Hans-Georg Gadamer, filósofo alemão que identificou,

através desta técnica, um modo de compreender as ciências espirituais e a história

através da interpretação e explicação de uma tradição. Utiliza o conceito da palavra

hermenêutica como uma metodologia para explicar e compreender o sentido e o

significado que a humanidade dá às coisas e ao mundo, através da relação que o

homem estabelece com a linguagem e, sobretudo pelo diálogo, onde esta

articulação reflete uma representação (interpretativa) e um modo de olhar particular,

refletido pelo posicionamento frente a experiências com a ciência, arte e a cultura

em geral.

Na filosofia a hermenêutica possui duas vertentes de estudo, que

compreendem: a epistemológica com a interpretação de textos e a ontológica que

trata da interpretação de uma realidade. Etimologicamente, a palavra hermenêutica

está relacionada com o deus grego Hermes, que era um dos deuses da oratória. A

hermenêutica permite que o homem seja livre para conhecer e reconhecer um

objeto, pois lhe é dado liberdade para compreender, interpretar, dar significado e

nomear um objeto. Separa e une, ao mesmo tempo em um movimento dialético do

elemento do método da ciência com a interpretação e significação do homem em

relação à arte, a cultura e o objeto. Assim, esse processo de autonomia só é

possível, graças à crítica que Gadamer (2000) faz “à história do conhecimento

positivista e do fisicalismo, cuja finalidade é fundamentar com o método unitário da

física. A hermenêutica critíca também a tradição da metafísica”. (GADAMER, 2000,

p. 507).

60

A linguagem é uma das referências fundamentais para a compreensão de

como o homem se relaciona com a sociedade a qual pertence e como se articula

com suas questões psíquicas. Em sua obra Verdade e Método, Gadamer mostra

que o diálogo é construído por esquemas pré-formados de discurso, os quais

inserem o homem em um contexto social, representando e apresentando um modo

particular de uso e apropriação da linguagem.

Ainda segundo o autor, não existe sentido para a humanidade se não, através

e pela linguagem, um dos pressupostos constitutivos da hermenêutica. Portanto, os

sentidos das coisas não se encontram nas próprias coisas (segundo a ideia de

Platão), nem no próprio mundo (o que nega o idealismo platônico), nem em uma

razão universal, o que se contrapõe ao transcendentalismo de Kant, mas nas

próprias linguagens através das quais nos comunicamos com o mundo.

Nesta dimensão, a psicanálise, com a tese fundamental de Lacan, que

postula que o inconsciente é estruturado como uma linguagem, defendendo uma

dependência do sujeito a uma ordem simbólica, ou seja, é na palavra e pela palavra

que o inconsciente encontra articulação essencial, conforme explana Dor (1989).

A narrativa da história de vida, seja profissional ou pessoal, remete também o

sujeito que escreve a um mergulho profundo sobre suas lembranças de experiências

de vida, que emergem de um processo reflexivo a respeito de suas escolhas ao

longo de seu percurso formativo e profissional. No entanto, as lembranças que

ocorrem, só vêm à mente porque tiveram importância, porque retratam exatamente

algo que precisa ser retomado para poder ser ressignificado ou mantido.

Machado (1997) assinala que a linguagem para a psicanálise não inclui

apenas um projeto de comunicação, sobretudo, a necessidade de um

reconhecimento e de um significado para o sujeito. A relação que se estabelece com

este outro/Outro reconhecedor, compreendendo aqui este outro com o minúsculo,

como a consciência e o Outro com O maiúsculo como a dimensão imaginaria do

inconsciente em relação ao próprio desejo.

O contexto das narrativas (auto) biográficas de discentes do curso de

Pedagogia, explicitam experiências e relatos pessoais, reflexões de suas vidas como

alunos e como profissionais da educação, compondo Outro lugar que transcende o

formalismo da ação docente, nos moldes que universalizam e metodologizam o que

a radicalidade da experiência singulariza, como destaca Pereira (2003).

61

A escrita (auto) biográfica com suas particularidades de fatos, momentos e

acontecimentos em geral, abre uma oportunidade de tornar público e acessível uma

identidade, uma subjetividade que ao se revelar, também desvela outra imagem de

si, um modo de ser linguagem, refletido através das palavras e interpretado pelo

olhar e escuta do outro, identificando um resgate de si próprio pela via do outro.

Uma metáfora utilizada por Freud pode ilustrar o trabalho de uma

hermenêutica das narrativas discentes.

Freud dizia que um explorador que chega a uma região pouco conhecida, mas que lhe suscita interesse pela extensa área de ruínas, com restos e fragmentos por vezes apagados e ilegíveis. O explorador pode contentar-se em inspecionar o que está visível e em interrogar a população circundante sobre o que a tradição lhes deixou da história e do significado desses resíduos, registrando as informações e dando por concluída sua tarefa. Mas pode tomar outro caminho. Dispor de instrumentos para escavar, remover o lixo e, começando dos resíduos visíveis, descobrir que está enterrado. Se seu trabalho for bem sucedido, as descobertas são autoexplicativas: os fragmentos e inscrições podem revelar um alfabeto e uma linguagem que, uma vez decifrados e traduzidos, fornecem informações nem sonhadas. Saxaloquuntur. As pedras falam! (FERREIRA, 1998, p. 112-113).

A respeito da metáfora de Freud, trazida por Ferreira (1998), pode-se extrair

que as narrativas carregam em si, conteúdos advindos de um porão muito profundo

e escuro, e também àqueles que estão expostos na estante da sala, de onde todos

podem ver.

Nesse sentido, o narrador pode escolher mexer no que está guardado no

porão e jogar fora o que não serve ressignificando e construindo um novo, ou

apenas trabalhar e mostrar o que está exposto e visível, para não deflagar uma

impotência diante de tantos não-saberes. Nesta dinâmica, as narrativas apontam

para a identidade do autor, sendo tecida pelas representações simbólicas e

imaginárias do sujeito.

Consideram-se, assim, neste percurso, os processos subjetivos que vão

constituindo o ser humano, apontando as vicissitudes pelas quais o sujeito passa no

processo de formação de sua identidade docente, que implica na interlocução do

sujeito com sua subjetividade.

Neste contexto, os discentes ocupam um lugar de intérpretes, compostos e

formados em sua essência por fatores e condições biológicas, psíquicas, sociais e

culturais que interagem num movimento dialético entre a realidade e a

62

representação da realidade ao interpretar sua própria condição profissional.

Importante também é mencionar que o autor desta pesquisa também se encontra

mergulhado como sujeito, na medida em que se revela e desvela um modo de ser

profissional refletido pelas narrativas dos discentes presentes neste trabalho,

percebendo a historicidade dos sujeitos nos seus diversos momentos de significação

que caracterizam seu processo (auto) formativo.

3.2 A estética da narrativa biográfica: o lugar da autoria e submissão do sujeito

nas cenas escolares do Ensino Médio

A análise das narrativas no eixo biográfico aponta uma posição do sujeito

discente em relação às cenas marcantes do Ensino Médio a relação que estabelece

com o conhecimento, com o professor e consigo mesmo. Se autoria ou de

submissão nos processos (auto) formativos.

Considerando que o resgate das cenas marcantes do Ensino Médio revela e

identifica um lugar para o sujeito discente frente à compreensão seu processo de

formativo, as narrativas mostraram que aproximadamente 14% dos sujeitos

discentes apresentam uma dificuldade no que diz respeito a falar sobre a trajetória

de vida formativa. Isso pode estar relacionado como uma dificuldade em lidar com

fatos e sentimentos que ao relembrá-los remete ao sofrimento e ao mesmo tempo

pode emergir uma vergonha, ou medo de se expor diante do outro, caracterizando

uma necessidade de aprovação do outro, ou até mesmo dificuldade de aceitação de

sua própria condição Estas reflexões ficam evidentes nos trechos das narrativas

destacados abaixo:

Após um longo momento de reflexão sobre todos os momentos marcantes na minha vida espero ter representado bem com os fatos que escolhi. Foi um processo de aprofundamento que relembrou momentos que antes talvez eu não quisesse mais lembrar... (Narrador 1) Não entendo por que as coisas que nos fazem sofrer tanto são apenas para nosso bem. (Narrador 3) Bom falar sobre si mesma é uma tarefa muito difícil, vou começar falando um pouco da minha infância... (Narrador 5)

63

Vale também ressaltar que a estética aparece aqui, como preocupação com o

belo e o feio quando há a necessidade da aprovação do outro, ou a dificuldade de

aceitação de si, conforme apontam as narrativas a seguir:

Minha festa de despedida, todos felizes dançando e comemorando, já no final de tudo... nos abraçamos e choramos juntos sinto até hoje um pouco de sentimento vivenciado naquela noite. penúltimo ano letivo, resolvi pedir transferência cheguei a nova escola todos me olhavam me sentia estranha, porém, fiz logo amizade e acabei reecontrando colegas do primário uma surpresa muito agradável. (Narrador 17)

Ao chegar à casa da sua tia apresentou sintomas estranhos, não conseguia respirar direito, sem saber o que era sua tia a levou para o médico, onde este pediu alguns exames, e assim foi constatado que também estava com bronquite asmática, doença pela qual sua irmã faleceu (uma inflamação dos brônquios pulmonares, que são locais por onde o ar passa). Sua tia passou a ter um cuidado dobrado. Com remédios, cuidando com alimentação, assim Angélica vivia uma vida normal, exceto quando suas crises de falta de ar eram intensas, onde era necessário levá-la ao hospital. Seu pai ajudava financeiramente, mas não era presente e sua mãe sumiu da sua vida por um bom tempo. [...] Com isso aprendeu: a ser responsável, a superar seus limites, o mais importante foi se orgulhar de si mesma mostrando para si que era capaz de fazer um bom trabalho mesmo com as dificuldades encontradas, e foi através dessas experiências que obteve a certeza do que gostaria de seguir profissionalmente, gostaria de ser professora, educadora. Aprendeu que toda criança é um ser iluminado, que nos traz alegrias, independente de cor, raça, religião, e deve ser tratado sem preconceitos, cada ser humano tem sua importância, independente de quem seja. (Narrador 19)

Meu momento de transformação foi quando mudei de escola, fui bem recebida, fiz excelentes amizades, os alunos eram tratados como gente, coisa que na outra escola não era assim. Nossa relação com os professores, e a deles conosco era super legal, podíamos interagir super bem, ter uma boa aproximação. (Narrador 21) Algo que também marcou muito neste mesmo período foi o fato de ter estudado 3 anos com a mesma professora Arací. Quando iniciei o quarto ano, logo no primeiro dia de aula descobri que tinha mudado a minha professora, fiquei extremamente desapontada perdi a vontade de ir às aulas, ia mesmo por obrigação até acostumar com a nova professora, que no fim acabei criando uma grande afeição. (Narrador 44) Aguardando o horário de ir embora da creche, a professora se deparou em uma situação em que falava as cores de alguns lápis de cor com uma aluna pequena, eu não sabia as cores. Isto chegou ao conhecimento dela, pois me intrometi na conversa dela com a estudante e errei a cor do lápis. Ela demonstrou espanto por eu ter errado a cor, e logo em seguida me mostrou outro lápis. Errei novamente. Talvez em um ato de desespero, a mesma abriu um estojo com mais ou menos cinquenta lápis e os arremessou na mesa, o barulho foi alto deles caindo sobre a mesa de madeira. Me desesperei, e errei todas as sequências de cores que a amável professora me mostrava, meu coração disparava e eu desejava ir embora correndo daquele lugar. Sempre me lembro desse fato, até

64

porque hoje em dia tenho uma séria dificuldade em identificar as cores, até hoje, não consigo realizar esta função, e acredito que mesmo implícito esse ocorrido gerou uma vontade dentro de mim de ser professor e de ter atitudes diferentes com meus educandos. (Narrador 41)

A dificuldade de aprendizagem, apontada na última narrativa, também

aparece como um desgosto, que marca a trajetória de muitos discentes.

Fui uma aluna desatenta, tinha muito sono, pois trabalhava 12 horas no sábado, mais 12 no domingo e só descansava as segundas feiras e coloquei como prioridade ajudar dentro de casa, eu era submissa e limitada aos pedidos dos professores, não me aprofundava no ensino e tinha muita dificuldade de aprendizado, tinha muitas aulas vagas e não ligava para os estudos, depois de um tempo eu conheci na escola que eu estava quase concluindo o terceiro ano do ensino médio, um professor chamado Rafael, estagiário, estava trabalhando como eventual, me apaixonei e estamos casados. (Narrador 35). Sempre tive um pouco de dificuldade no aprendizado, as coisas não entravam na minha cabeça com facilidade, no conhecimento fui submissa. (Narrador 29) No segundo ano do ensino médio, uma das disciplinas em que mais tinha dificuldade era biologia. As provas finais eram muito temidas por serem extremamente difíceis e sempre exigiam muito conteúdo. (Narrador 27) Fui uma aluna que quando entendia e gostava me dedicava e quando não gostava fazia as atividades para eliminar, pois um dia a vice diretora me ensinou que o que achamos ruim devemos nos dedicar para logo eliminar. (Narrador 23) Bom, eu na escola sempre tive um pouco de dificuldade de aprender a ler e a escrever, mas na época as coisas eram mais difíceis era mais complicado por não haver escolas, então estudávamos em uma igreja e depois fomos para uma casa até que construíram uma escola e a escola era de frente para a minha casa, era muito bom acorda cedo para ir a escola. (Narrador 9)

Assim, a necessidade da aprovação do outro fica evidente nas narrativas

quando 100% dos discentes revelam que precisam se sentir aprovados pelos outros.

Aproximadamente 20% assumem claramente a dificuldade de aprendizagem e 1%

não fez relação ao relato biográfico, apresentado pelo quadro abaixo:

65

DIFICULDADE EM

FALAR DE SI

NECESSIDADE DE

APROVAÇÃO DO

OUTRO

DIFICULDADE DE

APRENDIZAGEM

NÃO FEZ RELAÇÃO

COM O ENSINO

MÉDIO

06 (13%)

44 (100%) 09 (20%) 01 (2%)

Quadro 4: Análise de Narrativas Biográficas: Cenas do Ensino Médio Fonte: Elaborado pela Autora

As lembranças das cenas do Ensino Médio são marcadas pelas emoções e

sentimentos. No processo de construção de autoria e submissão estão contidos

sentimentos, entre outros, de revolta, confusão com professores, identificações e, de

emoções, como por exemplo, a rejeição. O que revela que o sujeito tem uma atitude

de autoria ou de submissão como sintoma e não como desejo.

Quando finalizamos a apresentação que foi regada a muito chá, café, salgadinhos (daí o nome café com poesia) ouvimos dos nossos amigos e colegas da sala, bem como dos nossos professores e do nosso diretor Ailton que aquela tinha sido uma das melhores apresentações teatrais já feitas desde que o projeto tinha começado e o orgulho por receber um elogio dos nossos educadores foi exatamente gratificante. (Narrador 1). Quando eu estava no segundo ano do Ensino Médio, houve uma reunião de pais e mestres para que fossem passadas informações cotidianas sobre os alunos e minha mãe compareceu nessa reunião onde para minha surpresa no decorrer a professora de matemática que era quem apresentava as informações acabou por destacar o meu nome, elogiando muito a minha pessoa, meu interesse e forma de aprendizado. (Narrador 8) Um dos momentos mais marcantes foi quando me trocaram de sala por causa do meu mau comportamento nesta eu não conhecia ninguém, mas graças a isso fiz novas amizades. (Narrador 10).

Há nas narrativas uma estética do sujeito marcada pelo enunciado de um

discurso que se produz pela linguagem, que se materializa na escrita e revela um

lugar em que o conhecimento da experiência, advém, sobretudo, como

representação inconsciente que cada um constrói o processo formativo. Este

processo de narrar revela mais do que está escrito e do que se pretende escrever, o

que é percebido pelo discente no trecho a seguir:

66

Falar de si próprio é sempre uma tarefa difícil, quando você diz algo a seu respeito à forma como você o faz mostra mais sobre você do que o que você conta. (Narrador 6).

Assim, o sujeito discente ao escrever sobre sua história de vida, sem

perceber, deixa escapar conteúdos em sua escrita que fala mais dele do que talvez

ele possa saber. Deste modo, o sujeito do inconsciente se apresenta pela linguagem

e uma estética de ser e se fazer do sujeito se constrói.

Sobre a visão dos alunos se sua relação com o conhecimento, professor e

consigo mesmo se foi de autoria ou submissão.

AUTORIA PORCENT. SUBMISSÃO PORCENT.

Conhecimento 07 16% 36 82%

Professor 07 16% 36 82%

Consigo 14 32% 29 66%

Quadro 5: Análise de Narrativas Biográficas: Relação de Autoria e Submissão Fonte: Elaborado pela Autora

Diante do exposto, 82% dos discentes relatam que ocupam um lugar de

submissão em relação à construção do conhecimento e ao professor e

aproximadamente 66% em relação a si próprios. Apenas 16% acreditam assumir um

lugar de autoria na relação com o conhecimento e com o professor, e um percentual

de 32% apresentam uma relação de autoria frente às escolhas e decisões advindas

das experiências de vida.

É possível afirmar que os resultados remetem à produção de uma

subjetividade passiva em decorrência de um modelo de educação bancária, na qual

o aluno é tratado como uma tábula rasa, desconsiderando a bagagem de saberes

que traz, caracterizada pela crença na transmissão do conhecimento do professor,

visto sempre como detentor do poder da informação, da verdade do conhecimento, o

aluno ocupa um lugar de submissão atribuídos, especialmente, em relação às notas,

que funcionam com uma linguagem que comunicam o seu lugar no processo

formativo.

A esse respeito, a psicanálise na perspectiva de Lacan (1972), define o

registro do simbólico como lugar fundamental da linguagem, pois desencadeia no

sujeito uma relação dos aspectos conscientes e inconscientes e, portanto significa

que o inconsciente se manifesta pela linguagem. Assim ocorre o registro do

imaginário como a sede das primeiras imagens, fantasias e alienações, esse

67

processo, remete à ordem primeira, em que a criança constrói a imagem de si a

partir do olhar do Outro, e dessa maneira o sujeito se apresenta.

Neste viés, o sentido atribuído pelos discentes sobre autoria e submissão

remete à construção imaginária e simbólica que seu sucesso no processo de

aprendizagem depende do bom desempenho do docente. É importante esclarecer

que essa maneira de pensar não é necessariamente da ordem da razão, é uma

representação inconsciente que permite visualizar como os discentes engendram e

articulam seus investimentos em relação à suas buscas e escolhas profissionais. As

representações do inconsciente são traços de identificação do discente com o

docente. Este docente ocupa um lugar de representante do desejo pelos traços de

identificação imaginária que este discente nele reconhece. Conforme mostram as

narrativas:

Tive uma pequena mudança no 3º ano do Ensino Médio onde tive o prazer de conhecer a professora Fabiana que nos dava a matéria de matemática, onde por meio de poucas aulas pode nos ensinar a importância do ensino, de prestamos mais a atenção na aula, para assim futuramente termos nossas profissões , como ela mesmo nos dizia que não é impossível um aluno da rede publica ser medico ou qualquer outra profissão, o problema está no próprio aluno que auto se discrimina por está estudando na escola pública porém já tivemos grandes casos de superação de alunos da rede pública que hoje são exemplos para muitas pessoas isso até para mim. Como conclusão pude ver melhor o trabalho pedagógico de alguns dos meus professores e estou estudando para futuramente fazer a diferença pelo menos na escola que eu trabalhar. Relação com o conhecimento? R: Submissão...Por mais que alguns professores nos ajudássemos em alguns aspectos esse apoio não era total e bem estruturado, e isso leva a nós ficar acomodado com aquilo que se tem.(Narrador 15)

os alunos interessados em desenvolver seu conhecimento tinham que trabalhar conforme o plano de ensino da escola e por conta própria procurar conhecimento nas bibliotecas, internet, revistas livros, jornais, sem orientação dos professores, o que a meu ver prejudica a formação. (Narrador 1, grifo nosso) As escolas da Bahia sempre me despertavam mais interesse, pois os conteúdos eram mais aprofundados, e os professores eram mais rígidos com os conteúdos, provas, alunos, notas na media enfim, eu tinha que estudar pra não tirar nota baixa na media e ser reprovada. (Narrador 3, grifo nosso) Era “divertido” “brincar de cientista”, até hoje lembro das experiências que ele passou. A relação foi de submissão, ele tinha muito conhecimento. (Narrador 7, grifo nosso) Meus conhecimentos em sala de aula eram de autoria, pois tinha muita responsabilidade com meus trabalhos, não deixava de fazer

68

minhas obrigações, pois se eu não fizesse iria me prejudicar. (Narrador 11, grifo nosso) Minha 2° cena do Ensino Médio vou relatar neste momento já contando com a parte de submissão com o professor, eu sempre fui uma aluna com dificuldade em aprendizagem em matemática meu professor Alves ele era uma pessoa difícil de lidar parecia que tinha uma certa intriga comigo, então comecei a deixar a matéria dele de lado e foi quando ele começou a me “perseguir” em sala de aula. Foi quando chegou o fim do semestre e estava prejudicada na matéria e tive que decidir em continuar a ignorar ele ou me redimir em certo ponto e correr atrás da nota que precisava Em uma aula sentei perto dele e conversei disse que queria aprender o conteúdo e ele gostou da minha atitude e me ajudou. Eu entendo que este momento foi de submissão me coloquei no lugar de aluno e entendo que tenho que me adaptar a sua forma de ensino e acredito que ele também soube entender e respeitar o aluno. (Narrador 12, grifo nosso)

As narrativas revelam o aluno a uma posição “lugar” de consumidor de

informações e coloca o professor no “lugar” de transmissor do conhecimento. Do

ponto de vista pedagógico, em Freire, limita o desenvolvimento da capacidade crítica

do aluno. Nesse sentido, restringir o processo formativo ao consumo de informação

de aspectos teóricos e práticos centralizados na figura do professor, colabora com o

que Adorno denomina como massificação da cultura ou processo de semi-formação.

Freire (1997) converge com este pensamento ao dizer que a autonomia consiste em

um processo de escolha do sujeito e este não pode ser dado pelo outro.

Sobre autonomia, Freire (1997) compreende como sendo o ponto de

equilíbrio entre a relação de autoridade e liberdade, neste sentido, a autonomia

funciona como um processo dialético no que se refere à construção da subjetividade

individual, desencadeada pelas relações interpessoais adquiridas no contexto social.

Entretanto, este processo revela uma estética na relação professor-aluno pelo

processo de identificação. A esse respeito Roudinesco e Plon (1998) dizem que na

psicanálise lacaniana a identificação é o ponto central para a constituição do sujeito,

por onde ele é transformado a partir de diversos momentos, aspectos e traços,

valores e atributos que o cercam.

3.3 A estética da narrativa autobiográfica: o discurso que é falado nos

momentos charneiras

Narrar uma autobiografia significa expor uma imagem e uma ideologia a

respeito de si e do mundo o qual se vive e, deste modo revelar um jeito de ser e

69

pensar. Porém, envolve uma disposição a reconhecer e assumir alguns feitos e, a

ausência de outros fazeres. Este processo de reflexão possibilita ao narrador dar

significado às experiências, (re) significa outro modo de olhar no que diz respeito a

ser e se fazer no mundo.

O “Quadro Linha da Vida” possibilita o mapeamento dos momentos

charneiras, lugar das representações significados e significantes que evidenciam

saberes e não saberes, (conscientes e não conscientes), construídos dentro e fora

da escola. A análise focaliza os “ditos” que remetem aos fatos, acontecimentos que

impactaram a realidade dos discentes e caracterizam uma experiência e, desta

forma, refletem no processo formativo.

TEMPO/ESPAÇO

LOCAL ANO FATO QTDE. PERC.

Vida Familiar Ambiente

familiar.

Período de

2005 a 2014.

Violência familiar;

Pai alcoólatra;

Perdas de entes queridos;

Doença na família;

Separação pais;

Abandono pais;

Dif. Financeira;

Reencontro c/ pai;

Nascimentos;

Infância;

Casamento;

Maternidade;

Dúvidas/confusões;

Religião;

Preconceitos;

Perda de amigo;

Separação da irmã;

Dificuldade financeira;

Vestibular.

01

02

12

01

03

02

02

01

01

04

08

09

01

02

02

04

04

01

2%

4%

27%

2%

6%

4%

4%

2%

2%

9%

18%

20%

2%

4%

4%

9%

9%

2%

4%

Livros e filmes Contexto

social

Período de

2005 a 2014.

Filme;

Musicas.

02

02

4%

4%

Deslocamento

Geográfico

Contexto

familiar e

escolar.

Período de

2005 a 2014.

Mudança/Estado

Passeios.

04

02

9%

4%

70

Vida Profissional Contexto

Social

Período de

2005 a 2014.

Entre primeiro emprego e

novas oportunidades de

trabalho.

16

36%

Vida Escolar Ensino

Médio

Período de

2005 a 2014.

Professor;

Perda professor;

Relacionamentos;

Dif. Aprendizagem;

Choque cultural;

Bolsa de estudos;

Projetos escolares;

Erro professor;

Final do curso;

Desentendimentos;

Comportamento;

Preconceito;

Voltar estudar;

Acidente;

Fac. Pedagogia.

04

01

13

02

02

02

01

03

01

02

01

01

03

01

01

9%

2%

29%

4%

4%

4%

2%

6%

2%

4%

2%

2%

6%

2%

2%

Quadro 6: Análise de Narrativas Autobiográficas: Quadro linha da vida Fonte: Elaborado pela autora

Os momentos charneiras revelam uma dimensão imaginária na constituição

do sujeito. A vida familiar aparece, em primeiro lugar, como espaço social mais

importante, do total das narrativas, 27% mostram a importância da família como

condição relevante na construção dos processos formativos e, deste modo, revela

uma subjetividade, permeada por representações inconscientes, no que diz respeito

à falta, marcada pela perda de entes queridos.

A maternidade é revelada por 20% dos discentes como componente para o

crescimento, aprendizagem e desenvolvimento pessoal. A maternidade é

representante importante na constituição do sujeito, diz respeito às representações

da própria infância e, relaciona questões conscientes e inconscientes sobre cuidado,

amor, proteção ou ausência dos mesmos, é isso de certa forma remete também á

questão da docência como espaço para “cuidar” e “gostar” de crianças.

Enfim chega à hora de dar a luz, foi um momento de muita complicação onde observei e tinha a noção que eu hospital não era

71

meu lugar. Com o nascimento da minha filha uma nova mulher nascia mais forte e determinada traçar um novo caminho. Busquei o caminho de ser professora de cuidar, ensinar e aprender muito nessa profissão. (Narrador 22) Quando terminei o ensino médio me mudei para São Paulo, onde conheci uma pessoa muito importante na minha vida, o Missias. Em pouco tempo nos casamos e tivemos duas filhas, Paloma e Dayana. O que nos fez muito feliz, apesar das dificuldades e de muitas coisas que tivemos que abrir mão, foi a melhor coisa que aconteceu em nossas vidas. Dediquei-me só para elas durante 18 anos, a idade da minha filha mais velha. Se me perguntassem se eu faria tudo de novo, responderia que sim. Hoje elas que me incentivam a fazer meu curso de pedagogia, sinto não ter feito antes, sempre achei que cursar este curso era uma realidade distante, mas minhas filhas me fizeram enxergar que nunca é tarde para recomeçar. Hoje, vivo uma nova etapa de minha vida, mesmo com alguns obstáculos. Mas, estou seguindo em frente em busca do que sempre almejei. (Narrador 39) Minha 3° e minha última cena escolhi o momento que perdi meu irmão de 7 anos com leucemia e tive o apoio da minha professora de português, ela simplesmente foi maravilhosa comigo me ligava todos os dias me levou a matéria em casa para não perder conteúdo, ela incrível e eu nunca vou esquecer o carinho dela por mim. [...] Trabalhei no hospital do câncer durante um ano com crianças para ironia do destino lá fiquei longos plantões dos 12 horas com crianças sofrendo e ao mesmo tempo dando alegria para todos que estavam dividindo aquele momento com elas e foi onde eu aprendi a dar a valor à vida e dar amor ao próximo. Hoje, estou estudando pedagogia para fazer o mesmo trabalho que fizeram com meu irmão no hospital. (Narrador 12) Ser mãe é amar é ser amada a cada momento da sua vida é também amar o seu próximo como até mesmo é um amor incondicional sem explicações. A minha filha veio pra dar uma grande transformação para minha vida porque é maravilhoso ser mãe e um privilégio que Deus nos deu. Aprendi como ser humano a errar e perdoar a ensinar e educar, e amar é ser amada sem pedir nada em troca. Ao ter a minha filha me fez uma pessoa melhor transformou o meu mundo melhor, e a maneira de vê-lo. É cada dia que em que passamos juntas passamos por momentos de aprendizagem em nosso dia dia-a-dia vivendo nossas alegrias. (Narrador 16) Enfim chega a hora de ver dar a luz foi um momento de muita complicação onde observei e tinha a noção que eu hospital não era meu lugar. Com o nascimento da minha filha uma nova mulher nascia mais forte e determinada traçar um novo caminho. Busquei o caminho de ser professora de cuidar, ensinar e aprender muito nessa profissão. (Narrador 22) O meu momento charneira (ou divisor de águas) foi o nascimento dos meus filhos. Tive meus filhos bem nova, eles nasceram e eu ainda não tinha concluído o Ensino Médio, e graças a eles – principalmente – voltei a estudar! Outro momento charneira foi o meu casamento (antes do nascimento dos meus filhos) e em seguida o meu divórcio. O divórcio fez com que eu buscasse minha autonomia, ainda mais por ouvir do meu ex marido que ele sabia que acabou com a minha vida. Nunca aceitei isso, foi um fator importante que contribuiu para o meu crescimento pessoal. (Narrador 18)

72

Fica evidente aqui a presença de um imaginário em relação à questão da

maternidade que faz eco com a profissão do magistério. É possível afirmar que a

construção da imagem da professora com o modelo da maternidade, pode estar

relacionada com o aparecimento da figura mulher-professora, no espaço escolar e a

imagem da escola como extensão do lar, ou seja, do ambiente familiar. Ainda hoje

essa relação da maternidade influencia a escolha da profissão professora.

Conforme Lacan (1986) afirma o inconsciente é uma linguagem. As narrativas

reiteram esta afirmativa: ao dizer que quando a criança vem ao mundo, ela já se

encontra marcada por um discurso familiar inscrito pela fantasia de seus pais,

inseridos numa classe social e na cultura a qual ela pertence. Essa marca constitui o

campo do Outro, lugar onde se forma o sujeito. Em outras palavras, ao nascer, o

homem é inserido em uma ordem humana que lhe é anterior, uma ordem social na

qual ele é inserido através da linguagem e da família.

Assim, a história do sujeito o antecede por um mito familiar que passa a

recobri-lo a partir de seu nascimento e através da linguagem, que é, em essência,

sempre equívoca e passível de múltiplas interpretações, facilitadora da construção

de um mito individual em referência ao mito familiar.

Em segundo lugar, aparece a vida escolar, que não está separada da vida

familiar. A escola se constitui como espaço de formação para os sujeitos, na medida

em que a escola é possivelmente o segundo ambiente social para a formação e

constituição destes sujeitos. Afinal, 29% das narrativas apontam à escola como

espaço para constituir relacionamentos, entre eles, amizades, namoros. A vida

pessoal se compõe das relações estabelecidas entre a vida familiar e escolar.

A vida profissional se mistura a estes espaços por se construir a partir das

experiências familiares, escolares e pessoais, e deste modo os discentes desta

pesquisa mostram a importância desta construção com um resultado expressivo de

0,36% que consideram o primeiro emprego e ou oportunidades de crescimento

pessoal pelo investimento profissional, associado também à docência como fator

importante na constituição do sujeito.

Assim, as narrativas demonstram como suas experiências familiares com

doenças e perdas marcam suas vidas e passam a constituir sua história. Os

fragmentos das narrativas autobiográficas ilustram os resultados encontrados:

73

Desde que eu nasci meu pai sempre foi alcoólatra. Quando eu era bem pequeno não tinha muito conhecimento sobre isso, achava que ele ia encontrar seus amigos num lugar que eu poderia comer salgadinho e tomar refrigerante, onde ele jogava sinuca e baralho, ficava feliz, dava risada, pra mim era um lugar bom para ele, mas não era. Meu pai sempre brigava muito com minha mãe e ela sempre dizia que iria embora de casa ou dizia que iria mandar ele embora, mas eu nunca entendia muito bem, mas conforme os anos foram passando e eu fui tomando consciência das coisas ao meu redor aquilo começou a me afetar negativamente. Eu detestava meu pai, achava que ele era a pior pessoa do mundo, alguém incapaz de ser bom com os outros, que bebia e fumava e chegava em casa ameaçando minha mãe, quebrando todas as janelas da minha casa, arrumando brigas na rua, aterrorizando todo mundo (Narrador 1) No período que eu tinha 13 anos me traz muito desconforto, pois foi uma fase difícil, meus pais se separaram, não existia mais nada entre eles, minha família acabaria ou continuaríamos mesmo com este ,buraco, e foi isto que aconteceu continuamos sem meu pai, mais doía na gente, ainda mais em meus irmãos, que passaram por muitos problemas de aceitação. (Narrador 35).

As narrativas revelam que as experiências decorrentes do ambiente familiar,

se transformam em experiências fundamentais e constitutivas do processo formativo,

assim como o espaço escolar como lugar de estabelecer relações com seus

professores, amistosas ou não, fazer amizades, de encontro com relacionamentos

afetivos, nas dificuldades de aprendizagem ou financeiras, nos projetos escolares.

Os deslocamentos geográficos são marcados por dificuldades de adaptação, que

resulta em experiência de superação, como aponta a narrativa a seguir:

Vivi com os meus pais até os 5 anos de idade. Pena não ter muitas lembranças desse período. Foi então que tudo começou a mudar, alguns acontecimentos fizeram com que eles se separassem e então passei a viver em outra casa com minha mãe e avó. Com isso passei a ver a figura do pai completamente diferente, tinha um sentimento em relação a ele que até hoje não sei explicar (Narrador 38).

Há evidências nas narrativas que as experiências dos sujeitos acontecem de

um modo particular, cada um tem um jeito próprio de lidar com as situações que não

são particulares, fazem parte de um imaginário coletivo. Assim, os episódios em que

os discentes descrevem a respeito de seus momentos charneiras: com perdas de

entes queridos, casamento, dificuldades financeiras e familiares, maternidade, são

constituintes do processo de formação do sujeito. Nesta dimensão, articulando a

linguagem e o discurso como constituintes do processo formativo dos alunos e

alunas configurados pelo viés das emoções e afetos que remete a situações de

ordem subjetiva.

74

Com complicações no seu estado de saúde alguns anos depois o estado do meu avô acabou se agravando muito e acabou por perder a outra perna e acabou falecendo em março de 2012, foi uma perda irreparável para todos da família pois tínhamos perdido nossa referencia, mas como ele era uma pessoa otimista eu me senti no direito de ser também isso aflorou muito em mim o desejo de realizar uma vontade antiga e que ele incentivava muito a cursar pedagogia. (Narrador 8). Após longos 6 anos de relacionamento, nós nos casamos. Esse é um momento importante vida de qualquer pessoa mas, para mim ainda mais pois, no ano que planejava casar, minha mãe adoeceu e faleceu aos 69 anos de idade. Estava muito ansiosa por esse momento. Minha mãe sempre foi uma pessoa muito “forte” – no sentido de não se entregar por qualquer adversidade. Nunca ficava doente a ponto de ficar na cama. Creio que não somente eu mas muitas pessoas carregam consigo a “fantasia” de que mãe é imortal. (Narrador 32).

As representações que cada discente carrega em relação às suas

experiências revelam sua subjetividade, posteriormente, a identidade formativa, este

movimento se revela a partir do modo de linguagem que este discente encontra para

se comunicar com o mundo. Assim, o sujeito se encontra nas narrativas cruzadas

entre diferentes elementos que produzem a sua subjetividade. E a subjetividade de

cada um é “resultado de um entrecruzamento de determinações coletivas de várias

espécies, não só sociais, mas econômicas, tecnológicas, de mídia, etc.” (GUATTARI

e RONILK, 1986, p.34)

O quadro abaixo revela que os afetos e emoções funcionam como sintoma e,

nesta via, revela uma estética de ser e se fazer sujeito.

AFETOS/EMOÇÕES QUANTIDADE PERCENTUAL

EXPERIÊNCIA

ESTÉTICA

NECESSIDADE DE ACEITAÇÃO

28

64% Sofrimento

INSEGURANÇA

28

64% Sofrimento

CARÊNCIA AFETIVA

28

64% Sofrimento

IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA

22

50% Identificação

CASAMENTO

09

20% Gosto/desgosto

FRUSTRAÇÃO

08 18% Sofrimento

75

IMATURIDADE EMOCIONAL

08

18% Confusão

MATERNIDADE

03

7% Amor

PRECONCEITO

03

7% Dúvidas

IMPOTÊNCIA

01

2% Sofrimento

RIVALIDADE

01

2% Poder

COMPETIÇÃO

01

2% Poder

Quadro 7: Análise de Narrativas Autobiográficas: Afetos e Emoções Fonte: Elaborado pela autora

Afetos e emoções aparecem nas narrativas como traços que indicam a

necessidade de aceitação, insegurança e carência afetiva, representando

respectivamente um total de 64% dos resultados, colocam em evidência uma

estética marcada pelo sofrimento e, 50% com o sentido que a família representa em

suas escolhas, posto pelo imaginário na identificação com o Outro, funcionam e

pontuam estes traços como formas de sintomas que constituem uma identidade

subjetiva e, é com este modo de ser e se fazer que o sujeito discente, futuramente

docente, se apresenta em seus contextos sociais e profissionais. Portanto, esta

linguagem não “dita” também o define como sujeito. Convém salientar, que os traços

não definem por si só um sujeito, mas dizem dele, mais do que ele propriamente

pode dizer em nível de consciência e razão.

Dor e sofrimento significam muitas vezes o fortalecimento do ego. O sujeito se

revela e, se posiciona pela linguagem, e este modo particular de se apresentar, não

pertence à ordem e domínio da razão, mas antes, escapa a ela e, nesta via, revela

pelo inconsciente uma estética de ser e se fazer sujeito, conforme resultados abaixo:

TEMPO/LUGAR EMOÇÕES/AFETOS QUANTIDADE PERCENTUAL

Escolar Transferência com o professor

44

100%

Familiar Importância do contexto familiar

38

86%

Quadro 8: Análise de Narrativas Autobiográficas: Contextos Formativos Fonte: Elaborado pela autora

76

As narrativas abaixo evidenciam a transferência, como o professor que

solicitou o trabalho com a “Colcha de Retalhos”, do Ensino Fundamental e Médio.

Para mim foi um pouco difícil saber que eu teria que desenvolver um trabalho escrito por mim mesmo para falar de minha vida e de minha trajetória até aqui, fiquei perplexa e sinceramente gostaria de chegar até minha professora de Psicologia da Educação para dizer-lhe que eu não estava gostando desta ideia, teria que relembrar coisas que eu gostaria de esquecer... (Narrador 2) Comecei na escola já na primeira série e fui muito bem tratada quando fui recebida pela professora Aldenir, isso me deixava tranquila em um ambiente em que só me trazia a sensação de querer voltar para casa, para os braços de minha mãe. Na segunda série tive uma professora séria, mas que também me deixava tranquila, o porque disto eu não sei explicar, só me lembro daquela sensação boa, de estar na sala de aula. (Narrador 2) A primeira cena que me vem a minha cabeça é com relação ao professor Jadson, que era meu professor de química. Nunca gostei de química, mas as aulas eram tão dinâmicas e legais que gostava das experiências e dá forma que ele conduzia a aula, tanto na teoria tanto na prática. Era “divertido” “brincar de cientista”, até hoje lembro das experiências que ele passou. A relação foi de submissão, ele tinha muito conhecimento. Outra cena é nas aulas de literatura que aprendi com o professor Carlos a gostar de ler. Outro momento marcante pra mim foram as aulas de educação física, o professor motiva a todos foi muito legal. Minha relação com todos foi de submissão, aprendi bastante com cada um deles. (Narrador 7) Jamais me esqueceria de minha professora Ení, matéria de Arte, que me acompanhou do primeiro ano de ensino médio até o terceiro e último ano. (Narrador 13)

Conforme Kupfer, a transferência ocorre quando: “o desejo de saber do aluno

se aferra a um elemento particular do professor.” (KUPFER, 1995, p. 91). O modo

como os discentes constroem e estabelecem suas relações com as experiências no

espaço escolar, a transferência com o professor, representado pela totalidade dos

discentes, aparece por meio de representações imaginárias e simbólicas a respeito

da docência, apontam para um posicionamento, a priori revestido de uma estética

onde o aluno toma como referência a imagem que o professor desperta nele, a partir

de suas representações e, esta imagem na medida em que convoca seu desejo,

pode ser positiva ou negativa e desta forma desencadeará um gosto ou desgosto

pelo conhecimento ou pelo aprendizado com este professor. Porém, se a inscrição

do desejo estiver simbolizada pelo gosto em relação ao conhecimento, a imagem do

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professor enquanto transferência não terá significado algum para o sujeito discente

enquanto construção do conhecimento.

A importância que a família ocupa nas representações dos discentes diante

de suas escolhas, também ocupa lugar de destaque no discurso escrito pelas

narrativas, pois este lugar compreende 86% dos resultados e desta maneira, se

configura em um modo particular na construção do processo formativo, representado

por uma cultura familiar, e que estabelece um modo de se comunicar e se posicionar

dentro e fora da escola e, com esse jeito, aponta para uma estética de divergência

ou convergência diante dos contextos sociais e profissionais.

Com isso, é possível apontar que razão e a consciência não são os únicos

modos de conhecimento de si no processo formativo. O conhecimento se estabelece

também pela dimensão do inconsciente, movidos pelos sentidos que são dados para

a razão sobre os elementos que compõe uma experiência estética. O processo

formativo é construído de certezas e incertezas, desconstruções e reconstruções, de

sentidos e significados á respeito do que foi, ou não, vivenciado que revelam uma

identidade subjetiva.

Nesse sentido, Lacan (1986) reitera que o simbólico é o registro da linguagem

e estabelece o lugar das representações psíquicas. Assim, podemos ressaltar que

nunca o sentido será absoluto, nem mesmo as palavras utilizadas num discurso,

pois sempre poderá haver outras interpretações. Desta forma, o quepe dito não

assegura que a informação que se pretendeu dar foi recebida e compreendida como

se desejava.

As narrativas versam sobre como o processo de autonomia e emancipação

ocorre via estética, pois a estética exerce uma função articuladora e intermediaria

entre o estado passivo da sensibilidade (natureza humana) também considerada

aqui como (inconsciente e pré-consciente) e o estado ativo do pensamento, dado

pela razão. Schiller (2002) sustenta que o estado estético é a condição necessária

para o homem chegar ou se aproximar de seu conhecimento, e isso remete a sua

afirmação de que “não existe maneira de fazer racional o homem sensível, sem

torná-lo, antes, estético”. Assim, Schiller pergunta: “O que é o homem antes de a

beleza suscitar-lhe o livre prazer e a serena forma abrandar-lhe a vida selvagem”

(SCHILLER, 2002, 124).

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3.4 A estética da narrativa fílmica: o encontro entre o sujeito e o objeto

A análise da narrativa fílmica filme Colcha de Retalhos (How to make an

Americanquit, de Jocelyn Moorhouse, EUA, 1995), a partir do referencial da

Psicanálise, as cenas marcantes e metáforas resgatadas do filme, desencadeiam

uma condição imaginária e simbólica, constituída do real, que revela a constituição

do sujeito, presente nas narrativas escritas, ao trazer cenas marcantes para cada

um, funcionam como um movimento dialético da razão com os sentidos ou da

consciência com o inconsciente e por essa via, revelam uma percepção do sujeito

frente a sua história de vida e um lugar para o sujeito frente a constituição de sua

subjetividade.

As narrativas fílmicas mostram que o sujeito ao interpretar as cenas e as

metáforas que mais lhe tocaram tem uma relação com sua narrativa autobiográfica,

apresentando uma dimensão do inconsciente. Como mencionamos acima, para

Lacan (1986) o inconsciente se manifesta através da linguagem, neste caso, pela

linguagem do cinema.

Conforme podemos vislumbrar por meio do fragmento extraído da seguinte

narrativa:

A primeira cena que me chamou atenção foi quando as duas irmãs estavam fumando na varanda e começaram a contar sobre o caso de traição que as envolvia. A meu ver o cigarro ou o ato de fumar significa um escape, uma forma de por um momento esquecer-se dos problemas que cercavam a construção da colcha. (Narrador 1)

Na dimensão do que escreve este discente, ele tem consciência do que está

escrevendo e supostamente fala de um lugar da sua realidade, que permite dizer de

si. Entretanto, este olhar é peculiar e muito particular, haja vista que o filme

apresenta diversas outras metáforas mais evidentes e que trabalha a trama do filme,

como morango, corvo, ventania. Todavia, algo de sua subjetividade escapa pelo

olhar que fixa à cena que vê. A relação entre esta realidade e a subjetividade se

encontra na narrativa autobiográfica deste discente, marcada pelo seguinte discurso:

O fato é que ele saiu do hospital, me olhou nos olhos com o rosto deformado, pegou um cigarro, fumou e falou, esse é o último cigarro que eu coloco na boca, também falou, pegue esse dinheiro, paga minha conta no bar e diga que nunca mais eu volto. (Narrador 1)

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Neste discurso, o sujeito discente se refere à dificuldade que encontrou por

ter um pai alcoólatra e fumante. A relação que é feita da cena do filme com a sua

história pessoal, remonta um imaginário que construiu em relação à experiência de

seu ambiente familiar e que remete à representação simbólica e imaginária que este

sujeito tem da relação pai e filho. A associação que ele faz da imagem com a cena

primária, vivida no ambiente familiar, não está na ordem da consciência e da razão,

mas é posto em ato pelo sintoma (inconsciente), que se revela pela estética daquilo

que considera feio: o alcoolismo. O bonito significa para ele a possibilidade do pai

em interromper o processo de autodestruição pelo cigarro e álcool. Essa imagem

construída é ordem do imaginário que influencia a maneira do sujeito lidar com as

situações que supostamente possam surgir em seu contexto social e profissional.

De um modo particular, porém similar, o narrador 8, põe em ato um modo de

ser e se fazer sujeito:

Assistir o filme Colcha de Retalhos nos remete em muitos momentos em nossas próprias vidas, pois ao decorrer das cenas as identificações com o nosso dia a dia são muito comuns. Como já diz o titulo do filme a colcha de retalho apresentada eu identifico com o conhecimento que vamos adquirindo no decorrer da vida seja ele bom ou ruim serve de experiência para que aos poucos vamos aprendendo criar nossa própria história são necessários vários momentos. [...] Finn começa a tirar a roupa e decide dar um mergulho, estaria ela atrás de algo de seu passado para um auto-resgate? Afinal ali foi tão feliz. Ou estava procurando readquirir um autoconhecimento para que possa tomar decisões para que ocorresse uma transformação em sua vida, pois se sentia confusa em relação a tudo que tinha feito até o momento. Ocorre uma ventania muito forte em que as folhas da tese de Finn são levadas com o vento e espalhando completamente suas folhas por toda parte. [...] Com o fim da ventania todas as mulheres que costuravam a colcha se sentiram diferente como se aquela ventania tivesse levado embora tudo de ruim que cada uma tinha, deixando um sentimento de paz, em cada uma delas via-se um sensação de vida nova, novas esperanças. Porém, Finn sai desesperada na esperança de juntar as folhas e não ver seu trabalho perdido, afinal ela estava há meses tentando finalizar e já era a terceira tentativa de conclusão da dissertação, mas ao perceber que não conseguiria ela pode perceber que aquele momento poderia ser de transformação ou de mudança em sua vida assim como o de todas aquelas mulheres que ela convivia assim pensando em algo novo, ela desiste de recolher as folhas para tentar algo novo em sua vida como um desafio que sempre acontece em nossas vidas e com esse pensamento ela volta para casa da avó onde estava hospedada temporariamente. (Narrador, 8, grifo nosso)

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É possível estabelecer então uma relação da narrativa fílmica com sua

narrativa autobiográfica:

Por ter uma vida como a de milhares de pessoas a dificuldade sempre aparece. Fui criada só pela minha mãe e a figura paterna que tínhamos em casa, para mim e meus quatro irmãos, era o meu avô. Um homem muito inteligente pai de sete filhos que também foram criados só por ele, pois sua esposa o deixou. Meu avô era uma pessoa que independente das dificuldades sempre incentivava positivamente a nós para que fossemos sempre em frente e nunca deixasse se sonhar e alcançar nossos objetivos não importando quanto tempo isso fosse levar. Infelizmente meu avô se descobriu diabético meu avô em 1995, onde todos nos sofremos muito, pois sabíamos que diabetes é uma doença devastadora, como meu avô sempre foi uma pessoa otimista mais uma vez ele não deixou se abater mesmo tendo que amputar a perna esquerda em 2004. Como sempre conversávamos muito ele sempre acabava contando muito sua história de vida das dificuldades passadas, mas também das alegrias conquistadas durante a vida, seu objetivo era mostrar que era muito importante que eu não deixasse de estudar já que ele e minha mãe não haviam tido essa oportunidade de buscar conhecimento através da escola, porque ele acreditava que a pessoa que estudava saberia lhe dar melhor com as adversidades da vida de um modo geral. Com complicações no seu estado de saúde alguns anos depois o estado do meu avô acabou se agravando muito e acabou por perder a outra perna e acabou falecendo em março de 2012, foi uma perda irreparável para todos da família pois tínhamos perdido nossa referencia, mas como ele era uma pessoa otimista eu me senti no direito de ser também. Isso aflorou muito em mim o desejo de realizar uma vontade antiga e que ele incentivava muito a cursar pedagogia. (Narrador 8)

Ao associar a história de Finn, personagem protagonista do filme, o narrador

resgata e coloca em ato pela materialização da escrita, fragmentos de sua própria

história. Ao narrar sobre a cena do mergulho, a representação que o narrador traz é

de busca pelo conhecimento e as possíveis transformações que são necessárias

para este encontro. Nesta via, associa com a representação que traz na narrativa

autobiográfica a respeito da importância de seu avô, “uma pessoa que independente

das dificuldades sempre incentivava positivamente a nós para que fossemos sempre

em frente e nunca deixasse de sonhar”. Esse discurso encontra sentido para

sustentar o resgate pela busca do conhecimento ensinado por seu avô, que ecoa

nas referências que faz ao mergulho da personagem.

O mesmo ocorre com a cena da ventania, que neste caso, faz relação com a

perda do avô, que possivelmente desestabiliza este sujeito, desencadeando conflitos

e confusões em relação ao ensinamento que havia recebido e que remete as

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escolhas e ao desejo, porém, inspirado ou identificado com este avô, ele elabora e

significa esta experiência, encontrando um novo lugar para habitar. A cena da

relação amorosa entre os pais da personagem do filme, também remonta a história

de vida pessoal do narrador ao fazer referência que Finn nunca soube o motivo que

seus pais haviam se separado e que havia sido criada com a ausência deste pai.

Não é possível dizer em que via o narrador se identifica com este traço, mas é

possível afirmar que tem a ver com a representação que carrega ao ter sido criado

somente pela mãe.

A narrativa acima permite fazer uma analogia com o sentido que este

narrador dá a suas experiências de vida, que se transformam em conhecimento para

ele. O narrar nasce de uma perda e, nesta dimensão, de algum modo, se revela a

constituição do sujeito que escreve.

Outra narrativa autobiográfica diz que:

Foi então que o medo passou a se tornar meu companheiro de todos os dias, a tristeza de ir aquela escola me acompanhava e todos os dias eu acordava chorando, com medo de como seria no decorrer dos dias. Uma cena, que retrata muito bem o meu medo, foi quando eu estava fazendo lição e a menina da minha sala, esfarelou o giz em suas mãos, e começou a jogar pela minha cabeça e enquanto eu fui ao banheiro limpar, rasgaram a minha lição. Meus pais sempre me ensinaram a nunca arrumar confusão, o que acabava me deixando com medo deles, e com medo das garotas má da escola. Houve inúmeros acontecimentos que todos os dias me deixavam apreensiva no momento de ir à aula, ou seja, eu estava sofrendo Bullyng, sem fazer absolutamente nada para aquelas meninas. Isto só teve um fim , quando finalmente, as cinco garotas mudaram de turno, e começaram a estudar em outro horário. Depois deste acontecimento que no decorrer da vida, encontramos pessoas de todos os tipos, que nos enfrentam e nos mantém presos de um paradigma que às vezes achamos que não somos capazes de resolver. Porém, depois de se passarem alguns anos, vejo esta cena como um “Medo”, medo de mim mesma, de não saber e nem tentar resolver esta situação. Medo de não conseguir. A sociedade nos enfrenta diariamente e cabe a nós tentar passar por cima disso, em deixar os nossos valores de lado. (Narrador 36)

Nesta narrativa, o autor registra um sentimento de medo causado pela

experiência que viveu no ambiente escolar e uma posição diante deste fato,

desencadeada pela cultura familiar que ensinou a “nunca arrumar confusão”. O

interessante é que a narrativa fílmica coloca em ato este discurso representado

pelos não-ditos na escrita de sua interpretação sobre a cena do filme conforme

abaixo:

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No decorrer do filme, as diferenças que aconteceram na vida de cada uma vão se mostrando, e aparecendo como uma forma de aprendizado para Finn. Uma cena que me chamou atenção foi que cada parte do filme apareciam coisas que se associavam perante outras. Quando Finn se interessou por outro homem, o objeto era o morango que lhe causava tentação, e logo depois a ventania, foi como as suas ideias estavam completamente confusas, e a ventania lhe ajudou a esclarecê-las. Esse filme expressa claramente a autonomia que cada pessoa tem, porém, trabalhando para a coletividade. Cada pessoa que bordava o retalho da colcha tinha uma história de vida para contar. Eram histórias de vida, que se baseava em coisas boas e ruins que aconteceram. Cada mulher que tecia os retalhos teve pelo menos um momento charneira em suas vidas, que foi colocado no retalho, ou seja, algo que as marcou profundamente. (Narrador 36)

A narrativa evidencia um modo de simbolização do narrador, a respeito do

medo que faz parte da sua compreensão da relação de mundo e do outro. Fala

sobre como as mulheres resolveram seu problema, especialmente, sobre a situação

da protagonista Finn, que estava com medo de casar, e diante da situação de

“arrumar confusão” com o noivo, caso se apaixonasse pelo rapaz que levou

morangos para ela. Assim, o que lhe toca é a constatação de que as experiências

são singulares, feitas de escolhas e decisões, percebe que cada personagem é

marcada por uma situação conflitante, quando diz: “Cada mulher que tecia os

retalhos teve pelo menos um momento charneira em sua vida, que foi colocado no

retalho, ou seja, algo que as marcou profundamente”. Assim, fica no não-dito que o

narrador relaciona as histórias de cada personagem com sua singularidade, pelo

sentimento de gosto ou desgosto, um movimento que revela uma estética do sujeito

marcado pelo desejo de um saber fazer escolhas e tomar decisões diante das

situações conflitantes.

Já o narrador 35 revela traços de sua subjetividade através do seguinte

fragmento narrativo:

No período que eu tinha 13 anos me traz muito desconforto, pois foi uma fase difícil. Meus pais se separaram, não existia mais nada entre eles, minha família acabaria ou continuaríamos mesmo com este buraco. E, foi isto que aconteceu, continuamos sem meu pai, mas doía na gente. Ainda mais em meus irmãos, que passaram por muitos problemas de aceitação. Aí vieram as dificuldades financeiras e as humilhações do meu avô, pois morávamos em cima da casa dele, depois de altos e baixos, foi o momento de trabalhar, não deu certo. Foi quando a minha tia Simone me convidou para morar com ela, assim cuidaria da minha prima de 7anos e talvez teria uma vida um

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pouco melhor, mudei de escola, me sentia sozinha nos primeiros dias, era excelente a escola, porém eu não estava bem no aprendizado, não conseguia acompanhar, eu precisava me dedicar e não era isto que procurava naquele momento. (Narrativa 35)

A subjetividade deste autor também é revelada pelos ditos e não-ditos na

escrita narrativa biográfica e fílmica, respectivamente, e aponta para um lugar de

sofrimento associado à separação dos pais e à necessidade de submissão ao avô.

Este resgate encontra força no seguinte fragmento discursivo:

Em um dia sem esperar, a mãe de Finn vai até o seu encontro para anunciar que voltará a ficar com o seu pai e que acreditava no casamento, isto tudo mexe com a cabeça e sentimentos dela, pois tinha consigo a crença sobre palavras mal interpretadas no passado quando acompanhou a separação de seus pais, neste momento ela se entrega em sentimento para a mãe e vai se entregar ao relacionamento que tanto tinha medo. [...] Importante conhecer as historias de vida das pessoas, pois cada individuo traz consigo a sua história de vida, por este motivo que somos diferentes e buscamos a todo o momento estarmos em comunhão com aquilo que acreditamos como verdade, porém nem sempre o que acreditamos trata-se de uma verdade, vai depender do ponto de vista de cada um, interpretação dos fatos e crenças. É importante mergulhar dentro de si mesmo e se conhecer, conhecer os seus valores e missão, não deixar o seus sonhos morrerem devido as historias de vida de outras pessoas, cada um constrói a sua história e desenha a sua própria vida. (Narrativa 35)

As narrativas mostram que a construção de si e do outro se revela pelas

experiências, e que estas são importantes para o desenvolvimento e crescimento de

cada um, na medida em que situa um mundo para se habitar pelo modo que se

articula com linguagem ao interpretar as cenas. Ao narrar sobre as cenas que lhe

chamaram atenção, há uma interpretação. Neste viés, o sujeito se apresenta, pois

coloca em ato: significantes e significados que remetem a sua condição subjetiva. A

narrativa escrita ou falada tem a função de situar uma pessoa que fala ou escreve

em relação a um objeto ou situação, porém, a maneira como se fala, diz mais da

pessoa do que do objeto. Nesta perspectiva, aponta para as representações que

este sujeito faz de si e do mundo.

A busca pela metáfora encontrada na narrativa fílmica é uma forma de

interpretar um lugar, um modo como o sujeito articula as suas relações com o outro,

consigo e com o mundo. O sujeito se depara com um desafio por “desencadear uma

consciência particular e um reconhecimento de si mesmo como sujeito” (Josso,

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2002, p. 22). O sujeito fica às voltas com ele mesmo e, nesta medida, desvela um

lugar de posicionamento frente a um contexto que se constrói a partir das

representações sociais e coletivas e ao mesmo tempo o torna singular.

O conteúdo da linguagem da narrativa fílmica coloca em evidência a

necessidade e importância de direcionar uma escuta para a compreensão do lugar

do outro em seu discurso. A narrativa fílmica revela o sujeito, por meio da metáfora,

o narrador aponta os não-ditos na escrita autobiográfica, de um modo particular, que

ao interpretar as cenas fílmicas diz mais sobre si, principalmente, no que remete a

sua posição de sujeito sobre sua representação, entre outros, de relacionamentos

afetivos, o amor. Convém ressaltar que as experiências não são suficientes para

definir o sujeito, mas definem as representações estão na construção do processo

formativo.

As narrativas permitem compreender que as experiências de vida funcionam

como recursos para o desenvolvimento humano. A linguagem revela e coloca em

questão a subjetividade dos sujeitos, que com este modo particular que irão interagir

com seu meio. Esta condição para a psicanálise remete a uma questão primordial

que aponta o sujeito como um ser inacabado e em constante construção, o que lhe

coloca a condição de limites o tempo todo, pois ao sujeito sempre alguma coisa

escapará, não saberá tudo de si.

O conteúdo das narrativas permite insistir que é preciso dar voz e condições

humanizadas para que os sujeitos possam se autorizar e tomar posse de seu

processo formativo e para compreender efetivamente quais são os saberes

necessários para desempenhar suas atividades e atingir seus objetivos. Para poder

identificar a verdadeira necessidade que o professor encontra diante de sua prática

diária e unir os saberes à prática docente em suas especificidades, levando em

consideração as reais dificuldades vivenciadas no espaço escolar e institucional,

bem como sala de aula, como elementos importantes para a construção da

formação estética docente.

Nesta dimensão, uma estética do sujeito se revela. Schiller (2002) considera

que a estética se encontra nos objetos e na natureza, e por essa condição é

possível a interpretação do belo como objeto e a percepção do mesmo numa

dimensão subjetiva. Esse movimento desencadeia no sujeito uma consciência de si

e do outro, que requer tomada de decisões e escolhas, no processo de ressignificar

seu percurso formativo, um caminho de desenvolvimento de autonomia e

85

emancipação por meio da estética, posta pela experiência do gosto ou desgosto.

Nesta via, a formação docente encontra eco na narrativa de vida, ou seja, pela

construção singular e coletiva trazidas das experiências de vida de cada sujeito.

86

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa (auto) biográfica realizada neste trabalho, a partir da análise e

interpretação das narrativas nas dimensões biográfica, autobiográfica e fílmica

produzidas pela metodologia formativa “Colcha de Retalhos” permite investigar os

fenômenos que ocorrem nos processos (auto) formativos, bem como suas

implicações na prática pedagógica, na medida em que se torna um espaço formativo

e possibilita a oportunidade de dar voz e ouvir as vozes dos sujeitos, entendidos

aqui como o aluno que está em sala de aula. Nesta perspectiva, viabiliza uma escuta

pessoal que ecoa também do coletivo, a partir das experiências singulares de cada

sujeito em questão.

O questionário narrativo foi utilizado como procedimento para coleta de

dados, na disciplina “Psicologia da Educação”, ministrada por Berkenbrock-Rosito,

no ano de 2014, no primeiro semestre, do Curso de Pedagogia, por meio das

narrativas escritas em suas dimensões biográfica, autobiográfica e fílmica, que

compõem o dispositivo metodológico “Colcha de Retalhos”.

Neste estudo, os dados obtidos foram interpretados pelo enfoque da

hermenêutica de Gadamer (2000). Em relação aos processos formativos, os

conceitos de Educação e Educação Estética seguiram os referenciais teóricos de

Schiller, Adorno e Freire. Contudo, a compreensão a respeito do lugar que o sujeito

ocupa frente à construção de seu processo formativo considerando como “lugar” as

representações do inconsciente, foi estudada à luz dos conceitos de sujeito,

inconsciente e desejo seguindo os referenciais dos teóricos da Psicanálise em Freud

e Lacan.

Os resultados encontrados produzem uma reflexão a respeito da Educação

Estética presente nos espaços formativos da sala de aula. As narrativas escritas,

dentro do método (auto) biográfico, para formação docente e de pesquisador, se

configuram como método científico que valoriza e aproxima o conhecimento de si,

que reflete na prática educacional e contribui para um redirecionamento nas

relações, que articula a prática docente aos modos de ser e se fazer professor. Todo

processo de construção que remete ao conhecimento pessoal desmistifica as

certezas e incertezas a respeito de verdades universais, desconstrói e reconstrói

novos significados e sentidos a respeito do que foi e não foi vivido nas experiências

87

de vida formativa e pessoal, o que possibilita a construção de outros espaços

estéticos revelados pela consciência de um novo modo de ser e fazer-se pessoa.

Sendo assim, o dispositivo metodológico “Colcha de Retalhos” configura-se

como espaço de formação, ao criar condições de abertura de voz para os sujeitos

em sala de aula. Nesse sentido, dar espaço de voz remete a considerar também

possibilidades de um espaço para escuta, sobre o que diz essa voz, o que produz

ecos nos sujeitos das experiências singulares e coletivas.

A expressão dos sujeitos nas narrativas escritas conduz a um caminho que

remete o participante a um lugar de posicionamento frente a sua história e sua

escrita, seja ela, fictícia ou da realidade, pois de início, já remete automaticamente o

participante a busca de lembranças, de experiências e, neste processo, a razão vai

dando lugar as representações e um novo lugar vai se constituindo para o sujeito

diante e a partir da relação que faz com a natureza e seus objetos, bem como

consigo e com sua história revelando uma identidade subjetiva.

Diante do exposto, o objetivo da pesquisa foi alcançado, pois situa um lugar

para o sujeito das narrativas, considerando a existência de limites e possibilidades

em relação aos saberes e não-saberes que carregam em sua trajetória formativa

que é posta em forma de conhecimento na sala de aula, a partir das relações que se

estabelecem com o professor, conteúdos, colegas e consigo próprio.

O resultado da análise das narrativas nesta pesquisa revelou que uma

dimensão estética ocorre como fenômeno que emerge das representações

simbólicas dos sujeitos discentes, a partir da linguagem. Por essa condição, aponta

para um lugar de posicionamento destes sujeitos frente a sua construção formativa.

Considerando, a priori, as referências imaginárias e simbólicas, a respeito da

importância que a família possui influenciando suas escolhas, a transferência com o

professor, em que o aluno toma como referência a imagem que o professor desperta

nele, que convoca seu desejo, aparecem por meio de representações e apontam

para um posicionamento revestido de uma estética do belo ou do feio, do gosto ou

desgosto na relação com o mundo.

Nesta perspectiva, se apresenta uma constatação colocada por Lacan (1986),

que ao situar a psicanálise afirma que o inconsciente aparece pela linguagem, essa

constatação se dá através do processo primário que o pertencimento do sujeito ao

núcleo familiar, como base da constituição do eu, a partir do olhar do outro, da

família. As narrativas são importantes não só pela escrita, mas, antes, pelo sentido

88

que estas palavras fazem para o narrador que as escreve, que posto em linguagem

revela um lugar de posição para o sujeito, ao mesmo tempo que, autorizando o

sujeito a escrever, apresenta um jeito em se apropriar ou não de seu discurso e do

processo formativo.

A contribuição da Psicanálise para o estudo da Educação Estética e as

narrativas nos processos de formação de professores diz respeito à noção de

inconsciente. Apesar de a palavra inconsciente ocupar um espaço de popularidade,

ainda, raramente tem entrado na linguagem dos estudos que tratam da formação de

professores, como se esse conceito não fizesse parte do campo educacional, como

se alunos e professores não possuíssem a dimensão do inconsciente. O não

reconhecimento da dimensão do inconsciente tem trazido muitos problemas para a

compreensão de conflitos no espaço escolar, quando estes encontram-se na

dimensão do inconsciente e aparecem nos conflitos que, muitas vezes, são tratados

como pessoais na relação entre os sujeitos. Encontra-se a contribuição da linha

teórica behaviorista, Análise Comportamental (Skinner), gestaltista e sócio-

construtivista para a compreensão do processo formativo. Entretanto, o estudo

aponta que a razão e a consciência não são os únicos modos de conhecimento de si

no processo formativo. O conhecimento se estabelece também pela dimensão do

inconsciente, movidos pelos sentidos que são dados para a razão sobre os

elementos que compõe uma experiência estética, o que coloca um limite para o

desenvolvimento da autonomia e emancipação, já que algo sempre escapa à

consciência dos sujeitos.

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REFERÊNCIAS

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95

Anexo Narrativas analisadas

NARRADOR 1

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

Relato biográfico

1ª Cena Marcante - Café com poesia –

Professora Silvana. Carlos Gomes

(2007).

Após um longo momento de reflexão

sobre todos os momentos marcantes na

minha vida espero ter representado bem

com os fatos que escolhi. Foi um

processo de aprofundamento que

relembrou momentos que antes talvez eu

não quisesse mais lembrar, mas que são

importantes nesse momento para o meu

crescimento pessoal, pois acredito que

colocar pedras em fatos sem realizar

algum tipo de reflexão sobre o mesmo é

restringir o crescimento, visto que, a meu

ver todo fato, por mais difícil que seja,

apresenta lições para a vida.

Essa foi a primeira cena marcante que

escolhi para abrir os relatos, pois acredito

Relato Autobiográfico

1º momento charneira

Desde que eu nasci meu pai sempre foi

alcoólatra. Quando eu era bem pequeno

não tinha muito conhecimento sobre isso,

achava que ele ia encontrar seus amigos

num lugar que eu poderia comer

salgadinho e tomar refrigerante, onde ele

jogava sinuca e baralho, ficava feliz, dava

risada, pra mim era um lugar bom para

ele, mas não era. Meu pai sempre brigava

muito com minha mãe e ela sempre dizia

que iria embora de casa ou dizia que iria

mandar ele embora, mas eu nunca

entendia muito bem, mas conforme os

anos foram passando e eu fui tomando

consciência das coisas ao meu redor

aquilo começou a me afetar

negativamente. Eu detestava meu pai,

achava que ele era a pior pessoa do

Narrativa Fílmica

Sobre o filme colcha de retalhos e sua

relação com a educação, com o

aprendizado, sinceramente eu posso

não ter me aprofundado totalmente nas

metáforas do filme ou não ter adquirido

todo conhecimento que poderia

assistindo-o, mas assim mesmo vou

falar sobre as metáforas que pude

observar e a relação que fiz delas com

o processo de educação e ensino.

A primeira cena que me chamou

atenção foi quando as duas irmãs

estavam fumando na varanda e

começaram a contar sobre o caso de

traição que as envolvia. A meu ver o

cigarro ou o ato de fumar significa um

escape, uma forma de por um momento

esquecer-se dos problemas que

cercavam a construção da colcha, isso

- Longo momento

de reflexão.

- Momentos que

antes talvez eu

não quisesse

mais lembrar.

- Processo de

aprofundamento.

- Outra forma de

aprender.

- Escolas que

procuravam

passar o aluno a

diante nas séries.

- Livrar dos

alunos problema.

- Procurar

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Dificuldade para falar de si;

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão: consigo

com o professor e com o

conhecimento;

NARRATIVA

AUTOBIOGRÁFICA:

- Carência afetiva;

- Dificuldade de aceitação;

96

que dentro das cenas marcantes do

ensino médio, foi a mais relevante para o

restante da minha vida, também sendo a

cena com maior valor.

Assim que entrei no colégio Carlos

Gomes me deparei com outra forma de

aprender. Sempre passei por escolas que

procuravam passar o aluno a diante nas

séries, aplicando provas e trabalhos, sem

nenhum tipo de estimulação ao debate

dos assuntos abordados nem um cuidado

com o conhecimento adquirido, na

verdade eles se preocupavam em se

“livrar” dos alunos “problema” e por conta

disso os alunos interessados em

desenvolver seu conhecimento tinham

que trabalhar conforme o plano de

ensino da escola e por conta própria

procurar conhecimento nas bibliotecas,

internet, revistas livros, jornais, sem

orientação dos professores, o que a meu

ver prejudica a formação.

Nessa escola tínhamos outra forma de

desenvolver o conhecimento e desde

meus treze, quatorze anos eu costumava

escrever, falando sobre minha vida,

criando algumas histórias poemas e etc.

Logo na primeira semana já nos foi

proposto uma atividade que seria repetida

a cada mês na disciplina de língua

portuguesa, no caso, o Café com Poesia.

Trata- se de escolher um poeta variado,

em seguida escolher um poema do

mesmo e desenvolver uma apresentação

desse poema de forma criativa e variada

mundo, alguém incapaz de ser bom com

os outros, que bebia e fumava e chegava

em casa ameaçando minha mãe,

quebrando todas as janelas da minha

casa, arrumando brigas na rua,

aterrorizando todo mundo. Além de eu

detestar meu pai eu não sabia o que era

ter um pai de fato, não sabia o que era ter

um pai, eu tinha um cara que causava

todo dia e que eu dava graças a deus

quando viajava a trabalho e ficava muitos

dias fora de casa, porque a gente tinha

paz, quando eu sabia o que era paz. Eu

descobri muitos anos depois o que era ter

um pai com meu avô que me dava vários

conselhos, me ajudava nas lições de

casa, que me tranqüilizava, brincava

comigo, me levava pra sair, só que

naquela época eu só achava que ele era

meu avô e era coisa de avô, mas ele foi

muito mais que isso e infelizmente eu não

pude falar o quanto ele foi importante pra

minha vida, porque o perdi longe de mim,

nem pude ir ao seu velório e eu era

adolescente bobo que tinha vergonha de

falar ao telefone, imaginar demonstrar

meus sentimentos.

Voltando ao assunto, depois de várias

brigas nas quais eu me meti com meu

pai, minha mãe até tentou se separar

dele, era um época em que todas as

minhas tias estavam se separando dos

meus tios e todas pelo mesmo motivo:

Maridos alcoólatras. Eu não queria que

minha mãe se separasse do meu pai

porque eu tinha muita esperança de que

acontece também muitas vezes

conosco, quando tentamos desviar

nossa atenção para outras coisas,

outros assuntos ou outras atividades,

nos deslocando do objetivo no processo

de ensino e aprendizagem, quanto

temos alguma tarefa e procrastinamos ,

ou quando não conseguimos resolver

algum tipo de problema então

assistimos TV ou ficamos na internet ou

algo do tipo.

O segundo fato foi a construção de uma

espécie de muro das lamentações pela

irmã traída, quando a mesma quebrou

todos os objetos de porcelana de seu

quarto descarregando o ódio que sentia

por ter descoberto a traição e

colocando aquele ato como uma forma

de destruir tudo ao redor, já que ela

também estava destruída pela traição.

Com a criação daquele muro, ela ia

guardando toda magoa e rancor pela

situação e pelas

pessoas envolvidas, sua irmã e seu

marido no caso. Também podemos

relacionar essa metáfora com a

educação no sentido de que muitas

vezes no processo de educação vamos

guardando falsas impressões sobre as

coisas, devido a experiências negativas

passadas, como uma frustração por

não ter feito um desenho tão criativo ou

“perfeito” como os colegas de classe e

por conta disso achar que não sabe

desenhar, ou mesmo se limitar a não se

conhecimento.

- Sem orientação

dos professores

prejudica a

formação.

- Eu e uma amiga

minha.

- Trabalhado

duro.

- Professora

Silvana,... nos

motivava.

- O elogio de

nossos

educadores.

- Fator que

desencadeou em

mim a escrita”;

- Fizemos uma

pesquisa

profunda nas

notícias da

época.

- Depois tivemos

um trabalho

difícil.

- Uma

experiência de

aprendizado

- Violência familiar.

- Importância da família;

- Sofrimento;

- Timidez;

- Dificuldade de relacionamento;

- Baixa auto-estima;

- Insegurança;

- Preconceito interno e externo

- Transferência com o professor e

com o outro.

NARRATIVA FÍMICA:

- Consciência de si e do outro.

97

e isso me encantou demais, porque eu já

tinha uma grande vontade de desenvolver

atividades desse tipo e o lugar ideal seria

realmente a escola, já que eu não

participava de nenhum projeto nesses

moldes fora da vida acadêmica.

No primeiro momento eu e uma amiga

minha, a Rafaela, nos reunimos para

realizar esse projeto e escolhemos o

poeta Manuel Bandeira e o seu poema

mais profundo e marcante para nós:

Desencanto.

Decidimos fazer uma encenação teatral

sobre o poema, porque quando íamos

lendo e relendo o poema já íamos

visualizando mentalmente todas as cenas

e já criando como iríamos desenvolver o

projeto, então nós íamos lendo e

conversando sobre o poema e aquilo foi

nos levando sem perceber a criar todo o

roteiro da peça e eu que já adorava

escrever já fui fazendo todas as partes

escritas, nós fomos convidando nossos

amigos para atuarem na peça e dentro de

uma semana tínhamos trabalhado duro

na construção do cenário, figurino,

iluminação, falas, roteiro, marcação de

cena, toda a parte mecânica da peça.

Minha professora Silvana nos orientou o

tempo todo e nos motivava dando alguns

palpites para ajudar ainda mais nas

questões da peça, ela foi fundamental

também durante o processo de criação,

revisando o texto e cuidando do conceito,

ele pudesse mudar e no fundo até minha

mãe tinha, nessa época, eu já deveria ter

meus 12 anos, eu já tinha um

pensamento que não enxergava meu pai

como um monstro imutável, eu olhava ele

um pouco como vitima do vicio e também

como pessoa violenta e agressiva, que

ainda bem nunca bateu na minha mãe

nem em nós, minha mãe sempre nos

defendeu e depois quando eu fui

crescendo também nos defendia como

podia, mas dentro dele também tinha algo

que não deixava ele nos agredir eu acho.

Num belo dia, minha mãe tinha ido a

igreja e eu estava em casa sozinho

assistindo TV e meu pai chega, dizendo

que alguém tinha desafiado ele e ele iria

matar a pessoa, pegou uma faca na pia

da cozinha e colocou entre a calça e o

corpo e saiu de casa. Deu uns 40 minutos

vieram os vizinhos dizendo que meu pai

tinha sofrido um acidente e eu já sabia o

que tinha acontecido, justamente o que

eu sempre tive medo, meu pai se meteu

numa briga com alguém e levou a pior,

mas foi bem pior do que isso. Depois eu

fiquei sabendo da historia, meu pai foi no

bar onde alguém brincou com ele ou

provocou não sei ao certo, ele veio em

casa, pegou a faca e foi ao bar, tentou

esfaquear a pessoa em questão e mais

de quinze pessoas o agrediram, ele

tentou correr, mas derrubaram ele e por

pouco não jogaram um pedregulho

enorme na cabeça dele, quem o salvou

disso foi um dos nossos vizinhos que era

aprofundar em matemática porque não

soube em um determinado momento

resolver uma questão mais complexa e

etc. E a outra metáfora que me

interessou foi o relato da filha da Ana,

que se questionava sobre a vida que

levava, se o certo era se prender ou ter

várias historias, se de repente o certo

era ter algum tipo de relação dita

perfeita ou ideal, mesmo ela pregando

aos outros com suas atitudes que

estava resolvida sobre isso era notório

imaginar que não, depois do poema

que ela recebeu do seu grande amor, o

homem casado que aparece no filme.

Achei interessante falar sobre o retalho

da filha da Ana, porque no bilhete em

questão o poema que foi escrito pelo

amor dela falava sobre o fato de saber

admirar a beleza da construção, do

caminho, das historias, não

necessariamente dar valor apenas a um

fato de destaque ou que se adapte aos

moldes. Na educação vemos isso

também, porque é importante a

construção do conhecimento, o

processo, a costura dos retalhos das

experiências da vida escolar, social

profissional e etc. Todo processo é

importante. Não é mais importante

saber algo que outros não saibam tanto

quanto você ou ser o melhor da classe

em inglês, se de repente no restante

você deixa a desejar, todo tipo de

conhecimento deve ser valorizado e

todos eles são responsáveis para seu

crescimento, basta que você tenha

transfor-

madora e

cansativa.

- Estava com a

média baixa.

- A professora

nos passou um

trabalho diferente.

- Tínhamos um

prazo para a

entrega longo.

- Trabalho

individual.

- Um trabalho

fácil de fazer.

- Insatisfeito com

a escola.

- Um dia antes

resolvi fazer o tal

trabalho.

- Meu trabalho

não foi feito

direito.

- No final das

contas eles só

queriam passar

todos de ano.

- Ainda pedi e

98

me estimulando bastante a escrever.

Quando finalizamos a apresentação que

foi regada a muito chá, café, salgadinhos

(daí o nome café com poesia) ouvimos

dos nossos amigos e colegas da sala,

bem como dos nossos professores e do

nosso diretor Ailton que aquela tinha sido

uma das melhores apresentações teatrais

já feitas desde que o projeto tinha

começado e o orgulho por receber um

elogio dos nossos educadores foi

exatamente gratificante, foi o fator que

desencadeou em mima escrita, porque a

partir de então eu não parei mais. Não fiz

mais peças, mas escrevo contos e

crônicas e tenho um livro engavetado e

escrito pela metade que pretendo finalizar

logo.

Eu faço versos como quem chora

De desalento... De desencanto...

Fecha o meu livro, se por agora

Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...

Tristeza esparsa... Remorso vão...

Dói-me nas veias. Amargo e quente.

Cai, gota a gota, do coração.

amigo dele e gritou que ia chamar a

policia.

Depois desse momento ele ficou muito

machucado e depois de vários exames os

médicos falaram pra ele que se ele não

parasse de beber e fumar naquele

momento ele não teria muitos anos de

vida, não sei se foi pra dar um choque

nele ou de fato ele estava com a saúde

muito prejudicada, o fato é que ele saiu

do hospital, me olhou nos olhos com o

rosto deformado, pegou um cigarro,

fumou e falou, esse é o ultimo cigarro que

eu coloco na boca, também falou, peque

esse dinheiro, paga minha conta no bar e

diga que nunca mais eu volto.

E assim foi. Meu pai parou de fumar e

beber, quase 10 anos e a partir daí minha

vida foi completamente diferente.

Descobri um grande amigo, somos

parceiros para tudo, depois disso meus

pais me deram mais uma irmã, nossa

família é a coisa mais linda que eu já vi.

Meu pensamento triste sobre a vida,

minha perspectiva baixa da relação

familiar foi quebrada totalmente. Eu não

tinha esperança que teria meus pais

unidos, as vezes me perguntava se a

gente sobreviveria a tudo aquilo, se não

teria um dia que alguma coisa muito

grave aconteceria. A criança triste e o

adolescente perturbado foram deixados

de lado, e eu passei a ver a vida com

olhos felizes, tendo a chance de ter tudo

àquilo que eu sempre sonhei: Paz, família

essa consciência usufruindo de maneira

inteligente de todas as situações da

vida.

O filme Colcha de retalhos foi

muitíssimo proveitoso o meu processo

de aprendizagem pois o vendo pude

adquirir conhecimento sobre o processo

de construção, tendo cuidado como o

que de fato é relevante para meu

intelecto, o que muda na minha vida as

experiências que descrevi no projeto e

dentro de sala de aula. Fez-me

confirmar a idéia de que temos que nos

atentar no momento de apropriação de

conhecimento, sabendo escolher

exatamente o que vai ser útil para o

caminho que vou seguir e para o

profissional e a pessoa que quero e vou

ser com o passar dos anos.

Conclusão:

Espero ter conseguido ter atingindo os

objetivos do projeto, haja vista que para

mim foi um enorme prazer ter realizado

o mesmo, embora tenha eu que ter

passado por momentos que não foram

muito prazerosos, pude refletir sobre

eles e adquirir lições que talvez eu

precisasse a um bom tempo e não tive

coragem ou força de vontade de fazer.

Não estou certo de que tenha descrito

os momentos charneiras da minha vida,

mas com certeza são os fatos mais

marcantes da mesma até aqui e me

fizeram passar a ver a vida e as

insisti por mil

vezes que ela

aceitasse meu

trabalho.

- Eu precisava

passar de ano.

- Eu como

professora

preciso te ensinar

isso agora.

- Reprovei na

matéria dela, mas

passei de ano

pelo conselho da

escola.

- Aprendi a ter

mais

responsabilidade.

- Não podemos

contar com as

pessoas.

- Meu pai sempre

foi alcoólatra.

- Meu pai sempre

brigava com

minha mãe.

- Eu detestava

meu pai.

99

E nestes versos de angústia rouca,

Assim dos lábios a vida corre,

Deixando um acre sabor na boca.

Eu faço versos como quem morre.

Manuel Bandeira

2ª Cena Marcante - Gincana escolar-

Professora Silvana Carlos Gomes

(2007)

No mesmo ano do ensino médio tivemos

um projeto que envolvia toda a escola: A

Gincana Escolar. Esse projeto se

baseava na idéia de todas as classes de

uma mesma série se juntassem formando

uma equipe, cada equipe tinha uma cor

diferente, todo ano tínhamos um tema

diferente para desenvolver a gincana que

durava três dias, normalmente quarta,

quinta e a grande final na sexta feira. Na

gincana tínhamos que desenvolver vários

tipos de projetos para abordar o tema,

como por exemplo, dança, apresentação

musical, pintura, peça teatral, entre

outras. Normalmente no primeiro dia as

turmas apresentavam os projetos que

envolviam artes plásticas, como pinturas,

desfiles, gravuras, e etc. No segundo dia

era a vez das apresentações musicais e

no terceiro dia era a vez da dança e

peças teatrais. A escola toda parava e

nós nos relacionávamos com todos os

unida e carinho de pai.

2º Momento Charneiras

Em 2008 eu comecei a trabalhar. Eu não

sabia muito bem me virar por ai e tudo foi

bem complicado na hora de procurar

trabalho e trabalhar de fato, afinal de

contas, eu tinha saído da escola a pouco

tempo e só no ultimo ano praticamente

que eu consegui fazer amizades ou

colegas, quando eu consegui encontrar

pessoas que me respeitavam e gostavam

de mim pelo que eu era e pessoas que

pensavam como eu em alguns casos,

pessoas que tinham dividido momentos

importantes, mas me faltava a confiança

de conviver com pessoas totalmente

diferentes de mim, pessoas que estavam

em outros momentos da vida, com

diferentes idades, idéias,

comportamentos e etc. A idéia de

começar a trabalhar começou a me

incomodar e eu achei que não fosse dar

conta da pressão mental que eu

proporcionava a mim.

Depois de certo tempo de procura eu

finalmente tinha conseguido um emprego,

nada foi muito como eu esperava que

fosse, com salário baixo, mas com pouco

tempo de trabalho também, mas eu dei

aquela sorte que se da poucas vezes na

vida, tinha conhecido sem querer duas

pessoas que mudaram minha vida.

Conheci da Dani e a Angélica, duas

meninas especiais. Foram e são minhas

pessoas de outra forma, melhorando

como pessoa e individuo social.

- Alguém incapaz

de ser bom com

os outros.

- Bebia, fumava e

chegava em casa

ameaçando

minha mãe.

- Quebrando

todas as janelas.

- Aterrorizando

todo mundo.

- Não sabia o que

era ter um pai de

fato.

- Um adolescente

bobo que tinha

vergonha de falar

ao telefone.

- Depois de várias

brigas nas quais

eu me meti com

meu pai.

- Minha mãe até

tentou se separar.

- Todas as

minhas tias

estavam se

separando.

- Maridos

100

alunos e professore, era um clima

maravilho de conhecimento,

aprofundamento nos temas, pesquisa,

competição, alegria, era o fechamento do

ano letivo e para mim foi o melhor

fechamento do ano.

Assim que saiu o tema da gincana, anos

70, minha professora Silvana me chamou

na sala e perguntou qual projeto eu

estava pensando em elaborar para a

gincana e eu queria fazer algo parecido

com que tinha feito no café com poesia,

pensei em criar algum tipo de historia que

se passasse dentro da ditadura militar e

ela novamente me orientou e me ajudou

no processo de criação, me apresentando

a algumas meninas de outra sala que

estavam pensando em montar uma peça

sobre a Zuzu Angel, uma estilista muito

famosa que perdeu seu filho torturado e

morto pela ditadura,que vai ao encontro

do corpo do mesmo já que ele foi dado

como desaparecido político em 1971.

Fizemos uma pesquisa profunda nas

noticias da época, nos relatos biografias

de Zuzu Angel, sites que continham

informações sobre o caso. Depois disso

tivemos um trabalho difícil, porque não

era uma montagem fácil, precisávamos

representar cenas de combate na rua de

protestantes contra os militares, todo o

cenário e o figurino, precisávamos montar

os desfiles que ela apresentava, era uma

peça muito grande, de pelo menos 40

minutos, com várias falas, cenas, para

toda a escola e trocando idéias com

amigas companhias favoritas da vida. A

gente se conheceu no treinamento do

trabalho. A Dani veio me perguntar as

horas e sinceramente eu nem me lembro

se tava de relógio, eu nunca fui muito de

usar relógio, mas pra ela vir falar comigo

pra isso eu só podia estar de relógio. A

Angélica eu conheci depois por causa da

Dani no mesmo treinamento. As duas

fizeram a experiência de primeiro

emprego ser transformadora. Eu tinha

feito alguns amigos na escola, mas todos

passaram, eu tinha amigos de infância,

mas que ao passar dos anos foram se

afastando porque fomos identificando

diferenças bruscas no nosso modo de ser

e vendo que a partir daquele momento a

gente não combinava mais, que talvez na

época de criança essas diferenças não

fossem notadas ou nem existissem, mas

que agora era muito difícil uma entrega

total e encontrar as duas meninas na

minha vida foi mudar minha forma de

pensar, porque pude me entregar

totalmente me mostrando todo como eu

era, eu pude aprender muito e ver que eu

era muito imaturo para as coisas da vida.

A Dani e a Angel me ensinaram a

conviver melhor com as pessoas, a me

abrir mais, ser mais cordial, simpático, me

mostraram que as pessoas gostavam de

mim como eu era, me mostraram que não

podia me abrir para qualquer pessoa, que

eu tinha que saber diferenciar amigo de

colegas, que eu não precisava me

esforçar para ganhar amizade dos outros,

que bastava ser eu, ser bom e ser

alcoólatras.

- Eu tinha muita

esperança de que

ele pudesse

mudar.

- “vitima do vício”;

- Pai tinha sofrido

um acidente.

- O que eu

sempre tive

medo.

- Pai parou de

fumar e de beber.

- Descobri um

grande amigo.

- Eu não tinha

esperança que

teria meus pais

unidos.

- A criança triste e

o adolescente

perturbado foram

deixados de lado.

- 2005 foi um ano

total de mudança.

- Meu pai ter

parado de beber

e fumar.

101

muitas pessoas diferentes, escrevendo e

reescrevendo diversas vezes, foi uma

experiência de aprendizado totalmente

transformadora e cansativa que me deu

muito orgulho.

Nossos professores de historia, minha

professora de língua portuguesa e nossos

diretores conseguiram nos ajudar a

montar o cenário, também nas pesquisas

e na revisão dos textos e do roteiro, foi

um trabalho de um mês que valeu muito a

pena e que me motivou a continuar

mantendo o sonho de escrever, de quem

sabe um dia ganhar alguns trocados com

a escrita, com aquilo que eu sei fazer com

facilidade. Nossa equipe, a amarela, não

ganhou a gincana, mas fizemos um

trabalho incrível, por todos os problemas

e desgastes que tivemos, contando

também com os recursos que tínhamos.

Eu atuei pela primeira vez e foi muito

bom. Eu aprendi como todo esse

processo de criação.

3ª Cena Marcante - Trabalho de Artes -

Professora Carla Ataulpho Alves (2006)

Esse momento foi diferente dos

momentos que tive na escola. Era final do

ano na escola e eu estava com a média

baixa na matéria de artes e a nossa

professora nos passou um trabalho

diferente, no caso, construir uma arvore

de natal criativa, usando matérias de fácil

acesso ou/e recicláveis, e tínhamos um

prazo para a entrega longo. Era um

sincero, que eu poderia conquistar o

carinho das pessoas. Sem contar que

com elas eu fui a primeira vez ao cinema

com amigos, e sai, eu podia desabafar

sobre minha vida, sobre o emprego, nós

temos uma ligação muito forte. Nos

momentos difíceis no trabalho nós nos

apoiávamos uns nos outros, éramos

como uma família realmente eu pude ter

certeza do que era ter amigos e o quão

bom era. Praticamente a partir daquele

momento toda minha vida social foi

modificada, porque eu saia sempre com a

Dani principalmente, eu tinha alguém pra

falar sobre tudo, tinha uma parceira muito

grande que levo até hoje, são 6 anos de

amizade e muitos momentos marcantes e

maravilhosos, passando por outros

trabalhos juntos, shows juntos,

conhecendo pessoas famosas que

admiramos, aniversários, natais, enfim,

toda minha vida de lá até aqui eu dividi

com as duas, principalmente com a Dani,

que foi quem ficou mais próxima a mim, a

Angel mora em outra cidade e é difícil de

nos encontrarmos tanto, mas eu e a Dani

estamos sempre junto dividindo boas

coisas.

- Entrei para o

ensino médio.

- Aluno retraído,

tímido, quieto.

- Eu não tinha

amigos.

- 2008 comecei a

trabalhar.

- Só no último

ano praticamente

que eu consegui

fazer amizades.

- Pessoas que

respeitavam e

gostavam de mim

pelo que eu era.

- Faltava

confiança de

conviver com

pessoas

totalmente

diferentes de

mim.

- A idéia de

trabalhar

começou a me

incomodar.

- Achei que não

fosse dar conta

da pressão

102

trabalho individual, mas era um trabalho

fácil de fazer a meu ver, não deveria ser

tão difícil criar uma arvore de natal, então

até mesmo por que naquele momento

estar tão insatisfeito com a escola e

também passando por momentos ruins na

minha vida eu não fiz com antecedência o

trabalho, então um dia antes, a noite, eu

resolvi fazer o tal trabalho. Peguei alguns

jornais e tentei criar a estrutura da arvore,

mas foi ficando muito ruim e o tempo

passando e meu trabalho não foi feito

direito, mas levei mesmo assim para a

professora, porque no final das contas

eles só queriam passar todos de ano,

então qual o problema se ele não ficar

assim tão perfeito? Cheguei na aula e

mostrei minha arvore de natal à

professora e ela me deu a bronca mais

produtiva da minha historia.

Quando ela olhou meu trabalho ela falou

que provavelmente eu tinha feito a pouco

tempo e tinha ficado muito ruim, bem

abaixo do que ela espera de todos os

alunos e eu ainda pedi e insisti por mil

vezes que ela aceitasse meu trabalho

porque eu precisava passar de ano e ela

me falou:

- Eu poderia te deixar passar e facilitar as

coisas para você, mas o que de fato eu

ensinaria? Eu iria passar a idéia de que

as coisas na vida são fáceis, que você

sempre vai ter alguém que vai olhar pra

você e sentir dó, pena, vai se doer pela

sua situação, mas não é verdade. Lá fora

mental.

- Conheci a Dani

e a Angélica.

- Me ensinaram a

conviver melhor

com as pessoas.

- Nos momentos

difíceis no

trabalho nós nos

apoiávamos uns

nos outros.

- Minha vida

social foi

modificada.

- De lá até aqui

eu dividi com as

duas.

- As irmãs que

estavam

fumando.

- Contar sobre o

caso de traição.

- O muro de

lamentações.

- Descarregando

o ódio que sentia.

- Ela ia

guardando toda

mágoa e rancor

103

ninguém vai facilitar nada para você, se

não aprender isso agora então você vai

sofrer muito mais quando a vida tentar te

ensinar, então eu como professora,

preciso te ensinar isso agora.

Não me lembro se exatamente com essas

palavras, mas foi mais ou menos assim

que ela me falou. No final das contas eu

reprovei na matéria dela, mas passei de

ano pelo conselho da escola. Com esse

fato eu aprendi a ter mais

responsabilidade com as tarefas e

entender que a vida não é fácil, não

podemos contar com as pessoas nos

ajudando porque é provável que não

aconteça e eu vou perder muitas coisas

se não tiver emprenho e

responsabilidade, porque por mim só eu

posso lutar, os meus objetivos eu vou

alcançar e eu sou o único representante

do meu sonho na terra.

pela situação e

pessoas

envolvidas.

- Frustração por

não ter feito um

desenho tão

criativo.

- O retalho da

filha da Ana.

- Que

questionava

sobre a vida.

- Se o certo era

se prender ou ter

várias histórias.

- Algum tipo de

relação dita

perfeita ou ideal.

- Pregando aos

outros com suas

atitudes que

estava resolvida.

Era notório

imaginar que não.

104

NARRADOR 2

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

Para mim foi um pouco difícil saber que

eu teria que desenvolver um trabalho

escrito por mim mesmo para falar de

minha vida e de minha trajetória até

aqui, fiquei perplexa e sinceramente

gostaria de chegar até minha professora

de Psicologia da Educação para dizer-

lhe que eu não estava gostando desta

idéia, teria que relembrar coisas que eu

gostaria de esquecer mas vamos lá, vai

ser um pouco chato, isso vai, mas já

passou. Esta na verdade era uma das

frases que eu costumava utilizar como

um escudo contra muitas das situações

frustrantes que já vivi.

Comecei na escola já na primeira série e

fui muito bem tratada quando fui

recebida pela professora Aldenir, isso

me deixava tranquila em um ambiente

em que só me trazia a sensação de

querer voltar para casa, para os braços

de minha mãe. Na segunda série tive

uma professora séria, mas que também

me deixava tranqüila, o porque disto eu

não sei explicar, só me lembro daquela

sensação boa, de estar na sala de

Relembrar um momento charneira para

mim não é só lembrar daquele momento

mais também do que me levou ate aquela

situação, mas vou ser breve e vou resumir

aqui alguns momentos da minha vida que

sinceramente, não fosse pela coragem de

minha mãe, pela proteção e meus

queridos irmãos e pela iinfinita graça de

Deus e nosso Senhor Jesus Cristo não sei

o que seria de mim (seria negligencia de

minha parte não trocar no nome D’ele que

muito me ajudou). Vivi sempre cercada de

pessoas negativas que sempre zombavam

de mim quando eu dizia que gostaria de

estudar para ser professora, médica ou

qualquer outra profissão que trouxesse

orgulho para minha mãe. Sempre fui

chamada de desmazelada, porca,

preguiçosa (apesar de acordar cedo todos

os dias para ir à escola e apesar de ser

obrigada a ajudar nas tarefas de casa

desde que me conhecia por gente) vivia

em uma sociedade que muito era machista

onde crianças e principalmente mulheres

não tinham muito valor. Minha mãe

trabalhava muito, isto não lhe dava tempo

para acompanhar a nossa vida diária,

O narrador não faz nenhuma relação

com o filme em sua narrativa.

- Falar da minha

vida

- Eu não estava

gostando dessa

idéia.

- Relembrar

coisas que eu

gostaria de

esquecer.

- Frase como

escudo.

- Coragem da

minha mãe.

- Cercada de

pessoas

negativas.

- Profissão que

trouxesse orgulho

para minha mãe.

- Desmazelada,

porca e

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Dificuldade em falar de si,

- Relação de submissão: consigo

com o outro e com o

conhecimento;

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Carência afetiva;

- Importância da família;

- Identificação ao desejo da mãe.

- Angústia e sofrimento;

- Dificuldade de aceitação,

- Timidez;

105

aula.Todas as boas memórias tiveram

uma interrupção na terceira série. Me

lembro de um dia quando a professora

pediu para que fizéssemos um trabalho

sobre a cólera, doença muito comum na

época, eu me lembro que eu gostava

muito de escrever, não me expressava

verbalmente, porém na escrita eu

“arrasava”! Fui um pouco além do que a

professora me do que pediu e fiz um

trabalho que fugiu um pouco do contexto

que ela havia solicitado, então... ela me

ridicularizou na frente de outros colegas.

Fiquei muito triste, por que aquela não

havia sido a minha intensão e daí

coloquei na minha cabeça que eu não

sabia escrever, sendo que era a única

coisa que eu fazia de melhor. Imagina...,

sem escrever! A coisa ficou mesmo feia

para o meu lado. As consequências

disto foram muito sérias para mim nos

anos seguintes e principalmente nas

empresas onde eu trabalhava. Na minha

vida pessoal também, na verdade até

hoje evito contato com pessoas por que

acho que sempre estão pensando algo

negativo de mim, por muitas vezes vivia

para agradar as pessoas a minha volta

para que elas me aceitassem mas o

problema foi que me prejudiquei muito

por isso, por deixar as coisas sob o

controle de quem na verdade, só queria

o melhor para si próprio. Apesar de

gostar de estudar nunca fui mais além,

nos estudos por me achar incapaz, na

verdade já cheguei a querer desistir da

escola mas minha mãe não permitiu.

minha e de meus outros quatro irmãos.

Com muitas dificuldades, crescemos e a

primeira coisa que pensei foi: vou arrumar

um emprego e ajudar em casa. Porém,

quando saí de casa parecia que tudo

aquilo que falaram quando eu era criança

me veio a cabeça: você não presta, não

vale nada, sua preguiçosa, desmazela,

essa última palavra foi um das palavras

que mais escutei. O medo de falar tomava

conta de mim, não abria a boca para me

defender quando era necessário, me

fechei para o mundo e para mim mesma.

preguiçosa.

- Obrigada a

ajudar nas tarefas

de casa.

- Sociedade

machista.

- Crianças e

mulheres não

tinham muito

valor.

- Arrumar um

emprego para

ajudar em casa.

- Medo de falar.

- Não abria a boca

para me defender.

- Me fechei para o

mundo.

- Primeira série

Profa. Aldenir.

- Voltar para casa

para os braços de

minha mãe.

- Segunda série

Profa. Séria me

deixava tranqüila.

- Terceira série

trabalho sobre

- Dificuldade de relacionamentos;

- Baixa auto-estima;

- Insegurança;

- Preconceito interno e externo

- Transferência com o professor e

com o outro.

NARRATIVA FÍLMICA:

- Consciência de si.

106

Terminei o ensino médio, me casei e

neste meio tempo trabalhava numa

empresa que mal pagava meu salário,

porém, o medo e a incerteza me

prendiam naquela situação. Até que

minha irmã conseguiu um emprego para

mim em uma empresa na qual ela já

havia trabalhado.

Acredite nos teus sonhos, você pode ser

o que quiser, estas duas frases eram um

dos logotipos da empresa ne a época. A-

CRE-DI-TE, eu estava no meio de

pessoas simples como eu, noventa e

nove por cento mulheres, mulheres que

estudavam, trabalhavam, e como

trabalhavam! Mas que moviam uma

empresa multinacional e que, acima de

tudo, acreditavam na possibilidade, na

realização de seus sonhos, e dai eu fui

moldando meu jeito de pensar, fui vendo

que as coisas realmente acontecem se

nós permitirmos aprendia a me

comunicar, a me expressar, passei em

uma prova da FATEC entrei para a

faculdade, resgatei meu desejo de

estudar, na época não deu certo, mas

retornei agora para finalizar. Aprendi a

respeitar o meu tempo e o meu espaço,

me valorizo, valorizo o meu trabalho.

Nas empresas onde passei ouvi dizer

que eu sou inteligente, que aprendo

rápido e que fazer além do que é pedido

na verdade era uma qualidade e não um

defeito. Na última empresa onde

trabalhei consegui proposta para subir

de cargo, porém o medo e a

cólera.

- Gostava muito

de escrever.

- Não me

expressava.

- Um pouco além

do que a

professora pediu.

- Ela me

ridicularizou.

- Fiquei muito

tristte.

- Coloquei na

minha cabeça que

não sabia

escrever.

- A única coisa

que eu sabia

fazer.

- Sem falar e sem

escrever.

- Apesar de gostar

de estudar , nunca

fui mais além nos

estudos.

- Por me achar

incapaz.

- Desistir da

107

insegurança me vieram à tona

novamente, por isto não consegui a

promoção, mas acredito que tudo tem

seu tempo, eu demorei para me

encontrar na vida, e na verdade o

caminho não foi fácil, mas hoje levo tudo

numa boa, procuro ser otimista e não

cobro nada de mim, pois assim tenho

conseguido alcansar minha metas.

Quando fiz trinta anos também sofri

algumas mudanças, reparei que o tempo

havia passado rápido demais e que ele

não volta, sendo assim, o que tenho que

fazer não pode ser deixado para

amanhã, tenho conseguido alcançar

minhas metas. Quando fiz trinta anos

também sofri algumas mudanças,

reparei que o tempo havia passado

rápido demais e que ele não volta,

sendo assim, o que tenho que fazer não

pode ser deixado para amanhã. Tenho

uma família e luto muito por ela todos os

dias, minha filha tem sido a razão de

muitas destas mudanças em meu

interior, me torneei mãe, mulher,

estudante, trabalhadora e ainda arrumo

um tempinho para as amigas e

familiares, traço planos e estratégias e

assim tenho conseguido alcançar meus

objetivos.”

escola minha mãe

não deixou.

- O medo e a

incerteza me

prendiam.

- Minha irmã

conseguiu um

emprego para

mim.

Acredite nos teus

sonhos, você

pode ser o que

quiser.

- No meio de

pessoas simples

como eu.

- 99% mulheres.

- Fui moldando

meu jeito de

pensar.

- Me comunicar e

me expressar.

- Resgatei meu

desejo de estudar.

- Na época não

deu certo.

- Retornei agora

108

para finalizar.

- Ouvi dizer que

sou inteligente.

- Fazer além do

que é pedido na

verdade era uma

qualidade e não

um defeito.

- A insegurança

me veio.

- Não consegui a

promoção.

- Tenho uma

família e luto por

ela.

- Me tornei mãe,

mulher e

estudante.

NARRADOR 3

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

109

“Não entendo por que as coisas que nos

fazem sofrer tanto são apenas para

nosso bem.”

“Prazer meu nome é Vanessa. Minha

infância foi muito turbulenta, nasci em 23

de julho de 1992 em São Paulo, meus

pais eram muito jovens na época e por

isso não ia mesmo ser fácil a vida dos

dois. Como naquela época as coisas

estavam bem mais complicadas meus

pais resolveram ir pra Bahia, então nós

fomos morar na casa dos meus avos

paternos que eu tenho como se fossem

meus pais também. Mas isso que me

frustra, por diversas vezes meus pais

foram e voltaram da Bahia para São

Paulo e vice versa e na maioria das

vezes eu tinha que ficar na casa dos

meus avós, fui mais criada por eles do

que pelos meus pais. Cinco anos após o

meu nascimento, minha mãe engravidou

do meu irmão do meio, o Luan, ai pronto,

começa minha frustração. Eles não

deixaram ele nem em nenhum momento

pra viajar, com aperto ou sem aperto ele

sempre estava com ele, os meus pais

sempre pagaram aluguel, então não era

nada fácil, minha mãe de vez enquanto

viajava pra Bahia ficava por lá uns

tempos numa casa que nos temos. Mas

quando apertava para meu pai em São

Paulo minha mãe voltava novamente pra

lá e eu parecia uma peteca vivia pra lá e

pra cá, inclusive em uma dessas viagens

O momento charneira, o momento que

mudou minha vida foi encontrar o

Wellington, meu namorado, ele foi a

pessoa que abriu meus olhos para o

mundo, sempre me incentivou à buscar

algo melhor, um emprego melhor, que eu

pudesse ganhar mais, eu nunca tive muitos

momentos de dialogo com meus pais,

então eu nunca fui incentivada a nada por

eles, e o Wellington sempre me disse que

agente pode bem mais do que achamos,

então foi ele quem me incentivou a fazer a

faculdade, sempre me apoiou muito, em

tudo, me ajudou a ser mais confiante,

acreditar no meu potencial, sempre me

colocou pra cima, posso dizer que hoje eu

sou uma nova pessoa, com mais alto

estima, que acredita que tudo na vida pode

melhorar, que é só acreditar e ir atrás. É o

que estou fazendo, lutando pelo meu

futuro, pelo nosso futuro. Resumindo, não

sei como eu estaria hoje como pessoa se

não tivesse todos esse apoio e esse

carinho que eu encontrei nele, já que meus

pais se limitam a me dar. Hojeeu vejo que

nada é fácil e procuro entender tudo que

meus pais já passaram e amo eles com

todo meu coração.

Acena do filme que mais me chamou

atenção, foi quando o vento forte vem

e espalha toda a tese de Finn e ela

como nunca terminava em seus livros,

decide então juntar folha por folha

espalhada e terminar o que já havia

começado. Claro que ela teve o apoio

de suas tias avos pra enxergar à

importância que tinha tudo aquilo que

ela já havia escrito, mas foi

determinada e não desistiu do seu

objetivo. Me identifiquei com essa

parte por que é assim que pretendo

ser, determinada esforçada, terminar

tudo que já comecei, já que é tão difícil

se ver diante de dificuldades e achar

mais fácil deixar de lado o que já foi

iniciado em vez de se esforçar pra

terminar só por que no meio do

caminho teve um obstáculo.

Precisamos sair um pouco da nossa

zona de conforto, parar de achar que

tudo esta bom, por que não esta,

sempre da pra melhorar um pouco.

- As coisas que

nos fazem

sofrer.

- Infância

turbulenta.

- Meus pais

eram muito

jovens.

- Não ia ser fácil

a vida dos dois.

- Meus pais

resolveram ir

para a Bahia.

- Morar na casa

dos avós.

- 2005 perda do

avô;

- Isso que me

frustra.

- Fui mais criada

por eles do que

por meus pais.

- Minha mãe

engravidou do

meu irmão.

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Dificuldade em falar de si;

- Relação de submissão com o

conhecimento e com o professor;

- Relação de autoria consigo.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Carência afetiva;

- Importância da família;

- Sofrimento.

- Baixa auto-estima;

- Rivalidade;

- Transferência com o professor;

- Competição;

- Frustração;

- Perdas;

- Relacionamento afetivo;

- Casamento.

110

eu sofri um acidente, onde graças a

Deus não aconteceu nada grave

conosco. Minha mãe engravidou da

minha irmã mais nova, minha

princesinha, a Larissa que eu amo muito.

Infelizmente em 2005 meu avô paterno

veio a falecer, eu sofro muito pela perda

dele ate hoje, sinto muita saudade. Teve

uma cena muito marcante que eu nunca

esqueci, foi quando eu tinha uns sete

anos eu estava em São Paulo e minha

mãe havia me matriculado em uma

escola, eu estava muito contente, mas

de repente minha mãe resolveu voltar

pra Bahia, nossa eu fiquei muito triste,

pois já estava passando da hora de

entrar na escola. Então nos viajamos, eu

perdi minha matricula e mais um ano, no

ano seguinte eu fui matriculada, já com

oito anos de idade. Eu era uma ótima

aluna, logo que entrei na escola eu já

aprendi a ler e a escrever, adorava ser a

primeira da sala e eu era considerada a

melhor aluna da classe, minha relação

com a escola era uma relação de autoria,

eu tinha uma ótima relação com os

estudos, adorava estudar, mal chegava

da escola e já fazia as lições de casa,

tirava ótimas notas, de sete acima na

media, eu entendia as matérias, tinha

facilidade em fazer as provas que eram

muito rígidas por sinal, isso na Bahia, por

que com este deslocamento geográfico

eu passei por cinco escolas diferentes,

entre as da Bahia e São Paulo. As

escolas da Bahia sempre me

despertavam mais interesse, pois os

- Ai pronto

começa a minha

frustração.

- Eles não

deixavam ele

para viajar.

- Parecia uma

peteca vivia

para lá e para

cá.

- Minha mãe

engravidou de

minha irmã.

- Passando da

hora de entrar

na escola.

- Perdi a

matricula .

- Adorava ser a

primeira da sala.

- Passei por

cinco escolas.

- Notas na

média.

- As escolas na

Bahia sempre

me despertaram

mais interesse.

- Conteúdos

NARRATIVA FÍLMICA:

- Consciência do outro.

111

conteúdos eram mais aprofundados, e os

professores eram mais rígidos com os

conteúdos, provas, alunos, notas na

media enfim, eu tinha que estudar pra

não tirar nota baixa na media e ser

reprovada e eu gostava da escolado

ensino médio, dos professores e dos

meus colegas, na escola do ensino

fundamental eu sofri muito bulling, mas

isso não importa. Eu terminei meu ensino

médio em São Paulo, eu fiz o 1°, 2° e 3°

ano, passaram rápidos e infelizmente foi

muito satisfatório , era falta de interesse

dos alunos tivesse seguido meu estudo

somente em um lugar ou somente na

Bahia, eu teria sido mais feliz. Eu fiz um

curso técnico em comunicação nesse

meio do ensino médio e não fiz mais

nada depois de ter concluído. Eu tinha

muitos amigos na escola, um dia, estava

frio e eu não havia levado blusa de frio

pra escola, foi quando pedi pra um amigo

arrumar uma blusa para eu, ele arrumou

com um colega qualquer uma blusa bem

quentinha e muito cheirosa ai eu fiquei

com ela ate o final da aula e eu nem

sabia de quem era, quando de repente o

dono da blusa apareceu pra pega-la de

volta, ele foi muito simpático e disse que

já estava indo embora, e eu nem

imaginava que minha vida mudaria daí

pra frente. Nos estávamos no final do

ano já, então estávamos só recebendo

as provas e notas, dai adiante ele

sempre ficava comigo na sala,

conversava comigo, sempre muito

simpático. Quando terminaram as aulas,

mais

aprofundados.

- Tinha que

estudar para

não tirar nota

abaixo da média

e ser reprovada.

- Terminei o

ensino médio

em São Paulo.

- Infelizmente foi

muito

insatisfatório.

- Falta de

interesse dos

alunos e dos

professores.

- Minha vida

mudaria daí

para frente.

- Tinha muitos

amigos na

escola.

- Pedi para ele

arrumar um

emprego onde

ele trabalhava.

- Ia com ele

todos os dias.

- Ele me

112

eu resolvi procurar emprego mesmo

sendo menor de idade, então resolvi

pedir pra ele me arrumar um emprego

onde ele trabalhava que era no Brás. Ele

me arrumou o emprego, eu ate ia com

ele todos os dias. Então começou criar

certo carinho um pelo outro, mais da

parte dele por mim. Ele me abraçava me

protegia no tem lotado com se fosse meu

namorado, ate que um dia rolou o

primeiro beijo, então nos não nos

desgrudamos mais (risos). Estou com ele

ate hoje, nosso namoro já dura quatro

anos, e gente se ama muito.

Infelizmente, meu pai sofreu um acidente

no ano de 2012, e perdeu o movimento

das pernas, isso dificultou muito a vida

da minha família, em tudo,

principalmente na vida financeira, por

que minha mãe não trabalha, pois

precisa ajudar o meu pai por conta das

suas limitações, ele conseguiu encostar-

se á Caixa, mas ainda não é suficiente,

nos pagamos aluguel, eu pago a

faculdade e fica tudo muito apertado,

mas estamos conseguindo lidar com

essa situação, mesmo com tanta

dificuldade.

OS MOMENTOS MAIS MARCANTES

DA MINHA VIDA ESCOLAR:

1° Um deles, foi o fato de eu não entrar

na escola na idade certa, foi quando eu

fui matriculada em uma escola e minha

mãe resolveu voltarpra Bahia, então

fiquei mais um ano sem estudar. Isso foi

abraçava e me

protegia.

Acidente do pai,

dificuldade

financeira.

-

113

triste para mim

2° Uma vez, eu estava no terceiro ano

do ensino fundamental, minha tia estava

no quinto ano do ensino médio, e estava

com dificuldade de fazer uma atividade,

então eu ajudei ela fazer essa atividade

e ela conseguiu uma nota acima da

media. Com dois anos atrás dele, eu já

consegui fazer uma atividade avaliativa,

fiquei muito feliz e isso me deixava

orgulhosa de mim mesma.

3° Eu era muito caprichosa em tudo que

eu fazia na escola, uma vez minha antiga

professora de artes fez uma disputa

entre os alunos, nos tínhamos que criar

um desenho e faze ló todos pontilhado,

somente com pontinhos, e eu e o meu

primo sempre éramos os melhores,

então ele fez um desenho meio estranho

que não dava pra identificar direito e eu

fiz uma flor, os nossos desenhos foram

vistos como os melhores, então a

professora colocou a sala pra escolher o

mais bonito, e o do meu primo foi o

escolhido e ganhou um livro como

premio. Fiquei feliz por ser uma das

melhores, mas triste por não ter

ganhado, mas tudo bem foi um mérito do

meu primo e nos estávamos sempre na

frente de todo mundo, eu era muito

esforçada.

114

NARRADOR 4

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

É difícil de falar somente de 3 momentos

específicos, meu ensino médio foi de

bastante mudanças, pois cada ano

estava em um colégio diferente. Então

vou contar um momento de cada ano, o

meu melhor momento no meu primeiro

ano, que eu nunca vou esquecer foi no

meu primeiro dia de aula que eu cheguei

não conhecia ninguém, e o primeiro dia

de aula foi uma dinâmica entre todos os

alunos do ensino médio, era uma

brincadeira que se a pessoa errasse a

pergunta tinha que pagar um mico na

frente de todo mundo, e eu estava super

deslocada, não conhecia ninguém, ainda

não tinha falado com ninguém tudo para

mim era muito novo, pessoas novas e

diferentes, e nessa brincadeira eu errei a

pergunta e tive que pagar o mico, e o

meu foi dançar “ na época boquinha da

garrafa”, passei muita vergonha, e além

por cima estava chovendo e cai de

bumbum na poça de água. No meu

segundo ano mudei de escola, fui para o

colégio Rama, mas nessa escola já

conhecia pessoas, era um colégio perto

No terceiro ano, tive que mudar de escola,

pois ao decorrer do tempo tive uma

irmãzinha, e tinha que ajudar os meus

pais, e lá surgiu uma vaga de auxiliar de

professor, que conseguia bolsa, então

enfrentei e fui de braços abertos, e garanto

que foi uma das experiências mais gostosa

da minha vida, e o momento mais

marcante, do meu último dia de aula, pois

um dos professores, fez uma homenagem

linda para mim, ele disse que apesar de

tudo o que eu passei, eu superei que eu

era uma das alunas mais guerreira que ele

conhecia.

Meu ensino médio foi basicamente isso

sem muita novidade, ele foi marcado por

muitas mudanças por novas experiências.

Descrever 3 cenas marcantes que foram

vividas no Ensino médio, para alunos que

estejam na graduação e do ensino

Superior, para os alunos de pós

graduação. Após a descrição 3 cenas

marcantes refletir e descrever o seguinte:

A narrativa não faz relação com o

filme.

- Difícil falar

somente de três

momentos.

- Bastante

mudança.

- Melhor

momento o

primeiro dia de

aula.

- Dinâmica -

Uma

brincadeira.

- Mudei de

escola e já

conhecia

pessoas.

- Tinha muita

amizade com os

professores.

- Além do

profissional,

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Dificuldade em falar de si;

- Relação de submissão com o

conhecimento;

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Importância da família;

- Sofrimento;

- Transferência com o professor;

- Perdas.

NARRATIVA FÍLMICA:

115

da minha casa, e lá o meu irmão mais

velho já estudava, conhecia os

professores, tinha muita amizade com

meus professores, além do profissional

admirava na amizade também. Esse ano

foi muito marcante que o melhor

professor da escola e querido por todos

faleceu, ele teve câncer, e não só meu

professor mais também ele era meu

vizinho, então abalou o nosso ano. E

isso foi um momento que marcou muito

minha vida e meus anos escolares, esse

ano quase repeti, pois ele era um

segundo pai.

No terceiro ano, tive que mudar de

escola, pois ao decorrer do tempo tive

uma irmãzinha, e tinha que ajudar os

meus pais, e lá surgiu uma vaga de

auxiliar de professor, que conseguia

bolsa, então enfrentei e fui de braços

abertos, e garanto que foi uma das

experiências mais gostosa da minha

vida, e o momento mais marcante, do

meu último dia de aula, pois um dos

professores, fez uma homenagem linda

para mim, ele disse que apesar de tudo o

que eu passei, eu superei que eu era

uma das alunas mais guerreira que ele

conhecia.

Meu ensino médio foi basicamente isso

sem muita novidade, ele foi marcado por

muitas mudanças por novas

experiências.

1-Como foi sua relação com o

conhecimento? Foi uma relação de autoria

ou submissão?

Minha relação com o conhecimento, foi um

pouco difícil pois, mudei três vezes de

escola, então o desenvolvimento de

conteúdo ficou um pouco no começo mais

sempre fui uma pessoa que pegava rápido

os conteúdos e a rotina da escola, nesse

caso foi mais de submissão pois o

conhecimento que cessava era o que eu

aprendia.

2-Como foi sua relação com o professor?

Foi uma relação de autoria ou submissão?

Sempre tive uma ótima relação com os

professores, pois a maioria dos

professores já tinha uma “amizade” por

fora. Sempre admirei todos eles. Além de

uma aluna eu sempre procurei ser mais do

que uma aluna e até hoje tenho um carinho

enorme por todos eles. Foi uma relação de

meio termo, pois sempre respeitei , e

sempre impus opiniões também.

3-Que aluno fui?

Eu Gabriela Cimeno, sempre fui uma aluna

muito, muito agitada, muito extrovertida,

adorava falar até hoje. Isso me prejudicava

muito. Mas em questões de notas,

trabalho, estava sempre em ordem, eu

sempre fui muito organizada em relação a

tarefas. O meu único defeito é que era um

pouco bagunceira. Mais fui uma boa aluna.

admirava a

amizade.

- Ano marcante

o melhor

professor da

escola falecu.

- Não só

professor mais

era meu vizinho.

- Meu segundo

pai.

- Terceiro ano

nascimento da

irmã.

- Mudança de

escola.

- Auxiliar de

professor.

- Homenagem

do professor –

aluna guerreira.

- Ensino médio

foi basicamente

isso sem muita

novidade.

- Marcado por

muitas

mudanças por

novas

116

experiências.

NARRADOR 5

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

“Bom falar sobre si mesma é uma tarefa

muito difícil, vou começar falando um

pouco da minha infância, onde eu

aproveitei o máximo, mas sempre fui

muito tímida, mesmo assim muito

esforçada nunca dei trabalho na escola,

nem em casa.

No ano de 2008 aconteceu um fato muito

triste pra mim, a morte da minha avó, era

minha segunda mãe, pois ajudou a me

criar, aquele momento foi muito difícil

para mim, mas com o tempo consegui

superar, a partir daquela situação

comecei dar mais valor a minha família,

pois eu não era tão presente, por estar

entrando na adolescência eu era bem

apegada aos meus amigos.

Um ano depois (2009) – Entrei no ensino

médio, devido a troca de horário fiquei

em uma turma nova, fiz novas amizades,

QUADRO LINHA DA VIDA: MOMENTOS

CHARNEIRAS:

VIDA FAMILIAR- 2008 “ Perda de um

ente querido”

Vida Profissional -2010 “Novas

conquistas, iniciei minha vida profissional”

Vida Pessoal 2010 - “Começo de um

namoro”

Pensando no filme, a parte que

identifiquei com a minha historia foi o

carinho da avó para neta, lembrei da

minha avó, pois como contei no inicio

da historia eu era muito apegada a ela.

- Falar sobre si,

tarefa muito

difícil.

- Falar da minha

infância.

- Morte da

minha avó.

- minha segunda

mãe.

- Dar mais valor

a minha família.

- Adolescência,

apegada aos

meus amigos.

- Com amigos

superou a

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Dificuldade em falar de si;

- Relação de submissão com o

conhecimento e com o professor;

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Importância da família;

- Sofrimento;

- Transferência com o professor;

- Perdas.

117

amigos que tenho até hoje. A turma era

bem unida, mesmo com tantas

diferenças, participamos de

apresentações na escola como teatros

danças, foi muito legal com isso

consegui superar um pouco da timidez

de falar em público.

No inicio de 2010, eu e minha mãe

conversamos e decidimos que eu ia

mudar de escola, devido o aprendizado

que na outra é bem melhor, foi triste

porque eu iria ficar longe dos meus

amigos, e porque já estudava na mesma

escola á nove anos.

Depois da mudança, realmente foi legal,

a escola era bem melhor em questão do

aprendizado, a estrutura também, mas

consegui ficar somente por seis meses,

por causa do horário que eu estudava a

tarde, eu estava louca para trabalhar

mais não conseguia por causa do horário

que estudava.

Tive que insistir muito para minha mãe

me mudar novamente, até que ela

aceitou e voltei para minha antiga escola,

foi muito bom revê meus amigos,

professores. Neste mesmo ano consegui

meu 1° emprego, fiquei super feliz afinal

de contas era algo novo na minha vida,

me fez mudar, ter responsabilidades,

novas experiências e principalmente dar

valor ao que meus pais já fizeram por

mim, pois vi o quanto é difícil batalhar dia

a dia.

timidez.

- 2010 mudança

de escola.

- escola muito

legal, mas fiquei

só seis meses.

- Estava louca

para trabalhar.

- Voltei para a

antiga escola.

- Outubro de

2010, meu

primeiro

relacionamento.

- Com quem

estou até hoje.

2013, pesquisa

de cursos de

graduação.

- Muito indecisa.

- Marketing – 3

meses.

- O que eu

realmente

gostava?

- Resolvi fazer

NARRATIVA FÍLMICA:

- Identificação com a avó;

- Consciência de si.

118

Em outubro no dia 08/10/10, assumi meu

primeiro relacionamento, meu primeiro

namorado, com que estou até hoje, nós

éramos somente amigos, mas um já

gostava do outro, então ele foi conversar

com os meus pais e eles aceitaram

numa boa, isto me fez mudar bastante,

assumir uma relação não é fácil, um tem

que aprender a lidar com as diferenças

do outro, em com certas situações, coisa

que eu sou cabeça dura, aceitar algo,

que pra mim esta errado dentro de uma

relação.

No ano de 2011 foi meu último ano na

escola, relembrando desde o 1° ano do

ensino médio, posso dizer que tive uma

relação de autoria e ao mesmo tempo de

submissão, participava bastante nas

aulas de português, biologia, artes, já as

de química e matemática eu era péssima

por isso não gostava de participar, e com

isso tenho dificuldades nessas matérias

até hoje.

No final do ano fizemos o passeio da

formatura, fomos para uma colônia de

férias, foi muito divertido, ficamos lá por

dois dias.

E com tudo isso aconteceu, comecei a

pensar o quanto seria importante

continuar com os meus estudos, então

decidi fazer a faculdade, mas como eu

trabalhava direto, não consegui começar

no ano seguinte.

Em 2013 comecei a pesquisar vários

Pedagogia, o

que mais me

identifiquei.

- No filme me

identifiquei com

a minha história

com a minha

avó.

119

cursos de graduação e tecnólogo, depois

de pesquisar muito, pois sou uma

pessoa muito indecisa, resolvi fazer

marketing, comecei na faculdade mais

fiquei somente por três meses, vi que

não era aquilo que eu queria.

No final no ano, comecei a repensar

direito e me perguntar: Do que eu

realmente gostava? E foi ai que resolvi

fazer o curso de Pedagogia, o que mais

me identifiquei.

NARRADOR 6

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

Falar de si próprio é sempre uma tarefa

difícil, quando você diz algo a seu

respeito à forma como você o faz mostra

mais sobre você do que o que você

conta. Talvez seja essa a parte mais

difícil do trabalho e pra falar a verdade

eu não sei ao certo por onde começar. É

praticamente impossível contar coisas da

Foi então que eu fui contratada para

prestar serviços terceirizados para a

orquestra sinfônica de São Paulo.

Trabalhando na sala São Paulo, eu

conheci alguns amigos que faziam radio e

TV e através da troca de experiências, eu

decidi que gostaria de trabalhar na área de

comunicação audiovisual. Matriculei-me

em um curso pré-vestibular a fim de me

A narrativa não faz relação com o

filme.

- Falar de si

próprio é

sempre uma

tarefa difícil.

- A forma como

você diz, mostra

mais sobre você

do que o que

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Dificuldade para falar de si;

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão: consigo e

120

sua vida de forma imparcial.

O tema dessa narrativa é “o momento

divisor de águas” da sua vida, o que te

fez deixar de ser o que era e te tornou o

que você é hoje? Bem, essa é uma

pergunta muito difícil e que exige de

você um grande momento de reflexão.

Refletindo sobre o que eu era e o que

sou hoje, eu estava procurando o meu

grande momento “charneira” e eu me dei

conta que talvez ele não tenha sido tão

grande assim. Eu não sei exatamente o

que me mudou tanto, talvez tenha sido

as pequenas coisas, as pequenas

experiências do dia- a dia ou talvez o

grande momento apenas tenha passado

despercebido.

A minha vida toda a pergunta que

sempre me perturbou foi “o que você

quer ser quando crescer? Eu nunca

soube a resposta pra essa pergunta.

A confusão maior se dava pelo fato de

eu me preocupar muito com a opinião

dos outros. Minha mãe me dizia para

fazer algo como engenharia, meu pai

gostaria que eu entrasse para alguns dos

serviços militares (o que pra mim nunca

teve cabimento, uma vez que disciplina

não é o meu forte), alguns amigos diziam

que por conta da minha habilidade com

comunicação eu deveria fazer

jornalismo, alguns professores inclusive

o diretor da escola me aconselhavam a

tentar de alguma forma uma carreira

preparar.

No fim das provas, o resultado foi positivo,

eu havia passado para a universidade

federal do Ceará e para a universidade

federal da Bahia. O grande problema é que

a essa altura do campeonato eu já havia

desistido de mudar de estado (nem uma

das faculdades federais que usam a nota

do Enem aqui na região sudeste tinham o

curso que eu queria fazer).

Quando eu dei a noticia que havia

passado, mas que tinha desistido a

comoção foi geral, meus amigos e

principalmente minha família me criticaram

de forma severa e isso me deixou

extremamente cabisbaixa.

Eu não estava chateada por ter desistido,

eu estava chateada por ter decepcionado

as pessoas com quem me importo.

Foi ai que eu parei e pensei: O QUE EU

ESTOU FAZENDO DA MINHA VIDA? É

isso que eu quero? Viver a vida pra

satisfazer as expectativas dos outros?

NÃO!

Então eu fui buscar na minha infância as

respostas que eu precisava.

Quando eu era criança o meu sonho era

ser professora, mas com o passar do

tempo eu substitui a minha vontade pela

vontade e opinião dos outros.

Eu simplesmente me matriculei na

você conta.

- Impossível

contar coisas de

sua vida de

forma imparcial.

- Não sei o que

mudou tanto.

- Talvez o

momento

apenas tinha

passado

desapercebido.

- O que você

quer ser quando

crescer?

- Eu nunca

soube a

resposta para

essa pergunta.

- Me preocupar

com a opinião

dos outros.

- Disciplina não

era meu forte.

- Bom

relacionamento

com as

pessoas.

- Eu tentei

com o professor;

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Carência afetiva;

- Necessidade de aceitação;

- Importância da família;

- Sofrimento;

- Baixa auto-estima;

- Insegurança;

- Indecisão;

- Transferência com o professor;

- Consciência do outro e de si.

NARRATIVA FÍMICA:

121

política (talvez pelo fato de ter sido

presidente do grêmio estudantil e ter

participação direta nas atividades da

escola). Eu tentei muitas coisas (para

alguém de minha idade), fiz cursos de

hotelaria,turismo,logística e algumas

especializações em informática básica.

Aos quinze anos de idade estagiei em

uma escola e esse foi meu primeiro

emprego, logo depois trabalhei em uma

loja como vendedora e posso dizer que

essa não foi a melhor experiência da

minha vida. Nesse meio tempo eu

escrevia e postava minhas primeiras

historias com a ajuda de uma amiga que

revisava os textos, uma vez que minha

gramática não é das melhores.

No fim do ensino médio, aos dezessete

anos eu ainda não fazia a menor idéia de

que carreira eu gostaria de seguir, eu

gostaria de me dedicar a escrita de

historias fictícias, mas esse é um

mercado muito curto aqui no Brasil e eu

não gostaria de transformar em trabalho

o que fazia por prazer.

universidade para o curso que eu queria,

não pedi a opinião de ninguém e quando

tudo já estava acertado contei.

Acho que o choque ainda não passou e

muitas pessoas apostam que eu vou

desistir. Pode ser que elas estejam certas

e pode ser que eu me arrependa, mas

essa foi a escolha mais importante da

minha vida, pois foi a primeira decisão que

eu tomei por mim e pra mim, sem levar em

conta a opinião e vontade de terceiros.

Agora que eu percebi a forma que eu

levava a minha vida eu sinto como se eu

estivesse aos poucos largando as muletas

e caminhando com minhas próprias

pernas. É como se eu finalmente estivesse

no controle do meu futuro.

muitas coisas.

- Com 15 anos

estagio em uma

escola.

Vendedora –

Não foi a melhor

experiência da

minha vida.

- Escrevia

histórias fícticías

com a ajuda de

uma amiga.

-Final do ensino

médio – ainda

não fazia a

menor idéia de

qual carreira

deveria seguir.

- Não gostaria

de transformar

em trabalho o

que eu fazia por

prazer.

- Trabalho Sala

São Paulo.

- Conheci

muitos amigos.

- Decidi que iria

trabalhar na

área de

122

comunicação

áudio-visual.

- Investi em

curso pré-

vestibular.

- O resultado foi

positivo.

- Desisti de

mudar de

Estado.

- Me criticaram

de forma

severa.

- Fiquei

chateada não

por ter desistido

e sim por ter

decepcionado

as pessoas.

- O que estou

fazendo com a

minha vida?

- Viver a vida

para satisfazer

as expectativas

dos outros?

- Fui buscar na

infância

respostas.

- Meu sonho era

123

ser professora.

- Substitui pela

vontade dos

outros.

- Me matriculei

na

Universidade.

- Muitas

pessoas

apostam que

vou desistir.

- Pode ser que

elas estejam

certas. Pode ser

que eu me

arrependa.

- Primeira

decisão por mim

e para mim.

- Largando

muletas.

- Caminhando

com minhas

próprias pernas.

124

NARRADOR 7

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

A primeira cena que me vem a minha

cabeça é com relação ao professor

Jadson, que era meu professor de

química. Nunca gostei de química , mas

as aulas eram tão dinâmicas e legais que

gostava das experiências e dá forma que

ele conduzia a aula, tanto na teoria tanto

na prática.

Era “divertido” “brincar de cientista”, até

hoje lembro das experiências que ele

passou. A relação foi de submissão, ele

tinha muito conhecimento.

Outra cena é nas aulas de literatura que

aprendi com o professor Carlos a gostar

de ler.

Outro momento marcante pra mim foram

as aulas de educação física, o professor

motiva a todos foi muito legal. Minha

relação com todos foi de submissão,

aprendi bastante com cada um deles.

Como aluna deveria ter me empenhado

mais, ter sido bem melhor que fui, não me

dediquei o bastante, e hoje penso que

poderia ter me dedicado muito, mas.

E com certeza iria refletir nas minhas

escolhas de hoje.

O filme conta uma história para se

refletir sobre a vida, e o papel de cada

um de nós em nosso mundo.

Um grupo de senhora se reúne para

falar das suas histórias de morar

enquanto bordam uma colcha par a

presentear Finn com o tema “ onde

mora o amor”.

Finn é uma jovem dividida entre casar

com o homem que ama e lua

liberdade. A vida se desenrola aos

poucos...

No final do filme sua avó cobre com a

colcha que elas fizeram, ao acorda

enrolada com a colcha de retalhos, o

corvo aparece e guia até a escolha

certa do seu verdadeiro amor que é o

Sam.

- Professor

Jadson de

Química.

- Nunca gostei

de química.

- Era divertido

brincar de

cientista.

Professor Carlos

de Literatura.

- Aprendi a

gostar de ler.

- Professor de

Física motivava

todos.

- Refletir sobre a

vida

- Dividida entre

casar com quem

se ama ou a

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão: com o

professor e com o conhecimento;

- Relação de autoria consigo.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA

- Transferência com o professor.

NARRATIVA FÍMICA:

Consciência de si.

125

liberdade.

- O corvo

direciona

NARRADOR 8

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO.

PRIMEIRO MOMENTO: O meu primeiro

momento no ensino médio começa no

último ano do ensino fundamental onde

minha escola de preferência para cursar

o ensino médio porque oferecia o extinto

magistério, mas infelizmente no ano em

que eu entrei na escola em 1998 o curso

deixou de ser oferecido, mesmo assim

continuei nessa escola estadual

chamada. E.E.E..M José Marques da

Cruz, porque também era vontade de

minha mãe que eu frequentasse uma

boa escola que era na época e

aproveitasse a oportunidade de adquirir

MOMENTO CHARNEIRA: VIDA

FAMILIAR

Por ter uma vida como a de milhares de

pessoas a dificuldade sempre aparece, fui

criada só pela minha mãe e a figura

paterna que tínhamos em casa eu e meus

quatro irmãos era oferecida pelo meu avô,

um homem muito inteligente pai de sete

filhos que também foram criados só por ele

pois sua esposa o deixou. Meu avô era

uma pessoa que independente das

dificuldades sempre incentivava

positivamente a nos para que fossemos

sempre em frente e nunca deixasse se

sonhar e alcançar nossos objetivos não

NARRATIVA FILMICA: COLCHA DE

RETALHOS.

Assistir o filme “Colcha de Retalhos”

nos remete em muitos momentos em

nossas próprias vidas, pois ao decorrer

das cenas as identificações com o

nosso dia a dia são muito comuns.

Como já diz o titulo do filme a colcha

de retalho apresentada eu identifico

com o conhecimento que vamos

adquirindo no decorrer da vida seja ele

bom ou ruim serve de experiência para

que aos poucos vamos perdendo criar

nossa própria história são necessários

- Era vontade

minha e de

minha mãe que

estudasse em

uma boa escola.

- Conhecimento

de qualidade

coisa que ela

não teve na

vida.

- As dificuldades

continuam - a

força de vontade

não diminui.

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão consigo;

- Relação de autoria com o

conhecimento e com o professor.

- confusão na formação da

identidade.

126

conhecimento com qualidade coisa que

ela não teve na vida.

SEGUNDO MOMENTO: Ao conseguir

frequentar o ensino médio percebemos

que as dificuldades continuam, mas a

força de vontade nunca diminui pois no

primeiro ano em que estava nessa

escola minha professora de português

nos avisou que teríamos que adquirir um

livro de literatura para que fosse usado

no ano letivo, acabei me deparando com

uma situação difícil pois minha mãe não

estava em condições de comprar para

mim no momento, fiquei triste mas

entendi a situação e sabia que teria que

me esforçar mais por está sem o livro,

mas minha mãe guerreira que sempre foi

correu atrás e acabou encontrando o

livro através de uma amiga de seu filho

havia usado o livro no ano anterior e

acabou doando esse livro par que eu

tivesse e pudesse acompanhar a meteria

junto com os outros alunos.

TERCEIRO MOMENTO: Quando eu

estava no segundo ano do ensino médio,

houve uma reunião de pais e mestres

para que fossem passadas informações

cotidianas sobre os alunos e minha mãe

compareceu nessa reunião onde para

minha surpresa no decorrer a professora

de matemática que era quem

apresentava as informações acabou por

destacar o meu nome, elogiando muito a

minha pessoa, meu interesse e forma de

aprendizado, onde no dia seguinte de

importando quanto tempo isso fosse levar.

Infelizmente meu avô se descobriu

diabético meu avô em 1995, onde todos

nos sofremos muito pois sabíamos que

diabetes é uma doença devastadora, como

meu avô sempre foi uma pessoa otimista

mais uma vez ele não deixou se abater

mesmo tendo que amputar a perna

esquerda em 2004. Como sempre

conversávamos muito ele sempre acabava

contando muito sua história de vida das

dificuldades passadas mas também das

alegrias conquistadas durante a vida, seu

objetivo era mostra que era muito

importante que eu não deixasse de

estudar já que ele e minha mãe não

haviam tido essa oportunidade de buscar

conhecimento através da escola, porque

ele acreditava que a pessoa que estudava

saberia lhe dar melhor com as

adversidades da vida de um modo geral.

Com complicações no seu estado de

saúde alguns anos depois o estado do

meu avô acabou se agravando muito e

acabou por perder a outra perna e acabou

falecendo em março de 2012, foi uma

perda irreparável para todos da família pois

tínhamos perdido nossa referencia, mas

como ele era uma pessoa otimista eu me

senti no direito de ser também isso aflorou

muito em mim o desejo de realizar uma

vontade antiga e que ele incentivava muito

a cursar pedagogia.

A oportunidade começou a se concretizar

vários momentos.

Uma das personagens chamada Finn

uma jovem de 26 anos acaba de ser

pedida em casamento por seu

namorado Sam, mas ela tem por

terminar uma tese de mestrado e com

isso vai passar um tempo na casa da

tia –avó oque onde morou quando

criança na Califórnia onde há muitas

plantações de frutas, chegando a esse

lugar Finn se depara com um grupo de

6 mulheres em volta da colcha de

retalho costurando, ao passar dos dias

ela vai escutando as histórias simples,

bonitas, sobre amores passado,

sonhos, desilusões e decisões

maduras juntando toda aquelas

histórias assim como os retalhos das

colchas Finn coloca em dúvida seu

casamento com Sam.Uma dessas

histórias que Finn ouviu foi a de Ana e

Mariana ( mãe e filha) onde Ana conta

a sua filha que viveu em Paris e que

teve muitos homens mas que não teve

o que realmente quis, pois ele era fiel a

sua esposa por amá-la o que

representava sua história era o corvo

que simbolizava a garra e a

perseverança da mulher. Em uma de

suas saídas se distrair e terminar sua

tese. Finn acaba indo a um clube e lá

encontrar um rapaz bonito, de corpo

atlético e de boga fala onde eles

acabam indo para r em uma plantação

de morango que naquele momento

representava para ela a sedução,

- Livro de

literatura, minha

mãe não estava

em condições

de comprar.

- Fiquei triste

mas entendi.

- Minha mãe

guerreira –

correria -

conseguiu o

livro com uma

amiga dela.

- Cursar

Pedagogia.

- Criada

somente pela

minha mãe.

- Figura paterna

– Avô.

- Mensagem do

Avô “Nunca

deixe de

sonhar”.

Avô referencia

de incentivo e

otimismo.

- Isso aflorou um

desejo antigo de

cursar

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Importância da família;

- Referencias importantes mãe e

avô;

- Dificuldade financeira;

- Sofrimento;

- Dificuldade de aceitação;

- Transferência com o professor;

- Perdas;

- Indecisão;

NARRATIVA FÍLMICA:

- Consciência de si e do outro;

- Identificação com a história da

personagem.

127

aula normal todos meus colegas de

classe comentaram o assunto comigo,

isso fez com que eu concretizasse a

vontade que eu já tinha de cursar

Pedagogia, por me sentir capaz de

alcançar meus objetivos, o que só veio a

acontecer em 2014 por problemas

financeiros. Independente porque

quando se tem um objetivo nunca é tarde

para que possamos concretizar. Basta

acreditar.

em 2013, quando sai do emprego em que

estava á nove anos, e investi o dinheiro

que conquistei na faculdade de pedagogia,

sempre pensando nas palavras

incentivadoras do meu avô e toda

experiência que ele me transmitiu par que

através da faculdade eu adquiria

conhecimento.

Estar hoje na faculdade me traz a

lembrança do meu avô que tanto me

encorajou para que eu nunca desistisse

dos meus sonhos e pudesse realizar essa

vontade que nunca adormeceu dentro de

mim pois acredito que tudo tem a hora

certa de acontecer, e aquilo que faltava pra

que eu tivesse certeza que tinha escolhido

o meu futuro foi o apoio que eu tive no

ensino médio no momento em que a

professora disse que eu era capaz e eu

resolvi confiar em mim mesma, pois como

boa aluna eu sabia que poderia ir muito

mais longe e com aprendizado e

conhecimento poder crescer como pessoa.

Criamos nossa própria identidade com

fatos que vão nos ocorrendo durante a

vida, mas aproveitar o momento em que

temos oportunidade de adquirir o

conhecimento na escola se torna muito

importante para nos desenvolvermos e

futuramente saber o que realmente nos

tornamos e saber que tipo de pessoas

seremos, assumir nossas vidas e percorrer

o melhor caminho colocando em pratica o

que aprendemos e continuar seguindo em

frente pois a vida é um circulo que está

tentação e desejo de proibido afinal ela

tinha um noivo, esteve o sentimento de

dúvida pelo que realmente sentia pelo

seu noivo com quem pretendia se

casar. Finn acaba encontrando

novamente o homem que viu no clube,

encantada ainda com o l indo rapaz ela

o leva para ver um lindo lugar onde

chegando tinha uma cachoeira onde

ela sempre mergulhava antes de

mudar e arrumar um namorado, e para

a surpresa do rapaz Finn começa a

tirar a roupa e decide dar um

mergulho, estaria ela atrás de algo de

seu passado para um auto resgate

afinal ali foi tão feliz ou procurando

readquirir um autoconhecimento par

que possa tomar decisões para que

ocorresse uma transformação em sua

vida, pois se sentia confusa em

relação a tudo que tinha feito até o

momento. Ocorre uma ventania muito

forte em que as folhas da tese de Finn

são levadas com o vento e espalhando

completamente suas folhas por toda

parte. Depois desse acontecimento

sua mãe chega trazendo uma

novidade que Finn gostaria que tivesse

acontecido 20 anos de que seus pais

se casariam novamente para sua

surpresa, afinal sua por toda vida

sempre lhe dizia que seu pai mas sua

mãe lhe contou o real motivo de tudo

isso seriam varias traições que ela

sofreu sendo que uma delas seria

cometida entre o pai e a tia de Finn e

que sua mãe sofreu muito com isso e

Pedagogia.

- Investi o

dinheiro que

conquistei em

uma faculdade

de Pedagogia.

- Tudo tem a

hora certa de

acontecer.

- Apoio de um

professor do

ensino médio –

Disse que eu

era capaz.

- A vida é um

circulo que esta

sempre girando

e nunca para.

O conhecimento

que vamos

adquirir no

decorrer da

vida.

- Bom ou ruim

serve de

experiência.

- Uma história

como tantas

outras com

aparecimento de

128

sempre girando e nunca para, ou seja

sempre temos que estar abertos a

aprender afinal ninguém sabe tudo.

Infelizmente meu avô está mais entre nós

para ver que tudo que ele sempre me

falou, não foi em vão e que não poderá

acompanhar esse processo, mas isso não

faz com aquele seja menos importante

nessa conquista pessoal minha pois sei

que meu avô Benicio estaria muito feliz

com a trajetória que estou percorrendo, e

que em uma somatória de acontecimentos

onde a escola junto com alguns

professores que me incentivaram e a

minha família foram fundamentais para que

eu pudesse criar minha identidade e saber

que quando a gente realmente quer

conseguimos.

de repente era como o mundo tivesse

desabado sobre a cabeça de Finn

onde ela acaba se sentindo como as

folhas de sua tese, perdida sem rumo

e sem a certeza de seu futuro. Com o

fim da ventania todas as mulheres que

costuravam a colcha se sentiram

diferente como se aquela ventania

tivesse levado embora tudo de ruim

que cada uma tinha deixando um

sentimento de paz em cada uma delas

um sensação de vida nova, novas

esperanças, porém Finn sai

desesperada na esperança de juntar

as folhas e não ver seu trabalho

perdido, afinal ela estava a meses

tentando finalizar e já era a terceira

tentativa de conclusão, mas ao

perceber que não conseguiria ela pode

perceber que aquele momento poderia

ser de transformação ou de mudança

em sua vida assim como o de todas

aquelas mulheres que ela convivia

assim pensando em algo novo ela

desiste de recolher as filhas para

tentar algo novo em sua vida como um

desafio que sempre acontece em

nossas vidas e com esse pensamento

ela volta para casa da avó onde estava

hospedada temporariamente. Ao

chegar em casa Finn percebe que

finalmente a colcha de retalhos havia

ficado pronta ela admirou muito pois ali

cada pedaço de retalho na verdade

trazia a verdade a história de cada

mulher que costurava a colcha onde

ela acaba percebendo que cada

dificuldades.

- Corvo

simbolizava a

garra e a

perseverança da

mulher.

- Ouvir várias

histórias deixa

Finn em dúvida

quanto ao

casamento.

- Plantação de

morando

representava

sedução,

tentação, desejo

de proibido.

- Estaria atrás

de algo de seu

passado para

ter um resgate.

- Buscar um

auto-

conhecimento

para tomar

decisões.

- Ventania muito

forte.

- Mãe de Finn –

novidade.

129

momento de nossas vidas na verdade

serve para que podemos construir

nossa história de vida, depois de todo

ocorrido cansada ela acaba cochilando

e sua avô muito carinhosa a observava

e a cobriu com a colcha que seria

presente de casamento dela mas a

garota logo depois acaba acordando e

se depara com o corvo na janela onde

lembrou o significado do que ele

poderia representar para ela e quando

ele bateu as asas e voou ela foi atrás

dele pois Finn acreditava que ele

poderia guia-la assim como fez com

Ana uma parte da história ali

representada na colcha e assim foi

seguindo e ganhando direção ao seu

destino e acaba se deparando com

seu noivo em meio a plantação de

frutas onde teve o mesmo sentimento

em que todas as costureiras já haviam

sentido quando a ventania passou mas

como cada um tem o seu tempo de

fazer e sentir as coisas Finn sentiu o

seu momento e descobriu que seu

destino na verdade nunca mudou mas

toda aquela experiência serviu para

que ela tivesse certeza do que

realmente queria, pois aquele tempo

que ela queria para escrever sua tese

passou por varias fases sedução,

desejo como quando comeu morangos

com aquele lindo rapaz ou mesmo o

mergulho na cachoeira tentando fazer

um resgate de si própria, a ventania

onde ela achou que estava tudo

perdido mas percebe que sempre

- Finn gostaria

que tivesse

acontecido há

20 anos atrás.

- Seus pais

casariam

novamente.

- Se sentiu

como as folhas

de sua tese.

- Perdida sem

rumo.

- Como se a

ventania tivesse

levado tudo de

ruim.

- Aquele

momento

poderia ser de

transformação.

- O corvo na

janela indicando

direção.

- O mesmo

sentimento que

todas as

costureiras

haviam sentido.

- A ventania

passou.

130

somos capazes de nos reinventar e

transformar, fazer as escolhas com

sabedoria em meio a tudo que nos é

apresentado pode ser difícil porém

ninguém pode fazer isso por nos mas

experiências adquiridas no decorrer do

processo de aprendizado e

conhecimento pode ser muito

importante, porque mudanças sempre

acontecem quando menos esperamos

e até podemos nos sentir perdidos

mas saber tomar a decisão correta vai

fazer toda diferença.

Eu gostei muito de assistir o filme

Colcha de Retalhos, sinceramente eu

não conhecia a história mas já tenho a

consciência de que ele acrescentará

mais conhecimento e aprendizado em

minha vida, pois através desse

momento, o trabalho com um todo

desde que tivemos que voltar em

nossas próprias histórias de vida para

buscar cada pedacinho retalho onde

construímos nossa trajetória até a

faculdade até o presente momento da

parte escrita é como sair da zona de

conforto e perceber que podemos ir

muito além um desafio em que

relaciono com a ventania ocorrida no

filme onde posso, quero e vou me

transformar através da mudança

sempre em buscar de aprender e

assim como cada colcha é feita eu

também quero pouco a pouco construir

minha formação da melhor maneira

possível mergulhando em busca do

- Cada um tem o

tempo de fazer

e sentir as

coisas.

- Descobrir que

seu destino

nunca mudou.

- Sempre somos

capazes de nos

reinventar,

transformar,

fazer escolhas.

- Pode ser difícil.

- Sair da zona

de conforto.

131

conhecimento e sendo guiada pelos

professores em busca da melhor

direção e ao final de tudo saber que a

direção escolhida foi a correta e me fez

muito feliz e realizada.

NARRADOR 9

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

Bom, eu na escola sempre tive um

pouco de dificuldade de aprender a ler e

a escrever, mas na época as coisas

eram mais difíceis era mais complicado

por não haver escolas então

estudávamos em uma igreja e depois

fomos para uma casa até que

construíram uma escola e a escola era

de frente para a minha casa, era muito

bom acorda cedo para ir a escola.

No aprendizado era assim: para se

aprender a ler o alfabeto tínhamos que

nos dedicar ao máximo se não soubesse

ou era com castigo ou palmatória nas

mãos, ficávamos de castigo na frente da

lousa de costa para parede, ou seja,

tínhamos que estudar de qualquer

Momentos bons na minha vida: Foi

quando eu me converti ao Senhor Jesus

aos meus 13 anos e foi fiel a Deus até

meus 28 anos sempre ali sendo integra,

reta nos caminhos do Senhor e quando

uma pessoa ela é evangélica e leva as

coisas de Deus a sério, Deus a abençoa

de uma forma inexplicável a minha

adolescência e juventude toda foi na

presença de Deus.

MOMENTOS RUINS: Foi quando eu perdi

duas pessoas da minha família uma em

2000 meu pai faleceu e foi muito ruim por

ele não estar perto de nós então nem

podemos ver a sepultura dele e em 2011 a

Uma cena do filme que mais, se

identifica com a minha vida.

Quando uma das personagens

começa contar quando ela conheceu

seu namorado e futuro marido e não

demorou muito pra se casarem.

Bom mas quando ela se casou com

ele, ela começou a ficar mais sozinha

em casa porque ele a deixava. Ela

também ficou grávida, foi que ela

descobriu que seu marido estava

atraindo ela fora de casa dos pais de

fora, mas ele vai a busca.

A minha identificação com a cena:

- Sempre tive

um pouco de

dificuldade de

aprender a ler e

a escrever.

- Na época as

coisas eram

mais difíceis.

- Por não haver

escolas,

estudávamos

em uma igreja.

- Bom acordar

cedo e ir para a

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento, com o professor;

- Relação de autoria consigo;

- Dificuldade de aprendizagem.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Importância da família;

132

maneira, querendo ou não.

Aos meus 13 anos eu ainda estava na

quarta série. Foi quando a ficha caiu eu

vi que tinha que levar as coisas mais a

sério. Quando cheguei em São Paulo

percebi que as crianças na escola

estavam sempre bem mais adiantadas.

Eu tive muita dificuldade de

aprendizagem porque era uma

linguagem diferente eu aprendi de uma

forma e aqui ensinavam de outra

maneira mais tinham o mesmo

significado. Eu tinha vergonha de falar

em sala de aula por isso quando eu

cheguei na quarta série eu comecei a ver

que as aulas eram diferentes da 1 a 4°

porque se tornou muito mais puxado já

não era mais só um professor e sim 6

professores cada um com uma matéria

diferente. Senti que tinha que ter mais

responsabilidade com as tarefas da

escola. Eu só falava quando era

necessário e talvez isso tenha me

prejudicado no aprendizado, tendo

dificuldades pois eu era muito quieta.

Na 5° e na 6° série estava estudando de

manhã era bom porque nós tínhamos

educação física, então saíamos da sala

de aula, mais eu tinha problemas com a

professora porque eu só gostava de sair

da sala e não de fazer a aula, então eu

ficava sentada rindo dos colegas, mas

eu sou muito rizonha, e a professora

pegou eu sorrindo com um colega e

minha irmã também faleceu de câncer e eu

via o sofrimento dela, é triste. Até hoje doe

em comentar porque éramos sempre

unidas.

Outro momento bom na minha vida foi em

2010 quando namorei e casei, cuidava

muito bem do meu marido da minha casa

esses são os momentos bons da minha

vida.

Outro momento bom é estar na faculdade.

fazer pedagogia para realizar um grande

sonho.

Com estes momentos hoje eu estou mais

madura e sei ver o mundo de um modo

diferente.

Eu conhecI um rapaz no ônibus onde

logo mais adiante começamos nos

conhece melhor depois namoramos e

se casamos Éramos muito feliz, em

todos momento. Mas com passar do

tempo ele começou a mim dexar só

em casa, ele saia mais sozinho. Até

que eu descobri que ele estava me

traindo com outra mulher. Então me

separei dele, eu o vi só uma única vez,

e nunca mais o vi.

escola.

- Para aprender

tínhamos que

nos dedicar

muito.

- Se não

soubesse era

castigo –

palmatória.

- Ficava de

castigo de

costas para a

parede.

- Tínhamos que

estudar de

qualquer jeito.

- Na quarta série

com 13 anos

mudamos para

São Paulo.

- A ficha caiu.

Tinha que levar

as coisas mais a

sério.

- São Paulo as

crianças

estavam sempre

mais adiantadas.

- Dificuldade

com o método

- Sofrimento;

- Dificuldade de aceitação;

- Transferência com o professor;

- Perdas;

NARRATIVA FÍLMICA:

- Consciência de si e do outro;

-Identificação com a história da

personagem do filme.

133

perguntou o porque e nós não dissemos

que nós tínhamos visto uma parte intima

do outro colega, se nos contasse seria

uma coisa, muito constrangedora para

ele e também para nos, mais eu

continuei rindo e ela ficou brava e

chamou a diretora, e pela primeira vez

fiquei de frente com a diretora da escola

só que eu não parava de rir e levei uma

advertência eu só entraria com um

responsável. A professora me chamou

de debbie-mental, cheguei em casa e

disse a minha irmã e no outro dia fomos

ate a escola e a professora contou a

versão dela então minha irmã falou a

minha versão também e a minha irmã e

no outro dia fomos até a escola e a

professora : a Mara nunca levou uma

advertência, onde eu também me

expliquei o motivo deu estar sorrindo e

ela disse que eu estava com ironia, que

eu estava rindo da cara dela, eu me

defendi dizendo que não era não então

eu pedi desculpas a ela e quando ela me

conheceu melhor também retirou o que

tinha direito: que eu era uma debe-

mental.

2 parte : Momento Marcante:

As três cenas marcantes na escola

foram 2 trabalhos e uma aula.

O primeiro trabalho era em grupo e tinha

que apresentar mais todos tinham

vergonha éramos tímidos, então chegou

a nossa vez de apresentar e ninguém

de ensino.

- Vergonha de

falar em sala de

aula.

- Senti que tinha

que ter mais

responsabilidade

com as tarefas

da escola.

- Na quinta série

era bom,

tínhamos

educação física.

- Gostava de

sair da sala e

não de fazer

aula de

educação física.

- Ficava rindo

das coisas.

- A professora

me chamou a

atenção e como

não parava de

rir, fui conhecer

a diretora.

- A professora

me chamou de

Debbie mental.

- Achou que

134

queria ir todos ficariam sem nota; Eu me

levantei fui na frente de todos com cara e

coragem e lá estava eu apresentando o

trabalho sozinha e salvando o grupo, me

lembro que o trabalho era de arte

tínhamos que fazer três figuras que

representasse algo forte. Eu pedi para o

meu sobrinho desenhar e ele desenhou

Cristo, mais o rosto de cristo ficou

parecendo um leão então chegou a hora

de colocar o desenho na lousa para

todos ver e em toda sala de aula sempre

tem um engraçadinho querendo se

aparecer e um rapaz começou a me

aloprar, a zombar falando que meu cristo

era um leão; Eu já estava com vergonha,

tremendo como uma vara verde mais

não podia voltar pra traz e nem

decepcionar os colegas, então me enchi

de coragem e disse ao colega que

estava zombano com os outros: com

cara de leão ou não este é o meu

trabalho e eu nunca vi Jesus então como

posso fazer o rosto dele, então

apresentei o meu trabalho e ele foi

aloprado, eu aplaudida e ganhei nota e o

meu grupo foi uma boa nota.

SEGUNDO MOMENTO MARCANTE:

Outro momento marcante foi em um

trabalho também. Na realidade eu não fiz

esse trabalho as duas meninas da sala

iam colocar meu nome. Neste trabalho

nós íamos cantar, mais quando chegou a

hora de apresentar elas desistiram, elas

falaram que tinham vergonha, se fosse

as três, as três ganhariam nota, se fosse

estava com

ironia e por isso

rindo dela.

- Trabalho em

grupo para

apresentar.

- Eu fui com a

cara e a

coragem, apesar

da timidez.

- Levava

palmatória

quando errava.

- Em 2000 perdi

meu pai.

- Em 2011 perdi

minha irmã.

- Em 2010

namorei e casei.

- Outro momento

bom é ter

entrado na

faculdade e

fazer Pedagogia.

- Uma

personagem

começa a contar

como conheceu

seu namorado e

futuro marido.

135

duas as duas ganhariam nota e se fosse

só uma, só uma ganharia nota e eu fui

sozinha novamente, ganhei minha nota,

mais foi muito vergonhoso e marcante

também. Até hoje me lembro que eu

cantei e foi até a loira do tchan, 3

professoras gostaram muito do trabalho.

TERCEIRO MOMENTO MARCANTE:

O mais marcante foi quando eu levava

palmotorada nas mãos quando não

acertava uma resposta que a professora

perguntava e conforme eu errava, levava

palmotora e naquela época não tinha

direitos para os alunos e ate hoje eu

lembro dessa palmatorada dada em

minhas mãos.

- Descobriu que

seu marido

estava a traindo.

- Eu tive um

namorado e

descobri que ele

estava me

traindo com

outra mulher.

- Me separei

dele, e nunca

mais o vi.

NARRADOR 10

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

O meu primeiro 1° ano foi bastante

intenso, estudei em uma escola com

regras rígidas por isso tive muitos

O ensino médio foi um período de

transformação para mim, momento em que

Não há relação com o filme na

narrativa.

- Ensino médio

período de

transformação.

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

136

problemas de comportamento, não tinha

interesse nos estudos, fiquei de

recuperação em três matérias que era o

limite do colégio. Um dos momentos

mais marcantes foi quando me trocaram

de sala por causa do meu mal

comportamento nesta eu não conhecia

ninguém, mas graças a isso fiz novas

amizades.

O 2° ano foi mias tranquilo, amadureci

com as conscequencia dos meus erros

do ano anterior, me dediquei mais aos

estudos. Nesse ano o momento mais

marcante foi os preparativos para um

projeto que teve no colégio em que cada

sala teria que representar um estado

brasileiro, essa foi a primeira vez que tive

realmente empolgação pra fazer um

trabalho escolar.

eu estava me descobrindo.

Já no 3° ano eu estava tentando descobrir

qual era a minha vocação, e o momento

que mais marcou neste ano foi quando

teve uma briga entre dois alunos da turma

me foge no momento a frase que um deles

falou que fez com que o professor de

sociologia nos contasse uma história que

foi uma grande lição de moral para todos.

Ex integrante de um grupo de skinheaad

na sua adolescência foi muito rebelde,

após um acidente lhe aconteceu mudou

totalmente sua formar de pensar a respeito

da vida, as aulas dele eram bastante

interessantes ele fala muito sobre ética,

moral e educação, dai em diante passei a

pensar que tem pequenas coisas que

como professor podemos ensinar as

crianças que podem torna-las cidadões

melhores no futuro. Foi nesse momento

em que senti uma vontade crescendo

dentro de mim de ser professora.

- Estava me

descobrindo.

- Primeiro ano –

regras rígidas –

problema de

comportamento.

- Segundo ano –

amadureci com

as

conseqüências.

- Projeto no

colégio – 1ª vez

que realmente

tive empolgação

para fazer um

trabalho escolar.

- Terceiro ano –

tentando

descobrir minha

vocação.

- Professor de

sociologia conta

uma história.

- Nesse

momento senti

uma vontade

crescendo

dentro de mim

de ser

professor.

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento e com o professor.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

Identificação com o professor que

remete a escolha pela Pedagogia

ou pela docência;

- Transferência com o professor;

- Imaturidade.

NARRATIVA FÍLMICA:

137

NARRADOR 11

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

COLCHA DE RETALHOS: Minha

passagem pelo ensino médio foi uma

experiência pois, era aquela garota

quieta muito tímida não falava com

ninguém, entrava na sala, sentava no

meu lugar e lá ficava prestando atenção

na aula. Tinha alguns problemas em me

relacionar com as pessoas acho que era

pelo fato de eu ser tímida. Certo dia a

professora pediu um trabalho em grupo

mais cheguei nela e falei que eu não

conhecia ninguém e que se poderia fazer

individual ela disse que não, com isso

me envolvi com umas duas meninas pra

fazer o trabalho, nisso eu não me

comunicava com elas, nem elas comigo,

até que chegou uma eu comecei a falar

com elas nossa até me empolguei e falei

de mais, isso foi uma experiência pra

mim, pois ninguém pode viver no mundo

sozinho, sempre tem que ter alguém pra

nos ajudar. Meus conhecimentos em

sala de aula eram de autoria pois tinha

muita responsabilidade com meus

trabalhos, não deixava de fazer minhas

obrigações, pois se eu não fizesse iria

Vida familiar - Doença do meu avô teve um

AVC e está paraplégico – 2013

Vida Escolar - Ganhei uma bolsa de estudo

De inglês como melhor aluna da disciplina

– 2011

Deslocamento Geográfico - Viagem a

Bahia com minha família – 2010

A narrativa não faz relação com o

filme.

- Garota muito

tímida.

- Alguns

problemas em

me relacionar

com as

pessoas.

- Trabalho em

grupo, pedi para

fazer individual

por não

conhecer

ninguém.

- A professora

disse que não.

- Me envolvi

com duas

meninas para

fazer o trabalho,

mas não me

comunicava

com elas.

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento, com o professor e

consigo.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Timidez;

- Dificuldade de relacionamento;

- Necessidade de aceitação;

- Transferência com o professor;

- Imaturidade.

138

me prejudicar. Minha relação com os

professores eram de autoria me dava

bem com eles, pois sempre que eu tinha

duvidas eles me ajudavam a esclarecer.

Sempre fui uma aluna exemplar tirava

notas boas, não é a toa que ganhei bolsa

grátis para um curso de inglês da

professora da disciplina de melhor aluna

- Comecei a

falar com elas.

- Isso foi uma

experiência para

mim.

- Ninguém pode

viver só no

mundo.

- Sempre tem

que ter alguém

para nos ajudar.

Se não fizesse,

iria me

prejudicar.

2013 – doença

avô.

NARRATIVA FÍLMICA:

NARRADOR 12

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

NARRATIVA ESCRITA:

Minha 3° minha última cena escolhi o

momento que perdi meu irmão de 7 anos

NARRATIVA FILMICA:

Colcha de retalhos foi importante

- Colega de sala

estava sendo

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

139

3 Cenas marcantes do ensino médio:

Minha 1° cena do ensino médio que me

marcou bastante foi quando uma colega

de sala que estava sendo rejeitada pelos

outros colegas de sala de aula,

começaram a fazer piadas, colocar

apelidos na menina. Eu comecei a

perceber que ela não era só uma garota

rejeitada na sala de aula porque ele era

agressiva com todos, até com quem a

tratava bem, então me aproximei dela e

fui tentando ficar próxima dela para ver

se conseguia a ajudar de alguma forma.

Ela foi pegando confiança em mim e foi

se abrindo depois de uns 4 meses ela

começou a contar todos os problemas

que passava com ela em casa, Ela sofria

abusos sexual dentro de casa e estava

com a mãe doente com um tipo de

câncer um pouco já avançado e

precisava dela para ajudar em tudo em

casa então ela se sentia pressa em casa

e ainda sofria com os colegas de sala

que não a deixavam em paz um dia,

comecei a interferir na Sala de aula e

comprar brigas por causa dela mais não

consegui fazer ela denunciar os abusos

que sofria em casa e isso me deixou

muito mal porque não consegui fazer

tudo que queria a ela. A um ano mais ou

menos encontrei ela o metro e ela me

disse que saiu de casa estava fazendo

psicologia, A mãe tinha falecido e o pai

nunca mais viu.

com leucemia e tive o apoio da minha

professora de português, ela simplesmente

foi maravilhosa comigo me ligava todos os

dias me levou a matéria em casa para não

perder conteúdo, ela incrível e eu nunca

vou esquecer o carinho dela por mim.

Eu aprendi com meus momentos

charneiros a dar valor nas pessoas que

entram na minha vida, a respeitar-las

porque eu não sei o que a pessoa esta

passando em sua vida pessoal para julgar.

Vida Familiar – 2010 – 2012

Vida Escolar – 2010 – 2011

Livros/ Filmes/ musicas – 2014 – 2010

Vida Profissional – 2012

MINHA AUTOBIOGRAFIA:

Sou uma menina mulher criada no meio de

muito amor, pela Avó, avô, Mãe e Pai (

separados porém sempre teve uma boa

relação), Uma família grande que teve

perdas muito próximas uma da outra. A

primeira foi meu irmão de 7 anos que teve

leucemia e em meses veio a falecer, ele

para mim desde pequeno era especial

perto das minhas irmãs e não entendia a

motivo de tanto amor o Eduardo era

mimado por mim ao ponto de já ficar 7

horas em uma lan –house com ele jogando

assistir porque ensinou a respeitar e

saber aceitar todos os momentos das

pessoas e refletir em que você quer

ser e querer de um certo momento

para frente, A colcha de ajudou a

moça a descobrir o que seria

importante para ela um amor

passageiro ou uma vida a dois com

seu casamento que estava pra

acontecer, foi uma mistura de

ensinamento com pessoas experientes

e de aceitação ao próximo.

rejeitada pelos

colegas.

- Me aproximei

dela.

- Depois de uns

quatro meses

ela começou a

contar os

problemas em

casa.

- Sofria abuso

sexual e a mãe

era doente.

- Comecei a

interferir na sala

e comprar

brigas por causa

dela.

- Não consegui

fazer ela

denunciar.

- Dificuldade de

aprendizagem

em matemática.

- Professor

Alves uma

pessoa difícil de

lidar.

- Deixei a

matéria de lado.

outro;

- Dificuldade de aprendizagem em

matemática;

- Relação de autoria com o

professor de matemática, com o

conhecimento em matemática e

consigo.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Necessidade de aceitação;

- Transferência com o professor;

- Carência afetiva

NARRATIVA FÍLMICA:

Consciência de si e do outro.

140

Minha 2° cena do ensino médio vou

relatar neste momento já contando com

a parte de submissão com o professor,

eu sempre fui uma aluna com dificuldade

em aprendizagem em matemática meu

professor Alves ele era uma pessoa

difícil de lidar parecia que tinha uma

certa intriga comigo, então comecei a

deixar a matéria dele de lado e foi

quando ele começou a me “perseguir”

em sala de aula. Foi quando chegou o

fim do semestre e estava prejudicada na

matéria e tive que decidir em continuar a

ignorar ele ou me redimir em certo ponto

e correr atrás da nota que precisava Em

uma aula sentei perto dele e conversei

disse que queria aprender o conteúdo e

ele gostou da minha atitude e me ajudou.

Eu entendo que este momento foi de

submissão me coloquei no lugar de

aluno e entendo que tenho que me

adaptar a sua forma de ensino e

acredito que ele também soube entender

e respeitar o aluno.

vídeo game não tinha limites para ele e

hoje entendo que Deus permitiu eu fazer

de tudo porque logo iria ficar sem ele, Eu

tenho hoje uma sensação de dever

comprido com ele na terra, logo no ano

seguinte meu avô faleceu outro choque

para mim recuperar. Trabalhei no hospital

do câncer durante um ano com crianças

para ironia do destino lá fiquei longos

plantões dos 12 horas com crianças

sofrendo e ao mesmo tempo dando alegria

para todos que estavam dividindo aquele

momento com elas e foi onde eu aprendi a

dar a valor a vida e dar amor ao próximo e

hoje estou estudando pedagogia para fazer

o mesmo trabalho que fizeram com meu

irmão no hospital.

- Ele começou a

me perseguir.

Tive que decidir

em continuar ou

me redimir.

- Conversei com

ele e disse que

queria aprender.

- Ele gostou da

minha atitude e

me ajudou.

- Perdas muito

próximas uma

da outra.

- Perdi meu

irmão de sete

anos.

- No ano

seguinte meu

avô.

- Apoio de

minha

professora de

português.

- Nunca vou

esquecer o

carinho dela por

mim.

-Ensinou a

respeitar e

141

saber aceitar

todos os

momentos das

pessoas com

seus erros e

acertos.

- Um amor

passageiro ou

uma vida a dois.

- Sou uma

menina mulher

criada com

muito amor.

NARRADOR 13

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

NARRATIVA ESCRITA:

Estudo no colégio Professor Acendino

Reis, onde nossos projetos tinham

oportunidade de sair do papel e fazer

parte da realidade no nosso cotidiano.

Excelentes professores colocavam em

Em buscas de sonhos, o ensino médio foi

o momento exato para colocar-los em

prática.

Por fim no ano de 2013, próximo ao dia

das crianças, o terceiro momento

marcante: foi juntarmos 23 alunos e

A narrativa não faz relação com o

filme.

- Oportunidade

dos projetos sair

do papel e fazer

parte da

realidade.

- Excelentes

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de autoria com o

professor, com o conhecimento e

142

nossas mãos os projetos de música,

dança e peças de teatros. Jamais me

esqueceria de minha professora Ení-

matéria de Arte que me acompanhou do

primeiro ano de ensino médio até o

terceiro e último ano. Ao iniciar o ano de

2012, de imediato juntamos e unimos,

duas meninas e eu, para executar um

primeiro momento marcante: um cover

das novelas das 20 horas-globo “as

empreguetes”; foi extremamente

sensacional com diversas salas nos

assistindo e vibrando conosco, cada

passo da dança. Pelo fato do

acontecimento ter dado certo do início ao

fim, resolvemos juntar um grupo com 33

alunos e colocamos em prática o

segundo momento marcante: no mês de

novembro para finalizar o ano, com apoio

de professores de inglês um coral,

cantando uma bela música de “Pink

Floyd- motherbrink in thewall”.

Recebendo os parabéns de todos os

professores, diretor, vice diretor,

coordenadores e alunos no qual foram a

platéia. Muito agradável receber elogios

quando na situação você deu o seu

melhor

montarmos caixinhas com guloseimas para

distribuir na comunidade carente, 64

crianças esperando para receber com toda

alegria e sorrisos estampados no rosto a

caixinha de lembranças para grande dia

esperado “dia das crianças”. Não existe

preço que pague o sorriso destas tais

crianças agradecendo dizendo apenas

“obrigada tia, Deus abençoe”.

São destes momentos maravilhosos, o

quão nos faz evoluir como ser humana.

Em relações a comportamento aluno,

sempre tirei boas notas, comportamento

educada nas horas necessárias soube me

impor e me colocar se preciso. Nunca tive

problemas em alunos – professor.

professores,

- Professora Eni

me acompanhou

do primeiro ano

do ensino médio

até o terceiro.

- Muito

agradável

receber elogios

quando na

situação você

deu seu melhor.

- Não existe

preço que

pague o sorriso

destas tais

crianças.

- Em relações a

comportamento

aluno, sempre

tirei boas notas.

- Educada nas

horas

necessárias.

- Nunca tive

problema em

alunos –

professor.

consigo.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Necessidade de aceitação;

- Transferência com o professor;

- Carência afetiva

NARRATIVA FÍLMICA:

Consciência de si e do outro.

143

NARRADOR 14

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

Não faz relação.

Eu tive alguns momentos muito

inesquecíveis na minha vida, mas não

acho que nenhum deles tenha sido tão

bom a ponto de merecer ser revivido mais

do que os outros. Além disso, eu costumo

aproveitar bastante os bons momentos da

minha vida, portanto não acho que eu

tenho aproveitado pouca alguma fase boa

da minha vida. Talvez eu esteja dizendo

isso porque ainda não tive nenhuma

grande conquista na minha vida e ainda

não passei por algumas experiências

marcantes pelas quais quase todo mundo

passa na vida, como ter um filho etc... É

claro que eu já conquistei algumas coisas,

como meu emprego o vestibular a minha

caminhada na graduação, eu sempre me

esforcei e graça a Deus ele sempre me

abençoou. ( Acho que os melhores

momentos da minha vida, que eu

certamente vou ficar com vontade de

reviver, talvez ainda estejam por vir, como

a minha formatura, meu marido, minha

filha), a aprovação no exame prático da

auto-escola etc.

O filme Colcha de Retalhos tem uma

história de uma jovem chamada Finn

que, após ser pedida em casamento

vai para casa de sua avó e lá pretende

finalizar a sua tese. Nesse local, ela

acaba por conhecer um grupo de

mulheres que participa de um clube

que se reúne para trabalhar em

colchas de retalho. No momento em

que a jovem está lá, esse grupo de

mulheres está trabalhando em uma

colcha que elas denominaram “onde

mora o amor”, que será um presente

de casamento para Finn. Enquanto

elas trabalham, ela se envolve nas

histórias individuais de cada uma das

mulheres que lá estão, ouvindo relatos

de paixões passageiras, de

casamentos frustrados, de traições e

de vários outros relacionamentos nem

sempre aprovados pela sociedade. Na

mesma localidade, ela acaba se

envolvendo com um homem, por quem

se sente atraída e acaba por

questionar se realmente vale a pena

- Uma jovem

chamada Finn.

- Um grupo de

mulheres que

participam de

um clube.

- Ela se envolve

nas histórias

individuais de

cada uma das

mulheres.

-

Relacionamento

nem sempre

aprovado pela

sociedade.

- Se envolve

com um homem.

- Assumem o

caráter de uma

unidade.

NARRATIVA BIOGRÁFICA:;

- Não faz relação com a narrativa

biográfica.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação e

aceitação do outro;

- Carência afetiva,

- Insegurança,

- Negação das experiências;

- Medo de se expor;

- Resistência.

NARRATIVA FÍLMICA:

144

ou não casar-se tão jovem.

O grupo que foi retratado no filme

mostra mulheres que se reúnem a fim

de realizar um trabalho artesanal de

alta costura, mostrando assim que elas

assumem o caráter de uma unidade,

que as une em prol de um trabalho

muito delicado. Porém, no decorrer do

filme, as diferenças individuais de cada

uma surgem, como que formando uma

“colcha de retalhos”, ressaltando os

valores, as crenças, as idéias de cada

uma dessas mulheres.

Desse modo, podemos dizer que

nesse grupo a convivência entre essas

mulheres, com valores tão diferentes,

pode ser considerada positiva no que

diz respeito à produtividade e à

aceitação do outro enquanto um ser

que tem opiniões e pensamentos

contrários ás demais participantes.

Porém, em alguns momentos, essa

convivência se orna conflituosa e

negativa.

No final, cada uma acaba por aceitar

as diferenças das outras e dar ênfase

na relevância que essa diversidade de

sentimentos e valores tem no processo

de elaboração do trabalho como um

todo. Cada uma das mulheres, a seu

modo, contribui com o melhor de si

para que o trabalho ( a colcha de

retalhos.

- As diferenças

de cada uma

surgem.

- Considerada

produtiva no que

diz respeito a

produtividade e

aceitação do

outro.

-Tive alguns

momentos

inesquecíveis.

- Não acho que

nenhum deles

tenha sido tão

bons a ponto de

merecer ser

revivido.

- Costumo

aproveitar

bastante os

bons momentos

de minha vida.

- Ainda não tive

nenhuma

grande

conquista.

- Ainda não

passei por

alguma

experiência

marcantes pelas

Consciência de si e do outro.

145

quais quase

todo mundo

passa.

- Como ter um

filho.

- É claro que já

conquistei

algumas coisas.

- Momentos de

minha vida que

certamente vou

ficar com

vontade de

reviver talvez

ainda estejam

por vir.

- Formatura,

marido, minha

filha, exame

auto-escola,

etc...

NARRADOR 15

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

146

Uma das cenas mais marcantes foi está

mudança do ensino fundamental para o

ensino médio que tanto se é falado que é

fase final e muito difícil de ser concluída

onde dizem que realmente os alunos em

caso de muitas faltas e notas vermelhas

seriam reprovados. Claro que na

realidade não é bem assim muito dos

meus professores não tiveram está

preocupação com esta etapa final então

era de responsabilidade de cada um da

classe ir atrás de seu próprio

conhecimento isso me deixou indignada

com o ensino público.

Tive uma pequena mudança no 3 ano do

ensino médio onde tive o prazer de

conhecer a professora Fabiana que nos

dava a matéria de matemática, onde por

meio de poucas aulas pode nos ensinar

a importância do ensino, de prestamos

mas a atenção na aula, para assim

futuramente termos nossas profissões ,

como ela mesmo nos dizia que não é

impossível um aluno da rede publica ser

medico ou qualquer outra profissão, o

problema está no próprio aluno que auto

se discrimina por está estudando na

escola pública porém já tivemos grandes

casos de superação de alunos da rede

pública que hoje são exemplos para

muitas pessoas isso até para mim.

Como conclusão pude ver melhor o

Momentos Chaneiras

Vida Familiar - Ano : 2009 - O que

aprendeu?

Com a perca de uma grande pessoa em

minha vida, pude ver o lado mais adulto da

vida e aprender a da valor as coisas mais

simplis

Como aprendeu?

Tendo que me virar sozinha tão nova

seguir minha vida e colocar em pratica

tudo que ela (minha avó) me ensinou

enquanto estava viva e colocar em pratica

não foi fácil mais estou conseguindo a

cada dia

Vida Escolar - Ano: 2012

O que aprendeu?

Muito sobre o preconceito sexual.

Como aprendeu?

Tendo assim muito nova uma relação com

outra mulher pude ver o outro lado da

situação me vendo no lugar daquelas

pessoas que todos os dias sofrem

preconceito da sociedade Tenho até hoje

este segredo guardado comigo, minha

família não sabe pois eles respeito que os

filhos dos outros sejam menos alguém da

O filme Colcha de retalhos narra as

experiências de vida de um grupo de

mulheres maduras, que costumava

reunir-se a cada ano para confeccionar

uma colcha de retalhos. Cada uma

delas borda um pedaço de pano que é

algo relacionado com o sentimento de

cada uma delas, no final elas unem

todos os pedaços formando uma linda

colcha artesanal, mostrando através

desses bordados o momento em que

elas foram realmente felizes. Todas

essas historias foram objetos de

estudo de tese da mestranda Finn uma

Jovem, que se encontra dividida entre

casar-se com o homem que ama e sua

liberdade. Naquele ano em que ela

está prestes a se casar com Sam,

resolve passar três meses na casa de

saus tias Jaci e Gladi (sua avó e tia

avó), em uma cidade mais calma.

Na casa o grupo de mulheres

confecciona uma colcha para

presenteá-la, e o tema escolhido por

todas elas é “onde mora o amor”. No

decorrer do filme, Finn fica

conhecendo as histórias e segredos de

cada uma daquelas senhoras, e isto

serve para que ela vá, aos poucos,

refletindo sobre o que realmente quer

de sua vida. No iniciodo filme pode-se

observar em uma cena, que foca o

desenrolar de um carretel de linha,

- Mudança do

ensino

fundamental

para o ensino

médio.

- Terceiro ano

ensino médio –

Prazer de

conhecer a

Professora

Fabiana.

- Trabalho

pedagógico de

muitos de meus

professores.

- Estudando

para fazer a

diferença.

- 2009 Perda de

uma grande

pessoa em

minha vida.

- 2009 Colocar

em prática tudo

o que ela me

ensinou.

- 2012

Preconceito

sexual. Lidar

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento, com o professor.

- Relação de autoria consigo

mesma.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Necessidade de aceitação;

- Carência afetiva;

- Insegurança;

- Medo de se expor;

- Sofrimento;

- Transferência com o professor.

NARRATIVA FÍLMICA:

147

trabalho pedagógico de alguns dos meus

professores e estou estudando para

futuramente fazer a diferença pelo

menos na escola que eu trabalhar.

Relação com o conhecimento? R:

Submissão...Por mais que alguns

professores nos ajudássemos em alguns

aspectos esse apoio não era total e bem

estruturado, e isso leva a nós ficar

acomodado com aquilo que se tem.

Relação com o professor: R:

Submissão... Acredito que falto o apoio

melhor dos professores para está

melhoria no ensino, claro que da minha

parte também, mas a escola poderia ter

planos de ensino melhor.

Que aluna eu fui? R: Acredito que um

pouco preguiçosa até o ensino

fundamentol. No ensino médio tive um

pouco mais de cabeça estava mais velha

e pude me dedicar melhor aos estudos.

nossa família. Porém hoje continuo tendo

relacionamentos com outras garotas e sou

muito feliz assim.

Vida Profissional - Ano: 2012

O que aprendeu?

A lidar com as diferenças.

Como aprendeu?

Tive uma outra visão da vida profissional

numa grande empresa que trabalhei, e

assim pude lhe dar melhor e aprender a

ver e respeitar melhor a opnião do

próximo.

Pessoas:

Ano: 2012

O que aprendeu?

A amar.

Como aprendeu?

Tendo assim um beijo inesperado aprendir

a amar, a gostar e a querer cuidar a todo

momento, estar perto o tempo todo, tive

decepções pois este amor só foi retribuído

com carinho de amiga isto foi o fim para

mim póis ate hoje a amo e não tive ela so

pra mim mas tenho a certeza que se deus

a colocou em minha vida não foi por acaso

ele tem planos melhores para mim.

fazendo uma comparação entre este

procedimento e a vida do ser humano:

a vida se desenrola aos poucos, em

uma sequência, exatamente da

mesma forma que o rolo de linha. O

filme trata em separado a experiência

de cada uma daquelas senhoras, a

história são ricas em significação. As

primeiras a contarem seus segredos

são a tia e avó Jaci Gladi. Ao

encontrar-se desesperada pelo fato de

seu marido estar á beira damorte,

acaba envolvendo-se, com o marido

de Gladi. Na mesma cena que Gladi

descobre a traição do marido com a

irmã, há construção de metáfora: ela

quebra tudo o que vê pela frente,

recolhe todos os cacos e faz obras de

arte nas paredes de sua casa. A

próximahistória a ser revelada é a de

Sofia.

Quando jovem, era nadadora e

sonhava em seguir carreira, mas com

um casamento precoce fez com que

ela abandonasse todos. Nesta história

pode-se destacar uma antítese: ela era

nadadora e ele geólogo, ou seja, ela

era água e ele era terra. Há também

uma metáfora do laguinho que ele

construíra para ela. Compensação por

ela ter abandonado a natação. A

seguinte é de Em que conta

pessoalmente a sua história para Finn.

Ela é casada com um artista, um

pintor, que traía muito, desde o início

do casamento. Neste episódio parece

com as

diferenças.

- Muito nova

uma relação

com outra

mulher.

- Guardo o

segredo comigo.

- Respeitar

melhor a opinião

do próximo.

- Tive

decepções.

- Me apaixonei

pelo esporte

porem não

tenho tempo

para praticar.

-.O filme arra a

experiência de

vida de um

grupo de

mulheres

maduras.

- Uma jovem

encontra-se

dividida entre

casar-se com

um homem que

ama e sua

Consciência de si e do outro.

Identificação com personagens do

filme.

148

Livros/ Filmes/ Músicas:

Ano: 2010

O que aprendeu?

Amar Esporte

Como aprendeu?

Lendo um livro sobre surf, me apaixonei

pelo esporte, porem não tenho muito

tempo pra praticar e aprender.

como símbolo o vermelho, cor em que

o artista tenta pintar o retrato de sua

musa, mas não consegue, de tão

grande que sua beleza e o desejo que

sente por ela. A personagem conta sua

história, pronuncia a frase “ A fêmea

fica no ninho enquanto o macho sai

para exibir suas penas”, Faz uma

alusão ao machismo e a posição

submissa da mulher perante ao

marido. Outra daquelas senhoras,

narra a Finn que ama seu falecido

marido, mas estavafragilizada com a

perda e acabou cedendo aos encantos

do marido de Em. As últimas a

revelarem suashistórias são a de Ana

e Mariana ( mãe e filha). Neste trecho

o filme o símbolo é o corvo que

simboliza a garra e perseverança da

mulher negra; onde Mariana, é uma

mulher experiente que viveu em Paris

e teve muitos homens, mas aquele que

ela realmente quis ela não pode ter.

Este homem representa a fidelidade,

pois recusou sair com elaporque

amava sua esposa. Uma antítese pode

ser perfeitamente percebida no que se

refere á experiência daquelas

mulheres e a sede de Finn em viver

intensamente. Antítese relevantediz

respeito ás irmãs Gladi e Jaci em

oposição a Sofia. Enquanto as

primeiras mostram-se algres e felizes,

apesar de tudo, o que lhes aconteceu

àsegunda mostra-se mal –humorada e

infeliz. Outro símbolo que aparecendo

filme é o morango. Ele representa a

liberdade.

- Histórias e

segredos.

- A vida se

desenrola aos

poucos.

- Histórias são

ricas em

significação.

- Sonhava em

seguir carreira.

- Ela era água

ele era terra.

- A fêmea fica

no ninho

enquanto o

macho sai para

exibir suas

penas.

- Alusão ao

machismo e a

posição da

mulher.

- Corvo

simboliza garra

e a

perseverança.

- Uma mulher

experiente.

149

paixão proibida e o desejo que envolve

Finn e um rapaz povoado que ela

sentiu-se muito atraída. Também

acontece um vendaval que aparece

como uma metáfora das ideias da

moça. Sua cabeça está confusa

principalmente depois da conversa

com sua mãe: tudo o quea mãe lhe

ensinará, agora afirmava que estava

enganada. Depois do vendaval tudo

ficou mais clara para Finn,e também

para outras pessoas. Sofia ao sentar-

se no laguinho pela primeira vez

começa a encarar a vida com mais

alegria, pois procura lembrar-se

apenas nos momentos bons em que

viveu. Em, ao entrar no atelier do

marido para proteger-se do vendaval,

descobre que era a única mulher que

ele realmente amou, entrando lá

percebeu que só havia seus retratos.

Gladi também quebra todas aquelas

paredes com cacos de vidro, significa

que passou o ressentimento, ela

perdoou sua irmã da traição. No final

do filme, sua avó cobre com a colcha

que elas confeccionaram então ao

acordar enrolada pela colcha de

retalhos, o corvo aparece novamentee

vai guiando até a escolha certa de que

seu verdadeiro amor é o Sam. O filme

todo é uma alegoria.

- Teve muitos

homens, mas

aquele que ela

queria

realmente não

quis ela.

- Fidelidade

recusou sair

com ela porque

amava sua

esposa.

- Morango

Paixão proibida.

- Vendaval sua

cabeça esta

confusa.

- Final do filme

sua avó a cobre

com a colcha.

- O filme todo é

uma alegoria.

NARRADOR 16

150

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

“Foram várias cenas marcantes, umas

delas que eu tive que trabalhar muito

cedo, para ajudar á minha mãe em

casa”.

Na época eu estava iniciando o ensino

médio e tinha que acordar muito cedo,

eu chegava da escola meia noite para

acordar ás quatro horas da manhã.

Foi uma luta muito grande tive que

aprender muito sobre os conceitos para

poder passar pelo novo processo da

minha vida.

Era tanta dificuldade mais só serviu para

o meu amadurecimento. Assim mesmo

passando por necessidades

sobrevivência naquele momento da

minha vida.

Sempre com apoio da minha mãe

falando para eu ser forte é pra nunca eu

desistir dos meus sonhos.

Para chegar até o ensino médio foi muito

esforço e luta é perseverança de ser

alguém melhor e ter uma vida social é

No ano de 2005 fiquei grávida da minha

filho Yasmim. Foi um ano muito importante

pra chegada do nascimento, dela foi uma

grande transformação que aconteceu

durante a minha gravidez. Porque não só

era mas eu e meu esposo tinha uma vida

pra nós cuidar.

Eu passei pelo o processo do conceito do

amadurecimento e do amor de ia

crescendo cada mechida que ela dava

dentro de mim .

Apesar dela estar dentro de mim eu já

amava é cuidava é um amor que não se

explicar porque vai mudando a sua vida

por completo, eu me tornei um ser humano

melhor em todos sentidos da minha vida.

Com nascimento fez mudar vários

conceitos dentro de mim.

Ser mãe é amar é ser amada a cada

momento da sua vida é também amor o

seu próximo como até mesmo é um amor

imcondicinol sem explicações.

A minha filha ela veio pra dar uma grande

No filme falava sobre o casamento da

mãe de ( Finn). È várias histórias de

outras pessoas

Mas o que foi importante assistir-ló

Porquê? A história dela foi um pouco

parecida com a minha que a minha

mãe sé separou do meu pai, eu ira

pequena mais era um casamento

torbulemtá cheio de brigas é outras

coisas mas, então eu presenciava isso,

eu fiquei com medo de se relacionar

com outras pessoas. Cheguei falar

para minha mãe que eu não queria me

casar nunca por que tinha medo de

meu casamento ser igual o dela. Mas

eu conheci o meu esposo que foi um

grandeprocesso para aceitar o pedido

de casamento por que eu estava

comedo, igual a garoto do filme tinha

referente o casamento.

- Tive que

trabalhar muito

cedo.

- Iniciando o

ensino médio e

já tinha que

acordar cedo.

- Tive que

aprender muito

sobre os

conceitos para

poder passar

pelo novo

processo da

minha vida.

Sempre com o

apoio de minha

mãe.

- Para eu ser

forte e nunca

desistir dos

meus sonhos.

- Para chegar ao

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento, com o professor e

consigo.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Necessidade de aceitação;

- Carência afetiva;

- Insegurança;

- Medo de se expor;

- Sofrimento;

- Necessidade de sobrevivência;

- Importância da mãe para as

151

profissional realizada, apesar de ter feito

muitos amizades foi muito divertido e

proveitoso, todos os conhecimentos é a

minha maneira de pensar e ver o mundo.

A outra cena foi, quando aconteceu o

apagão do ano 200 Eu estava na sala de

aula, na escola não tinha nem uma luz

de emergência , quando apagou tudo os

alunos gritavam como ums loucos,

saímos correndo caindo por cima dos

outros e eu fiquei muito assustada com

tudo aquilo que estava acontecendo,

Falando do medo que eu estava sentindo

de ir embora sozinha naquela escuridão,

fiquei desesperada

Essa foi uma cena muito marcante na

minha vida do ensino médio.

Apesar de ter tido conhecimentos isso foi

uma troco de experiência de vida muito

boa.

Com os professores e meus colegas de

sala de aula, aprendi novos conceitos de

vida que vou levar para a minha vida

toda, é também aprendi a esperará em

cada tempo no um momento, foi uma

grande aprendizagem de conhecimento

durante o processo do ensino médio.

Durante esse aprendizagem eu aprendi

ver a vida apesar dos nossos erros, e

acertos podemos viver bons conceitos e

ter um futuro melhor lutando pelos

nossos sonhos.

transformação pro minho vido porque é

maravilhoso ser mãe e um privelêgio que

deus nos deu.

Aprendi como ser humano de errar e

perdoar é ensina e educar, e amar é ser

amada sem pedir nada entroca.

Ao ter a minha filho mi fez uma pessoa

melhor transformouo meu mundo melhor, é

o maneiro de ve-lo. É cada dia q em que

passamos juntos passamos pro momentos

de aprendizagem em nosso dia dia-a-dia

vivendo nossas alegrias.

ensino médio foi

muito esforço e

luta.

- Perseverança

de ser alguém

melhor e ter

uma vida social

e profissional

realizada.

- Apagão na

escola.

- Fiquei muito

assustada.

- Foi grande

aprendizagem e

conhecimento

durante o ensino

médio.

- Viver a vida

apesar de

nossos erros.

- Futuro melhor

lutando pelos

nossos sonhos.

- Aprendi a ver o

mundo com

outros olhos.

- Devemos

aproveitar as

oportunidades

escolhas;

- Importância em ser mãe;

- Esperança;

- Respeito;

- Muito esforço;

- Transferência com o professor.

NARRATIVA FÍLMICA:

Consciência de si e do outro.

Identificação com a mãe.

Identificação com personagens do

filme.

152

A minha relação, com conhecimento

aprendi ver o mundo com outros olhos,

que devemos aproveitar as

oportunidades e os conhecimentos que a

vida nos proporciona através do nosso

aprendizagem usando a nossa sabedoria

sem prejudicar o nosso próximo impondo

e expondo nossas idéias, para obter

bons resultados, não só para você mais

também para outras pessoas.

A minha relação com conhecimento foi

muito boa para o meu conhecimento e

meu desenvolvimento de aprendizagem.

Tive uma boa relação de submissão com

todos os meus colegas e professores,

respeitando sempre o espaço de cada

um com igualdade. E nunca tive

problema nem um na escola.

A minha relação com os meus

professores do ensino médio. Só deixou

saudades é bons momentos que eu vivi

naquela época.

E boas recordações é lições de vida que

vou levar pra minha vida todo, tinha

saudades da época porque?

Foi momentos marcantes da minha vida.

O aprendizagem mi tornou-se uma

pessoal melhor por que? Apesar deles

estarla para ensinar eu também aprendi

respeito é como mi torna-lo um ser

humano melhor. Através de cada etapa

de sua vida.

Os meus professores foram como uma

sem prejudicar o

próximo.

- Nunca tive

problemas na

escola.

- Meus

professores do

ensino médio só

deixou

saudades e

bons momentos.

- A

aprendizagem

me tornou uma

pessoa melhor.

- Os meus

professores

foram como

uma referencia

na minha vida.

- Tinha meus

defeitos como

todo ser

humano, mas

também

qualidades.

- Não era CDF

mas me

esforçava para

tirar boa nota.

- Nunca levei

153

referência de vida para mi espelhar neles

é olhar como um ser humano pode

transformar a vida de alguém com suas

experiências .

Eu só tenho que agradecer:

Como aluna, fui sempre, prestativa em

todas as aulas respeitosa com todos.

Tinha os meus defeitos como todo ser

humano, mas tinha também as minhas

qualidades.

Não era uma CDF mais mi esforçava pro

tiro uma boa noto nunca levei bronca de

professor que eu mi recordo não, mas se

eu levei só foi pro meu crescimento

bronca de meus

professores, que

eu me lembre.

- Se levei foi

para meu

crescimento.

- 2005 Fiquei

grávida.

- Me tornei um

ser humano

melhor com a

gravidez.

- Ser mãe é

amar e ser

amada a cada

momento de sua

vida.

- Grande

transformação

em minha vida.

- Cada dia que

passamos

juntas é

momento de

aprendizagem.

- Casamento da

mãe de Finn.

- A história dela

foi um pouco

parecida com a

154

minha.

- Minha mãe se

separou do meu

pai e eu ainda

era pequena.

- Uma casa

turbulenta cheia

de brigas e

outras coisas

mais.

- Fiquei com

medo de me

relacionar.

- Cheguei a falar

para minha mãe

que não queria

me casar nunca.

- Conheci meu

esposo e foi um

grande processo

para aceitar o

pedido de

casamento.

- Estava com

medo, igual a

garota do filme.

NARRADOR 17

155

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

1° Cena

Bem, já faz alguns anos que conclui o

ensino médio, mas lembro com muito

carinho cada momento único vivenciado

com amigos, colegas, professores.

Nesta época me recordo com especial

atenção as aulas ministradas pelo

professor Douglas, ele era jovem e

atencioso, ensinava muito bem.

COMO ERA SUA RELAÇÃO COM

PROFESSOR? FOI UMA RELAÇÃO DE

AUTORIA OU SUBMISSÃO? Minha

relação com ele era de respeito e

satisfação pois todas as sextas poucos

alunos participavam das aulas então era

bem mais fácil prestar atenção, e

compreender o conteúdo colocado e

participar de uma maneira com mais

autoria.

QUE ALUNA FOI? Eu diria que fui uma

educanda participativa de autonomia,

sempre dando idéias.

COMO FOI SUA RELAÇÃO COM O

Vida Profissional – 2013

Vida Escolar – 2014

No ano de 2013, após alguns

desagradáveis acontecimentos em minha

vida profissional tomei uma decisão, mudar

minha trajetória.

Após pesquisar, deicidi qual seria minha

nova profissão, então em Dezembro

prestei vestibular, para pedagogia em duas

universidades passei. Escolhi a Unicid, e

iria estudar no período noturno.

Porém , em Janeiro de 2014, antes que eu

decidisse como iria ser essa passagem fui

desligada da empresa.

Fiquei muito satisfeita, pois esse era o meu

segundo passo, no mesmo mês me

matriculei e mudei o meu horário para

diurno onde estou.

Oque aprendi, com esses acontecimentos

que foram bem resumidos em minha

escrita.

A cena que mais me chamou atenção

foi bem curta sem muito destaque,

porém me fez refletir pois captou um

pouco da minha questão.

Finn Dodd( Winona Ryder) conversava

com sua colega na cozinha, enquanto

tomavam chá e trocavam experiências.

Elas discutiam, sobre relacionamentos,

casamentos. Finn, fala uma frase que

vem a se destacar.

Não me lembro corretamente como foi

pronunciada, porém o significado é

que antigamente os casamentos eram

arranjados, e os pais já faziam isto por

achar que as filhas comiam muito.

Hoje, isto mudou nos mulheres

podemos decidir como, com quem,

iremos nos casar ou namorar, ficar...

vivemos verdadeiramente um dilema.

Digo isto, com propriedade pois sou

noiva, e não tenho certeza se quero ter

filhos ou marido embora a sociedade

me cobre isto.Todos me perguntão

- Professor

Douglas, jovem

e atencioso.

- Minha relação

com ele era de

respeito e

satisfação.

- Poucos alunos,

era mais fácil

prestar atenção.

- Eu tentava me

nutrir de todo

conhecimento.

- Sabia que iria

precisar para o

mercado de

trabalho.

- Penúltimo ano

resolvi pedir

transferência

para oura

escola.

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento, com o professor e

consigo.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Necessidade de aceitação;

- Carência afetiva;

- Insegurança;

- Medo;

- Sofrimento;

- Transferência com o professor.

156

CONHECIMENTO?

Como faltava alguns meses para a

conclusão do meu ensino, eu tentava me

nutrir de todo conhecimento pois sabia

que iria precisar para o mercado de

trabalho.

2° Cena

Minha festa de despedida , todos felizes

dançando e comemorando, já no final de

tudo...nos abraçamos e choramos juntos

sinto até hoje um pouco de sentimento

vivÊnciado naquela noite.

3° Cena

No penúltimo ano letivo, resolvi

pedirtransferência cheguei a nova escola

todos me olhavam me sentia estranha,

porém fiz logo amizade e acabei

reecontrandocologas do primário uma

surpresa muito agradável.

Sempre termos que lutar por nossos

objetivos, e por mais que algo ruim

aconteça Oque importa e quantas chances

você aceita ter, porque o jogo é você que

faz.

Pois até o pê na bunda te faz ir pra frente.

quando será o meu casamento e eu

respondo.- Em agosto! Agosto de

deus.

Não quero ter responsabilidade de

dona de casa, não me vejo nesta

função, porém eu quero tudo isto... Se

eu pudesse, pegava as rosas sem

espinhos.

- Logo fiz

amizades.

- 2013

Desagradáveis

acontecimentos

– vida

profissional.

- Vestibular

Pedagogia.

- O jogo é você

que faz.

- Discutiam

sobre

relacionamento.

- Antigamente

casamento era

arranjado.

- Hoje isto

mudou, nós

mulheres

podemos

decidir.

- Digo isto com

propriedade,

pois sou noiva.

- Não tenho

certeza se quero

ter filhos ou

marido.

- A sociedade

NARRATIVA FÍLMICA:

Consciência de si e do outro.

Identificação com personagens do

filme.

157

cobra isto.

- Não quero ter

responsabilidade

de dona de

casa.

- Porém quero

tudo isto.

- Se eu pudesse,

pegava as rosas

sem espinhos.

NARRADOR 18

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

158

O meu Ensino Médio do 1° ano foi feito

no curso do Pedagógico ( parecido com

o Magistério). A minha relação com o

conteúdo foi de autonomia, pois eu fazia

o que eu gostava e procurava estar

sempre em dia com as atividades e

trabalhos, uma aluna aplicada.

Com os professores, a minha relação foi

de submissão, pois eu seguia piamente o

que eles apresentavam e não

questionava sobre qualquer conteúdo

exigido por eles, talvez por acomodação

( mesmo discordando)

A conclusão do meu Ensino Médio, em

que concluí o 2° e 3° anos foi por

Supletivo. Esse supletivo funcionava da

seguinte maneira: eu ai ao local pegar as

apostilas ( quantas eu quisesse, e de

qualquer matéria que eu quisesse- não

havia controle em relação a isso), levava

para casa, estudava tudo e voltava para

fazer as provas ( às vezes estudava por

lá mesmo, já que não era tão próximo da

minha casa e não via a hora de concluir

os meus estudos).

A minha relação com o conteúdo foi de

autonomia, já que dependeu só de mim,

do meu esforço e força de vontade, para

que eu conseguisse alcançar o meu

objetivo.

Como não havia professores ( a não ser

para tirar dúvidas), não tenho como

O meu momento charneira ( ou divisor de

águas) foi o nascimento dos meus filhos.

Tive meus filhos bem nova, eles nasceram

e eu ainda não tinha concluído o Ensino

Médio, e graças a eles – principalmente –

voltei a estudar!

Outro momento charneira foi o meu

casamento ( antes do nascimento dos

meus filhos) e em seguida o meu divórcio.

O divórcio fez com que eu buscasse minha

autonomia, ainda mais por ouvir do meu ex

marido que ele sabia que acabou com a

minha vida. Nunca aceitei isso, foi um fator

importante que contribuiu para o meu

crescimento pessoal.

Eu aprendi muito com esses momentos,

inclusive por haver situações em que achei

que nada iria dar certo, ou que realmente a

minha vida tinha “acabado” (por ter tido

filhos nova). Em vez de me acomodar, corri

atrás dentro das minhas possibilidades, e

mesmo deixando de fazer muitas coisas

(deixei passar muitas oportunidades), não

me arrependo Continuo atrás dos meus

objetivos e procuro mostrar aos meus

filhos o quanto é importante estudar,

alcançar seus objetivos, procurando fazer

sempre o que gosta!

O filme Colcha de Retalhos traz em

seu enredo várias simbologias, nas

quais identifico-me com algumas

delas.

A ventania, por exemplo, reflete que os

sentimentos não se prendem a nada e

que muda conforme o curso natural da

vida. Identifico-me, considerando a

minha mudança do Rio para São

Paulo, pois eu deixo minha vida antiga

para trás para dar continuidade à

minha vida!

O corvo tem a ver com a direção em

que eu estava dirigindo a minha vida:

estava me acomodando até o “corvo”

surgir em minha vida e mostrar a

direção que eu devo seguir.

Os morangos tem muito a ver com o

desejo de estudar, conseguir alcançar

o meu objetivo: meu diploma.

O mergulho que para mim representa

o autoconhecimento representa em

minha vida o dia em que eu percebi

que eu posso mais, decisão definitiva

para lutar pelos meus objetivos!

- Curso

Pedagógico

parecido com o

magistério.

- Minha relação

com o conteúdo

foi de autoria

pois eu fazia o

que gostava.

- Com os

professores eu

seguia

plenamente o

que eles

apresentavam e

não

questionava.

- A conclusão de

meu ensino

médio foi no

supletivo.

- Não via a hora

de concluir

meus estudos.

- Não havia

professores

para tirar

dúvidas.

- Considero que

minha relação

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento, com o professor e

consigo.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Necessidade de aceitação;

- Impotência;

- Casamento;

- Divórcio;

- Luta;

- Carência afetiva;

- Insegurança;

- Medo;

- Perda;

- Sofrimento;

- Transferência com o professor.

159

defini-los. E por este motivo, considero

que a minha relação com eles também

foi de autonomia.

Os momentos que marcaram o meu

Ensino Médio foi quando eu ainda fazia o

1° ano do Pedagógico, e uma professora

de História, Elenir, comentavam sobre o

drama que vivenciava. Elacontou sobre o

nascimento do neto, da nora que morreu

no parto e o motivo das faltas dela ( que

eram muitas), pois tinha que se

desdobrar para cuidar do neto, devido ao

filho dela ( o pai da criança) não ter

condições psicológicas para cuidar do

filho.

Outro fato marcante foi no mesmo ano,

quando uma colega do meu curso,

Valéria, vendia salgado e doces que ela

mesma fazia para auxiliar em casa, já

que o pai encontrava-se desempregado

e a mãe, dona de casa, também

auxiliava, dando aulas de artesanatos.

Eu a ajudava nas vendas, e sentia prazer

em ajudá-la. Passei admirá-la por ela ser

tão esforçada.

E o último momento marcante foi no ano

seguinte, uma tragédia em minha

vizinhança, e considero um fato do meu

Ensino Médio, por esta pessoa estudar

na mesma escola.

Simone e eu crescemos juntas, faleceu (

suicídio) e esse fato me abalou de uma

maneira que eu não consegui levar o

meu curso a diante. Ainda mais por ser

com eles foi de

autonomia.

- Experiência

contada pela

professora

Elenir.

- Valéria vendia

salgados e

doces para

ajudar em casa.

- Pai

desempregado

- Passei a

admirar-la por

ela ser muito

esforçada.

- Simone e eu

crescemos

juntas.

- Simone

faleceu

(suicídio).

- Esse fato me

abalou de

maneira que eu

não consegui

levar meu curso

a diante.

Graças a meus

NARRATIVA FÍLMICA:

Consciência de si e do outro.

Identificação com personagens do

filme.

160

tão próxima a mim e eu não ter

percebido nada. Talvez não por não

aceitar, ou não compreender, o que se

passou naquele momento, fez com que

eu desistisse de estudar.

filhos comecei a

estudar.

NARRADOR 19

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

Infância e vida escolar até os 13 anos de

idade: Apesar de ter bronquite, sua

infância foi marcada de muitas

brincadeiras, passeios, diversões. Com 3

anos iniciou sua vida escolar, numa

escola particular ( chamada

moranguinho) e com 4 anos já sabia ler e

escrever algumas palavras. Angélica

amava brincar de modelo e de ser

cantora, na escola era brincalhona, mas

sempre se dedicava aos estudos.

Estudou no Moranguinho até os 5anos.

Com 6 anos estava na 1° série e passou

a estudar numa escola pública ( Ana

Silva), escola maravilhosa e com um

Ana Angélica de Jesus Argolo tem 21 anos

nasceu no dia 17/07/1992 numa cidade

chamada Itagi no interior da Bahia com

aproximadamente 14 mil habitantes. Filha

de Ademir Alves Argolo e Elizene Maria de

Jesus ( ambos baianos) tinha uma irmã

chamada Laís, mais esta não chegou a

conhecer, pois falecera de bronquite

quando tinha 2 meses de vida. Com1 ano

de idade Angélica ( como é chamada pela

maioria das pessoas, por não gostar do

nome de Ana) foi morar com sua tia Zete

irmã do pai, pois seus pais se separam e

sua mãe não tinha condições financeira e

O Filme colcha de retalhos conta a

história de um grupo de mulheres que

se reúnem para contar um pouco

sobre suas histórias, expondo assim

suas emoções, sentimentos, vontades,

histórias de vida. Foi assim através

dessa autobiografia que descrevi um

pouco sobre minha vida.

- Irmã Lais não

chegou a

conhecer.

- Com um ano

de idade foi

morar com a tia.

- Pais se

separaram.

- Mãe não tinha

condições

financeiras e

nem psicológica

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento, com o professor e

consigo.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

161

ensino muito bom, sua professora era

maravilhosa (tia Mera), e foi através dela

que sua inspiração pela educação

começou. Estudou na mesma escola e

com a mesma professora até a 3° série e

na 4° série passou a estudar numa outra

escola particular (CCPO). A escola era

ótima, mas sua professora era péssima,

a tratava muito mal e sempre a deixava

de canto, a mesma era preconceituosa, e

Angélica era morena e bolsista. Por

conta desse preconceito sua tia levou o

caso a diretoria, mais não teve jeito a

professora continuava a tratando mal.. O

único jeito foi sair da escola e voltar pra

antiga escola, com a mesma professora,

Angélica amou a mudança pois amava a

professora.

Assim continuava sua infância com

bronquite, porém feliz, e amada por sua

família paterna, pois não tinha contato

com sua família materna. Continuou na

mesma escola até a 7° série, anos muito

bons dos quais jamais serão esquecidos,

lá fez amigos e aprendeu que as coisas

simples da vida podem trazer mais

felicidades do que se pode imaginar.

Com oito anos Angélica teve uma crise

muito asmática muito forte, foi levada

para o hospital, ficou quase em coma e

teve que ser mergulhada em uma bacia

de gelo para voltar a vida, ficou internada

por alguns dias, se recuperou e voltou

para casa, sendo assim foi sua última

crise, por que a partir daí não sentiu

mais nada. Na 7° série sofreu ameaças

nem psicológica de criar-la.

Ao chegar à casa da sua tia apresentou

sintomas estranhos, não conseguia

respirar direito, sem saber o que era sua

tia a levou para o médico, onde este pediu

alguns exames, e assim foi constatado que

também estava com bronquite asmática,

doença pela qual sua irmã faleceu ( uma

inflamação dos brônquios pulmonares, que

são locais por onde o ar passa). Sua tia

passou a ter um cuidado dobrado. Com

remédios, cuidando com alimentação,

assim Angélica vivia uma vida normal,

exceto quando suas crises de falta de ar

eram intensas, onde era necessário leva-la

ao hospital. Seu pai ajudava

financeiramente, mas não era presente e

sua mãe sumiu da sua vida por um bom

tempo.

MOMENTOS CHARNEIRAS:

No primeiro ano do ensino médio ficou sem

falar com suas melhores amigas, por que

uma delas falou algo que a desagradou,

ficaram 6 meses falando apenas o básico.

Foi muito triste pois esta três amigas eram

a quais se divertiam, saiam, contava os

segredos. Então um professor não

aguentando mais a situação colocou as

quatro frente á frente e resolveu a

situação.

Com isso aprendeu: que as vezes deve-se

resolver algumas situações, amizade

verdadeira não se encontra em qualquer

esquina, ter amigos é ter alegria, é poder

para criar-la.

- também tinha

bronquite

asmática –

cuidado

dobrado.

- Pai ajudava

financeiramente.

- Sua mãe

sumiu de sua

vida por um bom

tempo.

- Aos três anos

iniciou a vida

escolar.

- Com seis anos

primeira série.

- Professora

maravilhosa.

- Que foi sua

inspiração.

- Quarta série

mudou para

escola

particular.

- Professora

péssima- tratava

mal e a deixava

de canto.

- Necessidade de aceitação;

- Manipulação;

- Transferência com o professor

que solicita a atividade;

- Necessidade de chamar a

atenção do outro;

- Preconceito;

- Pais separados;

- Luta;

- Perda;

- Carência afetiva;

- Insegurança;

- Sofrimento.

NARRATIVA FÍLMICA:

Consciência de si e do outro.

Identificação com personagens do

filme.

162

de uma colega, e de um menino que

queria namorar com ela, mas ela, porém

não queria, sendo assim ele o intimidava

e se uniu com uma colega de classe

ameaça-la. Inventando mentiras e

intrigas ao seu respeito. Essas ameaças

e intrigas só acabaram quando se mudou

para outra escola. A partir desse

acontecimento ela se transformou, disse

para si mesma que nunca mais deixaria

alguém a tratar malnovamente, si

tornando uma pessoas as vezes

agressiva e que não levava desaforo

para casa, porém uma pessoa ainda

assim educada e bem feliz.

Adolescência e ensino médio: A metade

da adolescência passou na escola

pública, e muito feliz e a partir da 8° série

voltou para a escola particular que

estudou na infância ( CCPO). Uma

mudança radical, por estudar sempre em

escola pública sentiu muita dificuldade,

tanto no método de ensino, quanto ao

convívio com as pessoas, pois ainda se

lembrava do que vivera na 4°série. Um

ano conturbado onde convivia com

pessoas arrogantes, passou a viver

sozinha na sala, não andava com

ninguém, não tinha amigos, sentia falta

das amizades anteriores, não aguentava

mais estudar ali, os professores eram

ótimos, porém se sentia só. Então

resolveu fugir de casa, fugiu para a casa

de uma amiga, mas no dia seguinte foi

encontrada por sua família e pela polícia.

Foi levada para a delegacia para contar

compartilhar risos e choros.

No terceiro ano passou uma situação bem

triste, pios se empenhou tanto em um

seminário ficou noites estudando, fazendo

pesquisas, pois queria apresentar um dos

melhores trabalhos já apresentados, porem

nada deu certo, no dia a luz foi embora e

não pode usar o computador, a

programação sumiu, e o lanche que iria ser

entregue não conseguiu ficar pronto

porque o gás acabou na hora. Parecia até

engraçado mais foi frustrante, a decepção

foi enorme. Porém a professora lhe deu

outra chance. Com isso aprendeu: a lidar

com as frustrações que a vida oferece,

aprendeu a superar seus medos e

desafios, que muitas vezes nem sempre se

consegue executar aquilo que planeja, que

as vezes a momentos difíceis, mais o

importante é levantar a cabeça e seguir em

frente com animo e vontade de fazer

melhor aquilo que antes tinha planejado e

não deu certo.

No quarto ano teve que assumir uma

responsabilidade muito grande, foi nesse

ano que sua vida se tronou corrida, pois

trabalhava numa escola pela manhã,

estagiava a tarde e estudava a noite.

Passou a não ter tempo nem pra comer,

sua vida de uma hora para outra se tornou

uma corrida sem fim. E ainda tinha que

saber lidar com crianças autistas e

dislexias. Por não ter experiência com

crianças especiais passou por momentos

desesperadores, mais no final deu tudo

- Professora

preconceituosa.

- Angélica era

morena e

bolsista.

- Tia levou o

caso a diretoria,

mais não teve

jeito.

- O jeito foi

voltar para a

escola anterior –

rede publica.

- Angélica amou

esta mudança.

- Amada por

todos de sua

família paterna.

- Aprendeu que

as coisas

simples da vida

podem trazer

felicidades.

- Aos oito anos

primeira crise

asmática.

- Não tinha

contato com a

família materna.

- Intrigas

163

o que tinha acontecido. Voltou para casa

carregando uma vergonha imensa, pois

a cidade que morava era pequena e todo

mundo estava comentando sobre o

assunto, e ainda tinha que suportar os

castigos que sua tia e sua família

aplicaram. Voltou a estudar e todos da

sala queria saber o que tinha acontecido,

Angélica já estava ficando doida de

tantas perguntas. O tempo passou e

mais um acontecimento ocorreu, perdeu

de ano. E mais uma vez sua família não

entendeu suas explicações e mais uma

vez foi castigada. As coisas foram se

acalmando e no ano seguinte continuou

na mesma escola.

Angélica então decidiu se dedicar

totalmente aos seus estudos, mesmo

que não tivessem amigos. Mas para sua

alegria seus colegas a receberam muito

bem e logo conseguiu fazer amizades e

os professores eram maravilhosos e

inspiradores. Parecia que tudo estava se

colocando em seu devido lugar. Passou

de ano, foi um ano maravilhoso.

Entrou no ensino médio com os mesmos

colegas e com a maioria dos

professores, e foi no 1° ano que decidiu

fazer magistério, queria ser professora,

queria fazer a diferença, por tudo o que

já tinha sofrido. O ensino médio foi

tranquilo e com os mesmos colegas,

foram anos maravilhosos. No3° ano foi o

não de experimentar como era ser

professora, foi o ano dos estágios,

certo aprendeu a lidar com a maioria dos

alunos, conseguindo então fazer um bom

trabalho.

Com isso aprendeu: A ser responsável, a

superar seus limites, o mais importante foi

se orgulhar de si mesma mostrando para si

que era capaz de fazer um bom trabalho

mesmo com as dificuldades encontradas, e

foi através dessas experiências que obteve

a certeza do que gostaria de seguir

profissionalmente, gostaria de ser

professora, educadora. Aprendeu que toda

criança é um ser iluminado, que nos traz

alegrias independente de cor, raça,

religião, e deve ser tratado sem

preconceitos, cada ser · ·humano tem sua

importância, independente de quem seja.

acabaram

quando mudou

de escola.

- Por estudar em

escola publica

sentiu

dificuldade tanto

no método de

ensino quanto

no convívio.

- Decidiu

dedicar-se aos

estudos mesmo

sem amigos.

- Para sua

surpresa e

alegria seus

colegas a

receberam

muito bem.

- A mudança de

escola, fez

repetir o ano.

- Adaptação

difícil.

- Decidiu fazer

magistério.

- Entrou no

ensino médio

com os mesmos

colegas e

164

experiência maravilhosa que só fez

reforçar a vontade de seguir em frente na

profissão de professora, na profissão de

educadora. No 4° ano teve a

oportunidade de fazer mais estágios e de

trabalhar em várias escolas, foram

experiências maravilhosas, porém só

uma deixou marcas maravilhosas, uma

escola pública, com alunos da 3° série.

Nessa escola aprendeu a lidar com as

diferenças, pois conviveu com crianças

especiais, crianças que normalmente

tiravam notas ruins, porém esse quadro

mudou pois Angélica lembrou de tudo

que passou na infância, dos

preconceitos, dificuldades e decidiu fazer

naquela sala de aula a diferença.

Permaneceu nessa escola durante 6

meses pois estava apenas substituindo

uma professora.. Mas foi tempo

suficiente par afazer uma pequena

mudança. A sala era considerada uma

sala onde os alunos eram bagunceiros e

desinteressados e a maioria estavam

perdidos de ano.. Porém esse quadro

mudou, Angélica passou a se dedicar

ainda mais, e o objetivo foi alcançado, as

crianças diminuíram a bagunça,

passaram a se dedicar e passaram de

ano. Com o objetivo alcançado Angélica

se sentiu orgulhosa pois conseguiu fazer

aquilo que queria que fizesse quando

era apenas uma criança. E mais uma vez

tirou uma grande lição: que para ser

professora não basta pegar o conteúdo e

repassar para os alunos, para ser uma

boa professora é necessáriogostar da

professores.

- Queria fazer a

diferença por

tudo que havia

sofrido.

- Estágios

maravilhosos

que só fez

reforçar a

vontade de

seguir em frente

a profissão de

ser professora.

- No quarto ano

oportunidade de

fazer mais

estágios e de

trabalhar em

várias escolas.

- Uma

experiência

deixou marcas.

- Uma escola

pública com

alunas da

terceira série.

- Aprendi a lidar

com as

diferenças.

- Crianças que

normalmente

165

profissão, e se dedicar aos seus alunos.

Ano da formatura 2010: Um ano tenso,

de muitas expectativas, um ano muito

esperado. A formatura foi linda, tudo

planejado e cumprido corretamente.

Minhas colegas assim como eu estavam

felizes e realizadas. Enfim formadas.

Após a formatura: Angélica começou

asentir dores e foi levada ao hospital,

assim descobriu que era e ainda é

portadora de uma doença chamada

Lupos, doença na qual não tem cura,

controlada através de remédios, uma

doença auto imune. Ficou em tratamento

por 6 meses, meses estes de sofrimento

para toda todos. Recuperou-se e decidiu

vir fazer um passeio em São Paulo, e

resolveu continuar aqui, começou a

trabalhar em um instituto de beleza, mais

não desistiu de ser uma educadora, e

fazer a tão sonhadora graduação em

pedagogia. Hoje ela mora com amigos,

trabalha, e estuda na Universidade

Unicid, em busca da realização do seu

sonho.

tiravam notas

ruins.

- Decidiu fazer

naquela sala a

diferença.

-- Tempo

suficiente para

fazer pequenas

mudanças.

- Com o objetivo

alcançado se

sentiu

orgulhosa.

- Para ser

professora não

basta pegar

conteúdo e

repassar.

- È necessário

gostar da

profissão e se

dedicar a seus

alunos.

- 2010

Formatura, um

ano tenso de

muitas

expectativas.

- Pós Formatura

– Viagem para

166

São Paulo.

- Resolveu ficar

morando em

São Paulo.

- Começou a

trabalhar em um

instituto de

beleza.

- Não desistiu

de ser

educadora.

- Hoje mora com

amigos.

- Trabalha e

estuda para

realizar seus

sonhos.

167

NARRADOR 20

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

Três cenas do ensino médio marcantes:

Quando dançei axé na escola no dia do

folclore, ganhei 10 em todas as matérias.

Quando cair da cadeira todos que

estavam na sala ficaram rindo;

Quando tirei 10 do professor de física,

era a matéria mais difícil de conseguir

tirar um 10.

Como foi sua relação com o

conhecimento? Foi uma relação de

autonomia ou submissão?

Minha relação com o conhecimento é

aberto e democrático. Absorvo ou não o

conhecimento de acordo com os meus

princípios, mas algo é nunca deixar de

ouvir ou perder a oportunidade de

processar uma outra idéia, pois pode ser

melhor que a que tenho. Foi uma relação

de autonomia.

Como foi sua relação com o professor?

Foi uma relação de autoria ou

Categorias de espaço e tempo ano

Vida familiar: 2010 o tempem que passei

com a família

Vida escolar: 2012 a 2013 fatos marcantes

do Ensino médio

Vida profissional: 2013 trabalhei na Escola

da Prefeitura como Estagiariodo Ensino

médio.

Pessoas: 2013 no ano que começei a

namorar

Livros/ Filmes? Múscias 2012 melhor do

que comprar sapatos

Deslocamento Geográfico não houve

O que aprendeu?

Aprendi que a cada dia aprendemos

alguma coisa nova, ainda mais quando

estamos dispostos a aprender.

Sim. No filme cada mulher teve

máguas e assuntos não resolvidos

entre elas. E o filme mostra como

perdão podeser libertador e

redefinição, toda uma vida que parecia

desperdiçada. Ena maioria dos casos,

não se trata apenas de perdoar o

outro, mas a si mesma.

Outro detalhe poético é que somente

quando a colcha esta pronta, ou seja,

quando ela recebe a prova concreta do

amor daquelas mulheres que ficaram

trabalhando sem para terminá-la, ela

pode ir ao encontro de Sam. E ela o

encontra enrolada na colcha ou seja,

ela interiorizou todas aquelas

experiências de vida que lhe foram

transmitidas por elas e todos as

diferentes formas do amor.

No final quando a personagem

mergulha não é por acaso, pois

somente quando transformamos

nossas aflições em sabedoria é que

podemos mergulhar na vida com toda

- Dancei axé na

escola no dia do

folclore.

- Ganhei 10 em

todas as

matérias.

- Tirei 10 em

física, a matéria

mais difícil.

- Minha relação

com o

conhecimento é

aberto e

democrático.

- Relação com o

professor foi

fundamental.

- Como tem que

ser em todos os

níveis e

modalidades de

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de autoria com o

conhecimento, com o professor e

consigo;

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicita a atividade;

- Luta;

- Sofrimento;

- Perdão;

- Mágoa;

168

submissão?

A relação com o professor foi

fundamental assim como tem que ser em

todos níveis e modalidades de ensino.

Uma relação de autoria.

Que aluno fui?

Fui um aluno autônomo sem precisar de

estar sempre a questionar o professor ou

meu colega de classe, resolvia meus

problemas sozinha, mais se fosse

alguma matéria que eu estivesse com

muita duvida eu ia perguntar para o

professor.

Como aprendeu?

Com forço de vontade e correndo atrás

para sempre esta aprendendo mais,

aprender nunca é demais.

beleza e intensidade.

ensino.

- 2010 – tempo

que passei mais

com a família.

- 2012 – fatos

marcantes do

ensino médio.

- 2013 –

trabalhei na

escola da

Prefeitura como

estagiária do

ensino médio.

- 2013 –

comecei a

namorar.

- Aprendi que

cada dia

aprendemos

alguma coisa

nova.

- Com esforço e

vontade –

correndo atrás

para sempre

estar

aprendendo.

- Aprender

nunca é demais.

- No filme cada

- Amor;

- Aflições;

- Sabedoria.

.

NARRATIVA FÍLMICA:

Consciência de si e do outro.

Identificação com personagens do

filme.

169

mulher teve

mágoas e

assuntos não

resolvidos.

- Mostra como o

perdão pode ser

libertador.

Perdoar o outro,

mas a si

mesmo.

- Detalhe

poético -

somente quando

a colcha esta

pronta, quando

ela recebe a

prova de amor

daquelas

mulheres.

- Finn pode ir ao

encontro de

Sam.

- Ela interrogou

aquelas

experiências de

vida.

- Mergulho não

é por acaso.

-

Transformamos

nossas aflições

170

em sabedoria.

NARRADOR 21

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

Durante o meu percurso formativo tive

uma noticia que não me agradou. No ano

de 2011 eu estava cursando o 1° médio

tive boas relações com os professores e

colegas. Tive boas notas, mas quando

chegou no final do ano recebi a notícia

que eu tinha sido reprovada, aquela

notícia me deixou super triste, comecei a

refazer minhas notas, e nos cálculos

dava para eu passar direto.

Minha mãe resolveu entrar com recurso,

no primeiro momento a escola

respondeu a carta e disse que não iria

aprovar, então enviamos a carta para a

diretoria de ensino. A diretoria pediu para

que a diretoria da escola separasse

diários dos professores, para que

pudessem analisar, depois de umas

semanas recebi uma carta que eu havia

sido aprovada e que os professores

No ano de 2010 eu perdi uma grande

amiga, irmã e companheira. Dias antes

fomos ao shopping, rimos, nos divertimos e

quando chegou o final de semana recebi a

noticia de que havia falecido, fiquei em

choque e eu não acreditava, pois um dia

antes eu falei com ela por telefone e

estava tudo bem.Sofri muito, só chorava e

eu ainda não estava acreditando, mas tive

que enfrentar. Ana era uma menina super

conselheira, prestativa e aprendi várias

coisas com ela, eu não sabia ficar sem ela,

e ela sem eu. Com a morte dela tive que

me transformar em uma segunda pessoa

mais independente, me virar sozinha. Sinto

muito a falta dela, nesses 4 anos sem a

Ana, eu mato a saudade por foto.

Na cena em que Finn estava em

duvida se ela se casava ou não, então

conheceu um rapaz sedutor que

oferecia a ela morangos, com

segundas intenções.

Na minha vida foi quase parecido, mas

no meu caso era um desejo de fazer o

curso de Pedagogia, mas muitos

faziam minha cabeça, mandavam eu

fazer outra coisa, meu desejo era a

Pedagogia, então fui em frente, e

estou super contente com o curso.

- morangos= desejo em fazer

Pedagogia, aprender para ensinar

- Corvo= formação em Pedagogia.

- Percurso

formativo –

notícia que não

agradou.

- 2011 –

primeiro ano do

ensino médio.

- Boas relações

com os

professores e

colegas.

- Tive boas

notas.

- Quando

chegou o final

do ano a notícia

que eu tinha

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de autoria consigo;

- Relação de submissão com o

conhecimento e com o professor.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade;

- Tristeza;

Perda;

171

haviam diminuído minha nota.

sido reprovada.

- Notícia que me

deixou super

triste.

- Minhas notas

nos meus

cálculos dava

para eu passar

direto.

- Minha mãe

resolveu entrar

com recurso.

- A escola

respondeu a

carta dizendo

que não iria

aprovar.

- Diretoria de

ensino.

- Depois de

umas semanas

recebi uma

carta.

- Eu havia sido

aprovada.

- Os professores

haviam

diminuído minha

nota.

- Momento de

- Insegurança;

- Necessidade de aceitação;

- Dependência do outro;

NARRATIVA FÍLMICA:

Consciência de si e do outro.

Identificação com personagens do

filme.

172

transformação

quando mudei

de escola.

- Fui bem

recebida.

- Os alunos

eram tratados

como gente.

- Na outra

escola não era

assim.

- A relação com

os professores e

a deles conosco

era super legal.

- Podíamos

interagir

- Super boa a

aproximação.

- 2010 – Perdi

uma grande

amiga.

- Sofri muito,

mas tive que

encarar.

- Coma morte

dela tive que me

transformar em

uma pessoa

mais

173

independente.

- Sinto muito a

falta dela.

- Finn estava em

dúvida se ela se

casava ou não.

- Conheceu um

rapaz sedutor

que oferecia a

ela morangos

com segundas

intenções.

- Na minha vida

foi quase

parecido.

- No meu caso

era um desejo

de fazer o curso

de Pedagogia.

- Muitos faziam

a minha cabeça,

mandavam eu

fazer outra

coisa.

- Meu desejo

era fazer

Pedagogia..

- Então fui em

frente.

- Morangos –

174

desejo em fazer

Pedagogia.

- Aprender para

ensinar.

- Corvo –

Formação em

Pedagogia.

NARRADOR 22

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

RELATO Biográfico - Ensino Médio

Cursei o ensino médio em uma escola

publica chamada Padre Antão localizada

no bairro da Penha, uma escola bem

conceituada na região. Com essa

Após terminar o ensino médio fiquei Um

ano sem estudar, buscando uma profissão

para trilhar, então me identifiquei na área

da saúde optei por fazer enfermagem, fiz o

curso preparatório para o vestibular da

Universidade, onde veio a descoberta da

Com o filme Colcha de Retalhos pude

ter um conhecimento maior, ele é

retratado de forma onde o espectador

se identifica com os retalhos da vida.

Eu pude me identifica em dois

momentos: Ventania onde transforma

- Ensino médio

em uma escola

bem

conceituada.

- Com essa

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão consigo,

175

mudança de localidade tive novas

experiências de aprendizagema escola

tem um ensino bem rigoroso com novos

conhecimentos e métodos de

aprendizagem, dando abertura para a

participação dos alunos.

1° Cena marcante: Mudança de escola ,

adaptação de local, novos professores

2° Cena marcante: Desanimo no 1°

colegial com o ensino , quase

reprovação na escola.

3° Cena marcante: Não pude realizar

minha formatura do colegial por motivos

financeiros e desarmonia familiar, fiquei

muito desapontada com esse

acontecimento.

Minha relação com o conhecimento foi

de autoria onde pude me desenvolver e

aprender novos conceitos onde posso

levar para a vida profissional.

Tive muitos professores onde puderam

expandir meus pensamentos, dando a

palavra para o aluno se aplicar, Fui

submissa aos meus professores onde

fazia o que eles me orientavam para

nosso desenvolvimento. Como aluna fui

autora de meus próprios relatos e

trabalhos sempre buscando novos

conhecimentos.

minha gravidez onde tudo foi interrompido.

Foi um momento de reflexão da minha vida

tudo o que tinha feito no passado e o que

eu iria fazer do meu futuro.

Enfim chega a hora de ver dar a luz foi um

momento de muita complicação onde

observei e tinha a noção que eu hospital

não era meu lugar. Com o nascimento da

minha filha uma nova mulher nascia mais

forte e determinada traçar um novo

caminho. Busquei o caminho de ser

professora de cuidar, ensinar e aprender

muito nessa profissão.

tudo,espalha as coisas que estão

estacionadas. O corvo onde indica a

direção, eu fui direcionada para fazer

pedagogia, dar o sentido para os

outros alunos.

mudança tive

novas

experiências de

aprendizagem.

- Ensino

rigoroso.

- abertura para a

participação dos

alunos.

- Desanimo –

quase

reprovação.

- Não pude

realizar minha

formatura.

- Motivos

financeiros e

desarmonia

familiar.

- Pude me

desenvolver e

aprender novos

conceitos.

- Professores

onde puderam

expandir meus

pensamentos,

dando a palavra

para o aluno se

aplicar.

com o conhecimento e com o

professor.

- Processo de reflexão.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade;

- Tristeza;

- Frustração;

- Sofrimento;

- Desarmonia familiar;

- Insegurança;

- Necessidade de aceitação;

- Maternidade.

NARRATIVA FÍLMICA:

Consciência de si e do outro.

Identificação com metáforas do

filme.

176

- Fazia o que

eles me

orientavam.

- Após o ensino

médio fiquei um

ano sem

estudar.

- Optei por fazer

enfermagem.

- Minha gravidez

onde tudo foi

interrompido.

- Momento de

reflexão da

minha vida..

- Observei e tive

a noção que

hospital não era

o meu lugar.

- Nascimento da

minha filha.

- Uma nova

mulher nascia...

- Mais forte e

determinada.

- Busquei o

caminho de ser

professora.

- Cuidar, ensinar

177

e aprender.

- O filme é

retratado de

forma que o

expectador se

identifica com os

retalhos...

- Ventania onde

transforma tudo.

- O corvo indica

direção.

- Fui direcionada

para a

Pedagogia.

NARRADOR 23

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

NARRATIVA ESCRITA

Minha relação com o conhecimento no

ensino médio foi algo de

Fui uma aluna que quando entendia e

gostava me dedicava e quando não

gostava fazia as atividades para eliminar

pois um dia a vice diretora me ensino que

A narrativa não faz relação com o

filme.

- Com o ensino

médio pude

progredir para o

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

178

desenvolvimento do que aprendi no

ensino fundamental, com o

conhecimento do ensino médio pude

progredir para o ensino superior, o

conhecimento que adquiri pude perceber

o que realmente queria para o meu

futuro profissional que é me tornar uma

pedagoga.

Sempre fui submissa ao conhecimento

me passado, pois mesmo sendo chato

sabia que precisava dele para realizar

meu sonho de ser pedagoga.

No ensino médio sempre considerei

alguns professores como mais que

professores a maior parte dos meus

professores eram como amigos,

conselheiros e auxiliadores para o meu

futuro, sempre que podia ajudava eles

corrigirem provas, atividades e trabalhos,

gostava de fazer essas coisas pois essa

é a função de um professor e é isso que

quero para minha profissão. Sempre fui

submissa aos professores pois acredito

devo honrar quem se preocupa e tanto

se dedica para um futuro do Brasil, e

meu pensamento é dar a honra devida

que o professor merece.

o que achamos ruim devemos nos dedicar

para logo eliminar. Era uma aluna

extrovertida, sempre gostava de conversar

com os professores e espetores da escola.

As reclamações que os professores tinham

para passar para minha mãe era que

conversava muito em aula e tirava atenção

de professores e colegas de classe e não

os deixavam concluir as atividades.

E assim foi os meus 3 anos letivos no

Ensino Médio.

ensino superior.

- O

conhecimento

que adquiri pude

perceber o que

realmente

queria para meu

futuro.

- Me tornar uma

pedagoga.

- Sempre fui

submissa ao

conhecimento.

- Mesmo sendo

chato, sabia que

precisava dele.

- Considerei

alguns

professores

mais que

professores.

- A maior parte

deles eram

como amigos.

- Ajudava eles a

corrigirem

provas...

- Gostava de

fazer essas

coisas, pois era

outro;

- Relação de submissão consigo,

com o conhecimento e com o

professor.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade;

- Carência afetiva;

- Imaturidade emocional;

- Insegurança;

- Necessidade de aceitação;

NARRATIVA FÍLMICA:

179

função de um

professor.

- É isso que

quero para

minha profissão.

- Fui submissa

aos professores.

- Acredito devo

honrar quem se

preocupa e

tanto se dedica

para o futuro do

Brasil.

- Fui uma aluna

que quando

entendia e

gostava me

dedicava.

- Sempre

gostava de

conversar com

os professores.

- Conversava

muito em aula e

tirava a atenção

dos professores

e colegas.

180

NARRADOR 24

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

Em 1998, quando eu cursava o primeiro

ano do Ensino Médio, lembro-me que a

aula de Inglês era a que eu mais

gostava. O método de ensinoera

basicamente aplicado através das

músicas, e tínhamos que aprender a

cantar/ falar e traduzir as letras. Uma

das músicas que me marcou por tocar

muito na época, foi a música do tema

Titanic, pois aprendi a cantá-la

perfeitamente em inglês.

Em 2000, quando eu cursava o terceiro

ano do Ensino Médio, lembro-me que foi

uma fase um pouco “rebelde” de minha

parte, pois eu conversava muito e não

queria saber de prestar atenção nas

aulas, e também, fiz parte de um

“grupinho” que não queria saber de

nada. Até que um dia, de tanto

conversar e atrapalhar a aula, o meu

Em outubro de 2009 me casei, e logo

após o casamento eu e meu marido

resolvemos montar um Pet Shop. Mas

como meu marido trabalha fora , eu que

tive que gerenciar o Pet Shop sozinha, e

infelizmente acabou não dando certo, pois

eu não tinha experiência neste ramo, e

por consequência disso, tive que fechar a

loja ficando apenas com o banho e tosa.

De lá pra cá eu sempre pensava na

possibilidade de voltar a estudar.

Em julho de 2013 decidi definitivamente

que iriaprestar vestibular para pedagogia.

Foi quando percebi que não adiantava

continuar pulando etapas da minha vida,

pois o tempoestava passando e

consequentemente eu estava ficando para

trás, sempre deixando outros assuntos

terem prioridade. Caí na real que tinha

que fazer algo que me completasse

Na varanda, a estudante conversa

sobre a lua cheia com a Senhora que

criou a filha sozinha:

Senhora: A lua cheia da desculpa para

as pessoas fazerem besteiras

Estudante- Eu sou jovem, é provável

que faça besteiras

Senhora_ E passar o resto da vida

pagando por elas?

Estudante- Melhor do que passar a

vida imaginando o que perdi!

Senhora- Prefiro imaginar doque

quebrar a cara.

Estudante- Pois eu prefiro quebrar

acara!

- Aula de inglês

era a que eu mais

gostava.

- 2000 – terceiro

ano do ensino

médio.

- Fase um pouco

rebelde.

- Conversava

muito e não queria

saber de prestar

atenção nas aulas.

- Professor de

Matemática que eu

me retirasse da

sala.

- Fui para o pátio,

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão consigo,

com o conhecimento e com o

professor.

- Dificuldade de aprendizagem;

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade;

181

Professor de Matemática pediu para que

eu me retirasse da sala, e sem ao

menos questioná-lo, eu saí como se

estivesse na minha razão. Fui para o

pátio, sentei-me e fiquei lá sozinha

pensando na vida, e com o mesmo

pensamento de que estava certa.

Ainda em 2000, meados do mês de

dezembro, a minha Professora de

Português solicitou que eu fizesse uma

pesquisa ( não me recordo o tema), para

que eu alcançasse a média para não

ficar de recuperação. Sendo assim, fui

até a biblioteca no Centro de São Paulo,

pois naquela época o acesso à internet

era mais complicado para realizar

trabalhos escolares. Assim concluí

a,pesquisar, que por sinal continha

muitas páginas manuscritas, entreguei á

professora e mesmo assim ela me

deixou em recuperação. Concluindo,

fiqueiem três matérias e cumpri a

recuperação fazendo um trabalho em

grupo a respeito do bairro onde eu

moro.

Hoje em dia me arrependo por não ter

dado o devido valor aos meus estudos,

pois não aproveitei a oportunidade da

melhor forma, e nem sempre cumpria as

tarefas. Na verdade eu não estava nem

ai pra nada.

Eu não tinha relacionamento algum com

os Professores, e as poucas

proximidades eram negativas, pois me

verdadeiramente, não somente pelo

dinheiro, mas precisava de algo que me

trouxesse conhecimento, relacionamento

interpessoal, qualidade de vida e prazer

em dedicar boa parte do meu tempo

naquilo que me satisfaz, que é ajudar ao

próximo.

Me chamou atenção a cena da lua

citada acima, pelo fato de que hoje em

dia percebo que passei na vida dando

desculpas para as besteiras que

cometia, e também, o tempo que

perdi pro tamanha teimosia tendo

atitudes sem pensar nas

consequências, considerando que se

algo errado, pensaria posteriormente

em como resolver.

sentei-me e fiquei

lá sozinha

pensando na vida.

- Acreditando que

estava certa.

- 2000 –

Professora de

Português solicitou

que eu fizesse

uma pesquisa.

- Não me recordo

o tema.

- Conclui a

pesquisa que por

sinal continham

muitas páginas

manuscritas.

- Entreguei à

professora.

- Mesmo assim,

ela me deixou de

recuperação.

- Concluindo fiquei

em três matérias e

cumpri a

recuperação

fazendo trabalho

em grupo.

- Me arrependo

por não ter dado

- Casamento;

- Carência afetiva;

- Insegurança;

- Necessidade de aceitação;

NARRATIVA FÍLMICA:

- Consciência de si e do outro.

Identificação com metáforas do

filme.

182

chamavam muito atenção ( com toda

razão), considerando que eu conversava

demais e não gostava de estudar de

jeito nenhum. Eu ia à escola

simplesmente para cumprir protocolo,

porque minha mãe pegava no meu pé

em relação aos estudos

valor aos meus

estudos.

- Não aproveitei a

oportunidade.

- Não tinha

relacionamento

algum com

professores.

- Ia a escola

simplesmente para

cumprir protocolo.

- em outubro de

2009 me casei.

- Montamos um

pet shop.

- Eu tive que

gerenciar o pet

sozinha.

- Infelizmente

acabou não dando

certo.

- De lá eu sempre

pensei na

possibilidade de

voltar a estudar.

- Julho de 2013.

Decidi que iria

prestar vestibular

para Pedagogia.

183

- O tempo estava

passando e

consequentemente

eu estava ficando

para trás.

- Caí na real que

tinha que fazer

algo que me

completasse.

- Não pelo

dinheiro, mas

precisava de algo

que me trouxesse

conhecimento,

relacionamento

interpessoal e

qualidade de vida.

- Ajudar ao

próximo.

- A estudante

conversa sobre a

lua cheia com a

senhora que criou

a filha sozinha...

- A lua cheia dá

desculpas para as

pessoas fazerem

besteiras.

- Sou jovem e é

provável que faça

besteiras.

184

- Passar o resto da

vida pagando por

elas.

- Melhor do que

passar a vida

imaginando o que

perdi.

- Prefiro imaginar

do que quebrar a

cara.

- Pois eu prefiro

quebrar a cara.

NARRADOR 25

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

RELATORIO PESSOAL DO ENSINO

MÉDIO

No 2° ano ocorre um momento muito

importante, que foi a união da sala, quando

tivemos uma briga com uma das

A narrativa não faz relação com o

filme.

- Começava o

ano com boas

notas, depois

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

185

Eu nem sempre fui ótima aluna,

começava o ano com boas notas, depois

perdia o ritmo e no final me recuperava.

Meu ensino médio foi bem diferente, com

bons e maus momentos. Creio que não

foi submissão, por mais que respeitasse

meus professores sempre soube me

impor. Sempre tive boa relação com

meus professores, muito mais que aluna

e professor, eles foram grandes amigos.

professoras e todos nós, nos unimos e

“lutamos” em busca de nossos direitos. No

ano passado ocorreram dois momentos

mais que inesquecíveis. O primeiro foi

quando meu professor de arte em uma

reunião do grupo de teatros começou a me

elogiar, não pelas notas ou vida

acadêmica, mas pela minha pessoa, disse

que eu era querida por todos que me

conhecia.

O terceiro momento aconteceu no mesmo

ano, no final da 3° edição de um projeto,

onde a minha sala havia sido bicampeã

nos anteriores, mas esse ano infelizmente

não conseguimos a vitória, e foi ai que

aconteceu um dos momentos mais

inesquecíveis . Eu chorei muito com a

nossa derrota, não só por perder, mas sem

por saber que eu fui responsável pela

perca. Cheguei em casa arrasada,

chorando e postei uma foto com um texto

me desculpando , e para minha surpresa,

meus amigos e colegas foram super

compreensivos, me disseram pra ficar

calma, que a culpa não foi minha, que

ganhamos algo mais importante que foi

nossa amizade e que eu era uma ótima

pessoa.

Na minha escola não aprendi muito sobre

biologia, física ou história, aprendi coisas

mais importantes, como que existe todos

os tipos de pessoas nesse mundo e que

devemos saber em quem confiar, conheci

também o valor da verdadeira amizade,

quando mais precisei, descobri com quem

perdia o rítimo.

- Ensino médio

bem diferente.

- Bons e maus

momentos.

- Por mais que

respeitava meus

professores

sempre soube

me impor.

- Muito mais que

professores,

eles foram

grandes amigos.

- No segundo

ano momento

muito

importante.

- Uma briga com

uma das

professoras.

- Todos nós no

unimos e

lutamos em

busca de

nossos direitos.

- Meu professor

de artes...,

começou a me

elogiar, não

outro;

- Relação de submissão consigo,

com o conhecimento e com o

professor.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade;

- Carência afetiva;

- Imaturidade emocional;

- Insegurança;

- Necessidade de aceitação;

NARRATIVA FÍLMICA:

186

podia contar de fato.

Graças a essas e outras experiências,

aprendi a jogar o mundo de outra maneira.

pelas notas ou

vida acadêmica,

mas pela minha

pessoa.

- Disse que eu

era querida por

todos que me

conhecia.

- Um projeto

onde minha sala

tinha sido

bicampeã.

- Neste ano não

conseguimos a

vitória.

- Chorei muito

pela nossa

derrota.

- Meus amigos e

colegas foram

super

compreensivos.

- O importante

era a amizade.

- Não aprendi

muito sobre

Biologia, Física

ou História...

- Aprendi coisas

mais

187

importantes

como que existe

todos os tipos

de pessoas

nesse mundo...

- Devemos

saber em quem

confiar.

- Conheci

também o valor

da verdadeira

amizade.

- Quando mais

precisei,

descobri com

quem podia

contar de fato.

- Aprendi a jogar

o mundo de

outra maneira.

NARRADOR 26

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

188

O meu ensino médio não foi muito lá

aquelas coisas, não tenho 3

acontecimentos para relatar, mas um sim

fez diferença e posso relatar

respondendo a cada pergunta do projeto

Bom , eu repeti no primeiro ano do

ensino médio, estudava em uma escola

desde pequena e quando mudei me

deparei com uma realidade totalmente

diferente da que eu tinha na escola, fui

para o colegial em uma escola famosa, e

lá fiz muitas amizades, era diversão

pura, e ai se encontrava o problema. SÓ

diversão. Perdi o foco de escola e

estudo, aprontava que nem uma criança

quando tinha muita liberdade, não me

preocupei com os estudos e sim repeti

de não, claro que eu não fiz de novo,

paguei em outra escola uma prova de

reclassificação e passei.

Mas o arrependimento ficou, fui para

uma escola ruim, só de repetentes e

perdi a oportunidade de ter me formado

em uma boa escola por escolha minha,

fui uma aluna sem foco e sem esforço e

escolhi frutos que plantei.

O momento charneira, que realmente

causou uma mudança no meu modo de ver

a vida foi uma separação, de uma forma

dolorosa, humilhante, e que carrego

marcas até hoje. Meus pais tiraram de mim

um pessoa que me dava apoio, que me

fazia querer viver, que me acrescentava

que me deu abrigo na hora da dor, quando

me sentia perdida. Eu fui criada muito

dentro de casa, hoje ainda não sei andar

de metro, e quem me tirou dessa caverna,

debaixo das asas dos meus pais, foi essa

pessoa, me deu coragem pra enfrentar o

mundo, e ver ele de outra forma, me dizia

que eu precisava aprender a ser

independente, me virar sozinha, me dava

os melhores conselhos.

Mas por um motivo bobo, por falta de amor

e compreensão próximo, meus pais

separaram ela de mim, fiquei 1 ano sem

poder enxergar o mundo de novo, senti

medo, me escondi, meu coração se

endureceu, aquilo me marcou, de uma

forma negativa, emagreci muito, parei de

me relacionar com as pessoas, e guardei

dos meus pais uma magoa enorme. Então

chegou o dia em que reaprendi a viver,

quando escondida, em medo me

reaproximei, e encontrei nesse reencontro

uma nova Beatriz, com novos sonhos,

planos de futuro, com garra e coração

aberto para enfrentar o mundo ao lado

dessa pessoa, mesmo contradizendo meus

A situação da vida de Finnno filme

Colcha de Retalhos onde ela se

encontra confusa, onde seu tempo de

estadia alimenta seu jeito de ver e

pensar sobre sua própria vida, e a vida

lhe ofereceu algo aparentemente

melhor, os morangos, o homem

atraente e bonito, mas o seu coração

era mais forte, seu coração após a

ventania lhe fez lembrar do que

realmente importava, independente de

tudo, o destino que era representado

pelo corvo a levou ao que realmente

valia a pena, ao que realmente o futuro

oferecia de melhor , o seu verdadeiro

amor.

Perdi o medo, e mergulhei de cabeça

no meu futuro, mesmo depois da

ventania, da tempestade que me

amedrontou, que na minha história

durou 1 ano inteiro, me foram

oferecidos os morangos, outros

caminhos, mas eu vi a esperança bem

a minha frente, como o corvo que

conduziu Finn ate a sua melhor parte,

eu também pude ter essa oportunidade

de escolha, de mudança e de poder

enfrentar o mundo com outros olhos.

Não tenho três

acontecimentos

para relatar,

mais sim fez a

diferença e

posso relatar...

- Repeti no

primeiro ano do

ensino médio.

- Estudava em

uma escola

desde pequena

e quando mudei

me deparei com

uma realidade

totalmente

diferente.

- Colegial escola

famosa.

- Lá fiz muitas

amizades.

- Era diversão

pura. E aí se

encontrava o

problema.

- Perdi o foco da

escola e do

estudo.

- O

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão consigo,

com o conhecimento e com o

professor.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade;

- Carência afetiva;

- Imaturidade emocional;

- Insegurança;

- Necessidade de aceitação;

- Importância da família;

- Frustração com a família.

NARRATIVA FÍLMICA:

189

pais que até hoje não sabem de nada.

Eu cresci, amadureci, e infelizmente me

decepcionei com a família que tenho, mas

não deixei de ama-los, só os vejo de outra

forma, uma de jeito quenunca vi, do jeito

que eles me impediam de ver. Prefiro não

citar nomes, mas esse foi o momento que

transformou a minha vida, por dentro e por

fora, de uma lado e do outro, e posso dizer

que sou uma nova mulher sem medo de

viver.

arrependimento

ficou.

- Fui para uma

escola ruim e

perdi a

oportunidade de

me formar em

uma boa escola.

- Meus pais

tiraram de mim

uma pessoa que

me dava apoio...

- Fui criada

muito dentro de

casa.

- Até hoje não

sei andar de

metrô.

- Quem me tirou

desta caverna

debaixo das

asas de meus

pais...

- Por motivo

bobo, falta de

amor e

compreensão ao

próximo.

- Meus pais

separaram ela

- Consciência de si e do outro.

Identificação com personagens do

filme

190

de mim.

- Senti medo,

me escondi,

meu coração se

endureceu.

- Parei de me

relacionar com

as pessoas.

- Guardei dos

meus pais uma

mágoa enorme.

- Chegou o dia

em que

reaprendi a

viver.

- Eu cresci,

amadureci e

infelizmente me

decepcionei

com a família

que tenho.

- Não deixei de

amar-los.

- A situação da

vida de Finn,

onde ela se

encontra

confusa.

- Seu tempo de

estadia alimenta

191

seu jeito de ver

e pensar sobre

a própria vida.

- Morangos – o

homem atraente

e bonito.

- O destino

representado

pelo corvo.

- Perdi o medo e

mergulhei de

cabeça...

- Durou um ano

inteiro...

- Me foram

oferecidos

morangos...

- Outros

caminhos, mais

eu vi a

esperança bem

na minha frente.

- Como o corvo

que conduziu

Finn até sua

melhor parte.

- Eu também

pude ter essa

oportunidade de

escolha.

192

NARRADOR 27

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

Cena 1 – Prova de Biologia

No segundo ano do ensino médio, uma

das disciplinas em que mais tinha

dificuldade era biologia. As provas finais

eram muito temidas por serem

extremamente difíceis e sempre exigiam

muito conteúdo. Como o assunto era

extenso, dividi com meu parceiro o tema

para ser estudado. O dia era da ultima

prova do semestre. A avaliação seria em

dupla e na primeira aula, porém meu

parceiro de prova não chegou a tempo.

Resultado: Acabei fazendo tudo sozinha,

com o conhecimento apenas da minha

parte do conteúdo. Minha nota havia sido

muito ruim, portanto teria que realizar

uma nova avaliação de outro assunto, ou

então ficaria em Progressão Parcial. Tive

que ter autonomia para estudar e revisar

Momento Charneira: - Vida profissional

No começo do ano de 2013 consegui meu

primeiro emprego. Foi a primeira

experiência profissional que tive. Nessa

nova etapa tive muitos momentos com o

mundo corporativo, conheci muitas

pessoas e vivi muitas situações. A rotina

de um escritório era muito diferente do

mundo que eu estava acostumada.

Sempre vivi para estudar e no meio dos

livros. Nunca havia encarado de fato uma

realidade tão séria. Todo o trabalho tinha

datas de entrega e qualquer mínimo erro

poderia gerar uma grande consequência.

Trabalhar me deu a visão de como

realmente o mundo era fora da sala de

aula. Os interesses das pessoas, a correria

do dia a dia, a responsabilidade do

trabalho, a seriedade das atividades, a

rotina acelerada. Antes eu via a

“Colcha de Retalhos”

A história retrata a vida de uma moça (

Finn) que vai à casa da avó no verão

para finalizar sua tese de mestrado e

presenciar a produção de uma colcha

de retalhos, em que o tema é “ Onde

habita o amor”?. Finn se encontra em

um dilema com o noivo, sobre casar ou

não. A narrativa de desenrola com a

descoberta das diversas historias das

amigas de sua avó, que contam sobre

seus amores, e acontecimentos

vivenciados, Os diversos momentos

vividos por aquelas mulheres, apesar

de diferentes, se entrelaçam de

alguma maneira e tornam-se

harmoniosos.

Esse pensamento simboliza o sentido

à confecção da colcha. São diferentes

- Segundo ano

do ensino

médio. Prova de

Biologia.

- Uma das

disciplinas que

tinha mais

dificuldade.

- As provas

finais eram

muito temidas.

- Exigia muito

conteúdo.

- Dividi com meu

parceiro o tema

a ser estudado –

avaliação em

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento e com o professor.

- Relação de autoria consigo;

- Dificuldade de aprendizagem;

- Reflexão.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade;

193

tudo. Estudar, estudar e estudar!

Então na data escolhida fiz o novo teste

e estava muito apreensiva por minha

nota. Esperando o resultado da avalição

tive uma grande surpresa, pois havia

tirado nota a máxima! Vi que meu

esforçohavia sido recompensado de

alguma forma e que aquela experiência

serviria para ocasiões futuras. Foi uma

relação de autoria, pois tive que superar

meus próprios limites e persistir muito,

pois precisava de uma nota alta.

Cena 2 – Desafio de Inglês

Aprender uma língua estrangeira é

sempre um desafio. No primeiro ano do

ensino médio a professora de inglês

semanalmente dava uma música para

que decorássemos e depois para

apresentar para a classe toda. Era uma

atividade que eu tinha dificuldade, por

minha timidez para apresentar

seminários. Aprendi muitas palavras e a

pronuncia através deste trabalho.Uma

atividade que dependida da minha

orientadora, porem tinha minha

autonomia, pois teria que decorar e

traduzir as composições. Em uma

relação onde eu tive que dominar, pelo

menos naquele momento, o desafio de

outro idioma Cena 3- Mamma Mia: O

musical

O maior desafio na minha estadia no

Ensino Médio: O musical. Os alunos

deveriam produzir com cenário, figurino,

possibilidade dos erros serem apagados

com uma borracha. E ali via que qualquer

mínimo detalhe no lugar errado poderia

modificar o curso de um processo e

desencadear problemas enormes. Foi ai

que eu percebi que aquele não era o meu

lugar. Que eu fazia cálculos e pagamentos

de salários. Mas o que eu estava fazendo

para o mundo? Qual era a minha

contribuição como pessoa? E qual seria a

contribuição que faria com que eu me

sentisse capaz de participar de algo? Com

que eu me sentisse em “casa”?

Sempre tive dúvida do que fazer. Pensei

em gastronomia, odontologia,

administração...

Não sabia pelo que optar. Foi revendo uma

antiga professora que pensei que talvez

ensinar fosse a minha escolha. Ensinar e

fazer com que o outro crie sua própria

concepção sobre tudo a sua volta. Orientar

o aprendizado mostra o caminho. Educar.

Trazer expectativas novas, levar novas

realidades. Novas histórias... É não é que

o destino conspirou a favor?

Consegui a bolsa e hoje curso de

Pedagogia. Entretanto, se no futuro a vida

me mostrar novas opções de escolhas, vou

ter como ensinamento base o papel de

professor, de educar, de mestre.

retalhos, de pessoas distintas que se

completam de alguma forma. No final

da tramaela descobre que seu

verdadeiro amor sempre esteve ao seu

lado e que não precisava procurar um

lugar algum. O filme conta com

diversas analogias e elementos que

auxiliam na história, como a aparição

do corvo que tem significado de

direção e esperança. A ventania que

simboliza a transformação, a mudança.

Os morangos que vêm como apelo de

sedução...

Quando se conta uma lembrança a

alguém, têm-se particularidades que

fazem com que ela seja somente sua.

Por isso a importância, de cada um

tiver seus momentos, ter suas

conclusões e a partir daí tirar sua

própria verdade, o seu próprio ver da

vida.

dupla.

- Meu parceiro

não chegou a

tempo.

- Acabei

fazendo sozinha

e minha nota

havia sido muito

ruim.

- Teria que

realizar uma

nova avaliação.

- Tive que ter

autonomia para

estudar e revisar

tudo.

- Estudar,

estudar e

estudar...

- Fiz o novo

teste e estava

muito

apreensiva.

- Grande

surpresa! Meu

esforço havia

sido

recompensado.

- Aquela

experiência

- Medo;

- Timidez;

- Insegurança;

- Necessidade de aceitação;

- Superação.

NARRATIVA FÍLMICA:

- Consciência de si e do outro.

Identificação com personagens do

filme

194

coreografia e texto, um musical escolhido

pela orientadora. Deveríamos adaptar e

reescrever a peça de uma menaeira que

não modificasse a história, porem

compactando para a nossa realidade. A

obra escolhida foi Mamma Mia. Com

trilha sonora toda composta por canções

do grupo ABBA. Foi um ano todo de

preparação de falas e criação de

coreografia para cada musica íamos

interpretar. O papel escolhido para mim

foi o de uma das protagonistas, Donna.

Após um ano todo de trabalho e muitas

provas finais do dia havia chegado. Tive

que me apresentar perante todas as

classes de todos os turnos. Interpretar o

personagem com a maior veracidade

possível. Danças e dublar as músicas

em inglês. Uma superação de todos os

meus limites. E no final tudo que eu mais

queria era subir no palco novamente e

apresentar de novo, de novo, de novo....

Foi um trabalho de muita autonomia,

mas muito trabalho em grupo também.

Algo que faria de novo sem qualquer

sombra de dúvida.

serviria para

ocasiões

futuras.

- Tive que

superar meus

próprios limites.

- Pois precisava

de uma nota

alta.

- Aprender a

língua

estrangeira é

sempre um

desafio.

- Era uma

atividade que

tinha dificuldade

por minha

timidez.

- Apresentar

seminários.

- Atividade que

dependia da

orientadora,

porém tinha

minha

autonomia.

- Tinha que

decorar e

traduzir as

195

composições.

- O maior

desafio na

minha estadia

no ensino

médio.

- O musical.

- A obra

escolhia foi

Mamma Mia.

- Foi um ano

todo de

preparação.

- Tive que me

apresentar

perante todas as

classes de todos

os turnos.

- Uma

superação de

todos os meus

limites.

- Inicio de 2013

consegui meu

primeiro

emprego.

- Sempre vivi

para estudar e

no meio dos

livros.

196

- Nunca havia

encarado de

fato uma

realidade tão

séria.

- Trabalhar me

deu visão de

como realmente

o mundo era,

fora da sala de

aula.

- Antes eu via a

possibilidade

dos erros serem

apagados com a

borracha.

- Qualquer

mínimo detalhe

no lugar errado

poderia

modificar o

curso de um

processo e

desencadear

problemas

enormes.

- Foi aí que

percebi que

aquele não era

o meu lugar.

- Qual seria a

contribuição que

eu faria que me

197

fizesse sentir

capaz de

participar de

algo?

- Com que eu

me sentisse em

casa.

- Sempre tive

dúvidas sobre o

que queria

fazer.

- Pensei em

Gastronomia,

Administração,

Odontologia...

- Não sabia pelo

que optar.

- Revendo uma

antiga

professora

pensei que

talvez ensinar

fosse a minha

escolha.

- E não é que o

destino

conspirou a meu

favor?

- Consegui a

bolsa e hoje

curso

198

Pedagogia.

- Entretanto se

no futuro a vida

me mostrar

novas opções

ou escolhas vou

ter sempre

como

ensinamento e

base o papel do

professor.

- A história

retrata a vida de

uma moca. Finn.

- Casa da avó.

- Finn se

encontra em um

dilema com o

noivo sobre

casar ou não.

- Histórias das

amigas de sua

avó que contam

sobre seus

amores.

- São diferentes

retalhos.

- Descobre que

o verdadeiro

amor sempre

esteve a seu

199

lado.

- Corvo tem

significado de

direção e

esperança.

- A ventania

simboliza a

transformação,

a mudança.

- Os morangos

vem com o

apelo da

sedução.

NARRADOR 28

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E

PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

A primeira cena marcante do ensino

médio foi quando minha professora de

artes passou um trabalho e não seu

tempo para eu fazer o trabalho porque

Quando tinha três meses minha mae me

entrou paraminha tia cuidar de mim para

que ela pudesse trabalhar fora só que

minha tia morava em uma cidade e minha

O filme Colcha de Retalhos cota a

história de uma jovem chamada Finn

que após se pedida em casamento, vai

para casa de sua vó e tia para terminar

- Professora de

Artes passou

um trabalho.

- Não deu tempo

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

200

eu trabalhava e nesse dia foi muito

corrido no salão e eu falei para ela que

não deu tempo e que ela poderia me

deixar sem nota, e ela começaram a

gritar comigo porque ela tinha feito o

trabalho depois desse dia comecei a

odiar artes mais mesmo assim sempre

fui uma aluna que tirava nota dez.

Depois de muito tempo ela veio e me

pediu desculpa e falo que naquele dia

ela não estava muito bem e acabou

descontando e mim os problemas dela.

Eu não fui nada compreensiva porque eu

era uma aluna imatura e devemos

separar os problemas de casa com os

problemas do trabalho.

Na segunda cena marcante foi quando

um amigo se envolveu com o mundo do

crime e eu era muito amiga delee a

gente sempre falava para ele não se

envolver com o mundo do crime ele

falava que não faria nada de errado e

certo dia ele foi assaltar uma loja e os

policiais acabaram matando ele, isso me

deixou muito triste e comoveu a escola

toda e a escola em peso foi ao velório

desse aluno. Dava para ver no rosto da

mãe dele a decepção que ela sentia ela

chorava gritava agonizava pedindopara

que ele se levantasse daquele caixão

isso nós deixou muito emocionada ver

uma mãe tão triste.

A terceira cena marcante: foi quando

minha professora de português perdeu a

filha de 32 anos e isso foi muito triste

mãe em outra significava que não iriamos

se ver constantemente, quando tinha

quatro anos de idade meu pai veio a

falecer já não tinha contato com ele porque

sempre morei com minha tia e meu tio e

primo então não sentiu muito essa perda.

Quando completei cinco anos minha tia

decidiu s aqui fomos morar na casa de um

mudar de estado do Pernambuco para São

Paulo quando chegamos aqui fomos morar

na casa de um irmão do meu tio, depois de

algum tempo conseguimos comprar uma

casa e nós estabilizamos financeiramente

demoro mais conseguimos no começo foi

difícil porque tínhamos uma cultura

diferente daqui e a pessoa tinha um pouco

de preconceito porque viemos de outro

estado e tínhamos outros costumes e é

muito difícil se acostumar em um estado

muito diferente do seu com muita força de

vontade conseguimos nos acostumar em

São Paulo Mesmos sendo abandonada

pelo meu pai e pela minha mãe agradeço a

Deuspor ter colocado pessoas tão

especiais para que eu chame de pai e mãe

independente de qualquer coisa meus tios

são os meus pais.

Um momento muito importante foi quando

arrumei meu primeiro emprego eu estava

com 16anos falei para minha mãe que no

caso é a minha que gostaria de arrumar

um emprego para ter minha independência

financeira. Em uma segunda feira acordei

cedo e fui entregar currículo com uma

colega que fazia limpeza em salão de

sua tese, Finn em duvida entre o

casamento e sua liberdade, na casa de

sua avó ela conhece um grupo de

mulheres que se reuni para

confeccionar Colcha de Retalhos. No

tempo que Finn esta lá o grupo de

mulheres esta fazendo uma Colcha

que elas darão a jovem comopresente

de casamento.

No decorrer do filme a jovem vai

conhecendo as histórias e segredos de

cada uma daquelas mulheres, e isto

serve para ela vá, aos poucos,

refletindo sobre o que realmente quer

de sua vida.

As primeiras a contarem seus

segredos a Finn foram a tia e a avó

Jaci Gladia e a encontra-se

desesperada pelo fato de seu marido

esta na beira da morte, acaba

envolvendo-se, com o marido de Galdi.

Na mesma cena que Galdi descobre a

traição do marido coma irmã ela

começa a quebrar tudo o que ver pela

frente depois ela recolhe todos os

cacos e faz obras de artes nas

paredes de sua casa.

A segunda história de Sophia, quando

a jovem, era nadadora e sonhava em

seguir carreira, mas com uma gravidez

inesperada veio o casamento muito

cedo e fez com que ele abandonasse o

sonho de seguir carreira como

nadadora.

para eu fazer.

- Ela gritou

comigo.

- Depois desse

dia comecei a

odiar Artes.

- Depois de

muito tempo ela

veio pedir

desculpas...

- Não fui nada

compreensiva.

- Devemos

separar os

problemas de

casa com os do

trabalho.

- Um amigo se

envolveu com o

mundo do crime.

-Os policiais

acabaram

matando ele.

- Isso me deixou

muito triste e

comoveu a

escola toda.

- Professora de

Português.

- Relação de autoria com o

conhecimento, professor e

consigo;

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade;

- Perda

- Abandono;

- Sofrimento;

- Frustração;

- Importância da família;

- Decepção;

- Rejeição;

- Superação.

NARRATIVA FÍLMICA:

- Consciência de si e do outro.

Identificação com personagens do

filme

201

porque a filha da professora deixou três

criançaspara a professora cuidar mais

ela estava em estado de choque par ficar

responsável de três crianças., Mais

mesmo assim ela supero a perda e cuido

das crianças com muito amor, a cena

que me marco foi quando ela volto a dar

aula e eu dei um abraço nela e ela

começou a chorar isso me marco muito

porque eu tinha uma carinho muito

grande por essa professora e eu vi ela

sofrendo e não pude fazer nada isso foi

muito marcante. Até hoje tenho uma

grande amizade com essa professora ela

fala que esta superando a perda que os

netos vão cobrindo o vazio que sente de

sua filha e que a saudade vai ficar para

sempre.

Em relação com o professor fui uma

aluna com pouco de autoria sempre fui

uma aluna muito esforçada para

conseguir nota mesmo quando não

conseguia entender a matéria iatirar

minhas dúvidas com o professor.

cabeleireiro com oquem não que nada

deixei meu currículo no salão e fui entregar

mais em outras lojas e empresas, quando

foi no dia vinte dois de dois mil e dez

quando estava lavando louça o meu celular

toco era o recepcionista do salão me

ligando para marcar uma entrevista ele

marcou para o dia seguinte as 14h00 horas

naquele dia foi minha entrevista me sai

bem e fui contratada até hoje estou no

salão, nem me imaginava trabalhando no

salão de cabelereiro sem experiência, sabe

quando você precisa de uma mão para

crescer e ninguém ti ar essa mão, pois

comigo foi diferente sou grata até hoje ao

pessoal do salão pela chance que eles me

deram mesmo eu sem experiência. E

também não custa tentaro máximo que

você vai ganhar é um mão.

Um momento muito marcante foi quando o

meu irmão primo preferido a minha mãe se

envolveu com uma mulher mais velha do

que ele onze anos e ela acabou

engravidando dele de proposito e para

piorar a situação eles se casaram no

cartório sem consultar a minha mãe,

depois que eles já tinha se casado vieram

falar para minha mãe a primeira reação

dela foi os olhos se encherem de lágrimas

naquele momento vi o sofrimento da minha

mãe eu também fiquei muito em ver a

pessoa que você mais ama triste e

chorando naquele dia faleipara mim

mesmo que nunca iria decepcionar ela

porque ela é a melhor mãe do mundo

depois que meu sobrinho nasceu minha

A seguinte é a de Em que conta

pessoalmente a sua história para Finn.

Ela é casada com um artista, um

pintor, que traia muito, desde o início

do casamento.

Outra daquelas mulheres, conta a Finn

que ama seu falecido marido, mas

estava fragilizada com a perda do

marido e acabou cedendo aos

encantos do marido de Em.

As últimas a revelarem suas histórias

são Ana e Marina ( mãe e filha) Ana

quando nova foi trabalhar para uma

família branca, Ana é a chefe da

costura, pois a tradição da Colcha de

Retalhos veio de sua família, surge

nessa história o corvo que significa o

destino a atitude certa a ser tomada,

Mariana, é uma mulher experiente que

viveu em Paris e teve muitos homens,

mas aquele que ela realmente quis ela

não pode ter, este homem recusou sair

com ela porque amava sua esposa.

No passar do tempo Finn acaba

conhecendo um rapaz muito sedutor e

ela caba traindo seu noivo Sam com

esse rapaz.

Acontece um vendaval que acaba

espalhando as folhas da tese, da

jovem. Finn esta confusa

principalmente depois da conversa

com sua mãe, tudo o que a mãe lhe

ensinará ,agora, entretanto, a mãe

- Perdeu a filha

de 32 anos.

- Deixou três

crianças para a

professora

cuidar.

- Ela estava em

estado de

choque.

- Superou a

perda e cuidou

das crianças.

- Sempre fui

muito esforçada

para conseguir

tirar nota.

- Quando não

conseguia

entender as

matérias ia tirar

dúvidas com o

professor.

- Quando tinha

três meses

minha mãe me

entregou para

minha tia cuidar

de mim.

- Quando tinha

quatro anos,

meu pai veio a

202

mãe fico muito feliz com o neto mais dava

para ver no olhar do meu irmão que ele

estava triste com aquele casamento depois

de cinco anos de casado eles se

separaram e meu irmão volta a ser aquele

rapaz feliz e minha mãe também fico muito

feliz em ter seu filho em novamente faz um

ano que meu irmão voltou a morar com a

gente, se minha mãe esta feliz eu também

estou.

agora afirmava que estava enganada.

Depois do vendaval tudo fica mais

claro para Finn e para as outras

mulheres.

Sophia ao sentar-se no laguinho pela

primeira vez começa a encarar a vida

com mais alegria, pois procura

lembrar-se apenas dos momentos

bons que viveu. Em ao entrar no atelier

do marido para se proteger-se do

vendaval, descobre que era a única

mulher que ele realmente amou

entrando no atelier viu que só tinha

retratos dela, Gladi também quebra

todas aquelas com os cacos de vidro,

significa que ela perdoou a irmã. No

final do filme, sua avó a cobre com a

Colcha que elas confeccionaram então

ao acordar enrolada com Colcha de

Retalhos o corvo aparece e vai

guiando até a escolha certa de que

seu verdadeiro amor é noivo Sam.

falecer.

- Não senti

muito a perda.

- Quando

completei cinco

anos minha tia

decidiu mudar

de estado.

- De

Pernambuco

para São Paulo.

- Começo difícil.

- Abandonada

pelo meu pai e

pela minha mãe.

- Agradeço a

Deus por ter

colocado

pessoas tão

especiais para

que eu

chamasse de

pai e mãe.

- Primeiro

emprego com

dezesseis anos.

- Salão de

cabeleireiro.

- Meu primo se

envolveu com

203

uma mulher

mais velha.

- Se casaram no

cartório sem

avisar a minha

mãe.

- Depois que

eles já tinham

casado vieram

falar para minha

mãe.

- Vi o sofrimento

da minha mãe.

- Falei para mim

mesma que

nunca iria

decepcionar

minha mãe.

- Se a minha

esta feliz eu

também estou.

- Finn em dúvida

entre o

casamento e

sua liberdade.

- A jovem vai

conhecendo

histórias e

segredos...

- Refletindo

204

sobre o que

realmente quer

de sua vida.

- Descobre a

traição do

marido com a

irmã.

- Quebra tudo o

que vê pela

frente.

- Recolhe os

cacos e faz obra

de arte.

- Uma gravidez

inesperada.

- Veio o

casamento

muito cedo e fez

com que

abandonasse

seu sonho.

- Casada com

um artista, um

pintor que a

traia muito.

- Ana é a chefe

da costura.

- A traição da

colcha de

retalhos veio de

205

sua família.

- O corvo

significa o

destino, a

atitude certa.

- Teve muitos

homens, mas

aquele que

queria, ela não

teve.

NARRADOR 29

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

Quando eu estava no 1° ano, e estudava

e trabalhava, eu vivia cansada e meu

desempenho na escola caiu bastante.

Outra cena marcante foi ainda no 1° ano

quando um aluno atacou a cadeira no

professor.

Repeti o 3°ano, pois pensava só em

trabalhar e fugi um pouco dos meus

Desde muito cedo aprendi a ter

responsabilidade devido a minha mãe

precisar trabalhar para nosso sustento, e

por ser a filha mais velha, fiquei

responsável para cuidar dos meus irmãos

menores, apesar de ser criança.

Isso mudou minha maneira de ver o

mundo, pois percebi quea vida não era só

aquilo eu pensava ser, que o mundo não

A mãe de finn sempre passava para

ela que casamento não é bom, dando

como exemplo sua própria história de

vida com o ex marido, e finn cresceu

com isso na cabeça. Eu me identifico

um pouco com ela, pois nossas

histórias nesta aspecto são

parecidas.

O corvo na minha concepção o corvo

- No primeiro ano

do ensino médio

eu trabalhava e

estudava.

- Vivia cansada.

- Meu

desempenho caiu

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de autoria consigo;

- Relação de submissão com o

conhecimento e professor.

206

conceitos, mas retomei meus estudos no

ano seguinte.

Sempre tive um pouco de dificuldade no

aprendizado, as coisas não entravam na

minha cabeça com facilidade, no

conhecimento fui submissa.

Aceitava o que os professores falavam,

nunca fui de questionar ou debater que

nem os outros alunos, era uma aluna

submissa.

Fui uma alunana média, não tive

problemas com professores, nunca fui

respondona, bagunceira etc.

era cor de rosa, que as coisas eram

difíceis , e tive esses conceitos desde

muito cedo. Eu vendo tudo que minha mãe

passava para sustentar os filhos, fiquei

com com uma vontade imensa de trabalhar

e estudar para ter um futuro melhor para

ajudar ela.

MOMENTOS CHARNEIROS:

Momento que mudou minha vida Familiar

foi no ano de 2010 quando me envolvi em

um relacionamento que mudou totalmente

minha vida familiar com este

relacionamento aprendi a dividir minha vida

com outra pessoa a ter impatia e viver

coisas que nãovivia sozinha e foi no dia a

dia que fui tendo conhecimento e não

sendo mais a mesma pessoa que era

antes.

Minha vida profissional mudou a partir do

meu primeiro emprego que foi aos 16 anos

em um supermercado com o cargo de

aprendiz, aprendi que trabalhar não é um

bixo de sete cabeças como me diziam, não

é fácil trabalhar porém obtemos mais

conhecimento e experiências e com esse

emprego aprendi que para para ter algo

não é apenas pedir para minha mãe e que

atrás de uma “roupa nova” existe suor foi

trabalhando que aprendi que dinheiro não

cai do céu.

Fiz algumas viagens que me mostrou que

a vida não se baseia apenas nesse

mundinho fechado que vivia. Quando fui a

Bahia ( Salvador) percebi que existe tantos

é uma peça fundamental no filme,

pois sempre aparece para mostrar

que nada está perdido, que sempre

tem uma saída, só depende de nós.

O filme mexe com nossos

sentimentos, fiquei muito emocionada

ao assistir o filme pois podemos leva-

lo como aprendizado para nossa vida.

Filme:

O que mais me identifiquei com o

filme foram os mergulhos, pois

acredito que no dia a dia devemos

mergulhar em nossos objetivos sem

nos preocupar com o que as pessoas

falam ou com o depois irá acontecer

e sim a certeza de que depois de

cada mergulho que damos na vida

não seramos mais os mesmos, que

coisas que existem em nossas vidas

após o mergulho com a certeza de

mudança devida coisas mudam.

bastante.

- Um aluno

atacou a cadeira

do professor.

- Repeti o terceiro

ano. Só pensava

em trabalhar.

- Retomei meus

estudos no ano

seguinte.

- Sempre tive

dificuldade no

aprendizado.

- Aceitava o que

os professores

falavam.

- Nunca fui de

questionar...

- Desde cedo

aprendi a ter

responsabilidade.

- Devido minha

mãe precisar

trabalhar para

nosso sustento.

- Por ser a filha

mais velha fiquei

responsável por

cuidar de meus

- Violência na escola;

- Dificuldade de aprendizagem.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade;

- Sofrimento;

- Perda;

- Importância da família;

- Responsabilidades;

NARRATIVA FÍLMICA:

- Consciência de si e do outro.

Identificação com personagens do

filme

207

lugares bonitos e baratos que podemos ir e

ficava baseando apenas em televisão e

internet, que quando nos abrimos novas

amizades e experiências a vida fica mais

bonita.

Tem um fase que sempre esta comigo e

muito gosto de usá-la

“ Não tenho tudo o que amo, mas amo

tudo que tenho”.

irmãos menores.

- Percebi que a

vida não era só

aquilo que eu

pensava ser.

- O mundo não

era cor de rosa.

Fiquei com uma

vontade imensa

de trabalhar e

estudar.

- Um futuro

melhor.

- Mãe de Finn

sempre passava

para ela que

casamento não

era bom.

- Me identifico um

pouco com ela.

- Nossas histórias

nesse aspecto

são parecidas.

- O corvo na

minha concepção

é como uma peça

fundamental.

- Sempre aparece

para mostrar a

direção, seria a

208

luz.

- Nada está

perdido.

- O filme mexe

com nossos

sentimentos.

- Fique

emocionada ao

assistir.

- Aprendizado em

nossas vidas.

NARRADOR 30

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

Eu estudava bem próximo de casa, e

estava fazendo o 3° ano em 1996,

quando meus pais resolveram se mudar.

E acabei mudando de escola, e essa

mudança foi muito difícil para mim,

porque eu gostava muito da minha

Eu tive muitos momentos marcantes na

minha vida, alguns me mudaram muito,

outros talvez nem tanto, e tentei relatar

alguns que acredito que ocorreu essa

mudança. Outros resolvi não escrever

sobre por se tratar de coisas muito

O filme “Colcha de Retalhos” traz

varias metáforas que nos faz pensar

em nossa própria vida, e como

estamos levando ela, uma delas foi o

Mergulho, que para mim significa se

conhecer, mergulhar dentro de você

mesma pra poder se conhecer

- Muitos

momentos

marcantes em

minha vida...

- alguns me

mudaram muito,

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento, professor e

209

professora, ela chamava margarida e na

época a gente estava ensaiando uma

apresentação sobre contos, e eu ia falar

sobre o boto cor de rosa e vínhamos

ensaiando durante algumas semanas, e

com essa mudança de escola, não pude

apresentar.

Eu acabei entrando em uma sala na

outra escola de repetentes por não ter

vagas, e tinha um menino que sempre

ameaçava de me bater, eu á pra escola

sempre com medo, ate, ate que meu

irmão foi algumas vezes me buscar para

esse menino parar de me ameaçar, e foi

também a época que minha mãe voltou a

trabalhar, e que foi muito difícil para mim

porque eu chegava em casa e ela não

estava eu eutava acostumada a ver ela

quando chegava da escola. Lembro que

foi um ano bem difícil que eu chorava

muito para ir para escola, e na sala de

aula me isolava muito e chorava muito

também, a única coisa boa nesse ano foi

minha professora Helena, que me ajudou

muito nesse período porque ela

conversava muito comigo nesses

momentos.

Lembro que ela me levava pro pátio e

ficávamos conversando para eu parar de

chorar além dela me da alguns textos

para eu ler nesses momentos que eu

ficava isolada.

Acabei ficando com essa mesma

professora no 4°ano e foi muito bom,

pessoais.

Quando comecei a escrever esse trabalho

venho muitos momentos na minha cabeça,

mais acredito que foram mais marcantes

do que momentos charneiras, espero ter

chegado no proposito desse trabalho.

Quadro da Vida:

Vida Profissional - Atento – 2008

Pessoa – Dianna Agron – 2013

Vida Pessoal - Conclusão da Escola –

2006

Vida Familiar - Nascimento do Leo e Nova

Casa – 2013.

VIDA PESSOAL (2006)

2006 foi de longe o ano mais difícil para

mim, não por ter acontecido algo de ruim

comigo ou com alguém, mas pelo fato de

ter sido o anoque eu mais me isolei do

mundo e de pessoas que eu amo.

Tudo começou quando terminaram minhas

aulas de 2005, que foi o ano que conclui o

ensino médio, quando começou 2006 eu

não tinha muitos planos, na verdade eu

não sabia o que fazer ou pra quem

recorrer, eu tava acostumada com uma

rotina de ir pra escola ver meus amigos e

estar com minha família e sair com amigos

ou familiares. E não tinha ais isso eu me vi

melhor, e isso que estamos fazendo

nesse trabalho, porque para escrever

minha própria vida tive que olhar pra

dentro de mim, e tentar entender

alguns pensamentos.

Outro momento do filme que me fez

pensar na minha vida, foi quando

paulina vai em busca dos Pais,

seguindo o corvo, e isso acaba

levando ela ao seu futuro marido, o

corvo naquele significa ir em frente,

seguir algo, e isso me fez pensar que

sempre devemos ir em frente em

busca de lago melhor pra nos, que

podemos não encontrar o que

estamos buscando, mas no fim

podemos encontrar outra coisa além

do que buscamos, algo ate melhor ou

que nemimaginávamos que

encontraria.

Outra metáfora é a ventania, que

para mim significou a mudança, que é

quando todos começam a deixar o

passado um pouco pra traz dando

espaço para os novos pensamentos e

ideias, quando Finn pensa na

possibilidade de escrever sua tese, e

não tentar refazer a outra Uma cena

que me chamou atenção foi a cena

de Finn com sua mãe, quando a mãe

conta para ela que vai se casar

novamente com seu pai, e que ela

fica desiquilibrada, porque ela tinha

um pensamento sobre casamento

baseado em tudo que ouvia da sua

outros nem tanto.

- Outros resolvi

não escrever

sobre por se

tratar de coisas

muito pessoais.

- 1996 Terceiro

ano. Estudava

próximo de casa.

- Meus pais

resolveram

mudar.

- Essa mudança

foi muito difícil

para mim.

- Acabei entrando

em uma sala de

repetentes por

não ter vagas.

- Um menino me

ameaçava...

- Ia para a escola

sempre com

medo.

- Minha mãe

voltou a trabalhar.

- Muito difícil para

mim chegar em

casa e ela não

consigo;

- Preconceito na escola;

- Dificuldade de aprendizagem.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade;

- Sofrimento;

- Carência afetiva

- Importância da família;

- Dificuldade de relacionamento

com o pai;

- Imaturidade emocional;

- Baixo estima;

- Necessidade de aceitação.

NARRATIVA FÍLMICA:

- Consciência de si e do outro.

Identificação com personagens do

filme

210

porque foi totalmente diferente desse 3°,

tive novas amizades e não chorava mais

na escola, e ela fez trabalhos que

gostava muito, ela cantava muito com a

gente e fazia trabalhos cmo giz de lousa

e massinha, e foi um ano muito diferente

e essa professora que me ajudou muito

nessa fase.

2° Cena Marcante: ( 2003)

Era 1° ano do ensino médio em 2003,

quando comeceiter aula de artes com a

Professora Rosangela, eu não me

identificava muito com outras matérias e

professores nessa fase. A aula de artes

sempre foi a que eu esperava na

semana para ter, só que nenhum

professor antes tinha me deixado tão

empolgada e interessada.

A professora Rosangela além de me

fazer ter muito mais interessapela

matéria, ela era conversava muito com

os alunos sobre outros assuntos.

Eu lembro de uma aula que ela não falou

nada sobre artes ou qualquer coisa da

matéria, ela pediu para gente olhar uns

pros outros e falar o que a gente notava

que talvez chamasse atenção, a gente

ficou meio perdido e ninguém falou nada,

ate que depois de um tempo eu falei pra

ela que não via muita coisa diferente

entre a gente, falei mais como

brincadeira, e ela falou que era isso que

ela queria que a gente percebesse.

sozinha, porque não conseguia ver meus

amigos, porque alguns se mudaram outros

estavam trabalhando ou estudando, e eu

não conseguia meu 1° emprego, e não

tinha nenhuma expectativa de entrar em

uma faculdade, e nem condições para

isso,e comecei me sentir mau por tudo

isso.

Eu mal saia de casa, ficava maior parte do

tempo trancada no meu quarto, não

encontrava nenhum motivo para sair de

casa ou fazer alguma coisa, comecei a

evitar alguns poucos amigos que ainda

tinha contato, me cobrava por tudo, achava

que era culpa minha não conseguir um

emprego, ou uma bolsa, e que eu era

muito burra por isso não conseguia nada,

entrei em depressão muito profunda, digo

depressão para expressa de alguma forma

o que foi essa fase para mim, mas não

cheguei a procurar nenhuma ajuda pra

certo VIDA PESSOAL (2006)

2006 foi de longe o ano mais difícil para

mim, não por ter acontecido algo de ruim

comigo ou com alguém, mas pelo fato de

ter sido o anoque eu mais me isolei do

mundo e de pessoas que eu amo.

Tudo começou quando terminaram minhas

aulas de 2005, que foi o ano que conclui o

ensino médio, quando começou 2006 eu

não tinha muitos planos, na verdade eu

não sabia o que fazer ou pra quem

recorrer, eu tava acostumada com uma

rotina de ir pra escola ver meus amigos e

mãe a vida toda, e eu me senti no

lugar da personagem naquele

momento, e entendi sua reação,

porque também não acredito no

casamento, e que talvez isso tenha

sido baseado no casamento dos

meus pais , e todas conversas com

minha mãe, acho que também ficaria

destabilizada com uma atitude assim

da minha mãe.

Mas o mais bonito dofilme, é você ver

a historia das personagens, e depois

entender o por quê ela age de tal

forma, e analisar a historia de cada

uma, e fiquei pensando que as vezes

julgamos as pessoas sem saber o

que ela passou, e como foi sua vida,

e acho que o modo como agimos

hoje com certeza tem a ver com que

vivemos nos passado.

E ver esse trabalho em uma sala de

70 alunos acredito que vai ser muito

gratificante, ver um pouco da vida de

cada um, entender um pouco cada

um, e depois juntar todos esses

pedacinhos em uma só colcha, cada

um com sua história representada em

um tecido, e juntar todas essas

pessoas diferentes, porque afinal

somos varias partes diferentes que

completam um ao outro.

estar.

- Eu chorava

muito.

- Na sala de aula

me isolava.

- Única coisa boa

– Professora

Helena.

- Conversava

muito com a

gente.

- 2003 Primeiro

ano ensino

médio.

- Aula de Artes...

- Professora

Rosangela.

- Não me

identificava muito

com outras

matérias e

professores nesta

escola.

- Conversava

muito com os

alunos sobre

outros assuntos.

- Eu não tentava

ser o que não

211

Ela disse que porque todos estavam

praticamente iguais, e que todos queriam

ser iguais, ser aceitos um pelos os outros

e isso fazia com que a gente perdesse

nossa própria identidade por querer fazer

parte dos grupinhos.

E ai ela começou a falar como tinha

coisas mais importantes que a gente

devia estar preocupados, que já

estávamos no ensino médio e que a

gentenão tava preparados para o mundo,

para vida nossa vida mesmo, ela dizia

que não íamos conviver com essas

pessoas para sempre.

No dia lembro que pensei que estava

sendo muito radical, mas depois aquilo

ficou na minha cabeça, e eu comecei a

observar como todas minhas amigas

arrumava o cabelo igual, usava roupas

parecidas e muitas agiam iguais. E

daquele dia pra frente pensei que eu não

queria ser assim na minha vida, que eu

não tentaria ser alguém que não sou.

Outro fato que lembro dessa professoara

foi que ela falou muito do Vicente van

gogh, e eu adorava as obras dele, e

estudei a biografia dele naquela aula, e

fiquei muito encantada com tudo, e triste

também proque ele nunca foi

compreendido ou reconhecido quando

era vivo.

E eu fiz um trabalho sobre ele e depois

apresentei esse trabalho na sala, e fui

muito elogiada pro todos, e eu desenhei

estar com minha família e sair com amigos

ou familiares. E não tinha ais isso eu me vi

sozinha, porque não conseguia ver meus

amigos, porque alguns se mudaram outros

estavam trabalhando ou estudando, e eu

não conseguia meu 1° emprego, e não

tinha nenhuma expectativa de entrar em

uma faculdade, e nem condições para

isso,e comecei me sentir mau por tudo

isso.

Eu mal saia de casa, ficava maior parte do

tempo trancada no meu quarto, não

encontrava nenhum motivo para sair de

casa ou fazer alguma coisa, comecei a

evitar alguns poucos amigos que ainda

tinha contato, me cobrava por tudo, achava

que era culpa minha não conseguir um

emprego, ou uma bolsa, e que eu era

muito burra por isso não conseguia nada,

entrei em depressão muitoprofunda, digo

depressão para expressa de alguma forma

o que foi essa fase para mim, mas não

cheguei a procurar nenhuma ajuda pra

certo.

PESSOA:

Dianna Agron, but uou can call me

Charlie... (2013)

Essa era aintrodução de um site escrito

pela atriz Dianna Agron que eu li muito

nesse ano de 2013, em que eu estava

trabalhando em um trabalho super

estressante e andava muito nervosa, e so

sou.

- Estudei a

biografia de

Vícent Van Gogh.

- Fiquei

encantada.

- Fiz uma

apresentação e

fui elogiada.

- 2004 Cai na

classe do meu

melhor amigo.

- A gente estava

muito feliz.

- Conheci três

novas pessoas...

- Tínhamos o

costume de sair

todos juntos

depois da aula.

- Pessoas

diferentes no

grupo e mesmo

assim

conseguíamos

nos dar bem.

- 2005 Lista das

salas...

- Não tinha ficado

212

varias obras dele também que ficaram

em exposição na sala de aula e isso foi

muito gratificante, e foi um momento de

autoria, que me senti muito bem.

3° Cena Marcante: (2004 pra 2005)

Meu ano de 2004 foi um dos mais

marcantes na minha vida na escola, eu

tinha caído novamente na sala do meu

melhor amigo que tinha estudado comigo

desde minha 5° serie, a gente estava

muito feliz por novamente esta juntos.

E logo no inicio do ano eu conheci 3

novas pessoas e rapidamente a gente se

tornou um grande grupo de amigos,

eramos em 6 e sentávamos sempre

juntos.

Foi um ano que a gente se ajudou muito

tanto em trabalhos escolares como na

nossa vida pessoal mesmo, tínhamos o

costume de sair todos juntos depois das

aulas e foi um ano realmente muito

especial para mim, porque tínhamos

pessoas muito diferentes no grupo e

mesmo assim conseguíamos nos dar

bem, porque a gente gostava demais um

do outro.

Com o passar do ano combinávamos

como ia ser nosso 3° ano que seria em

2005, planejamos desde roupas ate o

que falaríamos em nossa formatura

juntos, e como aproveitaríamos mais os

vendo o lado ruim de tudo .

Bom mas deixa eu começar do inicio, eu

comecei a assistir uma serie que chama

Gleee, que relata a vida de alunos do

ensino médio que são excluídos e que não

são populares na escola e que acaba se

juntando em um coral que chama Glee

Club, e comandado por um professor de

espanhol que elabora números musicas

para apresentações na escola.

A serie vai muito além disso, e é uma das

series mais lindas que já assisti, por

mostra essa diferença dessas pessoas, e a

dificuldades dessas pessoas excluídas e

também o modo inspirador que o professor

comando essa turma de jovens, além de

ser uma serie que marcou vários

momentos da minha vida, ainda tem o

professor desses alunos que me fez ter

ainda mais vontade de dar aulas.

E foi lá que conheci essa atriz, queum

diaprocurando na internet vi que ela tinha

um tumblr onde ela escrevia desde de

pensamentos ate dicas de filmes, musica e

textos, e este site que me fez admirar

essa menina de 27 anos que tem uma

personalidade que admiro demais, ela é

envolvida em varias causas sociais, e tem

um grande amor pelos animais e vem

defendendo causas desse tipo também

Lembro que as vezes acordava tão

nervosa com tudo que vinha acontecendo

na minha vida, e abria o tumblr para ler

algo antes de ir trabalhar , e sempre tinha

ninguém na

minha sala...

- Fui para casa

triste e

decepcionada.

- A gente fez

planos e tudo

seria diferente

agora.

- Começou as

aulas e eu faltei

quase uma

semana toda.

- Pedi para minha

mãe me mudar

de escola.

- Queria estudar

a noite já que não

conhecia

ninguém.

- Meu amigo

também mudou...

- Mesmo assim

eu imaginava que

aquele ano seria

o pior da minha

vida.

- Tudo isso foi

bobagem da

minha cabeça.

213

momentos na escola, porque seria o

ultimo de todos juntos.

Porém quando iniciou o ano de 2005 e

fui olhar a lista de salas, e eu fiquei muito

revoltada, pois tinham mudado todos de

sala, não tinha ficado ninguém na minha

sala que eu conhecia, lembro que fui pra

casa triste e decepcionada com tudo

isso, não só eu, mas todos nos.

A gente fez tantos planos e tudo seria

diferente agora, nada do que tínhamos

planejado ia acontecer chateada com

tudo aquilo lembro que quando começou

as aulas eu faltei quase a semana toda,

ate que pedi pra minha mãe me mudar

de horário, eu queria estudar a noite já

que não conhecia ninguém na minha

sala, e meu amigo também mudou de

horário comigo, por coincidência a gente

caiu na mesma sala.

Mesmo assim eu imaginava que aquele

ano ia ser o piro da minha vida, lembro

que tinha um filme que passava e que eu

assisti a 1° vez naquela época , que

chamava “ o pior ano da minha vida” e

eu falava que seria o meu ano de 2005.

E tudo foi uma grande bobagem na

minha cabeça, porque no final eu

conheci tantas pessoas novas e foi um

ano de grandes momento spessoais para

mim, foi o ano que mais aproveitei as

amizades e momentos, e matérias e

conversei com professores, porque tinha

algo que me deixavam melhor, ela falava

que a gente precisava olhar a vida d e uma

outra forma, e que nem reparamos mais

nas coisas bonitas da vida, ela me fez

conhecer clipes e músicas maravilhosas

como clipe ( EDWARD SHARPE AND THE

MAGNETCI ZEROS – CHILD) que é um

clipe tão bonito, alisas essas banda tem

musicas muito boas.. Fora trabalhos

artísticosque ela postava um mais bonito

que o outro, e que não fazia a menor ideia

que existia, como o site “wirrow” que é de

um cara que desenha, eu adorava ficar

desenhando e pintando e tentando copiar

esses desenhos, e vendo seus

siginificados.

Ela acreditava que nós podemos podemos

ser qualquer coisa, eu toso podemos

cantar, tocar instrumentos, desenhar,

escrever e dançar que é uma de suas

paixões , ela postou um vídeo dançando

com amigos, e propôs isso para os fãs do

site, dizendo que para todos dançar e se

libertar, que não precisava ser profissional

para dançar. E foi muito divertido todos

vídeos que postaram, eu assisti alguns ate

mesmo de pessoas do Brasil.

Eu gostava do jeito que ela escrevia, e o

quanto era gentil com as pessoas, e como

tinha coragem de expor sua opinião sem

se preocupar com que as pessoas iriam

pensar sobre ela, ela dizia que passou a

vida toda procurando o buraco que Alice

entrou no pais da s maravilhas, e que

nunca tinha pensando em ser conhecida

- Porque no final

eu conheci tantas

pessoas novas.

- Foi o ano que

mais aproveitei

as amizades e os

momentos.

- Matérias e

Professores.

- Tinha a

consciência que

tudo aquilo ia

acabar.

- Festa

surpresa...

- Professor de

História que

ninguém falava

muito com ele...

- Ele era muito

desligado de

tudo.

- Falava sozinho

sentado na mesa

dele.

- A gente

acreditava que

ele não batia

bem...

- E quando vimos

214

a consciência que tudo aquilo ia acabar.

Foi um ano que curtimos cada momento

como se fosse o ultimo da vida, não

poderia ter sido melhor meu ultimo ano

na escola.

E foi nesse ano de 2005 também tive

minha primeira festa surpresa, meus

amigos mentiram pra mim que iriamos

em uma pizzaria comemorar meu

aniversario quando cheguei na casa de

um amigo meu para buscar ele, estava

todos escondidos com as luzes

apagadas, foi muito emocionante para

mim, porque essa semana antes do meu

aniverssario estava todos estranhos

comigo, ficavam cochichando sempre em

aula e eu não sabia que era por causa

da festa, com certeza foi uma das coisas

que mais me marcaram na vida.

Lembro como se fosse hoje que um dos

últimos dias de aula eu e meu amigo

Ronildo sentamos em frente a escola e

ficamos lembrando dos momentos da

escola desde da nossa 5° série juntos

ate o ultimo não, lembro que choramos e

nos abracamos nesse dia, fazendo

juramentos impossíveis... de que iramos

morar perto para sempre, que iriamos

para NY e ficar ricos e amigos para

sempre. E o ultimo dia de aula lembro de

um professor de historia que chamava

Mario, que ninguém falava muito com ele

porque ele era muito desligado de tudo,

falava sozinho sentado na mesa dele, e

portanto gente, ela me faz pensar muito

sobre alguns pensamentos que eu tinha,

me fez gostar mais de musica, não só pela

letra ou som que eu já curtia, mais a

melodia daquela musica, todo trabalho que

era envolvido para sair aquela musica,

comecei a prestar atenção nos

instrumentos que era envolvido para sair

aquela musica, e o quanto fica bonito

quando juntava esses sons.

Ela tinha uma grande amor pelas pessoas

e pela vida que rodeava ela, sem deixar de

relata os momentos difíceis que

aconteciam, e eu achava isso admirável

nela, a forma que ela conseguia

transformar um momento ruim, com o uma

forma de aprender algo, de crescimento

mesmo, e ainda colocar isso em palavras,

a paixão que ela tinha para tudo que era

arte, musica, filmes, fotografia e dança, ela

viajava muito e comentava isso no site, e

conheci um pouquinho de tudo com ela,

com palavras, fotos e vídeos.

Hoje infelizmente ela não tem mais esse

site, eu fiquei muito triste quando ela

excluiu ele, porque queria ter salvo esses

textos que ela escreveu, mas ela disse que

era época de novas aventuras e

experiências, e que ela queria que as

pessoas conhecessem um pouco dela,

além de sua personagem em Gleen, e só

tenho a agradecer todas as memórias,

mistério e magia, eu me ajudou muito

nessa época de stress da minha vida, e

que me inspirou e me acalmou com sua

que ia ser ele que

ia falar com a

gente...

- Não

acreditamos...

- Discurso de

despedida.

- Todos foram

surpreendidos

porque ele fez um

discurso

emocionante.

- Não lembro

muito o que ele

falou pra gente,

só sei que se

encaixou com

tudo.

- Aprendi que

nem sempre as

mudanças são

ruins.

- 2006 foi de

longe o ano mais

difícil.

- O ano que mais

me isolei do

mundo...

- Tudo começou

quando

215

a gente acreditava que ele já não batia

bem, todos chamavam ele de Mario

Barba, porque ele tinha uma braba

grande e nunca fazia ela. E quando

vimos que ia ser ele que ia falar com a

gente e fazer talvez um discurso de

despedida não acreditamos.Mas todos

foram surpreendidos com esse

professor, porque ele fezum discurso

emocionante, e quando olhei pra a sala

estava todos muito emocionados, não

lembro muito o que ele falou par agente,

só sei que se encaixo com tudo que

estava sentido naquele dia, e todos

medos que passavam pela minha

cabeça.

Só sei que aprendi muito esse ano,

aprendi que nem sempre a mudança é

ruim, ela pode te trazer coisas melhores

do que você já estava acostumado.

palavras. Foi uma fase que eu estava

trabalhando com atendimento a pacientes

psiquiátricos,eu ouvia tanta coisa ruim, e

que as vezes parecia que era diretamente

pra mim, foi uma fuga de tudo isso, me fez

acreditar que tudo ia passar, e que eu não

podia deixar isso me afetar, ela com

certeza foi uma das pessoas que mais me

inspiraram mesmo mesmo de longe.

VIDA PROFISSIONAL:

Foi em 2008 que comecei a trabalhar na

empresa Atento, que foi meu 1° emprego

registrado em carteira, ants disso eu so

tinha trabalhado com meu irmão e uma

imobiliária que ele tinha, então a atento foi

esse inicio da carreiraprofissional.

Eu atendia clientes do bradesco pessoa

jurídica e lembro que no meu 1° dia de

atendimento, eu chorei porque um cliente

irritado me xingou e eu disse que não

voltaria mais, meu supervisor que chamava

Carlos Fernandes que foi atrás de mim e

me convenceu a voltar e tentar de novo,

ele foi uma pessoa que me marcou muito

também nesse período , ele era um senhor

muito carinhoso e bondoso com todo

mundo, e ele me chamava de filha, e dizia

que eu era a filha que ele nunca teve, pois

ele tinha 3 filhos homens, e eu chamava

ele de pai, e via nele uma presença que

nunca tive com meu pai biológico, já que

nunca tive um relacionamento bom com

meu pai, não consigo me lembrar um dia

que ele conversou comigo ou que tanha

terminaram as

aulas em 2005...

- Eu não tinha

planos, não sabia

o que fazer...

- Não conseguia

meu primeiro

emprego.

- Não tinha

expectativa de

entrar em uma

faculdade.

- Ficava a maior

parte do tempo

trancada em meu

quarto...

- Entrei em

depressão.

- Digo depressão

para expressar

de alguma forma

o que foi essa

fase...

- Não cheguei a

procurar

nenhuma ajuda

para certo

diagnóstico.

- 2013 Estava

trabalhando em

216

dado um abraco quando criança, nossa

relação sempre foi muito distante, e o

Carlos foi para mim um grande pai pelo

menos nessa fase da minha vida, ele me

ajudou muito como um pai mesmo, com

muitos conselhos e apoio.

Eu fiquei lá de 2008 ate final de 2009, e eu

aprendi muito, cresci muito, conheci

pessoas que ainda levo na minha vida ate

hoje, como minha amiga Angelica e meu

amigo, eu hoje faz faculdade comigo o

Rafael, é um dos amigos mais presentes

na minha vida, acredito que crescemos

juntos la nessa empresa, eramos muito

imaturos, e aprendi ter comprometimento

com minhas responsabilidades, aprendi a

dar valor ao meu dinheiro, porque percebi

o quanto era difícil ganhar ele, e o quanto

era importante aprender conviver com

pessoas diferentes, já que ate o momento

e u não tinha convívio com o grande

numero de pessoas que trabalhei nesta

época.

Mas foi muito gratificante trablhar lá,

apesar de ser um trabalho bem

estressante, quando sai de la, estava

melhor preparada, e com menos das

coisas, como tinha quando entrei na

atento.

MOMENTO NASCIMENTO LEO

Foi em 2013 que nasceu meu 1° sobrinho

e único até agora, seu sempre quis ter

sobrinhos, só que achei que veria da

minha irma que foi a primeira a se casar,

um trabalho

super

estressante...

- Gostava de

assistir uma série

chamada Gleen.

Relata a vida de

alunos do ensino

médio que são

excluídos...

- A diferença das

pessoas e a

dificuldade

dessas pessoas

excluídas.

- 2008 Trabalho

na Atento.

- No primeiro dia

chorei porque um

cliente irritado me

xingou.

- Eu disse que

não voltaria

mais...

- Meu supervisor

foi atrás de mim e

me convenceu a

tentar de novo.

- Ele foi uma

pessoa que

marcou muito

217

porem depois eles acabaram se separando

e um tempo depois foi meu irmão que se

casou.

Eu fiquei muito feliz quando soube que

minha cunhada estava grávida, e desde do

inicio eu queria muito que fosse um

menino.

Quando trabalhei em uma imobiliária em

2007, tinha uma menina que tinha um loja

ao lado e ela tinha um filho de mais ou

menos 4 anos e um irmão de 9 anos, como

na imobiliária o trabalho era bem tranquilo,

os meninos passava o dia comigo, eu me

apeguei tanto a eles que quando consegui

outro emprego eu fiquei muito triste de

deixar eles,porque todo dia eles chegavam

da escola e corriam para dentro da

imobiliária e passava o dia todo

conversando com eles ou brincando.

Só sei que desde dessa época eu queria

muito uma criança na minha família, e eu

queria muito queo 1° fosse um menino. E

só em 2013 que isso aconteceu, lembro

que logo quando ele nasceu eu fui visitar

ele no hospital, ele era a coisa mais linda

que vi na vida, alias ate hoje acho isso.

E os 3 primeiros meses dele, fio uma fase

que eu não estava trabalhando, e a mãe

dele deixava ele comigo o dia todos, e foi

muito gostoso, a prendi trocar fralda , fazer

mamadeiras e cuidar de um bebê que ate

o momento nunca tinha tido nenhum

contato.

também nesse

período.

- Ele me

chamava de

filha...

- Dizia que eu era

a filha que ele

nunca teve...

- E eu chamava

ele de pai...

- Via nele uma

presença que

nunca tive com

meu pai

biológico.

- Nunca tive um

bom

relacionamento

com meu pai...

- Fiquei lá de

2008 até o final

de 2009 e eu

aprendi muito,

cresci muito,

conheci

pessoas...

- 2013 nasceu o

meu primeiro

sobrinho...

- Sou a mais

218

Ate hoje eu tenho muito contato com ele,

porque ele fica a maior parte do tempo

com minha mãe, ele é meu primeiro

sobrinho e também primeiro neto da minha

mãe, então ele é a alegria da casa. Uma

das coisas mais gostosas é chegar em

casa depois de um dia todo estudando e

trabalhando é chegar e ver ele abrindo os

bracinhos e rindo pra mim pedindo colo,

ele com certeza é uma das coisas que

mais importante para mim.

FAMILIA- NOVA CASA

Eu sou a mais nova de 5 irmãos, e sempre

tive um ótimo relacionamento com minha

mãe, com meu pai nunca tive um

relacionamento, acho que posso dizer isso,

apesar de casados, meus pais sempre

brigaram muito , e desde de muito

pequena eu fui ficando com um sentimento

ruim sobre meu pai, quando fui crescendo

isso ficou um pouco melhor, não que agora

temos um ótimo relacionamento, mas

agora consigo conviver com ele e falar o

que é necessário. Mas ainda assim sem

muito afeto. E desde muito nova também ,

que minha mãe tinha o desejo de se

separar do meu pai, meus irmãos foram

saindo de casa com o tempo, primeiro

minha irma mais velha se sozinha, e meu

irmão depois se casou, ficando so eu meus

pais e minha irma Juliana. Ela desde então

ela sempre teve o sonho de morarmos so

nos 3 juntas, e foi no final de 2013 que

esse sonho se realizou, hoje mora eu

minha irma e minha mãe. Ainda vejo meu

nova de cinco

irmãos...

- Meus pais

sempre brigavam

muito...

- Desde muito

pequena eu fui

ficando com um

sentimento ruim

sobre meu pai...

- Meus irmãos

foram saindo de

casa com o

tempo...

- Em 2013 o

sonho se

realizou. (morar

só nós três).

- Hoje mora eu,

minha irmã e

minha mãe.

- Vejo meu pai

porque ele vem

ver minha mãe...

- Sou muito

apegada com

minha mãe...

- Eu não ia

escrever sobre

isto...

219

pai, porque ele ainda vem ver minha mãe e

o neto dele, e hoje nossa vida esta outra

coisa, estou muito feliz p ela minha mãe,

pois sei o quanto foi difícil pra ela todos

esses anos, tendo esse desejo de se

separar mais sem condições com 5

crianças, e hoje eu posso ver que ela anda

muito mais feliz e realizada, e isso me

deixa muito mais feliz. Eu sou muito

apegada com minha mãe e minha irmã, e

com certeza as duas pessoas mais

importantes para mim, as que eu mais me

preocupo e que eu quero sempre perto,

não consigo imaginar minha vida sem elas,

é minha mãe que sempre esta aqui quando

mais preciso, é minha irmã que esta

sempre tentando me ajudar de alguma

forma, e com certeza são elas as melhores

companhias, com quem eu mais gosto de

estar e conversa quando preciso.

VIDA PESSOAL:

Eu não ia escrever sobre isso, por se tratar

de uma coisas muito recente, mas achei

importante deixar registrado esse

momento.

Em 2009 pra 2010 eu conheci uma amiga

ela chama Alice, a gente trabalhava juntas

com atendimentos ao convenio

Intermédica, e ficamos muito próximas,

íamos embora juntas, fim de semana

sempre saiamos pra algum lugar, pois

gostávamos de algumas coisas em

comum, e era uma pessoa que eu

conversava muito.

- mas achei

importante deixar

registrado este

momento.

- Em 2009 para

2010 eu conheci

uma amiga...

- Acabamos

brigando...

- Depois refletiu

sobre a

situação...

- O filme traz

várias

metáforas...

- Uma delas foi o

mergulho que

para mim,

significa se

conhecer...

- Outro momento

do filme que me

fez pensar na

minha vida, foi

quando Paulina...

- O corvo significa

ir em frente...

- Outra metáfora

é a ventania que

para mim

220

Com o passar do tempo, nos acabamos

brigando, por tantos motivos que não

conseguiria relatar todos eles agora, mas

ela realmente foi muito dura comigo, ela

era bem mais imatura do que eu por ser

mais nova, e acabei se afastando dela pois

sentia que ela não era minha amiga de

verdade, porque quando precisei dela no

trabalho com algumas brigas que

aconteceram, e ela não ficou do meu lado,

talvez por medo eu não sai bem, mas eu

sempre defendia muito ela, e quando

precisei ela se não estava la pra mim.

Então um dia chateada com tudo que

estava acontecendo eu mandei uma

mensagem para ela no facebook dizendo

tudo que queria, dizendo que ela nunca se

importou com nossa amizade e que eu

tinha pessoas que gostavade mim de

verdade e não precisava dela, e disse que

ela sentiria minha falta um dia e outras

coisas.

E bloqueei ela, em todas redes sociais e

ate no telefone, poruqe não queria saber

suas explicações ou respostas, e em

afastei totalmente chegando a conclusão

que novamente eu tinha me enganado com

as pessoas , porque ela foi falsa comigo,

que ela foi ruim, que ela nunca foi minha

amiga.

Isso foi em 2013, depois de um ano, eu

estava na minha aula de Psicologia da

educação, e a professora estava dizendo

sobre como criamosalgumas verdades ou

significou a

mudança...

- Uma cena que

me chamou

atenção foi a

cena de Finn com

sua mãe...

- Porque também

não acredito no

casamento e

talvez isso tenha

sido baseado no

casamento dos

meus pais...

- O mais bonito

do filme é você

ver cada história

das

personagens...

- Fiquei pensando

que as vezes

julgamos as

pessoas sem

saber...

- Eu acho que o

modo como

agimos hoje com

certeza tem a ver

com o que

vivemos no

passado.

- Cada um com

221

fantasias, que não são necessariamente

verdade, par a poder viver nossa vida, e

que quando é quebrada essa fantasia que

criamos, nos ficamos desequilibrados

Comecei pensar que talvez eu tenha criado

uma amizade perfeita, com uma pessoa

que agiria como eu nas situações de brigar

e conflitos, e como isso não aconteceria eu

começava ajulgar ela como se ela fosse

um ser humano totalmente ruim, e nessa

aula também foi dito como julgamos as

vezes as pessoas como só ruins ou boas,

sendo que todos nos temos esses dois

lados.

Isso tudo ficava girando na minha cabeça,

fiquei pensando que me colocava só como

o ser humano bom nessa questão, e que

também tinha sido dura com ela em alguns

pontos, como nem ter deixado ela me

responder, e que também elanão era soa

pessoas ruim, que tive momentos muito

bons com ela também , de todas aas vezes

que ela me ouvia e que todas risadas e

momentos que passamos juntas, eu só

conseguia enxergar o ruim que ela fez, e

coloquei ela como uma pessoa ruim.

E lembrava de uma frase de texto

passado em aula “Somos inconscientes

das fantasias que encenamos”, só sei que

resolvi desbloquear essa menina, e ver

depois desse um ano o que ela tinha me

respondido, um dia depois que

desbloqueie ela, ela me mandou uma

mensagem.

sua história

representada em

um tecido...

222

Quando vi achei que ela ia me xingar

depois de tanto tempo, mas não , ela me

mando uma mensagem me pedindo

desculpas de tudo, dizendo que era muito

importante para ela e que nesse tempo ela

pensava muito nisso tudo, e que fez ela

rever muita coisa, disse que doía muito

não ter mais amizade e tantas coisas que

não esperava ouvir naquele momento .

Eu respondi dizendo que também sentia

muito por tudo, e que senti muito a falta

dela nesse tempo, e disse que comecei a

rever alguns pensamentos meus epor isso

resolvi desbloquear ela, enfim. Eu adicionei

ela novamente e esses dias estamos

conversando aos poucos, e isso esta me

fazendo muito bem, porque apensar da

raiva que fiquei com ela na época, eu senti

muita falta da amizade dela, e eu não

enxergava isso, porque essas verdades

absolutas que eu tinha na cabeça sobre

ela não me deixava ver as coisas boas.

E eu queria te agradecer Professora por

isso, por abrir um pouco minha mente e me

fazer pensar sobre muitas coisas.

223

NARRADOR 31

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

Abaixo relato os 3 fatos marcantes

vivenciados por mim no ensino médio.

Mudança de escola: Estudei todo o

Ensino Fundamental ( 8 anos) na mesma

escola. Ao final do ciclo foi preciso mudar

de escola para iniciar o ensino Médio.

Essa mudança ocasionou certa

ansiedade, considerando que eu já

estava habituada com a dinâmica do

colégio, com os professores e colegas.

Porém foi de extrema importância ,

sendo possível aprender que as

mudanças podems ser muito

enriquecedoras, já que nos permite

contato com outras pessoas, outras

situações, e a ampliação de uma visão

anteriormente limitada, gerando um

crescimentos pessoal. Considerando que

Quadro de linha da vida: Momentos

Charneiras

VIDA FAMILIAR – 2011

VIDA PROFISSIONAL – 2014

No quadro acima foram citados dois

momentos charneiras:

O primeiro deles refere-se ao ano de

2011- nascimento do meu filho Lucas.

A gravidez foi desejada e planejada, porém

passei por diversos problemas de saúde,

com muitas dores e internações. Além dos

problemas da gravidez, perdi meu único

irmão em um acidente de moto, quando eu

estava com 4 meses de gestação. Foram

momentos difíceis de muita superação,

O filme inicia-se com a personagem

Finn, filha de pais separados, indo

passar um tempo na casa de sua avó

comintuito de elaborar sua tese de

mestrado, esta é a terceira tentativa

para que ela conclua seu trabalho.

Finn tem um noivo- Sam, que não

aprova muito esta decisão, porém

aceita. Deixando claro neste trabalho

do filme, a indecisão de Finn em

casar-se. Chegando à casa de sua

avó, ela encontra várias amigas da

família, que estão preparando uma

colchade retalhos tendo como tema

“onde mora o amor”. Essas mulheres

de personalidade variadas, narram

suas historias de vida cercada de

paixões e sentimentos.

- Mudança de

escola ocasionou

certa ansiedade.

- Sendo possível

aprender que as

mudanças podem

ser muito

enriquecedoras.

- Considerando

que a nova

situação nos

exige adaptação

e transformação.

- Aprendizado

através de outra

aluna e não do

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento, professor e

consigo;

- Preconceito na escola;

- Dificuldade de aprendizagem.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade;

224

a nova situação nos exige adaptação e

transformação, fazendo com a

diversidade de experiências seja

agregadora para a formação geral de

qualquer pessoa.

Neste caso acredito que a relação foi de

submissão em um primeiro momento,

pois a mudança foi vista como algo ruim,

visão esta, que depois de um curto

espaço de tempo foi facilmente alterada,

considerando que os benefícios e

aprendizados trazidos por essa

mudança.

Aprendizado através de outra aluna e

não do professor: No 2° ano do ensino

Médio, tive dificuldade em um

determinado conteúdo da disciplina de

química. O mau desempenho me fez

procurar uma estratégia de aprendizado.

Busquei auxilio de uma colega de classe

que tinha pleno domínio do conteúdo

apresentado, e se dispôs a me ensinar.

Apenas algumas aulas foram

necessárias que eu conseguisse

entender tudo o que havia sido explicado

no bimestre e eu até então não havia

compreendido.

Através desta experiência foi possível

perceber, que o aprendizado não precisa

necessariamente ser transmitido por um

professor. A questão está na forma de

ensinar. Acredito que naquele momento

faltou sintonia entre minha forma

deaprender e a forma como o professor

determinação e fé.

Meu filho nasceu prematuro com 8 meses,

através de um parto feito as pressas

porque nos dois estávamos correndo

riscos. Ambos precisamos de cuidados da

Unidade de Terapia Intensiva, situação

essa nunca esperada por nenhuma mãe,

mas ao final de 14 dias saímos vitoriosos e

meu filho cheio de saúde.

Na UTI Neo Natal, presenciei muitas mães

com os filhos em situação mais delicadas

do que passávamos no momento. Desta

forma, pude perceber que por mais

complexos que possam parecer nossos

problemas, se olharmos ao redor , sempre

haverá alguém em uma situação mais

difícil Meu aprendizado com a experiência

foi perceber que muitas vezes darmos uma

dimensão ao problema maior do que ele

realmente é , por mais complexo que este

possa parecer. Este pensamento, permite

que vejamos a vida de uma forma mais

leve, tendo mais desenvoltura para lidar

com os problemas rotineiros.

Desta situação, sai mais fortalecida e

confiante, acreditando que tudo tem um

motivo de ser. As coisas podem mudar de

uma hora pra outra, não adianta tentarmos

ter o controle de tudo, e que muitas coisas

acontecem independentemente do

nossoplanejamento , essa aprendizado

para uma pessoa que sempre planejava

todas as aões, foi muito valioso.

O segundo momento relatado ocorreu em

A primeira historia apresentada relata

a traição entre duas irmãs. Uma delas

ao ver seu marido em estado

terminal, acaba envolvendo-se com o

marido de sua irmã, que ao descobrir

a traição, quebra muitos objetos da

casa e acaba transformando os cacos

em uma “obra de arte” na parede de

sua casa. Entende-se a metáfora

desta ação como uma forma de expor

seus sentimento de raiva e deixá-los

a vista, não sendo possível esquece-

los.

Outra história é de uma jovem

nadadora que encontra um geólogo e

apaixona-se. Eles fazem diversos

planos par ao futuro, porem com a

chegada dos filhos, esses planos não

se concretizam. O marido ao

perceber a insatisfação de sua

esposa, constrói para ela um lago,

sendo esta uma forma de compensa-

la por ter aberto mão de seus sonhos,

não sendo o suficiente para

preencher o vazio que ela sentia.

Com o passar do tempo a separação

torna-se inevitável. Explicando desta

forma, o mau-humor apresentado

pela personagem, que não conseguiu

superar as amarguras do passado.

Esta descoberta mexe com Finn que

também teme que o casamento

possa acabar com sua liberdade e

destruir seus sonhos para o futuro.

Neste trecho do filme, Finn vai ao

professor.

- Dificuldade na

disciplina.

- O mau

desempenho me

fez procurar outra

estratégia de

aprendizado.

- Uma colega de

classe.

- Apenas

algumas aulas

foram

necessárias...

- O aprendizado

não precisa

necessariamente

ser transmitido

por um professor.

- A questão está

na forma de

ensinar,

- Com a colega

foi possível

minimizar as

possíveis falhas

de comunicação.

- Sempre gostei

muito de

atividades físicas.

- Sofrimento;

- Carência afetiva

- Importância da família;

- Dificuldade de relacionamento

com o pai;

- Imaturidade emocional;

- Baixo estima;

- Necessidade de aceitação.

NARRATIVA FÍLMICA:

- Consciência de si e do outro.

Identificação com personagens do

filme

225

acreditava ser correto no ensino.

Acredito que com a colega, de alguma

forma foi possível mimizarmos as

possíveis falhas de comunicação ou

entendimento que pudessem ter

prejudicado o aprendizado. Vejo neste

caso, que a relação do conhecimento foi

de autoria, considerando que não me

limitei a tentativa do aprendizado através

do professor, buscando outra alternativa

que julgasse mais eficiente, para

alcançar o objetivo proposto, no caso, o

conteúdo de química.

Aulas de Educação física: Sempre gostei

muito das atividades física, visto que

faço aulas de ballet desde os meus 4

anos de idade, porém nunca gostei das

aulas de Educação Física. No Ensino

Fundamental, as aulas eram ministradas

fora do horário de aula, e por morar

longe do colégio, consegui dispensa,

porém no Ensino Médio, foi preciso que

eu fizesse as aulas. Sempre procurava

uma desculpa par não fazer as

atividades, que não me motivavam,

considerando que eu era uma aluna

nada habilidosa nas atividades com bola,

sendo sempre uma das ultimas a ser

escolhida quando o professor pedia para

que se formasse times.

Hoje vejo que minha rejeição nunca foi

com atividade física , mas sim, com a

forma que a aula de Educação Fisica era

apresentada. Tendo apenas exercícios

com bolas, e de certa forma excluindo os

2014 quando resolvi deixar a empresa que

trabalhava pois não estava mais feliz. Em

2013 assumi um cargo de liderança na

minha primeira área de formação ( ciências

contábeis), nunca fui apaixonada pela

área, mas sempre desempenhei o trabalho

com seriedade e compromisso, me

levando ao reconhecimento profissional. A

idéia de mudar de área já existia, tanto que

em 2009 fiz um curso técnico deballet e

expressão corporal, considerando meu

contato com esta arte desde meus 4 anos

de idade. Porém, o crescimento

profissional foi ocorrendo e acabei

“arquivando” o diploma do ballet. Anos

depois, alguns fatores da empresa foram

mudando o que ressaltou minha

insatisfação. Fiz uma programação

financeira, e ao invés de procurar outro

emprego, optei por buscar outra área que

já havida tido contato no curso técnico e

acreditei que a realização pessoal e

profissional fosse maior. Pedi demissão e

comecei ocurso de Pedagogia.

Resgatando assim, a vontade já

despertada em 2009.

Esse momento charneira de certa forma,

esta atrelado ao aprendizado do momento

charneira anterior, pois novamente foi

preciso coragem e superação para

abandonar uma carreira a se dedicar a

outra, principalmente quando nesta

decisãotambém esta envolvido a questão

financeira. O fato de não ter mais tempo

para me dedicar ao meu filho, e o estresse

que me encontrava naquele momento,

clube com as senhoras e conhece um

rapaz muito interessante, que

desperta nela um sentimento

diferente.

A narrativa seguinte apresenta a

história de uma mulher casada com

um pintor. Eles são muito

apaixonados, porém ele a trai

constantemente, mas a mulher não

consegue deixa-lo, mostrando sua

submissão. Uma das traições do

artista émostrada na narração

seguinte, onde mais uma vez, uma

das personagens fragilizada pela

perda de seu marido, sede as

tentações do pintor.

Finn neste momento, já esta mais

envolvida comum rapaz que

conheceu no clube. Apresentando a

metáfora do morango, sugerindo o

desejo e a sedução.

A última história conta o surgimento

da tradição da colcha de retalhos por

uma das personagens, enquanto a

outra relata seus diversos casos

amorosos em Paris, sendo que

apesar de todos os homens que se

envolveu, apenas um foi realmente o

seu grande amor, este foi um homem

que ela não conseguiu relacionar-se,

porque ela era casado e fiel a sua

esposa. A analogia da colcha de

retalhos cruza se com a história do

homem atravésde um poema

- Porém nunca

gostei de aulas

de educação

física.

- Procurava dar

uma desculpa

para não fazer as

atividades...

- Considerando

que eu era uma

aluna nada

habilidosa nas

atividades com

bola.

- Sempre era

uma das ultimas

a ser escolhidas.

- Minha rejeição

nunca foi com a

atividade, mas

sim, com a forma

que as aulas de

educação física

eram

apresentadas.

- Apenas

exercícios com

bola.

- Excluindo os

alunos com

pouca aptidão

226

alunos com poucoaptidão para tal. A

relação neste caso foi de submissão, já

que de alguma formaprocurava sempre

me esquivar das aulas, pois não

adequava ao conteúdo aplicado pelo

professor. Essa experiência foi muito

valida, pois o meu conceito de Educação

Física, como educação do corpo, onde

deve-se perceber os interesses e

aptidões de cada aluno, ministrando as

aulas inclusive com o intuito de entender

o corpo como forma de expressão e

comunicação. Embora este possa não

ser o ponto de vista acadêmico, para

mim, acredito que seria a forma mais

coerente de aproveitamento das aulas.

também foi determinante para minha

decisão.

Certas decisões fazem com que tenhamos

de certa forma que acreditar nos instintos,

seguindo as escolhas com menos

planejamento, e que estamos o tempo todo

aberto para novos aprendizados, e que as

mudanças são necessárias para nosso

crescimento. Fazendo com que

busquemos sempre nossa realização e

felicidade. O fato de ter superado

momentos tão difíceis, me fez assimilar

que podemos mudar o rumo de nossas

vidas a qualquer momento, o importante é

não temer e aceitar os desafios, como um

novo recomeço

recebido. Esta narrativa é marcada

pelo aparecimento do corvo, que

pode ser seu significado visto como

direção, intuição em seguir seu

instinto ou esperança.

A mãe de Finn aparece par contar

que irá se casar novamente com o

pai de Finn. Neste momento, a

verdade absoluta sobre o casamento

criada pela personagem é quebrada,

pois medo de casar que Finn sempre

carregou tendo como base as ideias

transmitidas por sua mãe, de alguma

forma já não faz mais sentido em sua

cabeça, que não consegue entender

como tudo o que aprendeu pode de

uma hora para outra deixar de existir,

recusando-se neste momento a

aceitar novos conceitos, que não

estão de acordo com seu

aprendizado anterior.

O filme demonstra a inexistência de

verdades absolutas, deixando claro

que os conceitos e ideias podem

sofrer alterações, confirmando que o

aprendizado não é algo estático.

Um forte vendaval acontece na

cidade, fazendo uma alusão da

confusão mental que encontrava-se a

personagem naquele momento. Após

o vendaval de alguma forma as

coisas se ajeitavam. O vendaval vem

representar a transformação, o

recomeço, já que neste momento do

para tal.

- 2011-

Nascimento do

meu filho.

-Gravidez

desejada e

planejada...

- Porém passei

por diversos

problemas de

saúde.

- Perdi meu único

irmão quando

estava no quarto

mês de

gestação...

- Momentos

difíceis de muita

superação.

- Meu filho

nasceu

prematuro...

- Com essa

experiência foi

possível perceber

que muitas vezes

darmos uma

dimensão ao

problema maior

do que ele

227

filme muitas personagens resgatam

suas histórias e de alguma forma as

transformam, como por exemplo, a

destruição da obra de arte feita pela

personagem em seu momento de

raiva, evidenciando assim, que

aquela expressão já não fazia mais

sentido e que havia outro sentimento,

o perdão. Ou ainda a volta da

personagem no lago construído por

seu marido, mostrando o resgate de

si própria, ou ainda a importância de

se mergulhar em sua história para

entender a vida como um todo.

O Corvo aparece novamente no filme,

Finn resolve segui-lo e ele a leva para

seu verdadeiro amor, seu noivo Sam.

Podemos ver aqui, que o aprendizado

com a história que foi narrada a ela,

onde o corvo direcionou a

personagem, pode ser vivenciada em

sua própria experiência, ou seja, as

coisas fazem mais sentido quando

sabemos o significado delas. Se Finn

não tivesse de alguma forma

tomando conhecimento da história do

corvo, ela poderia não ter entendido

neste momento, que ele estava

querendo direcioná-la, mesmo que na

hora não tenha percebido que

daquela narrativa havia absorvido

algo, isso serviu para uma vivencia

futura.

Ao final a colcha é bordada, tendo a

experiência de cada uma das

realmente é.

- Saí fortalecida.

- 2014 – Resolvi

deixar a empresa

que trabalhava,

pois não estava

feliz.

- Em 2013

assumi o cargo

de liderança na

minha primeira

área de formação

(ciências

contábeis).

- A idéia de

mudar de área já

existia...

- 2009 fiz o curso

técnico de baleet.

- Considerando

meu contato com

esta arte desde

meus quatro anos

de idade.

-... Comecei o

curso de

Pedagogia,

resgatando

assim, a vontade

já despertada.

228

mulheres, uma representação

simbólica, que embora expresse o

sentimento individual, tem sua

representação em um símbolo de

conhecimento coletivo. Finn recebe a

colcha como presente de casamento.

O filme encerra-se deixando como

mensagem, que o ser humano, vive

em constante transformação,

abolindo verdades absolutas, e que

para escolhas certas não existe

regras, é preciso instinto e coragem.

E que em alguma fase da vida todos

passamos por ventanias, e este é o

momento de revermos nossos

conceitos e transformá-los se for

preciso, fazendo de nossas escolhas

e experiências um importante

processo de aprendizagem. Entendo

ser este o aprendizado do filme, que

pode ser associado ao meu momento

charneira.

- Foi preciso

coragem e

superação para

abandonar a

carreira e se

dedicar a outra.

- Principalmente

quando nesta

decisão também

esta envolvido a

questão

financeira.

- O fato de não

ter mais tempo

para dedicar ao

meu filho...

- O estresse que

me encontrava...

- Foi

determinante

para minha

decisão.

- Podemos mudar

o rumo de nossas

vidas a qualquer

momento...

- O importante é

não temer e

aceitar os

desafios como

um recomeço.

229

- Finn filha de

pais separados...

- Mulheres de

personalidades

variadas.

- A primeira

história relata a

traição entre duas

irmãs...

- Jovem

nadadora que

encontra um

geólogo e

apaixona-se...

- Com o passar

do tempo a

separação torna-

se inevitável...

- Mulher casada

com um pintor,

eles são muito

apaixonados...

- Porém ele a trai

constantemente...

- A mulher não

consegue deixá-

lo.

- A metáfora do

morango

sugerindo o

230

desejo e a

sedução.

- O surgimento da

traição...

- Apesar de todos

os homens que

se envolveu,

apenas um foi

realmente seu

grande amor...

- Ele era casado

e fiél a esposa.

- Aparecimento

do corvo que

pode ter seu

significado como

direção...

- A mãe de Finn

aparece para

contar que irá se

casar novamente

com seu pai...

- A verdade

absoluta sobre

casamento é

quebrada.

- O medo de

casar que Finn

sempre

carregou...

231

- Tendo como

base as idéias de

sua mãe...

- Inexistência de

verdades

absolutas...

- Os conceitos e

idéias podem

sofrer alterações.

- O aprendizado

não é estático.

- Forte vendaval

fazendo alusão

da confusão

mental que se

encontra naquele

momento.

- As coisas fazem

sentido quando

sabemos o

significado.

- A colcha é

bordada...

- Uma

representação

simbólica...

- Embora

expresse o

sentimento

individual, tem

232

sua

representação

em um símbolo

de conhecimento

coletivo.

- O ser humano

vive em

constante

transformação...

- Abolindo

verdades

absolutas...

- Para as

escolhas certas

não existe regras

é preciso instinto

e coragem.

- Entendo ser

este o

aprendizado do

filme...

- Que pode ser

associado ao

meu momento

charneira...

233

NARRADOR 32

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

DESCREVER 3 CENAS MARCANTES

DO ENSINO MÉDIO.

Na verdade , irei descrever as 3 cenas

marcantes do último curso que fiz que foi

o de Administração de Recursos

Humanos em 2006 até 2009, pois do

Ensino Médio não tenho muitas

lembranças.

As cenas marcantes foram:

- Os desentendimentos entre grupo de

estudos;

- professor fumando dentro da sala de

aula;

- sala “ vazia” , sexta –feira após

intervalo.

1.1.1 Como foi sua relação com o

conhecimento? Foi uma relação de

autoria ou submissão?

R: Sempre me contentava com as

respostas dadas pelas pessoas,

Nasci numa casa simples de aluguel, onde

cresci com minha mãe e minha irmã. De

tempos em tempos, mudávamos de casa

para ruas próximas.

Quando nasci minha mãe tinha 43 anos de

idade, e nunca conheci meu pai.

Nunca tive problemas com isso, pois

minha mãe sempre foi muito presente e

também muito sincera em dizer que ele

não teria muito a oferecer, pois era

alcoolatrae displicente, além de ter uma

família com mulher e filhos. De alguma

forma, o que a minha mãe queria dizer era

que eu não precisava de mais ninguém

além dela, e eu desde muito pequena

entendi isso. Realmente nunca tive

vontade de conhece-lo.

Fui uma criança feliz, brinquei muito, até

os 15 anos de idade brincava de Barbie

com minha prima ( Maitê) que tornou-se

amiga para vida toda. Ela é 5 anos mais

nova do que eu, mas sempre fui eu que

A narrativa não faz relação com o

filme.

- Descrever três

cenas marcantes

do último curso

que fiz...

- Pois do ensino

médio não tenho

muitas

lembranças.

-

Desentendimentos

entre o grupo de

estudos.

- Professor

fumando em sala

de aula.

- Sala vazia –

sexta-feira após o

intervalo.

- Sempre me

contentava com

as respostas

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

professor e consigo;

- Relação de autoria com o

conhecimento;

- Preconceito na escola;

- Dificuldade de aprendizagem.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade;

- Sofrimento;

- Carência afetiva

- Importância da família;

234

professor, mãe, parentes, tv e etc... Com

o tempo, a relação com o conhecimento

torna-se mais exigente, já não é mais

suficiente uma resposta preparada por

alguém, é necessário buscar através de

livros, de opiniões de quem saiba e

tenha estudado aquele determinado

assunto para compor nossas próprias

ideias.

1.1.2 Como foi sua relação com o

professor? Foi uma relação de autoria ou

submissão?

R: Minha relação com os professores

não foi como eu gostaria. Quando eu

estava na 5° série do Ensino

Fundamental. Me lembro que sentava na

primeira carteira, era aula de história e o

professor explicava algo, não me

recordo muito bem, mas, tinha a ver com

palavras com a letra E, e eu querendo

participar, disse “estrupo”, foi a primeira

coisa que veio a minha cabeça. Na

época não sabia que a palavra estava

errada, o certo é estrupo. Bom, o

professor ficou muito bravo com o que

eu disse, me corrigiu e depois disse que

aquilo não era coisa que uma criança

devia dizer nem pensar. Tudo isso em

voz alta e bem nervoso! Fiquei com

muita vergonha. Todos me olhavam... A

partir do dia seguinte nunca mais sentei

na primeira carteira e também nunca

mais tive coragem de participar da aula

para dizer qualquer palavra.

“seguia “ o ritmo dela.

Achava e ainda acho ela muito inteligente,

divertida, ousada, responsável, enfim, nela

eu encontrava coisas que faltavam em

mim. A coragem de conversar com

meninos aprendi com ela, o modo de se

relacionarentre os amigos, respeitando as

diferenças de cada um, sem preconceito

também vem a partir das conversas que

nós duas tivemos ao longo da vida e das

experiências junto dela. Em meu primeiro

emprego foi onde conheci meu marido,,

Marcos. Quando eu entrei na empresa ele

já era funcionário , nos conhecemos como

colegas de trabalho e com o tempo nos

aproximamos numa amizade ate que essa

virasse um relacionamento. Após longos 6

anos de relacionamento, nós nos

casamos. Esse é um momento importante

vida de qualquer pessoa mas, para mim

ainda mais pois, no ano que planejava

casar, minha mãe adoeceu e faleceu aos

69 anos de idade.

Estava muito ansiosa por esse momento.

Minha mãe sempre foi uma pessoa muito

“forte” – no sentido de não se entregar por

qualquer adversividade. Nunca ficava

doente a ponto de ficar na cama. Creio que

não somente eu mas muitas pessoas

carregam consigo a “fantasia” de que mãe

é imortal.

Quando me deparei com ela

extremamente doente e não mais

conseguindo levantar-se, não aceitei. Eu

dadas...

- Com o tempo a

relação com o

conhecimento

torna-se mais

exigente...

- Minha relação

com os

professores não

foi como eu

gostaria...

- Fui aluna de

prestar atenção as

explicações em

sala, porém de

pouca

participação.

- Importância da mãe;

- Perda da mãe;

- Superação;

- Dificuldade de relacionamento

com o pai;

- Casamento;

- Baixo estima;

- Necessidade de aceitação.

NARRATIVA FÍLMICA:

- Consciência de si e do outro.

Identificação com personagens do

filme

235

1.1.3 Que aluno fui?

R: Fui aluna de prestar atenção às

explicações em sala, porém de pouca

participação

queria achar que era algo passageiro,

negava que estava acontecendo. Algumas

vezes, encostava a cadeira na cama e

pedia para ela se segurarpara levantar,

que ela iria conseguir. Mas não era

verdade.

Minha mãe tinha câncer. Já estava em

estágio avançado. Depois disso, ela só

piorou, até falecer. É tão doloroso que eu

procuro não me lembrar. Procuro lembrar

dela de uma outra forma. De forma como

sempre a vi, muito forte, extremamente

carinhosa, engraçada, amorosa e que

gostaria de me ver feliz.

Após a morte da pessoa mais importante

da minha vida, enxergamos as situações

de uma outra maneira. È como se eu

tivesse a consciência agora, de que avida

é muito mais breve do que se pensava. O

fato de eu estar estudando novamente, se

da a essa mudança de visão. Sempre há

tempo de mudar, basta estarmos vivos.

Meu marido Marcos tem um papel muito

importanteapós a morte da minha mãe,

pois é a pessoa que me acompanhará na

jornada da vida. Construimos uma casa,

uma pequena família que somos: eu, ele e

nossa cachorrinha Aurora. Pretendemos

ter filhos logo mais. Foi de fundamental

importância ter uma pessoa com quem eu

pudesse dividir minhas tristezas e alegrias.

O Casamento é um aprendizado diário

onde aprendemos a driblar as dificuldades

de convivências. Meus familiares como:

irmã (Agnes), sobrinhos ( Bia e Caio),

236

primos e primas, também formam muito

importante para min nessa fase de

transição. No momento, me encontro com

muitas expectativas em relaçãocurso de

Pedagogia. Gosto das disciplinas estou

gostando de aprender, releio alguns

assuntos e parece que estou lendo pela

primeira vez! Não sei o porquê, mas agora

me parece muito mais interessante.

Espero pode utilizar o aprendizado de

forma a continuar, aqui retribuir com os

projetos de ensino futuramente. Bom, aqui

está uma parte bem pequena da minha

história, porém, contei as mais importantes

para mim. Coisas até que não costumo

falar com ninguém a não ser comigo

mesma! Maspara terminar , me considero

uma pessoa alegre, espontânea,

observadora, de bem com a vida e afim de

aprender sempre!

NARRADOR 33

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

237

Quando terminei o ensino fundamental

mudei de escola para começar o ensino

médio. No novo colégio eu era a única

aluna nova da sala e comecei a observar

que a professora de educação física

tinha certas atitudes com as outras

garotas que umaprofessora não deveria

ter, como ficar pegando na mão das

meninas ou ate mesmo induzir as

meninas fazerem movimentos bem

ousados na hora dos aquecimentos para

os jogos.

Alguns dias depois, conversando com

alguns alunos antigos, descobri que essa

professora era homossexual. Após

algumas semanas de aula, ela passou a

ter essas mesmas atitudes comigo, foi

então que comecei me afastar dessa

professora, deixando claro que ,

diferente das outras garotas, eu não

daria tais liberdades a ela. Com isso,

elapassou a ficar de marcação comigo,

jogando indiretas tipo: “ Não sei por que

tem gente que mora lá em Arthur Alvim e

vem estudar aqui no Santa Maria.” Ou

até mesmo:” Aluno que não atende todas

as solicitações do professor,dança

depois.” Durante um mês eu aguentei

firme as implicâncias , porém, em um

certo dia, na aula de educação física (

confesso que não deveria estar usando,

mas eu estava com brincos grandes) a

professora se dirigiu a mim com a

seguinte frase: “Kimberli, tire seus

brincos!”.Eu, já sem muita paciência,

Quadro linha da vida: momentos

charneiras (relato neste quadro minhas

conclusões sobre minha narração).

Vida Familiar – 2007 - Quando conheço

meu pai ea partir dai passo a valorizar

mais do que nunca meus avós e a

simplicidade – 2013 - Minha mãe passa

ase orgulhar e confiar mais em mim

Vida Escolar – 2011 - Quando sou expulsa

e entro em uma nova escola, onde vivo

momentos incríveis – 2012 - Tenho meu

namoro. De colégio que não vai para a

frente. – 2013 - Obtenho a vitória de ser

aprovada direto e percebo o quanto sou

querida por meus amigos.

Pessoas – 2011 - Conheço pessoas

maravilhosas que me ensinam o

verdadeiro significado dos sentimentos

amor e amizade. – 2012 - Conheço

pessoas maravilhosas que me ensinam o

verdadeiro significado dos sentimentos

amor e amizade. – 2013 - Conheço

pessoas maravilhosas que me ensinam o

verdadeiro significado dos sentimentos

amor e amizade.

Livros/ Filmes/ Musicas - Música “ Valeu

amigo” que mostra a importância que tive

para os meus amigos.

Deslocamento Geográfico - Minha viagem

de formatura que prova que minha mãe

aprende a confiar em mim e em minha

A narrativa não faz relação com o

filme.

- Terminei o

ensino

fundamental e

mudei de escola

para completar o

ensino médio.

- Uma professora

de Educação

Física tinha

certas atitudes

com outras

garotas...

- Conversando

com alguns

alunos antigos,

descobri que

essa professora é

homossexual...

- Ela passou a ter

as mesmas

atitudes comigo.

- Foi então que

comecei a me

afastar dessa

professora...

- Com isso ela

passou a ficar de

marcação

comigo...

- Aluno que não

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento, professor;

- Relação de autoria consigo;

- Preconceito na escola;

- Dificuldade de aprendizagem.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade;

- Sofrimento;

- Carência afetiva

- Importância da família;

- Imaturidade emocional;

- Mágoa;

- Orgulho;

- Sofrimento;

- Tristeza;

238

respondi;” Professora, no primeiro dia de

aula você deixou claro que não permitia

o uso de celulares na quadra, mas a

respeito de brincos, você não falou

nada.” E então, voltei á aula prática. Foi

quando ela retrucou: “ Se você não tirar

seus brincos eu mesma vou aí e arranco-

os de suas orelhas.” Naquele momento,

minha paciência, que já era pouca, se

esgotou e eu respondi com grosseria: “

As orelhas e os brincos são meus e você

não tem o direito de encostar em mim!”.

Por conta dessa minha resposta, recebi

uma convocação por desacato ao

professor e com isso minha mãe , no

mesmo dia, foi na diretoria tentar

resolver o problema. Chegando lá, as

secretárias comunicaram á minha mãe

que mediante a convocação, foi tomada

a decisão de que eu estava sendo

convidada a me retirar do colégio e ainda

afirmaram com todas as letras que eu

era “ uma menina de gangue”.

Naquele momento fiquei indignada, pois

se houve uma escola em que eu fui

tímida e quieta, foi nessa. Tanto que

enfrentei as secretárias dizendo que já

que elas estavam afirmando que eu era

uma menina de gangue, que elas

términos por conta de várias pessoas se

intrometerem em nossa vida e, na última

e pior das brigas, ficamos um ano e um

mês sem nos falar. Deixamos a mágoa e

o orgulho falarem mais alto. No ínicio

sofri, pois nos víamos todos os dias na

escola, mas nos tratávamos como

responsabilidade.

No meio daquelas crianças e me

inspirando nesse trabalho para decidir

minha carreira profissional.

Mergulho: Precisei me lembrar de cada

detalhe de tudo que me aconteceu para

escrever minhas narrativas, portanto,

posso dizer que fiz um mergulho na minha

própria história, buscando um resgate de

mim mesmo.

Referências bibliográficas:

Minha história de vida, de 1996 até 2013

Filme: “ Colcha de Retalhos”, Estados

Unidos, JocelynMohouse, 1995

atende todas as

solicitações do

professor, dança

depois.

- Durante um mês

agüentei firme as

implicâncias...

- Certo dia, na

aula de educação

física ( confesso

que não deveria

estar usando,

mas estava com

brincos grandes).

- A professora se

dirigiu a mim com

a seguinte frase:

Kimberli tire seus

brincos.

- Eu já sem

paciência

respondi:

Professora no

primeiro dia de

aula você deixou

claro que não

permitia o uso de

celular na quadra,

mas a respeito de

brincos...

- Então voltei a

aula prática...

- Separação;

- Despedida;

- Necessidade de aceitação.

- Liberdade;

- Superação

NARRATIVA FÍLMICA:

- Consciência de si e do outro.

Identificação com personagens do

filme

239

desconhecidos, porém, no decorrer de

todo o ano passado, superei. Como eu

me apeguei muito na escola, o último

deia de aula do ano passado talvez

tenha sido o mais triste para mim, pois

se tem uma coisa que eu nunca gostei

foi de despedida e naquele momento eu

tive que encará-la e me despedir de

todos os meus amigos ali, pois eu sabia

que a partir daquele dia, nós não nos

veríamos mais todos os dias e não

passaríamos mais tnatos momentos

juntos e saber disso me doía demais

naquele momento. Eu não consegui

conter a emoção, chorei muito, agradeci

todos os meus amigos por todas as

alegrias que compartilhamos e, enquanto

vivia aquele momento, ver o Danyllo

passar e observar de longe aquela

despedida. Foi então que esqueci todo o

meu orgulho e corri para abraça-lo.

Naquele momento ele também deixou

todo o passado de lado e correspondeu

ao meu abraço, e ali choramos, nos

desculpamos e agradecemos um ao

outro por tudo que vivemos juntos. A

partir daquele dia nos tornamos amigos e

hoje, vejo que em minha vida ele é muito

mais importante com um amigo do que

como namorado.

3° MOMENTO MARCANTE: O último

momento que marcou minha vida no

ensino médio, com certeza foi o final do

ano passado. Talvez pelo fato de saber

que aquela fase estava se acabando,

procurei viver intensamente cada hora,

- Ela retrucou...

- Respondi com

grosseria...

- Por conta desta

resposta recebi

convocação por

desacato ao

professor...

- Fiquei

indignada. Pois

se houve uma

escola em que fui

tímida e quieta,

foi nessa...

- O último

momento que

marcou minha

vida no ensino

médio com

certeza foi o final

do ano passado.

- Talvez pelo fato

de saber que

aquela fase

estava se

acabando...

- Procurei viver

intensamente...

- Um evento

chamado sarau...

240

minuto esegundo dentro daquele colégio,

ao lado dos meus amigos.

No colégio Alfa Omega, todo final de ano

realizamos um evento chamado “sarau”,

onde todos os membros do colégio têm a

liberdade de se apresentar das mais

diversas formas, seja, cantar, dançar,

atuar ou até mesmo declamar um

poema. Eu, particularmente, sempre

adorei participar desse evento e, tendo

conhecimento disso, meus amigos me

convidaram par ame apresentar com

eles no sarau, cantando a música “Valeu

Amigo”. Mesmo sem conhecer a música,

aceitei o convite e comecei a ouvi-la para

decorar a letra. Todas as quintas e

sexta-feiras ficávamos algumas horas a

mais na escola, após o horário da saída,

para ensaiarmos a música. Chegado o

tão esperado dia do sarau,, 30/11/2013,

tive quatro apresentações, sendo a

última delas a música.

Colégio, observando o trabalho delas,

trabalho do qual, foi minha inspiração

para eu decidir minha carreira e optar

pelo curso de pedagogia após o ensino

médio, pois toda vez que eu ficava e fico,

até hoje, ao lado daquelas crianças eu

sinto uma paz muito grande, sino que

elas me fazem bem, e creio que

continuar visitando minha antiga escola e

observando o trabalho das professoras

dos “ baixinhos” irá me orientar muito em

meus atuais estudos.

- Eu

particularmente

sempre adorei

participar desse

evento...

- Meus amigos

me convidaram

para me

apresentar com

eles no sarau,

cantando a

música “Valeu

amigo”...

- Mesmo sem

conhecer a

musica, aceitei o

convite.

- Todas as

quintas e e

sextas-feiras

ficávamos

algumas horas a

mais na escola

para ensaiarmos

a musica.

- Chegado o tão

esperado dia do

sarau 30/11/13

tive quatro

apresentações...

- Paralelamente,

acrescentando

outro momento

241

Paralelamente, acrescentando outro

momento marcante que também ocorreu

nesse final de ano, digo que obtive duas

grandes vitórias. A primeira, como eu

relatei acima e a segunda, em relação ao

meu rendimento escolar pois por ter

entrado no Alfa Omega no final de março

e não estar apta ao método e ritmo de

ensino do colégio, durante os dois

primeiros anos eu tive muita dificuldade

em conseguir acompanhar a classe por

conta disso fiquei de recuperação em

matemática no 1° e 2° na do ensino

médio. Chegando no 3 ° ano, eu tive um

desenvolvimento muito grande e como

uma magica, neste último ano eu tive

muita facilidade em acompanhar a

classe, resultando em eu ter sido

aprovada direto, sem precisar fazer

recuperação. Minha mãe,

acompanhando meu ótimo rendimento

nos estudos desde o início de 2013,

juntamente com meu pai tomou a

decisão de que se eu continuasse

melhorando a cada dia na escola, eles

me presenteariam com minha viagem de

formatura e foi o que ocorreu. Viajei com

meus amigos e com minha professora de

matemática em um cruzeiro de cinco

dias para Rio de Janeiro. Para mim, essa

viagem foi um sonho realizado, não so

por ter feito um cruzeiro ou ter conhecido

o Rio de Janeiro, mas também pelo fato

de que minha mãe sempre foi insegurae

nunca foi de me deixar sair nem para ir

ao shopping com minhas amigas e de

repente, de tão orgulhosa, ela confiou

marcante que

também ocorreu

este ano...

- Em relação ao

meu rendimento

escolar, pois por

ter entrado no

Alfa Omega no

final de março e

não estar apta ao

método e ritmo

de ensino do

colégio...

- Tive muita

dificuldade em

conseguir

acompanhar a

classe e por

conta disso fiquei

de recuperação...

- No terceiro ano,

eu tive um

desenvolvimento

muito grande e

como uma

mágica, neste

último ano eu tive

muita felicidade

em acompanhar

a classe...

- Minha mãe,

acompanhando

meu ótimo

rendimento nos

242

em mim e me deu esse presente.

REFLEXÃO E DESCRIÇÃO DO MEU

ENSINO MÉDIO:

Como foi sua relação com o

conhecimento? Foi uma relação de

autoria ou submissão?

Minha relação com conhecimento foi

uma relação de autoria, pois como

podemos ver, no 1° momento marcante,

eu não me arrependi de ter feito o que

fiz.

estudos...

- Juntamente com

meu pai tomou a

decisão.

- Se eu

continuasse

melhorando a

cada dia na

escola, eles me

presenteariam

com minha

viagem de

formatura.

- Foi o que

ocorreu.

- Viajei com meus

amigos e com

minha

professora...

- Minha mãe

sempre foi

insegura.

- Nunca foi de me

deixar sair nem

para ir ao

shopping com

minhas amigas.

- De tão

orgulhosa, ela

confiou em mim.

243

- 2007 – Conheço

meu pai...

- 2011 – Sou

expulsa e entro

em uma escola

onde vivo

momentos

incríveis.

- Conheço

pessoas

maravilhosas.

- 2012 – Meu

namoro de

colégio que não

vai para a frente.

- Pessoas

maravilhosas...

- 2013 - Minha

mãe passa a se

orgulhar e confiar

mais em mim.

- Obtenho a

vitória de ser

aprovada direto...

- Pessoas

maravilhosas...

- Musica Valeu

amigo...

- Minha viagem

244

de formatura.

NARRADOR 34

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

Um dos momentos marcantes na minha

vida escolar, foi quando eu estava no

ensino fundamental, e fui com minha

família viajar para o Líbano passar

alguns meses lá, na época pensei em

parar de estudar pois eu não tinha o

apoio da minha família, mas uma amiga

minha da escola me incentivou a não

desistir e acabei continuando os estudos

na volta da minha viagem.

Um segundo momento marcante foi a

Em 2003, com 19 anos acabei me

casando, foi um momento importante mas

não charneira, depois tive os meus dois

filhos que foi uma grande realização. Após

o nascimento do meu primeiro filho em

2005 com o apoio do meu marido decidi

concluir os meus estudos terminando o

ensino médio, mas parei por aí. Com

nascimento da minha segunda filha em

2008, minha irmã mais velha que morava

no Líbano separou-se do marido e retornou

ao Brasil com seus 2 filhos, fixando

No filme a colcha de retalhos, eu me

identifiquei com a cena da ventania,

devido as mudanças causada após

esta cena. Na minha vida a ventania

foi a separação da minha irmã e

também a de meus pais, após estas

separações ocorram muitas

mudanças na minha vida.

Entendi que não temos que apenas

se dedicar a família em tempo

integral, mas também tinha que

- Quando estava

no ensino

fundamental, fui

viajar com minha

família para o

Líbano...

- Pensei em parar

de estudar, pois

não tinha o apoio

da minha família.

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento, professor e

consigo.

- Dificuldade de aprendizagem.

245

morte de uma colega de escola e que na

época me abalou bastante pois foi a

primeira vez que tive contato com a

morte de alguém.

O terceiro momento marcante foi quando

estava no ensino médio e mudei de

escola. O ensino dessa escola era muito

diferenciado da minha outra pois a

metodologia de ensino deles era bem

mais difícil e forçada.

Outro fato que me desanimava era por

eu ser muito tímida não consegui fazer

amizades e também adicionando o fato

de minha família não me apoiar nos

estudos o resultado desses fatores me

fez acabar desistindo de continuar a

escola.

Minha relação com o conhecimento e

com oprofessor oi de submissão, pois

sempre fui muito tímida e nunca procurei

mudar minhas maneiras e atitudes e isso

acabou me atrapalhando. Apesar desses

pontos negativos sempre fui uma aluna

disciplinada nos estudos e procurei tirar

sempre notas boas.

residência aqui.

Ela decidiu começar uma nova fase de sua

vida voltar a estudar iniciando faculdade

depois de tantos anos e em 2014 vendo a

determinação dela em estudar para ter sua

independência e umaprofissão decidi

seguir seu exemplo e iniciei junto com ela

esse ano a faculdade.

Esse foi um momento charneira e

importante da minha vida.

dedicar um tempo para mim e pensar

em um futuro profissional. Temos que

saber conciliar os dois juntos.

- Uma amiga

minha me

incentivou a não

desistir...

- A morte de uma

colega de escola

e que na época

me abalou

bastante...

- No ensino

médio mudei de

escola.

- O ensino dessa

escola era muito

diferenciado da

minha outra.

- A metodologia

de ensino era

bem mais difícil e

forçada.

- Por eu ser

tímida não

consegui fazer

amizades.

- Adicionando o

fato de minha

família não me

apoiar nos

estudos...

- Sempre fui

muito tímida e

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade

- Timidez;

- Carência afetiva

- Importância da família;

- Mágoa;

- Separação;

- Perda;

- Necessidade de aceitação.

- Casamento;

- Maternidade;

- Superação.

NARRATIVA FÍLMICA:

- Consciência de si e do outro.

Identificação com personagens do

filme

246

nunca procurei

mudar minhas

maneiras e

atitudes e isso

acabou me

atrapalhando.

Em 2003 com 19

anos acabei me

casando.

- Momento

importante, mas

não charneira.

- Depois tive

meus dois filhos

que foi uma

grande

realização.

- Após o

nascimento do

meu primeiro

filho, em 2005

com o apoio do

meu marido

decidi concluir

meus estudos...

- Terminando o

ensino médio,

mas parei por ai.

- Com o

nascimento da

minha segunda

filha, em 2008,

247

decidi me dedicar

a família.

- Em 2012 minha

irmã que morava

no Líbano

separou-se....

- Em 2014 vendo

a determinação

dela em estudar

para ter sua

independência...

- Decidi seguir

seu exemplo e

iniciei com ela

esse ano a

faculdade.

- Um momento

charneira e

importante da

minha vida.

- Me identifiquei

com a cena da

ventania, devido

as mudanças

causadas após

esta cena.

- Na minha vida a

ventania foi a

separação da

minha irmã e

também de meus

248

pais...

- Entendi que não

temos que

apenas se

dedicar a família

em tempo

integral.

- Também tinha

que dedicar um

tempo para mim

e pensar em um

futuro

profissional.

NARRADOR 35

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

249

Fui uma aluna desatenta, tinha muito

sono, pois trabalhava 12horas no

sábado, mais 12 no domingo e só

descansava as segundas feiras e

coloquei como prioridade ajudar dentro

de casa, eu era submissa e limitada aos

pedidos dos professores, não me

aprofundava no ensino e tinha muita

dificuldade de aprendizado, tinha muitas

aulas vagas e não ligava para os

estudos, depois de um tempo eu conheci

na escola que eu estava quase

concluindo o terceiro ano do ensino

médio, um professor chamado Rafael,

estagiário, estava trabalhando como

eventual, me apaixonei e estamos

casados.

O que aprendeu?

Não pode desistir de buscar melhorias

contínuas no momento atual que está se

vivendo, no ensino médio vivi momentos

de necessidades, dificuldades, paixões,

amizades que marcaram, me

transformoue contribuiu na pessoa que

sou hoje.

Aprendi que devemos dedicar e focar

nas nossas metas e objetivos, dar valor e

ter gratidão ao momento atual que está

vivendo, viver com intensidade os

nossos valores e tirar o melhor de cada

etapa, como um aprendizado, pois lá na

frente que entenderemos o quão foi

importante passar por isto, é um

No período que eu tinha 13 anos me traz

muito desconforto, pois foi uma fase difícil,

meus pais se separaram, não existia mais

nada entre eles, minha família acabaria ou

continuaríamos mesmo com este buraco, e

foi isto que aconteceu continuamos sem

meu pai, mais doía na gente, ainda mais

em meus irmãos, que passaram por muitos

problemas de aceitação.

Aí veio as dificuldades financeira e as

humilhações do meu avô, pois morávamos

em cima da casa dele, depois de altos e

baixos, foi o momento de trabalhar, não

deu certo, foi quando a minha tia Simone

me convidou para morar com ela, assim

cuidaria da minha prima de 7anos e talvez

teria uma vida um pouco melhor, mudei de

escola, me sentia sozinha nos primeiros

dias, era excelente a escola, porém eu não

estava bem no aprendizado, não

conseguia acompanhar, eu precisava me

dedicar e não era isto que procurava

naquele momento.

Voltei a morar com a minha mãe após 10

meses, ao sair da escola que eu achava

um modelo para se aprender, pois existiam

professores excelentes e viviam para isto,

e por força maior eu me despedi desta

escola, senti muita falta de tudo e culpa por

não ter aproveitado e dado o meu melhor.

Finn era uma jovem prestes a casar,

foi convidada a um encontro de

amigas que estavam fazendo uma

colcha de retalhos para presenteá-la.

A Jovem no encontro observava a

mentora responsável em conduzir a

criação da colcha que falava para

todo o grupo: O desafio de fazer a

colcha assim é que cada quadrado é

feito por mãos diferentes em um

desenho balanceado e harmonioso,

primeiro tinha que encontrar um tema

para colcha, logo ela falou: “Onde

reside o amor”.

Era início da manhã e a Finn teria

mais um encontro, as mulheres

chegaram e compartilhavam as suas

histórias, momentos de trocas,

identificação, atritos, idas, vindas,

perdão, amor, experiências,

saudades e gratidão; Fin continuava

observando e ouvindo tudo que

podia, durante a costura da colcha

haviam momentos de encontros e

desencontros de ideias, lagrimas e

risos.

Neste meio tempo ela se sente

atraída por um desconhecido, criando

dúvida em seu coração e no que

fazer, mais precisavam ser

esclarecidas.

Em um dia sem esperar, a sua mãe

- Uma fase muito

difícil meus pais

se separaram...

- Doía muito na

gente, ainda mais

em meus irmãos,

que passaram

por muitos

problemas de

aceitação.

- Aí veio as

dificuldades

financeiras e as

humilhações de

meu avô...

- Depois de altos

e baixos, foi o

momento de

trabalhar...

- Minha me

convidou para

morar com ela,

assim...

- Mudei de

escola, me sentia

sozinha nos

primeiros dias.

Era excelente a

escola, porém eu

não estava bem

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento, professor e

consigo.

- Dificuldade de aprendizagem.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade

- Limitação;

- Carência afetiva

- Importância da família;

- Separação;

- Necessidade de aceitação;

- Paixão;

- Casamento.

NARRATIVA FÍLMICA:

- Consciência de si e do outro.

250

presente embrulhado com o problema.

Como aprendeu?

Foram momentos de necessidades,

passei por muitas dificuldades com os

estudos, por não me dedicar e o

sofrimento foi maior, porque tinha

momentos que eu tirava notas baixas e

quase repeti de ano.

vai até o seu encontro para anunciar

que voltará a ficar com o seu pai e

que acreditava no casamento, isto

tudo mexe com a cabeça e

sentimentos Dela, pois tinha consigo

a crença sobre palavras mal

interpretadas no passado quando

acompanhou a separação de seus

pais, neste momento ela se entrega

em sentimento para a mãe e vai se

entregar ao relacionamento que tanto

tinha medo.

A colcha de retalhos foi concluída

pelas amigas, ali naquela colcha,

tinha a historia de cada uma, união

de historias muito bem costurada; Fin

coloca a colcha nas costas e vai para

fora de casa, respira o ar, com o

vento vem ao seu encontro, surge um

corvo que a conduz até um carro

muito conhecido, lá estava o seu

grande amor.

Foi importante assisti-lo Por quê?

Importante conhecer as historias de

vida das pessoas, pois cada individuo

traz consigo a sua historia de vida,

por este motivo que somos diferentes

e buscamos a todo o momento

estarmos em comunhão com aquilo

que acreditamos como verdade,

porém nem sempre o que

acreditamos trata-se de uma verdade,

vai depender do ponto de vista de

cada um, interpretação dos fatos e

no aprendizado...

- Eu precisava

me dedicar e não

era isto que eu

procurava

naquele

momento.

- Voltei a morar

com minha mãe

após 10 meses.

- Ao sair da

escola que eu

achava um

modelo para se

aprender...

- Fui uma aluna

desatenta, tinha

muito sono...

- Coloquei como

prioridade ajudar

em casa.

- Eu era

submissa e

limitada aos

pedidos dos

professores, não

me aprofundava

no ensino e tinha

muita dificuldade

de aprendizado...

- Decidi parar de

Identificação com personagens do

filme

251

crenças. É importante mergulhar

dentro de si mesmo e se conhecer,

conhecer os seus valores e missão,

não deixar o seus sonhos morrerem

devido as historias de vida de outras

pessoas, cada um constrói a sua

história e desenha a sua própria vida.

estudar.

- Minha tia

conversou

comigo e

continuei com os

estudos...

- Um professor

chamado Rafael

estava

trabalhando como

eventual, me

apaixonei e

estamos

casados.

-Aprendi que não

pode desistir de

buscar melhoras

contínuas no

momento atual

que esta se

vivendo...

- Devemos

dedicar e focar

nas nossas

metas e

objetivos...

- Viver com

intensidade os

nossos valores

tirar o melhor de

cada etapa como

um aprendizado...

252

- Passei por

muitas

dificuldades com

os estudos.

- Por não me

dedicar e o

sofrimento foi

maior.

- Tinha

momentos que eu

tirava notas

baixas e quase

repeti de ano.

- Finn era uma

jovem prestes a

se casar...

- O desafio de

fazer uma colcha

é que cada

quadrado é feito

por mãos

diferentes...

- Finn pesquisava

e escrevia uma

tese sobre os

trabalhos

manuais das

mulheres...

- Momentos de

trocas de

identificação,

atritos,idas e

253

vindas...

- Durante a

costura da colcha

haviam

momentos de

encontros e

desencontros...

- Se sente atraída

por um

estranho...

- Sua mãe vai até

seu encontro

para anunciar

que voltará a ficar

com seu pai e

que acreditava no

casamento...

- Isso tudo mexe

com a cabeça

dela...

- Tinha consigo a

crença sobre as

palavras mal

interpretadas no

passado quando

acompanhou a

separação de

seus pais...

- A colcha de

retalhos foi

concluída pelas

254

amigas.

- Tinha história de

cada uma, uma

união de histórias

muito bem

costuradas.

- Finn coloca a

colcha nas costas

e vai para fora de

casa, respirar o

ar...

- Um corvo a

conduz até um

carro muito

conhecido.

- Lá estava o seu

grande amor.

NARRADOR 36

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

Meu pai, desde o meu nascimento,

Quando eu mudei de casa, meus pais

O filme Colcha de Retalhos narra à

- Meu pai sempre

255

sempre trabalhou muito para dar a mim,

a minha mãe e a minha irmã um bom

sustento. Minha mãe sempre foi Dona de

casa, pois decidiu que quando

tivessefilhos, não trabalharia, pois queria

dedicar seus cuidados á nós.

Morávamos numa casa singela, onde

construí minha infância inteira até os

meus 12 anos, porém, o grande sonho

do meu pai era conquistar devido ao seu

esforço, uma casa maior. E foi essa a

grande mudança. Ele então começou a

correr atrás disso, comprou terreno, e

construiu. Quando eu tinha 14 anos, nos

mudamos o que ocorreu uma grande

mudança na minha vida. Perdi todos os

meus amigos, minhas lembranças que

estavam presas na onde eu morava.

Familiares que moravam perto, com

primos e primas, eu nunca me sentia só,

pois sempre tinha alguém com quem

brincar conversar etc.Com esta mudança

brusca na minha rotina, acabei entrando

em uma fase de depressão, que até

hoje, eu não esqueço. Sentia-me só.

Minha mãe triste com o que havia

acontecendo, me encaminhou ao

Psicólogo, que ajudou muito. E com o

passar do tempo, consegui me

acostumar com o lugar, e as novas

pessoas que agora me rodeiam.

O nascimento da minha irmã foi um dia

muito especial para mim. Até 9 anos de

idade sempre fui sozinha, e sempre pedi

uma irmã para os meus pais, foi então

que minha irmã nasceu. Desde então

foram me matricular em uma nova escola.

Eu sempre fui meio medrosa com as

coisas, e neste caso, não seria diferente.

Com 14anos , de fato eu ainda estava no

ensino Fundamental, então entrei numa

escola ótima, onde fiz boas amizades e

aprendi muito, porém, esta escola, era

muito longe daminha residência e não

tinha ensino médio incluído, então já que

eu iria pra outra escola de qualquer

maneira, meus pais decidiram me

matricular numa escola perto de minha

casa para continuar o ciclo. Nunca tive

problemas com escola e estudo, pois,

sempre fui bastante disciplinada, até mais

do que eu queria, nunca tive problemas

com professores e sempre tirei boas notas

na escola. Entrei no meio do ano e estava

na 8 série /9 ano, foi um ano que não se

tronou bom para mim, pois, a escola não

tinha boas influências, me lembro como se

fosse hoje, que no primeiro dia de aula

algumas meninas “ encrenqueiras” me

empurraram da escada e ficaram chutando

o meu pé quando eu estava subindo à

sala de aula, para que eu tropeçasse e

caísse.

Foi então que o medo passou a se tornar

meu companheiro de todos os dias, a

tristeza de ir aquela escola me

acompanhava e todos os dias eu acordava

chorando, com medo de como seria no

decorrer dos dias. Uma cena, que retrata

muito bem o meu medo, foi quando eu

estava fazendo lição e a menina da minha

sala, esfarelou o giz em suas mãos, e

história de Finn, que é pedida em

casamento, e vai para casa de sua

avó, a fim de ter tempo e espaço

suficiente para terminar a sua tese de

conclusão de curso.

Na casa de sua avó trabalha um

grupo de mulheres, com o objetivo de

criarem, tecerem a mão uma colcha

de retalhos feita a partir de momentos

que já viveram, e está colcha seria o

presente de casamento de Finn. A

Cada mulher que esteve tecendo de

vida diferente, e Finn, acaba se

envolvendo nas histórias, são elas de

amor, traição, paixões passageiras,

casamento frustrado, etc. Onde ela

está pelo fato de, ter brigado com seu

noivo por conta de estar se sentindo

sufocada, ela conheceu um homem e

acaba se envolvendo, o que a faz

pensar se realmente será uma boa

escolha o casamento, ou seja, ela

acaba se encontrando dividida entre

casar com o homem que ama, ou ter

sua liberdade.

A cada retalho tecido, Finn vai

refletindo mais sobre o quer de sua

vida.

No decorrer do filme, as diferenças

que aconteceram na vida de cada

uma vão se mostrando, e aparecendo

como uma forma de aprendizado

para Finn. Uma cena que me chamou

atenção foi que cada parte do filme

trabalhou muito

para dar a mim, a

minha mãe e a

minha irmã um

bom sustento.

- Minha mãe

sempre foi Dona

de casa...

- O grande sonho

do meu pai era

conquistar devido

ao seu esforço

uma casa maior.

- Essa foi a

grande

mudança...

- Quando eu tinha

14 anos nos

mudamos. O que

ocorreu grande

mudança na

minha vida.

- Perdi todos os

meus amigos,

minhas

lembranças que

estavam presas

onde eu

morava...

- Com essa

mudança brusca

na minha rotina,

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento, professor e

consigo.

- Dificuldade de aprendizagem.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade;

- Insegurança;

- Mudanças;

- Carência afetiva

- Importância da família;

- Perdas;

- Depressão/angústia;

- Alegria;

- Solidão;

- Insegurança;

- Amor;

- Necessidade de aceitação;

256

não me sinto mais só, ela é a minha

companheira, brigamos algumas vezes,

mas não é por isso que meu amor por

ela diminui. No começo me senti meio

esquecidapelos meus pais, mas em

nenhum momento me arrependo de ter

ela como irmã. Mesmo ela sendo mais

nova, me entende, me passa segurança,

quando se tem uma irmã aprendemos a

amar as pessoas como elas são, porque

são do jeito que são e aprendemos a

conviver com seus defeitos e conhecer

suas qualidades. Depois de saber que

tenho uma irmã do meu lado, não me

sinto mais sozinha, pois sei que ela

estará lá sempre que eu precisar.

Sempre fui muito emotiva e sentimental.

Além de muito caseira e apegada à

família, meus pais sempre me

aconselharam a esperar o rapaz certo

para namorar e ter um relacionamento.

Em 2012 conheci um rapaz, que tinha o

mesmo modelo de vida que eu e a

mesma religião, éramos da mesma

igreja. Eu sempre quis namorar um rapaz

que gostasse de mim realmente e que

me respeitasse como mulher. Pois, para

mim, o respeito e o amor estão acima de

qualquer coisa e são imprescindíveis pra

um bom relacionamento íntegro, então

começamos a namorar e estamosjuntos

a dois anos. E eu primeiramente

agradeço a Deus por estar nos

abençoando cada vez mais sempre e

nos mostrando que com respeito se

chega a qualquer lugar. Estamos sempre

começou a jogar pela minha cabeça e

enquanto eu fui ao banheiro limpar,

rasgaram a minha lição.

Meus pais sempre me ensinaram a nunca

arrumar confusão, o que acabava me

deixando com medo deles, e com medo

das garotas má da escola. Houve inúmeros

acontecimentos que todos os dias me

deixavam apreensiva no momento de ir à

aula, ou seja, eu estava sofrendo Bullyng,

sem fazer absolutamente nada para

aquelas meninas. Isto só teve um fim ,

quando finalmente, as cinco garotas

mudaram de turno, e começaram a estudar

em outro horário.

Depois deste acontecimento que no

decorrer da vida, encontramos pessoas de

todos os tipos, que nos enfrentam e nos

mantém presos de um paradigma que às

vezes achamos que não somos capazes

de resolver. Porém depois de se passarem

alguns anos, vejo esta cena como um

“Medo”, medo de mim mesma, de não

saber e nem tentar resolver esta situação.

Medo de não conseguir. A sociedade nos

enfrenta diariamente e cabe a nós tentar

passar por cima disso, em deixar os

nossos valores de lado.

apareciam coisas que se associavam

perante outras. Quando Finn se

interessou por outro homem, o objeto

era o morango que lhe causava

tentação, e logo depois a ventania, foi

como as suas idéias estavam

completamente confusas, e a

ventania lhe ajudou a esclarecê-las.

Esse filme expressa claramente a

autonomia que cada pessoa tem,

porém, trabalhando para a

coletividade. Cada pessoa que

bordava o retalho da colcha tinha

uma história de vida para contar.

Eram histórias de vida, que se

baseava em coisas boas e ruins que

aconteceram. Cada mulher que tecia

os retalhos teve pelo menos um

momento charneira em suas vidas,

que foi colocado no retalho, ou seja,

algo que as marcou profundamente.

Cada uma a seu modo, borda os

retalhos, com seus momentos mais

marcantes, e no final, são postos,

coletivamente, formando assim a

Colcha de Retalhos, que retrataram

com imagens bordados os momentos

Charneiras de sua vida.

acabei entrando

em uma fase de

depressão que

até hoje não

esqueço.

- Minha mãe triste

com o que havia

acontecendo, me

encaminhou ao

Psicólogo, que

me ajudou muito.

- Com o passar

do tempo

consegui me

acostumar com o

lugar e as novas

pessoas que

agora me

rodeiam.

- O nascimento

da minha irmã foi

um dia muito

especial...

- Até os 9 anos

de idade sempre

fui sozinha...

- Desde então

não me sinto

mais só. Ela é

minha

companheira...

- Mesmo ela

- Paixão

NARRATIVA FÍLMICA:

- Consciência de si e do outro.

Identificação com personagens do

filme

257

ajudando um ao outro a conquistar

objetivos e correndo juntos atrás de

nossos sonhos.

Em cada uma dessas cenas descritas,

absorvi muitos conhecimentos. É

necessário aceitar a mudança, e que

primeiramente a mudança deve ocorrer

dentro de nós, superei muitas coisas que

hoje, sei que se eu não tivesse passado

por tais mudanças e aprendido com as

próprias pessoas, eu não encontraria o

real significado da superação. Foram

momentos bons que trouxeram

melhorias para a pessoa que sou hoje.

Na primeira cena que descrevi, por conta

dos fatos, fui submissa ao caso, pois eu

não conseguia resolver o problema,

enquanto nas outras foram de autoria.

Porém, minha relação como aluno e

professor sempre foi de Autoria, sempre

gostei de ser boa aluna, respeitar o

espaço de aluno- professor, e ser não só

aluna, ser também uma amiga, pois da

mesma forma que o aluno quer contar

com o professor quando necessita, o

professor quer ter essa segurança de

contar com o aluno.

sendo mais nova,

me entende, me

passa

segurança...

- Sempre fui

muito emotiva e

sentimental.

- Em 2012

conheci um

rapaz...

- Eu sempre quis

namorar um

rapaz que

gostasse de mim

realmente e que

me respeitasse

como mulher.

- O respeito e o

amor estão acima

de qualquer coisa

e são

imprescindíveis

para um bom

relacionamento.

- Eu

primeiramente

agradeço a Deus

por estar nos

abençoando...

- Estamos

sempre ajudando

um ao outro a

258

conquistar

objetivos e

correndo juntos

atrás de nossos

sonhos.

- É necessário

aceitar a

mudança, e que

primeiramente a

mudança deve

ocorrer dentro de

nós.

- Superei muitas

coisas...

- Porém minha

relação como

aluna e com o

professor sempre

foi de autoria.

- Sempre gostei

de ser boa aluna,

respeitar o

espaço de aluno-

professor...

- Eu sempre fui

meio medrosa

com as coisas...

- Com 14 anos de

fato eu ainda

estava no ensino

fundamental...

259

- Nunca tive

problemas com a

escola e estudo,

pois sempre fui

bastante

disciplinada...

- Nunca tive

problemas com

professores e

sempre tirei boas

notas na escola.

- Entrei no meio

do ano e estava

na 8º série/ 9º

ano. Foi um ano

que não se

tornou bom para

mim...

- Foi então que o

medo passou a

ser meu

companheiro...

- Meus pais me

ensinaram a

nunca arrumar

confusão...

- Isto só teve fim

quando

finalmente as

cinco garotas

mudaram de

turno...

260

- Aprendi que no

decorrer da vida

encontramos

pessoas de todos

os tipos, que nos

enfrentam a nos

mantém presos

em um

paradigma que as

vezes achamos

que não somos

capazes de

resolver.

- A sociedade nos

enfrenta

diariamente e

cabe a nós tentar

passar por cima

disso, sem deixar

os nossos valores

de lado.

- Finn é pedida

em casamento e

vai à casa de sua

avó...

- Um grupo de

mulheres.

- Tecerem a mão

uma colcha de

retalhos feita a

partir de

momentos que já

viveram...

261

- Cada mulher

que esta tecendo

a colcha tem uma

história de vida

diferente...

- As histórias são

de amor, traição,

paixões

passageiras,

casamento

frustrado, etc.

- A cada retalho

tecido Finn vai

refletindo mais

sobre o que quer

de sua vida...

- Uma cena que

me chamou a

atenção foi que

cada parte do

filme apareciam

coisas que se

associavam

perante outras.

- Quando Finn se

interessou por

outro homem, o

objeto era o

morango que lhe

causava

tentação...

- O filme

expressa

262

claramente a

autonomia que

cada pessoa tem,

porém

trabalhando para

a coletividade...

- As histórias de

vida, que se

baseava em

coisas boas e

ruins.

- Cada mulher

que tecia os

retalhos teve pelo

menos um

momento

charneira em

suas vidas...

- No final são

postos

coletivamente,

formando assim a

Colcha de

Retalhos.

- Retratam com

imagens

bordadas, os

momentos

charneiras de

suas vidas.

NARRADOR 37

263

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

Em 1985, quando estava cursando o 1

ano do ensino médio aos 18 anos,

mudamos de residência, pois

morávamos em casa alugada. Eu e

minha irmã, Maria, ficávamos, todas as

tardes, conversando e sentadas na

calçada. Sempre gostei muito de falar e

cumprimentar as pessoas. Em um belo

dia passou um rapaz, cumprimentei-o

dando boa tarde e fiquei observando-o.

No dia seguinte na mesma hora ele

passou novamente e descobri que se

chamava Paulo e morava bem perto da

minha residência. Começamos a ficar

mais próximos um do outro. Tudo muito

rápido. De repente, já estávamos

namorando. O que mais me encantava

no Paulo era o seu jeito de olhar, pois

transmitia muita confiança. Ele já tinha

terminado o ensino médio e, no ano

seguinte, prestara vestibular para uma

universidade pública, mas, infelizmente,

não logrou o êxito. No mesmo ano, tendo

em vista a dificuldade no mercado de

trabalho, pois em Timbaúba, havia

poucas opções de emprego, resolver a

viajar para São Paulo. Assim o fez, em

Vou contar um pouco da minha história.

Nasci em uma cidade do interior

pernambucano de nome Timbaúba Sou a

oitava filha de uma família pobre de 12

filhos. Não foi nada fácil, para minha mãe

cuidar de tantos filhos com poucos

recursos, pois meu pai era pedreiro e

minha mãe costureira.

À época, eram muitas as dificuldades,

entre as quais: saúde, educação e

moradia.

O salário do meu pai era insuficiente para

o sustento da família, contando assim com

a ajuda da minha mãe costurando para a

vizinhança. Muitas vezes, ela varava a

noite costurando, porque queria que todos

os filhos estudassem. Confesso que

poucos foram os que chegaram a

completar o ensino médio, apesar de todo

o esforço de minha mãe.

Foram muitos anos de dificuldades,

somente começando a mudar nossas vidas

quando o meu irmão mais velho iniciou a

trabalhar. Ele sempre foi uma pessoa

determinada e decidida e era com ele que

A narrativa não faz relação com o

filme.

- Vou contar um

pouco da minha

história.

- Cidade do

interior de

Pernambuco...

- Sou oitava filha

de uma família

pobre de 12

filhos.

- Não foi nada

fácil para minha

mãe cuidar de

tantos filhos com

poucos recursos.

- Meu pai era

Pedreiro e minha

mãe Costureira.

- O salário do

meu pai era

insuficiente para

o sustento da

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento, professor e

consigo.

- Dificuldade de aprendizagem.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade;

- Insegurança;

- Mudanças;

- Carência afetiva

- Importância da família;

- Alegria;

264

fevereiro de 1986. Continuamos a

namorar, comunicando-nos por carta.

Dois meses depois, para minha

surpresa, escreveu para a mãe dele e

pediu que falasse com os meus pai e

solicitasse a permissão para eu vim

morar em São Paulo na casa da irmã

dele onde ele estava.

Meus pais consentiram. Já havia

começado o ano letivo, então tive de

deixar a escola, família e amigos e partir

para uma nova vida e era o que mais

desejava neste momento.

Cheguei em São Paulo no dia do

aniversário de Paulo. Tudo muito

diferente da vida em Pernambuco.

Cidade grande. Não sabia me locomover

nessa Selva de Pedra. Tiver de aprender

a andar sozinha para ir à procura de

emprego, mas, no início, Paulo antes de

trabalhar, deixava-me nos locais de

emprego e isso ele fez com muita

paciência. No início, confesso que foi

difícil a convivência com pessoas que eu

não conhecia.

Acredito que sempre na nossa

imaginação acreditamos que a tudo vai

ser lindo, porque é isso que queremos e

esquecemos que na vida não é só

maravilha e que há obstáculos para

superarmos. Consegui um emprego, mas

logo descobri que estava grávida do meu

primeiro filho e tive que mudar outra vez

o que pretendia fazer, pois voltei à casa

minha mãe podia contar em todos os

momentos.

Teve início uma mudança significativa na

minha vida, porque meu irmão começou a

ajudar financeiramente a todos, o que até

hoje continua fazendo, inclusive

orientações e palavra de conforto. Cheguei

a pensar, muitas vezes, que esse meu

irmão seria a pessoa que eu gostaria de

me espelhar.

família...

- Foram muitos

anos de

dificuldades...

- Uma mudança

significativa na

minha vida,

porque meu

irmão começou a

ajudar

financeiramente a

todos...

- Esse meu irmão

seria a pessoa

que eu gostaria

de me espelhar.

- Em 1985,

quando eu estava

cursando o 1º

ano do ensino

médio, aos 18

anos, mudamos

de residência.

- Eu e minha irmã

Maria ficávamos

todas as tardes

conversando e

sentadas na

calçada...

- Um belo dia

passou um

- Amor;

- Necessidade de aceitação;

NARRATIVA FÍLMICA:

265

dos meus pais em Timbaúba; não dava

para continuar grávida na casa da minha

cunhada e sem trabalhar.

Quando eu estava com oito meses de

gravidez, Paulo veio a Pernambuco de

férias e casamos. Ele retornou a São

Paulo, antes do nosso filho nascer.

Quando meu filho estava com três

meses, voltei a São Paulo, Desta vez,

passamos pouco tempo na casa da irmã

dele e logo fomos morar em uma casa

alugada.

Tivemos que aprender a conviver um

com outro. Passamos por dificuldades

financeiras, momentos de tristezas,

saudades e frustrações.

Hoje tenho 27 anos de casada, três filhos

e uma neta

Compreendi que nem sempre o que

imaginamos ser é o melhor pra nossas

vidas e que as dificuldades que passei,

faz-me ver a vida com mais prudência e

sabedoria.

rapaz...

- Começamos a

ficar mais

próximos um do

outro...

- De repente

estávamos

namorando.

- O que mais me

encantava no

Paulo era seu

jeito de olhar,

pois transmitia

confiança...

- Paulo resolveu

viajar para São

Paulo a procura

de ofertas de

emprego.

- Continuamos a

namorar,

comunicando-nos

por carta...

- Dois meses

depois, para

minha surpresa...

- Solicitasse a

permissão para

eu vir morar em

São Paulo...

266

- Meus pais

consentiram.

- Já havia

começado o ano

letivo, então tive

de deixar a

escola, família e

amigos...

- Era o que eu

mais desejava no

momento.

- Cheguei a São

Paulo... Tudo

muito diferente da

vida em

Pernambuco...

- Tive que

aprender a andar

sozinha para ir a

procura de

emprego...

- Confesso que

foi difícil a

convivência com

pessoas que eu

não conhecia.

- Na nossa

imaginação

acreditamos que

tudo vai ser lindo,

porque é isso que

queremos e

267

esquecemos que

na vida não é só

maravilha...

- Consegui um

emprego, mas

logo descobri que

estava grávida...

- Tive que mudar

outra vez o que

pretendia fazer...

- Voltei para a

casa dos meus

pais em

Timbaúba...

- Com oito meses

de gravidez Paulo

veio à

Pernambuco de

férias...

- Ele retornou

antes de nosso

filho nascer.

- Quando meu

filho estava com

três meses, voltei

à São Paulo...

- Tivemos que

aprender a

conviver um com

o outro.

268

- Passamos por

dificuldades

financeiras,

momentos de

tristezas,

saudades e

frustrações.

- Hoje tenho 27

anos de casada,

três filhos e uma

neta.

- Compreendi que

nem sempre o

que imaginamos

ser, é o melhor

para nossas

vidas e que as

dificuldades que

passei, faz-me

ver a vida com

mais prudência e

sabedoria.

NARRADOR 38

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

269

Na escola em que estudava no Rio de

Janeiro era muito rígido, era particular,

usava uniforme e o sapato que tínhamos

que usar se chamava kichute,

normalmente usado em todas as escolas

do Rio de Janeiro.

Quando minha mãe foi fazer a matrícula

na escola aqui de São Paulo, foi dito que

ela que eu teria que usar calça e

camiseta branca, mas nada foi dito em

relação ao sapato. No primeiro dia de

aula fui à escola do jeito que exigiram e

com o kichute, peça do uniforme que eu

já havia até trazido na mudança. E lá fui

eu já toda nervosa por ser uma situação

nova, por não conhecer ninguém.

Comecei a perceber que todos olhavam

diferente para mim e assim passoua

aula, fui para casa pensando que nunca

deveria ter mudado para cá. No outro dia

começou a piorar, os olhares diferentes

ficaram mais insistentes e ostensivos,

ate que descobri que o motivo era o meu

kichute. Foi então que descobri que aqui

em São Paulo não era costume usar

esse tipo de calçado na escola. O

choque cultural foi muito grande, me

sentia como uma intrusa aqui em São

Paulo, sentimento que ainda hoje me

aflora em algumas situações, sinto que

foi de total submissão, tive uma boa

relação com o professor, me adaptei

bem com o que era proposto sem ala de

Quando nasci, meu pai disse a minha mãe

que colocaria meu nome de Ana Paula, e

assim foi ao cartório, quando voltou me

apresentou a ela como Verônica, mas o

porquê desta mudança nunca ninguém

soube me explicar. Isso aconteceu no Rio

de Janeiro no dia 15/07/1979.

Vivi com os meus pais até os 5 anos de

idade. Pena não ter muitas lembranças

desse período. Foi então que tudo

começou a mudar, alguns acontecimentos

fizeram com que eles se separassem e

então passei a viver em outra casa com

minha mãe e avó. Com isso passei a ver a

figura do pai completamente diferente,

tinha um sentimento em relação a ele que

até hoje não sei explicar, e falando sobre

isso vem o sentimento novamente, sinto

como se ele fosse intocável, quando era o

dia dele ir me visitar, sentia um frio na

barriga, hoje em dia isto já diminuiu

O tempo foi passando e quando estava

com 12 anos minha mãe resolvei se mudar

para São Paulo a procura de novas

oportunidades, pois minha tia e meu tio já

moravam aqui. Não recebi muito bem a

noticia, naquele momento entendia como

se o mundo fosse acabar, me perguntava

como seria deixar minha casa, amigos,

escola, a cidade em que vivia, mas vim.

Quando cheguei, isolei-me, achava muito

diferente do cenário que vivia, ainda

faltavam 2 meses para o início das aulas e

A narrativa não faz relação com o

filme.

- Quando nasci

meu pai disse a

minha mãe que

colocaria meu

nome de Ana

Paula...

- Vivi com meus

pais até os 5

anos de idade.

Pena não ter

muitas

lembranças

desse período.

- Passei a viver

em outra casa

com minha mãe e

minha avó.

- Com isso passei

a ver a figura do

pai

completamente

diferente...

- Sinto como se

ele fosse

intocável, quando

era o dia de ele ir

me visitar, sentia

frio na barriga,

hoje em dia isto

diminuiu.

- O tempo foi

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento, professor e

consigo.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade;

- Insegurança;

- Mudanças;

- Carência afetiva

- Importância da família;

- Separação;

- Referência do pai;

- Perdas;

- Choque cultural;

- Desilusão;

- Sofrimento;

- Necessidade de aceitação;

270

aula, maslogo depois a situação

começou a mudar um pouco, já não era

mas aquela aluna aplicada e que sempre

tirava nota boa, parecia que queria

chamar atenção de algum jeito e

comecei a ficar rebelde, não queria ser

mais considerada aquela bobona que

eles achavam, ficavam tirando sarro do

jeito que eu pronunciava as palavras

falava, ficavam pedindo para pronunciar

palavras que puxavam mas no S,

Caracteristicas da fala do carioca, isso

fazia cada vez mas me sentir uma

intrusa. Fui me adaptando, o tempo foi

passando, terminei o ensino fundamental

e na hora de fazero ensino médio, optei

por fazer o técnico que era junto com o

magistério, com um ciclo de 4 anos. Mas

só fiz os 3 anos que me dariam o

certificado de conclusão do ensino

médio, pois sentido-me adulta e livre da

obediência que devia a minha mãe, aos

18 anos me casei. Até hoje me

arrependo muito é muito mesmo. Deixei

de viver muitas coisas e outras tantas

que vivi poderiam ter sido encaradas e

resolvidas de forma mais madura se eu

tivesse continuado meus estudos na

época, esse acontecimento foi de autoria

minha, tomei a decisão sozinha e sinto

que isso tem consequências até hoje,

acabei com essa atitude tendo minhas

filhas muito cedo e não tendo nenhum

preparo profissional, nunca trabalhei e

isso de vez em quando me assombra, só

agora aos 34 anos de idade me senti

segura para prosseguir com meus

nesse período me torturei muito,até chegar

o grande dia.

Aos 19 anos, em 1999, tive minha primeira

filha, que se chama Beatriz.

Tudo era muito difícil, eu não trabalhava e

o sustento da casa dependia apenas de

meumarido que exercia profissão de

motoboy, ou seja, os ganhos mal davam

para cumprir as obrigações. Em 2003, aos

24 anos, dei à luz minha segunda filha que

se chama Laura. Ainda persistia a

dificuldade financeira, mas logo depois a

situação começou a mudar, pois meu

marido trocou de profissão e optou por ser

taxista, o que começou dando muito certo

e continua até nos dias de hoje.

No ano de 2012 houve outra mudança em

minha vida, mudei novamente, dessa vez

continuei na mesma cidade, porém em

outro bairro que proporcionaria melhor

qualidade de vida para mim e minha

família. Tudo mudou para melhor e

finalmente tive a coragem de começar a

faculdade e concluir o objetivo que irá me

agregar enquanto pessoa.

Acredito que existiram dois momentos

charneira em minha vida: minha mudança

do Rio de Janeiro para São Paulo e minha

mudança de bairro. Eles foram os

responsáveis pelas transformações

ocorridas em minha vida. O primeiro me

apontando o caminho da adaptação

cultural ela qual forçosamente eu deveria

passar, o segundo me dando a

passando e

quando tinha 12

anos minha mãe

resolveu se

mudar para São

Paulo a procura

de novas

oportunidades...

- Não recebi

muito bem a

noticia...

- Me perguntava

como seria deixar

minha casa,

amigos, escola...

- Quando cheguei

isolei-me...

- Faltavam dois

meses para o

inicio das aulas...

- Na escola que

eu estudava no

Rio de Janeiro

tudo era muito

rígido, era

particular, usava

uniforme e o

sapato que

tínhamos que

usar se chamava

kichute...

- Quando minha

- Coragem.

NARRATIVA FÍLMICA:

271

estudos.

oportunidade de crescer emocional e

profissionalmente.

mãe foi fazer a

matricula na

escola de São

Paulo...

- No primeiro dia

de aula fui à

escola do jeito

que exigiram e

com o kichute...

- Comecei a

perceber que

todos olhavam

diferente para

mim...

- No outro dia

começou a piorar,

os olhares

diferentes ficaram

mais insistentes e

ostensivos...

- Descobri que o

motivo era o

kichute.

- Descobri que

aqui em São

Paulo não era

costume usar

este tipo de

calçado...

- O choque

cultural foi muito

grande, me sentia

272

intrusa aqui em

São Paulo...

- Tive uma boa

relação com o

professor, me

adaptei bem com

o que era

proposto em sala

de aula...

- Já não era mais

aquela aluna

aplicada e que

sempre tirava

nota boa...

- Parecia que

queria chamar

atenção de algum

jeito e comecei a

ficar rebelde.

- O tempo foi

passando...

- Na hora de

fazer o ensino

médio, optei por

fazer o técnico

que era junto com

o magistério...

- Só fiz três anos

que me dariam o

certificado de

conclusão do

273

ensino médio.

- Sentindo-me

adulta e livre da

obediência que

devia a minha

mãe, aos 18 anos

me casei.

- Até hoje me

arrependo...

- Deixei de viver

muitas coisas e

outras tantas que

vivi poderiam ter

sido encaradas e

resolvidas de

forma mais

madura...

- Acabei com

essa atitude

tendo minhas

filhas muito cedo

e não tendo

nenhum preparo

profissional...

- Aos 19 anos,

em 1999, tive

minha primeira

filha...

- Em 2003, aos

24 anos dei a luz

minha segunda

274

filha...

- No ano de 2012

houve outra

mudança em

minha vida...

- Tudo mudou

para melhor e

finalmente tive a

coragem de

começar a

faculdade e

concluir o objetivo

que irá me

agregar enquanto

pessoa.

NARRADOR 39

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

275

Quando estava no ensino médio minha

mãe sentia muito orgulho de mim, pois

ela não tinha tido aquela oportunidade.

Ela sempre me falava que tinha

aprendido a ler sozinha, porque a mãe

dela, ou seja, minha vó não era

alfabetizada.

Quando ingressei no ensino médio fui

mais feliz, porque tive bons professores

e dedicados, Um dos momentos mais

prazerosos na escola era o período de

campeonato, pois era uma das principais

jogadoras do meu time de vôlei. Ao

contrario do ensino fundamental, onde

não tive muito estimulo e não gostava de

ir á escola. Sentia-me excluída e

humilhada por uma professora que se

chamava Anita, não entendia o porque

dela não gostar de mim, Já que sempre

fazia as atividades que ela pedia, ás

vezes acho que ela sentia o medo que

tinha dela. Por isso, vive é todos os

momentos felizes no ensino médio

resgatando o que não vivi no

fundamental.

Sempre tive o desejo de constituir uma

família, mas minha mãe me deixava á

pensar, pois falava muito mal do

casamento, o que chamava atenção já

que não falava mal do meu pai apenas

do casamento. Muitas vezes não

entendia e cheguei até acreditar que isso

era verdade e ficava confusa, pois meu

Nasci no dia 09/04/1974, em uma

cidadezinha do interior de Aracajú-

Sergipe, minha mãe era uma mulher

guerreira, mas também muito rígidaás

vezes até com ela. Era ela que sempre

resolvia tudo que estavarelacionado com a

casa e os filhos, como escola e educação.

Fazendo seus deliciosos doces, a Maria

dos Doces como era chamada. Com a

venda desses doces comprava nossos

lápis e cadernos. Já meu pai um homem

muito trabalhador e que apesar de

trabalhar muito, sempre nos deu atenção e

nos educou.

Quando terminei o ensino médio me mudei

para São Paulo, onde conheci uma pessoa

muito importante na minha vida, o Missias.

Em pouco tempo nos casamos e tivemos

duas filhas , Paloma e Dayana. O que nos

fez muito feliz, apesar das dificuldades e

de muitas coisas que tivemos que abrir

mão, foi a melhor coisa que aconteceu em

nossas vidas. Dediquei-me só a elas

durante 18 anos, a idade da minha filha

mais velha, se me perguntassem se eu

faria tudo de novo, responderia que sim.

Hoje elas que me incentivam a fazer meu

curso de pedagogia, sinto não ter feito

antes, sempre achei que cursar este curso

era uma realidade distante, mas minhas

filhas me fizeram enxergar que nunca é

tarde para recomeçar. Hoje vivo uma nova

etapa de minha vida, mesmo com alguns

obstáculos. Mas estou seguindo em frente

A narrativa não faz relação com o

filme.

- Milha mãe era

uma mulher

guerreira...

- Meu pai, um

homem muito

trabalhador...

- Quando estava

no ensino médio,

minha mãe sentia

muito orgulho de

mim, pois ela não

tinha tido aquela

oportunidade...

- No ensino

médio fui mais

feliz porque tinha

bons professores

e dedicados.

- Um dos

momentos mais

prazerosos na

escola era o

período de

campeonato...

- Ao contrário do

ensino

fundamental,

onde não tive

muito estimulo e

não gostava de ir

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento, professor e

consigo.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade;

- Insegurança;

- Mudanças;

- Importância da família;

- Orgulho;

- Prazer;

- Perdas;

- Dificuldades financeiras.

NARRATIVA FÍLMICA:

276

pai era muito amoroso conosco e com

ela.

em busca do que sempre almejei.

Apesar de tudo depois de muitos doces

vendidos, para que pudesse ter meu

material escolar. Só tenho a agradecer

minha mãe e ao meu pai todos os anos

que eles dedicaram a mim e aos meus

irmãos. Mesmo com a vida simples que

tivemos valeu a pena porque hoje eu

posso valorizar a vida e passar isso para

minhas filhas e quem sabe um dia para os

meus netos. Que não precisamos de muito

para ser felizes. Basta amar desde o

nascer do por do sol.

a escola.

- Sentia-me

excluída e

humilhada por

uma professora...

- Sempre tive o

desejo de

construir uma

família.

- Minha mãe me

deixava a pensar,

pois falava muito

mal do

casamento...

- Chequei a

acreditar que isso

era verdade e

ficava confusa...

- Quando terminei

o ensino médio

me mudei para

São Paulo...

- Missias. Em

pouco tempo nos

casamos e

tivemos duas

filhas...

- Foi a melhor

coisa que

aconteceu em

277

nossas vidas.

- Dediquei-me só

a elas durante 18

anos...

- Hoje vivo uma

nova etapa de

minha vida...

- Só tenho a

agradecer minha

mãe e meu pai...

- Hoje posso

valorizar a vida e

passar isso para

minhas filhas.

NARRADOR 40

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

Quando estava no segundo ano do

ensino médio, com 16 anos eu tive uma

amiga chamada Danielle, ela me

convidou para a festividade de jovens da

igreja dela. Eu falei que iria na mesma

hora, mas o meu coração não tinha esse

O escudo da Fé

Quando criança eu freqüentava a igreja

evangélica por obrigação, com minha mãe.

Cantava no departamento das crianças e

participava de festividades, fazia essas

A narrativa não faz relação com o

filme.

- Quando criança,

freqüentava a

igreja evangélica

por obrigação...

- Quando fiz 12

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

278

desejo.

Esse evento seria na sexta e no sábado.

Eu falei que compareceria na sexta feira.

Então chegou a sexta, como já esperado

inventei várias desculpas e não fui.Como

havia prometido, no sábado fui.

A igreja muito grande e bonita, naquele

dia tinha uns 150 jovens no grupo da

mocidade. O culto estava rolando, as

pessoas cantavam e outras liam a bíblia.

Eu não prestava atenção nas coisas que

eram faladas, saia a todo momento para

atender o telefone, para comer ou ir ao

banheiro. Arrumava qualquer coisa para

sair um pouco da igreja, pois aquilo

estava me deixando entediada.

Na hora da palavra oficial, continuei sem

prestar atenção. Chegou um momento

que sem perceber eu estava muito

focada no que o Pastor dizia, parecia

que ele estava falando diretamente para

mim, como se conhecesse meu interior.

Ele dizia coisas que pensava porém

nunca havia falado a ninguém.

Chegou o final do culto e o Pastor

perguntou se alguém queria aceitar

Jesus Cristo como único e suficiente

salvador. Eu queria ir, mas fiquei com

muita vergonha e a Danielle veio até mim

e só com um abraço que ela me deu eu

chorava muito, chorava como uma

criança. Foi um choro sem tristeza e que

não cessava. E foi ali que me reconciliei

coisas sem vontade e ânimo. Não demorou

muito, quando fiz 12 anos de idade sai da

igreja, foi a idade em que minha mãe me

deu liberdade para decidir qual caminho

seguir.

Os anos foram se passando e eu continuei

sem me importar com igreja e questões

religiosas.

No dia 03/11/2012.

A partir desse dia eu tenho uma vida

inteiramente ligada a igreja, sou muito feliz

com Jesus. Mudei meu jeito de falar, de

ver, de se vestir e também os lugares os

quais eu freqüentava. Hoje sou

verdadeiramente feliz com a minha vida.

E através da minha fé em Jesus fui

transformada, renovada e protegida. A

minha Fé move monttanhas.

anos de idade sai

da igreja...

- Quando estava

no segundo ano

do ensino médio,

com 16 anos, eu

tive uma amiga...

- Eu falei que iria

na mesma hora,

mas meu coração

não tinha muito

este desejo.

- Como havia

prometido, no

sábado eu fui.

- A igreja é muito

grande e bonita...

- Eu não prestava

atenção nas

coisas que eram

faladas...

- Chegou um

momento que

sem eu perceber,

eu estava muito

focada no que o

Pastor dizia.

- Parecia que ele

estava falando

diretamente para,

como se

conhecimento, professor e

consigo.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade;

- Insegurança;

- Importância da família;

- Felicidade;

- Carência afetiva;

- Ingenuidade.

NARRATIVA FÍLMICA:

279

e decidi viver uma nova vida com Cristo conhecesse o

meu interior.

- Chegou o final

do culto e o

Pastor perguntou

se alguém queria

aceitar Jesus

Cristo como o

único e suficiente

salvador...

- Com uma

abraço que ela

me deu, eu

chorava como

uma criança...

- Foi um choro

sem tristeza e

que não

cessava...

- A partir desse

dia eu tenho uma

vida inteiramente

ligada à igreja.

- Sou muito feliz

com Jesus.

- Mudei meu jeito

de falar, de se

vestir e também

os lugares ao

qual freqüentava.

- Hoje sou

280

verdadeiramente

feliz com a minha

vida.

- A minha fé

move montanhas.

NARRADOR 41

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

Em meados de 1997 eu, com apenas

seis anos de idade, estudava na escola

de ensino infantil “Folhinha Verde” e, lá

tive inicio aos primeiros contatos com a

escrita e o desenvolvimento desta

habilidade. Lembro-me muito bem de

que me divertia muito. Sempre como

recreação assistíamos o Pequeno Urso,

desenho infantil que era transmitido pela

TV Cultura. O conga vermelho que usava

(tênis), a lancheirinha pequena da qual

eu utilizava, tudo muito enrraizado dentro

de mim, sem motivos aparentes, são

cenas das quais não me esqueço.

Porém. Certa ocasião algo não ocorreu

bem.

Aguardando o horário de ir embora da

creche, a professora se deparou em uma

situação em que falava as cores de alguns

lápis de cor com uma aluna pequena, eu

não sabia das cores. Isto chegou ao

conhecimento dela pois, me intrometi na

conversa dela com a estudante e errei a

cor do lápis. Ela demonstrou espanto por

eu ter errado a cor, e logo em seguida me

mostrou outro lápis. Errei novamente.

Talvez em um ato de desespero, a mesma

abriu um estojo com mais ou menos

cinqüenta lápis e os arremeçou na mesa, o

barulho foi alto deles caindo sobre a mesa

de madeira. Me desesperei, e errei todas

as sequências de cores que a amável

professora me mostrava, meu coração

O filme “Colcha de Retalhos” me

chamou a atenção devido a arte de

pintar quadros que no filme é

mostrada. A própria Colcha é uma

expressão artística, e me atrai.

Em 2008 aprendi a tocar viola, até

hoje não sei fazer direito, mas

representa para mim um cano que

conduz meus sentimentos para fora,

que alivia minhas tensões.Minha

expressão artística, e isso mudou

minha trajetória. Muitas vezes mesmo

sem fazer nada, pego meu violão e

fico quieto com ele. Quando não me

abro, quando não falo de mim, toco

meu amado violão e sei que ele serve

- Com apenas

seis anos de

idade...

- O conga

vermelho que

usava (tênis), a

lancheirinha

pequena da qual

utilizava...

- Aguardando o

horário de ir

embora da

creche, a

professora se

deparou em uma

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento, professor e

consigo.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade;

- Insegurança;

281

desparava e eu desejava ir embora

correndo daquele lugar.

Sempre me lembro desse fato, até porque

hoje em dia tenho uma séria dificuldade

em identificar as cores, até hoje não

consigo realizar esta função, e acredito

que mesmo implícito esse ocorrido gerou

uma vontade dentro de mim de ser

professor e de ter atitudes diferentes com

meus educandos.

de consolo. A arte a partir da musica

transformou-me e me deu um escape

para minhas emoções.

situação...

- Eu não sabia

das cores...

- Me intrometi na

conversa dela

com a estudante

e errei a cor do

lápis.

- Ela demonstrou

espanto por eu

ter errado a cor e

logo em

seguida...

- A mesma abriu

um estojo com

mais ou menos

cinqüenta lápis e

os arremeçou na

mesa.

- O barulho foi

alto...

- Me desesperei e

errei todas as

sequências de

cores...

- Meu coração

desparava e eu

apenas desejava

ir embora

correndo daquele

- Frustração

- Tensão;

- Medo;

- Carência afetiva;

NARRATIVA FÍLMICA:

- Consciência de si e do outro.

- Identificação com personagens

do filme

282

lugar.

- Hoje em dia

tenho uma séria

dificuldade em

identificar as

cores, até hoje

não consigo

realizar esta

função...

- Acredito que

mesmo implícito

esse ocorrido

gerou uma

vontade dentro

de mim de ser

professor.

- Ter atitudes

diferentes com

meus educandos.

O filme “Colcha

de Retalhos” me

chamou atenção

devido a arte de

pintar quadros...

- A própria

Colcha é uma

expressão

artística.

- A arte me atrai.

- Em 2008

aprendi a tocar

283

violão. Até hoje

não sei fazer

direito.

- Representa

para mim um

cano que conduz

meus

sentimentos.

NARRADOR 42

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

Bom, na minha vida escolar para ser

sincera, hoje eu vejo como fui

displicente e não levava nada à sério.

Um momento que guardo com

bastante carinho foi uma peça que

fizemos sobre Macbeth, era um drama

que acabou virando comédia, era um

grupo de mais ou menos quinze

pessoas e os ensaios eram uma

bagunça.

E por estarmos tão entusiasmados a

peça ficou muito comprida, todos

queriam um minuto de fama, mas na

E quando acabei o Ensino Fundamental,

eu só trabalhava e saia aos fins de semana

com minhas amigas, éramos em cinco

meninas. Até o dia que meu Pai veio falar

comigo sobre a influência que uma delas

tinha sobre mim, eu protegendo minha

amiga briguei feio com ele.

Fiquei sem falar com ele alguns meses,

infelizmente por ironia do destino ele foi

morto em um assalto, foi uma dor imensa,

só ai vi a besteira que eu fiz em brigar com

ele por uma pessoa passageira em minha

A narrativa não faz relação com o

filme.

- Hoje vejo como

fui displicente e

não levava nada

a sério.

- Um momento

que guardo com

bastante carinho

foi uma peça que

fizemos...

- Todos queriam

um minuto de

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento, professor e

consigo.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

284

hora da apresentação ficamos todos

muito nervosos, foi um sucesso , ao

menos fomos bem aplaudidos.

Agora me lembro bem, em química eu

era bem submissa, não entendia nada,

só na hora dos trabalhos em grupo que

conseguia tirar minhas dúvidas. Eu

trabalhava durante o dia e a noite

estudava, não pensava em fazer

faculdade estava bem cômodo.

.

vida e que ele só queria o meu bem.

A partir dai passei a valorizar mais minha

família, depois de alguns meses tive um

relacionamento conturbado, mas que me

deu um presente imenso, meu filho que ao

fazer a ultrassom, vimos que era um

menino não pensei duas vezes coloquei o

nome de Antônio Carlos o mesmo nome do

meu pai. Um mês depois do seu

nascimento tive de voltar a trabalhar, coma

ajuda daminha mãe me dediquei a dar o

melhor pra ele. Então decidimos abrir uma

loja de locação de trajes à rigor, foi quando

conheci uma pessoa muito especial que

me fez e faz muito feliz, nos casamos

tempos depois mais uma surpresa eu

estava grávida, foi uma gravidez de risco,

tanto para mim como para o bebê, foram

muitas idas e vindas do hospital até

completar trinta e sete semanas. Por

tantas coisas acontecendo não

conseguimos manter a loja, tivemos que

fechar outro baque na minha vida o fim de

um sonho, que veio acompanhada da

alegria de ter meu filho com saúde em

meus braços.

Tentei voltar a trabalhar mais como

vendedora tem de trabalhar até de sábado,

com duas crianças ficou impossível e como

Mauro já está com um ano e oito meses,

coloquei ele na creche e decidi fazer

faculdade que vai me ajudar com eles

tanto na educação como também no

convívio diário, também poder isso com

fama...

- Foi um sucesso,

ao menos fomos

bem aplaudidos.

- Me lembro bem,

em química e era

submissa.

- Só na hora dos

trabalhos em

grupo que

conseguia tirar

minhas dúvidas.

- Não pensava

em fazer

faculdade, estava

bem cômodo.

- Quando acabei

o ensino

fundamental, eu

só trabalhava e

saia aos fins de

semana com

minhas amigas...

- Meu pai veio

falar comigo

sobre a influência

de uma delas...

- Briguei feio com

ele...

- Por ironia do

que solicitou a atividade;

- Insegurança;

- Sofrimento;

- Perda;

- Dor;

- Importância da família;

- Frustração

- Casamento;

- Felicidade;

- Maternidade.

NARRATIVA FÍLMICA:

285

outras crianças me empolga bastante. destino ele foi

morto em um

assalto...

- A partir daí

passei a valorizar

muito mais minha

família.

- Tive um

relacionamento

conturbado.

- Que me deu um

presente imenso.

Meu filho...

- Vimos que era

menino.

- Não pensei

duas vezes

coloquei o nome

de Antonio Carlos

o mesmo...

- Conheci uma

pessoa muito

especial e

tempos depois

nos casamos..

- Eu estava

grávida...

- Com duas

crianças ficou

impossível...

286

- Depois decidi

fazer faculdade

que vai me ajudar

com eles tanto na

educação como

no convívio

diário...

NARRADOR 43

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

Ao relembrar momentos que foram

vivenciados em minha vida,

precisamente ao ensino médio me

recordo que teve que ser superar e ter

a capacidade de voltar a estudar pois,

alguns anos atrás havia abandonado a

escola para me casar e ser uma

esposa convencional.

Após se passarem mais de seis anos

não estava feliz com a escolha que

tinha feito, devido a frustração de

deixar meus sonhos e por não

acreditar ser mais possível recuperar-

los.

.

Fiz minha matricula no primeiro dia de aula

notei que assim como eu havia pessoas,

que se dedicaram de algumas horas do

seu dia para se dedicar a algo que

ninguém jamais nos poderia tira, o

conhecimento.

Tive o privilégio de ter excelentes

professores que realmente estavam

comprometidos a ensinar, independente do

grau deanos longe dos estudos. Foram o

total de um ano e meio de muita

dificuldade, porque assim como hoje

trabalho e estudava mas sempre, tive o

apoio da família que me incentivava a não

A narrativa não faz relação com o

filme.

- Me recordo que

teve que ser

superar e ter a

capacidade de

voltar a estudar.

- Alguns anos

atrás havia

abandonado a

escola para me

casar...

- Não estava feliz

com a escolha

que tinha feito,

devido a

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento, professor e

consigo.

- Abandono escolar.

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

287

No entanto havia algo dentro de mim

que dizia, você pode ser realmente se

der a oportunidade de caminhar em

direção ao que deseja seu coração.

Me lembro de que naquela noite quase

não consegui dormir porque dentro de

mim nascia uma nova esperança e

com ela a força pra recomeçar.

desistir

Hoje estou na faculdade e feliz por mais

essa etapa em minha vida e por lá atrás ter

voltado a acreditar em meus sonhos.

Tenho a certeza de que será difícil e que

terei que terei que passar muitas noites

noite estudando, que irei acordar cedo e

dormir tarde, mas valerá cada sacrifício

porque com seu tempo colherei os frutos e

poderei saborear o prazer da vitória e de

ter me sujeitado como mulher e como

pessoa . E pode ser que meu exemplo

sirva para alguma pessoa, como motivação

e superação. E isso que eu acredito todos

os dias!!!

frustração de

deixar meus

sonhos...

- Havia algo

dentro de mim

que dizia você

pode ser

realmente se der

a oportunidade...

- Nascia uma

nova esperança e

com ela a força

de recomeçar.

- Fiz minha

matricula...

- Tive o privilégio

de ter excelentes

professores...

- Hoje estou na

faculdade e

feliz...

- Tenho certeza

que será difícil e

que terei que

passar muitas

noites noite

estudando...

- Mas valerá cada

sacrifício porque

com seu tempo

colherei os frutos

que solicitou a atividade;

- Insegurança;

- Casamento;

- Frustração;

- Felicidade;

- Esperança;

- Recomeço.

NARRATIVA FÍLMICA:

288

e poderei

saborear o prazer

da vitória e de ter

me sujeitado

como mulher e

como pessoa.

- Pode ser que

meu exemplo

sirva para alguma

pessoa, como

motivação...

NARRADOR 44

NARRATIVA BIOGRÁFICA

CENAS DO ENSINO MÉDIO

NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA

QUADRO LINHA DA VIDA

MOMENTOS CHARNEIRAS

NARRATIVA FÍLMICA

METÁFORAS

PALAVRAS-

CHAVE

E PARÁFRASES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

Durante meu ciclo do ensino

fundamental, passei por vários

momentos maravilhosos e que

marcaram. Um deles foi quando

participei de um campeonato de

ginástica olímpica, e representei minha

escola na modalidade salto a distância

e ganhei levei a medalha, o que mais

gostava neste ciclo da minha vida

Algo que também marcou muito neste

mesmo período foi o fato de ter estudado 3

anos com a mesma professora Arací, e

quando iniciei o quarto ano, logo no

primeiro dia de aula descobri que tinha

mudado a minha professora, fiquei

extremamente desapontada perdi a

vontade de ir as aulas, ia memso por

obrigação até acostumar com a nova

A narrativa não faz relação com o

filme.

- Passei por

momentos

maravilhosos...

- Um deles foi

quando participei

de um

campeonato de

NARRATIVA BIOGRÁFICA:

- Necessidade de aprovação do

outro;

- Relação de submissão com o

conhecimento, professor e

consigo.

289

eram as atividades paralelas a aula

teórica, como a ginástica, a fanfarra, os

teatros, filmes, jogos e etc...

professora, que no fim acabei criando uma

grande afeição.

Outro momento bem marcante foi quando

iniciei o ensino médio, logo sofri um

acidente de moto e tive que ficar seis

meses ausentada, isso atrapalhou muito

minha vida escolar pois dai em diante tive

uma grande dificuldade em concluir o

primeiro colegial, tive que refaze-lo uma

vez, fiquei desgostoza por outros fatores e

acabei ficando um tempo sem estudar,

depois de um ano retomei meus estudos

mais conclui com supletivo.

Bom isso foi um pouco dos meus

momentos charneiras, minha trajetória até

concluir o ensino médio.

ginástica...

- Algo que

também marcou

muito neste

período foi o fato

de ter estudado

três anos com a

mesma

professora...

- Descobri que

tinha mudado a

minha professora,

fiquei

extremamente

desapontada...

- Quando iniciei o

ensino médio

logo sofri um

acidente...

- Fiquei

desgostosa por

outros fatores e

acabei ficando

um tempo sem

estudar.

- Depois de um

ano retomei meus

estudos, mas

conclui com

supletivo.

- Isso foi um

pouco dos meus

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:

- Transferência com o professor

que solicitou a atividade;

- Insegurança;

- Casamento;

- Frustração;

- Felicidade;

- Esperança;

- Recomeço.

NARRATIVA FÍLMICA:

290

momentos

charneiras...