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ADRIANA RODRIGUES GÓES A EDUCAÇÃO INFANTIL E O ENSINO DE ARTES ITAPETININGA JULHO - 2012

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ADRIANA RODRIGUES GÓES

A EDUCAÇÃO INFANTIL E O ENSINO DE ARTES

ITAPETININGA JULHO - 2012

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ADRIANA RODRIGUES GÓES

A EDUCAÇÃO INFANTIL E O ENSINO DE ARTES

Trabalho de conclusão do curso em Artes Visuais, habilitação em Licenciatura, do Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes da Universidade de Brasília. Orientador: Professor Mestre. Luiz Carlos Pinheiro Ferreira Tutora Orientadora: Professora Iara Carneiro Tabosa Pena

ITAPETININGA JULHO - 2012

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A EDUCAÇÃO INFANTIL E O ENSINO DE ARTES

ADRIANA RODRIGUES GÓES

Trabalho de Conclusão do Curso de Artes Visuais com Habilitação em Licenciatura,

aprovado pela banca examinadora composta pelos

Instituto de Artes

Departamento de Artes Visuais

A EDUCAÇÃO INFANTIL E O ENSINO DE ARTES

ADRIANA RODRIGUES GÓES

Trabalho de Conclusão do Curso de Artes Visuais com Habilitação em Licenciatura,

aprovado pela banca examinadora composta pelos professores:

BANCA EXAMINADORA

Luiz Carlos Pinheiro Ferreira

Professor Orientador

Iara Carneiro Tabosa Pena

Professora e Tutora Orientador

Werner Jose Lisbôa Krapf

Professor e Tutor Presencial

Itapetininga - São Paulo

2012

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A EDUCAÇÃO INFANTIL E O ENSINO DE ARTES

ADRIANA RODRIGUES GÓES

Trabalho de Conclusão do Curso de Artes Visuais com Habilitação em Licenciatura,

professores:

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AGRADECIMENTOS

DEUS

À Deus pela força de todos os dias...

FAMILIARES

Muitas vezes sem entender meus objetivos aceitaram e entenderam minha

ausência, apoiando integralmente a minha caminhada.

A minha mãe Maria de Lourdes e pai Francisco, irmã Selma, pela parceria, exemplo

de fé, doação e humildade.

Ao meu companheiro José Ernesto

Ao meu filho Mauricio

ORIENTADOR

A meu orientador Professor Mestre Luiz Carlos Pinheiro Ferreira, pelo apoio.

TUTORA ORIENTADORA

A Tutora Orientadora Profa. Iara Carneiro Tabosa Pena pela compreensão,

companheirismo e dedicação. Muito Obrigada.

AMIGAS

Patrícia Almeida

Laíz Prestes

Pela cumplicidade e carinho

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“Precisei de toda uma existência para

aprender a desenhar como as crianças”.

Pablo Picasso

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RESUMO

Este trabalho tem por finalidade apresentar uma reflexão sobre o ensino da arte nas escolas do ensino infantil, mostrar como ela é importante na formação da criança. A disciplina Artes cumpre um papel relevante no processo de formação da Educação Infantil. As aulas de Artes, assim como os professores, não têm por finalidade à formação de artistas, porém deve estimular o conhecimento e a sensibilidade dos alunos tornando-os indivíduos criativos e dinâmicos. A pesquisa também visa compreender a metodologia que os professores da Educação Infantil usam para trabalhar em sala de aula o desenvolvimento cognitivo. O desenvolvimento da pesquisa, teórica e prática pretende mostrar um recorte temporal definindo a evolução do processo de ensino e aprendizagem das artes. Estudar esse campo de conhecimento, reconhecendo os principais resultados da investigação, identificando temáticas e abordagens, bem como lacunas e campos inexplorados, abertos à pesquisa futura.

Palavras-Chave: Educação Infantil, Arte, Aprendizagem.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Pinóquio, Mascote dos “pequenos” .............................................................................. 22

Figura 2 – Explicação da Atividade ................................................................................................. 22

Figura 3 – Os “pequenos” ................................................................................................................. 23

Figura 4 – Trabalhando a bidimensionalidade e tridimensionalidade ........................................ 23

Figura 5 – Professora Adriana com a turma dos “pequenos”. .................................................... 24

Figura 6 – Modelando o Pinóquio .................................................................................................... 25

Figura 7 - Trabalhando a coordenação motora, a sensibilidade e a criatividade ..................... 25

Figura 8 – Observação e montagem do Pinóquio ......................................................................... 26

Figura 9 - Boneco finalizado, com detalhes de acordo com a história, “Nariz”. ....................... 26

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 9

2. JUSTIFICATIVA ................................................................................................................................. 11

3. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................................... 13

4. DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................................... 16

5. METODOLOGIA ............................................................................................................................... 21

6. ANÁLISE DOS DADOS ...................................................................................................................... 28

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................. 29

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................... 30

9. ANEXOS ........................................................................................................................................... 31

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1. INTRODUÇÃO

O tema que será desenvolvido neste trabalho versa sobre a Educação Infantil

e o Ensino de Artes nas escolas. A lei de Diretrizes e Bases (LDB) nº9394/96 dispõe

sobre a obrigatoriedade do ensino de artes nas séries iniciais da Educação Básica.

Poucas escolas aplicam essa determinação com as propriedades que a legislação

propõe. A maioria das instituições que tem em sua grade curricular o ensino de arte,

não o realiza, dentro do que determina as Diretrizes Curriculares. Na educação

Infantil esta disciplina muitas vezes tem como professor um profissional que não

possui uma habilitação específica em Artes. Isso acaba por prejudicar o

desenvolvimento do aluno nesse campo, pois esse profissional pode ter uma visão

distorcida do que seja o ensino de artes.

O ensino de artes na educação infantil tem como proposta contribuir para a

aprendizagem e para o desenvolvimento cognitivo. As crianças, quando estão diante

do papel, da tinta, das diversas cores, do anseio por viajar no mundo da imaginação,

do criar, do observar, enfim das diversas possibilidades expressivas relacionadas

com o campo da arte, são capazes de perceber o sentido da sua prática e porque

não dizer, da real necessidade que o ensino de artes preconiza para a educação

infantil, sobretudo, quando pensamos nos benefícios que esses materiais trazem

para o desenvolvimento das habilidades e da aprendizagem cognitiva.

O objetivo desse trabalho é enfocar a contribuição do ensino das artes no

desenvolvimento cognitivo e artístico das crianças. Pretende-se apresentar uma

exposição das diversas interpretações atribuídas aos desenhos das crianças. Uma

das propostas de se ensinar arte nas séries iniciais é despertar nos professores a

importância da arte como produtora de conhecimento, mudando a forma de pensar

arte como entretenimento.

A fase inicial das crianças é um campo fértil para o aprendizado, sendo assim,

seria imprudente não trabalhar a arte no contexto infantil, uma vez que a criança

está inserida em um mundo lúdico, onde através do fazer artístico ela expõe suas

criações, descobrindo e se redescobrindo, criando e recriando; inventando e se

reinventando. Desse modo, é através da prática artística que a criança demonstra

seu lado afetivo e cognitivo.

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É curioso quando observamos que na educação infantil todas as dinâmicas

são utilizadas como forma de despertar a criatividade das crianças. Quando se

coloca a criança em contato com os diversos materiais, percebemos um mundo de

realizações, onde ela deixa fluir a imaginação, dando forma aos seus pensamentos.

Mesmo em contato com materiais simples e até mesmo corriqueiros, as crianças

vêem a possibilidade de criar, ou seja, um simples papel vira um avião cruzando os

céus, um copinho qualquer simula uma ligação para a mamãe, enfim, diversas

criações começam a nascer.

A experiência adquirida com o estágio vivenciado em escolas de educação

infantil possibilitou o desenvolvimento dessa pesquisa, permitindo entender melhor

essa prática e as possibilidades de novas linguagens, técnicas e os objetivos ligados

a esse processo de ensino e aprendizagem.

O referencial teórico analisado para nortear a pesquisa expõe inicialmente à

abordagem do Ensino de Artes tendo por fundamentação a legislação que determina

como componente curricular e obrigatório os diversos níveis da Educação Básica,

também sobre a formação de docentes para a educação infantil. Inicialmente

enfocou-se o tema relacionando a formação inicial e a formação cultural e social que

caracterizam as práticas educativas e atuações de professores das redes de

Educação Infantil.

A revisão destacou algumas considerações acerca da construção de

conhecimento e a trajetória da inserção dessa disciplina na rotina da sala de aula e

também buscou viabilizar o diálogo entre professores e a disciplina de artes.

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2. JUSTIFICATIVA

A disciplina de artes está associada às demais atividades no âmbito escolar,

especialmente no contexto da sala de aula, é o momento de descontração, porém

quando observamos as crianças, várias questões são levantadas: o que há por trás

dessa descontração, das brincadeiras, do manuseio das tintas e das diversas formas

de desenho? É necessário descobrir e entender o universo lúdico que circunda e é

retratado através da criatividade das crianças.

Por meio da Arte é possível desenvolver a percepção e a imaginação, apreender a realidade do meio ambiente, desenvolver a capacidade crítica, permitindo ao indivíduo analisar a realidade percebida e desenvolver a criatividade de maneira a mudar a realidade que foi analisada. (BARBOSA, 2003, p.18).

A pesquisa se justifica por mostrar a importância da arte como meio de

estimular à criatividade, a imaginação, a percepção e a linguagem trabalhada em

sala de aula. Outra visão e interpretação sobre os trabalhos artísticos das crianças,

levando em consideração o processo de desenvolvimento natural é um dever de

todos os educadores da educação infantil.

Uma das principais intenções para debater esse tema é fazer com que

educadores consigam refletir as possibilidades de se incluir a arte na rotina dos

alunos de educação infantil, compreendendo as criações individuais das crianças e

estimulando a criatividade que já é tão presente. Essas criações falam muito sobre

elas mesmas e sua cultura, pois as experiências da criança, consideradas no ensino

infantil, são referências para posteriores conhecimentos.

Não basta apenas compreender a importância das artes no cotidiano da

educação infantil, se faz necessário que os educadores se mostrem abertos às

novas concepções que integram a educação infantil. Educadores preparados para a

educação infantil buscam elucidar e sanar as dificuldades que surgirão diante dessa

prática, valorizando as contribuições e as criações dos “pequenos”, visando

compreender e encontrar possibilidades de melhorias no desenvolvimento

interpessoal e cognitivo de cada criança.

É inquestionável que a arte está presente em nossas vidas desde os

primórdios, envolvendo diversos sentidos, o físico, o emocional, o intelectual e o

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moral. Possibilitando que os professores possam refletir no planejamento e na

aplicação de métodos uma vez que essa ciência está integrada as demais.

Ao longo da nossa história a arte tem nos acompanhado com as mais

diversas funções, e através dela podemos compreender como as artes visuais

podem contribuir para a construção de conhecimentos significativos na Educação

Infantil. A objetividade dessa pesquisa é de investigar como as artes visuais podem

auxiliar no processo de ensino e aprendizagem da criança durante o seu

desenvolvimento, também queremos palmear a compreensão da estrutura da

Educação Infantil partindo do referencial teórico, estimular o desenvolvimento a

curiosidade e as diversas veias que a arte proporciona ao educando.

Este trabalho de conclusão de curso será focado na Educação Infantil e o

ensino de artes. De uma forma geral, o estudo foi composto por uma revisão de

bibliografia, cujo resultado final foi uma análise dos diversos artigos e discussões

sobre o tema e terá como proposta pedagógica favorecer situações, onde a

criatividade seja incentivada e alguns conceitos de artes visuais sejam transmitidos

aos pequenos de acordo com sua capacidade intelectual e motora.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

As concepções relacionadas com o ensino de artes e o processo da

educação infantil têm um peso significativo nesse trabalho, por elucidar e identificar

um conjunto de características sobre a função das artes no cotidiano da Educação

Infantil.

A organização do ensino infantil por idade, eixos deve tornar claro os pontos

de união, intersecção para clareza dos objetivos propostos para o ensino de artes.

Um dos pontos, que foi de extrema importância para dar partida para esta

monografia, foi o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, que

possibilitou pensar e articular uma introdução para o tema. O RCNEI/1998 possui

um caráter instrumental e didático sendo o único documento que tem abrangência

nacional/MEC com orientações específicas que visam o ensino de artes visuais.

Através desse documento, visualizar-se-á suas características gerais fundamentais,

para posterior análise de seu conteúdo específico que está no subitem das artes

visuais do volume 3.

É também de suma importância a Lei nº 9394/94 – Lei de Diretrizes e Bases -

LDB - ela dita as diretrizes e as bases que compõem a organização do sistema

educacional brasileiro. Por outro lado, a Lei de Diretrizes e Bases não é detalhista.

Ela permite muita liberdade para as escolas, para os sistemas de ensino dos

municípios e dos estados, pois apenas fixa normas gerais, deixando para que cada

organismo educacional a adaptação necessária para sua aplicação em detrimento

de suas condições pedagógicas e locais.

Ainda mencionando a LDB, alguns pontos devem ser considerados como

fundamentais e importantes para os cidadãos. Dentre eles, um dos pontos a serem

destacados é a determinação de um percentual mínimo a ser investido na educação:

a União deve gastar no mínimo 18% e os estados e municípios no mínimo 25% de

seus orçamentos na manutenção e desenvolvimento do ensino público. Isto está

previsto no seu artigo 69. Outro ponto a ser destacado é a obrigatoriedade e

gratuidade do Ensino Fundamental, conforme preceitua seu artigo 4º. E por fim, uma

outra grande conquista é sobre a determinação de que a Educação Infantil - Creches

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e pré-escola - se torna oficialmente a primeira etapa da educação básica. (Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional, pág. 49, ano 2010, 5ª edição.)

Este trabalho tem por objeto a educação infantil e o ensino de artes. A

Educação infantil está definida na Seção II da Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96,

em seus artigos 29, 30 e 31:

Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

Art. 30. A educação infantil será oferecida em:

I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;

II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade.

Art. 31. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.

A inclusão da disciplina de Arte no currículo da Educação Infantil se justifica

tendo em vista o que determina a Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96 em seu artigo

26 § 2º:

Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela

§ 2o O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 2010, p.23).

Diante desse quadro vê-se a importância do ensino de artes desde o início da

vida escolar da criança. Porém as metodologias pedagógicas utilizadas na educação

infantil deixam muito a desejar. Dessa forma, este trabalho justifica-se na medida em

que deverá se constituir em uma ferramenta educacional que visará à proposição de

atividades na área de artes visuais especialmente na atividade de modelagem tendo

em vista o público da educação infantil.

Segundo Ioschpe (2010) apesar de existir divergências sobre as metodologias

utilizadas para o ensino da Arte, no Brasil, um passo importante na busca de um

piso comum foi quando o MEC (Ministério da Educação e Cultura) criou e divulgou,

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em 1997, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) para todas as disciplinas

escolares. Esse esforço pode ser notado mais recentemente através da apropriação

pelos municípios e pelo estado no sentido de que o desenvolvimento dos

referenciais curriculares seja feito de forma mais independente, porém dentro das

diretrizes propostas.

Ainda de acordo com Ioschpe (2010),

[...] houve época no Brasil em que a Arte não encontrava espaço no currículo escolar, hoje é disciplina obrigatória a partir da 5ª série do Ensino Fundamental, deve ser ministrada por professor com formação universitária específica, informado pelos PCNs que se apóiam em três vértices: a leitura da obra de arte, sua contextualização no tempo e no espaço e o fazer arte (IOSCHPE, 2010, p.1).

Dentro dessa perspectiva deve-se trabalhar a disciplina de arte no currículo

da educação infantil, de forma a propor que os conceitos já estejam presentes desde

o início da vida escolar do aluno, sempre respeitando os limites de cada indivíduo.

Segundo Alves (2011) em seu artigo “Infância e descoberta: conhecendo a

linguagem da arte, indo de encontro aos estereótipos”,

[...] a infância é uma época de descobertas, aventuras e magia para as crianças. É nesta fase, durante a educação infantil, que elas terão seus primeiros contatos com as linguagens da arte, cabendo ao professor valorizar os conhecimentos e a criatividade que elas trazem para a sala de aula e compreender a importância existente no ato de elas explorarem, pesquisarem e criarem coisas novas. O que realmente importa a elas é o brincar aprendendo, é esperar curiosamente pelo inesperado, estar envolvida com o lúdico e com a possibilidade de sonhar, pois assim, ela aprende se sentindo mais realizada e mais feliz (ALVES, 2011, p.1).

Dessa forma, o que se vê é que o ensino de arte já na educação infantil deve

ser visto de forma séria, pois isso irá influenciar de sobremaneira o seu

desenvolvimento e sua compreensão de mundo.

Além disso, o educador deve estar preocupado com a criação de

estereótipos, principalmente nas práticas pedagógicas a serem utilizadas. É preciso

compreender que o ensino de arte nessa fase da vida escolar não se resume

simplesmente a desenhar e pintar. Dentro de suas limitações a criança pode e deve

ser instigado na formação de idéias e conceitos, sempre se levando em

consideração seu estágio de compreensão e assimilação do conteúdo.

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4. DESENVOLVIMENTO

Quando se fala em artes visuais como uma linguagem a ser desenvolvida na

educação infantil isto está relacionada com práticas que buscam o desenvolvimento

das crianças nesta fase escolar. Isso pode ser observado e trabalhado

principalmente através da escultura ou modelagem, a colagem e a pintura. Essas

linguagens podem ser trabalhadas com as crianças de forma a colocá-las em

contato com sensações e experiências que possibilitem sua vivência em grupo

através de práticas criativas, onde seja permitido o desenvolvimento de sua

capacidade e de sua criatividade.

O Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil estabelece que a

prática das Artes Visuais seja incluída e abordada, fazendo parte do dia-a-dia da

vida infantil, visto que nesta faixa etária que vai dos dois até os quatro ou cinco

anos, a criança rabisca o chão, as paredes e os muros, desenha seu próprio corpo,

pinta objetos, cria sua marca. Ele também propõe que:

[...] As Artes Visuais expressam, comunicam e atribuem sentido a sensações, sentimentos, pensamentos e realidade por meio da organização de linhas, formas, pontos, tanto bidimensional como tridimensional, além de volume, espaço, cor e luz na pintura, no desenho, na escultura, na gravura, na arquitetura, nos brinquedos, bordados, entalhes etc (Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil, 1998,p.85).

Outro fator importante é definir o que vem a ser infância nesse espaço

coletivo de construção e liberdade criativa dentro de uma concepção da educação

infantil. De acordo com Rocha (1999) a infância é o período em que a criança

inserida na cultura é influenciada por ela e pelos adultos.

Dentro dessa perspectiva nota-se que a criança é um organismo da

sociedade que, apesar de sua pouca idade, procura se tornar integrante de um

sistema social. Ela possui suas próprias interpretações sobre o que a cerca, já

formula seus próprios conceitos. Isso deve ser incentivado na educação infantil e

desenvolvido principalmente na disciplina de artes. O fazer artístico deve

proporcionar a criança o rompimento de conceitos pré estabelecidos, solidificados

como correto.

Assim se tornam uma importante fonte de saberes. Dessa forma, ao analisar

com mais profundidade as artes visuais como linguagem e mecanismo propulsor da

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criatividade nas crianças se tem noção da sua efetiva importância para a educação

das crianças. Isso permite às crianças uma experiência única que fará com que seus

sentidos sejam desenvolvidos.

O contato com as artes visuais permite às crianças comparar suas próprias

obras, com as produções de outras crianças e com as obras de artistas

reconhecidos, ampliando seu campo de conhecimento de mundo, bem como sua

consciência de mundo e de cultura. Ao possibilitar a criança condições de produzir

sua arte, permite que ela formule seus conceitos e amplie sua percepção artística

sem imposições de regras e conceitos sociais. É importante oferecer para a criança

possibilidade para que ela ao produzir sua arte, quer seja na atividade de

desconstruir e construir peças, pintar, rabiscar, colar, descolar, sobrepor materiais,

ela desenvolva o gosto, o cuidado e o respeito pelo processo produtivo e de criação

como forma de se expressar e comunicar.

Assim, os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (1998)

permitem considerações importantes sobre esse aspecto:

A arte da criança, desde cedo, sofre influência da cultura, seja por meio de materiais e suportes com que faz seus trabalhos, seja pelas imagens e atos de produção artística que observa na TV, em revistas, em gibis, rótulos, estampas, obras de arte, trabalhos artísticos de outras crianças etc. Embora seja possível identificar espontaneidade e autonomia na exploração e no fazer artístico das crianças, seus trabalhos revelam: o local e a época histórica em que vivem; suas oportunidades de aprendizagem; suas idéias ou representações sobre o trabalho artístico que realiza e sobre a produção de arte à qual têm acesso, assim como seu potencial para refletir sobre ela.(…) Tais construções são elaboradas a partir de suas experiências ao longo da vida, que envolvem a relação com a produção de arte, com o mundo dos objetos e com seu próprio fazer (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, 1998, págs. 88 e 89).

Ainda mencionando os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação

Infantil (1998)

O trabalho com as Artes Visuais na educação infantil requer profunda atenção no que se refere ao respeito das peculiaridades e esquemas de conhecimento próprios a cada faixa etária e nível de desenvolvimento. Isso significa que o pensamento, a sensibilidade, a imaginação, a percepção, a intuição e a cognição da criança devem ser trabalhadas de forma integrada, visando a favorecer o desenvolvimento das capacidades criativas das crianças. No processo de aprendizagem em Artes Visuais a criança traça um percurso de criação e construção individual que envolve escolhas, experiências pessoais, aprendizagens, relação com a natureza, motivação interna e/ou externa. O percurso individual da criança pode ser significativamente enriquecido pela ação educativa intencional; porém, a criação artística é um ato exclusivo da criança. É no fazer artístico e no contato com os objetos de arte que parte significativa do conhecimento em

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Artes Visuais acontece. No decorrer desse processo, o prazer e o domínio do gesto e da visualidade evoluem para o prazer e o domínio do próprio fazer artístico, da simbolização e da leitura de imagens. O ponto de partida para o desenvolvimento estético e artístico é o ato simbólico que permite reconhecer que os objetos persistem, independentes de sua presença física e imediata. Operar no mundo dos símbolos é perceber e interpretar elementos que se referem a alguma coisa que está fora dos próprios objetos. Os símbolos reapresentam o mundo a partir das relações que a criança estabelece consigo mesma, com as outras pessoas, com a imaginação e com a cultura (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, 1998, p.91).

Dentro do disposto nos Referenciais Curriculares para Educação Infantil e

dentro das diretrizes da LDB, ao tratar especificamente da técnica de modelagem

nota-se que ao trabalhar com essa técnica o professor deve instigar a criança e

proporcionar o desenvolvimento muscular, assim como, melhorar a coordenação

motora, desenvolver a noção espacial, a memória visual, descobrir os valores

estéticos, utilizar corretamente diversos materiais no entalhe, no alto e baixo relevo,

discriminar formas e volumes, criar livremente, agir com iniciativa e sociabilidade.

Num primeiro momento isso é percebido pelas crianças como uma

brincadeira através da modelagem, da colagem e da pintura. Ao se trabalhar o jogo

de construção e desconstrução na produção, com massa, por exemplo, vai dando

forma vai sendo transformada pelo imaginário da criança e assim, ganhando novos

signos e significados.

Assim, entra em cena a criatividade e a fantasia onde a criança interliga o real

e o imaginário.

Ainda tratando sobre os conceitos e aspectos cognitivos que a atividade de

modelagem favorece ao permitir que a criança desenvolva essas habilidades através

de atividades lúdicas e brincadeiras, Vygotsky (1991), afirma que “a essência do

brinquedo é a criação de uma nova relação entre o campo do significado e o campo

da percepção visual, ou seja, entre situações no pensamento e situações reais”.

De uma forma geral, os educadores que atuam na educação infantil

necessitam desta percepção: de que o fazer artístico deve ser conduzido de forma

natural, permitindo aos pequenos o desenvolvimento de suas habilidades e de suas

percepções.

O fazer artístico nesta fase não deve estabelecer uma ligação com os

padrões ditados pela sociedade. É papel do professor, enquanto mediador e

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condutor do fio que estabelece a ligação entre os diferentes níveis de conhecimento,

procurando assim, interligá-los de forma a proporcionar a fruição do processo

criativo dentro de uma pedagogia facilitadora e que não formate um indivíduo com

pré-conceitos estabelecidos. É importante que a criança entenda e visualize sua

liberdade de criação, onde os conceitos do fazer, apreciar e da percepção sejam

intrínsecos à sua formação educacional.

Se isso for bem conduzido o processo criativo será verificado posteriormente

nas outras etapas educacionais, principalmente quando a criança entra na fase da

adolescência e o professor enfrenta grandes dificuldades para trabalhar com esse

indivíduo, sendo que o processo poderia ser altamente benéfico se a liberdade de

expressão fosse desenvolvida dentro da metodologia estabelecida pelas diretrizes

das LDB.

Assim, os “pequenos” mostram e vislumbram a existência de variados

caminhos e muitas possibilidades pedagógicas ao se trabalhar a arte dentro de suas

possibilidades atreladas a cada faixa de desenvolvimento infantil. É possível

estabelecer parâmetros educacionais e pedagógicos que permitam o trabalho destes

conceitos na Educação Infantil através de inúmeras possibilidades. Isso pode se

tornar uma prática extremamente benéfica ao se trabalhar o cotidiano das crianças

por meio das brincadeiras e das interações, além de todas as suas múltiplas

dimensões: corporal, expressivas, estética, lúdica, sexual, psicológica, social,

afetiva, cognitiva e as múltiplas linguagens possíveis: musical, plástica, corporal,

dramática, oral. Isso proporcionará às crianças a construção de suas identidades da

forma mais rica e livre possível. Tornará o espaço da escola infantil um lugar de

pertencimento e de vivências socioculturais, onde as crianças se sintam à vontade

para viajar no imaginário e construir conhecimento, caminhando para a construção

efetiva da cidadania e do bem comum.

Ao entender e compreender que a função da Arte na educação é de provocar

questionamentos e desencadear outra educação do olhar, uma educação que rompa

com os conceitos estabelecidos, com as normas e convenções sobre o próprio

mundo. Uma educação em arte que faça com que as pessoas continuem buscando

e dando sentido poético à vida, com sua leveza e instigando os pequenos a buscar e

trabalhar toda sua potencialidade criativa. Isso, de uma forma geral e ampla,

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acabará por se refletir em toda a vida escolar desse educando, possibilitando a

formação de um cidadão mais consciente e ciente de suas possibilidades.

Dessa forma, a aplicação de um trabalho prático numa escola de educação

infantil localizada na cidade de Ribeirão Branco, interior do estado de São Paulo,

vem demonstrar a necessidade de se trabalhar esses conceitos dentro dos limites

que a idade dos educandos estabelece sem menosprezar os conceitos artísticos

abordados, além de favorecer o desenvolvimento da criatividade e da capacidade

cognitiva de acordo com as diretrizes estabelecidas, e que deveriam ser colocadas

em prática o que muitas vezes não ocorre em detrimento da falta de habilidade dos

educadores dessa etapa da vida escolar.

Outro fator importante a ser levado em consideração é o comprometimento da

direção da escola em fazer valer essa diretriz. A valorização do profissional com

essas habilidades é fator decisivo para que ocorra o sucesso da metodologia

implantada e executada. É importante que os educadores e coordenadores saibam

trabalhar de forma a permitir o desenvolvimento das crianças de acordo com suas

potencialidades. O profissional da educação deve estar livre de qualquer tipo de pré-

conceito e não deixar que suas escolhas e preferências sejam impostas aos

“pequenos”. Ele deve ser um agente facilitador das descobertas e da formulação

desses conceitos.

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5. METODOLOGIA

Este trabalho que tem por tema as artes visuais e a educação infantil.

Objetivou a realização de um trabalho prático que consistiu na análise do perfil da

referida escola bem como a prática pedagógica adotada pelos educadores no que

diz respeito à disciplina de artes.

A partir dessa análise, foi realizada uma atividade prática na Creche Municipal

Maria Aparecida Teixeira na turma do maternal, com crianças na faixa etária de 3

(três) e 4 (quatro) anos de idade, realizaram trabalhos com modelagem, cujo foco foi

a arte visual e a noção dos conceitos de bidimensionalidade e tridimensionalidade.

A Escola Maria Aparecida Teixeira está localizada na cidade de Ribeirão

Branco, estado de São Paulo. É uma escola de educação infantil que possui quatro

salas de aula, sendo que uma dessas salas também possui um fraldário, pois

funciona como um berçário atendendo crianças de seis meses a um ano e onze

meses. A escola também conta com uma cozinha, dois banheiros com instalações

sanitárias adequadas aos pequenos, dois banheiros para uso dos adultos

(professores e funcionários da escola), uma área onde está instalado um parque

infantil, uma área onde está instalado um refeitório para uso dos pequenos e uma

área livre para brincadeiras. A estrutura de pessoal funciona com uma cozinheira,

uma auxiliar de serviços gerais, uma secretária administrativa, quatro professores e

quatro professores auxiliares que ajudam no atendimento dentro das salas de aula.

O público de alunos dessa escola é de cinquenta e duas crianças divididas nas

seguintes turmas: uma turma de berçário com dez crianças na faixa etária de seis

meses até um ano e onze meses, uma turma de mini maternal com treze crianças na

faixa etária de dois anos e duas turmas de maternal, sendo uma delas com treze

alunos e outra turma com dezesseis alunos, cujas crianças se encontram na faixa de

três anos.

É importante ressaltar que todos os professores que atuam nessas turmas

possuem formação em Pedagogia, além de participarem constantemente de

treinamento direcionado para a atualização de práticas pedagógicas relacionadas

com a educação infantil.

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Coordenadora do projeto Adriana Rodrigues Góes e a professora titular

Rosinei Gonçalves Maligeski, durante a aplicação da atividade prática. Momento da

apresentação do boneco em madeira, onde as crianças observaram seu corpo com

os demais gestos. Início da atividade prática com a contação da história do

“Pinóquio”.

O objeto desse tema foi o trabalho realizado numa classe de maternal, cujas

crianças estão na faixa etária de três a quatro anos de idade. Uma sala que contem

14 alunos frequentes. Foram desenvolvidas as seguintes etapas:

Etapa 01: reunião com professores da Educação Infantil.

Figura 2 – Explicação da Atividade

Figura 1 – Pinóquio, Mascote dos “pequenos”

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Foi realizada uma reunião com professores da escola, onde foi aplicada a

aula prática, detalhando importância do ensino de Artes Visuais de acordo com o

Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil volume 03. Na mesma foi

realizada uma leitura e comentários sobre o tema abordado.

Etapa 02: Desenvolvimento das atividades pedagógicas.

Foram desenvolvidas atividades voltadas para modelagem e noção dos

conceitos de bidimensionalidade e tridimensionalidade.

Figura 3 – Os “pequenos”

Figura 4 – Trabalhando a bidimensionalidade e tridimensionalidade

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Etapa 03: Realização da atividade.

No mês de maio de 2012 teve início a referida atividade. A autora deste

trabalho iniciou as atividades com o auxílio da professora titular, com a contação da

história do Pinóquio.

As crianças ouviram atentas e fizeram as interações principalmente

envolvendo o personagem do boneco Pinóquio. Também foi levado para a sala de

aula um boneco confeccionado com madeira, permitindo a interação boneco –

história – crianças e crianças - crianças.

Após a contação da história os pequenos foram convidados a trabalhar na

modelagem de seus próprios bonecos, utilizando massa de modelar, onde foram

citadas as cores, a noção dos conceitos de plano, de bidimensionalidade, de

tridimensionalidade e formas.

Assim, a professora pode trabalhar a coordenação motora, a sensibilidade, o

raciocínio, e senso de estética, além de poder estreitar o vínculo entre os pares com

o trabalho em grupo, assim como os valores fundamentais à vida, a ética que norteia

as atitudes e comportamentos.

Figura 5 – Professora Adriana com a turma dos “pequenos”.

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Figura 6 – Modelando o Pinóquio

Figura 7 - Trabalhando a coordenação motora, a sensibilidade e a criatividade

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Etapa 04: Reunião de avaliação.

Depois de terminadas as atividades práticas a professora titular, se reuniu

com a coordenadora do projeto e autora deste trabalho para reflexão e análise.

Figura 8 – Observação e montagem do Pinóquio

Figura 9 - Boneco finalizado, com detalhes de acordo com a história, “Nariz”.

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Em um primeiro momento, demonstraram surpresa com o desenvolvimento e

participação dos pequenos, principalmente no que diz respeito dos conceitos

transmitidos e a criatividade demonstrada na realização da atividade. Outro ponto

destacado pelas professoras foi o interesse das crianças e sua resistência por

encerrar a atividade. As crianças realizaram suas obras e buscavam o

aperfeiçoamento, queriam continuar com sua produção artística e já iniciavam suas

próprias histórias. Muitos bonecos começaram a ter personalidade que lembravam

as pessoas com as quais as crianças tinham o maior contato.

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6. ANÁLISE DOS DADOS

Na pesquisa e coletas de dados para desenvolver o tema encontramos

algumas problemáticas relacionadas ao ensino de artes, pois “Ninguém se questiona

sobre a importância dos estudos de Português, Matemática e Ciências, mas Arte?”

(IOSCHPE, 2010, p.1) no país que propõe uma reflexão sobre o desenvolvimento

dessa disciplina na rotina da educação infantil.

Esse trabalho foi interdisciplinar onde foram explorados alguns eixos

educacionais. As crianças puderam expressar sentimentos, seus desejos e idéias no

momento da história contada, Identidade e Autonomia. Tiveram contato físico com

as diversas partes do boneco, nomeando e também explorando os demais gestos,

Movimento. A Linguagem oral esteve presente a todo momento da atividade, na

roda de conversa, para a compreensão e questionamento do contexto, personagens

e seus comportamentos e atitudes. Na Matemática estava presente na contagem

dos personagens. O aluno pode ter contato através da história com o meio ambiente

e a sociedade em que vive, respeitando e valorizando as várias formas de vida,

Natureza e Sociedade. E finalmente Artes Visuais, as crianças a partir de seus

trabalhos puderam explorar os espaços bidimensionais e tridimensionais em suas

produções artísticas. Ao proporcionar esse trabalho observei que os pequenos

puderam transmitir através de suas produções suas experiências diárias, seus

sentimentos e sua criatividade, assim como, refletir sobre os próprios

comportamentos.

Pude também observar e analisar a falta de habilidade dos professores, para

se trabalhar com artes visuais de forma a cumprir tudo o que está disposto no seu

programa pedagógico. Notei por parte dos professores as dificuldades existentes na

realização do projeto, e o espanto com a conclusão em relação à criatividade dos

alunos no momento do desenvolvimento do trabalho.

Os professores com habilitação em pedagogia e que atualmente trabalham

com este público utilizam um espaço destinado para a disciplina de artes visuais,

como um período de lazer onde são desenvolvidas basicamente atividades de

desenhar e pintar muitas vezes com desenhos xerográficos ou mimeografados.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como objetivo associar a disciplina de Artes ao currículo

escolar da Educação Infantil, com o intuito de desenvolver a sensibilidade, a

coordenação motora e o senso estético, além de estreitar o vínculo professor –

aluno – comunidade – escola.

A instituição escolar tem a capacidade de promover o desenvolvimento

intelectual e social. Sabemos que ainda existem escolas e professores que encaram

a disciplina de Artes como uma mera recreação, principalmente nos anos iniciais.

Cabe ao educador, enquanto mediador, apresentar as crianças possibilidades de

reunir os conhecimentos necessários sobre a utilização de materiais e a exploração

de conceitos pedagógicos, mantendo a pureza de seus gestos e envolvendo-as com

entusiasmo para viver as novas circunstâncias que surgirão no decorrer das aulas.

Em relação ao trabalho desenvolvido na escola Maria Aparecida Teixeira foi

extremamente proveitoso. Pudemos observar através da prática, a real importância

desta temática e também a influência positiva para com as crianças. Essa interação

serviu como excelente canal de assimilação de conhecimento, contribuindo para

novas experiências e idéias inovadoras.

Portanto, a disciplina de Artes necessita ser respeitada como qualquer outra,

a qual tem a função de valorização para a formação do ser humano. Isso acabará

por concretizar a arte como parte de suas vidas, deixando de lado sua imagem

elitista para se tornar algo diferenciado na sua formação.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, B.P. Infância e descoberta: conhecendo a linguagem da arte, indo de encontro aos estereótipos. [on-line] Disponível em:<http://www.artenaescola.org.br/> Acesso em 20 set. 2011.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96. [on-line] Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394>. Acesso em: 05 jun. 2012.

FREITAS. J.B.F. Arte e Conhecimento, é Construção, é Expressão. Jan 2006. [on-line] Disponível em: <http://www.conteudoescola.com.br/colaboração-doleitos/30/161-art>. Acesso em: 06 jun. 2012.

IOSCHPE, E. Por que ensinar arte? Publicado na revista Das Artes nº9, Abril/maio 2010. [on-line] Disponível em <http://www.artenaescola.org.br>. Acesso em: 06 jun. 2012.

_______________Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, v. 1, 1998.

VYGOTSKY, l. S. O papel do brinquedo no desenvolvimento. In: Vygotsky, L. S. Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

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9. ANEXOS