A Entrevista Inicial = Motivo Da Consulta ,,

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A entrevista inicial => motivo da consulta pg.29 Deve-se discriminar entre motivo manifesto e latente. Manifesto => sintoma que preocupa a quem solicita a consulta; sinal de alarma. O receptor desse sinal pode até ser uma terceira pessoa. Grau menor de insight em relação a doença. Sintoma menos ansiógeno, mais fácil ou conveniente de ser dito ao psicólogo. Psicólogo => enquanto escuta e pensa sobre o caso, pode elaborar algumas hipóteses sobre o verdadeiro motivo que traz o pct a consulta.

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A entrevista inicial => motivo da consulta pg.29

Deve-se discriminar entre motivo manifesto e latente.

Manifesto => sintoma que preocupa a quem solicita a consulta; sinal de alarma. O receptor desse sinal pode até ser uma terceira pessoa.

Grau menor de insight em relação a doença. Sintoma menos ansiógeno, mais fácil ou conveniente de

ser dito ao psicólogo.

Psicólogo => enquanto escuta e pensa sobre o caso, pode elaborar algumas hipóteses sobre o verdadeiro motivo que traz o pct a consulta.

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Geralmente, o motivo é outro, mais sério e relevante do que o invocado em primeiro lugar.

Este é o que denominamos motivo latente.

Momento da tomada de consciência em relação ao motivo latente.

Durante o processo psicodiagnóstico: prognóstico melhor. Se incluir esta informação na entrevista de devolução,

observar => se recebe a informação e aceita como possível.

=> se nega totalmente a reconhecê-la como própria, resistências muitos fortes.

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Esta discrepância surge como conseqüência do processo de dissociação intrapsíquica que ocorreu no paciente.

Psicólogo => não fazer tal dissociação também. Material recolhido e informe final.

Devolução de informação: oportunidade de se dá ao paciente para que integre o que aparece dissociado entre o manifesto e o latente.

Em algumas famílias, o grau de dissociação é tal que o membro que trazem à consulta é o menos doente., ficando oculto o verdadeiro foco do problema, a menos que o psicólogo possa detectar e esclarecer essa situação.

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Importante saber:

Se o sintoma trazido é egossintônico ou egodistônico para o paciente e seu grupo familiar.

Saber se o paciente trazido à consulta sente que sofre pelo sintoma ou se este não o preocupa nem o faz sofrer.

Caso não sofra => investigar se é devido a sua patologia especial ( projeção do conflito e sentimentos dolorosos em outro membro do grupo que os assume).

=> se o que acontece é que ele se converteu no depositário dos conflitos de outro, que não veio se consultar, ou veio como pai, mãe, cônjuge.

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O grau de dissociação, o aspecto mais doente do paciente, influirá no tempo e na quantidade de energia necessários para o processo de integrá-los conscientemente.

A dissociação é tanto mais acentuada e mais resistente à melhora, quanto mais intensos forem os sentimentos de culpa, ansiedade, recalque, que tal conflito mobiliza no paciente e que funcionam como responsáveis por essa dissociação.

Recomenda-se: escutar o paciente, mas não ficar ingenuamente com a versão que ele lhe transmite. Este conta sua história como pode, centra o ponto de urgência onde lhe parece menos ansiógeno.

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Diante de um dado que não se encaixa com o esquema inicial, surpreende-se muitas vezes pela aparente incoerência.

Ex: Se a história do caso é muito sinistra, esforçar-se-á para achar todo tipo de transtorno, tendo certo que ficou uma grave seqüela.

Se , ante um caso apresentado como simples problema de aprendizagem, limite-se a investigar a dificuldade pedagógica, eliminado a possibilidade de existência de outros conflitos mais sérios.

Ex: jovem trazido porque não podia estudar sozinho. (...) gostava de passear nu e de se encostava na mãe cada vez que o fazia.

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Investigar se o paciente funciona como terceiro excluído ou incluído em relação ao motivo da consulta.

Se é incluído, até que ponto!!!!!

Comunicam um motivo real, mas este também é o que mais preocupa-os??

Ex: menino com características homossexuais. Comia muito...

Conseqüências de não se intervir nisso:

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1 - O processo se inicia com um enquadramento em que se deslocou o verdadeiro ponto de urgência.

2 - complica-se a tarefa de estudo do material recolhido na hora do jogo e dos testes.

O paciente controla melhor o motivo apresentado por quem o trouxe, mas percebe a incongruência ou o engano e o transmite ou projeta no material que nos comunica.

3 - Criam-se dificuldades muito serias quando o psicólogo precisa dar sua opinião na entrevista de devolução. Optar por não falar / atitude ambígua sem calar totalmente, mas não falar claro / falar a verdade, de acordo coma capacidade egóica dos envolvidos.

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4 – O destino de uma possível terapia futura => clima de ocultamento ou distorções, ou franqueza dosada.

Na medida em que o vínculo esteja viciado predispõe o paciente a trabalhar coma fantasia de que a mesma experiência se repetirá com o futuro terapeuta. Experiência de não verdades.

Alguns pais relatam com muita ansiedade um sintoma que, ao psicólogo, parece pouco relevante. Pode-se pensar que a carga de ansiedade foi deslocada para um sintoma leve, mas que provém de outro mais sério do qual os pais não tomaram consciência ou que não se atrevem a encarar. ( Caso pag. 36)

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• Na primeira entrevista é importante registrar o que diz cada um dos pais, como e quando dizem, o que lembram e como o fazem, o que esquecem, de maneira a poder reconstruir posteriormente, com maior fidelidade possível, o diálogo e os elementos não verbais do encontro. As amnésias são muito significativas porque supõem um grande volume de ansiedades que determinou uma inibição no processo mnêmico.