A espada e a espátula – nº 04 (vários autores)

48

Transcript of A espada e a espátula – nº 04 (vários autores)

  • 1. A Espada e a Esptula uma publicaomensal de Projeto Spurgeon Proclamandoa CRISTO Crucificado & Projeto Ryle Anun-ciandoa Verdade Evanglica, inspirada naoriginal The Sword and the Trowel, lanadapor C.H.Spurgeon em 1865. Editor:Armando Marcos Colaboradores:Marcelo LemosSara de CerqueiraJosep RosselloCarlos Antnio da Rocha Reviso e prova:Atila Calumby Capa e diagramao:Victor Silva Fotos:Pesquisa de imagens, Wikipdia e arquivo deProjeto Spurgeon e associados. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS permitida a livre distribuio desse material,e a livre impresso para distribuio e uso pes-soal,somente vedado o lucro e a venda semautorizao. Contato:Email: [email protected] Twitter:@ProjetoSpurgeon Facebook:https://www.facebook.com/projetospurgeonhttps://www.facebook.com/BispoJCRyle Site:www.projetospurgeon.com.brwww.bisporyle.blogspot.com

2. EDITORIALNesta nova edio da revista A Espada e a Esptula, temosalgumas novidades, na nossa meta de sempre melhorar elapara nossos leitores; nesse ms, apresentamos uma nova dia-gramao,espero que gostem, tentamos agora manter um n-velbem mais profissional do que as edies anteriores, agoranovamente com duas colunas, porem muito melhor diagramada do que eraanteriormente, proporcionando assim uma leitura muito mais agradvel.Nessa edio, temos tambm a honra de veicular uma entrevista que fize-moscom o Bispo Primaz da Aliana das Igrejas Crists Nova Vida, WalterMcAlister; certamente uma excelente entrevista, que esperamos ser de edi-ficaopara muitos.Neste ms de maio, tentei comear a escrever algo para a revista alem doeditorial, espero que apreciem minha resenha desse ms; pretendo escrevertodo ms de algum livro que eu tenha lido: sugestes e criticas so bemvindas sempre.Nesse ms de maio, tivemos o privilgio de participar da 1 Feira de Lite-raturaCrist (FLIC) e alem de muitos livros, tivemos a alegria de conhecermuitas pessoas, e dentre elas, o autor do livro da minha resenha, MauricioZagari, e o Bispo Josep Rossello, presidente da Igreja Anglicana Reformadae colunista dessa revista; e tambm conhecemos vrios irmos que conhe-cemosdos grupos de discusso teolgica no Facebook; sempre bom tercomunho com os irmos que o Senhor nos d a oportunidade de conhecerpela Internet.Nosso sincero desejo que essa revista seja um instrumento nas mos deDeus para sua edificao e sua reflexo nas verdades de Deus e na situaode Sua igreja; que o Senhor os abenoe, em Cristo.Armando Marcos Pinto 3. Projeto Spurgeon | 5 ndice Perdo: privilgio dos Filhinhos do SenhorC.H.Spurgeon 6O Espirito Santo e as Escrituras na vida do cristoJosep Rossello 10Resenha: A Verdadeira Vitria do Cristo de Maurcio ZgariArmando Marcos 14O meu novo e bblico homem idealSara de Cerqueira 18Cristo, o Edificador da Sua IgrejaJ.C.Ryle 20Entrevista com o Bispo Walter McalisterArmando Marcos e tila Calumby 24O Papel de Luz dos Ministros do EvangelhoJonathan Edwards 29A Ceia do SenhorJohn Knox 32Histria: O martrio de Perptua e FelicidadeCarlos Antnio da Rocha 34Manjares perigososArthur W. Pink 38Homiltica: Elaborando uma boa introduo de sermoMarcelo Lemos 42 4. A ESPADA e a EsptulaPerdo: privilgio dosEu vos escrevo, filhinhos, porque os vossos pecados so perdoados por6 | Projeto SpurgeonFilhinhos doSenhorC.H.SpurgeonIsto um privilgio muito desejado pe-lasamor do Seu nome (I Joo 2:12)criancinhas. Elas recentemente sen-tiramo peso da culpa e permanecemespertas sob as chicotadas da conscin-cia.O Esprito de Deus, recentementeas convenceu do pecado, da justia e do ju-zo.E, portanto, acima de tudo, suas oraesso: Pai, perdoa-me. Para elas a remissodos pecados se destaca como a primeira emais desejvel de todas as bnos e, real-mente,elas esto certas em sua estima, poisqual posse pode ser chamada bno at queo pecado seja perdoado?No importa o quo saudvel um ho-mempode ser, se sua conscincia est preo-cupadacom seu pecado, seu ntimo coraoest doente. um pequeno conforto para eleter todos os confortos desta vida se o seu co-raosente o roer de um verme imortal daculpa de conscincia. Deus, tem misericr-diade mim, que sou pecador (Lucas 18:13),vem muitas vezes em seu corao enquantoele bate em seu peito na profunda humilha-ode sua alma. No pode haver alegria edescanso para ele, at que ele oua as pala-vras:O Senhor perdoou o teu pecado, vocno morrer (2 Samuel 12:13). Para os re-centementesalvos uma enorme e merecidaalegria ter seus pecados perdoados! umafelicidade parecida com o Cu dos anjos eessa alegria pertence por direito a todos ossantos, sim, at mesmo para as criancinhasna famlia de Deus!Voc s nasceu de novo no domingopassado, mas seus pecados esto perdoados!Talvez foi nesta manh que voc procuroua face do seu Salvador e passou a acreditarnEle e, por Sua Graa, os seus pecados es-toperdoados! Esta garantia to doce paravoc como uma cano de Serafins! Eu nopoderia ter dito a voc uma notcia melhor. Operdo do pecado como a prola de grandevalor para voc em seu atual estgio de vidaespiritual, que voc teria vendido tudo o quetinha a fim de obt-la e agora que voc a tem,seu corao est iluminado com gratido! Aferida em sua conscincia, to recentementeem carne viva e sangrante, faz com que vocdefina um preo muito alto sobre o blsamocurativo do livre e pleno perdo! Longe demim de ficar com sua santa alegria, e aindao Senhor te mostrar coisas maiores do queestas!Na sua fase de experincia, o perdo a bno mais importante da Aliana. Umhomem recm-convertido no sabe muitosobre santificao ou a unio com Cristo.Talvez ele no sabe muito sobre a eleio,chamado, ou confirmao. O principal pon-toque ele se deleita no perdo. Est escri-tono Credo Apostlico: Creio na remissodos pecados, e o homem que recentementeencontrou a paz em Deus por Jesus Cristo re-peteeste trecho do Credo com nfase solene.Acredito no perdo dos pecados, diz, poisele acaba de compreender isso, e para ele um presente to grande, como a lua e as es-trelasque brilham como uma rainha entre as 5. Junho de 2012Projeto Spurgeon | 7bnos da Graa!Vastos favores encontram-se almpara aquele que recentemente atravessou oJordo, o vale do Escol satisfaz todos os so-nhosda alma e o desejo de qualquer outrabno! O recm-perdoado ainda no v asinmeras outras bnos que vm no pa-cotedo perdo. Ele absorvido ao ouvir aseguinte frase: V em paz; porque os seusmuitos pecados lhe so perdoados (Lucas47:7). Bem, filho amado, muitas outras bn-osesperam por voc! O perdo apenasuma bno de entrada, pois existem ale-griasmais raras dentro da casa! Voc setornou herdeiro de uma herana ilimitada!Tudo vosso! Cu, Cristo e Deus so seus!Que neste momento todo o seucorao seja ocupado por umsenso de pecado perdoado! Euno vou perturb-lo, mas ireime regozijar com voc. Vouat me sentar e cantar comvoc, permita que este seja onosso hino:Agora, oh que alegria,os meus pecados esto perdoados!Agora eu posso, e acredito!Tudo o que tenho, tudo que sou, e ser,Ao meu precioso Senhor eu entrego.O perdo ir-reversvel,umavez que no hmudana emCristo!At a criana mais-velha de Deusvaloriza muito este presente to caro para ascriancinhas e, embora tenha recebido outrasmisericrdias, ainda assim, uma importan-teparte de sua alegria que ela foi purificadado pecado e vestida com a justia. Ah, e osnossos irmos mais velhos que esto agorana terra do Rei, este um ponto principal,mesmo com eles, os quais lavaram as suasvestes e as branquearam no sangue do Cor-deiro!E, portanto, esto diante do trono deDeus e O servem de dia e de noite no Seutemplo. Sim, queridos filhinhos, vocs obte-ramo mais precioso favor em cada um devocs, ento se alegrem - escrevo-vos, por-quepelo seu nome vos so perdoados os pe-cados.(I Joo 2:12). Deixe-me observar queo perdo dos pecados certamente a possedo iniciante na Vida Divina. Ele est perdoa-docomo ele jamais ser. O perdo dos peca-dosno uma questo de graus ou de cres-cimento. feito num instante e permanecepara sempre, para nunca mais ser revertido!O filho de Deus que nasceu ontemno est completamente santificado comoele ser um dia. Ele no est completamen-teinstrudo como ser um dia. Ele no estcompletamente conformado imagem deCristo como uma dia ele ser. Mas ele estcompletamente perdoado como um santomaduro! Ele que s agora passou pelos Por-tesde Prola voc no ouviu os bradosassim que ele entrou pelos Portes, assimcomo o estralar dos milhos maduros em suasestaes? ele, eu digo, no foi mais verda-deiramenteperdoado do que aquele quepassou a acreditar a apenasuma hora atrs em Cristo paraa salvao de sua alma! O la-dromoribundo encontrou amisericrdia em alguns minu-tose ainda o Senhor Jesus lhedisse: Hoje estars comigo noParaso! (Lucas 23:43). evi-dente,portanto, que ele tinhasido perfeitamente purificadonaquele momento!Para lavar na fonte cheia de sangue,no um negcio que leva semanas, meses eanos, nem para ser repetido muitas e mui-tasvezes! Mas aquele que lavado se fezmais branco que a neve, e no h, a partir deento, nenhuma mcula sobre ele. Agora,pois, nada de condenao h para os que es-toem Cristo Jesus (Romanos 8:1). Escre-vo-vos, porque pelo seu nome vos so per-doadosos pecados (I Joo 2:12) todos ospecados j foram perdoados, a Divina Gra-aefetivamente os removeu de voc, assimcomo o leste est do oeste! Os egpcios noMar Vermelho no foram destrudos poucoa pouco, eles no foram engolidos pelo dil-vioum regimento de cada vez! As profun-dezasansiavam por um milagre, foram di-vididaspor um tempo, e depois se juntarame Fara e seus exrcitos, todos eles, ficaramencobertos, para nunca mais serem vistos!Cantai ao Senhor, porque Ele triunfou glo-riosamente!Os abismos os cobriram; nemum deles ficou (xodo 15:5). 6. A ESPADA e a EsptulaOs israelitas tinham acabado de colo-caros seus ps no outro lado do Mar Ver-melhoe todos os seus inimigos estavamcompletamente afogados assim como quan-doo povo entrou na Terra Prometida; as-simtambm com vocs que acreditaram emCristo recentemente, os vossos pecados solanados nas profundezas do mar! As vossasiniquidades esto subjulgadas pelo SenhorJesus que veio para salvar oSeu povo dos seus pecados.Por isso, filhinhos, louve o seuDeus e cante ao seu Nome comtoda a sua fora. Ele quemperdoa todas as tuas iniqida-des;Quem sara todas as tuasenfermidades (Salmos 103:3).Note, tambm, que osteus pecados te so perdoa-dos,nas mesmas condiesSeus pecadosno so perdo-adospor aquiloque voc ouesperamos ser,nem por causade qualquer coi-saque voc fezcomo aquelas dos Apstolos eo maior dos santos. Escrevo--vos, porque pelo seu nome vosso perdoados os pecados (IJoo 2:12), isto , por causa de Jesus, por cau-sade Sua Pessoa gloriosa, por causa de Seusofcios honrados, por causa do Seu sanguederramado e morte expiatria, por causada Sua Ressurreio gloriosa, por causa daSua intercesso perptua diante do Trono deDeus! Seus pecados no so perdoados poraquilo que voc ou esperamos ser, nem porcausa de qualquer coisa que voc fez ou so-freu;ou sofreuvoc est perdoado por causa do nomede Cristo e todos os santos de Deus podemdizer o mesmo. Este um terreno seguro deesperana! No h areia movedia, mas umaslida rocha est sob nossos ps.Se o perdo fosse concedido por cau-sade nosso prprio trabalho, ele poderia ter8 | Projeto Spurgeonsido revertido em nossa desobedincia. Mascomo o pecado perdoado por amor de Cris-to,o perdo irreversvel, uma vez que noh mudana em Cristo! No este um docesabor para os filhinhos? Quo bom e agrad-vel se assentar mesa das crianas quandovejo tal alimento colocado sobre ela! Agora,observe que esta a razo pela qual Joo es-creveupara vocs, filhinhos. As pessoas ge-ralmenteno escrevem cartaspara crianas pequenas, masJoo escreveu, pois por causadesses especiais pequeninosque pode dizer: seus pecadosesto perdoados. O momentoque um homem tem seus pe-cadosperdoados, ele madu-roo suficiente para comeara entender o que est escrito,e ele deve tornar-se um leitorda Bblia e um pesquisador daPalavra! No momento em queseus pecados so perdoadospor amor do nome de Cristo,ele se torna capaz de exortar e o seu negcioagora atender ao que foi escrito para ele.Se fomos perdoados como crimino-sos,fomos recrutados como trabalhadores!Ora, creio que se os meus pecados foramperdoados, meus instintos me fazem per-guntar:Senhor, que queres que eu faa?T tens feito tanto por mim! Ento, definaalgo para que eu faa por Ti! D-me, comoum privilgio, a oportunidade de servir-Te.Portanto, Joo, sabendo que os filhinhos es-tariamdispostos a obedecer, escreveu paraeles nesta Epstola certos comandos, de quefalarei a vocs adiante. Que apenas os filhi-nhosestejam alertas para comear, de umavez, seu trabalho de f e de amor.Trecho do sermo Um Sermo para os Filhinhos do Senhor, em breve noProjeto Spurgeon proclamando a CRISTO crucificadoCharles Haddon SpurgeonC. H. Spurgeon foi um pregador Batista Reformado, nascido emKelvedon, Essex na Inglaterra. Converteu-se ao cristianismo em 1850, aosquinze anos de idade. Aos dezesseis, pregou seu primeiro sermo; no anoseguinte tornou-se pastor de uma igreja batista em Waterbeach, Condado deCambridgeshire (Inglaterra). 7. Junho de 2012Juntos em CristoO que me torna um Cristo?(Rio de Janeiro/RJ) 5 e 6OUTUBROProjeto Spurgeon | 9A ESPADA e a EsptulaPaul Washerestar em 2012 nos seguintes eventos:1 a 5OUTUBROConferncia Fiel 2012Alicerces da f Crist(guas de Lindia/SP)Para se inscrever em uma das Conferncias acesse:http://www.editorafiel.com.brTodos os eventos sero transmitidos ao vivo e online pela Fiel:http://editorafiel.com.br/aovivoRealizao: Apoio: 8. A ESPADA e a EsptulaO Espirito Santoe as Escrituras navida do cristo10 | Projeto SpurgeonJosep RosselloNos artigos anteriores, escrevi so-brea experincia individual dagraa soberana de Deus atravsde Jesus Cristo que cria um dese-jono corao humano em viver para a glriade Deus. Neste artigo, desejo olhar mais deperto como isso acontece na vida dos cris-tos.As Escrituras nos ensinam que 40 diasdepois da ressurreio de Cristo, Ele aparecepela ltima vez aos seus discpulos. Ele deuuma ltima instruo e palavras de nimoantes da ascenso ao cu. Mas recebereis po-derquando o Esprito Santo descer sobre vs; esereis minhas testemunhas, tanto em Jerusalmcomo em toda a Judeia e Samaria, e at os con-finsda terra. Depois de dizer essas coisas, ele foilevado s alturas enquanto eles olhavam, e umanuvem o encobriu de seus olhos. (Atos 1:8-9)Existe muito que dizer a partir desta peque-naporo das Escrituras, mas gostaria de co-mentarapenas dois pontos bsicos.1. Jesus prometeu que o Esprito Santo esta-vavindo, e viria sobre ns.2. Jesus no estar mais presente fisicamentecom os seus discpulos.Uma vez que realizamos estes doisbsicos pontos, observemos os seguintesversculos em Atos 1.10-11, Estando eles comos olhos fixos no cu, enquanto ele subia, apare-ceramjunto deles dois homens vestidos de bran-co,que lhes disseram: Homens galileus, por queestais olhando para o cu? Esse Jesus, que dentrevs foi elevado ao cu, vir do mesmo modo comoo vistes partir.Este texto nos lembra que vivemosem um tempo especial, o tempo do Reino. 9. Junho de 2012Projeto Spurgeon | 11Vivemos entre sua primeira vinda e sua se-gundavinda. A graa soberana de Deus atuaatravs da Igreja pelo Esprito Santo. Isto temsido grandemente ignorado pela Igreja hoje.Se verdade que Jesus no se encon-tramais na Terra, tambm certo que o cor-pode Cristo mstico, a Igreja, est presenteem mais lugares que aqueles que Jesus este-vedurante o seu ministrio terreno.Assim, o amor e perdo de Jesus so-mentese fazem visveis aos olhos do mun-doatravs da Igreja que Ele estabeleceu. Porisso, essencial que a Igreja esteja fundamen-tadanas Escrituras, que continue pregandoe ensinando as Escrituas, e viva cada dia asverdades que nelas encontramos. As Escri-turasso o testamento escritodos propsitos e promessasde Deus para Seu povo eleito.A Bblia a Palavra de Deusviva que transforma aquelesque leem com um coraoaberto pelo Esprito.Albert Einstein dizem uma entrevista publicadano jornal Saturday EveningPost, o 26 Outubro de 1929:Niguem pode ler os Evangelhossem sentir a presena atual de Je-sus.Sua personalidade presenteem cada palavra. Nenhum mitoest cheio com tal vida.A Bblia notrata do quevoc tem quefazer, mas tratasobre Deus eo que Ele temfeito pelo Seupovo.As Escrituras seguem sendo o maiortestemunho da verdade eterna que Deus sefez homem, Jesus, e habitou em meio de ns.Por isso, muitas pessoas tem sentido do mes-moque Albert Einstein ao ler as Escrituras.De verdade, no somente teem lido, mas me-ditadono que estas Escrituras descreviamcom tal claridade que tocou o corao do lei-tor.Isto no deveria surpreender, porqueo prprio Jesus diz aos seus discpulos, To-davia,digo-vos a verdade; para o vosso benefcioque eu vou. Se eu no for, o Consolador no vira vs; mas, se eu for, eu o enviarei (Joo 16.7).O Consolador tem um ministrio essencialna vida da Igreja e dos cristos. Ele vem nosconvencer do pecado, da justia (Joo 16.10)e do juzo (Joo 16.11). Tambm, lemos queJesus diz que o Consolador vir e nos dirigi-rem toda verdade (Joo 16.13). Este texto muito importante, porque foram aos apsto-losque esta promessa foi feita e os respon-sveispor escrever o Novo Testamento (2Timteo 3.16). Por isso, o Consolador glorifi-cara Jesus (Joo 16.14).A Bblia tem uma vitalidade que ou-troslivros no tem, porque era e a palavrade Deus escrita que transmite as verdadeseternas. Se lemos as Escrituras, deve ser paraglorificar Deus. Se o Esprito faz isso, quantomais a Igreja de Jesus Cristo. Se pensamosque a Bblia um livro de regras, dizendoo que devemos ou no fazer, ento parece-rmuito mais como um manual de instru-es.Com certeza, a Bblia nosensina como podemos vivermelhor. Contudo, a Bblia notrata do que voc tem que fa-zercomo um simples manual,mas trata sobre Deus e o queEle tem feito pelo Seu povo.A Bblia principalmen-teum histria. uma aventurado Heri que vem de lugareslongnquos para recuperar te-sourosperdidos. uma histo-riade amor sobre um Prncipevalente que abandona seu pa-lcio,seu trono, tudo, para res-gatara amada. a mais maravilhosa das his-triasque tem sido contadas, mas ela real.Existem muitas historias diferentesnas Escrituras, mas todas elas formam partede uma maior historia. A historia de comoDeus amou seus filhos e vem a resgatar eles.Existem outros livros escritos por C.S.Lewis e Tolkien que tentam contar a historiaredentora de Cristo atravs de novelas. Elasso boas, mas nada pode ser comparado comas Escrituras. Assim, temos ainda mais firme apalavra proftica. E fazeis bem em estar atentosa ela, como a uma candeia que ilumina um lugarescuro, at que o dia amanhea e a estrela da alvasurja em vosso corao. Saibam antes de tudo quenenhuma profecia das Escrituras de interpreta-oparticular. Pois a profecia nunca foi produzi-dapor vontade humana, mas homens falaram daparte de Deus, conduzidos pelo Esprito Santo 10. (2 Pedro 1:19-21).A palavra proftica, que Pedro citaaqui ele entende ser as Escrituras. Ele nosajuda entender que nas Escrituras homensfalam, mas falam como de Deus, porqueeles eram conduzidos pelo Esprito Santo.Em nenhum outro livro, isto assim. Outrosautores tiveram esta experincia. Nem fo-ramusados por Deus deste modo. Por estemotivo, os Reformadores afir-maramSola Scriptura. Ne-nhumoutro documento tema autoridade que as Escritu-raspossuem. Nela, encontra-mospalavras de vida eterna,O Consoladortem um minis-trioessencialna vida da Igre-jae dos cristos.a palavra escrita de Deus. Eporque na Escritura somen-teque temos a promessa queDeus mesmo fala fazeis bemem estar atentos a ela, como auma candeia que ilumina um lugar escuro.Ns como reformados entendemos que de-vemosfazer exatamente isso.No 6Artigo dos 39 Artigos da Igrejada Inglaterra dito: A Escritura Sagrada con-tmtodas as coisas necessrias para a salvao; demodo que tudo o que nela no se l, nem por ela sepode provar, no deve ser exigido de pessoa algu-maseja crido como artigo de f ou julgado comorequerido ou necessrio para a salvao... SolaScriptura nos lembra que a Bblia , e deveser, a regra suficiente e infalvel para decidiras questes de f e prtica na vida da Igreja.Isto no deve ser entendido como que a B-bliacontm todo o conhecimento, mas queEla contm todo o conhecimento necessriopara nossa salvao. Se alguma doutrina nose encontra baseada nas Escrituras, essa nopode ser exigida dos cristos.No entanto, Sola Scriptura no nega aautoridade da Igreja para ensinar e instruiro povo de Deus, mas que deve ser confor-meas prprias doutrinas que encontramosnela. Tampouco, deve ser considerada SolaScriptura com uma negao a tradio perse. J que a tradio tem seu papel na igreja,sempre e quando esteja sob a autoridade dasEscrituras e no seja contraria a mesma.No devemos esquecer que SolaScriptura no significa que os Reformadoresrejeitavam todas as coisas quecada cristo tenha dito atravsdos sculos. Eles mesmos ci-tavamos Pais da Igreja, comoexemplos da suas posies. Oque Sola Scriputura tambmsignificava que reconheciamsendo grandes heris da f,mas no podiam ser considera-dosinerentes, nem inspirados,e, na verdade, tinham errado,como fazem os homens hoje. Por isso, afir-mavamque as Escrituras eram a nica regraverdadeira.E, em tudo isto, o papel do EspritoSanto vital. J que somente podemos rece-bere obedecer pelo Esprito Santo.Josep RosselloRevmo Josep M. Rossello o Presidente-Moderador da Igreja Angli-canaReformada do Brasil, e lder da igreja Re.Novo em Pindamonhangaba,So Paulo. Escreve em seu blog Caf com o Bispo semanalmente.http://cafecomobispo.blogspot.com.br/A ESPADA e a Esptula12 | Projeto Spurgeon 11. DANDO NOME AO ELEFANTE Cosmoviso Como um ConceitoSire amplia e aprofunda sua anlise(presente em O Universo ao Lado) sobre oselementos constitutivos de uma viso demundo pessoal, atribuindo lugar de impor-tnciacentral s instncias pr-tericas e sfunes pr-discursivas em sua formao eem seu processo de compartilhamento. Suaredefinio de cosmoviso resgata a impor-tnciacentral que a dimenso ou instnciaespiritual do nosso ser (o corao) desem-penhana maneira como interpretamos a re-alidadeao nosso redor e na maneira comoagimos nela.Esta uma obra significativa que repre-sentauma excelente oportunidade de apro-fundamentonos estudos sobre cosmovisoa partir de uma perspectiva biblicamenteorientada.Ttulo: Dando Nome ao Elefante: Cosmoviso Como umConceitoAutor: James W. SireTraduo: Paulo Zacarias e Marcelo HerbertsReviso: Felipe Sabino e Marcelo HerbertsCapa: Mrcio Santana SobrinhoPrefcio de Fabiano de Almeida Oliveira, Th.M. Ms. Fil.Formato: 14 x 21cmN de pginas : 246 p.Miolo em papel polen soft LD 80gCapa em Carto Supremo 250gEditora MonergismoAno: 2012www.monergismo.comDescrio:de R$ 40,00por R$ 29,00 12. A ESPADA e a EsptulaResenha:A Verdadeira VitriaA morte para o salvo no nossa inimiga. nossa libertado-ra. uma amiga que nos tomar pela mo e nos conduzir ato descanso. At a meta. At o porto seguro. At Jesus Cristo,nosso amigo. Ao lado de quem viveremos pelos sculos dos14 | Projeto Spurgeondo Cristode Maurcio ZgariArmando Marcossculos - em paz. Maurcio ZgariNesses ltimos dias, ganhei depresente o livro A VerdadeiraVitoria do Cristo de MauricioZgari, publicao da EditoraAnno Domini; realmente, foiuma excelente leitura, e quero aproveitar esseespao para fazer uma espcie de fichamento uma descrio do livro com algumas consi-deraes,e por fim recomendar plenamente aleitura desse livro.Comecemos pelo livro em si: muito bemdiagramado, e com uma leitura muito agrad-vel:esse aspecto importante ser mencionado,muitos livros tem uma certa habilidade paracansar a leitura pelo formato em si, esse no,muito bom.Como um bom Spurgeonista, nopude deixar de reparar logo no comeo do li-vrouma citao do prncipe dos pregadores,para mim, um ponto a mais: Os homens teabenoam quando voc faz o bem. Eles louvam o ho-memque obtm sucesso nos negcios. Nada tovitorioso quanto o sucesso. Nada tem tanta apro-vaodo pblico em geral quanto a prosperidade dohomem. Miserveis! No pesam as aes do homemna balana do santurio, mas em outras bem dife- 13. Junho de 2012Projeto Spurgeon | 15rentes SpurgeonAnalisando a estrutura bsica do tex-to,Zgari comea com seu testemunho decomo conviveu no inicio de sua conversodentro de um ambiente triunfalista, e depoisele analisa como que esse triunfalismo naigreja irreal e serve como rocha de tropeopara muitos. Tambm cita exemplos de pre-gaesonde a nfase na Vitria do cristo supervalorizada tendo como medida outrasbases que no a Escritura, e sim conceitosmundanos e carnais de vitria.Zgari prope, ento, um plano bsi-co;demonstrar sua anlise de como a vitria entendida nas Escrituras, qual seu papelnelas; e a seguir, provar pelo testemunhodos Pais da Igreja e dos Reformadores seessa anlise realmente est dentro do ensi-nohistrico da Igreja; realmente digno deelogio essa estrutura do livro; hoje temos atendncia, em muitos lugares, principalmen-tena Internet mesmo que confessemos queno de primeiro buscar ler o que Bispo taldisse, o que Reformador tal disse, e depoisverificar na Escritura, e Zgari faz o contr-rio,utilizando assim o mesmo mtodo dosReformados em especial Calvino com osPais da Igreja; realmente gostei muito disso.Zgari coloca primeiro a questo davitria pelo Antigo Testamento: realmente,essa parte do texto, a meu ver, a mais po-lemica,pois claramente e reconhecidamentemuitos triunfalistas e telogos da Prosperi-dadeconstroem sua vitrilatria com baseem exemplos do Antigo Testamento; aquiZgari divide dois aspectos:Primeiro, h uma clara distino deque nem todos os personagens do AntigoTestamento obtiveram vitrias, mesmo sen-doexemplos de virtude e zelo quanto a Leide Deus, e aqui a tese baseada sobre a so-beraniade Deus; que nesse sentido, tambmem nosso caso, o mtodo de quase auto--ajuda de seguir certos passos de vence-doresdo Antigo Testamento esbarra nessesexemplos do prprio Antigo Testamento,onde quem designou a vitria e nesses ca-sos,vitrias literais de conquistas e terras emsua maioria foi o Senhor em sua soberaniae graa. Os textos bblicos mostrados, a meuver, realmente demonstram isso, se bem quemesmo com esses textos, evidente que nopodemos deixar de tirar lies (devidamenteinterpretadas, de forma cristocntrica) dasvitrias descritas no Antigo Testamento pelopovo de Israel, esse mesmo, um exemplo damisericrdia soberana de Deus e de Sua livregraa em dar dons ao que no merecia emabsoluto.Segundo, h uma exposio sobre al-gunsmtodos de hermenutica Bblica, en-treeles o Alegrico e o Gramtico-Histrico;nessa seo, claramente demonstrado quemuitos utilizam do mtodo alegrico semmoderao erro de alguns Pais da Igrejaat e por ele, colocam significados em tex-tosque no tem o tal significado claramenteevidentes no texto.O terceiro ponto geral do livro aconsequencia lgica do anterior, seguir parao Novo Testamento e ai verificar como a vi-tria descrita: aqui, a nfase muda dras-ticamente,o povo de Israel est em plenaderrota, militar e politicamente falando, e osgentios em relativa paz pelo Imprio, entre-tanto,Cristo e os apstolos colocam a vit-riaagora segundo a real nfase, agora queo Verbo se fez carne e comea a realizar suaobra j programada desde antes da fundaodo mundo. evidente que agora, por Cristo,a vitria no vir nem chegar segundo asexpectativas dos povos, mas sim segundo areal perspectiva de Deus em Cristo. A an-lisebblica dos Evangelhos e das Epstolas,bem como do Apocalipse (que Zgari o usa 14. A ESPADA e a Esptulade forma no especulativa) demonstram cla-ramenteo que a verdadeira vitria do Cris-toe como ela ocorre e ocorreu.Por ltimo, dividido em dois pontos,Zgari recorre ao testemunho dos Pais daIgreja e depois dos Reformadores para veri-ficarcomo eles entendiam e como eles refle-tiama ideia e a doutrina da vitria de Cristoe do cristo: notvel como que os Pais daIgreja e os mrtires so um testemunho vivode que a vitria realmente est alem das coi-sasdessa vida, em Cristo e por Cristo, e nansia de entrar em posse de suas vitria, elesno temiam a morte mais cruel; realmente,essa parte do livro encorajadora e nos pres-sionaa refletir como devemos ns mesmoenxergamos a morte e seu resultadoDepois dos primeiros cristos, Zga-ripassa a demonstrar em Lutero e Calvino,como que eles enxergavam a vitria; Luterorealmente via a vitria do cristo em Cristoe por Cristo, e para ele, essa vitria, alem deser um alvo do cristo, era uma esperana docristo contra o mundo e a carne.Em Calvino, vemos, pela partes se-lecionadasdas Institutas, como ele entendea vitria como algo que deve ser almejadoalm dessa vida terrena e imersa em muitasderrotas, em certo ponto, mas que devemoslutar para estarmos plenamente em conexo16 | Projeto Spurgeoncom essa vitria. Essa parte importante emcerto ponto, pois Zgari demonstra clara-mentecomo, pelas Institutas e em Calvino, aTeologia da Prosperidade no tem base, nema ideia de que ser rico sinal de eleio(pelo menos em Calvino)Uma pequena crtica (se que se podechamar critica) quando li essa seo, penseique nela se encaixaria plenamente o teste-munhode vida e a obra de John Bunyan, oPeregrino para ser usada como exemplode como os puritanos enxergavam a vitria;creio que o Zgari fez bem em focar s nosPais e nos Reformadores (pois eram ampla-menteaceitos por vrias correntes dentro daIgreja) mas na hora que li, lembrei como queBunyan encarou vrias derrotas, e saiu vito-rioso,e como que em O Peregrino, Cristosai vitorioso em diversas situaes onde aderrota parecia aparente e certeira alem davitria final de entra na Ptria Celestial.Realmente, uma excelente leitura,e necessria nesses dias onde muitos (e nsmesmo) s enxergamos o aqui e agora, e osucesso como sinal de vitria, e como pode-mosestar, no meio de aparentes derrotas,alegres e confiante de que nele Somos maisque vencedores, por meio Daquele que nosamou.Armando Marcos PintoArmando Marcos Pinto gestor imobilirio, frequenta a Igreja Pres-biterianada Bela Vista em So Paulo; editor do Projeto Spurgeon e ProjetoRyle.http://www.projetospurgeon.com.br/ 15. A Vida de David BrainerdJonathan Edwards246 Pginas | Formato: 14x21cm | ISBN: 978-85-9914-504-3O dirio de David Brainerd, comentado por JonathanEdwards neste volume, constitui um desafio ao cristo denossos dias; sua vida de dedicao ao Senhor um exemploque deve impactar a vida daqueles que buscam sinceramenteagradar ao Senhor em sua jornada.de R$ 32,00por R$24,00(0xx85) 3055.0083 | 3287.3473 | 8658.8274 | 9948.7357www.escolacharlesspurgeon.com.br 16. O meu novo e bblico18 | Projeto Spurgeonhomem idealSara de CerqueiraDurante um bate-papo em umgrupo do Facebook, que deincio era s uma conversanormal, boba, sem muitas re-flexes,acabou surgindo umassunto realmente importante, pelo menospara mim: casamento.Na minha poca de crist meia-boca,tinha uma lista com as caractersticas do meuhomem ideal. Ser cristo, apesar de encabe-ara lista, no passou de um simples item,algumas vezes negligenciado por mim, hajavista o meu comportamento nada agradvelaos olhos de Deus.Entretanto, Deus comeou a me mu-dar,a me moldar, a me mostrar a verdadeiraessncia do evangelho. Passei a me interes-sarmais pela Bblia, voltei a fazer meu de-vocional,a questionar alguns posicionamen-tos,a rever meus valores.Pouco antes disso, comecei um namo-rocom um cristo. Se minha vida e minhasposies no tivessem mudado, talvez essenamoro ainda existisse. Contudo, pela graae bondade de Deus, ele comeou um proces-somaravilhoso na minha vida e eu passei aenxergar mais alm, a desejar mais do queum simples cristo, e pus um fim ao namoro.Veja bem, o que ele fazia e que agoraeu no concordo, so coisas que antigamenteeu no veria mal algum, como deixar de iruma vez ou outra ou at mesmo no ir igreja.Mas por que sempre temos tempopara passar umas horas por dia discutindoou postando bobagens no facebook, sempretemos tempo de ir academia, praia ou aum restaurante com os amigos, mas nuncatemos tempo para adorar a Deus? Por quedoamos tanto tempo da nossa vida a pessoasque, por mais que tenham nos ajudado, nun-canos deram, nem jamais poderiam nos dar,o melhor e maior presente que ganhamos,que foi a salvao atravs da morte de JesusCristo?Por que to fcil valorizar algumque nos ajuda numa coisa to nfima, mas to difcil dispormos de tempo para adorar-mos,venerarmos e nos prostramos diantedaquele que nos deu a vida eterna?Por que as pessoas se sacrificam poramigos, mas no so capazes de se ajoelhare orar com reverncia a Cristo? Por que nin-gumpode sentir uma dor to nfima quantoa dos joelhos tocando o cho, quando Cristo,por ns, sofreu muito mais que isso, na cruz?Que cristo ns somos, se no temostempo para Cristo, tempo para honr-lo,agradec-lo? Que cristo ns somos, se nocolocamos Deus em primeiro lugar na nossavida? Que cristianismo fajuto esse que vi-vemos,em que amigos e parentes so maisimportantes para ns do que nosso Pai?Quem ama seu pai ou sua me mais do 17. Projeto Spurgeon | 19que a mim no digno de mim; quem ama seufilho ou sua filha mais do que a mim no dignode mim; Mt 10:37Outra coisa que me incomoda essaadequao do cristo aos tempos modernos,a esse politicamente correto, que prega aigualdade entre os sexos, que v a submissoda esposa ao marido como um ato de ma-chismoe desvalorizao da mulher, quandono !Ns, mulheres, estamos querendoocupar um lugar em nosso lar que no nospertence! Quantos casamentos ns vemos,em que mulheres mandam e homens obede-cem?Que adestramento foi esse, feito com oshomens, que agora eles esto cada vez maismansos e afeminados, enquanto ns, mulhe-res,cada vez mais imponentes e arrogantes?Por que o papel tem sido invertido? No porque o mundo prega uma igualdade entreos sexos que ns, como cristos, tambm de-vamosviver conforme essa regra.Homem e mulher no so iguais, ho-meme mulher tm papeis diferentes e a B-bliadeixa isso muito claro. Qualquer atitudecontrria a essa um despautrio e um des-respeitos ordenanas bblicas.Quero, entretanto, que saibais ser Cristoo cabea de todo homem, e o homem, o cabea damulher, e Deus, o cabea de Cristo I Co 11:3Como, porm, a Igreja est sujeita aCristo, assim tambm as mulheres sejam em tudosubmissas ao seu marido Ef 5:23Essa listinha que fiz est guardadaat hoje, dentro de uma caixinha pequena,dourada, a chamada caixinha da pureza.O tempo se passou e essa listinha, apesarde permanecer inalterada no papel, mudoumuito de uns tempos pra c para melhor.Hoje eu no quero me casar apenascom um cristo, quero um homem que tenhacompromisso com Cristo, que o coloque emprimeiro lugar na sua vida. Um homem quefar culto domstico comigo e com os filhos,um homem que morra e viva pelo evange-lho.Porque homem nenhum, por mais ricoou inteligente que seja, jamais me trar a se-guranae a confiana que o cristo pode meproporcionar.Um homem que no morra por Cris-to,um homem que no viva para Cristo, umhomem que no obedea aos mandamen-tosbblicos, simplesmente no mais umhomem bom o suficiente para mim. Assimcomo uma mulher no boa o suficientepara um servo de Deus, caso no preenchaesses requisitos.Sara de CerqueiraSara de Cerqueira formada em hotelaria, frequenta a Igreja Presbiterianado Cambeba, em Fortaleza, e tradutora do Projeto Ryle.http://sdecerqueira.blogspot.com.br 18. A ESPADA e a EsptulaCristo, o EdificadorNosso Senhor Jesus Cristo declara: Eu edificarei minha Igreja.A verdadeira Igreja de Cristo est ternamente cuidada por todas as20 | Projeto Spurgeonda Sua IgrejaJ.C.Rylepessoas da bendita Trindade.Na economia da redeno, semdvida nenhuma, Deus o Paiescolhe, e o Deus EspritoSanto santifica cada membrodo corpo mstico de Cristo.Deus Pai, Deus Filho e DeusEsprito Santo, trs pessoas eum s Deus, cooperam para asalvao de cada alma salva.Esta a verdade, a qual nodevemos jamais esquecer.No obstante, h umsenso peculiar na qual a as-sistnciada Igreja deposita-dasobre Nosso Senhor JesusCristo. Ele peculiar e pree-minentementeo Redentor e oA verdadeiraIgreja de Cristoest ternamentecuidada por to-dasas pessoasda bendita Trin-dade.Salvador. Consequentemente,o encontramos dizendo emnosso texto, Eu edificarei: o trabalho de edi-ficao minha obra especial. Cristo que chama os membros daIgreja no seu devido tempo. Eles so os cha-madosde Jesus Cristo. Cristo que lhes dvida. O filho d tambm a vida a quem elequer. Joo 5:21. Cristo quem lavou seuspecados. Aquele que nos ama e libertou dosnossos pecados por meio do seu sangue.Apocalipse 1:5. Cristo que lhes d a paz.Deixo-lhes a paz, a minha paz lhes dou.Joo 14:27. Cristo que lhes d a vida eter-na.Eu lhes dou a vida eterna e eles jamaisperecero. Joo 10:28. Cristo que lhes as-seguraarrependimento. E Deus o exaltou,colocando-o sua direita como Prncipe eSalvador para dar a Israel ar-rependimentoe perdo dospecados, Atos 5:31. Cristoque os capacita a se tornaremfilhos de Deus. Contudo, aosque o receberam e aos que cre-ramem seu nome deu-lhes odireito de tornarem filhos deDeus. Joo 1:12. Cristo quecontinua a obra neles quandoela comeou. Porque eu vivo,vocs tambm vivero Joo14:19. Em resumo Pois foi doagrado de Deus que nele [emCristo] habitasse toda a plenitude. Colos-sences1:19.Ele o autor e consumador da f.Dele, toda a junta e membro do corpo msti-codos cristos suprido. Atravs de Cristoeles so fortificados para o dever. AtravsDele eles so guardados do fracasso. Cristoos preservar at o fim e os apresentar semfalta diante do trono do Pai com grande re-gozijo.Ele todas as coisas, e tudo em todospara os crentes. 19. Junho de 2012Projeto Spurgeon | 21O agente poderoso pela qual o SenhorJesus Cristo cumpre este trabalho em grandenmero de Igrejas , sem dvida nenhuma, oEsprito Santo. Ele que aplica Cristo e seusbenefcios para a alma. ele que renova,desperta, convence, leva para a cruz, trans-formando,tirando do mundo, pedra apspedra, e adicionado-o para o corpo msticode Cristo.Mas o grande chefe construtor, queelaborou o trabalho de redeno e trouxe-opara o seu cumprimento, o Filho de Deus:o verbo que se fez carne. Jesus que edifi-ca.Edificando a verdadeira Igreja, o Se-nhorJesus permite usar muitos instrumentossubordinados. O ministrio do evangelho,a exposio das Escrituras, a admoestaoamiga, a palavra falada na estao certa,atraindo influncia das aflies, todos somtodos pela qual seu trabalho continua.Mas Cristo o grande superintendente, ar-quiteto,ordenando, guiando,dirigindo tudo o que feito. Oque o sol para todo o sistemasolar, Cristo para todos osmembros da verdadeira Igre-ja.Paulo pode plantar, Apoloregar, mas Deus d o cresci-mento.Ministros podem pre-gar,os escritores podem escre-ver.Mas s Jesus que podeedificar. E se ele no edificar, aobra permanece paralisada.Grande a sabedoriacom a qual o Senhor Jesus edi-ficaa sua Igreja. Tudo feitoEdificando averdadeiraIgreja, o SenhorJesus permi-teusar muitosinstrumentossubordinadosno devido tempo, na forma correta. Cadapedra em sua Igreja colocada no lugar de-vido.s vezes ele escolhe grandes pedras, es vezes escolhe pequenas pedras. s vezes,a obra se move rapidamente, s vezes vaga-rosamente.O homem frequentemente im-paciente,e pensa que nada est acontecendo.Mas o tempo do homem no o tempo deDeus. Mil anos para Deus representa apenasum dia. O grande construtor no comete er-ros.Ele sabe o que est fazendo. Desde o ini-ciofaz conhecer o fim. Ele trabalha atravsde um plano perfeito, certo e inaltervel. Asmais poderosas concepes de arquitetos,como Michelangelo, so meras brincadeirasde crianas, em comparao com os sbiosconselhos de Cristo com respeito a sua Igre-ja.Grande a condescen-dnciae a misericrdia queCristo mostra na edificao desua Igreja. Ele frequentementeescolhe as mais improvveise speras pedras e ajusta-asna mais excelente obra. Eleno despreza e nem rejeitaningum por conta dos seusantigos pecados e transgres-sespassadas. Ele se agrada edeleita em mostrar misericr-dia.Ele frequentemente pegao mais negligente e incrduloe transforma-o em cantos poli-dosdo seu templo espiritual.Grande o poder que Cristo exibe naedificao de sua Igreja. Ele prossegue Suaobra apesar da oposio do mundo, da carnee de Satans. Na tempestade, no caos, atra-vsde tempos turbulentos, silenciosamen-te,quietamente, sem barulho, sem agitao,sem excitao, o edifcio avana como o tem-plode Salomo. Eu trabalharei, declara, eningum interromper.Irmos, os filhos do mundo tm pou-coou nenhum interesse na edificao destaIgreja. Eles no se importam pela converso 20. A ESPADA e a Esptuladas almas. O que so espritos quebrantadose coraes arrependidos para eles? Tudo bobagem seus olhos. Porm, enquanto osfilhos deste mundo no se importam, h ale-griana presena dos anjos de Deus. Porquena preservao dessa Igreja, as leis da na-turezatm sido, s vezes, suspensas. Parao bem dessa Igreja, todos os negcios deDeus neste mundo so ordenados e organi-zados.Pelo amor dos eleitos,as guerras so encerradas,e a paz dada para a nao.Estadistas, governantes, im-peradores,reis, presidentes,Chefes de governos, tm seusesquemas e planos, e pensamque so de alta importncia.Porm, h outra obra queest acontecendo, definitiva-mente,de muito maior signi-ficado,pelas quais eles todosCristo nuncafalhar. O queele comeou elecertamente exe-cutare com-pletar.so nada mais que machados e instrumen-tosnas mos de Deus. Essa obra o ajunta-mentode pedras vivas na verdadeira Igreja.Quo pouco nos contam a palavra de Deusa respeito dos no convertidos comparadocom que nos contam sobre os convertidoscrentes. A histria de Ninrode, o poderosocaador, descartada em poucas palavras.A Histria de Abrao, o pai da f, ocupadiversas pginas. Nada nas escrituras toimportante como a concernente verdadei-raIgreja. O mundo desdenha da Palavra deDeus. A Igreja e sua histria a tem em altaconsiderao.Vamos agradecer a Deus para sem-pre,meus amados irmos, porque a edifica-o22 | Projeto Spurgeonda verdadeira Igreja est colocada sobreos ombros Daquele que poderoso. Vamosbendizer a Deus, que no faz cair essa res-ponsabilidadesobre o homem. Vamos ben-dizera Deus que no depende de missio-nrios,ministros ou comisses. Cristo opoderoso Construtor. Ele prosseguir suaobra, embora naes e igrejas visveis des-conheamseus deveres e obrigaes. Cristonunca falhar. O que ele come-ouele certamente executar ecompletar.Trecho do sermo A Verdadeira Igreja, de J.C.Ryle, em breve noProjeto Ryle Anunciando a verdade evanglicaJohn Charles RyleJ.C.Ryle foi um religioso ingls, o primeiro bispo de Liverpoolda Igreja da Inglaterra. Ele foi educado em Eton e em Christ Church, emOxford. Ryle foi um forte sustentador da escola evanglica e um crtico doritualismo. Ele tornou-se um lder da ala evanglica na Igreja da Inglaterra efoi notrio por seus ensaios doutrinrios e seus escritos polmicos. 21. CONFERNCIA FIELJOVENSA Centralidade de CRISTO.Preletores:Assistam online as palestras da8 Conferncia Fiel de Jovensde 7 a 10 de junhoJUSTIFICADOS EM CRISTOJohn Piper116 Pginas | Formato: 14x21cm | ISBN:978-85-61619-07-7Esta uma obra magnfica, maravilhosa em sua cla-reza,notvel por seu tratamento fiel e minucioso dos textosbblicos e poderosa na fora de sua argumentao. A res-postasimples e potente do Dr. Piper aos ataques recentes compreenso protestante histrica da justificao pela fir curar uma multido de doenas teolgicas. Este certa-menteum dos livros mais belos e mais importantes a serempublicados em muitos anos.JOHN MACARTHURR$27,00 www.tempodecolheita.com.br 22. Entrevista com o BispoWalter McalisterArmando Marcos e tila CalumbyA pequena cidade de Charlotte, nos EUA, viu nascer o que considerado o maior evan-gelistado sculo 20, Billy Graham, e anos mais tarde, viria a ser testemunha do nasci-mentode nosso entrevistado, filho daquele que anos depois seria uma das figuras maisimportantes no Evangelismo do Brasil, Robert McAlister, mais tarde. Walter McAlister,Bispo Primaz da Aliana das Igrejas Crists Nova Vida, em seu novo livro Neopentecostalismo,a Histria no contada, nos relata sobre a vida e ministrio de seu pai, como atuou no Brasil,e como que muito do que Roberto McAlister implantou no Brasil foi deturpado e usado de formamarginal por muitos, no sendo herdeiros legtimos nem quanto a pratica nem quanto a obra daIgreja de Nova Vida; nessa entrevista, conversamos sobre alguns aspectos do livro e outros temascom o Bispo McAlister que muita nos honra em ser nosso primeiro entrevistado para a revista AEspada a e Esptula1 No seu novo livro Neopentecostalismo, a Histria no contada, osenhor nos fornece uma biografia de vida e ministrio de seu pai,bispo Roberto McAlister, e com nela o sr. mostra que muitas praticasocorridas nos anos iniciais da Igreja de Nova Vida foram modificadas edeturpadas pelos que saram desse ministrio anos depois, desenvol-vendoat mesmo heresias verdade. Procurei mostrar que embora meu pai fosse o pre-cursordo movimento Neopentecostal, de fato ele no foi o pai.Isto seria o mesmo que dizer que qualquer seminrio fundadopor um ex-catlico teria o Papa como o seu pai. Saram de ns.Entender isto, o comeo de uma viso mais correta do processoque deu incio ao movimento neopentecostal. De fato so os seuslderes atuais que foram os pais do movimento. Mas, tiveramde onde tirar. H sementes na nossa histria que eles transmu-taramem tcnicas esprias para agregar fiis e arrecadar dinhei-ro. o que procuro explicar no livro.2 Bispo Roberto McAlister, segundo seu novo livro, foi o pioneiro na implementao do episcopadono pentecostalismo brasileiro; porem, como visto hoje em dia, no meio neo-evanglico essesistema de governo gerou reinos e disputas entre igrejas e seitas; at que ponto esse sistemafoi mal implementando, incentivado mais cismas em igrejas que reinterpretaram esse sistema deacordo com suas vises sem base para ele? Porque a Igreja Crist Nova Vida ainda utiliza esse sis-temade governo? No seria ele uma forma que Roberto McAlister implementou precipitadamente?Em primeiro lugar, muito difcil julgar as motivaes que levaram outras igrejas a im-plementar24 | Projeto Spurgeona terminologia episcopal. Digo a terminologia, pois no houve uma mudana realno regime de governo. Algumas igrejas que conheo tem a sua frente um bispo, mas elegoverna uma igreja apenas. um bispo de esquina e s. Lamentvel. Outras igrejas usamo termo bispo para destacar os oficiais que regem, i., literalmente mandam nos pastoressobre os quais foram colocados; que, por sua vez, no passam de funcionrios da empresa/ 23. igreja. O meu pai foi reconhecido como lder da Nova Vida, desde o princpio, pois o queele foi. O ttulo no mudou isto. A verdade que com o tempo, o episcopado na Nova Vidaficou confuso, dividido, e se esvaziou. Somente com o estabelecimento da Aliana, aps asua morte, que fiz questo de definir o papel do bispo como um pastor de pastores, e nadamais. No temos poder sobre as igrejas ou sobre os pastores. Eles voluntariamente nos con-fiama liderana desta aliana qual pertencem. No creio que meu pai foi precipitado. Screio que ele no entendeu todas as implicaes e repercusses que esta mudana viria ater. Mas, raro algum conseguir enxergar o futuro e todas as consequncias dos seus atos.Muitas vezes a soluo de um problema pode de fato criar outros e diferentes problemas,que foi o caso.3 Quanto a Liturgia, no livro dito que na introduo dela, no havia um padro nem de vestesProjeto Spurgeon | 25nem dos significados delas; qual o padro adotado hoje em dia pela ICNV?Nos limitamos ao colarinho clerical na hora dos cultos, sepultamentos e qualquer momentono qual estivermos atuando de forma sacerdotal. Os bispos usam a camisa roxa e o primaz acamisa vermelha. Bispos tambm usam o anel e a cruz peitoral, mas mais frequentementeem ocasies formais (ordenaes pastorais, etc..) Fora isto, e em momentos apropriados,usamos a toga acadmica com a estola sacerdotal, tambm. Este smbolos ajudam a visual-mentecriar um ambiente para o que est para acontecer. Somos seres emblemticos. Estessmbolos so pedaggicos, de certo modo. Representam uma linguagem que afirma coisassem que seja necessrio verbaliza-las sempre. Achamos que seja apropriado nos vestirmosassim, ao invs de usarmos a indumentrio de um homem de negcios (terno e gravata),que por sinal cruel num pas tropical o como nosso (muito quente). O colarinho simplese despojado e tem precedente histrico. este precedente que queremos reconhecer. AIgreja um fato milenar. Nos juntamos a esta histria e a honramos, assim como os nossosantepassados na f, desta maneira simples.4 Hoje a Aliana das Igrejas Crists de Nova Vida (ICNV) uma denominao reformada na teolo-gia,mas ela pentecostal quanto aos dons? Se sim, como ocorre essa harmonia? No seria umacontradio? (em vista do contraste entre o cessacionismo e continusmo entre os reformados).A teologia reformada no um shiboleth na nossa denominao. Os pastores no soobrigados a adeso estrita. H membros do presbitrio nacional que reconhecem a posturaoficial da denominao, mas expressam, com lealdade, a sua convico contrria (e so umaminoria, bem pequena). Nossa aliana requer uma harmonia teolgica. Isto quer dizer queo dilogo continua, assim como a Igreja Reformada reforma sempre. A cosmoviso pente-costalno contradiz, em absoluto, a Reforma. H, historicamente, igrejas reformadas quemantinham uma viso da atuao milagrosa do Esprito Santo, mesmo aps a gerao dosapstolos. A rigor, a nossa cosmoviso compreende uma dependncia do poder manifestadodo Esprito Santo, sempre e em tudo que fazemos. Afinal, at o mundo natural mantido eexiste pelo poder da palavra de Deus (Hb 1.3). A ao sobrenatural no viola a ordem natural(at porque esta viso no passa de desmo), simplesmente porque a prpria ordem natural mantida pelo poder de Deus. Pode interromper as nossas expectativas, e o que costu-meiro.Mas como disse Paulo no Arepago, Pois nele vivemos, nos movemos e existimos,...(At 17.28). Se Deus age na sustentao de tudo, sua ao extraordinria no deve ser vistocomo uma violao na ordem natural. Cessacionismo no um pilar da f reformada. Aoremov-lo, o resto no sofre qualquer tipo de abalo. Portanto, a postura da continuidade daao do Esprito, inclusive pela manifestao de dons como cura e lnguas, no dissonante,nem incongruente.5 Quanto a teologia Reformada, quando que se iniciou essa transio teolgica na ICNV? A Alianatoda a aceita essa posio? Os membros aceitam essa posio como bsica na escolha da ICNVcomo congregao? 24. O processo comeou quando meu pai leu e abraou a teologia dos pactos uma escoladentro da teologia reformada (Ridderbos, E.Stanley Jones, George Eldon Ladd). Aps a suamorte, senti uma necessidade de completar os meus estudos e ao procurar a Reformed The-logicalSeminary e vi que o que ele comeou precisava ser levado a frente, trazendo umaharmonizao entre as vrias doutrinas da nossa igreja. Para tanto, acabei reescrevendoo nosso catecismo, que passamos a chamar Seminrio Teolgico de Base (com revisesdrsticas na nossa postura sobre os sacramentos, soteriologia, e at questes pontuais dopentecostalismo). Passei meses discutindo as mximas da reforma com os bispos e pastoresda denominao. Levou muito tempo, mas hoje h uma hegemonia bem maior em torno dapostura oficial. H quem no entenda, claro. Nossa igreja tem mais de 60.000 membros (que muito pequena, por sinal). Leva tempo para isto tudo ser disseminado, especialmenteentre a velha guarda. Mas, h de convir que a mudana de uma denominao inteira umaobra herclea e que leva mais de uma gerao para completar.6 A editora Anno Domini foi a editora evanglica mais premiada em 2011 no prmio Aret; osenhor foi consagrado Autor do Ano e seu livro O Fim de Uma Era o livro do ano; essas pre-miaesforam sobre nomes de peso do evangelicalismo brasileiro, bem como de ttulos e autoresdefensores da teologia da prosperidade por exemplo; esses prmios no foram, a seu ver, sinais deque a Igreja comea a reconhecer sua situao e comea a acordar?Creio que sim. Creio que mais do que o livro em si, foram as posturas e o reconhecimentoda sua relevncia que causou esta premiao.7 Logo na abertura do livro O Fim de uma Era, h uma citao de Charles Spurgeon sobre anossa obrigao de igreja em nos mantermos fieis para que as prximas gerao no se desviem.Hoje, de muitas formas estamos caminhando para uma situao semelhante ao que aconteceu coma Inglaterra ps Spurgeon no Brasil (com uma igreja pragmtica e humanista) como evit-la? A dou-trinaevanglica do ponto de vista reformada tem condies de nos ajudar a barrar essa derrocada?No caminhamos nesta direo. J chegamos nela. Esta-mossofrendo os efeitos da nossa equivocada e calamitosacosmoviso. O cristianismo atual traiu a Cristo (JacquesEllul j disse que todo ismo acaba traindo o seu funda-dor).Nossa cultura crist compreende valores e conceitosprofundamente mundanos. Hoje a igreja dominada porum desmo teraputico e fundamentado em mrito (WhatWould Jesus Do? [sic]). Michael Horton escreveu um livroimportantssimo, que estou terminando de ler, chamadoCristianismo Sem Cristo. uma alerta urgente e uma lei-turada igreja que todos devem compreender. Creio queprecisamos de uma nova reforma. De fato isto est acon-tecendo.26 | Projeto SpurgeonA teologia reformada foi noticiada pela revistaTIME como uma das 10 ideias que mais contribuiro paramudanas no sculo 21. Os novos reformados esto se mul-tiplicandoentre os jovens, que no aceitam mais uma teo-logiafraca. Querem algo que faa sentido biblicamente.Querem algo que seja mais slido. E a postura reformada a mais vigorosa e coerente de toda a constelao de para-digmasdoutrinrias correntes. Mas, como disse HernandesDias Lopes no Encontro da SEPAL 2012, precisamos urgente-mentede uma avivamento, tambm, e no poder do EspritoSanto. Palavras bem pentecostais para um presbiteriano,no acha? Sem um milagre, esta igreja vai a falncia. 25. 8 Como o sr. v o fenmeno do Novo Calvinismo nos EUA? um movimento coerente, ou algoProjeto Spurgeon | 27passageiro? Ele deve ser aplicado no Brasil? At que ponto?Como falei, este movimento est crescendo. Mas acrescentaria somente o seguinte: Te-mosque dosar o nosso entusiasmo pela verdade sobre a graa com graa. H pessoas quevem os neo-calvinistas como uma ameaa. Uma atitude combativa no ajuda a atenuaresta impresso. De fato, s refora e engessa a oposio, e com isto, inviabiliza o dilogo.Creio que temos que ouvir muito. Temos que criar pontes com o campo de Misso Integral,os dispensacionalistas, e outros. Os liberais so uma coisa a parte, claro. So ateus disfar-adosde cristos. Mas, alm disto h muitos que discordam de ns e precisamos trata-losrespeitosamente e com amor. O Corpo de Cristo precisa de pessoas que sejam pacificadorase que conseguem avanar e defender suas profundas e necessrias convices sem hostilizaros que discordam. Rotular, descartar, brigar, ser condescendente, e se achar superior no soatitudes que vo ajudar a Igreja. O problema que muitos dos neo-calvinistas so jovens. Ojovem quer ter razo e quer que todos reconheam a sua razo. Com o tempo, no entanto,descobrimos que de fato o conhecimento ensoberbece, mas o amor edifica. Vejo uma faltade amor para com os que no abraam a reforma, mas que continuam sendo irmos emCristo. Esta atitude pode prejudicar a longevidade do movimento. Quanto mais carnal foro avano de qualquer verdade, por mais bblica que seja, menor ser a sua expectativa devida. Criar um rebote histrico que finalmente acabar o desacreditando.9 Nosso Projeto Spurgeon nasceu com a inteno de ser um blog que seja usado de forma evange-lizadora,e ser para a Igreja uma base de apoio para pastores, lideres e membros se fortalece-remna doutrina evanglica genuna: o portal da ICNV tambm tem vrias sees que tem, a nossover, esse mesmo fim: vrios sites esto na mesma linha, outros, porem, no, e vrias redes sociaise blogs so usados para debates teolgicos ou para futilidade gospel; At que ponto temos queter cuidado para no usar a Internet de forma inadequada para o Evangelho? Deus est usando aInternet para reavivar Sua igreja?Eu acredito que seja um meio legtimo de argumentao e convencimento. No fosse as-sim,no estaria eu no Facebook, Twitter, Formspring, e com um site/blog prprio e umportal denominacional. Mas um instrumento limitado, tambm. Sem o contato pessoalpodemos concluir que algum pode receber desta tecnologia tudo que precisa para crescere andar com Cristo. No deve demorar para algum propor servir a Santa Ceio, clicando seumouse no cone do po e do clice. Absurdo? s esperar um pouco para um aproveitadorpensar nisto. Como disse Neil Postman, no seu livro Tecnopoly, cada tecnologia tem umatica intrnsica. Entender qual seja esta tica fundamental para o bom emprego dela.Concomitantemente, podemos passar a lhe conferir peso demasiado e assim negligenciar ou-trosmeios mais antigos que a histria j vindicou como bons e necessrios para o discipuladoe para a evangelizao.10 Deixe uma mensagem final para nossos leitores da revista A Espada e a Esptula.Ento. Primeiramente agradeo a voc por esta abertura e entrevista. Aproveito para con-vidara todos a acompanhar o meu blog, tambm, junto com os podcasts de vdeo que postono www.waltermcalister.com.br. Que Deus nos abenoe e tenha misericrdia de todos ns.Na paz.sd Walter McalisterBispo Primaz da Aliana das Igrejas Crists Nova Vida. Fundador ePresidente do IBRMEC. Lauzanne Movement 2010 (Capetown), Autor doslivros: O Fim de Uma Era, O Pai Nosso, A Coleo Caf Espiritual.http://www.waltermcalister.com.br 26. NeopentecostalismoA Histria no ContadaWalter McalisterO uso mais comum do termo neopentecostalassocia esse movimento a um determinadotipo de igreja que adota prticas apcrifasem seus cultos, realiza exorcismos com trans-missopela TV como forma de se promover,lana mo de mtodos mgicos incorporadosde outras religies, promove um sincretis-moclarssimo em suas reunies, usa meiosduvidosos para arrecadar dinheiro, prega aTeologia da Prosperidade e segue uma linhadoutrinria que Bispo Roberto classificaria deantibblica.Este livro traz uma contribuio significativa no s histria da IgrejaCrist Nova Vida, mas tambm a todos aqueles que estudam de uma maneirasria o protestantismo no Brasil, em especial a origem do pentecostalismo.Com toda certeza as novas geraes do pentecostalismo brasileiro teroque obrigatoriamente passar pela vida e pelo ministrio do Bispo Roberto sedesejarem conhecer no s sua prpria histria como a dos seus pioneiros.28 | Projeto SpurgeonRicardo Bitun - Telogo, cientista social, Mestre em Cincias da Religio eDoutor em Cincias Sociais, Pastor da Igreja Evanglica Manaim.No tenho conhecimento de nenhuma outra obra que conte a histria deum lder e de uma denominao com tanto esprito crtico como esta. (...)Permita Deus que o livro de Walter McAlister abra os olhos de muitos brasi-leirospara graves distores, a bem do Evangelho. (...) um livro indicadopara quem quer ficar mais por dentro do movimento neopentecostal, prin-cipalmenteda histria das trs primeiras denominaes que provavelmenteinauguraram a chamada terceira onda do pentecostalismo brasileiro.Elben M. Lenz Csar - Diretor da revista Ultimato.www.editoraannodomini.com.brWalter McAlisterLANAMENTOR$ 17,90 27. A ESPADA e a Esptula Junho de 2012O Papel de Luzdos Ministrosdo EvangelhoJonathan EdwardsProjeto Spurgeon | 29Gostaria de mostrar que o de-sgniode Cristo ao apontar aordem e ofcio dos ministrosdo Evangelho que eles sejamlmpadas para as almas doshomens.O reino de Satans um reino de trevas. Os dem-niosso os governantes dastrevas deste mundo. Mas oreino de Cristo um reino deluz. Os desgnios desse reinoso levados a efeito pela luz.Seu povo no somos da noite,nem das trevas, mas so filhosda luz, assim como so filhosde Deus, que o Pai das luzes,e Ele uma fonte infinita deluz, e no h nele treva algu-ma(I Ts 5:5, Tg 1:17, I Jo 1:5).H uma ana-logiaentre aconstituio edisposio divi-nadas coisas nomundo naturale espiritual.O homem, com a queda, extinguiuaquela luz divina que brilhou no mundono seu estado inicial. A Escritura apresentaa impiedade do homem como reduzindo omundo quele estado em que estava aindasem forma e vazio, e as trevas preenchiamtudo. Jr 4:22, 23, Deveras, o meu povo estlouco, j no me conhece; so filhos nsciose no inteligentes; so sbios para o mal eno sabem fazer o bem. Olhei para a terra, eei-la sem forma e vazia; para os cus, e notinham luz. Mas Deus em Sua infinita mi-sericrdiafez gloriosas provises para a res-tauraoda luz nesse mundo cado em tre-vas.Ele enviou aquEle que obrilho da restaurao da luz aomundo, para ser a luz do mun-do.a verdadeira luz, que, vin-daao mundo, ilumina a todohomem. I e., todo homem nomundo que algum dia teve al-gumaluz verdadeira.. Mas emSua sabedoria e misericrdia,Ele se apraz em jogar Sua luzaos homens por meios e ins-trumentos.E enviou adiantede Si Seus mensageiros, e in-dicouministros em Sua igreja para seremluzes subordinadas, e brilharem pela comu-nicaode Sua luz, e refletir os raios de Suaglria nas almas dos homens.H uma analogia entre a constitui-oe disposio divina das coisas no mun-donatural e espiritual. O sbio Criador nodeixou o mundo natural sem luz. Mas emnosso sistema solar Ele colocou uma grande 28. luz, imensamente excedendo todo o resto,brilhando perpetuamente com uma fora ecompletude transcendentes, para iluminar otodo. E ele apontou outras luzes, subordina-dase dependentes, que brilham pela comu-nicaoe reflexo de parte de seu brilho. As-simtambm no mundo espiritual; ali Deusapontou Jesus Cristo como o Sol da Justia.A igreja de Deus no tem o sol para ser sualuz durante o dia, nem para a iluminao alua reflete sua luz, mas o Senhor sua luzeterna, e seu Deus sua glria. A Nova Jeru-salmno precisa do sol, nem da lua; pois alio Cordeiro a luz. E os ministros de Cristoso, como eram antes, as estrelas que apon-tampara essa gloriosa fonte de luz, parareceber e refletir Seus raios, e iluminar asalmas dos homens. Assim como Cristo cha-madode sol nas Escrituras, assim tambmSeus ministros so chamados de estrelas. As-simso os doze apstolos, osministros principais da igrejaCrist, chamados, em Ap 12:1,Viu-se grande sinal no cu, asaber, uma mulher vestida dosol com a lua debaixo dos pse uma coroa de doze estrelasna cabea. Assim tambmso chamados os ministros co-munsdo Evangelho, Ap 1:16,Tinha na mo direita sete es-trelas.E no verso 20, Quan-toA luz re-frescanteparaaqueles queficaram muitotempo noescuro.ao mistrio das sete estrelas que viste naminha mo direita e aos sete candeeiros deouro, as sete estrelas so os anjos das seteigrejas e os sete candeeiros so as sete igre-jas.Aqui tambm os ministros do Evange-lhoso implicitamente comparados quelaslmpadas que iluminam o templo em Jerusa-lm,sobre o topo dos sete candeeiros: e maisexpressivamente em Zc 4:2, olho, e eis umcandelabro todo de ouro e um vaso de azeiteem cima com as suas sete lmpadas e setetubos, um para cada uma das lmpadas queesto em cima do candelabroEssas lmpadas tm todo o seu leoadvindo de Cristo, e so inflamadas por Suachama, e brilham por Seus raios; e sendo as-simdependentes dEle, esto prximas a Ele,e seguros pela Sua mo direita, de forma que30 | Projeto Spurgeonpossam receber luz dEle, para comunic-la aoutros.O uso da luz se d de trs formas;para descobrir ou revelar, para refrescar, epara direcionar.A primeira utilidade de uma luz descobrir coisas, ou faz-las manifestas. Semluz nada pode ser visto. Ef 5:13, Mas todasas coisas, quando reprovadas pela luz, setornam manifestas; porque tudo que se ma-nifesta luz. Ministros foram postos paraserem luz para as almas dos homens no to-cantea isso, visto que eles devem ser meiosde colocar as verdades divinas neles, e colo-car vista deles os objetos mais gloriosos eexcelentes, e os levando e ajudando a con-templaressas coisas que anjos anelam pers-crutar.Os meios de eles obterem esse conhe-cimento infinitamente mais importante,e mais excelente e til, do que aquele dosmaiores polticos ou filsofos,mesmo quando esses falam doque espiritual e divino. Elesforam postos como o meio delevar os homens para fora daescurido para a maravilhosaluz de Deus, e de lev-los fonte infinita de luz, a fim deque na Sua luz eles vejam aluz: eles foram escolhidos parainstruir os homens, e comuni-cara eles aquele conhecimen-topelo qual eles tenham conhecimento deDeus e Jesus Cristo, e conhecendo-o, tenhamvida eterna, Jo 17:3.Outra utilidade da luz refrescar edeliciar os que a vem. A escurido desani-madora.A luz doce, e uma coisa agradvel caminhar pelo sol. A luz refrescante paraaqueles que ficaram muito tempo no escuro.Por isso, aqueles que mantm a guarda e vi-giamacordados durante a noite, anseiam eesperam pela luz da manh; e o homem sbioobserva, Pv 15:30, A luz dos olhos alegra ocorao . Luz espiritual particularmenterefrescante e alegre. Sl 97:11, A luz difunde--se para o justo, e a alegria, para os retos decorao. Aqueles que vem a luz de Cristo,a estrela que nasceu de Jac, so revigoradose se alegram, e os homens sbios que viramA ESPADA e a Esptula 29. a estrela que apontava para eles onde Cris-toestava, Mt 2:10, E, vendo eles a estrela,alegraram-se com grande e intenso jbilo.Ministros so apontados na igreja deDeus para serem instrumentos deste confortoe frescor para as almas dos homens, para se-reminstrumentos que levam almas ao DeusEd toda consolao, e fonte de suas alegrias.Eles so enviados como Cris-tofoi, e como co-trabalhadorescom Ele, para proclamar liberta-oaos cativos e restaurao davista aos cegos, para por em li-berdadeos oprimidos, e conso-laros que choram. Eles devemconduzir os que esto cansadose sobrecarregados ao seu verda-deiro pela luz quevemos aondeestamos indo.descanso, e falar a palavra certa ao queest esgotado. Eles so escolhidos como mi-nistrosda consolao e alegria dos santos. 2Co 1:24, no que tenhamos domnio sobrea vossa f, mas porque somos cooperadoresde vossa alegria.A terceira utilidade da luz direcio-nar. pela luz que vemos aonde estamosindo. Aquele que anda nas trevas no sabeaonde vai, e est correndo o risco de trope-are cair no engano. Assim, pela luz queos homens sabem o que fazer, e so capa-zesde trabalhar. De noite, nos diz Cristo,ningum pode trabalhar. Ministros foramapontados para serem luz para os homensno tocante a isso tambm. Como Zacariasdiz acerca de Joo Batista, Lc 1:79, e dirigirnossos ps pelo caminho dapaz. Ministros tem o regis-trode Deus confiado a eles afim de que eles o conservempara sempre, os quais Deusdeu para ser para o homemcomo uma luz brilhando naescurido, para os guiar pelocaminho nesse mundo tene-broso,para as regies de luz eterna. Minis-trosforam colocados como instrumentos detransmitir aos homens aquela verdadeira sa-bedoriada qual J 28 fala, que no se d porela ouro fino, nem se pesa prata em cmbiodela. O seu valor no se pode avaliar peloouro de Ofir, nem pelo precioso nix, nempela safira.Jonathan Edwards, trecho do sermo A verdadeira excelncia de um ministro doEvangelho, a ser publicado em breve na integra pela Editora InterfernciaJonathan EdwardsJonathan Edwards, nasceu em East Windsor, Connecticut, EUA, em5 de outubro de 1703, sendo seu pai um ministro do evangelho que militouna Igreja Congregacional. Criado em um lar evanglico, isto o estimulou so-bremaneiradesde o incio de sua vida a um grande fervor espiritual, tendoj desde a meninice grande preocupao com a obra de Deus.Projeto Spurgeon | 31 30. A ESPADA e a EsptulaA Ceia do Senhor32 | Projeto SpurgeonJohn KnoxAqui se declara brevemente, emresumo, conforme as Escritu-ras,a opinio que nscristostemos da Ceia do Senhor, cha-madao Sacramento do Corpoe o Sangue de nosso Salvador Jesus Cristo.Primeiro, confessamos que um atosanto, ordenado por Deus, no qual o SenhorJesus, mediante coisas terrenas e visveispostas diante de nos, nos eleva s coisas ce-lestiaise invisveis. E que quando foi prepa-radoSeu banquete espiritual, testificou queEle mesmo era o po vivo, com o qual nos-sasalmas teriam que ser alimentadas para avida eterna.E, portanto, ao dispor po e vinhopara comer e beber, nos confirma e sela Suapromessa e comunho, (isto , que seremosparticipantes com ELE em seu Reino); e re-presentapara ns, e revela para nossos senti-dos,Seus dons celestiais; e tambm se nos da Si mesmo, para ser recebido pela f, e nocom a boca, nem mesmo por alguma trans-fusode substncia. Seno que, mediante opoder do Esprito Santo, ns, sendo alimen-tadoscom Sua carne e lavados com Seu san-gue,sejamos renovados verdadeira pieda-dee imortalidade.E tambm que aqui o Senhor Jesus noscongrega em um corpo visvel, de maneiraque sejamos membros um do outro, e faa-mostodos juntos um s corpo, no qual JesusCristo seja o nico cabea. E finalmente, quepelo mesmo sacramento, o Senhor nos cha-ma recordar sua morte e paixo, para avi-varnossos coraes a louvar Seu santssimonome.Mais ainda, reconhecemos que esteSacramento deve ser administrado reveren-temente,considerando que ali se exibe e sed testemunho da maravilhosa sociedade eentrelaamento do Senhor Jesus com quem orecebe; e tambm, que est includo e conti-doneste Sacramento que Ele preservar SuaIgreja. Porque assim se nos manda anunciara morte do Senhor at que Ele venha.Tambm, cremos que uma confis-so,mediante a qual manifestamos que tipode doutrina professamos; e a qual congrega-onos aderimos; e tambm, que um vn- 31. Junho de 2012- Texto original em ingls Reformation Press 2004 - www.reformationpress.co.uk- Vertido da traduo em espanhol (www.iglesiareformada.com) para o portugus por Fabio FariasFONTE: http://www.pelasescrituras.blogspot.com.br/Projeto Spurgeon | 33culo de amor mutuo entre ns. E finalmente,cremos que todos os que vem a esta santaceia devem trazer consigo sua converso aoSenhor, mediante sincero arrependimentoem f; e neste sacramento receber os selos deconfirmao de sua f; contudo no devempensar de forma alguma que em virtudedesta obra seus pecados so perdoados.E concernente a estas palavras Hocest corpus meum, Este meu corpo, dasquais dependem tanto os papistas, dizendoque necessitamos crer que o po e o vinhoso transubstanciados no corpo e sangue deCristo; afirmamos que no um artigo def que possa salvar-nos nem que estejamosobrigados a crer sob pena de condenaoeterna. Porque se cremos que seu mesmssi-mocorpo natural, carne e sangue, esto na-turalmenteno po e no vinho, isso no nossalvaria, vendo que muitos crendo nisso, econtudo o recebem para sua condenao.Porque no sua presena no po que podesalvar-nos, seno sua presena em nossoscoraes mediante a f em seu sangue o qualtem lavado nossos pecados e aplacado a irade Seu Pai contra ns. E de novo, se no cre-mosem sua presena corporal no po e novinho, isso no nos condenar, seno a suaausncia de nossos coraes devido por in-credulidade.Agora bem, se contestassem aqui, queembora fosse certo que a ausncia do po nopode condenar-nos, no obstante estamosobrigados a crer porque a Palavra de Deusdisse, Este meu corpo, pois qualquer umque no creia somente consigo mesmo naverdade tambm faz Deus mentiroso, e que,portanto, nossa condenao seria no crerem Sua Palavra por ter uma mente rebelde;a isto ns respondemos, que cremos na Pala-vrade Deus, e confessamos que verdadei-ra,mas que no tem de ser entendida literal-mentecomo os papistas afirmam. Porque noSacramento recebemos a Jesus Cristo espiri-tualmente,como o fizeram os pais do AntigoTestamento, conforme o que disse So Pau-lo.E se os homens ponderaram bem comoCristo, ao ordenar este Santo Sacramento deseu corpo e Seu sangue, falou estas palavrassacramentalmente, se duvida nunca as en-tenderiamto grosseira e nesciamente, emoposio a toda a Escritura e exposio deSanto Agostinho, So Jernimo, Fulgncio,Virglio, Orgenes e muitos outros escritorespiedosos.John KnoxJohn Knox (Haddington, East Lothian, 1514 Edimburgo, 24 denovembro de 1572) foi um religioso reformador escocs que liderou umareforma religiosa na Esccia segundo a linha calvinista. 32. A ESPADA e a EsptulaHistria: O martrio dePerptua e Felicidade34 | Projeto SpurgeonCarlos Antnio da RochaPerptua e Felicidade foram duasmrtires crists de Cartago, cujomartrio contado no Passio etFelicitatis Perpetuae. No msde maro do ano 202, durante aperseguio do imperador Septmio Severo,uma mulher rica, jovem, de 22 anos, chama-daPerptua, foi presa e acu-sadade ser Crist, juntamentecom a sua escrava, Felicidadee mais 3 outros escravos: Re-vocatus,Saturnino e Segundo.Como eles se recusaram a ado-raros deuses pagos, foramcondenados morte, no circo.Perptua pertencia auma famlia rica e influente deCartago. Foi evangelizada porum dicono, chamado Saturo.Com ela tambm se converte-ramQuando chegaro martrio, agraa de Deusme acompanha-re me encherde fortaleza.(Felicidade)os seus escravos: Felicidade, Revocatus,Saturnino e Segundo.Em 202 o imperador Severo ordenouuma severa perseguio contra os Cristos, ea polcia imperial prendeu todos os crentesda famlia de Perptua, incluindo-a a ela. Osjuzes tentaram convencer os crentes da fa-mliade Perptua para que eles voltassem aopaganismo, mas perante a recusa deles emfaz-lo, as autoridades resolveram mant-losna priso at que se organizassem os Jogosde Circo, no Anfiteatro de Cartago.Os Cristos utilizaram o direito queos presos romanos tinham deuma ceia de despedida, e to-doseles participavam da Ceiado Senhor, na noite anterior aoseu martrio. Os trs escravosforam lanados aos lees, jun-tamentecom o dicono, que oshavia convertido ao cristianis-mo,e na priso, pela graa deDeus, havia sido o instrumen-topara a salvao de um dosguardas, enquanto as mulhe-resforam decapitadas.A histria do seu martrio foi muitopopular nos sculos IV e V. Agostinho deHipona disse que a Passio era frequente-mentelida nas igrejas e nas reunies, paragrande benefcio de crentes. 33. Junho de 2012Projeto Spurgeon | 35Priso e MartrioPerptua escreveu um dirio enquan-toesteve na sombria priso, contando tudoo que aconteceu at ao dia do martrio. Ha-viaentre os presos cristos um dicono, deforma que puderam ser batizados antes daexecuo.Felicidade estava grvida, deu luzuma menina dois dias antes de morrer e ape-sardos apelos incansveis do seu marido pa-go,no quis negar a sua f em Cristo.O dirio de Perptua recebeu o ttulode Paixo de Perptua e Felicidade, tendosido posteriormente completado por Tertu-liano.Diz Perptua no seu dirio: Colo-caram-nos no crcere e fiquei consternadaporque nunca havia estado num local toescuro. O calor era insupor-tvele havia muitas pessoasnum subterrneo muito es-treito.Parecia que morreriade calor e asfixia, mas sofriamuito mais por no poderestar junto de meu filho, quetinha to poucos meses e quemuito necessitava de mim.O que mais pedia a Deus eraque nos desse grande virtudepara sermos capazes de so-frere lutar pela nossa santareligio.E sou Crist, noposso chamar-mepag, porque souCrist e quero s--lo para sempre.(Perptua)No dia seguinte chegaram algunsdiconos e deram dinheiro aos carcereirospara que passassem os crentes presos paraoutra cela, menos sufocante e escura. Foramlevados para um local onde entrava um raiode sol e no estavam to incmodos. Tam-bmpermitiram que o filho de Perptua lhefosse levado, j que ele estava morrendo desaudade. Ela escreveu no seu dirio: Desdeque tive o meu filho nas minhas mos, aque-lecrcere pareceu-me um palcio e sentia--me plena de alegria. E a criana tambmretomou a alegria e vigor. As tias e a avencarregaram-se da criana e da sua educa-o,depois do martrio de Perptua.O chefe do governo de Crtago cha-moua juzo Perptua e os seus escravos. Nanoite anterior Perptua teve uma viso naqual lhe fora revelado que teriam de subiruma escada cheia de sofrimentos, mas queno fim de to dolorosa subi-da,o Paraso as esperava. Elanarrou aos seus companhei-rosa viso e todos se entu-siasmarame se propuserampermanecer fiis na sua f aCristo, at ao fim.Primeiro foram chama-dosos escravos e o dicono.Todos proclamaram ante asautoridades que eram Cris-tose preferiam morrer antesque adorar a falsos deuses.Logo chamaram a Perptua. O juizpedia-lhe que deixasse a religio de Cristo epassasse religio pag, que assim salvaria asua vida. E recordaram-na de que era mulhermuito jovem e de famlia rica. Porm Perp-tuaproclamou que estava decidida a ser fiela Jesus Cristo at morte. Neste momento,trouxeram sua presena o seu pai, o nicona famlia que no era Cristo, e ajoelhadoele suplicou-lhe que ela no persistisse emchamar-se Crist, que aceitasse a religio doimperador, que o fizesse por amor ao seu paie ao seu filhinho. Ela comoveu-se muito, masterminou dizendo-lhe: Pai, como se chama-daeste objeto sua frente?. Uma bandeja,minha filha, respondeu ele. Pois bem, aesta bandeja h-de chamar-se bandeja, por-que uma bandeja. E sou Crist, no posso 34. A ESPADA e a Esptulachamar-me pag, porque sou Crist e queros-lo para sempre. E Perptua acrescentouno seu dirio: Meu pai era o nico na fam-liaque no se alegrava porque ns seramosmrtires pela nossa f em Cristo.O juiz decretou que os trs escravoshomens com o dicono deveriam ser leva-dosao circo, e ali, em frente multido, se-riamdestroados pelas feras no dia da fes-tado imperador; e que as mulheres seriamamarradas e postas em frente de uma vacafuriosa. Porm, havia um inconveniente: Fe-licidadeestava grvida e a lei proibia matara quem estava por dar luz. E ela desejavaser martirizada por amor a Cristo. Ento osCristos oraram com f e Felicidade deu luz uma linda menina, quefoi confiada s mulheres cris-ts,e assim Felicidade podeser martirizada. Um carcereirofazia troa dela, dizendo-lhe:Agora queixas-te das doresdo parto, como fars frente sdores do martrio? Ela res-pondia-lhe: Agora sou fracaporque sofro pela minha natu-reza.Porm, quando chegar oPerptua pro-clamouque es-tavadecidida aser fiel a JesusCristo at morte.martrio, a graa de Deus meacompanhar e me encher de fortaleza.Aos condenados morte permitia-se--lhes fazer uma ceia de despedida. Perptuae os seus companheiros cristos organiza-ramna priso uma Ceia do Senhor. Dois di-conospresidiram Ceia, e depois de orareme de se animarem uns aos outros, abraaram--se e despediram-se com o sculo da paz.Todos estavam animados, bem dispostos ealegres, prontos a entregarem as suas vidaspor proclamarem a f em Jesus Cristo.Antes de os levarem ao Circo que de-correriano anfiteatro de Cartago, os solda-dosromanos queriam que os homens cristosse vestissem como os sacerdotes dos falsos36 | Projeto Spurgeondeuses e as mulheres crentes no Senhor Je-susCristo como sacerdotisas pags. PormPerptua ops-se-lhes e ningum conseguiuvestir-lhes aquelas roupas.Os escravos foram lanados s feras,que os destroaram e eles derramaram, as-sim,valentemente o seu sangue pela sua fem Cristo.A Perptua e a Felicidade amarram--nas com arame e colocaram-nas no centroda arena do anfiteatro e soltaram uma vacabravssima que as atacou sem misericrdia.Perptua unicamente se preocupava em ir--se cobrindo, com os restos de tecido que so-bravam,para que no desse espetculo porestar nua. Ajeitava os cabelos, para que noparecesse uma pag chorosa.O povo emocionado, ao ver avalentia das jovens mes, pe-diuque as retirassem pela por-tapor onde saam os gladiado-resvitoriosos. Perptua, entosaiu de seu xtase, e pergun-touonde estava a tal vaca queas atacaria.Mas, logo depois, o povocruel pediu que as trouxessemde volta arena do anfiteatropara que lhes cortassem as cabeas em fren-tea todos. Ao saber desta notcia, as jovensabraaram-se emocionadas e regressaram arena do anfiteatro. A Felicidade cortaram acabea com um golpe de machado, Porm overdugo que deveria matar Perptua estavamuito nervoso e errou o primeiro golpe. Ela,ento, deu um grito de dor, porm, posicio-noumelhor a cabea para facilitar o trabalhodo verdugo e indicou-lhe onde ele a deveriaatingir. Assim, esta mulher corajosa mostrouat no ltimo instante que morria mrtir porsua prpria vontade e com toda a generosi-dade.Carlos Antnio da RochaCarlos Antnio da Rocha professor de portugus aposentado,mora em S. Miguel do Pinheiro, Portugal, e mantem o blog de tradues NoCaminho de Jesus.http://no-caminhodejesus.blogspot.pt/ 35. LanamentoAgonia de CristoJonathan Edwards64 Pginas | Formato: 14x21cmOs piedosos podem estar tranquilos nisto, que Cristo como seuSumo sacerdote ofereceu esse grande clamor a Deus. Todos que cremem Cristo e seus verdadeiros seguidores e servos, estejam tranquilos nis-to,que Jesus Cristo seu Sumo sacerdote, que Cristo derramou em ago-nia,caiu na terra por vocs, e que este intenso clamor foi feito a Deus porvocs pra que a vitria de sua misso e sofrimentos servissem de todo obem que o mundo necessita e toda a felicidade fosse vivida.Portanto aprendemos que os cristos devem ser plenamente fervorososem suas oraes e esforos pela salvao de outros. Todo cristo se-guidorde Cristo e devem segui-lo tambm neste exemplo. Claramentestemos ouvido que o grande labor da alma de Cristo foi pela salvaode outros, e que grande e intenso clamor a Deus o acompanhou em suamissoR$15,00www.editorainterferencia.comO Projeto Spurgeon informa o falecimento de MarcosMozart, presbitero da Igreja Presbiteriana da Bela Vista,na quinta dia 31/05. O presbitero Macos foi um irmo quenos incentivou sempre a trabalhar em tudo para o Senhor,com amor a Ele; pedimos as oraes de todos em favor davida de sua esposa, filhas, alm dos netos menores.PRECIOSA , AOS OLHOS DO SENHOR, A MORTE DOSSEUS SANTOS. Salmo 116.15 36. A ESPADA e a EsptulaManjares perigososQuando te assentares a comer com um governador, atenta bem para38 | Projeto SpurgeonArthur W. Pinkaquele que est diante de ti (Pv 23:1)Supe-se que este verso tem poucaou nenhuma aplicao para muitosde nossos leitores, visto como noh quase ningum que possa vir, al-gumdia, a ser convidado para jan-tarcom o presidente dos Estados Unidos oucom o rei da Gr-Bretanha. Infelizmente esse o tipo de pensamento que pode encontrarlugar na mente de qualquercristo. Infelizmente essa atendncia de carnalizar a Pala-vrade Deus que agora to ge-neralizada.Infelizmente esse o verso que nossos intrpretesespirituais dos Orculos Divi-nostm quase banido da terra.A pregao quevoc ouve entrano seu coraopelo poder doEsprito? Seno, qual o usode ouvi-la?Mas ainda que no haja umprofessor ungido para abriras Escrituras, no deveria serauto-evidente que o EspritoSanto nunca teria colocado umverso como este na Palavra se no possusseaplicao para todos os do povo de Deus? Eno deve esta mesma considerao nos levara buscar em orao seu significado oculto?Quando te assentares a comer comum governador, atenta bem para aquele queest diante de ti. H outros governantesmencionados nas Escrituras, alm dos civis.No lemos sobre o principais da congrega-o(x 16:22), o chefe da sinagoga (Lc8:41), bem como dos dominadores destemundo tenebroso (Ef 6:12)? Perceba quenem todos os chefes da cristandade hojeforam escolhidos por Deus. De fato, longedisso. Pessoalmente o escritor duvida muitoque dois a cada mil dentre ospregadores, ministros, e mis-sionrios,por todo mundo,foram chamados por Deus!Muitos deles se auto-indica-ram,alguns foram enviadospor homens, a maioria cres-ceusobre a tutela de Satans.O leitor atento dos Velho eNovo Testamentos perceberque o nmero dos falsos pro-fetas,em todas as eras, supera-vamem muito o nmero dosverdadeiros. por essa razo que Deus nosordena a no deis crdito a qualquer esp-rito;antes, provai os espritos se procedemde Deus, porque muitos falsos profetas tmsado pelo mundo fora (I Jo 4:1). Por issoa admoestao dada em Provrbios 23:1 temsempre sido atual para o povo de Deus pres- 37. Junho de 2012Projeto Spurgeon | 39tar muita ateno, e talvez nunca tenha sidoto necessrio dar um alerta sobre isso doque neste tempo apstata e degenerado emque todos ns fomos lanados.A pregao que ouvimos, e que emcerta medida absorvida, tem precisamen-teo mesmo efeito sobre nossas almas, assimcomo a comida que comemos tem efeito so-brenossos corpos: se for saudvel, nutriti-vo;se danosa, nos far mal. Quando te as-sentaresa comer com um governador, atentabem para aquele que est diante de ti. umfato trgicos que muitos dos prprios filhosde Deus so to pouco espirituais, e to ig-norantesespiritualmente, queeles mal sabem como atentarbem o que est diante de-les.Eles no sabem quais tes-tesusar, nem como examinaro que ouvem. Se o pregadorfor ortodoxo e aprovado poraqueles que ele mesmo consi-derasadios na f, eles pen-samque sua mensagem deveO que o escri-tore leitor pre-cisamno somanjares,mas ervasamargasestar correta. Se o pregadorapenas cr nos fundamentosda f, eles crem que deve serum verdadeiro servo de Deus. Se o pregadorse achega letra das Escrituras, eles imagi-nam(x 12:8)que suas almas esto sendo alimenta-dascom o verdadeiro leite da Palavra. Quetristeza a credulidade de tais almas desavi-sadas.O leitor est prestes a perguntar,Mas que outros testes devemos aplicar?Vamos ajud-lo a responder sua prpria per-guntaao perguntar outra. Que critrios vocaplica comida material que voc come?Voc se satisfaz se ela foi preparada e cozi-daconforme os melhores livros de culin-ria?Claro que no. O principal , o que suacomida produz? Ela satisfaz ou incomodaseu sistema digestivo? Ela promove ou ata-casua sade? Ns concordamos, no? Muitobem, agora aplique a mesma regra ou teste comida espiritual ou, deveramos dizer,mais acuradamente, a comida religiosa que voc est saboreando; que efeito ela esttendo sobre seu carter e conduta, o que estproduzindo no seu coao e na sua vida?Mas no devemos parar a com uma merageneralizao. Se as almas precisam de aju-dahoje, o servo de Deus deve ser preciso, eentrar em detalhes. Pondere cuidadosamen-teestas questes, querido leitor.A pregao que voc ouve entra no seucorao pelo poder do Esprito? Se no, qualo uso de ouvi-la? A pregaoque voc ouve lhe faz em pe-daos,sonda sua conscincia,lhe condena, e lhe faz clamar,Desventurado homem quesou? Ou ela traz mais infor-maopara seu conhecimen-to,ministra ao seu prazer, elhe faz sentir-se satisfeito con-sigomesmo? No trate estasquestes levemente, ns lheimploramos, ou voc estar semostrando como seu prpriopior inimigo. Defronte-se com elas de for-maequilibrada e justa, como se na presenade Deus. atente bem o que est diante devoc saindo do plpito, pois s pode fazerduas coisas: ajudar ou atrapalhar voc. Oupromove humildade, ou alimenta o orgulho.Ou lhe estimula a desenvolver com esforo asua salvao com temor e tremor, ou apiaa segurana carnal e confiana em si mesmo.Ou lhe faz clamar a Deus dia e noite para queEle produza em seu corao um dio cadavez maior ao mal, ou (provavelmente de for-mainconsciente) te leva a pensar do pecadocomo algo no to srio dando desculpasde pequenos erros, e lhe consolando como pensamento de que nenhum de ns con- 38. A ESPADA e a Esptulasegue ser perfeito nesta vida; mesmo queDeus diga, tornai-vos santos tambm vsmesmos em todo o vosso procedimento (IPe 1:15). Mete uma faca tua garganta, ses homem gluto (Pv 23:2). Essas so pala-vrasfortes, no mesmo? Sim, e o assuntoas exige. Muito poucos percebem as tem-veisconseqncias que advm de violar essemandamento de Cristo, atentai no que ou-vis(Mc 4:24). Falsa doutrina tem o mesmoefeito sobre a alma que veneno tem sobre ocorpo. Mas Satans apela ao orgulho de tan-tos,e tem sucesso em faz-los acreditar queesto imunes, que eles esto to bem esta-belecidosna verdade que ouvir o erro nolhes far mal. Entretanto o Esprito Santodiz, No vos enganeis: as ms conversaescorrompem os bons costumes (I Co 15:33):elas no podem, mas IRO! Sim, anda quevoc esteja bastante desavisado disso. Meteuma faca tua garganta, se s homem glu-to.Isso claramente uma palavra de avisopara aqueles que so consumidos de curio-sidadepara ouvir cada novo evangelistaou professor da Bblia que vem cidade;queles que tem um apetite insacivel paraexperimentar cada festa religiosa que divulgada em sua comunidade. isso quesignifica homem gluto: o que anseia ou-viro ltimo sensacionalista do plpito ou dopalco.Para todos estes Deus diz: Segure-se,e no poupe medidas para checar essa ten-dnciaperigosa. perigoso para voc mes-moviolar essa admoestao divina. Se vocdesobedecer, Satans ir ou mat-lo, ou en-venen-lo e coloc-lo para dormir profunda-mente.no cobices os seus delicados man-jares,porque so comidas enganadoras (Pv23:3). Sim, ele tem manjares para lhe ofe-recer: por isso que tantos so atrados suamesa. Esses manjares so habilidosamen-tevariados para chamar a ateno de dife-rentesgostos. Para estudantes profticos1eles so itens picantes dos jornais, servidoscom o nome de sinais dos tempos. Masestas so comidas enganosas, pois deixama alma com fome e improdutiva: no h ne-nhumnutriente espiritual nas mesmas! Paraos jovens enrgicos, h uma agradvel apre-sentao40 | Projeto Spurgeondo servio cristo, chamando-osa se engajarem na obra do Senhor: essasso tambm comidas enganosas, pois elasnem edificam (constroem) nem levam a umandar mais prximo com Cristo; ao invsdisso, eles tiram os olhos de Cristo, para asmultides que perecem2 : como se Deustivesse sido incapaz de salvar os Seus eleitossem nossa ajuda ! Sobre tudo o que se deveguardar, guarda o teu corao, porque deleprocedem as fontes da vida (Pv 4:23) a pa-lavrade Deus para voc.Para outros a exposio regular dasnossas doutrinas que so de fato manja-respara aqueles com uma mente teolgica.Sim, mas nossas doutrinas so doutrinasdas Escrituras, e certamente elas no podemser comidas enganosas! Oh querido ami-go,Satans freqentemente se transformaem anjo de luz; ele sabe muito bem quenenhum mal se far sua causa enquantodissertaes doutrinrias so endereadasao intelecto, e a conscincia no sondada.A no ser que haja uma aplicao prtica dasdoutrinas das Escrituras, o corao no to-cadonem a alma humilhada; ao contrrio, oorgulho alimentado e a cabea meramenteentulhada com um conhecimento teorizadoda verdade. Guarde isso bem: doutrina dis-tanciadada pregao prtica e experimental 39. Junho de 2012Projeto Spurgeon | 41 altamente perigosa!O que o escritor e leitor precisam noso manjares, mas ervas amargas (x12:8) para nos limpar do orgulho, indepen-dncia,amor-prprio! Temos de nos alimen-tardo po de lgrimas (Sl 80:5) e a guade aflio (Is 30:20). Somente esta ministra-oajudar verdadeiramente e nos levar alamentar diante de Deus, que nos leva at op, que nos faz aborrecer-nos a ns mesmos.Talvez alguns repliquem, Eu quero uma mi-nistraoe que Cristo exaltado. Bom; masvoc tem prazer em uma mi-nistraoque lhe faz ver quodiferente de Cristo voc emseus caminhos, e o quo longevoc est do exemplo que Eledeixou para ser seguido? Umaministrao de Cristo, fiel eequilibrada, inclui Seu ensinosobre discipulado, Seus cla-moresA ovelha nopode crescercom o alimentodos bodes!e exigncias sobre ns, Seus preceitose avisos de perigo. Tome cuidado com man-jaresagradveis carne, qu