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4º ENEPO - Encontro de estudos e pesquisas em organizações - 2008 A ESPIRITUALIDADE: UM CAMINHO DE HUMANIZAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES Elio Sérgio Denardin 1 Eduardo Botti Abbade 2 Greice de Bem Noro 3 Cleonice Kist 4 RESUMO O tema “espiritualidade” vem adquirindo cada vez mais importância nas organizações, tendo em vista que trata-se de um tema bastante atual, uma vez que as empresas procuram, sempre mais, novas formas de alcançar a excelência, não só na produção, nos lucros, na responsabilidade social, mas também no seu caráter humano diante de seus colaboradores. Por tudo isto, o objetivo geral deste trabalho é analisar a visão e, mais especificamente, a aplicabilidade da espiritualidade nas empresas. Para tanto a presente pesquisa partiu do objetivo de analisar a visão e a aplicabilidade da espiritualidade nas empresas. No que tange aos procedimentos metodológicos a pesquisa classifica-se como quantitativa, descritiva e um estudo de campo em uma amostra de vinte empresários das maiores empresas pertencentes ao cadastro da Associação dos Jovens Empresários de Santa Maria (AJESM). A análise dos resultados comprovou que há o reconhecimento da importância da espiritualidade nas organizações, porém motivos como o desconhecimento do verdadeiro sentido, dos benefícios e conseqüências, e a falta de tempo e pessoal qualificado, dificultam o processo de implementação e desenvolvimento nas organizações. PALAVRAS-CHAVE: Organizações, espiritualidade, aplicabilidade. 1 INTRODUÇÃO Diante das dificuldades que as organizações estão passando, há que levar em conta a observação de Pestana (2002, p.4), de que as empresas que mais cresceram nos últimos dez anos “foram aquelas que abriram as suas portas para o mundo, que passaram a ouvir seus funcionários, que começaram a se preocupar com a qualidade de vida de todos que interagem com ela e, sobretudo, colaboraram para o desenvolvimento de seu país”. Mas Oliveira (1997, p.5) chama atenção para o fato que as empresas desumanizaram as relações de produção e as práticas gerenciais despersonalizaram as relações humanas no processo de produção. O autor conclama: “Neste momento, quando se procura repensar os postulados básicos da administração, torna-se necessário analisar, com profundidade e sem preconceitos, o papel do afeto e das emoções nos modelos organizacionais”. E enfatiza a 1 Mestre – [email protected] 2 Mestre – [email protected] 3 Mestre – [email protected] 4 Graduada – [email protected]

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4º ENEPO - Encontro de estudos e pesquisas em organizações - 2008

A ESPIRITUALIDADE: UM CAMINHO DE HUMANIZAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

Elio Sérgio Denardin1

Eduardo Botti Abbade2

Greice de Bem Noro3

Cleonice Kist4

RESUMO O tema “espiritualidade” vem adquirindo cada vez mais importância nas organizações, tendo em vista que trata-se de um tema bastante atual, uma vez que as empresas procuram, sempre mais, novas formas de alcançar a excelência, não só na produção, nos lucros, na responsabilidade social, mas também no seu caráter humano diante de seus colaboradores. Por tudo isto, o objetivo geral deste trabalho é analisar a visão e, mais especificamente, a aplicabilidade da espiritualidade nas empresas. Para tanto a presente pesquisa partiu do objetivo de analisar a visão e a aplicabilidade da espiritualidade nas empresas. No que tange aos procedimentos metodológicos a pesquisa classifica-se como quantitativa, descritiva e um estudo de campo em uma amostra de vinte empresários das maiores empresas pertencentes ao cadastro da Associação dos Jovens Empresários de Santa Maria (AJESM). A análise dos resultados comprovou que há o reconhecimento da importância da espiritualidade nas organizações, porém motivos como o desconhecimento do verdadeiro sentido, dos benefícios e conseqüências, e a falta de tempo e pessoal qualificado, dificultam o processo de implementação e desenvolvimento nas organizações.

PALAVRAS-CHAVE: Organizações, espiritualidade, aplicabilidade.

1 INTRODUÇÃO

Diante das dificuldades que as organizações estão passando, há que levar em conta a

observação de Pestana (2002, p.4), de que as empresas que mais cresceram nos últimos dez

anos “foram aquelas que abriram as suas portas para o mundo, que passaram a ouvir seus

funcionários, que começaram a se preocupar com a qualidade de vida de todos que interagem

com ela e, sobretudo, colaboraram para o desenvolvimento de seu país”.

Mas Oliveira (1997, p.5) chama atenção para o fato que as empresas desumanizaram

as relações de produção e as práticas gerenciais despersonalizaram as relações humanas no

processo de produção. O autor conclama: “Neste momento, quando se procura repensar os

postulados básicos da administração, torna-se necessário analisar, com profundidade e sem

preconceitos, o papel do afeto e das emoções nos modelos organizacionais”. E enfatiza a

1 Mestre – [email protected] 2 Mestre – [email protected] 3 Mestre – [email protected] 4 Graduada – [email protected]

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necessidade de rehumanizar as organizações e de as teorias organizacionais repensarem seus

modelos relativos ao fenômeno humano, no sentido do “homem, como ser racional”.

Os novos modelos descrevem o homem como um fenômeno complexo no qual o fator psíquico resulta da integração do corpo físico com o meio social. Nesta visão o homem é bem mais que um ser puramente racional, é também visto pela dimensão afetiva e pela dimensão emocional (OLIVEIRA, 1997, p.6).

No pensar de Oliveira (2001) existem três tipos de empresas: a) aquela que vive

apenas na era do conhecimento e não considera a era das habilidades pessoais; b) a que está

além da era do conhecimento, que valoriza e aplica o conhecimento, mas também já descobriu

que são as habilidades pessoais que fazem as coisas acontecerem. Essas são as empresas do

presente, que dão o devido valor às habilidades do seu pessoal, o que a torna eficazmente

diferenciadas das outras; e c) a do futuro é a que vive a era da espiritualidade. Ela tem o

melhor arsenal em pessoal para sobreviver na época de mudanças e também gerar mudanças.

Valoriza o conhecimento e as habilidades pessoais e sabe que o ser humano é um ser

espiritual e o trata desta forma. Este terceiro tipo de empresa, segundo o autor, é a

organização do futuro, que não será atropelada pela velocidade drástica das mudanças, que se

antecipa ao futuro e “que visualiza à sua frente as portas escancaradas do sucesso

empresarial”(OLIVEIRA, 2001 p.33).

Já existe, atualmente, nas organizações um interesse crescente pelo tema

“espiritualidade”, uma vez que a história da administração tem revelado diversas dificuldades

e erros em relação ao fator humano do trabalho. Tem-se percebido que, sem atender o

trabalhador em sua totalidade, não se consegue chegar aos resultados esperados, e a

contribuição das organizações não se torna um serviço à sociedade, como seria de esperar.

Portanto, é importante saber: qual o conhecimento dos empresários em relação à

espiritualidade nas organizações, seus benefícios e as dificuldades de implementação?

Assim, este trabalho teve como objetivo geral analisar a visão e a aplicabilidade da

espiritualidade nas empresas. E como objetivos específicos: conhecer, através da história da

administração, o comportamento organizacional em relação ao elemento humano; aprofundar

o conhecimento sobre diversos conceitos de espiritualidade; detectar organizações em que a

espiritualidade foi ou está sendo implementada e qual o seu resultado; analisar as

conseqüências e os benefícios que a espiritualidade pode trazer às organizações; e identificar

valores que podem ser cultivados nas empresas numa forma prática de espiritualidade que,

pelo serviço ao ser humano, leve a empresa a cumprir a sua missão e ajude a sanar os

problemas causados ao ser humano por uma falsa compreensão do trabalho.

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Os administradores deveriam se voltar especialmente para este assunto, uma vez que,

no presente e no futuro, as empresas somente alcançarão seus objetivos se tiverem um olhar

atento às necessidades maiores de seus colaboradores. Há necessidade de preparar os

acadêmicos, futuros administradores, para que se voltem para o lado humano e espiritual, pois

os colaboradores já não querem ser mais meros trabalhadores, mas participantes de todo o

processo organizacional. Destaca-se que as pessoas existem em função do seu trabalho, e não

o trabalho em função das pessoas, e isto deveria ser superado pela constatação de que as

empresas alcançam objetivos bem maiores se atenderem às necessidades do seu capital

humano e o valorizarem cada vez mais.

Muitas organizações têm implementado a espiritualidade somente visando o lucro e a

maior produtividade, o que pode levar a uma insatisfação maior, pois o colaborador o sentirá

como uma manobra a mais para explorá-lo, e isto causará uma resistência, fazendo que o

objetivo e a motivação, não sejam alcançados.

A espiritualidade nas organizações é um tema bastante atual, uma vez que as

empresas procuram, sempre mais, novas formas de alcançar a excelência, não só na produção,

nos lucros, na responsabilidade social, mas também no seu caráter humano diante de seus

colaboradores, o que deveria ser sua principal preocupação.

Ao ser abordado este tema percebe-se que têm surgido diversos conceitos e diversas

maneiras de interpretar o assunto. Assim, este estudo pretende ser uma contribuição para um

maior conhecimento sobre o tema espiritualidade e sua aplicabilidade. Procurar-se-á

aprofundar o conhecimento do tema espiritualidade nas organizações através da análise da

história e das teorias da administração. Ele também analisa os conceitos, as conseqüências e

benefícios que a espiritualidade traz às empresas, as dificuldades e resultados de sua

implantação, como também identifica valores que podem ser cultivados para ajudar a sanar os

problemas causados ao ser humano pela falsa compreensão do trabalho.

O estudo se fará na linha de pesquisa de gestão do comportamento humano, uma vez

que, nas últimas décadas, as organizações têm se voltado para o aspecto humano e há

profundas mudanças a serem feitas neste sentido. Já não basta voltar-se apenas para o setor

produção e trabalho, é necessário valorizar e priorizar o fator humano e conquistá-lo para a

missão e a visão da organização e, neste sentido, o resultado virá como conseqüência.

2 REVISÃO DE LITERATURA

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Até os dias de hoje a humanidade têm experimentado uma infindável diversidade de

ideologias, políticas e toda a sorte de meios, com o intuito de resolver os problemas próprios à

convivência social.

De diversas formas a sociedade tem buscado o progresso da humanidade e tem

experimentado que isto nunca será alcançado em plenitude sem a atenção e respeito devidos

ao ser humano e sem que este seja considerado como sujeito e não como simples objeto. A

este respeito Raidt (1991, p.79) evidencia: “Em nossos dias precisamos acentuar que o

homem é sujeito do trabalho e, em contraposição, a técnica é objeto...” E continua afirmando

que: “A revolução industrial trouxe sempre mais fortes riscos ao investimento do trabalho

humano, o trabalho a serviço do capital ou da produtividade. [...] Com isto, repentinamente o

homem não é mais sujeito do trabalho, mas substituível e até supérfluo”.

Enquanto o homem luta para permanecer sujeito no mundo do trabalho, o avanço

físico e tecnológico - eliminando distâncias, encurtando tempo - trouxe também uma certa

massificação de comportamentos, um certo nivelamento de valores e uma idéia de sociedade

globalizada e de relacionamentos virtuais. O relacionamento humano modificou-se com a

transformação estrutural do planeta. Uma catástrofe ou queda econômica num lado do planeta

atinge todos indistintamente. A humanidade se deu conta que todos dependem muito mais uns

dos outros. O homem está rodeado de pessoas, de informações, mas sente-se só, carente de

líderes, órfão (PESTANA, 2002).

Conforme Oliveira (1997), a angústia, depressão, ansiedade, violência, vandalismo e

desesperança levam a uma profunda crise de valores e repressão de sentimentos. Ele afirma

também que se vive atualmente diante de um paradoxo: de um lado as ciências, a tecnologia

de ponta e o conforto material em níveis jamais imaginados, e do outro lado, em índices

alarmantes, os indicadores das tensões humanas.

Em sua carta encíclica sobre o trabalho humano, o Papa João Paulo II (1981, p.15)

chama a atenção para o fato que o trabalho humano constitui uma dimensão fundamental da

existência humana: é como que uma chave, e provavelmente a chave essencial de toda a

questão social que vai se tornando sempre mais complexa. Sendo assim, para “tornar a vida

humana mais humana” esta chave assume uma importância fundamental e decisiva. Ele ainda

afirma que “

É como pessoa, pois, que o homem é sujeito do trabalho. É como pessoa que ele trabalha e realiza diversas ações que fazem parte do processo do trabalho; estas, independentemente do seu conteúdo objetivo, devem servir todas para a realização de sua humanidade e para o cumprimento da vocação a ser pessoa, que lhe é própria em razão da sua mesma humanidade (João Paulo II, 1981, p.20).

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A importância do ser humano nas organizações também é ressaltada por Drucker

(2001, p.107) quando escreve que “as decisões humanas são o controle supremo – e talvez o

único – de uma organização. As pessoas determinam a capacidade de desempenho de uma

organização. Nenhuma organização pode ir melhor que as pessoas que tem”.

Ou, como escreve Orlickas (2001, p.37), que concebe a organização como “um

conjunto de indivíduos que, anexado aos demais recursos financeiros e materiais, persegue

objetivos comuns, constataremos que são os seres humanos que têm em suas mãos a sua

direção e o seu destino”, por isso as pessoas são preciosas e devem ser tratadas como tal. Ou

seja: a organização é como uma família que deve ser irmanada e, por isso, em qualquer nível

hierárquico, todos merecem profundo respeito, consideração e, porque não, amor.

Já na concepção de Oliveira (2001, p.16) cabe às empresas “entender o ser humano

como criatura espiritual, compreender que há um Ser Superior no comando do Universo –

Deus”, pois sempre estiveram preocupadas com o desenvolvimento produtivo do homem.

Esta “fonte inesgotável de saber que é a essência ou a centelha divina do ser humano”

desperta o infinito potencial que o habita. Ele também cita o genial filósofo e cientista Pascal

que dizia que “a pouca ciência nos afasta de Deus e a muita ciência nos aproxima Dele” e

explica que a muita ciência dessa época está gerando grandes oportunidades para as

organizações, o homem e o mundo.

2.1 ESPIRITUALIDADE

Existem atualmente muitas maneiras de conceituar o termo espiritualidade, não só no

âmbito das organizações, mas em geral, pois ela sugere diversas interpretações e sentidos.

Também pode ser aplicada segundo diversas correntes e há os que a identificam simplesmente

com práticas religiosas, com códigos de ética, com motivação e, sobretudo, com a emoção.

Para Matos (2001, p.158) “espiritualidade não é política de empresa, como

equivocadamente se tenta converter a motivação e a ética no trabalho, explicitadas por meio

de preceitos, regras e códigos. Espiritualidade é Vida de Empresa”. E esta “é a dimensão

plena que, pela transcendência, cria as condições organizacionais conducentes à plenitude do

ser humano e sua renovação espiritual. A vida é o cérebro, as emoções e a elevação,

descortinando a amplitude do horizonte infinito”(p.162).

Ele afirma que a educação para a espiritualidade passa pela conscientização do valor

transcendente do trabalho e que é impossível valorizar o ser humano pela dignidade

desfazendo-o do sentido do trabalho como meio para realizar a vida, uma vez que o espírito

não prescinde do trabalho, pois é por meio dele que se constrói a civilização. A espiritualidade

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na empresa é expressa através da integração de valores – verdades comuns - e estes são tanto

mais consistentes, quanto mais forem deduzidos da filosofia e da missão, da educação dos

sentimentos e do relacionamento. Eles se traduzirão em práticas de solidariedade e

desenvolvimento da visão transcendente.

O autor do artigo “Administrar com ética – viver com espiritualidade”, Ely (2006,

p.12) afirma que a espiritualidade refere-se em primeiro lugar ao respeito pela vida e lembra

os estatutos de direitos humanos e a responsabilidade individual de “lutar, preservar o respeito

aos princípios básicos da vida em sociedade”. Considera também que

é um modo de olhar a si mesmo e a vida, além de ajudar a viver melhor; significa considerar o ser humano na sua totalidade: respeitando e investindo em todas as suas dimensões: física; intelectual; emocional; espiritual; social e ambiental; criando uma cultura corporativa, sustentada em valores, fazendo com que a ética e os valores humanos e espirituais iluminem as decisões, as estratégias, as políticas e todos os relacionamentos da organização (p.12).

Para o mesmo autor as pessoas espiritualizadas são reconhecidas pelos seus valores.

Trabalhar com respeito pela dignidade humana significa, também, aceitar e empregar nos

negócios alguns dos valores que são cultivados em qualquer religião.

Na concepção de Guillory (2000, p.43) a espiritualidade é energia vital que alimenta

a empresa em busca de seus objetivos. Para ele “Espiritualidade é a nossa consciência interior.

É a fonte de inspiração, criatividade e sabedoria. O que é espiritual vem de dentro e

transcende nossas crenças e valores programados”.

De acordo com Petrosillo (1996, p.101) que apresenta a abordagem cristã,

O termo indica quer a sensibilidade aos valores espirituais quer as concepções e práticas próprias de uma religião ou de um grupo religioso (por exemplo, espiritualidade budista, espiritualidade franciscana, etc.). Na teologia, refere-se à parte da teologia que, procedendo da verdade da Revelação divina e da experiência religiosa de cada pessoa, define a natureza da vida sobrenatural, formula as diretivas para o seu crescimento e desenvolvimento e explica os processos através dos quais as almas avançam desde o início da vida espiritual até à sua perfeição plena.

Os autores Loehr e Schwarz (2003, p.86) escrevem que os executivos vacilam na

hora de chegar ao nível espiritual porque o termo “espiritual” sugere emoções conflitantes e

não é considerado como algo importante para um empenho elevado. Por isso, entendem

simplesmente por capacidade espiritual “a energia desencadeada deixando correr os valores

mais profundos de cada um e definindo um forte (sentido) senso de propósito”.

Para Emmons, apud Silva (2001, p.50):

A espiritualidade é vista como sendo uma base ou coletânea de informações e conhecimentos que facilitam a adaptação a um ambiente. [...] A formação espiritual, nessa mesma perspectiva, consistiria fundamentalmente na construção de uma base de conhecimentos e informações relacionados ao sagrado. Ela seria uma fonte privilegiada de informações, tanto afetivas quanto cognitivas sobre o “transcendente” e o “divino”. É por essa via que o ser humano aprende como seus

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interesses e aptidões espirituais podem ser processados no sentido de um tal conhecimento que transcende e confere significado.

Para Boog (2006, p.1) a espiritualidade no trabalho é um “movimento amplo e

crescente de busca de estados mais elevados de consciência que estimulam as pessoas,

equipes e organizações a identificar e praticar ações visando tornar a empresa uma cidadã

consciente em sua comunidade, região e planeta”.

Para conceituar mais claramente o termo espiritualidade e dirimir dúvidas existentes

os autores fazem a distinção entre religião e espiritualidade. Com este intuito, Guillory (2000,

p.15) analisa a questão, pois percebe que muitas vezes a espiritualidade é confundida com

crença religiosa, porém são duas realidades diferentes relacionadas entre si.

A espiritualidade deriva da consciência interior – para além dos sistemas de crenças, quer esses sistemas sejam ensinados ou estudados. Os sistemas de crenças religiosas originam-se da espiritualidade. Religião é forma e espiritualidade é a fonte por trás da forma. Na verdade, a dimensão espiritual é onde todos os sistemas de crenças religiosas fundem-se em um só, sem diferenças.

Ele explica também que “a espiritualidade é uma maneira de ser que pré-determina

como vamos reagir às experiências da vida ao passo que a religião implica incorporar e

implementar sistemas de crença organizados. Na verdade, a religião é a forma que a

espiritualidade assume na prática” (GUILLORY, 2000, p.43).

Para Oliveira (2001, p.72) a diferença entre espiritualidade e religião está nas

expressões caminho e objetivo. Ele escreve que:

Religião: Produto de um determinado tempo e local; destinado a um grupo; concentra-se mais no caminho para o objetivo; códigos de conduta; um sistema de pensamento; um conjunto de crenças, rituais e cerimônias destinado a ajudar no progresso ao longo do caminho; instituições e organizações; uma comunidade para compartilhar os fardos e as alegrias da vida; um modo de vida. Espiritualidade: O objetivo, mais do que o caminho; destinada ao indivíduo; uma jornada pessoal, particular; contém elementos comuns a todas as religiões (amor, crença, regras básicas e assim por diante)...

Assim como a espiritualidade é confundida com religião, é também confundida com

a emoção e com diversas outras manifestações da esfera intelectual do ser humano.

2.2 NECESSIDADES DAS PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

O que as organizações pretendem, com a busca de novas estratégias, e atualmente

com a tendência para a espiritualidade, é o cumprimento de sua missão e de seus objetivos,

que querem ser concretizados e mensurados através de resultados. Para tanto é necessário ir

ao encontro das necessidades daqueles que compõem a organização. É necessário, então, que

os administradores as conheçam e as levem em consideração em suas ações.

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Com este intuito, Hunter (2006) menciona uma pesquisa realizada em 1996 sobre as

expectativas dos alunos que estavam ingressando no mercado de trabalho, que revela que

estes colocam em primeiro plano os benefícios em favor do desenvolvimento humano e

pessoal, com menos ênfase à remuneração.

Sendo as ambições dos novos colaboradores voltadas a este aspecto, ele conclui que:

Os seres humanos têm profundo anseio por significado e propósito em sua vida e retribuirão a quem os ajudar atender a esta necessidade. Eles querem acreditar que o que estão fazendo é importante, que serve a um desígnio e que agrega valor ao mundo. No fundo, as pessoas anseiam por uma vida significativa e satisfatória e, por isso, procuram por alguma coisa especial que faça aflorar o que elas têm de melhor. De preferência, elas buscam uma harmonia entre seus valores pessoais e os valores de sua organização (HUNTER, 2006, p.116).

Para Sparemberger e Zamberlan (2006, p.27), o modelo de homem atual “não aceita

ser dominado pelos valores da organização, deseja participar, intervir e modificar aquilo com

o que não está de acordo”. Afirmam que, então, as organizações precisam valorizar o

elemento humano (ativo intangível), “criando condições para que as pessoas tenham liberdade

de serem criativas, e de sentir que aquilo que fazem é importante, sendo valorizadas e

gratificadas na alma e no bolso”.

Na sua abordagem da necessidade espiritual do homem, Kentenich (1999) explica

que a natureza humana está alquebrada porque o volume espiritual está fortemente

restringido, uma vez que o homem moderno não é capaz de suportar a pressão que a vida lhe

impõe. A atrofia espiritual que o torna incapaz de vencer a vida, tem seu fundamento em sua

própria alma porque o “homem perdeu a capacidade de captar a relação entre o além e o

aquém” (p.46). Daqui decorre que o campo visual do homem moderno está fortemente

limitado, porque seu espírito está muito parcializado. Ele sabe tudo o que se refere à técnica e

à ciência, mas não capta e compreende a realidade do além. E, se não forem supridas suas

necessidades, também espirituais pessoais, lhe faltará a chave para solucionar os seus

problemas no domínio prático da vida e não se desdobrará plenamente em suas atividades

profissionais. Daí surge a incapacidade para grandes decisões.

Analisando a “inteligência espiritual” Emmons, apud Silva (2001, p.50) nomeia

cinco componentes que a caracterizam e fazem que o homem se realize:

a capacidade de transcendência; a habilidade de entrar em estados espiritualmente iluminados de consciência; a capacidade de investir em atividades, eventos e relacionamentos carregados com senso do sagrado; a habilidade de utilizar recursos espirituais para resolver problemas na vida e a capacidade de ser virtuoso e de se comportar efetivamente como tal.

Kentenich (1999) chama a atenção para o problema da massificação que, segundo

Oliveira (2001, p.37), é causada pela globalização e torna os colaboradores

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seres autômatos, que agem sob a ordem e o comando do líder, em vez de serem seres pensantes que dão idéias e opiniões ao líder. O que as empresas mais precisam hoje é de novas idéias, e todos sabemos disso. Mas como fazer aflorar idéias num mundo de desrespeito ao ser humano? [...] E o indivíduo que, nos meios em que vive, sente-se apenas parte da massa não age, reage. Não pensa criativamente, passa essa responsabilidade ao chefe, ao líder.

O líder, por sua vez, é pressionado pelos donos e acionistas das empresas a utilizar as

modernas técnicas de administração para atingir dois objetivos principais. O primeiro, é

desmassificar o homem descobrindo o ser espiritual de cada um dos funcionários, e o segundo

é influenciar o meio para que a oferta de emprego seja compatível com a necessidade humana

de emprego. E estes são grandes desafios para o empresário moderno (OLIVEIRA, 2001).

Matos (2001) chama atenção para o fato que, quando o sistema de liderança não se

orienta por diretrizes de valorização humana, não incorporando, por equipes integradas, a

ética da solidariedade e do sentido de cidadania no trabalho, acaba a sua reserva motivacional

e tudo se reduz à obrigação, não havendo satisfação e realização. Isto prejudica a organização

uma vez que: “Só pessoas felizes são realmente produtivas e a felicidade é, não só possível,

como imprescindível à produtividade sustentada e à perpetuidade organizacional” (p.38).

2.3 NECESSIDADES DAS ORGANIZAÇÕES

A consideração de Ely (2006, p.12) é de que “a empresa é um organismo que deve e

precisa descobrir a sua dimensão transcendental: a sua identidade, a sua razão de existir e a

sua missão. Precisa definir os seus valores e as suas crenças sobre as quais se apoiarão as suas

políticas, os procedimentos e as ações internas e externas”.

Neste contexto Boog (2006, p.2) também afirma que:

Na medida em que a empresa desenvolve com maior clareza sua missão e visão, estará revelando as intenções reais, que precisam ter uma dimensão de transcendência, de servir a uma causa maior. Quando as pessoas se conectam à dimensão espiritual de suas tarefas do cotidiano, novos significados surgem.

A constatação de Matos, (2001, p.69) é que “as empresas estão valorizando mais o

seu pessoal”, o que significa que estão admitindo cada funcionário na sua condição plena:

biológica, mental, emocional, espiritual, filosófica e social. Isto, porque as empresas se

tornaram mais inteligentes e chegaram à conclusão que só sobreviverão se conseguirem

trabalhar em equipe, em vista da totalidade, em função do mundo sistêmico atual. Ora, uma

equipe é composta de seres humanos que querem ser valorizados e respeitados. Por isso, a

preocupação básica da empresa atual deve ser: “qualificar seu pessoal para que se relacione

bem, respeite o próximo, desenvolva a empatia, descubra o imenso potencial que traz em seu

íntimo e, com isso, seja mais produtivo”.

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Pode-se falar de boa administração quando esta consegue conciliar as necessidades

da empresa com as de seus colaboradores. Para tanto, também “as dimensões do intangível,

do invisível e do espiritual devem se tornar mais presentes”, tornando as organizações mais

humanas, integrando “a mente e o coração, a matéria e o espírito” (BOOG, 2006, p.2).

2.4 CONSEQUÊNCIAS E BENEFÍCIOS PARA AS ORGANIZAÇÕES

As conseqüências que a espiritualidade trás para as organizações são analisadas por

diversos autores. Neste sentido Boog (2006) afirma que:

A espiritualidade no trabalho tem implicações diretas na relação da empresa com os clientes, visão de resultados, liderança, gerenciamento de pessoas, ecologia, educação, desenvolvimento e bem-estar físico, emocional e espiritual. Com isto se encorajam ações de transformação pessoal em seus relacionamentos e em seu ambiente (BOOG, 2006, p.1).

O professor Ely (2006, p.13) escreve que se deveria cultivar a espiritualidade como

“algo a ser feito gratuitamente, pela própria vida, pelo bem comum para ser mais feliz, para

ser melhor”. Mas em linguagem de negócios se poderiam listar inúmeros benefícios como:

...melhor clima organizacional; pessoas mais felizes; conseqüentemente, clientes melhor atendidos; melhor qualidade e produtividade; melhor imagem da empresa na sociedade que respeitará a marca, o produto, os serviços e todos sentirão orgulho dessa organização: empregados, acionistas, clientes e comunidade; exemplo ou modelo de equilíbrio para outras empresas (ELY, 2006, p.12).

Este aspecto deve ser inserido na estratégia das organizações, uma vez que “a

conseqüência é que fluem com muito maior facilidade os fatores mais buscados pelos

executivos das empresas: a motivação, o desempenho, o espírito de equipe, a comunicação

eficaz, a qualidade, o foco no cliente, o “estar de bem com a vida” (BOOG, 2006, p.1).

Também Oliveira (2001, p.72) considera a produtividade como vantagem para a

implementação da espiritualidade nas empresas. E acrescenta: “O homem espiritual é o

homem reto, digno, respeitador dos direitos alheios. O homem espiritual trabalha em equipe.

O homem espiritual valoriza e usa a intuição. Por tudo isso, o homem espiritual é mais

produtivo”. E, sendo produtivo, conforme Orlickas (2001), trará melhores resultados.

Atualmente, existem passos bem acentuados no desenvolvimento de pesquisas e

estudos voltados, em primeiro plano, para o bem do funcionário. Com estes bem tratados,

motivados e satisfeitos, aumenta a produtividade e a qualidade do produto e assim, os

resultados da organização (ORLICKAS, 2001).

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Para Loehr e Schwarz (2003, p.86), é importante a aplicação de atividades que

incluam rituais que concedam pausas, para que as pessoas parem e olhem para dentro de si

mesmas, pois ”podem servir de fonte de recuperação – uma maneira de quebrar a linearidade

das atividades orientadas para o alcance implacável de metas”.

E então, “quando as pessoas se sentem fortes e resistentes – física, mental, emocional

e espiritualmente - elas conseguem um desempenho melhor, com mais paixão, por períodos

mais longos.” (LOEHR E SCHWARZ 2003, p.88). Elas ganham com isto, assim como suas

famílias e a empresa que as empregam também.

Uma abordagem bem sucedida para sustentar um alto desempenho, achamos, deve juntar todos esses elementos e considerar a pessoa como um todo. Assim, a nossa teoria integrada sobre o desempenho administrativo considera o corpo, as emoções, a mente e o espírito. Cada um dos seus níveis influencia profundamente os outros e o fracasso em considerar qualquer um deles compromete o desempenho (LOEHR E SCHWARZ, 2003, p.69).

Esta teoria integrada de desempenho, necessária para um alto desempenho e que leva

em consideração todos os aspectos da vida humana os autores representam em forma de

pirâmide, e a denominam pirâmide de desempenho, conforme a figura 1.

Capacidade

emocional

Capacidade mental

Capacidade física

Capacidade

espiritual

Figura 1 - Pirâmide do Alto Desempenho

Fonte: Gerência de alta Performance/Harvard Business Review, 2003

Assim também, conforme Sparemberger e Zamberlan (2006), a orientação mais

completa para o administrador lidar com a complexidade do ambiente atual é procurar, nas

Teorias da Administração, com ênfase em uma e outra teoria, as contribuições para aplicar no

momento adequado, conforme as situações o requererem, sempre em vista da harmonia de

interesses da organização e dos indivíduos.

3 METODOLOGIA

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A definição do método em uma investigação científica não é só necessária como,

também, apresenta-se como condição fundamental para o seu sucesso. (VIANNA, 2001). Em

outras palavras, a metodologia pode ser definida como o caminho para atingir um fim, a qual

se fundamenta no conjunto de ações necessárias para a elaboração de projetos como: a

definição do tipo de pesquisa; instrumentos de coleta; organização e tratamento e análise dos

dados a coletar, utilizando os procedimentos próprios a cada sistemática definida.

Neste contexto, no que se refere à abordagem do problema a presente pesquisa

classifica-se como quantitativa. A pesquisa qualitativa, como seu próprio nome diz, não

pretende analisar dados numéricos, mas descrever a complexidade de determinado problema,

analisar a interação de certas variáveis, compreender processos dinâmicos, contribuir para

com as mudanças de um grupo ou processos e possibilitar um maior entendimento do

comportamento dos indivíduos na realização de suas ações. Segundo Vianna (2001), na

pesquisa qualitativa são analisadas situações a partir de dados descritivos, buscando

identificar relações, causas, efeitos, conseqüências, opiniões, significados e categorias o que

geralmente implicará vários aspectos e para tanto, os dados da pesquisa serão estudados sob

uma perspectiva interior, levantados a partir de instrumentos como observação, geralmente

participante, entrevistas, visitas, notas de campo e análise de documentos.

No que se refere aos objetivos da pesquisa, esta se classifica como exploratória e

descritiva. A pesquisa exploratória consistiu na tentativa de explicar a temática utilizando o

conhecimento disponível consubstanciado nas teorias formuladas por pesquisadores sobre os

pontos tratados (YIN, 2001) com relação ao tema proposto. A investigação de caráter

descritivo terá como objetivo primordial à descrição das características de determinada

população, fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis (YIN, 2001). São

pesquisas descritivas, aquelas que visam descobrir a existência de associações entre variáveis

e, conforme Vianna (2001) ao optar por esse tipo de pesquisa, é necessário ser feito antes de

qualquer coisa, um estudo detalhado da situação problema ou fato, para elencar e relacionar as

variáveis que interferem em suas relações sem manipulá-las ou sobre elas emitir juízos de

valor.

Posteriormente a pesquisa evoluiu para uma pesquisa de campo ou levantamento,

que na concepção de Hanashiro et al (2007) se caracterizam como estudos quantitativos e

descritivos, que se preocupam com a medição objetiva e a quantificação dos resultados,

buscando, acima de tudo, a precisão, evitando distorções na etapa de análise e interpretação

dos dados. Nesta etapa buscaram-se realizar uma pesquisa junto a uma amostra de vinte

empresários das maiores empresas, pelo critério da autora, do cadastro da Associação dos

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Jovens Empresários de Santa Maria – AJESM. Neste contexto, para a contemplação desta

fase foi desenvolvido um instrumento de pesquisa, com base nos dados descobertos na

primeira etapa desta pesquisa. O instrumento foi um questionário com perguntas abertas

apresentando definições de autores para esclarecimento de possíveis dúvidas e questões

fechadas de múltiplas escolhas, todas com o intuito de perceber o conhecimento dos

executivos quanto ao tema espiritualidade, sua aplicação ou quais as dificuldades que

encontram para implementá-la.

A análise do estudo possuiu caráter quantitativo com o auxilio do software SPSS 1.0

for Windows para tabulação dos dados. Após a finalização do trabalho, passou-se à reunião

dos dados para a obtenção dos resultados globais, procurando estabelecer quadros referenciais

dos dados coletados em função de suas respectivas categorias através de análise qualitativa

dos resultados. Segundo Vianna (2001), o objetivo principal das análises é permitir, ao

pesquisador, o estabelecimento das conclusões, a partir dos dados coletados.

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os resultados foram colhidos através de uma pesquisa realizada com empresários que

pertencem à organizações vinculadas à AJESM, uma vez que provavelmente só as maiores

teriam interesse, estrutura e visão para se dedicar ao assunto espiritualidade. Entre elas

encontram-se concessionárias de automóveis, construtoras e empresas voltadas ao transporte,

indústria e comércio de diversos produtos.

Estas organizações pertencem a diversos setores da economia da cidade de Santa

Maria, como o demonstra a tabela 1, sendo 40% do setor de comércio, 35% de prestação de

serviços, 20% da indústria e 5% de investimento.

Tabela 1 – Setor da economia

SETOR FREQÜÊNCIA (%) Indústria 4 20 Comércio 8 40 Prestador de Serviços 7 35 Outra 1 5 Total 20 100

Foram apresentados conceitos de diversos autores sobre espiritualidade a fim de que

os empresários pudessem encontrar o que mais se adapta ao seu conhecimento. Entre eles,

40% optaram pela definição de Guillory (2000), já mencionado e que considera a

espiritualidade uma energia interior derivada da consciência interior. Segundo ele, a

espiritualidade é fonte de inspiração, criatividade e sabedoria. Vem de dentro e transcende as

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crenças e valores. Da espiritualidade se originam os sistemas das crenças religiosas. Sete,

35% dos empresários optaram pela definição de Bruno José Ely (2006) que afirma que a

espiritualidade é uma dimensão do ser humano, no sentido do respeito pela dignidade humana

e fonte dos valores para nortear a vida das organizações. Portanto, 75% não confundem

espiritualidade com religião. Petrossillo (1996, p.101), no entanto, afirma que o termo “indica

quer a sensibilidade para valores espirituais, quer as concepções e práticas próprias de uma

religião ou de um grupo religioso”. Sendo assim, os empresários colocam o acento no

primeiro aspecto, embora haja dificuldade na conceituação do termo. (Tabela 2).

Tabela 2 – Conceito que mais se aproxima ao conhecimento CONCEITOS DE ESPIRITUALIDADE FREQÜÊNCIA (%)

William A.Guilory 8 40 Bruno José Ely 7 35 Alkindar de Oliveira 2 10 Gustavo G. Boog 2 10 Piero Petrosillo 1 5 Total 20 100

Quanto a valorização da implementação da espiritualidade nas organizações a tabela

3 revela que 40% a consideram muito importante e 55% a consideram importante. Um não

respondeu. Existe, portanto, uma conscientização muito significativa nas organizações para

este tema. Oliveira (2001) afirma serem estas as empresas do futuro, que terão sucesso porque

terão o melhor arsenal de pessoal para sobreviver na época de mudanças e também para gerar

mudanças. Ele indica a época da espiritualidade. Há aqui indícios de que ela já começou, uma

vez que as organizações estão lhe atribuindo a devida importância.

Tabela 3 – Importância da implementação GRAU DE IMPORTÂNCIA FREQÜÊNCIA (%)

Muito importante 8 40 Importante 11 55 Não respondeu 1 5 Total 20 100

Apesar de considerarem muito importante e importante (95%) a pesquisa revelou que

das 20 empresas abordadas, 09, (45%), implementaram a espiritualidade e 11, (55%), não

experimentaram trabalhar com o assunto. Isto está demonstrado na tabela 4.

Tabela 4 – Implantação da espiritualidade na empresa IMPLEMENTAÇÃO FREQÜÊNCIA (%)

Empresas que implementaram 09 45 Não implementaram 11 55

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Total 20 100

Numa questão de múltipla escolha, perguntaram-se os motivos de a espiritualidade

ser considerada por muitos autores como muito importante e apesar disto, ser tão pouco

implementada nas organizações. O peso maior (66%) fica por conta das dificuldades em

relação ao desconhecimento em geral do assunto e de seus benefícios, como, em grau menor

(18%), os problemas com a falta de pessoal qualificado, conforme quantificado na tabela 5.

Ela confirma o que diz Ely (2006) que, embora o tema espiritualidade, ao lado de questões

éticas, esteja sendo colocado em evidência nos dias atuais e receba muito espaço na mídia por

ser abordado com freqüência, ainda não existem definições ou regras objetivas sobre o

assunto. No momento, são pessoas que estão levando individualmente a espiritualidade para

as organizações, enquanto estas estão à procura de princípios, valores que as orientem nos

negócios, através de planejamento estratégico e do seu próprio código de ética.

Tabela 5 – Motivos para a falta da implementação da espiritualidade MOTIVOS FREQÜÊNCIA (%)

Falta de conhecimento do seu verdadeiro sentido 8 33 Falta conhecer benefícios 8 33 Falta pessoal qualificado 4 18 Falta de recursos financeiros, visão estratégica 2 8 Falta de cultura e motivação 2 8 Total 24 100 Obs.: O total é superior à amostra devido às múltiplas escolhas.

Entre as empresas que não trabalham com a espiritualidade (36%) não o fazem pelo

motivo da falta de conhecimento de como trabalhar esta questão e os seus benefícios. O

problema foi atribuído à falta de pessoal especializado, falta de tempo para aprofundar o

assunto, funcionários de outras religiões, entre outros. Esta situação confirma as dificuldades

que as organizações em geral enfrentam, mencionadas no item anterior, na tabela 5.

Das empresas que afirmam trabalhar com espiritualidade, embora tenham dificuldade

em especificar o seu trabalho neste sentido, 22% consideram-se no início, 45% num estágio

médio e 22% em estágio avançado, enquanto que 11% se acha só avançado na prática. As

dificuldades constatadas no desenvolvimento destas atividades são o tempo restrito, a falta de

pessoal qualificado e o individualismo na busca do crescimento profissional.

Quanto ao que é feito no sentido da espiritualidade, foram apontadas: mudança

cultural, valorização dos colaboradores e satisfação dos clientes, conscientização espiritual,

ajuda ao próximo e instituições carentes, ambiente familiar na empresa, cursos de motivação,

participação em ações sociais. Percebe-se a falta de planejamento de ações concretas que

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“fazem com que a ética e os valores humanos e espirituais iluminem as decisões, as

estratégias, as políticas e todos os relacionamentos da organização” (ELY, 2006, p.12).

Os benefícios e mudanças, apontados pelas empresas que trabalham com

espiritualidade, estão demonstrados na tabela 6 e estas estão de acordo com o pensar de Loehr

e Schwarz (2003), Oliveira (2001), Ely (2006), Orlickas (2001) em relação à produtividade, já

mencionados neste trabalho. Nos benefícios apontados percebe-se uma preocupação, não

tanto para com a pessoa, mas um acento maior nos resultados fazendo evidenciar assim a

observação de Matos (2001) sobre o perigo de se materializar o espiritual, tornando-o recurso

de manipulação humana. Neste caso, o objetivo seria o capital e o homem um meio para

alcançar este objetivo. A realidade é que as organizações buscam aumentar o desempenho de

seu pessoal, em vista do cumprimento de sua missão.

Tabela 6 – Benefícios e mudanças BENEFÍCIOS E MUDANÇAS FREQÜÊNCIA (%)

Melhor desempenho, mais motivação e por períodos mais longos 8 12,5 Satisfação em relação à organização pelo “estar de bem com a vida” 8 12,5 Clima organizacional mais favorável 8 12,5 Maior comprometimento, responsabilidade, ética 8 12,5 Maior relacionamento e comunicação entre clientes e liderança 7 10,5 Maior interesse pelo trabalho em equipe 6 10 Maior produtividade 6 10 Aumento da qualidade do produto e serviço 6 10 Surgimento de novos significados e clareza da missão e visão 5 8 Oportunidade de crescimento e reconhecimento 1 1,5 Total 63 100 Obs.: O total é superior à amostra devido às múltiplas escolhas.

A maioria, 95% dos empresários, concordam com a afirmação de Orlickas (2001)

que funcionários bem tratados, motivados e satisfeitos aumentam a produtividade e a

qualidade do produto e assim o resultado da organização. E 80% concordam com a afirmação

de Matos (2001) que considera que só pessoas felizes são realmente produtivas e a felicidade

é imprescindível para a produtividade e perpetuidade da empresa, pois, a espiritualidade se

manifesta pela integração de valores – verdades comuns – e esta será tanto mais consistente,

quanto mais estas verdades foram resultantes da filosofia e da missão, da educação dos

sentimentos e do relacionamento, que desembocam em práticas de solidariedade e

desenvolvimento da visão transcendente.

Quanto aos valores a serem cultivados na empresa numa forma prática de

espiritualidade, foram classificadas como valores pessoais, valores entre os colaboradores e

valores da empresa apresentados nas tabelas 7, 8 e 9. Evidenciam-se como valores pessoais a

ética e a moral e a transparência. Entre os valores de relacionamento entre os colaboradores

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destacam-se os de solidariedade, cooperativismo e respeito mútuo. E os da empresa como os

de comprometimento, responsabilidade e respeito.

Tabela 7 – Valores pessoais NÍVEL FREQÜÊNCIA (%)

Ética 5 32 Moral 3 19 Transparência 2 13 Desenvolvimento pessoal e profissional 1 6 Seriedade, criatividade, integridade, amor, imparcialidade 5 30 Total 16 100 Tabela 8 – Valores entre os colaboradores

NÍVEL FREQÜÊNCIA (%) Solidariedade 4 30 Cooperativismo 3 23 Respeito mútuo 3 23 Ajuda mútua, amizade, tolerância 3 24 Total 13 100 Tabela 9 – Valores na empresa

NÍVEL FREQÜÊNCIA (%) Comprometimento 4 24 Respeito e valorização do colaborador e cliente 4 23 Responsabilidade 3 17 Melhoria contínua e qualidade superior nos serviços 2 12 Assiduidade e inovação 2 12 Desenvolvimento dos programas sociais 1 6 Empresa cidadã 1 6 Total 17 100 Obs.: O total das três tabelas é superior à amostra devido às múltiplas escolhas.

Tornou-se assim perceptível, em primeiro lugar, a preocupação com a organização,

uma vez que os valores apresentados, em relação ao homem em si, em relação aos

colaboradores e à empresa revelam características individuais que influenciam no trabalho e,

assim, nos resultados da organização. Estes valores, em grande parte já foram nomeados no

presente trabalho nas afirmações de Hunter (2006), Sparemberger e Zamberlan (2006),

Kentenich (1999), Oliveira (2001), Matos (2001), Ely (2006), Boog (2006), Orlickas (2001) e

Loehr e Schwarz (2003).

A análise dos resultados tornou perceptível o interesse dos empresários em relação

ao assunto espiritualidade, como também o grau de seu conhecimento, as dificuldades na

implementação, e o que esperam em benefícios para as suas organizações.

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5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

As organizações do futuro, que sobreviverão às contínuas mudanças, são aquelas que

compreenderam a importância da humanização de suas forças de produção, num esforço

constante de conciliar as suas necessidades com as de seu pessoal, conquistando-o para a

missão e visão da organização.

A história e as teorias da administração mostraram um crescimento na valorização do

capital humano. Houve um aumento gradativo, e o conhecimento das organizações penetrou

mais a fundo no conhecimento do ser humano como ser integrado, como um todo.

Compreende-se então que, quanto mais a empresa levar em consideração este aspecto da

administração, tanto mais obterá os resultados pretendidos, uma vez que a resposta surgirá

como conseqüência de seu empenho pelos seus colaboradores. Existe, porém, o perigo de se

materializar e robotizar os comportamentos como manipulação, ou seja, de se usar o fator

humano apenas em função da produtividade e só em segundo plano o homem como tal.

Este estudo mostrou que há uma afirmação da importância e vontade de

implementação da espiritualidade nas organizações. Porém, como um dos empresários

manifestou: “O assunto é da mais completa ignorância em nosso meio. Quem enveredar por

essa linha certamente agregará um diferencial enorme à sua empresa”. Ficou evidente que há

um desconhecimento do tema espiritualidade, uma vez que se percebe um titubear nas

respostas embora esta questão tenha sido dirimida no próprio questionário, através de

conceitos abrangentes sobre o assunto.

Constatou-se que a espiritualidade necessita ser mais valorizada e desenvolvida

porque está deficitária, por ter sido um tanto desconsiderada até à atualidade. Por isso há hoje

a necessidade de dar ênfase ao aspecto espiritual do homem, pois só uma visão global do

homem, com seus aspectos físico, mental, emocional e espiritual, poderá levar a resultados

mais positivos nas organizações.

Ficou assim comprovado que, embora considerada hoje muito importante, a

espiritualidade ainda não faz parte da estratégia e missão da maioria das organizações. Além

disso, a falta de uma maior implementação da espiritualidade deve-se ao desconhecimento do

seu verdadeiro sentido e à ausência de uma cultura que contemple valores espirituais assim

como à não consideração dos benefícios que ela pode trazer.

Assim, abrem-se novos horizontes para estudos posteriores, pois, como afirma

Oliveira (2001), não há dúvidas quanto à validade do tema, mas trata-se de discutir como

implementá-lo nas organizações. Há necessidade de, em futuros trabalhos, verificar formas e

métodos de espiritualidade que venham minimizar as dificuldades na sua aplicação prática.

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Observa-se a existência de um vasto campo de trabalho destinada aos acadêmicos

que queiram dedicar-se mais ao aspecto humano do trabalhador e, para isto, as Universidades

terão que oferecer-lhes disciplinas que enfatizem mais o aspecto humano e espiritual, para que

sua visão abranja a totalidade do ser humano. Por isso, recomenda-se que se forme nas

Universidades uma equipe de estudo abrangente que reúna esforços das áreas das ciências

humanas, a fim de levantar as contribuições de cada uma para inserir a espiritualidade na

missão, visão e planejamento estratégico e implementá-la, trazendo os benefícios que dela se

esperam para o bem das pessoas e das organizações.

O presente trabalho, atingidos os objetivos que se propunha, quer ser uma

contribuição para a formação universitária e um estímulo para que, acadêmicos e empresários,

unam seus esforços em prol do bem-estar do ser humano, em todas as suas formas e

necessidades. Só assim as organizações alcançarão prosperidade e perenidade.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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