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A estratégia SOBANE Guias de Identificação, Observação e Análise relativos a ambientes térmicos de trabalho Jacques Malchaire Unité Hygiène et Physiologie du travail Université catholique de Louvain Belgica

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A estratégia SOBANE

Guias de Identificação, Observação e Análise relativos a

ambientes térmicos de trabalho

Jacques Malchaire Unité Hygiène et Physiologie du travail

Université catholique de Louvain Belgica

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Nível 1, Déparis SOBANE

Prólogo ....................................................................................................................................................................... 5 Introdução ................................................................................................................................................................... 6 Conceitos .................................................................................................................................................................... 6

1. A primazia da prevenção .................................................................................................................................... 6 2. Riscos ............................................................................................................................................................. 6 3. Postos de trabalho – Condições de trabalho – Situação de trabalho .......................................................................... 6 4. Os conselheiros em prevenção e os peritos ........................................................................................................... 7 5. As habilidades complementares........................................................................................................................... 7 6. Os trabalhadores atores da prevenção.................................................................................................................. 7 7. Os problemas globais......................................................................................................................................... 7 8. A prevenção VS a avaliação dos riscos ................................................................................................................. 8 9. PME ................................................................................................................................................................ 8

SOBANE estratégia de gestão de risco .......................................................................................................................... 9 1. Nível 1, Despistagem (Déparis) ........................................................................................................................... 9 2. Nível 2, Observação .........................................................................................................................................10 3. Nível 3, Análise ................................................................................................................................................11 4. Nível 4, Perícia ................................................................................................................................................11

Processo de implementação da estratégia SOBANE ......................................................................................................12 Nível 1 – Déparis .........................................................................................................................................................13

1. Introdução .......................................................................................................................................................13 2. Carta convite ...................................................................................................................................................13 3. Aspectos que podem ser discutidos.....................................................................................................................15 4. O guia de diálogo Déparis ..................................................................................................................................17

1. Locais e áreas de trabalho .............................................................................................................................17 2. Organização do trabalho ...............................................................................................................................17 3. Acidentes de trabalho ...................................................................................................................................18 4. Riscos elétricos e de incêndio ........................................................................................................................18 5. Comandos e sinais .......................................................................................................................................19 6. Material de trabalho, ferramentas, máquinas.....................................................................................................19 7. Posições de trabalho ....................................................................................................................................20 8. Esforços e manuseios de carga ......................................................................................................................20 9. Iluminação ..................................................................................................................................................21 10. Ruído .....................................................................................................................................................21 11. Ambientes térmicos ..................................................................................................................................22 12. Higiene atmosférica ..................................................................................................................................22 13. Vibrações ...............................................................................................................................................23 14. Autonomia e responsabilidades individuais...................................................................................................23 15. Conteúdo do trabalho ...............................................................................................................................24 16. Presões de tempo ....................................................................................................................................24 17. Relações de trabalho com colegas e superiores ............................................................................................25 18. Ambiente psicossocial...............................................................................................................................25

5. Balanço ..........................................................................................................................................................26 6. Inventário das propostas de melhorias e dos estudos complementares a realizar .......................................................26

Nível 2: Observação ....................................................................................................................................................27 1. Introdução .......................................................................................................................................................27 2. Procedimentos .................................................................................................................................................28

1. Descrição da situação de trabalho ..................................................................................................................28 2. Temperatura do ar em cada zona de trabalho ...................................................................................................28 3. Umidade do ar em cada área de trabalho .........................................................................................................29 4. Radiação térmica .........................................................................................................................................30 5. Correntes de ar em cada área de trabalho ........................................................................................................30 6. Carga de trabalho para cada atividade .............................................................................................................31

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Nível 1, Déparis SOBANE

7. Vestimentas para cada zona ou atividade ........................................................................................................32 8. Opinião dos trabalhadores .............................................................................................................................32 9. Síntese .......................................................................................................................................................33

Nível 3: Análise ...........................................................................................................................................................35 1. Introdução .......................................................................................................................................................35 2. Procedimentos .................................................................................................................................................35

1. Informação complementar a respeito da sequência das atividades .......................................................................35 2. Medidas ou estimativas: com base nas observações realizadas por ocasião do nível 2 ...........................................36 3. Risco atual ..................................................................................................................................................36 4. Pesquisa de medidas de prevenção/melhorias ..................................................................................................36 5. Conclusiones ...............................................................................................................................................37

Nível 4: Perícia ............................................................................................................................................................38 Lista das fichas ...........................................................................................................................................................39

1. Fichas Observação ...........................................................................................................................................39 2. Ficha Análise ...................................................................................................................................................39

Ficha 1: Introdução geral .............................................................................................................................................40 Ficha 2: Melhorias técnicas ..........................................................................................................................................41 Ficha 3: Carga de trabalho ...........................................................................................................................................42 Ficha 4: Proteção individual .........................................................................................................................................44 Ficha 5: Efeitos ligados ao frio e ao calor ......................................................................................................................45 Ficha 6: Legislação .....................................................................................................................................................46 Ficha 7: Bebidas .........................................................................................................................................................47 Ficha 8: Organização do trabalho .................................................................................................................................48

1. Melhoria da tolerância corporal ...........................................................................................................................48 2. Programação das operações ..............................................................................................................................48 3. Otimização do ciclo trabalho/descanso ................................................................................................................48

Ficha 9: Melhorias técnicas ..........................................................................................................................................49 1. Redução da temperatura do ar e da umidade........................................................................................................49 2. Redução da radiação térmica .............................................................................................................................49 3. Melhoria da velocidade do ar ..............................................................................................................................50 4. Adaptação das vestimentas ...............................................................................................................................50 5. Carga de trabalho .............................................................................................................................................51 6. Pesquisa da eficácia das melhorias técnicas .........................................................................................................51

Ficha 10: Caracterização da umidade do ar ...................................................................................................................52 Ficha 11: Carga de trabalho .........................................................................................................................................53

1. Introdução .......................................................................................................................................................53 2. Principio e precisão ..........................................................................................................................................53 3. Nível 1, Diagnóstico preliminar ...........................................................................................................................54 4. Nível 2, Observação .........................................................................................................................................56 5. Nível 3, Análise ................................................................................................................................................59 6. Nível 4, Perícia ................................................................................................................................................61

Ficha 12: Proteção individual .......................................................................................................................................62 1. Isolamento contra o calor ...................................................................................................................................62 2. Isolamento contra a radiação .............................................................................................................................62 3. Isolamento contra a evaporação .........................................................................................................................62 4. Proteção contra o frio ........................................................................................................................................62 5. Proteção hermética ...........................................................................................................................................63

Ficha 13: Efeitos ligados ao trabalho no frio e no calor ..................................................................................................64 Ficha 14: Legislação ....................................................................................................................................................65

1. Limites de tolerância para a exposição ao calor definidos com base do índice IBUTG. ................................................65 2. Recomendações: .............................................................................................................................................65 3. Medidas em caso de calor unicamente de origem climática .....................................................................................66 4. Medidas a serem tomadas em caso de calor devido às instalações ..........................................................................66 5. Umidade .........................................................................................................................................................66

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Ficha 15: Bebidas ........................................................................................................................................................67 1. Evitar a desidratação:........................................................................................................................................67 2. Propor bebidas ................................................................................................................................................67 3. Instalar bebedouros de água fria a 10 -15°C próximo dos postos de trabalho. ............................................................67

Ficha 16: Organização do trabalho ...............................................................................................................................68 1. Melhoria da tolerância fisiológica ........................................................................................................................68 2. Programação das operações ..............................................................................................................................68 3. Otimização do ciclo trabalho-descanso ................................................................................................................68

Ficha 17: Controle médico ...........................................................................................................................................69 1. Seleção dos trabalhadores .................................................................................................................................69 2. Formação dos trabalhadores e dos encarregados..................................................................................................69 3. Controle médico periódico .................................................................................................................................69 4. Monitoramento durante uma exposição ................................................................................................................69

Ficha 18: Recomendações para as medições ................................................................................................................71 1. Medição da temperatura do ar: ta (°C)..................................................................................................................71 2. Medição da umidade do ar .................................................................................................................................71 3. Medição da radiação térmica ..............................................................................................................................71 4. Medição da velocidade do ar: va (m/s) .................................................................................................................72 5. Medição da temperatura úmida natural: thn (°C) .....................................................................................................72

Ficha 19: Ordens de grandeza da radiação ....................................................................................................................73 1. Radiação solar .................................................................................................................................................73 2. Radiação das máquinas ....................................................................................................................................73

Ficha 20: Índices de conforto térmico ...........................................................................................................................74 Ficha 21: Índice IBUTG ................................................................................................................................................76 Ficha 22: Indice Predicted Heat Strain (PHS) .................................................................................................................77

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Prólogo Estratégia SOBANE é uma estratégia para a prevenção dos riscos profissionais, que inclui quatro níveis de intervenção: o diagnóstico preliminar, monitoramento, análise por especialistas ou peritos. Os Guias Observação, Análise e Pericia foram desenvolvidos para as seguintes áreas:

1. Local social 2. Máquinas e ferramentas manuais 3. Segurança (acidentes, quedas, escorregamento, etc.) 4. Segurança elétrica 5. Fogo e / ou explosão 6. Trabalho com terminais de vídeo 7. Lesões musculoesqueléticas (LME) 8. Iluminação 9. Ruído 10. Ambientes térmicos no trabalho 11. Produtos químicos perigosos 12. Agentes biológicos 13. Vibrações de corpo inteiro 14. Vibrações mão-braço 15. Aspectos Psicossociais

Esses guias foram desenvolvidos no âmbito de um projeto de investigação SOBANE financiado pelo Ministério do Trabalho belga e pelo Fundo Social Europeu, sob a direção do professor J. Malchaire, diretor da Unidade Higiene de Trabalho e Fisiologia da Universidade Católica de Louvain, na Bélgica. O documento a seguir apresenta a estratégia de prevenção SOBANE aplicada à gestão dos ambientes térmicos. Ele apresenta o guia Déparis que constitui o primeiro nível da estratégia o Diagnóstico preliminar e, em seguida, os guias SOBANE que podem ser utilizados para os níveis de Observação e Análise. Esses guias buscam maximizar o tempo e os esforços da empresa para tornar à situação de trabalho aceitável, independentemente da complexidade do problema encontrado. Incentivam o desenvolvimento de uma gestão dinâmica dos riscos e uma cultura de consenso na empresa. Agradecimentos: A todos os parceiros dos vários departamentos das empresas e todos os trabalhadores que contribuíram e participaram do projeto. Os contatos com essas empresas e a validação dos guias no local foram possíveis graças aos assistentes dos vários parceiros dos serviços externos de prevenção e proteção. Para mais detalhes sobre a estratégia SOBANE, você pode visitar o website http://www.deparisnet.be/.

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Introdução A diretiva Européia [1] exige que o empregador garanta a segurança e a saúde dos trabalhadores em todos os aspectos do trabalho, aplicando os princípios gerais de prevenção: evitar os riscos, avaliar aqueles que não podem ser evitados, combater os riscos na fonte, adaptar o trabalho aos trabalhadores, etc. O objetivo deste documento é apresentar guias práticos, fáceis de usar e direcionados para trabalhadores, técnicos, supervisores e profissionais responsáveis pela prevenção, envolvendo todos os fatores técnicos, organizacionais e humanos que podem aumentar o risco de exposição. Estas ferramentas são projetadas para levar a soluções rápidas, práticas e econômicas. Seguindo a filosofia da estratégia SOBANE é recomendado que as empresas enfrentem os problemas no contexto geral da situação de trabalho usando o guia de Despistagem Participativo de Riscos Profissionais (Déparis). Este guia permite revisar todos os riscos associados com as áreas de trabalho, a organização do trabalho, o ambiente e fatores psicossociais a fim de aperfeiçoar de forma consistente as condições de vida no trabalho. Num segundo nível, este documento é utilizado para Observar em pormenor todos os aspectos relacionados com os ambientes térmicos, buscando todas as soluções concretas e simples. Em um terceiro nível, somente quando necessário, o guia Análise pode ser usado com a assistência de um profissional competente em matéria de prevenção para identificar soluções mais sofisticadas e avaliar o risco residual. Este documento é destinado não só aos profissionais de segurança e saúde dedicados à prevenção como os médicos do trabalho, os responsáveis pela segurança, ergonomistas, etc., mas também aos gerentes, supervisores responsáveis pela implementação de programas de prevenção e principalmente para os trabalhadores que estão vivendo esta prevenção. As circunstâncias do trabalho podem ser muito diferentes de uma empresa para outra, ou mesmo de uma situação de trabalho para outra dentro da mesma empresa. Conseqüentemente, o prevencionista na empresa, a saber: o médico ou engenheiro de segurança do trabalho, juntamente com o coordenador, deve adaptar o guia de Despistagem (Déparis) e os guias de Observação e Análise (principalmente com relação à linguagem e ao conteúdo, até certo ponto) às características da situação de trabalho envolvida. Para compreender bem esses guias, e antes da apresentação ao empregador, é essencial estar bem familiarizado com os princípios básicos da estratégia SOBANE. Estes princípios básicos são descritos abaixo.

Conceitos

1. A primazia da prevenção A ênfase não é sobre a vigilância e proteção da saúde, mas sobre a eliminação e prevenção de riscos.

2. Riscos O risco é a probabilidade (potencialidade) de um dano de certa gravidade (G) considerando a exposição (E) a um fator de risco, as circunstâncias (Ci) desta exposição e a influência pessoal (Ip) dos trabalhadores. A redução eficaz do risco consiste agir de forma consistente sobre esses quatro constituintes: reduzir a exposição, melhorar as circunstancias (proteção coletiva), proteger os trabalhadores (proteção individual) e formá-los e motivá-los.

3. Postos de trabalho – Condições de trabalho – Situação de trabalho As denominações "postas de trabalho" ou "condições de trabalho" fazem referência essencialmente aos aspectos dimensionais ou de ambiente de trabalho, enquanto que os aspectos organizacionais, as relações entre as pessoas, a distribuição das responsabilidades condiciona mais o bem-estar dos trabalhadores. A expressão situação de trabalho faz, portanto referência ao mesmo tempo:

• A todos os aspectos físicos, organizacionais, psicológicos, sociais da vida no trabalho que são suscetíveis de ter uma influência sobre a segurança, a saúde e o bem-estar do trabalhador;

• Ao coletivo de trabalho, ou seja, ao conjunto das pessoas (trabalhadores, supervisores ou chefes diretos...) que dependem uns dos outros, interferem uns com os outros e formam uma pequena unidade funcional.

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4. Os conselheiros em prevenção e os peritos • Os conselheiros em prevenção são: os responsáveis pela segurança, os médicos do trabalho, os higienistas

industriais, ergonomistas, os conselheiros em questões psicossociais…, que receberam uma formação em segurança e saúde no trabalho e que desenvolveram uma motivação específica para reconhecer, prevenir, avaliar e reduzir os riscos.

• Chamaremos peritos as pessoas, vindo em geral de laboratórios especializados, que dispõem das competências e os meios metodológicos e técnicos para aprofundar um problema específico. Geralmente, não obstante, estas competências e meios são limitados a um aspecto específico: eletricidade, toxicologia, acústica, carga mental, problemas relacionais…

5. As habilidades complementares É incontestável que o conhecimento do que se passa realmente na situação de trabalho vai diminuindo do trabalhador ao perito:

• O trabalhador sabe o que faz e o que vive (trabalho real); • O contramestre, e a fortiori a direção da empresa, supõe saber o que o trabalhador faz (trabalho prescrito) e

pensa saber o que ele vive; • O conselheiro em prevenção interno da empresa conhece apenas os aspectos da situação de trabalho

(geralmente os aspectos de segurança) que teve tempo de estudar; • O médico do trabalho sabe o que pede e o que escuta (queixas) obtido através dos encontros com o

trabalhador e, em geral, o que vê, sente, entende (ruído) quando visita a empresa e no momento desta visita; • O conselheiro em prevenção externo chamado para verificar uma situação ou ponto específico sabe o que lhe

dizem e, de novo, o que vê, sente, escuta durante as 2 horas ou mesmo os dois dias que fica na empresa; • O perito sabe apenas o que se relaciona com o problema pontual da sua competência.

Em contrapartida os conhecimentos em segurança, saúde e bem-estar aumentam do trabalhador ao perito: • Os conselheiros em prevenção externos possuem, alguns, uma competência bastante geral, outros, mais

específica. • O perito é especialista em determinada matéria e ignora em geral muito de outras.

Parece, por conseguinte lógico considerar que os dois conjuntos de conhecimentos, da situação de trabalho e os princípios do bem-estar, completam-se e devem ser utilizados em complementaridade.

6. Os trabalhadores atores da prevenção A prevenção necessita não somente de compreender a situação de trabalho, mas em conhecê-la. Logo, os trabalhadores e seus chefes diretos devem ser os atores principais - e não apenas os objetos nem os assistidos da prevenção e devem ser considerados como tal por todos os intervenientes conselheiros em prevenção. Os trabalhadores e seus chefes diretos não são desta forma apenas a fonte de dados para os que, competentes, se encarregam de ouvi-los, compreender o seu trabalho, analisar, interpretar e tirar as conclusões e as medidas de prevenção. São reconhecidos como os que sabem, não somente os que “vivem”, mas igualmente os que “querem”.

7. Os problemas globais Os trabalhadores “vivem” as suas situações de trabalho como um todo e não como um conjunto de fatos distintos e independentes: o ruído influencia as relações; a organização técnica entre postos influencia o risco de lesões musculoesqueléticas; a divisão das responsabilidades influencia o conteúdo do trabalho, os acidentes... Assim que as situações mais graves forem eliminadas, um problema específico pode ser isolado e, por conseguinte regulado de maneira duradoura independentemente do contexto. Desta forma uma capacitação sobre movimentação de cargas ou uma ação sobre o estresse pode resultar em malogro se não for precedida ou acompanhada de uma revisão das máquinas, da organização do trabalho, do ruído… Resulta que a abordagem dos problemas da situação de trabalho deve ser global e que, independentemente do problema que justificou o interesse para determinada situação de trabalho, esta deve ser imperativamente abordada no seu contexto. É o que permitirá fazer o guia de dialogo Déparis.

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8. A prevenção VS a avaliação dos riscos A avaliação de risco concentra-se principalmente na quantificação, evitando analisar porque as coisas estão como elas estão e como modificá-las para melhorar a situação global. O objetivo final é a prevenção e a melhoria das condições de trabalho e avaliação de risco é só um passo para esta prevenção

9. PME Os métodos desenvolvidos em grandes empresas não são aplicáveis nas PME, enquanto o oposto ocorre. Métodos devem ser desenvolvidos tendo em conta os recursos e as capacidades limitados das PME que empregam mais de 60% da população de trabalhadores.

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SOBANE estratégia de gestão de risco

A estratégia SOBANE consiste em quatro níveis progressivos: Despistagem, Observação, Análise e Pericia, de acordo com os critérios definidos na tabela a seguir:

Características dos quatro níveis da estratégia SOBANE Nível 1

Despistagem Nível 2

Observação Nível 3 Análise

Nível 4 Pericia

Quando? Todos os casos Se problema Casos difíceis Casos complexos

Como? Observações simples

Observações qualitativas

Observações quantitativas

Medições especializadas

Custo? Fraco 10 minutos

Fraco 2 horas

Médio 2 dias

Elevado 2 semanas

Por quem?

Pessoas da empresa

Pessoas da empresa

Pessoas da empresa + Conselheiros em

prevenção

Pessoas da empresa + Conselheiros em

prevenção + Peritos

Competência • situação trabalho • segurança, saúde

Muito elevada

Fraca

Elevada Média

Média

Elevada

Fraca

Especializada É uma estratégia no sentido de que ela traz ferramentas, guias, meios de comunicação cada vez mais especializados, adaptados às necessidades. Em cada nível buscam-se soluções para melhorar as condições de trabalho. Deve-se passar para o nível seguinte somente após a implementação de melhorias, mesmo se a situação de trabalho não estiver ainda totalmente aceitável. Os meios para encontrar soluções são baratos nos dois primeiros níveis. Eles são mais caros em níveis mais elevados, mas devem ser usados apenas quando realmente necessário. A estratégia permite reagir mais rapidamente, com mais eficiência e de maneira mais econômica na situação de trabalho, usando seqüencialmente e de forma adequada, diferentes participantes:

• Os trabalhadores e os seus chefes diretos nos níveis de Despistagem e Observação. • A utilização de ajuda externa, em geral um conselheiro de prevenção, para a Análise. • Eventualmente um perito para o nível 4.

1. Nível 1, Despistagem (Déparis) Objetivo Trata-se aqui apenas de identificar os problemas principais e de remediar os erros flagrantes como buracos no solo, recipientes que contêm um solvente deixado ao abandono, uma tela do computador com reflexos…

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Nível 1, Déparis SOBANE

Atores Esta identificação deve ser realizada de maneira interna, por pessoas da empresa que conhecem perfeitamente as situações de trabalho, ainda que não possuam formação ou possuam apenas uma formação aproximativa no que diz respeito aos problemas de segurança, de fisiologia ou de ergonomia. Serão, por conseguinte os próprios trabalhadores, os supervisores ou chefia técnica imediata, o próprio empregador nas pequenas empresas, um conselheiro em prevenção interno com os trabalhadores nas empresas médias ou maiores.

Método Para tal, necessitam um instrumento simples e rápido como uma lista de controle estabelecida para o seu setor de atividade. Nessa fase, não é necessário um uso rigoroso dos termos risco, dano, probabilidade de ocorrência... Fala-se de problemas no sentido geral dado a este termo na linguagem corrente. Um grupo formado de alguns trabalhadores e o seu ambiente profissional (com um conselheiro em prevenção assim disponível) vai refletir sobre os principais fatores de risco, vai procurar as ações imediatas de melhoria e de prevenção e identificar o que é necessário estudar mais em detalhe. Uma pessoa da empresa, o coordenador Déparis, é designada para efetuar esta Despistagem e coordenar a implementação de soluções imediatas e a continuação do estudo (nível 2, Observação) para os pontos a aprofundar. O método a este nível 1, Despistagem, deve procurar identificar os problemas da situação de trabalho para todas as circunstâncias, durante do dia ou o ano e não somente em um momento preciso. O guia de dialogo Déparis (Despistagem participativa dos riscos) apresentado no capítulo seguinte desta brochura tenta responder a estes critérios. No primeiro nível, certos problemas poderão já ser resolvidos. Outros serão identificados. Serão objeto de estudo no nível 2, Observação.

2. Nível 2, Observação Objetivo Os problemas não resolvidos no nível 1, Despistagem, são discutidos de maneira mais exaustiva para identificar soluções a priori mais evidentes. Atores Este nível 2, Observação, requer um conhecimento íntimo da situação de trabalho sob os seus diferentes aspectos, as suas alternativas, os funcionamentos normais e anormais. A profundidade do estudo a este nível 2, Observação, será variável em função do fator de risco abordado, da empresa e da competência dos participantes.

• Numa pequena empresa com menos de 20 pessoas, o próprio empregador deveria poder identificar os principais fatores de risco através do guia de dialogo Déparis ao nível 1, Despistagem, mas um conselheiro em prevenção externo será geralmente necessário para o nível 2, Observação.

• Numa empresa média, grande parte do trabalho deve ser assegurado na própria empresa. A empresa deve dispor de um conselheiro em prevenção interna, com certa sensibilização aos fatores de risco e certo conhecimento do processo de prevenção. A sua participação permitirá que a Observação seja conduzida mais a fundo e um serviço externo intervirá apenas em nível de Análise para os estudos mais detalhados e mais específicos e/ou para pareceres mais especializados sobre os equipamentos de prevenção e de proteção.

• Por último, numa grande empresa, a fortiori, toda a gestão terá tendência e interesse a fazer-se internamente.

Método O método deve permanecer simples a assimilar e a colocar em prática, rápido e pouco dispendioso, de maneira a poder ser utilizado o mais sistematicamente possível pelos trabalhadores e seu quadro técnico com a colaboração dos eventuais conselheiros em prevenção internos. O essencial é outra vez conduzir estas pessoas a refletir sobre as suas condições de vida no trabalho focalizando-se sobre o aspecto específico que produz problemas (o ruído ou as máquinas ou os TMS…) e identificar o mais depressa possível soluções de prevenção.

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Nível 1, Déparis SOBANE

Outra vez, um coordenador (preferencialmente o mesmo) é designado para efetuar este nível de Observação e coordenar a implementação das soluções imediatas e a continuação do estudo (nível 3, Análise) para os pontos difíceis de aprofundar. Um grupo (preferencialmente o mesmo) de trabalhadores e responsáveis técnicos (com um conselheiro em prevenção, disponível) observa mais em detalhe as condições de trabalho a fim de identificar as soluções menos imediatas e determinar qual problema será indispensável recorrer à assistência de um conselheiro em prevenção mais especializado e em geral externo à empresa. Quando não puder reunir tal grupo de diálogo, o utilizador realiza sozinho a Observação, recolhendo principalmente junto aos trabalhadores e aos chefes diretos as informações necessárias. As conclusões são:

• Quais fatores parecem apresentar um risco importante e devem ser tratados prioritariamente? • Quais fatores são a priori satisfatórios e podem permanecer como estão?

Medições podem ser realizadas se o interveniente o desejar e se ele tiver as competências e os meios. Contudo, o método não deve requerer nenhuma quantificação e, por conseguinte nenhuma destas medições, de maneira a permanecer aplicável mesmo quando estas competências e estas técnicas não estão disponíveis.

3. Nível 3, Análise Objetivo Quando os níveis de Despistagem e de Observação não permitem trazer o risco a um valor aceitável ou que uma dúvida subsiste, é necessário ir mais adiante com a Análise, seus componentes e a investigação de soluções. Atores Este aprofundamento deve ser realizado com a assistência de conselheiros em prevenção que possuam competência e dispõem dos instrumentos e técnicas necessárias. Estas pessoas serão (para as PME) freqüentemente conselheiros em prevenção externos à empresa, intervindo em estreita colaboração com os conselheiros em prevenção internos (e não em seu lugar) para trazer-lhes a competência e os meios necessários. Método O método requer mais rigor no uso dos termos dano, exposição... Refere-se à situação de trabalho em circunstâncias específicas determinadas no fim do nível 2, Observação. Pode requerer medições simples com aparelhos correntes, com objetivo explicitamente definido de investigação das causas, otimização das soluções, avaliação do risco residual… O ponto importante deste nível é o recurso a uma ajuda geralmente externa, de um conselheiro em prevenção, com formação suficiente para a implementação de soluções mais especializadas e a avaliação do risco residual neste domínio. O conselheiro em prevenção e o coordenador recomeçam a partir do trabalho realizado nos níveis precedentes. A primeira tarefa é, por conseguinte reexaminar os resultados da Despistagem, mas, sobretudo o da Observação. Em seguida, a Análise dos itens previamente identificados é realizada. Os resultados desta Análise são discutidos com os intervenientes dos níveis precedentes e em especial com o coordenador. Decidem eventualmente se devem recorrer à ajuda de um perito (Pericia) para medições sofisticadas e pontuais.

4. Nível 4, Perícia Este nível 4, Perícia, é necessária quando, no final ou durante a Análise, aspectos muito específicos e muito especializados precisam ser investigados. O estudo deve ser realizado pelas mesmas pessoas da empresa e conselheiros em prevenção, com a assistência suplementar de um ou vários peritos especializados sobre este aspecto específico. Refere-se a problemas particularmente complexos e requer eventualmente medições especiais.

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Nível 1, Déparis SOBANE

Processo de implementação da estratégia SOBANE

1. Informação pela direção sobre os objetivos e o compromisso desta de levar em consideração os resultados. 2. Aval do Comitê de prevenção e proteção no trabalho. 3. Definição de um pequeno grupo de postos que formam “uma situação” de trabalho. 4. Designação de um coordenador Déparis pela direção com o aval dos trabalhadores. 5. O Coordenador de Déparis adapta eventualmente o instrumento à situação de trabalho alterando termos,

eliminando, transformando ou acrescentando aspectos. 6. Constituição de um grupo de trabalho com trabalhadores-chave e os supervisores ou chefia técnica escolhidos

pela direção. 7. Reunião em uma sala calma próxima aos postos de trabalho. 8. Explicação pelo coordenador de Déparis do objetivo da reunião e sobre o procedimento de utilização. 9. Discussão sobre os aspectos de cada rubrica, procurando:

• Identificar o que pode ser feito para melhorar a situação, por que e quando. • Qual situação ou problema é necessário pedir a assistência de um conselheiro em prevenção. • O custo das medidas de melhoria propostas e o seu impacto eventual sobre a qualidade do produto e sobre a

produtividade: nenhum (0), pouco (+), médio (++) ou elevado (+++). 10. Após a reunião, uma síntese deve ser efetuada pelo coordenador de Déparis, com:

• A lista dos pontos a serem estudados mais em detalhe com as prioridades; • A lista de soluções levantadas com indicação de quem faz o que e quando; • As rubricas utilizadas, contendo as informações detalhadas que surgiram na reunião.

11. Apresentação à direção, aos parceiros e aos participantes do grupo de discussão. 12. Continuação do estudo para os problemas não resolvidos, fator por fator, através dos métodos de nível 2,

Observação, da estratégia SOBANE. O texto seguinte pode ajudar a explicar o objetivo da reunião. “Durante a reunião, vamos passar em revista todos os aspectos técnicos, de organização e relações que fazem com que o trabalho possa ser mais fácil, eficaz e agradável. O objetivo não é saber se é fácil ou agradável a 20,50 ou 100%. É encontrar o que pode ser feito concretamente, imediatamente, em 3 meses e em longo prazo de modo que seja mais eficaz e mais agradável. Pode tratar-se de modificações técnicas, de novas técnicas de trabalho, mas também melhoria nas comunicações, reorganização dos horários, formações mais específicas. Para certos pontos, devemos dizer que é necessário alterar e como concretamente alterá-lo. Para outros, estudos complementares deverão ser realizados. A Direção compromete-se a estabelecer um plano de ações com o objetivo de dar seqüência ao que será discutido.”

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Nível 1, Déparis SOBANE

Nível 1 – Déparis

1. Introdução Objetivos Estudar a situação de trabalho em seu conjunto, em geral e no chão de fábrica, a fim de:

• Determinar o problema (os fatores de risco) para a segurança, saúde e o bem-estar no trabalho.

• Determinar as medidas técnicas imediatas que podem ser tomadas para prevenir – eliminar – melhorar alguns destes problemas.

• Determinar se uma Observação (nível 2) mais detalhada é necessária, com que urgência e com qual objetivo.

Quem? • Os trabalhadores e seus encarregados. • As pessoas da empresa (encarregados, departamento técnico, prevencionistas internos) que conhecem

perfeitamente a situação de trabalho.

Como? • Através do guia Déparis - Despistagem Participativa dos Riscos

2. Carta convite Você está convidado a participar de uma reunião Déparis

O que é isso? O que se espera de você? O que você ganhará? O que é isso? A legislação exige uma análise do "risco", estar preparado para todas as situações de trabalho e um plano de ação deve ser estabelecido para gradualmente alcançar e manter o melhor estado de bem-estar para todos os parceiros nestas situações de trabalho (funcionários, empregados, direção.)

Um conselheiro de prevenção pode controlar sozinho um problema de incêndio, por exemplo, Mas não lhe é possível assegurar as condições do SEU “bem-estar”.

SEU bem estar no trabalho só pode ser garantido com a sua participação. Uma reunião Déparis (Despistagem Participativa dos Riscos) é uma reunião com algumas pessoas da situação de trabalho (trabalhadores, supervisores locais, serviços técnicos, etc.) durante a qual todos os aspectos da vida no trabalho são revistos. Um guia foi elaborado para orientar este debate de consenso, para que ele cubra todos os aspectos operacionais, técnicos e relacionais que fazem com que a vida diária na sua situação de trabalho seja mais fácil, eficiente e agradável. O objetivo não é verificar ou quantificar as imperfeições, as dificuldades ou problemas. É descobrir o que pode ser feito especificamente, a curto, médio e longo prazo para tornar o trabalho mais eficaz e mais agradável. Durante a reunião, será possível, através de alguns pontos, determinar o que reorganizar ou mudar e como reorganizá-los ou alterá-los na prática. Para outros aspectos, estudos complementares deverão ser realizados posteriormente. A Direção está empenhada em estabelecer um plano de ação para atender ao que será discutido. O que se espera de você? No passado, já foram realizados estudos, pesquisas e demandas. Todas talvez não tenham sido colocadas em prática. Durante a reunião Déparis, queremos começar do zero, esquecer o passado e revisar de maneira organizada e sistemática TODOS os aspectos de vida no trabalho. Espera-se que você venha à reunião com um espírito confiante e construtivo.

• Se você é um membro da direção executiva e da linha de comando, não se trata de culpá-lo por nada, mas de ver o que podemos fazer juntos para melhorar a vida no trabalho.

• Se você é o representante de um serviço de manutenção, qualidade, compras, etc., pode-se verificar com você a maneira ideal de melhorar estas questões, dadas as contingências técnicas que possam surgir.

• Se você é um membro do pessoal, isto é, em seu nome e em nome dos seus colegas, para levantar questões, descrever as suas dificuldades e de seus colegas, e explorar como a situação pode ser melhorada.

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Nível 1, Déparis SOBANE

O que você ganhará? A empresa, o estabelecimento conscientemente escolheu usar o guia como um instrumento de Despistagem dos riscos Déparis. A Direção está empenhada em levar em consideração os resultados das discussões e propostas de melhoria que serão feitas. É, portanto, a oportunidade de rever toda a situação de trabalho e melhorar gradualmente, juntos, as condições de vida no trabalho. A experiência tem mostrado que beneficia a todos: qualidade de vida, satisfação pessoal e profissional, trabalho mais agradável, mais eficaz, melhores relações de trabalho, etc.

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Nível 1, Déparis SOBANE

3. Aspectos que podem ser discutidos 1. Locais e áreas de trabalho

Quem pode fazer o que de concreto e quando? • Os escritórios, oficinas e áreas de trabalho • As vias de circulação • Os acessos às áreas de trabalho • Os estoques • Os espaços para guarda de material • O lixo • O piso • As instalações sociais • As saídas de emergência

2. Organização do trabalho

Quem pode fazer o que de concreto e quando? • A organização do trabalho • As circunstâncias de trabalho • O aprovisionamento dos postos • A independência dos postos vizinhos • As interações e comunicações • Os meios de comunicação

3. Acidentes de trabalho Quem pode fazer o que de concreto e quando? • As vestimentas e Equipamentos de Proteção Individual (EPI) • As quedas de altura • As quedas de mesmo nível • A queda ou projeção de objetos • Os riscos mecânicos • Os procedimentos em caso de acidente • As análises dos acidentes de trabalho • Os primeiros socorros

4. Riscos elétricos e de incêndio

Quem pode fazer o que de concreto e quando? • A instalação elétrica geral • O material • Os equipamentos • Os materiais inflamáveis e explosivos • As fontes • As medidas de combate • O compartilhamento dos locais, escadas • A equipe de intervenção interna • Os avisos em caso de incêndio • A sinalização

5. Comandos e sinais Quem pode fazer o que de concreto e quando?

• Os documentos descrevendo o trabalho a realizar • Os sinais visuais e os comandos • Suas características • A força

6. Material de trabalho, ferramentas,

máquinas Quem pode fazer o que de concreto e quando?

• O material, as ferramentas e máquinas • As dimensões e formas • Adaptados aos trabalhadores e seguros • A capacitação dos trabalhadores

7. Posições de trabalho

Quem pode fazer o que de concreto e quando? • A repetição dos mesmos gestos • As posições de trabalho • A altura do plano de trabalho • O trabalho sentado ou sentado /em pé • Se existe trabalho em pé • As ajudas

8. Esforços e manuseios de carga

Quem pode fazer o que de concreto e quando? • Os gestos e esforços • Os esforços das mãos • As cargas • As ajudas mecânicas • A capacitação do pessoal • A fadiga no final da jornada laboral

9. Iluminação

Quem pode fazer o que de concreto e quando? • A iluminação nos locais de trabalho • Nenhuma sombra sobre o trabalho • Nenhum reflexo, nem ofuscamento • A uniformidade da iluminação • As luminárias • O trabalho com monitores de vídeo

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10. Ruído Quem pode fazer o que de concreto e quando? • Na fábrica

o A facilidade para falar o Os EPI

• Em escritórios o Nenhum incômodo ou distração

• A localização dos postos de trabalho • Os meios de comunicação • As máquinas ou instalações ruidosas • Os ecos, orifícios

11. Ambientes térmicos Quem pode fazer o que de concreto e quando? • A temperatura • A umidade • Os correntes de ar • As fontes de frio, calor ou umidade • A vestimenta de trabalho • As roupas de proteção especiais • As bebidas

12. Higiene atmosférica Quem pode fazer o que de concreto e quando? • Os riscos químicos e biológicos • A capacitação • Os procedimentos • A rotulagem • O armazenamento • As poeiras, vapores, óleos,… • Os lixos químicos e biológicos • A sinalização • As proteções coletivas • Os EPI • As pessoas com maior susceptibilidade • As vacinas • A higiene • A renovação do ar • Os locais para fumantes

13. Vibrações Quem pode fazer o que de concreto e quando? • Os veículos e ferramentas de transporte • As ferramentas, brocas, discos... • A capacitação

14. Autonomia e responsabilidades individuais

Quem pode fazer o que de concreto e quando? • As ordens ou esperas • O grau de iniciativa • A autonomia • A liberdade de contato • O nível de atenção • As decisões • As responsabilidades • Os erros

15. Conteúdo do trabalho Quem pode fazer o que de concreto e quando? • O interesse do trabalho • As capacidades • A informação e capacitação • A carga emocional

16. Presões de tempo Quem pode fazer o que de concreto e quando? • Os horários e escalas de trabalho • O ritmo de trabalho • A autonomia do grupo de trabalho • As interrupções no trabalho • As pausas para descansos

17. Relações de trabalho com colegas e

superiores Quem pode fazer o que de concreto e quando? • As comunicações durante o trabalho • A distribuição do trabalho • A ajuda entre trabalhadores • O dialogo para o trabalho • A hierarquia • As relações com a hierarquia • As sugestões e críticas dos trabalhadores • As avaliações

18. Ambiente psicossocial Quem pode fazer o que de concreto e quando? • As promoções • As discriminações • O emprego • Os salários • O diálogo social dentro da empresa • As condições de vida dentro da empresa

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4. O guia de diálogo Déparis

1. Locais e áreas de trabalho Para discutir

Os escritórios, oficinas e áreas de trabalho De tamanho médio e nenhum trabalhador fica isolado

As vias de circulação para pessoas e veículos Amplas, bem delimitadas e sinalizadas Sem obstrução por objetos, caixas e outros Com boa visibilidade

Os acessos às áreas de trabalho Fáceis, diretos e suficientemente amplos (> 80 cm)

Os estoques: Arranjo e ordem satisfatórios Os espaços para guarda de material Suficientes (estantes, armários) e facilmente acessíveis Manutenção técnica e limpeza Locais limpos e com manutenção freqüente

O lixo Classificados por tipo e evacuados regularmente Lixeiras adequadas e suficientes

O piso: em bom estado: nivelado, sólido, não escorregadio As instalações sociais: Duchas, banheiros vestiários, refeitórios Amplos, confortáveis bem equipados Em bom estado, limpos

As saídas de emergência Livres bem visíveis Sinalizadas corretamente

Quem pode fazer o que de concreto e quando?

Aspectos a estudar com mais detalhes:

2. Organização do trabalho Para discutir

A organização do trabalho Clara e satisfatória Permite trabalhar em segurança Planificação adequada do tempo e espaço Procedimentos de trabalho claros, conhecidos e atualizados

As circunstancias de trabalho O local de trabalho, as ferramentas, materiais, estoques, Imprevistos, pedidos externos, tempo Permite aplicar procedimentos de trabalho normais e fazer um trabalho com

qualidade O aprovisionamento dos postos Com estoques intermediários nem demasiado grandes, nem demasiados

pequenos A independência dos postos vizinhos: suficiente As interações e comunicações dos trabalhadores durante o trabalho Sem dificuldades e livremente

Os meios de comunicação Oral, escrito, por telefone, computadores... Adequados e agradáveis

Quem pode fazer o que de concreto e quando?

Aspectos a estudar com mais detalhes:

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3. Acidentes de trabalho Para discutir Quem pode fazer o que de concreto e quando?

As vestimentas de trabalho e Equipamentos de Proteção Individual (EPI) Disponíveis, adaptados, utilizados, com manutenções e conservação Produtos perigosos: máscara, óculos, luvas; Máquinas: óculos (projeções), luvas Trabalho em altura: capacete com jugular, cintos de segurança…

As quedas de altura Guarda-corpo, estruturas de fixação, andaimes seguros, manutenção de

equipes de trabalho em altura… As quedas de mesmo nível Estado do piso, ordem, limpeza…

A queda ou projeção de objetos Segurança das operações, organização das ferramentas e do material...

Os riscos mecânicos Batidas, prensagem, cortes, picadas, queimaduras devido à ausência ou

neutralização de meios seguros na utilização de seringas, bisturi, fontes de calor..

Os procedimentos em caso de acidente Claros, conhecidos e aplicados

As análises dos acidentes de trabalho Sistemáticos, detalhados, divulgados

Os primeiros socorros Local de enfermaria, caixas de primeiros socorros…bem localizados e

adequados. Socorristas treinados em numero suficiente e disponíveis.

Aspectos a estudar com mais detalhes:

4. Riscos elétricos e de incêndio Para discutir Quem pode fazer o que de concreto e quando?

Os riscos elétricos A instalação elétrica em geral Disjuntores, fusíveis, chaves, sistema de aterramento, sinalização,

dispositivos de proteção, sobrecarga O material: fios, cabos, ligação a terra, Os equipamentos: conexões, botões de parada de emergência, aterramentos, manutenção, isolamento elétrico, baterias…

O risco de incêndio e explosão Os materiais inflamáveis e explosivos Quantidade, armazenamento, ventilação, abastecimento, sinalização…

As fontes: Chamas vivas, fontes de calor ou de faíscas Sinalizadas

As medidas de combate Detecção e extinção automática, extintores, hidrantes, mangueiras de

incêndio…, sinalização O compartilhamento dos locais, escadas Duto de ventilação, portas corta-fogo (estado, obstruções), fechamento de

fissuras (cabos, canalizações…)… A equipe de intervenção interna Os avisos em caso de incêndio Planos de evacuação, alerta, alarmes, vias e saídas de emergência, pontos

de encontro, simulações de evacuação… A sinalização Zonas de estocagem, meios de combate, saídas e iluminação de emergência,

orientação de segurança por andar.

Aspectos a estudar com mais detalhes:

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5. Comandos e sinais Para discutir

Os documentos descrevendo o trabalho a realizar Manuais de funções, listas de tarefas… claros e completos

Os sinais visuais (visores, lâmpadas…) e os comandos (botões, manivelas, pedais…) Próximos e em frente do trabalhador, nem muito baixo nem muito alto... Em

bom estado Bem organizados sobre os painéis de comando, (número, nomes e cores dos

botões, lâmpadas…) Sistema de parada de emergência (botões, cabos...) presentes e facilmente

acessíveis Suas características Respeito dos estereótipos: agulhas móveis da esquerda para a direita, verde

= funcionando… vermelho = parada, sentido dos comandos… Nível sonoro, ou intensidade luminosa adequada O tamanho: as formas e as dimensões (botões, vistosos…)

A força Nenhuma força excessiva de pressão do dedo o do pé.…

Quem pode fazer o que de concreto e quando?

Aspectos a estudar com mais detalhes:

6. Material de trabalho, ferramentas, máquinas Para discutir

O material, as ferramentas e máquinas Martelos, pinças… máquinas (portáteis, ou não, móveis, de elevação…)

claramente catalogadas (inventariadas) Adequadas para cada operação Situadas em áreas seguras (máquinas perigosas)

A manutenção Em bom estado Com manutenção programada, revisão técnica completa no mínimo cada ano Retirada do local em caso de problemas: (fissuras, desgaste geral) Limpas e organizadas segundo as necessidades e com acessos fáceis,

próximo aos postos de trabalho As dimensões e formas Fáceis de utilizar com segurança Fáceis de utilizar, sem ocasionar fadiga nas mãos ou nos braços Formato dos punhos retos ou curvos, nem muito largos, nem muito curtos,

nem muito grossos, nem muito finos, nem muito rugosos, nem muito lisos Adaptados aos trabalhadores e seguros Sem elementos que possam ferir Leves, sem vibrações Adaptadas aos canhotos

A capacitação dos trabalhadores Quanto ao uso correto (segurança e eficácia) dos materiais e máquinas

Quem pode fazer o que de concreto e quando?

Aspectos a estudar com mais detalhes:

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7. Posições de trabalho Para discutir

A repetição dos mesmos gestos: não são contínuos As posições de trabalho: confortáveis Tronco ereto: sem flexões, nem torções Cabeça reta: sem flexões, extensões, nem rotações Ombros relaxados: sem elevação Braços próximos do corpo: sem estar afastados do corpo ou elevados Mãos em posição normal: sem flexões excessivas Pés sobre o piso ou sobre um suporte para os pés confortável Nem de cócoras, nem curvado • Se não joelheiras o almofadas disponíveis

Nenhuma posição desfavorável prolongada ou freqüente A altura do plano de trabalho (Mesas, escrivaninhas, estantes, máquinas, ferramentas…) permitindo uma posição confortável O trabalho sentado ou sentado /em pé De preferência Assentos de qualidade, estáveis, giratórios e confortáveis Com possibilidade de apoio do antebraço sobre a superfície de trabalho ou

sobre os braços da cadeira com ajuste de altura Sem problemas para as pernas, com espaço suficiente abaixo da superfície

de trabalho Se existe trabalho em pé Com facilidade de movimentação Posições confortáveis dos quadris e/ou dos braços sobre a superfície de

trabalho a boa altura Ajudas Escadas… disponíveis para o trabalho em altura Estáveis, sólidas, fáceis de utilizar com segurança

Quem pode fazer o que de concreto e quando?

Aspectos a estudar com mais detalhes:

8. Esforços e manuseios de carga Para discutir

Gestos e esforços Nem bruscos, nem extremos Sem deslocamentos rápidos ou repetidos Sem torção dos punhos

Os esforços das mãos Moderados, sem torções dos punhos Nunca golpes com a base da mão

As cargas Leves, equilibradas (líquidos, tamanho dos recipientes…) Fáceis de pegar (Boa empunhadura, sem bordas cortantes, nem quente, nem

fria) A boa altura: pegar e depositar na altura da cintura Sem inclinação nem torção do tronco Transportadas somente em curtas distâncias

As ajudas mecânicas: adequadas Montacargas, carros para empurrar melhor que para puxar... para as cargas

pesadas ou instáveis Correias, esteiras… para os transportes freqüentes Disponíveis, adequadas, de qualidade, fáceis e rápidas de utilizar

A capacitação do pessoal: Capacitação no manuseio de carga Adaptada ao posto de trabalho

A fadiga no final da jornada laboral: aceitável

Quem pode fazer o que de concreto e quando?

Aspectos a estudar com mais detalhes:

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9. Iluminação Para discutir

A iluminação nos locais de trabalho Nem excessiva, nem insuficiente: suficiente para ver os detalhes do trabalho,

Nenhuma sombra sobre o trabalho Nenhum reflexo, nem ofuscamento Sobre as mesas, as superfícies metálicas ou vidro, das janelas, nos

monitores… Em particular pelo sol: janelas com cortinas, persianas ou brise-soleil Nenhuma visão direta das fontes luminosas

A uniformidade da iluminação Das áreas de trabalho, dos corredores (escadas…)

A vista para o exterior Iluminação natural através de janelas limpas

As luminárias Limpeza e manutenção regular Lâmpadas e/ou tubos defeituosos substituídos rapidamente

O trabalho com monitores de vídeo O trabalhador não fica nem de frente, nem de costas para as janelas ou

alguma fonte luminosa

Quem pode fazer o que de concreto e quando?

Aspectos a estudar com mais detalhes:

10. Ruído Para discutir

Na fábrica Existe facilidade para falar: normalmente a uma distância de 1 metro Os EPI (tampões, conchas,...): disponíveis e utilizados quando necessários

Em escritórios Nenhum incômodo ou distração: trafico, telefones, ar

condicionado, fotocopiadoras, conversações… A localização dos postos de trabalho O mais longe possível das fontes de ruído

Os meios de comunicação Previstos levando em conta o ruído ambiente

As máquinas ou instalações ruidosas Com boa manutenção e fechadas

Os ecos, orifícios Nas paredes que separam os locais, os orifícios debaixo das portas

Quem pode fazer o que de concreto e quando?

Aspectos a estudar com mais detalhes:

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11. Ambientes térmicos Para discutir

A temperatura Nem muito quente ou frio, nenhuma variação importante

A umidade Nem muito seco nem muito úmido

Sem correntes de ar através de janelas, portas… As fontes de frio, calor ou umidade Eliminadas: água, vapor, máquinas, sol…

A vestimenta de trabalho Confortável: calças, avental de laboratório…

As roupas de proteção especiais Se necessário: arejadas, impermeáveis, anti- radiação… De qualidade, bem adaptadas e confortáveis

As bebidas Disponíveis quando faz muito calor ou muito frio

Quem pode fazer o que de concreto e quando?

Aspectos a estudar com mais detalhes:

12. Higiene atmosférica Para discutir

Os riscos químicos e biológicos Inventario de os produtos disponíveis e atualizados Documentação sobre os riscos disponíveis

A capacitação sobre os procedimentos e os riscos Os procedimentos De utilização: claras e respeitadas (misturas, doses) Em caso de incidentes (derrame, estalido, explosão…) respeitadas

A rotulagem: Recipientes adequados e bem rotulados O armazenamento: produtos tóxicos, corrosivos, inflamáveis,… Armazenados em locais adequados, arejados e sinalizados

As poeiras, óleos, vapores… Evacuados (ventilação, aspiração…) sem postos em suspensão ou dispersão

Os lixos químicos e biológicos Coletados em recipientes adequados e dispostos de maneira controlada

conforme procedimentos conhecidos A sinalização: proibição de fumar, locais de risco... Adequada, respeitada,

As proteções coletivas: duchas, pias, chuveiros lava-olhos Bem localizados e em bom estado

Os EPI: Luvas, máscaras, roupas Adequados, disponíveis utilizados

As pessoas com maior susceptibilidade Mulheres grávidas ou amamentando, jovens trabalhadoras… Controle médico específico

As vacinas: Obrigatórias e aconselhadas A higiene: Nem fungos nem mofo Ninguém come no local de trabalho

A renovação do ar: suficiente, O ar é fresco, agradável a respirar, sem odores

Os locais para fumantes Zona fumantes bem localizada e ventilada

Quem pode fazer o que de concreto e quando?

Aspectos a estudar com mais detalhes:

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13. Vibrações Para discutir

Os veículos de transporte montacargas, elevadores… Adequados para o trabalho a realizar O piso, as vias de circulação, os pneumáticos, a suspensão, os assentos

estão em bom estado As máquinas e ferramentas vibrantes: brocas, polidoras, serras Adequados para o trabalho a realizar Não muito pesadas e sem vibração Em bom estado e com manutenção

As ferramentas, mechas, discos... em bom estado e adequado A capacitação Máquinas, veículos, aparatos e ferramentas vibrantes bem utilizadas Posições de trabalho, forças exercidas, trabalho com uma ou duas mãos…

Quem pode fazer o que de concreto e quando?

Aspectos a estudar com mais detalhes:

14. Autonomia e responsabilidades individuais Para discutir

As ordens ou esperas: não há contradições O grau de iniciativa Cada um pode adaptar o seu modo de trabalho sem perturbar o trabalho da

equipe A autonomia Pode deixar seu posto de trabalho e realizar uma pausa curta sem atrapalhar

o bom andamento do trabalho (hidratar-se, necessidades fisiológicas) A liberdade de contato Cada um realiza os contatos que julgar necessários com os serviços

periféricos (manutenção, compras, qualidade...) ou externos O nível de atenção: Em função da gravidade Do caráter imprevisível dos acontecimentos

As decisões Numero limitado de opções Informações disponíveis Decisões fáceis Velocidade de reação necessária normal

As responsabilidades Cada um conhece as suas e aprecia Nem muito pesadas nem muito leves

Os erros Cada um corrige seus próprios erros eventuais

Quem pode fazer o que de concreto e quando?

Aspectos a estudar com mais detalhes:

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15. Conteúdo do trabalho Para discutir

O interesse do trabalho Tarefas preparatórias, controle de qualidade, retoque, Manutenção... Interessante e diversificado

As capacidades O trabalho de cada um corresponde a sua função e as suas competências Trabalho permite a cada um utilizar e desenvolver estas competências

A informação e capacitação De todos: jovens, temporários, mais antigos e substitutos Específicos ao trabalho de cada um Sobre procedimentos riscos e prevenções Na contratação e periodicamente (reciclagens)

A carga emocional: não muito pesada Erros dramáticos, meio ambiente (hospitais...)

Quem pode fazer o que de concreto e quando?

Aspectos a estudar com mais detalhes:

16. Presões de tempo Para discutir

Os horários e escalas de trabalho Conhecidos completamente e com antecipação De maneira a programar sua jornada laboral como gosta Flexível com margem determinada

O ritmo de trabalho: não excessivo O trabalho atrasado pode ser eliminado rapidamente

A autonomia do grupo de trabalho: se organiza no que concerne Os horários e as férias A repartição do trabalho, os descansos, as rotações A recuperação dos retrabalhos na produção As horas suplementares Os períodos de baixa demanda e os picos de trabalho O trabalho adicional ou de ultima hora

As interrupções no trabalho Poucos imprevistos

As pausas para descansos Freqüentes e curtas Organizadas em função da carga de trabalho, da penosidade das posturas,

do caráter repetitivo, da fadiga mental

Quem pode fazer o que de concreto e quando?

Aspectos a estudar com mais detalhes:

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17. Relações de trabalho com colegas e superiores Para discutir

As comunicações durante o trabalho Sempre possíveis, livres para assuntos de trabalho ou outros A organização do trabalho e os espaços permitem ver os colegas

A distribuição do trabalho Equilibrada dentro do grupo Cada um sabe exatamente qual o seu trabalho e o seu papel

A ajuda entre trabalhadores para os problemas de trabalho O diálogo no trabalho: regular Entre o pessoal, os serviços e a direção Para definir, planejar e repartir o trabalho Para solucionar os problemas encontrados

A hierarquia: conhecida, apreciada e respeitada As relações com a hierarquia Bom entendimento, confiança, colaboração e clima social Nenhuma relação estressante, nenhum conflito de interesses… Apoio no caso de dificuldades de trabalho e pessoais Delegações

As sugestões e críticas dos trabalhadores Estimuladas, ouvidas, Suficientemente consideradas Os problemas são comunicados

As avaliações Todos sabem como seu trabalho é avaliado Quando e como é controlado São conhecidos os critérios e as conseqüências Todos são informados dos resultados de sua avaliação O trabalho de cada um é valorizado

Quem pode fazer o que de concreto e quando?

Aspectos a estudar com mais detalhes:

18. Ambiente psicossocial Para discutir

As promoções: possíveis Segundo critérios e objetivos claros Conhecidos e aprovados por todos Com base nas avaliações e nos resultados

As discriminações: nenhuma Nem em função da idade, de gênero ou de origem Nem na admissão, nem para as promoções

O emprego Estável Confiança na integridade e futuro da empresa Os problemas de substituição dos ausentes, interinos bem administrados

Os salários Correspondente às capacidades e ao trabalho realizado

O dialogo social dentro da empresa Os órgãos de dialogo (sindicatos) funcionam bem

Os problemas psicossociais Insatisfação, estresse, assédio e problemas pessoais Os mecanismos e procedimentos de recepção dos problemas existem, são

conhecidos e utilizados Ações preventivas implementadas

As condições de vida dentro da empresa Permitem o desenvolvimento pessoal e profissional Compatíveis com uma vida privada satisfatória (família…) Todos os trabalhadores estão em geral satisfeitos

Quem pode fazer o que de concreto e quando?

Aspectos a estudar com mais detalhes:

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5. Balanço

Anote aqui as apreciações gerais dos aspectos avaliados, Colorindo a carinha de verde , de amarelo ou de vermelho

Situação de trabalho:

1. Locais de trabalho 2. Organização do trabalho 3. Riscos de acidentes 4. Riscos elétricos e de incêndio 5. Comandos e sinais 6. Material de trabalho, ferramentas, máquinas 7. Posições de trabalho 8. Esforços e os manuseios de carga 9. Iluminação 10. Ruído 11. Higiene atmosférica 12. Ambientes térmicos 13. Vibrações 14. Autonomia e as responsabilidades individuais 15. Conteúdo do trabalho 16. Pressões do tempo 17. Relações de trabalho com colegas e superiores 18. Ambiente psicossocial

6. Inventário das propostas de melhorias e dos estudos complementares a realizar

Anote aqui as ações concretas susceptíveis de serem realizadas diretamente, assim como os aspectos a serem aprofundados através de uma Observação detalhada, indicada na parte inferior dos 18 quadros

N° Quem? Pode fazer o que de concreto e quando Custo Quando?

Data programada

Data realizada

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Nivel 2, Observação

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SOBANE

Nível 2: Observação

1. Introdução Objetivos

• Estudar a situação em geral e no campo, no que diz respeito a: o Condições de trabalho o Condições climáticas o Fontes de calor

• Determinar as medidas técnicas imediatas que podem ser tomadas para prevenir os riscos e melhorar as condições de trabalho a fim de se obter a melhor situação possível, a saber: o Temperatura confortável entre 18 e 25 °C o Umidade entre 40 e 70% o Nenhuma radiação térmica o Nenhuma corrente de ar o Carga de trabalho leve o Vestimentas comuns

• Determinar se uma Análise (nível 3) aprofundada o É necessária o Com que urgência o Com que objetivo

Quem? • Os trabalhadores e seus supervisores • As pessoas da empresa (encarregados, chefes, departamento técnico, de produção, prevencionistas, SESMT

se houver) que conhecem perfeitamente a situação do trabalho.

Como? • Descrição sucinta da situação de trabalho:

o Croquis; o Áreas de trabalho; o Atividades em cada zona; o Trabalhadores envolvidos; o Duração do trabalho.

• Coleta de informações separada e sucessivamente sobre: o A temperatura do ar; o A umidade; o A radiação térmica; o As correntes de ar; o A carga de trabalho; o As vestimentas.

Esta coleta deve considerar a situação de trabalho em geral e não exclusivamente no dia da observação o Em cada zona e/ou para cada atividade o Buscando soluções imediatamente aplicáveis.

• Síntese: avaliação da situação de trabalho no seu contexto: o Avaliação da situação atual o Balanço das ações para prevenção/melhoria o Avaliação da situação futura o Necessidade de uma Análise, nível 3, urgência e objetivos.

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2. Procedimentos 1. Descrição da situação de trabalho

• Prepare de maneira bem clara o plano dos locais de trabalho, com: o As zonas de trabalho (numeradas A, B, C...) onde as condições climáticas são constantes o As atividades: existem eventualmente muitas atividades numa mesma zona o Os trabalhadores (numerados T1, T2, T3...) que realizam cada atividade.

Exemplo: Plano do ambiente de trabalho

PRENSA

FORNO

Zona A

Zona C

T3

T 4

T1

T1 T2 T3 T4

T1

T2Zona B

Descrição das atividades

Zonas Atividades Trabalhadores Descrição sucinta A B B C

A1 B1 B2 C1

T1 e T2 T1 e T3

T4 T1 - T4

Colocação e retirada peças do forno Colocação de peças na prensa Retirada de peças... Controle

O que fazer de concreto para melhorar diretamente a situação? O que deve ser estudado com mais detalhes?

2. Temperatura do ar em cada zona de trabalho A Observação deve abranger todas as atividades existentes nessa zona. • Avalie a situação atual do ponto de vista da temperatura do ar, no decorrer do ano (verão, inverno, entre

estações...), sem levar em consideração a radiação, nem as correntes de ar, nem a carga de trabalho:

Pontuação Avaliação Exemplos -3 Muito baixa Gelada -2 Baixa Em geral entre 0 e 10°C -1 Fraca Em geral entre 12 e 18°C 0 Normal Zona de maior conforto, em geral entre 18 e 25°C 1 Elevada Temperaturas de verão de 25 a 32°C

2 Muito elevada Em geral entre 32 e 40°C

3 Extrema Temperaturas suportáveis somente por alguns instantes (acima de 40°C em geral)

N.B. As temperaturas indicadas acima têm como objetivo informar aos participantes as noções de « muito baixa » e « extrema ». Sugere-se não medir essas temperaturas num dado momento e sim apreciar a situação em geral a partir da opinião dos trabalhadores e da experiência adquirida.

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SOBANE

Exemplo: Zonas

Períodos A B C Verão

Entre estações Inverno

3: extrema 1: elevada 0: normal

1: elevada 0: normal -1: fraca

0: normal -1: fraca -2: baixa

• Se a situação não é ideal, identifique a razão e descreva a importância das fontes. o Localize no plano as fontes de calor ou de frio (estufas, fornos, radiação solar, solda, refrigeradores...) o Descreva qualitativamente a sua importância (superfície, temperaturas...).

• Prevenção/melhorias (Ficha 2) o As temperaturas encontradas são impostas pelo processo industrial ou podem ser levadas a valores

mais « normais »: o Nesse caso: busque soluções para prevenir/melhorar a situação:

1. Evitar as fontes de calor ou de frio (isolamento, enclausuramento...) 2. Captar localmente o ar quente ou frio 3. Ventilar sem criar correntes de ar frio ou quente 4. Criar aberturas no telhado 5. Localizar as fontes na periferia 6. Aquecer o ar que entra

Exemplo: Fontes Zonas Características Prevenção/melhorias Forno

Prensa A B

Abertura 20 x 100 cm, a chama sai Ar a 50°C a 1m da máquina

Aspirar ao forno; evitar a saída da chama Ventilação

• Avalie, utilizando a escala acima, a situação futura provável se as medidas de prevenção/melhorias previstas acima forem realmente tomadas.

O que fazer de concreto para melhorar diretamente a situação? O que deve ser estudado com mais detalhes?

3. Umidade do ar em cada área de trabalho A Observação diz respeito a todas as atividades existentes nessa zona. • Avalie a situação atual do ponto de vista da umidade em relação ao exterior (verão, inverno, entre estações...),

particularmente a partir das sensações dos trabalhadores.

Pontuação Avaliação Exemplos -1 Fraca Garganta, nariz e/ou olhos secos depois de 2-3 h 0 Normal Como no exterior 1 Elevada Ligeiramente úmido, pele molhada 2 Muito elevada Muito úmido, pele encharcada

• Se a situação não é ideal, identifique a razão e descreva a importância das fontes o Localize no plano as fontes de umidade (fugas de vapor, encanamentos, banhos...) o Descreva qualitativamente a sua importância

• Prevenção/melhorias (Ficha 2) o A umidade é imposta pelo processo industrial ou pode ser levada a valores mais normais? o Nesse caso, estude as possibilidades de:

1. Eliminar as fugas de vapor ou de água 2. Enclausurar as superfícies esfriadas pela água e toda superfície de evaporação.

Exemplo: Fontes Zonas Características Prevenção/Melhorias

1 B Evaporação por conta do resfriamento das peças Captação local dos vapores

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• Avalie, utilizando a escala, acima a situação futura provável se as medidas de prevenção/melhorias previstas forem realmente tomadas.

O que fazer de concreto para melhorar diretamente a situação? O que deve ser estudado com mais detalhes?

4. Radiação térmica A Observação deve abranger todas as atividades existentes nessa zona • Avalie a situação atual, do ponto de vista da radiação térmica, no decorrer do ano (verão, inverno, entre

estações...) ou do dia.

Pontuação Avaliação Exemplos -1 Frio Sensação de frio nas mãos ou no rosto após de 2 ou 3 minutos 0 Normal Não há radiação térmica perceptível 1 Quente Sensação de calor nas mãos ou no rosto depois de 2 ou 3 minutos 2 Muito quente É impossível manter as mãos ou o rosto exposto durante 2 minutos 3 Extremo Sensação de queimadura imediata

• Se a situação não é ideal, identifique a razão e descreva a importância das fontes o Localize no plano as fontes de radiação fria ou de radiação quente (dimensões, temperaturas... janelas,

caldeiras, fornos, lâminas de metal, sol...). o Descreva qualitativamente a sua importância (superfície, temperaturas...).

• Prevenção/melhoria (Ficha 2) o A radiação térmica é imposta pelo processo industrial ou pode ser levada a valores mais « normais »? o Nesse caso: estude as possibilidades de

Prevenção coletiva - Limitar a superfície de radiação - Colocar painéis contra a propagação da radiação entre a fonte e o trabalhador - Isolar as superfícies de radiação do calor - Tratar a superfície

Proteção individual (Ficha 4) - Fornecer vestimentas especiais contra a radiação térmica.

• Avalie, utilizando a tabela acima, a situação futura provável se as medidas de prevenção/melhorias previstas acima forem realmente tomadas.

O que fazer de concreto para melhorar diretamente a situação? O que deve ser estudado com mais detalhes?

5. Correntes de ar em cada área de trabalho A Observação deve abranger todas as atividades existentes nessa zona. • Avalie a situação atual do ponto de vista das correntes de ar quente ou frio, no decorrer do ano (verão, inverno,

entre estações...) ou do dia.

Pontuação Avaliação Exemplos -2 Forte e frio Grandes correntes de ar frio (passando pelas portas, durante o inverno) -1 Leve e frio Correntes leves de ar frio (passando pelas janelas) 0 Nulo Nenhuma corrente de ar 1 Leve e quente Correntes leves de ar quente (no verão) 2 Forte e quente Grandes correntes de ar quente (de convecção dos fornos)

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SOBANE

Exemplo: Zonas

Períodos A B C Verão

Entre estações Inverno

1: leve e quente 0: nulo 0: nulo

2: forte e quente 2: forte e quente 2: forte e quente

1: leve e quente 0: nada -1: leve e frio

• Se a situação não é ideal, identifique a razão e descreva a importância das fontes o Localize no plano as fontes de correntes de ar: (ventilador, abertura nas paredes/janelas, corrente

de ar provocada pelas fontes de calor no local...) o Descreva qualitativamente sua importância (superfície, temperaturas...)

• Prevenção/melhorias (Ficha 2) o As correntes de ar são impostas pelo processo industrial ou podem ser levadas a valores mais

« normais »? o Nesse caso: estude as possibilidades de criar uma ventilação leve

Reduzir as correntes de ar: as correntes de ar fortes são sempre incômodas em longo prazo, seja qual for a temperatura

Criar uma circulação de ar: a ausência de ventilação também é desconfortável Colocar painéis para proteção localizada contra as correntes de ar Afastar os locais de trabalho das correntes de ar.

Exemplo:

Fontes Zonas Características Prevenção/melhoria

Portas A-B-C Correntes de ar frio causadas por portas abertas

Painéis de proteção em torno das áreas A, B, C Fechamento automático das portas

• Avalie, usando a escala acima, a situação futura provável se as medidas de prevenção/melhorias previstas forem realmente tomadas.

O que fazer de concreto para melhorar diretamente a situação? O que deve ser estudado com mais detalhes?

6. Carga de trabalho para cada atividade A Observação deve abranger todas as atividades existentes nessa zona. (Ficha 3) • Avalie a situação atual do ponto de vista da carga de trabalho no decorrer do ano, considerando as variações de

estação ou outras variações da produção.

Pontuação Avaliação Exemplos

0 Leve Trabalho de escritório: trabalho cômodo sem grandes esforços, deslocamentos ocasionais em velocidade normal

1 Moderada Trabalho moderado com os braços e as pernas: dirigir uma máquina pesada (britadeira, solda), caminhada contínua.

2 Pesada Trabalho intenso de braços e de tronco: (manipulação de objetos pesados, plainas, serragem, caminhar rápido, caminhar carregando objetos pesados)

3 Muito pesada Trabalho muito intenso em grande velocidade, utilizando escadarias, escadas

• Pesquise soluções para prevenir/melhorar a situação o Reduzir os deslocamentos e/ou as velocidades de deslocamento: rever a organização dos espaços de

trabalho para evitar escadarias, escadas, diferenças de nível, deslocamentos, manuseios o Reduzir os esforços: redução do peso das cargas, preensão mais fáceis, rodas maiores, ajuda nos

manuseios, utensílios mais adaptados o Melhorar as posturas: braços abaixo do coração, tronco mais ereto, evitar as torções, melhorar as alturas

dos planos de trabalho, distâncias de preensão e levantamento • Avalie, utilizando a escala acima, a situação futura provável se as medidas de prevenção/melhoria previstas

forem realmente tomadas.

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Exemplo: Atividade Situação atual Prevenção/melhorias Situação futura

A1 B1

3: muito pesada 2: pesada

Melhoria do guindaste para manter as peças Instalação de um apoio da peça na prensa

2: pesada 1: média

O que fazer de concreto para melhorar diretamente a situação? O que deve ser estudado com mais detalhes?

7. Vestimentas para cada zona ou atividade A Observação deve abranger todas as atividades existentes nessa zona. • Avalie a situação atual do ponto de vista das vestimentas independentemente das condições climáticas.

Pontuação Avaliação Exemplos 0 Confortável Vestimenta, leves, sem entraves para o trabalho: roupas comuns

1 Desconfortável Vestimentas longas, mais pesadas, que incomodam levemente o trabalho

2 Muito desconfortável

Vestimentas amplas, pesadas, com tratamento especial contra a radiação, a umidade e o frio

3 Extremamente desconfortável Combinações especiais com luvas, capuz, sapatos especiais

• No caso de vestimentas comuns (de passeio ou de trabalho): o Pouco isolantes: macacão leve, calça, camisa de manga curta o Levemente isolantes: camisa de manga longa, gola e punhos fechados o Muito isolantes: bata, agasalho, calça grossa... o Possibilidade de variar a vestimenta?

• No caso de vestimentas especiais: o Elas isolam o calor: pouco, muito ou normalmente? o São impermeáveis? à água? à transpiração? o Refletem a radiação? o Trata-se de um conjunto impermeável, hermético?

• Prevenção/melhorias (Ficha 2) o As vestimentas estão adaptadas para o trabalho? o Caso não estejam, considere:

Vestimentas mais quentes ou menos quentes: mangas, calça, bata, gola... Vestimentas impermeáveis à água, mas permeáveis à transpiração Vestimentas que refletem a radiação Em caso de vestimentas especiais, ver Ficha 4

• Avalie, utilizando a escala acima, a situação futura provável se as medidas de prevenção/melhorias previstas acima forem realmente tomadas.

Exemplo: Modificação da vestimenta para reduzir a radiação Atividade Vestimentas atuais Prevenção/melhorias Situação futura

A1, B1 0: confortável Vestimenta com parte frontal aluminizada +1: incômoda

O que fazer de concreto para melhorar diretamente a situação? O que deve ser estudado com mais detalhes?

8. Opinião dos trabalhadores • Resuma as opiniões dos trabalhadores nas diferentes circunstâncias de trabalho.

Pontuação Avaliação Exemplos -3 Frio intenso Calafrios, grande incômodo em todo o corpo

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-2 Muito frio Grande incômodo local: mãos, pés, pernas... Sensação generalizada de frio

-1 Ligeiramente frio Incômodo pequeno de frio (localizado) 0 Confortável Nenhum incômodo e possibilidade de adaptação individual

1 Ligeiramente quente Pequena transpiração, incômodo leve, sede

2 Muito quente Muita transpiração, muita sede, Diminuição do ritmo de trabalho

3 Extremamente quente

Transpiração excessiva, trabalho muito penoso: uso de vestimentas especiais

Exemplo: Circunstâncias climáticas de

trabalho Opiniões Comentários, causas, soluções

Atividade A1 em frente ao forno entre estações e principalmente no verão

Extremamente quente (+3) para T1 e T2

1. Sensação de queimadura (rosto) tolerável por menos de um minuto

2. Radiação da chama 3. Melhorar o forno e colocar um painel de

proteção

O que fazer de concreto para melhorar diretamente a situação? O que deve ser estudado com mais detalhes?

9. Síntese 1. Risco atual e previsão da situação futura (Fichas 5 e 6)

• Organize a síntese das pontuações colocando-as na tabela abaixo de acordo com as avaliações realizadas nas seções denominadas "situação atual" e "situação futura provável". o Para cada zona/atividade o E cada período considerado quando das observações o E/ou circunstâncias climáticas de trabalho.

Exemplo

Essa tabela da uma visão global da situação de trabalho nas circunstâncias de trabalho envolvidas (inverno, ponta de produção...). Permitem avaliar os riscos

o Examinando se certos fatores podem se compensar Exemplo: radiação « quente » com temperaturas « ligeiramente baixas »

o Considerando a pontuação igual a –3, -2, 2 ou 3, que indicam as condições que devem ser prevenidas/melhoradas

Frente fraca normal elevada muito elevada extrema

Após

Frente fraca normal elevada muito elevada extrema

Após

Frente frio  normal quente muito quente extremo

Após

Frente forte e frio ligeiro e frio ninguém ligeiro e quente 

forte e quente

Após

Frente descanso ligeiro média pesado muito pesado

Após

Frente muito ligeiro confortável chato muito

charo extremo

Após

Temperatura

Humidade

Vestuários

Carga de trabalho

Correntes de ar

Radiação

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SOBANE

o Comparando as avaliações relativas aos fatores e às opiniões dos trabalhadores Exemplo: condição globalmente inaceitável. Medidas de prevenção/melhoria prioritárias para a temperatura, a radiação e a carga de trabalho.

• Volte a utilizar as interpretações das tabelas de síntese da pontuação, segundo os critérios descritos acima, na seção 10

Exemplo: condição mais aceitável após modificações. Enquanto isso, a temperatura continuará a ser, provavelmente, « muito quente » para os trabalhadores

2. Balanço das medidas de prevenção/melhorias em questão • Monte o inventário das medidas consideradas nas seções « prevenção/melhorias » para todos os fatores,

especificando quem faz o que e quando, por ordem de prioridade.

3. Necessidade de uma Análise (nível 3) mais aprofundada • Com base nas tabelas de síntese relativas à « situação futura antecipada » • Determine se uma Análise é necessária, levando em consideração:

o A eficácia das medidas de prevenção/melhorias descritas acima o O risco residual

• Determine sobre o que deve recair essa Análise e a urgência da mesma.

4. Medidas de curto prazo • Determine os líquidos a serem ingeridos que devem ser fornecidos (Ficha 7) • Determine as medidas eventuais da organização do trabalho (Ficha 8) • Determine as vestimentas ideais (Fiche 4) • Determine as medidas eventuais de controle médico.

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Nível 3, Análise

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Nível 3: Análise

1. Introdução Objetivos

• Quantificar o risco de uma exposição severa ou de desconforto térmico nas condições levantadas no nível 2, Observação, o Em função dos valores mínimos e máximos dos fatores climáticos.

• Determinar uma organização de trabalho mais adequada. • Avaliar a necessidade de se efetuar um estudo ainda mais aprofundado (Perícia, nível 4).

Quem? • As pessoas da empresa com a assistência de um prevencionista que tenha:

o Competência metodológica o Aparelhos de medições.

Como? • Aprofundamento da caracterização da situação de trabalho e da seqüência das atividades com duração média

e máxima • Período avaliado: função da situação que gerou o problema

o Exemplo: período quente, de dezembro a fevereiro, à tarde, ou trabalho no inverno no período de muito frio • Jornada(s) representativa(s) desse período quanto ao clima e ao trabalho realizado, quando estas medidas

deverão ser efetuadas o Exemplo: 23 janeiro, à tarde, em tempo ensolarado

• Avaliação e medições dos fatores de risco nas condições mais difíceis e menos difíceis durante essas jornadas representativas

• Interpretação: aceitabilidade de cada atividade separadamente • Medidas de prevenção/melhorias possíveis segundo o procedimento do nível 2 • Risco residual depois da prevenção/melhorias • Necessidade e urgência de uma avaliação especializada - Perícia (nível 4) • Medidas de curto prazo e controle médico eventual.

Terminologia

Dano-efeito (Ficha 13)

Todo efeito indesejável quando se trabalha no frio ou no calor: necroses, perda de destreza, incômodo, desconforto, perda hídrica excessiva, hipo ou hipertermia, cãibras, síncopes, golpe de calor

Risco Probabilidade de um certo efeito ou dano, levando em conta a exposição aos fatores de risco Risco residual Probabilidade desse mesmo efeito após a melhoria da situação de trabalho.

2. Procedimentos 1. Informação complementar a respeito da sequência das atividades

• Qual é o período (do ano, do dia...) ou a circunstância de trabalho a ser Analisada? o Especificar, se necessário, as atividades efetuadas o Qual é a duração média e máxima dessas atividades o Quais são os trabalhadores envolvidos e quais são suas características gerais: idade, condição física...

• Quais fatores precisam ser medidos com precisão: (Ficha 18) o A temperatura do ar (ta): se a elevação ou a diminuição é anormal o A umidade (HR): se é diferente da do exterior (Ficha 10) o A radiação (tg): se existe exposição ao sol ou a superfícies quentes ou frias (Ficha 19) o A velocidade do ar (va): se existem correntes de ar o A carga de trabalho (M): se é elevada ou imprecisa por conta da natureza do trabalho (Ficha 11)

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Nível 3, Análise

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o As características das vestimentas (clo) (Ficha 12) O que fazer de concreto para melhorar diretamente a situação? O que deve ser estudado com mais detalhes?

2. Medidas ou estimativas: com base nas observações realizadas por ocasião do nível 2 (Ficha 18)

• Determine com as pessoas da empresa que realizaram a Observação, quando as medições devem ser feitas em função das condições climáticas e da carga de trabalho

• Escolha uma ou várias jornadas representativas • Determine em que momento da jornada é conveniente fazer as medições • Forneça a prova de representatividade da situação encontrada com relação ao problema a ser analisado • Realize medições das condições exteriores: temperatura, umidade, tipo de clima (chuva, sol...) • Realize ou estime os valores mínimos e máximos durante as jornadas representativas • Com base no programa informatizado disponível na internet pode-se calcular os índices de conforto e de

desconforto o Predicted Mean Vote (PMV-PPD) (Ficha 20) o IBUTG (Ficha 21) o Predicted Heat Strain (PHS) (Ficha 22)

O que fazer de concreto para melhorar diretamente a situação? O que deve ser estudado com mais detalhes?

3. Risco atual (Fichas 13 e14)

• Tipo de risco: Incômodo causado pelo frio PMV < - 2

Ficha 12 Desconforto causado pelo frio - 2 < PMV < - 0,5 Conforto - 0,5 < PMV < 0,5 Desconforto causado pelo calor 0,5 < PMV < 2 Incômodo em longo prazo DLE < 480 min.

Ficha 14 Incômodo em curto prazo DLE < 120 min. Incômodo imediato DLE < 30 min.

• Nos três últimos casos, calcule, usando o índice PHS: o A perda hídrica total prevalente na fase de trabalho e antecipada na jornada o O risco de elevação da temperatura central o A duração máxima do trabalho: DLE

• Compare, para cada atividade, a situação aos valores impostos pela legislação, determine sua aceitação relacionando (Ficha 14) o As durações de trabalho reais, médias e máximas o As durações limite previstas o Se as durações reais são maiores, é preciso considerar o conjunto das atividades e uma avaliação

especializada (Perícia) (nível 4) é necessária O que fazer de concreto para melhorar diretamente a situação? O que deve ser estudado com mais detalhes?

4. Pesquisa de medidas de prevenção/melhorias • Determine as medidas técnicas complementares de prevenção/melhorias suscetíveis de serem tomadas para

cada fator (Ficha 9) • Reveja a organização do trabalho de modo a reduzir a exposição (Ficha 16) • Determine as medidas de proteção individuais mais realistas e mais eficazes para diminuir o incômodo dos

trabalhadores (Ficha 12)

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Nível 3, Análise

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SOBANE

• Quem faz o que, quando, por ordem de prioridade?

5. Conclusiones • Risco residual

o Avalie o risco residual quando todas as medidas consideradas no ponto 4 forem implementadas • Necessidade de uma Perícia (nível 4) bastante específica

o Determine se uma Perícia é necessária, levando em conta A eficácia das medidas de prevenção/melhorias descritas acima O risco residual

o Determine sobre o que esta Perícia deve incidir e sua urgência. • Medidas de curto prazo

o Determine os líquidos a serem ingeridos que devem ser fornecidos (Ficha 15) • Controle médico (Ficha 17)

o Critérios de atribuição, acompanhamento durante o trabalho.

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Nível 4, Pericia

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SOBANE

Nível 4: Perícia Este documento não tem como objetivo descrever como a Perícia deve ser conduzida, mas

• O que ela deve considerar • O que se deve exigir dela

Objetivos • Através de medições especiais, melhor caracterizar certas fontes de calor e/ou

certos fenômenos térmicos nos espaços de trabalho.

Quem? • As pessoas da empresa e o prevencionista com a ajuda suplementar de um especialista que tenha:

o Os meios para realizar as medições e de interpretação necessários o A competência técnica para a busca de soluções particulares.

Como? • Após a Análise e de acordo com a demanda das pessoas da empresa e do prevencionista, o perito será

levado, conforme o caso, a: o Medir a radiação térmica o Identificar as causas das correntes de convecção o Calcular uma instalação de ventilação com captação local o Otimizar os períodos de descanso (Ficha 23) o Identificar uma vestimenta particular…

Relatório • Nenhum modelo será fornecido, o perito adequará as informações ao caso encontrado. • Entretanto, o relatório do Perito deve conter:

o A justificativa das técnicas utilizadas o A avaliação do risco atual o As medidas de prevenção/melhorias preconizadas o Quem faz o que e quando? o O risco residual após a prevenção/melhorias o O acompanhamento médico a ser eventualmente realizado o Os meios de proteção individual adequados

Esta síntese deve ser estabelecida novamente: • Pelas pessoas de empresa • Com a assistência dos prevencionistas e dos especialistas

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Fichas de apoio

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SOBANE

Lista das fichas

1. Fichas Observação 1. Introdução geral 2. Melhorias técnicas 3. Carga de trabalho 4. Proteção individual 5. Efeitos ligados ao trabalho no frio e no calor 6. Legislação 7. Bebidas 8. Organização do trabalho

2. Ficha Análise 9. Melhorias técnicas 10. Caracterização da umidade do ar 11. Carga de trabalho 12. Proteção individual 13. Efeitos ligados ao trabalho no frio e no calor 14. Legislação 15. Bebidas 16. Organização do trabalho 17. Controle médico 18. Recomendações para as medições 19. Ordens de grandeza da radiação 20. Índices de conforto térmico 21. Índice IBUTG (WBGT) 22. Índice PREDICTED HEAT STRAIN (PHS) 23. Programa informático

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Fichas de apoio, Observação

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Ficha 1: Introdução geral A temperatura do corpo deve permanecer igual a 37 °C Para que assim seja, o corpo:

• Produz calor, o metabolismo aumenta com a carga de trabalho • E perde calor principalmente pela pele:

o Esquentando o ar ambiente (se a temperatura é elevada, a pele, esquenta e o corpo ganha calor). o Irradiando calor em direção as superfícies mais frias (em frente de um forno, a pele vai captar a radiação

de calor e a temperatura do corpo aumenta). o Evaporando suor se a pele transpira (mas se a temperatura é elevada e úmida, este suor não evapora e

fica na pele molhada).

Para equilibrar esses ganhos e perdas, deve-se considerar: • A velocidade do ar: aumentá-la (correntes de ar) ou reduzi-la para aumentar ou reduzir a evaporação e a troca

com o ar ambiente • As vestimentas.

Portanto, o balanço térmico é função de 6 fatores: • Temperatura do ar • Umidade do ar • Radiação • Correntes de ar • Produção de calor (metabolismo ligado à carga de trabalho) • Vestimentas.

Para avaliar se uma situação de trabalho é aceitável, devemos considerar esses 6 fatores. • Falamos de conforto térmico quando a pessoa não precisa nem mais calor nem mais frio. Nessas condições

de conforto, a pessoa quase não transpira, a carga de trabalho é leve, a roupa é leve, não tem quase nenhuma radiação de calor e a temperatura se situa entre 18 e 25 °C.

• Se a temperatura é elevada, a situação de trabalho se torna: o Desconfortável: o indivíduo transpira cada vez mais e tira suas roupas o Perigosa com risco de desidratação: o indivíduo transpira muito e não bebe o suficiente o Perigosa com risco de intermação: a temperatura do corpo aumenta progressivamente.

• Se a temperatura é fria, a situação de trabalho se torna: o Desconfortável: o indivíduo está com frio e coloca mais roupas o Muito desconfortável: o indivíduo começa a tremer e tem tendência a se mexer para aumentar sua

produção de calor o Perigosa: o indivíduo perde muito calor, a temperatura do seu corpo abaixa progressivamente.

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Fichas de apoio, Observação

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SOBANE

Ficha 2: Melhorias técnicas A situação ideal de trabalho é alcançada quando:

• A temperatura se situa entre 18 e 25 °C • A umidade do ar não é muito baixa nem muito importante • Todas as paredes, janelas... Têm a mesma temperatura que o ar e • Não existe radiação térmica particular • O ar se desloca lentamente sem corrente de ar • A pessoa está sentada e o trabalho é leve • As vestimentas são comuns e de algodão Todas as medidas de prevenção/melhorias devem tentar se aproximar o mais perto possível desta situação ideal

1. Redução da umidade e da temperatura do ar • Reduzir as entradas de calor ou de frio vindo do exterior:

o Através das paredes e do telhado o Através de superfícies envidraçadas

• Eliminar todas as entradas de água o Reduzir fontes de calor ou de frio, interiores o Calafetar as superfícies frias o Isolar as superfícies quentes (condutos, paredes...) o Evacuar os gases quentes e úmidos (sobretudo os gases de combustão) o Eliminar todos os vazamentos de água e de vapor.

2. Redução da radiação de calor • Instalar entre as superfícies quentes e os trabalhadores, painéis cheios recobertos de

alumínio • Se não for possível melhorar o isolamento térmico, pintar as superfícies quentes, como as paredes de um forno

de branco ou, de preferência, com pintura aluminizada ou recobri-las com um painel de alumínio.

3. Melhoria da velocidade do ar • A velocidade do ar não deve ser:

o Muita elevada: as correntes de ar importantes nunca são bem suportadas pelos trabalhadores o Muito fraca: provoca desconforto em função do odor da transpiração que não evapora…

• Os jatos de ar na direção do rosto ou da nuca devem ser evitados porque as sensações de frescor a curto prazo podem ser associadas a dores musculares a médio prazo

• Ventilar com ar exterior, eventualmente esquentado o ar para obter a temperatura de conforto.

4. Adaptações das vestimentas às condições de trabalho • Em caso de radiação de calor, prever vestimentas refletoras, sobretudo para a parte do

corpo exposta • Em caso de muita umidade: prever um tecido que absorve o suor, mas permeável ao

vapor • Em caso de muito frio: prever vestimentas nem muito nem pouco isolantes, cobrindo o

corpo inteiro (sapatos, pés, braços, mãos, rosto, cabeça) • Em todos os casos, controlar a estética da roupa, sua adaptação ao trabalho, seu conforto,

e as possibilidades de limpeza.

5. Redução da carga de trabalho • Modificar a maneira de trabalhar para evitar os esforços e deslocamentos. • Adaptar as ferramentas de trabalho: preensão mais fácil, ajuda nos levantamentos...

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Ficha 3: Carga de trabalho

1. Introdução Diferentes métodos, de precisão crescente, podem ser utilizados para avaliar a carga de trabalho, ou seja, a energia por segundo (a potência) desenvolvida pelo corpo para realizar o trabalho. Esses métodos são:

• Uma classificação tipo: leve, moderado, pesado, muito pesado • Uma avaliação a partir da zona corporal implicada • Tabelas de atividades específicas • Uma estimativa a partir da freqüência cardíaca.

Somente o primeiro método será descrito por o nível de Observação. O gasto de energia exprimido em watts representa um valor absoluto, função da atividade, mas que pode ser percebido diferentemente entre as pessoas (por exemplo, homens e mulheres).

2. Classificação tipo: leve, moderado, pesado, muito pesado Os qualificativos: leves, moderado, pesado, muito pesado, são utilizados para um trabalho CONTÍNUO de 8 h. Não têm nenhum sentido para os trabalhos ocasionais, de alguns instantes.

Exemplo: - Subir uma escada é um trabalho pesado se ele é efetuado durante 8 h de maneira contínua - Aceitável se dura 30 segundos.

Tipo Metabolismo Watts Exemplos

Repouso sentado 100

Repouso em pé 120

Leve 180

Trabalho de secretaria Trabalho sentado, manual e leve (teclar, desenhar, costurar...) Trabalho sentado com pequenas ferramentas, inspeção, montagem leve Dirigir veículos, operação com um pedal... Perfuração, polimento leve de pequenas peças Utilização de pequenas máquinas manuais Caminhada ocasional e lenta

Moderado 300 Trabalho sustentado com as mãos e os braços (pregar, aparafusar...) Dirigir máquinas, tratores, caminhões... Manuseio ocasional de objetos com peso médio Caminhada mais rápida (3,5 a 5,5 km/h)

Pesado 410

Trabalho intenso dos braços e do tronco Manuseio de objetos pesados, materiais de construção Serragem manual, aplainamento Caminhada rápida (5,5 a 7 km/h) Empurrar, puxar vagonetes e carrinhos de mão

Muito pesado 520 Trabalho muito intenso e rápido Trabalhos de escavação Subida de escadaria ou de escada Caminhada muito rápida, corrida (>7 km/h)

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3. NR-15 Anexo nº 3 - Quadro nº 3: Taxa de Metabolismo por Tipo de Atividade em kcal/h* Tipo de atividade kcal/h Watts Sentado em repouso 100 115 Trabalho leve Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex. Datilografia) Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex. Dirigir) De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços

125 150 150

145 170 170

Trabalho moderado Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas. De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação De pé, trabalho moderado em máquina ou bancado com alguma movimentação Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar

180 175 220 300

205 200 250 345

Trabalho pesado Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex. Remoção com pá) Trabalho fatigante

440 550

505 630

* Neste documento o metabolismo é expresso em Watts e não em Kcal/h, para transformar kcal/h em watts basta dividir o valor em kcal/h por 0,87.

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Ficha 4: Proteção individual Existem diferentes tipos de vestimentas: Contra o calor: da roupa pouco isolante (camiseta) a muito isolante (casaco de inverno). Contra a radiação com materiais aluminizados

• A proteção será tanto mais importante quanto maior a superfície recoberta do corpo.

Contra os líquidos (chuva...): a roupa deve ser impermeável à chuva, mas deve deixar passar a transpiração. Contra os gases (vapores, solventes...): essas roupas são totalmente impermeáveis e se tornam rapidamente desconfortáveis, porque a transpiração não é evacuada e o corpo fica molhado. Contra o frio: roupas isolantes, permeáveis à transpiração, sem esquecer-se de cobrir as extremidades (braços, mãos, pernas e pés) Vestimentas especiais tais como vestimentas herméticas existem para condições de trabalho muito específicas (substituição de material poluente (amianto), indústria farmacêutica, indústria eletrônica...).

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Ficha 5: Efeitos ligados ao frio e ao calor

Danos Descrição

Hipotermia A temperatura do corpo desce abaixo de 35°C, várias funções vitais podem ser ameaçadas, mesmo deterioradas

Enregelamento A temperatura dos dedos, das mãos e dos pés desce abaixo de 15°C, inchaço doloroso com às vezes bolhas de água e fissuras

Tremedeiras Movimentos involuntários são produzidos pelo organismo quando a sensação de frio é muito intensa

Desconforto devido ao frio Sensação de desconforto, sem gravidade Conforto Sensação neutra - nem quente nem fria

Desconforto devido ao calor Sensação de desconforto associada a uma temperatura de pele em média muita elevada e a uma transpiração abundante

Contrainte* Duração máxima de trabalho limitada em função de uma acumulação de calor ou/e de uma transpiração excessiva

Desidratação Perda em água do organismo que pode influenciar algumas funções fisiológicas.

Hipertermia

Elevação da temperatura central, além de 38° C, a pessoa transpira de maneira abundante. Este estado não deve ser confundido com a febre, quando a pessoa esta doente e não transpira (ela vai começar a transpirar se tomar um remédio para abaixar esta temperatura)

Intermação Bloqueio repentino da transpiração com elevação brutal da temperatura central. Isto pode acontecer se a temperatura do corpo é superior a 39,5 °C

*Contrainte: conjunto de fatores de trabalho externos que podem ter influência no organismo humano.

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Ficha 6: Legislação Objetivos: o empregador deve tomar todas as medidas para prever os riscos e proteger os trabalhadores. Os limites de tolerância para a exposição ao calor são definidos com base no índice IBUTG, NR-15 – Anexo 3. Este ÍNDICE é calculado a partir de diferentes fatores climáticos e não deve ser confundido com a temperatura do ar (ver Observação abaixo). Os ambientes limites dependem da carga de trabalho:

• Para trabalhos contínuos leves: até 30,0 • Para trabalho contínuo moderado: até 26,7 • Trabalho contínuo pesado: até 25,0

O índice IBUTG leva em consideração não só a temperatura, mas também a umidade, as correntes de ar, a propagação térmica… Alias, o valor do índice IBUTG não deveria ser exprimido em graus Celsius e não deve ser confundido com a temperatura do ar. Podemos ter um IBUTG de apenas 25 enquanto a temperatura do ar é de 40 °C! Ver a ficha 21 (Análise) para obter mais informações. Em caso de ultrapassagem, é preciso:

• Organizar períodos de descanso conforme Quadro 1 (Anexo 3, NR-15) • Prever líquidos refrescantes.

Controle médico • O médico responsável pelo Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional deverá determinar a

periodicidade dos exames médicos para os trabalhadores expostos a riscos, tais como calor, assim como os exames específicos complementares se necessário (NR-7).

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Ficha 7: Bebidas Problemas devidos à exposição ao frio:

• Beber líquidos quentes.

Problemas devidos à exposição ao calor • Beber água ou bebida SEM gases e SEM açúcar a 10 - 15 °C.

Nos dois casos, evitar: • As bebidas com gases: que provocam problemas gástricos • As bebidas com açúcar: que provocam um aumento de peso • O café ou chá forte que provocam nervosismo • Bebidas alcoolizadas • Água muito fria que provoca problemas gástricos e • Só repõe lentamente a perda líquida pelo suor • Grandes quantidades de uma só vez, que provoca dores de estomago • Água salgada ou pastilhas de sal: com exceção das exposições extremas e repetidas a perda em sal é

normalmente aceitável, portanto não é necessário utilizar sal

Instalar bebedouros de água fria 10 -15 °C, próximo dos postos de trabalho.

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Ficha 8: Organização do trabalho

1. Melhoria da tolerância corporal • Podemos nos acostumar pouco a pouco ao trabalho no calor. O corpo se adapta a uma melhor transpiração e

resistência, graça uma adaptação do sistema circulatório e da pele • É preciso acostumar-se a beber mais líquidos que de costume para compensar as perdas de água por

transpiração.

2. Programação das operações • Planejamento das operações em ambiente externo durante a estação quente • Planejamento das operações com maior exposição ao calor durante a estação fresca ou fria • Programação dos trabalhos pesados e com maior exposição ao calor nas horas mais frescas do dia • Reorganização dos horários de trabalho durante o período quente.

3. Otimização do ciclo trabalho/descanso • Programar períodos de descanso (15 - 30 min.) em ambiente quente, com bebidas quentes, a intervalos

regulares (30 a 45 min.) para o trabalho em ambientes muito frios (entrepostos frigoríficos) • Programar períodos de descanso curtos (10 min.) e regulares durante o trabalho no calor • Capacitar os trabalhadores para o reconhecimento dos sinais de mal estar (freqüência cardíaca muito elevada,

vertigem, câimbras, transpiração anormal...) E para interromper o trabalho quando esses problemas aparecerem

• Em caso de ultrapassagem dos valores limites (ficha 6),

Proibir qualquer fator – principalmente financeiro (prêmios, gratificações) - suscetível de agravar o risco.

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Ficha 9: Melhorias técnicas

1. Redução da temperatura do ar e da umidade O objetivo é suprimir todo risco para a saúde (hipotermia ou hipertermia ou desidratação) e aproximar-se o máximo possível das condições de conforto. • Redução dos ganhos ou perdas de calor de dentro para fora e de fora para dentro:

o Reduzir as trocas térmicas das paredes e telhados: Através de um melhor isolamento térmico:

- telhado duplo - materiais isolantes

Através de uma reflexão da radiação solar: - telhados pintados de branco (cal) - recobrimento com alumínio

Com resfriamento exterior: - molhando o telhado, mas sem penetração de água nos locais

o Reduzir as trocas com paredes envidraçadas: Com orientação para que as paredes fiquem fora da radiação solar Com vidros duplos ou que reflitam a radiação infravermelha Instalando « brises-soleil », especialmente no exterior. (supressão da

contribuição térmica no local) o Eliminar todas as entradas de água (chuva, vazamentos…).

• Redução do ganho de calor ou de frio internos: o Calafetar as superfícies frias o Isolamento térmico das superfícies quentes (tubos, paredes...) o Eliminar as fontes de gases quentes e úmidos gerados (sobretudo gases de

combustão) o Eliminar todos os vazamentos de água ou de vapor.

• Ventilação geral: o Ventilar com o ar exterior, eventualmente esquentado à temperatura de

conforto correspondente Respeitando imperativamente os limites de velocidade do ar, descritos

abaixo De preferência de baixo para cima durante o verão: insuflando na zona de trabalho e retorno mais

acima ou no telhado o O fluxo deve ser calculado para compensar os ganhos em calor ou as perdas térmicas.

2. Redução da radiação térmica • Painel preto entre a fonte e o trabalhador:

o O painel é levado a altas temperaturas o Ele retransmite uma radiação térmica importante o A eficácia é muito fraca.

• Painel qualquer, recoberto nas duas superfícies com uma folha de alumínio: o A folha brilhante reflete a maior parte da radiação o A temperatura fica moderada o A retransmissão da radiação térmica é fraca o A eficácia é grande.

• Painel constituído de duas placas de alumínio separadas por alguns centímetros: o O ar circulando entre as placas, refresca as placas o A eficácia é total.

• Recomendações:

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o Reduzir ao mínimo a exposição à radiação, com painéis compactos, de alumínio o Instalar grades de alumínio diante das superfícies que devem ser vistas o Pintar de branco ou, de preferência, com pintura aluminizada as superfícies quentes (tais como as

paredes), se não for possível melhorar o isolamento térmico ou recobri-las com um painel de alumínio.

3. Melhoria da velocidade do ar • A velocidade do ar não pode ultrapassar

o 10 m/s para uma exposição de curta duração o 3 m/s para um trabalho intermitente

• Se a temperatura do ar for aceitável o 1 m/s para um trabalho contínuo em pé e para um trabalho pesado o 0,5 m/s para um trabalho contínuo sentado

• Correntes de ar muito importantes não são bem toleradas pelos trabalhadores • A temperatura do ar insuflado deve estar o mais próximo possível da temperatura de conforto (ver ficha 20)

correspondente à atividade do trabalhador • Os jatos de ar em direção do rosto ou da nuca devem ser evitados, a sensação de frescor a curto prazo poderá

estar associada a dores musculares a médio prazo.

4. Adaptação das vestimentas • Em caso de radiação, reduzir as superfícies que irradiam ao mínimo e prever vestimentas refletoras,

unicamente para a parte do corpo exposta (ex.: peito recoberto com um tecido leve aluminizado micro perfurado para uma difusão do vapor, com as costas e o resto do corpo revestidos com um tecido leve de algodão)

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• Em caso de muita umidade: prever um tecido que absorva a transpiração e bastante permeável ao vapor • Em caso de calor: prever uma vestimenta levemente ampla, permitindo uma ventilação interna, muito pouco

isolante e o mais leve possível (cuidado: problema de segurança com as roupas largas demais) • Em caso de frio: prever vestimentas nem muito nem pouco isolantes, procurando assegurar a proteção do corpo

inteiro (sapatos, pés, braços, mãos, rosto, cabeça) • Em todos os casos controlar:

o A estética da roupa o Sua adaptação ao trabalho o Seu conforto o Suas possibilidades de limpeza.

5. Carga de trabalho Ver ficha 11.

6. Pesquisa da eficácia das melhorias técnicas O programa Analysis_PMV_PPD_WBGT_PHS.xls permite rapidamente e de maneira simples, alterando os parâmetros da situação de trabalho, pesquisar a eficácia das melhorias técnicas. Este programa pode ser encontrado na internet no endereço http://www.Déparisnet.be/chaleur/Chaleur.htm#programmes A eficácia traduz-se por um prolongamento da duração máxima de trabalho (DLE = Duração Limite de Exposição). O quadro seguinte mostra um exemplo desta busca:

Condição 1 2 3 4 5 6 7

Ta (°C) tg (°C) HR %

va (m/s) M (W) Clo

40 45 60 0,1 360 0,6

42

0,5

34

60

34 40 60 0,5

34 40 60 0,5 270 0,5

30 35 30 0,5 270 0,5

DLE (min.) 32 36 36 62 290 >8 h >8 h PMV - - - - - 4,4 2,6 PPD - - - - - 100% 95%

Condição 1: Situação inicial DLE= 32 min. Condição 2: Redução parcial da radiação DLE= 36 min. Condição 3: Aumento da velocidade DLE= 36 min. Condição 4: Redução da temperatura do ar DLE= 62 min. Condição 5: Acúmulo das ações precedentes DLE=290 min. Condição 6: Redução suplementar da carga de trabalho E melhoria da vestimenta DLE > 8 h, PMV = 4,4 e PPD = 100% A situação é sem perigo mas extremamente desconfortável Condição 7: Melhoria suplementar de todos os fatores: a situação continua desconfortável para 95% dos

trabalhadores mas é muito mais suportável O exemplo mostra que:

• Uma ação sobre um único parâmetro só se traduz geralmente por uma pequena melhoria das condições de trabalho

• Intervir um pouco sobre todos os parâmetros provoca geralmente uma melhoria substancial e pouco dispendiosa.

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Ficha 10: Caracterização da umidade do ar A umidade do ar caracteriza-se por:

• A pressão parcial de vapor de água (pa, kilopascals ou kpa): a contribuição do vapor de água à pressão atmosférica

• A temperatura de orvalho (tdp, °C): temperatura na qual é preciso abaixar o ar para assistir à condensação parcial do vapor de água

• A umidade relativa (HR %): porcentagem de pressão parcial de vapor de água pa em relação à pressão de vapor na saturação e na mesma temperatura

• A temperatura úmida (th, °C): temperatura mínima de um lençol d’água submetido à evaporação forçada do ar considerado a uma dada temperatura e umidade.

As seguintes expressões matemáticas permitem passar de uma característica para outra: • Pressão de vapor à saturação, à temperatura ta

Pa,s,ta = 0,6105 EXP (17,27 ta / (ta + 237,3 )) • HR = 100 . Pa / pa,s,ta • Pa = pa,s,th - (ta - th) / 15

Diagrama psicrométrico: • As relações entre as quatro caracteristicas encontram-se no diagrama psicrométrico da figura seguinte:

Exemplo: Se ta = 30°C e HR = 50%, temos: Temperatura de orvalho tdp = 18°C Pa = 2,1 kpa Th = 22°C

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Ficha 11: Carga de trabalho

1. Introdução O metabolismo mede o custo energético da carga muscular associado à conversão de açúcares e gorduras em energia mecânica e térmica, e fornece um índice numérico da atividade. A carga de trabalho influencia de maneira determinante o conforto ou os problemas (estresse) resultantes da exposição a um ambiente térmico. Em particular, nos climas quentes, os níveis elevados de produção metabólica de calor ligado ao trabalho muscular agravam os problemas devidos ao calor, porque grandes quantidades de calor são perdidas a maior parte do tempo pela evaporação do suor.

2. Principio e precisão A eficácia mecânica do trabalho muscular e o trabalho “útil” são fracos. Na maior parte dos trabalhos industriais, ela é tão fraca (alguns %) que é supostamente igual a zero. Isto significa que a energia total no trabalho é supostamente transformada em calor. O quadro 1 mostra as diferentes abordagens que podem ser utilizadas para determinar o metabolismo, assim como sua precisão. Segundo a estratégia SOBANE, quatro níveis são considerados:

• Nível 1, Despistagem: Dois métodos simples e fáceis são apresentados para caracterizar rapidamente a carga de trabalho média para uma dada profissão ou para uma atividade específica. o Método A: classificação segundo a profissão o Método B: classificação segundo o tipo de atividade

Os dois métodos fornecem uma avaliação grosseira e pouco precisa. Neste nível, uma inspeção do local de trabalho não é necessária.

• Nível 2, Observação: Dois métodos são apresentados para pessoas com um conhecimento perfeito das condições de trabalho, mas sem ter necessariamente uma formação em ergonomia. Eles permitem caracterizar a carga média dentro de uma situação de trabalho para um instante específico. o Método A: o metabolismo é determinado em função da postura do corpo e dos esforços e posturas dos

segmentos corporais o Método B: o metabolismo médio é determinado diretamente em função da atividade.

Um procedimento é descrito para registrar as atividades no tempo e para calcular o metabolismo médio ponderado no tempo, utilizando os dados dos métodos descritos acima. A precisão continua fraca. Um estudo de tempos é necessário para determinar o metabolismo em situações de trabalho que implicam um ciclo com diferentes atividades.

• Nível 3, Análise: O metabolismo médio é determinado a partir dos registros das freqüências cardíacas durante um período representativo. Este método de determinação indireta do metabolismo é baseado na relação existente entre o consumo de oxigênio e a freqüência cardíaca em condições definidas. O método é destinado a pessoas qualificadas em saúde no trabalho.

• Nível 4, Perícia: Os métodos disponíveis neste nível são: o A medição do consumo de oxigênio o O método direto por calorimetria

Estes métodos não serão apresentados aqui. Os principais fatores que afetam a precisão são:

o As diferenças individuais o As diferenças relativas ao equipamento de trabalho

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SOBANE

o As variações na velocidade de trabalho o As diferenças de técnicas de trabalho e de competências profissionais o As diferenças de gênero e de características antropométricas o As diferenças culturais o Durante a utilização dos quadros, as diferenças entre observadores e seus níveis de formação o Utilizando o nível 3, a precisão da relação entre a freqüência cardíaca e o consumo de oxigênio, e a

presença de outros fatores influenciando na freqüência cardíaca

Quadro 1 – Comparação dos métodos de determinação do metabolismo Nível Método Precisão Inspeção do local de trabalho

Diagnóstico preliminar

1. Classificação segundo a profissão

Informação aproximada

Risco muito grande de erros

Não necessária, mas uma informação é requerida no que diz respeito ao equipamento técnico e à organização do trabalho

2. Classificação segundo o tipo de atividade

Observação 1. Tabelas em função das

posturas e esforços Risco de erros elevado

Precisão: ±20% Estudo de tempos necessário 2. Tabela para atividades

especifica

Análise Avaliação a partir do registro da freqüência cardíaca em condições definidas

Risco de erros médio Precisão: ±10% Não necessário

Perícia

1. Medição do consumo de oxigênio

Erros nos limites da precisão da medição

ou do estudo de tempos

Precisão: ± 5%

Estudo de tempos necessário

2. Calorimetria direta Não necessário

3. Nível 1, Diagnóstico preliminar • Avaliação do metabolismo por profissões.

O quadro 2 mostra o metabolismo médio para diferentes profissões. Variações importantes podem aparecer em função de diferenças de tecnologia, da natureza exata do trabalho, da organização do trabalho, etc.

Quadro 2 – Metabolismo para as diferentes profissões

Profissão Metabolismo (watts)

Artesões

Operário 200 - 290 Carpinteiro 200 - 310 Vidraceiro 160 - 230 Pintor 180 - 230 Padeiro 200 - 250 Açougueiro 190 - 250 Relojoeiro 100 - 130

Indústria de mineração Mineiro de carvão 200 - 400 Operário de forno de carvão 210 - 310

Siderurgia

Operário de alto forno 310 - 400 Operário de forno elétrico 220 - 260 Moldador manual 250 - 430 Moldador com máquina 190 - 300

Metalurgia

Operário de fundição 250 - 430 Mestre de forja 160 - 360 Soldador 130 - 220 Torneiro 130 - 220 Furador 140 - 250 Mecânico de precisão 130 - 200

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SOBANE

Profissão Metabolismo (watts)

Gráfica Tipógrafo 125 - 170 Encadernador 135 - 200

Agricultura Jardineiro 200 - 340 Motorista de trator 150 - 200

Transporte

Motorista de carro 125 - 180 Motorista de ônibus 135 - 225 Motorista de bondes 145 - 210 Operador de guindaste 115 - 260

Diversos

Ajudante de laboratório 150 - 180 Professor 150 - 180 Vendedor 180 - 220 Secretario 125 - 150

• Avaliação do metabolismo por categorias: O quadro 3 define 5 classes de metabolismos: repouso, leve, moderado, pesado, muito pesado. Esses qualificativos são utilizados para um trabalho CONTÍNUO de 8 h (considerando as pausas habituais). Não tem nenhum sentido para um trabalho ocasional de alguns instantes

Exemplo: Subir uma escada é um trabalho pesado se ele for efetuado durante 8 h de maneira contínua; aceitável se durar 30 segundos.

Para cada classe, a média e a gama dos valores de metabolismo são indicadas, assim como alguns exemplos. Essas atividades devem normalmente incluir intervalos curtos de descanso.

Quadro 3 – Categorias de metabolismo Tipo Metabolismo

(watts)* Exemplos

Descanso sentado 100 Descanso em pé 120

Leve 180 (130 – 240)

- Trabalho de secretaria - Trabalho sentado, manual e leve (teclar, desenhar, costurar...) - Trabalho sentado com pequenas ferramentas, inspeção, montagens leve - Dirigir veículos, operação com um pedal... - Perfuração, polimento leve de pequenas peças - Utilização de pequenas máquinas manuais - Caminhada ocasional e lenta

Moderado 300 (241 – 355)

- Trabalho contínuo das mãos e dos braços (pregar, aparafusar...) - Dirigir máquinas, tratores, caminhões... - Manuseio ocasional de objetos com peso médio - Caminhada rápida (3,5 a 5,5 km/h)

Pesado 410 (356 – 465)

- Trabalho intenso dos braços e do tronco - Manuseio de objetos pesados, materiais de construção - Serragem manual, aplainamento - Caminhada rápida (5,5 a 7 km/h) - Empurrar, puxar carrinhos de mão

Muito pesado 520 (> 466)

- Trabalho muito intenso e rápido - Escavação - Subida de escadaria ou de escada - Caminhada muito rápida, corrida (>7 km/h)

*Neste documento o metabolismo é expresso em Watts para transformar kcal/h em watts basta dividir o valor em kcal/h por 0,87

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SOBANE

4. Nível 2, Observação • Avaliação do metabolismo por decomposição da tarefa

O metabolismo é estimado a partir das observações seguintes: o O segmento de corpo implicado no trabalho: as duas mãos, um braço, dois braços, o corpo inteiro o A carga de trabalho para este segmento do corpo: leve, moderada, pesada o A postura do corpo: em repouso, de joelhos, agachado, em pé, em pé curvado

O quadro 4 mostra o valor médio e a gama dos metabolismos para uma pessoa padrão, sentada, em função do segmento corporal envolvido e da carga de trabalho. O quadro 5 mostra as correções a acrescentar quando a postura não é sentada. Trata-se novamente de: leve, moderado e pesado para uma duração de trabalho de 8 h. A carga de trabalho deve ser apreciada em função das capacidades médias dos trabalhadores e NÃO em função das capacidades de um trabalhador em particular nem em função do observador.

Quadro 4 – Carga de trabalho (em watts) para um indivíduo sentado, em função da intensidade do trabalho e da zona corporal implicada

Zona corporal envolvida

Trabalho (watts) Leve Moderado Pesado

As duas mãos Média 125 155 170 Gama <135 135 -160 >160

Um braço Média 160 200 235 Gama <180 180 -215 >215

Os dois braços Média 215 250 290 Gama <235 235 -270 >270

O corpo Média 325 440 600 Gama <380 380 -510 >510

Quadro 5 - Suplemento devido à postura principal do corpo

Postura do corpo Metabolismo (watts)

Sentado 0 De joelho 20 Agachado 20

Em pé 25 Em pé encurvado 35

• Avaliação do metabolismo para atividades típicas

O quadro 6 fornece valores do metabolismo para atividades típicas. Quadro 6 - Metabolismo para atividades especificas

Atividades M (watts) Sono 70 Repouso sentado 100 Repouso em pé 125 Caminhada solo plano, sólido, nivelado 1. Sem carga a 2 km/h a 3 km/h a 4 km/h a 5 km/h 2. Com carga 10 kg de carga, 4 km/h 30 kg de carga, 4 km/h

200 250 300 360 330 450

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Caminhada solo plano, sólido, em subida 1. Sem carga 5° declive, 4 km/h 15° declive, 3 km/h 25° declive, 3 km/h 2. Com carga 20 kg 15° declive, 4 km/h 25° declive, 4 km/h

320 380 540 490 740

Descida a 5 km/h, sem carga 5° declive 15° declive 25° declive

240 250 320

Escada 70° velocidade 11,2 m de desnivelamento por minuto Sem carga 20 kg de carga

520 650

Puxar ou empurrar vagonetes, 3,6 km/h, caminho plano, sólido Força para empurrar : 12 kg Força para empurrar : 16 kg

520 670

Carregar um carrinho de mão, solo plano, 4,5 km/h, chapa de borracha, 100 kg de carga Limar ferro 42 movimentos de lima/min. 60 movimentos de lima /min.

410 180 340

Trabalho com martelo (2 mãos), Peso do martelo: 4,4 kg,15 golpes/min. 520 Marcenaria serragem manual serragem com máquina aplainamento manual

400 180 540

Construção, 5 tijolos/min. 310 Aparafusamento 180 Cavar uma trincheira 520 Trabalho com máquina - ferramenta leve (regulagem, junção) médio (carregamento) pesado

180 250 380

Trabalho manual com uma máquina leve (polimento leve) médio (polimento) pesado (perfurações pesadas)

180 290 410

• Avaliação do metabolismo médio durante um trabalho variável

Para determinar o metabolismo médio sobre uma fase de trabalho, é necessário efetuar um estudo de tempos de execução, incluindo uma descrição detalhada do trabalho. Isto demanda classificar cada atividade, considerando fatores tais como a duração da atividade, as distâncias percorridas, as alturas, os pesos manipulados, o número de ações efetuadas... O metabolismo para um ciclo de trabalho pode ser determinado a partir dos metabolismos das diferentes atividades e das durações respectivas por:

Onde: o M é o metabolismo médio do ciclo de trabalho, em watts o Mi é o metabolismo da atividade i, em watts o Ti é a duração da atividade, em segundos o T é a duração, em segundos, da fase de trabalho considerada e é igual à soma das durações parciais ti

∑=

=n

iiitM

TM

1

1

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O registro das atividades profissionais e a duração das atividades durante um dia trabalhado, ou durante um período particular, pode ser simplificado, utilizando um diário como o descrito no quadro 7.

Quadro 7 – Diário de registro das atividades Data Indivíduo Local de trabalho Temperatura do ar (°C) Temperatura de globo (°C) Umidade do ar (RH %) Velocidade do ar (m/s) Isolamento relativo ao vestuário (Clo)

Hora Minuto Número da tarefa

1 2 3 ---

N . .

O procedimento preconizado é o seguinte:

o Escolher um operador representativo o Determinar a fase de trabalho a analisar, considerando sua representatividade o Observar o trabalho deste operador durante a fase determinada. o Determinar os componentes da tarefa e o metabolismo correspondente, utilizando os quadros 4, 5, 6 ou 7 o Enumerar esses componentes e preparar o diário o Registrar o número do componente quando ele inicia

Após observação: o Calcular o tempo passado em cada componente da tarefa o Calcular o metabolismo médio através da expressão descrita anteriormente

O quadro dos resultados pode ser semelhante ao quadro 8: Quadro 8 – Quadro recapitulando os resultados

Tarefa:...……………………… Data:...……… Observador:...………… Componentes Mi

W Tempo Ti sec.

Produto Mi ti N° Descrição

1 Tarefa 1 M 1 2 Tarefa 2 M 2 .. I Tarefa i M i .. N Tarefa n M n Total Metabolismo médio

• Interpolação entre os valores mostrados pelos quadros

A interpolação dos valores metabólicos é correta.

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Quando as velocidades de deslocamento são diferentes daquelas indicadas nos quadros, entretanto a interpolação só é válida dentro de uma margem de ± 25 % da velocidade indicada.

• Caso dos operadores não "padrões" Os valores mostrados nos quadros foram normalizados para um operador "padrão", trabalhando em um ambiente térmico confortável. Para uma pessoa específica, cumprindo uma tarefa específica, o metabolismo pode variar dentro de certos limites, em torno dos valores médios indicados nos quadros, em função da influencia dos fatores mencionados anteriormente. Pode-se estimar que: o Para o mesmo trabalho e nas mesmas condições de trabalho, o metabolismo pode variar de cerca de ±5

% de uma pessoa para a outra o Par uma pessoa com formação na atividade, a variação é cerca de 5 % nas condições de laboratório. No campo, ou seja, quando atividade não é sempre a mesma, uma variação atingindo até mais de 20 % pode ser constatada. Em função deste risco de erro, e neste nível de avaliação, não é normalmente justificado considerar as diferenças de tamanho, gênero... Dos indivíduos. A consideração do peso do indivíduo só pode ser justificada para atividades que necessitam movimentos do corpo inteiro, como andar, elevar-se, carregar um peso... Em ambientes quentes, um aumento máximo de 10 a 20 W pode surgir, em função da freqüência cardíaca aumentada e da transpiração. Este tipo de correção não se justifica aqui. Por outro lado, em ambientes frios, um aumento que alcança 400 W pode ser observado se o operador treme de frio. A utilização de vestimentas pesadas aumenta também o metabolismo, aumentando o peso do indivíduo e reduzindo a facilidade de movimentação.

5. Nível 3, Análise • Estimativa do metabolismo a partir da freqüência cardíaca

A freqüência cardíaca a um dado momento pode ser considerada como a soma de vários componentes.

FC = FC 0 + ∆FC M + ∆FC S + ∆FC T + ∆FC N + ∆FC E Onde o FC0 é a freqüência cardíaca, em batimentos por minuto, no repouso, em

posição deitada, em condições térmicas neutras o ∆FCM é o aumento da freqüência cardíaca, devido à carga

muscular dinâmica, em condições térmicas neutras o ∆FCS é o aumento da freqüência cardíaca, devido ao trabalho muscular estático. Este componente

depende da relação entre a força utilizada e a força máxima voluntária do grupo muscular em funcionamento

o ∆FCT é o aumento da freqüência cardíaca, devido ao estresse térmico. Este componente é discutido na norma ISO 9886

o ∆FCN é o aumento da freqüência cardíaca, devido à carga mental o ∆FCE é o componente residual da freqüência cardíaca, devida, por exemplo, aos efeitos respiratórios, ao

ritmo circadiano, à desidratação. No caso do trabalho dinâmico utilizando grupos musculares principais, com somente um pouco de carga muscular estática e na ausência de estresse térmico e carga mental, o metabolismo pode ser estimado, medindo a freqüência cardíaca durante o trabalho. Portanto uma relação linear pode ser suposta entre a freqüência cardíaca e o metabolismo. Se as restrições mencionadas acima são consideradas, este método pode ser mais preciso que os precedentes.

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A freqüência cardíaca pode ser registrada sem interrupção, utilizando, por exemplo, um equipamento telemétrico, ou pode ser medida manualmente, com uma precisão reduzida, contando as pulsações arteriais (ver ISO 9886).

A freqüência cardíaca média FC pode ser calculada sobre intervalos fixos de tempo, por exemplo, 1 minuto, sobre diferentes ciclos de funcionamento ou sobre a duração total do dia de trabalho. Em presença de uma carga térmica importante, de trabalho muscular estático, de trabalho dinâmico com pequenos grupos musculares, ou ainda de uma carga mental importante, a curva e a forma da relação freqüência cardíaca - metabolismo podem mudar consideravelmente. O procedimento necessário para corrigir os valores de freqüência cardíaca para o efeito térmico é descrito na norma ISO 9886.

• Relação freqüência cardíaca - metabolismo A relação freqüência cardíaca - metabolismo pode ser determinada registrando a freqüência cardíaca em diferentes níveis de carga muscular durante uma experiência em um ambiente climático neutro. Considerando que o tipo de esforço (em bicicleta ergométrica, step-test, ou esteira rolante) e a ordem e a duração dos níveis de esforço têm uma influencia sobre os dois parâmetros, é necessário utilizar um procedimento de teste normalizado. Em geral, a linearidade é correta na gama: • Acima de 120 batimentos por minuto (bpm), porque o componente mental pode então ser desprezado. • Até 20 batimentos abaixo da freqüência cardíaca máxima do indivíduo, porque a freqüência cardíaca tem

tendência a se estabilizar acima deste valor. A freqüência cardíaca máxima individual pode ser estimada com as seguintes fórmulas

FCmax = 205 - 0,62 x idade ou FCmax = 220 - idade Por regressão dos dados neste intervalo, os coeficientes FC0 e RM da fórmula seguinte podem ser determinados.

FC = FC0 + RM . (M – M0) Onde:

- M é o metabolismo, em watts - M0 é o metabolismo durante o repouso, em watts - RM é o aumento de freqüência cardíaca por

unidade de metabolismo - FC0 é a freqüência cardíaca durante o repouso,

em condições correspondentes ao metabolismo M0 e em condições térmicas neutras.

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Esta fórmula pode ser também escrita: M = (FC - FC0) / RM + M0

A relação é utilizada para derivar o metabolismo a partir da freqüência cardíaca média (FCM) medida. O quadro 9 mostra, como uma certa perda de precisão, a relação FC – M em função da idade e do peso da pessoa.

Quadro 9 – Relação metabolismo (em watts) – Freqüência cardíaca, prevista em função da idade e do peso do indivíduo (mulheres e homens)

Idade (anos) Peso

50 kg 60 kg 70 kg 80 kg 90 kg Mulheres

20 5.2 FC - 270 6.1 FC – 324 6.8 FC - 378 7.6 FC - 427 8.1 FC – 473 30 5.0 FC - 257 6.0 FC – 311 6.7 FC - 361 7.2 FC - 410 7.9 FC – 457 40 4.9 FC - 244 5.6 FC – 165 6.3 FC - 346 7.0 FC - 392 7.7 FC – 439 50 4.7 FC - 229 5.4 FC – 279 6.1 FC - 328 6.7 FC - 373 7.4 FC – 418

Homens 20 6.7 FC - 361 7.6 FC – 428 8.5 FC - 491 9.4 FC - 553 10.1 FC – 610 30 6.5 FC - 355 7.4 FC – 419 8.3 FC - 482 9.2 FC - 542 9.9 FC – 600 40 6.3 FC - 346 7.2 FC – 410 8.1 FC - 472 9.0 FC - 531 9.7 FC – 587 50 6.1 FC - 335 7.2 FC – 400 7.9 FC - 461 8.8 FC - 518 9.5 FC – 574

6. Nível 4, Perícia As Perícias, extremamente difíceis de implementar e necessitando aparelhos muitos caros, não serão expostas aqui. O leitor interessado encontrará suas descrições na norma ISO 8996.

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Ficha 12: Proteção individual

1. Isolamento contra o calor O isolamento térmico das vestimentas é definido em « Clo ». As ordens de grandeza são:

Vestimentas Icl (Clo) Roupas de tênis 0,5 Camisa com mangas curtas, sem gravata, calça leve 0,6 Avental de trabalho 0,7 Camisa, gravata 0,8 Roupa de inverno, sem jaqueta 0,9 Jaqueta, gravata 1,0 Com casaco, jaqueta de inverno 1,3

2. Isolamento contra a radiação • A proteção contra a radiação de calor é obtida com materiais aluminizados:

o Uma pintura aluminizada reduz a radiação em 60% o Uma folha de alumínio brilhante: em 80% o Uma metalização com alumínio no vácuo: em 95%.

Consultar o fabricante para obter as características reais.

• Esta redução é limitada às superfícies cobertas, seja: o 35% da superfície corporal com uma jaqueta aluminizada o 20% com mangas aluminizadas e luvas o 40% com uma calça e sapatos aluminizados.

• A roupa aluminizada pode atrapalhar a evaporação do suor, de tal maneira que a vantagem no ponto de vista de radiação é reduzido, anulado e às vezes agravado por uma redução da evaporação.

• A eficácia da roupa aluminizada é rapidamente reduzida em função da sujeira, do envelhecimento…

3. Isolamento contra a evaporação • As vestimentas impermeáveis ao ar devem permanecer permeáveis ao vapor de água sob pena de criar um

micro clima que poderia ser mais problemático que o clima exterior. • As roupas úmidas devem ser secadas rapidamente.

4. Proteção contra o frio • Consultar os fabricantes para obter as informações necessárias relativas:

o Ao isolamento térmico o A permeabilidade ao vapor.

• As roupas utilizadas espontaneamente pelos trabalhadores são quase sempre isolantes demais, de maneira que eles transpiram abundantemente. A roupa fica molhada, não higiênica, desconfortável e perde suas características.

• Este acréscimo de vestimentas sobre o corpo é freqüentemente devido a um déficit ao nível dos braços, das mãos, das pernas e dos pés. É indispensável assegurar uma proteção coerente para a totalidade do corpo.

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5. Proteção hermética • As combinações herméticas (estanques) são utilizadas na indústria química ou nuclear e na indústria

farmacêutica ou eletrônica: o Algumas são totalmente impermeáveis à água e ao vapor o Algumas são ventiladas internamente.

• Forma-se muito rapidamente debaixo da vestimenta, um ambiente saturado em vapor de água, impedindo fortemente as perdas de calor.

• A duração do trabalho deve ser limitada para evitar os casos de hipertermia. • Cada tipo de vestimenta e cada situação de trabalho representam um caso particular e uma

Análise especializada (Perícia) (nível 4) é necessária em cada caso para determinar as condições de trabalho permitidas.

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Ficha 13: Efeitos ligados ao trabalho no frio e no calor

Danos Comentario - gravidade

Hipotermia Quando a temperatura do corpo desce abaixo de 35°C, várias funções vitais podem ser ameaçadas, mesmo deterioradas: gravidade importante abaixo de 32 °C

Enregelamento Quando a temperatura dos dedos, das mãos e dos pés desce abaixo de 15°C, inchaço doloroso às vezes com bolhas de água e fissuras: gravidade média

Tremedeiras Movimentos involuntários são produzidos pelo organismo quando a sensação de frio é muito intensa: desconforto sem gravidade

Desconforto devido ao frio

Sensação de desconforto, sem gravidade associada a uma temperatura de pele em média muito fraca

Conforto Sensação neutra - nem quente nem fria – sobretudo função do clima, da atividade e das roupas

Desconforto devido ao calor

Sensação de desconforto associada a uma temperatura de pele em média muita elevada e a uma transpiração abundante

Contrainte (fatores externos que podem

gerar problemas) Situação de trabalho na qual a duração máxima de trabalho deve ser limitada entre 2 e 8 horas em função de uma acumulação lenta de calor ou/e de uma transpiração excessiva

Desidratação Perda em água do organismo que pode influenciar algumas funções fisiológicas. O déficit em água não deveria ultrapassar 3% do peso corporal

Hipertermia Elevação da temperatura central, além de 38° C

Câimbra de calor Contração muscular devida à perda em sódio ao nível dos músculos, em função da transpiração: gravidade fraca, mas dor intensa. Este fenômeno é raro em função do consumo excessivo de sal na alimentação geral.

Sincope de calor Queda de tensão devida ao afluxo de sangue nos músculos e na pele. Gravidade em função das circunstancias (quedas...). Este fenômeno, pouco grave por si próprio, indica uma fragilidade evidente da pessoa

Intermação Bloqueio repentino da transpiração com elevação brutal da temperatura central. Isto pode acontecer se a temperatura do corpo é superior a 39,5 °C e é muito grave quando temperaturas de 41, 42 °C são atingidas

Contrainte imediata (fatores externos que podem gerar

problemas)

Situação de trabalho na qual a temperatura central do trabalhador poderá aumentar de 1 °C em menos de 30 min. Um acompanhamento médico direto é obrigatório

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Ficha 14: Legislação A legislação brasileira através da NR -15 Anexo nº 3 estabelece os limites de tolerância para exposição ao calor, que deve ser consultado in extenso.

1. Limites de tolerância para a exposição ao calor definidos com base do índice IBUTG. O Quadro nº 1 do Anexo 3 da NR-15 determina os limites de tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente com períodos de descanso no próprio local

Regime de trabalho intermitente com descanso no

próprio local de trabalho (por hora)

Tipo de atividade

Leve Moderada Pesada Trabalho contínuo Até 30,0 Até 26,7 Até 25,0

45 minutos trabalho 15 minutos descanso 30,1 a 30,6 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9

30 minutos trabalho 30 minutos descanso 30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9

15 minutos trabalho 45 minutos descanso 31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0

Não é permitido o trabalho, sem adoção de medidas adequadas de controle Acima de 32,2 Acima de 31,1 Acima de 30

O Quadro nº 2 os limites de tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente com período de descanso em outro local (em ambiente termicamente mais ameno)

M (kcal/h) Máximo IBUTG 175 30,5 200 30,0 250 28,5 300 27,5 350 26,5 400 26,0 450 25,5 500 25,0

2. Recomendações: • Em caso de ultrapassagem dos limites de tolerância por exposição ao calor é preciso determinar:

o As medidas a serem tomadas para assegurar a aclimatação dos trabalhadores o Os equipamentos de proteção, coletivos e individuais o A organização dos períodos de descanso o Os ambientes de recuperação o Os líquidos a serem fornecidos.

• Controle médico o Se a exposição dura mais de 7 dias por ano com valores IBUTG superiores aos limites: um exame na

admissão e um exame anual com exames do sistema cardiovascular. • Medidas a serem tomadas em caso de frio excessivo devido às instalações

o Fornecer vestimentas de proteção com, se necessário, um sistema de aquecimento incorporado o Reduzir as velocidades do ar ao mínimo o Instaurar, se necessário, períodos de aquecimento.

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3. Medidas em caso de calor unicamente de origem climática o Se os valores IBUTG limites são ultrapassados, é obrigatório: o Prever proteções coletivas e individuais contra o sol o Distribuir líquidos o Instaurar dentro de um prazo de 48 h:

Uma ventilação artificial Períodos de descanso, se necessário.

4. Medidas a serem tomadas em caso de calor devido às instalações Se os valores IBUTG limites são ultrapassados, deve-se:

o Prever uma ventilação artificial se as contribuições de calor acontecem por convecção o Prever painéis e/ou vestimentas de proteção, se as contribuições de calor são essencialmente por

radiação o Instaurar períodos de descanso o Distribuir líquidos.

5. Umidade A umidade deve ser mantida entre 40 e 70%.

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Ficha 15: Bebidas

1. Evitar a desidratação: • Uma desidratação alcançando 3% da massa corporal, já provoca um aumento da freqüência cardíaca e uma

diminuição da sensibilidade do sistema sudoral. • Limites assegurando a proteção de 50% e 95% da população ativa já foram propostos. As perdas hídricas não

podem ultrapassar o 7,5% da massa corporal para um indivíduo médio o 5% da massa corporal para 95% da população ativa

2. Propor bebidas • Problemas devido ao frio

o Bebidas quentes • Problemas devido ao calor

o Água ou bebidas sem gás e sem açúcar a 10 -15°C • Nos dois casos evitar:

o As bebidas com gás: provocam problemas gástricos o As bebidas com açúcar: com o tempo provocam um ganho de peso o O café ou o chá muito forte que provocam nervosismo o As bebidas alcoolizadas o A água muito fria que provoca problemas gástricos e só substitui lentamente o suor o Grandes quantidades de uma vez só, o que provoca problemas estomacais o A água salgada ou pastilhas de sal: com exceção das exposições extremas e repetidas a perda em sal é

normalmente aceitável, portanto não é necessário utilizar sal

3. Instalar bebedouros de água fria a 10 -15°C próximo dos postos de trabalho.

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Ficha 16: Organização do trabalho

1. Melhoria da tolerância fisiológica • Aclimatação ao calor:

o A aclimatação ao calor consiste na melhoria das capacidades de sudação e de resistência após uma exposição repetida cerca de 10 dias consecutivos durante 2 a 4 horas

o Ela é especifica para as condições encontradas (úmida sem radiação ou seca com radiação) o Desaparece após 15 dias sem exposição às condições de trabalho.

• Aclimatação ao frio: o A aclimatação ao frio consiste em uma melhoria das capacidades de vasoconstricção cutânea periférica

(as mãos ficam mais quentes) e em um abaixamento da temperatura central quando aparecem as tremedeiras. Trata-se, portanto de uma adaptação cardiovascular e cutânea.

2. Programação das operações • Planejamento das operações no exterior durante a estação quente • Planejamento das operações com maior exposição ao calor durante a estação fresca ou fria • Programação dos trabalhos pesados e com maior exposição ao calor nas horas mais frescas do dia • Reorganização dos horários de trabalho durante o período quente

3. Otimização do ciclo trabalho-descanso • Programar períodos de descanso (15 - 30 min.) em ambiente quente, com bebidas quentes, a intervalos

regulares (30 a 45 min.) para o trabalho em ambientes muito frios (entrepostos frigoríficos). • Capacitar os trabalhadores para o reconhecimento dos sinais de mal estar (freqüência cardíaca muito elevada,

vertigem, câimbras, transpiração anormal...). E para interromper o trabalho quando esses problemas aparecerem

• Proibir qualquer fator – principalmente financeiro (prêmios, gratificações) - suscetível de agravar o risco.

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Ficha 17: Controle médico

1. Seleção dos trabalhadores • Um afastamento definitivo deve ser decidido para os trabalhadores sofrendo de:

o Deficiência congênita do sistema sudoral o Diabete mal equilibrada ou avançada o Problemas cardíacos graves.

• O afastamento será condicional no caso de patologias tais como: o Antecedentes cardiovasculares o Hipertensão o Afecções respiratórias o Diabete o Alcoolismo o Doenças de pele o Certos tratamentos com remédios específicos o Condição física insuficiente o Antecedentes durante trabalho no calor.

• Cabe ao médico do trabalho, se pronunciar em cada caso em função das particularidades da pessoa e do trabalho a ser realizado.

2. Formação dos trabalhadores e dos encarregados • Formação e informações adaptadas ao caso encontrado devem ser fornecidas regularmente. Relativas:

o À natureza e a severidade dos problemas aos quais os trabalhadores são expostos o À natureza dos primeiros sinais de não tolerância ao calor o Ao processo de aclimatação o Às circunstancias que devem incentivar a redução do tempo de exposição:

Nos primeiros dias após as férias, ou a retomada do trabalho após doença Sensação de febre ou de inicio de gripe Utilização de substancias para tratar afecções das vias respiratórias superiores Grande absorção de álcool na véspera ou durante as horas anteriores Uma sensação de grande cansaço

o Ao interesse em praticar freqüentes e curtos períodos de descanso durante uma exposição prolongada ao calor

o Aos riscos do trabalho isolado em zonas muito quentes

3. Controle médico periódico • O controle médico periódico consiste em fazer o balanço da evolução da saúde do trabalhador, de suas

doenças crônicas, da integridade do seu sistema cardiovascular e da termoregulação… Com uma anamnese detalhada.

4. Monitoramento durante uma exposição • Um acompanhamento médico no local de trabalho é requerido nos seguintes casos:

o Uma exposição excepcional suscetível de ser severa, por exemplo, durante um trabalho de levantamento particular

o Uma exposição recorrente pela qual a duração máxima de trabalho previsto é inferior a 30 minutos, porque neste caso, as diferenças interindividuais têm um papel considerável

o A exposição de trabalhadores especiais tais como pessoas sofrendo de uma certa deficiência, pessoas mais jovens ou mais velhas…

• Monitoramento da freqüência cardíaca:

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o O monitoramento deve ser feito de preferência de maneira contínua com sistemas de gravação portáteis que apareceram nos anos 1990 nas áreas esportivas e de lazeres. Sem esses sistemas, o registro descontínuo deve consistir no levantamento da FC a cada 15 segundos.

o O monitoramento deve cobrir

Um período de 10 a 15 minutos antes do trabalho, para estabelecer a linha de base A duração real de trabalho Um período o mais longo possível após o trabalho, durante o qual o trabalhador se recupera.

o Critérios limites: O valor máximo admissível de maneira aleatória no local de trabalho é a FC máxima da pessoa,

reduzida de 20 batimentos por minuto, seja: 200 – idade do indivíduo

O valor médio durante o trabalho deve ser tanto mais fraco quanto mais longa for a duração de trabalho, como mostra o quadro seguinte:

Duração (min.) 5 10 20 40 80

FC 190-Idade 190- Idade 180- Idade 170- Idade 160- Idade

O valor médio no terceiro, quarto e quinto minuto de recuperação, quando o trabalhador permaneceu

sentado no repouso deve ser inferior a 110 bpm, ou melhor, inferior à freqüência cardíaca de descanso + 30 bpm.

• Monitoramento da temperatura central: o A temperatura central pode ser monitorada:

De maneira contínua pela temperatura retal nas mesmas circunstancias que a freqüência cardíaca Ou de maneira descontínua pela temperatura debaixo da língua antes, durante e após (recuperação)

o trabalho: - Se o ambiente onde acontece esta medição tem uma temperatura superior a 18°C. Portanto esta

técnica não é utilizável em condições frias - Após 5 minutos com a boca fechada, para uniformizar a temperatura debaixo da língua - Ao menos 15 minutos após ter bebido

o Critérios limites: Os valores máximos em ambientes quentes são:

- Para a temperatura retal: 38 °C - Para a temperatura oral: 38,5 °C. Pode-se tolerar uma temperatura bucal mais elevada porque ela

traduz melhor a temperatura do sangue e, portanto dos centros de termoregulação. O valor mínimo em ambiente frio é 36°C para a temperatura retal.

• Monitoramento da perda de peso: o O monitoramento da perda hídrica deve ser realizado com uma balança capaz de

medir 120 kg com uma precisão de ± 50 g o A medição deve ser realizada no inicio e no fim do dia, o trabalhador estando

rigorosamente vestido da mesma maneira cada vez e de preferência sem roupas, o É indispensável pesar exatamente o que o trabalhador bebe e come, igualmente o

que ele rejeita durante este período (banheiro Químico transportável) o Critérios limites:

A perda hídrica não deverá ultrapassar 5% do peso corporal, para que a perda de peso real, em função do que bebem em geral 95% dos trabalhadores nessas condições, não ultrapasse 3% do peso corporal.

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Ficha 18: Recomendações para as medições

1. Medição da temperatura do ar: ta (°C) • Medições qualitativas a longo prazo:

o O termógrafo ou datalogger, colocado no posto de trabalho durante 1 a 2 semanas, permite estudar variações da temperatura durante o tempo e determinar um período representativo durante o qual medições quantitativas corretas podem ser realizadas.

• Medições quantitativas: o Medições pontuais podem ser realizadas durante este período representativo,

com um termômetro de mercúrio, com um aparelho eletrônico ou um psicrômetro, calibrado.

o O aparelho de medição é colocado no posto de trabalho a 1,5 m de altura mantendo os trabalhadores afastados e protegendo o sensor contra a radiação (sol, forno...). Com um painel, a mão ou uma folha de papel.

o A duração de estabilização do aparelho depende de suas características: 3 a 5 min. para um psicrômetro 8 a 10 min. para um termômetro com mercúrio Alguns segundos a 10 min. para um aparelho eletrônico

o A precisão desejada é de 0,2 °C entre 10 e 30 °C, e de 0,5 °C fora.

2. Medição da umidade do ar • Medições qualitativas a longo prazo:

O termógrafo ou datalogger colocado no posto de trabalho durante 1 a 2 semanas permite estudar as variações da umidade relativa no tempo e determinar um período representativo durante o qual medições quantitativas corretas podem ser realizadas.

• Medições quantitativas: Medições pontuais podem ser realizadas durante este período representativo, com: o Um higrômetro medindo a umidade relativa HR %

O aparelho de medição é colocado no posto de trabalho a 1,5 m de altura mantendo os trabalhadores afastados do aparelho e protegendo o sensor contra a radiação (sol, forno...) Com um painel, a mão ou uma folha de papel

A duração de estabilização do aparelho depende do tempo de resposta do aparelho A precisão desejada é de 5%

o Um psicrômetro medindo a temperatura úmida th (°C) com A temperatura úmida pode ser convertida em umidade relativa (considerando a temperatura do ar)

com o diagrama psicrométrico apresentado na ficha 10. Ou através de um programa informatizado disponível no endereço INTERNET:

Analysis_PMV_PPD_WBGT_PHS.xls

3. Medição da radiação térmica • O aparelho mais comum é o termômetro com globo preto que mede a temperatura do globo

preto (tg °C). O globo deve ter um diâmetro de 15 cm, e ser pintado com tinta preta fosca. Se o diâmetro é diferente de 15 cm, uma correção deve ser feita (em função da temperatura do ar e da velocidade). Esta medição pode ser calculada através de programa disponível no endereço INTERNET: Analysis_PMV_PPD_WBGT_PHS.xls o O aparelho é colocado no posto de trabalho a 1,5 m de altura, sempre mantendo os

trabalhadores afastados do aparelho

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o A duração de estabilização do aparelho varia de 15 a 30 minutos em função da radiação a ser medida e do próprio aparelho. A radiação deve ser constante durante este intervalo de tempo. Se ela varia, a medição não faz sentido e aparelhos mais especializados devem ser utilizados.

• Temperaturas planas de radiação: As medições das temperaturas planas de radiação requerem técnicas e aparelhos caros e sofisticados que só podem ser utilizados no nível 4, Perícia. Não vamos falar disto aqui.

• Temperatura média de radiação (tr °C): Esta temperatura é a temperatura da esfera de grande diâmetro preta, fosca, centrada no indivíduo, e que trocaria com ele a mesma quantidade de calor por radiação que o ambiente de trabalho. Esta temperatura pode ser estimada a partir dos parâmetros tg, ta e va.

4. Medição da velocidade do ar: va (m/s) • A gama útil de velocidade do ar se estende de 0 a 2 m/s, até 5 m/s • Os anemômetros com hélices não permitem medir as velocidades inferiores a 0,5 m/s

e não podem, portanto ser utilizados. • O anemômetro com fio quente pode ser utilizado da maneira seguinte:

o Colocar o aparelho no local durante 10 minutos para colocá-lo em temperatura o Colocar a sonda no posto de trabalho em diferentes lugares sucessivamente,

orientando-a no sentido da corrente de ar (procurar esta direção fazendo girar a sonda e buscando a velocidade mais elevada)

o Ler as velocidades mínimas e máximas mais freqüentes durante 5 segundos e calcular a média aritmética (cuidado, a escala de leitura em geral não é linear)

o Para condições de conforto específicas, repetir a medição ao nível do tronco, da cabeça e das pernas.

5. Medição da temperatura úmida natural: thn (°C) Esta temperatura intervém no cálculo do índice IBUTG (ver ficha 21). • Não é recomendado medir diretamente thn porque se trata:

o De uma medição global não definida fisicamente o Utilizando um aparelho pouco padronizado o Que camufla os dados climáticos primários

• É recomendados medir separadamente a temperatura e a umidade do ar, a temperatura do globo preto e a velocidade do ar, e em seguida avaliar thn e o índice IBUTG utilizando o programa informatizado disponível no endereço da INTERNET: Analysis_PMV_PPD_WBGT_PHS.xls

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Ficha 19: Ordens de grandeza da radiação

1. Radiação solar • As diferenças (tg - ta) dependem da temperatura, da velocidade, do tempo e da posição do sol. Os valores

seguintes só são dados a titulo indicativo: o Radiação solar direta no exterior: tg - ta = 15 a 25 °C o Dentro de um escritório:

Janelas Radiação solar Cortina Distancia da janela

tg - ta °C

Fechadas Fechadas Abertas ou fechadas Fechadas Abertas

Nula Indireta (sombra)

Direta (sol) Indireta (sombra)

Direta (sol) Direta (sol)

- Sim Sim Não

Não Não

- 2 m 1 m 2 m

1 m 1 m

0 1 3 2

14 20

2. Radiação das máquinas • As diferenças (tg - ta) dependem da situação de trabalho e só são dadas a titulo indicativo

Condição Tg- ta °C

R desprezível Nenhuma fonte de calor devido à fabricação 5

R fraca Equipamentos (conjunto, máquinas...) Com produção de calor na zona de trabalho 5 a 20

R média Próximo das superfícies quentes como focos de aquecimento ou fornos de imersão na indústria do vidro 10 a 15

R elevada Próximo (2 a 5 m) das superfícies muito quentes (temperatura 200 a 500 °C) 15 a 18

R muito elevada Muito próximo (< 2 m) das superfícies muito quentes, como placas de aços, fundição 18 a 20

• Avaliação baseada na sensação térmica em função da duração durante a qual a radiação térmica pode

ser tolerada pelas mãos sem sensação de queimadura.

Duração (segundos) Tg(°C)

240 50 20

55 70 90

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Ficha 20: Índices de conforto térmico Os indices PMV e PPD estão descritos na norma ISO 7730 «Ambientes térmicos moderados – Determinação dos índices PMV e PPD e especificações das condições de conforto térmico».

• O índice PMV (Predicted Mean Vote) prevê o valor médio dos votos de um grande grupo de pessoas na escala de sensação térmica a 7 pontos seguintes:

+ 3 muito quente + 2 quente + 1 levemente quente 0 nem quente, nem frio (neutro) -1 levemente frio -2 frio -3 muito frio

Ele se baseia na equação do balanço térmico e é determinado em função do metabolismo, do isolamento das vestimentas e dos quatro parâmetros climáticos (ta, tg, th, va).

• O índice PPD (Predicted Percentage of Dissatisfied) prevê quantitativamente o percentual de pessoas insatisfeitas, em função de um ambiente térmico muito quente ou muito frio e que votariam -3, -2, +2, +3. A figura abaixo mostra a correspondência entre os índices PMV e PPD

Nota-se que:

o Na situação ideal (PMV = 0, nem quente, nem frio), a taxa de insatisfação é de 5% entre as pessoas submetidas às mesmas condições térmicas, metabólicas e de vestuário.

o A taxa de insatisfação aumenta da mesma maneira se o PMV se afasta de 0 em direção ao frio ou ao quente.

Valores ideais:

Para obter uma situação de conforto térmico, é recomendado que: o O PPD seja inferior a 10%

O que corresponde a um PMV incluído entre -0,5 e +0,5

É igualmente recomendado que: o A velocidade do ar permaneça abaixo de 0,5 m/s o A umidade relativa se situe entre 30 e 70%

PMV

PPD

(%)

-3 -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 30

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

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Para evitar problemas biológicos (fungos, mofo…), é quase sempre recomendado não ultrapassar 50%

o A diferença de temperatura entre 1,1 m e 0,1 m do solo seja inferior a 3 °C o A temperatura de superfície do solo se situe entre 19 e 26 °C.

O programa disponível na INTERNET: Analysis_PMV_PPD_WBGT_PHS.xls permite calcular esses índices. Exemplo: trabalho de secretária (170 W) durante o verão: o Ta = 30 °C, tg = ta (sem radiação), va = 0,2 m/s, HR = 50% o Roupas: de mangas curtas sem gravata: 0,6 Clo

→ PMV = 1,8 (quente) PPD = 66% A situação será julgada muito desconfortável. Para que o conforto seja assegurado (PPD = 10%), é preciso que a temperatura do ar venha a ser em torno de 24 °C (ou reduzir a carga de trabalho e/ou o vestuário).

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Ficha 21: Índice IBUTG O índice IBUTG é descrito pela norma ISO 7243 «Ambientes quentes - Determinação do índice para problemas térmicos IBUTG – Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (WBGT- Wet Bulb Globe Temperature)».

• Ele é proposto como primeira abordagem das condições de trabalho no calor. Em caso de ultrapassagem dos valores de referência, uma análise mais detalhada deve ser feita com base do índice Predicted Heat Strain (ficha 22).

• Ele é aplicável na avaliação de efeito médio do calor sobre o homem durante um período representativo de sua atividade o Mas não para a avaliação de problemas de calor durante períodos muito curtos o Nem para a avaliação de problemas de calor em condições próximas da zona de conforto.

O índice IBUTG é definido desta maneira: IBUTG = 0,7 thn + 0,3 tg (sem radiação solar) = 0,7 thn + 0,2 tg + 0,1 ta (com radiação solar) onde :

o thn é a temperatura úmida natural o tg é a temperatura do globo preto (15 cm de diâmetro) o ta é a temperatura do ar.

O índice IBUTG NÃO deve ser confundido com uma temperatura. O quadro seguinte mostra algumas ordens de grandeza em situações no escritório e indústrias e ilustra as diferenças

Situação ta (°C) tg (°C) HR (%) va (m/s) IBUTG

Escritório no inverno 22 22 40 0,15 16,8

Escritório no verão 30 30 30 0,15 22,2

Oficina fechada 35 35 30 0,15 26,3

Oficina ensolarada 35 51 36 0,10 35,0 É aconselhável NÃO medir diretamente a temperatura úmida natural (ver ficha 18), mas medir separadamente ta, HR ou th , tg e va.

A legislação estipula valores máximos de IBUTG em função da carga de trabalho (ver ficha 14 e Anexo nº 3 da NR-15).

O índice IBUTG (WBGT) pode ser calculado através do programa informatizado disponível na INTERNET: Analysis_PMV_PPD_WBGT_PHS.xls

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Ficha 22: Indice Predicted Heat Strain (PHS) O índice PHS é descrito pela norma ISO 7933 "Ambientes térmicos quentes – Determinação analítica e interpretação do estresse térmico baseado no cálculo do Predicted Heat Strain", que é um modelo matemático do comportamento fisiológico ao calor para um homem médio.

• Este método permite uma abordagem mais precisa que a do método baseado no índice IBUTG (WBGT). • A partir dos 6 fatores de entradas (ta, HR, tg, va, M, Icl), ele prevê a evolução no tempo :

o Da sudação o Da temperatura central do corpo.

• Os valores previstos para um determinado momento consideram: o Não só condições climáticas e de trabalho existente neste momento o Mas toda a historia anterior de exposição da pessoa.

• Um programa informatizado permite determinar a duração máxima de trabalho admissível (DLE = duração limite de exposição) para que: o 95% dos indivíduos não corram nenhum perigo de desidratação importante o O indivíduo médio padrão não alcance um valor de temperatura central de 38 °C.

• Este programa está disponível na INTERNET: Analysis_PMV_PPD_WBGT_PHS.xls

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