A estrelinha de Natal

11
Emília Soares Pereira A estrelinha de Natal Histórias com valor Dedico esta minha primeira história com valor para crianças Ao meu filho, que muito amo, o meu maior e melhor crítico e para as minhas crianças que são o meu mundo mágico e puro. Emília Soares Pereira Dezembro 2011

description

conto de sensibilização para os valores.

Transcript of A estrelinha de Natal

Emília Soares Pereira  

 

A estrelinha de Natal

Histórias com valor

Dedico esta minha primeira história com valor para crianças

Ao meu filho, que muito amo, o meu maior e melhor crítico e para as minhas crianças que são o meu mundo mágico e puro.

Emília Soares Pereira

Dezembro 2011

Era Uma vez,

uma linda e pacata aldeia onde vivia uma família muito amiga e feliz. O pai José, era agricultor trabalhava a terra para o sustento da casa. A mãe Maria levantava-se de madrugada para amassar o pão que toda a aldeia comia.

A avó Ana tinha a seu cargo a lida da casa e tomar conta dos seus dois netos Bruno e Rita. Os dois irmãos gostavam de brincar no quintal debaixo de

frondosas

árvores. Passavam tardes inteiras a brincar com as formigas. Colocavam migalhinhas de pão junto aos formigueiros e observavam maravilhados como laboriosos e persistentes são estes pequenos seres.

O Bruno fazia barquinhos de cortiça e colocava lá dentro as formigas para estas fazerem uma viagem no lago do quintal. E assim o peixinho vermelho que no lago vivia, ficava feliz por ter companhia.

Enquanto isso a Rita fazia papinha com água, terra e ervinhas para os seus bonecos de paus.

À noite a família reunia-se à volta da fogueira para se aquecer e os irmãos ouvirem as histórias que a avó contava aos netos. Bruno escutava atentamente aquelas

histórias e no final inundava a avó de perguntas.

A Rita deitava a sua cabeça no colo da avó e esta acariciava-lhe os seus cachos dourados e macios. E assim a menina adormecia, a mãe sorria e pegava-a ao colo e levava-a para a cama.

Numa dessas noites a avó contou uma história diferente e que deixou o Bruno muito sensibilizado

- Há muitos anos o Natal, meus queridos, era muito diferente. O dinheiro era pouco e não se dava importância aos presentes. Naquela altura em casa dos meus paizinhos, vossos bisavôs, o tempo de advento era passado a preparar a vinda do Menino Jesus.

- Do Menino Jesus? E o Pai Natal? -perguntou Bruno.

-Oh! Filho o Pai Natal não existia nessa altura. Era o Menino Jesus que vinha e deixava um presente no nosso sapatinho.

No tempo de Advento o meu pai ia ao pinhal e trazia um pinheiro que a minha mãe colocava junto à lareira. Enfeitávamos o pinheiro, fazíamos o presépio com musgo e palhinhas. No gruta só ficavam Maria, José, o burro e a vaca,

- E o Menino Jesus?

- O Menino só chegava à meia-noite do dia 24 de Dezembro.

Ao jantar reunia-se toda a família comia-se

bacalhau com couves e

peru assado. A minha mãe amassava os sonhos e as filhos que depois de levedarem, fritava em azeite bem quente e passava por canela e açúcar.

Mais tarde íamos à missa do galo à capela da aldeia. Quando chegávamos a casa a minha mãe dizia para deixarmos um sapatinho junto ao presépio porque o Menino depois deixava lá uma lembrança. Depois o meu pai dizia:

- Meninos, está na hora de ir para a cama porque o Menino não chega enquanto há barulho.

E Assim naquela noite íamos muito felizes para a cama, e de manhã mal o galo cantava íamos a correr até ao presépio e ficávamos muito felizes porque recebíamos um pacote de rebuçados e um boneco de chocolate. Levávamos dias sem comer o boneco para depois brincar com ele.

- Oh! Avó era tão triste…não tinhas presentes bonitos.

-Mas para nós ,eram os mais belos de sempre pois haviam meninos que nem isso recebiam porque os pais não podiam.

-Bom, já é tarde, vamos todos dormir.

-Boa noite meus queridos.

- Até amanhã avó.

Bruno estava tão emocionado com o Natal da avó que não conseguia adormecer.

Quando adormeceu teve um sonho em que aparecia uma luz forte e brilhante no seu quarto que fazia doer os olhos . Quando conseguiu ver estava diante dele uma estrelinha.

-Olá Bruno, não fiques com medo, eu sou a estrela de Natal e venho pedir-te um favor - disse a estrelinha.

- Uma estrela que fala – balbuciou o Bruno.

- Sabes no mundo dos sonhos as estrelas falam. Eu vim pedir para que sejas solidário com o próximo e para que distribuas, todos os brinquedos, livros e roupas que já não te façam falta, no abrigo das crianças órfãs.

-Mas o que é ser solidário? - Questionou o Bruno.

-Ora Bruno ser solidário é prestar auxílio a alguém.

- Mas porquê eu !!! - perguntou o Bruno.

- Porque o Menino Jesus disse para eu vir ter contigo… - Respondeu a estrelinha

- Mas eu posso falar com os meus pais. -disse o Bruno.

- Está bem, se conseguires estarás a ser solidário com o próximo. Verás como será bom também para ti e para a Rita.

-Vá agora vai dormir e sonha com os anjos. – despediu-se da estrelinha.

Nesse preciso momento Bruno acordou e olhou à sua volta e nada viu, ficou quietinho na cama a pensar no sonho.

Quando o galo da quinta cantou logo de manhãzinha já o Bruno estava a pé. Foi até à cozinha encontrou o seu

gato Kit com os bigodes cheios de leite que se roçou nas suas pernas pedindo um miminho. Bruno agachou-se

e acariciou o pêlo macio e disse:

- Kit vou fazer alguém feliz este Natal,

- Miau, miau - respondeu o gato Kit.

Abriu a porta e o seu fiel amigo, o cão Niky que era o melhor guarda da quinta, veio ter com ele abanando a sua cauda.

- Anda Niky, vamos ter com o meu pai às terras. Tenho um pedido especial para lhe fazer. - Disse Bruno.

Encontrou o pai enquanto este sachava a terra para tirar as ervas daninhas.

- Bom dia pai.

- Bom dia filho, madrugaste!

O que se passa?- Perguntou o pai

- Ontem apareceu uma estrela no meu quarto e pediu para que neste Natal eu fosse solidário .Eu quero ajudar.- Respondeu o Bruno.

- Filho, esse gesto é muito bonito da tua parte. Mas como pensas fazer?

-Eu e a Rita temos brinquedos, livros e roupas que já não precisamos. Que achas se os entregássemos no abrigo dos meninos órfãos? - Explicou o Bruno.

O pai ficou em silêncio olhando Bruno e disse:

-Claro filho, e nós e a Rita podemos lá ir entregar pessoalmente – Propôs o pai.

- Que bom pai , isso é fantástico pois assim também estás a ser solidário.

-Vá, vai falar com a mãe e preparar tudo para logo à tarde irmos entregar as nossas dádivas. Já agora pede à mãe para arranjar uns bolinhos e rebuçados para as crianças.

Bruno correu até casa contou tudo à mãe. A Rita ajudou a avó a fazer os bolinhos,

Quando tudo estava pronto carregaram o carro e partiram todos rumo ao abrigo.

Quando lá chegaram a diretora recebeu-os muito bem. O pai explicou à diretora porque estavam ali. Ela disse que estava muito agradecida porque aquelas crianças viviam da solidariedade de todos. Fez questão de mostrar a casa e apresentar as crianças. Houve uma que chegou perto do Bruno e segredou-lhe: -Obrigado amigo por seres tão bom e tornaste o nosso Natal muito Feliz. Mas qual foi o espanto do Bruno ao ouvir que aquela voz era da estrelinha que tinha aparecido no seu sonho. Bruno regressou a casa muito feliz. Na noite de Natal à meia -noite Bruno e Rita foram ao presépio para ver os seus presentes.

Junto dele, Bruno pôs os olhos no Menino que estava nas palhinhas e viu que os olhos pareciam verdadeiros e da sua boca saia um grande sorriso e ouviu uma

vozinha doce dizendo:

- Bruno, tu és um bom menino, eu sabia que podia contar contigo.

A mãe estranhou e chamou-o para abrir os seus presentes. Rasgou o papel e qual foi o seu espanto ao ver a estrelinha do seu sonho. No verso da estrela estava escrito “Eu sou a tua Luz “. Ele ficou tão emocionado que nem quis saber dos restantes presentes, pois aquele tinha sido o seu melhor presente de Natal.

Fim

Eu sou a 

tua LUZ