A Excelência Da Nova Aliança Em Cristo - Comentário Exaustivo Da Carta Aos Hebreus - Orton. H....

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O rton H. W iley ---------------------------------------------------------------------------------■— fh C omentário E xaustivo da C arta aos H ebreus

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Transcript of A Excelência Da Nova Aliança Em Cristo - Comentário Exaustivo Da Carta Aos Hebreus - Orton. H....

  • O rton H . W iley--------------------------------------------------------------------------------- f h

    C o m e n t r i o E x a u s t i v o d a C a r t a a o s H e b r e u s

  • O rton H . W iley

    A EXCELNCIA DANOVA ALIANA

    em CristoCENTRALGOSPEL

    ' :

    C o m e n t r io E x a u s t iv o d a C a r t a a o s H e b r e u s

  • Copyright 1959 Beacon Hill Press Copyright 2009 por Editora Central Gospel

    GERNCIA EDITORIAL E DE PRODUOJefFerson Magno Costa

    TRADUOPetrneo Leone

    PESQUISA E COPIDESQUEPatrcia Nunan Patrcia Calhau

    1 REVISOJoseane Cabral

    REVISO FINALPatrcia Nunan Patrcia Calhau

    CAPA E PROJETO GRFICOMarcos Henrique Barboza

    DIAGRAMAOLuiz Felipe Rolim Marcos Henrique Barboza

    IMPRESSO E ACABAMENTOEdiouro

    Dados internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    A excelncia da nova aliana em Cristo Comentrio exaustivo da Carta aos Hebreus / Orton W iley

    Titulo original: The Epistle to The Hebrews

    568 pginasISBN: 978.85.7689.114-71. Bblia - Comentrio I. Ttulo II.

    As citaes bblicas utilizadas neste livro foram extradas das Verses Almeida Revista e Corrigida (a r c ) e Almeida Revista e Atualizada (a r a ), salvo indicao especfica, e visam incentivar a leitura das Sagradas Escrituras. Eventualmente, para fins de explicaes exegticas, tambm foram citados termos e expresses traduzidos de verses inglesas, como a King James (kj), a American Standart Version e a Authorized Version. As duas ltimas verses no esto disponveis em lngua portuguesa.

    I

    proibida a reproduo total ou parcial do texto deste livro por quaisquer meios (mecnicos, eletrnicos, xerogrficos, fotogrficos etc), a no ser em citaes breves, com indicao da fonte bibliogrfica.

    Este livro est de acordo com as mudanas propostas pelo novo Acordo Ortogrfico, que entra em vigor a partir de janeiro de 2009.

    1a edio: maro/2008 3a reimpresso: abril/2013

    Editora Central Gospet Ltda

    Estrada do Guerengu, 1851 - TaquaraCep: 22713-001Rio de Janeiro - RJTEL: (21)2187-7000www.editoracentralgospel.com.br

  • Su m r io 'D e d ic a t r ia ............... ............................................................................................................1 9

    A presen ta o ...........................................................................................................................2 1

    A d v er t n c ia d o a u t o r .................................... .................................................................2 3

    P r e f c io .....................................................................................................................................2 5

    I n t r o d u o ............................................................................... ............................................2 9

    Observaes gerais..................................................................................... 311. A importncia da Epstola, aos Hebreus...........................................312. A Epstola fo i dirigida a cristos judeus................................ ........ 343. A autoria da Epstola....................................................................... 354. O idioma original em que a Epstola jv i escrita.............................. 365. A data da composio.......................................................................376. A finalidade da Epstola.................................................................. 38

    Princpios de interpretao......................................................................... 39A natureza exortativa da Epstola...............................................................40

    C a ptu lo 1 - A m a jesta d e d o F il h o d e D e u s .................................................... 4 3

    O prembulo: Havendo Deus, outrora, falado......................................... 431. A introduo eufnica.................................................................... 452. A revelao divina: Deus fa lou ....................................................... 473. O carter dos mediadores: pelos profetas [...] pelo F ilho.................494. A natureza das alianas...................................................................515. Dois perodos histricos de revelao............................................... 526. Dois nveis de experincia crist...................................................... 537. Dois estgios de progresso espiritual................................................ 5 4

  • O Filho de Deus na Sua glria primeira.......................................................561. O significado da palavra F ilho ..........................................................572. Cristo como Herdeiro de todas as coisas.............................................593. O Filho como Criador: Pelo qual tambm fez o universo.............61A Porta Formosa do templo............................................................ 621. O Filho o resplendor ou efulgncia da glria do P ai................ 642. O Filho a expresso exata do Pai na Sua pessoa ou essncia........ 653. O Filho sustenta todas as coisas pela Palavra do Seu poder.............684. O Filho fez a purificao dos pecados..............................................695. Cristo assentou-se direita da Majestade, nas alturas.................. 70

    A majestade do Filho de Deus como Mediador......................................... 72O argumento stuplo do Antigo Testamento..............................................76

    1. O Filho de Deus e a Sua herana.................................................. 782 .0 Filho de Deus e a aliana de D avi............................................. 823. O Filho de Deus e o Seu segundo advento.................................... 834 .0 Filho de Deus e a majestade do Seu Reino................................... 865 .0 Filho de Deus e aperpetuidade do Seu Reino...............................886.0 Filho de Deus e a imutabilidade do Seu Reino.............................917.0 Filho de Deus e a consumao triunfal.........................................93

    Notas........................................................... ............................................... 97

    Captulo 2 - A humanidade e a humilhao de Cristo.....................99Primeira advertncia: contra a negligncia..............................................100

    1.0 significado do termo negligncia..................................................1012. A palavra falada por anjos...............................................................102

    A grande salvao......................................................................................... 104O anncio da grande salvao..................................................................... 106A confirmao do evangelho.................................................. ..................... 107A atestao divina da Verdade ................................................................... 108A emergncia de uma nova humanidade em Cristo.................................112

    1.0 uso da palavra em ergncia ou aparecim ento ........................... 1122. A supremacia de Cristo............................................................... ...113

    O homem no seu estado original, como Deus o fez.................................116

  • 1. Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos................................. 1162. De glria e de honra o coroaste e o constituiste sobreas obras de tuas mos...........................................................................1183 Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus ps. Ora, desde que lhesujeitou todas as coisas, nada deixou fora do seu domnio................... 118

    O homem aps a Queda.............................................................................120Jesus como Representante do novo homem,ou do homem redimido.............................................................................. 121O paralelo entre o homem e Cristo......................... x ..............................122

    1. Jesus, um pouco menor do que os anjos........................................... 1232. Jesus, coroado de glria e de honra..................................................124

    Vislumbres da expiao.............................................................................. 1251.Por causa do sofrimento da morte....................................................1262. Para que, pela ffraa de Deus, provasse a morte por todos.......... 127

    O Capito da nossa salvao...................................................................... 128A natureza da santificao...........................................................................129

    1. Aquele que santifica e os santificados vm de Um s ...................... 1302. O significado da palavra santificao ........................................... 131

    Cristo no se envergonha de chamar-nos irmos......................................132A ideia de fraternidade no Antigo Testamento.........................................133

    1. Anunciarei o teu nome a meus irmos............................................1342. Cantar-te-ei louvores no meio da congregao................................ 1343. E outra vez: Porei nele a minha confiana..................................... 1344. Eis-me aqui a mim e aos filhos que Deus me deu ...........................135

    Um misericordioso e fiel Sumo Sacerdote........................... .................... 136A encarnao de Jesus e a libertao do temor da morte......................... 137

    1. A necessidade da encarnao.......................................................... 1372. O propsito da encarnao ............................................................ 138

    A encarnao de Jesus e a libertao de nossos inimigos...............................140A encarnao de Jesus e o fortalecimento contra asfraquezas e enfermidades............................................................................... 141A encarnao de Jesus e a nova ordem de sacerdcio...................................143

    I. A descendncia de Abrao.............................................................. 143

  • 2. Cristo como Sumo Sacerdote..............................................................1453. Cristo como nossa Propiciao ......................................................... 1454. Cristo e a tentao............................................................................148

    Notas..............................................................................................................151

    C PTULO 3 - 0 APOSTOLADO E O SUMO SACERDCIO DE CRISTO............... 1 5 5

    O templo espiritual...................................................................................... 1561. Santos irmos.................................................................................... 1572. Que participais da vocao celestial............................................... 1573. Considerai atentamente o Apstolo e Sumo Sacerdoteda nossa confisso................................................................................... 1584. Cristo, nosso Apstolo........................................................................ 1595. Cristo, nosso Sumo Sacerdote............................................................160

    A casa de Deus.............................................................................................. 161Cristo superior a Moiss............................................................................ 162A casa somos ns................................. .........................................................164Primeira advertncia; no negligenciar a grande salvao........................ 166Segunda advertncia: no endurecer o corao.......................................... 169A voz na casa ................................... ............................................................169

    1. Se ouvirdes hoje a Sua voz ............................................................... 1702. No endureais o vosso corao.........................................................171

    A situao no deserto....................................................................................172A provao no deserto..................................................................................174Deus se indignou contra aquela gerao incrdula................................... 175

    1. Assim, jurei na minha ira: No entraro no meu descanso............ 176Uma exortao e uma advertncia...............................................................177

    1. Perverso corao de incredulidade....................................................1782. Exortai-vos mutuamente cada dia...................... .............................1803. A fim de que nenhum de vs seja endurecido....................................181

    Participantes de Cristo................................................................................. 182O paralelo e as exortaes finais.................................................................. 185Notas............................................................................................................. 187

  • Captulo 4 - 0 repouso da f ..................................................................189O alvo da obra apostlica de Cristo.............. :......................................... 190Terceira advertncia: contra a incredulidade.............................................191

    1. Temamos, portanto, que, sendo-nos deixada a promessade entrar no descanso de D eus............................................................. 1922. Suceda parecer que algum de vs tenha fa lh ad o ............................. 1933. Porque tambm a ns foram anunciadas as boas-novas,como se deu com eles..............................................................................1944. Mas a palavra que ouviram no lhes aproveitou............................ 1955. Ns, porm, que cremos, entramos no descanso............................... 196

    Os quatro descansos.................................................................................... 1971 .0 descanso da criao....................................................................... 1982 .0 descanso do Sbado....................................................................... 1993 .0 descanso de Cana........................................................................ 1994 .0 descanso divino..............................................................................201

    A natureza do descanso divino................................................................... 202A indicao de outro dia............................................................................. 204Um repouso para o povo de Deus a terra............................................ 205A obra redentora de Cristo.........................................................................207O descanso redentor em Cristo.................................................................. 208O cessar das obras o trono na terra......................................................210Uma exortao diligncia.........................................................................213A viva e eficaz Palavra de Deus.................................................................. 215

    1. Porque a palavra de Deus viva, e eficaz.......................................2162. E mais cortante do que qtialquer espada de dois gumes..................2163. Epenetra at ao ponto de dividir alma e esprito,juntas e medulas................................................................. ;...............2164. Alma e esprito.................................................................................2175. E apta para discernir os pensamentos epropsitos do corao............................................................................ 2186. E no h criatura que no seja manifesta na sua presena............ 219

    Trecho de transio..................................................................................... 221Temos um grande Sumo Sacerdote...........................................................222

  • A compaixo de Jesus.................................................................................. 224A tentao de Jesus.......................................................................................226O trono da graa.......................................................................................... 229

    1. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente....................................... 2302. A fim de recebermos misericrdia e acharmos graa........................232

    A exortao final........................................................................................... 233Notas................... ......................................................................................... 235

    Captulo 5 - 0 cargo e a obra do sacerdote.......................................237As qualificaes e a obra do sacerdote........................................................238

    1. Porque todo sumo sacerdote, tomado dentre os homens................... 2392. E constitudo a favor dos homens nas coisasconcernentes a Deus.............................................................................. 2393. Para oferecer tanto dons como sacrifcios pelos pecados................... 2404. E capaz de condoer-se dos ignorantes e dos que erram.................. 2405. E, por esta causa, deve ele, tanto pelo povocomo tambm por si mesmo.................................................................. 2436. Ningum, pois, toma esta honra para si mesmo,seno quando chamado por Deus.........................................................244

    Cristo e a nova ordem do sacerdcio.......................................................... 2451. Assim, tambm Cristo a si mesmo no se glorificoupara se tomar sumo sacerdote................................................................2452. Mas o glorificou aquele que lhe disse: Tu s meu Filho, 'eu hoje te gerei.......................................................................................2473. Como em outro lugar tambm diz: Tu s sacerdotepara sempre........................................................................................... 2484. O qual, nos dias da sua carne.......................................................... 2505. Tendo oferecido, com forte clamor e lgrimas,oraes e splicas....................................................................................2516. A quem o podia livrar da morte e tendo sidoouvido por causa da sua piedade.......................................................... 2547. Embora sendo Filho..........................................................................2578. Aprendeu a obedincia pelas coisas que sofreu.................................258

  • 9. E, tendo sido aperfeioado, tomou-se oAutor da salvao eterna.......................:..................................... .....259

    A salvao eterna........................................................................................ 2621. Tomou-se o Autor da salvao eterna.............................................2632. Para todos os que lhe obedecem...................................................... 263

    A quarta advertncia: contra a indiferena...............................................265A advertncia dirigida a cristos.............................................................266Por que era necessria esta advertncia?.................................................... 266Crianas ou mestres?................................................................................. 267Inexperientes na Palavra da justia.............................................................269Alimento slido para os perfeitos............................................................... 270

    Captulo 6 - Perfeio crist.................................................................273Os princpios da doutrina de Cristo..........................................................273A natureza da perfeio a ser alcanada.................................................... 275

    1. A perfeio crist como padro de experincianeotestamentdria.................................................................................2752. A perfeio e seus termos escritursticos............................................2773. O aspecto legal da perfeio crist.................................................. 2794. As caractersticas da perfeio crist................................................ 2814.1. A perfeio crist subsequente regenerao.............................2824.2. A perfeio crist no exclui posterior crescimento .....................2824.3. Perfeio crist e graus de maturidade.........................................2854.4. A perfeio crist no remove as imperfeies naturais................2854.5. A perfeio crist no suplanta a necessidade da expiao..........286

    A quinta advertncia: contra a indolncia e o perigo da apostasia.......... 2861. Aqueles que uma vez foram iluminados.......................................... 2882. Provaram o dom celestial................................................................ 2893. E, se tomaram participantes do Esprito Santo.......................... ...2904. Provaram a boa Palavra de Deus ................................................. 2915. E os poderes do mundo vindouro.................................................... 292

    O perigo da apostasia..................................................................................2921. A construo gramatical do texto...................................................293

  • 2. A advertncia contra a apostasia extrada doAntigo Testamento...............................................................................2953. Erros associados a esse texto.............................................................. 2964. Uma ilustrao com base na natureza........................................... 2975. Palavras de confiana e conforto......................................................2986. Clmax da admoestao contra a indolncia.................................. 299

    A Aliana com Abrao................................................................................. 300O juramento de confirmao......................................................................302

    1. O propsito do juramento............................................................... 303As duas coisas imutveis............................................................................. 304

    1. O Refgio da esperana....................................................... ............ 3052. A Ancora da alm a ........................................................................... 3063 O Precursor divino.......................................................................... 308

    C a ptu lo 7 - 0 fia d o r d e u m m el h o r t e s t a m e n t o ....................................... 3 1 3

    A ordem de Melquisedeque: um sacerdcio eterno................................. 3131.0 evento histrico..............................................................................314

    O salmo proftico........................................................................................ 316A grandeza de Melquisedeque.....................................................................318

    1. Abrao pagou dzimos a Melquisedeque......................................... 3192. Melquisedeque abenoou A brao.................................................... 319

    A superioridade da nova dispensao: um sacerdcio espiritual..............3211 .0 insucesso da ordem levtica............................................................ 3212. A expresso parenttica.....................................................................3223. A pergunta do autor da Epstola..................................................... 3224. Uma mudana de sacerdcio impe alterao na Lei.....................326

    O surgimento da nova ordem de sacerdcio............................................ 3271. Pois evidente que nosso Senhor procedeu de ju d ........................3272. E isto ainda muito mais evidente, quando, semelhana de Melquisedeque.......................................................... 328

    A anulao do mandamento...................................................................... 330A esperana superior............................................................................ ......333

    1. A esperana objetiva........................................................................333

  • 2. A esperana subjetiva.......................................................................334O Fiador de uma aliana superior: um sacerdcio perptuo...................334

    1. A natureza do juram ento................................................................ 3352. O Fiador de superior aliana...........................................................3373. A perpetuidade da aliana........................................................................ 340

    A salvao perfeita: um sacerdcio eficaz..............................................................341Perfeitamente salvos.............................................................................................. 342Outro uso da palavra totalmente............................................................................343O poder da intercesso.......................................... f.................................. 344As caractersticas da nova dispensao: um sacerdcio idneo..........................344

    1. Cristo fo i perfeito quanto ao Seu carter e Sua vocao..............3452. Cristo fo i perfeito como oferta sacrificial......................................... 3463. Cristo e a Sua obra intercessria perfeita........................................347

    Notas.......................................................................................................................349

    C a ptu lo 8 - 0 m in ist r io su p e r io r d a nova alian a ...............................................3 5 1

    A transio.............................................................................................................. 3511. Ora, o essencial das coisas que temos dito quepossumos tal sumo sacerdote................................................................. 3522. Que se assentou destra do trono..................................................... 3533. O trono da Majestade nos cus............ .............1............................ 354

    Um Ministro do santurio........................................................................... 3551. O sumo sacerdote e sua oferta...........................................................3562. O santurio celestial..................... ................................................... 3573. O original e a sombra............................................. ........................3574. Uma apologtica crist......................................................................358

    O Mediador de uma aliana melhor...........................................................3591. Cristo como o M ediador de superior aliana.................................... 3592. As superiores promessas...................................................................... 3613. O insucesso da primeira alian a ...................................................... 3624. O orculo do Antigo Testamento e a nova aliana.......................... 3635. Comparao entre antiga e nova alianas........................................364

    As provises da nova aliana....................................................................... 366 i

  • 1. A bno central da aliana............ .................................................3 672. A bno suprema da aliana.......................................................... 3683. A bno inicial da aliana............................................................. 3694. A concluso do captulo................................................................... 370

    Captulo 9 - 0 grande captulo da expiao....................................... 373A primeira aliana: as ordenanas e o santurio......................................... 374O santurio ou Santo Lugar.........................................................................375O Santssimo ou Santo dos Santos.............................................................. 379A arca da aliana.............................................................................................381O contedo da arca da aliana................... ..................................................382

    1. Dessas coisas, todavia, no falaremos, agora..................................... 383O sacerdcio levtico e a sua ineficcia........................................................ 384O acesso ao Santo dos Santos era velado na primeira aliana................... 385A parbola e a reforma.............. ................................................................... 386O ministrio mais excelente..........................................................................387

    1. Qual a essncia do sacerdcio de Cristo? ..........................................3872. Qual o santurio em que Cristo opera como Sacerdote? ...............3893. Que se entende pelos bens j realizados ou bensfuturos? ............ 391

    A oferta sacrificial de Cristo..........................................................................392O sangue da expiao....................................................................................392O sacerdcio e o sangue................................................................................ 393

    1. [Cristo] pelo seu prprio sangue entrou no Santo dos Santos........394A eficcia do sangue de Cristo como expiao..........................................395 .

    1. Muito mais o sangue de Cristo.......................................................... 3962. Que, pelo Esprito eterno, a si mesmo se ofereceusem mcula a Deus................................................................................ 3973. Para servirmos ao Deus vivo..............................................................398

    A purificao da conscincia........................................................................ 400O sangue da nova aliana............................................ ................................ 401O Mediador do Novo Testamento..............................................................401Aliana ou testamento.............................................................................. ,..403A primeira aliana foi ratificada com sangue.............................................405

  • 1. Pelo que nem a primeira aliana fo i sancionadasem sangue................................................. :.......................................4052. Porque, havendo Moiss proclamado todosos mandamentos..................................................................................4063. Igualmente tambm aspergiu com sangue o tabemculoe todos os utenslios............................................................................... 4064. Sem derramamento de sangue, no h remisso.............................406

    O sangue da purificao..............................................................................408A purificao dos cus.............................................. .f............................... 408A entrada de Cristo no cu por ns........................................................... 410A Oferta de uma vez por todas..................................................................411A morte e o juzo.........................................................................................412A segunda vinda de Cristo......................................................................... 413Notas........................................................................................................... 416

    Captulo 1 0 - A nova aliana e o vivo caminho..................................417A Lei como sombra............................................. .......................................418Os dois sacrifcios comparados..................................................................420A perfeita vontade de Deus........................................................................ 422A santificao como vontade de Deus....:................................................. 426A exaltao e a consumada expiao de Cristo.........................................427

    1. Os levitas eram sacerdotes dep" .................................................. 4272. Cristo como Sacerdote assentado......................................................4283. O triunfo total de Cristo.................................................................4284. Santificao e perfeio..............................................:.................. 429

    A reafirmao da nova aliana.................................................................... 435Diz o Esprito Santo................................................................................... 436Os dois tratamentos da nova aliana.........................................................437O Santo dos Santos.................................. ..................................................439A exortao...................................................................................................440O Santo dos Santos na experincia crist..................................................441O novo e vivo caminho..............................................................................442

    l.Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou.............................. 442

  • 2.Pelo vu, isto , pela sua carne.......................................................... 443Um grande Sacerdote sobre a casa de Deus............................................... 444A exortao para aproximarmo-nos...................... ..................................... 446

    1. As condies subjetivas...................................................................... 4462. Os estados objetivos preliminares..................................................... 447

    A vida santa...................................................................................................449Exortao firmeza......................................................................................450O cultivo da considerao............................................................................ 451Exortao ao culto coletivo..........................................................................451Exortao ao auxlio mtuo........................................................................ 452A sexta advertncia: contra o pecar voluntariamente................................453Estudo crtico das palavras do texto........................................................... 454A expectativa dos adversrios..........................................................:..........455Uma ilustrao da Lei Mosaica...................................................................456Os trs pecados dos apstatas...................................................................... 457

    1. Calcou aos ps o Filho de Deus................................... ....................4572. Profanou o sangue da aliana com o qual fo i santificado...............4573. Ultrajou o Esprito da graa............................................................ 458

    A certeza do castigo..................................................................................... 458Palavras de consolao.................................................................................459

    1. Um convite recordao.................................................................4602. Exortao perseverana da f ........................................................ 461

    Os versculos de transio........................................................................... 462Notas............................................................................................................ 463

    Captulo 11 - Os heris da f................................................................. 465A natureza da f............................................................................................ 466O texto como descrio da f......................................................................468O texto como definio da f......................................................................469A esfera da f................................................................................................ 473As testemunhas da f ................................................................................... 476A f de Abel................................................................................................. 477A f de Enoque.......... .................................................................................. 479

  • A f de No...................................................................................................480A f de Abrao................................................L.......................................... 482

    1. O chamado de Abrao representa a obedincia da f ....................4822. A permanncia de Abrao em Cana representaa pacincia da f ................................................................................. 4833. Abrao e o herdeiro prometido.........................................................4844. Abrao e a entrega de Isaque em sacrifcio...................................... 485

    A f de Isaque, Jac e Jos........................................................................... 4861. Pela f, igualmente Isaque abenoou a JacPe a Esa..................... 4872. Pela f, Jac.......................................................................................4883. Pela f , Jos.......................................................................................488

    A f de Moiss.............................................................................................. 4891. Pela f, Moiss, j nascido............................................................... 4892. Pela f, Moiss, sendo j grande.......................................................4903. Pela f, deixou o Egito...................................................................... 4914. Pela f , celebrou a Pscoa e a asperso do sangue.............................4915. Pela f, passaram o mar Vermelho.................................................. 492

    A f da conquista..........................................................................................493A f de Raabe............................................................................................... 494O poder da f ............................................................................................... 494A f da realizao........................................................................ ..................495A f da pacincia...........................................................................................496A recompensa da f.....................................................................................498

    1. Por haver Deus provido coisa superior a nosso respeito................. 4992. Para que eles, sem ns, no fossem aperfeioados.... :..................... 500

    Notas.............................................................................................................502

    Captulo 12 - A nuvem de testemunhas................................................. 503A nuvem de testemunhas...........................................................................504A corrida crist........................................................................................... 505Olhando para Jesus.......................................................................................508

    1 .Considerai aqu ele .........................................................................510A santidade em relao experincia pessoal.......................................... 511 ;

  • A natureza da disciplina crist.....................................................................5121. Filho meu, no desprezes a correo do Senhor...................... 5132. E no desmaies quando, por ele, fores repreendido.................513

    A necessidade da correo........................................................................... 514A ndole da disciplina crist........................................................................ 515

    1. E, na verdade, toda correo, ao presente,no parece ser de gozo............................................................................5162. Portanto, tomai a levantar as mos cansadas eos joelhos desconjuntados......................................................................516

    A santidade em relao Igreja.................................................................. 517A santificao como princpio conservador da Igreja...............................518A necessidade de pureza na Igreja.............................................................. 519O perigo do lugar-comum.......................................................................... 520O contraste final entre as duas dispensaes............................................. 522A dispensao do Antigo Testamento....................................................... 523

    1. Porque no chegastes ao monte palpvel.........................................5232. Aceso em fogo.................................................................................... 5243. E escurido.................................................................................... 5244. E s trevas.........................................................................................5255. E tempestade..................................................................................5256. E ao sonido da trom beta................................................................. 5257. E voz das palavras......................................................................... 525

    A dispensao neotestamentria................................................................. 5261. Mas chegastes ao monte Sio, e cidade do Deus vivo, Jerusalm celestial............................................................................. 5272. E aos muitos milhares de anjos, universal assembliae igreja dos primognitos.......................................................................5283. A universal assemblia e igreja dos primognitos,que esto inscritos nos cus................................................................... 5294. E a Deus, o Ju iz de todos................................................................. 5305. E aos espritos dos justos aperfeioados............................................. 530

    A stima e ltima advertncia............................. ....................................... 531Palavras de admoestao............................................................................. 531

  • A advertncia contra a apostasia................................................................. 532O Dia do Juzo...............................................:...........................................532O Reino inabalvel e o fogo consumidor.................................................. 535

    Captulo 13 Fora do arraial.......................... .................................. 537Princpios ticos gerais.................................................................................538

    1. Amor fratern al................................................................................5382. Hospitalidade...................................................................................5383. Solidariedade na aflio............................ ......................................5384. Castidade........................................................................................ .5395. A cobia versus o contentamento..................................................... 5406. Considerai os vossos mestres.............................................................. 5417. Jesus Cristo imutvel...................................... ....... ......................... 5428. Doutrinas vrias e estranhas............. .............................................................5439. O corao conjirmado.................................................................................... 54410. Possumos um altar........................................................................545

    O propsito supremo do sacrifcio de Cristo............................................ 546A obra suprema da santificao.................................................................. 547Fora do arraial..............................................................................................551A cidade que tem fundamentos.................................................................552Deveres religiosos...................................................................................................... 553

    1. O sacrifcio de louvor..................................................................................... 5532. O sacrifcio de beneficncia............................................................................ 5553. O sacrifcio da obedincia............................................................................. 5564. O sacrifcio da orao....................................................................................557

    A bno...................................................................................................... 5591. Ora, o Deus da paz............................................................ :...........................5592. Que tomou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor............................5603. O grande Pastor das ovelhas..........................................................................5604. Pelo sangue da eterna aliana........................................................................5605. Vos aperfeioe em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade..... 5616. Operando em vs o que agradvel diante dele.............................................561 ^7. Por Jesus Cristo...............................................................................................562 -'V. i

  • 8. A quem seja a glria para todo o sempre......................................... 5629. Amm............................................................................................... 562

    Os ps-escritos............................................................................................. 5621. Rogo-vos, porm, irmos, que suporteisa palavra desta exortao...................................................................... 5632. Sabei que j est solto o irmo Timteo...........................................563

    Notas.............................................................................................................564Bibliografia.................................................................................................... 565

  • D e d ic a t r ia

    Dedico este livro, com sincera gratido, ao Dr. A. E. Sanner, que tornou possvel a minha primeira exposio desta Epstola, a partir da qual se desenvolveu o presente estudo.

  • A presen tao

    Pensando no crescimento espiritual, intelectual e acadmico dos leitores pesquisadores brasileiros, a Editora Central Gospel temo privilgio de apresentar aos leitores de lngua portuguesa este exaustivo comentrio da Epstola aos Hebreus, publicado originalmente pela Beacon Hill Press, em 1959, com o ttulo TheEpistle tolhe Hebrews.

    Os comentrios do autor so enriquecidos com esclarecimentos de respeitados comentaristas de Hebreus entre os quais Calvino, Wesley, Westcott, Ebrard, Stuart e Lange. Orton Wiley, fazendo uso da exegese e da hermenutica bblica, analisa o texto original em grego da Epstola, e comenta o significado de inmeros termos e elementos simblicos do Antigo Testamento, reinterpretados luz da nova aliana em Cristo, assinalando que a chave para a compreenso dessa carta neotestamentria se encontra no no simbolismo do antigo tabernculo, como antes se supusera, mas em uma nova ordem do sacerdcio em Cristo.

    Nesta obra inspirada, em que a Epstola aos Hebreus analisada versculo por versculo, a pessoa e o sacerdcio de Cristo so ressaltados e analisados como as colunas centrais da verdade crist. Jesus no

    r . v .

  • A pr esen ta o

    mostrado apenas como o Lder e Autor da salvao, o Messias e Mestre mais sbio e mais piedoso entre os homens. E retratado como o divino Filho de Deus, o Sumo Sacerdote sem pecado, eterno e de uma ordem superior que se ofereceu como a oferta perfeita pela expiao do pecado, o resgate e a salvao do homem, abrindo o caminho para a nova humanidade, da qual Ele foi o Primognito. Cristo est destra da Majestade, de onde intercede por ns em consonncia com o Esprito Santo que concedeu a todos os que o Pai lhe deu, podendo lev-los perfeio.

    A despeito da erudio e do formato acadmico, nesta atual edio deste comentrio, procuramos tornar o texto mais claro, direto e arejado; inserimos notas explicativas, a fim de auxiliar os leitores comuns; e inclumos uma bibliografia para permitir um vislumbre melhor das obras utilizadas pelo autor em sua pesquisa.

    E uma leitura indispensvel para pregadores, pastores, evangelistas, professores, seminaristas e estudiosos que desejam aprofundar-se nas Escrituras Sagradas e fundamentar sua f em Cristo, nosso Salvador, Lder e Sumo Sacerdote eterno!

    Os editores

    t

  • A d v er tn c ia d o a u t o r

    I l ste comentrio da Epstola aos Hebreus teve sua origem em uma nova iluminao espiritual quanto natureza do

    sacerdcio de Cristo, segundo a ordem de Melquisedeque, e quanto relao da nova aliana com a obra intercessria de Cristo, o Filho de Deus. Verifiquei que a chave para a compreenso desta Epstola se acha no no simbolismo do antigo tabernculo, como antes supusera, mas em uma nova ordem do sacerdcio em Cristo. Minha primeira tentativa de exposio da Epstola foi no antigo acampamento Weiser, no Estado de Idaho, sob a superviso do Dr. A. E. Sanner.

    Quando fui comissionado a preparar o manuscrito que deveria interpretar esta Epstola, para leitura geral e como livro de consulta para estudantes, meu primeiro pensamento foi fzer uma anlise do simbolismo do Antigo Testamento. Mas o estudo desse simbolismo, que constitui grande parte do alicerce do texto da Epstola, logo se tomou vasto demais para o espao que me era concedido, e abandonei o projeto. Portanto, a obra meramente uma interpretao da Epstola do ponto de vista do padro bblico de experincia crist, reduzidas a um mnimo as notas documentais, a

  • Como meus principais auxiliares na preparao, reconheo a contribuio dos grandes comentrios crticos de Westcott, Sampson, Vaughan, Lenski, Robertson, 'Whedon, Clarke, Calvino, Cowles, Ebrard, Chadwick, Lindsay, Lowrie, Stuart e Lange. E sou grato ao Dr. Ross E. Price e ao Dr. Joseph H. Mayfield pela assistncia que me foi dada no uso das formas gregas; ambos so autoridades neste campo.

    Tambm foram consultadas as seguintes obras: Entire sanctification, de William Jones; The twofold life, de A. J. Gordon; The holiest o f ali, de Murray; The way into the holiest, de Meyer; The rest offaith, de Isaac M. See; Arminian magazine, de Wesley; Purity and maturity, de J. A. Wood; Compendium o f Christian Theology, de Pope, e Systematic Theology, de Miley.

    Sou profundamente grato ao Rev. Norman R. Oke, editor do livro, pela preparao do prefcio e pela assistncia na preparao do manuscrito, e senhorita Louise Hoffman, que datilografou e preparou o ndice.

    Aos editores, estendo os meus agradecimentos pela esplndida apresentao deste trabalho ao pblico, e minha orao que ele seja uma bno espiritual para muitos.

    H. Orton Wiley Pasadena, Califrnia

  • P r ef c io

    nr odo peregrino se quiser chegar ao seu destino deve .A . estar com os olhos sempre postos na distante porta que

    seu alvo, no esquecendo, porm, o cajado bom e forte, que o ajuda a subir o monte. Existe a glria do alvo, mas existe tambm o mrito dos meios pelos quais o atingimos. Ambos devem estar em mente e sero fortalecidos por uma leitura completa deste livro.

    A pessoa de Cristo e o sacerdcio de Cristo so as colunas centrais de nossa cidadela da verdade crist. Em Sua pessoa, Jesus no apenas um entre muitos, nem mesmo um lder mais sbio e mais piedoso. De todos os que palmilharam as estradas da terra que isto fique claro , s Ele foi Deus. o que Orton Wiley proclama neste livro. E o sacerdcio de Cristo tambm um princpio fundamental na estrutura de nossa f. Ele foi o Sacerdote superior, eterno, o nico Sacerdote sem pecado. Sim, encontramos a certeza do cu, afinal, to-somente por causa de Sua obra intercessria.

    O apstolo Paulo sentiu o pleno impacto desta verdade e assim manifestou-se francamente ao escrever aos Romanos:

  • Quem os condenar? Pois Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual est direita de Deus, e tambm intercede por ns.

    Romanos 8.34

    Esta verdade o arrebatava, e suas sentenas, cuidadosamente construdas, irrompiam em um cortejo de louvores:

    Quem nos separar do amor de Cristo? A tribulao, ou a angstia, ou a perseguio, ou a fom e, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poder separar do amor de Deus, que est em Cristo Jesus, nosso Senhor!

    Romanos 8.35,38,39

    E esta clssica exploso de entusiasmo do corao apaixonado de Paulo se deu depois que ele teve uma nova viso do sumo sacerdcio de Cristo.

    um privilgio recomendar este livro aos cristos em toda a parte. Cristo ir tornar-se ainda mais precioso; o Seu sacerdcio ser elevado ainda mais e ir colocar-nos de joelhos.

    Quando H. Orton Wiley publicou a sua Teologia crist em trs volumes, garantiu para si a reputao de um dos mais proeminentes telogos no mundo do cristianismo conservador. Agora, ao dar-nos este tratado completo sobre Hebreus, sua erudio se focaliza sobre o campo da exposio bblica.

    Por vezes, seremos obrigados a fazer um esforo maior de concentrao, pois o autor muito profundo em suas anlises, o que garante densidade ao seu texto.

    Ficaremos emocionados ao galgarmos picos de montanhas da verdade divina, contemplando paisagens jamais sonhadas, e pode ser

  • que nos envergonhemos um tanto ao ver descritos os dignos heris de outrora, que sofreram sem lamentaes. '

    Por essa razo, insisto: leiamos o livro! Quando o tivermos terminado, veremos que nos transformamos para melhor. Talvez nos sintamos envergonhados por descobrirmos tanta coisa que recebe o rtulo de crist na vida moderna [no o sendo], mas nos sentiremos profundamente orgulhosos de Jesus Cristo.

    * Norman R. Oke

  • I n t r o d u o

    A Epstola aos Hebreus um comentrio divinamente inspirado sobre o Antigo Testamento e trata, em especial, do Pentateuco e dos Salmos. Nessa carta, o autor interpreta o significado da viagem pelo deserto, do tabernculo e de vrias ofertas e servios no culto israelita no Antigo Testamento luz de Cristo.

    A Epstola aos Hebreus inicia-se, entretanto, no pela histria contada no captulo 12 de xodo [a instituio da Pscoa], mas a partir do captulo 24 [a instituio da Lei]. Ela no aborda a Pscoa, porque se dirige a um povo redimido; endereada aos irmos santos, participantes da vocao celestial (Hb 3.1). No explora a sada de Israel do Egito, e sim o que significa a introduo israelita na terra da promessa. Se houver qualquer dvida quanto a isso, h de dissolver-se com a declarao de Paulo:

    Ora, irmos, no quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem; e todos passaram pelo mar, e todos foram batizados em Moiss, na nuvem e no mar, e todos comeram de um

  • mesmo manjar espiritual, e beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo.

    1 Corntios 10.1-4

    Por conta disso, torna-se evidente que o povo daqueles dias tinha alguma relao espiritual com Cristo, e tal fato ainda confirmado pela eficcia daquela f que caracterizou os patriarcas mencionados no captulo 11 de Hebreus.

    O simbolismo usado nesta Epstola no se aplica fundamentalmente ao que chamamos converso, pois no dirigida a pessoas no- convertidas, pecadoras, admoestando-as a aceitar o perdo pela f em Cristo, mas quelas que j so crists. Trata o segundo estgio crtico na obra da salvao: a entrada dos filhos de Deus na plenitude da nova aliana. Esta aliana, que duas vezes descrita na Epstola, compreende:

    1. A Lei de Deus escrita na mente e no corao do Seu povo corao to transformado que levado perfeita harmonia com a vontade de Deus.

    2. A remisso dos pecados, que inclui no apenas o perdo das transgresses reais, mas a purificao do pecado inato ou da mente carnal purificao de todo o pecado.

    3. A exaltao a Deus como o nico e supremo objeto de culto e adorao, sendo o corao [humano] to purificado que suas afeies se inclinam para as coisas do alto; sua vontade se torna sempre obediente de Deus, e sua mente, a mente de Cristo (1 Co 2.16).

    A Epstola aos Hebreus singular, pois principia sem as saudaes de costume, sem o nome do autor e das igrejas s quais ela dirigida. Esse fato cria muitos problemas, mas estes pertencem especialmente ao campo da anlise neotestamentria.

    Visto que a nossa ateno ir concentrar-se em uma srie de estudos exegticos e exortativos na prpria Epstola, ser suficiente

  • aqui fazer apenas algumas observaes gerais a seu respeito, acrescentando-lhes uma exposio geral dos nossos princpios bsicos de interpretao.

    O bservaes gerais

    1. A importncia da Epstola aos Hebreus

    Disse o Dr. Adam Clarke: *-------

    Sem sombra de dvida, a Epstola aos Hebreus o mais importante e til de todos os escritos apostlicos. Todas as doutrinas do Evangelho nela esto incorporadas, ilustradas e impostas como Lei de maneira mais lcida, por aluso e exemplos, os mais impressionantes e ilustres, e, por argumentos, os mais convincentes. um eptome das dispensaes de Deus aos homens, desde a fundao do mundo at o advento de Cristo. No somente a smula do Evangelho, mas smula e complemento da Lei, da qual tambm o mais belo e brilhante comentrio. Sem esta, a Lei de Moiss no teria sido jamais compreendida na ntegra, nem os desgnios de Deus ao entreg-la. Com esta, tudo se torna claro e simples, e os caminhos de Deus com os homens, coerentes e harmoniosos.

    Parece que o autor tomou certa poro de uma de suas prprias Epstolas como teto: Cristo o cumprimento da Lei para justia daqueles que crem [cf. Romanos 10.4, na verso Revista e Corrigida: Porque o fim da Lei Cristo para justia de todo aquele que cr] e demonstrou sua proposio da maneira mais ampla e admirvel. Todos os ritos, cerimnias e sacrifcios da Lei Mosaica, demonstra ele, tiveram Cristo por seu objeto e finalidade; no tiveram inteno nem significado, seno com referncia a Ele; sem Ele, como sistema, no tm fundamento; como Lei, so destitudos de razo; e seus decretos so impossveis e absurdos se tomados fora desta referncia e conexo [Cristo].

  • Introoiio

    Nunca as premissas foram mais claramente expressas; jamais foi um argumento tratado de modo mais magistral, e a concluso apresentada, mais legtima e satisfatoriamente.

    O assunto, do princpio ao fim, o mais cativante e persuasivo, e a linguagem a que se adapta, da maneira mais bela, ao todo; a cada passo apropriada, sempre vigorosa e energtica; possui a dignidade do seu assunto; pura e elegante como a dos autores gregos mais esmerados; tem a harmonia e a diversidade da msica das esferas [superiores]. Tantas so as belezas, to grande a excelncia, to instrutiva a matria, to agradvel a maneira e to sumamente interessante o todo, que a obra pode ser lida cem vezes sem denunciar monotonia-, e sempre com acrscimo de informaes a cada nova leitura.

    Essa ltima qualidade pertence ao todo da revelao de Deus, mas a nenhuma parte dela de modo to peculiar e supereminente como Epstola aos Hebreus. ( C l a r k e , Preface to the Commentary on the Epistle to the Hebrews, p. 701)

    --- r

    O quanto verdadeira e bela a apreciao acima desta Epstola s podem saber os que passaram anos no seu estudo no apenas nas tradues para suas prprias lnguas, mas na fora, na riqueza e na vivacidade do original grego.

    Observou tambm o Dr. Clarke:

    Para explicar e ilustrar esta Epstola, multides labutaram e demonstraram muita operosidade, muita erudio e piedade. Tambm eu darei minha opinio e pode ser que dez mil me sucedam e ainda descubram coisas novas. Que foi escrita para os judeus, que o eram por natureza, a estrutura toda da Epstola o prova. Se fora escrita para os gentios, nem apenas um entre dez mil deles poderia ter compreendido o argumento, porque no so familiarizados com o sistema judaico; conhecimento que o autor da Epstola a cada passo deixa perceber.

    Aquele que est familiarizado com a Lei Mosaica entrega-se ao estudo desta Epstola com dupla vantagem, e mais provvel que aquele que

  • conhece as tradies dos ancios e as ilustraes mishnaicas da Lei escrita e da pretensa Lei otal dos judeus penetre e assimile as intenes do apstolo.

    Ningum adotou mtodo mais apropriado para explicar a sua fraseologia do que Schoetgen, que atribuiu o seu estilo peculiar a fontes judaicas. Segundo ele, a proposio da Epstola esta: Jesus de Nazar o verdadeiro Deus, e, a fim de convencer os judeus da verdade desta proposio, o autor usa apenas trs argumentos: (1) Cristo superior aos anjos; (2) Ele superior a Moiss; (3) superior a Aro. (C la r k e , Preface to the Commentary Epistle to the Hebrewf, IV, p. 701)

    --- r

    Prosseguindo na anlise da importncia da Epstola aos Hebreus, escritores mais modernos produziram muitas obras em seu louvor, tanto no que se refere forma quanto ao contedo. Em Lectures on the Epistle to the Hebrews, Lindsay disse:

    A------A Epstola aos Hebreus um dos livros mais importantes do Novo

    Testamento. Contm exposio minuciosa de algumas das principais doutrinas do cristianismo; o plano construdo com grande beleza e exatido lgica, e est escrita em um grego superior a qualquer outro livro do volume sagrado, (p. 1) ----r

    Talvez uma das melhores apreciaes da Epstola seja a de John Owen, que disse:

    A------Verifiquei que a beleza da carta era tal, a profundeza dos mistrios

    nela contida to grande, o mbito da verdade afirmada, desenvolvida e explanada to amplo e to difuso em todo o conjunto da religio crist, a utilidade das discusses nela contidas to importante e to indispensvel, que logo me senti grato porque a sabedoria, a graa e verdade guardadas neste depsito sagrado esto longe de ser exauridas pelos esforos de todos os que precederam.

    To longe pareciam essas verdades de serem perfeitamente iluminadas por eles, que me certifiquei de que havia terreno suficiente, no

  • I n troduo

    apenas para renovada investigao de rico minrio nesta mina para a

    gerao presente, mas para todas as que se sucederam at a consumao

    dos sculos. (O wen, An exposition ofthe Epistk to the Hebrews)

    -rComo afirmamos anteriormente, estas opinies acerca da

    Epstola no parecero ilusrias ou exageradas ao estudioso paciente e atento.

    2. A Epstola foi dirigida a cristos judeus

    Embora se tenham adotado vrias opinies quanto aos destinatrios da Epstola, no pode haver dvida quanto a ter sido originalmente escrita para os cristos judeus. Mas a questo : a quais deles?

    Alguns julgaram que ela foi escrita aos cristos judeus em geral, mas ps-escritos como os que denotam o conhecimento do autor sobre Timteo ter sido posto em liberdade e a inteno do autor de visit-lo (Hb 13.23) indicam que a Epstola foi endereada a uma comunidade local; talvez na sia Menor, ou na Galcia, em Corinto, na Tessalnica, na Espanha, em Roma, na Antioquia, em Alexandria ou na Palestina.

    O uso do mtodo alegrico e espiritualizante aplicado ao Antigo Testamento tem levado suposio de que a Epstola aos Hebreus foi dirigida a uma grande comunidade judaica de Alexandria.

    A teoria mais antiga e mais comumente aceita a de que os destinatrios seriam os judeus palestinos, especialmente a Igreja em Jerusalm. A evidncia interna parece favorecer esta opinio, principalmente por no aludir a perigo algum pelo contato com o paganismo.

    Outra evidncia se encontra no fato de que havia milhares de judeus palestinos que criam na Lei e eram zelosos dela (Atos 21.20). Estes estavam em constante perigo de serem novamente colocados sob o jugo do culto ritual mantido no templo e, com toda probabilidade, no tinham compreendido, at ento, que a aceitao do cristianismo significava o fim dos sacrifcios levticos. E ainda mais, uma carta dirigida

  • Igreja em Jerusalm proporcionaria uma circulao mais ampla da Epstola, pois os judeus dispersos se mantinham em ntimo contato com Jerusalm, sua cidade sede, isto , sua verdadeira capital.

    3. A autoria da Epstola

    A sua autoria tem sido grandemente discutida desde os tempos remotos. Tertuliano a atribuiu a Barnab; Clemente de Alexandria a atribuiu, em parte, pelo menos, a Lucas. Ele achava que Paulo era o autor, e Lucas, o tradutor. Lutero estava entre os que a atribuam a Apoio, que era poderoso nas Escrituras (At 18. 22-28; 1 Co 1.12, 3.4, 3.6, 16.12; T t 3.13). Outros ainda atriburam a autoria dela a Silvano ou quila, ao passo que o Dr. Robinson achava que foi obra de algum outro autor, que no os escritores conhecidos do Novo Testamento. A Igreja no Oriente universalmente aceitou a Epstola como sendo de Paulo; e, na Igreja Latina, foi geralmente recebida como paulina at o fim do sculo 2.

    Em alguns dos catlogos e manuscritos antigos, tais como o Cdigo de Alexandria, do Vaticano, de Efraemi e outros, a Epstola aos Hebreus se encontra imediatamente aps 2 Tessalonicenses, entre as Epstolas paulinas. Isto deu origem, no incio do sculo 2, teoria de que Glatas foi escrita para os gentios, e Hebreus, para os judeus da mesma regio. Assim, a principal seria a Epstola aos Glatas, e a Epstola aos Hebreus, um anexo.

    Eusbio, citando Clemente, afirmou que a razo pela qual Paulo no subscreveu seu nome na Epstola aos Hebreus teria sido o fato de ser o apstolo dos gentios, e no dos judeus. Mas, provavelmente, a maioria dos eruditos concorda com Orgenes, que disse, no sculo 3: Quanto ao autor da Epstola, s Deus sabe a verdade.

    Disse o bispo Chadwick: a------

    No obstante, obra de algum membro da Escola Paulina. As semelhanas com o seu estilo so notveis e s se podem reconciliar

  • com as diferenas notveis se acreditarmos que foi o escrito de um discpulo que entesourava com amor o pensamento de seu mestre e, s vezes, at reproduzia suas expresses, ao passo que sua individualidade permanecia intacta. E isto a um tempo edificante e interessante. Vemos as grandes convices pelas quais o apstolo vivia, a encarnao, a expiao, a intercesso de nosso Senhor, a f, a justificao e o julgamento, influenciando outra mente, assumindo outra forma e cor, expressando-se de outra maneira, encontrando seu apoio no Antigo Testamento e, contudo, permanecendo a mesma. E um timo exemplo de quanta diferena de expresso, quanta originalidade e independncia so compatveis com o amor e a fidelidade ao mesmo Evangelho. (C h a d w ic k , The Epistle to the Hebrews, p. 1,2)

    --- r

    4. O idioma original em que a Epstola foi escrita

    Existem duas opinies gerais quanto lngua em que esta Epstola foi escrita em um primeiro momento. Acredita-se que foi originalmente: (1) escrita ou ditada em hebraico e, depois, traduzida para o grego; e (2) escrita em grego, tal como ela se apresenta hoje.

    Os estudiosos da antiguidade adotavam o primeiro ponto de vista; os modernos se inclinam para o segundo. Como no caso da Epstola aos Romanos, que foi escrita em grego, provavelmente o autor [da Epstola aos Hebreus] julgou que melhor serviria ao uso comum se ela fosse escrita em grego, se bem que dirigida aos judeus. Aqueles que acham que foi originalmente escrita em grego apresentam os seguintes argumentos:

    1. No tem a rigidez de uma traduo;2. Invariavelmente, cita a Septuaginta, o que no seria provvel se

    escrita em hebraico; e3. Em alguns casos, traduz as palavras hebraicas. A Epstola em grego

    entrou cedo em circulao, e no existem provas de que tenha havido um original hebraico o que se infere para explicar as supostas diferenas de estilo das outras Epstolas paulinas.

  • Ao proceder ao estudo do idioma original, importante dedicar ateno tambm ao vocabulrio, ao estilo e s imagens usadas na Epstola. Westcott afirma que a Epstola, em sua linguagem, quanto ao vocabulrio e estilo, mais pura e vigorosa do que qualquer outro livro do Novo Testamento: (1) o estilo, ainda mais que o vocabulrio, caracterstico de um erudito experimentado; (2) o vocabulrio singularmente copioso e inclui numerosas palavras no-encontradas em outra parte dos escritos apostlicos e algumas que no so citadas de outras fontes independentes; (3) o simbolismo da Epstola extrado de muitas fontes. Algumas das imagens, tratadas mais ou menos em detalhe, so singularmente vividas e expressivas.

    5. A data da composio

    E evidente que a Epstola aos Hebreus foi escrita antes da destruio de Jerusalm, se foi escrita ou ditada por Paulo, pois o apstolo morrera antes dessa data. Isto se evidencia tambm em certos textos (Hb 9.9; 13.10), bem como em todo o escopo da Epstola, o qual implica que o templo ainda subsistia, e o seu culto era mantido.

    Todavia, no pode ter sido escrita muitos anos antes desse tempo, pois havia aqueles que h muito eram cristos (Hb 5.12), e pode-se tambm inferir, pelo captulo 13, versculo 7, que os seus primeiros mestres estavam j mortos.

    A calamidade iminente, pela queda de Jerusalm, parece estar indicada nas palavras: E tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia (Hb 10.25d). Porque ainda um poucochinho de tempo, e o que h de vir vir e no tardar (v. 37).

    A data provvel da redao situada entre os anos 64 e 67 d.C., quando comeou a guerra na Judia e, mais provavelmente, pouco antes da destruio de Jerusalm [pelos romanos, em 70 d.C.]. Este ltimo evento assinalou, em sentido peculiar, o trmino da antiga

  • I ntroduo

    dispensao; os cristos o consideraram como o julgamento final de Deus e o sinal da vinda do Senhor.

    6. A finalidade da Epstola

    Como se afirma em geral, o propsito da Epstola aos Hebreus firmar os cristos judeus em sua f e proteg-los contra um retomo apstata ao judasmo.

    Sampson, em seu Commentary, observou que eles estavam particularmente expostos a este perigo e que isto chegou ao seu conhecimento:

    1. Pelos antigos preconceitos e pela sua educao anterior o judasmo fora a religio de seus pais desde geraes imemoriais;

    2. Pelo esplendor das cerimnias do templo, que apelavam aos sentidos e que os inimigos asseveravam estar em esplndido contraste com a simplicidade nua do culto cristo;

    3. Pela influncia das relaes sociais: os parentes, vizinhos, amigos e patrcios eram judeus;

    4. Pelo dio devotado cruz. [A religio crist] no poderia ser rival do judasmo, como pedra de tropeo;

    5. Pelas perseguies, as quais, embora no trouxessem a morte, eram severas.

    O propsito do autor [da Epstola aos Hebreus] levado a termo por uma revelao da verdadeira natureza do cristianismo, que ele apresenta como a religio final e perfeita. E o faz no somente por exortao e advertncia, embora estas recebam lugar importante, porm, mais especialmente, por um tratado esplndido e erudito, em que se detm na glria de Cristo, o Filho, em contraste com os anjos, Moiss e Aro. Nesse ponto, tambm se estabelece, com notvel contraste, a distino entre a antiga aliana das obras e a nova aliana da f.

  • Uma das peculiaridades da Epstola a apresentao de Cristo como sacerdote verdade no encontrada em nenhuma outra Epstola, embora nelas se mencionem Suas ministraes sacerdotais. A chave para a compreenso desta Epstola, portanto, contempl-la luz de Cristo, nosso grande e eterno Sumo Sacerdote. Todas as outras verdades giram em torno deste pensamento. To erudito o tratamento do material desta Epstola, que frequentemente considerada um tratado sobre o sumo sacerdcio do Salvador. *

    P r in c p io s d e in t e r p r e t a o

    Na interpretao desta Epstola, salientaremos os seguintes pontos: (1) o objetivo primordial dela levar os homens presena de Deus; (2) para que possam permanecer na presena del, os homens tm de ser santos. A nota dominante da Epstola, portanto, a santidade, e esta experincia pessoal, espiritual, apresentada sob diferentes aspectos e com terminologia apropriada com relao pessoa e obra de Cristo. O terceiro ponto a ser destacado : o povo de Israel considerado como smbolo da obra de Cristo sob a nova aliana.

    A nfase, entretanto, no dada libertao do jugo do Egito, mas recusa em entrar em Cana, sua herana prometida. Por isso, a referncia sua histria se confina, principalmente, jornada do Egito para Cana, s suas peregrinaes no deserto, ao tabernculo com seu mobilirio, ao sacerdcio e ao grande Dia da Expiao todos eles interpretados segundo a obra redentora de Cristo.

    Esta experincia de redeno apresentada, sob vrios aspectos, no que se relaciona com Cristo e, em cada um destes aspectos, h uma advertncia ou exortao apropriada. Assim analisada, a Epstola fornece a seguinte terminologia aplicada experincia experincia esta conhecida por muitas expresses escritursticas, mas que Wesley geralmente chamava perfeio crist.

  • I ntroduo

    Aspectos de C risto E xperincia espiritual A dvertncias cntra

    1- Divindade de Cristo A grande salvao Negligncia

    2- Humanidade de Cristo Santificao Endurecimento do corao3 - Cristo como Apstolo O descanso da f Incredulidade

    4 - Cristo como Sumo Sacer Salvao eterna Indiferena

    dote

    5 - Cristo e as promessas Perfeio crist Indolncia

    6- Cristo e o Santo dos Santos Pecado voluntrio santurio7 Cristo e a santidade Apostasia Herana

    Observa-se que as advertncias aparecem em escala gradualmente descendente: negligncia, endurecimento do corao, incredulidade, indiferena, indolncia, pecado voluntrio e apostasia.

    A expresso salvar perfeitamente (Hb 7.25) apresenta-nos outro aspecto desta graciosa experincia, mas nenhuma advertncia est a ele ligada. Em vez disso, o autor expe os predicados de Cristo como nosso Sumo Sacerdote para a restaurao do Seu povo rumo plenitude da herana que este recebeu(Hb 7.26,28).

    A NATUREZA EXORTATIVA DAE p s t o l a

    A Epstola aos Hebreus tem carter exortativo do princpio ao fim. Mesmo os seus argumentos mais profundos e as descries mais sublimes so todos oferecidos em esprito de exortao.

    Como anteriormente indicamos, frequentemente [os argumentos] assumem a forma de advertncias e admoestaes. O interesse supremo do escritor impedir que os cristos judeus retornem ao judasmo e, para alcan-lo, roga-lhes que explorem os mistrios da graa divina em Cristo Jesus. O escritor tem sempre em mente as duas grandes ddivas de Deus ao homem para sua salvao: (1) Deus ofertou Seu Filho ao mundo para redimi-lo; (2) Cristo deu o Esprito

  • Santo Igreja para sua santificao e purificao. Como o Esprito recebido pela f, Jesus tambm o .

    Apesar de o autor [da Epstola] salientar as crises da experincia crist, jamais permite que elas excluam o crescimento e o desenvolvimento. Como a converso uma experincia decisiva que inaugura a vida de paz com o Senhor, assim tambm a santificao a crise que conduz vida de santidade. Esta tem significado especial por oferecer lugar habitao de Cristo na plenitude do Esprito.

    Permanecer em crise como fim em si, em vez de meio, a origem de muita debilidade no corao dos cristos. Nosso descanso no em um corao santo, mas naquele que habita o corao santificado. Tampouco trabalhamos com a nossa prpria sabedoria e com as nossas foras, mas mediante Aquele que opera em ns tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade (Fp 2.13).

    Como veremos mais adiante no estudo da Epstola, seu autor est profundamente interessado em que aqueles que entraram alm do vu, no Santo dos Santos, levem uma vida de devoo plena a Deus. Para ele, estar cheio do Esprito , literalmente, estar possudo por Deus; ser ungido pelo Esprito , em certo sentido real, identificar-nos com Cristo, para que, em nossa medida finita, sejamos verdadeiros representantes de Cristo para o mundo e para a Igreja.

    Que Deus nos conceda a ajuda do Esprito Santo ao estudarmos esta grandiosa Epstola, no apenas para que melhor compreendamos as riquezas da graa em Cristo Jesus, mas para que nos beneficiemos dessas riquezas por intermdio daquele que o nosso Mediador, nosso grande Sumo Sacerdote, que , ao mesmo tempo, a garantia da aliana e o Ministro do Santurio.

  • 1A MAJESTADE d o F i l h o d e D eu s

    O autor da Epstola aos Hebreus, em uma curta introduo de quatro versculos, expe sucinta e dogmaticamente certas teses bsicas como preliminares do seu argumento principal. O objetivo de toda a Epstola provar, por aluso s passagens do* Antigo Testamento, que Jesus o Cristo, o verdadeiro Messias que os judeus esperavam.

    Alm disso, os dois primeiros captulos podem tambm ser considerados como, em certo sentido, introdutrios da tarefa dialtica principal, que demonstrar que Jesus Cristo cumpriu perfeitamente a Lei e, em seu lugar, introduziu uma nova aliana espiritual da graa. Da ele dedicar dois captulos a este assunto do Deus-Homem, um tratando da Sua divindade; outro, de Sua humanidade e humilhao.

    O prembulo: Havendo Deus, antigamente, falado...

    Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a ns falou-nos nestes ltimos dias pelo Filho.

    Hebreus 1.1,2

  • Disse o Dr. Adam Clarke:A -------------------

    Dificilmente poderemos conceber algo mais solene que as palavras iniciais desta Epstola: os sentimentos so em extremo elevados, e a linguagem a prpria harmonia. De imediato, apresenta-se o Deus infinito, no em nenhum dos atributos essenciais natureza divina, mas em Suas manifestaes de amor ao mundo, dando uma revelao de Sua vontade relativa salvao da humanidade. Assim, preparou o caminho, por meio de uma longa srie de anos, para a apresentao daquele Ser glorioso, o Seu prprio Filho, que, na plenitude dos tempos, manifestou-se em carne, para que pudesse completar toda viso e profecia, suprir tudo o que faltava para aperfeioar o grande plano da revelao, para instruo do mundo. Ele morreu para livrar o homem do pecado pelo sacrifcio de Si mesmo.

    A descrio que [o autor da Epstola] fz deste personagem glorioso de uma elevao incomparvel. Mesmo em Sua humilhao, excetuados os sofrimentos da morte, Ele infinitamente exaltado acima de toda a hoste angelical; o objeto de incessante adorao; permanece no Seu trono eterno direita do Pai. Dele, todos recebem ordens para ministrar aos que redimiu com Seu sangue.

    Em suma, este primeiro captulo, que pode ser considerado a introduo de toda a Epstola, , pela importncia do assunto, dignidade da expresso, harmonia e eneigia da linguagem, conciso e, ao mesmo tempo, distino de idias, igual, se no superior, a qualquer outra poro do Novo Testamento. (C larke, Commentary on the Epistle to the Hebrews)

    --- r

    A Epstola aos Hebreus prescinde de saudao; da colocar-nos imediatamente diante da maravilhosa mensagem de Deus. Nisto, tem notvel semelhana com as primeiras palavras em Gnesis 1.1 onde lemos: No princpio, criou Deus. Em Hebreus 1.1, consta: Havendo Deus, antigamente, falado.

    Visto ser endereada aos judeus, o autor exibe notvel sabedoria devido ao fato de a sua primeira sentena conter um reconhecimento

  • da autoridade divina dos textos do Antigo Testamento: havendo Deus, antigamente, faladol .

    A palavra o veculo de comunho e fraternidade; por ela, o homem revela os pensamentos e as disposies de sua mente e seu corao. Assim, Deus, tambm, o qual habita na luz inacessvel{\ Tm 6.16), fala-nos para revelar-se mediante os infinitos propsitos de Seu amor. O pecado do homem interrompeu sua comunho com Deus, mas, pelo dom de Seu Filho, ela foi restabelecida.

    1. A introduo eufnica

    No original grego, a Epstola se inicia de modo sonoro, com dois eufnicos advrbios ligados por uma simples conjuno polumeros kai polutropos ( t io u |J.Q k a 7iomQ7TCD). Estas palavras chamam imediatamente a ateno do leitor. Traduzidas pela expresso muitas vezes e de muitas maneiras, as palavras iniciais perdem a eufonia e muito da solenidade.

    Esta expresso introdutria, porm, no se destina apenas a chamar a ateno imediata; apresenta, de maneira majestosa, o tema fundamental de toda a Epstola. As muitas vezes e muitas maneiras pelas quais Deus se revelou nos profetas e por intermdio deles so, aqui, sintetizadas como preparatrias para a revelao perfeita no evangelho, que um e indivisvel, porque a revelao de Deus em uma pessoa, que o Filho.

    Muitas vezes e de muitas maneiras (Hebreus 1.1) Alguns escritores antigos, como Crisstomo, consideravam as palavras polumeros (t io u |uI Q O ) e polutropos ( t io u t q t ic D ) como sinnimos indicando a ideia nica de inacabado. Escritores subsequentes acham que estes termos expressam ideias diferentes.

    O primeiro, traduzido como muitas vezes, costumava referir-se, ento, s pores separadas em que Deus entregou o Antigo Testamento aos judeus distribudas durante mais de mil anos, desde Moiss at Malaquias.

  • O segundo, traduzido como de muitas maneiras, remete-se variedade de maneiras que Deus usou para tornar a Sua vontade conhecida vises, sonhos, vozes audveis, Urim e Tumim, e os pronunciamentos profticos.

    Stuart, embora adotando a opinio de que cada termo possui um significado separado, observa que a anttese mais eficaz se traduzirmos o versculo do seguinte modo:

    j -------Deus, que nos tempos antigos fez comunicaes aos pais pe

    los profetas, em diversas partes e de vrias maneiras, fez-nos agora uma revelao pelo Seu Filho, isto , completou toda a revelao que pretendia izer sob a nova dispensao, pelo seu Filho por Ele to somente e no por uma srie contnua de profetas, como outrora. (Stu a rt , A Comm.enta.ry on the Epistle to the Hebrews, p. 278)

    --- r

    Isto confirmado pelo fato de que a revelao crist se completou naquela nica gerao, que foi contempornea vida de nosso Senhor sobre a terra.

    Antigamente [...] nestes ltimos dias (Hb 1.1,2a a r a ) Estas expresses denotam perodos distintos. A palavra palai (TtAa), que literalmente significa antigam ente, ou nos tempos antigos, no significa apenas anteriormente, mas sempre descreve algo completado no passado.

    Westcott disse que palai se refere aos ensinamentos antigos, h muito selados. O escritor, portanto, com o uso deste termo, evitou a inferncia de que aquelas revelaes tivessem continuado at o tempo ento presente. Isto excluiria como literatura inspirada tudo desde o tempo de Malaquias at o perodo evanglico.

    Nestes ltimos dias parece logo se ter tornado designao tcnica para o tempo do Messias e Seu reinado. Mas, como geralmente ocorre nas profecias do Antigo Testamento, o intervalo entre os dois adventos se perde de vista, e os dias do Messias so considerados como uma manifestao nica. Quando, entretanto, o intervalo entre o primeiro

  • e o segundo adventos comeou a estender-se em anos, a expresso foi modificada.

    Mesmo nesta Epstola, as expresses aquele mundo ou aqueles dias so usadas como de um perodo futuro, embora o Messias tivesse vindo. Sabemos que os judeus dividiam o tempo em a presente era e a era por vir, referindo-se esta ao reinado perfeito de Deus. Entre estes perodos, colocavam o Reinado do Messias, s vezes, em conexo com o primeiro, s vezes, com o segundo. Comumente, acreditava-se, contudo, que a passagem de uma era para outpa seria assinalada pelas dores do parto de um novo nascimento, um perodo de provao e sofrimento.

    2. A revelao divina: Deus falou

    A linguagem , a um tempo, a base da revelao e da comunho. Como as palavras de algum revelam o seu interior, assim tambm Deus, que habita na luz inacessvel (1 Tm 6.16), revela-se mediante Sua Palavra em santidade e amor santidade que repele todo pecado; amor que sempre atrai a Si o pecador. Declara-se aqui que a revelao de Deus foi dada em estgios sucessivos o primeiro por intermdio dos profetas, o segundo mediante o Filho.

    Quanto ao primeiro, a palavra lalesas (arjcra), havendo falado, um particpio aoristo1 e, como tal, resume, em um nico ato, todas as revelaes anteriores, sejam patriarcais, mosaicas ou profticas.

    A ltima expressa pelo termo elalesen {..T\ov), falou, que, como um indicativo aoristo2, rene em uma s palavra a revelao por intermdio do Filho, embora no se refira a acontecimento particular algum na vida de Cristo. O ponto a ser notado gramaticalmente que a expresso no particpio [passado] Havendo Deus, antigamente, falado anuncia o verbo principal com seu aoristo [aspecto verbal] de finalidade Deus falou . Essas palavras, pois, no significam to-somente que o Deus que falou nos tempos

  • passados o mesmo que agora fala [pelo Filho]; existe um significado mais profundo. Significam que, tendo Deus falado, esta revelao anterior, agora completada [em Cristo], torna-se a preparao para a revelao posterior e final.

    Deus falou, e a mensagem para ns, nestes ltimos dias, to verdadeira como quando anunciada pelos apstolos e profetas da antiga dispensao. Que complacncia maravilhosa teve o infinito Deus para conosco! Isaas exclamou: Ouvi, cus, epresta ouvidos, tu, terra, porque fa la o SENHOR (Is 1.2a). Dispensemos, por isso, o entusiasmo de nossa ateno a essa Epstola [aos Hebreus] e, com reverncia e temor piedoso, sejamos obedientes s palavras que Deus falou.

    Lindsay afirmou que:A-------

    A inspirao das Escrituras distintamente afirmada neste versculo inicial da Epstola aos Hebreus: foi Deus quem falou aos homens pelos profetas e pelo Seu Filho. Por isso, os escritores do Antigo Testamento e aqueles que foram usados por Cristo para escrever o Novo foram infalivelmente dirigidos pela sabedoria do cu; e o que escreveram a verdade de Deus. [...] Reivindica-se inspirao, alega-se infalibilidade; devemos admitir essas pretenses. (L in d s a y , Lectures on the Epistle to the Hebrews, p. 28,29)

    ----rEm grego, a palavra que se traduz como ltimos na expresso

    nestes ltimos dias eschatou { ta x a t o u ) em nossa atual verso e significa ao fim destes dias. No texto recebido, a palavra ltimos eschaton (CTxxOv).

    Vaughan sugeriu que a primeira significa uma poca, e a segunda, uma era. Stuart achava que ambos os termos, sendo usados na Septuaginta [ou Verso dos Setenta], foram considerados sinnimos, e o sentido do texto indiferente a qualquer que seja a verso usada. Westcott disse que a expresso nos ltimos dias foi moldada pela traduo na Septuaginta de textos como Gnesis 49.1 nos dias vindouros (a r a )

  • ou nos derradeiros dias ( a r c ) ; Nmeros 24.14 nos ltimos dias (a r a ) e textos similares.

    3. O carter dos mediadores: pelos profetas [...] pelo Filho (Hb 1.1)

    A profundidade e a magnitude da revelao que Deus faz de si mesmo dependem do carter do instrumento pelo qual essa revelao feita. Sem uma lngua comum, pouca comunicao e pouco entendimento pode haver.As palavras, como as conhecemos, so apenas smbolos. As verdades que elas expressam tm mais profundidade. Consideradas com este significado mais profundo, as palavras so esprito e vida (Jo 6.63). Do contrrio, so apenas o vu que encobre a Verdade da mensagem e a pessoa do Revelador.

    As palavras podem dizer-nos algo sobre a Verdade, mas, somente quando se tornam esprito e vida, a glria do Revelador irrompe alm do vu. Somente, ento, somos levados presena daquele que o Caminho, a Verdade e a Vida.

    Se, portanto, deve haver uma revelao perfeita de Deus ao homem, deve existir um meio perfeito de comunicao por meio do qual o Senhor possa revelar-se. A perfeio do Filho, por intermdio de quem Deus falou, toma a mensagem perfeita. Como uma palavra, falada ou escrita, uma representao audvel ou visvel de um pensamento que se no v, assim Cristo, como Filho, a imagem visvel do Deus que no vemos o que se verifica claramente, ao dizer-nos o escritor [da Epstola aos Hebreus] que Deus falou, no passado, pelos profetas, mas, a ns nestes ltimos tempos, pelo Filho. evidente, pois,