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1 A expansão e evolução dos programas de incubação e o desenvolvimento empreendedor nas incubadoras goianas Autor: Bruno Alencar Pereira 1 Co-autores: Aline Figlioli 2 Danúsia Arantes F. B. de Oliveira 3 Emília Rosângela Pires da Silva 4 Valdete Santos Medrado 5 RESUMO A pesquisa tem o objetivo de abordar o atual ecossistema do empreendedorismo inovador no Estado de Goiás e propiciar o panorama das incubadoras goianas com a identificação das conexões e interações destes mecanismos com os diferentes atores envolvidos na perspectiva da Hélice Tríplice, no sentido de constatar o apoio das incubadoras de empresas como elemento indutor do empreendedorismo no processo de desenvolvimento empreendedor regional. A metodologia utilizada fundamentou-se em pesquisa empírica, de natureza qualitativa, descritiva e exploratória com a exposição do panorama das incubadoras de empresas goianas por meio de um estudo transversal com 10 incubadoras associadas à Rede Goiana de Inovação (RGI). Os resultados permitiram a geração do mapeamento do ecossistema do empreendedorismo inovador e do panorama atualizado dos processos de incubação em Goiás, contribuindo para o estudo e identificação da participação das incubadoras no processo de desenvolvimento empreendedor e como subsídio para elaboração de políticas institucionais, ações para o fortalecimento das conexões do ecossistema existente, capazes de fomentar e potencializar a atuação das incubadoras em prol do desenvolvimento local e regional. Palavras-chave: Incubadoras de empresas; Processo empreendedor; Processos de incubação; Indicadores de evolução. ABSTRACT The research aims to address the current ecosystem of innovative entrepreneurship in the State of Goiás and provide an overview of goianas incubators identifying the connections and interactions of these mechanisms with the different actors involved in the perspective of Triple Helix, to find the support of business incubators as a promoter element of entrepreneurship in regional entrepreneurial development process. The methodology used was based on empirical research, qualitative, descriptive and exploratory nature with a panorama 1 Mestrando em Administração pela UFG, Coordenador Geral do PROIN.UEG, (62) 3328-1170, [email protected]. 2 Doutora em Administração pela FEA/USP, Presidente da RGI e Superintendente de Desenvolvimento Tecnológico, Inovação e Fomento à TI na SED Goiás, (62) 3201-5413, [email protected]. 3 Doutoranda em Educação e Currículo pela PUC/SP, (62) 9981-0622, [email protected]. 4 Especialista em Agronegócios pela UFG, Gerente do Centro de Empreendedorismo e Incubação da UFG - PROINE, (62) 3209-6034, [email protected]. 5 Mestre em Desenvolvimento pela ALFA/GO, Ex-Gestora da Funtec, (In memoriam).

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A expansão e evolução dos programas de incubação e o desenvolvimento empreendedor nas incubadoras goianas

Autor: Bruno Alencar Pereira

1

Co-autores: Aline Figlioli2

Danúsia Arantes F. B. de Oliveira3

Emília Rosângela Pires da Silva4

Valdete Santos Medrado5

RESUMO

A pesquisa tem o objetivo de abordar o atual ecossistema do empreendedorismo inovador no Estado de Goiás e propiciar o panorama das incubadoras goianas com a identificação das conexões e interações destes mecanismos com os diferentes atores envolvidos na perspectiva da Hélice Tríplice, no sentido de constatar o apoio das incubadoras de empresas como elemento indutor do empreendedorismo no processo de desenvolvimento empreendedor regional. A metodologia utilizada fundamentou-se em pesquisa empírica, de natureza qualitativa, descritiva e exploratória com a exposição do panorama das incubadoras de empresas goianas por meio de um estudo transversal com 10 incubadoras associadas à Rede Goiana de Inovação (RGI). Os resultados permitiram a geração do mapeamento do ecossistema do empreendedorismo inovador e do panorama atualizado dos processos de incubação em Goiás, contribuindo para o estudo e identificação da participação das incubadoras no processo de desenvolvimento empreendedor e como subsídio para elaboração de políticas institucionais, ações para o fortalecimento das conexões do ecossistema existente, capazes de fomentar e potencializar a atuação das incubadoras em prol do desenvolvimento local e regional. Palavras-chave: Incubadoras de empresas; Processo empreendedor; Processos de incubação; Indicadores de evolução.

ABSTRACT

The research aims to address the current ecosystem of innovative entrepreneurship in the State of Goiás and provide an overview of goianas incubators identifying the connections and interactions of these mechanisms with the different actors involved in the perspective of Triple Helix, to find the support of business incubators as a promoter element of entrepreneurship in regional entrepreneurial development process. The methodology used was based on empirical research, qualitative, descriptive and exploratory nature with a panorama

1 Mestrando em Administração pela UFG, Coordenador Geral do PROIN.UEG, (62) 3328-1170, [email protected].

2 Doutora em Administração pela FEA/USP, Presidente da RGI e Superintendente de Desenvolvimento

Tecnológico, Inovação e Fomento à TI na SED Goiás, (62) 3201-5413, [email protected]. 3 Doutoranda em Educação e Currículo pela PUC/SP, (62) 9981-0622, [email protected].

4 Especialista em Agronegócios pela UFG, Gerente do Centro de Empreendedorismo e Incubação da UFG -

PROINE, (62) 3209-6034, [email protected]. 5 Mestre em Desenvolvimento pela ALFA/GO, Ex-Gestora da Funtec, (In memoriam).

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display business incubators of Goiás through a cross-sectional study of 10 incubators associated with Goiana Innovation Network (RGI). The results allowed the generation of innovative entrepreneurship ecosystem mapping and updated overview of the incubation process in Goiás, contributing to the study and identification of the involvement of incubators in the entrepreneurial development process and as a resource for development of institutional policies, actions to strengthen the connections the existing ecosystem, able to foster and leverage the performance of incubators in support of local and regional development. Keywords: Business incubators; Entrepreneurial process; Incubation process; Evolution indicators.

1 INTRODUÇÃO

Acompanhar a dinâmica do ecossistema do empreendedorismo inovador regional

torna-se fator relevante para subsidiar a alocação de ambientes e recursos que propiciem valor

agregado e inovação em territórios competitivos. Instituições de Ensino Superior, centros de

inovação, federações, associações, hubs de empreendedorismo, espaços criativos, co-working

e demais instituições existentes no Estado de Goiás se configuram como um ecossistema

promissor que promove conexões e interações de apoio e execução de iniciativas para a

criação de uma ambientação mais empreendedora junto às incubadoras empresas,

contribuindo para a prospecção de ideias, novos negócios e soluções que potencializem os

diferenciais competitivos da região.

Com o objetivo geral, a pesquisa pretende abordar o atual ecossistema de inovação no

Estado de Goiás com a identificação das conexões e interações das incubadoras e os

diferentes atores envolvidos com a elaboração do panorama das incubadoras goianas no ano

de 2014. No sentido de constatar o apoio das incubadoras de empresas como elemento indutor

do empreendedorismo sendo também exposto o papel das incubadoras no processo do

desenvolvimento empreendedor.

O artigo apresenta como estrutura a seção pela qual é apresentado o ecossistema do

empreendedorismo inovador em Goiás com a configuração das conexões e interações com as

incubadoras e o processo do desenvolvimento empreendedor por meio do suporte e práticas

adotadas pelas incubadoras de empresas e o Modelo Cerne, seguida pela seção sobre a

reflexão da importância de se obter dados e indicadores sobre o desempenho e evolução dos

processos de incubação a partir da realidade de cada incubadora, com posterior seção sobre os

métodos utilizados e, por fim, a demonstração dos resultados com o panorama das

incubadoras goianas no ano de 2014 com a análise dos dados mapeados e as respectivas

conclusões.

2 Ecossistema do empreendedorismo inovador em Goiás

A integração da agroindústria com a agropecuária moderna e a emergência de novas

atividades industriais nos segmentos automobilísticos e de biocombustíveis foram importantes

para o crescimento sustentado do PIB do Estado de Goiás. O comércio com o segmento de

serviços também se destaca na economia goiana, em razão da localização estratégica do seu

território, com a construção da capital federal e de importantes eixos rodoviários. Em termos

de logística econômica, no eixo Goiânia-Anápolis-Brasília encontra-se o principal eixo de

distribuição interna de mercadorias do país (IMB, 2013).

Esta dinamicidade vivenciada no Estado de Goiás fomenta iniciativas e estimula a

organicidade e o atendimento das demandas inerentes ao processo de inovação tecnológica. A

partir desta realidade surge a reflexão, as análises e a sistematização das oportunidades para a

criação de um ecossistema que apoie empreendimentos e empreendedores que desenvolvam

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produtos, processos e serviços que potencializem a inovação nos diferentes setores da

economia.

Com o advento da Lei Goiana de Inovação - Lei Estadual n.º 16.922, de 08/02/2010

preconizada pela Lei Federal de Inovação - Lei Nº 10.973, de 02/12/2004, o Estado de Goiás

adota medidas de incentivo à pesquisa científica e tecnológica nas atividades produtivas, com

vistas à obtenção da autonomia tecnológica, capacitação e competitividade no processo de

desenvolvimento regional, incentivando a implantação de sistemas de inovação.

Instituições de Ensino Superior, centros de inovação, federações, associações, hubs de

empreendedorismo, espaços criativos, co-workings e demais instituições existentes, se

configuram como um ecossistema promissor que promove conexões e interações de apoio e

execução de iniciativas para a criação de uma ambientação mais empreendedora junto às

incubadoras empresas, contribuindo para a prospecção de ideias, novos negócios e

encaminhamentos de soluções que potencializem os diferenciais competitivos nas diferentes

regiões do Estado de Goiás.

Nesse cenário, é necessário estabelecer um movimento pró-inovação para apoiar os

empresários, a fim de inseri-los no contexto participativo da qualificação contínua, da

pesquisa e da captação de recursos. Para tanto, é imprescindível a realização de políticas

transversais indutivas de interação e cooperação entre os poderes público e privado

envolvendo o terceiro setor e a sociedade (BEZERRA et al., 2013).

As interações e cooperações no presente trabalho são configuradas na abordagem da

Hélice Tríplice desenvolvida por Etzkowitz e Leydesdorff (2009) que visa a produção de

novos conhecimentos, inovação tecnológica e desenvolvimento econômico, em que a

inovação é compreendida como resultante de um processo complexo e dinâmico de

experiências nas relações entre ciência, tecnologia, pesquisa e desenvolvimento nas

universidades, nas empresas e nos governos, em uma espiral de transições sem fim. A Figura

1 representa o ecossistema do empreendedorismo inovador no Estado de Goiás na perspectiva

da Hélice Tríplice, colocando as incubadoras de empresas no centro destas transições.

Figura 1: Ecossistema do empreendedorismo inovador no Estado de Goiás.

Fonte: Elaborado pelos autores com base em Etzkovitz e Leydesdorff (2009).

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A Figura 1 posiciona as incubadoras de empresas no centro do ecossistema como

elementos indutores das sinapses existentes. As incubadoras de empresas conseguem

estimular a integração dos ambientes, por ações conjuntas e pela própria interação

formalizada por meio de projetos ou informalmente pelas boas relações entre os gestores e

instituições mantenedoras, porém, há necessidade de que ações isoladas realizadas pelos

elementos constituidores do ecossistema possam ser integralizadas em ações de maior

abrangência para a consolidação das sinapses existentes e da organicidade exigida por uma

rede de relações concretizando o ecossistema, permitindo não somente criar e moldar os

recursos do sistema de apoio, mas também comparar a contribuição dos diferentes atores da

rede para aprimorar a compreensão de como os empreendedores estão interligados com os

demais atores (MUSIOLIK, 2012).

A INOVE, incubadora de empresas do extinto Centro Federal de Educação

Tecnológica de Goiás (Cefet/GO) foi a primeira incubadora do Estado de Goiás, inaugurada

em fevereiro de 2002. Com a expansão dos programas de incubação, atualmente, Goiás conta

com 12 incubadoras implantadas. As incubadoras de empresas, como elementos indutores do

empreendedorismo e inovação no Estado de Goiás representam a maior fonte de interação e

articulação do ecossistema do empreendedorismo inovador regional. Por meio de ações e

projetos formalizados entre os atores ou por ações isoladas conseguem, de forma organizada,

sensibilizar, disseminar e movimentar o desenvolvimento da cultura empreendedora e

estimular as interações entre as universidades, governo e indústria, para a criação de negócios

e inovações tecnológicas.

Ações como a participação em conjunto em projetos aprovados na Chamada Pública

MCT/Finep - PNI/PROININC 03/2009 e Carta Convite MCT/Finep/AT - PNI/Incubadoras

12/2010 proporcionaram maior interação das incubadoras goianas em diversas ações tais

como palestras, produção de materiais de sensibilização, publicações, workshops para equipes

das incubadoras e empreendedores, seminários, com destaque para a 1ª Olimpíada de

empreendedorismo para universitários goianos realizada em 2014, envolvendo as Instituições

mantenedoras e os diferentes atores do ecossistema. A realização do IX Encontro Regional de

Incubadoras do Centro-Oeste (Erinco), em junho de 2014, no município de Pirenópolis-GO,

como iniciativa da Rede Centro-Oeste de Inovação (RedeCO) e organizada pela Rede Goiana

de Inovação (RGI) estimulou perceptivelmente o ecossistema regional.

As 12 incubadoras existentes no Estado de Goiás são: o Centro de Empreendedores de

Rio Verde (Cerve), criado em setembro de 2003, vinculado à Universidade de Rio Verde

(UniRV), no município de Rio Verde-GO; a Incubadora Athenas, criada em outubro de 2011,

vinculada à Uversidade Federal de Goiás (UFG), no município de Catalão-GO; a Incubadora

de Empresas de Base Tecnológica de Jataí (BeeTech), recentemente criada em março de

2015, vinculada à Uversidade Federal de Goiás (UFG), no município de Jataí-GO; a

Incubadora de Empresas PUC Goiás, criada em setembro de 2012, vinculada à Pontifícia

Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), no município de Goiânia-GO; a Incubadora

Tecnológica ULBRATECH Itumbiara, criada em abril de 2012, vinculada ao Instituto

Luterano de Ensino Superior (ILES/ULBRA), no município de Itumbiara-GO; o Programa de

Incubação de Empresas Aldeia Anhanguera, criado em dezembro de 2008, vinculado ao

Centro Universitário de Goiás (Uni-ANHANGUERA), no município de Goiânia-GO; o

Programa de Incubadoras da Universidade Estadual de Goiás (PROIN.UEG), criado em junho

de 2011, vinculado à Universidade Estadual de Goiás (UEG), no município de Anápolis-GO;

o Programa de Incubação de Empresas do Município de Aparecida de Goiânia (Incubadora

3D), criado em abril de 2012; o Proine - Centro de Empreendedorismo e Incubação da UFG -

CEI, criado em maio de 2004, vinculado à Universidade Federal de Goiás (UFG), no

município de Goiânia-GO; a Tecnotex Incubadora de Empresas, criada em junho de 2004,

vinculada à Prefeitura Municipal de Goianésia-GO; a UniINCUBADORA, criada em outubro

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de 2008, vinculada ao Centro Universitário de Anápolis (UniEVANGÉLICA), no município

de Anápolis-GO; e a Incubadora de Empresa de Uruaçu, vinculada à Prefeitura Municipal do

município de Uruaçu-GO, em fase inicial de operacionalização.

Todas as incubadoras de empresas citadas são associadas pelas suas mantenedoras a

Rede Goiana de Inovação (RGI), criada em 05 de abril de 2005 com o objetivo de integrar e

apoiar as incubadoras de empresas goianas, tendo como principais instituições mantenedoras

a Fundação de Desenvolvimento de Tecnópolis (Funtec) e o Sistema Brasileiro de Apoio às

Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-GO). Com os demais atores governamentais e setores

produtivos, a RGI tornou-se a principal articuladora das políticas e ações direcionadas para a

criação e desenvolvimento das incubadoras no Estado de Goiás sendo também a instituição

representativa e articuladora do movimento das incubadoras goianas junto aos órgãos e

instituições regionais e nacionais, com destaque para sua articulação com a Associação

Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).

As universidades, IES e ICTs existentes despertam para o desenvolvimento de

ambientes que proporcionem a relação universidade-empresa para a promoção do

empreendedorismo inovador. As incubadoras de empresas vinculadas a estas instituições se

destacam por serem, em grande parte, os primeiros ambientes criados para o desenvolvimento

de negócios inovadores, seguido pelos NITs. Porém, percebe-se um direcionamento para a

criação e já existência de ambientes mais amplos de empreendedorismo e inovação.

Na perspectiva da interação governamental amplia-se a percepção de políticas públicas

e ações direcionadas para o desenvolvimento das incubadoras e demais ambientes de

inovação, agregando o Governo do Estado de Goiás, a Secretaria de Estado de

Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação

(SED) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) como atores

responsáveis pelo fomento, apoio e motivadores para o desenvolvimento das incubadoras e

respectivas ações de desenvolvimento regional.

O Governo do Estado de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de

Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico, Agricultura, Pecuária e Irrigação

(SED), que foi criada a partir da incorporação de diferentes pastas, com destaque para a

extinta Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTEC), promove a formulação e

execução da política de ciência, tecnologia e inovação, fomento à tecnologia da informação de

mercado, promoção da educação profissional e tecnológica, e, ainda, formulação da política

estadual relacionada com fomento, pesquisa, avaliação e controle do ensino superior mantido

pelo Estado. Dentre as ações articuladas pela Secretaria com a inovação e o

empreendedorismo, destacam-se a parceria para a disseminação dos ambientes de inovação

existentes, o apoio para realização de eventos e programas criados para fomento e apoio ao

desenvolvimento da inovação tecnológica no Estado, como o Programa Goiano de Parques

Tecnológicos (PGTec) instituído em 2010 com a finalidade de incentivar a implantação de

Parques Tecnológicos no Estado de Goiás.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) criada pela Lei 15.472,

em 2005, atua no fomento à pesquisa científica, tecnológica e de inovação, contribuindo para

o desenvolvimento socioeconômico e cultural de Goiás. Desde 2011 a Fapeg publica editais

de fomento à inovação nas empresas. No ano de 2013 a FAPEG publicou a Chamada Pública

nº 07/2013, o Edital TECNOVA, em substituição do edital PAPPE-Integração, em parceria

com a Finep, possibilitando a subvenção econômica para 35 empresas contempladas, com o

valor total disponibilizado de R$ 13,5 milhões. No ano de 2012, a Fapeg publicou a Chamada

Pública nº 14/2012 e nº 115/2012 em apoio à criação, estruturação e manutenção de NITs e

incubadoras de empresas respectivamente, somando o valor total de R$960.000,00

disponibilizados, sendo contempladas a instituições UEG, UFG, ILES/ULBRA, PUC Goiás,

UniEVANGÉLICA, UniRV, Universidade Salgado de Oliveira e o IF Goiás. Uma nova

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versão desta chamada está prevista ainda para o ano de 2015, novamente direcionada para os

NITs e incubadoras existentes em Goiás.

Localmente percebe-se a atuação direta do setor público atuando no desenvolvimento

das incubadoras municipais como o caso da Incubadora 3D sendo um projeto fruto da parceria

entre a prefeitura de Aparecida de Goiânia-GO por meio da Secretaria Municipal de Indústria

e Comércio, Ciência e Tecnologia (SICCT) em parceria com o Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), Funtec, RGI e o Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT)

AparecidaTec, o mesmo caso é percebido no município de Goianésia com a incubadora

Tecnotex. No município de Anápolis-GO a interação do setor público local também é

percebida pela articulação da Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação

(SMCTI) com as incubadoras PROIN.UEG da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e a

UniINCUBADORA na promoção do empreendedorismo inovador, com destaque para o

projeto Empreende Anápolis, realizado no ano de 2014, com o objetivo de divulgar a

realização de ações conjuntas para a sensibilização e a disseminação do empreendedorismo

inovador e dos programas de incubação existentes no município. Esta Secretaria também é

associada à RGI e Anprotec articulando ações com as incubadoras locais e iniciativas de

implantação do Parque Tecnológico no município.

Na perspectiva da interação com a indústria demonstrada na Figura 1 percebe-se a

variedade de atores envolvidos, que embora sistemicamente não articulados, promovem

conexões com as incubadoras de empresas em iniciativas que demonstram um grande

potencial para o desenvolvimento regional.

O Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-GO) possui

interface com todas as incubadoras de empresas e instituições mantenedoras, sendo

reconhecidamente um dos atores mais participativos no movimento de incubadoras e

desenvolvimento empreendedor regional e nacional.

A Fundação de Desenvolvimento de Tecnópolis (Funtec) é uma entidade privada sem

fins lucrativos que fomenta a inovação tecnológica no Estado de Goiás. Instituída em 1994,

atua conjuntamente com a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG) e a RGI

promovendo, incentivando, fomentando e coordenando projetos e desenvolvimento

tecnológico dos mais variados setores da sociedade, na busca do desenvolvimento local e

regional, numa ação contínua e articulada. O apoio oferecido pela Funtec ao desenvolvimento

de empreendimentos inovadores ganha destaque por meio de duas ações específicas: a

Plataforma Tecnológica de Dados para Inovação e Editais Funtec de Fomento às Ações de

Inovação em Goiás. De acordo com Bezerra et al. (2013), de forma inédita para o setor

produtivo goiano, com a Plataforma Tecnológica de Dados para Inovação, a Funtec objetiva

estabelecer um mecanismo, que susbsidia um conjunto de informações sobre inovações das

empresas goianas para a promoção de iniciativas empresariais e governamentais para a

inovação. Os Editais Funtec de Fomento às Ações de Inovação em Goiás, lançados

respectivamente nos anos de 2014 e 2015, apoiam propostas nas seguintes linhas: I - Apoio às

incubadoras e empresas incubadas, II - Apoio à Redes promotoras de inovação, III - Apoio à

projetos dinamizadores da Plataforma Tecnológica de Dados de Inovação e IV - Apoio à

projetos inovadores, somando o montante de R$1.064.700,00 disponibilizados nos anos de

2014 e 2015.

A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG) é parceira institucional de

diversas incubadoras goianas atuando como importante ator que integra o setor produtivo com

os ambientes de inovação existentes contribuindo para que as ações das incubadoras tenham

maior relação de desenvolvimento com os produtos e serviços originários das indústrias e

empresas regionais. Com a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) incentivada pela

Confederação Nacional das Indústrias (CNI), a FIEG criou o Núcleo de Inovação de Goiás

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(NIG) com a finalidade de sensibilizar as empresas para as oportunidades de inovar, ampliar a

participação industrial na agenda de inovação e trabalhar em parceria com o governo.

O Serviço Nacional de Apoio a Indústria (SENAI), também pertencente ao Sistema

FIEG, vem desempenhando regionalmente um relevante papel na disseminação da inovação

tecnológica, ofertando soluções tecnológicas que possibilitam a inovação para as micro e

pequenas empresas, tendo como demanda empreendimentos incubados para o

desenvolvimento específico de soluções complementares para seus projetos. O SENAI junto

ao Serviço Social da Indústria (SESI) também é regionalmente responsável pelo Edital

SENAI SESI de Inovação, disseminando e oferecendo apoio para o desenvolvimento de

projetos inovadores para com o objetivo de custear projetos de inovação tecnológica que

contemplem empresas do setor industrial de qualquer porte, inclusive startups, incluindo

empreendimentos incubados.

Os hubs de empreendedorismo visam apoiar empreendedores nos desafios de

negócios, guiando ou promovendo ações para que ideias, startups e empresas tenham suporte

e interação com grupo de empreendedores tendo um apoio especial para seu desenvolvimento,

tais ambientes já podem ser percebidos no Estado de Goiás, como os espaços de co-working

PontoGet, Modul Coworking, BIZ Center, Teia Coworking e a Trama Coworking, localizados

na cidade de Goiânia-GO, assim como o Coletivo Centopeia, a comunidade Empreendedores

Inquietos (EI) e o Anavalley como comunidade colaborativa criada em Anápolis-GO.

As Associações Comerciais e Industriais do Estado de Goiás e comunidades setoriais

representativas apoiam as ações empreendedoras vinculadas às incubadoras com o apoio

institucional e de divulgação de atividades que possam beneficiar o desenvolvimento

econômico dos negócios locais. Dentre as associações e comunidades destacam-se a

Associação de Jovens Empreendedores e Empresários de Goiás (AJE) e a Comunidade

Tecnológica de Goiás (COMTEC).

Com este ecossistema percebe-se que o cenário goiano do empreendedorismo

inovador vem se configurando de forma consistente, havendo a necessidade de políticas

públicas que consolidem as conexões já existentes e aquelas em fase de criação, que supram

as necessidades específicas dos empreendedores e atores envolvidos, potencializando a

sistematização de ações para o processo do desenvolvimento empreendedor promovido pelas

interações regionais integrando governo, universidades, indústria e as incubadoras de

empresas. A ambientação proporcionada por um ecossistema consolidado permite que os

empreendedores reconheçam e explorarem oportunidades possibilitadas por diferentes fatores

(BOLLINGHTOFT e ULHOI, 2005). Segundo Mian (1997), a assistência aos novos negócios

com serviços de apoio, bem como o desenvolvimento empreendedor, contribui para o sucesso

de novos produtos e serviços desenvolvidos por estes empreendimentos. O suporte oferecido

pelas incubadoras de empresas com o apoio do sistema de inovação contribui para que os

produtos e serviços desenvolvidos pelos empreendimentos incubados tenham acesso ao

mercado.

3 Indicadores de evolução e desempenho dos processos de incubação

As incubadoras de empresas brasileiras, referenciadas pelo Centro de Referência para

apoio a Novos Empreendimentos (Cerne), como modelo de atuação criado pela Anprotec e

Sebrae, pretendem melhorar expressivamente os resultados em prol do desenvolvimento

empreendedor, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos, de forma a ampliar a

capacidade da incubadora em gerar, sistematicamente, empreendimentos inovadores bem-

sucedidos (ANPROTEC, 2014). Porém, embora o modelo seja aplicado com vasta

abrangência nas diversas regiões do país pelas incubadoras de empresas, empiricamente,

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pecebe-se a existência de uma lacuna sobre a utilização de indicadores e resultados que

evidenciem a evolução dos processos de incubação regionais.

Dados do “Estudo, Análise e Proposições sobre as Incubadoras de Empresas no

Brasil”, elaborado pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos

Inovadores (Anprotec) e pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)

publicado em 2012, mostram o papel das incubadoras no desenvolvimento das diferentes

regiões do país, evidenciando que no Brasil, há 384 incubadoras, onde cerca de 3,8 mil

empresas (associadas e incubadas) são atendidas. Nesses ambientes, foram graduadas mais de

2,5 mil empresas, que faturam R$ 4,1 bilhão e geram cerca de 30 mil empregos

(ANPROTEC, 2014).

Segundo Ferreira et al. (2008) indicadores e estudos que demonstram o panorama

situacional das incubadoras e empreendimentos incubados, como os realizados pela Anprotec,

estabelecem mecanismos que geram visibilidade do desempenho das empresas incubadas e

das incubadoras com suas características de qualidade, tornando o ambiente de negócios mais

seguro e controlado, de modo a atrair um número maior de investidores e, consequente,

visibilidade do processo de desempenho e evolução das incubadoras.

No intuito de regionalizar o panorama das incubadoras do Estado de Goiás, a pesquisa

adaptou parâmetros tomados como referência pelo UBI Index Global Benchmark Survey

2014, sendo uma iniciativa europeia de investigação sobre o desempenho de incubadoras

universitárias realizada pela instituição UBI Global de Estocolmo na Suécia, para o

estabelecimento de indicadores baseados em fatores críticos de sucesso, áreas chaves de

gestão e nos próprios processos das incubadoras.

O UBI Index Global Benchmark Survey utiliza 60 indicadores-chave de desempenho

das incubadoras, chamados Key Performance Indicators (KPI) para classificar incubadoras.

Os 60 KPIs incluem dados quantitativos como receita anual, postos de trabalho criados, IPOs

e investimentos e dimensões qualitativos, tais como a qualidade e a quantidade de consultores,

mentores, serviços e negociações. Variáveis como o tipo de incubadora, ecossistema, idade e

setor de atuação também são considerados (UBI INDEX, 2014).

4 Metodologia

A metodologia consistiu em pesquisa empírica e exploratória, com caráter qualitativo

e descritivo, realizada por estudo multicaso que permitirá uma investigação sobre o atual

panorama das incubadoras de empresas goianas. O estudo foi fundamento por método survey

com utilização de questionário de pesquisa online elaborado no sistema web Google docs,

como instrumento de coleta de dados, aplicado no ano de 2014 em 10 incubadoras existentes

no Estado de Goiás. As informações obtidas foram descritivamente analisadas e

posteriormente expostas em resultados do artigo. O Quadro 1 demonstra a identificação e

descrição das incubadoras respondentes.

Quadro 1 - Incubadoras de empresas respondentes

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Fonte: Elaborado pelos autores.

O questionário (Apêndice A) base da pesquisa survey foi desenvolvido por 67

questões com repostas fechadas adaptadas do questionário da pesquisa UBI Index Global

Benchmark Survey 2014. Posteriormente, o questionário foi transposto para o sistema web,

sendo aplicado durante o mês de junho de 2014. A seleção dos respondentes consistiu em

todos os gestores das incubadoras de empresas associadas à Rede Goiana de Inovação (RGI)

mediante envio do questionário por e-mail.

Importante ressaltar que por se tratar de pesquisa realizada em 2014 as incubadoras

BeeTech e a Incubadora de Empresas de Uruaçu-GO não participaram do panorama

apresentado por serem constituídas em 2015.

5 Resultados

No intuito de compreender os programas de incubação no Estado de Goiás, são

expostos, no Quadro 2, o panorama sintetizado das incubadoras de empresas goianas no ano

de 2014, com os principais aspectos pesquisados e posterior discussão dos resultados.

Quadro 2 - Panorama das incubadoras de empresas goianas 2014

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10

Principais indicadores Resultados

Vínculo institucional das incubadoras 80% vinculadas à Universidades, IES ou ICTs

20% vinculadas ao setor público municipal (Prefeituras)

Tipologia das incubadoras

40% de base tecnológica orientadas para a geração e uso

intenso de tecnologias

60% mistas, orientadas para o desenvolvimento local e

setorial

Abrangência de atuação e incubação 70% com atuação local, no município

30% com atuação regional, em todo o Estado de Goiás

Nº. de empreendimentos incubados (projetos e

empresas) 56

Setores dos empreendimentos incubados atendidos

Tecnologia da Informação e Comunicação = 54,83%

Agronegócio = 16,13%

Biotecnologia e Nanotecnologia = 9,68%

Máquinas e Equipamentos = 9,68%

Meio ambiente e Recursos naturais = 6,45%

Fármacos e Medicamentos = 3,23%

Média de orçamento próprio das incubadoras ou da

instituição mantenedora para a operacionalização

(anual)

Entre R$50.000,00 a R$100.00,00

Média de receita/recursos financeiros gerados

anualmente pelas incubadoras (taxas de incubação,

editais contemplados e outras fontes)

Entre R$100.000,00 a R$150.000,00

Destinação dos recursos financeiros na

operacionalização das incubadoras

Apoio direto aos incubados = 28,1%

Custos com recursos humanos (salários da equipe e

contratação de profissionais) = 26%

Infraestrutura e equipamentos = 21%

Capacitação e qualificação da equipe da incubadora =

9%

Eventos = 9%

Marketing e comunicação = 6,9%

Principais motivos de sucesso das incubadoras na

perspectiva dos gestores

Estreita relação mantida com as empresas graduadas =

19,21%

Visibilidade e propaganda = 19,21%

Capacidade de atrair/prospectar projetos de alto impacto

= 14,69%

Facilidade para contatos e redes = 13,56%

Stakeholders competentes e comprometidos = 13%

Assessores e consultores qualificados = 11,86%

Garantia de recursos financeiros = 8,47%

Nº. de investidores que fazem parte das redes das

incubadoras (venture capital, angels etc) 27

Qtd. de recurso financeiro já investido por

investidores nos projetos/empresas incubadas Entre R$300.000,00 a R$500.000,00

Nº. de patrocinadores, locais, regionais, nacionais e

internacionais das incubadoras 15

Nº. médio de colaboradores atuantes por equipe das

incubadoras 4

Periodiciadade dos processos seletivos das

incubadoras

40% processo seletivo anual

60% processo seletivo de fluxo contínuo

Processo de seleção de empreendimentos

Nº. médio de projetos/empresas inscritas por ano nos

processos seletivos das incubadoras = 10,7

Nº. médio de projetos/empresas aceitas para incubação

por ano = 6,5

Origem dos(as) projetos/empresas incubadas

Acadêmicos/egressos da instituição = 40%

Empreendedores externos = 31,5%

Projetos de empresas já existentes = 20,5%

Professores/pesquisadores = 8%

Principais inovações identificadas nos

empreendimentos incubados

Inovação em produto/serviço = 57,5%

Inovação em organização/negócio = 23%

Page 11: A expansão e evolução dos programas de incubação e o ... · a Fundação de Desenvolvimento de Tecnópolis (Funtec) e o Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

11

Fonte: Elaborado pelos autores.

Dentre os resultados encontrados percebe-se a grande representatividade das

universidades no papel de mantenedoras das incubadoras existentes com 80% de vinculação

destes mecanismos. A localização das incubadoras goianas está concentrada em 100% nas

áreas urbanas, o que não impede o atendimento das incubadoras à projetos tecnológicos que

possam ser introduzidos em áreas rurais. A mesorregião do Centro Goiano, ganha destaque

em número de incubadoras instaladas sendo três na capital Goiânia, duas no município de

Anápolis e uma no município de Aparecida de Goiânia. A concentração demonstrada por um

lado reforça as potencialidades destes municípios e por outro lado indica a necessidade da

capilaridade da abrangência das incubadoras nas demais mesorregiões goianas.

Nº. de investidores que fazem parte das redes das

incubadoras (venture capital, angels etc) 27

Qtd. de recurso financeiro já investido por

investidores nos projetos/empresas incubadas Entre R$300.000,00 a R$500.000,00

Nº. de patrocinadores, locais, regionais, nacionais e

internacionais das incubadoras 15

Nº. médio de colaboradores atuantes por equipe das

incubadoras 4

Periodiciadade dos processos seletivos das

incubadoras

40% processo seletivo anual

60% processo seletivo de fluxo contínuo

Processo de seleção de empreendimentos

Nº. médio de projetos/empresas inscritas por ano nos

processos seletivos das incubadoras = 10,7

Nº. médio de projetos/empresas aceitas para incubação

por ano = 6,5

Origem dos(as) projetos/empresas incubadas

Acadêmicos/egressos da instituição = 40%

Empreendedores externos = 31,5%

Projetos de empresas já existentes = 20,5%

Professores/pesquisadores = 8%

Principais inovações identificadas nos

empreendimentos incubados

Inovação em produto/serviço = 57,5%

Inovação em organização/negócio = 23%

Inovação em processo = 11%

Inovação em marketing = 8,5%

Tempo médio que o empreendimento incubado

permanece nas incubadoras 2 a 3 anos

Percentual de empresas que permanecem na região

após sua graduação 85%

Serviços mais relevantes oferecidos pela

incubadora aos incubados na percepção dos

gestores

Assessorias e consultorias = 25%

Espaço e instalações = 20%

Captação de recursos e investimentos = 20%

Acesso a mercados, networking e parceiros = 17,5%

Acesso a laboratórios, pesquisa e aproximação de

professores e pesquisadores = 12,5%

Gestão da inovação e desenvolvimento da tecnologia =

2,5%

Apoio para propriedade intelectual e transferência

tecnológica = 2,5%

Percentual de esforços direcionados para cada

dimensão de desenvolvimento dos

empreendiemtnos incubados (Cerne)

Mercado = 23,5%

Gestão = 23%

Tecnologia = 19%

Capital = 19%

Desenvolvimento empreendedor = 15,5%

Nº. total de empregos gerados pelas empresas em

incubação

Indiretos = 79

Diretos = 72

Nº. total de empregos gerados pelas empresas

graduadas

Indiretos = 53

Diretos = 150

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12

Todas as incubadoras pesquisadas possuem caráter institucional de serem mecanismos

sem fins lucrativos, tendo como orçamento próprio para a operacionalização anual a média

orçamentária entre R$50.000,00 a R$100.00,00. A média de receita ou recursos financeiros

gerados anualmente (taxas de incubação, editais contemplados e outras fontes) fica entre

R$100.000,00 e R$150.000,00.

Os recursos advindos das instituições mantenedoras, taxas de incubação e projetos

aprovados em editais representam as maiores fontes de recursos utilizadas pelas incubadoras.

Tratando-se de editais e projetos contemplados pelas incubadoras goianas, as fontes de

captação mais utilizadas são a RGI, Funtec, Fapeg, Finep e Sebrae. A maior parte dos

recursos utilizados na operacionalização das incubadoras são direcionados para apoio direto

aos incubados, custos com recursos humanos e infraestrutura e equipamentos, que

conjuntamente representam 75% dos custos totais.

A pesquisa identificou a existência de 56 empreendimentos incubados (projetos e

empresas), sendo destaque o setor de TICs com 54,83% das incubações, seguido pelo setor de

agronegócio com 16,13%. Dos 56 empreendimentos incubados, 25,49% encontravam-se na

modalidade de pré-incubação, 33,33% na modalidade de incubação residente e 41,18% na

modalidade de incubação não residente, com período médio de incubação entre 2 a 3 anos.

Empiricamente, percebe-se que o número elevado de incubação na modalidade não-residente

deve-se ao fato da própria capacidade da estrutura física das incubadoras em atender maior

número de empreendimentos instalados em sua própria sede, o que demonstra a necessidade

de ampliação das capacidades e escalabilidade de atendimento das incubadoras.

Dentre os tipos de inovações referenciados pela OECD (2007), os mais comumente

identificados nos projetos incubados são respectivamente as inovações em produto/serviço

(57,5%), inovação em organização/negócio (23%), inovação em processo (11%) e inovação

em marketing (8,5%).

Na busca por investimentos, embora as incubadoras somadas possuam 27 investidores

integrantes de suas redes, os resultados demonstram que há a necessidade de atração de

investidores, sendo que apenas dois empreendimentos de todas as incubadoras pesquisadas

tiveram investimentos realizados, com destaque para a UniINCUBADORA que teve valor

entre R$300.000,00 a R$500.000,00 investidos em empreendimentos incubados.

Na captação de recursos por projetos elaborados pelos empreendimentos incubados

com apoio das incubadoras em editais de inovação, tem-se que 12 projetos já foram

contemplados com subvenção oriunda de diversas fontes como os editais PAPPE Integração,

PRIME, Tecnova, Funtec dentre outros. Da mesma forma, 41 projetos submetidos pelas

incubadoras de empresas goianas foram contemplados para o desenvolvimento, consolidação

e apoio aos empreendimentos incubados.

Quanto ao valor total do lucro arrecadado por todas empresas graduadas ou em

incubação referente a produtos ou serviços desenvolvidos com o apoio da incubadora,

percebe-se a ausência de dados quanto a este relevante indicador de lucratividade que impacta

diretamente na saúde financeira e nos resultados do processo de incubação. Apenas 3

incubadoras pesquisadas acompanhavam este indicador com a projeção anual da média de

lucros obtidos por seus empreendimentos incubados ou já graduados. Esta realidade denota

um fator crítico a ser observado pelas incubadoras goianas quanto aos indicadores de

desenvolvimento. Dos lucros arrecadados pelas empresas incubadas, apenas 30% das

incubadoras pesquisadas solicitam participação nos negócios em forma de royalties e

nenhuma das incubadoras participa ou solicita participação na sociedade dos

empreendimentos incubados ou graduados.

Na percepção dos gestores, os principais fatores de sucesso das incubadoras são

respectivamente a estreita relação mantida com as empresas graduadas (19,21%), a

visibilidade e propaganda (19,21%), a capacidade de atrair ou prospectar projetos de alto

Page 13: A expansão e evolução dos programas de incubação e o ... · a Fundação de Desenvolvimento de Tecnópolis (Funtec) e o Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

13

impacto (14,69%), a facilidade para contatos e redes (13,56%), os stakeholders competentes e

comprometidos (13%), os assessores e consultores qualificados atuantes na incubadora

(11,86%) e a garantia de recursos financeiros (8,47%). Tais resultados demonstram a

preocupação dos gestores em manter o vínculo com as empresas graduadas e preocupação de

como a incubadora é vista ou divulgada pelos parceiros, empreendedores e comunidade.

Sobre os serviços e apoio mais relevantes oferecidos pela incubadora aos incubados os

gestores destacaram respectivamente as assessorias e consultorias (25%), o espaço e

instalações oferecidas (20%), a captação de recursos e investimentos (20%), o acesso a

mercados, networking e parceiros (17,5%), o acesso a laboratórios, pesquisa e aproximação de

professores e pesquisadores (12,5%), a gestão da inovação e desenvolvimento da tecnologia

(2,5%) e o apoio para propriedade intelectual e transferência tecnológica (2,5%).

Em suas operações, ainda é perceptível como grande problema enfrentado pelas

incubadoras, a ausência de elevado número de colaboradores atuantes, com média de 3

colaboradores em tempo parcial na incubadora e média de uma pessoa com atuação em tempo

integral. Cerca de 60% das incubadoras possuem conselho ou comitê que supervisiona a

incubadora auxiliando as decisões e operações estratégicas das incubadoras, porém 40% das

incubadoras pesquisadas não possuem sequer uma instância deliberativa, não sendo possível

identificar se tal ocorrência justifica-se pela ausência de um corpo deliberativo relacionado à

falta do apoio estratégico institucional ou se pela autonomia estratégica dada aos próprios

gestores destas incubadoras.

Quanto aos processos seletivos realizados pelas incubadoras até o período da pesquisa,

40% possuíam processo seletivo anual e 60% possuíam processo seletivo de fluxo contínuo.

Identifica-se a média de 10,7 projetos inscritos anualmente por incubadora, com média de 6,5

projetos/empresas aceitos para incubação, com destaque para as incubadoras PROIN.UEG e o

Proine da UFG que conjuntamente possuem a média de 50 projetos inscritos ao ano,

representando 46,72% do total de empreendimentos inscritos nos editais de incubação em

Goiás.

Todas as incubadoras realizam ações de disseminação de empreendedorismo para

prospecção de projetos, o que contribui para a prospecção e maior número de inscritos nos

editais de seleção, porém os resultados da pesquisa demonstram a ausência da sistematização

das ações de sensibilização e prospecção, demonstrando que apenas 30% das incubadoras

goianas possuem ações frequentes com base em um calendário previamente estabelecido.

Verifica-se que um incremento em ações de disseminação pode proporcionar um aumento

significativo de bons projetos captados pelas incubadoras.

A origem dos projetos/empresas incubadas mostrou-se diversificada com destaque

para empreendimentos propostos por acadêmicos ou egressos das instituições de ensino e

pesquisa (40%), empreendedores externos (31,5%), professores ou pesquisadores (8%) e

projetos propostos por empresas já existentes (20,5%). Estes resultados demonstram a

relevante participação da comunidade acadêmica nos processos de incubação, em que também

se observou a média por incubadora de 4,4 professores/pesquisadores envolvidos no apoio ao

desenvolvimento da incubadora.

Apenas 50% das incubadoras pesquisadas em 2014 possuíam empreendimentos

graduados. Este resultado reflete a recente criação de grande parte das incubadoras goianas,

sendo que aquelas que já possuem empreendimentos graduados têm obtido êxito quanto à

retenção destas empresas na região, uma vez que cerca de 85% permaneceram na região. Isso

não impede que tais empresas exerçam suas atuações em outros estados e até mesmo em

outros países, porém, não há uma percepção de incentivos e ações consolidadas por parte das

incubadoras em preparar os empreendimentos para a internacionalização.

Observou-se durante a pesquisa, uma incipiente implantação do Centro de Referência

para apoio a Novos Empreendimentos (Cerne 1), com a identificação de 6 incubadoras

Page 14: A expansão e evolução dos programas de incubação e o ... · a Fundação de Desenvolvimento de Tecnópolis (Funtec) e o Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

14

goianas que até o momento da pesquisa ainda não iniciaram sua implantação, 3 incubadoras

encontravam-se em fase inicial de implantação e apenas 1 incubadora encontrava-se em fase

final de implantação. No momento de aplicação da pesquisa, foi perceptível que as

incubadoras Proine e UniINCUBADORA, contempladas no edital de Incubadoras de

Empresas -Sebrae/Anprotec Nº 01/2011-Práticas Cerne Tipo 1, eram as incubadoras com

melhores condições para a implantação do Cerne. Entretanto, boa parte dos gestores de todas

as incubadoras pesquisadas já possuíam a certificação de participação no Workshop de

Nivelamento e Curso de Implantação do Cerne 1 promovidos pela Anprotec.

Quanto a oferta de serviços específicos e personalizados de acordo com a fase de

desenvolvimento de cada empreendimento, tem-se que, 20% das incubadoras ainda não

conseguem oferecer sistemicamente o suporte específico às necessidades dos

empreendimentos e que 80% das incubadoras ofertam serviços por nível de maturidade e fase

de incubação.

Para o acompanhamento e monitoramento do desenvolvimento dos empreendimentos

incubados por meio de diagnósticos e avaliações, não é percebida uma linearidade, três

incubadoras realizam mensalmente, duas trimestralmente e três semestralmente. Quanto ao

acompanhamento das empresas graduadas tem-se que das cinco incubadoras que possuíam

empreendimentos graduados apenas uma acompanha o desenvolvimento das empresas

graduadas após o processo de incubação, por meio de mecanismos formais (reuniões,

relatórios, diagnósticos etc). Este resultado, contradiz na prática a própria percepção dos

gestores que enumeraram a estreita relação mantida com as empresas graduadas como um dos

principais fatores de sucesso da incubadora. Da mesma forma, foi constado que apenas 30%

das incubadoras possuíam empresas graduadas que participam ativamente das ações da

incubadora quando convidadas. Destas incubadoras, apenas uma possuía portfólio de ações

pelas quais os empreendimentos graduados pudessem participar continuamente.

Durante todo o período de existência dos programas de incubação 29

empreendimentos foram desligados antes de serem graduados. Este resultado torna-se um

indicador crítico, exigindo um estudo aprofundado sobre as motivações da evasão ou decisão

de desligamento destes empreendimentos por parte das incubadoras.

Tratando-se de ações promovidas pelas incubadoras goianas direcionadas para a

propriedade e intelectual e transferência tecnológica, com envolvimento dos projetos e

empresas incubadas, percebe-se incipientes iniciativas, com apenas 4 patentes geradas e 1

transferência tecnológica ocorrida. Este resultado demanda uma maior preocupação das

incubadoras quanto à proteção intelectual e melhor forma de exploração das inovações

tecnológicas desenvolvidas.

A diversificação das localidades e especificidades de atuação de cada incubadora traz

um interessante panorama sobre os programas de incubação no Estado de Goiás. Os

resultados encontrados na pesquisa oferecem insights relevantes para as conclusões deste

estudo.

6 Conclusão

O cenário goiano do empreendedorismo inovador vem se configurando na perspectiva

da Hélice Tríplice, conforme o ecossistema demonstrado neste artigo. Entretanto, observa-se a

necessidade de ações e políticas públicas que consolidem os nós das conexões existentes e

que supram as necessidades específicas dos empreendedores e atores, potencializando a

sistematização de ações para o processo do desenvolvimento empreendedor promovido pelas

interações regionais do governo, universidades e indústria em integração com as incubadoras

de empresas.

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No intuito de compreender os programas de incubação no Estado de Goiás foram

expostas informações relevantes sintetizadas pelo panorama das incubadoras de empresas

goianas em 2014, com os principais aspectos pesquisados e posterior discussão dos

resultados. Os resultados permitiram a geração do panorama atualizado das incubadoras de

empresas goianas, por meio de dados e indicadores, contribuindo para o estudo e identificação

da participação destes mecanismos no processo de desenvolvimento empreendedor.

Como limitação prática apresentra-se a temporiariedade dos dados coletados para a

pesquisa, logo que, os dados coletados são referentes ao ano de 2014, informações atualizadas

de 2015 ainda não foram prospectadas. Outro fator limitante está relacionado à ausência de

pesquisas similares em anos anteriores para parametrizar na totalidade os indicadores de

expansão, desempenho e evolução dos programas de incubação no Estado de Goiás.

O presente trabalho abre futuras perspectivas para pesquisas sobre o desenvolvimento

empreendedor e panoramas das incubadoras que podem ser aplicados nas demais regiões

brasileiras. Questões de pesquisas relacionadas à esta temática demandam investigação de

grande interesse para o campo da pesquisa e prática, como: Quais os impactos do apoio das

incubadoras no processo empreendedor para o sucesso dos empreendimentos incubados e

graduados? Quais indicadores relacionados ao desenvolvimento empreendedor podem ser

utilizados para identificar resultados sobre a atuação das incubadoras na geração de

empreendimentos de sucesso?

As possíveis pesquisas possibilitam novas agendas para testar empiricamente as

conexões dos diversos atores envolvidos com o apoio ofertado pelas incubadoras e o

desenvolvimento empreendedor dos incubados com sua completa inserção mercadológica.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à Rede Goiana de Inovação (RGI) e, em especial, dedicamos

este artigo como agradecimento póstumo à ex-gestora da Funtec, Valdete Santos Medrado,

co-autora da pesquisa e excepcional mobilizadora do movimento pró-inovação no Estado de

Goiás.

REFERÊNCIAS

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sumário executivo 2015. Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos

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Tecnológica de Dados de Inovação. Goiânia: KELPS, 2013.

BRASIL. Lei Federal de Inovação - Lei Nº 10.973, de 2 de Dezembro de 2004. Disponível

em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.973.htm> Acesso em

jun. 2015.

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16

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GOIÁS. Lei Goiana de Inovação - Lei Nº 16.922, de 08 de Fevereiro de 2010. Disponível

em <http://www.gabinetecivil.goias.gov.br/pagina_leis.php?id=9286> Acesso em jun. 2015.

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Estado de Gestão e Planejamento. Goiás em dados - 2013. Disponível em:

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technological innovation systems: Towards a conceptual framework for system building.

Technological Forecasting & Social Change, v. 79, p. 1032-1048, 2012.

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Inovação Tecnológica. 3ª ed. Brasília: Eurostat/Finep, 2007, 184 p.

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content/uploads/2015/03/UBI-Index-Benchmark-Methodology.pdf > Acesso em jun. 2015.

Page 17: A expansão e evolução dos programas de incubação e o ... · a Fundação de Desenvolvimento de Tecnópolis (Funtec) e o Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

17

APÊNDICE A

Questionário de pesquisa aplicado às incubadoras de empresas

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A - INTRODUÇÃO

1 ­ Nome oficial da incubadora:

2 ­ Universidade/Instituição mantenedora:

3 ­ Cidade:

4 ­ A incubadora atende todo o Estado de Goiás?

5 ­ Localização

B - PERFIL DA INCUBADORA

6 - Ano de criação da incubadora

7 - É uma incubadora com fins lucrativos?

8 - Qual o tipo da incubadora?

9 - Categoria de vínculo da incubadora:

10 - Nome completo do gestor da incubadora:

11 - Missão da incubadora (Descrever o foco estratégico da incubadora):

12 - Empresas/projetos incubados por setor:

13 - Orçamento próprio anual para a incubadora (não incluir recursos advindos de editais ou

fundos):

14 - Modalidades das empresas / projetos incubados (Descrever a quantidade por modalidade):

15 - Recursos financeiros gerados anualmente (de todas as fontes) pela incubadora:

16 - Quais as principais fontes de recursos financeiros da incubadora?

17 - Destinação dos recursos financeiros na operacionalização da incubadora:

18 - Quantas instituições apoiam financeiramente a incubadora?

19 - Cite o nome completo das 3 principais instituições que apoiam financeiramente a

incubadora:

20 - Seus recursos são supervisionados pelas instituições que apoiam financeiramente a

incubadora? Caso sua resposta seja sim, qual o número vezes por ano estes recursos são

supervisionados?

21 - Quais redes ou associações atualmente a incubadora é membro?

22 - A incubadora possui fundo de capital semente para investir em projetos/empresas

incubadas?

23 - A incubadora ao investir nos projetos/empresas incubadas solicita participação nos lucros

do negócio a ser desenvolvido?

24 - A incubadora ao investir nos projetos/empresas incubadas solicita participação na

sociedade do negócio a ser desenvolvido?

25 - Motivos relacionados ao sucesso da incubadora:

26 - Quantidade de investidores que fazem parte da rede da incubadora (venture capital, angels

etc):

27 - Quantidade de recurso financeiro já investido por investidores nos projetos/empresas da

incubadora:

28 - Número de eventos organizados e co-organizados pela incubadora ao ano:

29 - Número de patrocinadores, locais, regionais, nacionais e internacionais da incubadora:

30 - Número de cooperações formalizadas com outras instituições, locais, regionais, nacionais

e internacionais que contribuem para o desenvolvimento da incubadora e dos incubados:

31 - Número de colaboradores da incubadora com atuação tem tempo parcial:

32 - Número de membros da equipe da incubadora com atuação em tempo integral:

33 - Número de membros da equipe gestora (direção) da incubadora:

34 - A incubadora possui conselho ou comitê que supervisiona a incubadora?

35 - Número médio de projetos/empresas inscritas por ano:

36 - Número médio de projetos/empresas aceitas para incubação por ano:

Page 19: A expansão e evolução dos programas de incubação e o ... · a Fundação de Desenvolvimento de Tecnópolis (Funtec) e o Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

19

37 - Número professores e pesquisadores que apoiam o desenvolvimento da incubadora e

empreendimentos incubados:

38 - Qual o percentual de projetos/empresas em incubação de acadêmicos ou egressos da

universidade?

39 - Qual o percentual de projetos/empresas que possuem em sua equipe pelo menos um

membro que já tenha sido proprietário ou sócio de outra empresa?

40 - Em que fase se encontram os projetos quando ingressam na incubadora:

41 - Qual o percentual de empresas que permanecem na região após sua graduação?

42 - Número médio de tempo que o empreendimento incubado permanece na incubadora:

43 - Quais os serviços mais relevantes oferecidos pela incubadora aos incubados?

44 - Aplicação do Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos - CERNE 1:

45 - As assessorias, consultorias e demais suporte são direcionados para o desenvolvimento de

quais dimensões para os incubados:

46 - Quais as principais inovações identificadas nos empreendimentos incubados?

47 - De onde vieram os os projetos/empresas incubadas?

C – RESULTADOS

48 - A incubadora realiza ações de disseminação de empreendedorismo para prospecção de

projetos?

49 - A incubadora possui um processo seletivo bem definido?

50 - A incubadora oferece serviços específicos de acordo com a fase de desenvolvimento de

cada empreendimento para a obtenção de resultados?

51 - A incubadora realiza diagnósticos/avaliações periódicas para acompanhar o

desenvolvimento dos incubados?

52 - A incubadora supervisiona e acompanha o desenvolvimento das empresas graduadas após

o processo de incubação?

53 - As empresas graduadas participam ativamente das ações da incubadora?

54 - Qual o número de empresas graduadas que contribuem financeiramente para a incubadora

(royalties, taxas, patrocínio etc)?

55 - Número de empresas graduadas desde a criação da incubadora:

56 - Número total de empregos indiretos gerados pela empresas em incubação:

57 - Número total de empregos diretos gerados pela empresas em incubação:

58 - Número total de empregos indiretos gerados pela empresas graduadas:

59 - Número total de empregos diretos gerados pela empresas graduadas:

60 - Número de patentes geradas na incubadora pelos empreendimentos que já foram ou estão

incubados:

61 - Número de transferências tecnológicas ocorridas na incubadora:

62 - Número de empreendimentos que tiveram projetos contemplados em editais:

63 - Número de empreendimentos que tiveram investimentos ou foram financiados por

investidores:

64 - Número de projetos contemplados pela incubadora em editais ou outras fonts:

65 - Número de artigos publicados/apresentados em congressos, revistas e outras publicações:

66 - Valor total do lucro arrecadado por todas empresas já incubadas ou em incubação. (Lucro

referente a produtos/serviços desenvolvidos com o apoio da incubadora):

67 - Quantos projetos/empresas foram desligados da incubadora antes de serem graduados?