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Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF 16, 17 e 18 de abril de 2013 A EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO À SAÚDE FÍSICA E MENTAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Leonardo Kauer Zinn Francisco Geovani de Sousa Marina Ramos Dermmam Diego Alberto dos Santos

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Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF – 16, 17 e 18 de abril de 2013

A EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO À SAÚDE FÍSICA E MENTAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS NO ESTADO

DO RIO GRANDE DO SUL

Leonardo Kauer Zinn Francisco Geovani de Sousa

Marina Ramos Dermmam Diego Alberto dos Santos

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Painel 45/169 Políticas inovadoras na gestão da saúde do servidor

A EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO À SAÚDE FÍSICA E MENTAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS NO ESTADO

DO RIO GRANDE DO SUL

Leonardo Kauer Zinn Francisco Geovani de Sousa

Marina Ramos Dermmam Diego Alberto dos Santos

RESUMO O presente artigo, conforme o título antecipa, centrar-se-á no relato sobre o Programa de Valorização e Atenção à Saúde Física e Mental dos Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul (PROSER), que é desenvolvido pela Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos do Rio Grande do Sul (SARH/RS); Secretaria da Educação (SEDUC); Secretaria da Saúde (SES); Secretaria da Segurança Pública (SSP); Secretaria da Fazenda (SEFAZ); Casa Civil e Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (IPERGS). Nesse sentido, apresentar-se-á a metodologia de seu funcionamento, sem dispersar o relato sobre sua constituição, seus objetivos, sua estrutura e sua organização. De maneira geral, o que motiva a elaboração deste artigo são três questões cruciais: (a) ausência de uma efetiva Política Estadual de Saúde do Servidor que aponte um marco conceitual claro, apresente diretrizes de implementação e proponha estratégias e planos de ação e de avaliação para efetivá-la; (b) PROSER: estrutura e organização; (c) ações interventivas de promoção e prevenção, evidenciando a qualificação das demandas necessárias para o acolhimento dos servidores/as, diante dos desafios contemporâneos do mundo do trabalho no Brasil. Palavras-chave: Saúde do servidor. Trabalho. Sofrimento. Acolhimento e prazer.

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INTRODUÇÃO

O trabalho tem maneiras diferenciadas de ser percebido e pensado: de

um lado, podemos verificar que as relações interpessoais nestes locais trazem

satisfações quando existe a vinculação entre trabalho e prazer. No sentido contrário,

quando há ausência desse vínculo, não é rara a sensação de fardo e fadiga,

transformando esta realidade num fator de sofrimento ou doença. Dependendo da

forma como são estabelecidas as relações na organização e no processo de

trabalho, o indivíduo pode produzir processos subjetivos, determinando o tipo de

troca que faz com o seu meio de convivência.

Na contemporaneidade, cada vez mais é percebido o crescente

adoecimento daqueles que desenvolvem sua rotina de trabalho, tema complexo e

claramente permeado de nuances institucional. No presente artigo e no próprio

Programa estaremos enfocando este processo a partir dos servidores e servidoras

do Rio Grande do Sul. Deste, em 2012, 64.455 licenças saúde foram emitidas entre

os 138.215 servidores/as do Estado, sendo o maior índice por doenças

osteomusculares, seguido por saúde mental. Em alguns setores essa demanda é

mais recorrente, como é o caso educação, saúde, segurança pública.

Estudos demonstram que o crescente número de pessoas com situações

de transtornos mentais. De acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS),

calcula-se que cerca de 340 milhões de pessoas no mundo inteiro sejam afetadas

por depressão, 45 milhões por esquizofrenia e 29 milhões por demência. Os

transtornos mentais respondem por uma proporção elevada de todos os anos de

vida com qualidade perdidos em função de uma deficiência ou transtorno, e a

previsão é que esse ônus cresça significativamente no futuro (ORGANIZAÇÃO

MUNDIAL DA SAÚDE, 2001).

No Estado do Rio Grande do Sul, a partir de um estudo/ de um

mapeamento realizado pelo Departamento de Perícia Médica e Saúde do

Trabalhador (DMEST/SARH), foi constatado que os afastamentos por motivo de

licença para tratamento de saúde, dos servidores são motivados principalmente pelo

estresse que desencadeia o adoecimento psíquico, o que soma uma média de 18%

dos afastamentos, nesse período.

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Como estratégia de enfrentamento dessa realidade, o governo do Estado

do Rio Grande do Sul, com o compromisso de valorizar o/a servidor/a público

estadual, traz como proposta o desencadeamento de um processo de construção

coletiva produzindo uma nova realidade que atinja o conjunto dos servidores públicos

do Estado, implementando uma política que tenha como objeto a saúde do servidor e

da servidora, a partir da atenção e prevenção aos fatores prejudiciais a ela. Portanto,

um processo laboral mais saudável que proporcione melhoria nas condições de

trabalho, o que pode ser obtido por meio de ações de prevenção, redução dos riscos

nos ambientes e qualificação das relações interpessoais no trabalho.

Nessa conjuntura surge o Programa de Valorização e Atenção à Saúde

Física e Mental dos Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul

(PROSER), construído através de forma transversal pelas: Secretaria da

Administração e dos Recursos Humanos (SARH); Secretaria da Educação (SEDUC);

Secretaria da Segurança Pública (SSP); Secretaria da Saúde do Estado (SES);

Casa Civil; Secretaria da Fazenda (SEFAZ); e, Instituto de Previdência do Estado do

Rio Grade do Sul (IPERGS), para viabilizar formas de intervenções que amenizem

as situações decorrentes dos processos e relações de trabalho, nas diversas

Secretarias de Estado do Rio Grande do Sul.

O presente artigo, portanto, visa apresentar a forma metodológica de

funcionamento do PROSER: (1) constituição e objetivos; (2) estrutura e organização;

(3) ações interventivas de promoção e prevenção.

PROSER: CONSTITUIÇÃO, OBJETIVOS E REFERENCIAIS TEÓRICOS

A Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos (SARH) executa

a Política de Valorização dos Servidores e das Servidoras do Estado do Rio Grande

do Sul, o qual congrega quatro macroprojetos e/ou ações associados entre si:

política de atenção à saúde do servidor e da servidora (Programa de Valorização e

Atenção à Saúde Física e Mental dos Servidores Públicos – PROSER); qualificação

e formação permanentes dos servidores e das servidoras (Projeto de Qualificação

dos Servidores e das Servidoras); política de aprimoramento da seleção e do

ingresso (elaboração de concursos/lei de cotas); e negociação e diálogo

permanentes (Comitê de Diálogo Permanente – CODIPE).

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O Programa de Valorização e Atenção à Saúde Física e Mental dos

Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul (PROSER), instituído pelo

Decreto n. 48.898/2012, é um dos projetos integrantes da Incubadora da Secretaria

Geral de Governo1, bem como da Carteira de Projetos Estratégicos monitorados

pela Sala de Gestão da Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos.

O PROSER tem por escopo coordenar e integrar ações nas áreas de

assistência à saúde, promoção, prevenção e acompanhamento da saúde física e

mental dos/as servidores/as. Consiste na realização das seguintes atividades

voltadas aos/às servidores/as públicos/as:

I. promover a saúde e prevenir o sofrimento físico, psíquico e emocional,

a partir de mapeamento das situações de adoecimento que envolve os

aspectos ambientais e relacionais de trabalho;

II. promover a melhoria na qualidade dos processos de trabalho em

relação às condições e à organização das funções, por meio de

diagnóstico, avaliação, intervenção e monitoramento;

III. acolher aqueles/as que apresentam dificuldades físicas e/ou psíquicas

para desenvolver suas atribuições;

IV. acolher os/as servidores/as e articular a rede de atendimento para os

casos crônicos e agudos que demandem uma intervenção mais

intensificada;

V. assessorar e capacitar as chefias com vista à prevenção ao assédio

moral e demais formas de sofrimento no local de trabalho, bem como o

encaminhamento das questões relacionadas aos aspectos

comportamentais e subjetivos que possam interferir no desenvolvimento

das funções do/a servidor/a, emitindo quando for o caso, parecer

técnico propondo resolutividade.

1 A Secretaria-Geral de Governo é responsável pela Sistemática de Monitoramento Estratégico

(SME), que se depreende em um modelo de gestão com fins de avaliação do andamento e desempenho dos projetos estratégicos do Governo. A SME permite a organização e análise de dados físicos e financeiros e evidências de percepção social sobre os projetos mais importantes do Governo, cuja execução é essencial para o cumprimento dos compromissos do Governo.

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Com a constituição das diretrizes do PROSER uma nova dinâmica com

relação à valorização de acolhimento e atenção as situações de adoecimento dos

servidores/as nos seus ambientes de trabalho se apresenta. A Constituição desse

modelo de programa, conforme pesquisado, inexiste semelhante em outros Estados

do país.

Para compreender os aspectos conceituais da dinâmica do trabalho

realizado pelos servidores/as públicos estaduais, e fundamentando os objetivos

pelos quais o PROSER se alicerça, discorreremos sobre o entendimento de

categorias que tratam sobre trabalho, sofrimento e prazer.

Segundo a metodologia da Psicodinâmica do Trabalho, o trabalho é

definido como “[...] a atividade manifestada por homens e mulheres para realizar o

que ainda não está prescrito pela organização do trabalho” (DEJOURS, 2008, p. 5).

Por este conceito, trabalho é um dos elementos essenciais na promoção do

desenvolvimento psíquico, porque opera na construção da identidade, num espaço

intersubjetivo: o ambiente de trabalho com suas relações grupais e organizacionais.

O trabalho é, portanto, o maior fator de produção de sentido para a

integração social, pois é a partir do olhar do outro que nos constituímos sujeitos.

Castel (1998) afirma que é justamente na relação com o outro que nos

reconhecemos em processo de busca de semelhanças e diferenças. São as

relações cotidianas que permitem a construção da identidade individual e social, ao

longo de toda a vida, através de trocas materiais e afetivas, constituindo o sujeito em

sua singularidade em meio a diferenças.

Na vida adulta, o espaço do trabalho torna-se um plano privilegiado

dessas trocas, pois é mediador central da construção, do desenvolvimento, da

complementação da identidade e da constituição da vida psíquica. Além disso, é o

trabalho que confronta o mundo interno do trabalhador com o mundo externo, afinal,

a divisão organizada do trabalho, característica fundamental da modernização

capitalista através da fragmentação de tarefas e responsabilidades, gera

transformações no trabalhador e em suas relações sociais.

Dejours (1994) identifica a relação do homem com a organização do

trabalho como a origem da pesada carga psíquica das relações laborais. Esta

relação pode ser fonte de prazeres e desprazeres evidenciados, muitas vezes, por

afastamentos, sofrimentos que se estendem além do trabalho, contaminando todas

as instâncias da vida pessoal do trabalhador.

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Segundo o autor, a organização do trabalho marcada por sua divisão e

sua repartição entre os trabalhadores é, de certa forma, a vontade do outro com a

qual se depara nas instituições. Essa organização, portanto, recorta o conteúdo da

tarefa e as relações humanas de trabalho, constatando o exercício do domínio, do

controle, do desejo de explorar ao máximo a força de trabalho.

Por esta razão, Castel (1998) observa a relação direta que se estabelece

entre o processo de precarização das relações de trabalho e a consequente

vulnerabilidade social a que se expõe o sujeito.

Quanto ao prazer e sofrimento, Dejours (1999) afirma que,

paradoxalmente, o mundo do trabalho é gerador de sofrimento à medida em que

confronta as pessoas com as imposições externas, e é também, a oportunidade

central de crescimento e desenvolvimento psíquico do adulto. Ou seja, se o trabalho

conduz ao sofrimento, este mesmo trabalho pode constituir-se tanto fonte de prazer

e de desenvolvimento humano quanto de adoecimento.

Para lidar com o sofrimento inerente ao trabalho, Dejours (1999) assinala

que existem defesas construídas e sustentadas pelos trabalhadores, coletivamente,

distintos dos mecanismos de defesa clássicos descritos pela psicanálise. O autor

denominou de estratégias coletivas de defesa, aquelas que são, especificamente,

marcadas pelas exigências reais do trabalho, ao contrário, das doenças mentais que

não têm esse caráter específico.

PROSER: ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO

Estruturalmente, o PROSER está constituido por:

a) Coordenação Geral promove a busca de conhecimentos necessários à

valorização da saúde física e mental dos/as servidores/as/, podendo

realizar parcerias tendentes à celebração de convênios, acordos ou

outros vínculos congêneres com órgãos públicos, universidades,

instituições públicas ou privadas para estudos e troca de experiências,

visando ao aprimoramento e à difusão do Programa; gerencia,

compartilha e delibera quando necessário, junto com a Coordenação

Executiva, a respeito das condutas, ações e modelos de planejamento;

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coordena, implementa, acompanha e avalia as ações decorrentes do

cumprimento dos acordos, convenções e outros instrumentos

congêneres assinados; realiza e apoia estudos e pesquisas sobre

temas referentes à saúde do/a servidor/a, organizando indicadores e

outras informações necessárias para subsidiar as ações;

b) Coordenação Executiva, composta por representantes, titulares e

suplentes, dos seguintes órgãos e entidades: Secretaria da

Administração e dos Recursos Humanos, Secretaria da Segurança

Pública, Secretaria da Educação, Secretaria da Saúde, Secretaria da

Fazenda, Casa Civil e Instituto de Previdência do Estado do Rio

Grande do Sul. Promove e estabelece tratativas tendentes à

celebração de convênios, acordos ou outros vínculos congêneres com

órgãos públicos, universidades, instituições públicas ou privadas para

estudos e troca de experiências, visando o aprimoramento e difusão do

PROSER; monitora e acompanha convênios, contratos, acordos,

ajustes ou instrumentos similares, firmados pela Coordenação Geral,

avaliando seus objetivos e aplicação dos recursos; assessora a

implementação dos Núcleos de Acolhimento, garantindo a efetivação

dos seus objetivos e ações nos respectivos órgãos públicos;

c) Conselho Consultivo, composto por representantes, titular e suplente,

indicados/as pelos/as titulares de cada um dos órgãos da

Administração Pública Direta e Indireta do Estado do Rio Grande do

Sul, preferencialmente entre os/as servidores/as ocupantes de cargo

de provimento efetivo. O Conselho Consultivo deve aprovar o

Regimento Interno e suas alterações (já aprovado e publicado);

estabelecer suas ações no campo da opinião, da consulta e do

aconselhamento, constituindo-se como colaborador da Gestão Pública;

acompanhar sistematicamente as diversas fases de implantação e

desenvolvimento do programa.

d) Núcleos de Acolhimento, estrutura responsável pelas ações de

valorização e atenção à saúde física e mental, a partir das demandas

ligadas ao trabalho, implantada pelos/nos órgãos e entidades.

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Os Núcleos de Acolhimento são estruturados por equipe interdisciplinar,

com no mínimo profissionais da área da psicologia e do serviço social.

Os Núcleos de Acolhimento estão organizados em três modalidades: I -

Núcleo de Acolhimento Central – O Núcleo de Acolhimento Central,

localizado no Departamento de Perícia Médica e Saúde do Trabalhador

– SARH, atende os/as servidores/as lotados/as nesta secretaria e nos

órgãos e entidades que não abriguem Núcleo de Acolhimento Local; II -

Núcleos de Acolhimento Local – Os Núcleos de Acolhimento Locais,

inicialmente localizados na Secretaria de Educação, na Secretaria da

Segurança Pública, na Secretaria da Saúde, na Secretaria da Fazenda

e na Casa Civil, atendem os/as servidores/as lotados/as nesses

órgãos; e, III - Núcleos de Acolhimento Regional – As Secretarias

poderão constituir Núcleos de Acolhimento Regionais, em parceria com

outros órgãos.

Atualmente o PROSER já desenvolve acolhimento no Núcleo Central, na

Secretaria da Fazenda e Complexo Piratini. Os demais núcleos Locais e Regionais

estão em processo de planejamento para implantação2. Inicialmente realizada nas

Secretarias integrantes da Coordenação Executiva do PROSER, a implantação

desses núcleos permitiu a criação de espaço de referência aos/às servidores/as,

buscando o desenvolvimento da ação de aproximação, sendo um ambiente de

escuta e diálogo buscando a resolutividade da situação de sofrimento físico e

mental demandado.

O Núcleo de Acolhimento da Secretaria da Administração e dos Recursos

Humanos é constituído por uma equipe técnica multidisciplinar composta por duas

assistentes sociais, duas psicólogas, dois engenheiros do trabalho, um educador

físico e estagiários/as que atende, além dos/as servidores/as da Secretaria, as

demais estruturas administrativas sem núcleos estruturados. Desde maio de 2012

recebe demandas encaminhadas por entidades sindicais, diretorias de

departamentos, além da procura espontânea dos/as próprios/as servidores/as.

2 A Secretaria de Segurança Pública implantará dois núcleos, um em Porto Alegre e outro em

Santana do Livramento (ambos dependem da liberação dos espaços). A Secretaria da Educação está definindo um espaço de acolhimento e uma equipe multidisciplinar para a implantação do núcleo em Porto Alegre. A Secretaria da Saúde aguarda a oficialização.

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A Casa Civil, responsável pela coordenação do Núcleo PROSER

Complexo Piratini, possui uma equipe multidisciplinar de médico, psicóloga e

estagiários/as. Atualmente está implantando as estruturas físicas para realização do

acolhimento dos/as servidores/as.

A Secretaria da Fazenda passou a integrar a Coordenação Executiva do

PROSER em setembro de 2012 com a edição do Decreto n. 49.623. A Secretaria já

realiza atendimentos desde 2005 por meio do Programa “Sefaz Vida”, sendo que no

ano de 2012, já alinhada às diretrizes do Programa, realizou 66 atendimentos e

prestou 05 consultorias para gestores/as e equipe.

PRONTO ACOLHIMENTO

Destacamos a importância Pronto Acolhimento como espaço destinado

aos processos de inclusão e de estar em relação ao outro. Os Núcleos de

Acolhimentos que constitui o programa, não pressupõe apenas um local ou espaço

físico, mas uma postura ética que implica em compartilhamento de saberes, de

concertação de um ambiente de escuta e diálogo onde o servidor possa estabelecer

vínculo/responsabilidade na perspectiva de resolutividade da sua situação de

sofrimento psíquico ou físico demandada.

Semanticamente este termo aponta para a seguinte concepção: quem

acolhe toma pra si a responsabilidade de “abrigar e agasalhar” o outro em suas

demandas, com resolutividade necessária para o caso.

Ao conceituar acolhimento, o Ministério da Saúde3 salienta que:

É preciso não restringir o conceito de acolhimento ao problema da concepção da “demanda espontânea”, tratando-o como próprio a um regime de afetabilidade (aberto a alterações), como algo que qualifica uma relação e é, portanto, passível de ser apreendido e trabalhado em todo e qualquer encontro e não apenas numa condição particular de encontro, que é aquele que se dá na recepção. O acolhimento na porta de entrada só ganha sentido se o entendermos como passagem para o acolhimento nos processos de produção de saúde.

3 BRASIL. Ministério da Saúde. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. Disponível em:

<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/APPS_PNH.pdf>. Acesso: 18 de mar. 2013.

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Acolhimento, portanto, é aqui entendido como o modo de operar os

processos de trabalho em saúde, assumindo uma postura capaz de contemplar

intervenções com conhecimento, habilidades e atitudes, dando respostas adequadas

aos usuários. Além disso, é, também, uma intervenção que possibilita analisar o

processo de trabalho, o ambiente de trabalho e as condições de prevenção. É estar

atento e focar as relações em que o sujeito esta inserido propondo mudanças, e o

reconhecendo como sujeito ativo no seu processo de produção.

Acolher implica em estabelecer a interação e a articulação com uma rede

interna (voltada para as ações que dialogam com nossas estruturas) e a rede

Externa (voltada para instituições e/ou programas que estão organizadas para fora

das estruturas do Estado), numa intervenção multidisciplinar comprometida com as

respostas necessárias, com corresponsabilização entre os agentes envolvidos com

a demanda, numa linha de cuidado e valorização da situação que envolve o

servidor.

Segundo os moldes estabelecidos pelo Ministério da Saúde (Humaniza

SUS) a humanização do atendimento opera com o principio da transversalidade

lançando mão de instrumentos e dispositivos que consolidem rede e vínculos e a

corresponsabilidade entre usuários, trabalhadores e gestores. Portanto, os valores

que norteiam essa política são: a autonomia e protagonismo dos sujeitos, a

corresponsabilidade entre eles, os vínculos solidários e a participação coletiva numa

perspectiva de atenção e valorização à saúde do servidor na sua integralidade.

PROSER: AÇÕES INTERVENTIVAS DE PROMOÇÃO E PREVENÇÃO

Em sua trajetória inicial, o PROSER realizou eventos e campanhas que

tiveram como principais finalidades a divulgação do Programa, o mapeamento das

demandas e o amparo conceitual da política de saúde do/a servidor/a no Estado.

Dentre as ações realizadas destacamos: Seminário Internacional Saúde

do Servidor e da Servidora, realizado entre os dias 19 e 20 de abril, contando com

mais de 700 participantes; Seminário Assédio Moral: ética, saúde mental e aspectos

legais, realizado nos dias 17 e 18 de setembro, com participação de,

aproximadamente, 400 servidores/as; 2ª Semana do Coração, que ocorreu entre os

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dias 22 e 29 de setembro, atingindo um público de mais de 5.000 pessoas, entre

público interno e externo, nas suas mais variadas atividades de palestras,

caminhada de abertura, medições de pressão arterial e de colesterol, realização de

pesquisa com servidores/as da SARH (360 participantes); Semana do Servidor e da

Servidora; Campanha de Vacinação contra os vírus H1N1 e Influenza A e B, tendo

ocorrido em duas etapas, sendo a primeira realizada em 25 de maio, com

atendimento prioritário às gestantes e servidores/as com mais de 60 anos, quando

foram aplicadas 200 doses, e a segunda etapa realizada nos dias 10 e 11 de julho,

quando 2.784 doses foram aplicadas nos/as servidores/as vinculados ao CAFF,

SEFAZ e IPERGS; apresentação do PROSER em nove Seminários de

Desenvolvimento Institucional.

Além dessas atividades, o PROSER implantou, como forma de promoção

à saúde física, a Ginástica Laboral nas Secretarias da Administração e Recursos

Humanos (SARH).

Apresentamos no próximo tópico, as atividades de maneira mais

detalhada.

ETAPAS DE CADA EVENTO

O Seminário Nacional Sobre Assédio Moral: Ética, Saúde e Aspectos

Legais teve como principal objetivo realizar o aprofundamento conceitual e o

mapeamento dos malefícios que as práticas de assédio moral causam às vítimas,

contribuindo na ampliação do conceito, para, desta forma, balizar as ações do

programa. A grade de programação do seminário – contemplando diversas

abordagens relacionadas aos problemas envolvendo o assédio moral nos

ambientes de trabalho, bem como aos aspectos teóricos e às experiências exitosas

de prevenção realizadas em outros Estados – contou com quatro momentos

distintos: “Percurso Histórico do Assédio Moral”; “Assédio Moral nas Relações de

Trabalho”; “Aspectos Legais do Assédio Moral” e “Aspectos Multidisciplinares do

Assédio Moral”.

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O evento teve a contribuição das seguintes autoridades no tema: Profª.

Dra. Margarida Barreto, vice-coordenadora do Núcleo de Estudos Psicossociais da

PUCSP; Prof. Dr. José Roberto Heloani, professor titular e pesquisador da

Universidade Estadual de Campinas e professor conveniado junto à Université de

Paris X – Nanterre; Des. Ricardo Carvalho Fraga, integrante do Conselho da Escola

Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região.

A dinâmica do evento foi elaborada para permitir que as conclusões do

mesmo pudessem subsidiar a elaboração de uma Minuta de Projeto de Lei

regulamentando a matéria no serviço público.

A Semana do Coração do Estado do Rio Grande do Sul, instituída pela

Lei n. 13.687/2011, é uma das atividades realizadas pelo Programa de Valorização à

Saúde Física e Mental dos Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul

(ProSER). O evento tem por objetivo conscientizar, informar e esclarecer a

população gaúcha sobre a importância da saúde cardiovascular, tendo sua

relevância justificada nos alarmantes dados relacionados com o tema. A Sociedade

de Cardiologia do Estado (Socergs) alerta que no ano de 2010 foram registrados

5.558 (cinco mil, quinhentos e cinquenta e oito) morte por infarto no Estado.

Assim, a 2ª Semana do Coração do Estado do Rio Grande do Sul teve

como tema “Quem Ama a Vida Cuida Bem do Coração”. Dessa forma, a organização

do evento promoveu ações por todo o Estado que objetivaram chamar a atenção

para os fatores de risco (tabagismo, sedentarismo, obesidade, diabetes, hipertensão

arterial, estresse, colesterol etc.) que incidem nas possibilidades de doenças

cardiovasculares (infarto, derrame, morte súbita, angina e insuficiência cardíaca).

Para tanto, foram realizadas atividades de conscientização sobre saúde

cardiovascular, medição de pressão arterial e colesterol, palestras, distribuição de

folhetos explicativos da campanha, exposição fotográfica da Primeira-dama Sandra

Genro.

Na segunda edição foi realizada uma pesquisa inédita, em parceria com o

Instituto de Cardiologia de Cruz Alta, sobre a situação da saúde cardiovascular

dos/as gaúchos/as tendo como público alvo, primeiramente, os/as servidores/as da

SARH, sendo a ação imediatamente estendida aos/às demais servidores/as de

todos os Poderes do Estado e, oportunamente, à toda a sociedade gaúcha.

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Foram parceiros importantes nessa agenda da segunda edição da

Semana do Coração: SOCERGRS, Instituto de Cardiologia de Cruz Alta, CORSAN,

ACTIO RHDH; SEDUC, SSP, Gabinete da Primeira-Dama, PROCERGRS, TCE,

Casa Civil, Assembleia Legislativa, Ministério Público.

De acordo com a SOCERGRS, ao redor de 1.601 pessoas fizeram

medições e aproximadamente 5.000 pessoas estiveram envolvidas, no geral,

incluindo todas as atividades relacionadas à programação geral da 2ª Semana

Estadual do Coração.

Nos dias 10 e 11 de junho foi realizada a 2º Etapa da Campanha de

Vacinação Gripe H1N1, desta vez sendo aplicadas 2.231 vacinas nos/as

servidores/as do CAFF, mais 200 nos/as servidores/as da SEFAZ e mais 200 nos/as

servidores/as do Tudo Fácil. Totalizando entre as duas etapas: 2.784 vacinas

aplicadas. Para a realização da campanha se contou com a importante parceria da

SES e do IPERGS.

Campanha de Vacinação - H1N1 - 2ª Etapa na SARH/2012

Por % - Gênero/Secretaria

Feminino Masculino

67 70 58 54

47

67 59

51 62

52

71 60

71

100

73

57 73

57 56

83 80

59

100

33 42

64 54 53

61

100

50

33 30 42 46

53

33 41 49

38 48

29 40

29

0

27

43 27

43 44

17 20

41

0

67 58

36 46 47

39

0

50

0 20 40 60 80

100

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Campanha de Vacinação - H1N1 - 2ª Etapa na SARH/2012

Total de pessoas por Secretaria

PROSER: OUTRAS AÇÕES DESENVOLVIDAS E PERSPECTIVAS FUTURAS

Conforme citamos anteriormente, outra ação em desenvolvimento nas

secretarias é a realização da prática da Ginástica Laboral. Esta se organiza através

de uma série de exercícios físicos realizados no ambiente e no turno de trabalho, e

objetiva a melhoria da saúde, evitando lesões dos servidores por esforço repetitivo

e algumas doenças ocupacionais.

Uma ampla divulgação do Programa a todos os servidores do Estado,

através de um plano de comunicação definido, é a meta para o primeiro semestre de

2013, além dela temos a inauguração da Academia do CAFF e as regulamentações

do Projeto de Lei do Assédio Moral, cuja minuta está em debate e a implantação do

Programa de Avaliação de Exames Periódicos.

Para o segundo semestre, está planejado a realização de campanhas

preventivas de saúde; um encontro de capacitação de gestores; e, a efetivação do

prontuário eletrônico a partir do sistema de Recursos Humanos do Estado (RHE).

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Campanha de Vacinação - H1N1 - 2ª Etapa 2012 - Total = 2231

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A gestão do trabalho4 é uma questão que tem merecido a devida atenção

por parte do Governo do Estado, buscando uma correta adequação entre as

necessidades da população usuária e seus objetivos institucionais. Há a

necessidade de constituir outras formas e jeitos de atender as demandas dos/as

servidores/as em relação aos entraves colocados pelas estruturas rígidas e

burocratizadas das organizações de trabalho.

Entender as demandas de adoecimento oriundas do ambiente e dos

processos de trabalho traz em si, outras formas de olhar a elevada incidência das

licenças de saúde registradas, por exemplo. Para estabelecer uma relação de

valorização geral dos/as servidores/as, necessitamos de uma avaliação e

intervenção na gestão do trabalho.

Sendo esse tema o eixo central da estrutura organizacional dos serviços

de saúde, teremos necessariamente que pensar estratégias inovadoras nestes

ambientes, ao envolver gestores/as e servidores/as na busca incessante da

promoção de novas relações com o ambiente de trabalho apontamos o quanto este

tema merece e deverá ter um processo contínuo e viável. Sabemos que a ausência

de uma Política Estadual de Saúde do Servidor, com diretrizes, estratégias, plano de

ação e avaliação para efetivá-la, impossibilita avanços efetivos. Mas, por se

constituir numa demanda emergente e, histórica, o PROSER deverá estar entre as

principais ações do atual governo.

Desta forma, avaliar e formular a área da gestão do trabalho voltada à

saúde do/a servidor/a significa levar em consideração o complexo e vasto mundo do

trabalho, ao qual os que produzem estes serviços e os que os gerenciam estão em

permanente processo de interação e mediação, lembrando que a produtividade e a

qualidade dos serviços oferecidos à sociedade serão, em boa parte, reflexos da

forma e das condições com que são tratados os que atuam profissionalmente na

organização (Arias et al., 2006, p.119).

4 A concepção de Gestão de Trabalho pressupõe entender o trabalho como uma categoria central na

construção dos atores sociais, em movimento construtivo, no qual, ao mesmo tempo em que o trabalhador se constrói , atua e se reconhece como pertencente ao ambiente de trabalho. O local de trabalho é considerado um espaço múltiplo e importante, onde a diversidade cultural e étnica se traduz em complementaridade e enriquecimento no processo de produção, buscando a humanização das relações sociais e a inserção de valores como a ética, a cooperação, o respeito e a solidariedade. Concepção, defendida na 3ª Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.

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O PROSER, ao buscar a promoção da saúde física e mental do/a

servidor/a através de uma política permanente de Estado, traz uma proposta

inovadora, que modifica paradigmas e propõem novos olhares sobre a relação entre

trabalho e sujeito, além de discutir e refletir, com os/as servidores/as, questões

diversas, e não somente reivindicações salariais.

Mediante a conjuntura ora exposta, faz-se necessário um total

desprendimento e apoio irrestrito dos/as gestores/as da máquina pública estadual,

pois durante o processo de implantação, análise institucional e, principalmente,

mudanças necessárias a um novo ambiente de trabalho, será exigido muita reflexão,

disponibilidade para entender e permitir as novas formas de ver e agir.

Da mesma forma, a política (para dar-se como efetiva de Estado) deve

estar inclusa na concepção dos servidores e servidoras como permanente interação

e participação, tornando-a, assim, culturalmente como espaço de acolhimento

essencial no seu cotidiano profissional.

REFERÊNCIAS

ARIAS, E.H.L et al.Gestão do Trabalho no SUS. In: Cadernos RH Saúde. 3ª Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. v.3, n.1, mar. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. BATTISTELLI, B.; AMAZARRAY, M., KOLLER, S. O Assédio Moral no Trabalho na Visão de Operadores do Direito. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/psoc/v23n1/a05v23n1.pdf>. Acesso em 12 dez. 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/APPS_PNH.pdf>. Acesso: 18 de mar. 2013. CASTEL, R. As metamorfoses da questão social. Petrópolis, Vozes, 1998. DEJOURS, Cristophe. Addendum – da Psicopatologia à psicodinâmica do trabalho. In: LANCMAN, Selma e SZNELWAR, Laerte Idal (orgs.) Cristophe Dejours: Da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho”. – Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, Brasília: Paralelo 15, 2004. ______. A Loucura do Trabalho: estudos de psicopatologia do trabalho. 5. ed., São Paulo: Cortez/Oboré, 1992.

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DEJOURS, Cristophe. Conferências Brasileiras: Identidade, Reconhecimento e Transgressão no Trabalho. São Paulo: Fundap, 1999. ______ et al. Psicodinâmica do Trabalho: Contribuições da Escola Dejouriana à Análise da Relação Prazer, Sofrimento e Trabalho. São Paulo: Atlas, 1994. MAGNUS, C. de N. Sob o peso dos grilhões: um estudo sobre a Psicodinâmica do Trabalho em um hospital psiquiátrico público. 272f. Dissertação de Mestrado. Instituto de Psicologia Social e Institucional, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009. NARDI, H. C. Ética, Trabalho e Subjetividade. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2006. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Ambientes de Trabalho Saudáveis: um modelo para ação: para empregadores, trabalhadores, formuladores de política e profissionais. Brasília: SESI/DN, 2010. ______. Livro de Recursos sobre Saúde Mental, Direitos Humanos e Legislação. Disponível em: <http://www.who.int/mental_health/policy/Livroderecursosrevisao_FINAL.pdf>. Acesso 27 jul., 2011. RIO GRANDE DO SUL. Decreto nº 48.898/2012 – Institui o Programa de Valorização e Atenção à Saúde Física e Mental dos Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul, e dá outras providências. Disponível em: <

http://www.seminarioassediomoral.rs.gov.br/upload/20120903121021decreto_48_898___saude_do_servidor__1_.pdf >. Acesso em: 12. dez. 2012. ______. Eixo: Atenção à Saúde Física e Mental do Servidor do Estado do Rio Grande do Sul, Proposta de Implantação, Relatório do Grupo de Trabalho (GT). Porto Alegre: SARH, 2012. ______. Nota Técnica n. 02/2013. Porto Alegre: DIRGS/SARH, 2013. ______. Regimento Interno ProSER. Porto Alegre: SARH, 2012.

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AUTORIA

Leonardo Kauer Zinn – Secretário da Administração e dos Recursos Humanos do Estado do Rio Grande do Sul (SARH/RS), adjunto. Endereço eletrônico: [email protected] Francisco Geovani de Sousa – Chefe da Divisão de Saúde do Trabalhador – DISAT, no Departamento de Perícia Médica e Saúde do Trabalhador – DMEST, na Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos (SARH), do Estado do Rio Grande do Sul. Endereço eletrônico: [email protected] Marina Ramos Dermmam – Assessora do Gabinete da Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos do Estado do Rio Grande do Sul (SARH/RS). Endereço eletrônico: [email protected] Diego Alberto dos Santos – Assessor do Gabinete da Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos do Estado do Rio Grande do Sul (SARH/RS). Endereço eletrônico: [email protected]