a fé em ação

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As citações bíblicas foram extraídas da versão Almeida Revista e Atualizada (ARA), 2ª edição (Sociedade Bíblica do Brasil), exceto indicações de outras versões.

Editora filiada àAssociação de Editores Cristãos

diretorAbimael de Souza

consultorJohn D. Barnett

editor-chefeAndré de Souza Lima

assistentes editoriais Isabel Cristina D. Costa Regina Okamura Selma Dias Alves

autores Antônio Rodrigues da SilvaEmerson da Silva PereiraEsli Pereira FaustinoEvaldo Alencar de LimaEverson Souza PereiraJosé Humberto de OliveiraLuiz César Nunes de AraújoSilas Arbolato da CunhaVanderli Alves Neto

revisor esAydano Barreto CarleialYolanda Rodrigues Bueno

projeto gráfico Patrícia Pereira Silva

diagramação André de Sousa Júnior

capaAndré de Sousa Júnior

Como um bom comunicador, Tiago fala aos seus leitores de maneira direta e con-vincente, com ilustrações bem vívidas e declarações desafiantes.

A riqueza destas lições se acha na maneira tão prática pela qual os vários escritores apresentam o ensino.

Tiago, como irmão de Jesus, era muito familiar ao Seu ensino. Isso se vê nos parale-lismos de sua carta com o ensino prático do Sermão do Monte. Sua posição como pastor de um grande rebanho em Jerusalém o fez sensível a atitudes como preconceito e fofoca que arruínam muitas igrejas. A igreja de Jerusalém era muito pobre (Rm 15.26), por isso Tiago apresenta o Evangelho do ponto de vista do oprimido. Este é um ponto muito relevante para a nossa situação, pois a opressão continua aconte-cendo em nossos dias. O escritor Boerma afirma: “Lucas e Tiago são os escritores do Novo Testamento em cujos livros as palavras pobreza e riqueza mais aparecem”.

Uma contribuição chave desta epístola para a fé evangélica é a relação fé-obras. Vamos aprender uma grande verdade: as obras não produzem fé; é a fé que produz obras, e as obras confirmam a nossa fé.

Ao estudar a carta de Tiago, percebemos que ele dá muitos conselhos práticos sobre a provação, o cuidado de órfãos e viúvas, como enfrentar a tentação, não acepção de pessoas, a sabedoria, o mau uso da língua, a influência do mundo, a soberba, o valor da oração e os problemas da apostasia. De fato, Tiago tinha como seus alvos: encorajar aqueles que estavam sofrendo na Dispersão; corrigir certas tendências de conduta e confrontar os cristãos com as suas responsabilidades cristãs.

Tiago se preocupou muito com a possibilidade da fé dos seus leitores não ser algo vitalmente operante na vida deles. Por isso, apresenta uma série de provas pelas quais é possível testar a autenticidade da fé cristã.

Será que, ao estudar esta carta tão prática, vamos passar neste vestibular?

John D. Barnett

Tiagoa fé em ação

1Ao preparar a aula, você precisa lembrar que seu alvo é ensinar a palavra de Deus a

fi m de transformar a vida dos alunos. Para isso, tenha sempre em mente o que eles precisam saber, sentir e agir.

O aluno será capaz de

sabero que meus alunos devem saber?

sentiro que devem sentir?

agiro que devem fazer?

Orientaçõesgerais

Sugestão Inicial

2 Este é um momento de grande importância, quando você deverá atrair a atenção e o in-teresse da classe para o que será ensinado.

Professor, lembre-se de que ministrar uma aula não

signifi ca apenas transmitir um amontoado de informações

teológicas ou conhecimentos puramente pessoais sem a

interação com a classe.É importante que os alunos

sejam incentivados a participar no processo

de aprendizagem.

professor

Um ensino criativo se baseia na construção do conhecimento com a participação ativa dos alunos. Para que se sintam motivados a participar, é importante considerar a realidade deles, suas limitações e capacidades. Isso signifi ca que você deve usar a criatividade para adaptar algumas sugestões apresentadas no guia, de acordo com a realidade de sua turma.

Grande parte das estratégias didáticas sugeridas nas lições visa envolver os alunos com o assunto, de forma que participem ativamente da aprendizagem, construindo conhecimento. Por isso, as sugestões para o professor não se limitam a como transmitir os conteúdos das lições, mas o orientam a promover situações propícias à aprendizagem.

estratégiasde ensino

recursosdidáticosAcesse: www.editoracristaevangelica.com.br/recursosdidaticos para baixar as apre-sentações de PowerPoint® das lições.

Perguntas

Começar a aula fazendo perguntas é uma estratégia interessante para que você conheça o que os alunos pensam, sentem ou como agem sobre o assunto da lição. Usadas no decorrer e no fi nal da aula, as perguntas também constituem uma estratégia didática com muitas possibilidades educativas: despertar no aluno a necessidade de refl etir e se expressar sobre determinado assunto; demonstrar interesse pelas contribuições dos alunos; estimular a participação de todos; avaliar a compreensão do que já foi apresentado; redirecionar o ensino em função da aprendizagem da turma.

1

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O aluno será capaz de:

saber reconhecer que não se pode viver parcialmente os ensinos bíblicos

sentiralmejar andar pelos caminhos retos

agir dedicar-se à prática dos ensinamen-tos bíblicos

Apresentação

Curiosidade Bíblica nº 13: comece verifican-do quem encontrou a resposta da pergunta deixada, na semana passada. A resposta correta está em Isaías 40.31 Edwards: “Este livro te afastará do pecado ou o pecado te afastará deste livro”. Mas é bom relembrá--la. Quando lidamos com a Palavra de Deus temos de entender que é impossível uma compatibilidade entre a Bíblia e o pecado, porque seremos aproximados de um e af

Introdução

Já foi citada a famosa frase de Jonathan Edwards: “Este livro te afastará do pecado ou o pecado te afastará deste livro”. Mas é bom relembrá-la. Quando lidamos com a Palavra

1

texto básico Tiago 1.22-25

texto devocional Salmo 119.43-48

versículo-chave Tiago 1.22

“Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos”

alvo da lição

Levar o aluno a refletir na necessidade de se praticar e viver a Palavra de Deus, a fim de que enxergue a Bíblia como uma necessidade para a sua própria vida.

A necessidade deviver a Bíblia

de Deus temos de entender que é impossível uma compatibilidade entre a Bíblia e o pecado, porque seremos aproximados de um e afas-tados de outro. Howard Hendricks, escritor e professor de teologia, também afirmou: “muitos de nós queremos uma palavra de Deus, mas não queremos a Palavra de Deus. Sabemos o bastante para possuirmos uma Bíblia, mas não o bastante para deixarmos que ela nos possua”. Temos diante de nós mesmos umas destas duas realidades.

aplicação

Compartilhar o amor de Deus com uma paixão contagiante, a fim de levar todos os homens, sem distinção de classe, raça, sexo e idade, a um relacionamento pessoal com Jesus Cristo, e ajudá-los a construir uma base sólida de vida fundamentada na Palavra de Deus.

!

Jesus encerra Seu sermão na montanha ilustrando a questão da obediência aos Seus ensinos (Mt 7.24-27). Disse que dois homens construíram cada um uma casa, sendo que um edificou sobre a rocha e o outro sobre a areia. Pois bem, diante da chuva, dos ventos e das enchentes, a casa

Pr. Emerson da Silva Pereira

leia a Bíblia diariamente

seg Tg 1.22-25

ter Dt 6.4-9

qua Sl 1.1-6

qui 1Pe 2.1-3

sex Mc 7.18-23

sáb Jo 14.15-21

dom Sl 119.41-48

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o que meus alunos devem saber?o que meus alunos devem saber?

Curiosidade Bíblica nº 13: comece verificanCuriosidade Bíblica nº 13: comece verificando quem encontrou a resposta da pergunta do quem encontrou a resposta da pergunta deixada, na semana passada. A resposta deixada, na semana passada. A resposta correta está em Isaías 40.31 Edwards: “Este correta está em Isaías 40.31 Edwards: “Este

Sugestão Final

4Dependendo da estratégia, a revisão é feita no decorrer da aula. Mas se ao fi nal você perceber dúvidas, esclareça-as. A

aplicação também poderá ser feita no decorrer da aula ou no fi nal. Ela vai sendo feita pelos próprios alunos ou conduzida por você, professor, conforme a estratégia utilizada. Ao fi nal, verifi que se a classe consegue relacionar as verdades ensinadas às necessidades e realidades pessoais.

Orientação Didática

3Apresenta estratégias que estimulam a participação dos alunos, valorizam o con-teúdo, reforçam as aplicações e facilitam

a aprendizagem. Portanto, para não perder de vista o alvo da lição, use a criatividade, apresente domínio da matéria e observe se os alunos estão entendendo o assunto.

Indicaçõesde livros

Andragogia em Ação:como ensinar adultos

Zezina S. BellanEd. SOCEP

As Sete Leis do AprendizadoBruce WilkinsonEd. Betânia

Educação CristãMadalena de O. MolochencoEd. Vida Nova

Ensinando para Transformar Vidas

Howard HendricksEd. Betânia

Estilos de AprendizagemMarlene D. LeFeverCPAD

Métodos Criativos de EnsinoMarlene D. LeFeverCPAD

101 Ideias Criativaspara Professores

David Merkh e Paulo FrançaEd. Hagnos

Atividades em grupos Dinâmicas Audiovisuais Aula expositivaEm todas as atividades dessa natureza, é fundamental a mediação do professor. Você deve prepará-las de forma a atingir claramente os objetivos: aproximar mais as pessoas; respeitar as ideias do outro; saber ouvir e esperar a vez de falar; expressar-se de forma a ser bem compreendido; fazer descobertas que apenas se tornam possíveis por meio do diálogo e da troca de ideias.As atividades devem ser interessantes e desafi adoras, para se obter um bom resultado. Cabe a você acompanhar o trabalho dos grupos e organizar a apresentação dos resultados, aplicando e concluindo o assunto.

Lidar com estratégias diferentes não é fácil, principalmente para os professores que estão habituados com aulas exclusivamente expositivas. Precisamos enfrentar os desafi os para romper com as formas tradicionais de ensino estabelecidas no passado, criando e utilizando estratégias que envolvam a participação dos alunos e favoreçam a aprendizagem.

Têm por objetivo atrair a atenção dos alunos, despertar o interesse e colaborar na apreensão e fi xação do assunto. Jesus usou recursos audiovisuais com a fi nalidade de interagir mais e melhor com Seus seguidores, favorecendo-lhes a aprendizagem.

É uma estratégia que não deve ser abandonada. Alguns assuntos exigem participação direta do professor que nesses momentos deve se esforçar para cativar os alunos e desafi á-los à refl exão pessoal. A aula expositiva é plenamente conciliável com a estratégia de perguntas. Intercale momentos de exposição com perguntas interessantes e desafi adoras.

2

sobre a rocha permaneceu e a sobre a areia desabou. Mas o interessante nisso é que no homem prudente Jesus identificou “aquele que ouve estas minhas palavras e as pratica” e no homem insensato “aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica”.

Orientação Didática

Para desenvolver o conteúdo deste estudo, você vai contar com a participação de seus alunos. Como o tema é bastante prático e está relacionado com o dia a dia do aluno, você poderá promover um estudo em que todos participem.

Divida a sua classe em cinco grupos. Cada grupo irá discutir um item do estudo. Não haverá dificuldades, pois os temas são bem fáceis.

I. Obediência proposital (Tg 1.22-25)

“Todo obediente ouve a palavra, mas nem

todo ouvinte obedece.”

A primeira necessidade para se viver a Palavra de Deus é a obediência proposital. O crente tem diante de si o caminho da obediência ou da negligência. Deus poderia obrigar a todos que Lhe obedecessem, mas concede o privilégio de que, espontanea--mente, os salvos vivam a Sua Palavra como um ato de obediência voluntária e proposi-tal. Tiago 1.22 levanta um ponto em comum entre o praticante e o não praticante da Palavra: ambos ouviram! Mas, afirma que aquele que apenas ouve a Palavra de Deus, sem vivê-la, está se enganando, se iludindo.

Jesus encerra Seu sermão na montanha ilustrando a questão da obediência aos Seus ensinos (Mt 7.24-27). Disse que dois ho-

mens construíram cada um uma casa, sendo que um edificou sobre a rocha e o outro sobre a areia. Pois bem, diante da chuv

Bem, vimos nesta lição que o crente pre-cisa conhecer a Bíblia para saber como viver de modo digno, como agradar a Deus, como produzir frutos e como conhecer a Deus. Mas através da Bíblia nós conhecemos, também, o amor de Deus. Ela nos diz que Jesus Cristo é o Seu Filho, que Ele tornou-Se homem por nossa causa e morreu na cruz para nossa salvação. E, ainda, a Bíblia nos recomenda que anunciemos a todos os homens essa boa nova de salvação. Por tudo isso, afirmamos: o crente tem necessidade de conhecer a Bíblia.

Já foi citada a famosa frase de Jonathan Edwards: “Este livro te afastará do pecado ou o pecado te afastará deste livro”. Mas é bom relembrá-la. Quando lidamos com a Palavra de Deus temos de entender que é impossível uma compatibilidade entre a Bíblia e o pecado, porque seremos aproximados de um e afas-tados de outro. Howard Hendricks, escritor e professor de teologia, também afirmou: “muitos de nós queremos uma palavra de Deus, mas não queremos a Palavra de Deus. Sabemos o bastante para possuirmos uma Bíblia, mas não o bastante para deixarmos que ela nos possua”. Temos diante de nós mesmos umas destas duas realidades.

Revisão e Aplicação

Faça a revisão por meio de cinco perguntas.Aos alunos do grupo 1 pergunte: Com que finalidade a Bíblia foi escrita, segundo o Salmo 119.105?

Aos alunos do grupo 2 pergunte: Como se consegue a santificação individual, por meio do estudo da Bíblia?

Aos alunos do grupo 3 pergunte: Como o crente demonstra em seu dia a dia eficácia espiritual?

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que ela nos possua”. Temos diante de nós que ela nos possua”. Temos diante de nós mesmos umas destas duas realidades. mesmos umas destas duas realidades.

Revisão e AplicaçãoRevisão e Aplicação

Faça a revisão por meio de cinco perguntas.Faça a revisão por meio de cinco perguntas.Aos alunos do grupo 1 pergunte: Com que Aos alunos do grupo 1 pergunte: Com que finalidade a Bíblia foi escrita, segundo o Salmo finalidade a Bíblia foi escrita, segundo o Salmo

Para desenvolver o conteúdo deste estudo, Para desenvolver o conteúdo deste estudo, você vai contar com a participação de seus você vai contar com a participação de seus alunos. Como o tema é bastante prático e alunos. Como o tema é bastante prático e está relacionado com o dia a dia do aluno, está relacionado com o dia a dia do aluno, você poderá promover um estudo em que você poderá promover um estudo em que todos participem. todos participem.

Divida a sua classe em cinco grupos. Cada Divida a sua classe em cinco grupos. Cada grupo irá discutir um item do estudo. Não grupo irá discutir um item do estudo. Não

1 Abrindo a cena 7

2 O valor das provações 15

3 O que devemos valorizar 22

4 Provação e tentação 29

5 Deus é bom e imutável 35

6 Praticando a Palavra 42

7 Fé sem parcialidade 49

8 Fé e obras 56

9 O perigo da língua sem controle 63

10 A verdadeira sabedoria 69

11 A origem dos conflitos e os meios para vencê-los 74

12 A maledicência é condenada 80

13 O perigo da autoconfiança 85

14 Condenação aos ricos gananciosos 89

15 A paciência e suas recompensas 95

16 Juramento e o ração 101

17 Acerca dos que se desviam 107

Sumário

7

O aluno será capaz de

saber identificar os principais elementos de estudo em um texto bíblico;

sentir perceber a importância do contexto para a compreensão de um texto bíblico;

agir considerar o autor, os leitores e o propósito de um texto bíblico para sua correta compreensão.

Sugestão Inicial

Apresente o conteúdo dos estudos deste quadrimestre. Fale do conteúdo prático da carta de Tiago. Teste um pouco seus alunos, pedindo a quatro ou cinco deles que citem um ensinamento que tenham adquirido com a leitura da carta de Tiago. Após o testemunho dos alunos reforce a tese principal do conteúdo deste quadrimestre que é mostrar praticidade desta carta.

A epístola de Tiago é uma carta prática. Pertence à classificação de literatura na Bíblia conhecida como “literatura de sabedoria”. Seu propósito é caracteri-

zado por instruções para o viver diário e por uma compreensão das perplexidades da vida. Henrietta Mears a denominou de “manual prático de religião”, e outros escritores a chamam de “guia prático para a vida e a conduta cristã”.

Broadus Hale foi iluminado ao observar que “as falhas que Tiago estava tentando corrigir em seus leitores (fé sem obras, palavras sem atos, censuras, ambição, amor desordenado pelo ensino, valor à riqueza e posição, tratamento depreciativo dos po-bres e viúvas, etc.) eram e são tipicamente farisaicas”. Desta forma, esta epístola é um convite e uma exortação para que os cristãos judeus lutem para ir além do judaísmo

1

texto básico Tiago 1.1

texto devocional 1Coríntios 15.1-11

versículo-chave Tiago 2.17

“Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta”

alvo da lição

O aluno aprenderá a identificar os três principais elementos no estudo de uma epístola: o autor, os leitores e o propósito da carta.

Pr. José Humberto de Oliveira

leia a Bíblia diariamente

seg Tg 1.1-27

ter Tg 2.1-26

qua Tg 3.1-18

qui Tg 4.1-17

sex Tg 5.1-20

sáb Jo 7.1-13

dom At 1.12-2.4

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Utt

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Sto

CKAbrindo a cena

8

farisaico ou da fé inoperante. Assim como creram em Jesus Cristo para a salvação, a partir daí deveriam viver como discípulos do Senhor, e não apenas como fariseus “melhorados”. O vinho novo exige odres novos.

I. Quem é este Tiago?

1. Os “Tiagos” do Novo TestamentoQuatro homens no Novo Testamento são chamados de Tiago.

a. Tiago, o fi lho de Zebedeu O irmão de João que, juntamente com ele e Pedro, formava aquele trio mais

íntimo de Jesus (Mc 5.37; 9.2; 10.35; 14.33).

b. Tiago, o fi lho de Alfeu Um dos Doze. Seu nome é mencionado na lista dos apóstolos (Mc 3.18). Em

Marcos 15.40 ele é chamado “Tiago, o menor” (texto paralelo em Mt 27.56). Nada mais sabemos sobre ele.

c. Tiago, o pai de Judas É mencionado em Lucas 6.16. Este Judas se diferencia do Iscariotes, conforme

João 14.22, e provavelmente é o mesmo Tadeu de Mateus 10.3 e Marcos 3.18.

d. Tiago, “o irmão do Senhor” (Gl 1.19). Este Tiago tinha uma posição influente na igreja de Jerusalém

(At 12.17; 15.13; Gl 2.9).

Orientação Didática

Comece mostrando a seus alunos que antes de tudo é preciso fazer a diferença entre os “Tiagos” que existem no Novo Testamento.

Coloque no quadro uma tira de papel, assim:

TIagO

Filho de Zebedeu

Filho de Alfeu

Pai de Judas

Irmão de Jesus

Peça que alguns alunos leiam as passagens bíblicas indicadas no texto do aluno. E ao fi nal pergunte qual desses foi o autor da carta de Tiago, explique o porquê de sua resposta.Comente as respostas dos alunos.

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Destes quatro, apenas dois poderiam ser o autor da epístola: o filho de Zebedeu e o irmão do Senhor. Contudo, Herodes Agripa I fez o primeiro “passar ao fio da espada” (At 12.2) no ano 44 d.C., e a carta foi escrita numa data posterior. Além disso, o autor da epístola não se identifica como um apóstolo, como o fazem Paulo e Pedro em suas cartas. Isto apoia a conclusão de que nenhum dos dois apóstolos chamados Tiago escreveu esta carta. Diante disto, resta-nos Tiago, o irmão do Senhor Jesus.

2. Tiago, o irmão do SenhorOs irmãos de Jesus são nomeados com Tiago aparecendo sempre em primeiro lugar, o que indicaria que ele era o mais velho dos quatro (Tiago, José, Judas e Simão – Mc 6.3). Os evangelhos também nos informam que eles não eram simpáticos ao ministério de seu outro irmão, Jesus. O evangelista João declara abertamente que “nem mesmo os seus irmãos criam nele” ( Jo 7.5). É provável que o episódio de Maria e os irmãos querendo falar com Jesus tenha sido uma tentativa de levá-Lo para casa, acreditando que Ele pudesse estar fora de si (Mt 12.46-50). Os irmãos tinham tão pouca simpatia por Ele que, ao precisar cumprir o dever de filho mais velho, pediu que o apóstolo João cuidasse de Maria ( Jo 19.26-27). Ao relatar que o Cristo ressurreto apareceu particularmente a Tiago (1Co 15.7), o Espírito Santo nos informa, pelo apóstolo Paulo, que nosso Senhor sabia que seu “meio-irmão” precisava de um encontro es-pecial com Aquele que fora gerado no mesmo ventre, mas não pelo mesmo Pai. Atos 1.14 declara que os irmãos de Jesus, juntamente com Maria, estavam presentes no cenáculo, aguardando o cumprimento da promessa do Pai (At 1.4; 2.1).

Ao analisar a figura de Tiago, irmão de Jesus, faça perguntas assim.

1. O que nos indicaria ser Tiago o mais velho dos irmãos de Jesus? (O fato de ele aparecer sempre em primeiro lugar quando os irmãos são citados.)

2. Por que há indicações de que os irmãos não se simpatizavam com Jesus? (Deixe que os alunos deem suas opiniões sobre isto.)

3. Por que teria Jesus, depois da ressurreição, aparecido especialmente para Tiago? Por que foi necessário esse encontro? (Como os textos bíblicos não são muito claros sobre isto, deixe que seus alunos comentem.)

3. Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus CristoAo colocar-se como “servo” e chamar Jesus Cristo de “Senhor”, Tiago testemunha claramente que, graças a Deus, reconheceu que seu irmão mais velho era realmente tudo o que afirmava ser.

Que significado poderia ter para nós hoje, Tiago, irmão de Jesus, denominar-se servo? Qual deve ser a nossa posição? Por quê?

10

II. Para quem Tiago escreveu?

“às doze tribos que se encontram na Dispersão, saudações.”

(Tiago 1.1)

Esta carta foi incluída na divisão do Novo Testamento que ficou conhecida como “Epístolas Gerais”, porque não se dirige a um leitor ou igreja específicos. Todavia, D.A. Carson e outros encontram na carta evidências internas de que Tiago a escreveu para um público específico. Vários trechos da carta, dizem eles, deixam claro que os destinatários eram cristãos judeus, como a maneira natural de mencionar o Antigo Testamento (Tg 1.25; 2.8-13) e a referência ao lugar onde os destinatários se reuniam como uma sinagoga (Tg 2.2).

1. “Às doze tribos”Após o exílio babilônico (538 a.C.), as doze tribos de Israel já não existiam mais fisi-camente, mas a expressão era usada para indicar o povo de Deus reunido nos últimos dias (Ez 47.13; Mt 19.28; Ap 21.12). Sendo assim, “doze tribos” é uma expressão simbólica que denota os que são filhos de Deus por causa da fé em Jesus Cristo, ou seja, “a igreja como o novo povo pactual de Deus” (Introdução ao NT, Vida Nova, p.460). Alguns chegam a acreditar que havia cristãos judeus de cada uma das doze tribos de Israel entre estes convertidos, embora a comprovação não seja possível.

1. Quando se diz que a carta de Tiago foi escrita para as doze tribos, que tribos são estas?2. Dependendo da resposta dos alunos, pergunte-lhes: Nós fazemos parte dessas doze tribos?

Por quê?

2. “Que se encontram na Dispersão”A palavra “dispersão”, no grego diaspora, era usada para os judeus que viviam fora da Palestina e, por extensão, o local onde viviam. Ela aparece três vezes no NT ( Jo 7.35; Tg 1.1 e 1Pe 1.1). “Esta palavra adquiriu um sentido metafórico, caracte-rizando os cristãos em geral como aqueles que viviam longe de seu verdadeiro lar celestial” (Carson, ob. cit., p.460).

Alguns estudiosos do NT sugerem que o pano de fundo da epístola de Tiago seja Atos 11.19: “Então, os que foram dispersos por causa da tribulação que sobreveio a Estêvão se espalharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus”. O termo “dispersos” pertence à mesma raiz de “dispersão”. É possível harmonizar os leitores de Tiago com esses primeiros cristãos judeus que foram perseguidos em Jerusalém e tiveram que se espalhar pelos lugares menciona-

11

dos no versículo acima. A carta seria a maneira possível de Tiago pastorear aquele “rebanho disperso”.

Pergunte1. Quem eram os dispersos, no sentido do Novo Testamento?2. De que maneira nós, hoje, poderemos ser considerados dispersos?3. Por que razão podemos dizer que a carta de Tiago nos atinge?

Diáspora. Enciclopedistas e historiadores abrem espaço em suas obras para a “diáspora”. Eles a usam para referir-se às “colônias judaicas (forçadas ou não) que se estabelece-ram em outras partes do mundo, fora de Israel”. Alguns afirmam que, historicamente, a primeira diáspora ocorreu quando os judeus foram exilados para a Babilônia por Nabucodonosor em 586 a.C.; mesmo após a libertação, apenas uma parte dos judeus retornou para Israel. Todavia, a diáspora judaica maior e culturalmente mais rica floresceu em Alexandria (a antiga capital do Egito), onde, no primeiro século a.C., quarenta por cento da população era formada de judeus. Isto quer dizer que na época de Jesus havia mais judeus fora da Palestina que nela mesma. Outra grande diáspora aconteceu no ano 70 d.C., com a destruição de Jerusalém pelos romanos. A partir desse momento os judeus se dirigiram a diversos países da Ásia Menor e do sul da Europa, formando comunidades que mantiveram a religião e os hábitos culturais judaicos. Anos mais tarde, outros grupos se estabeleceram no leste europeu. Empurrados pelo islamismo, os judeus do norte da África migraram para a Península Ibérica. Expulsos de lá no século XV, foram para a Holanda (países baixos), Bálcãs, Turquia, Palestina e, estimulados pela colonização europeia, chegaram ao continente americano.

O extermínio de seis milhões de judeus em campos de concentração durante a II Guerra Mundial impulsionou a reconstituição de um Estado próprio, após quase 2 mil anos de desaparecimento. A diáspora terminou em 1948, com a criação do Esta-do de Israel. Em 1996, estima-se que havia 4,5 milhões de judeus vivendo em Israel, cerca de 5,5 milhões nos Estados Unidos, 2,5 milhões nos países da CEI, 700 mil na França, 500 mil no Reino Unido, 250 mil na Argentina e 130 mil no Brasil. Alguns veem nisto o cumprimento de Ezequiel 12.15: “Saberão que eu sou o Senhor, quando eu os dispersar entre as nações e os espalhar pelas terras”

Explique o que quer dizer “diáspora”, com base no texto do aluno. Use um mapa-múndi, atual, para mostrar os lugares por onde os judeus se espalharam, em consequência da Diáspora. Se os lugares citados forem visualizados, eles entenderão melhor sobre o sentido de diáspora e o significado da criação do Estado de Israel.

12

Entretanto, as opiniões judaicas a respeito da diáspora divergem. Enquanto a maioria dos judeus ortodoxos apoia o sionismo (movimento para unir os judeus da diáspora e estabelecê-los em Israel), outros se opõem ao conceito de moderna nação como um Estado secular e acreditam que esta só poderá existir após a chegada do Messias. Aqui entram questões não somente bíblicas e espirituais, mas políticas e ideológicas também, e assim nos calamos e voltamos para a estrada principal, após esta impor-tante digressão.

III. O que Tiago pretendia transmitir a seus leitores?

Ao pedir de seus leitores, “tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1.22), Tiago deixa-nos claro que escreveu sua carta para dar conselhos práticos; encorajar aqueles que estavam sofrendo na dispersão; corrigir certas tendências de conduta; e confrontar os cristãos com as responsabili-dades da vida cristã. O esboço a seguir nos ajudará a perceber os principais assuntos da epístola.

Apresente o esboço da carta de Tiago, falando que este conteúdo será o alvo dos estudos do quadrimestre.

1. DeusÉ interessante observarmos a doutrina de Deus em Tiago, pois ele O apresenta como:

a. Doador de sabedoria (Tg 1.5)b. Jamais tentado pelo mal (Tg 1.13)c. Santo – Ele mesmo a ninguém tenta (Tg 1.13)d. Imutável (Tg 1.17)e. Criador (Tg 1.18)f. Justo (Tg 1.20)g. Pai (Tg 1.27; 3.9)h. Deus que escolhe os rejeitados (Tg 2.5)i. Amigo de Abraão (Tg 2.23)j. Criador do homem (Tg 3.9)k. Zeloso – não tolera rivais (Tg 4.4)l. Doador de graça e resistente aos soberbos (Tg 4.6)m. Legislador e Juiz (Tg 4.12)

13

Peça a alguns alunos que expressem suas opiniões sobre as qualidades de Deus, enumeradas anteriormente. Por exemplo.

1. Por que Deus é o doador da sabedoria?2. Como se traduz a imutabilidade de Deus? 3. Por que Deus é justo?4. Quando Deus Se torna juiz?

Através de perguntas assim e das respostas, resultado das experiências pessoais dos alunos, você trabalhará as qualidades de Deus.

2. Jesus CristoO nome de “Jesus Cristo” aparece duas vezes (1.1; 2.1), e “Senhor” (que também é Jesus) ocorre 14 vezes (1.7, 12; 2.1; 3.9; 4.10, 15; 5.4, 7, 8, 10, 11, 14, 15). A prefe-rência por se referir a Cristo como o “Senhor” ensina-nos que o autor quer que seus leitores saibam que o Deus de Israel a partir daí deve ser visto na pessoa do Senhor Jesus Cristo.

Exponha sempre fazendo perguntas a seus alunos, porque isto fará com que haja participação deles. Por qual razão teria Tiago preferido sempre chamar Jesus de Senhor e não de Jesus Cristo?

3. Fé e obrasÉ provável que a mais importante contribuição desta epístola para a fé evangélica seja a relação fé-obras. Ao usar o termo “fé” por 12 vezes, Tiago demonstra que a nossa confiança no amor e poder de Deus e o conteúdo doutrinário, ou seja, aquilo em que cremos, define um cristão. Mas, se tudo isso não redundar em prática de coisas boas, esta fé está morta. A lição nº 8 desta revista tratará exclusivamente deste assunto.

Pergunte.Na sua opinião qual a importância da relação fé-obras para a vida cristã?

4. A escatologiaTiago lembra a seus leitores que “o juiz está às portas” (Tg 5.9). Este lembrete fun-ciona como uma espécie de motivação para os cristãos viverem de maneira santa e agradável a Deus (1.10-11; 2.12-13; 3.1; 5.1-6, 9, 12). Mas as recompensas de Deus também fazem parte da escatologia (últimas coisas), e é por isso que temos Tiago 1.12; 2.5; 4.10; 5.7-11.

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Pergunte.Qual a importância da escatologia para o cristão?Por que tantos grupos, hoje, baseiam sua mensagem em temas escatológicos?

5. A leiNuma carta escrita por um cristão-judeu a leitores com iguais raízes raciais, não poderia faltar o tema “lei”. O termo ocorre sete vezes na epístola (Tg 1.25; 2.8, 9, 10, 11, 12; 4.11). É importante destacar que para Tiago a lei do NT se cumpriu no ensino e na obra de Jesus. Daí ele usar a expressão “lei da liberdade” (Tg 1.25; 2.12), que é a lei de Cristo.

Uma questão que você poderá colocar para seus alunos é a seguinte: Por que Tiago usa a expressão “lei da liberdade”?

6. Questões éticas e práticas da vida cristãSão questões como provação, pobreza e riqueza, tentação, visita a órfãos e viúvas, sabedoria, acepção de pessoas, mau uso da língua, mundanismo, soberba, maledi-cência, omissão na prática do bem, opressão dos ricos, queixas, juramento, oração e apostasia. Muitos comentaristas veem uma ligação muito direta entre a epístola de Tiago e o Sermão do Monte (Mt 5-7). Concordamos plenamente.

Pergunte se teriam condições de citar algum tema prático abordado por Tiago.

Conclusão

Se precisássemos resumir Tiago, diríamos que ele remove todo o pensamento que a fé pode estar presente em uma vida não transformada. Se você acredita nesta afirmação, então seja bem-vindo a esta série de estudos sobre a carta de Tiago, pois ela é uma carta para a igreja de hoje.

Desafio: Comprometa-se com Deus em ler toda a carta a cada semana, durante este quadrimestre.

Sugestão Final

Apresente o desafio sugerido na revista do aluno. Verifique, a cada semana, se eles estão cumpr0indo o desafio.

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O aluno será capaz de

saber tomar conhecimento de que as provações fazem parte do plano de Deus para promover a maturidade do cristão;

sentirpersistir na obediência a Deus, mesmo ante as provações;

agirresponder com submissão a Deus e confiança Nele, mesmo em tempo de provações.

Sugestão Inicial

Apresente o estudo fazendo algumas perguntas, como:

1. Vocês já se sentiram sendo provados?2. Qual a diferença que vocês fazem entre provação e tentação?3. Como pode uma ação de Satanás ser entendida como provação?

É possível que seus alunos não tenham condições de responder a alguma dessas perguntas. No entanto, elas servirão para que você possa despertar a atenção deles e o interesse pelo estudo.

As fontes que promovem as provações são muitas e variadas. As provações podem vir diretamente de Deus, a exemplo do que ocorreu com Abraão em Gênesis 22;

de Satanás, no caso de Jó ( Jó 1.6-12); do nosso semelhante, como no episódio em que os irmãos de José lhe intentaram o mal (Gn 37.14-28; 50.20); e das mais diversas circunstâncias desencadeadas nos planos religiosos, políticos, sociais e econômicos, dentre tantos outros. Não obstante, uma coisa é absolutamente certa, Deus está mo-nitorando cada uma delas visando nossa edificação.

texto básico Tiago 1.2-8

texto devocional Gênesis 45.1-15

versículo-chave Tiago 1.2

“Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações”

alvo da lição

O aluno compreenderá que as provações fazem parte do plano de Deus para promover a maturidade cristã.

Pr. Evaldo Alencar de Lima

leia a Bíblia diariamente

seg Tg 1.2-8

ter Rm 5.1-5

qua At 16.16-26

qui 2Co 1.3-11

sex Gn 22.1-19

sáb Mt 4.1-11

dom Pv 27.21

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A seguir, apresentaremos três itens relacionados ao ensino de Tiago que dizem respeito ao valor das provações às quais, necessariamente, temos que responder.

Orientação Didática

Divida a classe em três grupos. Cada grupo deverá estudar um item do estudo. Não esqueça de detalhes como:

a. escolher um líder que seja capaz de orientar a discussão;b. escolher alguém para anotar as conclusões do grupo;c. determinar um tempo para a discussão no grupo;d. entregar um roteiro para o grupo seguir.

Oferecemos uma sugestão de roteiro. Lembre-se que é sugestão, você poderá usar outras questões.

Grupo 1 – O imperativo nas provações1. Por que as pessoas não sentem alegria na provação?2. Que diferença existe entre procurar o Deus das bênçãos, e não as bênçãos de Deus?3. O que acontece com o crente que procura o Deus das bênçãos?4. O que acontece com o crente que consegue avistar bênçãos em todas as circunstâncias de

sua vida, mesmo em meio às dificuldades, como aconteceu com Paulo?5. Qual a atitude de Jesus, diante das provações?6. O que poderá acontecer com o crente que busca serenidade diante das provações?

I. O imperativo nas provações (Tg 1.5)

Até o presente momento, ainda não me chegou nenhum irmão pulando de conten-tamento e em brados de alegria, confessando: “Pastor, estou muito feliz porque a minha vida está cheia de provações!” Imagine alguém chegando a você e dizendo: “À medida que os meus problemas aumentam, a minha alegria transborda.” Talvez ficás-semos assustados; acharíamos estranho, por uma razão muito simples: não estamos observando nem obedecendo o imperativo do “tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações” (Tg 1.2). Pulamos, sim, de contentamento quando recebemos as “bênçãos”. Entenda-se por “bênçãos” tudo aquilo que sacia o nosso desejo de ter e possuir, além do que proporciona bem-estar. As bênçãos de Deus na nossa vida incluem tanto aquelas que produzem prazer, como aquelas que causam dor. Quando Paulo recebeu o “espinho na carne”, este causava-lhe dor e sofrimento, mas era bênção de Deus na vida do apóstolo. Sem a bênção do espinho ele poderia se ensoberbecer e, consequentemente, envergonhar o evangelho. O desafio de encarar com alegria as provações foi vivenciado por alguns personagens da Bíblia. Destes, destacaremos três exemplos.

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1. HabacuqueA disposição do coração do profeta era louvar ao Senhor a todo custo (Hc 3.17-19). Ainda que a esterilidade prevalecesse, paralisando toda a fonte produ-tiva, Habacuque louvaria o Deus da sua salvação. Especialmente o versículo 18 nos revela o segredo do profeta: o motivo da sua alegria estava fixado em Deus. Quando a fonte da nossa alegria consiste nas bênçãos que Deus oferece e não no Deus que oferece as bênçãos, a nossa alegria está fadada à instabilidade; a nossa fé, à fraqueza; e o nosso relacionamento com Deus à confusão. Infelizmente, em nossos dias, muitas pessoas vão aos templos com um único objetivo: receber bênçãos de Deus. Desejam a cura de uma enfermidade, um emprego, a restauração da empresa que está às portas da falência, um livramento, enfim, a solução de problemas que atingem a todos os mortais. Não constitui pecado buscar as bênçãos de Deus. Jesus mesmo nos incitou a pedir. Porém erramos o alvo quando fazemos da dádiva divina o nosso deus. Erramos, também, quando a busca da bênção é o fator que motiva nossa ida aos cultos. Deus deve ser a razão do nosso culto, a finalidade exclusiva do nosso serviço, o motivo supremo da nossa alegria.

2. PauloPaulo, que entusiasticamente fez a seguinte confissão: “Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para conseguir Cristo” (Fp 3.8), demonstrou em seu ministério que realizava a missão para a qual foi chamado com muita alegria, como um presente que recebera do Senhor, e não como um fardo a ser suportado, apesar das provações que lhe sobrevinham. Ainda em Filipenses, encontramos a razão por que Paulo transmite tanto entusiasmo e contentamento: “Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação” (Fp 4.11). Tiago nos deixa o mandamento da alegria diante das provações e Paulo nos ensina o caminho para vivermos este princípio. O caminho é o aprendi-zado. Paulo aprendeu a viver contente em toda e qualquer situação. Este deve ser o nosso alvo, o nosso desafio em meio às provações.

3. Jesus“Homem de dores e que sabe o que é padecer”, assim era Jesus de Nazaré. Sofreu rejei-ção. Padeceu por fazer a vontade de Deus. Foi perseguido e desprezado. Mas não perdeu a doçura em meio às lutas. As provações não deixaram Jesus amargurado. Continuava sereno. Mesmo tendo uma “agenda apertada”, atraía as crianças e lhes dispensava atenção. Apesar das dificuldades, contemplava e ensinou os Seus discí-pulos a contemplar os lírios do campo e as aves do céu. Instruiu-os a cultivar a arte da contemplação. Ensinou-lhes a vencer as inquietações do cotidiano tirando lições da natureza. Jesus tinha motivos para a amargura, para o ódio. Foi traído pelo preço

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de um escravo, trocado por um homicida e crucificado como um malfeitor. Senhor das Suas emoções e fiel guerreiro contra o ódio e a amargura, Jesus optou pelo amor. Mesmo crucificado, sofrendo as mais terríveis dores, não Lhe faltou ternura para transmitir graça e perdão àqueles que só lhe causaram males. Seguimos os passos do nosso Mestre quando temos alegria, serenidade e ternura nas provações.

Grupo 2 – O propósito das provações1. Existe alguma diferença no fato do crente não saber o porquê da provação? O que mudaria

se ele soubesse? Por quê?2. O que poderá acontecer com a fé do crente que passa por uma provação?3. É possível ser provado e continuar firme na fé?4. Como pode Deus moldar o caráter de alguém, através da provação?5. Por que, às vezes, é necessário que a provação seja muito severa?6. Por que o crente deve levar a sério as provações que vêm sobre ele, no sentido do aprimo-

ramento do seu caráter?

II. O propósito das provações(Tg 1.3-4)

É muito comum, quando estão em meio às aflições, as pessoas dizerem que não sabem o porquê de tudo isso que lhes está acontecendo. É verdade que nem sempre sabemos o motivo das experiências desagradáveis pelas quais passamos. A dor e o sofrimento quase sempre nos tiram a capacidade de perceber a razão dos fatos. Não sabermos o porquê da provação não a invalida. Ela continua sendo genuína e tem propósito. Às vezes, eu não sei a razão, mas Deus sabe. Isso basta. Jó não tinha a menor ideia por que estava passando por tamanho sofrimento; por que ele estava sendo tão prova-do. Não obstante, Deus sabia. E Jó, no devido tempo, saberia também. A palavra de Deus, a nossa experiência com Ele e o futuro se encarregarão de nos confirmar que as provações na vida do cristão têm propósitos definidos. Nada acontece por acaso. Não estamos à mercê da História. Somos servos do Todo-Poderoso, Aquele que age em todas as coisas para o bem daqueles que O amam, dos que foram chamados de acordo com o Seu propósito (cf. Rm 8.28). As provações visam produzir dois resul-tados, como veremos a seguir.

1. Fé aprovadaAbraão é considerado o pai dos que têm fé. Para que ele recebesse esse honroso título, sua fé foi provada até as últimas consequências. Quando chamado, obedeceu (Hb 11.8); quando posto à prova, ofereceu Isaque (Hb 11.17). Sua fé esteve sobre o altar da provação.

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Fé aprovada é aquela que produz perseverança. A fé genuína, resultado direto dos testes de que Deus faz uso para promovê-la, induz o crente a continuar caminhando mesmo quando as circunstâncias não lhe são favoráveis. Ela induz o crente a continuar crendo em Deus e em Sua Palavra mesmo quando a dor não passa, quando a doença prevalece sobre a saúde, quando o emprego não vem; embora haja perdas e danos, sua fé permanece inabalável.

2. Caráter aprovadoA nossa experiência vai comprovar que a maioria das grandes mudanças que ocorre-ram em nosso caráter se deram em meio às provações. O sofrimento, muitas vezes, age como um verdadeiro instrumento da graça para reduzir a nada o orgulho do soberbo e a autossuficiência do arrogante. Quanta gente que se achava o dono da situação, supremo e intocável, só se aproximou da cruz devido ao rigor das provações a que foi submetido? As provações têm como objetivo, também, polir o caráter, ainda que seja a ferro e fogo. Evidentemente o poder transformador não está na dureza das tri-bulações, mas no Espírito Santo que age. Este, sabiamente, faz uso das circunstâncias e dos acontecimentos para nos instruir e nos moldar.

Devido ao estado caído em que o homem se encontra e a dureza de coração pro-vocada pelo pecado após a queda, nem sempre nos é fácil ouvir a voz de Deus em situações normais. Às vezes, o leito de enfermidade, o luto pela perda de alguém que nos era importantíssimo, a dor e o sofrimento de uma crise existencial, entre outras, constituem oportunidades onde a voz de Deus é ouvida com mais clareza e os nossos valores e conceitos são mais bem avaliados. Não devemos subestimar o valor que as provações exercem na vida do crente no que diz respeito à construção de um caráter aprovado por Deus.

III. O essencial nas provações(Tg 1.5-8)

Todos os frutos que as provações visam produzir podem se tornar nulos se nos faltar o essencial – a sabedoria para passar por elas. A sabedoria é o ingrediente que, quando não nos faz compreender o porquê da dor, por exemplo, nos ensina a aceitá-la com paciência. A sabedoria nos faz perceber que, apesar da provação, Deus é nosso aliado.

A falta de sabedoria, que seria a falta de compreensão das realidades eternas e do governo de Deus em todas as coisas, nos impele a não aceitar a provação e a duvidar da bondade de Deus. A instrução é clara: aquele que tem sabedoria deve aplicá-la; e quem não tem deve pedir com fé, resistindo a toda dúvida. E quanto a você, cuja fé está sendo severamente provada, pergunto-lhe: como está

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sendo sua reação? Como você está se comportando enquanto sua fé está sendo tes-tada? Em meio às suas lágrimas é possível perceber alegria, ou apenas murmuração? Atos 16.19-26 relata um interessante episódio. Paulo e Silas já estavam presos, depois de terem sido açoitados, com os pés no tronco. Por volta da meia-noite, começaram a orar e cantar louvores a Deus. Orar em uma ocasião como essa não é tão difícil; cantar louvores, sim, soa estranho ao nosso entendimento. Numa situação semelhante normalmente choramos. Paulo e Silas cantaram. Aí eu vejo sabedoria. Deus, para eles, era tão real quanto o sofrimento. Eles tinham o sofrimento como razão para murmurar e abandonar a fé. Em contrapartida, tinham Deus para render louvores. Deus é maior que o sofrimento. É assim que a sabedoria faz seus cálculos. Se Deus é maior que o sofrimento, então rendamos a Ele o que Lhe é devido, e quanto ao sofrimento, paciência.

Veja três momentos na vida de Jesus, onde Ele age com profunda sabedoria ao ser provado.

1. Diante do príncipe das trevasDepois de jejuar 40 dias, Jesus teve fome. Foi tentado pelo Diabo, e em todas as três investidas registradas em Mateus 4.1-11, Jesus rebateu com “está escrito”. O Mestre poderia ter usado os mais impressionantes discursos para combater o príncipe das trevas, no entanto, recorreu às Sagradas Escrituras. Desta forma, demonstrou que contra o Diabo, nossa arma mais eficaz é a espada do Espírito, a Bíblia. Contra o mal, age sabiamente quem age baseado na palavra de Deus.

2. Diante das autoridades judaicasOs principais sacerdotes e os anciãos do povo, movidos pela inveja, não tardaram a perguntar com que autoridade Jesus estava a realizar o Seu trabalho, além de ensi-nar. Jesus Cristo os calou com a pergunta: donde era o batismo de João, do céu ou dos homens (Mt  21.23-27)? Quanta sabedoria! Evidentemente eles tinham uma resposta. Em momento algum deram crédito ao ministério de João. Mas, devido ao ambiente composto por uma multidão que acreditava ser João Batista um profeta, foram obrigados a se calar.

3. Diante das autoridades romanasEm virtude da fama de Jesus, Herodes desejava vê-Lo. Queria ver milagres. Nada viu e desprezou o Rei dos reis. Em relação a Antipas, Jesus manteve silêncio absoluto (Lc  23.8-12). Não quis lançar pérola aos porcos. A sabedoria se manifestou sem palavras. Pilatos ficou grandemente admirado pelo fato de Jesus não responder às acusações dirigidas contra Ele pelos principais sacerdotes e pelos anciãos. O silêncio de Jesus impressionou o governador da Judeia (Mt 27.12-14). Não devemos esquecer

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que o silêncio de Jesus também aconteceu para cumprir as escrituras do AT quando dizem que não proferiu palavra quando levado ao matadouro.

Grupo 3 – O essencial nas provações

1. Como a falta de sabedoria pode interferir em nossa compreensão do verdadeiro sentido da provação?

2. Como poderíamos explicar a atitude de Paulo e Silas na prisão?

3. Como reagir diante da provação que vem através de Satanás? O que Jesus fez diante de uma situação dessa?

4. Como deve o crente agir quando a provação vem em forma de inveja ou de perseguição por pessoas que, às vezes, são bem próximas?

5. Como explicar a atitude do silêncio, diante de uma provação? Quando isto poderá ocorrer?

Conclusão

Uma vez que as provações estão no plano que Deus arquitetou para o nosso benefício e crescimento espiritual, só nos resta encontrar o caminho da alegria, da sabedoria e da confiança de que Ele está usando todas as circunstâncias para imprimir na nossa vida, no nosso caráter, as indeléveis marcas de Cristo. Aceitemo-las com alegria!

Sugestão Final

Para concluir, peça que todos os grupos se reúnam. Cada líder deverá expor as conclusões a que chegaram. Fique atento para corrigir respostas e até mesmo completá-las, quando for o caso.

No final, entregue um pequeno questionário que deverá ser respondido por cada aluno.Quando sinto que a provação vem sobre mim:

1. Qual tem sido minha atitude? Fico desesperado? Procuro entender a vontade de Deus em meio à turbulência?

2. Tenho procurado agir com sabedoria diante das pessoas que me perseguem, ou que são instrumentos da provação?

3. Qual tem sido minha atitude perante o Senhor?

Encoraje seus alunos a que reflitam um pouco sobre estas questões