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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A CONVIVÊNCIA A FAMÍLIA DO DEFICIENTE NA ATUALIDADE

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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

SOBRE A CONVIVÊNCIA

A FAMÍLIA DO DEFICIENTENA ATUALIDADE

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De perto ninguém é normal. (Caetano Veloso)

A vida vale pela doação que fazemos dela.

(Geraldo Vandré )

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Família.“Unidade social significativa”

(Assumpção Júnior)

“É na família que se aprende a ser único, a desenvolver a individualidade e a tornar-se uma pessoa criativa em busca da auto-realização”

(Assumpção Júnior)

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● “As famílias possuem uma estrutura razoavelmente estável, papéis bem definidos, as suas próprias regras estabelecidas em comum acordo e os seus próprios valores.

● Porém, mesmo em tais famílias saudáveis, uma ocorrência brusca exigirá dos membros uma redefinição de seus papéis e o aprendizado de novos valores e padrões de comportamento, a fim de se ajustarem ao novo estilo de vida. Em outras palavras, a cada impacto a família deve ser reestruturada”. (Assumpção Júnior).

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A família tem um papel fundamental e estrutural no desenvolvimento de toda

criança.

■ Como a família lidará com o impacto causado pela deficiência mental de um dos seus membros?

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“Partindo-se da perspectiva de que toda família passa por diferentes dificuldades, mais ou menos graves ao longo de seu ciclo vital, é importante ter consciência das barreiras existentes nas próprias famílias e na sociedade.

A família do deficiente mental enfrenta as mesmas pressões sociais e demandas que as enfrentadas por famílias de crianças normais, contudo recebem uma carga extra.

Devem dar conta desse aspecto a mais, além de todos os outros já existentes”.

(Fuente)

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A criança com deficiência apresentará necessidades especiais e, desta forma, desafiará esta família a se organizar de forma a corresponder a tais necessidades. O desafio torna-se maior tendo em vista que vivemos em uma sociedade altamente individualista e competitiva, em que predomina padrões rígidos de comportamentos, beleza, desempenho intelectual escolar entre outros.

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Maternidade ► sonho ►

Filho idealizado

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“A maternidade constitui um momento existencial de extrema importância no ciclo vital feminino, que pode dar à mulher oportunidade de atingir novos níveis de integração e desenvolvimento da personalidade.

Muito mais do que um evento biológico, o nascimento de um filho traz em si, emoções, expectativas e planos futuros”.

(Maldonado).

FAMÍLIA PROJETA NO NOVO MEMBRO(SONHOS, IDEAIS, FALTAS, VIVÊNCIAS

ANTERIORES)

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“O esperado é que o filho retrate os seus ideais e que seja reconhecido pelos outros, como o máximo da perfeição e beleza”

(Mannoni)

“O nascimento de um filho especial traz a tona um sentimento de rejeição inevitável não pelo filho em si, mas pelo problema que impede que seja o filho sonhado”.

(Haeter)

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Impactodo

Diagnóstico

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MÃE ENGRAVIDA (TEM EM MENTE A FIGURA DE UMA

CRIANÇA SEM ANORMALIDADES).

DESEJO DE MÃE (FILHO QUE DESENVOLVA SAUDÁVEL,

QUE CRESÇA, TORNE-SE ADULTO, CASE E TENHA OUTROS FILHOS).

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IMPACTO DE UMA CRIANÇA FORA DESSE CONCEITO DE NORMALIDADE

(NOVA REALIDADE PARA A FAMÍLIA).

FAMÍLIA CUIDADORA (COM O IMPACTO DO DIAGNÓSTICO

SE SENTE IMPOTENTE PARA CUIDAR DO FILHO).

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► DOR,► LÁGRIMAS,► FRUSTAÇÕES,► ANGÚSTIAS,► MEDO,► INSEGURANÇA,► SENTIMENTO DE CULPA,► REVOLTA,► NEGAÇÃO,► REJEIÇÃO.

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SUPERPROTEÇÃO(rejeição encoberta)

Dificuldade de estabelecer regras,

limites, o que poderá comprometer a capacidade de adaptação futura.

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IsolamentoSocial

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● PAIS E FAMILIARES SENTEM-SE INTIMIDADOS SOCIALMENTE DIANTE DA DEFICIÊNCIA MENTAL DE SEUS FILHOS.

● “DEVIDO AO ESTRANHAMENTO SOCIAL QUE ESTAS CRIANÇAS SOFREM, OS PAIS PROCURAM SE PROTEGER DE SITUAÇÕES SOCIAIS COM A PARTICIPAÇÃO DE SEUS FILHOS QUE DESTA FORMA, ACABAM SENDO PRIVADOS DO CONVÍVIO SOCIAL, FATOR SABIDAMENTE IMPORTANTE PARA O DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES SÓCIO-AFETIVAS”.

(Pasqualin)

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“O estigma transmitido a uma criança com deficiência constitui-se um problema social que produz efeitos desagradáveis, constrangedores, limitantes.

É a sociedade que define a deficiência como uma incapacidade, algo indesejado e com limitações para quem a apresenta, geralmente maior que as existentes, já que é ela que define os padrões. Dessa forma, faz com que a pessoa com deficiência, sofra as conseqüências dessa determinação, pelo estigma e pela segregação”.

(Souza L G A,

Boemer M.R)

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GAUDERER ROCHA OBSERVA EM SUA PRÁTICA PROFISSIONAL QUE:

● Apesar de todas as mudanças de valores e atitudes, as famílias ainda experimentam a frustração, havendo o sentimento de angústia que permeia a sua fala, porque o fato de ter um filho deficiente, é algo que não se consegue aceitar com facilidade, talvez nunca alcance a “ACEITAÇÃO TOTAL”, implicando dor, vergonha, culpa, preconceito, raiva, negação.

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“Os pais sofrem um grande golpe em sua auto-estima, geralmente acompanhado de

culpa e são forçosamente forçados a se desligarem da criança de sua fantasia,

enquanto atendem às necessidades sempre presentes da criança substituta.

Ao negarem os seus sentimentos reais de desgosto, os pais impedem que se

desencadeiem o processo de luto pela perda da criança perfeita idealizada, não conseguindo resolve-la adequadamente. Ao mesmo tempo, os membros tem de se adaptar à percepção do filho deficiente”.

(Moir Silva).

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REESTRUTURAÇÃO

FAMILIAR

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Nesta caminhada, surgem inúmeros

momentos que levam à reestruturação no

grupo familiar visando melhor se preparar

para as demandas do futuro. Assim, a família

procura conhecer e buscar elementos que

fortaleçam sua caminhada.

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Famílias buscam apoio profissional, momento importantíssimo para o suporte de uma equipe

multiprofissional no sentido de criar uma nova

configuração, a saber a tríade

EQUIPE-CRIANÇA-FAMÍLIA.

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Glat aponta para a importância do atendimento familiar por

profissionais especializados, para que compreendam que esses

sentimentos existem e precisam ser gerenciados e falados.

Precisam aceitar os sentimentos de desapontamento e de tristeza e

vivencia “O LUTO PELO FILHO NORMAL

ESPERADO”, só assim podendo, finalmente

ACEITAR A AMAR ESSE NOVO SER.

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Atendimento familiar deve ser realizado por profissionais

sensibilizados, compromissados,

competentes tecnicamente para a implementação de um

projeto que atenda às necessidades ampliadas da

criança e da família.

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É importante que referidos profissionais tenham sensibilidade

não só com o sofrimento da família, até porque o sofrimento

não é ingrediente apenas de famílias com membros portadores de deficiência, mas também para o

resgate da auto-estima de seus membros, sobretudo na percepção de que a criança com deficiência não raramente torna-se o centro

de coesão e razão de ser do próprio grupo familiar.

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Que tais profissionais promovam espaços de escuta e diálogo

esclarecendo quaisquer dúvidas que sejam, compreensíveis diante das

reações expressadas (preocupações, angústias ou incertezas), no entanto, que sobretudo consigam passar para as famílias o fato de que, uma criança

deficiente é, em última análise um ser humano digno de amor e de

alegria pela sua simples presença no mundo.

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UM SER HUMANO NÃO PERDE A SUA IMPORTÂNCIA E DIGNIDADE

pelo fato de não ter o mesmo desempenho social ou escolar normalmente esperado.

Por outro lado, romper com idealizações e o próprio narcisismo e dedicar-se a alguém,

esquecendo-se de si mesmo, é um caminho para a própria realização, porquanto a vida se torna plena de

sentido quando nos dedicamos amorosamente a alguém único e inédito,

alguém especial”. (Frankl)

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SUGESTÕES PRÁTICAS

PARA O LIDAR DA EQUIPE

PROFISSIONALEM RELAÇÃO ÀS

FAMÍLIAS:

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● Buscar uma relação de confiança no sentido de criar um processo terapêutico participativo;

● Implementar projetos de pesquisa que focalizem a dinâmica familiar, adotando conceitos apropriados da deficiência mental e de família;

● Criar grupos de estudos para discussão de casos clínicos;

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● Promover palestras, festividades familiares, grupos de vivência, momentos reflexivos, esclarecimentos, orientações, informações, momentos de troca de experiências, enfim, situações de contato entre a família e a equipe profissional em que o lúdico e alegria, esteja ao lado dos processos educacionais;

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● Criar rotinas e planejamentos de atividades que apóiem a criança no seu dia a dia sempre com objetivos de melhor adaptação futura;

● Resgatar a auto-estima da mãe ou responsável via apoio emocional, bem como na compreensão dos aspectos positivos da criança na constelação familiar;

● Realçar a importância do apoio e acolhimento familiar como extensão do trabalho da equipe multiprofissional.

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Um trabalho harmonioso entre equipe, criança e família

possibilitará o desenvolvimento satisfatório da criança, e a família

se beneficiará com um funcionamento mais adequado e

feliz apesar das dificuldades inerentes à vida humana de uma

forma geral.

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“Ser homem significa referir-se a algo que não é novamente ele mesmo,

a algo ou a alguém, a uma coisa a que servimos

ou a uma pessoa a que amamos”.

(Victor E. Frankl).

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Obrigada !

Maria Inês.

e-mail:[email protected]