A Farmácia E O Controle Das Infecções Hospitalares - Farmácia Hospitalar - Caroline Tannus -...

8
Disciplina Farmácia Hospitalar Caroline Tannus A FARMÁCIA E O CONTROLE DAS INFECÇÕES HOSPITLARES Histórico no Brasil Primeiros relatos em 1956 e 1959. A primeira CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar: 1963, Hospital Ernesto Dornellis - RS. A partir de 1970, são implantadas CCIH nos principalmente nos Hospitais Universitários 1983 - Portaria MS nº 196, determina a implantação em todos os hospitais. 1985 - Publicação do Manual de Controle de Infecção Hospitalar. 1988 - Portaria MS nº 232, cria o Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar. 1992 - Portaria MS nº 930, determina a implantação de Programa de Controle de Infecção Hospitalar para todos os hospitais do país, através da CCIH e SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar). 1998 - Portaria MS nº 2616; Expede, na forma dos anexos I, II, III, IV e V, diretrizes e normas para a prevenção e o controle das infecções hospitalares; 2000 - RDC Nº 48 - ANVS/MS; Cria o Roteiro de Inspeção do Programa de Controle de Infecção Hospitalar Infecção Hospitalar Infecção que se apresenta após 48-72 horas de permanência no hospital, e que não estava presente ou em período de incubação no momento da internação

description

Slide da professora Caroline Tannus (dado em sala de aula) da Disciplina de Farmácia Hospitalar com o tema: A Farmácia E O Controle Das Infecções Hospitalares

Transcript of A Farmácia E O Controle Das Infecções Hospitalares - Farmácia Hospitalar - Caroline Tannus -...

Page 1: A Farmácia E O Controle Das Infecções Hospitalares - Farmácia Hospitalar - Caroline Tannus - UNIME

Disciplina Farmácia Hospitalar Caroline Tannus

A FARMÁCIA E O CONTROLE DAS INFECÇÕES HOSPITLARES

Histórico no Brasil

Primeiros relatos em 1956 e 1959.

A primeira CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar: 1963, Hospital Ernesto Dornellis - RS.

A partir de 1970, são implantadas CCIH nos principalmente nos Hospitais Universitários

1983 - Portaria MS nº 196, determina a implantação em todos os hospitais.

1985 - Publicação do Manual de Controle de Infecção Hospitalar.

1988 - Portaria MS nº 232, cria o Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar.

1992 - Portaria MS nº 930, determina a implantação de Programa de Controle de Infecção Hospitalar para todos os hospitais do país, através da CCIH e SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar).

1998 - Portaria MS nº 2616; Expede, na forma dos anexos I, II, III, IV e V, diretrizes e normas para a prevenção e o controle das infecções hospitalares;

2000 - RDC Nº 48 - ANVS/MS; Cria o Roteiro de Inspeção do Programa de Controle de Infecção Hospitalar

Infecção Hospitalar

Infecção que se apresenta após 48-72 horas de permanência no hospital, e que não estava presente ou em período de incubação no momento da internação

Page 2: A Farmácia E O Controle Das Infecções Hospitalares - Farmácia Hospitalar - Caroline Tannus - UNIME

Disciplina Farmácia Hospitalar Caroline Tannus

.

Causas

Condição clínica do paciente;

Falta de vigilância epidemiológica adequada;

Uso irracional de antimicrobianos;

Utilização excessiva de procedimentos invasivos;

Métodos de proteção antiifecciosa ineficazes ou inexistentes;

Normas Básicas

Nível Prioritário de Ação

1) Atuação sobre a fonte de infecção:

Esterilização

Barreira (isolamento)

Educação

Page 3: A Farmácia E O Controle Das Infecções Hospitalares - Farmácia Hospitalar - Caroline Tannus - UNIME

Disciplina Farmácia Hospitalar Caroline Tannus

2) Atuação de mecanismo de transmissão:

Esterilização

Lavagem de mãos

Coletor de urina

Cateteres intravasculares

Ferida Cirúrgica, etc.

3) Atuação sobre o indivíduo são:

Quimioprofilaxia

Imunização

Barreira

Controle de antimicrobianos

Atribuições do Farmacêutico no Controle de Infecção Hospitalar

Funções

1) Padronização de medicamento (Comissão de Farmacologia).

2) Orientar a aquisição, conservação e controle dos medicamentos

padronizados:

- disposição de quantidade necessária,

- controle de estoque mínimo.

3) Estabelecer sistema racional de distribuição.

4) Sistema de informação sobre medicamentos.

5) Manipulação / produção de medicamentos ou correlatos.

Ações:

1) Estudos de utilização de medicamentos.

2) Elaboração de protocolos terapêuticos.

3) Participação em programas de farmacovigilância.

4) Desenvolvimento de farmacologia clínica.

5) Desenvolvimento de suporte nutricional (nutrição parenteral).

6) Desenvolvimento de misturas intravenosas e central de diluição.

Page 4: A Farmácia E O Controle Das Infecções Hospitalares - Farmácia Hospitalar - Caroline Tannus - UNIME

Disciplina Farmácia Hospitalar Caroline Tannus

Padronização (seleção) de medicamentos

1) Antibióticos padronizados pela CCIH.

2) Utilizar os nomes genéricos

Dimensionamento de Recursos Humanos

Farmacêutico:

Dose Unitária:

- 01 para cada 50 leitos (40 horas semanais)

Auxiliar de Farmácia:

- 01 para cada 10 leitos (30 horas semanais)

O Serviço de Farmácia tem como objetivo promover o uso racional de

medicamentos e desenvolve as seguintes funções:

– seleção de medicamentos, germicidas e correlatos;

– aquisição, conservação e controle dos medicamentos

selecionados;

– manipulação/produção de medicamentos e germicidas;

– sistematização da distribuição de medicamentos;

– estabelecimento de um sistema de informações sobre os

medicamentos.

Em conjunto com o controle de infecção hospitalar, desenvolve ações

relacionadas ao controle de antimicrobianos e racionalização do uso

de germicidas, auxiliando na elaboração de uma padronização efetiva.

Os resultados obtidos com a implantação desta padronização são de

grande importância para o paciente, corpo clínico e hospital:

- Para o paciente, porque lhe será administrado um antimicrobiano

com indicação precisa, com eficácia comprovada e menor custo.

- Quanto ao corpo clínico os benefícios se traduzem na qualidade do

fármaco prescrito, na facilidade do manuseio de um número mais

restrito de produtos, possibilitando melhor estudo e conhecimento de

Page 5: A Farmácia E O Controle Das Infecções Hospitalares - Farmácia Hospitalar - Caroline Tannus - UNIME

Disciplina Farmácia Hospitalar Caroline Tannus

suas ações e efeitos colaterais.

- Para o hospital, a relação padronizada evitará a aquisição de

medicamentos similares, reduzindo custos e riscos de perda por expiração

do prazo de validade.

Comissão de Farmácia e Terapêutica e Seleção de Medicamentos

A Comissão de Farmácia e Terapêutica é constituída por uma

equipe multiprofissional, em que farmacêuticos, médicos,

enfermeiros, além de profissionais da área de administração, devem

ter como principal objetivo a elaboração do formulário farmacêutico

hospitalar, determinando a política de seleção de princípios ativos,

produção, manipulação, distribuição, uso e administração, incluindo

drogas sob investigação.

Esta equipe deve elaborar atividades educativas para divulgação

de informações relacionadas ao uso de medicamentos aos

profissionais de saúde. As intercorrências relacionadas às

prescrições inadequadas devem ser abordadas por comunicação

direta com o profissional envolvido ou até mesmo sua chefia.

Diante da diversidade de medicamentos comercializados e de

constantes lançamentos de novos produtos, é necessário adotar

critérios para escolha dos fármacos que deverão fazer parte do

arsenal hospitalar e também garantir avaliação periódica para

assegurar que disponha sempre das melhores opções

terapêuticas.

Padronizar medicamentos antiinfecciosos significa definir uma lista

de antimicrobianos que melhor atendam as características da

ecologia microbiana da instituição.

A avaliação rigorosa na seleção dos fornecedores deve ser realizada

periodicamente, devendo-se utilizar um protocolo padrão e

exigências básicas, porém específicas a cada tipo de fornecedor.

Armazenagem

Os medicamentos devem manter íntegras as atividades de seus

princípios ativos durante um espaço de tempo previamente

Page 6: A Farmácia E O Controle Das Infecções Hospitalares - Farmácia Hospitalar - Caroline Tannus - UNIME

Disciplina Farmácia Hospitalar Caroline Tannus

estabelecido.

Vários fatores podem prejudicar esta integridade, entre eles:

temperatura, luz, umidade, presença de microrganismos e

empilhamento de caixas. Além destes, outros fatores como a

presença de oxigênio, gás carbônico, pH, concentração,

osmolaridade, tipo de recipiente, que são fatores intrínsecos ao

produto, também interferem em sua estabilidade e concentração.

As condições de armazenamento devem facilitar a utilização dos

produtos em ordem crescente da data de vencimento.

Distribuição

O sistema de distribuição ou dispensação de medicamentos deve ter

como principais objetivos diminuir os erros (como por exemplo de

transcrição incorreta), racionalizar a distribuição e administração de

medicamentos (evitando incompatibilidade), aumentar o controle

sobre seu uso, racionalizar custos e aumentar a segurança e

eficiência da medicação prescrita.

Contaminação de medicamentos

Existem dificuldades para a identificação de um surto devido à

contaminação de um medicamento, em decorrência de suas

características epidemiológicas e principalmente da inexistência de

protocolos específicos que permitam a caracterização e o estudo

microbiológico dos casos suspeitos e suas possíveis fontes de

contaminação. Estes produtos podem contaminar-se na sua

produção, dentro da farmácia ou após a dispensação.

Contaminação na indústria

Esta contaminação freqüentemente é denominada de intrínseca,

sendo geralmente disseminada no tempo, espaço e entre várias

instituições. Só pode ser identificada se um rigoroso sistema de

vigilância for implantado, mas pode ser suspeitada todas as vezes

que um agente não usual for identificado em uma topografia também

não usual.

Page 7: A Farmácia E O Controle Das Infecções Hospitalares - Farmácia Hospitalar - Caroline Tannus - UNIME

Disciplina Farmácia Hospitalar Caroline Tannus

Contaminação na farmácia:

Geralmente envolve a contaminação de soluções usadas na

formulação de um produto ou um equipamento, freqüentemente

bomba de infusão ou seringa, usado na formulação ou preparação de

um fluído estéril. A recomendação dos testes de esterilização

realizados durante o processo de manipulação permite a

identificação e a correção destas falhas.

Contaminação no local de uso:

Atualmente este é o principal risco de contaminação dos produtos

farmacêuticos. Ocorre principalmente com medicações utilizadas em

doses múltiplas, especialmente produtos tópicos como soluções

oftálmicas, anti-sépticos ou então soluções parenterais que são

preparadas em postos de enfermagem a partir de produtos de

múltipla dose mal manipulados ou conservados inadequadamente

após sua abertura. Decorre disto a importância de centralizar estas

práticas na farmácia, ou quando isto não for possível, que estas

atividades sejam desenvolvidas sob a orientação deste

departamento.

Controle de qualidade

O programa de qualidade tem início pelo reconhecimento dos

problemas e conseqüentemente com o estabelecimento das

prioridades. É fundamental para se atingir o controle do processo

uma padronização simplificada, para um fácil entendimento, visando

condutas adequadas. Isto envolve dois padrões básicos:

– de materiais, como medicamentos, insumos farmacêuticos,

drogas;

– e de processos, como as operações realizadas ou orientadas

pela farmácia hospitalar.

Deve haver uma documentação sistemática de todos os elementos,

para que permita um acompanhamento e determinação de

indicadores para melhor análise, com intuito de levantar tendências,

Page 8: A Farmácia E O Controle Das Infecções Hospitalares - Farmácia Hospitalar - Caroline Tannus - UNIME

Disciplina Farmácia Hospitalar Caroline Tannus

auferir problemas, elaborar medidas para sua solução e acompanhar

a efetividade das ações corretivas implantadas.

A contaminação de fármacos pode algumas vezes ocorrer como

resultado de técnicas incorretas na fabricação ou manipulação

dessas substâncias, e um sistema de monitoração deve ser

desenvolvido pelo programa de qualidade. Apenas uma minoria de

medicamentos sofre contaminação durante sua produção e

manipulação na farmácia, ocorrendo a maioria destes eventos após

sua distribuição.

O controle hospitalar é embasado no conhecimento da epidemiologia

hospitalar e nas atividades dos diversos segmentos profissionais da

instituição.

A farmácia é um dos pilares que sustentam as ações de controle de

infecções hospitalares em todos os seus níveis: planejamento, operacional

e educativo