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A Farmácia Hospitalar no desenvolvimento e implementação de um Sistema Integrado de Informação e Gestão
Trabalho vencedor do Prémio APFH/IPSEN 1998-2000 1
A Farmácia Hospitalar
no
desenvolvimento e implementação
de um
Sistema Integrado de Informação e Gestão
Trabalho realizado por
Maria Margarida da Silva Abreu1 Francisco Ávila Machado2
José Feio2
1 – Centro Hospitalar de Coimbra 2 – Hospitais da Universidade de Coimbra
A Farmácia Hospitalar no desenvolvimento e implementação de um Sistema Integrado de Informação e Gestão
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Pág.
Índice ..................................................................................................................... 1 Introdução .............................................................................................................. 2 Objectivo do trabalho ............................................................................................ 3 Sistemas Integrados de Informação e Gestão ........................................................ 4 Modelo para gerir a implementação de um Sistema Integrado de Informação e Gestão numa Unidade de Saúde ............................................................................
6
Sistema Integrado de Informação e Gestão e a informação clínica ....................... 8 Sistema Integrado de Informação e Gestão e os enfermeiros ................................ 11 Sistema Integrado de Informação e Gestão e o Serviço de Doentes ..................... 12 Sistema Integrado de Informação e Gestão e os Serviços Financeiros ................. 13 Sistema Integrado de Informação e Gestão e os Serviços Farmacêuticos ............. 14 Implementação de um Sistema Integrado de Informação e Gestão ....................... 18 Os Serviços Farmacêuticos no desenvolvimento e implementação de um Sistema Integrado de Informação e Gestão ...........................................................
21
Conclusão .............................................................................................................. 23 Bibliografia ............................................................................................................ 26
Índice
A Farmácia Hospitalar no desenvolvimento e implementação de um Sistema Integrado de Informação e Gestão
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O crescimento e o seu envelhecimento da população são factores que levam a
um aumento da necessidade de recorrermos aos serviços prestadores de cuidados de
saúde.
O sector da saúde é um dos principais sectores geradores de despesa aos
governos.
Os sistemas de saúde encontram-se cada vez mais sob a pressão de mecanismos
reguladores da sua actividade e do mercado, ambos com os objectivos de :
- aumentar a segurança e qualidade dos cuidados prestados aos doentes;
- reduzir os custos.
Os sistemas tecnológicos ligados à informação, com uma concepção baseada na
intervenção directa dos utilizadores, quer na introdução da informação, quer na sua
gestão, são hoje uma tecnologia que contribui para atingir estes objectivos.
A implementação de uma forma eficiente dos sistemas integrados de informação
e gestão (SIIGs) pode assim contribuir para:
- aumentar a qualidade e segurança dos cuidados prestados;
- reduzir os custos;
- facilitar a implementação de práticas mais correctas;
- racionalizar a utilização de recursos humanos;
- facilitar a implementação de políticas de saúde.
Actualmente, a definição dos objectivos que se pretendem atingir com a
implementação de SIIGs, dependem mais dos decisores e daqueles que vão utilizar
diariamente estes sistemas do que da tecnologia para os desenvolver.
Se o objectivo principal é o de melhorar a qualidade da assistência dos cuidados
de saúde aos utentes, uma correcta interacção entre a tecnologia, as pessoas, as equipas
de desenvolvimento, a estrutura da organização e a cultura permite que este seja
atingido com facilidade.
Introdução
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Neste trabalho pretendemos abordar o papel da Farmácia Hospitalar no
desenvolvimento e implementação de um Sistema de Integrado de Informação e Gestão
(SIIG) numa unidade de saúde.
Objectivo do trabalho
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Os SIIGs são compostos por tecnologias que permitem a todos os que intervêm
directamente na prestação de cuidados de saúde, clínicos, farmacêuticos, técnicos e
administradores, introduzirem e gerirem directamente as informações necessárias para
exercerem a sua actividade com segurança, qualidade e aos mais baixos custos.
Estes sistemas permitem assim que todos participem activamente na geração e
gestão da informação.
OS SIIGS deverão ser desenvolvidos e implementados centrados no ciclo
diagnóstico – terapêutica.
Por ordem crescente dos seus níveis de complexidade, as diferentes etapas no
ciclo diagnóstico – terapêutica são:
1 – Informação e comunicação;
2 – Armazenamento dos dados e elaboração de pedidos;
3 – Processamento e automatização;
4 – Elaboração do diagnóstico (s) e do plano de intervenção;
5 – Controle da terapêutica;
6 – Investigação e desenvolvimento.
Quanto mais complexa e maior for responsabilidade do nível de decisão da
actividade a desenvolver, mais esta está dependente da intervenção humana e menos da
dos computadores.
A estrutura dos SIIGs deverá permitir uma relação em termos de complexidade e
dependência entre os computadores e os utilizadores idêntica à da figura 1.
Sistemas Integrados de Informação e Gestão (SIIGs)
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Fig. 1 - Relação da complexidade e dependência entre o computador e os utilizadores
nos SIIGs desenvolvidos para os Serviços de Saúde
Legenda: 1 – Informação e comunicação; 2 – Armazenamento dos dados e elaboração de pedidos;
3 – Processamento e automatização; 4 – Elaboração do diagnóstico (s) e do plano de intervenção;
5 – Controle da terapêutica; 6 – Investigação e desenvolvimento.
0% 20% 40% 60% 80% 100%
1
2
3
4
5
6
Computador
Utilizador
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As tecnologias de informação permitem desenvolver sistemas que transformam
decisivamente a forma de trabalhar das organizações, obrigando-as a pensar toda a
estrutura em que se encontram alicerçadas, contribuindo assim para a sua
reoorganização.
Os sistemas de informação e gestão inovadores podem alterar a competição e o
desenvolvimento entre as instituições prestadoras de cuidados de saúde. Podem ainda
alterar a forma de trabalhar, de coordenar o trabalho e a maneira como este é integrado
dentro objectivos da instituição.
A implementação de um SIIG é determinada por:
- condicionantes internas da organização;
- condicionantes externas à organização.
Dentro das condicionantes internas, existem cinco factores determinantes para
a implementação correcta de um SIIG:
- A estratégia da instituição:
- Esta inclui a relação da instituição com os seus utentes (clientes),
fornecedores, competidores e prestadores de cuidados.
- A estrutura:
- Quando nos referimos à forma como as decisões são tomadas e os
recursos que são disponibilizados para a sua implementação.
- Gestão e controle do processo:
- Inclui a monitorização dos sistemas de incentivos e sanções utilizados
para a implementação das decisões.
- Indivíduos e funções:
- Quando nos referimos às responsabilidades e interacções das diversas
funções dos indivíduos de uma organização.
Modelo para gerir a implementação de um Sistema
Integrado de Informação e Gestão
numa Unidade de Saúde
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- Tecnologia:
- Inclui o equipamento, sistemas, rede de comunicações e conhecimentos
usados para a actividade da instituição.
A organização sócio económica externa e o desenvolvimento tecnológico, em
que se encontra inserida a instituição, são as condicionantes externas para o
desenvolvimento e implementação de um SIIG.
As condicionantes externas actualmente não são determinantes para o fracasso
da implementação de um SIIG. No entanto, quando são ignoradas ou é prestada pouca
atenção às condicionantes internas da organização, os objectivos definidos com os
investimentos na área das tecnologias de informação normalmente não são atingidos.
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Uma das componentes críticas dos SIIGs é a informação clínica.
O doente ou o seu processo biológico, geram um conjunto de dados que são
observados pelo clínico.
Dos dados gerados e da interpretação feita pelo clínico surge a informação.
Com a interpretação dos dados gerados por vários doentes, recolhidos e
armazenados de por um processo idêntico e da informação daí resultante, é possível
fornecer novos conhecimentos à equipa clínica para tratamentos futuros.
No ciclo de diagnóstico e terapêutica (fig.2) surgem assim três etapas
fundamentais:
- Observação:
- A observação do doente e a história clínica, vão gerar um conjunto de
dados que deverão ser armazenados de uma forma sistematizada pelo
clínico;
- Decisão/Raciocínio:
- A interpretação dos dados gerados levarão a uma ou mais hipóteses de
diagnóstico e à elaboração de um plano de acção;
- Plano/Acção:
- A acção, vai gerar uma série de resultados, que poderão ser os esperados
ou não.
Fig. 2 – Ciclo diagnóstico - terapêutica
Dados Informação
Terapêutica Diagnóstico
Plano
Observação
Doente Decisão
Sistema Integrado de Informação e Gestão e a
informação clínica
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Nestas aplicações os clínicos desempenham um papel activo de grande
importância.
São eles que fazem prescrições de medicamentos, de exames laboratoriais,
imagiológicos, introduzem os diagnósticos de trabalho dos doentes, avaliam a evolução
da situação clínica do doente, registam os motivos e os resumos dos diversos episódios,
etc., directamente no SIIG a partir de terminais localizados dos serviços clínicos. Assim,
sempre que for necessário, é possível a consulta do processo do doente, através de um
sistema informático.
Para o ciclo diagnóstico - terapêutica, os SIIGs devem ser desenvolvidos com
mecanismos de apoio sobre:
- doses recomendadas;
- informações sobre o medicamento;
- alertas sobre as interacções medicamentosas;
- alertas sobre os custos e alternativas;
- alertas sobre as alergias do doente,
que contribuam para prescrições mais seguras, eficazes e económicas.
Estas prescrições, quando efectuadas directamente no SIIG, devem ser
imediatamente transferidas para a base de dados da unidade de saúde e para os serviços
responsáveis pela sua execução, eliminando-se assim os atrasos e erros devido à sua
realização em suporte de papel.
Posteriormente os resultados destas prescrições:
- envio da medicação;
- administração da terapêutica;
- resultados dos exames prescritos;
- mensagens importantes relacionadas com a recepção e envio da medicação;
- ocorrências,
também são imediatamente introduzidos e transferidos por via electrónica para base
passando a pode ser consultados sempre que necessário.
A partir do momento em que o clínico introduz uma prescrição no SIIG, todos os
intervenientes na sua execução estão informados, ficando este também informado de
quem, como e quando foi a execução destas.
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O módulo de prescrição nos SIIGs devem permitir:
- que a prescrição seja fácil de realizar;
- o acesso à informação seja rápido;
- que a transferência da informação seja segura,
permitindo assim uma prescrição mais segura, eficiente e económica.
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Os SIIGs deverão ter ferramentas que permitam uma administração segura e
eficiente da terapêutica prescrita e dispensada.
Assim os enfermeiros deverão:
- ter acesso a toda a informação relacionada com o doente;
- ter acesso a toda a informação gerada durante a prescrição;
- ter acesso a toda a informação gerada durante a recepção da prescrição;
- ter a toda a informação gerada durante a dispensa da medicação;
- ter acesso a toda a informação relacionada com o medicamento para uma
preparação e administração segura e eficiente deste,
para que seja efectuada uma administração de acordo com a prescrição;
Assim, para os enfermeiros, os SIIGs deverão:
- proporcionar o acesso fácil e rápido à informação sobre os doentes;
- proporcionar aos enfermeiros a informação global sobre as actividades que
estes têm de executar;
- ter mecanismos simples e seguros, com cores e códigos próprios para o
registo da administração dos medicamentos;
- fornecer informação imediata sobre a preparação da medicação, diluições,
tempos de estabilidade após reconstituição e incompatibilidades;
- fornecer informação sobre os cuidados a ter com a administração dos
medicamentos;
- proporcionar relatórios automáticos sobre as tarefas a realizar e as realizadas;
- permitir que a informação dos enfermeiros entre directamente no para o SIIG
do hospital, proporcionando o seu acesso aos clínicos e farmacêuticos e
outros profissionais de saúde.
Sistema Integrado de Informação e Gestão
e os Enfermeiros
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As informações relacionadas com os doentes são outra componente dos SIIGs. A
sua ligação à base de doentes deve permitir o acesso imediato a informações que
incluem:
- Dados demográficos (sexo, data de nascimento);
- Subsistemas de saúde;
- Médico de família;
- Informação sobre alergias (ajuda a prevenir reacções anafiláticas graves);
- Admissões anteriores, transferências de serviços e/ou de hospitais (registo
dos episódios);
- Motivo de internamento e/ou vinda à consulta e/ou vinda aos Serviços de
Urgência;
- Diagnóstico(s) e/ou hipótese(s) de diagnostico(s);
- Exames pedidos e respectivos resultados;
- Número do processo hospitalar;
- Actuações previstas para o futuro,
aos utilizadores nos diversos serviços clínicos e de apoio, contribuindo assim para uma
maior fiabilidade e segurança na transmissão de informação clínica, administrativa e
outra relacionada com os doentes.
Sistema Integrado de Informação e Gestão e
o Serviço de Doentes
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Estes sistemas permitem aos Serviços Financeiro efectuar uma facturação dos
consumos em tempo real.
Assim, os dados são mais correctos, uma vez a sua análise é feita praticamente
no momento em que são produzidos.
É ainda possível fazer investimentos com uma atribuição dos recursos baseada
em dados reais tornando-se também possível acompanhar a sua evolução ao longo do
tempo da sua execução.
Sistema Integrado de Informação e Gestão e
os Serviços Financeiros
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Para o exercício das suas actividades os Serviços Farmacêuticos contactam
diariamente com praticamente todos os serviços e profissionais do Hospital:
- Serviços clínicos;
- Serviço de doentes;
- Serviço de aprovisionamento;
- Laboratórios de análises;
- Conselho de Administração;
- Clínicos;
- Enfermeiros;
- Administradores;
- Técnicos;
- Farmacêuticos.
Fora do Hospital os Serviços Farmacêuticos, para o exercício das suas funções,
contactam frequentemente com:
- Entidades Reguladoras do Medicamento,
- Laboratórios da Industria Farmacêutica,
- Centros de Informação de Medicamentos,
- Farmácias Comunitárias,
- Hospitais.
De acordo com as suas funções, cabe normalmente aos Serviços Farmacêuticos a
implementação das políticas de medicamentos definidas para uma Unidade de Saúde, de
acordo com as decisões das diversas comissões técnicas, principalmente a Comissão de
Farmácia e Terapêutica e do respectivo Conselho de Administração.
Sistema Integrado de Informação e Gestão e
os Serviços Farmacêuticos
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Assim o desenvolvimento e implementação de um SIIG numa Unidade de Saúde
deve permitir dar cumprimento de uma forma eficiente e segura às políticas do
medicamento definidas.
Cabe aos Serviços Farmacêuticos a responsabilidade de criar e fazer a
manutenção da base de medicamentos do SIIG que sirva de apoio à prescrição e dê
cumprimento às políticas do medicamento.
Esta base deverá também permitir fazer uma gestão técnico administrativa do
medicamento.
Assim, para que esta base se mantenha actualizada, os Serviços Farmacêuticos
devem ter orientações claras das entidades nacionais responsáveis pela autorização de
introdução no mercado dos medicamentos, da Comissão de Farmácia e Terapêutica e do
Conselho da Administração da Unidade de Saúde sobre a política do medicamento.
A base de medicamentos deverá ter:
- Identificação do medicamento por denominação comum internacional
(D.C.I.);
- Lote;
- Classificação do Formulário Hospitalar Nacional do Medicamento;
- Classificação Anatómica, Terapêutica e Química (Anatomical Therapeutic
Chemistry);
- Forma farmacêutica, via de administração, regras de conservação do
medicamento;
- Doses recomendadas para prescrição;
- Doses máximas recomendadas;
- Interacções medicamentosas, suas consequências clínicas e intervenções
recomendadas;
- Informação sobre o medicamento destinadas para os médicos, enfermeiros,
doentes, farmacêuticos, técnicos e administrativos;
- Local onde se pode prescrever o medicamento (consulta externa, urgência,
serviços de internamento, etc);
- Médicos autorizados a prescrever;
- Documentos complementares necessários a preencher durante a prescrição
(requisição de estupefacientes, psicotrópicos, hemoderivados, folha de
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prescrição de antibióticos, documento para justificar a prescrição de
medicamentos extra-formulário, etc.);
- Informações sobre o aprovisionamento (concursos, stocks, lotes, etc.);
- Detentor da autorização de introdução no mercado;
- Número e data da autorização de introdução no mercado;
- Fornecedor;
- Marca comercial;
- Preço.
Os SIIGs deverão permitir que seja efectuada:
- uma gestão correcta dos diversos stocks de medicamentos existentes na
unidade de saúde, com pontos de encomenda, pontos económicos, prazos de
validade;
- uma gestão correcta dos processos para selecção e aquisição de
medicamentos.
Na área do aprovisionamento, os Serviços Farmacêuticos pretendem saber a todo
o momento:
- O que existe?,
- Quanto existe?,
- Onde está?,
- O que se deve comprar?,
- Quanto comprar?,
- A quem comprar?,
- Como comprar?.
É ainda necessário obter informações sobre a actividade que está a ser
desenvolvida no serviço:
- Número e tipo de prescrições para serem atendidas;
- Número e tipo de alterações às prescrições efectuadas no dia;
- Número e tipo de protocolos de citostáticos que necessitam de ser
preparados;
- Número e tipo de protocolos de Nutrição Assistida que necessitam de ser
preparados;
- Número e tipo de misturas intravenosas que necessitam de ser preparadas;
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- Número e tipo de formulações (pomadas, colírios, cápsulas, etc) que
necessitam de ser preparados.
Um SIIG também pode permitir aos Serviços Farmacêuticos reorganizarem-se.
A implementação de um SIIG torna necessário definir de uma forma objectiva as
funções de todos os que trabalham nos Serviços Farmacêuticos. Respondendo às
questões:
- Quem?,
- Quando?,
- Como?,
vai permitindo assim fazer uma melhor gestão dos recursos humanos.
Havendo informação integrada e disponível em tempo útil sobre todo o circuito
do medicamento é possível fazer uma gestão que tenha como objectivo:
- uma terapêutica medicamentosa segura, eficaz, eficiente e económica;
- ter disponíveis os medicamentos mais seguros, eficazes, eficientes aos
menores custos.
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A implementação de um SIIG está dividida em duas etapas:
- período de pré-implementação;
- período de implementação.
Para período de pré-implementação recomendam-se as seguintes regras
básicas:
- forte envolvimento dos utilizadores logo desde o início do processo;
- os responsáveis pelos serviços envolvidos devem ter uma atitude positiva em
relação ao SIIG;
- fazer o plano de formação conjuntamente com os utilizadores;
- estabelecer um tempo correcto de transição de todos os documentos e
procedimentos;
- manter bem informados os responsáveis sobre o plano de implementação.
Para o período de implementação é necessário:
- controlar os procedimentos e as mudanças para o novo sistema;
- implementar o SIIG por fases;
- utilizar equipas próprias da Unidade de Saúde para a implementação do
SIIG;
- formar grupos informais de trabalho para os módulos mais importantes;
- manter uma comunicação eficiente entre a equipa de implementação, os
utilizadores e os responsáveis pelos serviços;
- manter uma equipa permanente de formação e treino;
- corrigir rapidamente os problemas operacionais que surgirem após a
implementação.
Os principais pontos críticos para o desenvolvimento e implementação de um
SIIG numa Unidade de Saúde são:
- a coordenação entre os diversos serviços do hospital;
Implementação de um Sistema Integrado de
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- os recursos disponíveis e a responsabilização das diversas estruturas do
hospital.
É necessária uma boa coordenação entre os diversos serviços do hospital:
- Doentes;
- Aprovisionamento;
- Clínicos;
- Laboratórios
- Administrativos;
- Farmácia,
para que a informação necessária para o seu funcionamento seja correctamente
recolhida, transferida para a base de dados do hospital e ficar disponível sempre que
necessária.
Quanto aos recursos eles são de dois níveis:
- Estrutura:
- Rede em todos os serviços do hospital;
- Hardware (computadores; impressoras, canetas para leitura óptica, etc.);
- Material de apoio (secretárias, etc.)
- Material de apoio à formação;
- Humanos:
- Equipa de desenvolvimento e implementação do programa:
- Deverá ser composta:
- Por elementos dos Serviços Farmacêuticos, do Serviço de
Informática do hospital, por dois elementos de cada serviço
clínico onde o programa está a ser implementado (um clínico e
um enfermeiro), por elementos do serviço de doentes e por
elementos responsáveis pela produção do SIIG.
- Equipa de formação:
- No hospital deve estar disponível uma equipa para a formação, com
30 a 50% do seu tempo dedicado a esta actividade para formar os
utilizadores do sistema nos seguintes serviços:
- Serviço de Doentes;
- Serviço de Aprovisionamento;
- Serviços Clínicos;
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- Serviço de administrativos;
- Serviços Farmacêuticos;
- Os formadores deverão ser especialistas na área de informática.
Para implementação de um SIIG num hospital é ainda obrigatório envolvimento
e responsabilização das estruturas hospitalares:
- Conselho de Administração;
- Direcção clínica;
- Direcção de enfermagem;
- Apoio do Ministério da Saúde através dos seus órgãos;
Com resolução rápida, eficaz e eficiente dos pontos críticos, pensamos que ficam
criadas as condições, para se poder desenvolver e implementar com sucesso um SIIG
numa Unidade de Saúde.
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Devido aos seguintes factores:
- A prescrição e a administração de medicamentos são dois dos actos mais
praticados pelos médicos e enfermeiros num hospital;
- Praticamente todos os doentes nos hospitais são tratados com a terapêutica
medicamentosa;
- Surgem com frequência problemas relacionados com os medicamentos nos
doentes internados que estão associados a um aumento da morbilidade, da
mortalidade dos doentes, do tempo de internamento e dos custos. Estes
problemas têm como principais causas a prescrição, a dispensa e
administração dos medicamentos;
- A crescente procura dos cuidados de saúde, a complexidade cada vez maior
dos tratamentos e a pressão a que estão sujeitos os profissionais de saúde
contribuem também para um aumento dos riscos de erros de medicação;
- Os Serviços Farmacêuticos são os principais responsáveis pela
implementação das políticas do medicamento num hospital;
- A realização e manutenção da base de medicamentos é da responsabilidade
dos Serviços Farmacêuticos;
- Os Serviços Farmacêuticos e os Farmacêuticos Hospitalares interagem
diariamente com todos os profissionais dos hospitais e com todos os Serviços
Clínicos,
os Serviços Farmacêuticos encontram-se numa posição privilegiada dentro dos hospitais
para desempenharem um papel fundamental no desenvolvimento e implementação e
desenvolvimento de um Sistema Integrado de Informação e Gestão.
Assim, os Serviços Farmacêuticos, através dos Farmacêuticos Hospitalares,
podem ser os principais responsáveis pela coordenação do desenvolvimento e
implementação de um SIIG, contribuindo assim de uma forma decisiva para que nos
nossos hospitais:
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- os cuidados de saúde sejam prestados com mais qualidade, segurança e
eficácia;
- seja promovida a Farmácia Hospitalar;
- seja promovida e reconhecida a função do Farmacêutico Hospitalar.
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Segundo a Organização Mundial de Saúde, um doente quando necessita de
cuidados de saúde tem o direito a:
- receber o diagnóstico correcto;
- às medidas terapêuticas que contribuam para a obtenção de um estado
óptimo de saúde, segundo os conhecimentos actuais da ciência e dos factores
biológicos do doente (sexo, idade, etc.);
- aos menores custos;
- com a menor exposição possível aos riscos;
- com a máxima satisfação do doente.
Com um Sistema Integrado de Informação e Gestão nas Unidades de Saúde, os
direitos dos doentes podem mais facilmente ser cumpridos.
Os SIIGs podem ainda contribuir para uma gestão eficiente, ajudando a Unidade
de Saúde a sobreviver numa conjuntura de competição, de uma regulamentação cada
vez maior da sua actividade e a prestar cuidados de saúde com qualidade e aos menores
custos.
Como funções básicas dos SIIGs, estes devem assim permitir :
- A elaboração da prescrição no computador com diversos auxílios antes,
durante e depois do acto de prescrever;
- Fazer o registo automático da administração da terapêutica e de outros actos
de enfermagem, com diversos auxílios;
- Automatizar todo o circuito do medicamentos (selecção, aquisição,
armazenamento, distribuição, informação, facturação);
- Prestar informação directa ao doente sobre os medicamentos que está a
tomar.
Conclusão
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Os objectivos a serem atingidos com a implementação de um SIIG são:
- Servir o Doente com qualidade, segurança e economia;
- Ter a participação directa de todos os profissionais de saúde;
- Permitir a optimização da actividade dos Serviços Farmacêuticos;
- Permitir uma melhor gestão das Unidades de Saúde.
Assim, os critérios base que devem servir de base para a implementação e
desenvolvimento de um SIIG são os seguintes:
- Completo e Centralizado:
- Todos os dados relacionados com o ciclo diagnóstico - terapêutica devem
estar armazenados na base de dados do SIIG.
- Tipificação dos dados:
- Todos os dados podem ser devidamente “rotulados” para poderem ser
validados, trabalhados e para aumentar a eficiência do SIIG.
- Acessibilidade aos dados:
- Pretende-se que todos os dados sejam facilmente acedidos e possam ser
cruzados com vista a facilitar a sua interpretação.
- Facilidade de Utilização:
- A consulta / introdução de dados no sistema deve ser pensada de forma
simples de modo a contribuir para uma aceitação generalizada pelos
vários utilizadores potenciais (médicos, farmacêuticos, administrativos,
enfermeiros, técnicos, administradores).
- Eficiente:
- O SIIG contribui para incrementar a eficiência das Unidades de Saúde no
ciclo diagnóstico – terapêutica.
- Seguro:
- O SIIG deve permitir estabelecer diversos níveis de acesso à informação
(limitação ao nível das funções e dos dados).
- Aberto:
- O SIIG deve permitir, sem descurar os aspectos de segurança, fazer
consultas de listagens ad-hoc à base de dados.
- Fiável:
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- Através das validações a efectuar nos programas de movimentação e
registo de informação na base de dados, os resultados obtidos deverão ser
fiáveis;
- Registo Histórico:
- O SIIG poderá servir diferentes objectivos tais como análises estatísticas
diversas, e responder a situações resultantes de estudos a efectuar pelos
diversos profissionais de saúde que trabalham nas Unidades de Saúde e
pelos responsáveis pela sua gestão.
Os Serviços Farmacêuticos e os farmacêuticos hospitalares, poderão ser os
principais responsáveis no processo de desenvolvimento e implementação dos SIIGs,
numa Unidade de Saúde.
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Williams & Wilkins, 1996. ISBN: 0-683-01090-5.
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