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49Bol. Mus. Biol. Mello leitão (N. sér.) 35:49-104. Julho de 2014
A fauna de peixes na bacia do rio Barra Seca e na REBIO de Sooretama, Espírito Santo, Brasil
Luisa Maria Sarmento-Soares1,2,3,* & Ronaldo Fernando Martins-Pinheiro1
RESUMO: A Reserva Biológica de Sooretama é a maior floresta nos tabuleiros costeiros ao norte do Espírito Santo, localizada no terço inferior da bacia do rio Barra Seca. Uma grande variedade de pequenos peixes de riacho habita os córregos protegidos pela reserva. Destaca-se a presença de riachos florestados, de águas escuras e ácidas, e ainda grandes lagoas e ambientes temporários na reserva e entorno. Especial atenção se faz necessária aos trechos a montante da unidade, pela degradação das nascentes e terço médio. Foram descritos os ambientes aquáticos e a composição taxonômica de peixes da bacia do rio Barra Seca, incluindo 15 pontos de amostragem nos terços superior e médio, 28 no trecho baixo e 14 no Vale do Suruaca. Foram identificadas 84 espécies, pertencentes a 37 famílias e 13 ordens. Destas 39 são espécies marinhas que frequentam o estuário. Considerando todas as espécies de peixes encontradas na região, a ordem mais numerosa foi Perciformes com 26 espécies, seguida por Siluriformes com 18 espécies e Characiformes com 16 espécies. Algumas espécies foram encontradas unicamente no trecho do Vale do Suruaca, correspondendo a 43 do total de espécies. Espécies raras e ameaçadas de extinção foram historicamente registradas na reserva e seu entorno, mas não encontradas nas amostragens recentes. Para manutenção da ictiofauna na bacia do rio Barra Seca e Vale do Suruaca se faz necessário estabelecer metas para preservar os ambientes de vida da biota aquática. Algumas medidas de proteção são sugeridas no texto visando conservar os córregos e sua biota. Palavras-chave: ictiofauna, riachos, unidade de conservação, tabuleiros costeiros, sudeste do Brasil.
1 Museu de Biologia Prof. Mello Leitão/ Projeto BIOdiversES (www.nossosriachos.net), Av. José Ruschi, 4, Centro, Santa Teresa-ES, Brasil. E-mail: [email protected]
2 Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal- PPGBAN- Universidade Federal do Espírito Santo. Av. Marechal Campos, 1468- Prédio da Biologia- Campus de Maruípe, 29043-900, Vitória- ES, Brasil. E-mail: [email protected]
3 Bolsista FAPES, Bolsa PA- Pesquisador Associado. *Autor para correspondência: [email protected] Recebido: 7 set 2013 – Aceito: 17 mar 2014
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ABSTRACT: The fish fauna in the rio Barra Seca basin and Sooretama biological reserve, Espírito Santo, Brazil. The biological reserve of Sooretama is the largest forest in coastal tablelands at northern Espírito Santo, situated on lower stretch of the rio Barra Seca basin. A great variety of small stream fishes inhabit the rivers protected by the reserve. We point out the presence of forested streams, with dark acid waters and also large lakes and temporary environments in the reserve and surroundings. Special attention is necessary upstream the reserve, by degradation of headwaters and middle stretches of the river. Environments were described and the taxonomic composition of fishes was documented for the rio Barra Seca basin, including 15 collecting localities along upper and middle stretches, 28 on lower section and 14 along Suruaca valley. Eighty-four species were identified, belonging to 37 families and 13 orders. Among these, 39 are marine species that visit the estuaries. Considering all the fish species found in the area, the most numerous order was Perciformes, with 26 species, followed by the Siluriformes, with 18 species and the Characiformes, with 16 species. Some species were found only in the Suruaca valley, corresponding to 43 of the total species. Rare and endangered species were historically reported in the reserve and near around, but not found in recent surveys. For maintenance of the fish fauna at the Rio Barra Seca basin and Suruaca valley it is necessary to establish aims for aquatic biota environmental preservation. Some protection measures are suggested in the text in order to preserve streams and its biota.Key-words: fish fauna, streams, conservation units, coastal tablelands, southeastern Brazil.
Introdução
“É um planalto, com cerca de 70 metros acima do nível do mar, sulcado por fundas ravinas feitas pela erosão dos córregos e rios. A região há 20 anos atrás era coberta por uma floresta luxuriante e contínua, hoje com numerosas e amplas abertas. A mata tem o mesmo aspecto observado no vale do rio Itaúnas; mata limpa e de árvores altíssimas. A devastação da floresta vai em grande adiantamento; felizmente a criação da Reserva Federal e de uma Estadual, ao lado da primeira, veio salvar um pequeno trecho da devastação. A providência do Governo infelizmente chegou um tanto tarde, pois nas vizinhanças do rio Barra Seca, existem grandes abertas feitas por “posseiros” clandestinos que,
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dela agora afastados, deixaram largas cicatrizes na floresta, feitas pela brutalidade do fogo e inconsciência do machado. A direção da Reserva está procurando cicatrizar estas feridas pela abolição absoluta do fogo e do machado, permitindo que a floresta se reconstitua lentamente. É de grande interesse que se acompanhe com estudos ecológicos a evolução destas clareiras para floresta, a fim de que se possa ter uma idéia de como se formaram, e assim se conheçam as possibilidades e o tempo preciso para reflorestar as vastas áreas, que a ignorância associada à ganância descontrolada, procuram transformar nosso país, de belo e ubérrimo, em sapezal estéril e árido. Um fato que pudemos observar agora foi a existência de clareiras naturais em plena floresta e onde a transição da floresta para o campo é brusca, ficando as árvores como que debruçadas sobre um lago, lago de gramíneas e ciperácea. São pontos em que há um lençol impermeável no solo e que durante as chuvas se transforma, realmente, em pequeno lago onde a vegetação arbórea não medra. Estas clareiras merecem um estudo cuidadoso de ecologia vegetal.”
Lauro Travassos & F. Teixeira de Freitas (1948: 608)
Sistemas hídricos formam um dos maiores centros de diversidade do planeta (Myers et al., 2000) e um dos ambientes mais ameaçados do país pela expansão demográfica, agrícola e industrial (Dean, 1996). Os riachos da Mata Atlântica abrigam uma fauna peculiar de peixes, com vários casos de endemismo, resultantes do isolamento geográfico (Sabino & Castro 1990; Weitzman et al., 1996; Sarmento-Soares & Martins-Pinheiro, 2007). A ictiofauna de riachos é composta por, pelo menos, metade de indivíduos de médio e pequeno porte, com até 150 mm de comprimento padrão (Castro, 1999). Rios e riachos que atravessam remanescentes de Floresta Atlântica sofrem graus variáveis de perturbação, notadamente pelo movimento de materiais e organismos pela água (Esteves & Lobón-Cervia, 2001; Mazzoni & Iglesias-Rios, 2002; Hilsdorf & Petrere, 2002). Atualmente os trechos melhor preservados encontram-se dentro de algumas reservas biológicas ou em regiões de cabeceiras de difícil acesso (Camargo et al., 1996). As principais formações de florestas nativas do Espírito Santo, na região Sudeste do Brasil, são as matas de tabuleiros e as matas da região serrana. Os tabuleiros ocorrem ao longo da costa brasileira, em áreas
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planas ou levemente onduladas, de baixas altitudes. No estado, as matas de tabuleiros ocupam uma faixa estreita ao sul e uma área expressiva ao norte, prolongando-se do rio Doce até o sul da Bahia. Apesar das dezenas de Unidades de Conservação (UCs) criadas no Espírito Santo, muitas áreas são pequenas, de maneira que não sabemos ao certo se podem proteger de maneira efetiva a biodiversidade. A ictiofauna tem sido desconsiderada de tal forma na delimitação de áreas de proteção que nenhuma das Unidades de Conservação do Estado possui em seu Plano de Manejo uma relação dos peixes existentes na Unidade respaldada por material catalogado em coleções zoológicas.
A bacia do rio Barra Seca está situada no norte do Estado do Espírito Santo, Brasil (Fig.1a), inserida na Região Hidrográfica do Atlântico Sudeste (CNRH, 2003). O rio Barra Seca, escondido pela densa floresta ombrófila, permaneceu desconhecido até o século XX. Foi encontrado apenas na década de 1920, a 40 Km do litoral, quando foi aberta uma picada, entre Linhares e São Mateus, para passagem da linha telegráfica (Moraes, 1974). Foi então nomeado rio “misterioso” em referência às suas nascentes vindas de Nova Venécia em meio à densa floresta reinante na época. Somente após 1925, quando foi aberta uma outra picada ligando Nova Venécia a Pancas é que o “misterioso” foi identificado como sendo o próprio rio Barra Seca (Moraes, 1974).
No baixo rio Barra Seca se encontra a lagoa do Suruaca, que no passado formava um lago que inundava toda a região pantanosa do Nativo e de Barra Seca. As impressões de tal lago ainda podem ser percebidas nas imagens por satélite. O lago ficava em um imenso pantanal que abrangia 174 mil hectares nos municípios de Aracruz, Linhares e São Mateus. O rio que vinha do oeste até esta lagoa e parecia não ter uma barra no mar, ficando por este motivo conhecido como rio Barra Seca. De fato a vazão das suas águas somadas às águas da lagoa e ainda do pantanal da Suruaca acontecia pelo rio Mariricu, que deságua no rio São Mateus. Isto fazia do rio Barra Seca uma sub-bacia do São Mateus.
O vale do Suruaca por sua vez sofreu severas intervenções antrópicas em meados do século passado. Os alagadiços entre o baixo rio São Mateus e o baixo rio Doce, que compunham o vale do Suruaca, representavam a única faixa de terra do litoral não ocupada até o século XX (cf. Moraes, 1974). Na década de 1960 o Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS) dinamitou um cordão de arenito que bloqueava a saída para o mar, criando uma nova foz, nomeada Barra Nova. O rio Barra Seca foi assim transformado em uma bacia independente, embora continuasse sua comunicação com o rio São Mateus através do rio Mariricu. O trecho entre a lagoa do Suruaca
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e a foz em Barra Nova levou o nome de córrego Barra Nova, mas de fato é uma continuação do rio Barra Seca até o Mar. Mais tarde, o problema foi agravado pela descoberta de petróleo na região, sob os terrenos de aluvião do cenozóico. A Petrobrás drenou a lagoa Suruaca ligando-a ao rio Ipiranga, que corre paralelo ao mar vindo do sul do vale. Para abrir o canal, teve de romper o recife de arenito longitudinal que acompanhava a orla e fazia a contenção das águas de todo o vale. Desta forma o rio Ipiranga, apesar de originalmente apresentar uma única desembocadura no oceano, passou a apresentar duas saídas artificiais diretamente para o mar. Uma destas saídas foi incorporada à bacia do rio Barra Seca, com o canal aberto na altura da lagoa do Suruaca. O rio Barra Seca recebe ainda no município de São Mateus o córrego Grande do Meio, além de diversos canais artificiais usados para a drenagem da região até o deságue atual, deslocado para a Barra Nova.
O Projeto BIOdiversES – Distribuição e Endemismo de Peixes de Água Doce do Espírito Santo – estuda os sistemas hídricos capixabas e vem realizando uma avaliação da ictiofauna de água doce do Estado. Para este estudo, os sistemas hidrográficos do Espírito Santo foram divididos nos grupos de drenagem: 1- bacias do norte do Espírito Santo (Sarmento-Soares & Martins-Pinheiro, 2012); 2- bacias do Rio Doce no Espírito Santo (bacias dos rios Doce e Barra Seca); 3- bacias do nordeste do Espírito Santo (bacias dos rios Riacho e Piraquê-açu e as microbacias de Fundão e Aracruz); 4- bacias do Centro-Norte do Espírito Santo (Sarmento-Soares & Martins-Pinheiro, 2010); 5- bacias do Centros-Sul do Espírito Santo (bacias dos rios Santa Maria da Vitória e Jucu); 6- bacias do sudeste do Espírito Santo (Sarmento-Soares et. al., 2012); e 7- bacias do sul do Espírito Santo (Sarmento-Soares & Martins-Pinheiro, 2013a). Por outro lado, o Projeto DiversidadES – “Efetividade de Unidades de Conservação no Estado do Espírito Santo para a proteção da biodiversidade”, veio complementar o Projeto BIOdiversES, pela proposta de verificar a efetividade de unidades de conservação no território do Espírito Santo na proteção de espécies da fauna raras, ameaçadas ou sensíveis a alterações ambientais. Neste trabalho abordamos algumas questões referentes à fauna de água doce da bacia do rio Barra Seca e em especial à ictiofauna protegida pela REBIO Sooretama.
Materiais e Métodos
Área de estudo. Com aproximadamente 157 km o rio Barra Seca forma uma bacia de 3.230 Km2, incluindo integralmente a Reserva Biológica de Sooretama e quase totalmente a Reserva Natural de Linhares. Faz limites
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ao norte e nordeste com a bacia do São Mateus e ao sul e sudeste com a parte baixa da bacia do Doce e a Leste com o Oceano Atlântico (Fig. 1b). O rio Barra Seca nasce a 225 m de altitude formando as divisas entre os municípios de São Gabriel da Palha e Nova Venécia. Foram considerados 86 pontos de amostragem, sendo 29 de registros históricos de coleções ictiológicas e 57 de coletas recentes de nossa equipe. Os registros históricos estão concentrados no trecho baixo, onde se localiza a REBIO Sooretama, com 22 localidades históricas recuperados (H1 a H22), além de 7 localidades no Vale do Suruaca, identificados de H23 até H29 (Fig. 1c e Tabelas 1 e 2). As coordenadas destes pontos foram estimadas a partir das localidades indicadas nos registros.
Figura 1. Mapa da bacia do rio Barra Seca. a. Localização da bacia no país (hachurado contorno do Brasil, pontilhado em relevo- contorno do estado do Espírito Santo, vermelho- bacia do rio Barra Seca). b. Localização das bacias limítrofes (pontilhado em relevo- contorno do estado do Espírito Santo, hachurado horizontal limites das bacias vizinhas São Mateus e médio Doce, hachurado vertical- baixo Doce, quadriculado vermelho- bacia do rio Barra Seca, verde- contorno da REBIO Sooretama, RPPNs e reservas particulares no entorno direto).
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sarMeNto-soares & MartiNs-PiNheiro: Peixes do rio Barra seca
59Bol. Mus. Biol. Mello leitão (N. sér.) 35. 2014
As cabeceiras. Em sua parte mais alta, formando a região de cabeceira, até cruzar a rodovia ES-137, já com uma altitude de 98m (Fig. 2a), o rio Barra Seca recebe na margem direita no município de São Gabriel da Palha os córregos São Sebastião, São Bento, Alegre, Bom Destino, do Almeida e Cinco de Junho. Pela margem esquerda, do município de Nova Venécia recebe os córregos Brejão, Bonfim, Maruí, Santo Antônio e do Augusto. Após cruzar a ES-137 segue em seu trecho médio até encontrar a Cachoeira do Bereco em uma altitude de 60 m. O trecho de cabeceiras do rio Barra Seca banha uma superfície de 172 km2 e o leito principal percorre uma distância de aproximadamente 20 km. Neste trecho não havia nenhum registro de amostragens históricas em coleções e foram realizadas amostragens em oito pontos identificados de C01 até C08 (Fig 2a, b e Tabela 3).
Figura 2a. Trecho das cabeceiras da bacia do rio Barra Seca- pontos precedidos por C – C01 a C08 (hachurado horizontal- alto rio Barra Seca). Para localização dos pontos de coleta recentes ver Tabela 3.
60
Figura 2b. Trecho das cabeceiras da bacia do rio Barra Seca- pontos precedidos por C. Fotos dos pontos de coletas recentes (nomes dos pontos precedidos por C- cabeceiras).
sarMeNto-soares & MartiNs-PiNheiro: Peixes do rio Barra seca
61Bol. Mus. Biol. Mello leitão (N. sér.) 35. 2014
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O trecho médio. Em seu curso médio demarca a divisa entre os municípios de São Mateus e Vila Valério (Fig. 3a), recebendo na margem direita ainda no município de São Gabriel da Palha os córregos General Rondon, do Sossego, Alegre, Iracema e do João. E no município de Vila Valério os riachos Jacarandá, Pavão, Jacutinga, Areia, Pintada e Tesourinha. Pela margem esquerda, no município de Nova Venécia recebe os córregos do Cavalo, Sabiá, Grande e Santa Inês, e por sua vez no município de São Mateus recebe os riachos Cristal, Serrinha, Pouso Alegre, da Lama, da Serra, Timbó, Terra Fresca e Jacaré. Este trecho banha uma área de 418 km2 e nele o rio Barra Seca percorre mais 48 km de seu curso. Para este trecho também não havia nenhum registro em coleções ictiológicas. Foram realizadas sete amostragens identificadas como M01 a M07 (Fig. 3a, b e Tabela 4).
Figura 3a. Trecho médio da bacia do rio Barra Seca- pontos precedidos por M – M01 a M07 (hachurado horizontal- médio rio Barra Seca). Para localização dos pontos de coleta recentes ver Tabela 4.
sarMeNto-soares & MartiNs-PiNheiro: Peixes do rio Barra seca
63Bol. Mus. Biol. Mello leitão (N. sér.) 35. 2014
Figura 3b. Trecho médio da bacia do rio Barra Seca- pontos precedidos por M. Fotos dos pontos de coletas recentes (nomes dos pontos precedidos por M- trecho médio).
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O trecho baixo. No seu trecho baixo, a jusante da Cachoeira do Bereco, o rio Barra Seca faz a divisa entre os municípios de Jaguaré e Sooretama e após a BR-101 entre Jaguaré e Linhares (Fig. 4a). Neste trecho baixo recebe em sua margem direita, ainda no município de Vila Valério, o córrego do Tesouro e no município de Sooretama, o córrego Paraisópolis que vem a desaguar no rio Barra Seca no interior da REBIO de Sooretama, além de outros pequenos córregos. Do município de Linhares recebe o Córrego do Cupido que define grande parte do limite sul da REBIO de Sooretama, com foz na lagoa do Macuco. A lagoa do Macuco se espalha por cerca de um quilômetro de largura e três metros de profundidade, no extremo leste da reserva de Sooretama, sendo alimentada pelo rio Barra Seca e o córrego Cupido. Ainda no município de Linhares entre a lagoa do Macuco e a lagoa do Suruaca o rio Barra Seca vai receber o rio Pau Atravessado que percorre áreas da Reserva Natural Vale do Rio Doce. Pela margem esquerda no município de Jaguaré, o rio Barra Seca recebe os córregos do Deve, Jundiá, Abóbora, Caximbau, no trecho a montante da lagoa do Macuco, e os córregos Menezes e Água Limpa, no trecho entre a lagoa do Macuco e a lagoa Suruaca. Neste trecho foram realizadas 27 amostragens recentes identificadas de B01 até B28 (Fig.4a, b, c, d, e, Tabela 5). Para este trecho foram recuperados ainda 22 registros históricos em coleções (H01 a H22, Fig 1c e Tabela 1).
Figura 4a. Trecho baixo da bacia do rio Barra Seca- pontos precedidos por B – B01 a B27 (hachurado horizontal- baixo rio Barra Seca; verde- contorno da REBIO Sooretama, RPPNs e reservas particulares no entorno direto). Para localização dos pontos de coleta recentes ver Tabela 5.
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Figura 4b. Trecho baixo da bacia do rio Barra Seca- pontos precedidos por B. Fotos dos pontos de coletas recentes (nomes dos pontos precedidos por B- trecho baixo).
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67Bol. Mus. Biol. Mello leitão (N. sér.) 35. 2014
Figura 4c. Trecho baixo da bacia do rio Barra Seca- pontos precedidos por B. Fotos dos pontos de coletas recentes (nomes dos pontos precedidos por B- trecho baixo).
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Figura 4d. Trecho baixo da bacia do rio Barra Seca- pontos precedidos por B. Fotos dos pontos de coletas recentes (nomes dos pontos precedidos por B- trecho baixo).
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69Bol. Mus. Biol. Mello leitão (N. sér.) 35. 2014
Figura 4e. Trecho baixo da bacia do rio Barra Seca- pontos precedidos por B. Fotos dos pontos de coletas recentes (nomes dos pontos precedidos por B- trecho baixo).
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O vale do Suruaca. Neste trecho foram realizadas 14 amostragens recentes identificadas de S01 até S14 (Fig.5, Tabela 6) e ainda reconhecidos 7 registros históricos em coleções (H23 a H29, Fig 1c e Tabela 1).
Figura 5. Mapa do trecho do Vale do Suruaca da bacia do rio Barra Seca – pontos precedidos por S – S01 a S14 (hachurado vertical- vale do Suruaca; verde contorno das RPPNs e reservas particulares no entorno direto da REBIO Sooretama). Para localização dos pontos de coleta recentes ver Tabela 6.
sarMeNto-soares & MartiNs-PiNheiro: Peixes do rio Barra seca
73Bol. Mus. Biol. Mello leitão (N. sér.) 35. 2014
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Geomorfologia do vale do Suruaca. A maioria das bacias que entrecortam as superfícies sedimentares dos tabuleiros costeiros apresenta um padrão de drenagem paralelo, onde os rios correm em direção ao mar. Acima dos 100 m de altitude os rios apresentam um padrão dendrítico, com controle estrutural e mudança na direção do curso dos rios em virtude da presença do embasamento cristalino (Garay & Rizzini, 2004).
Transgressões marinhas ao final do Mesozóico trouxeram a linha da costa para o interior, no litoral do Espírito Santo. No início do Quaternário, uma boa parte da bacia do rio Barra Seca havia sofrido transgressão, de forma que o litoral alcançava até a altura da Lagoa do Cupido (Moraes, 1974: 25). Durante o quaternário verificou-se uma regressão marinha, com recuo do mar, que restabeleceu o litoral anterior à transgressão. Nas partes baixas os sistemas de drenagem foram influenciados pelos depósitos marinhos quaternários e o bloqueio dos canais deu lugar a lagoas e brejos, como acontecia na várzea do rio Barra Seca (Garay & Rizzini, 2004).
No trecho entre a barra do rio Riacho e a foz do rio Riacho Doce formou-se ao longo do litoral (entre os municípios de Aracruz e Conceição da Barra) uma linha de recifes de arenito coincidente com a atual linha da costa. A linha de recifes represou as águas, e limitou uma extensa lagoa quaternária, de 25 km de largura e área de aproximadamente 2.600 km2. Esta grande laguna foi sendo aterrada pelo aluvionamento ainda no Pleistoceno, e se transformou numa imensa planície alagadiça que ocupava a região do baixo rio Doce e drenagens circunvizinhas até meados do século XX. No sistema hídrico do rio Barra Seca formaram-se lagoas maiores, como a lagoa Suruaca , e ainda a lagoa Bonita, lagoa do Cupido e a Pau-Atravessado. Muitas outras lagoas pequenas espalhadas, delimitadas por brejos circundantes, ocorrem na região.
O cordão de recifes de arenito formava uma linha contínua, paralela à costa, com 174 km de extensão, e possivelmente durante o quaternário, pontos baixos ou erosão de rochas tenham dado passagem para formar os estuários fluviais nesta vasta região. As aberturas naturais correspondem à foz do rio Itaúnas, às barra dos rios São Mateus, Doce e Riacho. O rio Ipiranga fluía encaixado entre dois cordões de arenito paralelos, com abertura do cordão externo em sua foz natural, em Urussuquara. Apesar de não ter comunicação com a bacia do rio Barra Seca, a foz do Ipiranga foi denominada “Barra Seca”, pois em tempos de estiagem o local era obstruído pelas areias, até o século XIX, época então em que podia ser visitada.
Os rios assim tiveram que conformar seus baixos cursos às circunstâncias do relevo, e fluem em paralelo à costa. Mas de todas as soluções dos corpos d´água para alcançar o mar, a mais impressionante foi a alcançada pelo rio Barra Seca. Até meados do século XX os contribuintes do rio Barra Seca corriam
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75Bol. Mus. Biol. Mello leitão (N. sér.) 35. 2014
para a Lagoa Suruaca e perdiam-se entre os alagadiços até que a água fosse drenada para o rio Mariricu para depois juntar-se às águas do rio São Mateus. Até então esta era a única saída do rio Barra Seca.
Reserva Biológica de Sooretama. A Reserva Biológica de Sooretama com uma área de 27.858,68 hectares (aprox. 278 km2) foi criada pelo Decreto nº 87.588 de 20 de setembro de 1982. Ela é o resultado da união da Reserva Florestal Estadual de Barra Seca, de 1971, com o Parque de Refúgio de Animais Silvestres Sooretama, datado de 1943. Até 1923 a unidade era ocupada por população nativa, principalmente indígenas Botocudos. Com a melhoria do acesso a esta área, pela construção de uma ponte ligando a cidade de Colatina às terras do norte do rio Doce, em 1923, a devastação ambiental foi progredindo e os nativos foram perdendo suas terras para madeireiros, posseiros, fazendeiros e demais invasores. A proteção das terras que a Reserva atualmente abrange deve-se aos esforços da divisão de Caça e Pesca do Ministério da Agricultura e, em particular, ao engenheiro e naturalista Álvaro Aguirre: “surgiu-nos, [...] a idéia da criação de um parque florestal e de refúgio de animais silvestres, com o fim de preservar a fauna e a flora local da sanha dos caçadores, da ganância dos madeireiros e da insensatez dos colonizadores” (Aguirre, 1951 apud Garay & Rizzini, 2004). O clima é do tipo tropical quente úmido, com estação chuvosa no verão e seca no inverno. A temperatura média anual é de 23° C, sendo a média do mês mais quente de 25,6° C, em fevereiro, e a média do mês mais frio 19,9° C em julho. O relevo possui feições representadas por uma sequência de colinas tabulares, entrecortadas por vales amplos e rasos, podendo-se identificar uma única unidade geomorfológica denominada de Tabuleiros Costeiros, que se caracterizam por formas aplainadas, parcialmente conservadas, submetidas a retoque e remanejamentos sucessivos. A principal formação vegetal encontrada é a Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas, também chamada “Mata dos Tabuleiros”, dentro da Província Atlântica. Este tipo de floresta caracteriza-se por ser uma mata sempre verde de caráter hidrófilo, formada por dois ou mais estratos superpostos com árvores de mais de 30 m de altura. Está totalmente contida no trecho baixo da bacia do rio Barra Seca, com sua maior parte localizada no município de Sooretama e apenas sua extremidade leste no município de Linhares. Proprietários de algumas fazendas vizinhas colaboram com a conservação da floresta pela presença de duas RPPNs – Reserva Particular do Patrimônio Natural, e uma reserva natural contíguas a REBIO Sooretama, que juntas compreendem o principal maciço florestal do estado, totalizando 46.037 ha. (Fig. 1c).
Uma característica interessante da REBIO Sooretama é que algumas nascentes e cursos de água encontram-se totalmente no interior da reserva, mas
76
muitos destes corpos hídricos nascem fora da reserva, percorrem a REBIO e vão desaguar no rio Barra Seca. O rio Barra Seca serve de limite norte à reserva e, portanto os contribuintes de sua margem direita estão protegidos pela unidade, enquanto a margem esquerda é usada para a pecuária extensiva, monocultura de eucalipto e agricultura.
Amostragem. As atividades de campo foram realizadas durante o dia, pela manhã até o crepúsculo. Cada um dos pontos de amostragem foi localizado por GPS (Global Positioning System), fotografado e caracterizado quanto às condições ambientais. Foram realizadas anotações sobre horário e artefatos de pesca empregados. As amostragens realizadas com o uso de puçás, picarés, covos, tarrafas, redes de arrastos e redes de espera. Em cada ponto foi usada uma combinação dos recursos de pesca de forma a assegurar uma exaustiva amostragem de leito, fundo e margem do local amostrado. Cada localidade foi amostrada uma única vez e, sempre que possível, percorrendo-se um trecho de aproximadamente 20 metros rio acima. A maioria dos exemplares foi fixada em formalina a 10% e transportados para o laboratório, onde foram triados, transferidos para conservação em álcool a 700 GL, identificados e catalogados (Sarmento-Soares & Martins-Pinheiro 2013b). Alguns exemplares (lotes) foram separados e fixados em álcool absoluto, para posterior uso em análises genéticas, ou como um banco de dados moleculares. Alguns exemplares coletados foram fotografados logo após a coleta.
Taxonomia. A classificação taxonômica dos exemplares seguiu Buckup et al. (2007), para peixes de água doce e Menezes et al. (2003) para peixes marinhos. Espécies potencialmente novas e problemas taxonômicos foram reconhecidos, sendo brevemente comentados em “resultados”. Os exemplares coletados durante o projeto foram examinados e tombados na coleção ictiológica do MBML - Museu de Biologia Professor Mello Leitão e do MNRJ - Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Materiais históricos foram consultados nas coleções ictiológicas acima, e ainda nos bancos de dados de coleções disponíveis no Neodat III e no SpeciesLink (Sarmento-Soares & Martins-Pinheiro, 2013c).
Análise de dados. Os mapas georefenciados dos rios foram elaborados usando o programa Trackmaker ver. Pro 4.8.516, com base nas cartas do IBGE de 1:100.000 e verificações de campo. Os resultados de comprimento e áreas cartográficos foram calculados com base nos mapas construídos e utilizando o software acima citado.
Para caracterizar a ictiofauna presente na bacia do rio Barra Seca,
sarMeNto-soares & MartiNs-PiNheiro: Peixes do rio Barra seca
77Bol. Mus. Biol. Mello leitão (N. sér.) 35. 2014
foi utilizada apenas a avaliação de constância. Os valores de Constância de Ocorrência (C) das diferentes espécies foram calculados, segundo Dajoz (1983), a partir da equação: 100*
PpC = ; onde C é o valor de constância da espécie;
p é a quantidade de pontos em que apareceu a espécie e P o número total de pontos. As espécies foram consideradas constantes quando apresentaram C ≥ 50, acessórias quando 25 ≤ C < 50 e ocasionais quando C < 25.
Não foram utilizados outros índices de avaliação devido à grande quantidade de exemplares históricos (de coleções) amostrados como procedimentos não perfeitamente conhecidos, e temporalmente variados.
Resultados
A Reserva Biológica de Sooretama, localizada no município de mesmo nome abriga um conjunto de sub-bacias da Bacia do rio Barra Seca. Por representar o maior maciço florestal de mata de baixada no Espírito Santo, Sooretama foi destino de expedições científicas desde a primeira metade do século XX. O registro mais antigo em coleções foi resultado de uma expedição do Instituto Oswaldo Cruz, em 1948, quando foram amostrados os córregos na área da reserva e no seu entorno. Nas décadas de 1980 e 1990 expedições ictiológicas do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP) em colaboração com o National Museum of Natural History (USNM) e ainda do Museu de Ciências da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (MCP) coletaram em riachos da REBIO Sooretama (Tabela 2). Em uma destas amostragens históricas foram capturados indivíduos de Otothyristravassosi, espécie até então desconhecida. Digno de nota é o local, descrito como riacho costeiro no km 118 da estrada BR-101, próximo à Reserva Florestal de Sooretama, que provavelmente corresponde ao córrego Chumbado no entorno da Reserva. A coleta consta como sendo no município de São Gabriel da Palha o que é inconsistente com a citação de que a amostragem foi feita na BR-101 que não corta este município capixaba. Dois registros históricos de Rachoviscusgraciliceps indicados para Sooretama são referentes à bacia do rio São José (MZUSP 38366 e USNM 288183) e não a bacia do rio Barra Seca. Nossos esforços de captura na bacia do rio Barra Seca não resultaram na coleta de exemplares desta espécie.
Um conjunto de táxons não foi reconhecido ao nível de espécie, como: Astyanax aff. intermedius, Astyanax aff. taeniatus, Characidium aff. fasciatum, Hoplias aff. malabaricus, Pimelodella aff. vittata e Rhamdia sp. Estes táxons pertencem a grupos de espécies e necessitam maiores investigações. Algumas outras espécies têm sido investigadas recentemente, e associadas a potenciais
78
novas espécies como Astyanax aff. lacustris, associada a A. lacustris, da bacia do rio São Francisco (LMSS, obs. pess. e F.L.K. Salgado, com. pess.), Hyphessobryconsp. sensu Carvalho 2006, pertencente ao grupo H.boulengeri (F.R. Carvalho, com. pess.) e ainda Gymnotus aff. pantherinus, do complexo G.pantherinus (LMSS, obs. pess. e F.S. Rangel-Pereira, com. pess.).
Foram considerados 658 lotes, sendo 309 lotes coletados em 29 pontos distintos referentes a registros históricos e 349 lotes coletados em 57 pontos distintos durante o projeto. Foram identificadas 84 espécies, pertencentes a 37 famílias e 13 ordens (Tabela 7). Destas 39 são espécies marinhas que frequentam o estuário. Dentre estas, cinco são espécies estuarinas e/ou marinhas que penetram em água doce: Centropomus parallelus, C.undecimalis, Dormitator maculatus, Eleotrispisonis e Microphisbrachyurus. Outras oito espécies são de água doce, porém introduzidas ou exóticas, e as demais 39 espécies são nativas de água doce. Considerando todas as espécies a ordem mais numerosa foi a dos Perciformes com 26 espécies (29,2%) pertencentes a 11 famílias (26,2%) seguida dos Siluriformes com 18 espécies (25,9%) pertencentes a oito famílias (19,0%) e os Characiformes com 16 espécies (18,5%) pertencentes a cinco famílias (11,9%).
Espécies nativas de outras regiões brasileiras, translocadas para a bacia do rio Barra Seca foram: o tucunaré Cichla kelberi, nativo do rio Araguaia (Kullander & Ferreira, 2006), a piranha Pygocentrus nattereri, natural de Cuiabá e do Pantanal matogrossense (Britski et al., 1999), o dourado Salminus brasiliensis, nativa do sistema do Paraná-Paraguai, introduzido nos rios Paraíba do Sul e Doce (Lima et al., 2003) e ainda o cascudo preto Pogonopoma wertheimeri, nativa dos rios Mucuri, Itaúnas e São Mateus, e introduzido após 1997 na bacia do rio Doce (Alves et al., 1997; F. Vieira, com. pess.). Além destas, Hoplosternum littorale, localmente nomeada como cambuti, nativa da Amazônia descrita a partir dos rios da Guiana (Reis, 1997). As únicas espécies exóticas com registro na região foram a tilápia (Tilapiarendalii), da África, o barrigudinho (Poecilia reticulata), do litoral norte da América do Sul, e o bagre africano (Clarias gariepinnus), nativo da África.
Quarenta e três das 84 espécies (51%) foram encontradas unicamente no trecho do Vale do Suruaca: Achirus lineatus,Anchoajanuaria, Anchovia clupeoides, Anchoviella lepidentostole, Atherinella brasiliensis,Awaoustajasica, Centropomus parallelus,C. undecimalis, Cetengraulis edentulus, Chloroscombrus chrysurus,Citharichthys spilopterus, Clarias gariepinus, Cynoscion striatus, Diapterus rhombeus, Dormitator maculatus, Eleotrispisonis,Etropuscrossotus,Eucinostomusmelanopterus,Eugerresbrasilianus, Genidens genidens, Gobionellus oceanicus, Haemulon plumieri, Lutjanusjocu,Lycengraulisgrossidens, Megalops atlanticus, Menticirrhus americanus,
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Apenas 23 das 84 espécies (27%) não foram encontradas no trecho do Vale do Suruaca: Acentronichthysleptos, Aspidoras virgulatus (Fig.6-L), Astyanaxaff. intermedius (Fig.6-E), Characidium aff.fasciatum, Corydorasnattereri, Gymnotus aff. pantherinus, G. carapo (Fig. 7-G),Hypostomusscabriceps (Fig. 6-N), Ituglanis cahyensis, Leporinus copelandii (Fig.6-B e 6-C), Microglanis pataxo (Fig.7-F), Oligosarcus acutirostris, Otothyristravassosi (Fig. 6-O), Parotocinclus doceanus (Fig.7-A), Phalloceros ocellatus (Fig.7-H e 7-I), Pimelodella aff. vittata (Fig.7-C), Poecilia reticulata, Pogonopomawertheimeri (Fig.7-B), Pygocentrus nattereri, Scleromystaxprionotos (Fig.6-M), Trachelyopterus striatulus (Fig. 7-D), Trichomycteruspradensis (Fig.6-K) e Xenurolebiasmyersi.
Dez espécies não foram registradas nos trechos de cabeceiras e médios, da bacia do rio Barra Seca, sendo encontradas apenas nos trechos baixo e do Vale do Suruaca: Australoheros capixaba (Fig.7-L), Callichthyscallichthys, Cichla kelberi (Fig.7-N), Hoplerythrinusunitaeniatus (Fig.6-J), Hoplosternum littorale, Hyphessobryconbifasciatus (Fig.6-G), Mimagoniates microlepis (Fig.6-I), Moenkhausia doceana, Prochilodus vimboides (Fig.6-D) e Synbranchusmarmoratus (Fig.7-K).
Quatro espécies foram encontradas em todos os trechos da bacia: Astyanaxaff. lacustris (Fig. 6-F), Geophagus brasiliensis (Fig. 7-M), Hoplias aff. malabaricus e Poecilia vivipara (Fig. 7-J).
Três espécies tiveram registro exclusivamente no trecho de cabeceiras: Astyanaxaff. taeniatus, Cyphocharaxgilbert (Fig. 6-A) e Rhamdia sp.(Fig. 7-E) e uma espécie foi registrada apenas no trecho médio da bacia: Hyphessobrycon sp. sensu Carvalho 2006 (Fig. 6-H).
Nenhuma espécie foi considerada “Constante” e apenas quatro foram consideradas “Acessórias” pelo critério de Dajoz: Astyanaxaff. intermedius e Hoplias aff. malabaricus com presença em 28 pontos (32,6%), Geophagus brasiliensis com presença em 26 pontos (30,2%) e Poecilia vivipara registrada em 25 pontos (29,1%). As demais tiveram registros “Ocasionais”.
Existem registros históricos de 26 espécies no interior e nos rios limites da REBIO de Sooretama: Aspidoras virgulatus, Astyanaxaff. intermedius, A.aff. taeniatus, Australoheros capixaba, Characidium aff.fasciatum, Corydorasnattereri, Cyphocharax gilbert, Geophagus brasiliensis, Gymnotus aff. pantherinus, G.carapo, Hoplerythrinusunitaeniatus, Hoplias aff. malabaricus,
sarMeNto-soares & MartiNs-PiNheiro: Peixes do rio Barra seca
85Bol. Mus. Biol. Mello leitão (N. sér.) 35. 2014
Figura 6. Algumas espécies de peixes na bacia do rio Barra Seca. Cyphocharaxgilbert- MBML 3540 (A), Leporinuscopelandii-jovem – MNRJ 40117 (B), Leporinuscopelandii-adulto - MBML 5191 (C), Prochilodus vimboides - MBML 5181 (D), Astyanaxaff. intermedius - MBML 3538 (E), Astyanaxaff. lacustris - MBML 5048 (F), Hyphessobryconbifasciatus - MBML 5076 (G), Hyphessobrycon sp. sensu Carvalho 2006 - MBML 5032 (H), Mimagoniates microlepis - MBML 5082 (I), Hoplerythrinusunitaeniatus - MBML 5091 (J), Trichomycteruspradensis - MBML 5137 (K), Aspidoras virgulatus - MBML 5016 (L), Scleromystaxprionotos - MBML 5163 (M), Hypostomusscabriceps - MBML 5093 (N), Otothyristravassosi - MBML 5197 (O).
86
Figura 7. Algumas espécies de peixes na bacia do rio Barra Seca. Parotocinclus doceanus - MBML 5065 (A), Pogonopomawertheimeri MNRJ 40109 (B), Pimelodella aff. vittata - MBML 5136 (C), Trachelyopterusstriatulus – MNRJ 40104 (D), Rhamdiasp. - MBML 5179 (E), Microglanis pataxo - MBML 5164 (F), Gymnotus carapo- MBML 5201 (G), Phalloceros ocellatus- fêmea - MBML 5089 (H), Phalloceros ocellatus- macho - MBML 5078 (I), Poecilia vivipara - MBML 5095 (J), Synbranchusmarmoratus - MBML 5172 (K), Australoheros capixaba - MBML 5080 (L), Geophagus brasiliensis - MBML 5101 (M) e Cichla kelberi - MBML 5132 (N).
sarMeNto-soares & MartiNs-PiNheiro: Peixes do rio Barra seca
87Bol. Mus. Biol. Mello leitão (N. sér.) 35. 2014
Hyphessobrycon sp. sensu Carvalho, Hypostomus scabriceps, Ituglaniscahyensis, Microglanis pataxo, Mimagoniates microlepis, Moenkhausia doceana, Oligosarcus acutirostris, Otothyris travassosi, Phalloceros ocellatus, Pimelodella aff. vittata, Poecilia vivipara, Scleromystaxprionotos, Trachelyopterusstriatulus e Trichomycteruspradensis. Todas essas espécies foram registradas nas coletas recentes no interior da Reserva, tendo sido ainda localizadas mais quatro espécies nativas: Hyphessobryconbifasciatus, Leporinuscopelandii, Rhamdia sp. e Synbranchusmarmoratus e ainda quatro espécies introduzidas: Pogonopomawertheimeri,Hoplosternum littorale, Cichla kelberi e Pygocentrusnattereri.
Das 66 espécies encontradas no trecho do Vale do Suruaca, apenas treze espécies nativas foram encontradas no interior da Reserva: Astyanaxaff. taeniatus, Australoheros capixaba, Cyphocharax gilbert, Geophagus brasiliensis, Hoplerythrinus unitaeniatus, Hoplias aff. malabaricus, Hyphessobryconbifasciatus, Hyphessobrycon sp. sensu Carvalho, Mimagoniates microlepis, Moenkhausia doceana, Poecilia vivipara, Rhamdia sp., Synbranchusmarmoratus e a espécie introduzida Cichla kelberi.
Discussão
Bacias hidrográficas são unidades naturais. Mudanças através do tempo geológico e ecológico repercutem em sua composição biótica. A distribuição dos peixes condicionada pela água doce pode trazer evidências para a reconstrução dos processos históricos que afetaram as bacias hidrográficas. Os fatores hidrológicos, como águas escuras, de baixa dureza e pH ácido, pela presença de ácidos húmicos e fúlvicos, são requisitos básicos para a sobrevivência de certos peixes de riacho (Menezes & Weitzman, 1990; Weitzmann et al., 1996). Nos dias de hoje as Unidades de Conservação estão se tornando o único espaço para a sobrevivência destas espécies dependentes de ambientes florestados.
Espécies vulneráveis. Causa preocupação a ausência de espécies da fauna ameaçada nos registros recentes. Espécies ameaçadas como Acentronichthys leptos, presente regionalmente em rios e córregos nas Florestas de Tabuleiro (Sarmento-Soares et al. 2009; Sarmento-Soares & Martins-Pinheiro, 2013d), e ainda Xenurolebiasmyersi, presente em ambientes temporários (Costa, 2002), são espécies intimamente associadas a ambientes de mata, e registradas apenas historicamente na bacia do rio Barra Seca.
Acentronichthysleptos foi descrita a partir de material de “Sao Matheos” colecionada por F.C. Hartt & E. Copeland durante a Expedição Thayer (Eigenmann & Eigenmann, 1889: 29). A Expedição Thayer percorreu o Brasil
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entre 1865 e 1866, e representou a primeira expedição com interesse ictiológico a atravessar o Espírito Santo. As estações de coleta da Expedição Thayer foram mapeadas por Dick (1977) e revisadas por Higuchi (1996). A possível localidade tipo de Acentronichthysleptos, indicada pelas coordenadas da estação Thayer 125 (Higuchi, 1996), refere-se a um braço do córrego da Estiva, contribuinte da margem direita do rio São Mateus. No início do século XX Acentronichthysleptos foi reportada para a drenagem do rio Barra Seca (Miranda Ribeiro, 1962), no Córrego Chumbado na BR101 uma das áreas limites da reserva. Apesar de endêmica da Mata Atlântica entre o sul de São Paulo e o extremo sul da Bahia, Acentronichthysleptos é rara no Espírito Santo, registrado em baixa abundância em sistemas hídricos da região. O único registro recente desta espécie foi na REBIO Córrego Grande, na divisa ES/ BA (Sarmento-Soares & Martins-Pinheiro, 2013d). Acentronichthysleptosconsta como espécie vulnerável nas listas regionais do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Mazzoni et al. 2000; Vieira & Gasparini, 2007). Restrita aos riachos correndo em fragmentos florestais, Acentronichthys leptos ocorre naturalmente em pequenos córregos de fluxo rápido, das planícies litorâneas, com profundidades de até 1 m e dependente da mata ripária para sua sobrevivência.
Um grupo vulnerável inclui os pequenos peixes rivulídeos, que vivem em ambientes aquáticos muito rasos, parcial ou completamente isolados de rios e lagos, como as áreas marginais de riachos ou brejos (Costa, 2009). Em todo o norte do Espírito Santo se conhece apenas uma espécie de rivulídeo. Xenurolebiasmyersiera até recentemente nomeada comoSympsonichthysmyersina literatura ictiológica, incluindo as listas de fauna ameaçada. Em trabalho de revisão, as espécies deSympsonichthysficaram restritas ao planalto central brasileiro, nas bacias do alto rio Paraná, alto rio Araguaia e alto rio São Francisco (Costa, 2007). Um conjunto de cinco grupos foi desmembrado deSympsonichthys,que passou a abrigar formas geograficamente disjuntas pelas demais drenagens sul americanas. Dentre estes, Xenurolebias foi erguido para abrigar uma espécie única: X.myersi. Xenurolebias é considerada uma linhagem basal, com endemismo para as planícies costeiras do leste do Brasil, entre o rio Jucuruçu, no extremo sul da Bahia, e o rio Doce, no norte do Espírito Santo (Costa, 2007; 2010). Status de conservação em perigo nas listas estaduais e nacional. A maioria das diferentes populações encontra-se extinta ou em vias de extinção, com algumas ainda resistindo em brejos dos municípios de Prado, na Bahia, e Conceição da Barra, no Espírito Santo. Dependente de manutenção de área protegida, Xenurolebiasmyersi habita poças de águas escuras e ácidas, especialmente no bordo de florestas e foi registrada recentemente na bacia do Barra Seca na área da Reserva Florestal Vale (Costa, 2002; 2009).
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Outra espécie que merece comentários é Rachoviscus graciliceps.Persiste uma dúvida quanto à presença ou não de Rachoviscusgracilicepsna bacia do rio Barra Seca. Uma das amostragens históricas, de 1985, foi realizada no entorno de Sooretama, na bacia do rio Doce e não na bacia do rio Barra Seca (N. A. Menezes, com. pess.). Esta amostragem e uma mais antiga, sem data, são os dois únicos registros de Rachoviscusgraciliceps fora do extremo Sul da Bahia, onde a espécie foi registrada em Cumuruxatiba, no Prado e em Trancoso, Porto Seguro. O local onde N.A. Menezes e R.M.C. Castro capturaram indivíduos de Rachoviscusgracilicepsrefere-se a um contribuinte da sub-bacia do rio São José, tributário da margem esquerda do rio Doce. O rio São José deságua na Lagoa de Juparanã, e suas águas fazem a divisa entre os municípios de Rio Bananal e Sooretama, e nenhum de seus afluentes está no interior da REBIO Sooretama. A estrada de terra ES- 358 entrecorta as proximidades do divisor de águas entre as bacias do Doce e Barra Seca. Percorremos esta estrada, e os rios e córregos dali encontram-se muito devastados atualmente. Fica a dúvida se Rachoviscusgracilicepsocorreu naturalmente no terço inferior da bacia do Barra Seca, e pode ter desaparecido, ou se sua distribuição na região limitava-se à drenagem do rio São José.
A presença de uma espécie da fauna ameaçada, Mimagoniatessylvicola, na reserva de Sooretama, foi presumida em Sarmento-Soares & Martins-Pinheiro (2012), com base em registro histórico para a área. Porém todos os indivíduos de Mimagoniates colecionados no baixo rio Barra Seca e no vale do Suruaca revelaram tratar-se de M.microlepis. Portanto, apenas uma espécie de Mimagoniates foi reportada na bacia do rio Barra Seca.
Outra espécie registrada historicamente foi Ituglanis cahyensis. Estes pequenos peixes, apesar de não constarem da lista de fauna ameaçada, são extremamente raros em toda a sua área de distribuição. Existem em coleções apenas dois exemplares muito antigos e de conservação fragilizada, procedentes do rio Barra Seca na BR101. Ituglaniscahyensis é uma espécie de riacho, encontrada em pequenos córregos de águas escuras, cor de chá mate, de correnteza moderada e leito de areia e cascalho (Sarmento-Soares et al., 2006). Estes ambientes eram comuns nos riachos da floresta de tabuleiro entre o norte do Espírito Santo e o extremo sul da Bahia. A presença desta espécie atualmente é extremamente pontual e em geral representada por lotes muito pequenos.
Pouco se conhece sobre a biologia destas espécies, mas todas elas foram até hoje reportadas unicamente em ambientes florestados. Faz-se necessária a proteção ao rio Barra Seca e córrego Cupido que fazem limite com a Reserva. Seria altamente recomendável, que pelo menos, nas áreas próximas a Unidade as áreas de APP’s destes rios, determinadas em Lei, fossem isoladas para permitir
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sua recuperação de forma a restaurar os ambientes aquáticos para peixes, como será comentado adiante.
Espécies taxonomicamente problemáticas. São conhecidas doze espécies de Astyanax para as drenagens do Atlântico nordeste, ao norte do rio Doce: A.jacobinae (rio Itapicuru); A.epiagos (rio Paraguaçu); A.burgerai e A.vermilion (rios Cachoeira e/ou Almada); A.pelecus (rio Pardo); A.brevirhinus e A. turmalinensis (rio Jequitinhonha); A. lacustris e A. rivularis (rio São Francisco), e ainda os complexos de espécies A. lacustris-bimaculatus, A.fasciatuse A.intermedius, de ampla distribuição (Lima et al., 2003; Zanata & Camelier, 2009). No rio Barra Seca as espécies de Astyanax foram associadas aos complexos A. fasciatus, A. intermedius e A. lacustris, geograficamente muito representativos pelo norte do Espírito Santo e extremo sul da Bahia, mas taxonomicamente pouco compreendidos. Para estas espécies foram empregados os nomes Astyanax aff. intermedius, uma espécie do grupo A.scabripinnis, com corpo baixo (29-35% no comprimento padrão) e poucos raios ramificados na nadadeira anal (20 a 23); Astyanax aff. taeniatus, do grupo A.fasciatus, com corpo alto (35-39% no comprimento padrão) e proporcionalmente mais raios na nadadeira anal (23 a 25) e ainda Astyanax aff. lacustris, do grupo A.lacustris-bimaculatus, com mancha umeral horizontalmente ovalada e osso maxilar desprovido de dentes. Em estudos anteriores foram atribuídos a estas espécies os nomes Astyanax aff. lacustris, A.giton e A.janeiroensis (em Sarmento-Soares & Martins-Pinheiro, 2013) e ainda Astyanax sp. 2 aff. A.lacustris, Astyanax sp. 3 aff. A.intermedius (=Astyanax sp. 5 aff. A.rivularis) e Astyanaxsp. 6 aff. A.fasciatus (em Sarmento-Soares & Martins-Pinheiro, 2012). Este grupo requer estudos mais detalhados para que possam ser resolvidas suas questões taxonômicas. Independente do nome empregado acreditamos que tais espécies possam ser regionalmente endêmicas, ocorrendo em diversas drenagens do norte do Espírito Santo e extremo sul da Bahia.
Adotamos o nome Microglanis pataxo, para as populações com registros para a bacia do rio Barra Seca. Apesar da espécie nominal M.minutus Ottoni et al. 2010 ter sido descrita para a bacia do rio Barra Seca, esta se sobrepõe morfologicamente a Microglanis pataxo, um congênere descrito para os rios do extremo sul da Bahia (Sarmento-Soares et al., 2006). Ottoni et al. (2010: 189) ressaltam que ambas espécies M.pataxo e M.minutus são morfologicamente semelhantes quanto ao colorido, distinguindo-se quanto a presença de máculas escuras de formato irregular no pedúnculo caudal em M.minutus (vs. máculas triangulares em M.pataxo). Analisando o material da região observamos que ocorrem variações no formato das máculas no pedúnculo caudal, não sendo possível distinguir as populações de Microglanis no rio Barra Seca com base em colorido. Medidas da distância interorbital
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e largura da cabeça dos indivíduos da bacia do rio Barra Seca, consideradas como distintivas para M.minutus, se sobrepõem as encontradas em M.pataxo. Na ausência de outras evidências morfológicas capazes de distinguir um táxon diferente no rio Barra Seca, optamos por tratar as populações das bacias do norte do Espírito Santo incluindo o rio Barra Seca como Microglanis pataxo, por ser o nome específico mais antigo proposto para a região. Ressaltamos porém a necessidade de maiores estudos para aferir a real identidade das populações de Microglanis na região.
Espécies exóticas. Na bacia do rio Barra Seca observou-se a presença de espécies introduzidas até então registradas apenas na bacia do Doce, como Cichla kelberi, Pygocentrus natereri, Pogonopomawertheimeri, e ainda Salminus brasiliensis. Outras espécies incluem Hoplosternum littorale, registrado no baixo rio Barra Seca e vale do Suruaca, e ainda as exóticas, Tilapiarendalii,Clariasgariepinnus,registradas por nós apenas no vale do Suruaca, e por último Poecilia reticulata, registrado apenas nas cabeceiras e trecho médio do rio Barra Seca.
A presença atual de Hoplosternum littorale parece confirmar que esta espécie está se disseminando regionalmente. Originalmente descrita da região amazônica, suspeita-se que Hoplosternum littorale tenha ampliado sua área de distribuição ao longo das últimas duas décadas, conforme discutido em Sarmento-Soares & Martins-Pinheiro (2012). Dentre as espécies invasoras registradas, algumas são primariamente piscívoras, alimentando-se principalmente de peixes menores, como é o caso de Salminus brasiliensis (Esteves & Pinto-Lobo, 2001), predadores vorazes como Cichla kelberi (Pelicice & Agostinho, 2009) e ainda piscívoras ou necrófagas como Pygocentrusnattereri (Sazima & Machado, 1990; Pauly, 1994). O impacto da introdução de tais espécies sobre a ictiofauna nativa necessita maiores estudos.
O Tucunaré Cichla kelberi é espécie nativa dos rios Tocantins e Araguaia, contribuintes do sistema do Amazonas, no Mato Grosso e Pará. Cichla kelberi teve sua identificação confundida comC.monoculuspela semelhança na contagem de escamas laterais e no colorido com três barras verticais entre as duas espécies.Cichlakelberipode ser distinguida daquela congênere pelas nadadeiras pélvicas, anal e caudal de coloração clara (Kullander & Ferreira, 2006). Translocações de Cichla kelberi foram registradas no médio e baixo vale do rio Doce (Kullander & Ferreira, 2006; Vieira, 2010).
A piranha vermelha Pygocentrus nattereri foi descrita dos limites meridionais da Amazônia no Mato Grosso, e tem ampla distribuição geográfica pela Amazônia cis-andina e rios costeiros das Guianas (Fink 1993). Nas proximidades da área de estudo, até então só possuía registro de translocação no rio Doce, com ocorrência no médio e baixo Doce (Vieira, 2010).
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O dourado Salminus brasiliensis tem ocorrência documentada de adultos em ambientes lóticos do médio Doce, onde ocupa a calha central dos rios maiores (Vieira, 2010), e ainda nos lagos do baixo rio Doce, como a Lagoa do Meio, em Linhares.
Descrito da bacia do rio Mucuri, e registrado para as bacias dos rios São Mateus e Itaúnas, o cascudo preto Pogonopomawertheimeri é uma espécie endêmica da região dos Tabuleiros Costeiros (Sarmento-Soares & Martins-Pinheiro, 2012). Registros de introdução desta espécie no baixo rio Doce são fornecidos por Alves et al. (1997) e F. Vieira (com. pess.), para o município mineiro de Aimorés. A presença do cascudo preto na bacia do rio Barra Seca merece maiores investigações para aferir se realmente trata-se de uma espécie nativa ou uma introdução a partir do rio Doce.
A maioria das espécies introduzidas é explorada na pesca regional, em detrimento das nativas que compunham o elenco original, como o piau e o curimbatá (Alves et al. 2007).
Na área das nascentes do rio Barra Seca, a montante da REBIO Sooretama, observou-se a presença de inúmeros pequenos barramentos, onde foi reportado o cultivo de Cichla kelberi e ainda de Tilapiarendalii, que podem facilmente escapar dos reservatórios e povoar ambientes aquáticos na REBIO Sooretama, a jusante.Uma recomendação seria avaliar possíveis formas de controle das espécies introduzidas que podem trazer forte impacto na Unidade. Depois das alterações de hábitat, a introdução de espécies exóticas é a segunda maior causa de extinções de espécies de peixes (Moyle & Leidy, 1992; Alves et al. 2007).
A REBIO de Sooretama. Sooretama, assim nomeada como a “terra dos animais da mata” (IBDF, 1981), preserva hoje o maior bloco de Floresta Atlântica de baixada no estado do Espírito Santo. Cortada pelo rio Barra Seca, a reserva é contínua a reservas particulares do patrimônio natural, as RPPNs Recanto das Antas e Mutum Preto e ainda a Reserva Natural Vale do rio Doce.
Pelos resultados obtidos no projeto verifica-se que a Reserva conseguiu um resultado bastante satisfatório no que concerne ao papel de preservação da fauna aquática. Alguns peixes como Aspidoras virgulatus,Characidiumaff.fasciatum,Otothyristravassosi, Gymnotusaff. pantherinus e Phalloceros ocellatus foram registradas unicamente nos pequenos córregos no interior da reserva e rios limites e ainda em áreas florestadas e ambientes sombreados e muitas vezes de águas escuras, cor de chá mate. Outras tiveram registros também no próprio rio Barra Seca, no trecho protegido pela reserva: Hypostomusscabriceps, Corydorasnattereri, Microglanis pataxo, Scleromystaxprionotos. No entanto, se não houver uma proteção do conjunto da bacia, a redução
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na disponibilidade e qualidade da água poderá comprometer seriamente a preservação não só das espécies de água doce, como de toda a flora e fauna dependentes da água.
O Vale do Suruaca. Travassos & Teixeira de Freitas (1948) descreviam o trecho do Vale do Suruaca imediato à REBIO de Sooretama da seguinte forma: “A zona alagadiça, de difícil penetração, é inteiramente desconhecida, mesmo dos habitantes locais, com uma área que, calculada pelo mapa, deve ter cerca de 600 Km2. Toda esta área não faz parte da reserva [de Sooretama], mas está a ela incorporada pela impraticabilidade de sua penetração e constitui um dos aspectos fauno-florestais mais curiosos do nosso país”. Esta situação começou a ser mudada radicalmente com a drenagem iniciada a partir de 1968 pelo Governo Federal, através do DNOS (Lani et al., 2009). O objetivo da drenagem era o de ampliar a área agrícola do Estado do Espírito Santo. Para drenar a região, o DNOS fez a abertura de duas saídas para o mar. A destruição ambiental decorrente destas medidas foi posteriormente agravada pela Petrobras, que drenou a lagoa Suruaca, a principal da região, ligando-a ao rio Ipiranga. Para abrir este canal foi preciso romper a rocha que fazia a contenção das águas de todo o vale. Esta rocha é longitudinal e acompanhava toda a orla. O prof. Mindszenty José Garozi, chefe do Departamento de Ecologia e Recursos Naturais (DERN), da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), que coordenou um grupo de estudo sobre os resultados destas alterações realizadas no Suruaca concluiu que o “Deserto Químico no Vale do Suruaca é o maior do planeta e avança sem controle”. Segundo ele, com a drenagem da água, aflora a matéria orgânica, originada da turfa. Na sua decomposição é produzido enxofre. Este, na presença da água produz o ácido sulfúrico. A região se torna desértica, e nada mais produz. A desertificação é tanto do solo como da água, como no depoimento deixado pelo pescador Seu José Martins, do Surucaca, ao Século Diário (1999): “Era o lugar da fartura. A gente enchia de robalo uma canoa grande, num lance só de rede... O povo de hoje não sabe o que é peixe... quando eu cheguei aqui, dava arrasto de 500, 600 peixes. Para a gente atravessar só essa lagoa aqui em frente (Suruaca) eram quatro horas de canoa, de uma ponta a outra...”.
Os resultados aqui apresentados deixam claro que a fauna de peixes no trecho do Vale do Suruaca não se encontra protegida pela REBIO de Sooretama e, pelo contrário, permite o acesso de espécies introduzidas na área da reserva. Seria fundamental a criação de uma área protegida no vale do Suruaca com o objetivo de recuperar a região e diminuir os efeitos nefastos do atual processo de desertificação.
Recomendações. Peixes de riacho são pouco conhecidos das
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populações ribeirinhas. A grande maioria das espécies tem pequenas dimensões e hábitos crípticos, ocultando-se sob a vegetação aquática ou entre pedras. Este desconhecimento resulta em intervenções nos córregos, lagoas e alagados, e contribuem para a degradação da qualidade da água e consequente desaparecimento de muitas espécies. Em áreas onde ocorre remoção da floresta nativa, as fontes de alimento são alteradas e as espécies de peixes dependentes da vegetação ripária e de alimentos terrestres são prejudicadas (Menezes et al., 2007; Sarmento-Soares et al. 2009).
As condições da REBIO Sooretama são diretamente influenciadas pelas águas da bacia do rio Barra Seca. A poluição, o uso de agrotóxicos, a introdução de espécies exóticas e principalmente o comprometimento na vazão dos córregos que penetram na Unidade podem trazer graves prejuízos para a conservação de sua fauna e flora. A questão da água é marcadamente o grande problema para a sobrevivência da reserva pela dependência dos córregos com nascentes localizadas a montante da unidade. Todos fortemente represados, restando apenas filetes de água totalmente desprotegidos de vegetação ripária, entre estas represas. Enquanto escrevíamos este estudo, fomos informados que boa parte dos córregos que visitamos no ano anterior havia secado completamente durante estação seca seguinte (V. Martins, com. pess.). O próprio rio Barra Seca diminuiu a vazão e a lâmina d´água foi tomada por macrófitas em alguns trechos. Neste sentido é altamente recomendável que o Plano de Manejo da REBIO inclua como área de amortecimento todo o contorno da bacia do rio Barra Seca. O atual Código Florestal, apesar de bastante mutilado, ainda conservou a determinação da proteção das Áreas de Proteção Permanentes (APPs) para rios, nascentes, lagos e represas. Neste sentido é imperativo que o ICMBio acione o Ministério Público para que sejam assinados Termos de Ajuste de Conduta com os proprietários da bacia para a implementação da proteção destas áreas. Esta proteção deverá ser feita com mais urgência nas margens do rio Barra Seca que fazem limite com a Reserva. Como pudemos observar durante os trabalhos, a maior parte destes proprietários dedicam-se à criação de gado e culturas de eucalipto e café. Desta forma a proteção das margens poderá ser realizada pela simples proteção por cercas que impeçam o pisoteio, deixando algumas entradas para os animais terem acesso à água. A presença da majestosa floresta preservada pela REBIO irá assegurar um banco de sementes e um sistema de recuperação natural, não sendo necessários grandes investimentos com plantio de mudas na maior parte das matas ciliares. Medidas com baixo custo, mas com possibilidades de recuperação espontânea de grande parte das matas ciliares nos parecem ser alternativa de aplicação imediata, contribuindo para minimizar o quadro de seca.
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Agradecimentos
Queremos deixar nossos agradecimentos aos colegas do Museu de Biologia Prof. Mello Leitão- MBML, a equipe do Projeto DiversidadES e aos diversos ictiólogos que durante anos coletaram e depositaram material na região. A equipe do Setor de Ictiologia do Museu Nacional/ UFRJ, pela cordialidade durante visitas. A Fernando R. Carvalho pela ajuda na identificação das espécies de Astyanax, Moenkhausia e Hyphessobrycon na área de estudo. A Fernando L. Kilesse Salgado e Filipe S. Rangel-Pereira pela troca de idéias quanto a potenciais novas espécies na área de estudo. A Fábio Vieira pelas conversas sobre as espécies de peixes no vale do rio Doce. A equipe do MNRJ e do MBML, Marcelo Ribeiro de Britto, Maria Margareth Cancian Roldi, Raphael Becalli Soares, Renata Bartolette de Araújo e João Coimbra Pascoli pelo empenho e ajuda durante os trabalhos de campo. A equipe da Reserva Biológica de Sooretama, em especial a Éliton Lima, Valdir Martins e Sebastião Peroni pelo apoio e informações durante e após as atividades na unidade e entorno. A Naércio A. Menezes pelas informações quanto a amostragem histórica de Rachoviscusgraciliceps. Financiamento para os trabalhos de campo foi dado pelo CNPq- Edital Universal (processo no. 473749/2008-4) e pela FAPES- Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Espírito Santo através do Projeto “Efetividade de unidades de conservação de estado do estado do Espírito Santo para a proteção da biodiversidade”, processo nº 51187434/10. Agradecemos ao Instituto Chico Mendes pelas autorizações para atividades com finalidade científica no. 20096-1 e 27880-1.
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Material de peixes coletadas ao longo da bacia do rio Barra Seca (659 lotes, sendo que 610 foram examinados, 49 foram consultados em banco de dados).
Lotes examinados (610 lotes): Acentronichthysleptos MNRJ 9368 (1). Achirus lineatus MBML 74 (5), MBML 4085 (2), MBML 4874 (1), MBML 4892 (4), MBML 4904 (1), MBML 4907 (4), MBML 6054 (21), MBML 6422 (2). Anchoa
100
januaria MBML 1699 (2), MBML 4912 (2). Anchovia clupeoides MBML 1969 (2), MBML 6058 (2). Anchoviella lepidentostole MBML 1974 (1), MBML 4879 (3), MBML 4882 (2), MBML 4911 (1), MBML 6430 (1). Aspidoras virgulatus MBML 5029 (2), MBML 5106 (2), MNRJ 5366 (2), MNRJ 5370 (1), MNRJ 5371 (1), MNRJ 5409 (2), MNRJ 10547 (3). Astyanax aff. intermedius MBML 3559 (9), MBML 5020 (2), MBML 5031 (9), MBML 5040 (36), MBML 5041 (3), MBML 5048 (1), MBML 5049 (1), MBML 5051 (1), MBML 5055 (3), MBML 5061 (1), MBML 5073 (5), MBML 5077 (21), MBML 5084 (6), MBML 5085 (2), MBML 5098 (5), MBML 5108 (13), MBML 5127 (20), MBML 5131 (5), MBML 5138 (1), MBML 5141 (1), MBML 5148 (1), MBML 5149 (2), MBML 5155 (1), MBML 5157 (12), MBML 5175 (5), MBML 5198 (4), MBML 5200 (39), MBML 6867 (14), MBML 6868 (25), MBML 6872 (1), MBML 6881 (4), MBML 6885 (41), MBML 6888 (19), MBML 6891 (22), MBML 6895 (1), MBML 6897 (1), MBML 6904 (94), MBML 6919 (1), MBML 6923 (275), MBML 6928 (54), MBML 6930 (2), MBML 6934 (57), MNRJ 17535 (1), MNRJ 21820 (4), MNRJ 21822 (9). Astyanaxaff. taeniatus MBML 61 (33), MBML 62 (12), MBML 4871 (1), MBML 4888 (1), MBML 5037 (124), MBML 5057 (4), MBML 5059 (2), MBML 5067 (14), MBML 5112 (74), MBML 5115 (35), MBML 5120 (1), MBML 5121 (58), MBML 5165 (67), MBML 5170 (4), MBML 5180 (23), MBML 5184 (183), MBML 5190 (5), MBML 5990 (3), MBML 6300 (5), MNRJ 5329 (1), MNRJ 5336 (1), MNRJ 21824 (479), MNRJ 37720 (25). Astyanaxaff. lacustris MBML 73 (17), MBML 1171 (4), MBML 1189 (2), MBML 1324 (3), MBML 4488 (2), MBML 6016 (4), MBML 6902 (3), MBML 6905 (1), MBML 6910 (1), MBML 6914 (3), MBML 6917 (1), MBML 6920 (6), MBML 6927 (2), MBML 6929 (1), MBML 6932 (2), MNRJ 21821 (4). Atherinella brasiliensis MBML 4086 (4), MBML 6421 (31). Australoheros capixaba MBML 5080 (1), MNRJ 5272 (6), MNRJ 5276 (1), MNRJ 5277 (4), MNRJ 5281 (1), MNRJ 5283 (2), MNRJ 5300 (1), MNRJ 5301 (8), MNRJ 5302 (2), MNRJ 5331 (2), MNRJ 5350 (1), MNRJ 8606 (32), MNRJ 39029 (1), MNRJ 39033 (3). Awaoustajasica MBML 59 (1), MBML 1323 (1). Caranx latus MBML 1973 (3), MBML 4873 (2). Centropomus parallelus MBML 78 (10), MBML 4862 (3). Centropomus undecimalis MBML 1173 (4), MBML 4869 (1), MBML 4901 (2), MBML 4909 (3), MBML 6056 (2). Cetengraulis edentulus MBML 6429 (1). Characidium aff. fasciatum MBML 5146 (1), MNRJ 5257 (1), MNRJ 5258 (1), MNRJ 5259 (1), MNRJ 5260 (1), MNRJ 5261 (1), MNRJ 5262 (1), MNRJ 5263 (1), MNRJ 5264 (1), MNRJ 5265 (1), MNRJ 5266 (1), MNRJ 5327 (3), MNRJ 5476 (1), MNRJ 5477 (1), MNRJ 5478 (1), MNRJ 5479 (1), MNRJ 5480 (1), MNRJ 5481 (1), MNRJ 5482 (1), MNRJ 5483 (1), MNRJ 5484 (1). Chloroscombrus chrysurus MBML 4089 (1). Cichla kelberi MBML 82 (1), MBML 5063 (1),
sarMeNto-soares & MartiNs-PiNheiro: Peixes do rio Barra seca
101Bol. Mus. Biol. Mello leitão (N. sér.) 35. 2014
MBML 5132 (1), MBML 5168 (1), MBML 5185 (13), MBML 5193 (1), MBML 6898 (1). Citharichthys spilopterus MBML 6055 (35). Clarias gariepinus MBML 4881 (1), MBML 4885 (1), MBML 4914 (2). Corydoras nattereri MNRJ 5364 (14), MNRJ 5368 (23), MNRJ 5369 (21), MNRJ 5398 (6), MNRJ 8608 (24), MNRJ 17533 (2), MNRJ 17534 (2). Cynoscionstriatus MBML 6064 (1). Cyphocharaxgilbert MBML 70 (1), MBML 3557 (1), MBML 5035 (2), MBML 5118 (9), MBML 5199 (1), MNRJ 5319 (1), MNRJ 5322 (1), MNRJ 5325 (2), MNRJ (1). Diapterus rhombeus MBML 1975 (2), MBML 4087 (5). Dormitator maculatus MBML 71 (2), MBML 6425 (2). Eleotrispisonis MBML 68 (8). Etropuscrossotus MBML 1971 (5), MBML 4877 (3), MBML 4902 (2), MBML 4908 (4), MBML 6423 (18). Eucinostomusmelanopterus MBML 1970 (3). Eugerresbrasilianus MBML 4913 (1), MBML 6060 (1). Genidens genidens MBML 4890 (2), MBML 6057 (14). Geophagus brasiliensis MBML 77 (17), MBML 585 (1), MBML 1029 (2), MBML 1170 (11), MBML 1187 (1), MBML 1321 (3), MBML 4916 (1), MBML 5021 (1), MBML 5024 (5), MBML 5025 (13), MBML 5027 (1), MBML 5060 (1), MBML 5066 (1), MBML 5079 (1), MBML 5094 (1), MBML 5101 (3), MBML 5122 (1), MBML 5130 (1), MBML 5173 (4), MBML 5177 (1), MBML 5989 (4), MBML 6874 (4), MBML 6878 (3), MBML 6894 (4), MBML 6903 (1), MBML 6913 (2), MBML 6922 (3), MNRJ 5273 (19), MNRJ 5278 (8), MNRJ 5279 (2), MNRJ 5280 (13), MNRJ 5299 (3), MNRJ 5303 (2), MNRJ 5330 (10), MNRJ 5344 (1). Gobionellus oceanicus MBML 64 (1), MBML 1698 (4), MBML 4878 (1), MBML 4906 (1). Gymnotus aff. pantherinus MBML 3768 (10), MBML 5038 (1), MBML 5045 (1), MBML 5064 (1), MNRJ 5289 (1), MNRJ 5290 (1), MNRJ 5528 (3), MNRJ 13204 (25), MNRJ 22836 (1). Gymnotuscarapo MBML 5201 (2), MBML 6884 (1), MBML 6906 (1), MNRJ 8609 (11). Haemulon plumieri MBML 6431 (1). Hoplerythrinusunitaeniatus MBML 80 (2), MBML 1031 (1), MBML 1294 (7), MBML 4865 (2), MBML 5091 (1), MBML 5105 (1), MBML 5117 (23), MBML 5129 (1), MBML 5154 (1), MBML 5162 (18), MNRJ 5305 (1), MNRJ 5309 (1), MNRJ 5312 (1), MNRJ 5313 (4), MNRJ 5326 (1), MNRJ 14087 (3), MNRJ 14128 (1), MNRJ 14146 (2), MBML 79 (3), MBML 81 (1), MBML 584 (1), MBML 1188 (1), MBML 4883 (1), MBML 4915 (1), MBML 5043 (1), MBML 5062 (1), MBML 5074 (1), MBML 5092 (1), MBML 5100 (1), MBML 5104 (1), MBML 5128 (1), MBML 5135 (3), MBML 5144 (1), MBML 5161 (4), MBML 5176 (1), MBML 5188 (1), MBML 5987 (1), MBML 6893 (1), MBML 6900 (1), MBML 6915 (1), MBML 6925 (2), MBML 6931 (3), MNRJ 5298 (1), MNRJ 5310 (1), MNRJ 5526 (1), MNRJ 14139 (1). Hoplosternum littorale MBML 586 (23), MBML 1028 (6), MBML 1063 (4), MBML 1295 (3), MBML 2705 (1), MBML 5033 (1), MBML 5053 (1), MBML 5109 (2). Hyphessobryconbifasciatus MBML 57 (6), MBML 63 (4), MBML
102
4864 (5), MBML 4868 (1), MBML 4886 (1), MBML 4887 (2), MBML 5026 (3), MBML 5034 (2), MBML 5076 (50), MBML 5096 (1), MBML 5097 (2), MBML 5110 (1), MBML 5119 (24), MBML 5156 (25), MBML 5988 (10), MNRJ 5323 (23), MNRJ 21823 (19). Hyphessobrycon sp. sensu Carvalho MBML 72 (6), MBML 2322 (1), MBML 5019 (2), MBML 5032 (1), MBML 5075 (1), MNRJ 9428 (3), MNRJ 38985 (4), MBML 6876 (1). Hypostomusscabriceps MBML 5093 (1), MBML 5150 (1), MBML 5167 (2), MBML 5187 (2), MBML 5189 (2), MBML 5196 (1), MNRJ 5372 (8), MNRJ 5374 (3), MNRJ 5399 (1), MNRJ 5411 (1), MNRJ 19291 (1). Ituglaniscahyensis MNRJ 5365 (2). Leporinuscopelandii MBML 5191 (1). Lutjanusjocu MBML 1322 (1), MBML 4905 (2). Lycengraulisgrossidens MBML 1694 (6), MBML 4875 (1). Menticirrhus americanus MBML 6066 (1). Microglanis pataxo MBML 5056 (1), MBML 5164 (3), MBML 5195 (1), MNRJ 17536 (1). Microphisbrachyurus MBML 4863 (1). Mimagoniates microlepis MBML 1159 (12), MBML 5017 (10), MBML 5022 (1), MBML 5028 (4), MBML 5030 (19), MBML 5082 (50), MBML 5107 (37), MBML 5134 (1), MBML 5153 (12), MNRJ 5328 (1), MNRJ 5343 (1), MNRJ 5956 (8), MNRJ 10853 (1), MNRJ 10855 (22). Moenkhausia doceana MBML 48 (5), MBML 5114 (52), MBML 5169 (5), MBML 5186 (1), MNRJ 5324 (1), MNRJ 5342 (7), MNRJ 10916 (19), MNRJ 17215 (8), MNRJ 17588 (22), MNRJ 17909 (10), MNRJ 38984 (6). Mugil curema MBML 1030 (5), MBML 1320 (3), MBML 1972 (15), MBML 4084 (7), MBML 4889 (12), MBML 4900 (5), MBML 4910 (1), MBML 6424 (4). Mugil liza MBML 1697 (3), MBML 4861 (3). Mugil platamus MBML 1172 (21). Oligoplites palometa MBML 6432 (2). Oligosarcus acutirostris MBML 5036 (1), MBML 5116 (28), MBML 6890 (2), MBML 6926 (1), MNRJ 5314 (5). Oostethus lineatus MBML 4867 (1). Ophioscion punctatissimus MBML 4876 (1). Otothyristravassosi MBML 5047 (1), MBML 5058 (1), MBML 5072 (1), MBML 5083 (1), MBML 5125 (1), MBML 5166 (4), MBML 5197 (2), MNRJ 5401 (15), MNRJ 5402 (7), MNRJ 5403 (2), MNRJ 5404 (8), MNRJ 5405 (18), MNRJ 5410 (1), MNRJ 5415 (75), MNRJ 5416 (37), MNRJ 5417 (616), MNRJ 5420 (154), MNRJ 5421 (22), MNRJ 5422 (51), MNRJ 8604 (1), MNRJ 8605 (50), MNRJ 9463 (1), MNRJ 10177 (1), MNRJ 10178 (1), MNRJ 10179 (1), MNRJ 10180 (1), MNRJ 10181 (1), MNRJ 10182 (1), MNRJ 10183 (1), MNRJ 10184 (1), MNRJ 10185 (1), MNRJ 10186 (1), MNRJ 10187 (1), MNRJ 10188 (1), MNRJ 10189 (1), MNRJ 10190 (1), MNRJ 10191 (1), MNRJ 10192 (1), MNRJ 10193 (1), MNRJ 10194 (1), MNRJ 10195 (1), MNRJ 10196 (1), MNRJ 10215 (1), MNRJ 10216 (1), MNRJ 10217 (1), MNRJ 10218 (1), MNRJ 10219 (1), MNRJ 10220 (1), MNRJ 10221 (1), MNRJ 10222 (1), MNRJ 10223 (1), MNRJ 10224 (1), MNRJ 10225 (1), MNRJ 10226 (1), MNRJ 10227 (1), MNRJ 10228 (1), MNRJ 10229 (1), MNRJ 10230 (1), MNRJ 10231 (1), MNRJ 10232 (1), MNRJ 10233
sarMeNto-soares & MartiNs-PiNheiro: Peixes do rio Barra seca
103Bol. Mus. Biol. Mello leitão (N. sér.) 35. 2014
(1), MNRJ 10234 (1), MNRJ 10235 (1), MNRJ 10236 (1), MNRJ 10237 (1), MNRJ 10238 (1), MNRJ 10239 (1), MNRJ 10240 (1), MNRJ 10241 (1), MNRJ 10242 (1), MNRJ 10243 (1), MNRJ 10244 (1), MNRJ 10245 (1), MNRJ 10246 (1), MNRJ 10247 (1). Pagrus pagrus MBML 6076 (1). Parotocinclus doceanus MBML 5065 (1), MBML 5018 (6), MBML 5023 (2), MBML 5044 (1), MBML 5050 (2), MBML 5078 (50), MBML 5088 (1), MBML 5089 (2), MBML 5102 (1), MBML 5139 (3), MBML 5140 (1), MBML 5151 (12), MNRJ 8675 (2). Pimelodella aff. vittata MBML 5046 (1), MBML 5052 (1), MBML 5071 (2), MBML 5086 (1), MBML 5136 (1), MBML 5142 (1), MBML 5143 (2), MBML 5145 (1), MBML 5159 (7), MBML 5174 (2), MBML 5178 (3), MBML 5194 (2), MBML 6886 (1), MBML 6924 (3), MBML 6935 (4), MNRJ 5391 (2), MNRJ 8607 (1). Poecilia reticulata MBML 6869 (2), MBML 6879 (5), MBML 6883 (4), MBML 6908 (7), MBML 6911 (6). Poecilia vivipara MBML 51 (9), MBML 4872 (3), MBML 4884 (20), MBML 4917 (1), MBML 5042 (1), MBML 5068 (1), MBML 5095 (5), MBML 5111 (2), MBML 5123 (2), MBML 5133 (3), MBML 5171 (1), MBML 5182 (15), MBML 6017 (3), MBML 6871 (8), MBML 6875 (2), MBML 6877 (10), MBML 6882 (2), MBML 6887 (4), MBML 6892 (2), MBML 6896 (2), MBML 6899 (5), MBML 6901 (4), MBML 6907 (5), MBML 6909 (12), MBML 6921 (29), MBML 6933 (5), MNRJ 5527 (4), MNRJ 5668 (1). Pogonopomawertheimeri MNRJ s/n (1). Polydactylusvirginicus MBML 6065 (1). Prochilodus vimboides MBML 4487 (3), MBML 4866 (1), MBML 5181 (1). Pygocentrusnattereri MBML 5113 (8). Rhamdiasp. MBML 56 (2), MBML 1186 (4), MBML 5090 (1), MBML 5099 (1), MBML 5103 (1), MBML 5152 (4), MBML 5158 (2), MBML 5160 (2), MBML 5179 (1), MBML 6880 (3), MBML 6916 (1), MBML 6918 (2), MNRJ 5390 (3). RypticusrandalliMBML 6059 (4). Salminus brasiliensis MBML 4486 (5). Scleromystaxprionotos MBML 5163 (2), MNRJ 5367 (1), MNRJ 5418 (3), MNRJ 10543 (1), MNRJ 10544 (2). Sphoeroidesgreeleyi MBML 6427 (1). Sphoeroides testudineus MBML 4903 (1), MBML 6062 (1), MBML 6426 (5). Stellifer brasiliensis MBML 1695 (2), MBML 1696 (1). Stellifermicrops MBML 6061 (1). Symphurus ocellatus MBML 6063 (11). Synbranchusmarmoratus MBML 53 (2), MBML 5039 (1), MBML 5081 (1), MBML 5126 (1), MBML 5172 (1), MNRJ 5347 (1). Megalops atlanticus MBML 4880 (1). Tilapiarendalli MBML 4870 (1), MBML 4891 (2). Trachelyopterusstriatulus MBML 3558 (11), MNRJ 5395 (2), MNRJ 5408 (1), MNRJ s/n (1). Trichomycteruspradensis MBML 5054 (2), MBML 5069 (3), MBML 5070 (1), MBML 5087 (1), MBML 5124 (1), MBML 5137 (2), MBML 5147 (3), MBML 5183 (10), MBML 5192 (1), MBML 6870 (1), MBML 6873 (5), MBML 6889 (2), MBML 6912 (3), MNRJ 5412 (1). Ulaemalefroyi MBML 6428 (14). Xenurolebiasmyersi MNRJ 10613 (1), MNRJ 10614 (1), MNRJ 10615 (2).
104
Lotes consultados em banco de dados (49 lotes): Aspidoras virgulatus MZUSP 39127 (1). Astyanaxaff. intermedius ZUEC 3587 (75), ZUEC 4089 (8), ZUEC 6766 (2). Astyanaxaff. taeniatus MCP 17760 (3). Australoheros capixaba MCP 36955 (2). Callichthyscallichthys ZUEC 3588 (2). Cyphocharaxgilbert MCP 17911 (1), MZUSP 54771 (1). Eleotrispisonis MCP 36958 (1). Geophagus brasiliensis MCP 36960 (1), ZUEC 3579 (2), ZUEC 3580 (7), ZUEC 3581 (1). Hoplerythrinusunitaeniatus MZUSP 74031 (1), ZUEC 3586 (1), ZUEC 3594 (1), ZUEC 3595 (1), ZUEC 5554 (1). Hoplias aff. malabaricus MCP 17725 (1), MCP 17916 (2), ZUEC 3582 (1). Hoplosternum littorale MCP 26701 (2), MCP 36952 (5). Hyphessobryconbifasciatus MCP 36959 (10), ZUEC 3584 (53), ZUEC 3585 (15). Hyphessobrycon sp. sensu Carvalho MCP 36956 (3), MCP 44000 (10), ZUEC 3583 (4). Mimagoniates microlepis MCP 17973 (11), MZUSP 26893 (2), MZUSP 26894 (13), ZUEC 3589 (19), ZUEC 3590 (13). Moenkhausia doceana MCP 17769 (4), MCP 17770 (1), ZUEC 3591 (4), ZUEC 6767 (3). Otothyristravassosi MCP 18106 (17), MZUSP 51437 (14), ZUEC 3599 (104). Phalloceros ocellatus MCP 17838 (3), ZUEC 3596 (16), ZUEC 3597 (1), ZUEC 3598 (3). Pimelodella aff. vittata ZUEC 3592 (9). Poecilia vivipara MCP 36957 (28), ZUEC 3593 (2). Synbranchusmarmoratus MCP 17844 (1).
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