A FAUNA DE PEQUENOS MAMÍFEROS (MAMMALIA, RODENTIA, MURIDAE; DIDELPHIMORPHIA) DA ÁREA DE...

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA A FAUNA DE PEQUENOS MAMÍFEROS (MAMMALIA, RODENTIA, MURIDAE; DIDELPHIMORPHIA) DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UHE CORUMBA IV. Adrielle Sousa Okamoto GOIÂNIA/GO 2004

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A construção de uma usina hidrelétrica gera uma série de impactos ambientais de difícil mensuração prática. A obrigação de deslocamento dos animais para lugares mais altos pode resultar em mortes por predação ou por afogamento.Pequenos mamíferos, principalmente aqueles de hábitos arborícolas, presentes nas matas de galeria, são os mais diretamente afetados por serem essas áreas primeiramente inundadas. Os marsupiais possuem um importante papel de dispersão de sementes, sendo assim essenciais na manutenção dos ecossistemas ripários. Este grupo (Didelphidae), juntamente com o grupo dos roedores (Muridae) são também animais de interesse de saúde pública, pois podem ser potenciais portadores de hantavirose. Assim sendo, a análise de sangue destes animais é de grande importância para se ter uma noção sobre a ocorrência e prevalência dessa virose em populações naturais, podendo-se evitar um manejo negativo sob a égide da saúde pública. Esse trabalho trata do levantamento -taxonômico de marsupiais (Didelphidae) e roedores (Muridae), áreas de vivência em diferentes fitofisionomias, discriminar dados biométricos, importantes para a avaliação de medidas de manejo e conservação. No total, foram identificados 146 espécimes de pequenos mamíferos na área de influência da UHE Corumbá IV, havendo 8 (oito) espécies de roedores e 6 (seis) de marsupias. Em relação à composição de espécies, a fitofisionomia mais similar às matas de galeria foi o cerrado denso, (Índice de Jaccard = 0,428). Os marsupiais apresentaram maior freqüência em mata galeria (73%) assim como os roedores (72%), seguido de roedores em ambiente antrópico (8%) e campo cerrado (8%) e marsupiais em cerrado denso (12%).

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA

A FAUNA DE PEQUENOS MAMÍFEROS (MAMMALIA,

RODENTIA, MURIDAE; DIDELPHIMORPHIA) DA ÁREA DE

INFLUÊNCIA DA UHE CORUMBA IV.

Adrielle Sousa Okamoto

GOIÂNIA/GO

2004

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA

A FAUNA DE PEQUENOS MAMÍFEROS (MAMMALIA,

RODENTIA, MURIDAE; DIDELPHIMORPHIA) DA ÁREA DE

INFLUÊNCIA DA UHE CORUMBA IV.

Adrielle Sousa Okamoto

Monografia de graduação apresentada ao Departamento de Biologia da Universidade Católica de Goiás como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Biologia.

Orientador: Dr. Nelson Jorge da Silva Jr.

GOIÂNIA/GO

2004

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Dedico este trabalho em especial aos meus pais - Darci Maria de Fátima Okamoto e Nelson Okamoto - fontes de inspiração e amor.

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AGRADECIMENTOS

Ao Dr. Nelson Jorge da Silva Jr. pelo companheirismo, orientação, incentivo,

dedicação, confiança, oportunidades concedidas, credibilidade, enfim, por acreditar

em mim e me ensinar a trabalhar com pesquisa.

Em especial, agradeço aos meus pais e ao meu irmão pela cumplicidade, e

apoio incondicional.

Ao Márcio Costa pelo auxílio e dedicação, principalmente nas realizações de

trabalhos em campo.

Ao Hélder Lúcio Rodrigues da Silva pela atenção e apoio.

A Levi Carina Terrible pela amizade, paciência e análise estatísticas.

A Bruna (Bubu) e Alessandra (Lelequinha) não somente pela amizade e

confiança em todos estes anos acadêmicos, mas também pelo incentivo e apoio a

este trabalho.

A NATURAE e seus participantes: Pacheco, Sandro, Raphael, Clayton,

Vanderley, Claudiano, Itamar, Flávio, Lorena, Ana Paula, Samara, Andressa e Ana

Tereza, pelo apoio e atenção recebida.

Ao Paulo (Paulão), Miguel (Tio Miguel), Waldomiro, Luciano (Cabide) pela

ajuda em campo.

Ao pessoal do CEPB: Carlos, Lorenzo, Karla Graziela, Marta Regina, Nilton

(Niltera), João e Raimundo.

Aos meus amigos (as), que me acompanharam e ajudaram com muita

paciência e apoio moral para a realização desta: Otaviano (Tata), Diego (Feijao),

Gabriel, Rodrigo (Tudim), Kelle (Kell), Kalinca, Marcela (Marceleza), Ivan, Manuel

Eloy (Pomps), Nilo, Leonardo (Azul), Ricardo (Negão), Cristina (Cris), Rodrigo (Rod),

Murilo (Murilinho), Flávia, Cândido (Neto), João Neto (Bagacim), Karla (BSB), Érica

(BSB), Daniel (BSB), Laura, Nélio, Nietzche (Nit), Patrícia (Paty) e Camila (Milla).

Aos familiares: tios, tias, primos e primas.

A Fundação Oswaldo Cruz, em especial, a Dra. Elba Lemos e Paulo D’Andrea

pela atenção e disponibilidade.

Ao Departamento de Biologia: Nedirce e Renato pela colaboração.

A Kátia Pellegrino por ter aberto as portas de seu laboratório.

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A Corumbá Concessões pelo apoio.

Ao Fernando Fernandez (UFRJ), pela atenção recebida.

Ao CNPq pela bolsa de estudos concedida.

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“Morre lentamente quem abandona um projeto antes de inicia-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe”. (Pablo Neruda).

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURASI

LISTA DE TABELAS

RESUMO

ABSTRACT

INTRODUÇÃO

Caracterização de pequenos mamíferos....................................................................13

Descrição do Cerrado e matas galerias....................................................................14

Hantavírus..................................................................................................................15

Justificativa.................................................................................................................17

Objetivos.....................................................................................................................18

1 METODOLOGIA

Caracterização da área de trabalho...........................................................................18

Coleta.........................................................................................................................20

Análise dos dados......................................................................................................21

Biometria....................................................................................................................22

Marcação....................................................................................................................22

Diagnóstico de laboratorial ........................................................................................22

2 RESULTADOS

Espécies capturadas..................................................................................................23

Discriminação de valores biométricos........................................................................23

Relação da fitofisionomia com a fauna em estudo....................................................25

Hantavirose...............................................................................................................29

3 DISCUSÃO E CONCLUSÃO...............................................................................30

4 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS....................................................................32

5 ANEXOS

Anexo 1. Mapa das áreas onde as campanhas de coletas foram realizadas

Anexo 2. Dados biométricos de roedores e marsupiais da área de influência da

UHE Corumbá IV (mm/ g)

Anexo 3. Chave para gêneros da família Didelphidae

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Processo de Construção da Barragem da UHE Corumbá IV.....................18

Figura 2. Armadilhas Tomahawk...............................................................................20

Figura 3. Armadilhas de ”Pit-Fall”..............................................................................20

Figura 4. Roedor coletado em armadilha do tipo “Pit Fall”........................................21

Figura 5. Freqüência de roedores nas diferentes fitofisionomias..............................27

Figura 6. Freqüência de marsupiais nas diferentes fitofisionomias...........................27

Figura 7. Dendrograma de similaridades de pequenos mamíferos nas

fitofisionomias.............................................................................................................28

Figura 8. Lesões cutâneas no dorso e ventre de Oecomys sp.................................29

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Lista das espécies de pequenos mamíferos capturados durante o

inventario da UHE Corumbá IV..................................................................................23

Tabela 2. Riqueza e abundância de roedores e marsupiais nas

fitofisionomias.............................................................................................................26

Tabela 3. Tabela de Jaccard apresentando similaridade de pequenos

mamíferos nas fitofisionomias...................................................................................28

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RESUMO

A construção de uma usina hidrelétrica gera uma série de impactos ambientais de difícil mensuração prática. A obrigação de deslocamento dos animais para lugares mais altos pode resultar em mortes por predação ou por afogamento.Pequenos mamíferos, principalmente aqueles de hábitos arborícolas, presentes nas matas de galeria, são os mais diretamente afetados por serem essas áreas primeiramente inundadas. Os marsupiais possuem um importante papel de dispersão de sementes, sendo assim essenciais na manutenção dos ecossistemas ripários. Este grupo (Didelphidae), juntamente com o grupo dos roedores (Muridae) são também animais de interesse de saúde pública, pois podem ser potenciais portadores de hantavirose. Assim sendo, a análise de sangue destes animais é de grande importância para se ter uma noção sobre a ocorrência e prevalência dessa virose em populações naturais, podendo-se evitar um manejo negativo sob a égide da saúde

pública. Esse trabalho trata do levantamento -taxonômico de marsupiais (Didelphidae) e roedores (Muridae), áreas de vivência em diferentes fitofisionomias, discriminar dados biométricos, importantes para a avaliação de medidas de manejo e conservação. No total, foram identificados 146 espécimes de pequenos mamíferos na área de influência da UHE Corumbá IV, havendo 8 (oito) espécies de roedores e 6 (seis) de marsupias. Em relação à composição de espécies, a fitofisionomia mais similar às matas de galeria foi o cerrado denso, (Índice de Jaccard = 0,428). Os marsupiais apresentaram maior freqüência em mata galeria (73%) assim como os roedores (72%), seguido de roedores em ambiente antrópico (8%) e campo cerrado (8%) e marsupiais em cerrado denso (12%).

Palavras-chave: Pequenos Mamíferos, Corumbá IV, Hantavirose, Cerrado

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ABSTRACT

The construction of a hydroelectric power plant produces a series of environmental impacts that are difficult to be measured. The involuntary movement of animals to higher grounds may result in death by predation or drowning. Small mammals, especially with arboreal habits found in gallery forests are the most directly affected due to the location of these areas. Marsupials play an important role in seed dispersal being essential in the maintenance of the river ecosystems. This group (Didelphidae) together with rodents (Muridae) are also animal of public health interest because they may be carriers of hantavirus. Therefore, the blood analyses of these animals is very important to gather information about occurrence and prevalence of this virus in natural populations providing ways to avoid a negative situation management in public health. This study deals with the α-taxonomic inventory of marsupials (Didelphidae) and rodents (Muridae), home ranges in different vegetational formations, discrimation of biometric data, all important to the evaluation of management and conservation measures. In total, 146 specimens of small mammals were identified within the influence area of the UHE Corumbá IV, with 8 species of rodents and 6 species of marsupials. In relation to the composition of species, the vegetational formation more similar to the gallery forest was the dense cerradão (Jaccard Index = 0,428). The marsupials presented the highest frequency in gallery forests (73%) as well as the rodents (72%) followed by rodents in anthropic environment (8%) and open cerradão (8%) and marsupials in dense cerradão (12%).

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INTRODUÇÃO

Os marsupiais, dentre os Mammalia viventes, são considerados primitivos, com

registros fósseis do Cretáceo. Pertencem a Infraclasse Metatheria ou Marsupialia

(sensu latu) por possuírem um desenvolvimento embrionário incompleto devido à

falta de placenta e, ordem Didelphimorphia (Lange e Jablonski, 1998). Uma recente

descoberta de fósseis de marsupiais na Península da Antártica indica que antes da

glaciação, quando a Antártica, Austrália e América do Sul eram unidas, a Antártica

possivelmente e serviu como uma ponte para o trânsito destes animais da América

do Sul para a Austrália (Woodburne and Zinmeister, 1982 apud Einsenberg and

Redford, 1999) o que explica as relações fitogeográficas entre esses continentes do

hemisfério sul.

Atualmente, os marsupiais do hemisfério leste estão confinados à região da

Austrália e Nova Guiné que passaram por uma extensa radiação adaptativa. No

hemisfério oeste, a maior radiação adaptativa dos marsupiais ocorreu na América do

Sul (Einsenberg and Redford, 1999). No mundo, são conhecidas 250 espécies de

marsupiais, distribuídas em nove famílias, sendo a maioria da região oceânica. No

território brasileiro ocorre somente a família dos didelfídeos (Didelphidae), com cerca

de 40 espécies (Silva, 1994).

Os animais da ordem Didelphimorphia são completamente solitários, noturnos

ou crepusculares (Einsenberg and Redford, 1999). Possuem hábitos variados sendo:

terrestres, escansoriais, arborícolas e aquáticos (Marshal, 1978 b; Fonseca et al.

1996 apud Lange e Jablonski, 1998). Alimentam-se de insetos e outros

invertebrados, pequenos vertebrados, algumas frutas maduras e néctar, mas pelo

menos quatro espécies provavelmente comem mais frutas do que proteína animal e

uma espécie come peixe (Emmons, 1997).

De acordo com o trabalho feito por Leite Costa e Stallings (1992) apud Lange e

Jablonski (1998), os marsupiais arborícolas, predominantemente frugívoros, e até

mesmo aqueles que consomem frutas com menor freqüência, têm importância no

ciclo reprodutivo de espécies vegetais, pois agem como dispersores de sementes

por zoocoria. Assim sendo, pode-se dizer que na ausência destes animais, algumas

espécies vegetais as quais as sementes não são dispersas pelo vento, podem até

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mesmo chegar à extinção, pois necessitam destes animais para este fim e para a

quebra de dormência da semente, que ocorre devido ao pH estomacal.

Os murídeos mostram um amplo hábito de vida e características de reprodução

podem ser terrestres, arbóreos e semiaquáticos. De acordo Emmons (1997), suas

características morfológicas estão associadas a fatores ecológicos como clima e

habitat, é a maior família do grupo dos mamíferos com cerca de 1.326 espécies,

dividida em 17 subfamílias. Não há uma chave de classificação compreensiva, ou

uma descrição detalhadas espécies de muitos gêneros pertencente aos murídeos,

desta forma se faz necessário o estudo profundo destas espécies para uma

identificação correta.

O bioma Cerrado contém uma rica comunidade de mamíferos (Johnson et al.,

1999), composto de áreas fitogeográficas distintas, de formações abertas tais como:

campos limpos, campos sujos e campos cerrados; e formações fechadas que são:

cerrado, cerradão (cerrado denso) e mata de galeria (Eiten, 1972 apud Johnson et

al., 1999). É a segunda maior formação vegetal no Brasil, com área de

aproximadamente 20 milhões km2 (Ab’Saber, 1971; Eiten, 1972; Felfili e Silva, 1993;

Oliveira – Filho et al., 1989 apud Johnson et al., 1999), e como a maioria dos

grandes tipos de habitat no mundo, o Cerrado está sendo convertido em sistemas

mais simples devido a atividades humanas (NATURAE, 1996), encontrando-se, em

sua grande maioria, completamente comprometido (Novaes Pinto, 1994), sofrendo

um processo de fragmentação ambiental e, conseqüentemente, uma perda da

biodiversidade ainda incalculável (Costa, no prelo).

As matas de galeria contêm duas vezes mais espécies de mamíferos comuns

às matas úmidas que às outras fisionomias do Cerrado reunidas (Johnson et al.,

1999). Pouco menos da metade das espécies (45%) associadas a esta fitofisionomia

pode ser considerada rara, podendo ocorrer em baixa densidade nas situações em

que são encontradas, ou ter números populacionais um pouco mais elevados, mas

em áreas consideravelmente restritas (Marinho-Filho e Gastal, 2001). Em fundos de

vales, aparecem margeando cursos d’água, com solos sempre bem drenados,

estacionais ou permanentemente saturados, possuindo uma camada lenhosa de

galeria composta de arbustos de cerrado, que formam faixas estreitas, contínuas ou

interruptas (Eiten, 2001). São de grande importância quando comparadas às outras

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fitofisionomias, pois servem de corredores mésicos que teriam permitido a

manutenção de uma fauna característica de formações florestais e sem adaptações

específicas à ambiente xéricos (Mares et al., 1986, Redford and Fonseca, 1986 apud

Johnson et al., 1999), oferecem abrigo para estes animais, que normalmente utilizam

os habitats adjacentes para buscar alimento (Marinho – Filho e Reis, 1989; Alho,

1990 apud Marinho - Filho e Gastal, 2001) e fornecendo habitat dentro do Cerrado

para mamíferos das matas úmidas, pode-se haver um aumento da biodiversidade

devido a sua complexidade estrutural.

Animais que habitam formações abertas estão sujeitos aos efeitos das

flutuações ambientais, por estarem sujeitas a variações climáticas, além disso, são

formações que estão sofrendo grande impacto devido a expansão agrícola e

pecuária. Animais de pequeno porte permanecem restritos a uma determinada área

ao longo de suas vidas (O’Connell, 1981 apud Cordeiro, 1999), sendo assim

afetados diretamente por estes eventos devido à limitação de deslocamento para

refúgio.

As fitofisionomias utilizadas neste estudo são: mata galeria (MG) sendo

caracterizada por acompanhar cursos d’água numa faixa de largura variável; cerrado

denso (CD) possui uma camada lenhosa descontínua, constituída por árvores de até

8 metros de altura, contendo algumas espécies de angiospermas e pteridófitas;

campo cerrado (CC) que contém árvores e arbustos de caule espesso, havendo

ervas, semi-arbustos e gramíneas; campo sujo (CS) sendo um tipo de fitofisionomia

exclusivamente herbáceo-arbustivo, com arbustos e subarbustos esparsos cujas

plantas, muitas vezes, são constituídas por indivíduos menos desenvolvidos das

espécies arbóreas (Ribeiro e Walter, 1998) e ambiente antrópico (AA) área onde

ações humanas destruíram as características naturais das fitofisionomias antes

presentes.

Sendo os mamíferos importantes para a manutenção dos ecossistemas, é

extremamente importante a obtenção de dados para avaliar medidas de

conservação e manejo dos habitats do Cerrado como também a importância da mata

de galeria não somente servindo de abrigo para a fauna, mas também funcionando

como corredores de dispersão para este grupo. Primack e Rodrigues (2001)

sugerem que a diversidade das espécies representa o alcance das adaptações

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evolucionárias e ecológicas em determinados ambientes. Com isso, faz-se

necessário conhecer melhor estes ambientes e sua fauna para se determinar até

que ponto estes encontram-se inter-relacionados.

Uma segunda preocupação com o grupo de marsupiais incluindo a família de

roedores Muridae está relacionada ao fato de os roedores já haverem sido

identificados como portadores de hantavirose e, sendo de interesse para saúde

pública, é importante a realização de levantamentos básicos da ocorrência desse

vírus em populações naturais ao exemplo da área de estudo definida para este

trabalho. Pelo fato dos marsupiais se encontrarem no mesmo habitat dos roedores

(Muridae) e possuírem semelhança no hábito alimentar e de vida, sugere-se o

diagnóstico para o vírus da hantavirose também no grupo dos didelfídeos, apesar de

desconhecer casos em que este grupo seja reservatório do vírus.

O gênero hantavírus é um vírus RNA pertencente à família Bunyaviridae. Duas

doenças humanas distintas de hantaviroses são conhecidas: a febre hemorrágica

com síndrome renal, típica das regiões da Ásia e Europa, e a síndrome pulmonar e

cardiovascular (SPCVH) que ocorre com maior índice nas Américas.

Cada vírus está associado a uma espécie específica de roedor hospedeiro, e

provavelmente, os hantavírus co-evoluiram com os respectivos roedores

reservatórios, (Camargo e Rubio, 2003) sugerindo-se essa especificidade. A doença

pode ser desenvolvida num período de até 42 dias, tendo como período de

incubação de 12 (doze) a 16 (dezesseis) dias. Nos roedores, a infecção não leva a

morte, podendo mantê-lo como hospedeiro / reservatório natural durante toda a vida.

O vírus pode ser isolado em fragmentos de pulmões, coração e rins e eliminados em

grande quantidade, na saliva, urina e fezes, durante longo período (Camargo e

Rubio, 2003).

A transmissão é feita através de água e comida contaminada; por via

respiratória, através de pó das fezes, urina e saliva dos roedores; lesões de pele;

mordidas de ratos e acidentalmente pela manipulação de animais em laboratório

(Chung, 2001). De acordo com Pincelli et. al. (2003) em 1996 na Argentina houve

transmissão interpessoal do vírus – Andes – ocasionando um surto, este foi o único

caso registrado de transmissão interpessoal revelado até nos dias atuais.

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Os sintomas referentes à síndrome pulmonar e cardiovascular são: febre,

mialgias, dor abdominal, vômitos e cefaléia; seguidas de tosse produtiva, dispnéia,

taquipnéia, taquicardia, hipoxemia arterial, acidose metabólica e edema pulmonar

levando a insuficiência respiratória aguda e choque respiratório.

O tratamento se faz com assistência respiratória, hidratação endovenosa e

utilização de aminas vasoativas (Figueiredo et al., 2001). Não existe tratamento

direto para eliminar o vírus, nos casos mais graves e faz-se a internação em

unidades de terapia intensiva.

O crescente aumento de ocorrência dos focos deve-se à modificação

comportamental dos roedores silvestres devido ao desequilíbrio em seu nicho

ecológico causado por ações antrópicas, tais como invasões a áreas rurais e

queimadas de plantações, de cana-de-açúcar, por exemplo. Ferreira (2003)

relaciona o aumento da ocorrência de casos em determinadas regiões, com sua

sazonalidade, uma vez que a maioria dos casos ocorrem em época mais secas do

ano havendo não somente menor disponibilidade de alimentos para os roedores no

ambiente silvestre como também, maior freqüência de queimadas.

No Brasil, desde o primeiro surto, relatado 1993, em Juquitiba – São Paulo –

226 casos já foram registrados pela Fundação Nacional de Saúde (Pincelli et al.,

2003) embora evidências da presença de Hantavírus no Brasil são observadas

desde a década de 70 (Figueiredo et al, 2001). Além de São Paulo, foram

observados casos de SPCVH nos Estados do Rio Grande do Sul (RS), Minas Gerais

(MG) e Mato Grosso (MT), Paraná (PR), Goiás (GO), Santa Catarina (SC), Pará

(PA), Maranhão (MA), Mato Grosso do Sul (MS) e Bahia (BA). No Rio Grande do

Norte (RN) e Pernambuco (PE) houve registro da ocorrência de febre hemorrágica

com síndrome renal.

Estudos com captura de roedores silvestres no estado de São Paulo

mostraram que as espécies Akodon sp. (rato-da-mata), Oligoryzomys sp. (ratinho-

do-arroz) e principalmente Bolomys lasiurus (rato-do-rabo-peludo) têm sido

encontrados apresentando anticorpos séricos para hantavírus e, provavelmente,

seriam os reservatórios destes agentes causadores de SPCVH (Johnson et al.,

1999b; Pereira et al.1999 e Romano-Lieber, 2001 apud Pincelli et al, 2003).

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Segundo El-Khoury apud Ferreira, (2003), Bolomys lasiurus, encontra-se

distribuído por toda região de cerrados do Brasil, sendo a espécie de roedor

predominante. Nos estados do Sul, o roedor transmissor é o Oligoryzomys nigripes

onde casos isolados ou pequenos surtos da doença foram descritos. Já no

Maranhão identificaram a presença deste vírus num roedor de hábitos aquáticos do

gênero Holochilus em uma área onde ocorreram casos da doença, e o consideraram

como provável transmissor desta no local.

Pelo fato da hantavirose ser uma doença infecciosa de alta letalidade, em

algumas regiões do Brasil pessoas, e mesmo governos municipais e estaduais,

adotam uma atitude mais radical, condenando à morte de animais silvestres,

exterminando com todos aqueles que pertencem aos grupos potencialmente

transmissores, sem mesmo saber se são ou não portadores desta doença. A

documentação destes grupos (Didelphidae e Muridae) como sendo ou não

portadores da hantavirose, tem uma implicação grande na conservação destes

animais.

Grande parte da fauna de marsupiais permanece desconhecida, poucas

inferências têm sido feitas sobre a distribuição destes pequenos mamíferos, sua

importância para a manutenção de espécies vegetais e a influência das

fitofisionomias para a fauna.

Devem ser investidos esforços maiores para obter dados que se fazem

necessários para subsidiar medidas de conservação e manejo para este grupo, e a

solução para isto, é entender sua relação biológica com o ambiente e sua situação

populacional atual, justificando-se a necessidade de sua conservação.

O presente estudo visa à compreensão maior dessas características, devido à

crescente fragmentação do Cerrado, por insularização, onde grandes

empreendimentos hidrelétricos contribuem para um impacto local-regional ainda não

mensurado, ocasionando a fuga e morte de animais por predação, afogamento ou

morte natural devido à escassa disponibilidade de alimento e a relação desta fauna

com sua fitofisionomia de preferência. O diagnóstico de doenças patogênicas em

roedores (Muridae) e marsupiais (Didelphidae) justifica-se como uma medida de

controle para determinação da forma e local de contágio, para posterior

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mapeamento dos casos a fim de obter precisão na distribuição espacial e geográfica

e desenvolvimento de ações (ou medidas) de controle.

Este trabalho tem por objetivo realizar o levantamento alfa-taxonômico da

mastofauna de marsupiais (Didelphidae) e roedores (Muridae) da área de estudo e o

relato da ocorrência e preferência de habitats desta mastofauna bem como fazer a

discriminação dos dados biométricos (média, desvio padrão e variância) dos

pequenos mamíferos da área de influencia da UHE Corumbá IV.

METODOLOGIA

CARACTERIZAÇAO DA ÁREA DE TRABALHO

A área escolhida é a bacia de inundação da Usina Hidrelétrica Corumbá IV,

localizada no Estado de Goiás, nos municípios de Luziânia, Abadiânia, Silvânia,

Corumbá de Goiás, Santo Antônio do Descoberto, Novo Gama, Alexânia, por onde

corre o rio Corumbá, estando aproximadamente a 200 km de Goiânia. O trecho

afetado está situado ao longo do Rio Corumbá, que é sub-bacia do Rio Paranaíba.

A barragem se encontra no quilômetro 10 do município de Luziânia, com uma

capacidade instalada de 345 kV, e uma área total inundada de 180 km2 (Figura 1).

Figura1. Processo de construção da Barragem da UHE Corumbá IV.

A UHE Corumbá IV teve seu contrato assinado no início de 2001 com um

consórcio misto (Via Engenharia e Caesb), mas posteriormente foi modificado,

recebendo assim o apoio de Corumbá Concessões S. A. e os inventariamentos

começaram a ser efetuados pela NATURAE Consultoria Ambiental, no ano de 2002.

Em julho de 2003, a obra da UHE Corumbá IV esteve paralisada devido a ações e

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processos movidos contra a empresa Corumbá Concessões S. A. e falta de verbas,

para o fim de realização do inventariamento. Em janeiro de 2004, a obra foi

reiniciada, e os inventariamentos reconduzidos.

O rio Corumbá recebe águas dos rios Descoberto e São Bartolomeu, que

nascem no Distrito Federal. Suas margens sofrem conseqüência de ações

antrópicas como a retirada de areia, desmatamento de matas ciliares, poluição

industrial e atividades agrícolas, causando um grande impacto na extensão do rio.

Com a construção da UHE Corumbá IV, investimentos maiores terão que ser feitos

para o tratamento de esgoto, vindos da vertente do Distrito Federal e de Luziânia

(GO). As áreas susceptíveis a sofrer impacto com a construção da usina hidrelétrica

estão qualificadas como área de influência – AI, área diretamente afetada – ADA ou

área de entorno – AE.

A Área de Influência (AI) – pode ser definida como o espaço físico, biótico e

sócio-econômico que sofrerão algum impacto, podendo assim ser delimitada para

cada fator do ambiente natural e para os componentes culturais, econômicos, sociais

e políticos refletindo o impacto causado mesmo em regiões afastadas da construção

do empreendimento hidrelétrico, pode-se dizer que é a área indiretamente afetada.

Na UHE Corumbá IV, área onde os impactos do empreendimento poderão ser

sentidos, apresenta maior abrangência, compreendendo a bacia do rio Corumbá à

montante dos municípios de Silvânia e Alexânia (NATURAE, 2002a).

Área Diretamente Afetada (ADA) – são áreas afetadas direta e fisicamente,

pelas obras e pelo reservatório (inundação e operação), inclusos acampamentos,

jazidas e vilas com um nível de água máximo com 16.800 ha, no caso de Corumbá

IV.

Área do Entorno (AE) – área imediatamente contígua envolvendo todos os

meios e em função principalmente dos impactos e sua extensão. Na UHE Corumbá

IV esta área é externa ao reservatório, mas com possível probabilidade de sofrer

extensão dos impactos, teve seus limites definidos ao Norte, pela presença da BR –

060; incluindo-se as zonas urbanas de Alexânia e Luziânia, a Nordeste pela divisa

com o Distrito Federal, a Oeste pelas rodovias GO – 474 e GO – 437; ao Sul pela

rodovia GO – 010 e a leste pelo divisor de águas das sub-bacias do córrego

Alagado.

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COLETA

Para a coleta, foram estabelecidas cinco estações por ponto amostral, em

“transects” de 100 m, constituídas, cada um de uma armadilha Tomahawk (Figura 2)

totalizando em 30 (trinta) armadilhas por linha; foram usados tubos de PVC de 100

mm e 150 mm para coleta de marsupiais no dossel arbóreo, com iscas de abacaxi,

pasta de amendoim, emulsão Scotch, paçoca e farinha de milho. Outro tipo de

armadilha foi de “pit-falls” (Figura 3 e 4) com baldes de 20 litros, com padrão “Y” e

“drift-fences” de 4 x 50 metros (Greenberg et al., 1994; Scott, 1994; Heyer et al. 1994

apud NATURAE, 2002b) sendo cada estação, constituída de quatro baldes

enterrados interligados por “drift fences” . Cada tipo de fitofisionomia foi identificada

para as linhas de coleta. No total foram efetuadas 7 (sete) campanhas, em locais

distintos (Anexo 1 - mapa ). O tempo de amostragem de cada campanha realizada

variava de 10 a 20 dias.

Figura 2. Armadilhas Tomahawk.

Figura 3. Armadilhas “pit-fall”.

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Figura 4. Roedor coletado em “pit-fall”.

ANÁLISE DOS DADOS

Foi calculada a matriz de similaridade da mastofauna entre as fitofisionomias,

a partir do Índice de Similaridade de Jaccard, que é um método qualitativo (leva em

consideração a presença e ausência de espécies), calculado através da fórmula:

cba

aS j

onde,

Sj = Coeficiente de similaridade de Jaccard;

a = número de espécies que ocorrem na tanto na comunidade A quanto na B (co-ocorrência);

b = número de espécies que ocorrem na comunidade B, mas que estão ausentes na comunidade A;

c = número de espécies que ocorrem na comunidade A, mas que estão ausentes na comunidade B.

Para construção do dendrograma (agrupamento entre as fitofisionomias) a

partir da matriz de similaridade, foi utilizado o método UPGMA (Unweighted Pair-

Group Method), segundo Krebs (1999).

BIOMETRIA

Após a captura, os animais foram colocados em sacos de pano e conduzidos

ao laboratório provisório instalado no acampamento para obtenção de dados como

peso, sexo, localização específica da coleta, data e mensuração do animal e com a

utilização de paquímetro, foi medido o comprimento total cabeça-corpo-cauda (CC),

o comprimento da cauda (C-Cd), pé sem unha (Pé s/u) e pé com unha (Pé c/u).

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MARCAÇÃO

Foi utilizado uma adaptação do método de Martof (Martof, 1953), onde é feita a

substituição da ablação de dígitos pela aplicação de biopolímeros, respeitando-se

uma numeração própria para cada animal. Posteriormente a soltura foi realizada no

mesmo local onde foi coletado, com o intuito de detectar a realização de recapturas

e determinação dos padrões de ocupação da área de vivência.

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

Foram coletadas amostras de sangue, armazenadas em tubos Eppendorf (2,0

ml) e imediatamente congeladas em nitrogênio líquido. Posteriormente as amostras

serão encaminhadas à Fundação Instituto Osvaldo Cruz (FIOCRUZ) para os

procedimentos de diagnóstico de hantavirose. A análise sorológica mais utilizada é a

imunoenzimática, chamada de ELISA, que separa anticorpos das classes IgM e IgG,

a presença de IgM ou a quadruplicação do IgG em amostras de soro pareadas,

confirma suspeita de infecção. As análises do diagnóstico de hantavirose não foram

possíveis devido ao contratempo ocorrido pela FIOCRUZ em atender a uma ação

direta em emergência epidemiológica não discriminada.

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RESULTADOS

ESPÉCIES CAPTURADAS

Durante o inventário de fauna de Corumbá IV, foram coletados e identificados

146 espécimes de pequenos mamíferos, dentre eles, 79 roedores e 67 marsupiais,

totalizando em oito espécies de roedores e seis de marsupiais (Tabela 1).

pertencentes a 13 gêneros, 2 famílias e 2 ordens.O sucesso de captura referente à

espécie Didelphis albiventris totalizou a 24%, sendo o maior índice de coleta.

Tabela 1. Lista das espécies de pequenos mamíferos capturados durante o inventario da UHE Corumbá IV

ORDEM FAMILIA GÊNERO ESPÉCIE

Didelphimorphia Didelphidae

Didelphis

Gracilinanus

Marmosa

Marmosops

Monodelphis

Didelphis albiventris

Gracilinanus sp.

Marmosa murina

Marmosops parvidens

Monodelphis kunsi

Monodelphis domestica

Rodentia Muridae

Akodon

Bolomys

Mus

Oecomys

Oligoryzomys

Oryzomys

Rattus

Rhipidomys

Akodon sp.

Bolomys lasiurus

Mus musculus

Oecomys bicolor

Oligoryzomys sp.

Oryzomys sp.

Rattus rattus

Rhipidomys mastacalis

DISCRIMINAÇAO DE VALORES BIOMÉTRICOS

O Anexo 2 apresenta os resultados de biometria (média, desvio padrão e

valores máximo e mínimo) para marsupiais e roedores na área de influência da UHE

Corumbá IV.

Relacionando os dados biométricos, com os dados de Emmons (1997) os

gêneros identificados podem ser assim descritos:

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Oryzomys sp. com cerca de 36 espécies e seus valores biométricos (em

milímetros) variam em CC= 100-190 mm, C-cd= 79-210 mm, Pe c/u= 25-40 mm e

peso de 40-120 gramas (g). Os dados obtidos resultaram em três exemplares

fêmeas (n=3) e nove machos (n=9). Para fêmeas o CC varia entre 129-225 mm; C-

cd=94-115 mm; Pé c/u= 19-30 mm e peso 11-40 g. Para machos foram computados

valores para CC= 123-132; C-cd= 50-133 mm; Péc/u= 14-29 mm e peso 8-46 g.

Oligoryzomys sp. com cerca de 15 espécies, com a média de valores

biométricos: CC= 70-110 mm, C-cd= 85-155 mm, Pe c/u=20-30 mm e peso de 9-40

g (Emmons, 1997). De acordo os dados, para fêmeas, com n= 3, o CC= 129-225

mm; C-cd= 94-115 mm; Pé c/u= 19-30 mm e peso 11-40 g. Para machos com n=12,

CC= 117-247 mm; C-cd= 86-125 mm; Pé c/u= 19-29 mm e peso 9-59 g.

Oecomys bicolor com cerca de 13 espécies e valores médios biométricos: CC=

95-175 mm, C-cd= 90-190 mm, Pe c/u= 20-32 mm e peso de 21-88 g (Emmons,

1997). Os dados obtidos para fêmeas com n=4, o CC= 165-270 mm; C-cd= 82-143

mm; Pé c/u= 20-24 e peso 20-59 g. E machos com n=8, revelam CC= 128-301 mm;

C-cd= 96-151mm; Pé c/u= 20-29 mm e peso 18-74 g.

Akodon sp. com cerca de 45 espécies com valores biométricos que variam de:

CC= 90-136 mm, C-cd= 32-92 mm, Pe c/u= 17-28 mm e peso de 19-89 g (Emmons,

1997). De acordo os dados, fêmeas com n=8 obtiveram CC= 100-192 mm; C-cd=

44-98 mm; Pe c/u= 14-21 mm e peso 12-42 g. Machos com n=11 com CC= 104-232

mm; C-cd= 39-131 mm; Pé c/u= 13-27 mm e peso 11-150 g.

Bolomys lasiurus com valores de CC= 03 mm; C-cd= 75 mm; Pé c/u= 25 mm e

peso 35g (Einsenberg and Redford, 1999). Os dados computaram para fêmeas com

n= 5, valores CC= 128-204 mm; C-cd= 58-97 mm; Pé c/u= 17-22 mm e peso= 13-42

g. E machos com n= 11, CC= 146-196 mm; C-cd= 58-78 mm; Péc/u= 15-22 mm e

peso 21-66 g.

Didelphis albiventris com CC=305-437 mm, C-cd= 290-430 mm, Pe c/u= 45-68

mm, Orelhas= 41-60 mm e peso 500-2000 g (Emmons, 1997). Os dados obtidos

para fêmeas com n= 16 são CC= 160-730 mm; Ccd= 128-360 mm; Pé c/u= 11-48

mm e peso 56-640g. E machos com n= 19 com CC= 302-692 mm; C-cd= 141-328

mm, Pé c/u= 26-49 mm e peso 90-745 g.

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Monodelphis domestica com valores CC= 130-191 mm, C-cd= 70-160 mm, Pé

c/u= 17-22 mm e peso de 36-98 g (Emmons, 1997). Os dados para machos com n=

8 computaram em CC= 86-215 mm; C-cd= 35-61 mm; Pé c/u= 8-19 mm e peso 11-

120g. Esses dados não foram discriminados para as fêmeas devido à falta de

exemplares.

Monodelphis kunsi possui a variação de CC= 71-94 mm, C-cd= 41-42 mm, Pé

c/u= 12 mm e peso de 19 g (Emmons, 1997). Para fêmeas com n= 2 obteve-se CC=

96-113 mm; C-cd= 30-32 mm; Pé c/u= 6-8 mm e peso 6-7 g. Machos com n= 2, CC=

101-124 mm; C-cd= 36,9-36,5 mm; Pé s/u= 10-12 mm e peso 5-11 g.

Gracilinanus emiliae possui variação CC= 72-87 mm; C-cd= 128-143 mm, Pé

c/u= 14-16 mm e peso 10 g (Emmons,1997). Para fêmeas com n= 3, a obteve-se

variação de CC= 132-209 mm; C-cd= 79-117 mm; Pé s/u = 12-13 m; Pé c/u= 12-13

mm e peso 7-21 g. Machos com n= 8, CC= 110-203 mm; C-cd= 62-108 mm; Pé s/u=

10-21 mm; Pé c/u= 10-21 mm e peso 6-29 g.

Para Rattus rattus, Mus musculus, Rhipidomys mastacalis, Marmosa murina,

Gracilinanus agilis e Marmosops parvidens, não foi possível discriminar os valores

biométricos devido ao número reduzido de exemplares.

RELAÇAO DE FITOFISIONOMIA COM A FAUNA EM ESTUDO

A mata de galeria apresentou maior abundância e riqueza tanto de roedores

quanto de marsupiais, com relação às demais fitofisionomias (Tabela 2), apontando

assim a importância dessa mata para a preservação da fauna em estudo.

Uma diferença importante observada foi quanto aos roedores, que foram mais

abundantes em ambientes antrópicos do que os marsupiais, com presença de 8%

para roedores e 3% para marsupiais. Os marsupiais apresentaram maior freqüência

em mata galeria (73%) e cerrado denso (12%) enquanto que os roedores tiveram

maior ocorrência em mata galeria (72%), ambiente antrópico (8%) e campo cerrado

(8%) (Figura 5 e Figura 6).

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Tabela 2. Riqueza e abundância de roedores e marsupiais nas fitofisionomias.

TAXA FITOFISIONOMIAS

MG CD CC AA CS

CLASSE MAMMALIA

ORDEM RODENTIA

Família Muridae

Akodon sp. 9 4 4 2

Bolomys lasiurus 10 2 1 3

Mus musculus 2

Oecomys bicolor 10 1

Oligoryzomys sp. 13 2

Oryzomys sp. 7 1 1

Rattus rattus 1

Rhipidomys mastacalis 1

Total 53 4 6 6 5

ORDEM DIDELPHIMORPHIA

Família Didelphidae

Didelphis albiventris 29 4 1 2

Gracilinanus sp. 10 2 2

Marmosa murina 1

Marmosops parvidens 2

Monodelphis domestica 4 3 2

Monodelphis kunsi 2 2

Total 48 8 6 2 2

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Figura 5. Freqüência de roedores nas diferentes fitofisionomias

Figura 6. Freqüência de marsupiais nas diferentes fitofisionomia.

O índice de similaridade de Jaccard revelou valores menores do que 0,50

quanto à presença destes animais nas diversas fitofisionomias, sugerindo que as

Freqüência (%) de marsupiais nas fitofisionomias

MG

73%

CD

12%

AA

3%

CS

3%

CC

9%

MG

CD

AA

CS

CC

Freqüência (%) de roedores nas fitofisionomias

MG

72%

CD

5%

AA

8%

CS

7%

CC

8%

MG

CD

AA

CS

CC

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28

comunidades de mamíferos presentes nestas fitofisionomias podem ser

consideradas diferentes umas das outras.

A fitofisionomia mais similar às matas de galeria em relação à composição de

espécies foi o cerrado denso, (Índice de Jaccard = 0,428) enquanto que campo sujo

se assemelhou com campo cerrado, com similaridade de 0,5 e campo cerrado com

ambiente antrópico, com similaridade de 0,75 (Tabela 3, Figura 7).

Tabela 3. Tabela Jaccard apresentando similaridade de pequenos mamíferos nas diversas fitofisionomias

MG CS CD CC AA

MG 0,181 0,428 0,181 0,181

CS 0,214 0,181 0,450 0,450

CD 0,428 0,000 0,181 0,181

CC 0,214 0,500 0,125 0,750

AA 0,285 0,400 0,250 0,750

Figura 7. Dendrograma de similaridade de pequenos mamíferos nas fitofisionomias.

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HANTAVIROSE

Não foi possível realizar análises sorológicas para hantavirose devido ao pouco

tempo disponível, já que ações de emergências epidemiológicas ainda não

discriminadas tiveram que ser realizadas, pela Fundação Oswaldo Cruz, impedindo

a conclusão dessa colaboração.

Entretanto, um exemplar de Oecomys bicolor (NATM 0047) coletado

evidenciou lesões pelo corpo, sugerindo que este esteja infectado por Leishmaniose

(Figura 8). Entretanto, existe a necessidade de diagnóstico para confirmação desta

suspeita.

A

B

Figura 8. Lesões cutâneas no dorso e ventre de Oecomys bicolor.

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DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

De acordo a distribuição geográfica das espécies de roedores e marsupiais

encontradas neste estudo pode-se observar a alta freqüência destes grupos no

Cerrado, sendo animais comuns neste habitat, corroborando assim com os dados de

Emmons(1997). Parte do estudo esteve prejudicado devido a paralização da obra da

UHE Corumbá IV, impedindo assim a coleta efetiva e significante de espécies para a

realização de análises estatísticas pertinentes.

As análises de hantavirose foram prejudicadas devido à baixa quantidade de

exemplares coletados e problemas operacionais por parte da Fundação Oswaldo

Cruz. As análises serão efetuadas assim que possível. É necessário que se faça um

mapeamento geográfico da distribuição dos casos ocorridos e tomar medidas de

controle necessárias para a prevenção, como a orientação dos moradores,

principalmente rurais, que estão mais suceptíveis à infecção.

Os dados biométricos obtidos neste estudo foram comparados com as medidas

citadas por Emmons (1997) e Einsenberg and Redford (1999) e corroboram com os

resultados apresentados por estes autores para o gênero. Algumas diferenças das

análises biométricas podem ser explicadas pela presença de filhotes e reduzido

número de exemplares na amostra, como é o caso de Oecomys bicolor, cuja

amostra foi de 4 (quatro) exemplares fêmeas e 8 (oito) machos, e o CC mínimo

registrado para as fêmeas foi de 25 mm, enquanto Emmons (1997) cita um tamanho

mínimo de 90 mm.

A situação taxonômica das diversas espécies de roedores coletados é bastante

complexa. Para identificação não leva em consideração somente dados biométricos,

esses valores são gerais e não são significativos para a discriminação das espécies

deste grupo. As descrições taxonômicas incluem diversas características e

atualmente estão muito mais centradas em osteologia craniana e marcadores

genéticos e a tradicional taxidermia.

No grupo dos marsupiais, a identificação de gêneros se torna mais fácil com

valores biométricos (comparando com a identificação de roedores), mas este

também não é um fator determinante, como mostra a chave para gêneros da família

Didelphidae no Anexo 3.

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31

De acordo ao trabalho realizado, conclui-se a importância da preservação

deste grupo para a manutenção do ecossistema, principalmente dos marsupiais que

são dispersores de sementes mantendo assim a conservação de espécies vegetais

em matas galeria. O índice de similaridade de Jaccard demonstrou a relação das

espécies da mata galeria com cerrado denso e de campo cerrado com ambiente

antrópico e campo sujo.

Os dados obtidos com relação a preferência de habitat corroboram com a idéia

de Marinho-Filho e Gastal (2001) onde demonstram a importância das matas

galerias para o fluxo da fauna e a relação com os habitats adjacentes. E, também

com a idéia de Johnson et al. (1999), onde demonstra a preferência da mastofauna

às matas de galeria. Muller-Dombois and Ellenberg (1925) apud Johnson et al (1999)

sugerem, para índice de similaridade de Jaccard abaixo de 0,5 a diferença entre as

comunidades de mamíferos, presentes nestas fitofisionomias. Para roedores, não

existe um padrão de distribuição, mas para marsupiais, fica bem claro a preferência

por mata galeria, devido ao fato que estes são, na maioria, arborícolas, ou

escansoriais, como é o caso de Didelphis albiventris.

As espécies: Rattus rattus (rato-do-telhado) e Mus musculus (camundongo)

são animais exóticos encontrado em zonas urbanas teve ocorrência em mata

galeria, sugerindo a invasão destes animais nos habitats silvestres, gerando assim

uma grande preocupação tanto a respeito da conservação da fauna e seu respectivo

habitat quanto a questão de saúde pública, já que esses animais são reservatórios

de doenças como a leishmaniose.

Na maioria dos casos os programas de conservação da fauna estão

direcionados a espécies de grande porte, de maior apelo popular, subestimando-se

assim a importância de pequenos mamíferos – como roedores, marsupiais e

morcegos - uma vez que espécies tão ou mais ameaçadas acabam sendo deixadas

de lado, aumentando assim seu risco de extinção. Esse grupo sofre o mesmo tipo de

ameaça que os outros grupos, como fragmentação de habitats, poluição, caça e

introdução de espécies exóticas. A sobrevivência deste grupo é afetada

negativamente por causa de suas limitadas habilidades de movimentação e

sobrevivência.

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Paraná, p. 327.

RIBEIRO, J. F. e WALTER, B. M. T., 1998. Fitofisionomias do bioma Cetrrado. In:

Sano, S. M. e Almeida, S.P.de. (Orgs.). Cerrado: ambiente e flora. Brasília:

Embrapa, p. 556.

SILVA, F., 1994. Mamíferos Silvestres do Rio Grande do Sul. 2a edição. Porto

Alegre, p. 241.

Page 35: A FAUNA DE PEQUENOS MAMÍFEROS (MAMMALIA, RODENTIA, MURIDAE; DIDELPHIMORPHIA) DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UHE CORUMBA IV

ANEXO 1

ÁREAS DE COLETA NA UHE CORUMBÁ IV

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ANEXO 2

DADOS BIOMÉTRICOS DE ROEDORES E MARSUPIAIS

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Anexo 2. Dados biométricos de roedores e marsupiais da área de influência da UHE Corumbá IV (mm/ g)

TAXON SEXO CC CCD PÉ-S/U PÉ-C/U PESO

DIDELPHIMORPHIA

Didelphis albiventris

(n=6)

435,21

(180,64)

302,80-692,00

(n=6)

216,93

(85,71)

141,80-328,00

(n=6)

33,38

(7,95)

25,90-44,02

(n=6)

35,38

(10,04)

26,20-49,09

(n=19)

264,86

(168,00)

90,50-745,00

(n=14)

387,14

(137,96)

160,90-730,00

(n=14)

198,24

(68,68)

128,10-360,00

(n=13)

29,56

(8,96)

11,80-43,98

(n=13)

29,85

(8,81)

11,90-48,08

(n=16)

268,18

(194,03)

56,00-640,00

Gracilinanus emiliae

(n=8)

162,91

(31,80)

110,30-203,80

(n=8)

91,73

(17,03)

62,40-108,20

(n=8)

13,02

(3,72)

10,20-21,60

(n=8)

13,45

(3,64)

10,40-21,90

(n=9)

16,16

(6,84)

6,00-29,00

(n=3)

181,63

(42,99)

132,10-209,30

(n=3)

100,96

(19,67)

79,20-117,50

(n=3)

13,03

(0,83)

12,10-13,70

(n=3)

13,40

(0,86)

12,40-13,90

(n=4)

13,52

(6,76)

7,00-21,60

Monodelphis domestica ♂

(n=6)

148,78

(46,69)

86,70-215,60

(n=6)

45,63

(11,64)

35,10-61,88

(n=6)

16,16

(3,68)

10,40-19,70

(n=6)

13,50

(4,49)

8,60-19,90

(n=8)

63,375

(41,46)

11,00-120,00

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Anexo 2. Continuação.

TAXON SEXO CC CCD PÉ-S/U PÉ-C/U PESO

Monodelphis kunsi

(n=2)

113,05

(16,05)

101,70-124,40

(n=2)

36,55

(0,07)

36,50-36,60

(n=2)

11,00

(0,99)

10,30-11,70

(n=2)

11,45

(0,919)

10,80-12,10

(n=2)

8,00

(4,24)

5,00-11,00

(n=2)

104,70

(12,30)

96,00-113,40

(n=2)

31,70

(1,13)

30,90-32,50

(n=2)

7,20

(1,55)

6,10-8,30

(n=2)

7,65

(1,48)

6,60-8,70

(n=2)

6,65

(0,49)

6,30-7,00

RODENTIA

Akodon sp.

(n=8)

160,77

(36,20)

104,10-232,90

(n=8)

72,58

(26,69)

39,30-131,10

(n=8)

17,80

(3,85)

12,80-25,70

(n=8)

18,77

(4,17)

13,70-27,60

(n=11)

46,04

(37,56)

11,50-150,00

(n=8)

144,86

(33,58)

100,60-192,80

(n=8)

69,93

(17,73)

44,70-98,00

(n=8)

17,68

(2,05)

14,70-20,00

(n=8)

18,26

(2,33)

14,90-21,20

(n=8)

19,00

(9,95)

12,00-42,50

Bolomys lasiurus. ♂

(n=10)

168,47

(17,04)

146,80-196,50

(n=10)

69,01

(5,83)

58,10-78,40

(n=10)

18,08

(2,06)

14,50-21,90

(n=10)

18,46

(2,00)

15,10-22,10

(n=11)

35,00

(15,63)

21,00-66,00

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Anexo 2. Continuação.

TAXON SEXO CC CCD PÉ-S/U PÉ-C/U PESO

Bolomys lasiurus. ♀

(n=5)

161,26

(32,18)

128,40-204,00

(n=4)

71,75

(18,02)

58,20-97,40

(n=5)

18,98

(1,72)

17,30-21,70

(n=5)

19,84

(2,40)

17,50-22,60

(n=5)

25,80

(11,78)

13,00-42,00

Oecomys bicolor

(n=8)

224,04

(65,204)

128,18-301,70

(n=8)

131,17

(18,63)

96,40-151,00

(n=8)

24,56

(2,80)

19,80-28,90

(n=8)

25,70

(3,55)

20,00-29,34

(n=7)

54,35

(17,28)

18,50-74,0

(n=4)

178,75

(111,80)

250,00-270,00

(n=4)

123,60

(27,832)

82,40-143,00

(n=4)

11,77

(11,24)

19-23,50

(n=4)

12,37

(11,66)

20-24,60

(n=4)

43,07

(16,66)

20,80-59,50

Oligoryzomys sp. ♂

(n=12)

183,29

(35,62)

117,85-247,00

(n=12)

100,87

(13,40)

86,70-125,00

(n=12)

22,62

(3,03)

19,11-27,13

(n=12)

23,71

(3,59)

19,13-29,76

(n=12)

27,20

(17,95)

9,5-59,00

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Anexo 2. Continuação.

TAXON SEXO CC CCD PÉ-S/U PÉ-C/U PESO

Oligoryzomys sp. ♀

(n=3)

173,76

(48,59)

129,70-225,89

(n=3)

106,56

(10,68)

94,70-115,42

(n=3)

25,03

(4,28)

20,10-27,83

(n=3)

26,14

(6,15)

19,10-30,49

(n=3)

30,33

(16,74)

11,00-40,00

Oryzomys sp. ♂

(n=9)

175,41

(40,45)

123,10-232,60

(n=9)

88,64

(31,65)

50,30-133,00

(n=9)

20,26

(4,58)

13,90-28,30

(n=9)

20,76

(4,64)

14,50-29,20

(n=9)

25,70

(13,79)

8,30-46,00

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ANEXO 3

CHAVE PARA IDENTIFICAÇÃO GÊNEROS DA FAMÍLIA

DIDELPHIDAE

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Chave artificial para a identificação dos gêneros da família Didelphidae,

segundo Lange e Jablonsky (1998).

1. Dobras marsupiais presentes nas fêmeas, ao menos em forma de prega

longitudinal...................................................................................................................2

Dobras marsupiais ausentes........................................................................................7

2. Pelagem espessa entremeada de cerdas compridas e ásperas, fêmea com bolsa

marsupial completamente desenvolvida, mamas em número de 11 a 13, com

disposição em U, uma central e seis de cada lado, focinho longo, pontudo e afilado

com grandes vibrissas, cauda longa, igual ao comprimento CC, preênsil, com base

revestidas de pêlos e o restante nua e escamosa. Incisivos pequenos e cortantes,

caninos grandes e pré-molares e molares com coroas altas e

cortantes.........................................................................................................Didelphis

Pelagem sem cerdas compridas..................................................................................3

3. Animal com uma nódoa clara para cada olho..........................................................4

Animal sem nódoa clara sobre os olhos.......................................................................5

4. Pêlos ao menos na superfície dorsal, curta, espessa e macia, de pontas

totalmente cinzento-prata; focinho pontudo, marsúpio bem desenvolvido; base da

cauda totalmente pilosa em 5 cm da sua extensão, processos pós-orbitais salientes.

Animal com uma nódoa clara sobre os olhos, crista sagital pouco

pronunciada...................................................................................................Philander

Animal com nódoa clara sobre os olhos, pêlos lisos, sem ponta cinzenta-prata,

processos pós-orbitais ausentes..................................................................................7

5. Base da cauda tendo no mínimo 3 cm totalmente vilosa; pêlos lanosos; processos

pós orbitais pronunciados, expandidos lateralmente em forma

triangular......................................................................................................Caluromys

Base da cauda no máximo 2 cm densamente vilosa; pelagem lisa; processo pós -

orbital diferente do descrito acima................................................................................6

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6. Pés com membranas interdigitais, até a extremidade dos dedos, pelagem lisa com

grande manchas escuras sobre o fundo branco. Processo pós-orbital

pontudo;expansão lateral do nasal aproximadamente triangular..............Chironestes

Pés sem membrana interdigital, pelagem do corpo curta; pêlos de cor uniforme, sem

bandeamento; crista sagital pronunciada.....................................................Lutreolina

7. Cauda maior que o comprimento cabeça-corpo (CC)..............................................8

Cauda menor (curta) em relação ao comprimento cabeça-corpo (CC).......................9

8. Cauda comprida, animal com uma nódoa clara sobre os olhos; comprimento da

cabeça-corpomaior que 265 mm, processo pós-orbital ausente.................Metachirus

-Cauda comprida, maior que o comprimento CC; sem nódoa clara sobre os olhos;

CC média menor que 265 mm; processo pós-orbital ausente ou

presente......................................................................................................................10

9. Bolsa marsupial ausente, cauda curta, pouco maior que a metade do comprimento

da cabeça e corpo, pelagem curta e áspera; escamas da cauda não revestidas

completamente de pêlos; cauda curta, pouco mais comprida que a metade do corpo,

quase toda nua e pouco preênsil; 3ºpré-molar superior com raiz anterior exposta em

maior grau que a posterior; dente parecer estar inclinado para trás e é geralmente

maior que o 2º pré-molar superior. O forâmen infra-orbital abre-se acima do 1º molar

ou na divisão entre este e o terceiro molar..............................................Monodelphis

Cauda comprida, maior que o comprimento CC; 3º pré-molar superior parecido na

forma sublingual ou menor que o 2º, o canal infra-orbital abre acima do 3º pré-

molar...........................................................................................................................10

10. Disposição das fileiras de escamas da cauda em espiral....................................11

Disposição anelar das fileiras de escamas................................................................12

11. Caninos inferiores não premolariformes, hipothenar e o quarto dedo interdigital é

separado por uma almofada palmar (calo), pêlos da base da cauda compridos

recobrindo 2 cm ou mais; cauda mais ou menos uniforme colorida ou com manchas,

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com a porção terminal distintamente clara, bordo superior do osso frontal projetando-

se em saliência; processo pós orbital presente; comprimento CC entre 130-200 mm;

cauda entre 170-120 mm; comprimento máximo do crânio 35-50

mm................................................................................................................Micoureus

Caninos inferiores premolariformes; almofadas palares fusionadas; pêlos da base da

cauda não ultrapassam a 2 cm; ao longo das fileiras das escamas caudais, pêlos

laterais bem distintos; fêmeas sem marsúpio; crista lambdoidal ausente; a forma do

crânio estreita e alongada; bulas timpânicas são cônicas com um robusto processo

anteromedial da asa do aliesfenóide; as cerdas medianas interescamas são robustas

e pigmentadas; mamas peitorais e glândulas gulares ausentes, mamas presentes na

região abdominal-inguinal 9 (4-1-4). Tamanho médio CC=90-115 mm, cauda 120-

145 mm, comprimento do crânio 25-32 mm ............................Marmosops

12. Caninos inferiores curtos, mas não em forma premolariformes; mamas peitorais;

fêmeas sem marsúpio; crânio sem processo pós-orbital; glândulas gulares presentes

quase sempre escondidas por causa dos pêlos; dedos dos pés quase ou totalmente

separados, três pêlos por escama usualmente estão presentes, mamas peitorais-

11,13,15; comprimento CC 70-135 mm, cauda 100-155mm; comprimento do crânio

22-32 mm..................................................................................................Gracilinanus

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CORREÇÕES E MODIFICAÇÕES

Tendo em vista a utilização de uma oportunidade oferecida pelo

empreendimento Aproveitamento Hidrelétrico Corumbá IV, o projeto previa o

trabalho com marsupiais e a incidência do hantavírus nessas populações.

Entretanto, em agosto de 2003, por intervenção do Ministério Público a obra foi

embargada por um período de 6 (seis) meses, comprometendo os objetivos antes

almejados. Dessa forma, tanto o objeto (marsupiais) como a análise laboratorial para

o referido vírus foram modificadas na forma apresentada nesse relatório.

Prof. Dr. Nelson Jorge da Silva Jr.

RE 3317 - Orientador