A filosofia de karl marx

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JASON LEVY REIS DE SOUZA TAMIRES GREGÓRIO MENESES VICTOR SAID DOS SANTOS SOUSA VICTÓRIA BENVENUTO DA SILVA CABRAL A BASE IDEOLÓGICA DE KARL MARX SÍNTESE DO SEMINÁRIO

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A Filosofia de Karl Marx

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JASON LEVY REIS DE SOUZA

TAMIRES GREGÓRIO MENESES

VICTOR SAID DOS SANTOS SOUSA

VICTÓRIA BENVENUTO DA SILVA CABRAL

A BASE IDEOLÓGICA DE KARL MARX

SÍNTESE DO SEMINÁRIO

Salvador

2012

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1. INTRODUÇÃO

Karl Heinrich Marx, vulgarmente conhecido como Karl Marx, nasceu na

Alemanha, na cidade de Tréveris, em 5 de maio de 1818. Filho de uma família

pertencente à classe burguesa, desde pequeno conviveu com a religião judaica,

influenciado pelos seus familiares, mas por questões de convívio social estes

acabaram por largar o judaísmo para seguir a religião protestante lusitana. Na

juventude ingressou em várias universidades, sendo que a primeira, a universidade

Liceu Friedrich Wilhelm, foi cursada no ano de 1830 na sua cidade natal. Neste

período foi à eclosão de várias revoluções em países pertencentes ao continente

europeu. Após cursar nesta universidade, foi estudar a área de Direito na

Universidade de Bonn e mais tarde foi para a Universidade de Berlim quando tinha

18 anos, onde conheceu o filósofo que iria exercer grande influência nas suas obras

e nos seus ideais como sociólogo, Georg Wilhelm Friedrich Hegel. A partir de então

largou o curso de Direito que fazia para seguir a Filosofia.

No ano de 1841, após terminar de cursar a área de Filosofia, apresentou sua

tese para doutorado na Universidade de Iena, sendo que o tema abordado tinha

referência ao materialismo de Heráclito e Parménides. Pela dificuldade em continuar

ingressando na sua carreira acadêmica parou os estudos e seguiu a carreira de

jornalista no jornal Gazeta Renana e este emprego possibilitou suas publicações

revolucionárias em prol dos camponeses pobres que moravam na Alemanha.

Devido à proibição da distribuição de jornais da Gazeta Renana Karl Marx foi

obrigado a largar a Alemanha e por consequência a carreira de jornalista que lhe

rendera muitos frutos revolucionários. Neste período, antes de fugir da Alemanha,

reencontra com uma namorada da sua juventude, a linda Jenny Von Westefalen, e

se casa com ela quando ainda estava no auge dos seus 25 anos. Após o seu

casamento teve que se refugiar na cidade de Paris, na França, por causa das suas

ideias revolucionárias em prol do povo, principalmente, contra a divisão da

sociedade em classes ou estamentos. Em Paris continuou sua vida revolucionária

frequentando grupos com pensamentos socialistas e grupos com participação

operária.

Por causa das suas ideias revolucionárias que continuou desenvolvendo em

Paris, as autoridades locais foram obrigadas a expulsar Karl Marx da cidade e do

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país. Mesmo assim não largou suas ideias em prol dos operários e em prol de uma

sociedade mais justa e sem desigualdade social. Sem ter para onde ir, se refugia na

Bélgica e lá continua com suas ideias revolucionárias. Por causa destas foi possível

elaborar e publicar o texto Manifesto do Partido Comunista, em 1848. Mais uma vez

devido a seus pensamentos revolucionários e a publicação deste texto foi expulso

da Bulgária no mesmo ano da publicação, em 1848. Estas expulsos de diversos

países que tentou se refugiar causaram grande exaustão no filósofo e isso fez com

que Karl Marx se exilasse em definitivo em Londres, na Inglaterra. A partir de então

passou seus últimos anos lá até sua morte em 14 de março de 1883.

Mesmo após a sua morte deixou um legado que influenciou na construção de

uma sociedade mais justa e sem desigualdades. Também exerceu influencia em

muitos sociólogos e filósofos e em suas obras, principalmente nas obras de seu

parceiro e amigo Engels. Este último contribuiu para a publicação de um dos seus

maiores livros, O Capital, que contextualiza a sociedade de acordo com os seus

pensamentos socialistas e revolucionários. Neste livro conceitua diversos conceitos

que na visão dele eram de fundamental importância para a construção de uma

sociedade justa, com preocupação coletiva e o mais importante, uma sociedade sem

desigualdade social. Para tal conceituação foi necessário à utilização da sociedade

da época dele, em que a formação social ganhava força por causa do capitalismo,

que dividia a sociedade em estamentos e a partir desta divisão havia um

crescimento assustador da desigualdade. Era esta sociedade que Karl Marx

buscava combater e para tal utilizava seus escritos como base para uma grande

revolução, onde o povo tomaria o poder e estagnaria de vez com a desigualdade e

as humilhações sofridas por eles.

Além de influenciar diretamente os filósofos e os sociólogos da sua época e

após a sua morte, ele foi o responsável por criar uma doutrina que, diferente do

capitalismo, visava à coletividade como ponto ápice para o desenvolvimento da

sociedade e de seus meios de produção, além do Estado participar ativamente

desses meios de produção evitando conflitos sociopolíticos. Na sociedade de Karl

Marx o governo que riria administrar a sociedade seria eleito pelo povo, quebrando

assim como o absolutismo e com a monarquia.

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Apesar da sociedade de hoje não seguir tanto esta sociedade “perfeita” que

Karl Marx desenvolveu, houve grandes avanços em relação ao proletariado, que

hoje possui o direito de escolher que governo eles querem que administrem a sua

nação e principalmente ganharam o direito de receber por aquilo que trabalharam e

o direito de opinião perante a sociedade. Mesmo não tendo muito sucesso, Karl

Marx conseguiu deixar sua marca e isso nunca será esquecido pelos seus

seguidores ou até mesmo por aqueles que nunca ouviram falar em seu nome.

2. BIOGRAFIA DE MARX

Karl Heinrich Marx nasceu em Trier, Prussia, aonde em 1972 se tornaria

Alemanha, foi filho de judeus, logo tinha uma tendência a se tornar rabino, porém

aos seis anos de idade o seu pai se converte ao cristianismo, pois quem era judaico

não poderia exercer dir5eito, somente os cristões. Aos dezessete anos vai para a

universidade de Bonn, fazer direito e seguir a carreira de seu pai, no entanto após

dois anos de estudos, viu-se criando certo desgosto, já que seu desempenho não

era bom, mais tarde percebeu que sua paixão pela área e queria fazer direito e

filosofia.

Para concluir este desejo foi para a Universidade de Berlim. Neste período

Marx era um admirador grande de Hegel e seu pensamento, além sua frieza no

raciocino. Enquanto fazia historia, Hegel fazia uma vertente diferente que era a

teologia. Apaixonou-se por uma velha amiga de infância Jenny, filha do barão von

Westphallen e começou um noivado, se pai não apoiou muito, pois também sentia-

se triste pela mudança de estudos de Marx. Terminou sua faculdade e se formou

doutor em filosofia.

Porém sua fama de filosofo perigoso já estava implantada, com isso nenhuma

escola quis admiti-lo como professor, que era o seu sonho. Aos vinte e três anos

encontrava-se desempregado, mas logo percebeu que se um filosofo não pode ser

professor, pode então se tornar jornalista. Foi nesta época que Marx começou a

fazer algumas publicações para “pequenas revistas” e ao completar vinte e cinco

anos fez parte da redação Rheinisch Zeitunge.

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Alguns anos depois ela foi censurada. Por problemas com o governo Prussiano, foi

para Paris com a sua família, chegando lá conheceu Engels, que era filho de um fabricante

de tecidos e fazia economia ele era voltado a classe mais pobre que a sua, Karl o conhece e

publica na revista Vogue. Suas publicações possuíam sempre um teor contrário a ideologia

alemã, por este motivo na Primavera de 1845, mesmo ano em que lança seu livro sobre

estas ideias seguidas pela Alemanha.

Teve duas escolhas preferiu ir para as Bruxelas expulso de Paris, tem dois filhos, ele

se junta a Engels e lança o livro manifesto comunista, após algum tempo é expulso da

Bélgica e então vai para Londres e vive em pobreza, mas sua esposa mesmo sendo filha

de barão não o abandona. Apesar da ajuda de Engels sua família passa por situações

difíceis, já que possuía sete filhos, após algum tempo dois deles morrem por falta de

saneamento básico, o que entristece3 muito a família como um todo.

Os pensamentos de Marx e Engels iam de contra as de Feuerbach, fazendo

lançar um livro com teses sobre o mesmo, aonde sobre ele de forma critica e que as

vezes ele se esquece que mesmo com este pensamento se tornava parte de outra

determinada sociedade. Como escrito no texto abaixo:

A grande façanha de Feuerbach é: 1. Ter demonstrado que a filosofia nada senão a religião em forma de idéias e desenvolvida pela pensamento; que nada é senão uma outra forma e um outro modo de existência da alienação do homem;ou seja, que é tão condenável quanto;2. Ter fundado o verdadeiro materialismo e a ciência real, fazendo igualmente da relação social ‘do homem ao homem’ o princípio básico da teoria; haver oposto à negação da negação, que se pretendia o absolutamente positivo, outro positivo baseado em si mesmo e fundamentado positivamente por si mesmo. (MARX,2003, p. 173).

Em 1881 Marx perde a sua mulher, que sofreu de câncer o que o entristeceu

muito, pois tinha perdido partes importantes de sua vida e em 14 de março de 1883,

morre aos 63 anos, em Londres, na Inglaterra, um dos maiores economistas,

filósofos, sociológicos e revolucionário que o mundo já viu, veio à óbito: Karl Marx.

3. FILOSOFIA DE KARL MARX

A dialética é para muitos filósofos um espécie de diálogo que melhor

representa a essência da filosofia. De forma geral, a dialética ocorre com a

apresentação de uma tese e antítese que tem por objetivo gerar contradição, o

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resultado de tais contradições gerará a denominada “síntese”, ou seja, o resultado

de tal debate, seja ele a favor da tese ou da antítese.

Segundo Hegel, dialética ocorrerá através da seguinte ordem: apresenta-se

um argumento inicial, a ideia, denominada Tese, após isto, dá-se procedência a

argumentação apresentando uma antítese; o resultado desta argumentação será

uma nova conclusão: a Síntese. Em sua concepção, a história divide-se desta forma

também, em três grandes momentos: tese, antítese e síntese.

Enquanto Hengel apega-se a uma forma mais aproximada da concepção

original desta ideia, Marx irá diferir-se, e muito, deste conceito. O pensamento

dialético irá ser contraditório em relação a realidade, só é possível alterar a realidade

quando se compreende tais contradições, pois somente após compreende-las será

possível alterá-la através da dialética. Porém, Karl fala da dialética sempre em um

contexto de luta de classes, diferentes interesses, que geram a contradição.

4. DIALÉTICA: HELEGIANISMO X MATERIALISMO

O Helegianismo é uma concepção filosófica desenvolvida por Hengel e que se

difere, e muito, do materialismo. Suas concepções tem como base fundamental o

idealismo. A composição do que é real irá negar a realidade individual, o “eu”, ele irá

focar-se não nos aspectos fisicos, materias do “real”, mas sim na realidade

composta pelas ideias, ideais e sonhos. A contrariedade da realidade irá compor-se

assim como sua dialética, haverá uma tese, uma antítese e uma síntese. Será

buscado ainda em sua concepção, a perfeição dentro do real, dentro de nossa

“realidade”. Será buscada a perfeição no agora.

E devido a isso, ele será um defensor incansável da Estrutura Vigente do poder.

Esta terá grande responsabilidade e simbolismo para Hegel. Porém, apesar das

distinções ideológicas quase absolutas entre ele e Marx, há um ponto que irá

assemelhar-se, e muito: as leis do pensamento são as leis da realidade. Ou seja, o

que nós pensamos e concluímos como o certo, será, inegavelmente, o que compõe

nossa realidade. Mas apesar destas concepções em comum, na prática, há uma

grande divergência entre estas concepções.

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Prova disto é o fato da das concepções de Marx, diferente do primeiro, ser baseada

em uma realidade material, física, para que haja de fato realidade, não se deve

acreditar em conceitos “infundados” como Deus, Alma e concepções não materiais

como estas. Há convenção em outro ponto: a realidade é contraditória, porém de

uma forma distinta da pontuada por Hegel. A contrariedade da sociedade dá-se

através das lutas de classes, das contradições internas da sociedade de classes e

as exigências de superação.

5. MATERIALISMO HISTÓRICO

O Materialismo histórico foi elaborado com o objetivo de explicar a história

das sociedades de forma completamente diferente das formas encontradas na

época. Esta explicação revolucionária voltou-se para os aspectos puramente

econômicos, porém, com teor puramente técnico. Este método utilizaria de

documentos e similares para efetuar uma abordagem histórica-crítica volta

exclusivamente aos aspectos econômicos e sociais da época. Marx com este

sistema consegue efetuar uma abordagem nunca antes feita e com alto teor

científico, o que difere de muitos métodos da época.

Para melhor compreender tal conceito, é interessante efetuar-se a seguinte

analogia: a sociedade é um grande edifício, cuja infraestrutura é composta

basicamente por forças econômicas dos mais diversos tipos, a sociedade em sua

estrutura trabalhista, é responsável por efetuar a manutenção, suporte, além de

compor tal infraestrutura. Enquanto o prédio em si, seu corpo, sua megaestrutura,

aliás, sua superestrutura será composta por ideal do povo o qual o compõe seus

hábitos e suas instituições, sejam elas jurídicas, religiosas ou outras. Sendo assim, a

sociedade será composta por uma infraestrutura econômica e uma superestrutura

projetada no plano das ideias, será então o ideal daquele povo.

Porém, o materialismo histórico não é composto apenas por tais conceitos.

Há muitos outros envolvidos neste revolucionário método, como é o caso das lutas

de classes, ideologia, modo de produção, determinismo e socialismo, além de uma

série de outros fatores que aqui serão abordados. Porém, antes mesmo de abordar

tais fatores é indispensável explanar a relação entre a economia e a sociedade.

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Porém, o materialismo histórico não é composto apenas por tais conceitos.

Há muitos outros envolvidos neste revolucionário método, como é o caso das lutas

de classes, ideologia, modo de produção e socialismo, além de uma série de outros

fatores que aqui serão abordados. Porém, antes mesmo de abordar tais fatores é

indispensável explanar a relação entre a economia e a sociedade e para tal, Marx

pontua:

As relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas. Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relações sociais. O moinho a braço vos dará a sociedade com o suserano; o moinho a vapor, a sociedade com o capitalismo industrial.

Com isto, Marx deixa claramente explícito que seu objetivo é, se não outro,

relacionar diretamente a infraestrutura, anteriormente explicada, e a superestrutura.

O reflexo da economia, da forma como as pessoas têm de ganhar a vida, será

diretamente relacionado à forma de pensar. Irá refletir diretamente na

superestrutura, ou se preferir, na superconsciência da sociedade. Sendo assim, a

forma como as pessoas vivem irá influir diretamente na forma como pensam,

especialmente, a forma como elas ganham a vida: o seu trabalho.

6. EXISTENCIALISMOS

Marx pontua que a essência, diferente do que muitos dizem, não nasce com o

ser humano, esta não é algo pré-definido. Pelo contrário, a essência do homem

surgirá e somente será definida ao longo do processo de construção da vida, da

construção de sua História. Sendo assim, a essência será a história do homem.

Porém apesar disto, o homem é incapaz de modelar sua essência a sua vontade.

Apesar, de ser responsável pela construção do ambiente o qual está imerso, o

homem é indispensavelmente influenciado por suas relações sociais, sejam elas

sociais ou profissionais.

Porém, indiferente a sua construção (adequada a sua vontade ou não), nós

sempre seremos os principais e únicos responsáveis por nossos atos: afinal somos

livres. Marx irá fundamentar sua teoria nestes aspectos: a existência humana. Afinal,

este é um de seus objetos de estudo favoritos, o que lhe permitiu desenvolver uma,

também, teoria revolucionária.

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7. CAPITALISMO, SOCIALISMO E COMUNISMO

O Capitalismo é um modo de produção que visa o lucro e para tal explora-se

uma classe: o proletariado. A burguesia, classe dominante (e minoria), impõe-se

sobre uma maioria e não dominante, o proletariado. A exploração ocorrerá de forma

a dar subexistência ao proletariado, sendo as condições mínimas para manter a

exploração desta classe. Sendo que esta disseminará, através da ideologia, seus

princípios com o objetivo de disseminar sua cultura.

Características da Burguesia: Classe social fraca, sofre pressão e tentativas

de boicote, na época de Marx, por aristocracia e, atualmente, pela própria burguesia.

Seja essa burguesia de seu próprio país e concorrência, seja, especialmente, de

outros países, afinal o objetivo é obter o máximo de lucro possível.

Em busca de defender-se dos inimigos, a burguesia por ser uma classe fraca

irá utilizar e aperfeiçoar sua única arma: o proletariado. Isto será uma faca de dois

gumes; ao mesmo tempo em que eles se defendem, eles irão iniciar um ideal de

revolução. O povo, agora, politizado compreenderá a natureza exploratória da

burguesia, o que gerará o ideal de revolução.

Em busca de defesa estes irão unificar, homogeneizar e massificar a

revolução das massas. O que gerará o fim do domínio da burguesia, e com isso

inicia-se a denominada “Ditadura do Proletariado”. O partido político dos

trabalhadores irá ascender, e como medida inicial confisca-se todos os bens

burgueses a fim de torná-los bens comuns ao Estado.

Inicia-se o processo de nova revolução burguesa, tal movimento

desencadeará um processo de extinção de classes, a qual a primeira a ser extinta é

a burguesia. Durante este período de extinção toda a população será sustentada

pelo estado, porém tal sustento será variável de acordo com o seu trabalho e com

seu local de origem

Por fim, todas as classes serão extintas, e isto inclui o próprio proletariado.

Então a população, agora, altamente politizada irá focar-se unicamente em suas

aptidões para trabalhar e manter seu sustento. O que gerará a supressão do Estado,

pois a sociedade agirá como uma grande casa. Cada membro visará o crescimento

familiar e melhoria internos, uns trabalhando e outros zelando por este lar. Mas é

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claro, este processo inigualavelmente único só ocorrerá quando a população estiver

altamente politizada.

8. O SOCIALISMO UTÓPICO

A termologia socialismo utópico está associada as primeiras bases teóricas

sobre o socialismo, que diferente do capitalismo, visava uma sociedade com

igualdade social e sem divisões de classes e que cada individuo fosse responsável

pelos seus meios de produção. Esta surge em meio a as guerras napoleônicas, que

tinha ainda uma influencia do iluminismo da Revolução Francesa e esta prevalecerá

no socialismo utópico, e as revoluções de 1848.

Este tipo de socialismo acreditava que tudo que fazia parte da sociedade

deveria ter sua existência justificada, sendo que o que não tinha esta justificativa

deveria ser abolido desta. Defendia a questão da igualdade e culpava a sociedade

capitalista pelas guerras e desigualdades que esta passava. Criticava a religião, os

sistemas de governos adotados e a ciência.

Os intelectuais que eram adeptos a esta sociologia eram denominados

utópicos, na sua maioria era composto por intelectuais que participavam de reuniões

secretos sobre o socialismo, que tinha como participantes os mais prejudicados pela

sociedade capitalista, o proletariado daquela época.

Marx contesta que as idéias propostas pelos utópicos na verdade não seguia

os padrões da razão que eles reforçam com clamor. Para ele esses ideias eram

tirados da própria consciência destes adeptos a esta sociologia ou filosofia e não

havia um embasamento relacionado com a realidade que a sociedade passava

naquela época, pois era um momento de guerras e conflitos entre o proletariado e a

alta sociedade, tendo como participantes fundamentais a nobreza.

Segundo Marx a sociedade necessitava destas guerras entre proletariado e

os ainda considerados nobres para que houvesse uma consciência por parte dos

dois grupos para se ajudarem mutuamente para modificar uma sociedade

puramente capitalista e fundar uma nova sociedade com basamentos teóricos e

práticos socialista. Nesta sociedade cada qual será dono do seu próprio modo de

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produção, sendo que a função do Estado é contribuir para a estruturação desta

sociedade com este sistema.

9. A SOCIEDADE DE KARL MARX E ENGELS

A Ideologia Alemã foi desenvolvida por Karl Marx e Engels e publicada em

1933, após o término do manuscrito, no intuito de expor suas idéias revolucionárias

sobre o materialismo histórico. A partir daí é dado o início da formação da sociedade

de Karl Marx e Engels, sendo que o capitalismo seria deixado de lado e o socialismo

viria em defesa ao povo, principalmente o proletariado. Para tal texto foram

necessários longos anos de estudos sobre a sociedade daquela época, que vivia em

constantes conflitos sociopolíticos e econômicos. Marx já havia utilizado como tema

de tese em doutorado em filosofia o materialismo. Já Engels estava ainda estudando

sobre o assunto e defendia a mudança da sociedade. Este livro também foi uma

crítica duríssima a filosofia hegeliana, pois para Marx estes colocavam acima de

tudo seus ideais e esqueciam completamente a realidade que a Alemanha estava

passando.

Além deste manuscrito, os dois produziram um livro, O Capital, que

contextualiza esta sociedade “perfeita” definindo alguns contextos que são de vital

importância para o desenvolvimento desta sociedade. Os principais conceitos que

foram enfatizados por Karl Marx e Engels foram: mais valia, alienação, luta de

classes, modo de produção, etc.

O grande objetivo de seus livros era deixa claro que a sociedade não funciona

com um único indivíduo e que as relações desenvolvidas pelo homem eram

puramente trabalhistas. Sem o modo de produção e sem estas relações a sociedade

não iria para frente, pois necessitava dos produtos provenientes desta produção.

Para eles também era necessário que houvesse esta divisão de classes, mas que o

proletariado assumisse o governo e tirasse a tirania que existia por causa da

monarquia e do absolutismo.

Para Karl Marx e Engels a sociedade, antes de tudo, era formulada a partir do

modo de produção, sendo que o homem realizaria tarefas para alcançar o objetivo

de possuir objetos ou materiais que contribuíssem para sua sobrevivência e a de

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seus companheiros. Para tal mantinha relações trabalhistas com outros indivíduos

no intuito de alcançar esses objetivos, mas contribuía para outros indivíduos

alcançarem seus objetivos. Era fundamental esta relação, pois sem ela a sociedade

não seguiria em frente e por conseqüência não haveria a construção de uma

história. O materialismo histórico tem por fundamento a estrutura do modo de

produção.

Para tal modo de produção é necessário que, além da relação fundamental

entre indivíduos de mesma sociedade, haja meios de produção que possibilitem o

alcance de seus objetivos. Estes meios podem ser ferramentas de trabalho, como

furadeiras, vassouras, pás e entre outros, ou podem ser outros meios, como o

dinheiro, os status, a própria relação entre indivíduos e entre outros.

Além dos modos e dos meios de produção se faz necessário a presença de

indivíduos que utilizem meios para executarem as tarefas necessárias para o

alcance do objetivo final. Estes indivíduos irão ser responsáveis por dividirem as

tarefas entre eles e executarem cada uma delas. Estes são denominados a força de

trabalho do modo de produção. Sem eles não seria possível obter modos de

produção eficazes para saciar os objetivos de todos que participam deste trabalho.

Segundo Karl Marx, a sociedade, principalmente a sociedade capitalista, sofre

diversas mudanças, tanto na sua tecnologia tanto no seu modo de produção, e isto

acarreta também na modificação da historiografia daquela localidade, daquela

época, gerando assim o chamado materialismo histórico.

Durante toda a sua trajetória como filósofo e sociólogo, suas críticas

direcionavam-se a uma única forma de sociedade: a sociedade capitalista. Nela

eram formadas as relações econômicas entre indivíduo e coletividade e que juntos,

cada um trabalhando em partes específicas, contribuíram para o desenvolvimento

do chamado modo de produção, que geralmente era capitalista, que visava a

estrutura social, econômica e política que estavam sendo realizados pela sociedade,

no intuito de obter produtos específicos da sua região, proporcionando assim uma

exportação para o mundo inteiro e garantindo uma estabilidade financeira muito

favorável a esta.

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Para que este modo de produção estivesse estruturado eram necessários

dois pontos importantes: os meios de produção, que era os instrumentos tanto

físicos e corporais tanto instrumentos materiais, como é o caso do dinheiro, e a força

de trabalho, que seria responsável por produzir a estrutura do modo de produção

utilizando como auxílio os meios de produção.

Por causa da sociedade capitalista, segundo Marx, a sociedade se dividiu em

classes, sendo que aquela que possuía um status melhor na sociedade e poder

econômico eram considerados a classe dominante e aquela que não detinha de

nenhum poder aquisitivo ou até mesmo de um status na sociedade era considerado

a classe dominada. Ressaltando que estas duas classes travavam muitas batalhas,

pois a classe dominada não aceitava ser explorada e não ganhar pelo trabalho

realizado e a classe dominante queria permanecer com esta estrutura que só tinha

benefícios para eles.

Os trabalhos para a estruturação do modo de produção são divididos, sendo

que cada indivíduo está responsável por uma tarefa, se alienando de certa forma,

pois não irá produzir no modo de produção sozinho. Esta alienação deve-se ao fato

de o indivíduo se focar em seu trabalho especificamente, enquanto as outras tarefas,

por estarem a cargo de outros, faz com que este indivíduo não domine com clareza

como serão realizadas estas outras tarefas que irão contribuir para a estruturação do

modo de produção.

9.1.A IDEOLOGIA ALEMÃ

Antes de adentrarem ao seu tema principal, Marx e Engels buscaram, no

texto A Ideologia Alemã, expor um significado a ideologia, querendo associá-la ao

sentido que estivesse vinculada ao materialismo histórico. Queriam estagnar o

significado de ideologia do mundo da religião ou até mesmo do mundo dos

hegelianos.

Na visão de Marx e Engels, a ideologia estava interligada com o mundo das

idéias, onde o homem pensava, de forma individual, como seria a sua sociedade.

Neste conceito o homem faria sua própria história e sua própria sociedade,

mantendo ou retirando a desigualdade e as relações trabalhistas ou de produção. As

Page 14: A filosofia de karl marx

histórias que ouvimos ou contamos são influenciadas por esse ideal, por essa

ideologia e não são de forma alguma implantadas pelo governo ou pela religião

predominante. Portanto, ideologia seria a forma equivocada de visualizar a

sociedade. É a partir desta visão que a sociedade é construída, tendo divisões

sociais que provocam desigualdades sociais e mantendo relações puramente

trabalhistas, sendo que cada um ficará responsável por uma tarefa e estas se

interligam de forma que um depende do outro para realizar estas tarefas.

Este conceito dado por eles está presente na contextualização dada a alguns

termos importantíssimos para a construção de uma sociedade mais justa e sem

desigualdade social, como foi proposto pelos mesmos.

É importante salientar que esta definição não foi à única que prevaleceu no

marxismo, pois cada pessoa tinha sua definição própria que surgia de acordo com o

momento em que a sociedade estava passando e de acordo com ideais de cada

pessoa. Esta ideologia também poderia ser definida como sendo uma consciência

não mais equivocada, mas sim uma consciência verídica que ocorria na sociedade.

Segundo Marx e Engels, a história não pode ter como embasamento uma

simples idéia ou um simples conceito, como era aceito pelos hegelianos. Esta não

se desenvolvia sozinha e precisa de indivíduos que a construíssem a partir de suas

relações de produção. Para tal realização seria necessário que o individuo

encontrasse condições favoráveis para realizar seu modo de produção, podendo

assim construir relações que poderiam ou não ser com entes familiares ou com

pessoas desconhecidas. O importante é que houvesse esta relação e que desta

pudesse haver modo de produção.

10.EXPERIÊNCIAS SOCIALISTAS PELO MUNDO

Fundada a vertente socialista científica, a Europa entrou em contato com as ideias

marxistas e durante a guerra ocasionada puramente por interesses capitalistas ter

um mundo onde não haja exploração do homem pelo homem era algo maravilhoso.

E pensando na maravilha de uma nação socialista, Vladmir Lênin junto com o

partido Bolchevique lidera um golpe que foi instaurado em outubro de 1917,

Page 15: A filosofia de karl marx

derrubando o governo provisório. Dado esse golpe iniciou-se a ditadura do

proletariado e as guerras civis, nas quais a burguesia tentava reaver o seu

patrimônio no capitalismo e derrubar de vez o socialismo russo. Com a retirada do

exército russo da guerra capitalista, iniciaram-se as negociações do armistício com a

Alemanha que seria firmado no tratado de Brest-Litovsky, porém o presidente da

delegação soviética Leon Trotsky traiu a união soviética e afirmando que o contrato

era demasiadamente desvantajoso para a então recém-nascida URSS ele suspende

as negociações com a Alemanha, que entra em guerra para derrubar o exército

russo sem sucesso, pois em meio ao ataque nasce o Exército Vermelho, composto

pela massiva classe camponesa que se alistou ao ver sinal de perigo e fez as forças

alemãs e de outros países recuarem com efeito, escrevendo o nome na história.

Lênin já havia iniciado a desvirtuação dos ideiais marxistas ao criar e por em pratica

a Nova Política Econômica (NEP) que adotava um misto de ideais capitalistas com

ideais socialistas e funcionava de forma provisória, somente para tirar o povo da

miséria. Com a morte de Lênin em 1924 sem que a NEP tivesse sido encerrada

houve grande depreciação da figura de Leon Trotsky por parte de Stalin e essa

campanha negativa fez com que ele fosse expulso da URSS, mesmo com

seguidores e assassinado no México onde se refugiava por um agente de Stálin.

O mandato de Stálin foi caracterizado pela perseguição e assassínio dos inimigos

políticos do Estado, ou seja, os seguidores de Trotsky e aqueles que não

aceitassem o domínio socialista passivamente. Stalin instaurou uma ditadura que

perdia todo o sentido da ditadura do proletariado descrita nas obras marxistas

O mundo ficou encantado com a organização social igualitária do socialismo sem

brigas e sem assassinatos, todavia essa visão que o mundo tinha do socialismo era

resultado de uma torrente de noticias desencontradas e a supressão das noticias

ruins como os assassinatos e a guerra civil que a URSS enfrentou contra os

burgueses, deixando o país na penúria e exigindo cada vez mais sacrifícios do

proletariado em troca de nada e com a morte de Lênin, as coisas ficaram ainda

piores, pois além de terem um ditador que não assassinava todos aqueles que

tentavam demovê-lo do poder, a camada pobre tinha que se sacrificar em nome do

estado, abrindo mão de toda sua individualidade, virando maquinas que trabalhavam

em nome do desenvolvimento do Estado em troca de um salario e comida, pois

“quem não trabalha não come” como difundiam na URSS.

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Após Lênin e Stalin seguiram dois camaradas. Nikitta Kruschev e Mikail Gorbachev,

sendo que o segundo liderou o processo de abertura econômica da URSS até que

esta voltou a se chamar Rússia em 1994, quando a União Russa Socialista Soviética

caiu para alívio dos países capitalistas.

A União Soviética tinha uma protegida nas terras D’Além-mar, já que em Cuba,

Ernesto “Che” Guevara juntamente com os irmãos Castro findaram a ditadura de

Fulgêncio Batista e implantaram o comunismo em Cuba, tendo como presidente

Fidel Castro e atualmente seu irmão Raul Castro está na presidência do país. As

principais medidas que foram tomadas foi a nacionalização de empresas

estrangeiras, desapropriação das empresas particulares, o que ocasionou revoltas

burguesas que não concordavam com o sistema, e o investimento na saúde e

educação, que tornaram Cuba uma referência em medicina nos dias atuais. O

comunismo de Cuba foi pressionado pelos países capitalistas a abandonar esta

posição e assumir sua identidade capitalista, porém Cuba era sustentada pela União

Soviética e assim conseguiu manter-se pelo tempo que a URSS se manteve viva, e

hoje sofre com a pressão sem arrimo que recebe dos Estados Unidos.

Na China inicialmente houve bastante afinco na ditadura do proletariado que veio no

golpe dado pelo PCC em 1949, quando Mao-Tsé-Tung derrotou o Kuomintang

instaurando a ditadura do proletariado e tomando todas as medidas que

caracterizam o socialismo como tal ele expropriou fabricas das mãos da burguesia,

expulsou os imperialistas do país e iniciou uma revolução cultural na qual o que era

do passado deveria ser queimado e esquecido. Com a morte de Mao o seu

sucessor, Hua Guofeng iniciou o processo de abertura econômica que torna a China

uma potência de um mundo capitalista, porém organizada e governada pelo modo

de produção socialista.