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São Marcelino Champagnat e Venerável Irmão Francisco A FONTE E O RIACHO

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São Marcelino Champagnate Venerável Irmão Francisco

A FONTE

E ORIACHO

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PALAVRA INTRODUTÓRIA

A fonte e o riacho é uma sorte de paralelo entre nosso Fundador, Mar-celino Champagnat (a fonte), e o Irmão Francisco (o riacho) que será seuprimeiro sucessor, “seu retrato vivo”. Nossa Congregação, sob a direçãodo Ir. Francisco, terá um crescimento extraordinário: a fonte torna-se umriacho.O Padre Champagnat e o Irmão Francisco viveram a mesma história, osmesmos começos, partilharam o mesmo ideal, o mesmo carisma, a mes-ma aventura em busca da santidade. Estas páginas os aproximam forte-mente para que todos os dois sejam acolhidos pelos Irmãos com umamesma afeição, mesmo entusiasmo e mesma gratidão.Duas personalidades bem diferentes, no entanto, que colaboram ao má-ximo. É que a santidade é primeiramente obra do Espírito que burilacom paciência e inteligência cada pessoa; é também a invasão do cora-ção e da vida pela força da ressurreição do Senhor. Mas Marcelino eFrancisco testemunham que podemos caminhar para Deus com donsnaturais bem diferentes.O estilo se mostra leve, expressa-se freqüentemente por aproximações,e os textos propostos são breves.Talvez estas páginas possam reforçar na nossa família o hábito de esten-der a todos os nossos primeiros Irmãos, a todos os Irmãos que nos pre-cederam no caminho do amor e do serviço,esta afeição espontânea e for-te que nós trazemos do nosso Pai e Fundador, Marcelino Champagnat.Aforça das nossas origens consolida a identidade marista hoje.

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Na graça da família, uma mãe excepcional . . . . . . . . . . . . . . .7

Um menino precoce . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11

A responsabilidade sobre jovens espaldas . . . . . . . . . . . . . .15

1826 : É então que o amigo se compromete . . . . . . . . . . . .19

A disciplina honra o mestre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23

O que Francisco nos lega . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27

Mas é o mesmo Espírito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .31

Uma longa intimidade com Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35

No rosto, o esplendor da Eucaristia . . . . . . . . . . . . . . . . . .39

Menino privilegiado de Maria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .43

Vos amei sempre ternamente… . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47

A alegria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .51

E o seu pensar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .55

Demissão: 1860 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .59

É o Espírito que faz os santos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .63

Pega um machado….. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .67

Carta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .69

O retrato vivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .73

Prece de um irmão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .75

Gabriel Rivat: Os grandes momentos da vida . . . . . . . . . . .77

Oração para obter a beatificação do Venerável Irmão Francisco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .78

Oração para o ano das vocações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .79

Na graça da família, um pai excepcional . . . . . . . . . . . . . . . . .6

Dificuldade para se formar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10

Assumir as responsabilidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14

1826 : Quando a doença cria o vazio . . . . . . . . . . . . . . . . .18

Dois amigos no caminho da vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22

O que Marcelino nos dá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26

Os dons são diferentes… . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30

Exposto ao sol de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34

Jesus no centro da vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38

Maria : a Boa Mãe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42

Eu não respiro que por vós... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46

A alegria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .50

Amar as crianças… . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54

Morte : 6 junho 1840 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .58

Observando as diferenças… . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .62

Comeremos juntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66

Carta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .68

Um apaixonado pragmático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .72

Prece de um discípulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .74

Marcelino Champagnat: Os grandes momentos da vida . . . .76

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ÍNDICESÃO MARCELINO CHAMPAGNAT

ÍNDICE VENERÁVEL IRMÃO FRANCISCO

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VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

NA GRAÇA DA FAMÍLIA,UMA MÃE EXCEPCIONAL

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SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

NA GRAÇA DA FAMÍLIA,UM PAI EXCEPCIONAL

1. No vilarejo de Maisonnettes, na paróquia de La Va-lla, os Rivat são sobretudo uma família de campo-neses.

2. Faz-se pouca alusão ao pai Jean Baptiste Rivat.

3. A mãe, Françoise Boiron, é um modelo de mãechristã. Ela marcará profundamente o pequenoGabriel por sua devoção marial ; ela consagra acriança a Maria ainda com 5 anos e também porsua disposição a uma ascese voluntária: ela usouo cilício. Muito tempo paralisada, ela ficará sere-na na prova dizendo: « É lá em cima que é preci-so ir ».

4. Este lar terá 7 crianças, 4 meninos e 3 meninas;Gabriel é o último.

5. Os Rivat de uma saúde precária conhecem umalongevidade maior que os Champagnat, vários ul-trapassam os 70 anos, especialmente a mãe Fran-çoise e seu filho Gabriel. (A medicina havia feitoprogressos, nós somos uma geração depois da dosChampagnat.)

6. Gabriel nasceu em 12 de março de 1808. Nele sereflete bastante a imagem da mãe e provavelmen-te também a discrição do pai.

7. Com Napoleão a sociedade francesa não conhe-ceu mais os homens da revolução. Entretanto o

1. Os Champagnat, no lugarejo doRosey, perto de Marlhes, sãouma família de camponeses ede pequenos comerciantes.

2. O pai, Jean Baptiste, é umapresença forte, possui umacerta cultura, é socialmentecomprometido em favordos ideais revolucionários:« Seu pai era um homem debom julgamento, muito instruído para o tempo eo país onde vivia…De caráter prudente, concilia-dor, árbitro nas divergências das pessoas » (p. 2) Étambém o homem apto para todos os pequenosmisteres de uma fazenda.

3. A mãe, Marie-Thérèse Chirat, forma o coração deMarcelino, ela o sustenta sobretudo nos momen-tos de crise. Mulher firme, de sólida piedade, deuma grande devoção à santíssima Virgem, de apu-rado senso.

4. Jean Baptiste e Marie-Thérèse terão 10 filhos: 5meninos e 5 meninas. Marcelino é o penúltimo.

5. Na família uma tia paterna, Louise, irmã de São Jo-sé, ajudará muito a mãe na formação espiritual deMarcelino.

6. Marcelino nasceu em 20 de maio de 1789. Nele se

Para MarcelinoChampagnat,

as citacões sãotomadas

habitualmenteda biografia

escrita pelo Ir.João Batista,

ediçao doBicentenario,Roma, 1989.

Para o Ir.Francisco,as páginasindicadassãotomadas dolivro “IrmãoFrancisco,GabrielRivat:Aalegria deser Irmão”,Roma,dezembro2003.

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imperador está constantemente em guerra e pre-cisa muitos jovens alistados. Dois irmãos de Fran-cisco são chamados do serviço militar.

«Irmão Francisco se identificou de tal forma aoPadre Champagnat que os Irmãos não os dife-renciavam. Quando o Ir. Francisco falava ou es-crevia, era o Padre Champagnat que falava ou es-crevia. » (Ir. Pierre Zind, Conselhos Espirituais doIrmão Francisco, p. 20).

9O R I A C H O

reflete o pai com seu senso social, sua habilidadee suas qualidades práticas, e a mãe com sua firme-za e sua piedade..

7. A França caminha para os trágicos anos da Revo-lução, ainda que os sobressaltos da capital che-guem às regiões rurais amortecidos.

O Irmão Paul Sester faz esta reflexão à leitura destaspáginas : «Colocar estes dois homens em paraleloseria antes colocar em evidência o que os diferen-cia mais que o que os aproxima. São duas perso-nalidades opostas, duas formas de santidade dife-rentes.É um trabalho nada fácil de o realizar… »

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VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

Nós olhamos para Marcelino como

o filho que olha para seu pai,

e aprendemos dele os valores

essenciais.Nele nós vemos:

Um homem de fé que vive na

presença de Deus e vê o mundo

a partir de Deus.Um homem

tomado de amor por Jesus

e Maria.Um homem de oração.

Um peregrino da fé.Um coração

apaixonado por Deus.(Documento

do XX Capítulo Geral, no 15)

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1. Aos 8 anos ele é um dos meninos que seguem oscatecismos do jovem vigário de La Valla e as liçõ-es do primeiro mestre leigo engajado por Cham-pagnat. Marcelino chega à paróquia em 12 deagosto de 1816..Aos 10 anos a mãe, Françoise, o confia ao PadreChampagnat. Ele é o 6.º Irmão da jovem congre-gação.

2. Marcelino lhe dá aulas de latim; ela já sabe ler e es-crever.Ele tem um irmão que é padre, o que podesignificar uma família aberta à cultura.Francisco tem queda para os trabalhos intelectuais.Quando de suaestada em l’Her-mitage, em 1826,ele mostra umgrande interesseintelectual e ad-quire uma boacultura em litera-tura, matemática,ciências naturais,história da bí-blia...Mas tinha di-ficuldade emmanter a discipli-na com os alunos.

3. Tornar-se-á notá-vel em duas áreas:

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VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

UM MENINOPRECOCE

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SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

DIFICULDADE PARA SE FORMAR

1. Marcelino não terá êxitoem seus estudos. Uma bo-fetada do professor dada aum aluno o decide a nãomais voltar à escola. Deci-são firme. « Nascido no cantão deSaint-Genest-Malifaux (Loire), sentipelas penas infinitas que experimenteipara ler e escrever, a urgente necessi-dade de criar um Sociedade que ofereçaàs crianças rurais o bom ensino que osbons Irmãos das Escolas Cristãs oferecem nas ci-dades. » (534).

2. Retoma os estudos aos 15 anos para preparar-separa entrar no seminário. É difícil. Foi-lhe necessá-ria muita vontade e trabalho para continuar seusestudos no seminário onde, no primeiro ano, selhe aconselhou de ficar em casa, provavelmentepor causa dos pobres resultados escolares.Vara asnoites para estudar.

3. Porém, na fazenda, com seu pai, aprende muitascoisas práticas : pedreiro, marceneiro, trabalho nomoinho e criação de ovelhas. O trabalho manuallhe será sempre fácil.

4. Em Marcelino o prático prevalecerá habitualmen-te sobre o teórico. Sua inteligência, seu juízo, suahabilidade são de ordem prática. Isto criou um

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– a medicina, mantendo-se ao corrente das últi-mas novidades: será o enfermeiro dotado e prati-cará esta função toda sua vida. Será uma maneirade manter-se aconchegado aos Irmãos.– uma certa gula espiritual; ele coleciona reflexõ-es de santos que enchem seus cadernos.Suas cartas revelam uma habilidade para escrevere o faz muito. Está atento à formação intelectualdos Irmãos.Abrirá o 1.º escolasticado em 1849.

4. Seu espírito refletido e sua timidez criam uma cer-ta distância. Portanto ele será um Irmão atento edevotado aos outros. Suas cartas e seu trabalhode enfermeiro bem o atestam.

aconchego mais imediato, mais forte e mais fácilcom as pessoas.

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VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

Nós olhamos para Marcelino

como o filho que olha para

seu pai, e aprendemos

dele os valores essenciais:

Nele nós vemos:

Um pai que cuida dos Irmãos

como de seus filhos. Um

homem cheio de vigor e de

ternura, que sabe cultivar

a alegria e o bom humor.

Um coração paternal e

maternal. (Documento do

XX Capítulo Geral, no 15)

É preciso sempre temer

a aquisição da ciência

que infla, se não nos

aperfeiçoamos

ao mesmo tempo na

caridade que edifica.

(Ir. Pierre Zind, Conselhos

Espirituais do Irmão

Francisco, p.74)

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1. Francisco ingressa gradualmente e sob o signo dapreciosidade no mundo das responsabilidades. Di-retor de escola aos 17 anos depois da casa do l’-Hermitage e do noviciado aos 18; secretário e bra-ço direito do Padre Champagnat aos 28. Em 12 deoutubro de 1839 o substitui.Tem então 31 anos.

2. Diretor geral, depois Superior geral de 1852 à1860. Durante 21 anos à frente de um Instituto emrápido cresci-mento, nummundo sempremais exigentepara os educa-dores. Respon-sável tambémde uma con-gregação legal-mente recon-hecida, espal-hada por quasetoda a França eno exterior.Realiza as pri-meiras diligên-cias em Romapara que aCongregaçãose torna de di-reito pontifí-cio.

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VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

A RESPONSABILIDADE SOBRE JOVENS ESPALDAS

1. Marcelino tem27 anos quandoé ordenado sa-cerdote e que éenviado comovigário à La Va-lla.Ali chega em12 de agosto de1816.

2. Em 2 de janeirode 1817, elenão completaraainda 28 anos, efunda a novaCongregaçãodos PequenosIrmãos de Ma-ria. Fundador,formador, eleforja religiosos-educadores. Ele assumirá esta fun-ção durante 24 anos.

3. Ele cria um estilo de educação feita de amor, pre-sença, qualidades mariais e portanto, maternais.Constrói o Hermitage e talha a rocha.Responsabilidade de pioneiro, daquele que abrenovos caminhos : homem de Espírito, carismáticocom os pés no chão.

4. Torna-se atento ao Espírito e aos sinais dos tem-

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SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

ASSUMIR AS RESPONSABILIDADES

O Ir.Francisco é primeiramenteDiretor Geral,de1839 a1852,enquanto oPadre Colin éo SuperiorGeral de todaa Sociedadede Maria;Depois,quando asduascongregacões,Padres eIrmãos seseparam,em 1852,Franciscorecebe otítulo deSuperiorGeral.

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3. Bem cedo ele faz do l’Hermitage um santuáriomarista, o relicário do Fundador do qual ele favo-rece a devoção entre os Irmãos.

4. Mas responsabilidade de disciplina : ele deve serao mesmo tempo fiel e criativo. Será homem dasestruturas sólidas: Regras Comuns, Constituições,Regras de Governo. Homem da Regra: é sua for-ma de atenção ao Espírito e aos sinais dos tem-pos.

5. Aos 52 anos apresenta sua demissão. O ritmo degrande crescimento da congregação permite ver aquantidade de trabalho exigido dos Superiores.Marcelino morre aos 51 anos; Francisco aos 52, jáestá esgotado.

pos para que o carisma e a missão da nova con-gregação sejam mais claros e unidos. Ele esboçauma espiritualidade comprometida..

5. Ele morre esgotado pelo trabalho e doença no dia6 de junho de 1840, aos 51 anos.

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VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

Nós olhamos para Marcelino

como o filho que olha

para seu pai, e aprendemos

dele os valores essenciais:

Nele nós vemos:

Um Pastor que escuta e acolhe as

pessoas. Um apóstolo de coração

inflamado para anunciar a Boa

Nova de Jesus. Um amigo das

crianças e dos jovens. Um

educador que sabe ser

misericordioso e exigente. Uma

pessoa criativa e audaciosa. Um

coração de apóstolo. (Documento

do XX Capítulo Geral, no 15)

Teme-se, detestam-se

os pensamentos,

as palavras se as ações

contrárias à santa virtude,...

e o mesmo para

as palavras e ações contra

a vocação? (Ir. Pierre Zind,

Conselhos Espirituais

do Irmão Francisco, p. 65).

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1. 1824 : Francisco tem 16 anos. Está no l’Hermitageentre aqueles que assumem os trabalhos da cons-trução.

2. 1825 :Com 17 anos é o diretor da escola de Boulieu.Ante esta nova função, ele pede a Marcelino para lheescrever uma oração especial. O Fundador convidaFrancisco a tudo colocar nas mãos de Maria.

3. 1826 : Faz os votos perpétuos e dedica-se total-mente pela jovem Congregação.Tem 18 anos. En-quanto alguns se retiram, ele se entrega.

4. Marcelino cha-ma Franciscopara o l’Hermi-tage para ser di-retor da casa,do noviciado elogo enfermeiroda comunidade.É o primeiroconselheiro deMarcelino e osubstitui nassuas ausências.

5. Então Franciscovive com Mar-celino no l’Her-mitage. Como

1. 1824: Compra da propriedade do l’Hermitage eno mês de maio início da construção da casa.Tra-balho extenuante que Marcelino consegue termi-nar através de muitos esforços.

2. 1825 : mês de maio, a nova Congregação se insta-la no l’Hermitage: grandes necessidades, dívidas,críticas e ameaças de abandono.

3. 1826 : Marcelino cai gravemente doente depois doNatal de 1825. Ele não se restabelecerá nunca to-talmente desta doença.Courveille intriga para ser reconhecido superior edurante a doença de Marcelino ameaça de tudoabandonar, entregando os irmãos aos credores.Terraillon, padre que também fez a promessa deFourvière, deixa o l’Hermitage.

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VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

1826 : É ENTÃO QUE O AMIGOSE COMPROMETE

1826 : QUANDO A DOENÇA CRIA O VAZIOSÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

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Jean Marie Granjon, o primeiro Irmão, abandona aCongregação, Etienne Roumezy, qualificado paraecônomo procura outra vocação.Courveille deve se retirar devido seu comporta-mento escandaloso.

4. O vazio toma conta do l’Hermitage : Marcelino fi-ca só, doente, com dívidas. Jean Baptiste, o biógra-fo, fala do deplorável estado da comunidade.

5. O Ir. Stanislas, - iletrado, mas de grande senso eapreciado em Saint-Chamond,- torna-se o confi-dente, o enfermeiro, o sustento de Marcelino e osalva. Ele reanima a coragem dos Irmãos e permi-te à congregação ultrapassar este momento difícil.

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VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

Marcelino torna-se o homem do l’Hermitage. Alipermanece de 1826 à 1858, depois de 1860 à 1881:53 anos (Ela fica dois anos em Saint-Genis-Laval de1858 à 1860.) Ele será a memória e o santo do l’-Hermitage.

Nós olhamos para Marcelino

como o filho que olha para seu

pai, e aprendemos dele os valores

essenciais: Nele nós vemos:

Um homem que vê para além

do seu tempo. Um homem que no

seu espírito visionário abraça

o mundo inteiro e prepara

missionários.Alguém que vive

seu ideal com tal intensidade que

muitos outros desejam imitá-lo

e viver com ele. Um coração sem

fronteira. (Documento

do XX Capítulo Geral, no 15)

Conselhos a um Irmão DiretorPreocupai-vos especialmente em fazer reinarem vossa casa e sobretudo entre os Irmãos o bom espírito, um grande devotamento aoInstituto,...uma verdadeira piedade, e antes de tudo: a caridade, a humildade, a modéstia,a discrição. Preocupai-vos sobretudo de os prevenir contra a tristeza...Fazei-os lembrar-se, de tempo em tempos,destas palavras do Padre Fundador: " A cruz e as aflições são necessariamente a partilha de todo homem que faz a obra deDeus e que trabalha utilmente na salvaçãodas almas.Aquele, pois, que teme ascontradições... não conhece o mistério da cruznem a economia da salvação das almas,nem os caminhos da perfeição. "O Padre Champagnat dizia que um Irmãodiretor deve todo seu tempo, todo seu talento,todos seus cuidados, todos seus trabalhos à sua comunidade. (Ir. Pierre Zind, ConselhosEspirituais do Irmão Francisco, p. 69-70).

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IRMÃO FRANCISCO

1. Marcelino recebe Gabriel, um menino de 10 anos.Ele será o mestre que forma a disciplina. No inícioele deixa uma vocação aberta, com a possibilidadede ir ao sacerdócio : ele lhe dá curso de latim.

2. Marcelino reconhecemuito cedo o valor doIrmão Francisco.A es-tima se revela pelasfunções que lhe con-fia : seu secretário eseu substituto duran-te suas ausências, de-pois seu sucessor.

3. Marcelino está na ori-gem da confiança queos Irmãos testemun-ham ao Ir. Francisco.Ele manifesta sua ale-gria quando de suaeleição como Diretorgeral. Não exita emdizer publicamenteaos Irmãos : « Aqueleque escolhestes farámelhor que eu. »

« Em La Valla, a maio-ria das famílias tem aimagem do Irmão

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SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

DOIS AMIGOS NO CAMINHODA VIDA

1. Francisco decideser « o retrato vivode Marcelino » e denada mudar do quese fazia no tempodo Fundador. Con-quista a estima dosIrmãos, torna-secarinhoso, maispróximo deles elhes manifesta seuafeto.

2. Ele anota as instru-ções do Fundador,nos deixando per-to de 1.500 páginas onde podemos encontrar osaspetos de nossas origens e do pensamento deMarcelino.

3. De 1819 à 1865 Francisco escreve notas espiri-tuais. Elas refletem 45 anos de história espiritualdos Irmãos, das quais 11 onde o Fundador viven-do com eles é a fonte de sua espiritualidade.

4. A circular sobre o Espírito de Fé, de 1848 à 1853,apresenta a primeira síntese da espiritualidade dajovem congregação.

5. Francisco está muito na devoção que os Irmãostinham ao Fundador:: « Dirigi-vos ao P. Champag-

A DISCIPLINA HONRA O MESTRE

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nat. Ela resolverá tudo com seu Recurso Habitual,a Santíssima Virgem. »

6. O retiro de 8 de setembro de 1840 é um longomemorial de Marcelino; l’Hermitage torna-se osantuário marista, o relicário do Fundador.

7. Em 10 de agosto de 1841, Ir. Francisco pede aosIrmãos para enviar testemunhos sobre o Funda-dor para constituir bases da primeira biografia.

Francisco exposta na parede do quarto comum,ao lado da do Venerável Champagnat.Nestas famí-lias se o invoca diariamente. »

(Testemunho do Ir. Francisco de Bórgia,Summarium, pp. 611-655).

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VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

Com toda evidência,

a intimidade

com Jesus

era o objetivo

da viagem de fé

de Marcelino

Champagnat.

(Circ. Uma revolução

do Coração, pp. 27-28,

6 de junho de 2003,

Séan Sammon, S.G.)

Toda a casa de Notre Dame

de l’Hermitage pode ser

considerada o grande Relicário

do venerável Padre

Champagnat. Foi ele quem

a construiu. Nela morou

durante 16 anos.Tudo aqui

fala dele porque punha a mão

em tudo e dirigia tudo.

(Irmão Francisco, Gabriel Rivat:

A Alegría de ser Irmão, p. 126)

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VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

O QUE FRANCISCONOS LEGA

1. Na sua morte, 1840, Marcelino deixa :• Uma casa mãe: l’Hermitage,• Um noviciado : l’Hermitage,• Um primeiro esquema de Regras: 1837.• 280 Irmãos, 48 escolas, 7000 alunos.• A Congregação está presente nos arredores deLyon e no Norte da França, Irmãos trabalham namissão da Oceania.• Marcelino havia estabelecido vínculos com os Ir-mãos de Saint-Paul-Trois-Châteaux, dirigidos peloPadre Mazelier.

2. Ele deixa um carisma, uma missão, um espírito,uma nova congregação, e muito amor. Ainda hojeo amor recíproco do Fundador e dos Irmãos ca-racteriza a Congregação.

A F O N T E E26

SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

O QUE MARCELINONOS DÁ

1. A sua demissão, em 1860, Francisco deixa:• Uma congregação legalmente reconhecida,(1851).• Cinco noviciados.• O primeiro escolasticado, em 1848, em la Gran-ge-Payre.• Novas Regras Comuns, 1852,• O Guia das Escolas, 1853,• Constituições e Regras do Governo, 1854,• Um novo voto, o de Estabilidade, 1855.• A primeira biografia do Fundador, (Ir. Jean Bap-tiste Furet), 1856.• Uma nova casa geral: Saint- Genis-Laval, 1853-1858.• 2086 Irmãos, 379 escolas, 50.000 alunos.• A congregação está presente em toda França, naBélgica, Inglaterra, Escócia e 19 Irmãos trabalhan-do na Oceania.• As primeiras diligências são tomadas em Roma,em 1858, para o reconhecimento do direito pon-tifício.• Francisco deu à Congregação sólidas estruturas.

O Irmão Pierre Zind, a propósito do Ir. Francisco epara mostrar sua ação no crescimento da Congrega-ção, aproxima nossas estatísticas das dos irmãos dePloërmel:

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Ano Irmãos Maristas Irmãos de Ploërmel

1840 : 280 395

1860* : 2086 935

* Ano da demissão do Ir. Francisco.* Ano da morte de Jean Marie de La Mennais, fundador

dos Irmãos de Ploërmel.

Francisco declara : « Quero ser o retrato vivo do Fun-dador ». Isto se traduz por:• Um primeiro tempo de governo sem mudanças;• Depois enfrentará os acometimentos no espírito deChampagnat, como se Marcelino estivesse presente,mas com inovações.

3. Marcelino tinha dito ao Ir. Stanislas: « Vos previnoque depois de minha morte as coisas andarãomelhor que agora » (p. 233)

A F O N T E E28 29O R I A C H O

VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

“ Eis os quatro meios

de êxito (junto às crianças)

que posso vos deixar como

infalíveis…

Estes quatro meios consistem:

- em amar,

- em se fazer amar,

- em encorajar,

- em nunca desanimar. ”

(Ir. Pierre Zind, Conselhos

Espirituais do Irmão Francisco,

p.77).

A espiritualidade de Marcelino

era eminentemente

transparente.A simplicidade

marcava e caracterizava este

homem. O Fundador era direto,

entusiasta, confiante. Sua

humildade também era

evidente: nunca o descreveram

como alguém pretensioso.

(Circ. Uma revolução

do Coração, p. 28, 6 de junho de

2003, Séan Sammon, S.G.))

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VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

1. Marcelino é de uma natureza generosa, robusta,simpática, que ama e busca o contato.

2. Ele é levado à ação e à prática.

3. Atento às situações humanas e aos apelos deDeus, ele se compromete totalmente e convida osoutros a se comprometer. É-lhe impossível per-manecer indiferente : vive para Deus e para os ou-tros com entusiasmo.

4. É um líder natural, carismático, que conquista fa-cilmente os corações. « De espírito reto, juízoseguro e profundo, coração bom e sensível… Seu

caráter é alegre,aberto, franco, fir-me, corajoso, arden-te e constante…fá-cil, previdente, con-ciliador…Seus ges-tos simples e afá-veis…lhe conquis-tam os corações…»(p. 274)

5. Há uma corrente deafeto recíproco en-tre Marcelino e seusIrmãos. Ele lhes diz:« Nada há nada queeu não esteja dis-

A F O N T E E30

SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

OS DONS SÃO DIFERENTES…

1. Francisco é de umanatureza mais tími-da, recolhida, umpouco fria e distantee de uma saúda maisfrágil...

2. É de uma curiosida-de intelectual. Escre-verá muito, sobretu-do a partir de 1860e coleciona máxi-mas de santos...En-fermeiro eficiente:une saber, afeto eoração.

3. Na vida espiritual parece mais levado à vida místi-ca que Marcelino.

4. É um líder intelectual e místico.

5. Francisco é estimado pelos Irmãos. É eleito Dire-tor geral por longa margem: 87/92. Muitos Irmãosdefinem seu afeto como paterno e materno. Es-creve cartas longas, ricas, num bom estilo; muitasvezes cheias de afeto: « Bem sabeis, Irmãos, quevos tenho sempre ternamente amados.

6. Mostra-se muito enérgico quando os interessesda Congregação estão em jogo.

MAS É O MESMO ESPÍRITO

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7. Homem prudente e sábio, é muito consultado.

8. Francisco faz do l’Hermitage o relicário marista, osantuário do Fundador. Com ele a estima do Fun-dador torna-se memória, devoção e culto.

9. Francisco é o homem da Regra, no sentidonobre da palavra e que é uma outra maneira deescutar o Espírito. Dá uma Congregação quecresce rapidamente as estruturas que necessita:Regras Comuns, Constituições, Regras de Gover-no, voto de estabilidade; estruturas que durarãoum século.

posto a fazer para vosso bem… Estou pronto apartilhar convosco até o último pedaço de pai. »Escreve-lhes cartas curtas, práticas, afetivas.É umverdadeiro pai para seus discípulos.

6. Marcelino é o construtor do l’Hermitage e o ho-mem que talhar a rocha. Enérgico, transmite ener-gia, entusiasmo e generosidade. Sabe conquistaros outros para sua batalha espiritual e humana.

7. Sobretudo Marcelino é o Fundador, o homem deum carisma, de uma missão e de uma congrega-ção : homem da fidelidade ao Espírito.

A F O N T E E32 33O R I A C H O

VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

A vanglória é um ladrão

subtil que nos leva

nossas boas ações

e se introduz tão secretamente

dando seu golpe

sem que nos

apercebamos (Ir. Pierre Zind,

Conselhos Espirituais do Irmão

Francisco, p. 38).

Eis o convite que lhes faço:

ser Champagnat, hoje!

Ousem ser Champagnat!...

O essencial é que os Irmãos

encarnem o Fundador

em suas vidas de consagrados

e tornem-se sinais proféticos

dos valores e da realidade

que constituem a essência

de suas vidas, 7 de abril de

1999 (Ir. Benito Arbués, S.G.)

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VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

UMA LONGA INTIMIDADE COM DEUS

1. É na oração que ele concebe a conclui todos seusprojetos e todas as obras que ele fez. É pela ora-ção que ele começava, continuava e terminava tu-do : « Nunca ousarei empreender uma coisa sema ter por longo tempo recomendada a Deus… »(p. 309).

2. A oração era o ponto capital na formação dos Ir-mãos…Ter o dom de uma sólida piedade era pos-suir todos as virtudes…Um Irmão sem oração éum homem imprestável. (p. 313).

3. « Nada me enterneceu e edificou tanto como apiedade de M. Champagnat ; vendo-o rezar nosconvencemos que era um santo ; os que tiveram afelicidade de viver com ele não podem deixar deser piedosos. » (p. 288)

4. Ele gostava sobretudo das orações da Igreja e aspreferia às outras. (p. 311). Gostava sobretudo dameditação e da santa missa. (p. 315)… « Se fordes

A F O N T E E34

SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

EXPOSTO AO SOLDE DEUS

1. « O Ir. Francisconada empreendiasem ter matura-mente refletido,sem ter rezadomuito e feito re-zar...Ele se reco-mendava a Deus.Examinava comcuidado, consulta-va, tomava tem-po...O Bom Deusera seu grandeconselheiro. » (p.105).

2. « Tornai vossos Irmãos piedosos, vós os tornareisfelizes e vós os salvareis infalivelmente. » (p.122).

3. « Participação abundante do espírito filial de JesusCristo para com seu Pai, a piedade nos dá esteabandono de criança, esta confiança absoluta quenos fazem portadores de Deus, como entre ospais, nossos necessidades e nossas breves penas »(p. 122).

4. « Quem nos livrará desta dureza de coração tãofunesta? Quem nos dará este coração terno, estecoração dilatado que faz amar a lei de Deus, quea faz abraçar com coragem e perseverança? É apiedade. Naturalmente dura e indócil, ingrata e re-

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belde, inclinada ao prazer dos sentidos e oposta àlei do Espírito, nosso coração se converte pelaoração. » (p. 129).

A presença de Deus« Usemos o belo hábito das jaculatórias, que ela man-tém nossa mente e nosso coração continuamente vol-tados para Deus.Retiremo-nos seguidamente no santuário de nossa al-ma, pela fé encontraremos Deus. » (p. 125)

fiéis em fazer a meditação, eu responde pela vossasalvação e...vos tornareis bons religiosos. » (p. 317)

5. « Tenho tal interesse pelos Irmãos…que não pos-so deixar de rezar por eles, e os apresento semcessar a Nosso Senhor e à sua Santa Mãe… » (p.312).

A presença de DeusO exercício preferido do Padre Champagnat era o dapresença de Deus. (Vida p.321)… Fazer freqüentes ja-culatórias e torná-las tão freqüentes que elas façamdo trabalho uma verdadeira oração… (p. 310).

A F O N T E E36 37O R I A C H O

VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

Oh ! que conheceis tão pouco

a bondade de Deus!

Se compreendêsseis

o que é esta bondade,

vossas faltas vos inflamariam

de amor e de contrição;

mas nunca elas vos tornariam

tristes e aborrecidos, porque

esta tristeza vem do demônio.

Porque vos carregais tão

facilmente desta má relíquia?

Que reconhecimento deveis à

tristeza? Ela vos fez alguma vez

algum bem? (Ir. Pierre Zind,

Conselhos Espirituais do Irmão

Francisco, p. 36).

O título de Pai e Fundador não

é simplesmente uma evocação

histórica. O Fundador

é também o depositário de um

carisma cuja resposta torna-se

espiritualidade e missão para

nós. Mais ainda, é hoje que esse

carisma deve se manifestar

a fim de dar a contribuição

de sua riqueza específica.

(Ir. Basílio, Rueda, S.G.,

Circ. de 8 de janeiro de 1968)

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VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

NO ROSTO, O ESPLENDORDA EUCARISTIA

1. « Sua piedade na celebração da missa era admi-rável; sua postura cheia de modéstia, seu ar con-centrado e grave...tudo anunciava os sentimentosque superabundavam em seu coração e a im-pressão profunda que sobre ele tinha a santidadedo augusto sacrifício que ele oferecia a Deus. »(p. 337)

2. « Se compreendêsseis os benefícios imensos daEucaristia...(p.338).Se soubéssemos quanto as visitas ao Santíssimonos são proveitosas, estaríamos constantementeprostrados diante do Santíssimo...» (p. 333)

3. Jesus no Santo Sacra-mento era seu refúgio;é aos seus pés que eleexaminava o que deviafazer e nunca tomoualguma decisão, aindaque de pouca relevân-cia são lha ter reco-mendado. (p. 334).

4. Tornar Jesus Cristoconhecido, fazê-loamar, eis o fim de vossavocação e a finalidadedo Instituto...A religiãoconsiste em conhecerJesus Cristo. (p. 340).

38

SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

JESUS NO CENTRODA VIDA

A F O N T E E

1. É sobretudo na comunhão que nos unimos inti-mamente a Jesus, nos tornamos um mesmo cor-po e uma mesma alma com ele, que vivemos suavida, que ele nos comunica sua pureza, sua hu-mildade, sua santidade, todas as virtudes. (pp.122-123)

2. Buscava junto ao Santíssimo a solução de suas di-ficuldades. (89).

3. Aquele que conheceu Jesus Cristo...não mais esta-rá atento aquilo que o acomoda ou lhe causa pe-na...ele não pensa que se apegar a Jesus Cristo.(p. 134)

4. Aproximemo-nos de Jesus pelo conhecimento eamor, mas especialmente pela imitação. (p. 134).

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5. Quando Francisco voltava da comunhão um sor-riso extraordinário esplendia de seu rosto.« Qualquer coisa que o aproximava do sobrena-tural e que parecia produzir-se naturalmente.» (p.62)

6. A vida me seria insuportável se nada tivesse quesofrer pelo nome de Jesus Cristo. (p.129).

5. Quando Marcelino, antes da comunhão dizia: « Eiso cordeiro de Deus”, tinha-se a impressão que elevia Jesus. (p. 290).

A F O N T E E40 41O R I A C H O

VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

Todos os cristãos

são como pintores

que devem copiar Jesus Cristo.

Preciso que seus olhos

estejam atentos a este

divino original,

a fim de expressar neles

mesmos os traços

de suas virtudes.

Fazei o teste e reconhecereis

logo que a contemplação

e seus mistérios e o exemplo

de sua vida,

como um admirável painel,

farão de vós uma perfeita

cópia deste divino Salvador.

(Ir. Pierre Zind, Conselhos

Espirituais do Irmão

Francisco, p. 23).

Nós nos sentimos chamados

a centralizar,

apaixonadamente,

nossas vidas

e nossas comunidades

sobre Jesus,

como Maria.

(Documento

do XX Capítulo Geral, no 18)

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IRMÃO FRANCISCO

MENINO PRIVILEGIADODE MARIA

1. Devoção presentedesde sua mais tenrainfância. (p. 341).Veio-lhe da sua mãe e desua tia paterna (Loui-se) :

2. Foi aos encontroscom Maria, aos pés deseus altares, que elecompreendeu queDeus o queria santifi-car. (p. 341). … Foi nu-ma das visitas à Mariaque lhe veio a idéia defundar a Congrega-ção...e de lhe dar seupróprio nome que lhe havia inspirado o projeto.(p. 342).

3. Ela é a Boa Mãe, o Recurso habitual. Aquela quetudo fez entre nós, a Primeira Superiora. Ele vêMaria como sua Mãe e o caminho que leva a Jesus.(p. 341)

4. Seu lema: « Tudo à Jesus por Maria e tudo à Mariapara Jesus ». (p. 341).

5. Tudo no Instituto deve pertencer à Maria, tudodeve ser utilizado para sua glória. (p. 346).

A F O N T E E42

SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

MARIA :A BOA MÃE

1. Nascido num sábado...morto num sábado… Suamãe o consagra a Maria quando tinha cinco anos,depois o reconsagra freqüentemente e no diaque o entrega a Marcelino Champagnat... Fran-cisco se considera filho privilegiado de Maria. (p.41).

2. No dia da Imaculada, resolvi buscar a perfeição emtodas minhas ações.. (p. 46).

3. Vamos a Maria com toda confiança, porque não hánada que ela não possa sobre a mente de seu Di-vino Filho que é para ela que ela dispõe dele, queela usa de seu poder como duma coisa que lhepertence e que ela aplica a quem ela deseja, tantoJesus ama Maria e de um amor que é o princípio

deste poder. (p. 44).

4. Rezar para a amável Mãede Deus, estrela da man-hã, e minha boa mãe, deconduzir ela mesma obarco que ele me con-fiou. (p. 46).

5. « Trabalhar para formarem nós Jesus em nós eem nossos alunos; terpor nossos Irmãos enossos alunos a mesmaafeição que Maria por

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Jesus, escutar e conservar em nosso coração a pa-lavra de Deus como Maria, levar, como Maria, umavida oculta. » (p. 43).

6. Desde 1830 a Salve Rainha será cantada todas asmanhãs para colocar a Congregação sob a prote-ção de Maria e lhe testemunhar nossa confiança.(p.351). O “Lembrai-vos da neve” é um dos maisbelos testemunhos da proteção da Boa Mãe. (pp.352-354).

A F O N T E E44 45O R I A C H O

VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

“É do coraçao de Maria

que sai o sangue

que vivifica o de Jesus

e è do coraçao de Jesus

que sai a graça

que santifica

o de Maria.”

(Irmão Francisco, Gabriel

Rivat: 60 anos de historia

marista, p. 341)

Eu convido cada Irmão

e cada comunidade a empreender

uma peregrinação espiritual

para nos reforçar no Carisma

do Fundador que continua

para o mundo uma graça

sempre atual.

Eu estou convicto de que todos nós

encontraremos alguma coisa boa

“para o corpo e para a alma”,

alguma coisa

que inflame em nós

a paixão por Champagnat.

(Ir. Charles Howard, S.G., 1989)

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VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

VOS AMEI SEMPRE TERNAMENTE…

1. Um pai não amou mais ternamente seus filhos queo Padre Champagnat amou seus Irmãos: “Soismeus queridos Irmãos, objeto especial de meu ca-rinho; todos meus votos, meus desejos são paravossa felicidade...» (437)

2. « Sabeis que não respiro senão por vós, que nãohá nenhum verdadeiro bem que não peço a Deuspara vós todo dia, e que estou na disposição devos procurar ao preço dos maiores sacrifícios. »(p. 438).

A F O N T E E46

SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

EU NÃO RESPIROQUE POR VÓS...

1. Eis-me à testa de meus Irmãos para os amar e osquerer com entranhas de pai, para ser sempre eem toda parte guia e modelo... (Irmão Francisco, Ga-briel Rivat : 60 anos de história marista, 73)

2. Estimados Irmãos, transferindo para outro as pe-nosas e importantes funções que já não podiamais exercer, sinto que meu afeto, meu apego avós e minha solicitude por tudo que respeita avantagem do Instituto, não diminuirão nunca, maspelo contrário, aumentarão enquanto Deus aquime deixar...Com efeito, enquanto esteve durante 20 anos àfrente de uma Sociedade tão querida e interes-sante como a Sociedade dos Pequenos Irmãos deMaria, quando tivemos relações tão freqüentes,tão íntimas, tão agradáveis com os membros quea compõem, poderíamos esquecê-las? Sim, meusqueridos Irmãos, tenho-vos amado ternamentesempre e vos amarei sempre. Sim, vossa lembran-ça estará sempre em minha lembrança e não dei-xarei nunca de me interessar por vós... » (Circularpara anunciar a eleição do vigário: Louis-Marie,1860)

3. Frases que caracterizam a correspondência do Ir.Francisco:« Eu vos amo, bem sabeis que vos amo e que nãodesejo senão vosso bem. »« Sabeis que vos amo muito e que desejo arden-temente vosso progresso na perfeição. »

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« Sabes, meu estimado irmão, que te tenho sem-pre amado ternamente. »(Irmão Francisco, Gabriel Rivat : 60 anos de históriamarista, p. 215.)

3. « Uma mãe não tem maior ternura por seus filhosque ele não tinha por nós. » Ir. Lourenço. (pp. 336-437).

4. “Prezadíssimos Irmãos, eu lhes peço com todo oafeto de minha alma e por todo o afeto que vocêstêm por mim: esforcem-se para que se mantenhasempre entre vocês a santa caridade. Amem-seuns aos outros como Jesus Cristo os amou. Quehaja entre vocês um só coração e um só espírito.Que se possa dizer dos Irmãozinhos de Maria co-mo dos primeiros cristãos: Vejam como eles seamam!” É o voto mais ardente do meu coraçãoneste último instante de minha vida..” (TestamentoEspiritual).

A F O N T E E48 49O R I A C H O

VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

Nós queremos nos salvar,

mas sem que isto nos custe nada;

nós não queremos queimar

eternamente no inferno,

mas queremos também

todas as comodidades

da terra.

Queremos ter o mérito

e a recompensa da pobreza,

sem nada nos faltar;

da castidade, sem nos mortificar;

da obediência fazendo

o que nos agrada.

Consentiremos em viver na religião,

contudo que estejamos melhor que no

mundo e mesmo que sejamos muito

melhores. (Ir. Pierre Zind, Conselhos

Espirituais do Irmão Francisco, p. 39).

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VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

A ALEGRIA

1. Seu caráter era alegre, aberto, fácil, previdente econciliador...« Ele é tão bom, ela sabe tudo conciliar… » (274)

2. O que havia de mais amável no caráter do PadreChampagnat é que era sempre o mesmo.As con-tradições, as provas, os cansaços...nada alterava apaz de sua alma e a serenidade de seu rosto... nun-

A F O N T E E50

SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

A ALEGRIA

1. Nunca vi o servo de Deus perder a calma quepossui aquele que busca em tudo a vontade deDeus...Nenhum acidente ou insucesso o abala-va...Nunca se desencorajava, pelo contrário, maisdificuldades tinha, maior era sua confiança...Em ca-so de fracasso espera o momento de Deus. (89).Doente, teve também seus momentos de impa-ciência.

2. Não vos aprisioneis por vossos alunos.Tendes ne-cessidade de vossas recreações.Vale mais que vos-sos alunos aprendam menos e que se apeguemaos Irmãos e os amem do que se ele se recreas-sem e achassem que os Irmãos os tratam dura-mente para os fazer trabalhar. (Irmão Francisco; Ga-briel Rivat : 60 anos de história marista, p. 222.)

3. « Sede atentos: nunca tristeza, nunca amuo, nuncataciturnidade, mas sempre e aconteça o que acon-tecer, doce alegria, santa alegria, igualdade de hu-mor, perfeita resignação. » (Carta de 1853 – Con-selhos espirituais do V. Ir. Francisco, p.35 – Pierre Zind)« Cuidai para nunca perder a paz da alma nem aalegria do coração. » (Ibid. p. 36) « Sabei que fareismuito e bem melhor indo a Deus com alegria, sim-plicidade e confiança como um filho vai ao seu paido que vos deixando dominar pelo temor...Estetemor excessivo fecha o coração e nos esfria nocaminho da perfeição. » (Ibid. p.36)

4. Quando o servo de Deus vê seu coirmão presode uma melancolia obstinada, ele tinha condes-

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cendência, até cantar um canto humorístico e nãose retirava senão depois de ter conseguido um so-rriso e uma palavra religiosa de confiança. (p. 100)

ca se o viu triste e desencorajado... (274).

3. Para conservar entre os Irmãos esta alegria de al-ma e esta alegria doce e modesta que ele se es-forçava de lhes inspirar, o Padre Champagnat lhespermita jogar durante os recreios, e preferia vê-los entregar-se a estes jogos inocentes antes queos ver conversar e passear...Ele mesmo jogava al-gumas vezes com os Irmãos. (p. 278).

4. Numa viagem que fazia a pé com um Irmão, comoeste parecia triste...Marcelino tentava erguer-lhe acoragem e de o animar...Entoou o hino Mementosalutis auctor, que ele canta sozinho repetindo trêsvezes a estrofe, Maria, Mater gratiae… e oferece aeste irmão um refrigerante. (275)

5. A tristeza cabe aos demônios e aos religiosos dese alegrarem porque eles são os filhos deDeus...Depois do pecado, não a nada pior e maisperigoso que a tristeza e o mau humor. (278).

A F O N T E E52 53O R I A C H O

VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

Sabeis,

não é o sucesso,

mas o trabalho

e a boa vontade

que Deus recompensa.

Eis a vantagem

de trabalhar para Deus.

Eis porque

os santos estavam

sempre alegres,

sempre em paz,

sempre felizes.

(Ir. Pierre Zind, Conselhos

Espirituais do Irmão

Francisco, p. 75).

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1. Para ter êxito com ascrianças é preciso fazer-seamar e respeitar. Quandoos alunos amam o Irmãoque está com eles, eles sesentem contentes e feli-zes com ele e não farãonada para lhe causar pe-na; quando eles o respei-tam, sua presença osmantêm na ordem e mo-dera sua leviandade e dis-sipação natural. Para se fa-zer amar é preciso amar;deve-se estar no meiodos alunos como um paientre seus filhos. É preci-so que eles percebamque se os amam, que seinteressa por tudo quan-to respeita sua saúde,suas dores, suas alegrias,seu trabalho, seus diverti-mentos, é preciso teste-munhar que estamoscontentes de estar comeles e que não desejamossenão o seu bem espiri-tual e temporal. (Ir. Francis-co : 60 anos de história ma-rista, p.159.)

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VENERÁVEL

IRMÃO FRANCISCO

E O SEUPENSAR

1. Marcelino Champagnat é um educador nato... Osegredo de seu sucesso como educador reside nasua simplicidade de contatos e a confiança quetinha em seus jovens discípulos. (A missão educati-va marista, p. 30-31).

2. Para Marcelino o coração da missão é de “dar aconhecer e amar Jesus Cristo. » (A missão educati-va marista, p. 51, e Const. 2). «Não posso ver umacriança, sem sentir o desejo de ensinar-lhe o cate-cismo, sem desejar fazer-lhe compreender quantoJesus Cristo a amou. » (Const. 2).

3. « Para bem educar as crianças é preciso amá-las eamá-las todas igualmente. » (550)

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SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

AMAR AS CRIANÇAS…

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2. O Ir. Avit, um Irmão muito inteligente, é nomea-do Visitador das escolas. Entre muitos conselhossábios o Ir. Francisco lhe escreve: « Nas visitas àsaulas, vede de nada dizer diante os alunos quepossa causar dano aos Irmãos se há algo para co-rrigir...Não deveis mesmo repreender ou fazerobservações a nenhum aluno diante dos outros,mas o repreender em particular e lhe falar de co-ração para coração, isto é, com bondade e doçu-ra. » (Ir. Francisco, Gabriel Rivat: 60 anos de históriamarista, p. 140.)

3. Francisco é reflexivo e calculista.

4. É preciso viver com as crianças; princípio da pre-sença. (Missão educativa marista, p. 61)

5. Uma presença com características maternas deMaria. (A missão educativa marista, p. 66). « …ela éa Mãe de todas sas crianças que estão em nossas es-colas.. » (Carta ao Ir. Barthélemy)

5. Uma presença educativa onde domina o espíritode família. (A missão educativa marista, p. 63).

6. Marcelino é franco e espontâneo.

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IRMÃO FRANCISCO

SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

Alimento os sentimentos

de afeição os mais

cordiais e em união

com vossas orações,

na capela, na casa

ou sobre o túmulo

do Padre Champagnat,

vosso todo devotado

Irmão Francisco.

(Ir. Pierre Zind, Conselhos

Espirituais do Irmão

Francisco, p. 25).

Do mesmo modo, Marcelino era

reconhecido por sua simplicidade.

Nele, não havia nenhuma malícia.

Era direto, honesto, discreto e

encorajava seus Irmãos a

desenvolverem as mesmas

características. O Fundador era sem

ambigüidade: da mesma maneira

como a pobreza caracteriza um

Franciscano, a simplicidade deveria

caracterizar cada Pequeno Irmão

de Maria e, de fato, ela caracteriza

hoje a vida de todos aqueles que

reivindicam seu carisma.

(Mensagem de Séan Sammon, S.G.,

06 de junho de 2004)

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IRMÃO FRANCISCO

DEMISSÃO: 1860

Marcelino morre aos 51 anos, esgotado pelos trabalhose pela doença. Escrevendo aos Irmãos que estavam naOceania, o Ir. Francisco tem esta frase:

«Vos admirareis, N.T.C.F., de não ouvir falar daquele quenos chamamos nosso Pai e nosso Superior. Eis seis mesesque o bom Deus o levou deste mundo...Sua última doen-ça o debilitou e abateu de tal maneira que ele não pas-sava de um esqueleto vivo. Sua morte, como sua vida, foiedificante .»(Carta de 20 de novembro de 1840)

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SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

MORTE : 6 JUNHO 1840

Francisco demitiu-se aos 52anos por causa de sua saúdedebilitada. O Ir. Francisco deBórgia, assistente geral dotempo do Ir. Diógenes(1920-1942), em seu teste-munho escreve:«Não é de admirar-se que asaúde deste modesto operáriodo Senhor estivesse enfraque-cida e mesmo comprometidaaos 52 anos. Depois de muitotempo o Ir. Francisco sofria dedores de cabeça. As dificulda-des, as inquietações, as ocupa-ções, as solicitudes não lhe dei-xavam nenhum sossego.As do-res de cabeça tornaram-secrônicas e atingiram tal estado que ele pediu para deixaro governo do Instituto.… » (Cf. Positio sobre as virtudes. p.611-655).

Sentimento das pessoas com sua morte.Com sua morte… « O reflexo da glória do céu eratão evidente que todos desejavam tocar-lhe os obje-tos de piedade.Todo domingo o local não se esvaziou.O Padre Rabier, na missa, tinha sugerido de rezar pe-lo defunto, mas sobretudo, ele se recomendava à ora-ção “de uma alma tão justa”.

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Nos dias dos funerais fazia muito frioe havia 20 cm de neve...O Ir. Stratonico ali estava com outros Irmãos « feliz e reconfortado pensando estar nos funerais de um santo que se iria assistir.(Ir. Francisco, Gabriel Rivat,60 anos de história marista, p. 370)

Sentimentos das pessoas com sua morte.« O sentimento de dor foi moderado pela convicçãoem que cada um tinha de que seus sofrimentos forammudados em imensa glória...Ao seu lado estava-se àvontade; estimava-se a observá-lo e a lhe beijar ospés. » (255) « Choremos um terno Pai, um digno Superior e Fun-dador, um padre santo, nosso apoio, nosso guia e nos-so consolador...Sua morte, como sua vida, foi cheia deedificação e não duvidamos que ela tenha sido pre-ciosa aos olhos de Deus. » (Ir. Francisco) (257).

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IRMÃO FRANCISCO

É O ESPÍRITO QUE FAZ OS SANTOS

1. De constituiçãorobusta ; estatu-ra: 1,79 m,

2. Na família o pai éuma presençaforte, portadorade uma certacultura, é social-mente envolvido.A mãe está pre-sente, decisivanos momentosde crise...Formao coração deMarcelino.Família de camponeses, de pequenos comercian-tes, aberto ao compromisso social.

3. Marcelino sofre nos estudos.

4. Marcelino fez parte do grupo alegre que freqüen-ta, uma que outra vez, o café do vilarejo.

5. Assume várias responsabilidades aos 27 anos: vi-gário, depois fundador...

6. Líder natural: nele domina segurança, energia, açãoe afeto: construtor de casas e homens.Tem o domda amizade, cria laços de pai para filho com os Ir-mãos.Afeto espontâneo, manifesto. Caráter alegre,cultiva o sério. Sua vida será ativa, densa, curta.

A F O N T E E62

SÃO MARCELINO

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1. De constituição fraca: doentio.

2. Na família o pai não aparece.A mãe é uma personalidade marcante, espiritualque passa para a alma de Francisco.Família nitidamente camponesa...Profundamentecristã: um irmão padre, uma irmã usa o cilício, co-mo a mãe também; um sobrinho padre.

3. Francisco estuda latim aos 10 anos… Será sempreprecoce.

4. Parece ter tido uma ascensão espiritual constante,conservando a inocênciabatismal.

5. Assume várias responsabi-lidades aos 17 anos: dire-tor de escola em 1825, emBoulieu.

6. Líder intelectual, propensoà reflexão, ao recolhimen-to e à contemplação; con-sultado como homem deconselho e saber. Sériopor natureza, cultiva a ale-gria. Prefere a ação que seinsinua.Vive os traços desuperior à inferior, de en-fermeiro a de doente mas

OBSERVANDO ASDIFERENÇAS…

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com ternura. Respeita a natureza e tem senso deecologia.Vida discreta, ativa, longa: 72 anos

7. Sensível ao detalhe, à regra, ao silêncio, sem negli-genciar o conjunto.

8. Homem da Regra, das estruturas…

9. Faz a primeira síntese desta espiritualidade: Circu-lares sobre o Espírito de Fé, 1848-1853.Traduz is-to em Regras e Constituições.

10.Verdadeiro apóstolo. Na discrição ele começa adar corpo ao sonho de Marcelino: « Todas as dio-ceses do mundo estão em minhas perspectivas ! ».

11.Francisco quer ser « o retrato vivo do Fundador ».Aquece seu coração no do Fundador… permane-cendo ele mesmo:: admirável mas diferente deMarcelino.

7. Atento ao conjunto sem esquecer o detalhe.8. Homem do Espírito, do carisma...da novidade.9. Cria uma espiritualidade ativa que se adapta às cir-

cunstâncias da fundação: nada definitivo ainda.10.Apostolado de conquista: « Todas as dioceses es-

tão em minhas perspectivas. »11.O Padre Champagnat formou Francisco, o esco-

lheu, o coloco nos postos chaves, o treinou paraser chefe, o estimou muito.

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Nossas Constituições

nos lembram que “o Instituto, dom

do Espírito Santo à Igreja, é para o

mundo uma graça sempre atual.”

(C. n.164) Devemos nos alegrar

dos dons recebidos

como herança que nos lega

o Fundador. Mais, nós devemos

também nos esforçar para

ser mais fiéis

ao Padre Champagnat, ao seu

espírito e à sua espiritualidade.

(Ir. Charles Howard, S.G., 1989)

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PEGA UM MACHADO…

O Ir. Jean Pierre Martinol, diretorde Boulieu, (Ardèche), fez, em1824, uma visita à La Valla. Namanhã de sua partida, o VenerávelPadre lhe disse:– Vendo que o Irmão cozinheiro não levantou, pegaeste pãozinho, é o pão bento que me deram domingocomo oficiante da missa, o comerás pelo caminho, co-mo vosso café matinal.– Não, meu Pai, respondeu o Irmão, o levarei a meusIrmãos, o comeremos juntos com tanto prazer, por-que tudo que vem do senhor e de nossa casa mãe deLa Valla, nos é doce, agradável e nos faz tanto bem. Es-tou feliz de proporcionar esta felicidade a meus Ir-mãos; estou certo que os farei exultar de alegria e quenão falaremos de vós e de nossos Irmãos de La Valladurante a janta.Maravilhado com tais sentimentos, o Venerável Padreexclamou:– Meu Irmão, me fazes chorar de alegria, em assim mefalando; são bem estes os sentimentos do espírito defamília que devem animar todos os Irmãos de Maria;conservemos estes sentimentos e este espírito e par-ticiparemos na plenitude da felicidade da vida religio-sa.(Avis, Leçons, Sentences : Ed. 1927, p. 321-322).

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SÃO MARCELINO

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COMEREMOS JUNTOS

O primeiro motivo que me levoua crer na sua santidade é a per-missão estranha que ele me deuquando lhe dei a conhecer de quemaneira nos vivemos durante es-te infeliz ano 1854-1855 em Quincié.Eis suas próprias palavras: « Se vos encontrardes nofuturo numa casa semelhante, e que vos deixam sópor dias inteiros na casa, vinde à casa mãe e se paraencontrar dinheiro, for necessário, tomai um macha-do, quebrai a secretaria, tirai o dinheiro e vinde.»

Segundo motivo. Em 1860, estando no l’Hermitage co-mo enfermeiro provisório, aconteceu o seguinte. UmIrmão chamado Zéphirin, foi operada das amígdalas; ada esquerda tendo sido operada muito profundamen-te foi seguida de uma grande hemorragia das 4 às 8horas da tarde. Nesta hora, deixando o doente a umcoirmão, corri para chamar o Rev. Irmão que tão logoveio.Tendo chegado, ele me pede o vidro de ácido sul-fúrico e tendo tomado uma pinça com algodão mer-gulhado no ácido o aplicou um instante no exteriordo pescoço, lado esquerdo; no mesmo instante a he-morragia cessou. Foi a aplicação do ácido que fez ces-sar ou as orações do Irmão Superior: porque ele re-zava enquanto fazia a aplicação; eu não sei... O certoque a hemorragia cessou instantaneamente e que odoente que estava em síncope retornou aos sentidos.(Testemunho do Ir. Juventin - Positio super virtutibus, pp.500-501).

Em 1824 La Valla era

a casa mãe...L’Hermitage

ainda não fora

construída.

O IrmãoFrancisco será

diretor deBoulieu em

1825.

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CARTA

Meu caro Ir. Barthélemy e seu caro colaborador.

Fiquei muito satisfeito de receber notícias suas. Fico satis-feito de saber que vocês estão de boa saúde. Sei tambémque estão com muitos alunos se que, portanto terão tam-bém muitas cópias de suas virtudes,pois é seguindo estesmodelos que seus alunos se formam. De acordo com osexemplos eu você derem é que eles vão pautar o com-portamento deles.

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CARTA

Estimado Irmão,

Gosto de vos dar este do-ce nome estando afasta-dos de nós um pouco detempo porque estais sem-pre ligados à Sociedadeque amais sempre e queeu sou sempre vosso Su-perior.Recebi uma carta commuito prazer e satisfação.Eu desejaria que me es-crevêsseis para contar-meas novidades, me fazerparticipar de vossa situa-ção atual, de vossas dispo-sições, a fim de que possavos ser útil e vos dar alguns conselhos.Porque muito vos ama e com muita ternura e penso cons-tantemente em vós. Rezei por vós. Se houvesse conhecidomais cedo vosso endereço, vos teria escrito, ou melhor ain-da, teria vos ido visitar.Fui tomado de uma grande tristeza e de uma viva dorquando soube que não teria o prazer de vos encontrar emBeaucamps. Quanto me arrependo de não vos ter falado,vos ter consolado, vos ter encorajado e, quantas me disse-ram a mim mesmo: se o tivesse visto, ele não teria saído.(p. 52). (Este Irmão retorna ao Instituto).

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Meu querido Irmão,

…A doença do Ir. Acaire me leva a vos recomendar sem-pre mais de fornecer abundantemente aos vossos colabo-radores tudo o que lhe é necessário para suportar as fa-digas do ensino: a conservação de sua saúde é a maior pa-gamento que podeis fazer no interesse da Sociedade, sem-pre ficando nos limites da Regra, a menos, - não precisovos dizer – de uma necessidade extraordinária que umaatenção paternal sabe descobrir antes mesmo que o su-jeito a manifeste... (p. 55).

Como é grande o trabalho que vocês fazem, como é su-blime! Vocês estão continuamente em companhia daque-les com os quais Jesus se comprazia, já que proibia ex-pressamente a seus discípulos de impedir as crianças a seachegarem a Ele. E você, meu caro amigo, não só não im-pede, mas ainda faz de tudo para conduzi-las a Jesus. Oh!Que bela recepção vai ter da parte do divino Mestre, Mes-tre generoso, que não deixa sequer um copo de água fres-ca sem recompensa. Digam a seus meninos que Jesus eMaria gostam muito deles todos: dos que são bem com-portados porque são parecidos com Jesus, que é o máxi-mo de bem comportado; dos que ainda não são, porquevão ser. Digam que Nossa Senhora também gosta delesporque Ela é a Mãe de todos os meninos de nossas esco-las. Digam mais que eu também gosto deles todos, quenenhuma vez, ao subir ao altar, (para rezar a Missa) dei-xo de me lembrar de vocês se de seus queridos meninos.Desejaria eu ter a felicidade de ensinar, de consagrar min-has atenções de maneira mais direta para formar essascriaturinhas delicadas.…

Nossa Senhora do l’Hermitage, 21de janeiro de 1830.Cf. Cartas, p. 49 e 50 – Doc 14.

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O RETRATOVIVO

Que herança Marcelino deixou a seus Irmãos? Certa-mente não uma biblioteca de reflexões teológicas ereligiosas.

Sua herança consiste num coração generoso, uma pai-xão pelo Evangelho de Jesus, um grande bom senso eum aconchego prático da vida. Em palavras simples elefoi um homem de paixão e de ação.

O l’Hermitage, construído pelo futuro santo e seusprimeiros Irmãos, nos deixam ver alguma coisa do ca-ráter inflamado deste homem: o edifício construídocom grosseiras pedras talhadas, revela suas qualida-des: força, determinação, constância...

Na alma de Marcelino havia um fogo que brilhava eiluminava.

Sua acolhida era sempre calorosa; era um homem decoração, cheio de afeto.

Não há dúvida, era esta paixão que fez do fundador apessoa carismática que nós conhecemos, e não so-mente para os jovens que ele atrai como naturalmen-te, mas também para todos aqueles que o vêm a con-hecer.

(Um coração sem fronteiras, p.93,Ir. Seán Sammon, S.G.)

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UM APAIXONADO PRAGMÁTICO

Decreto sobre a heroici-dade das virtudes« Ir. Francisco procurade todas as formas aser a imagem viva doPadre Champagnat, pelo amor a Jesus na Eucaristia, aimitação da Santíssima Virgem, a ação de graças pelosfavores recebidos, exortando todo mundo a comun-gar destes sentimentos.

Oculto em Deus, gostava do silêncio, da humildade, damodéstia: Notável pela inocência de sua alma e pro-curando a mortificação corporal voluntária até a dis-ciplina e o cilício.

Misericordioso, bom, amável para com todos, sobre-tudo os jovens, os pobres, os doentes, ele sabia mara-vilhosamente encorajar e reconfortar...

No estado atual... não há mais dúvida sobre as virtu-des da Fé, Esperança e Caridade tanto para com Deuscomo para com o próximo, e também as virtudes car-deais da Prudência, Justiça, Força e Temperança, e ou-tras: o Servo de Deus, Irmão Francisco, Superior geraldo Instituto dos Pequenos Irmãos de Maria as prati-cou em grau heróico. »

Dado em Roma, 4 de julho de 1968.Card. Benno Gut, Prefeito da S.C. dos Ritos

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Irmão Francisco,Viveste teu dom a Deus e aos irmãos e irmãsCom plenitude e generosidade;Nós te pedimos de nos ajudarneste caminho de dom e de amor,de forma que Jesus se torne centro de nossa vidae seja reconhecido como Senhor por aqueles que vivem como nós.

Tu foste « a Regra viva »,inspira-nos o amor às nossas Constituições,como os pobres de Yahweh amavam a Lei.

Tu viste nossa família crescer, estender-se e acolher numerosas vocações.Hoje caminhamos no deserto,Intercede para que possamos dizer com alegria:« Dom de Deus são os filhos da juventude ! »

Foste um exímio enfermeiro,E soubeste unir o coração de uma mãe ao sangue frio do médico,Hoje te imploramos por...

Francisco, escuta nossas preces.Amém!

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IRMÃO FRANCISCO

PRECE DE UM IRMÃO

Padre Champagnat,Sinto feliz de ser de teus discípulos.Admiro teu ardor no trabalho,teu amor pelos irmãos, pelos jovens e pelospobres,teu sólido bom senso e a simplicidade deteu coração,e ainda teu amor por Maria e por Jesus do qual querias que todos descobrissem aimensa bondadeTeu dinamismo e tua alegria nasciamnas horas passadas junto ao Santíssimo.

Marcelino, faça que me assemelhe um pou-co,

Ajuda-me a irradiar a alegria e o entusiasmo como tu,a amar nossa família marista :os Irmãos, os jovens, os que partilham teu espírito.Sobretudo faze crescer em mim o amor pelo Senhore por sua Mãe que tu chamavas « Nossa Boa Mãe ».

Agradeço-te por tudo quanto fizestee pelo amor que me tens.

Glória ao Pai, o Filho e o Santo Espírito Em minha vida e na grande família marista.Amém!

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PRECE DE UM DISCÍPULO

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GABRIEL RIVAT:OS GRANDES MOMENTOS DA VIDA

1. 1789, 20 de maio, nascimento no vilarejo do Ro-sey, Marlhes - França.

No batismo recebe os nomes de José, Bento, Mar-celino.

2. 1816, julho, é ordenado sacerdote em Lyon –França.

3. 1816, 12 de agosto, chega como vigário à La Valla.

4. 1817, 2 de janeiro, funda a Congregação em La Va-lla.

5. 1824, constrói l’Hermitage.

6. 1825 : a comunidade se estabelece em l’Hermita-ge.

7. 1826 : Janeiro, grave doença de Marcelino.

8. 1836, 1838 : Diligência em Paris para a autorizaçãolegal da Congregação.

9. 1839 : Doença do Fundador.

10. 1840 : 6 de junho, morte em l’Hermitage.

11. 1889-1891 : Processo Ordinário em Lyon.

12. 1920 : Decreto da heroicidade das virtudes pelopapa Bento XV.

13. 1955 : 29 de maio, Beatificação pelo papa Pio XII.

14. 1999 : 18 de abril, Canonização pelo papa JoãoPaulo II.

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SÃO MARCELINO

CHAMPAGNAT

MARCELINO CHAMPAGNAT:OS GRANDES MOMENTOS DA VIDA

1. 1808, 12 de março, nascimento no vilarejo de Mai-sonnettes, La Valla. – França. No batismo recebe onome de Gabriel.

2. 1813, sua mãe o consagra à Virgem Maria no san-tuário de Valfleury.

3. 1818, 6 de maio, entrada na Congregação.Tem 10anos.

4. 1819, 8 de setembro, faz uma promessa de obe-diência e recebe o nome de Francisco por amor àsua mãe Francisca Boiron.

5. 1826, emite seus votos perpétuos.

6. 1839, 12 de outubro, eleito Diretor geral e substi-tui Marcelino.

7. 1852, torna-se Superior geral.

8. 1852-1854 Capítulo geral: Regras Comuns, Guiadas Escolas, Constituições e Regras de Governo.

9. 1858 : Francisco e a Administração geral transfe-rem-se para Saint-Genis-Laval.

10. 1860, apresenta sua demissão e se retira para l’-Hermitage.

11. 1876, ataque de apoplexia. Fica paralisado do ladodireito.

12. 1881, 22 de janeiro, morre no l’Hermitage.

13. 1910-1934 : Processo Ordinário em Lyon.

14. 1968, 4 de julho: Decreto de heroicidade das vir-tudes e título de Venerável pelo papa Paulo VI.

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ORAÇÃO PARA OBTERA BEATIFICAÇÃODO VENERÁVELIRMÃO FRANCISCO

Ó DeusQue vos dignaste chamar à vida religiosaGabriel Rivat,Desde sua mais terna infância,Para que se torna-se um dos primeiros

discípulosde São Marcelino Champagnat,depois seu sucessor no governo do Institutovotado à Santíssima Virgem Maria,concedei a vossos servos, nós vos pedimos,a alegria de ver logo seu nomeresplandecer entre aqueles dos

Bem-aventurados.Nós vos pedimos de multiplicar as graças sem favor dos fiéisque suplicam sua intercessão junto a vós.Dignai-vos,ó Maria nossa Boa Mãe,Apressar o dia em que veremos sobre os altaresAquele que aqui na terra foi vosso servidor.Amém!

Senhor Jesus,olhamos ao nosso redor

e tomamos consciência das enormes necessidadesentre as crianças e os jovens de hoje.Sabemos que é urgente poder contar

com mensageiros de esperançae testemunhas de teu amor.

Agradecemos-te, Senhor,por teu chamado pessoal

a realizar uma vocação de serviço.Pedimos-te nos concedas viver de tal modo

que nosso testemunho seja fonte de esperançae anime, por sua vez,

novas vocações na tua Igreja,seja no compromisso do laicato,

seja na vida religiosa ou sacerdotal.

Oramospor todos aqueles e aquelas que convocas

a viver hoje o sonho de Champagnatde evangelizar as crianças e jovens,

particularmente os mais abandonados.

Recordamos, de modo especial,os que chamas a serem irmãos maristas.

Faz com que os jovens que sentem esta vocação,sejam audazes para seguir-te com paixão

e generosos para serem fiéis a Ti.

Maria, modelo de entrega e fidelidade,intercede por esta tua Família!

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Apresentação e seleção de textos: Ir. Giovanni Bigotto, Postulador GeralEditor: Instituto dos Irmãos Maristas – Casa Generalicia – Roma, setembro de 2004

® Instituto dos Irmãos MaristasC.P. 10250 – Roma. Itália.Tél. (39) 06545171Fax (39) 0654517217E-mail: [email protected] e [email protected] Web: www.champagnat.org

Maquete e clichês: TIPOCROM S.r.l. – Via G.G. Arrivabene, 24 - Roma - Italia.Impressor: C.S.C. GRAFICA, s.r.l. – Via G.G. Arrivabene, 40 – Roma - Itália.