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  • A FORMAO DE COMPOSTOS NA LIBRAS

    Vanessa Gomes Teixeira (UERJ)

    [email protected]

    RESUMO

    Azeredo (2008) explica que, de modo geral, conhecemos as palavras e seus signifi-

    cados como se cada uma pertencesse a um estoque guardado na memria e elas fossem

    independentes umas das outras. Na verdade, elas so formadas a partir de combina-

    es, e justamente a possibilidade de combinar morfemas para criar novos lexemas

    que torna possvel a existncia da lngua, j que, caso fosse sempre necessrio a cria-

    o de um novo termo arbitrrio para denominar um conceito, a memria humana

    no conseguiria memoriz-los. Assim, segundo Azeredo (2008), a memria humana

    capaz de memorizar um nmero limitado de lexemas, pois a outra parte pertence a

    um conjunto de unidades criadas por meio de regras de formao de palavras. Fun-

    damentalmente, existem dois tipos de processos de formao de palavras: a derivao

    e a composio. O primeiro se constitui quando uma palavra provm de outra, dita

    primitiva; j o segundo resulta da unio de duas ou mais palavras, consideradas

    simples. Tendo em vista o exposto, o presente trabalho visa abordar questes relacio-

    nadas formao de palavras na libras, mais especificamente sobre a composio dos

    sinais. Em relao a esse procedimento, Felipe (2006) explica que nesse tipo de pro-cesso de formao de palavras, utilizam-se itens lexicais que so morfemas livres que

    se justapem ou se aglutinam para formarem um novo item lexical (FELIPE, 2006, p. 207). Para tal objetivo, organizamos essa pesquisa em partes. Primeiramente,

    falaremos sobre os estudos sobre a formao de palavras e a distino entre derivao

    e composio. Depois, na segunda parte, abordaremos estudos sobre a formao de

    palavras na libras e discutiremos o conceito de fonema nos sinais. Por fim, na terceira

    parte, citaremos tipos de formao de palavras na libras e apresentaremos exemplos

    de formao de sinais na libras por meio do processo de composio por justaposio

    Palavras-chave: Morfologia. Formao de compostos. Libras.

    1. Introduo

    Azeredo (2008) explica que, de modo geral, conhecemos as pala-

    vras e seus significados como se cada uma pertencesse a um estoque

    guardado na memria e elas fossem independentes umas das outras. Na

    verdade, as palavras so formadas a partir de combinaes, e justamen-

    te a possibilidade de combinar morfemas para criar novos lexemas que

    torna possvel a existncia da lngua, j que, caso fosse sempre necess-

    rio a criao de um novo termo arbitrrio para denominar um conceito, a

    memria humana no conseguiria memoriz-los.

  • Assim, segundo Azeredo (2008), a memria humana capaz de

    memorizar um nmero limitado de lexemas, pois a outra parte pertence a

    um conjunto de unidades criadas por meio de regras de formao de

    palavras. Fundamentalmente, existem dois tipos de processos de forma-

    o de palavras: a derivao e a composio. O primeiro se constitui

    quando uma palavra provm de outra, dita primitiva; j o segundo resulta

    da unio de duas ou mais palavras, consideradas simples.

    Tendo em vista o exposto, o presente trabalho visa abordar ques-

    tes relacionadas formao de palavras na lngua brasileira de sinais

    (libras), mais especificamente sobre a composio dos sinais. Em relao

    a esse procedimento, Felipe (2006) explica que nesse tipo de processo de formao de palavras, utilizam-se itens lexicais que so morfemas

    livres que se justapem ou se aglutinam para formarem um novo item

    lexical (FELIPE, 2006, p. 207).

    Para tal objetivo, organizamos essa pesquisa em partes. Primeira-

    mente, falaremos sobre os estudos sobre a formao de palavras e a dis-

    tino entre derivao e composio. Depois, na segunda parte, aborda-

    remos estudos sobre a formao de palavras na libras e discutiremos o

    conceito de fonema nos sinais. Por fim, na terceira parte, citaremos tipos

    de formao de palavras na libras e apresentaremos exemplos de forma-

    o de sinais na libras por meio do processo de composio por justapo-

    sio.

    2. Estudos sobre a formao de palavras e distino entre derivao e composio

    Cunha (2008) explica que formao de palavras o conjunto de processos morfossintticos que permitem a criao de unidades novas

    com base em morfemas lexicais (CUNHA, 2008, p. 97). Seus processos mais comuns so os afixos de derivao e os procedimentos de composi-

    o. Segundo Azeredo (2008), uma palavra formada por derivao quando provm de outra, dita primitiva1 (...) e uma palavra formada por

    composio quando resulta da unio de duas ou mais palavras ditas sim-

    ples2 (AZEREDO, 2008, p. 396).

    1 Chamam-se palavras primitivas os substantivos que no provm de outras palavras (AZEREDO, 2008, p. 157).

    2 Os substantivos dotados de um s radical se chamam simples (AZEREDO, 2008, p. 157).

  • Os tipos mais comuns de derivao so: a derivao prefixal e a

    sufixal. Enquanto a primeira corresponde formao de novas palavras a

    partir do uso de prefixos, a segunda realiza, por meio de sufixos, o mes-

    mo processo para formar novos substantivos, adjetivos, verbos ou advr-

    bios. Cunha (2008) tambm comenta que tanto os sufixos como os pre-fixos formam novas palavras que conservam de regra uma relao de

    sentido com o radical derivante (CUNHA, 2008, p. 98).

    No que diz respeito composio, Cunha (2008) afirma que esta

    consiste no procedimento de formar uma nova palavra a partir da unio

    de dois ou mais radicais. Essa nova palavra, por sua vez, apresenta uma

    ideia nica, muitas vezes, diferente dos sentidos expressos pelos seus

    componentes. O autor define dois tipos de composio: (a) por justaposi-

    o e (b) por aglutinao. Enquanto no primeiro tipo, os componentes da

    palavra so ligados, geralmente, por hfen, no segundo eles se unem

    tornando-se um vocbulo apenas. De acordo com o autor:

    1. Quanto forma, os elementos de uma palavra composta podem estar:

    (a) simplesmente justapostos, conservando cada qual a sua integridade:

    beija-flor bem-me-quer madreprola

    segunda-feira p-de-meia tira-teima

    (b) intimamente unidos, por se ter perdido a ideia da composio, caso em que se subordinam a um nico acento tnico e sofrem perda de sua integridade sil-

    bica:

    aguardente (gua + ardente) pernalta (perna + alta)

    embora (em + boa + hora) viandante (via + andante)

    (CUNHA, 2008, p. 119)

    Outra distino importante que o autor classifica determinados

    tipos de composio de acordo com a classe gramatical dos elementos da

    palavra formada. Nessa categorizao, as palavras compostas podem ser

    constitudas de:

    1) SUBSTANTIVO + SUBSTANTIVO

    manga-rosa / porco-espinho / tamandu-bandeira

    2) SUBSTANTIVO + PREPOSIO + SUBSTANTIVO

    p-de-meia / arco-da-velha / cor-de-rosa

    3) SUBSTANTIVO + ADJETIVO

    a) com o adjetivo posposto ao substantivo:

  • aguardente / amor-perfeito / criado-mudo

    b) com o adjetivo anteposto ao substantivo:

    alto-forno / belas-artes / gentil-homem

    4) ADJETIVO + ADJETIVO

    azul-marinho / luso-brasileiro / tragicmico

    5) NUMERAL + SUBSTANTIVO

    mil-folhas / segunda-feira / trigmeo

    6) PRONOME + SUBSTANTIVO

    meu-bem / nossa-amizade / Nosso Senhor

    7) VERBO + SUBSTANTIVO

    beija-flor / guarda-roupa / cata-vento

    8) VERBO + VERBO

    corre-corre / perde-ganha / vaivm

    9) ADVRBIO + ADVRBIO

    bem-bom / mal-educado / sempre-viva

    10) ADVRBIO (OU ADJETIVO EM FUNO ADVERBIAL) + VERBO

    bem-aventurar / maldizer / vangloriar-se (CUNHA, 2008, p. 121)

    Logo, podemos notar que a distino entre os conceitos de deriva-

    o e composio no clara. De um lado, h abordagens que defendem

    que a composio e a derivao so processos de formao de palavras e

    que no h diferenas entre elas. Singh (1997), por exemplo, afirma que

    os dois processos so instncias da formao de palavras e governados

    pelas mesmas regras ou padres. Por outro lado, h vises que os consi-

    deram distintos, como Gonalves (2011), que explica que, enquanto a

    composio um processo que combina palavras ou radicais para formar

    um item morfologicamente complexo, a derivao, geralmente, necessita

    da presena de um afixo. O autor comenta que h dois critrios usados

    para distinguir a composio da derivao:

    (a) o tipo de unidade que participa de um item morfologicamente complexo e

    (b) a posio que esse item ocupa no interior da palavra. tacitamente aceita a ideia de que a composio envolve itens livres (FABB, 1998), que podem apa-

    recer tanto esquerda quanto direita de uma base. Ao contrrio, afixos so

    formas presas que obedecem a rgidas restries posicionais (SCALISE, 1984; KATAMBA, 1990; CORREIA & LEMOS, 2005): prefixos antecedem as ba-

    ses, enquanto sufixos categoricamente as sucedem. (GONALVES, 2011, p.

    66)

  • O autor tambm explica que a composio vem contribuindo com

    a formao de diversos itens lexicais em portugus, principalmente os

    compostos com a estrutura N-(de)-N, como nos casos: bolsa-famlia, bolsa-escola, auxlio-aluguel, auxlio-alimentao, vale-refeio, vale-transporte, seguro-sade, seguro-desemprego, analisados por Almeida (2010) e Faria (2011).

    Estruturas do tipo N-N tambm apresentam um nmero significa-

    tivo na lngua, como os casos homem-bomba, carta-bomba, avio-bomba, mulher-melancia, mulher-melo, mulher-jaca, entre ou-tros. De acordo com Szymanek (2005, p. 432), esse processo de forma-

    o de palavras to comum porque, ao contrrio de muitos afixos, ele

    no limitado por restries gramaticais, salvo alguns requisitos semn-ticos gerais e fatores pragmticos (extra-gramaticais), como, por exemplo,

    a exigncia da nomeabilidade, que diz que um item lexical deve denotar

    algo que seja nomevel (BAUER, 1983, p. 86).

    3. Estudos sobre a formao de palavras na libras

    J em relao formao de palavras na lngua brasileira de sinais,

    Takahira (2012) explica que, para pensarmos sobre os processos de for-

    mao de palavras na libras, necessrio refletirmos o que equivaleria

    integridade fnica e o que seriam os fonemas nas lnguas de sinais.

    3.1. Os cinco parmetros

    Os estudos descritivos sobre a lngua de sinais se iniciaram em

    1960, com lingista americano William Stokoe. Ao descrever os nveis

    fonolgicos e morfolgicos da lngua americana de sinais (ASL), Stokoe

    apontou trs parmetros que constituem os sinais e nomeou-os: configu-

    rao de mo (CM), ponto de articulao (PA) ou locao (L), e movi-

    mento (M).

    A partir da dcada de 1970, os lingistas Robbin Battison (1974),

    Edward S. Klima & Ursulla Bellugi (1979) conduziram estudos mais

    aprofundados sobre a gramtica de ASL, especificamente sobre os aspec-

    tos fonolgicos, descrevendo um quarto parmetro: a orientao da pal-

    ma da mo (O). Ficou demonstrado que dois sinais com os mesmos ou-

    tros trs parmetros iguais (CM, L, M) poderiam mudar de significado de

    acordo com a orientao da mo.

  • Alm disso, as mos no so o nico veculo usado nas lnguas de

    sinais para produzir informao lingstica. Os surdos fazem o uso exten-

    sivo de marcadores no manuais. Enquanto h traos paralingusticos nas

    lnguas orais (entonao, velocidade, ritmo, sotaque, hesitaes etc.), nas

    lnguas de sinais, h expresses faciais, que so elementos gramaticais

    que compem a estrutura da lngua, seja na marcao de formas sintti-

    cas, seja na atuao como componente lexical.

    Por fim, ainda em relao ao nvel fonolgico, podemos citar o

    conceito de pares mnimos. Levando em conta os cinco parmetros para a formao de um item lexical, podemos contrastar dois sinais com

    base em apenas um parmetro. Esse componente ser chamado de par mnimo. Como explica Gesser (2009):

    Nas lnguas orais, por exemplo, pata e rata se diferenciam significativamente pe-

    la alterao de um nico fonema: a substituio do /p/ por /r/. No nvel lexical,

    temos em libras pares mnimos como os sinais famlia e reunio (que se opem quanto CM). (GESSER, 2009, p. 15)

    Logo, podemos destacar que a formao dos sinais na libras ocor-

    re a partir de cinco parmetros a configurao de mo, a locao ou o ponto de articulao, o movimento, a orientao e a expresso no manu-

    ais. O primeiro parmetro diz respeito configurao de mo, ou seja, a

    posio e a forma que a mo deve fazer para formar um sinal. J o se-

    gundo parmetro a locao, tambm chamada de ponto de articulao,

    que se refere ao espao na frente do corpo ou a uma parte do corpo em

    que os sinais so executados. O terceiro parmetro o movimento dire-

    cional que ser feito pelas mos ou pulsos em uma configurao de mo

    e em um ponto de articulao especficos para que o sinal seja formado.

    O quarto parmetro, a orientao, a direo em que a palma da mo

    deve estar quando o sinal executado. Por ltimo, temos o quinto par-

    metro, as expresses no manuais, que so as expresses feitas pelo rosto

    para que itens lexicais e marcaes sintticas sejam diferenciados.

    3.2. Processo de formao de sinais na libras

    A partir das consideraes acima, uma hiptese criada por Taka-

    hira (2012) que o processo de justaposio ocorre na lngua de sinais

    quando dois sinais, que formam o composto, so realizados em sua tota-

    lidade, ou seja, os dois sinais so completamente sinalizados. J o pro-

    cesso de aglutinao ocorre, segundo a autora, quando algum ou alguns

  • dos parmetros de um ou ambos os sinais modificado ou no seria

    realizado.

    Em relao composio, temos na rea de libras, os estudos rea-

    lizados por Figueiredo Silva e Sell (2009) e Tanya Felipe (2006). Figuei-

    redo Silva e Sell (2009) dividem compostos na libras nos seguintes tipos:

    compostos aparentes, compostos verdadeiros, compostos por justa-posio de sinais com a estrutura CASA + N (relacionados ideia de lugar), compostos por justaposio de sinais com a estrutura N + N (relacionados ideia de lugar) e compostos por justaposio de sinais com a estrutura CASA + N + N (relacionados ideia de lugar).

    Primeiramente, os compostos aparentes tm sua ordem varivel e cada sinal que os compem pode ocorrer isoladamente, como nos sinais

    MENINO e BEB (FIGUEIREDO SILVA; SELL, 2009, p. 17-18), re-

    presentados abaixo:

    Disponvel em: http://www.acessobrasil.org.br/libras/

    J os compostos verdadeiros tm sua ordem fixa, como nos exemplos VIGIA, AGRICULTOR ou COSTUREIRA (FIGUEIREDO

    SILVA; SELL, 2009, p. 21), e o sinal HOMEM (ou MULHER) obriga-

    trio em geral.

    Disponvel em: http://www.acessobrasil.org.br/libras/

    O terceiro tipo de composio citado pelas autoras trata-se da

    formao de compostos que designam lugares/locais, gerados a partir da

    justaposio do sinal CASA + NOME. Observa-se nesse tipo, alm da

    ordem fixa, a obrigatoriedade dos dois sinais, que neste caso tambm

  • existem como formas independentes na lngua, como os sinais ESCOLA,

    IGREJA e MUSEU (FIGUEIREDO SILVA; SELL, 2009, p. 22).

    Disponvel em: http://www.acessobrasil.org.br/libras/

    Alm da formao de compostos para lugares/locais com a com-

    binao do sinal CASA + NOME, tambm possvel formar outras

    combinaes com a mesma forma bsica, mas com outros sinais. Como

    obedecem mesma estrutura que o caso anterior, esses compostos tam-

    bm apresentam ordem fixa e obrigatoriedade de ambos os sinais, como

    CEMITRIO e OFICINA MECNICA (FIGUEIREDO SILVA; SELL,

    2009, p. 22).

    Disponvel em: http://www.acessobrasil.org.br/libras/

    Por fim, h um quinto tipo de grupos de palavras formados pela

    combinao de mais de dois sinais utilizando a forma [CASA + N + N]

    para expressar lugares/locais. Esses compostos tambm tm sua ordena-

    o de sinais fixa e h a obrigatoriedade de todos os sinais, como os

    sinais PAPELARIA, ASILO e ORFANATO (FIGUEIREDO SILVA;

    SELL, 2009, p. 24).

    Disponvel em: http://www.acessobrasil.org.br/libras/

  • Em relao Felipe (2006), Takahira explica que, apesar da auto-

    ra dizer que nesse tipo de processo de formao de palavras, utilizam-se itens lexicais que se justapem ou se aglutinam para formarem um novo

    item lexical (FELIPE, 2006, p. 207), ela s aborda processos de compo-sio por justaposio na libras. Felipe (2006) prope trs formas de

    realizao dos processos de composio por justaposio. So elas:

    a) Justaposio de dois itens lexicais, ou seja, dois sinais que formam uma ter-ceira forma livre como, por exemplo, nos itens lexicais

    b) Justaposio de um classificador com um item lexical. (...) Nesse processo o

    classificador no uma marca de gnero e funciona como um cltico.

    c) Justaposio da datilologia da palavra, em portugus, com o sinal que repre-

    senta a ao realizada pelo substantivo que, na sede semntica da ao verbal, seria seu caso instrumental. (TAKAHIRA, 2012, p. 256)

    Em relao justaposio de dois itens lexicais, temos como

    exemplos os sinais de ZEBRA, ME, ESCOLA, ALMOO e DIVR-

    CIO. interessante notar que, enquanto Figueiredo Silva e Sell (2009)

    criam uma categoria especfica para compostos com a palavra CASA + N,

    Felipe (2006) mantm essa estrutura em uma classificao mais geral.

    Disponvel em: http://www.acessobrasil.org.br/libras/

    J no que diz respeito Justaposio de um classificador com um

    item lexical, so encontrados os exemplos de ALFINETE, AGULHA e

    ALOJAMENTO.

    Disponvel em: http://www.acessobrasil.org.br/libras/

    Por ltimo, para exemplificar um caso de justaposio da datilo-

    logia da palavra, em Portugus, com o sinal que representa a ao reali-

    zada pelo substantivo temos o exemplo de AGULHA DE COSTURA.

  • Disponvel em: http://www.acessobrasil.org.br/libras/

    4. Concluso

    O presente trabalho teve como objetivo trabalhar questes relaci-

    onadas ao processo de formao de palavras por meio da composio em

    libras. Inicialmente, foi explicado como ocorre esse procedimento em

    lngua portuguesa, e para isso, apresentamos as vises dos autores Aze-

    redo (2008), Cunha (2008) e Gonalves (2011 e 2012). Alm disso, dis-

    cutimos alguns estudos na rea de libras, comparando a pesquisa de Feli-

    pe (2006) e Figueiredo Silva e Sell (2009).

    Podemos concluir que estudos nessa rea so fundamentais para

    que pr-conceitos sejam desconstrudos em relao lngua de sinais,

    como, por exemplo, aquele que afirma que a libras no uma lngua, e

    sim apenas uma mmica de gestos icnicos e sem conveno. A partir da

    pesquisa sobre a temtica em questo, podemos concluir, no s que esse

    pr-conceito est incorreto, como tambm que, assim como todas as

    lnguas naturais, a libras tambm apresenta sua estrutura formada a partir

    de uma conveno e processos de formao de palavras com regularida-

    des em sua construo.

    Eliminar o preconceito e reducionismos da sociedade um cami-

    nho difcil, mas mudar a perspectiva e o olhar que temos em relao

    comunidade surda um fator fundamental para que haja a real incluso.

    preciso que seja desenvolvida uma viso crtica em relao ao contexto

    social atual, direcionando o olhar para os surdos e criando a conscincia

    de que essa comunidade composta por integrantes ativos em nossa

    sociedade.

  • REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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