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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Educação Especial
Inclusiva
Isabel Nunes Zacarias
A FORMAÇÃO DO ACADÊMICO DO QUARTO ANO
DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA ATUAR
EM ESCOLAS COM DEFICIENTES INCLUÍDOS
LINS-SP
2010
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ISABEL NUNES ZACARIAS
A FORMAÇÃO DO ACADÊMICO DO QUARTO ANO DO CURSO DE
EDUCAÇÃO FÍSICA PARA ATUAR EM ESCOLAS COM DEFICIENTES
INCLUÍDOS
Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Educação Especial Inclusiva sob orientação dos Professores M.Sc. Suelly Therezinha Santos Moreno e M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva.
Lins - SP
2010
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Zacarias, Isabel Nunes A formação do acadêmico do quarto ano do curso de educação física para atuar em escolas com deficientes incluídos / Isabel Nunes Zacarias. – – Lins, 2010.
60p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins, SP para Pós-Graduação “Lato Sensu” em Educação Especial e Inclusiva, 2010
Orientadores: Suelly Teresina Santos Moreno; Heloisa Helena Rovery da Silva
1. Escola Regular Inclusiva. 2. Formação Inclusiva de Professores. Educação Inclusiva. Inclusão Escolar. I Título
CDU 376
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ISABEL NUNES ZACARIAS
A FORMAÇÃO DO ACADÊMICO DO QUARTO ANO DO CURSO DE
EDUCAÇÃO FÍSICA PARA ATUAR EM ESCOLAS COM DEFICIENTES
INCLUÍDOS
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do titulo de especialista em Educação Especial Inclusiva.
Aprovada em: __/__/____
Banca examinadora:
Prof. M.Sc. Suelly Therezinha Santos Moreno
Mestre em Recreação e Lazer pela Universidade Metodista de Piracicaba.
_______________________________________________________________
Prof.ª M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva.
Mestre em Administração pela CNEC/FACECA – MG
_______________________________________________________________
LINS - SP
2010
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Dedico o presente trabalho a Deus e a
minha mãe que foi generosa em entender
a minha ausência decorrente das longas
horas de estudo. Dedico também a meus
amigos que contribuíram com artigos e
livros para minha pesquisa, às escolas e
professores que me orientaram.
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus,
pois nos momentos difíceis e quando a
dúvida pairava sobre a conclusão deste
trabalho, era Nele que eu encontrava
forças para continuar. Principalmente
quando sofri acidente.
Agradeço também a Faculdades
Esefap, ao coordenador M.s.c. Agostinho
Murinelli, diretores e professores que nos
ajudaram a realizar essa pesquisa e, nos
momentos difíceis souberam dizer as
palavras certas e auxiliaram com seus
conhecimentos, proporcionando ânimo e
conforto necessários para continuar a
caminhada.
Para não cometer injustiças, não citarei
nomes, mas agradeço aos colegas de
classe que mesmo indiretamente
colaboraram para a realização deste
trabalho sabendo ouvir as lamentações,
conseqüência das longas horas de
estudo.
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Não podemos continuar dividindo a
humanidade em dois grupos: os
deficientes e os não deficientes. O
importante é que todas as crianças se
desenvolvam juntas tendo as mesmas
oportunidades.
WERNECK, 2005
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RESUMO
O presente trabalho foi resultado de um estudo bibliográfico e uma pesquisa descritiva sobre a formação do acadêmico do quarto ano do curso de Educação Física para atuar em escolas com deficientes incluídos. Fizeram parte da pesquisa trinta e cinco acadêmicos que responderam a um questionário. Buscou-se saber se estes acadêmicos, com a futura formação em Educação Física, se sentem preparados para lecionar em escolas regulares com deficientes incluídos. Os resultados obtidos demonstraram que fazem parte da grade curricular as disciplinas Educação Inclusiva e Libras, que dão suporte aos acadêmicos para lidar com a inclusão na escola regular. Porém, o que chamou muito a atenção é o pouco interesse dos acadêmicos quanto ao exercício da atividade de professor nas escolas inclusivas, preferindo, a maior parte deles, prestar serviços em outras áreas, como por exemplo, academias. Estudar em uma mesma escola possibilita a ocorrência de interações de diferentes tipos entre crianças e adolescentes com e sem necessidades especiais. Entretanto, a simples presença física do aluno com necessidades especiais em uma sala de aula regular não garante o estabelecimento de relações de amizade entre ele e seus colegas de turma e nesse sentido, o objetivo da pesquisa foi caracterizar as interações entre pessoas com diferentes limitações, inseridos no sistema regular de ensino, e como melhorar suas relações com os demais colegas de turma. Ao sistematizar o conhecimento sobre as decorrências da inserção de alunos com necessidades especiais em escolas regulares melhora do desempenho acadêmico dos colegas de turma como um dos benefícios do processo de inclusão é um passo muito importante para que esse processo tenha êxito. Além disso, os alunos que convivem com colegas com necessidades especiais aprendem a resolver problemas de forma cooperativa e apresentam menos comportamentos segregadores ou excludentes. Professores da rede estadual de educação identificam a aquisição de valores como respeito e valorização às diferenças e solidariedade para os alunos como resultado do convívio com colegas com necessidades especiais em escolas regulares. A inclusão de alunos com necessidades especiais no sistema regular de ensino beneficia seus colegas de turma tanto acadêmica, quanto socialmente. Palavras-chave: Escola Regular Inclusiva. Formação Inclusiva de Professores.
Educação Inclusiva. Inclusão Escolar.
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ABSTRACT
This work was the result of a bibliographic and descriptive research on the formation of the fourth academic year of physical education in schools to work with disabled people included. The participants were thirty-five academics who responded to a questionnaire. We sought to know whether these students with future training in Physical Education, feel prepared to teach in regular schools with poor included. The results showed that part of the curriculum subjects Inclusive Education and Pounds, that support academics to deal with the inclusion in regular schools. But what caught my attention is the little interest of students in the enjoyment of the activity of professor in inclusive schools, preferring most of them provide services in other areas, such as academies. Studying in the same school allows the occurrence of different types of interactions between children and adolescents with and without special needs. However, the physical presence of students with special needs in a regular classroom does not guarantee the establishment of friendly relations between him and his classmates and in that sense, the purpose of the study was to characterize the interactions between people with different limitations, inserted into the regular education system, and how to improve their relations with other classmates. By systematic knowledge about the impacts of the inclusion of students with special needs in regular schools improves the academic performance of classmates as one of the benefits of process integration is a very important step for this process to succeed. In addition, students who live with colleagues with special needs learn to solve problems cooperatively and have fewer behavior segregational or exclusionary. Teachers from the state of education identified the acquisition of values such as respect and appreciation for differences and solidarity for the students as a result of contact with colleagues with special needs in mainstream schools. The inclusion of students with special needs into regular education benefits classmates both academically, and socially. Keywords: School Included. Included Training Teachers. Inclusive Education. School Inclusion.
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Resumo da inclusão e integração ...............................................
Quadro 2: A visão para planejamento e execução de uma tarefa ...............
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Idade dos entrevistados ...............................................................
Tabela 2: Área de atuação ...........................................................................
Tabela 3: Área de interesse de especialização ............................................
Tabela 4: Local do estágio ...........................................................................
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44
44
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................. 13
CAPÍTULO I - EDUCAÇÃO FISÍCA E INCLUSÃO ESCOLAR....................... 15
1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÂO FÍSICA E INCLUSÃO
ESCOLAR DE DEFICIENTE ........................................................................... 15
1.1 História da educação física escolar no Brasil .................................... 15
1.2 Aspectos históricos da inclusão do deficiente na escola ................... 21
1.2.1 Definição de deficiência ..................................................................... 26
1.2.2 Deficiência física ................................................................................ 27
1.2.3 Deficiência intelectual ........................................................................ 28
1.2.4 Deficiência sensorial, auditiva e visual............................................... 30
1.2.4.1 Deficiência auditiva ............................................................................ 31
1.2.4.2 A época de ocorrência da perda da audição...................................... 31
1.3 Educação física escolar e a inclusão de alunos deficientes .............. 32
CAPITULO II - FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA
GRADUAÇÃO ................................................................................................. 33
2 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR .................................................... 33
2.1 A formação do professor na graduação para atuar na escola com
alunos deficientes ............................................................................................ 33
2.2 Análise dos parâmetros curriculares nacionais de educação física e
os alunos deficientes incluídos na escola ........................................................ 36
2.3 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Especial............................... 38
2.4 Decreto número 5.626 de 22 dezembro de 2005............................... 42
CAPITULO III - RESULTADO DA PESQUISA................................................ 43
3 ANÁLISE DA FORMAÇÃO DOS ACADÊMICOS............................. 43
3.1 Metodologia utilizada ......................................................................... 43
12
3.2 Parecer final sobre a pesquisa........................................................... 46
CONCLUSÃO .................................................................................................. 48
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 49
ANEXOS.......................................................................................................... 52
APÊNDICES .................................................................................................... 57
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho retrata a formação dos acadêmicos do quarto ano
do curso de Educação Física de Tupã para atuar em escolas com deficientes
incluídos.
Justifica-se a pesquisa pelo fato de cursar a Pós-Graduação em
Educação Especial e Inclusiva e ser graduada em Educação Física, no entanto
uma questão que ainda se faz presente, diz a respeito à formação profissional
de Educação Física para administrarem aulas em escolas inclusivas, ou seja,
os professores para assumir essa profissão estão compreendendo a
individualidade dos alunos em uma escola, é um docente da diversidade
escolar?
A partir desse pressuposto, surge a preocupação em saber se os
acadêmicos do quarto ano de Educação Física estão preparados para
lecionarem em escolas regulares com deficientes incluídos. Assim, saber
desses acadêmicos qual o seu conhecimento sobre a necessidade de futuros
educadores que estejam didaticamente preparados para lidar com as
diferenças individuais, tornando-os aptos à escola para todos, e a necessidade
de valorizar as disciplinas que nos auxiliam no conhecimento dessas pessoas
de necessidades especiais.
O objetivo da pesquisa foi analisar no curso de Educação Física a
formação dos futuros profissionais que irão atuar na rede escolar inclusiva.
Conhecer o que os acadêmicos de Educação Física pensam e conhecem
sobre a educação escolar inclusiva, verificar se sua formação está de acordo
com essa escola educacional inclusiva.
A metodologia utilizada para obtenção de dados foi a revisão
bibliográfica, tendo como fonte de dados leitura de livros, textos, teses e
dissertações relacionadas com o tema, periódicos e bibliotecas virtuais. Na
pesquisa de campo procedeu-se uma análise das respostas de um
questionário aplicado aos acadêmicos quartanistas, que teve por objetivo
diagnosticar e compreender as causas e efeitos do processo de formação dos
alunos para atuarem em escolas inclusivas com deficientes.
O trabalho está dividido em três capítulos sendo que os dois primeiros
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capítulos discorrem sobre o referencial teórico que são os aspectos históricos,
formação dos professores e conceito de deficiência.
O terceiro capítulo trata da análise da pesquisa descritiva através dos
dados coletados na aplicação do questionário.
Finalmente, serão apresentadas as conclusões.
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CAPÍTULO I
EDUCAÇÃO FISÍCA E INCLUSÃO ESCOLAR
1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÂO FÍSICA E INCLUSÃO
ESCOLAR DE DEFICIENTE
1.1 História da educação física escolar no Brasil
Para o desenvolvimento da pesquisa é necessário compreender a
origem da Educação Física nas escolas, abordando as principais influências
que marcaram e a caracterizaram.
Através de dados históricos constatou-se, que no século XVIII e XIX a
Educação Física esteve vinculada com a classe médica e militar. Esses
vínculos foram determinantes, tanto no que diz respeito à concepção da
disciplina e suas finalidades quanto ao seu campo de atuação e a forma de ser
ensinada. Dessa forma é possível notar a influência do militar e médico na
história da educação física. (BRASIL, 2001)
Durante a influência dos militares e médicos, haviam práticas de
exercícios sistematizados em plano civil, onde a preocupação era em corpo
saudável e disciplinado. Bracht (2009, p. 1) ressaltou que “nessa perspectiva
terapêutica, mas principalmente pedagógica, educar o corpo significava
promover a saúde e educação para saúde, onde enfatizava hábitos saudáveis
higiênicos”.
Nessa perspectiva muitos médicos considerando melhorar as condições
de vida, assumiram a uma função higienista e buscaram mudar hábitos de
saúde e de higiene da população.
A educação Física, então, favorecia a educação do corpo, tendo como meta à constituição de um físico saudável e equilibrado organicamente, menos suscetível a doenças. Além disso, havia no pensamento político e intelectual brasileiro da época uma forte preocupação com eugenia. Como o contingente de escravos negros era muito grande, havia temor de uma ‘mistura’ que ‘desqualificasse’ a raça branca. Dessa
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forma, a educação sexual associada a Educação Física deveriam incutir nos homens e mulheres a responsabilidade de manter a pureza e a qualidade da raça branca. (BRASIL, 2001, p.19)
Quando se falava em eugenia da raça, visava o melhoramento da raça
humana, usando excluir os deficientes então, pensava-se em precauções para
não haver essa incidência, como casamentos consangüíneos e fazer exames
pré-nupciais, pois raça branca era soberana e não podia ter esses casos.
Ainda, quando se tratava da Educação física as pessoas da elite mantinham
uma resistência, pelo fato de associar atividade física e exercícios como
esforço, e quem tinha que fazer esforço físico eram os negros. Durante essa
fase é possível notar os pré-conceitos e exclusão dentro da educação física. E
por haver esse posicionamento da elite dificultava a obrigatoriedade da
educação física na escola.
Durante o militarismo, aconteceu a influência do positivista, que também
propagava a educação do físico, onde se pregava o progresso e ordem a
fundamentadas em formar indivíduos fortes e saudáveis, que pudessem
defender a pátria em seus ideais.
A Educação física escolar, segundo Darido (1999, p. 13) aconteceu no
Brasil, em 1851, com a reforma Couto Ferraz, “embora a preocupação com a
inclusão de exercícios físicos, na Europa, remontem no século XVII com Guths
Muths, J. Rosseau, Pestalozzi e outros”. Para Pestallozzi, a escola deveria não
ser apenas uma extensão do lar como também inspirar um ambiente familiar
para oferecer uma atmosfera de segurança e afeto.
Em 1851 com a reforma Couto Ferraz, se tornou obrigatório ministrar
aulas de educação física nas escolas do município e na corte, mas não houve
aceitação da população, devido seus filhos estarem envolvidas em atividades
que não tinham finalidade intelectual, pois as atividades físicas entendia-se,
não tinham um cunho intelectual. Entretanto as aulas para os meninos foram
mais aceitas, devido associação com a ginástica e interligarem a instituições
militares, mas para as meninas, houve pais que proibiram a participação de
suas filhas.
No ano de 1854, de acordo com Darido (1999, p. 13) a “ginástica passou
a ser disciplina obrigatória no primário e dança no secundário”. E os PCNs em
1882, já afirmavam:
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Rui Barbosa deu seu parecer sobre o projeto 224-reforma Leônico de Carvalho, Decreto. 7.247, de 19 de abril de 1879, da Instrução Publica -, no qual defendeu a inclusão da ginástica nas escolas e a equiparação dos professores de ginástica aos das outras disciplinas. Nesse parecer ele destacou e explicitou sua idéia sobre a importância de se ter um corpo saudável para sustentar a atividade intelectual. (DARIDO, 1999, p. 13)
Ainda houve uma recomendação para que a ginástica fosse realizada
entre ambos os sexos, e que fosse oferecida em todas as escolas normais.
Mas, no entanto, a implantação da lei ocorreria, “apenas em parte, no Rio de
Janeiro (capital da república) e nas escolas militares”. (DARIDO, 1999 p.13)
A educação física, no inicio do deste século, permanecendo ainda com o
nome de ginástica, foi incluída nos currículos dos estados da Bahia, Ceará,
Distrito Federal, Minas Gerais, Pernambuco e São Paulo. De acordo com os
PCBs, (BRASIL, 2001, p. 20) “nessa época a educação brasileira sofria
influência do movimento escolanovista, que evidenciou a importância da
educação física no desenvolvimento integral do seu humano”. Já se percebe
que surgem novos olhares e interligando os exercícios com o intelecto. Ainda
com essa nova posição possibilitou que profissionais da educação na III
Conferência Nacional da Educação, no ano de 1929, discutissem os métodos,
práticas e os problemas em relação ao ensino de educação física.
Os métodos usados para ensinar educação física na escola durante este
período eram europeus, suecos, o alemão e o francês que tinham como
princípios biológicos. Darido (1999, p.14) diz que esses métodos
“apresentavam propostas que procuravam valorizar a imagem da ginástica na
escola assim, acabaram por fornecer elementos para o aprimoramento físico
dos indivíduos”.
Ainda os métodos durante essa época eram voltados para uma
formação que procurava capacitar os alunos. Para enfatizar, a Coletânea de
autores diz:
Os métodos ginásticos procuravam capacitar os indivíduos no sentido de contribuir com a indústria nascente e com a prosperidade da nação. No modelo militarista, os objetivos da educação Física na escola eram vinculados à formação de uma geração capaz de suportar o combate, a luta, para atuar na guerra, por isso era importante selecionar os indivíduos “perfeitos” fisicamente, excluir os incapacitados, contribuindo para uma maximização da força e o poderio da população. (DARIDO, 1999, p.14)
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Constata-se que tanto concepção militarista como higienista da
Educação Física era dada uma disciplina prática, não considerando uma
formação teórica que desse suporte, assim fez com que não houvesse
diferença ente a Educação Física e a instrução física militar.
Na década de 30, no Brasil, “dentro de um contexto histórico e político
mundial, com ascensão das ideologias nazistas e fascistas, ganham força
novamente as idéias que associam a eugenização da raça à educação física”
(BRASIL, 2001, p.21). Nessa perspectiva os “exercícios passaram a ser a
principal instituição a comandar um movimento em prol do ideal da educação
física que se mesclavam os objetivos patrióticos e de preparação militar”.
(BRASIL, 2001, p.21). Assim, o discurso eugênico logo perdeu espaço para
lugar dos objetivos higiênicos e de preservação de doenças, caracterizou por
ser mais adequados a educação em escolas. Como essa perspectiva da escola
nova era aceita pela igreja, militares e educadores compartilhavam de muitos
de seus pressupostos.
Mesmo tendo currículo obrigatório, na disciplina educação física não se
havia garantido uma implementação prática, embora a lei garantisse a inclusão
das aulas, faltavam recursos humanos capacitados para o trabalho com a
educação física escolar. Darido (1999) ressalta que durante esse período:
O discurso predominante na Educação Física passa a ser ‘a educação física é um meio de educação’. O discurso desta fase vai advogar em prol da educação do movimento como única forma capaz de promover a chamada educação integral. É neste contexto que num concurso promovido pelo departamento de Educação Física (DEF) vence a proposta que propõe o conceito bio-sócio-filosófico da Educação Física em substituição ao conceito-fisiológico que vigorava até então. (DARIDO, 1999, p. 14)
Percebe se que a educação passa por uma reforma. Nas aulas de
educação física surge um novo olhar deixando de existir apenas exercícios
físicos, mas passa a ver um aluno com outros aspectos e associa o físico com
o social cultural. Além de ver como parte da educação.
No desenvolvimento deste período Chiraldelli (apud DARIDO, 1999 p.
15) “lembra que, apesar da adoção na concepção pedagogicista, não houve
abandono na prática de uma educação física comprometida com uma
organização didática ainda sobre parâmetros militaristas”. Mesmo, que a
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proposta da escola - novistas valorizava expressão do pensamento, que aos
poucos foi mudando a educação física que era ligada pelo corpo em exercícios.
Quando os militares assumiram o poder em março de 1964, passaram a
investir intensamente no esporte, fazendo com que a educação física fosse o
suporte ideológico, assim participavam na promoção do país através do êxito
em competições de alto nível. Foi, de acordo com Darido (1999, p. 15) nesse
período “que a idéia central girava em torno do Brasil - Potência, no qual era
fundamental eliminar as criticas internas e deixar transparecer um clima de
prosperidade e desenvolvimento”.
Catellani Filho (apud DARIDO, 1999, p.15) analisa que durante este
período como uma “tentativa de Estado de reprimir os movimentos estudantis
no sentido de desviar as atenções dos estudantes das questões de ordem
sócio – político contribuindo, assim, para a construção do modelo de corpo
apolítico”, assim percebe que este período se tornou uma forma de colocar os
jovens voltados para o esporte e não para a política do pais.
Durante o período dos esportes na Educação Física, houve uma frase
conhecida Esporte é saúde. Assim a influência do esporte na escola se tornou
muito forte, não obstante não ser o esporte na escola, mas sim o esporte da
escola. Desta forma o objetivo e o conteúdo da Educação Física escolar tem
uma nova visão e relação de professor instrutor para professor treinador.
Ainda nesta época em que o rendimento, a seleção dos mais
habilidosos, fazendo com que a visão do professor fosse altamente técnica,
fazendo com que seus alunos fizessem movimentos repetitivos e mecânicos do
esporte, sem ressaltar que durante isso houve exclusão, pois, pensava apenas
nos mais habilidosos. Darido (1999) ressalta:
Em crítica a este momento porque passou a Educação Física na escola Coordenadoria de Estudos e normas Pedagógica de São Paulo (CENP, 1990) considera que, em relação à metodologia, além dos procedimentos diretivos, as tarefas eram apresentadas de forma acabada e os alunos deviam executá-las ao mesmo tempo, ao mesmo ritmo, desprezando os conhecimentos que a criança já construiu, impondo-lhes valores sociais e culturais distantes da sua realidade. (DARIDO, 1999, p.16)
Pensando no rendimento dos alunos que eram considerados atletas,
surgem pesquisas na área de fisiologia do exercício, biomecânica e teoria do
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treinamento.
Mas, o modelo de alunos esportistas e atletas é muito criticados pelas
universidades, principalmente no período na década de 80. Com estas criticas
a Educação Física começa passar por uma transformação, pois existem
pesquisadores e professores que voltam do exterior titulados doutores na área.
“A confirmação da vocação da Educação Física para ser ciência da motricidade
humana adicionados a um novo panorama político-social resultante da
abertura, contribuem para que seja rompido” (DARIDO, 1999, p.16), assim
fazendo com que a valorização fosse do desenvolvimento e do desempenho na
escola, pois o aluno deixa de ser considerado atleta e passa a ser um aluno em
seu desenvolvimento humano a partir do movimento.
Os cursos de pós - graduação de educação física, a publicação de
revistas e livros, o aumento de número de congressos e outros eventos de
cunho educacional foram fatores importantes para o debate da Educação
Física escolar e suas perspectiva. Com essa nova perspectiva, Darido (1999)
considera:
Com argumentos que vem de ‘fora para dentro’, Castellani Filho (1993) afirma que as mudanças ocorridas na Educação Física foram resultados de dois motivos distintos, porém não excludente. O primeiro deles diz a respeito ao modelo educacional que, no que tange à formação de homens com consciência do tempo em que vivem, deixava muito a desejar, precisando, portanto, ser modificado para sicronizar-se a novos tempos. O segundo motivo está relacionado com a questão da produtividade. Assistíamos, naqueles anos, ao avançar de um processo de humana, que fez secundarizar a importância a construção do modelo de corpo produtivo. (DARIDO, 1999, p. 16)
O autor faz uma comparação das passagens de modelos de Educação
Física na escola, primeiro não considerava o aluno como alguém que pensa e
segundo apenas preparar para o mercado.
Com surgimento de um novo olhar, passa haver uma relação entre
Educação Física e sociedade, assim passa a ser discutida sob as influências
das teorias criticas da educação e questiona seu papel na dimensão política.
Com isso, ocasiona então “uma mudança de enfoque, tanto no que dizia a
respeito á natureza da área quanto no que se referia aos seus objetivos e
pressupostos pedagógicos de ensino e aprendizagem”. (BRASIL, 2001, p.23).
Assim, no primeiro momento começa a ver o aluno como um ser integral,
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nos seus aspectos biológicos, psicológicos, sociais e cognitivos, já no segundo
momento, alcança objetivos educacionais mais amplos, não priorizando apenas
a formação do físico que pudesse sustentar as atividades intelectuais, mas
ocorrer atividades diversificadas, não apenas exercícios ligados ao esporte,
mas pressupostos pedagógicos de acordo com o desenvolvimento humano.
Assim, surgem algumas abordagens para a Educação Física escolar no
Brasil, que são resultados de uma articulação diferente entre teoria psicológica,
sociológica e concepções filosóficas, mas todas estas teorias vêm ampliando
os campos de ação e reflexão para área, e aproximando das ciências
humanas, mesmo que muitas vezes tenham enfoques diferentes, mas buscam
em comum uma educação física que leve em consideração as múltiplas
dimensões do individuo.
Considerando que a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) promulgada em 20
de dezembro de 1996, busca transformar o caráter que a Educação Física
assumiu nos últimos anos ao explicitar no art.26, inciso terceiro, que a
“Educação Física, integrada às propostas pedagógicas da escola, é
componente curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e ás
condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos”.
Assim, a Educação Física deve acontecer em todas as escolas e em todas as
séries ou anos.
Conclui que através da historia da educação física, a exclusão esteve
muito presente, pois favorecia os mais habilidosos, hoje possibilita que todos
participem de acordo com sua individualidade e seu desenvolvimento,
considera ainda pelos fatos, que houve muito preconceito sobre o esforço
físico. Mas nos dias atuais com propostas pedagógicas e preocupando com o
desenvolvimento completo do aluno uma mudança que favoreça para a
inclusão de deficiente que tem como objetivo atender a diversidade na escola e
que todos tenham os mesmos direitos.
1.2 Aspectos históricos da inclusão do deficiente na escola
Quando o assunto é inclusão de deficientes nas escolas de rede regular,
é necessário entender o aspecto histórico dos deficientes na escola. A história
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da educação, no que se refere às pessoas com deficiência, se resume em
quatro principais fases.
A primeira foi a fase da exclusão, período anterior ao século XX, onde a
maioria das pessoas com deficiência e como outros aspectos que não eram
dados como desigual do padrão de normalidade, eram vistas e dadas como
indignas de educação escolar, ou seja, não tinham direito a sua formação
educacional, seja esta na sua casa com educadores, nas escolas e instituições.
Havia uma visão de que o deficiente deveria ser tratado por médicos.
A segunda fase, conhecida como segregação, já no século XX,
começou a surgir grandes instituições especializadas para atender pessoas
deficientes. Entre as atividades, ofereciam classes de alfabetização. Já no
inicio da década de 50 e se enriquecendo nos anos 60, com o apoio dos pais,
crianças deficientes que não tinham acesso a escola começaram a ter acesso
às escolas especiais, mais tarde, tiveram classes especiais dentro de escolas
comum. No ano de 1954, é fundada a primeira Associação de Pais e Amigos
dos Excepcionais, a APAE, que se caracterizou em ser uma escola especial no
atendimento dos deficientes, dando início ao ensino especial como opção da
rede regular.
Em 1964 com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que
garante o direito da criança com deficiência à Educação, de preferência na
rede regular, o pai optava em matricular seu filho em uma instituição
especializada ou uma escola de rede regular. Dessa forma inicia as salas de
recursos atendidas por pessoal especializado em uma deficiência. (AGUIAR,
2005)
Assim, ocorriam dois subsistemas, funcionando paralelamente, sem
ligação uma com a outra, sendo educação comum e educação especial, em
mesmo espaço na rede regular de ensino, ou seja, a escola era dividida em
salas de recurso e sala comum.
A terceira fase, no período da década de 70, foi a fase da integração. Aí
houve uma mudança filosófica partindo para idéia de educação integrada, ou
seja, escolas comuns aceitando crianças e adolescentes deficientes nas
classes comuns, em ambientes integradores, considerando-se integradores os
deficientes que conseguissem adaptar-se a classe comum. A escola exigia
adaptação do aluno, assim acontecia a exclusão daqueles que não
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conseguiam acompanhar a sala comum do sistema escolar.
A LDB deixava em aberto a palavra preferencialmente para que,
deixando em aberto, o aluno poderia estar matriculado nas salas especiais ou
sala comum do ensino regular. Ficando assim quase impossível, a
possibilidade de manter crianças e adolescentes nas escolas regulares, pois, o
aluno deveria se adaptar as escolas, muitos deficientes ficavam excluídos, e os
diretores de escola quando viam que na escola não haveria a possibilidade de
atender ao aluno deficiente indicavam as instituições especializadas.
No ano de 1971 há um retrocesso jurídico, onde a lei número 5.692
determina que, o tratamento especial para crianças com deficiência, reforçando
as escolas especiais, ou seja, volta à perspectiva de que os deficientes
deveriam estudar nas instituições especializadas em deficiência e não em
escolas comuns da rede regular de ensino.
A quarta fase, os direitos das pessoas portadoras de deficiências na
rede escolar regular de ensino começaram a surgir, na década de 1980, devido
há ser o ano Internacional das Pessoas Deficientes, ocorrendo em 1981. Um
dos objetivos era a construção da cidadania dos deficientes.
Na década de 1990, sendo no ano de 1994, foi assinada a Declaração
de Sala manca. Nessa conferência participaram noventa e dois governos e
cinco organizações internacionais, que reconheceram a necessidade e a
urgência de que o ensino chegasse a todas as crianças, jovens e adultos com
necessidades educacionais no âmbito da escola regular. Este é um fato muito
importante a favor da inclusão, enriquecendo essa idéia em vários países
inclusive no Brasil. O objetivo essencial que orienta a declaração de Sala
manca e o de que todas as escolas devem acomodar todas as crianças
facilitando que elas aprendam juntas, indiferente de qualquer dificuldade ou
diferença que possam ter, mesmo de origem física, intelectual, social,
emocional, lingüística ou outras.
Então, as escolas devem atender as diversas necessidades de seus
discentes, respeitando suas dificuldades e diferentes ritmos de aprendizagem,
e acima de tudo assegurar uma educação de qualidade a todos. Um dos
pontos importantes da Declaração de SALAMANCA conforme ressalta Aguiar
(2005) é:
Ela parte de pressuposto de que as escolas regulares que
24
seguirem a orientação inclusiva que propõe constituição um dos recursos mais eficazes de combate às atitudes discriminatórias, criando comunidades integradas, abertas e solidárias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos. (AGUIAR, 2005, p. 16)
Com a Declaração de Salamanca, contribuiu para acontecer a Educação
Inclusiva em todo o mundo, com a nova visão da importância da escola para
todos que não exclui alunos pelas suas diferenças, todos os presentes
estabeleceram um plano de ação, que todas as escolas deveriam atender a
todos os alunos como ressalta abaixo:
A partir dai as escolas se encontraram frente ao desafio de desenvolver uma pedagogia capaz de educar com êxito a todas as crianças, inclusive aquelas que têm deficiências graves, além disso, planeja-se que as escolas devem ser comunidades que atendam a todos já que as diferenças humanas são naturais, diga-se existem havendo, porém a necessidade de adaptar a aprendizagem a cada criança. (AGUIAR, 2005, p. 17)
Surge uma quebra de paradigma, pois antes o deficiente se adaptava a
escola, ou não tinha nem direito, às vezes atendidos em instituições
especializadas, agora surge a escola inclusiva, uma escola para todos que
trabalha com a diversidade humana.
Ainda a Declaração de Salamanca (1994) proclama:
Toda criança tem direito à educação e deve se dar a elas oportunidades de alcançar e manter um nível aceitável de conhecimento. Cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhe são próprias. O sistema de ensino deve ser organizado e os programas aplicados de modo que tenham em conta todas as diferentes características e necessidades. As escolas comuns devem representar um meio mais eficaz para combater as atitudes discriminatórias, criar comunidades acolhedoras construir uma sociedade integradora e alcançar a educação para todos. (BRASIL, 1994, p. 17)
Historicamente a educação Especial no Brasil iniciou no século XIX, e foi
inspirado pela educação norte americana e européia. A partir desses modelos,
a educação especial passa por assistencialista, e segregativa e condição dos
modelos sempre estando estabelecido por condições políticas. A partir da
declaração de Salamanca um novo posicionamento na educação começa a ser
estabelecido.
Com a Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1998, cresceu
25
o número de autores nacionais que pesquisam estudos voltados para a área de
deficientes e não podemos deixar de destacar que o inciso III do artigo 208 da
Carta de Magna prescreve:
ART 208º Inciso III O atendimento educacional
especializado aos portadores deve ocorrer,
preferencialmente, na rede regular de ensino.
E o artigo 3º, parágrafo IV do titulo I da Constituição garante:
A todos os cidadãos brasileiros uma escola sem
preconceitos, que não descrimina mediante nenhum
pretexto.
Mantoan (2005) esclarece que na visão inclusiva da Constituição esse
atendimento na escola quando se estabelece preferencialmente na rede
regular implica a ressignificação da Educação Especial:
Pois, é aquele que completa mas, não substitui o que é ensinado em sala de aula a todos os alunos com ou sem deficiência nas escolas comuns;ele deve estar disponível em todos os níveis de ensino (do básico ao superior) destinando-se a eliminação de barreiras que as pessoas com deficiência tem para se relacionarem com o meio externo. (MANTOAN, 2005, p.27)
No quadro abaixo, e como resumo, da inclusão e integração, aparecem
as principais diferenças entre os dois conceitos:
Integração Inclusão
Competição Cooperação/solidariedade
Seleção Respeitos às diferenças
Individualidade Comunidade
Preconceitos Valorização as diferenças
Visão individualizada Melhoria para todos
Modelo técnico-racional Pesquisa reflexiva
Fonte: SASSAKI, 2005.
Quadro 1: Resumo da inclusão e integração
Através dos aspectos históricos da inclusão, constatou que muitas
mudanças, transformações, seja na visão educacional, política, social foram
necessárias, para que nos dias atuais a inclusão de pessoas com deficiência
26
esteja acontecendo nas escolas, e estas se capacitando para atender a
diversidade e individualidade.
Para concluir os aspectos históricos pode-se citar Sassaki (2005, p.23)
um dos idealistas da inclusão que ressalta que a “felizmente inclusão é um
processo mundial irreversível. Veio para ficar e multiplicar-se abrindo caminhos
para construção de uma sociedade verdadeiramente para todos, sem exceção
sob nenhuma hipótese”.
1.2.1 Definição de deficiência
A definição da pessoa com deficiência segundo a Classificação
Internacional de funcionalidade da Organização Mundial de Saúde (OMS)
considera a pessoa de acordo com sua relação com o meio, isto é, uma pessoa
com deficiência, dependendo de condições de acesso físico, social e
psicológico, podem ter ou não barreira que interferem em sua autonomia plena.
Ainda quando existe o impedimento, quer dizer uma perda ou
anormalidades das funções sejam anatômica, fisiológica e psicológica. A OMS
ressalta a deficiência como restrição ou perda, resultante do impedimento, para
desenvolver habilidades consideradas normais para o ser humano.
Ressaltando o Decreto 914 de 06 de agosto de que reza:
Art. 3º Considera-se pessoa portadora de deficiência
aquela que apresenta, em caráter permanente, perdas ou
anormalidades de sua estrutura ou função psicológica,
fisiológica ou anatômica, que gerem incapacidade para o
desempenho de atividade, dentro do padrão considerado
normal para o ser humano.
Um dos primeiros passos é compreender as diferenças entre dois
termos. Deficiência é um desenvolvimento insuficiente, em termos globais, ou
específicos, ou um déficit intelectual, físico, visual, auditivo ou múltiplo. Já
síndrome, é o nome que se dá a uma serie de sinais sintomas que juntos,
evidenciam uma condição particular.
Atualmente são classificadas pessoas com deficiência os indivíduos que
possuem algum tipo de limitação sejam físicos, ocorrendo nos membros
27
superiores, inferiores, paralisias cerebrais, em partes do corpo e deficiente de
crescimento, há a deficiência intelectual síndromes e déficits devidos acidentes
ou má formação, e a deficiência sensorial, a auditiva e a visual.
Há deficiência múltipla, essa é decorrente, de duas ou mais deficiências,
exemplo autismo e síndrome de Down, uma intelectual com outra física. Uma
intelectual com uma visual e auditiva. Não existem estudos que comprovem
quais deficiências são mais comum acontecerem juntas.
1.2.2 Deficiência física
Deficiência Física, pode ser compreendida com uma alteração física,
aparentemente visível, como a falta ou deformação de um membro, mas
também pode se ter a deficiência motora que esta associada a falha na função,
principalmente dos membros, como exemplo a paralisia cerebral.
Matheus e Schleeman (2009) ressaltam que muitas vezes a confusão
entre a deficiência motora e física, a confusão entre estes dois tipos, estão,
pois, freqüentemente associadas. “Deficiência física pode acarretar falhas
motoras, ao mesmo tempo, onde deficiências motoras podem apresentar
deficiência física”. Já a deficiência motora “são na maioria das vezes, inatas, ou
seja, desde o nascimento, e a causa provável delas é a falta de oxigenação
cerebral da criança durante a gestação ou o parto”.
No decreto nº 3. 298 da Legislação Brasileira no artº 4, encontra-se a
seguinte definição:
ARTº 4: Deficiência Física: alteração completa ou parcial
de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando
o comprometimento da função física, apresentando-se
sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia,
monoparesia, amputação ou ausência de membro,
paralisia cerebral, membros com deformidades estéticas e
as que não produzam dificuldades para o desempenho de
funções.
As deficiências físicas geralmente são adquiridas, principalmente em
situações traumáticas que lesionam órgãos e tecidos e acarretam em perdas
28
de membros ou movimento. As causas que levam a deficiência física podem
ser:
a) pré-natais, através de doenças infectocontagiosas, desnutrição
materna, uso de drogas pela mãe e outras;
b) peri-natais; uso de fórceps, traumas, incompatibilidade de RH, entre
outros.
Ainda elas podem ser congênitas que é desde o nascimento, ou
adquiridas, pode ser considerada temporária ou permanente.
Existem características que apresentam o deficiente físico, como o
grafismo devido o motor, alguns precisam de cadeiras de roda ou muleta para
locomoção e outros precisam de material escolar adaptado para poder usar
lápis, cadernos e outros instrumentos educacionais.
1.2.3 Deficiência intelectual
Para iniciar é necessário ressaltar a mudança da terminologia, deixando
de ser chamada deficiência mental para deficiência intelectual, como ressaltam
Filus; Martin Jr. (2004):
Incapacidade caracterizada por limitações significativas no funcionamento intelectual e comportamento adaptativo e está expressa nas habilidades sociais, conceituais e praticas. A incapacidade se origina antes dos 18 anos de idade. (FILUS; MARTIN JR, 2004, p. 103)
Durante muitas décadas vários conceitos atribuídos aos portadores de
deficiência intelectual, por meio dos estudiosos foram mudando, buscando-se
outras interpretações a fim de defini-la mais apropriadamente. Assim, a APAE
de São Paulo em seu artigo Nomear sem excluir de 09 de fevereiro de 2009,
esclarece:
Em 1995 o simpósio INTELLECTUAL DISABILITY: PROGRAMS, POLICIES, AND PLANNING FOR THE FUTURE da Organização das Nações Unidas – ONU, altera o termo deficiência mental por deficiência intelectual, no sentido de diferenciar mais claramente a deficiência mental da doença mental (quadros psiquiátricos não necessariamente associados a déficit intelectual). (FILUS; MARTIN JR, 2004, p. 105)
O mesmo artigo da APAE ainda faz a seguinte menção:
29
Em 2004, em evento realizado pela Organização Mundial de Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde o termo deficiência é consagrado com o documento ‘DECLARAÇÃO DE MONTREAL SOBRE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL’.
Funcionamento intelectual inferior à média do QI, manifesta antes dos
dezoitos anos, está associadas a limitações adaptativas em pelo menos duas
áreas de habilidades, estas são comunicação, autocuidado, vida no lar,
adaptação social, saúde segurança, uso de recursos da comunidade,
determinação, funções acadêmicas, lazer e trabalho (MORESCHI, 2009).
Na classificação de Deficiência Intelectual, pode se considerar diferentes
fatores como perspectiva etiologia, déficit intelectual e níveis de suporte.
Guargiulo (apud MORESCHI, 2009), diz em sua definição de deficiência
intelectual “classificação mais adequada considera os níveis de suporte;
intermitente, limitado, extensivo, constante” Segue abaixo o que cada um
significa:
Intermitente: pessoas que nem sempre precisam de suporte ou que precisam durante um curto período. Limitado: suporte caracterizado por ser constante, por um tempo determinando, mas sempre apresentar características de intermitência. Extensivo: suporte caracterizado por ser regular em pelo menos um ambiente (ex trabalho) e não por um tempo limitado. Constante: suporte caracterizado por ser constante e intenso; necessário em todo o ambiente. (GUARGIULO apud MORESCHI, 2009, p.29)
Mas antes, segundo Gallagher (apud MORESCHI, 2009) usava o teste
de inteligência, aplicados por psicóloga para saber a capacidade intelectual,
mas “os testes de inteligência ainda são usados com certa freqüência para
determinar a deficiência intelectual”.
Segundo Ballone (apud MORESCHI, 2009), ao falar das limitações cita
que aproximadamente 87% tem limitações apenas leves das capacidades
cognitivas e adaptativas e maioria deles podem chegar a levar suas vidas
independentes e perfeitamente integradas na sociedade. Os 13% restantes
pode ter serias limitações, mas em qualquer caso, com a devida atenção das
redes de serviços, sociais também podem integrar-se na sociedade.
As etiologias da deficiência intelectual podem ser:
a) pré - natal: genética e ambiental, onde as causas estão ligadas à
desnutrição materna, doenças infecciosa como rubéola, sífilis e
toxoplasmose;
30
b) usos de álcool, cigarro, medicamentos não indicados pelo médico
durante a gravidez;
c) alterações no cromossomo exemplo síndrome de Down;
d) peri natal, anóxia, traumatismo, obstétrico e infecções;
e) pós-natal, após o nascimento e até os 18 anos.
1.2.4 Deficiência sensorial, auditiva e visual
Conceito da visão subnormal segundo OMS (apud LEAL, 2009)
considera uma pessoa com baixa visão é aquela que possui um
comprometimento do seu funcionamento visual, mesmo após tratamento e/ou
correção de erros refracionais comuns e tem acuidade visual inferior a 10 graus
de seu ponto de fixação, mas que utiliza ou potencialmente capaz de utilizar a
visão para planejamento e execução de uma tarefa, conforme quadro 2.
CLASSIFICAÇÃO ACUIDADE VISUAL SNELLEN
ACUIDADE VISUAL DECIMAL
AUXÍLIOS
VISÃO NORMAL 20/12 a 20/25 1,5 a 0,8 BIFOCAIS COMUNS PRÓXIMA DO NORMAL
20/30 a 20/60 0,6 a 0,3 BIFOCAIS MAIS FORTES LUPAS DE BAIXO PODER
BAIXA VISÃO MODERADA
20/80 a 20/150 0,25 a 0,12 LENTES ESFEROPRISMÁTICOS LUPAS MAIS FORTES
BAIXA VISÃO SEVERA
20/200 a 20/400 0,10 a 0,05 LENTES ASFÉRICAS LUPAS DE MESA ALTO PODER
BAIXA VISÃO PROFUNDA
20/500 a 20/1000 0,04 a 0,02 LUPA MONTADA TELESCÓPIO MAGNIFICAÇÃO VÍDEO BENGALA / TREINAMENTO O-M
PRÓXIMO À CEGUEIRA
20/1200 a 20/2500 0,015 a 0,008 MAGNIFICAÇÃO VÍDEO LIVROS FALADOS, BRAILLE APARELHOS SAÍDA DE VOZ BENGALA / TREINAMENTO O-M
CEGUEIRA TOTAL
SPL SPL APARELHOS SAÍDA DE VOZ BENGALA / TREINAMENTO 0-M
Fonte: ICD ICD-9-CM (WHO/ICO) apud Leal (2009)
Quadro 2: A visão para planejamento e execução de uma tarefa
31
A perda da visão pode ser decorrente de ferimentos, traumatismo,
perfurações e vazamento nos olhos. Durante a gestação, doença como
rubéola, toxoplasmose e sífilis. Mas, pode ocorrer durante a fase adulta, se não
forem tratadas podem levar a deficiência, a doença tais como glaucoma,
diabete, catarata, deslocamentos de retina e retinopatia.
1.2.4.1 Deficiência auditiva
Deficiência auditiva é um problema sensorial não visível, que acarreta
dificuldades na detecção e percepção dos sons e traz sérias conseqüências
para o indivíduo. A presença de qualquer alteração na primeira infância,
acarreta comprometimento no desenvolvimento da criança como um todo:
aspectos cognitivos, lingüísticos, sociais e culturais.
Para haver a classificação deve se considerar quanto:
a) a localização; a perda auditiva pode estar localizada no ouvido
externo (condutivas) e ouvido interno (neurossensorial), assim
podendo ser unilateral ou bilateral;
b) grau de perda;
b.1 leve de 26 a 40 dB;
b.2 moderada;de 41 a 55 dB;
b.3 moderadamente severa 56 a 70 dB:
b.4 severa;de 71 a 90 dB
b.5 profunda; acima de 91 dB.
1.2.4.2 A época de ocorrência da perda da audição
Causas da deficiência auditiva:
a) causas pré-natais por rubéola congênita, hereditariedade e fatores
genéticos;
b) causas pós-natais: baixo peso, hiperbilirrubinemia, otoxidade, anoxia
perinatal e meningite.
32
1.3 Educação física escolar e a inclusão de alunos deficientes
A Educação Física através de dados da história no seu âmbito escolar
passou por muitas mudanças, seja porque era uma disciplina que a própria
escola excluía considerando desnecessário devido a e as próprias escolas
considerarem que não tinha um objetivo que desenvolvesse o aspecto
intelectual do indivíduo.
Após, consta que durante um longo período escolar era uma disciplina
onde valorizava os alunos com mais habilidades, onde as pessoas com
deficiência, com sua limitação seja motora, física, intelectual e sensorial
ficavam de fora das práticas, muitas vezes não eram apenas os deficientes e
sim também alunos que não tinham as habilidades necessárias para o
desenvolvimento físico no esporte.
Com o passar do tempo surgiram novas visões de nível pedagógico no
desenvolvimento da educação física escolar, assim surge um novo
posicionamento na cultura do movimento onde todos têm a oportunidade de
desenvolver suas capacidades motoras na sua individualidade biológica.
Considerando que a Educação Física como uma matriz curricular não
poderia ficar indiferente ou neutra na face da inclusão dos alunos deficientes
em salas regulares de ensino.
Cidade; Freitas (2009) ressaltam: a educação física na escola se
constitui em uma grande área de adaptação ao permitir, a participação de
crianças e jovens em atividades físicas adequadas as sua possibilidades,
proporcionando que sejam valorizados e se integrem num mesmo mundo. O
programa de Educação Física quando adaptado ao aluno portador de
deficiência, possibilita ao mesmo a compreensão de suas limitações e
capacidades, auxiliando-o na busca de uma melhor adaptação.
Assim é possível perceber a importância de um futuro profissional de
Educação Física que compreenda as diferenças biológicas, seja no aluno
deficiente, mas também em todos para que possa planejar atividade que
proporcione o desenvolvimento de suas capacidades, com novas
possibilidades.
33
CAPITULO II
FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA GRADUAÇÃO
2 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
2.1 A formação do professor na graduação para atuar na escola com alunos
deficientes
O tema formação do professor, para o processo de educação inclusiva,
ou seja, os deficientes incluídos nas escolas comuns da rede regular,
necessariamente se faz reflexões acerca da sua formação inicial, dos futuros
docentes da escola para todos. Esta formação é extremamente importante para
a inclusão se fortalecer cada vez mais e eliminar a exclusão.
Ainda, para demonstrar a importância da formação é necessário
ressaltar o que Baumel; Carvalho; Castro (2003) dizem:
A formação de professores tem nossa atenção, posto que o professor é a figura central da Educação Inclusiva e uma visão clarificadora sobre as questões presentes na escola e, principalmente na sala de aula, com facilidades e dificuldades, encaminha necessidades de respostas e soluções para situações para as quais se defronta. (BAUMEL; CARVALHO; CASTRO, 2003, p. 33)
Isso faz com que se reflita sobre o assunto da formação inicial que os
professores recebem em seu processo acadêmico, já que são relevantes a sua
situação escolar, tem a característica de auxiliar as dificuldades no seu dia a
dia, as disciplinas que tratam do assunto é sobre a deficiência na escola.
Muitos professores de Educação Física, segundo Cidade; Freitas (apud
BELTRAME; RIBEIRO, 2004) atuantes em escolas não receberam em sua
formação conteúdos e assuntos pertinentes a Educação Física adaptada ou
inclusiva, não se sentindo aptos para atender alunos deficientes na sala
regular.
Esta despreparação demonstra a necessidade de incluir disciplinas no
currículo acadêmico sobre as diferenças entre pessoas humanas, sendo nas
34
deficiências e nas diferenças individuais dos alunos no processo de
aprendizagem e desenvolvimento em que se encontra hoje em uma escola que
atende a todos.
Segundo Palla (apud BELTRAME; RIBEIRO, 2004) na escola inclusiva
existe a falta de experiência em lidar com a população diversificada escolar,
como também a carência de conteúdos de Educação Física Inclusiva durante o
curso acadêmico, assim a carência na formação acadêmica e tanto no requisito
de conteúdos como a prática em lidar com os alunos incluídos, repercutem na
realidade escolar.
Jannuzi (apud CRUZ, 2005) vem a dizer:
Sugere como ponto de partida para uma escola inclusiva uma formação comum para todos os professores resenhando para cursos extracurriculares, de aperfeiçoamento ou de formação em serviço, os conteúdos específicos pertinentes as demandas educacionais que apresentam necessidades especiais. (JANNUZI apud CRUZ, 2005, p. 36)
Então, é pertinente saber quais os conteúdos adequados para formação
de um professor para lecionar em uma escola inclusiva, onde os professores
conhecem o processo de aprendizagem de cada aluno e cria meios para o
desenvolvimento independente de suas limitações. Mas para isso, é necessário
conhecimentos de sua formação inicial, para que possa se sentir seguro e
preparar suas aulas sem excluir.
Assim, Cruz (2005 p. 37) ressalta que é necessária a preparação
adequada, para os professores lecionarem de forma que atenda “demandas
especificas de alunos em lugares complexos, em sala de aula ou em uma
quadra. Uma preparação que esteja de acordo com a realidade da escola, que
os professores tenham tido vivência e conceitos sobre a inclusão”.
Segundo Molina Neto (apud FILLUS; MARTINS JR., 2004, p. 107) “a
insegurança dos profissionais é reflexo de uma formação inicial deficiente, a
base de um bom profissional vem da sua formação acadêmica”. Ressalta ainda
a falta de conteúdos a Educação Física Inclusiva Especial, “que se tornou
fundamental no momento em que a inclusão é um assunto importante de
debate no âmbito escolar”.
Mantoan (2005) entende que a educação para todos só acontecerá nos
sistemas educacionais que se especializarem em todos os alunos. Mas, para
35
haver a especialização torna-se necessário que haja o suporte acadêmico
incluindo disciplina que tratem dos conhecimentos específicos das deficiências.
Baumel (apud CRUZ, 2005) diz :
A formação dos professores é uma questão que se torna especialmente relevante porque a ação do docente passa a fazer parte de uma educação rígida, pelo paradigma da inclusão indica movimento, continuidade, se realiza numa cultura. O formar-se professor é o mesmo formar pessoa. Não se forma professor separado do processo de construção de uma informação transcendente a apropriação de conhecimentos específicos e o desenvolvimento instrumental para chegar à formação de atitudes. (BAUMEL apud CRUZ, 2005, p. 36)
Assim, ressalta a questão do conhecimento especifico da inclusão nos
currículos acadêmicos para a formação do professor, visando que quando se
fala em formação acadêmica não separam do ser humano as suas opiniões e
crenças. A partir do momento em que se tem contato com conteúdos que
tratem da educação física e a inclusão na escola, passa-se a ver a evolução e
a necessidade de compreender a evolução e a individualidade.
As universidades enquanto agentes de formação, além de produzir
conhecimentos têm ainda a responsabilidade de qualificar os recursos
humanos, tanto em cursos de formação inicial, quanto continuada, o que é um
desafio considerável para o sistema brasileiro de ensino superior.
Segundo Reid e Stanish (apud CRUZ, 2005, p. 38) quando se fala da
evolução da educação física escolar, no seu processo histórico percebemos
que “por mais que o campo de Educação Física já esteja definido e avançado
não podemos deixar de relatar a distância dos conhecimentos produzidos
academicamente com as pessoas de necessidades especiais”.
Mantoan (2005), explica a necessidade da formação dos professores
diante da riqueza das diferenças na escola, ou seja, as diferenças, como um
processo de aprendizagem, pensar que cada aluno tem seu tempo e seu
processo de aprendizagem, deixar de lado a idéia de que todos devem
aprender ao mesmo tempo com o mesmo meio.
Ressaltando a importância da formação do professor da educação
inclusiva, a Resolução CNE/C n 1/2002, estabelece:
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Básica, definem que as instituições de ensino superior devem prever em sua organização curricular formação do docente voltada
36
para atenção à diversidade e que contemple conhecimentos sobre especificidades dos alunos com necessidades especiais.
Ainda na questão de legislação, a lei n 10.436/02 reconhece a Língua
Brasileira de sinais como meio legal de comunicação e expressão,
determinando que sejam garantidas formas institucionalizadas de apoiar seu
uso na difusão, bem como a inclusão da disciplina Libras como parte integrante
do currículo nos cursos de formação de professores e de fonoaudiologia.
Mas, deve-se levar como parâmetro o que Cruz ressalta, “a formação de
professores deve ser entendida como um processo dinâmico longe de ter um
ponto final pré-estabelecido por ocasião de uma formação prévia, inicial ou
básica” (CRUZ, 2005 p. 45).
Esta afirmação leva a refletir que é necessário ter a preparação básica,
pois essa é alicerce da profissão, principalmente nos cursos de licenciatura que
irão atuar em escolas que tem a diversidade, a inclusão deficiente na sala
comum que tem o direito de ter participação em todas as atividades e o
professor, o dever de se preparar para atender as necessidades de seus
alunos. Mas, o bom profissional não pode dar como acabado seu
conhecimento no termino da licenciatura, é necessário que ele tenha uma
preparação contínua sem pensar que o conhecimento se esgotou.
2.2 Análise dos parâmetros curriculares nacionais de educação física e os
alunos deficientes incluídos na escola
O objetivo dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs é dar suporte
ao professor, o que deve ser trabalhado na escola. Quando se fala nacional
quer dizer que todos os alunos do país devem desenvolver os mesmos
aspectos, sem diferença de região, ressaltando que é a base e não algo
fechado.
Quanto ao assunto deficiência, nos parâmetros de Educação Física, ele
descreve uma folha e meia, tratando apenas a da deficiência física, não
retratando as outras. Também ressalta que durante a história da educação
física alunos com deficiência física ficaram excluídos, ou seja, não participavam
das aulas, diz que com a participação dos alunos deficientes físicos pode
37
favorecer e trazer benefícios a esses alunos, “[...] particularmente no que diz
respeito ao desenvolvimento das capacidades afetivas, de integração e
inserção social”. (BRASIL, 2001, p. 40)
A necessidade de saber qual a deficiência do aluno, um laudo médico
sobre suas capacidades físicas, pois existem diferentes graus de deficiência
que requerem procedimentos adequados àquela deficiência. (BRASIL, 2001)
Para que esses alunos possam freqüentar as aulas de Educação Física é necessário que haja uma orientação médica, supervisão de um especialista em fisioterapia, um neurologista, psicomotricista ou psicólogo, pois restrições de movimentos, posturas e esforço podem implicar riscos graves. (BRASIL, 2001, p. 40)
O professor sabendo quais os meios e as condições sem causar risco de
saúde do aluno, “[...] pode fazer adaptações, criar situações de modo a
possibilitar a participação dos alunos especiais”.
Uma criança de cadeira de rodas pode participar de uma corrida se for empurrada por outra e, mesmo que não desenvolva os músculos ou aumente a capacidade cardiovascular, estará sentindo a emoções de uma corrida. Num jogo de futebol, a criança não deve fazer muito esforço físico pode ficar um tempo no gol, fazer papel de técnico, de árbitro ou mesmo torcer. A aula não precisa se estruturar em função desses alunos, mas o professor pode ser flexível, fazendo as adequações necessárias. (BRASIL, 2001, p.40)
Um ponto “importante é em relação a situações de vergonha e
exposição nas aulas de Educação Física” (BRASIL, 2001, p. 40), pois a maioria
dos deficientes físicos tem traços e fisionomia que podem ser vistas. A atitude
dos alunos diante dessas diferenças será construída com a convivência e
dependerá muito da atitude do professor. O instrumento ressalta:
A aula de Educação Física pode favorecer a construção de uma atitude digna e de respeito próprio por parte do deficiente e a convivência com ele pode possibilitar a construção de atitudes de solidariedade, de respeito, de aceitação, sem preconceitos. (BRASIL, 2001, p. 41)
Os PCNS deixam clara a participação dos alunos nas aulas de
Educação Física, ressaltando a importância do professor criar possibilidades
para que aquele aluno esteja integrado na aula como todos, ainda a
importância da convivência e o respeito. O que se nota é a falta de retratar as
outras deficiências, pois em uma escola que tem a inclusão tem uma
diversidade de alunos e realidades diferentes.
38
2.3 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Especial
Para entender abrangência da educação o artigo primeiro da LDB diz:
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que
se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana,
no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e
nas manifestações culturais.
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se
desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em
instituições próprias.
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do
trabalho e à prática social.
Ainda a LDB, fala sobre Princípios e Fins da Educação Nacional:
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado,
inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de
solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes
princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência
na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a
cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V - coexistência de instituições públicas e privadas de
ensino;
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos
oficiais;
VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma
desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
39
IX - garantia de padrão de qualidade;
X - valorização da experiência extra-escolar;
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as
práticas sociais.
A lei deixa claro que a Educação é um dever também da família, ainda
quando falamos em deficiente, esta tem um dever maior na estimulação pra o
desenvolvimento. Quando retrata igualdade de condições ao acesso e
permanência, percebe que não cita deficiência está falando da educação geral.
O art. 4º reza o direito a Educação e do dever de Educar e a quem cabe:
Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública
será efetivado mediante a garantia de:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive
para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade
ao ensino médio;
III - atendimento educacional especializado gratuito aos
educandos com necessidades especiais,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - atendimento gratuito em creches e pré-escolas às
crianças de zero a seis anos de idade;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de
cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
condições do educando;
VII - oferta de educação escolar regular para jovens e
adultos, com características e modalidades adequadas às
suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos
que forem trabalhadores as condições de acesso e
permanência na escola;
VIII - atendimento ao educando, no ensino fundamental
público, por meio de programas suplementares de
material didático-escolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde;
40
IX - padrões mínimos de qualidade de ensino definidos
como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de
insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo
de ensino-aprendizagem.
Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público
subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos,
associação comunitária, organização sindical, entidade de
classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o
Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo.
A LDB retrata a Educação Especial no Capitulo V:
Art. 58º Entende-se por educação especial, para os
efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar,
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino,
para educandos portadores de necessidades especiais.
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio
especializado, na escola regular, para atender às
peculiaridades da clientela de educação especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes,
escolas ou serviços especializados, sempre que, em
função das condições específicas dos alunos, não for
possível a sua integração nas classes comuns de ensino
regular.
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional
do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos,
durante a educação infantil.
Art. 59º Os sistemas de ensino assegurarão aos
educandos com necessidades especiais:
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e
organização específicos, para atender às suas
necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não
puderem atingir o nível exigido para a conclusão do
ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e
aceleração para concluir em menor tempo o programa
41
escolar para os superdotados;
III - professores com especialização adequada em nível
médio ou superior, para atendimento especializado, bem
como professores do ensino regular capacitados para a
integração desses educandos nas classes comuns;
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua
efetiva integração na vida em sociedade, inclusive
condições adequadas para os que não revelarem
capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante
articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para
aqueles que apresentam uma habilidade superior nas
áreas artística, intelectual ou psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas
sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível
do ensino regular.
Art. 60º Os órgãos normativos dos sistemas de ensino
estabelecerão critérios de caracterização das instituições
privadas sem fins lucrativos, especializadas e com
atuação exclusiva em educação especial, para fins de
apoio técnico e financeiro pelo Poder Público.
Parágrafo único. O Poder Público adotará, como
alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos
educandos com necessidades especiais na própria rede
pública regular de ensino, independentemente do apoio
às instituições previstas neste artigo.
Através da lei, o atendimento dos alunos deficientes na escola regular
deverá ter apoio de especialista quando necessário, e adaptação curricular e
recursos pedagógicos durante o percurso escolar do ensino básico até o
superior. Sempre visando formar um cidadão com participação igualitária de
cidadão na sociedade e que possa ter os mesmos recursos e preparação para
o mercado de trabalho.
42
2.4 Decreto número 5.626 de 22 dezembro de 2005.
O Capitulo II no art. 3 do decreto 5.626 é sobre os cursos de Educação
que devem ter em seus currículos a disciplina Libras, isso vem ressaltar a
importância da formação do professor para trabalhar com a diversidade
escolar. E o governo garante através da Lei que a Libras é uma língua com sua
própria gramática:
Art. 3º A Libras deve ser inserida como disciplina
curricular obrigatória nos cursos de formação de
professores para o exercício do magistério, em nível
médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de
instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema
federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios.
§ 1o Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes
áreas do conhecimento, o curso normal de nível médio, o
curso normal superior, o curso de Pedagogia e o curso de
Educação Especial são considerados cursos de formação
de professores e profissionais da educação para o
exercício do magistério.
§ 2o A Libras constituir-se-á em disciplina curricular
optativa nos demais cursos de educação superior e na
educação profissional, a partir de um ano da publicação
deste Decreto.
Diante disto, percebe-se a necessidade do professor compreender a
língua de sinais, pois é o meio de comunicação de pessoas surdas, assim será
um meio de compreensão professor e aluno. Além de ser considerado por lei
uma Língua onde, para uma pessoa surda sua primeira língua é a Libras e a
segunda a do seu país.
43
CAPITULO III
RESULTADO DA PESQUISA
3 ANÁLISE DA FORMAÇÃO DOS ACADÊMICOS
3.1 Metodologia utilizada
A pesquisa foi realizada com 35 acadêmicos do curso de Educação
Física, do quarto ano, sendo que para a primeira pergunta sobre sexo e idade,
obteve-se que a classe era formada por 15 mulheres e 20 homens, com a
idade entre 22 a 29 anos para 33 alunos e idade entre 30 a 35 anos para 2
alunos, conforme tabela abaixo:
Tabela 1: Idade dos entrevistados
IDADE NÚMERO DE ACADÊMICOS
21 9
22 8
25 10
26 3
28 2
29 1
30 1
35 1
Fonte: Dados da pesquisa da autora
Na segunda pergunta onde se questionava se havia acadêmico já
graduado, constatou-se que 100% deles não possuem graduação em outra
área.
Quanto a sua atuação no trabalho, indagados na terceira pergunta se já
atuavam na área da educação e apenas dois alunos trabalham como
44
inspetores em escolas de ensino fundamental e trinta e três alunos não
trabalham em áreas relacionadas à educação.
Na quarta pergunta: ao termino do curso que área pretende atuar? os
acadêmicos tem suas preferências já definidas, conforme tabela que se segue:
Tabela 2: Area de atuação
ÁREA DE ATUAÇÃO QUANTITATIVO
APAE e Escola 10
Academias, ginástica, personal e instrutor 20
Técnico desportivo 05
Recreação e lazer 0
Fonte: Dados da pesquisa da autora
Através desta resposta é possível perceber que os acadêmicos
demonstram interesse pela área de academia, sendo mais que a metade optou
pela área, ficando em segundo lugar a área educacional.
Entretanto na quinta pergunta que indaga sobre a formação continuada,
ou seja, especializarem-se em alguma área os dados obtidos foram:
Tabela 3: Área de interesse de especialização
ÁREA DE INTERESSE DE ESPECIALIZAÇÃO RESPOSTAS
Especialização em educação física escolar inclusiva 2
Educação Física escolar 8
Academias, ginástica, musculação 20
Esporte e lazer 5
Fonte: Dados da pesquisa da autora
Através destes dados percebe-se que o acadêmico tem um interesse
maior pela área da academia de ginástica e musculação, reforçando uma vez
mais que mais da metade optaram por essa área, e as educacionais um
número menor e para a área da educação física escolar inclusiva apenas dois
demonstraram interesse, percebendo-se que os alunos não se interessam pela
área escolar propriamente dita.
45
Questionados na sexta pergunta sobre a formação acadêmica na área
da inclusão do deficiente os 35 acadêmicos responderam que tiveram
disciplinas como a Educação Física e Libras especificamente sobre deficiente
na escola. Observa-se nas respostas oferecidas que a faculdade pesquisada
tem disciplina que trata do assunto educação física escolar e sua diversidade,
mas percebe-se que os alunos têm mais interesse pela área da academia.
Entretanto, para a sétima pergunta, quando foi indagado se
consideravam a formação suficiente ou insuficiente para a disciplina Educação
Física Inclusiva e Libras 20 consideraram suficiente para a sua atuação em
escolas com alunos deficientes e 15 consideraram insuficiente. Através das
respostas constata-se que mais do que a metade dos acadêmicos consideram
que os conteúdos das disciplinas foram adequados e atenderam as sua
duvidas quanto a educação inclusiva, isso é importante pois uma das questões
que professores reclamam da inclusão é não terem disciplina durante a
graduação que retratassem o assunto deficiência.
Na oitava pergunta sobre os estágios que tiveram durante sua formação
na área de deficiência, obteve-se o seguinte resultado:
Tabela 4: Local do estágio
LOCAL DO ESTÁGIO RESPOSTAS
Sala de recurso 2
APAE 33
Escola inclusiva 0
Não houve estagio na área da deficiência 0
Outras instituições Qual? 0
Fonte: Dados da pesquisa da autora
Percebe que os estágios foram realizados em APAES, talvez pelo fato
de associarem deficientes às APAES. Também apenas dois alunos na sala de
recurso pode ser justificado pelo fato de não haver aulas de educação física
para estes alunos já que as atividades físicas são aplicadas pelo próprio
professor de sala, entretanto nenhum acadêmico ter realizado estágios em
escolas que têm alunos incluídos, é uma questão que pode ser justificada pelo
fato de não terem associado a deficiência em salas comuns ou não ter alunos
46
incluídos em escolas que conhecem.
Quanto à nona pergunta onde se questionava sobre ser a formação
acadêmica recebida ser suficiente ou insuficiente para lidar com os alunos
deficientes, muito mais da metade, ou seja, 25 acadêmicos consideram
totalmente insuficientes, enquanto 10 alunos consideraram suficiente.
Para a pergunta de número 10, que questionava sobre o material
didático utilizado pelos acadêmicos para aprender sobre deficientes os 35
alunos responderam que haviam lido apenas apostilas oferecidas pela
faculdade, sendo que nunca leram um livro, periódico sobre o assunto,
podendo-se considerar que nem professores e nem acadêmicos não se
aprofundam no assunto inclusão e deficiência.
A décima primeira pergunta que indagava “Você atuando em uma
escola, onde há a inclusão em quase todas as salas de alunos deficientes se
sente preparado ou despreparado”? Por quê? Obtiveram-se as seguintes
respostas: a minoria, isto é somente dois acadêmicos se sente despreparada,
pois acha que a disciplina precisa ser mais aprofundada didaticamente e os
estágios devem englobar todas as escolas, especial e regular, enquanto a
maioria considera que durante a graduação teve conhecimento científico
suficiente e no estágio pode vivenciar a prática. Trinta e três alunos se
consideraram preparados.
3.2 Parecer final sobre a pesquisa
Através da pesquisa de campo foi possível constata, que a instituição
educacional a faculdade de educação física, vem se adequando com
exigências para formação de um profissional que poderá atuar em uma escola
inclusiva, isto se vê através das disciplinas Educação Física Inclusiva, Libras e
os estágios.
Ainda contatou que os alunos não demonstraram interesse pela área
educacional, mas pensando em inclusão de deficiente, talvez os alunos não
percebam que a inclusão é em todo meio social e não apenas educacional.
Para concluir, é preciso considerar que a formação de um profissional
deve ser continua, considerar que não acaba no final da graduação, mas deve
47
ter como uma formação constante seja através de cursos, leituras ou outras,
assim uma formação capaz de suprir todas as necessidades diárias do seu
meio profissional, através desta a escola para todos terá profissionais com uma
formação adequada.
48
CONCLUSÃO
Este trabalho junto aos acadêmicos quartanistas de uma escola de
educação física, proporcionou condições, através dos dados obtidos em
questionário aplicado, de verificar que fazem parte da grade curricular desse
curso e nesta escola de nível superior, disciplinas e estágios na área de alunos
portadores de deficiência, tais como Educação Inclusiva e Libras, ambas
fazendo parte da formação básica, segundo os instrumentos legais.
Todavia, o que se pode verificar é que o interesse dos acadêmicos é
mínimo, preferindo lidar com outras áreas como academias de ginástica,
personal, etc. não ligadas à área educacional.
Neste sentido, nos perguntamos se os professores, de forma geral, e
especificamente da escola pesquisada, estão de fato interessados nas
disciplinas de inclusão, buscando oferecer aos acadêmicos subsídios para que
se conscientizem da importância de se prepararem efetivamente para atender
esta demanda que tende a crescer no âmbito educacional.
Pelo que se pode também entender é que, possivelmente, a formação
destes acadêmicos é de forma precária porque, nos parece, há insuficiência de
estágios, já que estes são realizados em escolas especiais como a APAE e
muito pouco realizado nas salas inclusivas da educação regular que seria o
mais correto.
Uma carga horária maior de estágio direcionada para escolas regulares,
nos parece o ponto chave, já que proporcionaria aos acadêmicos um
envolvimento de fato, não só com as dificuldades que poderá encontrar quando
do exercício de sua profissão, mas as deficiências já existentes em termos de
material didático, conhecimento e comportamento dos atuais professores,
como é efetivada a integração do deficiente e dos colegas de classe pelo
professor, qual o respaldo dado pela direção e demais funcionários, etc.
Para concluir, são muitas as perguntas que ainda estão sem respostas e
cabe maior empenho tanto dos professores quanto dos próprios acadêmicos
para respondê-las. Afinal, uma formação acadêmica respaldada nos fatos
atuais poderá ser instrumento de melhorias, mudanças e, principalmente
inclusão de todas as formas e de todos os sujeitos.
49
REFERÊNCIAS
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50
______. Carta para o terceiro milênio. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 01 jun. 2009. BRYNE, P.; HERMAN, J.; SCHOUTHEETE, M. Dinâmica da pesquisa em ciências sociais. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1977. CIDADE, R. E.; FREITAS, P. S. Educação física e inclusão: considerações para a prática pedagógica na escola. Disponível em: <http//www.rc.unesp.br>. Acesso em: 20 out. 2009. COSTA, A. J. Esportes: inclusão ou exclusão. Disponível em: <http/www.gestaouniverstaria.com.br/scripts/print-materia.php?id=y17>. Acesso em: 17 ago. 2009. CRUZ, G. C. Processo de formação continuada de professores de educação física em contexto educacional inclusivo. Revista Brasileira de Educação Especial. Marília: [s.e.], v.19, n.2, abr./jun. 2005. DARIDO, S. C. Educação física na escola: questões e reflexões. Araras: Topázio, 1999. CARVALHO, D. P. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Lei número 9394. Disponível em: <http://www2.fc.unesp.br/cienciaeeducacao /include/getdoc.php>. Acesso em: 17 dez. 2009. FÁVERO, E. A. G.; PANTOJA, L. M. P.; MANTOAN, M. T. E. O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular. Brasília: Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, setembro de 2004. FILUS, J. F.; MARTINS JUNIOR, J. Inclusão de pessoas com deficiências na escola: a opinião dos professores de educação física. Revista Educação Especial. São Paulo: Scienes, v. 26, n.1, p. 103-8, 2004. JR, L. S.; SILVA, P. F. Educação física escolar: o que estamos falando. Disponível em: <http://www.edfesportes.com/edf73/inclusãohtm>. Acesso em: 08 set. 2009. LEAL, D. N. B. Conceito de visão subnormal. Sociedade Bras.de Visão Subnormal. Disponível em: <http://www.cbo.com.br/subnormal/conceito.htm>.
51
Acesso em 07 ago. 2009. MANTOAN, T. E. A hora da virada. Revista da Educação Especial. Secretaria de Educação Especial. Brasília: Secretaria de Educação Especial, v. 1, n. 1, p. 7-17, out. 2005. ______. A integração da pessoa com deficiências: inclusão escolar de deficientes mentais que formação para os professores. São Paulo: Senac, 1997. MATHEUS, N. M.; SCHILIEMANN, A. A construção do conceito de deficiência na área da saúde. Disponível em: <http://www.pucsp/br>. Acesso em: 06 ago. 2009. MORESCHI, C. L. Deficiência intelectual. Apostila pós-graduação Educação Especial. Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, 2009. POLÍTICA NAC. DE SAÚDE DA PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA. Disponível em <http://www.portalsaude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual2.pdf> Acesso em 20 de ago. de 2009. O QUE É DEFICIÊNCIA. APAE. Disponível em: <http://www.apaesp.org.br>. Acesso em: 07 ago. 2009. SANCHES, P. A. A educação inclusiva: um meio de construir escola para todos no século XXI. Revista Educação Especial. Brasília: Secretaria de Educação Especial, ano 1, n. 1, 21 jun. 2008. SASSAKI, R. R. Inclusão o paradigma do século 21. Revista da Educação Especial. Brasília: Secretaria de Educação Especial. v. 1, n.1, p. 19 a 23, out. 2005.
52
ANEXOS
53
ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO RETIRADO DAS FACULDADES
ESEFAP
TERMO DE CONSENTIMENTO
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (T.C.L.E.)
(Em 2 vias, firmado por cada participante - voluntári(o,a) da pesquisa e pelo
responsável)
“O respeito devido à dignidade humana exige que toda
pesquisa se processe após consentimento livre e esclarecido
dos sujeitos, indivíduos ou grupos que por si e/ou por seus
representantes legais manifestem a sua anuência à
participação na pesquisa.” (Resolução. nº 196/96-IV, do
Conselho Nacional de Saúde)
Eu, ..................................................................., tendo sido convidad(o,a)
a participar como voluntári(o,a) do estudo A formação dos alunos do quarto ano
do curso de Educação Física das Faculdades ESEFAP, para lecionarem em
escola com inclusão de deficientes , UNISALESIANO, responsável por sua
execução Isabel Nunes Zacarias, as seguintes informações que me fizeram
entender sem dificuldades e sem dúvidas os seguintes aspectos:
Que o estudo se destina a analisar a inclusão escolar e a formação dos
professores.
Que a importância deste estudo é a de levantar dados sobre as dificuldades
encontradas na educação inclusiva.
Que os resultados que se desejam alcançar são os seguintes: a importância de
da sua formação profissional como docente.
Que esse estudo começará em 10/ maio e terminará em 10/ junho.
Que o estudo será feito da seguinte maneira: através de um questionário
54
aberto e fechadas e observações das aulas com registros de foto.
Que eu participarei das seguintes etapas: responder a um questionário e ceder
algumas aulas para observações.
Que, sempre que desejar será fornecido esclarecimentos sobre cada uma das
etapas do estudo.
Que, a qualquer momento, eu poderei recusar a continuar participando do
estudo e, também, que eu poderei retirar este meu consentimento, sem que
isso me traga qualquer penalidade ou prejuízo.
Que as informações conseguidas através da minha participação não permitirão
a identificação da minha pessoa, exceto aos responsáveis pelo estudo, e que a
divulgação das mencionadas informações só será feita entre os profissionais
estudiosos do assunto.
Que eu deverei ser indenizado por qualquer despesa que venha a ter com a
minha participação nesse estudo e, também, por todos os danos que venha a
sofrer pela mesma razão, sendo que, para essas despesas, foi-me garantida a
existência de recursos.
Finalmente, tendo eu compreendido perfeitamente tudo o que me foi
informado sobre a minha participação no mencionado estudo e estando
consciente dos meus direitos, das minhas responsabilidades, dos riscos e dos
benefícios que a minha participação implicam, concordo em dele participar e
para isso eu DOU O MEU CONSENTIMENTO SEM QUE PARA ISSO EU
TENHA SIDO FORÇADO OU OBRIGADO.
Endereço d(o,a) participante-voluntári(o,a)
Domicílio: (rua, praça, conjunto):
Bloco: /Nº: /Complemento:
Bairro: /CEP/Cidade: /Telefone:
55
Endereço d (os,as) responsáve (l,is) pela pesquisa :
Instituição: Unisalesiano
Endereço : R: Marilia
Bloco: /Nº: /Complemento: Nº 4.059 apto. 32 A
Bairro: /CEP/Cidade: Santa Ignes 17.600.00Tupã
Telefones p/contato: 014- 3441-2977
ATENÇÃO: Para informar ocorrências irregulares ou danosas durante a sua
participação no estudo, dirija-se a: Centro Universitário Católico Pós-graduação
em Educação especial inclusiva, Lins SP Telefone: 14 (INCLUIR
OBRIGATORIAMENTE ESSA INFORMAÇÃO)
TUPÃ, _______ / ______________/ ____________
_________________________ _________________________
(Assinatura ou impressão datiloscópica Nome e assinatura do (s)
d(o,a) voluntári(o,a) ou responsável legal responsável pela pesquisa
Ponto de referência:
56
ANEXO B – FICHA DE CONSENTIMENTO
PESQUISA DE CONCLUSÃO DA MONOGRAFIA DO CURSO DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM “LATO SENSU” EM EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA
RESPONSAVEL PELO PROJETO: ORIENTANDO Ms.. FLÁVIO PILOTO
CIRILLO. CONCLUENTE DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO ISABEL
NUNES ZACARIAS
Eu,..................................................................................................... ,
RG,...........................................,
Residente na Rua
(av)___________________________________________________________
Bairro_____________ Numero__________ cidade___________
telefone________________
Voluntariamente concordo em participar do projeto de pesquisa acima
mencionado, como será detalhado a seguir.
É de meu conhecimento que será desenvolvido em caráter de pesquisa
cientifica e objetiva estudar a Disciplina Educação Física inclusiva. Estou ciente
de que para a realização de todos os procedimentos do trabalho despenderei
certa quantia de tempo. Sendo minha colaboração:
· Responder a um questionário fechado. · Participar do Focus Group. · Deixar tirar fotos durante o Focus group e participar de depoimentos.
Li e entendi as informações procedentes, bem como, é de meu conhecimento
que posso desistir de colaborar a qualquer momento, sendo que duvidas
futuras que possam ocorrer, poderão ser prontamente esclarecidas, bem como
o acompanhamento dos resultados obtidos durante a coleta de dados.Estou
ciente que a publicação de fotos serão de objetivos científicos, não podendo
alegar futura ignorância do fato.
Autorizo a publicação dos dados coletados, no entanto, exijo sigilo quanto à
identificação de meu nome.
Tupã,........de..............................de 2009
ASS:
Acadêmico colaborador
57
APÊNDICES
58
Tupã, 2009.
Senhor(a) Diretor(a): da Faculdades ESEFAP
Venho, por meio deste, solicitar sua autorização para a pesquisa com os
acadêmicos do quarto ano do curso de Educação Física desta instituição.
Esse pedido tem como objetivo a realização de uma pesquisa de
questionário fechado e Focus group,que apresentarei em minha dissertação de
final de curso, Pós Graduação ”Lato Senso” em educação Especial Inclusiva
Educação da Unisalesiano /Lins, que tem como objetivo estudar a formação
dos acadêmicos do ultimo ano de educação Física e sua formação na área de
inclusão.
Esclareço ainda que, em hipótese alguma, será revelado o nome dessa
Instituição como fonte de pesquisa.
Sendo o que havia para o momento, antecipadamente agradeço sua
atenção manifestando elevados protestos de estima e consideração.
Atenciosamente,
Isabel Nunes Zacarias
RG: 32.453.032.-8
59
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO
1- Sexo ( ); Idade ( )
2 - Possui outra formação acadêmica
Sim ( ) não ( )
2.1 Qual _______________________________________________
3 - Já atua na área da educação escolar?
sim ( ) não ( )
3.1 Qual? _______________________________________________
4 - Ao término do curso pretende atuar em que área
Educacional; APAE e escolas ( )
Academias, ginástica, personal e instrutor ( )
Técnico esportivo ( )
Recreação e lazer ( )
5 - Pretende se especializar em:
Educação física escolar e inclusiva ( )
Ginástica e musculação ( )
Esporte e lazer ( )
6 - Durante o curso de graduação, você teve alguma disciplina que abordasse
o assunto Educação Física Inclusiva ou adaptada?
Sim ( )
Não ( )
QUAL?________________________________________
7 - Considerou essa disciplina em sua formação como;
Suficiente ( )
60
insuficiente ( )
8 - Quanto ao estágio em educação inclusiva de deficiente ocorreu em:
Sala de recurso ( )
APAE ( )
Escola inclusiva ( )
Não houve nesse aspecto ( )
Outras instituições ( )
Qual?__________________________________________
9 - O estágio na área inclusiva de deficiente você considera na sua formação
para atuar em escola que tem alunos deficientes incluídos como:
Suficiente ( ) Insuficiente ( )
10 - Durante sua formação, leu algum assunto que abordasse a deficiência?
Qual abaixo:
Periódicos ( )
Apostila da faculdade ( )
Textos da internet ( )
Livros ( )
Dissertação ( )
Nunca encontrei nenhum para minha leitura ( )
11 - Você atuando em uma escola, onde há inclusão em quase todas as salas
de um aluno deficiente, se considera como:
Preparado, pois durante graduação tive conhecimento científico e suficiente e
durante o estágio pude vivenciar a prática ( )
Despreparado, pois não conheço nada de inclusão e nunca pude vivenciar a
prática ( )