A FORMAÇÃO DO LEITOR COMPETENTE

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A FORMAO DO LEITOR COMPETENTE Estratgias de Leitura

Maria de Jesus Ornelas ValleProfessora de Portugus no Colgio Estadual Lcia Alves de Oliveira Schoffen, Altnia, PR.

RESUMO: O artigo apresenta um trabalho de pesquisa realizado a partir do estudo e uso de estratgias de compreenso leitora, segundo os pressupostos tericos de Isabel Sol, com o objetivo de buscar a formao de um leitor ativo que sabe o que l, por que l e que assume sua responsabilidade ante a leitura. A pesquisa foi realizada em turmas de 5 srie do Ensino Fundamental. Com base nos conhecimentos adquiridos sobre o tema foi realizada a interveno em sala de aula e a construo e aplicao do material didtico constitudo para esta finalidade. As estratgias de leitura foram aplicadas em textos de narrativas curtas e apresentaram-se como recursos necessrios e eficientes para enfrentar com segurana, confiana e interesse a atividade de leitura e ser utilizadas de forma autnoma pelos leitores que podero tambm utiliz-las em outros textos.

PALAVRAS-CHAVE: Estratgias de Leitura. Compreenso leitora. Interpretao.

ABSTRACT: The article presents the work in a research carried through from the study and use of reading comprehension strategies, according to Isabel Sol theoretician, aiming the formation of an active reader, who knows what reads, why reads and takes responsibility before the reading. The intervention proposal used the produced didactic material for this purpose, on the basis of the knowledge acquired about the subject, and focused 5th grades State Junior School students. The reading strategies applied to short narratives texts were

presented themselves as resources necessary and efficient to face with confidence and interest the reading activity, in order to be used in an independent way for readers, who will be able to use them in other texts.

KEY WORDS: Strategies of Reading. Reading understanding. Interpretation.

IntroduoLivros no mudam o mundo, quem muda o mundo so as pessoas. Os livros mudam as pessoas. Mrio Quintana

O estudo e o uso de estratgias de leitura foram vistos no trabalho realizado como meios que desenvolvem habilidades leitoras de compreenso e interpretao, a partir de narrativas significativas. Sendo a leitura entendida como um processo de interao entre o leitor e o texto e objeto de utilizao autnoma dos leitores. preciso cada vez mais se preocupar com a formao de leitores. Mas de que espcie de leitores? Aqueles que sejam capazes de mobilizar que tipos de procedimentos e habilidades? Que estratgias e atividades devem ser selecionadas para que os alunos desenvolvam estas capacidades envolvidas no ato de ler? Os procedimentos utilizados na construo das bases necessrias para a formao destes leitores que se deseja, instrumentalizados para o efetivo exerccio da cidadania so as estratgias de leitura aplicadas nesta pesquisa, a partir de narrativas curtas. Segundo Isabel Sol (1988), as estratgias de leitura so as ferramentas necessrias para o desenvolvimento da leitura proficiente. Sua utilizao permite compreender e interpretar de forma autnoma os textos lidos e pretende despertar o professor para a importncia em desenvolver um trabalho efetivo no sentido da formao do leitor independente, crtico e reflexivo.

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Para aprender as estratgias, o aluno deve integr-las a uma atividade de leitura significativa, assim, preciso articular situaes de ensino de leitura em que se garanta sua aprendizagem significativa. Quando se trata de ensinar as estratgias responsveis pela compreenso, o aluno deve vivenciar e assistir ao que o professor faz quando ele mesmo se depara com a leitura ou com dificuldade de leitura. Entendemos que atravs do movimento entre teoria e prtica em situaes reais de leitura, que o professor poder com lucidez perceber a possibilidade concreta de acesso ao conhecimento, tornando-se e formando leitores autnomos e competentes.

Desenvolvimento

A sociedade contempornea exige o letramento. Vivemos imersos em imagens, fotografias, letreiros, manchetes de jornais, placas de rua, sinais de trnsito, cartes de crdito, cheques, notas fiscais, documentos, rtulos, revistas, livros, entre outros. Somos leitores em tempo integral, mas no lemos do mesmo jeito os diferentes textos que se apresentam e nem todos tm acesso ao letramento necessrio para utilizar a leitura no enfrentamento aos desafios da vida em sociedade e fazer uso do conhecimento adquirido para continuar aprendendo e se desenvolvendo ao longo da vida. papel da escola fornecer aos estudantes, atravs da leitura, os instrumentos necessrios para que eles consigam buscar, analisar, selecionar, relacionar, organizar as informaes complexas do mundo contemporneo e exercer a cidadania. No entanto, deparamos no dia-a-dia escolar com alunos que no gostam de ler ou que dizem no entender o que leram, ou ainda, que apenas conseguem indicar informaes presentes no texto, no este o letramento necessrio para o exerccio da cidadania e para o combate aos desafios da vida. Formar leitores competentes que gostem de ler, que leiam para estudar e adquirir conhecimentos ou para obter informaes para as mais 3

diversas finalidades formar as bases para que as pessoas continuem a aprender durante a vida toda. De acordo com Sol (1998), poder ler, isto , compreender e interpretar textos escritos de diversos tipos com diferentes intenes e objetivos contribui de forma decisiva para autonomia das pessoas, na medida em que a leitura um instrumento necessrio para que nos manejemos com certas garantias em uma sociedade letrada. A escola lugar de compartilhar conhecimentos. Na escola, a criana e o adulto interagem numa relao social especfica, a relao de ensino. A criana, no papel de aluno, colocada diante da tarefa de compreender as bases dos conceitos sistematizados ou cientficos; o professor encarregado de orient-la. preciso aprender e ensinar a ler na escola. A criana necessita da mediao do outro para consolidar e dominar autonomamente as atividades e operaes culturais. Nesse sentido, destaca Vygotsky (1984), que a educao escolarizada e o professor tm um papel singular no desenvolvimento do indivduo. A proposta de leitura enquanto resultado de interao, parte do pressuposto de que o texto passvel de interpretaes mltiplas e que funo do professor mediar as informaes oriundas de uma esfera social mais ampla do aluno para possibilitar um elo com o texto. A leitura um processo que se movimenta entre o que se reconhece no texto e o que se expropria dele, revelando estratgias dinmicas de produo de sentido que possibilitam as vrias condies de interao entre sujeito e linguagem, deve ento, ser entendida como habilidade fundante do ser humano, como prtica social e como ato de co-produo do texto. O sujeito faz uma leitura textual com todo seu ser e sua bagagem sociocultural, o leitor constitui-se, identifica-se e projeta-se no texto, aproximando-se e distanciando-se das idias que o texto sugere, mesclando s suas idias, as salincias textuais que lhe sobressaem, o que lhe permitido pela incompletude do texto, pelas lacunas deixadas pelo autor. Para melhor compreender o processo de leitura consideremos as etapas apresentadas por Cabral (1986), identificadas como: decodificao, compreenso, interpretao e reteno. A decodificao resulta do

reconhecimento dos smbolos escritos e da sua ligao com os significados; a 4

compreenso ocorre quando o leitor capta do texto a temtica e as idias principais; a interpretao a fase de utilizao crtica do leitor, o momento em que faz julgamentos sobre o que l e a reteno o que o leitor absorve do que compreendeu ou interpretou sobre o texto. A leitura um processo interno, mas precisa ser ensinado e uma importante condio para que isso ocorra, ou seja, para o aluno aprender, que ele veja e entenda como o professor faz para elaborar uma interpretao. Os alunos precisam assistir a um processo de leitura que lhes possibilite ver estratgias de compreenso do texto em ao em uma situao significativa e funcional. O trabalho com a leitura em sala de aula apresentado por Sol (1998) em trs etapas de atividades com o texto: o antes, o durante e o depois da leitura. A autora chama a ateno para o fato de que a maior parte das atividades escolares voltada para avaliar a compreenso da leitura dos alunos e no para o ensino de estratgias que formem o leitor competente. Muitas crianas que so rotuladas como apresentando dificuldades de aprendizagem teriam condies de atingir nveis adequados de leitura, se fossem ensinadas a ler de forma apropriada. Segundo a autora, constituem as estratgias de compreenso leitora para antes da leitura: Antecipao do tema ou idia principal a partir de elementos paratextuais, como ttulo, subttulo, do exame de imagens, de salincias grficas, outros. Levantamento do conhecimento prvio sobre o assunto; Expectativas em funo do suporte; Expectativas em funo da formatao do gnero; Expectativas em funo do autor ou instituio responsvel pela publicao. Atividades durante a leitura: Confirmao, rejeio ou retificao das antecipaes ou expectativas criadas antes da leitura; Localizao ou construo do tema ou da idia principal; Esclarecimentos de palavras desconhecidas a partir da inferncia ou consulta do dicionrio;

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Formulao de concluses implcitas no texto, com base em outras leituras, experincias de vida, crenas, valores; Formulao de hipteses a respeito da seqncia do enredo; Identificao de palavras-chave; Busca de informaes complementares; Construo do sentido global do texto; Identificao das pistas que mostram a posio do autor; Relao de novas informaes ao conhecimento prvio; Identificao de referncias a outros textos. Atividades para depois da leitura: Construo da sntese semntica do texto; Utilizao do registro escrito para melhor compreenso; Troca de impresses a respeito do texto lido; Relao de informaes para tirar concluses; Avaliao das informaes ou opinies emitidas no texto; Avaliao crtica do texto. As estratgias de leitura para antes, durante e depois da leitura pretenderam desenvolver a prtica na formao do leitor, que para alcanar esse estgio de proficincia deve dominar os processamentos bsicos da leitura. O resultado do estudo e pesquisa foram aplicados em turmas de 5 srie do Ensino Fundamental, atravs do uso das estratgias de leitura em textos de narrativas curtas (parbolas, fbulas e contos), considerando textos selecionados com contedos significativos, que fizessem sentido na vida pessoal do aluno, sua comunidade, sua cultura, caminhando em direo a temas cada vez mais universalizantes.

Interveno em sala de aula

O estudo realizado teve seu espao de aplicao e observao denominado: interveno na sala de aula. A proposta de interveno pretendeu ser uma resposta tarefa de desenvolver nos alunos a compreenso das mais diversas situaes de interao, isto , permitir-lhes a insero no mundo letrado. 6

O objetivo da interveno em sala de aula foi o de formar um leitor competente, algum que compreenda o que l, que possa aprender a ler tambm o que no est escrito, identificando elementos implcitos, que estabelea relaes entre o texto que se l e outros tambm j lidos, que saiba que vrios sentidos podem ser atribudos a um texto, que consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localizao de elementos discursivos. Para tanto, a cada texto trazido para sala de aula foram aplicadas as estratgias de compreenso leitora para antes, durante e depois da leitura. A partir do ttulo, tema, capa do livro ou autor todo conhecimento prvio do aluno foi requisitado e aproveitado para o entendimento e reconhecimento do contedo a ser trabalhado. O suporte do texto e o gnero tambm se constituram instrumentos de interao entre o leitor e o texto, num contexto especfico. A leitura do texto seja pelo aluno ou pelo professor na etapa durante a leitura se props a confirmar, rejeitar ou retificar as antecipaes ou expectativas que foram criadas antes da leitura e atravs do debate coletivo, localizar o tema ou a idia principal, alm de formular concluses implcitas no texto, com base em outras leituras, experincias de vida, crenas, valores. Durante o trabalho com o texto foi possvel, ainda, buscar esclarecimentos de palavras desconhecidas a partir da inferncia ou do dicionrio. Tambm, formular hipteses a respeito da seqncia do enredo e trazer novas informaes ao conhecimento prvio, alm de atentar para a escolha e o emprego de palavras ou expresso no texto, identificando assim, as pistas que pudessem mostrar a posio do autor. Depois da leitura e do trabalho realizado nas etapas anteriores, foi possvel elaborar resumos e outras produes escritas, indicar e ler outros textos que fazem inferncia ao tema, trocar impresses a respeito do texto, alm de tirar concluses, emitir opinies e fazer a avaliao crtica.

Material Didtico

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O material didtico produzido durante a pesquisa (anexo 1) foi uma seqncia didtica em que as estratgias de leitura foram desenvolvidas, segundo as orientaes tericas de Isabel Sol (1998). A seqncia didtica um conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemtica, em torno de um gnero textual escrito. A aplicao do material didtico em sala de aula contribuiu de maneira significativa para a aprendizagem e apropriao dos instrumentos de compreenso e interpretao leitora. As estratgias desenvolvidas na seqncia pretenderam ajudar o aluno a compreender e desvendar o sentido do texto, utilizando a capacidade crtica de julgar o que leu e armazenar as informaes lidas. A seqncia didtica foi construda a partir do gnero parbola, da temtica do ensino da leitura e do papel do leitor no processo de interao leitora, considerando especialmente, como as estratgias de leitura podem contribuir para a formao do leitor competente e autnomo capacitado para ler as linhas e nas entrelinhas. O material didtico apresentado foi constitudo de duas partes, sendo que na primeira, a aplicao das estratgias de leitura est em torno da parbola: Retratar a paz e na segunda, a parbola: Encontrando a maneira correta de agir. Outros gneros textuais (msica e reportagem) foram trabalhados a partir do tema, dentro de cada parte da seqncia, considerando a motivao para a leitura, o significado do texto para os alunos e o contedo proposto. As estratgias de compreenso leitora esto expostas em cada uma das etapas da seqncia didtica, conforme apresentadas por Isabel Sol (1998) para antes, durante e depois da leitura. Incluem um passo a passo com sugestes de atividades e orientaes para o professor que deve atuar como mediador no encaminhamento dos textos.

Professor: O professor iniciar as atividades apresentando e questionando oralmente os alunos sobre o ttulo do texto e o gnero textual a serem apresentados, outras consideraes podero ser adicionadas. (Material Didtico, 2007: 1)

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O conjunto de atividades proposto estabelece espaos, denominados: A saber, onde esto apresentados contedos e informaes que pretendem funcionar como suporte para a atuao do professor na orientao aos alunos durante a aplicao da seqncia.A saber: Gneros textuais so grupos de textos materializados que encontramos em nossa vida diria e que apresentam caractersticas scio-comunicativas definidas por contedos, propriedades funcionais, estilo e composio caracterstica. Os gneros so inmeros: romance, notcia, bula, msica, carta, piada, bilhete, bate-papo, telefonema, bula, receita, conto, entre outros. (Material Didtico, 2007:4)

Atividades de oralidade, escrita, estudo lingstico e ortogrfico tambm presentes no material orientam para o bom aproveitamento que o uso e aplicao das estratgias trouxeram para a efetivao dos objetivos do trabalho de ensino e aprendizagem.

Concluso

De acordo com os objetivos propostos nesta pesquisa, entendemos que o professor aquele que leva o aluno a se apropriar do conhecimento, atravs dos contedos. Ele transmite os conhecimentos cientficos, clssicos, curriculares e o aluno apropria-se dos conhecimentos numa relao de interao com o professor, com os contedos, com os colegas e com os conhecimentos prvios que ele tambm traz. O contedo ativa o pensamento que amplia o desenvolvimento psicolgico do aluno, que deve conhecer o meio e coletivamente buscar uma transformao da realidade, produzindo cultura. O professor, ento, constri mentes que constroem mentes que evoluem e modificam o mundo. As estratgias de compreenso e de interpretao representaram a possibilidade de proporcionar meios de amadurecimento e autonomia para o leitor em formao, prioridade da prtica pedaggica, embora consciente das dificuldades inerentes ao processo, mas certos da capacidade de

transformao nele contida. 9

Da a preocupao com a construo do sentido do texto, com os procedimentos envolvidos nessa construo, com as estratgias acionadas no processo de leitura e, principalmente, com a necessidade do professor assumir uma nova postura nas aulas de Lngua Portuguesa. Para que os resultados esperados acontecessem foi preciso haver espaos dentro da escola para se defrontar posturas e metodologias ultrapassadas com propostas de encaminhamentos embasados teoricamente e viabilizados pelo professor, pois essencial que o professor esteja preparado para ensinar a ler e que prticas instrucionais efetivas na rea da leitura sejam identificadas e amplamente utilizadas. Trabalhando desta forma, podemos acreditar na pedagogia da compreenso dos mecanismos constitutivos do sentido do texto e possamos formar usurios proficientes da lngua, que encontram razes para estudar, que se sintam seguros para escrever ou falar e para gostar de ler. Ressalta-se aqui, tambm, a necessidade percebida de uma atuao conjunta entre a escola e a famlia, uma vez que a competncia em leitura influenciada por fatores motivacionais, cognitivos e contextuais como os familiares e escolares. O presente trabalho mostrou quanto os alunos, quando motivados, podem desenvolver, de forma autnoma, atividades de oralidade, de leitura e de escrita, com criticidade e gosto. As estratgias utilizadas ajudaram o aluno na construo de sentido do texto e devero ajud-lo em qualquer outra situao e com quaisquer outros textos. O aluno passou a participar mais e melhor das aulas com interesse em dar sua opinio oralmente e por escrito e a buscar argumentos para fundamentar seu ponto de vista, Neste processo, embora o aluno seja o protagonista, o professor, como mediador, tambm teve um papel de destaque.

Referncias

CABRAL, L. S. Processos psicolingsticos de leitura e a criana. Letras de hoje, 1986. CRUZ, N; FONTANA, R. Psicologia e trabalho pedaggico. So Paulo: Atual, 1997.

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DELLISOLA, R. L. P. A interao sujeito-linguagem em leitura. In: MAGALHES, I. (org.). As mltiplas facetas da linguagem. Braslia: UNB, 1996. ESPEJO-SAAVEDRA, I. A. Estratgias para uma leitura reflexiva, Bauru, SP: Edusc, 2000. FERREIRO, E. (org.), Os processos de leitura e escrita: novas perspectivas. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1987. FOUCAMBERT, J. A leitura em questo. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1994. FREIRE, P. A importncia do ato de ler. So Paulo: Cortez, 1992. GERALDI, J. W. O texto na sala de aula - leitura e produo. Cascavel: Assoeste, 1984. ______ . Portos de passagem. So Paulo: Martins Fontes, 2002. KATO, M. A. No mundo da escrita: uma perspectiva psicolingstica. So Paulo: tica, 1986. ______ . O aprendizado da leitura. So Paulo: Martins Fontes, 1990. KLEIMAN, A. Leitura: ensino e pesquisa. Campinas: Pontes, 1989. ______ . Oficina de leitura: teoria e prtica. Campinas: Pontes, 1997. ______ . Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. So Paulo: Pontes, 1989. LEFFA, V. J. Aspectos da leitura: uma perspectiva psicolingstica. Porto Alegre: Sagra: DC Luzzato, 1996. MARCUSCHI, L. A. Leitura e compreenso de texto falado e escrito como ato individual de uma prtica social. In: ZILBERMAN, R; SILVA, E. T. da (org.), Leitura: perspectivas interdisciplinares. So Paulo: tica, 2005. MENEGASSI, R. J. Compreenso e interpretao no processo de leitura: noes bsicas ao professor. Revista Unimar, Maring, 1995. MESERANI, S. O intertexto escolar; sobre leitura, aula e redao. So Paulo: Cortez, 1995. NUNES, C. Educar para a emancipao. Florianpolis, SC: Sophos, 2003. PARAN, Secretaria de Estado da Educao. Diretrizes Curriculares de Lngua Portuguesa, Curitiba, 2006.

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RANGEL, A. As mais belas parbolas de todos os tempos. Belo Horizonte, Editora Leitura: 2006 SILVA, E. T. Elementos de pedagogia da leitura. So Paulo: Martins Fontes, 1998. SILVA, M. S. A; RUGGERI, W; LIMA J. PARA QUE MINHA FAMLIA SE TRANSFORME. Campinas: Verus Ed, 2003. SOL, I. Estratgias de leitura. Porto alegre: Artes mdicas, 1998. TAGLIEBER, L.K; PEREIRA, C. M. Atividades de pr-leitura. Niteri, 1997. VALLE, M. de J. O. Material Didtico - A Formao do leitor competente PDE. Altnia, 2007. ______ . Plano de Trabalho - PDE. Altnia, 2007. VYGOTSKY, L. S. A formao social da mente. So Paulo: Martins Fontes, 1987. ZILBERMAN, R; SILVA, E. T. Leitura: perspectivas interdisciplinares. (org.), So Paulo: tica, 2005.

ANEXO 1

Seqncia didticaA saber: Seqncia didtica um conjunto de atividades escolares, organizadas de maneira sistemtica, em torno de um gnero textual oral ou escrito, tema ou autor.

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Professora PDE organizadora: Maria de Jesus Ornelas Valle Professora orientadora: Silvia Regina Emiliano IES: UEM Objeto de estudo e interveno: Estratgias de Leitura Gnero: Parbola Texto 1: Retratar a paz Texto 2: Encontrando a maneira correta de agir Srie: 5 e 6

Texto 1: Retratar a pazA saber: As atividades propostas para antes, durante e depois da leitura sero orientadas e mediadas pelo professor. So estratgias utilizadas como ferramenta para o desenvolvimento da leitura proficiente, segundo Isabel Sol.

A. ATIVIDADES ANTES DA LEITURA

Professor: O professor iniciar as atividades apresentando e questionando oralmente os alunos sobre o ttulo do texto e o gnero textual a serem apresentados, outras consideraes podero ser adicionadas. 1. Antecipar informaes e ativar conhecimentos prvios sobre o textoVamos ler um texto cujo ttulo : Retratar a paz. O que voc entende desse ttulo? O que um retrato? O que voc entende por paz? O que ser que este texto falar sobre a paz? Ser uma fotografia sobre a paz? O que voc considera o oposto a paz? O texto que vamos ler uma parbola. Voc sabe o que uma parbola? J ouviu esta palavra antes? Onde? Lembra de alguma?

Professor: Depois do dilogo, considerando as provocaes propostas, se houver necessidade, o professor explicar o que uma parbola. Parbola uma narrativa curta que apresenta uma idia ou ensinamento atravs de uma situao real do cotidiano. Na parbola existe uma representao de situaes e pensamentos atravs de uma linguagem simblica.

A saber: As parbolas so muito usadas para expressar a doutrina religiosa, como se pode constatar nas

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parbolas bblicas, pode ser da que as crianas conheam o gnero.

B. ATIVIDADES DURANTE A LEITURA

Professor: O professor distribuir o texto aos alunos e os convidar a fazerem uma leitura silenciosa. Terminada a leitura silenciosa, o professor chama a ateno dos alunos para acompanharem a leitura, que ele far em voz alta. 1. Apresentao do texto e leitura

Retratar a pazUm rei queria adquirir para o seu palcio um quadro que representasse a paz. Para isso, convocou artistas de diversas partes do mundo e lanou um concurso por meio do qual seria escolhido o tal quadro e premiado o seu autor. Logo comearam a chegar ao palcio quadros de todo tipo. Uns retratavam a paz atravs de lindas paisagens com jardins, praias e florestas; outros a representavam atravs de arco-ris, alvoradas e crepsculos. O rei analisou todos os quadros e parou diante de um que retratava uma forte tempestade com nuvens pesadas, redemoinhos de ventos e uma rvore arqueada abrigando, dentro de seu tronco, um pssaro que dormia tranqilamente. Diante de todos os participantes do concurso, o rei declarou aquele quadro da tempestade o vencedor do concurso. Todos ficaram surpresos, e algum protestou dizendo: - Mas... Majestade! Esse quadro parece ser o nico que no retrata a paz! Nesse momento o rei respondeu com toda a convico: - O pssaro dorme tranqilamente dentro do tronco apesar da tempestade l fora. Esta a maior paz que se pode ter: a paz interior. Paz no a ausncia de agitao no ambiente em que vivemos, mas o estado de tranqilidade interior que cultivamos diante das tempestades da vida.Maria Salete A. Silva, Wilma Ruggeri, Jota Lima. Para que minha famlia se transforme. Ttulo original: Mantenha sempre a calma. p.75 Campinas, SP: Verus Editora. 4ed. 2003.

Professor: Aps a leitura do texto em voz alta pelo professor, este provocar e mediar a discusso com os alunos, dando oportunidade a todos que queiram manifestar-se e incluindo outros. importante verificar se o texto fornece elementos que confirmem todas as afirmaes mencionadas. 14 A proposta que as atividades durante a leitura sejam feitas apenas oralmente.

2. Localizar informaes explcitas no textoDo que fala o texto? Para que o rei promoveu o concurso? Quais os tipos de quadros que mais apareceram no concurso? Como era o quadro escolhido pelo rei? Por que alguns protestaram com a escolha do rei? Como os autores definem paz ao final do texto?

3. Levantar e checar hiptesesO texto confirmou as nossas hipteses sobre o retrato da paz? Comente. A paz descrita no texto como ns pensvamos? O que diferente? possvel, entender a paz desta maneira apresentada pela parbola? Explique. Como voc define a paz? Depois da leitura do texto, mantm a mesma definio de antes dele?

4. Inferir e extrapolar o textoVoc j participou de algum concurso? Em que ele se pareceu com o do texto? Voc j visitou um palcio ou j viu um pela televiso? Como era? E um rei ou rainha, voc conhece algum da televiso, revista ou jornais? Quem? So da fico ou da realidade? A saber: Talvez seja necessrio neste momento explicar ou retomar o significado de que seja fico (simulao, criao da imaginao, o que ilusrio), pois apesar de lidar com textos verbais, visuais e audiovisuais, fictcios no dia a dia, pode ser que alguns alunos no consigam diferenci-los do que real. Que situaes da vida voc considera tempestuosas? No texto h palavras que voc desconhece o significado? Quais?

5. Perceber as implicaes da escolha do gnero e do suporteA saber: Gneros textuais so grupos de textos materializados que encontramos em nossa vida diria e que apresentam caractersticas scio-comunicativas definidas por contedos, propriedades funcionais, estilo e composio caracterstica. Os gneros so inmeros: romance, notcia, bula, msica, carta, piada, bilhete, bate-papo, telefonema, bula, receita, conto, entre outros. Com base na definio do gnero parbola, qual a situao apresentada? E qual a idia ou ensinamento presente neste texto? Voc j viu ou ouviu falar de outros gneros textuais (outros textos) que tambm tenham ensinamento? Qual? Sabe o nome? (fbula, aplogo, texto de instrues, outros). Esta parbola foi retirada de um livro. Qual o nome dele?

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Onde mais possvel encontrar uma parbola?

A saber: Suporte o portador do gnero: Jornal, livro, televiso, revista, internet, outros.

B. ATIVIDADES DEPOIS DA LEITURA

Professor: O professor orientar os alunos para uma anlise mais crtica do texto e para a intertextualidade com o tema. Os itens 2, 3 e 5 so propostas de atividades escritas.

1. Extrapolar e apreciar criticamente o textoSegundo o texto paz no ausncia de agitao no ambiente em que vivemos, voc concorda com isso? A tranqilidade diante dos problemas ajuda as pessoas a viverem melhor? Voc vive ou j viveu alguma situao que tirou a sua paz? Como voc age ou agiu? Voc conhece algum fato real em que algum agiu com tranqilidade apesar dos problemas que enfrentava? Que sentimento nos desperta uma tempestade? possvel ficarmos tranqilos com ventos, troves e relmpagos? Explique.

2. Utilizao do registro escrito para melhor compreensoa- Marque X nas afirmativas corretas sobre o texto. ( ) O rei queria um quadro que representasse a paz para colocar em seu palcio. ( ) A maioria das pessoas tentou representar a paz com paisagens, arco-ris,

alvoradas e crepsculos. ( ) O dono do quadro escolhido receberia um prmio por isso. ( ) Todas as pessoas concordaram com a escolha que o rei fez sem questionar, pois ele escolheu bem. ( ) O rei convocou para o concurso do quadro, artistas de todas as partes do mundo. ( ) O quadro escolhido retratava uma tempestade. ( ) O rei valorizou na escolha do quadro a paz interior que se podia perceber no pssaro que dormia.

b- Responda: Segundo o texto, o que paz? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________

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c- Cite trs exemplos de momentos tempestuosos da vida que podemos encontrar em nosso cotidiano: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ d- Marque X na opo em que, segundo sua opinio, so ambientes onde falta paz. ( ) na escola ( ) na famlia ( ) na sociedade em que vivemos ( ) no mundo

Como voc chegou a esta concluso?______________________________________ _____________________________________________________________________ Com quais atitudes possvel melhorar estes ambientes? ______________________ _____________________________________________________________________

3. Anlise textuala- A parbola apresenta uma breve descrio do quadro escolhido pelo rei. Copie no espao abaixo a descrio do quadro escolhido pelo rei.

_______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________A saber: A descrio um tipo de texto que pode estar presente em diferentes gneros textuais (contos, fbulas, romances, lendas, crnicas, cartas, outros). Usamos a expresso tipo textual para designar uma espcie de seqncia teoricamente definida pela natureza lingstica de sua composio. So categorias conhecidas como narrao, argumentao, exposio, descrio e injuno.

4. Identificao de referncias a outros textosa- Voc j viu ou ouviu falar de algum smbolo da paz? Qual? A saber: O aluno poder mencionar como smbolo da paz: o aperto de mos, pomba branca, bandeira branca, arco-ris, anjos, cachimbo sagrado dos ndios, cruz, o tsuru, aros olmpicos, velas brancas, duas mos abertas entrelaadas... Voc sabe por que a pomba conhecida universalmente como smbolo da paz? A saber: Os pombos so considerados smbolos de paz e harmonia. Segundo o Antigo Testamento bblico, depois do dilvio, No soltou uma pomba que voltou com um ramo de oliveira no bico, isso mostrava que a gua estava baixando e que 17 tinham sido feitas as pazes entre Deus e os homens.

Figura1

Voc alguma vez utilizou um gesto ou smbolo de paz em alguma situao? Voc pode contar como foi?

Professor: O professor dever providenciar com antecedncia o CD com a msica ou o clipe para o trabalho a seguir.b- Existem diversas msicas que tratam do tema paz. Voc conhece alguma? Vamos ouvir a msica: A Paz, de Gilberto Gil e Joo Donato.

A PazGilberto Gil A paz invadiu o meu corao De repente, me encheu de paz Como se o vento de um tufo Arrancasse meus ps do cho Onde eu j no me enterro mais A paz fez um mar da revoluo Invadir meu destino; A paz Como aquela grande exploso Uma bomba sobre o Japo Fez nascer o Japo da paz Eu pensei em mim Eu pensei em ti Eu chorei por ns Que contradio S a guerra faz Nosso amor em paz Eu vim Vim parar na beira do cais Onde a estrada chegou ao fim Onde o fim da tarde lils Onde o mar arrebenta em mim O lamento de tantos "ais"

Na letra da msica, vemos a presena de palavras com tufo, guerra, bomba, arrancar, invadir, no seria uma contradio numa msica sobre a paz? O que voc acha disso? A msica apresenta relao com o texto da parbola no entendimento sobre o que paz? Qual seria esta relao?

5- E voc, como v a paz? Faa um desenho retratando a paz, segundo seu modo de v-la.

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6. Atividades complementaresa- leitura: A rvore que dava dinheiro - Domingos Pellegrini. Como atirar vacas no precipcio - Org. Alzira Castilho. b- Filme: Irmo Urso - Direo de Bob Walker e Aaron Blaise (2003). O oitavo dia - Direo de Jac Van Dormael (1996).

Texto 2: Encontrando a maneira correta de agirA saber: O texto 2 tambm pertence ao gnero parbola com tema diferente do texto 1. O objetivo do professor ser o desenvolvimento da leitura proficiente com a aplicao das estratgias de leitura como ferramenta.

A. ATIVIDADES ANTES DA LEITURA:

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Professor: O professor iniciar as atividades informando o ttulo do texto e questionando oralmente os alunos sobre ele, em outros momentos pode-se partir da capa de livro; ilustraes; autor, caso seja conhecido; ou do tema; o importante, segundo a autora, observar trs pontos: motivao para a leitura, ativao dos conhecimentos prvios e antecipao de previses e perguntas sobre o assunto.

1. Antecipar conhecimentos sobre o tema ou sobre a idia principalVamos ler um texto cujo ttulo : Encontrando a maneira correta de agir O que este ttulo sugere? Ser possvel encontrar uma maneira correta de agir? Como agir corretamente? D exemplos. Ser que este texto falar de como devemos agir ou de algum que agiu corretamente ou errado?

2. Expectativa em funo da formatao do gnero O texto que vamos ler uma parbola. Voc j sabe o que uma parbola? Que elementos encontramos em uma parbola? (Cenrio, personagens, situao do dia-a-dia, ao, resoluo, ensinamento). Para ser uma parbola o que no pode faltar no texto? (situao do cotidiano, ensinamento ou idia). Em que tipo de texto aparecem as parbolas? (Em geral em narrativas) Voc gosta ou gostou de ler parbolas? Por qu? O que voc gosta de ler? E de ouvir histrias, voc gosta?

Professor: Depois do dilogo, considerando as provocaes propostas, se houver necessidade, o professor explicar o que uma parbola.

B. ATIVIDADES DURANTE A LEITURA

Professor: O professor chamar a ateno dos alunos para o ouvirem contar a histria, ele deve ter lido atentamente o texto antes, para dramatizar um pouco ao contar a histria.

1. Apresentao do texto e leituraContao da histria pelo professor...

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Professor: Depois de contar a histria, o professor distribuir o texto para os alunos e os convidar a acompanharem a leitura que ele far em voz alta. Aps a leitura do professor, este poder solicitar a leitura dos alunos dividindo o texto em pargrafos. As atividades que esto propostas a seguir devem ser feitas oralmente.

Encontrando a maneira correta de agir

Um velho resolveu vender seu burro na feira da cidade. Como ia retornar andando, chamou o neto para acompanh-lo. Montaram os dois no animal e seguiram viagem. Passando por umas barracas de escoteiros, escutaram os comentrios crticos: Como que pode duas pessoas em cima deste pobre animal! Resolveram, ento, que o menino desceria e o velho permaneceria montado. Prosseguiram... Mais frente tinha uma lagoa e algumas velhas estavam lavando roupa. Quando viram a cena, puseram-se a reclamar: Que absurdo! Explorando a pobre criana. Poderia bem deix-la em cima do animal. Constrangidos com o ocorrido, trocaram as posies, ou seja, o menino montou e o velho desceu. Tinham caminhado alguns metros, quando algumas jovens sentadas na calada externaram seu espanto com o que presenciaram: Que menino preguioso! Enquanto este velho senhor caminha, ele fica todo prazeroso em cima do animal. Tenha vergonha! Diante disso, o menino desceu e, desta vez, o velho no subiu. Ambos resolveram caminhar, puxando o burro. J acreditavam ter encontrado a frmula mais correta quando passaram em frente a um bar. Alguns homens que ali estavam comearam a dar gargalhadas, fazendo chacota da cena: So mesmo uns idiotas! Ficam andando a p enquanto puxam um animal to jovem e forte! O av e o neto olharam um para o outro, como que tentando encontrar a maneira correta de agir. Ento, ambos pegaram o burro e o carregaram nas costas.Organizao: Alexandre Rangel As mais belas parbolas de todos os tempos. Vol. I. P.56 Belo Horizonte, MG. Editora Leitura. 12ed. 2006.

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2. Localizar informaes explcitas no textoDo que fala o texto? Breve explanao com ajuda do professor. Qual era o objetivo do velho ao ir feira? Que grupos ou pessoas criticaram a atitude do velho e do menino? Quais foram os comentrios dos escoteiros? Quais foram as reclamaes das velhas lavadeiras de roupa? O que disseram as jovens sentadas na calada? Como reagiram os homens que estavam no bar? Qual foi a deciso final do av e do neto para levar o burro?

Professor: A seu critrio, o professor poder ainda, organizar rapidamente a dramatizao do texto com os alunos, formando diversos grupos de personagens e protagonistas, como forma de compreender a seqncia da narrativa.

3. Confirmar, rejeitar ou retificar antecipaes ou expectativas criadas antes da leituraO texto confirmou as nossas hipteses sobre como agir bem? Comente. O velho e o neto conseguiram agir bem diante das diferentes pessoas? O que houve? possvel agir bem, considerando a opinio de todas as pessoas? Explique. Por que resolveram levar o burro nas costas ao final do texto?

4. Busca de informaes complementaresQuem so os escoteiros? A saber: O Movimento Escoteiro um movimento de educao surgido em 1907, na Inglaterra, que tem por objetivo complementar a educao do jovem, fazendo com que este possa aprender alguns conceitos importantes para a sua vida em um lugar diferente de sua casa ou sua escola. O escoteiro aprende a se tornar um bom cidado perante a sociedade, convivendo harmoniosamente com os seus semelhantes e a com a natureza. Est presente no Brasil em quase todos os Estados. O trabalho e a filosofia de vida dos escoteiros justificam fazerem a crtica ou pensarem daquele modo? Segundo o autor, os escoteiros fizeram comentrios crticos. O que isso quer dizer? Voc j recebeu alguma crtica? Como voc se sentiu?

5. Esclarecer palavras desconhecidas a partir da inferncia ou consulta do dicionrioNo texto h palavras que voc desconhece o significado? Quais so?

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possvel descobrir o significado delas no contexto ou preciso consultar o dicionrio?

6. Perceber as implicaes da escolha do gnero e do suporteCom base na definio do gnero parbola, qual a situao apresentada? (a venda do animal). E qual a idia ou ensinamento presente neste texto? A saber: H outros gneros que apresentam caractersticas prximas as da parbola, como a fbula (narrativa curta encerrada por uma linha moral, tendo animais como personagens); conto popular (os personagens so seres humanos com poderes mgicos); o provrbio (falas annimas mnimas, cujo contedo moral fruto de uma vivncia particular); o aplogo (situaes vividas por seres inanimados que mostram um ensinamento) e a alegoria (uma forma de representao de idias ou conceitos abstratos atravs de situaes ou imagens concretas.

B. ATIVIDADES DEPOIS DA LEITURA

Professor: O professor orientar os alunos para uma anlise mais crtica do texto e para as atividades escritas (nos itens 3, 4, 5), considerando as atividades propostas anteriormente.

1. Extrapolar e apreciar criticamente o textoEnto, ambos pegaram o burro e o carregaram nas costas!, voc concorda que esta era a melhor soluo? Qual seria? Voc j se sentiu em dvida do que fazer diante de opinies diferentes dos outros? Como voc agiu? Voc conhece algum fato em que algum agiu mal por ir pela cabea dos outros?

2. Relacionar informaes do texto e conhecimentos do cotidianoEm sua opinio, por que as velhas lavadeiras (privilegiando a criana) e as jovens sentadas na calada (privilegiando o velho) fizeram comentrios inversos a respeito do comportamento do velho e do neto? Vamos ler o texto para comprovar isso.

3. Utilizao do registro escrito para melhor compreensoa- Enumere as frases abaixo de 1 a 6 conforme a seqncia da narrativa. ( ( ) O velho e o neto encontraram-se com alguns homens em frente a um bar. ) O av e o neto foram criticados pelos escoteiros.

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(

) Um velho resolveu vender seu burro na feira da cidade e levou seu neto para

acompanh-lo. ( ) As jovens sentadas na calada espantaram-se ao verem o menino montado e o velho a p. ( ) Resolveram, ento, carregar o burro nas costas.

( ) Algumas velhas que lavavam roupas, puseram-se a reclamar quando viram a cena do velho montado e a criana puxando o animal.

b- Segundo o texto, qual foi a maneira que o av e o neto consideraram correta para levar o animal?

_______________________________________________________________ _______________________________________________________________c- Como voc teria agido diante das crticas e comentrios das pessoas, se estivesse na situao apresentada no texto?

_______________________________________________________________ _______________________________________________________________

d- No ttulo do texto: Encontrando a maneira correta de agir, o verbo encontrando est no gerndio e nos d a idia de que: ( ) 1- o verbo expressa uma ao em andamento, que se prolonga por um tempo

indeterminado. ( ) 2- o verbo expressa uma ao concluda, algum que j sabe o que fazer.

A saber: Gerndio uma forma verbal conhecida como forma nominal do verbo, juntamente com o infinitivo e o particpio. Esta forma nominal pode e deve ser usada para expressar uma ao em curso ou uma ao simultnea a outra, ou para exprimir a idia de progresso indefinida.

e- O autor do texto faz uso do discurso direto nas falas dos personagens, utilizandodois pontos e aspas sem o uso do travesso. Reescreva as frases abaixo retirando as aspas e colocando o travesso. 1- Passando por umas barracas de escoteiros, escutaram os comentrios crticos: Como que pode duas pessoas em cima deste pobre animal!

_______________________________________________________________ _______________________________________________________________

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_______________________________________________________________ _______________________________________________________________2- Mais frente tinha uma lagoa e algumas velhas estavam lavando roupa. Quando viram a cena, puseram-se a reclamar: Que absurdo! Explorando a pobre criana. Poderia bem deix-la em cima do animal.

_______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________A saber: As falas (ou discursos) podem ser estruturadas de duas formas bsicas, dependendo de como o narrador as reproduz: discurso direto (caracterizado pela reproduo fiel da fala do personagem, uso de verbo de elocuo, dois pontos, travesso, aspas ou mudana de linha), discurso indireto (quando o narrador utiliza suas prprias palavras para reproduzir a fala de um personagem, no h dilogo).

f- Faa um resumo da histria atravs de desenhos dos diferentes momentos vividos pelos personagens: A saber: Resumir produzir outro texto relacionado com o texto original. Tratar a informao contida no texto de uma forma em que se possa omitir o que pouco importante ou redundante e que conceitos e proposies possam ser substitudos por outros que os englobem ou integrem, preservando o sentido genuno do texto. O resumo exige a identificao das idias principais e das relaes que o leitor estabelece entre elas, de acordo com seus objetivos de leitura e conhecimentos prvios.

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4. Identificao de referncias a outros textosVamos ler o relato a seguir e fazer um debate sobre a atitude do protagonista desta histria real. A saber: Relato: comporta os gneros pertencentes ao domnio social da memorizao e documentao das experincias humanas, situando-as no tempo. Exemplos: relato de experincias vividas, dirios ntimos, dirios de viagem, notcias, reportagens, crnicas jornalsticas, relatos histricos, biografias.

Desafiou a justia para fazer justiaSalvador, Bahia. Bairro: Palestina. Maio de 2003. Uma empresa convoca o operador de escavadeira Hamilton dos Santos para mais um servio. Deveria pr abaixo as duas casinhas da merendeira Telma Sueli dos Santos Sena, que vivia com o marido, sete filhos e mais cinco parentes em terreno que a me havia ganhado de um antigo patro fazia dez anos. Mas o patro teria vendido a propriedade a um engenheiro. O suposto comprador entrou com pedido de reintegrao de posse e teve o processo julgado a seu favor. Um juiz expediu a ordem: a famlia de Telma deveria ser despejada. L foi Hamilton. Tomou o volante da escavadeira e apontou para as casas. Muita gente parou para assistir cena. O destino trgico estava desenhado. Os

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vizinhos gritavam. Um clima de comoo e revolta se instaurou. Mas Hamilton no conseguiu avanar. Sentada na calada com alguns dos filhos, a merendeira chorava. Hamilton pai de nove crianas no resistiu. Tambm chorou. Desligou a mquina e se recusou a executar o servio. No atendeu a um dos policiais que estava l para garantir o despejo: Endurea seu corao e cumpra a ordem. Hamilton no se moveu. Recebeu voz de priso. Hipertenso, passou mal e teve que ser levado ao hospital. A histria entrou nos noticirios da noite. A humanidade e o senso de justia de Hamilton foram reconhecidos e admirados por todo o pas. O baiano teve a priso revogada e virou heri nacional. Duas semanas depois, a Prefeitura anunciava que regularizaria o lote de Telma.Caderno de Valores Humanos. Projeto MEC/ Nestl de valorizao de Crianas e Adolescentes, 2004. Exemplos na Histria. Pg. 32.

1. Localizar informaes explcitas e implcitas no textoSer que Hamilton agiu segundo sua conscincia ao no derrubar as casas? Ele encontrou a maneira correta de agir, mesmo sujeito a opinies, crticas e ordens to diferentes? Voc acha que foi fcil para ele tomar esta deciso diante de tantas pessoas e autoridades?

2. Troca de impresses sobre o texto lidoQual foi a atitude da merendeira, vizinhos e policiais. Comente. Em sua opinio, o que pode ter determinado a deciso final da prefeitura e o reconhecimento e admirao do pas por Hamilton?

3. Avaliao das informaes emitidas no textoa- Em: Salvador, Bahia. Bairro: Palestina. Maio de 2003. no primeiro pargrafo, temos respectivamente quais informaes?

b- No segundo pargrafo: Mas o patro teria vendido a propriedade a um engenheiro. O suposto comprador entrou com pedido... o uso do verbo no futuro do pretrito composto nos d idia de suposio, confirmada pela expresso: suposto comprador, o que o uso destas expresses nos faz concluir deste fato? Como deveria ser dito para dar certeza do fato?

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c- Em: Duas semanas depois, a Prefeitura anunciava que regularizaria o lote de Telma, o uso do verbo no futuro do pretrito nos informa com preciso como e quando a questo seria resolvida pela prefeitura em favor de Telma?

4. Identificao de caractersticas dos gneros trabalhadosQuais as diferenas e semelhanas que podemos observar na construo estrutural da parbola e do relato apresentado? E no contedo, quais as idias que se completam?

5. Atividades complementaresa- leitura: Um garoto chamado Rorbeto - Gabriel o Pensador. b- Filme: Robots - Direo de Chris Wedge e Carlos Saldanha (2005). A Famlia do Futuro - Direo de Stephen J. Anderson (2007). c- Msica: Enquanto houver sol - Tits

Referncias Bibliogrficas CRUZ, N; FONTANA, R. Psicologia e trabalho pedaggico. So Paulo: Atual, 1997. FIGURA1: http://tbn0.google.com/images?q=tbn:CddQ_lBl1q_e4M:http://www.holeshirts.com/loj a/images/pomba%2520paz.gif MARCUSCHI, L. A. Leitura e compreenso de texto falado e escrito como ato individual de uma prtica social. In: ZILBERMAN, R; SILVA, E. T. da (org.), Leitura: perspectivas interdisciplinares. So Paulo: tica, 2005. PARAN, Secretaria de Estado da Educao. Diretrizes Curriculares de Lngua Portuguesa, Curitiba, 2006. SOL, I. Estratgias de leitura. Porto alegre: Artes mdicas, 1998.

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