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ATUALIDADES PROFESSOR SÉRGIO HENRIQUE CONFLITOS ENTRE ISRAEL E PALESTINOS 1 A fundação do Estado de Israel e o conflito na Palestina Podemos assistir novamente ao espetáculo de horror promovido na Palestina. Incursões militares israelenses, cujo objetivo é a dominação da região e a manutenção do controle do território, e que o argumento israelense é sempre a defesa nacional e a prevenção, na lógica de que a melhor defesa é o ataque. A região é banhada por ódio e rancor motivados por décadas de conflito que nunca foram efetivamente resolvidos. Mal podemos digerir um, já outro vem na seqüência. Agora Israel bombardeia a faixa de Gaza pois três jovens israelenses foram seqüestrados pedindo carona. A culpa recaiu sobre o grupo radical que comanda politicamente Gaza: O grupo extremista islâmico HAMAS. Forçando uma confissão do HAMAS, todos os habitantes da faixa de Gaza são penalizados, por violentos bombardeios. Israel alega defesa, mas há de se notar a desproporção na capacidade bélica dos elementos envolvidos no conflito: Israel é uma potência militar nuclear, com um exército muito bem treinado e equipado, além de ser um dos Estados mais militarizados do mundo. O Hamas em Gaza é um grupo extremista que apóia atividades terroristas de um povo relegado à miséria em uma área de ocupação por refugiados de Guerra (1948), que têm acesso à alguns fuzis russos e improvisam mísseis caseiros. É um Estado Nacional altamente militarizado atacando uma zona de ocupação por refugiados, em que a entrada e saída de pessoas é monitorada pelo exército israelense. A raiz de todo este conflito que já rendeu várias guerras, está em 1947, quando a então criada ONU, dirigida pelo Brasileiro Osvaldo Aranha, criou o Estado de Israel. O plano era criar dois Estados, um israelense e outro palestino. Até hoje o Estado Palestino não foi criado. Israel foi fundado por grandes lideranças políticas sionistas. É uma democracia parlamentar cujo primeiro chanceler foi Ben Gurion. A organização política interna é semelhante às democracias parlamentares européias e há liberdade de expressão,

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CONFLITOS

ENTRE

ISRAEL E

PALESTINOS

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A fundação do Estado de Israel e o conflito na Palestina

Podemos assistir novamente ao espetáculo de horror promovido na Palestina.

Incursões militares israelenses, cujo objetivo é a dominação da região e a manutenção do

controle do território, e que o argumento israelense é sempre a defesa nacional e a

prevenção, na lógica de que a melhor defesa é o ataque. A região é banhada por ódio e

rancor motivados por décadas de conflito que nunca foram efetivamente resolvidos. Mal

podemos digerir um, já outro vem na seqüência. Agora Israel bombardeia a faixa de Gaza

pois três jovens israelenses foram seqüestrados pedindo carona. A culpa recaiu sobre o

grupo radical que comanda politicamente Gaza: O grupo extremista islâmico HAMAS.

Forçando uma confissão do HAMAS, todos os habitantes da faixa de Gaza são penalizados,

por violentos bombardeios. Israel alega defesa, mas há de se notar a desproporção na

capacidade bélica dos elementos envolvidos no conflito: Israel é uma potência militar

nuclear, com um exército muito bem treinado e equipado, além de ser um dos Estados

mais militarizados do mundo. O Hamas em Gaza é um grupo extremista que apóia

atividades terroristas de um povo relegado à miséria em uma área de ocupação por

refugiados de Guerra (1948), que têm acesso à alguns fuzis russos e improvisam mísseis

caseiros. É um Estado Nacional altamente militarizado atacando uma zona de ocupação

por refugiados, em que a entrada e saída de pessoas é monitorada pelo exército israelense.

A raiz de todo este conflito que já rendeu várias guerras, está em 1947, quando a

então criada ONU, dirigida pelo Brasileiro Osvaldo Aranha, criou o Estado de Israel. O plano

era criar dois Estados, um israelense e outro palestino. Até hoje o Estado Palestino não foi

criado.

Israel foi fundado por grandes lideranças políticas sionistas. É uma democracia

parlamentar cujo primeiro chanceler foi Ben Gurion. A organização política interna é

semelhante às democracias parlamentares européias e há liberdade de expressão,

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organização política e à propriedade privada à população árabe islâmica que lá habita. Sim!

Há árabes islâmicos habitando Israel com todos estes direitos democráticos garantidos,

inclusive com representação no parlamento. Mas são minoria, sem dúvida. São os

palestinos que não abandonaram Israel depois da Guerra de 1948. Os Sionistas não vão

abrir mão de seu Estado ser judeu e vão sempre procurar manter a maioria, então a

entrada de palestinos é rigidamente controlada e não aceitam receber os 4 milhões de

palestinos refugiados de Guerra desde o conflito da fundação de Israel em 1948. O

argumento de Israel é simples: Se recebermos 4 milhões de refugiados os judeus seriam a

minoria e deixaria de ser um Estado judeu.

Desde a fundação de Israel os países árabes não reconheceram sua existência

política. A liga árabe era formada pelo Egito, Jordânia, Síria, Líbano, Iraque e Arábia Saudita

atacaram militarmente o novo estado. A resposta israelense foi imediata e militarmente

muito poderosa e eficiente. A superioridade militar venceu os países árabes, que a partir

daí se colocaram abertamente como inimigos de Israel e não reconheceram sua existência

desde então. Este é um dos grande focos de conflitos que temos aí: O não reconhecimento

do Estado de Israel pelos países árabes. O Irã, país persa e islâmico solidário aos árabes,

possui um discurso agressivo contra o país judeu. Dessa forma desencadeia uma reação de

autodefesa nos israelenses que se compreendem como inocentes, pois estão ali por

resolução da ONU e acreditam em seu direito histórico sobre a terra, sobretudo Jerusalém.

A defesa nacional é o argumento para várias ações políticas e militares que são bastante

criticadas pelo mundo, como a construção do muro de isolamento que separa a Cisjordânia,

a política de assentamentos judaicos nesta região palestina e na cidade de Jerusalém, e a

ocupação militar da faixa de Gaza, que sofre freqüentes ataques militares e “ações

preventivas” israelenses. Israel considera o povo de Gaza radical e hostil, aliados de

terroristas.

As feridas em ambos os lados não tem tempo de cicatrizar. A população palestina foi

relegada à uma situação de miséria e dominação em seus campos de refugiados, em que a

dignidade humana é afrontada a todo instante. Locais vigiados, sem água, sem luz e

eletricidade suficiente, em que muitas famílias se acomodaram em acampamentos que se

tornaram barracos e casas improvisadas ... lentamente um campo de refugiado da ONU

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torna-se um local espacialmente muito parecido com as favelas brasileiras. Mais de 60 anos

de conflitos constantes e várias guerras criaram um estado social de revolta, revanche e

ódio tão grande que é muito difícil de lidar. Este ódio é alimentado pelas ações militares

violentas de Israel. O radicalismo antissionista (contra o Estado de Israel) é amplificado pelo

radicalismo religioso islâmico, e ao invés dos palestinos recuarem (como seria esperado

após uma série de demonstrações de violência), surgem homens-bomba e o discurso contra

o reconhecimento se fortalece. É importante lembrarmos que em ambos os lados já foram

assinalados sinais de abertura a negociações, porém em sua maioria frustradas.

Vamos analisar o mapa

As Guerras Árabe-Israelenses

Desde a fundação do Estado de Israel e a Guerra de 1948 ocorreram várias Guerras.

Conflitos nas fronteira que motivam incursões israelenses sobre os palestinos são

freqüentes.

1948: Criação do Estado de Israel.

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1956: Guerra de Suez (nacionalização do canal de Suez). Ocorreu devido a

nacionalização do Canal de Suez em 1956 pelo presidente egípcio Gamal Abdel

Nasser.

1967: Guerra dos 6 dias (expansão territorial: anexação de vários territórios).

1973: Guerra de Yom Kippur.

ISRAEL é um Estado expansionista, militarista e imperialista. Entre os elementos

que motivam esta postura está a hostilidade árabe, associada ao não reconhecimento

do Estado judeu e uma doutrina de segurança nacional que realiza ataques preventivos

e combatem firmemente o que consideram atividade terrorista, da qual acusam os

palestinos, generalizando esta conduta à todo árabe.

Qual a situação atual

- Faixa de Gaza e Cisjordânia são ocupadas militarmente.

- Israel estimula a o povoamento judaico na Cisjordânia (desde 60).

- Construção de um muro de isolamento na fronteira com a Cisjordânia (2002)

- A faixa de Gaza é administrada pela ONU e Hamas. Outro grupo Político, o Fatah,

governa a Cisjordânia e a ANP (Autoridade Nacional Palestina)

- Em 2012 a ONU declara a Palestina como “Estado observador” (apesar de não

serem membros da ONU podem processar Israel na corte internacional de Justiça)

A disputa pela água e seu uso como arma de guerra

Sempre que discutimos o conflito palestino e israelense são evidenciados os aspectos

da ação do Estado de Israel na dominação da região e os conflitos em razão da religião.

Muitas vezes é deixado em segundo plano uma questão muito importante para

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compreendermos os comportamento geopolítico de Israel: O domínio dos recursos

hídricos. Naquela região a principal fonte de água é o Rio Jordão, cuja nascente se

localiza nas Colinas de Golã, que pertenciam à Síria e foram anexadas por Israel na

Guerra dos 6 dias. No mesmo conflito foram ocupadas a faixa de Gaza e a Cisjordânia.

Mas antes de pensarmos no argumento do ataque preventivo israelense, o que há

nestas duas regiões palestinas? Se pensou água parabéns. O maior aqüífero da região

está sob o território da Cisjordânia e outro está na Faixa de Gaza. Na Guerra de 1967

foram ocupadas as principais fontes de recursos hídricos na região, que sofre de

escassez. Israel controla o abastecimento de água aos palestinos e impõe

frequentemente racionamentos. Enquanto aos israelenses á água é oferecida a vontade

e gratuitamente. Mesmo dominando quase toda água da região investem pesado em

dessalinização da água do mar.

Contexto atual 2014

Para entendermos o que ocorreu este ano é necessário falarmos da situação

política atual da palestina. Existem muitos grupos extremistas islâmicos, algum

abertamente praticantes e estimuladores de atividades terroristas. Entre estes grupos

terroristas podemos incluir o Hezbolah do Líbano e a Al Quaeda, que era comandada

pelo terrorista saudita Osama Bin Laden. O Hamas é um grupo extremista islâmico, que

em sua fundação aderiram e deram apoio à práticas terroristas. Acerca de pouco mais

que uma década aderiram ao caminho político legal e passaram a disputar eleições. São

defensores de uma agenda extremista islâmica, antiocidentais, antissionistas e não

reconhecem a existência o Estado de Israel. Outra facção política palestina é o Fatah,

que representa o pensamento islâmico um pouco mais moderado. reconhecem o Estado

de Israel e aceita negociar com ele. Este grupo é ao qual pertence Mohamad Abbas, que

é seu líder e líder da OLP (Organização para Libertação Palestina). No ano de 2006

ocorreram as eleições para a ANP (Autoridade Nacional Palestina). É um cargo que

corresponde ao de um presidente de um Estado reconhecido. Caso os palestinos

tivessem um Estado a ANP seria o presidente.

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Nas eleições de 2006 ocorreu um resultado eleitoral que diz muito sobre a

situação na região. Enquanto na Cisjordânia ganhou a eleição o candidato do Fatah, na

Faixa de Gaza ganhou com maioria absoluta o Hamas. Este resultado eleitoral levou a

um racha entre os palestinos, pois a Faixa de Gaza rompeu com as eleições e passou a

ser governada pelo Hamas. Desde então Hamas comanda Faixa de Gaza e Cisjordânia é

dirigida pelo Fatah. Este episódio levou a um agravamento nas relações de Israel e Gaza

que de lá pra cá já ocorreram vários conflitos e massacres perpetrados pelo Estado de

Israel.

Osama Bin Laden

Este ano três jovens israelenses pediam carona e desapareceram. Estavam em uma

região insegura para eles, e foram seqüestrados. Israel culpou o Hamas, e numa

tentativa de forçar a libertação dos rapazes invadiu a Faixa de Gaza em ataques

fulminantes com artilharia pesada, realizando bombardeios de avião e penetração no

território com blindados destruindo imóveis de fronteira. O Hamas não assumiu a

responsabilidade pelos seqüestros.

A ação militarista de Israel causa críticas no mundo inteiro, mesmo que reconheçam o

direito legitimo de Israel se defender do terrorismo e hostilidades. A ação de qualquer

forma é entre um Estado Nacional com alto poder bélico que possui o controle militar e

estratégico da região contra civis palestinos desarmados e contra o baixo poder de fogo

dos grupos paramilitares islâmicos e o Hamas. O Brasil em nota internacional declara seu

repúdio à ação desproporcional em forças de Israel contra a faixa de Gaza e convoca

para retornar ao nosso território o diplomata que nos representava em Tel Aviv (capital

de israelense). A reação de Israel foi extremamente ríspida com ofensas ao país ao

chamá-lo de anão diplomático e sugerir que desproporcional era o resultado da seleção

brasileira de futebol que a desclassificou da copa. A diplomacia brasileira se absteve de

dar continuidade à troca de farpas e encerrou lembrando à Israel que eles haviam

esquecido da importância do Brasil em sua história (pois era o brasileiro Oswaldo

Aranha que dirigia a ONU quando foi declarada a criação do Estado de Israel).

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Caiu no Enem e Vestibular

1) (FUVEST) Analise a imagem

a) Por que Israel recebeu um grande volume de investimentos militares dos Estados Unidos neste período? A década de 1980 iniciou-se com o conflito Irã–Iraque e a invasão do Afeganistão pela URSS, que só terminaria em 1989.

Também neste período houve a consolidação de uma República Islâmica no Irã, apoiada na figura do então Ayatolá Komeini –

fato que ameaçou os interesses norte-americanos na região, além de representar um risco para a estabilidade do Estado de

Israel. Vale também destacar a questão do petróleo, controlado em grande parte pelos países do Golfo Pérsico.

b) Aponte e explique uma característica atual das relações entre os Estados Unidos e Israel.

Esses países são aliados na luta contra o terrorismo internacional. E nos últimos anos, o apoio dos EUA não se demonstrou

irrestrito e várias foram as tentativas de reconciliação e acordos para a paz entre israelenses e árabes palestinos,

intermediados pelos norte-americanos.

2) (VUNESP) As expressões “selvagens”, “bárbaros” ou “inferiores”, em um mundo interligado por comunicações instantâneas e pela intensificação do comércio global, têm sido utilizadas para justificar a intolerância étnico-cultural e religiosa e como pretexto para intervenções bélicas dominadoras. Observe o mapa.

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Identifique a questão geopolítica que perdura por seis décadas, discorrendo sobre suas causas.

A QUESTÃO PALESTINA, consiste na disputa iniciada há décadas entre judeus e palestinos pelo mesmo território, no Oriente Médio. Entre as principais causas desse conflito estão: EXPANSÃO TERRITORIAL — em 1967, durante a Guerra dos Seis dias, Israel ocupou terras sírias (Colinas do Golã), egípcias (Faixa de Gaza e Península do Sinai) e jordanianas (Cisjordânia). Essa expansão territorial aumentou as rivalidades entre Israel e os povos circunvizinhos; ATENTADOS TERRORISTAS — palestinos participaram da criação de organizações consideradas terroristas, como Hamas e Hezbollah, que promovem ataques contra alvos israelenses DIVISÃO TERRITORIAL — em 1947, a ONU dividiu a Palestina em dois novos países: Israel e Palestina. Essa divisão, rejeitada pelos palestinos, resultou numa guerra que terminou com a vitória israelense e a ocupação total do território palestino por Israel, Egito e Jordânia; OPRESSÃO CONTRA OS PALESTINOS — reagindo aos ataques terroristas, o governo israelense aumenta a opressão contra

palestinos que habitam seu território, submetendo-os a toque de recolher e diminuindo seus direitos civis;

3) (UNICAMP) Para responder a esta questão, leia o trecho abaixo e observe também o mapa: Indispensável à vida, a água é fonte de poder. O controle dos poços, dos oásis e dos cursos de água tem sido objeto de conflitos políticos e militares na região da bacia do rio Jordão, desde a antiguidade. (Adaptado de Philippe Le Preste. Ecopolítica Internacional. São Paulo: SENAC, 2000, p. 444). Israel, Países Vizinhos e os Territórios Ocupados na Guerra dos Seis Dias (1967)

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a) Qual a vantagem obtida pelo Estado de Israel na Guerra dos Seis Dias (1967) no que diz respeito à disputa pelo controle das águas do rio Jordão frente aos países vizinhos? Na Guerra dos Seis Dias de 1967, Israel ocupou, entre outros territórios, as colinas de Golã, a nordeste, pertencentes à Síria, e a Cisjordânia, a leste, pertencente à Jordânia. Com isso, passou a controlar, respectivamente, as nascentes e a maior parte da margem direita do Rio Jordão, privando a Síria e a Jordânia de importantes recursos hídricos e de áreas relativamente férteis às suas antigas fronteiras. A disponibilidade de água nessas regiões tornou possível sua ocupação efetiva e colonização, tornando as fronteiras israelenses, nesses pontos, defensáveis. Quais são os fatores que explicam a escassez de água na bacia do rio Jordão? b) A Bacia do Rio Jordão drena uma área relativamente pequena, onde predomina o clima árido. O Jordão, com curso perene, corre numa falha geológica, região com chuvas escassas, sendo considerado estratégico. c) Dentre os territórios ocupados por Israel na Guerra dos Seis Dias, quais são aqueles que ainda não foram total ou

parcialmente devolvidos?

Desde 1967, Israel mantém a ocupação

– das Colinas de Golã, que pertenceram à Síria. – da Cisjordânia, que deixou de ser reivindicada pela Jordânia em 1988, e foi parcialmente entregueao controle da ANP, porém reivindicada pelos palestinos árabes. – Faixa de Gaza que, apesar da transferência formal para o controle da ANP em 1994, ainda tem parcial controle israelense.

4) (ENEM) Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou um plano de partilha da Palestina que previa a criação de dois Estados: um judeu e outro palestino. A recusa árabe em aceitar a decisão conduziu ao primeiro conflito entre Israel e países árabes. A segunda guerra (Suez, 1956) decorreu da decisão egípcia de nacionalizar o canal, ato que atingia interesses anglofranceses e israelenses. Vitorioso, Israel passou a controlar a Península do Sinai. O terceiro conflito árabe-israelense (1967) ficou conhecido como Guerra dos Seis Dias, tal a rapidez da vitória de Israel. Em 6 de outubro de 1973, quando os judeus comemoravam o Yom Kippur (Dia do Perdão), forças egípcias e sírias atacaram de surpresa Israel, que revidou de forma arrasadora. A intervenção americano-soviética impôs o cessar-fogo, concluído em 22 de outubro. A partir do texto acima, assinale a opção correta. a) A primeira guerra árabe-israelense foi determinada pela ação bélica de tradicionais potências européias no Oriente Médio.

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b) Na segunda metade dos anos 1960, quando explodiu a terceira guerra árabe-israelense, Israel obteve rápida vitória. c) A guerra do Yom Kippur ocorreu no momento em que, a partir de decisão da ONU, foi oficialmente instalado o Estado de Israel. d) A ação dos governos de Washington e de Moscou foi decisiva para o cessar-fogo que pôs fim ao primeiro conflito

árabeisraelense.

e) Apesar das sucessivas vitórias militares, Israel mantém suas dimensões territoriais tal como estabelecido pela resolução de

1947 aprovada pela ONU.

5) (UnB) Em 1955, a crise de Suez foi precipitada por dois problemas relativos à água: a exploração do no Jordão e a construção da barragem de Assuã. Hoje em dia, a explosão demográfica e o desenvolvimento fazem com que as obras hidráulicas e a partilha das águas sejam um assunto vital nesta região constantemente ameaçada de seca. Desde 1953, israelenses e árabes se confrontam acerca da partilha das águas do Jordão, que em seu trecho Norte corresponde à linha de armistício. Daqui até o ano 2000 o déficit hídrico de Israel poderá crescer em 30%; ora, o país obtém 40% de seus recursos de água potável nos territórios ocupados (Cisjordânia, Golan e Gaza). Parece, portanto, que a restituição desses territórios será problemática, considerando as dificuldades de abastecimento de água já enfrentadas atualmente pelo Estado judaico. O Sul do Líbano, visando controlar as águas do Litani, também entra no quadro desta hidropolítica. O Egito tem um déficit hídrico de quase 20 bilhões de metros cúbicos. A Península Arábica, que também sofre de seca crônica, produz 90% de toda a água dessalinizada do mundo. As barragens turcas do sudoeste da Anatólia acumulam água confiscada ao Tigre e ao Eufrates, para grande indignação da Síria e do Iraque, obedecendo também a considerações geopolíticas: as barragens devem favorecer o controle dessa região curda, graças à implantação maciça de camponeses turcos. Françóis Massoulié Os conflitos do Oriente Médio SP. Ática 1996(com adaptações). Julgue os itens que se seguem, referentes ao tema abordado no texto, colocando VERDADEIRO ou FALSO: A) Os conflitos no Oriente Médio são causados principalmente pelos problemas hídricos. B) A disputa pela água está restrita apenas a Israel e aos países árabes a ele limítrofes. C) A "água dessalinizada" é água que originalmente possuía um alto conteúdo de sais e que foi tratada, de forma a eliminá-los e torná-la potável. D) O controle dos recursos naturais constitui uma estratégia geopolítica. 6) (IBMEC) Em 2006, o grupo Hamas venceu as eleições na Palestina. Sobre esse grupo é correto afirmar que: a) foi criado por Iasser Arafat na primeira Intifada, sempre esteve dividido entre um braço político e outro armado. Enquanto o braço armado foi responsável por atentados contra Israel, o braço político disputa eleições parlamentares. b) surgiu em 1987, no início da primeira Intifada, com o objetivo de combater a ocupação israelense. Ao longo de sua história cometeu uma série de atentados suicidas contra alvos israelenses, sendo considerado um grupo terrorista. c) foi grande fiador político dos Acordos de Oslo entre os palestinos. Seu fundador, o Sheikh Yassin, empenhou-se pelas conversações com Israel e Estados Unidos, opondo-se ao grupo Fatah. d) surgiu na segunda Intifada como um movimento de resistência islâmica para lutar contra a existência do estado de Israel. Atentados suicidas foram cometidos pelo braço armado do grupo, as brigadas de Al-Aqsa. e) surgiu como um grupo armado de resistência à ocupação israelense, mas abandonou os atentados suicidas após a retirada de colonos israelenses da Faixa de Gaza, voltando-se para a ação política. 7) (PUC) Em 25 de janeiro de 2006, o Hamas, grupo político palestino de posições e ações mais extremas, venceu as eleições para o parlamento Palestino derrotando o Fatah (considerado mais moderado), ligado à OLP e a Yasser Arafat, líder que faleceu em 2004. Essa vitória levou, entre outras coisas, à interrupção da ajuda financeira à região por parte de alguns países e organizações, entre os quais a União Européia. Essa reação se deve, sobretudo, ao fato de que o Hamas A) firmou tratados de paz e de cooperação econômica com Israel, dispensando, portanto, ajuda humanitária do ocidente. B) ascendeu como um movimento que tem práticas terroristas, cujo principal objetivo é a eliminação do Estado de Israel. C) tem íntimas relações com o Irã e a Arábia Saudita, os quais passaram a fornecer vultosos empréstimos financeiros e apoio militar e energético para a Palestina. D) recusa qualquer ajuda financeira que tenha origem no ocidente cristão, por ser um partido de ex

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esquerda islâmico. E) organizou vários atentados terroristas na Europa e nos EUA, segundo a União Européia.

8) (UNIFESP) Nos Jogos Olímpicos de Atenas de 2004, um judoca iraniano se recusou a lutar com um atleta israelense, apesar de ser um dos favoritos à medalha de ouro. Com essa atitude, ele reafirmou A) o Alcorão, que proíbe o contato físico com seguidores de outra religião. B) o fair-play, princípio olímpico definido pelo Barão de Coubertin. C) a política externa iraniana, que é contra a manutenção do estado de Israel. D) o espírito olímpico, que proíbe guerra entre países durante os jogos. E) a decisão do Conselho de Segurança da ONU, que aprovou um embargo à Israel.

9) O Oriente Médio é, historicamente, zona de tensões entre povos, nações e países. Em 2006, ocorreram conflitos armados nas fronteiras de Israel, Palestina e Líbano, envolvendo exército e grupos armados. Sobre os conflitos, analise as afirmações seguintes. I. O grupo Hamas, acusado por Israel pela morte e seqüestro de soldados na região da Faixa de Gaza, é um movimento que luta

pela formação do EstadoIndependente da Palestina e se opõe à existência do Estado de Israel.

II. O grupo Hezbollah luta pela desocupação israelense nos territórios de Gaza e Golã e pela demarcação de Jerusalém como

território independente, devido à sua importância religiosa para católicos, judeus e muçulmanos.

III. Além dos conflitos de ordem histórica, religiosa e política, a região apresenta tensões decorrentes da escassez de recursos hídricos, como o interesse no controle das nascentes do rio Jordão. IV. Uma das zonas de tensão é a fronteira do Líbano, onde se encontram as nascentes do rio Jordão, área estratégica para o acesso e controle da água doce disponível na região. Estão corretas as afirmações: a) I e III, apenas. b) I e IV, apenas. c) II e III, apenas. d) III e IV, apenas. e) II e IV, apenas.

10) Com certeza não existe outro ícone maior da dificuldade de convivência humana do que a cidade de Jerusalém. Fundada há

3.000 anos, era um projeto. Seu nome o revelava: “cidade da plenitude” ou “cidade da paz”. E o projeto deu certo. Não

exatamente por ter trazido a paz em sua história, muito pelo contrário, mas por ter sintetizado a dificuldade humana em obtê-

la. Jerusalém se transformou em símbolo de triunfo, e se há algo que a paz não é, é ser fruto do triunfo.

Sobre o assunto é INCORRETO afirmar que: a) o “triunfo” referido no texto diz respeito às vitórias militares que resultaram na supremacia de Israel, que inviabilizou a instalação de um Estado Palestino na região. b) a “dificuldade de convivência humana” refere-se aos constantes conflitos entre as populações de origem árabe e judaica que habitam a região. c) a afirmação “o projeto deu certo” refere-se convivência pacífica e harmônica em Jerusalém entre os praticantes das três grandes religiões monoteístas: o Judaismo, o Cristianismo e o Islamismo. d) “Se há algo que a paz não é, é ser fruto do triunfo”, significa que a hegemonia israelense na região gerou frustrações na população de origem árabe, provocando atos terroristas. e) o texto todo reflete a preocupação provocada pelas dificuldades de se encontrar uma solução pacífica para o problema

palestino.

GABARITO: 4-B,5(VFVV),6-B,7-B,8-C,9-A,10-C