A Gaia Ciência - Excertos

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A G A I A C l í ' : N C I A

'xtraordinários: equem sente tais energiasem si mesmotemd cultivá-las,defendê-las, honrá-las, promovê-lascontraummundo oposto ediverso:e assim ele setornaum grandebomem ou um excêntricoe doido, desdeque nã o pereça logoOutroraessas mesmascaracterísticas eramhabituais, e portanto eram tidas po r comuns:nã o sobressaíam. Talvez fossemrequeridas,pressupostas:era impossíveltornar-segrandeCOI11

elas, já pelo fato denã o havero perigode comelas tornar-stambém louco esolitário.- É sobretudonas linhagense castas mantenedoras de um povoque sucedemtais retornos2dl'velhosimpulsos,nã o havendo possibilidade desseatavismoquando raças, hábitos,avaliaçõe s mudam rápido demais.Pois,paraas forças de desenvolvimento dos povos, o temposignifica tanto quantona música;em nosso caso,um andante dodesenvolvimentoé necessário, comoo tempode um espíritolentoe apaixonado:- e dessaespécieé, afinal, o espíritodaslinhagensconservadoras.

11.

A consciência. - A consciência é oúltimoe derradeirodesenvolvimentodo orgânico e, po r conseguinte, tambémo

qu e neleé mais inacabadoe menosforte. Doestado consciente vê m inúmeroserrosqu e fazemum animal,um serhumano,sucumbir antesdo que.serianecessário, "contrariando'o destino '; comodiz Homero.i Não fosse tão maisforteo conservadorvínculo dos instintos, nã o servisseno conjunto como reguladOI;a humanidade pereceriapor seusjuízos equivocadose seufantasiarde olhosabertos, po r sua credulidade eimprofundidade , em suma,po r sua consciência; oumelhor:sem aquele,há muito ela já teria desaparecido!Antesque uma funçãoesteja desenvolvida e madura,constituium perigo parao organis

mo: é bom que duranteesse tempo ela seja tiranizada! Assima consciênciaé tiranizada- e ,em boa parte pelo,orgulhoques tem dela!Pensamque nelaestá oâmago do ser humano,oC]U neleé duradouro,derradeiro, eterno, primordial! Tomama'ons iência por uma firme grandezadada!Negam seu cresci-

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L I V R o

111' II, IS intermitências! Vêem-nacomo "unidade do orga-I "" I I Essa ridículasuperestimação e má-compree nsão da

II I I, IHi:1em por corolário a grandevantagem de queassimII/IIII/Ir/l r/ o o se u desenvolvimento muitorápido. Por acrediI II I \, I 1\ 'I" (.\ consciência,os homens não se empenharamemI plll 1.1 - e ainda hoje não é diferent e!A tarefa de incor-

, 1/ fi '\(/ber e torná-lo instintivoé ainda inteiramentenova,II I mmeça a despontarpara o olhohu m ano, dificilmen-

I I" II VI tível - um a tarefa vista apen as por aqueles que .1111 1ll ll' m m que até hoje foramincorporados somente osnos-I I " /'(IS, c qu e toda anossaconsciência diz respeito a erros!

I ..!.

I i) objetivo da ciência .- Como?O objetivo último da ciênI I I Ilroporcionar aohomemo máximode prazer e o mínimo" , II SI razer po s síveis? E se prazere desprazer forem de tal

1111111) 'ntrelaçado s, que quem desejar o máximo de um tenh aii 11'1' igualment e o máximodo outro- que quem quiserIIii ' IKI I"a "rejubilar-se até o céu"tenha de preparar-se tambémI'1I I " 'star entristecido de morte"?"E assim é, talvez!Ao menos, , ' ~I < Íic o s acreditavam que é assim, e eram coerentes ao ansiar

III'h ln ínimo de prazer, para tero mínimode desprazer na vidaI, iii, I1UO diziam que "o homem virtuosoé o mais feliz'; issoeraI 1I11()uma divisa da escola,paraa grande massa,comouma sutiI, ,I ';Jsuística para os sutis). Aindahoje vocês têm a escolha:I III (I lnÍ1iimo de desprazei'possível , istoé, ausência de dor- eIII I fundo os socialistas e políticosde todos os partidos não1" 111 m, honestamente, prometermais do que isso à sua gent e

()u o má ximo dedesprazer possí vel,com o preço p lo incr -II j( 'l1t de uma abundânciade sutisprazeres e alegrias,até hoje111l l11ent e degustados! Caso se decidampelo primeir , casI " I 'iram diminuire abater asuscetibilidade hum ana à. 101 1llIa têm de abater ediminuirtambém a capacid a de para ar/lt:C4ria. Com aciência pode-serealmente promover tant o umII)1110 o outro objetivo!Talvez elaseja agora mais conh ecida I or

('U poder de tirar aohomem suasalegriase torná-lo mais frio,

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'xlraordinários:e quem se n te tais energiasem si mesmo temI ultivá-Ias, defendê-Ias, honrá-Ias, promovê-Iascontraum

mundo oposto e diverso: eassimele setornaum grande homem ou um excêntrico e doido, desdeque não pereçalogo.Outroraessasmesmascaracterísticas eramhabituais, e portanto eram tidas po r comuns:nã o sobressaíam. Talvez fossemrequeridas,pressupostas:era impossível tornar-se grandecomelas, já pelofato de não haver o perigo de com elastornar-setambém loucoe solitário.- É sobretudonas linhagense castas mantenedorasde um povoqu e sucedem tais retornos12develhos impulsos,não havendopossibilidade desse atavismoquando raças,hábitos, avaliações mudamrápido demais.Pois,para asforças de desenvolvimentodos povos, otemposignifica tantoquantona música;em nosso caso,um andante do

desenvolvimento énecessário, como otempode um espíritolentoe apaixonado:- e dessa espécie é, afinal, o espírito daslinhagensconservadoras.

11.

A consciência. - A consciência éo último e derradeirodesenvolvimentodo orgânicoe, po r conseguinte, também oque neleé mais inacabadoe menos forte. Do estado consciente vêm inúmeros errosque fazemum animal,um serhu m ano,sucumbirantesdo que seria necessárío, "contrariandoo·destino '; comodiz Homero.llNãofosse tão mais forte o conservadorvínculo dos instintos, nã o servisseno conjunto como regulador; a humanidadeperecer ia por seus juízos equivocadose seufantasiarde olhos àbertos,po r sua credulidadee improfundidade , em suma,po r sua consciência;ou melhor:sem aquele,há muito elajá teriadesaparecido! Antesque uma função esteja desenvolvida emadura,constituium perigoparao organis

mo: é bom que duranteesse tempo elase ja tiranizada!Assim' 1 onsciência é tiranizada- e ,em boaparte pelo.orgulhoques ' t m dela!Pensamque nelaestáo âmago do serhumano, o'lu ' n le é duradouro, derradeiro,eterno,primordial! Tomamamns ' j ' n ia po r uma finnegrandezadada! Negam seucresci-

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III 1111 , SlI' IS intermitências!Vêem-na como"unidadedo orgaIII II \I t !- Essa ridículasuperestimaçãoe má-compreensão da, "",(!vn ia temporcorolárioa grandevantagemde que assim

1,,1 /III/Iedido o seudesenvolvimento muito rápido. Por acredi-I II 'III já ter a consciência,os homen s não se empenharamem1.!l llIlri-la - e aindahoje nã o é diferente! A tarefade incor,'"nl/' ) sa bere torná-lo instintivoé aindainteiramente nova,'I II'I :IS come ça a despontar para oolhohumano, dificilmen

II I vr 'e ptível - um a tarefa vista apenas po r aquelesqu e .I 1II"I1d ramque até hoje foram incorporadossomenteos nosII I (,I'ros, e que todaa nossa consciência diz respeitoa erros!

1.2,

1)0 objetivoda ciência.- Como? Oobjetivoúltimo da ciênI1.1 " proporcionar aohomem o máximo de prazere o mínimoII,' desprazer possíveis? E se prazere desprazer forem de talIlIodo entrelaçados,que quem desejaro máximo deum tenha,I ' ler igualmenteo máximodo outro- que quem quiser,Iprender a"rejubilar-seaté océu "tenha depreparar-setambém1<IItl "estar entristecidode morte"?"E assim é,talvez! Ao menos'IS estóicos acreditavamque éassim,e eram coerentes ao ansiar

I) 'lo mínimode prazer, para tero mínimo de desprazerna vida(quando diziamque "o homem virtuosoé o mais feliz '; isso e r ~

Idnto uma divisa daescola,para a grande massa,comouma suuI za casuísticapara os sutis).Ainda hojevocêstêm aescolha:()u o mÍ1iimo dedesprazer possível,istoé, ausênciade dor - eno fundo os socialistase políticos de todosos partidos nãopodem , honestamente, prometer maisdo que issoà sua gente_ ou omáximo dedesprazer possível,como preço pelo in rementa de uma abundância desutis prazeree alegrias,até hojl"lramente degustados! Casose decidampe lo primeiro, caso

queiramdiminuire abatera suscetibilidad humana à. dor,cntão têm deabater e diminuir também a capacidad epar-ctaa legria.Com aciência pode-serealmente promver tanto um'ornoo OUU'O objetivo!Talvez ela sejaagora mais conh crda por'eu poder de tirarao homem suasalegrias e torná-lo maisfrio,

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mais estatuesco, mais e stói co.Masela p oderia se revelar aind acomo a grande causadora de dor'! - E en tão talvezse revelasse igualmente o seu poder contrário , sua tremenda capac idadepara fazer brilhar novas galáxias de a legria!

1 3 .

Sobre a teo1'ia do sentimento de pode r. - Ao fazer bem efazer mal a outros, exercitamos neles o nosso p oder - é tudoo que quer emo s nesse caso! Fazemos mal àque les aos quaisdevemos fazer sentir noSso poder; pois pa r a isso a dor é umm e io muito mais se nsíve l que o prazer: - a dor pergunta se mpre pela causa, enqu ant o o prazer tende a ficar co nsigo m es moe não olhar par a trás. Fazemos b em e quer emos bem àq uelesque já depend em de nós de alguma ma n eira Cistoé, es tão habituados a pensar em nós como s uas causas); qu eremos aumentar seu podei; pois assim aumen tamo s o nosso , ou que remos mostrar-lhes a vantagem de estar em nosso poderassim ficam mais satisfeitos com a ua situa ção e mais hostis ebelicosos com os inimigos de nosso poder Não altera o valorúltimo de nossas açõ es o f a to de qu e fazer bem ou mal envo lva sacrifícios para nós; mesmo se o ferecemos a vida , como fazo má rtir pela sua igreja , é um sac rifí cio ao nosso desejo de pode i; ou com a finalidade de preservar nosso sentimento de

po der Quem sente que está "de posse da verdade '; a quantasposses não tem de renunciai ; para salvaguardar esta sensa ção!O ~ ã olança fora , para manter-se "em c im a" - isto é, acim ados outr os , que carecem da "verdade "! Sem dúv ida, o estadoem que fazemos mal é raramente tão agradável , tã o claramente agradável , como aquel e em que fazemos bem - é um sinalde que ainda nos falta poder, ou trai o de sgos to com essa penú-ria, traz consigo novos perigos e incerteza s quanto ao poderqu e possuímos e turv a nosso horizonte com perspectivas devingança, escárnio, punição, fracass o.Apenas para os hom ens

mais irritáveis e m ais seq uiosos do sentiment o de pode r seráta lvez mais prazeroso imprimir o selo do po d er num recalci t:rante; aq uele s para quem a visão do subjugado Cobjeto de be ne-

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.1 I II 1;\)co nstitui um fardo e um tédio. Tudo depende de co-1111 •• 1 1ldivíduo es tá acost u mado a temperar sua v ida; é qu esI 111.1' gos to, se prefere um aumento de poder lento ou súbit o,

I 1111 ) o u perigoso e tem erário - ele busca esse ou aquel e

I 1 11)('ro,confo rme seu tem p eramento. U m a presa fácil é a lgolo '1'1l'l.ível para natu rezas o rgulhosas , elas sente m satisfação'I" II.IS 10 ver homens não abatidos, qu e pode riam torn ar-seI II ' Inimigos , e ao enxergar riquezas de difícil ob ten ção; ante• • II 'ti r são freqüentemente duras , pois e le n ão é d i ~ n ode• II 's l()rço e orgulho - mas se mostram tanto mais obsequioI !i l' nle aos se us iguais, com quem seria honroso lutar e dis-

1" 1 . 11; se um dia houver par a isso ocasião. No sentimento de1II'I:Ição dado por essa p ersp ec tiva,os home ns da cast a cava-

111I'11l's a se habituaram a trat ar um ao outro com esmer ada• I lIlvsia. - Compaixão é o m ais.agradáve l se ntimento d aq ueI !lo uco org ulhosos e sem expecta tiva de gran des conquisII' pa ra eles a presa fác i l - como é todo sofredor - é algo•I I ioso . A compaixão é louvada como sendo a virtud e das1111ill1eres de vida alegre .

14 .

As coisas que chamamos de amor. - Cob iça e a mor: que'IlLÍmentos diversos evocam essas duas palavras em nós! - e

III) I ria , no enta nto , se r o mesmo imp ulso que rec ebe doisIIIunes; uma vez difamado do ponto de vista dos que já po sII ln , nos qu ais ele a lcançou a lguma ca lma e que tem em p or\l íl "p osse "; a outra vez do ponto de vista dos insatisfeit o ,

',L'ti ' ntos , e por isso glorificado como "bom ': Nosso amor aoI'I'() imo - nã o é ele uma ânsia po r nova propriedad ri? EIgualmente o nosso amor ao saber , à verda de, e tod a ânsia porIII vidades? Pouco a pouco nos enfadamos do qu e é v e lho, c.I)LIli' poss uímo s seguramente, e voltamos a es tend er os br a ' OS;

,1111la a mais be la paisagem n ão estará cer ta de no ssO am o l;

,Ip6s passarmos três meses nela, e a lgu m litor al longínqu o c.I sI) 'rtará nossa co biça : em gera l, as posses são diminuí las pelaposse . Nosso prazer co nosco procura se manter tran f orm an-

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2 4 .

Insatisfação variada. - Os insatisfeitos frágeise, po r assimdizei; femininos,têm sensibilidadepara o embelezamento eaprofundamentoda vida;os insatisfeitos fortes - os viris entreeles,para ficar nessa imagem- , p a r a o melhoramentoe maiorsegurançada vida. Os primeiros revelam sua fraquezae feminilidade aose deixar iludirde vezem quando e contentar-sejáco m algumentusiasmoe embriaguez,mas em geral não po-de m jamaisse r satisfeitos e sofremco m a natureza incuráveldesua insatisfação;além disso, favorecemtodos os qu e sabemproduzir consolosopiáticose narcóticos, e aborrecem-secomos qu e valorizamantes o médico qu e o sacerdote - assimgarantem apermanência das verdadeiras crises! Se essetipode insatisfeitosnã o fosse abundantena Europadesde os tempos da Idade Média,nã o ' teriasurgidotalvez a famosacapacidade européiaparáa contínuatransformação: poisas pretensões dos insatisfeitos fortessã o muitogrosseirase, no fundo,despretensiosas,para que não possam finalmentese r apaziguadas. A China é exemplode um país em qu e a insatisfaçãoe a capacidadede transformação extinguiram-sehá muitosséculos; eos socialistase idólatraseuropeus do Estado, comsuasmedidas visandoo melhoramento e maiorsegurançadavida, nã o teriam dificuldadeem estabelecerna Europa condições chinesas e um a "felicidade"chinesa, desde qu e antes

pudessem extirpara insatisfaçãoe o romantismode caráterdoentio,delicado, feminino,qu e presentemente sobejamaqui.A Europa éum doente qu e devemuito àsua incurabilidadeeà perene transformaçãodo seu sofrer; estascondiçõessemprenovas, estessempren o ~ e r i g o s ,dores eexpedientes geraram enfimum a suscetibilidadeintelectualquase equivalenteao gênio , e qu e , de todo modo , é a mã e de todo gênio.

2 5 .

Não destinado ao conhecimento. - Há um a estúpidahumildade,nada rara,qu e tornaaquelepo r ela afetado incapazdefinitivamentede se r um apóstolodo conhecimento. No ins-

[ 7 6 ]

L I V R o

(ante em que um homem desse tipo nota algo elif, r nt , I('omo qu e faz meia-volta ediz a si mesmo: "Você s ' ' ngrlJ1ou!( nde estavacom a cabeça?Isso não poel S ' I' v 'r I,KI '!"- e'ntão, em vez de olhare ouvirde novo, mais a L nciosam 'nl "'I foge da coisa diferente,como que i n t i m ic .h do ~ , D r( ) ~L 1 r~1

Il rá-Ia da mente o mais rápido possível. POIS o S ' LI canon ' ln! 'ri or diz: "Não desejover nada qu e contrarie a opini71o pr 'v,tI ,'ente! Entãoeu fuifeito para descobrir novasv rc.l ac.l 's? .Já 'x is

lem tantasdas velhas':

2 6 .

Qu e significa viver? - Viver - é continuamenteaf astar cI 'si algo que qu er morrer; viver - é sercrue1 eimplacávelcomludo oqu e em nós ,e nã o apenas erv hÓS,se torna fracoe velho.Vive r - é também nã o ter piedadecom os moribundos,lTI1S eráveis eidosos?Ser continuamenteassassino? - No entanto, ovelho Moisés declarou:"Não matarás!':

27 .

Aquele qu e renuncia. - Que faz aqueleque renuncia?Ele

aspira aum mundo mais elevado, elequer voar mais, mais longee maisaltoque todosos homens da afirmação- elejoga foramuitas coisasqu e atrapalhariamseu vôo, e entreelas coisasquelhe sã o valiosase queridas:sacrifica-asà sua ânsiadas alturas.Esse sacrifício, essejogar fora, é justamenteaquiloqu e se tornavisível nele:por causadissochamam-node aqueleque renuncia, e comotal ele nos aparece, envoltoem seu capuz,com o sfosse a almade um cilício. Mas eleestá satisfeitocom a impr ssão que faz em nós: quer manteroculta a sua ânsia, seu orgulho suaintençãode voaracima de nós. - Sim, ele é mais sag'lzelo ~ u epensamos, etão gentil paraconosco- esse afjrmac.lor!

Pois é isso talcomonós, também ao renunciar.

..

[ 7 7 ]

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res ult ado da lut a: tão rápido e tão oc ulto opera hoje em l U

esse a n tigo mecanism o.

112.

Causa e cifeito. - "Exp licação'; dizemos; mas é "descri(: II'o que nos distingue de estágios a nt eriores do conhecimen ll I

da ciê ncia . Nós descrevemos melhor - e ex pli ca mo s LI!

pouco quanto aq uel es que nos precederam. Des co brimos !1H11

tiplas sucessões, a li onde o homem e pesqui sador ing ê nuo I Icu ltur as anterior es via apenas duas co isas , "causa" e "efeil1'como se diz; aper fe iço a mos a im age m do devi!; m as nã o f0 l111I

alé m d es sa imag em, n ão vimos o qu e há po r trás dela. Em cad Icaso, a série de "causa s" se ap resen ta muito mais co mplvl Idiant e de n ó s, e podem os in f e rir: tal e tal coisa t ê m d e suce dl 'lante s, para que venha essa o utra - m as n ada compreende I/II )co m isso. Em todo devir químico, po r exemp lo, a qua lidadlap a rece como um "milagre' ; agora' co.mo antes, e assim tambC'1lItodo de slocamento ; ninguém "exp lico u" o empurr ão . E C011l1'

poderí amos explicar? Operamos so mente co m coisas qu e 11:11'

existe m , com linh as, sup erfícies, co rpos , átomos, tem p os divi

s íveis, espaços divi síve is - como pode ser possív e l a exp licação, se primeiro torn amos tudo imagem , nossa imag e m! Basl,1co nsid era r a ciência a humani zação mais fiel po s sível d as coisas, a prendemos a no s descrever d e modo cada v e ~mais preciso, ao descrev er as co isas e s ua s ucessã o. Causa e efeito: ess,1d ualidade nã o existe p r o v a ~ e l m e n t ejam a is - n a verdade,temos diante de nós um con tinuum ,do qual isol amo s alguma.partes ; ass im como pe r ce bemos um movimento apenas co mI I

pontos iso lado s, isto é, n ão o vemos propriamente , mas o inJ(:rimos. A form a súbita co m qu e muitos efeitos se destacam ( ), ~

co nfunde; mas é um a subitan eidade qu e existe apenas para nós,Neste segundo de subitaneid ade há um número infindáv el dl'processos que nos escapam. Um intelecto qu e visse causa eefeito com o continuum, e nã o , à nossa maneir a, como arb itrário esface lamento e divis ão, qu e enxergasse o fluxo do aconte

[1 4 0 ]

L I V R O I I I

I r 'je ita ria a noção de causa e efeito e negaria qua lquer

"Idlti< nalidade.

t I:S.

It('oria dos venenos. - Tant as coisas têm de se reunir, par a(Iii ...urja um pensamento científico; e cada uma destas forças

III 1 1 ' ~ s ú ri a stem de ser iso lad amente inve nt ad a, treinada, c ul t i~

li 1.1\Mas no isolamento elas produzia m efei to be m dive rso dopll (l:lssam a ter no int er ior do pensa m en to c ien tífi co, no qualI II 's lringe m e dis ciplinam mutu amen te: - elas atuavamI 11111)venenos, p o r exe mplo , o impul so de duvidar, o impulsoII IlI' g' l1; o de aguarda r, o de junta! ; de di sso l,ver. Muitas heca

I' 111111 S humanas oco rreram , até esses impul sos c hegarem aII III I 'neler sua coexis tê ncia e a se n tir que eram todos fun çõesII 11111'1 orça organ izadora dentro d e um se r hum ano! E co mo111111.1es tá longe o tempo em que as forças artísticas e a sabe-1"11.1 prática da vida se juntarão ao pensamento c i ntífi co, e,l11

111' S ' forma rá um sistema orgânico mais elev' ldo , em r 'h l\:aoI' I Ilual o erudito, o mé d ico , o artista o leg islador , ta l como11 1 11.1 os co nhecemos , pareceriam pobr es antigllic.la I 'si

IL 4 .

fé onde vai a esfera moral. - Ao vermos um a 11 va il1la

1"

111 , ime di atame nte a co nstru ímos com ajuda de lO las aS

I I' ' riê ncias que tivemos , conform e o grau de nossa r ' li Iúo. l'

I ' il\i lade . Nã o exis tem vivênci as qu e n ão se jam 11101':1IS,

1111'51110 no â mbit o da percep ção sensíve l.

115.

)s qua tro erms .- O homem foi ed ucado por S lIS ' ]TC S:

1" 1I1 iro, e le sempre se viu apenas de mod o inc. I11pl 't ;, 1 ' } ~l I n d o ,atribuiu-se carac te rís ticas invent ada s; t r e Iro, co lo-

[1 4 1 ]

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também se acham em extinção: - salvemos a sua imagem eo e u tipo, ao menos em prol do conhecimento!

1 2 3 .

o conhecimento. senda mais qu e um meio. - Mesmo semesta nova paixão - refiro-me à paixão do conhecimento - ,

a ciência seria fomentada: até agora a ciência cresceu e sedesenvolveu sem ela. A boa fé na ciência, o preconceito a seufavol;que hoje predomina em nossos Estados (até na Igreja,antes), no fundo baseia-se no fato de que esse incondicionalímpeto e pendor manifestou-se raramente nel a, e de quejustamente , a ciência nãoé considerada uma paixão, mas umestado e um ethas . Com freqüência basta o amaur-plaisir[amor-prazer] do conhec im ento (a cur iOSidade), basta o amaurvanité[amor -vaidade1, 4;habituar-se a ela com a segunda intenção de dinheiro e honrarias , e para muitos basta nã o saberemo que fazer com o ócio em e m ~ s i a ,exceto ler, colecionar, ordenar, observar, continuar relatando; o seu "impulso científico "é o seu tédio. Certa vez o papa Leão x (no Breve a Beroalda)fez o elogio da ciência: chamou-a de mais belo ornamento eorgulho maior da nossa vida, de nobre ocupação na felicidade

e na miséria ; "sem ela'; diz ele por fim, "toda empresa humanacareceria de apoio sólido - e mesmo com ela tudo é ainda instável e n s e g u r o !' ~Mas esse papa toleravelmente cético não pronuncia, como os demais louvadores eclesiásticos da ciência, oseu julgamento final sobre ela&e suas palavras é possíveldepreender, o que já é singular para um tal amigo das artes, queele põ e a ciência acima da arte; enfim, porém , é apenas amabilidade ele não mencionar aí o que põ e be m acima de todaciênc ia: a "verdade r evelada" e a "eterna salvação da alm a" -compara dos a isso, o que são ornamen to, orgulho , distração,segurança de vida! "A ciência é a lgo de segunda ordem, nadade derradeiro e absoluto, nenhum objeto de paixão "- este julgamen to Leão x guardou em sua a lma : o juízo propriamentecristão acerca da ciência! Na Antiguidade, a sua dignidade e seu

[1 4 6 ]

L I V R O I I I

Il 'to nhecimento eram diminuídos pelo fato de J11 'S I11() os se us111.!iS fervorosos discípulos darem primazia à bu s '<1 da uir/llde,

I t i' que já se acreditava ter feito o mais alto e log io hl 'i" 11 'i:l,

I I restejá -la como o melhor meio para alcan ça r a virtude , Il n

,ligo novo na história , quando o conhecimento qu 'I' S ' I' 111 ,!iS

110 que um meio.

1 2 4 .

Na harizant e do infinito. - Deixamo s a terra firme e emba '

I ,IIUOS!Queimamos a ponte - mais ainda , cortamos todo l açoI l lI11 a terra que ficou para trás! Agora tenha caute la,p equ noI :1I'CO' Junto a você está o oceano, é verdade que ele nem semIII' ruge, e às vezes se estende como seda e ouro e devanei oII bon dade . Mas virão momentos em que você percebe rá qu e1'11.: é infinito e que não há coisa mais terrível que a infinitude.( 11, pobre pássaro que se sentiu livre e agora se bate nas pareti 's dessa gaio la! Ai de você, se for acometido de saudade daInra, como se lá tivesse havido mais liberdade - e já não exisI ' mais "terra"!

1 2 5 .

o hamem louco. - Não ouviram falar daquele homemlo uco que em plena manhã acendeu uma lan terna e correu aomercado, e põs-se a gritar incessant emente: "Procuro Deus!I roc uro Deus! "? - E como lá se encont rassem muitos daqu 'I 's que nã o criam em Deus, ele despertou com isso uma grand gargalhada. Então ele está perdido? perguntou um dei s. EI 'se perdeu como uma criança? disse um outro. Está se S '011 -

lendo? E le tem medo de nós? Embarcou num navio? Emigrou ?

- gritavam e riam uns para os outros. O homem lou S ' 1:111-

\,'o u para o meio deles e trespassou-os com seu o lh ' ,r. " P í l l '~1

on de foi Deus? '; gritou ele, "já lh es direi! Nós o Inalamo ,,' -

voc ês e eu. Somos todos seus assassinos! Mas omo fiz 'mos

[ 1 4 7 ]

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A G A I A C I Ê N C I A

isso? Como co nseg uimo s be ber int ei rament e o m ar? Qu em JlIId u a es p on ja p ara apag ar o horizon te? Que fizemos nós, ,IIIdes atar a terra do se u so l? Para ond e se move el a ago ra? P;\I ,Ionde nos mo vemo s n ós? Para longe de todos o s só is? Não C II

mos co ntinuam ent e? Para trás, p ara os lados , p ara a frente, VIIIto das as dire ções? Ex is tem ainda 'em cima ' e 'em ba ixo'? N; \l1

vaga mos co mo qu e a través de um nada infinito ? Não se ntim( Ina pel e o so pro d o vác uo? Não se tornou ele m ais frio? N;\l1ano itece e tern ament e? Não te m os qu e a cend er lan te rn as dI 'manh ã? Nã o ou vimos o ba rulh o do s co veiros a e nte rrar D e l is ~

Nã o se ntimos o cheiro d a putr efação divina ? - tamb é m u,de uses a podre ce m' D eus es tá morto! Deus continu a mo rto ! I':n ós o matamo s! Como nos co n so la!; a nós , ass assinos entr e o!oo

assa ssinos? O mai s fort e e m ais sagrado que o mund o a té e n n ()

p os suíra sangrou int eiro so b os no ssos punhai s - qu em no slimp ará e ste sangu e? Com que ág ua poderíamos n os lavar? QUl'rito s ex pi atório s, qu e jogos sag rados teremos d e invent ar? IIgra nd eza de sse a to n ão é dem as iado g rande p ara n ós? Nãodeveríamos n ós m esmos nos tQrn ar deus e s, p ara ao me nospa rece r dig nos dele? Nun ca ho uve um a to maior - e qu em vie rdepo is de n ós pertenc erá , po r causa dess e at o, a um a histó riamais e leva da qu e to da a h istó ria até e n tã o!" esse mo m entosilenc io u o ho m em lou co, e novamen te o lhou p ara se us ouvi ntes : ta m bé m el es fica ram em silêncio, olhand o es p ant ados p ara

ele . "Eu ve nh o ce do d em a is'; di sse e nt ã o, "nã o é a ind a m eute mp o. Es se acon t ec im e nt o e n orm e es tá a ca minh o, aind aand a : n ão cheg ou aind a aos o uvidos dos homen s. O co risco eo trovão pr ec isa m de tem po ;--a luz das e strel as prec isa detempo, o s atos , m esm o de p ois de fe itos, preci sam d e tem po

pa ra se rem vistos e o uvidos. Esse a to a inda lhes é m ais dis tante q ue a mais l ong ínq ua co n stelação - e no entant o eles O

come teram!"- Cont a-se tam bém qu e no mesmo dia o hom emlo uco irrompeu em vári as igre jas, e e m cada uma ento ou o se uRequi em aeternam d eo. Levado para fora e in terrogado , limita

va-se a responder: "O qu e são ainda essas igre jas, se não osma usolé us e túmulos d e Deus?;

[1 4 8 ]

L I V R O I I I

12 6 .

1:'\:fJlicações místicas . - As exp licaçõ es mís ticas são . ida:1 111 profund as; n a ve rd ade , elas n ão chega m a se r sup erftcJaJs.

1 2 7.

h/e ito p osterior da an tiga religiosidad e. - To do hom e(n\I , ,I etido a cha qu e so ment e a vonta de é atuante ; u ~ quer erI ,ligo simp les, p uram e nte d ado, não dedu zível , em SI me smo1IIvligíve l. Es tá co nve ncido d e qu e q uan do faz a lgo, quand oIII ,~ Ie ch aum go lpe, po r exempl o, é ele qu e go lpeia, e qu e g ~ : -

III'ou porq ue quis fazê-lo. Ele n ão n_o ta p r ob le m ~algum a i,1.I,i[a-Ihe ° entim ento da vonta de, nao ape nas par a a SUP OS I-

1, 10 de causa e efe ito, ma s tamb ém para a cren ça de colnpreen-,Ir' r sua rela çã o. Ele n ada sab e a r esp e ito do m e ca n ts n ~o do1' \ 'n to e do trab alh o ce m vezes sutil qu t em d e s r r a llzadop,ml qu e ~ e chegu e ao go lp e, ne m d a inca pa cidade da vo nwcI ' mes m a de faze r se q uer u ma p arte mínim a dcss ' lraba lho.1,lra ele, a vont ade é um a for ça m agica mente aluanl :: 'I" ' I' navontade c om o causa de ef ei tos é crer e m força m ag ICa m 'nl '" Iuantes. Or igin alme nt e, to da vez q ue p rese nci u um 'v 'nLO oIlomem ac redit ou nu m a vont ade co mo ca usa e m se r 'S I 's~ ( ) ai s donos de vo nt ade , atu and o no fu ndo - o 011 ' " lO d '111 cã nica lh e e ra muito dist ante. M as, como p or p erío dos en o l'Ines o home m acre d itou soment e e m p essoas Ce não ' 111 m a l "

rias, forças , co isas , e tc.), a cren ça e m causa e efe ito s ' [o rno upa ra ele a c ren ça fundamental , qu e ele a plica tod a v z <-.IU .lIgoaco n tece - aind a ho je instinti va m ente, co mo um atav ISIl10 d ; ,~

mais remo ta ori ge m. As teses de qu e "não há e fe l o s J11 ('<ILIS1,"todo e fe ito é novamente caus a';laparece m com o g 'n ' J'(lltza-'õ es de t eses muito mais estreit as: "On d e h á a tU'lçà o, bOlIV

von tade" "Só é possível at uar sobre ser es d onos d v ( )n w ~,,;

"Nun ca ~e sofre purame nt e e se m con s e qü ê ncia um '[, ' llO,

so frê -lo co nstitui s empre u ma excitação da vo nt a I. " para a'Ição, a d efesa , a vingança , a repr esá lia) - entr tan t .' ~ .rn -mó rd ios da humanid ade estas e aquel as tese s eram ld entJ.ca ,

[1 4 9 ]

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A G A I A C I Ê N C I A

3 4 8 .

Aprocedência d os eruditos. - O erudi to nasce , na Eurlll1,1em todo tipo de classe e co ndi ção social , como uma planla (1111

nã o requer um solo específico : po r isso ele se acha , essen(l.11mente e de forma involuntária , entre os portadores do p C I l~ ,1

m e nto democrático . Mas tal origem se deixa percebeI: TendiIexerci tad o o olhar para , nu m livro erudito, nu m tratado ciellllfico, reconhecer e flag rar a idios sincrasia do erudito - C;II 11um deles tem a sua - , quas e semp re enxergaremos , por 11,1dela, a "pré -história " do e rudito , sua família , em especia l as 01 II

pa çõ e s e os ofícios dest a. Quando ach a express ã o o sentin I II

to de qu e "isso agora es tá provado, com isso terminei '; é g '1",11

mente o ancestral no sangue e instinto do erudito que aprOl,I,do se u ângulo de visão, o "trabalho terminado " - a crenç ,1 1,1

prova é apenas um sintoma daquilo qu e há muito , numa cl'j ,I

laboriosa , é visto como "um bo m t r a b a l h o' ~ Por exemp lo: (I

filhos de notários e escreventes de t09a espécie, cuja princip ,dtare fa sempre foiordenar um materia l múltiplo , distribuí-lo P( II

gave tas,esquematizar as co isas, m os tram , tornando- se erudill I ,um a inclinação a co nsid era r um problema quase resolvido, ,II Itê -lo esquematizado. Há filósofos qu e são, no fundo , ap e n,1ca b eças esquemáticas - nel es o aspec to formal do ofíCÍlIp aterno veio a se r conteúdo. O talento p ara classifi cações, pa u

tábuas de categorias, sempre revela algo; não se é impun em 'II

te o filho de seuS p ais. O filho d e um advogado terá de se !; talllbé m como pesquis ado!; um advogado: e le que! ; e m primei I Iluga!; que dêem raz ão à sua ca usa, e em segundo, talvez , ( j l l l '

ela tenha razão. Os filhos d e clé rigos e mestres p r o t e s t a n t l '~

reconhe ce mos na ingênua ce rteza com que, na condição d('e ruditos , já tomam sua causa po r provada , quando acabaram dI'expô- la com entusiasmo e vigor: pois estão arraigadam e nll'habituados a que as pessoas creiam neles - isso era part d I)

"ofíc io " de seus pais! Um jud eu, inversamente, conforme ()

âmbito de negócios e o passado de seu povo, está mu ito pouel )habituado justament e a isso - a que nele creiam: consielerl'se, a esse respeito , os eruditos judeus - todos eles atrib uelllg ran de peso à lógica, isto é, à obtenção do acordo medianll '

[ 2 4 2 ]

L I V R O V

I.I%ões;e les sabe m que com ela te rão de vcne ' I; m 'S 1110 ond 'I' • ista aversão de raça e de classe co ntr a el s,ond ' nao S ' :t n 'IIil neles de bo m grado. Pois nada é mais d mo T{tticotio <lu',I lóg ica : ela nã o dá atenção à pe ssoa e n ão faz diSlinl,:ao · n~ J ' \.'

nar izes c urvos e retos. (Aliás, pre cisa me nte quanto :l O 111 ;1101'

li SO da lóg ica, a uma maior limp ez a nos hábitos 111 'nl ;!is, n:1 lL' pouco o qu e a Europa deve aos jud eus; so br e tu lo os <til'

mães, como um a raça deploravelm e nt e dérctisonl1C/blelinsL'n

satal, à qual ainda hoje é pre ciso ant es "lava r a ca beça': Emlll IIIluga r ond e os judeus tiveram influ ênc ia, eles e nsin ara m adisIinguir m ais sutilmente, 9 a deduzir co m m aior agudeza, a 'Scrl '

ver com maior clareza e lisur a: a tarefa del es foi sempr e levarum p ovo "à r c t i s o n' ~)

3 4 9 .

Ainda a procedência dos erudi tos. - Querer preservar a simesmo é expressão de um estado indi ge nt e,de um a limita çãodo verdade iro in st into fund ame ntal d a vida, 90qu e tend e àexpansão do podere, assim querendo , muit as vezes questi onae sac rifica a a utoco n se rv ação. Veja-se como s intomáti co que

alguns filósofos - po r exemplo , Spinoza , que e ra tuber culoso_ co n side rava m , tinham de consi derar dec isivo justament e o

chamado instinto eleautoconserv ação : eles e ram , pr ecisamenle, homens em estado de indig ê nci a. O fato d e nossas m elernas c iê ncias n aturais terem d e ta l modo s e nredado no dogmasp inoz iano (por último , e da forma mais gro s ira, o elarwi nismo,co m a doutrina incompr eens ivelmente unil atera l da "lulapela ex istê n cia" - ) deve- se, é prováv e l, à pro ce d ê ncia ~Ia

ma iori a d os inve stigadores da n atur eza : n esse as pecto eles ao"do povo '; seus antepassados foram gente pobr e e humild e,que

conheceu muito de perto a dificuldad e de seguir adiante. Tod oo darwinismo inglês exala como qu e o ar sufocante do excesso popul ac ional inglês, o odor de miséria e aperto da arraiamiúda. Mas um investigador da natur eza deveria sair de se ure duto hu m ano : e na nature za não predomina a indigência ,mas a ab und â ncia, o desperd ício, chega nd o m es mo ao absur-

[2 4 3 ] .

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A G A I A C I Ê N C I A

do. A luta pela existência é apenas um a exceção , um a te111pllrá ria restr içã o da vontade de vida ; a luta grande e pequena gll,I

sempre em torno da preponderância , de cre sc im ento e expa"sã o , de poder, con forme a vontade de poder, qu e é justa111l'I111

vontade de vida.

3 5 0 .

Em o n r a d o s" h o m i n e s r e l i g i o s i' ~-A ut a co nt ra a Igrcj :II 'certa m e nte , entre outras coisas - pois sig nifi ca muitas ,também a lut a das naturezas mais vulgares, mais co nt en ll"\co nfiantes e superficiais co n tra ' o domínio da s p essoas 1 1 1 : d ~

g raves, profundas e co n tem p lativas, ou se ja, m ais ruins e dl',confia das , qu e co m prolongada susp e ita medit a ram sobrl' IIva lor da existência e sobre o se u p róp rio valor: - o instil1l1lvu lgar do p ovo, sua alegria dos se n tid os, se u "bo m coraçal!"rebe lou-se co ntr a elas. Toda a Ig reja rQmana repousa nUI1I,1desconfiança meridional quanto à natureza do se r humano, IIque sempre é mal compr eendido pelo Norte : tal desconfian ,I~ Europa do Sul herdou do profundo Oriente , da antiquí Sil1l,lAsia misteriosa e da sua cont e mpla ção. O protestantismo jú I'um a revolta popular em favor dos honestos , când idos e SUrl' lficiais (o Norte semp re foi m ais bondoso e mais raso que o ui ),ma s foi ape n as a Revo lu çã o Fra ncesa qu e pô s o ce tro , dI 'maneira total e solene , nas mãos do "homem bom " (d a ove lh:l,do asno , do ganso e de todos os irremediavelmente rasos , rUI

dosos e maduros para o hospício das "idéias modernas ").

35 1,

Em honra das naturezas sacerdotais. - Acho qu e é pr cdsa m e nte do que o po v o en tend e po r sabedoria (e quem agor;lnã o é "povo"?) - dessa prudente e bovina devo ção, paz di 'espí rito e mansid ão d e pastores de aldei a, qu e se d e ita 111)

prado e, ruminando gravemente, obse rva a v id a - que os filosofos se m pre se sentiram mais di sta ntes , prov ave lm en te pOI

[2 4 4 ]

L I V R O V

IllI não e ra m "povo " o bastante , past o res o b' lstanl c pa ra isso.1lmb é m se r ã o os últimos a crer que o povo poss a c nl ' nd c r,ligo d aquilo qu e lhe é mais dist a nte , da grand ' I a ixao d oho me m do conhecime nto , qu e vive e tem de VIV ' I' COIlIIl1U:1

"l e nte na nuvem tempestuosa dos mais a ltos pr o b l 'ma s ' mai sgl"lves responsabi lidades (ou seja, de modo algum b s cr ~ a l 1 t 1 ( )

ti , fora , ind iferente , seguro , ob jetivo ..). O povo r eve r ' ~ C l "UI11

lipo inteiramente diverso de homem , ao constrlllr s U Id ,:tI do"sábio '; e tem todo o direito de homenagea r precisam e nl ' ~ S S l'

lipo c om as melhores palavras e maiores honras: são as nallr 'Z IS sacerdotais , brandas, sério-singelas e castas , e o qu 1h 'S '

:1parentado - a elas se di rige o louvor, na e v e r ~ n c i apopu l".r:1nte a sabe dor ia . E a quem te ria o povo malS razao d e s lTlOS -

I ar agradeci do do que a esses homens, que a ele p e rten cem '

I le procedem, mas a título d e co nsagrados, ~e l to s ,sacnftcaclos~IO seu be m - el es p rópr io s se jufgal:1 sacnftcados a Deu s ~ ,

;lI1te os quais po de impunemente abrir seu coração,. no s qualpo de se livr ar de seus segredos, preocupa ções e COlsas plor es( _ pois o homem que "comun ica" livra-se de si mesmo; e .quem"confessou " esquece). Aqu i se impõe uma grande necessldade:po is também a imundície da alma requ er canais de escoamenlO co m águ as puras e purificantes , requ e r velozes correntes de

amor e fortes , humi lde s, puros cora ções que estejam prontos asac rificar-se para um tal serviço de higiene nã o público - por

que éum sac rifíci o, um sacerdote é e e ~ áum a v ~ t im ahu .mana ..O povo vê como sá b ios esses em ud eCldos, ~ e n o s, sacnflcado shomens "de fé '; o u seja, co m o tendo adqumdo sabe r, C0l110

"seg ur os '; em relação à própri a insegurança: quem go t a r ~' 1 d 'lhe negar essa palavra e a reverência? - Mas é tamb é m ) USL~ ) ,

inversame nte , que para os filósofos u m a e rdot s '1'1 pr ' s 'FI

"povo'; a nt es de tudo porqu e e les própri n ão r "" 'm n o~ ' ~I~I 'sabem ' e tal cre nça e supersti ção já Ih s 11 ' ir,! ' I "p vo '. 101"mo d é ; tia que inventou a pal avra "filó soli " na r " la , I ! X:111 loa magnífica petulância de denom in a r-s s á bios aos <lLOrvs doespí rito - a modéstia de tais monstros d ' rg ulh o ' s ob 'r' ln!"co mo foram Pit ág oras e Plat ão.

[ 2 4 5 ]

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A G A I A C I í': N C I A

tidos , co m toda a su a an ê mi ca e fria aparência , e ne m nw 1111ap esa r desta aparência - elas se mpr e v iveram do "sang llv ' I i

filóso fo, consumiram os se u s sentid os e até , se nos fo r d ,ullcré dit o, o seu "cora çã o ':Esses velho s filósofos nã o tinh am ('III I

ção : filosofar sempre foi um a espé cie de vampirismo, Em 1.11

figur as, mesmo em Spino za, n ã o sentem vocês algo prof UI ui I

me nte inquietante e enigmático ? Não vêem o espetá culo <III

a í se desenrola , o const ante empalid ecimento - a des sel1i1111

liza çã o interpretada d e form a ca da vez mais idealista? N,II

press ent e m, ao fundo , como qu e um a sanguessuga h á 111111111temp o e scondida , qu e come ça po r atacar os sentidos e e llII IIIlh e restam - e ela dei xa - apenas ossos e ruídos? quero di l l I

fórmulas, palavras (pois , perdo em-me, aquilo qu e resto!/ diSpinoza, amor intellectualis dei [amor intelectual a Deus 1"' I

um ruído , nada mais! O qu e é amor, o que é deus, se lhes 1.111I

qualquer gota de sangu e? . ,) , Insumma [Em suma]: todo i<I(',1lismo filosófico foi, até agora, algo c omo um a doença, qUal I( II In ão foi , como no caso de Plat ão, a c autel a de uma saúde n1l1ll1lrica e perigosa , o temor ante se ntid os muito poderosos , a 1111

d ê ncia de um prud e nte so c rá tico , - Talvez nó s , modern o , 1,11'se jamo s s aud áveis o b as tant e para necessitar do ideali smo (Ii

Platão? E n ão tem e mo s o s s e ntid os porque -

373 ,

"Ciência " C01'i'W pm conce ito. - Das leis da hier arqld ,ldec orre qu e os eruditos , na m edida e m qu e pertencem à '1:1,se m é dia espiritual , n ã o po d e m ter visão do s p r o b l e m t l, ~ Iinterrogações realmente grand es; além disso, sua cor age m (seu olh ar nã o chegam t ão longe - mais do que tudo, a n en ',sid ade que deles faz pesquisadores, sua íntima a n t e c i p aç ~l ( ) ('desejo de qu e as coisas sejam assim e assim, seus temore s ('esperanças, muito cedo já encontram paz e satisfação, Aquih Ique, po r exemp lo, faz o pedante inglês Herbert Spencer enlt I

siasmar-se a seu modo, levando-o a traçar um a linha para ,1

esperan ça, um horizonte de desejabilidade, a concilia ção fill ,tIde "egoísmo e altruísmo '; sobre a qual ele divaga, isso quas e n( ,

[ 2761

L I V R O V

" Ilo ja : _ um a hu m anid ade com tais perspec livas SIW!1t' 'ri:! nas, IlInO pe rsp ec tivas de rradeiras n os p arec e ria digna ti ' ti 'sprv10 , de an iqu ilação ! Mas o fato de ele ter de se ntir '()Il\() vs p ,1In a m aio r o q ue p ara os outros ée p ode se r ap 'na S lll l\:1 lI Iii

,II ilidade re pu gn ant e, colo ca um a qu e stão q u ' SpVll 'Vl 1l,IOIl' ria sido ca paz de pr eve r... O mesm o se dá co m 'I cre l1 ':11\" \ 'hoje em di a sa tisfaz tanto s c ientist as natur ais m <ill' ri :tli iI. Iii, ,I

I r ' nça nu m m undo qu e deve ter su a e qui va lência ' n1 'ti i \, I 1111

il 'nsam ent o hu m ano, em hu m ano s co nce itos d ' V" IOI, Il I lI

"Inund o da ve rd ade '; a qu e pudés se mos definiti va ml' I1IV I( l '

ti ' r co m ajud a de nos sa p equena e qu adr ada razão - ('() i11Il ?

qu e re m os d e fato p e rmitir qu e a ex is tê ncia nos se ja ti l' 1 11I(am a d eg rad ad a a m ero exercício d e co nt ador e oc ulx lÇ':I()doméstica d e mat emáticos? Acima d e tud o, não d evemos q U l '

r 'r despoj á -la d e se u caráter polissêmico: é o bom gos to lU ' ()r 'que!; m eus se nhor es, o gosto da re v e ~ê n c i aante :u d o , q ~V

v li alé m d o se u h o rizo nte! Que a ún i ca int e'rp re taça o justJfl 'avel do mund o se ja a quel a em qu e vocês são justifi cado , naqua l se po de pesq ui sa r e co ntinu ar tJ'aba lhand o c ientifi cam nI ' no seu se ntid o ( - qu erem diz e r, rea lm ent e, de modo meca-Il'icista?), um a tal que a dmit e cont a!; calc ular, pesa r, ver , pegar enão mai s qu e isso, é um a c rueza e um a inge nuid ade, dado qu enão se ja d oe n ça m ental , idiotismo, Não se ria ant es be m provável qu e just amente o qu e é mai s sup er ficial e ex te rior na exi s

tência - o qu e ela t em de mais aparent e, sua sensuali zação,sua pel e - fosse a primeira coisa a se deixar apr eender ? o u t alvez a única cois a? Uma interpretação do mundo "científi ca '; la lorno a en t endem , poderia então ser um a das mais estúp id(AS,

isto é , da s mais pobres de sentido de tod as as po s sív L i n,~ 'rpreta ções do mundo: algo qu e digo para o ouvido e a n s ' Il ' 11

cia de nossOS mecanicistas , qu e hoje gost am d e mi ' tll nt r-H'aos filósofos e absolutamen te acham que a me câ ni '1 ' :l d< lltrina das leis primeiras e últimas, sobre as qu ais to 11 :1 ' 14

tência deve estar construída, como sobre um an chr I "rI' 'o , Ma s

um mundo essencialmente mecânico seri a um mU I lo ' HH ' II

cialmente desprovido de sentido! Suponha -s qu ' ) lia/ o /' I 'uma música fosse apreciado de acordo com o lua nl o d ,ln S '

pudesse cont ar, c alcular , pôr em fórmul as - 0 1110 S ' rin :lbs lI r

[2771

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A G A I A C I Ê N C I A

da uma ~ a lavaliação "científica" da música I O que se teriol I" Iap reendI do , entendido , conhec id o? ada, exa tamen ll' Il,ltIdaqUIlo que nel a é de fato "música"! . ..

374 .

Nosso novo " n f i n i t o '~- Até o nd e vai o caráter perspcCllI I

ta d a exis tência , ou mesmo se ela tem algum outro ca r::íI\'1 Ium a existência sem interpretação, sem "sentido " [Sin lll , 1 , 11

vem a se r Justament e "absu rd a" [Unsinn ], se, po r outro 1 11111

toda a existência n ão é esse ncialm ente intelpr eta tivCiI_ I •- d ' IIna o po e, como é razo ável, ser decidido ne m pela mais <iIIIge nt e e c?nsciencios a análise e auto-exame do int electo: pi II

nessa analrse o Int electo humano não pode dei xa r d e vel' ,I Imesmo so b suas form as perspectivas e ap enas nel as. N,I! Ipodemos eIL,<ergar além de nossa esq uina: é uma curios id,lI"desesperada querer sabe r q ue o u t r o~ tipo s d e intel ec to l' I I

perspectiva poderia haver: po r exerpp lo, se quaisquer o ulli Iseres podem senti r o tempo retroativamente ou, a ltern éll1dl'p r ~ g r e s s ~ v ae regressivamente (com o que se te ria uma 0 1111Ionentaçao da vida e uma outra noção de causa e efe ito). 1\1.1p e n s ~q.ue hoje , p elo me nos, estamos dist anciad os da ridí Cl il,1Imo des tIa de de creta I; a partir de nosso ângulo, que Soml' 1I11

~ e l ep o ~ e - s eter Ferspectivas. O mundo tornou-s e nova mC ll1I n f i n r ~ opara no s: na medIda em que nã o podem os reje il;!1 ,I

possIbIlrdade de que ele encerre infinitas int erpre ta ções. M.iIum a v e ~no s acomete o g ran d e tremor - mas quem teria V( IIItade de Imediatam ent e divinizar de novo, à maneir a a ntiga , e.\\I'monstruoso mundo descon hec ido ?E passar a adorar o d eSCIInh ecIdo como "o ser desco nh e cido "? Ah, estão incluíd as di 'm as Iadas ~ o s s i b i l i d a d e snão divinas de interpretaç ão nCSM 'd e s co ~ h e C l d o ,demasiada di abrura , estupidez, tolice d e inlt'1pr e taçao - a nossa própria, humana, demasiado humana , CjIII'be m conhecemos ..

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L I V R O V

~ 75 .

P01' que pa7'ecemos epicúrios. - Somos ca ul 'II )S( IS, 111:-',

1/11/\1 ns modernos, quanto a co nvicções de rr adl' il ,IS: 110:-.:-.,1

dl 's 'onfiança fica à espreita dos enca n tame n tos 'l'll1 llll SIl's tI ,1Il lIlsciênc ia que se acham em tod a crença poderosa, '1\1 II ,dI'Illt'ond iciona l Sim e Não : como se exp lica isso? Ta lvcz 11 ' P ( )S . ~ ,I

11'1' aí, em bo a parte , a preven ção da "criança escalt l:It!:I: dllii I alista decepcionado; po r outro lado , numa par le 1111'1I HII ,

I.lInl é m a jubilosa curiosidad e de quem nada faz ia '!lI , ~l l l

1, llltO, que nisso foi levado ao desespero e agora se r 'g:d:1 '1'l1lusiasma no oposto de um canto, no ilimitado , no "Iiv l" VIII

1':Com isso d ese nvolve -se um quas e e picúrio pendol' :111

I'()nhecime nto , qu e nã o deixa escapulir facilmente o 'arlllt '!'

' lU stion ável d as co isas; e igualment e um a aversão às gran I Spalav ras e ges tos morais ; um gosto qu e rejeita todos os oposlos pesados e g rosse iros e com orgulho está cônsc io de ex<.;J

I 'ilar a reserva. Pois isso co nsti tui nosso org ulh o, esse leve pux arII rédeas quando o nosso imp ulso à certeza a rremete impeIUoso , esse a ut ocontrole do cava leiro em suas mais selvagenscava lgadas: é que sempre montamos anim ais loucos e fogoso s," quando hesitamos , cer tam en te nã o é pelo perigo ..

376 .

Nossos tempos lento s. - Assim se n tem todos os artis tasse res de "obras '; o tipo materno d e ser humano: se mpr e c rê ' 111,

a cada período de sua vida - que é fechado por uma o hraLr alcançado o o bjetivo dela, sempre encarar iam paci e nl 'I\1VII

Le a morte, com o se ntimento que diz: "Estamos maduros p :lI.Ii s s o ' ~I s to n ão é expres são de c a n s a ç o - mas antes d ' LlI11:I l'( '1'1i1

luminosidade e brandura outonal, qu e a obra m S Ill<l , II 1 11<I < "e la haver amadurecido, deixa no seu autor Então fk :1 lI : tl S IV IIII

o andamento da vida, torna-se espesso como O 111 'I t' ri It')\:ta longas fel'matas , à crença na long a fermata ..

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