A GAZETA DOMINGO, 21 DE JULHO DE 2013

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42 ECONOMIA A GAZETA DOMINGO, 21 DE JULHO DE 2013 OURO NEGRO MUNDIAL RIO A área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, não está sozinha na dispu- ta por investimentos das grandes petrolíferas inter- nacionais. Além do Brasil, 20 países oferecem hoje centenas de blocos para exploração de petróleo e gás. A lista de opções in- clui nações de todas as partes do mundo, desen- volvidas ou não, segundo levantamento da consul- toria Deloitte. Apesar de Libra ser a maior área do mundo em oferta hoje, especialistas destacam que as empresas não estão satisfeitas de a Petrobras ser a operadora única da área e ainda ava- liam os riscos do primeiro leilão brasileiro no regime de partilha. Com as ativi- dades em alta, o setor de exploração e produção de- ve investir no mundo cer- ca de US$ 678 bilhões nes- te ano, valor 10% maior que em 2012, diz relatório da Barclays. Na América do Sul, os países que podem “rou- bar” investimentos são Su- riname e Trinidad & Toba- go, onde há potencial de óleo também na camada do pré-sal. Na Ásia e Ocea- nia, Indonésia, Austrália e Nova Zelândia, por exem- plo, correm com suas ro- dadas para atender ao au- mento de consumo local de combustíveis. PAÍSES EM CONFLITO No Oriente Médio, tra- dicional produtor do pe- tróleo, mais oportunida- des. A principal delas está no Líbano, que pela pri- meira vez fará um leilão nos moldes dos países oci- dentais e vai iniciar a ex- ploração no mar, onde há a expectativa de reservas férteis. Para os dez blocos em disputa no país com histórico de conflitos béli- cos, a Petrobras já está pré-qualificada como ope- radora, ao lado de multi- nacionais como Exxon, Repsol, Shell, Petronas e Total — todas possíveis candidatas também à área de Libra. O mercado aguarda ainda o leilão da quinta ro- dada no Iraque, anuncia- da em março deste ano pa- ra dez blocos. Especialis- tas destacam as áreas que serão ofertadas nos EUA. Além dos planos para uma rodada no Alasca neste ano, haverá a terceira ro- dada do Golfo do México em agosto, no litoral do Texas. Após as duas pri- meiras licitações terem atraído US$ 1,2 bilhão, as expectativas, dizem ana- listas, são elevadas, com blocos que contam com re- servas de até 200 milhões de barris de petróleo e 938 bilhões de metros cúbicos de gás natural. “Mesmo com leilão em tantos países, Libra (que tem entre oito e 12 bilhões de barris de petróleo recu- peráveis) é uma área supe- rior, pois já há poços perfu- rados e testes realizados. Por isso, o risco é baixo. É al- go atípico”, destaca Ricardo Savini, especialista na área de óleo e gás da Deloitte. “Nos outros países, as áreas contam com risco exploratório maior. Até nos EUA, a escala de pro- dução é menor. Na Améri- ca do Sul, há Suriname e Trinidad & Tobago, onde há muito potencial. Mui- tas empresas estão olhan- do para lá, já que a área é análoga ao pré-sal do oes- te da África”, afirma. (Agência O Globo) ABR Como a Petrobras é operadora única de Libra, petrolíferas avaliam outras áreas t E ( ( ( C S t S t M t W t t t t t t G G j L c e g s t a b n n t s t c n v c t m p c ( q n d B f l 4 n Pré-sal do Brasil disputa atenção com 20 países Pré-sal do Brasil disputa atenção com 20 países

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42 ECONOMIAA GAZETA DOMINGO, 21 DE JULHO DE 2013

OURO NEGRO MUNDIAL

RIO

A área de Libra, nopré-saldaBaciadeSantos,não está sozinha na dispu-ta por investimentos dasgrandes petrolíferas inter-nacionais. Além do Brasil,20 países oferecem hojecentenas de blocos paraexploração de petróleo egás. A lista de opções in-clui nações de todas aspartes do mundo, desen-volvidas ou não, segundolevantamento da consul-toria Deloitte.

Apesar de Libra ser amaior área do mundo emoferta hoje, especialistas

destacamqueasempresasnão estão satisfeitas de aPetrobras ser a operadoraúnica da área e ainda ava-liam os riscos do primeiroleilão brasileiro no regimede partilha. Com as ativi-dades em alta, o setor deexploraçãoeproduçãode-ve investir no mundo cer-cadeUS$678bilhõesnes-te ano, valor 10% maiorqueem2012,diz relatórioda Barclays.

Na América do Sul, ospaíses que podem “rou-bar” investimentossãoSu-riname e Trinidad & Toba-go, onde há potencial deóleo também na camadadopré-sal.NaÁsiaeOcea-nia, Indonésia, Austrália eNova Zelândia, por exem-plo, correm com suas ro-

dadas para atender ao au-mento de consumo localde combustíveis.

PAÍSES EM CONFLITONo Oriente Médio, tra-

dicional produtor do pe-tróleo, mais oportunida-des. A principal delas estáno Líbano, que pela pri-meira vez fará um leilãonos moldes dos países oci-dentais e vai iniciar a ex-ploraçãonomar,ondeháaexpectativa de reservasférteis. Para os dez blocosem disputa no país comhistórico de conflitos béli-cos, a Petrobras já estápré-qualificadacomoope-radora, ao lado de multi-nacionais como Exxon,Repsol, Shell, Petronas eTotal — todas possíveis

candidatas tambémàáreade Libra.

O mercado aguardaaindaoleilãodaquintaro-dada no Iraque, anuncia-daemmarçodesteanopa-ra dez blocos. Especialis-tas destacam as áreas queserão ofertadas nos EUA.Alémdosplanosparaumarodada no Alasca nesteano, haverá a terceira ro-dada do Golfo do Méxicoem agosto, no litoral doTexas. Após as duas pri-meiras licitações terematraído US$ 1,2 bilhão, asexpectativas, dizem ana-listas, são elevadas, comblocosquecontamcomre-servas de até 200 milhõesdebarrisdepetróleoe938bilhões de metros cúbicosde gás natural.

“Mesmo com leilão emtantos países, Libra (quetem entre oito e 12 bilhõesde barris de petróleo recu-peráveis) é uma área supe-rior, pois já há poços perfu-rados e testes realizados.Porisso,oriscoébaixo.Éal-goatípico”,destacaRicardoSavini, especialista na áreade óleo e gás da Deloitte.

“Nos outros países, asáreas contam com riscoexploratório maior. Aténos EUA, a escala de pro-dução é menor. Na Améri-ca do Sul, há Suriname eTrinidad & Tobago, ondehá muito potencial. Mui-tas empresas estão olhan-do para lá, já que a área éanáloga ao pré-sal do oes-te da África”, afirma.(Agência O Globo)

ABR

Como a Petrobras éoperadora única deLibra, petrolíferasavaliam outras áreas

CONCORRENTESt Grandes múltis:Exxon (EUA), Shell(anglo-holandesa), BP(Reino Unido), Chevron(EUA), Total (França),ConocoPhillips (EUA),Statoil (Noruega)t Chinesas: Sinopec,Sinochem, CNPC,CNOOCt Japonesas: Sumitomo,Mitsuit Australianas: BHP eWoodsidet Espanhola: Repsolt Colombiana: Ecopetrolt Indiana: ONGCt Russa: Gazpromt Malaia: Petronast Brasileiras: QueirozGalvão e Barra Energia

Gigantesjá avaliamLibra

Entre muitas incertezas,críticas e horas extras dasequipes técnicas, um seletogrupo de petrolíferas pe-so-pesadas de diversas par-tesdomundojásearticulaeavalia a atratividade de Li-bra, área que será oferecidanoprimeiroleilãodopré-salno Brasil em outubro.

Executivos e especialis-tas do setor destacam quesóempresasdegrandepor-te terão condições de parti-cipardomaiorleilãojáfeitono mundo. Pelas estimati-vas, apenas cerca de 20companhias, além da Pe-trobras, devem participar.

O número é inferior àsmaisde30empresascitadaspeladiretorageraldaAgên-cia Nacional do Petróleo(ANP),MagdaChambriard,que esteve recentementenum road show em Lon-dres. Algumas atuam noBrasil, como a Sinopec, quefezparceriacomaespanho-laRepsol;eaSinochemtem40% do campo de Peregri-no, na Bacia de Campos.

ÁLCOOL DE CELULOSE

Estrangeiras buscamparceiros para etanolApós apostarem no mer-cado sucroalcooleiro doBrasil, multinacionaisdesenvolvedoras de tec-nologia para etanol ce-lulósico tentam driblar aaversão de usineiros aoinvestimento em green-field (novas unidades)em meio a um cenário

de insegurança do setor.Empresas como a suíçaClariant e a dinamarque-sa Novozymes peregri-nam atrás de parceirosno País para vender suatécnica de transforma-ção da biomassa da ca-na-de-açúcar em bio-combustível.

MINORITÁRIOS DA OGX

Grupo de acionistasde SP descarta açãoO grupo de acionistasminoritários da OGX deSão Paulo, liderado porWilliam Magalhães, nãopretende ingressar comação na Justiça pedindoressarcimento das per-das financeiras resul-tantes da queda de va-lor de mercado das

ações da companhia, aocontrário do que plane-ja um grupo de acionis-tas do Sul do País.“Nosso objetivo é deapoiar a empresa. Não éum movimento proces-sual, mas de valoriza-ção da empresa”, disseMagalhães.

QUEDA NOS PREÇOS

Tomate passa de vilão amocinho das comprasDepois subir 72,79% sónos quatro primeirosmeses do ano e acumu-lar alta de nada menosdo que 149,6% nos 12meses até abril, o tomatepassou de vilão a mo-cinho na inflação. Sónos últimos 30 dias até15 de julho, o preço caiu

16,78%, uma das maio-res quedas do IPCA-15,perdendo apenas para acenoura, que ficou18,78% mais barata nomesmo período. O toma-te, que chegou a ser ven-dido a R$ 15 o quilo,agora é encontrado porR$ 1,99.

Pré-sal do Brasil disputaatenção com 20 paísesPré-sal do Brasil disputaatenção com 20 países

Documento:AG21CA042;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:20 de Jul de 2013 14:46:54