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Agnes de Fátima Inocêncio Costa
A GINÁSTICA ARTÍSTICA NO CONTEXTO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO 1° E 2° CICLO ENSINO FUNDAMENTAL
CEAD-UNB – UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Agnes de Fátima Inocêncio Costa
1
Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Esporte na Educação
como requisito parcial a pesquisa e certificação pós-graduação Área de conhecimento: Educação Física/Esporte
na Educação Ginástica Olímpica .
Profª. Orientadora: Isabel Montandon
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA CEAD – CENTRO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
AGOSTO/07
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“ Para quem tem percepção,
um simples sinal é suficiente.
para quem realmente
não está atento,
mil explicações não bastam.”
Haj Bekash
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COSTA INOCÊNCIO FÁTIMA, AGNES Vivência da Ginástica Artística na comunidade escolar da Escola Municipal
“Senador Levindo Coelho”
Belo Horizonte 2007.
Número de páginas 59
TCC (Especialização) – Universidade de Brasília Centro de Ensino à Distância,
2007.
Programa Segundo Tempo –Introdução à Ginástica Artística
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COSTA INOCÊNCIO FÁTIMA, AGNES
A GINÁSTICA ARTÍSTICA NO CONTEXTO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
NO 1° E 2° CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL
PROGRAMA SEGUNDO TEMPO
Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para Obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar.
Presidente: Professora Mestre Livre Docente ISABEL MONTANDON
SOARES
Universidade Federal de Minas Gerais
Universidade Estácio de Sá
Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte
Membro: Professor e Mestre ISRAEL TEOLDO DA COSTA
Universidade Federal de Minas Gerais
Belo Horizonte, Minas Gerais 2007.
Agradecimentos
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Agradeço a Deus por me conceder a graça de chegar ao término deste
curso e poder apresentar este trabalho, que espero, retrate o empenho e a
dedicação que procurei oferecer ao longo deste estudo.
Externo meu agradecimento aos meus familiares, colegas e professores,
que sempre me dedicaram atenção e contribuíram sobremaneira para elaboração
deste trabalho.
Firmo minha gratidão aos professores de Educação Física, que com
presteza dispuseram-se a responder os questionários para execução da pesquisa
inserida em anexo neste relato de experiência..
Agradeço à Professora Isabel Montandon, por sua atenção ao esclarecer
dúvidas e orientar o desenvolvimento deste relato de experiência.
As minhas irmãs Izirlene Marílis e Maria da Conceição pelo apoio e
acompanhamento,.Izirlene por digitar meus trabalhos e encaminhá-los via internet
, no início do curso, porque eu não estava familiarizada com esta tecnologia e
Maria da Conceição (Dindinha) por estar comigo nesta fase final me incentivando
, cuidando da minha alimentação com zelo de mãe.
Aos estagiários do Programa Segundo Tempo : Alison Soeiro Moraes e
Juliano Clayton da Silva pela dedicação e trabalho com os alunos , atendendo as
minhas orientações quanto a aplicação das atividades, planejamento das aulas
de Ed. Física, parceria e cumplicidade, participando das reuniões , sugerindo
atividades, aceitando as propostas de atividades, listando necessidades,
distribuindo o lanche , acolhendo com carinho as crianças , pela assiduidade,
pontualidade e conduta ética. A vocês muitos obrigada.
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Agradeço ao Ministério dos Esportes e à Prefeitura Municipal de Belo
Horizonte em parceria com CEAD_UNB pela oportunidade da capacitação nesta
especialização.
Agradeço aos tutores e coordenadores do curso que estiveram sempre
prontos a ajudar e orientar na execução dos trabalhos durante o período de
estudo. Externo agradecimentos especiais aos professores, mestres e doutores:
à Lucila Souto Maior , Elza Andrade , Israel Teoldo Costa, Isabel Montandon ,
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO...................................................................................................... 11
1- LEITURA DA REALIDADE
1.1 - Experiência no Magistério...............................................................................11
2- INTRODUÇÃO........................................................................................................17
2.1- Definição de Termos.........................................................................................20
2.2 - Justificativa...................................................................................................... 21
2.3 Relato de Experiência............................................................................................22
2.3.1-Educação Física Escolar..................................................................................22
2.3.2 Parâmetros Curriculares Nacionais...............................................................24
2.4 - Desenvolvimento Infantil dos 7 aos 10 anos ....................................................25
2.4.1 - Classificação das Destrezas Motoras e do Grau de Proficiência................................. ........27
2.5 - A Ginástica Artística e suas Características......................................................29
2.5.1 - Solo................................................................................................................... ..........................29 2.5.2 -Trave de Equilíbrio....................................................................................................................29 2.5.3 – Cavalo para Saltos...................................................................................................................29 2.5.4 – Barras Assimétricas................................................................................................ .................30 2.5.5 – Barra Fixa..................................................................................................................................30 25.6 – Paralela.......................................................................................................................................30
2.5.7 – Cavalo Com Alções....................................................................................................................31 2.5.8-Argolas...........................................................................................................................................31 2.6 - Aparelhos Auxiliares de Ginástica Artística......................................................32 2.6.1- A Aprendizagem na Ginástica Artística....................................................................................37 2.6.2- Ginástica Artística em Ambiente Escolar........................................................... .....................38 2.6.3- Pré-requisitos: Os primeiros passos..........................................................................................38 2.7- Ginástica Artística na Educação Física..............................................................39 2.71- Função do Professor e Atividade da Criança............................................................................40 2.7.2- Abordagem Educacional para a Ginástica Artística...............................................................41 2.8- Materiais adaptados para Ginástica Artística..................................................43 2.8.1- Movimentos Básicos da G.A nas aulas de Ed. Física...............................................................48
. 3- CUIDADOS ÉTICOS.............................................................................................50
4- RESULTADO E DISCUSSÃO..............................................................................50
5- CONCLUSÃO........................................................................................................ 57
6- ANEXOS..................................................................................................................59
6.1- Questionário...................................................................................................................................59
6.2- Ilustrações........................................................................................................................................62
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7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................63
8- CRONOGRAMA...................................................................................................65
9- LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS
Figura 1: espaldar....................................................................................... 33
Figura 2: Banco Sueco.......................................................................................... 34
Figura 3: Plinto.......................................................................... ............................. ..34
Figura 4: Cordas.................................................................................................. ..... 35
Figura 5: Colchonete................................................................................................. 35
Figura 6: Colchão de Finalização............................................ ............................. ......36
Figura 7: Mini-trampolim...................................................................................... ......36
Figura 8: Barra fixa............................................................... ............................... .........36
Figura 9: Cavalete.............................................................. ............................... .............43
Figura 10: Túnel............................................................. ................................................44
Figura 11: Escada Vertical............................................. ............................... ..................44
Figura 12: Tora de madeira................................................................ ................. ..........45
Figura 13: Mesa comum de madeira..................................... ............... .......... 45
Figura 14: Pneus........................................................................ ............. ................. 46
Figura 15: Paredes............................................................... .............. .............. 46
Figura 16: Caixote com tábua.................................................. .............. .......... 46
Figura 17: Banco comum........................................................ ............ ........... 47
Figura 18: Tábua apoiada sobre cadeiras...................................................... .... 47
Figura 19: Movimentos de saltar e correr com e sem apoio dos pés................................ 48
Figura 20: Movimentos de deslizar no banco, sentada deitada.............................. ...........49
Figura 21: Equilibrar sobre o banco sueco............................... .................... .. ............... 49
Gráfico 1: Distribuição de freqüência sobre habitação de profissionais nas escolas....... .50
Gráfico 2:Distribuição de freqüência dos locais das aulas de Educação Física ao ar livre 51
Gráfico 3: Distribuição de freqüência da importância da utilização dos exercícios de
Ginástica Artística nas aulas de Educação Física, e se é trabalhada nas aulas ..... ...........52
Gráfico 4: Distribuição de freqüência do interesse das crianças com relação à aplicação da
Ginástica Artística nas aulas de Educação Física........................................................ 53
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Gráfico 5: Distribuição de freqüência sobre o motivo do interesse nas aulas de Ginástica
Artística.......................................................................................................................... 54
Gráfico 6: Distribuição de freqüência das contribuições da Ginástica Artística para o
desenvolvimento da criança.............................................................................................. 55
Gráfico 7: Distribuição de freqüência sobre os materiais de Ginástica Artística
utilizadas..............................................................................................................................56
Gráfico 8: Distribuição de freqüência da utilização da Ginástica Artística nas escolas
públicas e particulares.........................................................................................................56
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APRESENTAÇÃO
AGNES DE FÁTIMA INOCÊNCIO COSTA GRADUAÇÃO: PEDAGOGIA (UEMG- UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MINAS GERAIS) PÓS-GRADUAÇÃO: PSICOPEDAGOGIA (CEPEMG -CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO LATU- SENSU DE MINAS GERAIS) EDUCAÇÃO INCLUSIVA ( IESD- UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO-RJ NÚCLEO DE FORMAÇÃO- SABARÁ -MG) EDUCAÇÃO NO ESPORTE ( CEAD –UNB -UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA ) ( PROGRAMA SEGUNDO TEMPO DA PBH PARCERIA GOVERNO FEDERAL-
1- LEITURA DA REALIDADE
1.1- Experiência no Magistério
Minha experiência no Magistério iniciou-se em 1986 na Rede Estadual de Minas Gerais como professora contratada. Em 1990 fui efetivada por concurso público na Rede Estadual do Estado de Minas Gerias e Rede Municipal da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. O trajeto na educação me ofereceu aprimorar a prática educacional e o aperfeiçoamento profissional. Sempre trabalhei com alunos de periferia e de área de risco social. Através da
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realidade vivenciada por estas crianças, sempre busquei desenvolver o meu trabalho atendendo a realidade e necessidades dos educandos porque são crianças carentes de recursos financeiros, famílias oriundas do interior , desempregados ou realizando trabalho informal como: camelôs, diaristas,
serventes de pedreiro, pedreiro, pintores , vendedores ambulantes. Estas
crianças vivenciam situações de muita pobreza, convivem diariamente com
vários tipos de violência, uma vez ,que residem em locais de risco social como
tráfico de drogas, alcoolismo, prostituição e outros.
Após terminar minha graduação em Pedagogia 1996, matriculei-me no Curso de
Especialização em Psicopedagogia para poder compreender melhor os fatores
que dificultam o desenvolvimento da aprendizagem de alunos que não
conseguem aprender a ler, que apresentam déficit de atenção, falta de
concentração nas atividades propostas e que sempre demonstram nervosismo.
irritação, agredindo uns aos outros.
A relação, professor X aluno, pautada no diálogo para abrir espaço de escuta as
queixas dos estudantes e também de seus responsáveis. Este procedimento
ajuda conhecer melhor suas necessidades e juntos buscar “soluções” para ajudá-
los na aquisição do conhecimento e também para lidar com os conflitos familiares
e institucionais.
Acredito que para educar é preciso conhecer a história da cultura de meus
educandos, o meio familiar e social em que estão inseridos.
Sempre foi angustiante perceber que as crianças que apresentam alguma
dificuldade de aquisição da leitura e da escrita também relatam problemas de
estrutura social como : conflitos familiares, violência ou alguma , baixo padrão
financeiro, pobreza, deficiência diagnosticada pela área da saúde .
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Muitas crianças criadas por avós por terem sido abandonadas pelos pais, ou por
perderem os mesmos por causa de alcoolismo ou outras dependências químicas
têm muitas queixas sobre o tratamento que recebem e as inúmeras cobranças
que lhe são feitas.
Estas crianças chegam na escola com medo, ansiosas, agitadas, agressivas,
outras apáticas, tímidas, inibidas.
Aos poucos a medida que vão se interagindo vão adquirido mais confiança e
autonomia, no entanto , algumas permanecem com alteração de humor e
apresentando déficit de atenção , não conseguem se concentrar e nem ficar por
mais de vinte a trinta minutos assentadas.
Ao conviver diariamente com situações parecidas eu e também colegas da
educação temos ao longo de nosso exercício experimentado uma diversidade de
situações problemas que requer buscar a ajuda e orientação de todo coletivo da
escola para discussões, trocas e encaminhamentos a outras instituições que
possam receber este aluno e ajudá-lo. Muitas vezes nem todas as crianças
conseguem atendimento nos postos de saúde, pais ou responsável não têm
tempo para levá-los ao posto, outros mesmo tendo tempo são resistentes,
afirmando que o filho(a) não tem problemas emocionais.
O tabu ainda é muito grande em relação a tratamentos com psicólogos ou em
alguns casos com psiquiatra. Eles muitas vezes procuram esconder da escola o
diagnóstico dado pelo médico.
Eu sempre orientei o responsável a observar seu filho(a), nos procedimentos
diários, nas relações com o outro, o sono dele(a), as reações frente a alguma
situação problema. Assim fica mais fácil relatar para mim e juntos buscarmos
soluções com o coletivo da escola ou outras áreas, ( posto de saúde).
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Muitas vezes nosso aluno precisa é de mais atenção, diálogo e carinho para
descobrir que é amado e respeitado.
A partir do momento que trabalho na perspectiva de valorizá-los enquanto pessoa
que pensa, tem opinião própria, meus alunos vão conseguindo melhorar a auto
estima, acreditarem que são capazes e confiar nas suas competências. Isto não
se dá rapidamente, mas não desisto do processo de resgatar a estima deles e de
ensiná-los a construir o seu conhecimento.
Penso que inclusão é permitir que todos os alunos possam ter igualdade de
tratamento, nossos alunos apresentam inúmeras habilidades , é preciso descobrir
o que cada um gosta, sabe fazer para incentivar a troca de experiências entre
eles, o respeito a escolha e prioridade de cada um.
È claro que dentro da diversidade cultural de nossos educandos vamos ter a
oportunidade aprender e mediar os inúmeros saberes. È preciso apenas permitir
ao nosso educando a oportunidade da partilha, do diálogo, da discussão, do
questionamento. Assim , podemos formar cidadãos solidários, participativos,
atuantes, humanos,críticos e criativos.
Minha preocupação e compromisso com a educação não me deixam desistir e
nem acreditar que todos os alunos têm suas competências.
A inclusão na educação é o marco do reconhecimento e respeito as diferenças,
cabe ao educador promover a solidariedade , o respeito, amizade entre todos
educandos.
A escola é o espaço de interação, socialização e todas as crianças que
apresentam alguma deficiências (física,mental,visual,auditiva) e risco social tem
o direito de estar freqüentando-a,participando das atividades com as outras
crianças, garantindo o seu espaço na sociedade .As inúmeras
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experiências na prática pedagógica com crianças, jovens e adultos, de periferia,
área de risco social , trabalhadores e idosos ajuda a compreender os fatores da
defasagem da leitura e da escrita.Por isso é importante conhecer a bagagem da
história escolar e familiar de cada um para promover a alfabetização e o
letramento atendendo as necessidades coletivas e individuais.
Através da especialização em Psicopedagogia meu trabalho vem melhorando
muito , outro espaço de formação que também contribui muito é o ALFA-LETRA
oferecido pelo CAPE , tive a oportunidade de participar na turma de 2003 e
damos seguimento na formação no ano de 2004 na escola que trabalho EMSLC.
O resultado do desempenho de meus alunos é fruto do compromisso profissional,
das capacitações realizadas ao longo da minha história no magistério.
Hoje continuo buscando meu aperfeiçoamento profissional através da
especialização em Esporte na Educação para poder atender meus alunos
com necessidades especiais e também aos que não são especiais.
Acredito que o esporte faz parte das manifestações do jogo em todas as fases de
nossa vida.
A escola é o lugar onde podemos oferecer ao educando situações de jogo que o
permitirá estar em contato com o outro, interagindo com o grupo, aprendendo e
apreendendo, através de várias modalidades esportivas a troca de novas
estratégias para realizar jogos , brincadeiras e esporte.
Estou também cursando Especialização em Educação Inclusiva , por que é
preciso conhecer as teorias que orienta a prática pedagógica com alunos que têm
necessidades especiais, através desta especialização , somado as outras
especializações já citadas e a prática pedagógica vou poder ajudar alunos e
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professores que têm em sua turma crianças que precisam de acompanhamento
especial.
A inclusão é realidade em toda rede pública, nos ambientes sociais, nas famílias,
não podemos ficar indiferentes a esta realidade nacional e mundial.
Em 2004 ao ingressar-me no Programa do Segundo Tempo , estava a frente de
um novo desafio que acredito ser de suma importância na vida destas crianças.
Através das modalidades esportivas desenvolvidas nas aulas do Programa do
Segundo Tempo , nossos educandos vêm se identificando com várias
modalidades esportivas, praticando , demonstrando interesse em querer
aprender, viver sua infância e adolescência com alegria e prazer.
O esporte tem sido com freqüência uma nova experiência na vida destes alunos
incentivando-os a acreditar na qualidade de vida e que é possível ter dias
melhores em suas vidas.
Estar em outro horário na escola para realizar atividades esportivas faz com que
nosso alunado tenha outras opções de escolha diferente das que lhes era
oferecida fora da escola,nos becos, campinhos e rua.
2 – INTRODUÇÃO
Esta experiência teve o seu início nas aulas do Programa Segundo Tempo
realizado pelos estagiários: Alison Soares Morais e Juliano Clayton da Silva, sob
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a minha coordenação, Agnes de Fátima Inocêncio Costa, ministrada aos alunos
que participam deste programa da Escola Municipal Senador Levindo Coelho.
A Escola Municipal Senador Levindo Coelho está situada à Rua Caraça N°
910, Bairro Serra, Cidade de Belo Horizonte_ MG.
O prédio da escola é de boa estrutura física, com 16 salas de aula, muito
arejadas, biblioteca, sala de informática, refeitório, uma quadra coberta,
laboratório de ciências, secretaria, sala de professores espaçosa com dois
banheiros, diretoria, pátio da cantina com dois banheiros e bebedouros, espaço
cimentado com brinquedos pintados no chão (amarelinha, garrafão, jogo da
velha, resta um), no pátio da cantina bancos de alvenaria com damas pintadas,
mesa de ping-pong, jardins bem cuidados, viveiro de periquitos, árvores e flores.
Ela pertence a Região Centro-Sul de Belo Horizonte, próxima ao Parque
Mangabeiras (ao Lado) e atende crianças do Aglomerado da Serra (composto de
seis vilas).
Nossos alunos são crianças que convivem diariamente com situações de
violência diversas, devido ao local que residem, considerada área de risco social.
A experiência baseou-se nas informações bibliográficas a respeito da
aplicação desta modalidade nas aulas do Programa Segundo Tempo, com ênfase
em se levantar a importância dos seus movimentos e da sua aprendizagem nas
escolas no ensino fundamental de 1ª a 4ª série.
O meu objetivo é estudar a situação das aulas de Educação Física de 1ª a
4ª série quanto à utilização das técnicas de Ginástica Artística e qual a
importância que os professores atribuem a este trabalho .
Nos anos de 2004 , quando iniciou o Programa Segundo Tempo na escola,
não havia especialista em Educação Física, as aulas eram ministradas pelas
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professoras referências de cada turma. Estas aulas eram livres e os alunos
realizavam atividades recreativas, escolhidas por eles, geralmente jogavam
futebol e queimada, sem técnica e intervenções das educadoras. Por não serem
especialistas, não se sentiam aptas a exercer tais atividades recreativas,
permitiam a realização da brincadeira esportiva para que os alunos pudessem ter
seu espaço garantido na quadra e também terem o momento de lazer sob o título
“ aula de Ed. Física”. Neste período eu também atuava em sala de aula e ficava
muito preocupada com o que via, daí à vontade de conhecer mais sobre técnicas
de recreação para que minhas aulas não ficassem limitadas apenas ao jogo com
bola, porque nossos educandos são crianças que precisam aprender várias
modalidades esportivas, jogos e brincadeiras.
Quando veio a oferta do Curso de Esporte na Educação do Ministério do
Esporte com o Programa Segundo Tempo, em parceria com a Prefeitura de Belo
Horizonte, encontrei o que queria , especializar-me nesta pedagogia do esporte
educativo escolar e atender aos educandos.
Após três anos da implantação do Programa Segundo Tempo, nossos
alunos têm uma visão ampla do que é esporte e como pode ser utilizado em
várias situações na aula de Educação Física.
Neste ano vigente a escola recebeu uma docente especializada na área
Ed. Física para atender aos 1° e 2° ciclos. A educadora apóia o Programa e
incentiva os alunos a não faltarem às aulas do Programa Segundo Tempo,
ministrado por nossos estagiários e coordenado por duas professoras da escola
em turno diversificado.
Em 2005 a rede municipal implantou a “Escola Aberta” e neste ano vigente
formalizou a parceria entre programa Segundo Tempo com a Escola Integrada,
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um novo projeto da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte realizado em todas as
escolas deste município que se encontram em área de risco social.
Após a aplicação de várias atividades nas aulas de Ed. Física do Segundo
tempo e por estar aproximando do ano das Olimpíadas, sugeri aos estagiários
que iniciassem o ano de 2007 realizando várias atividades recreativas voltadas
para as modalidades dos Jogos Olímpicos par incentivar nossos educandos a
acompanharem através dos meios de comunicação todos os informes sobre eles.
Vendo o interesse dos alunos e também do apoio da professora de Educação
Física quanto ao Tema Jogos Olímpicos, nasceu o desejo de verificar através de
questionários como os professores de Educação Física trabalham
especificamente com modalidades ligadas a Ginástica Artística e quais são os
movimentos desenvolvidos em suas aulas.
Através dos movimentos e brincadeiras populares que as crianças já
realizam em suas brincadeiras em casa, na rua e na escola, iniciei o
planejamento juntamente com meus estagiários das aulas de Ed. Física do
Programa Segundo Tempo para a iniciação dos movimentos que possibilitam a
aquisição e conhecimento da modalidade Ginástica Artística.
Através de estas aulas possibilitar o reconhecimento de algumas
brincadeiras praticadas por eles aleatoriamente em seu cotidiano e que são
representações de movimentos das modalidades da Ginástica Artística, tendo
como objetivo a valorização do conhecimento prévio dos educandos de
atividades de lazer exercida em seu cotidiano: nas ruas, becos, campinhos. e em
casa.
Explorar os movimentos aplicados durante a recreação para identificar o que
o aluno domina e que pode ser aprimorado através da modalidade esportiva
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Ginástica Artística, porque pode contribuir tanto positivamente e efetivamente no
desenvolvimento global, específico e sócio cultural dos alunos.
Também pude investigar, na literatura, a importância da Ginástica Artística para
os alunos do ensino fundamental, enfatizado a necessidade de se trabalhar os
seus princípios básicos na faixa etária de 7 a 10 anos.
2.1 Definição de Termos - Ginástica Olímpica: é o esporte olímpico caracterizado pela prática sistemática
de um conjunto de exercícios físicos em aparelhos, como argolas, barras, traves
e cavalos (com e sem alças), ou no solo. Os movimentos dos ginastas são
extremamente elegantes e demonstram força, agilidade, flexibilidade,
coordenação, equilíbrio e controle do corpo.
Enciclopédia Britânica (1997).
- Ginástica Artística: é o mesmo que Ginástica Olímpica.
- Aparelhos oficiais: de acordo com Nista (1980), são aparelhos de Ginástica
Artística usada para competição, campeonatos e outros, no qual os atletas já têm
uma performance mais aperfeiçoada.
- Aparelhos auxiliares: são aqueles que ajudam no aprendizado das crianças, que
neles fazem os exercícios simples para chegarem aos mais complexos.
- Aparelhos adaptados: segundo Flinchum (1975), são aparelhos improvisados
para substituírem de inicio os auxiliares. São feito de material simples e barato,
mas servem para trabalhar os movimentos da Ginástica Olímpica.
- Idade modal: segundo Hurtado (1987) é a idade onde a criança apresenta a
individualidade definida, ou seja, é um adulto em formação.
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- Automaturação: segundo Hurtado (1987), é o início do progresso maturacional,
é o início da independência.
- Sistema neuromotor: segundo Hurtado (1987), se diz respeito à motricidade
neurológica do indivíduo.
- Amadurecimento bio-pisico-fisico-social: segundo Hurtado (1987), é o
amadurecimento biológico, psicológico, físico e social da criança.
2.2- Justificativa
“Em geral não se pratica a ginástica sozinha ou num contexto vazio de
sentido, e sim numa escola, numa associação esportiva, no clube. A ginástica é
vivida sempre em grupo, estamos juntos para praticá-la.”
Leguet (1987)
Durante as aulas de Educação Física no ensino fundamental é recomendável à
prática da ginástica Olímpica, objetivando despertar o interesse da criança para
os seus movimentos, que a auxiliaria no desenvolvimento físico e psicológico, e a
despertaria para a pratica de outras modalidades. Como descreve o autor, na
escola ou numa agremiação a criança em contato com outras tem oportunidade
de desenvolver o aspecto afetivo, cognitivo e motor, facilitado e estimulado pela
prática da ginástica.
Justifica-se o presente estudo pela tentativa de levantar o grau de importância da Ginástica
Artística Escolar para a formação global dos indivíduos em idade escolar, e diagnosticar o
nível de emprego da Ginástica Olímpica nas aulas de Educação Física Escolar no ensino
fundamental em Belo Horizonte com interesses em contribuir para o processo educacional
da região.
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2.3- RELATO DE EXPERIÊNCIA
2.3.1- Educação Física Escolar
Segundo Negrine (1977), as aulas de Educação Física para as crianças de
1° e 2° ciclo do ensino fundamental, devem ser recreativas favorecendo a
consolidação de hábitos higiênicos, desenvolvimento corporal e mental
harmônico, melhorando a capacidade física, o espírito comunitário, a criatividade
e outras habilidades para que possam ter uma boa formação da personalidade.
O autor comenta também que entre os professores do ensino primário não
há muito conhecimento cientifico sobre as finalidades da Educação Física
inclusive na face de adaptação, que é vista apenas como recreação, onde as
crianças brincam umas com as outras, sem qualquer apoio didático-pedagógico
do professor. E enfatiza que o objetivo da educação física é fazer com que a
criança tenha domínio do seu corpo, e que este domínio será o ponto
fundamental para o seu desenvolvimento motor, cognitivo e social.
Os movimentos básicos que toda a criança na faixa etária de 7 a 10 anos
devem fazer como pular, manchar, correr, saltar, suspender-se, quadrupedar-se,
são os exercícios de motricidade ampla, e melhoram os distúrbios de ordem
neurovegetativos ou motores da criança. Já as atividades de desenhar, colorir,
modelar, dobrar, recordar, montar peças etc., ministradas corretamente
desenvolve a motricidade fina da criança.
De acordo com Hurtado (1996), a educação em geral da criança está
estritamente ligada à Educação Física, pois diz respeito a atividade psicomotora,
seja no trabalho do dia-a-dia, seja na atividade desportiva ou recreativa,
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caracterizando o individuo. Acrescenta também, que ,quaisquer que sejam suas
funções, corresponde a uma atividade muscular regida por normas, princípios,
métodos e objetivos bem definidos, que vão desde o desenvolvimento
morfofuncional do organismo infanto-juvenil até a manutenção do equilíbrio
individuo adulto. O autor afirma que, para as crianças na faixa etária de: 7 a 10
anos de idade, esta atividade física é mais adequada a uma necessidade de
ordem biológica do que de ordem pedagógica.
De acordo com freire (1993), a educação física é de suma importância para
a criança na faixa etária de 7 a 10 anos, onde elas desenvolveram uma boa
coordenação, além do aspecto social e cognitivo que serão indispensáveis para o
seu crescimento físico e mental.
Segundo Hurtado (1996), os conteúdos para as aulas de Educação Física
do ensino fundamental de 1ª a 4ª série na faixa etária de 7 a 10 anos devem ser
o seguinte: ginástica geral, jogos e recreação, atletismo, atividades rítmicas e
folclóricas, higiene e saúde escolar, atividades cívicas e sociais
2.3.2 - Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) da Educação Física no
Ensino fundamental
De acordo com MEC (1997), na determinação dos Parâmetros Curriculares
Nacionais, os objetivos gerais de Educação Física no ensino fundamental devem
desenvolver nos alunos as capacidades de:
- participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e
construtivas com os outros, reconhecendo e respeitando características físicas e
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de desempenho de si próprio e dos outros, sem discriminar por características
pessoais, físicas, sexuais ou sociais;
- adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade em situações
túnicas e esportivas, repudiando qualquer espécie de violência;
- conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de manifestações de
cultura corporal do Brasil e do mundo, percebendo-se como recurso valioso para
a integração entre pessoas e entre diferentes grupos sociais;
- reconhecer-se como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos
saudáveis de higiene, alimentação e atividades corporais, relacionando-os com
os efeitos sobre a própria saúde e de recuperação, manutenção e melhoria da
saúde coletiva;
- solucionar problemas de ordem corporal em diferentes contextos, regulando e
dosando o esforço em um nível compatível com as possibilidades, considerando
que o aperfeiçoamento e o desenvolvimento das competências corporais
decorrem da perseverança e regularidade e devem correr de modo saudável e
equilibrado;
- reconhecer condições de trabalho que comprometam os processos de
crescimento e desenvolvimento, não as aceitando para si nem para os outros,
reivindicando condições de vida dignas;
- conhecer a diversidade de padrões de saúde, beleza e estética corporal que
existem nos diferentes grupos sociais, compreendendo sua inserção dentro da
cultura em que são produzidos, analisando criticamente os padrões divulgados
pela mídia e evitando o consumismo e o preconceito;
- conhecer, organizar e interferir no espaço de forma autônima, bem como
reivindicar locais adequados para promover atividades corporais de lazer,
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reconhecendo-as como uma necessidade básica do ser humano e um direito do
cidadão.
As Ginásticas são técnicas de trabalho que, de modo geral, assumem um
caráter individualizado com finalidades diversas. Envolvem ou não a utilização de
materiais e aparelhos, podendo ocorrer em espaços fechados e ao ar livre. E a
Ginástica Olímpica em particular, justifica ser incluída nos currículos das escolas
por proporcionar desenvolvimento do domino do corpo, relacionamento
interpessoal e outros benefícios à criança.
2.4 - Desenvolvimento Infantil dos 7 aos 10 anos
Hurtado (1996) descreve que, aos 7 anos a criança tem a capacidade de
assimilar e ordenar as situações, tem uma boa habilidade auditiva, gosta de ouvir
história e músicas, muda facilmente e o seu estado de humor, não é muito
dependente do pai e da mãe, gosta de atividades físicas como correr, lutar,
trepar, imitar personagens, e já tem um bom domínio da lateralidade.
Aos 8 anos, a criança é mais expansiva e madura, é mais o seu
comportamento é mais dinâmico, gostam de falar, ler, escrever, tocar piano e
ritmos rápidos, como também atividades de força, equilíbrio, velocidade agilidade
e outros. Sabe tomar iniciativa e convive bem em grupos. Sua atividade motora é
crescente e compatível aos seus interesses. Já, aos nove anos, a característica
principal da criança é a automaturação, tem maior habilidade e técnica para o
manuseio de ferramentas. Para as atividades que exigem habilidade demonstram
com interesse e perseverança na sua execução devido a maturidade do seu
sistema neuromotor. Nos esquemas emocionais é instável. Interessa-se pelos
25
desportos coletivos como: basquete, handebol, e futebol; assim como também,
lutar e andar de bicicleta. No entanto, aos dez anos, a idade nodal, pois, a
criança apresenta a individualidade definida é um adulto em formação. Tem mais
rapidez e concentração em várias atividades, como no domínio das técnicas
utilizadas. Nas atividades visuais e manuais e linguagem são coordenadas e tem
um bom exercício de cálculo mental. Gostam de criatividade, de TV, de histórias,
de jogos em grupos. As meninas se preocupam mais com o vestuário e
penteado. Há um amadurecimento bio-psico-fisico-social.
De acordo com Hudson (1981), as crianças na faixa etária de 7 a 10 anos,
tem um crescimento físico lento, tanto no peso quanto na estatura, mas há
grande evolução no aspecto cognitivo sendo muito sensível nas suas emoções,
com maior socialização e responsabilidade. Acrescenta também, que não é
aconselhável exercícios de hipertrofia muscular, porque os músculos não estão
totalmente desenvolvidos e os ossos ainda são fracos. São aconselhadas
atividades como a natação e iniciação esportiva em corridas, saltos em distância
e saltos em altura.
2.4.1 - Classificação das Destrezas Motoras e do Grau de Proficiência
Segundo, Harrow (1983), a destreza foi definida por vários autores
referendo-se a proficiência no desempenho de uma tarefa. E, também a
economia de esforço que um individuo dispende quando desempenha um
movimento complexo, no qual ela descreve que a destreza nos movimentos
implica o desenvolvimento de um certo grau de proficiência e domínio.
26
Os movimentos básicos fundamentais, atividades desportivas, recreativas,
danças e habilidades manipulativas estão inseridas no segundo nível da
classificação que diz respeito a destreza de movimentos é o resultado da
aquisição de um grau de eficiência no desempenho de uma tarefa motora
complexa.
No entanto, as crianças da faixa etária de 7 a 10 anos estão classificadas no
1º e 2º nível do grupo de destreza motora.
Quanto ao grau proficiência, de acordo com Harrow (1983), chamado
também de domínio de uma destreza especifica, pode ser dividido em 4 níveis
são eles: principiante, intermediário, adiantado e superior. Essas divisões são
utilizadas para orientar o professor a classificar os seus alunos, a qual nível de
domínio e destreza motora ele pertence.
Segundo Joki e outros autores, citado pó Harrow (1983), o nível de
desempenho em uma destreza especifica que o individuo pode alcançar está
baseado no desenvolvimento de característica geral de apoio tais como seus
níveis de motivação e de aspiração e no desenvolvimento de diversas
capacidades perspectivas.
Acrescenta também, que ao chegar no nível superior, de uma destreza é
como subir uma escada na qual o último degrau é considerado o mais eficiente, o
melhor que o aluno pode alcançar. Descrevendo assim os níveis de domínio para
o Grau de proficiência em ordem crescente: - Movimentos básicos ou
fundamentais (padrões motores inatos); - Nível adiantado na destreza motora; -
Nível superior na destreza motora.
A criança na faixa etária de 7 a 10 anos começa do nível de movimentos
básicos ou fundamentais, onde ela executa os movimentos inatos. É a
27
aprendizagem inicial com certo erro. Em seguida vai para o nível de principiante
na destreza motora, atingindo um certo grau de confiança e semelhante no
movimento original. Ao chegar aos 10 anos, a criança já executa os exercícios
com maior perfeição, reduzindo a quantidade de movimentos supérfluos,
podendo então chegar ao nível intermediário de destreza motora.
A criança é capaz de executar movimentos com grau maior de perfeição
motora nos movimentos básicos de rolar, andar, correr e saltar, e através dos
movimentos de postura e equilíbrio no banco e na trave, além dos movimentos de
flexibilidade.
2.5 - A Ginástica Artística e Suas Características
Segundo Hurtado (1996), a “Ginástica Artística é um conjunto de exercícios
ou atividades que permite aos individuo aumentar a melhorar suas qualidades
físicas e psíquicas, pela prática de formas básicas de movimento no solo em
aparelhos próprios à execução desse esporte individual”.
De acordo com Nista (1980), a Ginástica Artística é constituída de seis
aparelhos oficiais masculinos (barra fixa, paralelas, cavalos com alções, argolas,
cavalo para saltos e solo), e quatro aparelhos oficiais (solo, trave de equilíbrio,
barras assimétricas e cavalos para saltos). Uma equipe de ginástica é composta
28
de seis elementos, mas para classificação por equipe é válido um mínimo de
cinco atletas. Assim sendo, ela descreve os aparelhos:
2.5.1 - Solo
É efeito sobre um tablado de 12 metros de lado que deve ser usado em sua
totalidade, recebendo uma penalização o atleta que sair deste espaço.
2.5.2 - Trave de Equilíbrio
Barra de 10cm de largura com 5cm de comprimento, sendo que a altura
varia com a categoria. A iniciação neste aparelho é feita com o bando sueco para
desenvolver o equilíbrio na atleta. Também é importante ter uma trave com
medidas oficiais, mas de 30 a 50 cm de altura.
2.5.3 - Cavalo Para Saltos
É colocado no sentido transversal para o feminino e longitudinal para o
masculino, a altura variando com a categoria. A corrida pode ser de 20 metros e o
trampolim deve ser de tamanho pequeno. A iniciação neste aparelho é feita com
o plinto.
2.5.4 - Barras Assimétricas
29
Aparelho feminino composto de duas barras paralelas entre si, com alturas
diferentes em relação ao solo. A abertura entre elas é regulável de acordo com o
tamanho do atleta.
2.5.5 - Barra Fixa
Uma barra de aço de 28 mm de espessura, com 2,40m de comprimento,
presa em suportes de 2,5m de altura. Aparelho masculino onde são realizados
exercícios com movimentos de impulso não podendo haver nenhuma parada.
2.5.6 - Paralelas
Aparelho masculino constituído por quatro suportes de ferro de 1,70m de
altura sustenta duas barras de 3,50m. Nelas são executados movimentos de
suspensão do corpo e apoio de braços.
2.5.7- Cavalo com Alções
Cavalo idêntico ao de saltos, com duas alças de madeira compensada.
Aparelho masculino caracterizado por equilíbrio dinâmico sobre apoio de braços.
Aqui não encontramos exercícios de força nem partes estáticas, somente
movimentos de impulso executados sem parada, volteios, assim com tesouras.
2.5.8 - Argolas
30
A 2,50m do solo estão duas argolas de madeira penduradas em suporte de
ferro. É um aparelho masculino onde os exercícios realizados podem ser
divididos em 4 grupos: exercícios de embalo, kippes, exercícios de força de
equilíbrio.
2.6 - Aparelhos Auxiliares de Ginástica Artística
De acordo com Hostal (1982), a criança necessita naturalmente de
conhecer e explorar os seus movimentos no meio em que está, no qual ela quer
entrar em contato com todos os elementos que compõem este meio.
Em primeiro vem o ginásio ou uma sala grande, no qual a atrai por ter este
espaço para que ela se movimente à vontade. A seguir encontram neste lugar
objetos e aparelhos que ela quer experimentar, descobrir e usufruir deles,
subindo nos espaldares, bancos e plintos, balançando nas cordas e outros mais,
como se fossem seus brinquedos.
31
Na maioria das vezes os professores ignoram esses aparelhos, não
deixando os alunos usa-los e ordenando-os a saírem para não se machucarem.
E, por ser proibida, a criança aumenta mais curiosidade e vontade de usá-los.
Acrescenta Hostal (1982), que a criança tendo iniciativas próprias, como
experimentar e tentar com sucessos e fracassos, não significa que o professor
esteja ausente. Ele estaria sempre por perto, orientando e ajudando no q for
preciso. A criança ou aluno conseguiria dominar, adquirir e avaliar situações que
para ela seria difícil de realizar em completa liberdade. Mas mesmo assim a
criança, por sua pouca idade, é condicionada pelo meio no qual vive - a família e
os amigos - na necessidade de ações desordenadas.
Assim sendo, quando ela se balança na corda, se contentará em aproveitar
o máximo o balanceio naquele tempinho que é só dela. Neste caso, o professor
deverá intervir de maneira discreta, ativa e sensível à todas descobertas e
explorações da criança.
No processo pedagógico, o ensino está em contínua evolução. A
aprendizagem não parte apenas do professor para o aluno, pois os dois
contribuem efetivamente para o desenvolvimento desse processo.
Com relação à criança, é bom lembrar que ela não é um adulto em
miniatura, é um ser específico. As crianças não são iguais e nem se desenvolvem
do mesmo modo. Cada um tem seu ritmo próprio para chegar à maturidade, na
qual se transformará em um adulto diferente dos outros. Por isso, a maneira de
ensinar não pode ser padronizada, é essencial que a criança permaneça no
centro das preocupações do professor.
Hostal 1982) dá importância aos aparelhos auxiliares da Ginástica Olímpica para
a Educação Física Escolar, que são: o espaldar, o plinto, o banco e a corda. O
32
estudo aplicado no trabalho destes aparelhos é devido em 05 estágios, onde a
criança descobre, utiliza, analisa, aperfeiçoa e domina os exercícios feitos nos
aparelhos.
Fig. 1 - Espaldar - Fonte Hostal (1992)
O espaldar (fig. 1) é uma escala de espécie vertical presa à parede.
Também é chamado de espaldar sueco. Compõe-se de dois suportes laterais
distantes aproximadamente 90cm entre si, em geral de 17 barras horizontais
mantidas pelos suportes com uma altura de evolução de 2,40m a 2,75m. As
atividades simples que podem ser feitas no espaldar são: deslocamentos,
suspensões, apoios, equilíbrios, cambalhotas e educação postural.
Fig. 2 - Banco Sueco - Fonte: Hostal (1982)
33
O banco sueco (fig. 2) compreende uma parte mais larga com 25cm e
1,80m a 3,5m de comprimento. Os pés, em geral, oblíquos, são feitos para
resistirem às cargas pesadas e às vibrações produzidas pelos movimentos. As
atividades simples que podem ser feitas no banco são: deslocamentos,
manipulação de objetos, apoios, equilíbrios, rotações e educação postural.
Fig. 3 - Plinto - Fonte: Hostal (1982)
O plinto (fig. 3) compreende de paredes verticais ou oblíquas, com 1,50m de
comprimento e 0,50m de largura, com associações diferentes que oferecem sete
alturas de 10 em 10cm, de 0,50 a 1,l0m. As atividades simples que podem ser
feitas no plínto são: deslocamentos, apoios, equilíbrio, cambalhotas e educação
postural. Além de outras formas, como a utilização das gavetas isoladamente
como obstáculos em seqüência para desenvolvimento de habilidades, serviços
também como alvo, ponto de referencia para lançamentos, etc.
Fig. 4 - Cordas - Fonte: Hostal (1982)
34
Hostal (1982), descreve outros aparelhos auxiliares de ginástica olímpica que
podem ser utilizados nas aulas de educação física escolar, são eles:
Fig. 5 - Colchonete - Fonte: Hostal (1982)
Colchonetes (fig. 5), feitos em plástico ou borracha com 2m de comprimento de
1m de largura de 4 ou 5cm de espessura.
Fig. 6 - Colchão de finalização - Fonte: Hostal (1982)
Colchão de finalização (fig. 6), feito em plástico ou borracha com 2m de
comprimento e 1m de largura com uma espessura mínima de 20cm.
Fig. 7 - Mini-trampolim - Fonte:hostal (1982)
Mini-trampolim (fig. 7)
Fig. 8 - Barra fixa - Fonte: Hostal (1982)
35
Barra fixa sem cabos (fig. 8), é uma barra adaptada com 3 lugares, 4 suportes e
altura variável da barra.
2.6.1 - A Aprendizagem da Ginástica Artística
Segundo Nista (1980), a familiarização, a iniciação pedagógica, a
preservação de acidentes e o aquecimento fazem parte dos fatores de
aprendizagem. O aluno precisa se familiarizar com os aparelhos, acostumar com
eles, ter conhecimentos, montar e desmontar nos aparelhos, executar
movimentos simples mas que serão para a sua aprendizagem.
A seguir é necessário que o aluno tenha uma boa iniciação pedagógica na
qual ele começa e executar os exercícios da maneira mais simples para a mais
complexa, constando de posições, movimentos e orientações que auxiliaram no
decorrer de todo o processo de aprendizagem. Incluindo também as explicações
verbais do professor, demonstração feita pelo aluno, decomposição do exercício
ajuda e proteção na hora de realizar os exercícios evitando que este se
machuque.
36
É importante também que saiba sobre os fundamentos indispensáveis na
prevenção de acidentes, onde o professor e o executante devem estar atentos
dos seus direitos e deveres quanto à execução dos exercícios e aparelhos a
serem utilizados.
O aquecimento é um recurso muito utilizado nas aulas de Ginástica
Artística, onde deverão ser trabalhados os exercícios de flexibilidade, força
muscular e agilidade, que serão de estrema importância para as demais
atividades tanto no solo quanto nos aparelhos.
2.6.2 - Ginástica Artística Em Ambiente Escolar
De acordo com Leguet (1977), a Ginástica é vivida numa escola, numa
associação esportiva ou num clube sempre em grupo. E, é neste ambiente
particular humano e material que a criança irá desenvolver a sua personalidade
cognitiva, afetiva e motora.
São vários setores em que se podem trabalhar essas personalidades, são
eles: agir (entrar em ação), experimentar dimensões0, criar (descobrir atividades,
criar, recriar, procurar soluções), mostrar (estando uma boa aperfeiçoada, deve
mostrá-la ela será vista e apreciada), ajuda (solicitar ajuda e ajudar os seus
colegas), avaliar (é levado também a apreciar e avaliar o seu colega) e organizar,
37
onde como seus colegas poderá ser organizador, tomar decisões, distribuir
(distribuir tarefas).
2.6.3 - Pré-requisitos: Os Primeiros Passos
Segundo Leguet (1977), os primeiros movimentos da criança são realizados
naturalmente: suspender, rolar, apoiar-se, fazer, piruetas, saltar, deslocar-se,
correr, etc. e é a partir destes movimentos que criaremos outros. Por isto são
considerados pré-requisitos. Quanto colocarmos a criança diante dos aparelhos,
utilizando estes primeiros passos, ela poderá executar, criar e transformar esses
movimentos simples para os mais complexos, ganhando eficiência e flexibilidade.
2.7 - Ginástica Artística na Educação Física
Hostal (1982) descreve que a Educação Física na escola preocupou-se há
muito, por causa de vários métodos pedagógicos: com o desenvolvimento das
qualidades físicas, velocidade, força, resistência e também não deixando de
cuidar da postura e da destreza, que era considerada prenúncio de alguma
habilidade.
No entanto na moderna escola da educação infantil, tornou-se como
objetivo essencial a pedagogia do desenvolvimento e da formação de boa
conduta. Aplicadas à Educação Física acarretaram uma análise mais sutil da
destreza, considerada como aptidão para melhor se adaptar à situação e também
uma organização pedagógica, permitindo a criança dominar facilmente as
situações diferentes.
38
Visando atingir o objetivo de domínio corporal, de atividades de expressão e
favorecendo a criação pessoal, a prática da Ginástica ajuda a orientação de uma
boa disposição física. Com isto a Ginástica coloca a criança a se relacionar
consigo mesmo, com seu próprio corpo, permitindo-lhe descobrir segmentos
corporais na execução de jogos de articulações ao sentir e realizar movimentos
variados.
Com deslocamentos onde as distâncias, os intervalos, as direções e os
sentidos são avaliados e controlados, visa-se uma melhor conscientização da
existência de seu próprio corpo. A Ginástica propicia situações e posições
incomuns, domina os elementos sócio-efetivos e ensina-nos a enfrentar situações
seguras, perigosas, a vencer dificuldades, a superar e a sentir o prazer da vitória.
Com o aprimoramento dos fatores biomecânicos, como a flexibilidade, os
rendimentos articular e muscular, e, fatores neuromotores, como a coordenação,
ritmo e equilíbrio, o seu gesto de execução será mais correto e mais precioso.
Segundo Leguet (1977) na escola, a Ginástica irá desenvolver nos alunos
as capacidades físicas e psicológicas, como: fortalecimento dos membros
inferiores e membros superiores, identificação dos segmentos corporais,
exploração da força e do peso, desenvolvimentos da ação motora, controle de
equilíbrio, cooperação, etc.
2.7.1- Função do Professor e Atividade da Criança
Segundo Hostal (1982), na fase de descoberta o professor coloca o aluno
numa situação simples, por exemplo, o rolamento de várias formas. A criança
tenta, faz tudo num sentido de um jogo.
39
Na fase de análise o professor modifica as situações, leva a criança a refletir
e falar sobre o que está fazendo e vendo. Já a criança descobre o início e o fim
do movimento e que entre eles há uma passagem sobre o dorso.
Na fase de aperfeiçoamento, o professor já exige uma execução correta da
atividade, com início, meio e fim. Com a repetição a criança adquire habilidade.
Na fase de enriquecimento, o professor observa que está tendo rendimento
e solicita mais agilidade e equilíbrio nos movimentos. A criança procura mostrar
ritmo e eficiência.
Na fase de ligação, o professor propõe ligações de situações já dominadas,
organizando em grupo ou individual. A criança procura fazer o melhor possível
entre 2 ou 3 atividades.
De acordo com Leguet (1977), cada professor tem sua personalidade e
convicção diferente, como por exemplo: começar seus projetos de acordo com o
interesse dos alunos, sensibilizar, não impor; permitir e criar condições para que
o ambiente seja favorável. Utilizar uma pedagogia de situações centrada mais
nas atividades da criança do que nas explicações orais.
2.7.2- Abordagem Educacional Para a Ginástica Artística– Avaliação de Sua
Aplicabilidade Num Ambiente Escolar
Foi feito um estudo, publicado por Nunomura (1997), cujo objetivo foi
investigar a aplicabilidade do Programa de Introdução à Ginástica no ambiente
escolar, desenvolvido pela Fundação Canadense de Ginástica, com a finalidade
de aumentar a disponibilidade de material de instrução aos técnicos e
professores.
40
A proposta do programa cuja base filosófica é oferecer um ambiente de
aprendizado necessário para que as crianças possam maximizar o seu talento,
tanto ao nível de recreação como de competição. Doze crianças de oito a nove
anos, da Escola de Aplicação da Yokohama National University fizeram parte da
amostragem, sendo quatro meninos e oito meninas.
Segundo o professor responsável, nenhuma criança participou ou estava
participando até o momento da pesquisa de alguma atividade relacionada à
ginástica. Os temas escolhidos foram lagardos de mãos, avaliado sob os
aspectos da opinião das crianças com relação à Ginástica, das características
das aulas em termos de cooperação, entusiasmo e motivação, do relacionamento
das crianças com o professor, companheiros e conteúdo, da formação estrutural
das aulas; da linguagem empregada e da mudança no comportamento motor.
Foram obtidos resultados satisfatórios quanto à mudança das crianças em
relação ao interesse, imagem e gosto pela Ginástica, que perderam o preconceito
dela ser uma atividade difícil de ser executada e mostraram disposição de darem
continuidade à sua prática. Também tiveram bons resultados e motivação com
relação à prática da Ginástica através dos jogos e brincadeiras enfatizados nos
componentes físicos. Com relação à comparação do Pré e Pós-testes, em todas
as crianças houve uma melhora nos diferentes níveis de desempenho da
habilidade em estudo.
Não houve bons resultados quanto à formação estrutural das aulas, que
revelaram que as crianças não estabeleceram um objetivo próprio para cada
aula, o que seria esperado, segundo Takahashi, Ozawa & Negai (1988). Também
houve baixos índices nos resultados para dispêndio na aprendizagem cognitiva,
41
embora a maioria das crianças respondesse que houve tempo o suficiente para
pensar e compreender.
De acordo com Bean (1977), Gran Et all (1993), Siedentop Et all (1988),
Takahashi (1994), Wall & Murray (1990), o método pedagógico moderno pode ser
considerado adequado para o ambiente escolar, e que a forma de ginástica mais
apropriada é a educacional, que procura oferecer um ambiente prazeroso com
oportunidades para todas as crianças, sejam elas habilidosas ou não,
preocupando-se com os aspectos da condição física, estimulando a liberdade da
criação e enfatizando os padrões básicos de movimento.
2.8 - Materiais Adaptados Para a Ginástica Artística
De acordo com Flinchum (1975), a maioria das escolas não tem material
oficial de Ginástica Olímpica, para ser trabalhado durante as aulas de Educação
Física. São tantos os motivos, financeiro, espaço físico suficiente, criatividade e
outros. No entanto, ela sugere alguns materiais que podem ser utilizados nas
aulas de Ginástica Olímpica e outras mais. São materiais de confeccionar e não
ficam tão caros.
Fig. 9 - Cavalete - Fonte: Flinchum (1975)
42
Cavaletes duplos de trepar e saltar (fig. 9), é feitos utilizando-se dois
cavaletes com três barrotes de madeira. Estes barrotes são parafusados ou
encaixados nos cavaletes de forma que vários tipos de material possam ser
encaixados entre os mesmos. Entre os dois cavaletes os barrotes de 10x10cm
podem ser utilizados como trave de equilíbrio para caminhar, saltar ou como
barras paralelas. Muitas variações de movimentos poderão ser executads.
Fig. 10 Túnel - Fonte: Flinchum (1975)
Os túneis (fig. 10) podem ser construídos unindo-se pneumáticos do mesmo
tamanho e cimentando-os. As crianças passam por cima ou por dentro dos túneis
ou podem saltar de túnel para túnel. Túneis utilizados em espaços internos ou
externos podem ser feitos, também com barris vazios sem tampa e fundo. Dois
são colocados e encaixados com alturas diferentes e dois unidos pelo findo
formam um túnel comprido.
43
Fig. 11 - Escada Vertical - fonte: Flinchum (1975)
As escadas verticais (fig. 11), são construídas em várias alturas, variando as
distancias entre degraus.
De acordo com Andrade (1979), vários materiais podem se improvisados
para as aulas de Educação Física Escolar, aplicando os fundamentos básicos da
Ginástica Olímpica, são eles:
Fig. 12 - Tora de madeira - Fonte: Andrade (1979)
Tora de madeira (fig. 12), latão ou manilha grande, devidamente calçada para
não rolar, serve como obstáculos.
44
Fig. 13 - MESA COMUM DE MADEIRA - Fonte: Andrade (1979)
Mesa comum ou caixote (fig. 13), serve de plano elevado ou obstáculo.
Fig. 14 Pneus - Fonte: Andrade (1979)
Pneus (fig. 14) devidamente amarrados servem de obstáculos.
Fig. 15 - Parede - Fonte: Andrade (1979)
Uma parede ou mureta do pátio da escola (fig. 15) serve de apoio ou obstáculo.
45
Fig. 16 - Caixote com tábua - Fonte: Andrade (1979)
Caixote ou mesa com uma tábua devidamente calçada funcionando como rampa
(fig. 16) serve de plano elevado e inclinado.
Fig. 17 - Banco comum - Fonte: Andrade (1979)
Banco comum (fig. 17) substitui o banco sueco, que é um aparelho ginástico.
Fig. 18 - Tábua apoiada sobre cadeiras - Fonte: Andrade (1979)
46
Uma tábua apoiada sobre duas cadeiras (fig. 18) serve de plano elevado e trave
de equilíbrio.
2.8.1 - Movimentos Básicos da Ginástica Artística Realizada nas Aulas de
Educação Física
De acordo com a Coleção Educação Física Escolar (1979), os movimentos
básicos utilizados nas aulas de Educação Física Escolar são: andar, correr, saltar
(fig. 19), galopar, saltitar, deslizar (fig. 20), equilibrar (fig. 21), girar, rolar, rastejar,
cavalgar e quadrupedar.
47
Fig. 19 - Movimentos de correr e saltar com e sem apoio dos pés.
Fonte: Andrade (1979)
Fig. 20 - Movimentos de deslizar no banco, sentada e deitada.
Fonte: Andrade (1979)
48
Fig. 21 - Equilibrar-se sobre o banco sueco invertido.
Fonte: Andrade (1979)
Estes são somente alguns exemplos de atividades físicas realizadas na
Ginástica Artística. Num ambiente escolar a Ginástica propicia uma gama muito
maior de atividades, explorando situações habituais e inabituais, oferecendo à
criança oportunidade de desenvolver sua criatividade e habilidade motora.
Para enriquecer esta experiência foram consultados professores de
Educação Física, do 1° e 2° ciclo do ensino fundamental, profissionais que atuam
em escolas da rede pública,.
Estes questionários foram realizados para obter informações sobre a
aplicação da Ginástica Artística, informar sobre a sua importância e o interesse
despertado pelas crianças, durante as aulas de Educação Física quando
aplicados tais movimentos.
3.- Cuidados Éticos
Não foram revelados os nomes dos professores entrevistados e nem das
escolas.
4- Resultados e Discussão
Os resultados dos questionários respondidos pelos professores de
Educação Física, das 24 escolas visitadas, são representados abaixo.
A análise dos resultados demonstra que a maioria dos professores de
Educação Física, que foram entrevistados são habilitados (83,4%), seguidos de
16,6% sem habilitação, conforme mostra o gráfico 1:
49
De acordo com a pesquisa, as aulas de Ginástica Olímpica podem ser
ministradas nos pátios, áreas grandes e outros locais improvisados. No qual foi
citado anteriormente por Flinchum (1975).
A análise dos resultados demonstra que a maioria dos professores
entrevistados ministra as aulas de Educação Física em pátio cimentado (66,7%),
seguida por outros tipos de locais (45,8%) e por último em área gramada (37,5%),
conforme mostra o gráfico 2:
Gráfico 2
50
Como descreveu Leguet (1977), Hostal (1982) e Hurtado (1996), a Ginástica
Olímpica é de grande importância para o desenvolvimento da criança e é o que
também demonstra a pesquisa, apesar de que não são todos professores que a
aplicam nas aulas de educação física.
A análise dos resultados demonstra que 100% dos professores
entrevistados acham importante a utilização da Ginástica Olímpica nas aulas de
Educação Física, sendo que 79,2% dos professores responderam que trabalham
este tipo de modalidade em suas aulas e 16,6% responderam negativamente,
conforme mostra o gráfico 3:
Gráfico 3
Hostal (1982) afirma que é grande o interesse das crianças pelas aulas de
Ginástica Olímpica e de acordo com o resultado da pesquisa constatou-se que é
51
grande a motivação das crianças para a prática dessa modalidade nas aulas de
Educação Física.
A análise dos resultados demonstra que a maioria dos professores
entrevistados atribui como grande o nível de interesse das crianças pela
Ginástica Olímpica (70,8%), seguida de médio interesse (12,5%) nenhum
interesse (12,5%), e pequeno interesse (4,1%), conforme mostra o gráfico 4:
Gráfico 4
Hostal (1982) afirma que a criança necessita de conhecer o explorar seus
movimentos. Quando ela está numa sala repleta de aparelhos ou materiais
diferentes ela é atraída pela curiosidade, pela diversificação e pelo tipo de
material. A pesquisa também demonstrou isso, com predominância que, a
maioria das crianças.
52
A análise dos resultados demonstra que, a maioria dos professores
entrevistados atribui o interesse das crianças pela Ginástica Olímpica à
curiosidade (79,1%), seguida pela diversificação das aulas (41,6%), pelo material
usado (20,8%) e outros motivos (16,6%), conforme mostra o gráfico 5:
Gráfico 5
Hostal (1982), afirma que a Ginástica Olímpica auxilia no aprimoramento
dos fatores biomecânicos como a flexibilidade, rendimento articular e muscular e
53
os fatores neuromotores como coordenação, ritmo e equilíbrio, contribuindo nos
elementos sócio-afetivos.
A análise dos resultados demonstra que, a maioria dos professores
entrevistados dá importância a todos os movimentos trabalhados na Ginástica
Artística(87,5%), seguida pelo domínio do equilíbrio (33,3%), pela coordenação
motora (8,3%), flexibilidade articular (8,3%), aspecto social (8,3%) e por última
força muscular (4,1%), conforme mostra o gráfico 6:
Gráfico 6
54
Como foi citada anteriormente por Flinchum (1975), a improvisação de
materiais simples e baratos auxiliam na elaboração das aulas de Ginástica
Artística nas escolas.
A análise dos resultados demonstra que a maioria dos professores
entrevistados utiliza materiais adaptados (91,6%), e o que usam materiais
auxiliares (66,6%) e materiais oficiais (12,5%), conforme mostra o gráfico 7:
Gráfico 7
A análise dos resultados demonstra que 37,5% dos professores
entrevistados das escolas públicas aplicam a Ginástica Olímpica nas aulas de
Educação Física e 12,5% das escolas públicas não aplicam. Nas escolas
55
particulares 41,7% dos professores entrevistados aplicam a Ginástica Olímpica
nas aulas de Educação Física e 8,3% não aplicam, conforme mostra o gráfico 8
5. Conclusão
O trabalho realizado para a elaboração deste relato de experiência teve
como objetivo pesquisar a importância da aplicação dos movimentos preliminares
da Ginástica Artística nas brincadeiras e recreação das aulas de Programa do
Segundo Tempo , para os alunos do Ensino Fundamental de 1° e 2° ciclos, da
E.M. Senador Levindo Coelho com atividades desenvolvidas no Parque
Mangabeiras, situado na zona Sul de Belo Horizonte, próximo à escola. Através
de parceria da administração do Parque e Prefeitura Municipal de Belo
Horizonte.
A Escola “Senador Levindo Coelho” por ser vizinha do parque tem o
privilégio de aliar natureza e ar puro as modalidades esportivas, utilizando as
dependências, playground e praças,( como a Praça dos Espelhos) pelos alunos
56
que fazem parte do Programa Segundo Tempo. Esta parceria propicia o
atendimento das aulas de Ed. Física do Programa .
O Parque Mangabeiras tem ótimo espaço de preservação ambiental da
fauna e flora local, onde nossos alunos aprendem a respeitar a natureza. O
parque realiza eventos sobre a “Conscientização da Importância do Meio
Ambiente” e oferece as dependências das quadras e do playground que propicia
a oportunidade de aliar esporte com a preservação do ambiente para a qualidade
de vida.
A realização deste relatório tem como atividade enriquecedora a aplicação
de questionário aos profissionais da educação de outras escolas públicas que
atuam com a disciplina de Ed. física.
Através de citações de vários autores, que abordavam o tema com ênfase
na finalidade e na importância dos movimentos desta modalidade, concluiu-se
que seus movimentos contribuem de forma muito positiva para a formação da
criança, proporcionando uma boa coordenação motora, domínio do equilíbrio,
força muscular, flexibilidade articular e postura.
Quanto aos questionários dirigidos aos professores de Educação Física ,
conclui que , com relação à aplicação da Ginástica Artística pelos profissionais
que responderam ao instrumento de investigação, a prática das modalidades
aplicadas pode contribuir para o desenvolvimento de várias habilidades físicas
conforme já citado, além do desenvolvimento no aspecto social.
Os professores concluíram também que nem todos aplicam esta
modalidade em suas aulas, devido à falta de material adequado e espaço físico
suficiente. Aqueles que aplicam a Ginástica Artística em suas aulas, na maioria
das vezes adaptam ou improvisam os materiais a serem utilizados.
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Os professores que a aplicam em suas aulas têm bom retorno, pois a
maioria dos alunos gosta e demonstra interesses por esta modalidade. Os
exercícios e aparelhos, que de início parecem difíceis e perigosos, despertam a
curiosidade das crianças, que gostam sempre de fazer atividades desafiantes.
Diante da análise de literatura específica e dos resultados obtidos através
dos questionários junto aos professores, concluiu-se que é muito importante a
aplicação da Ginástica Artística nas aulas de Educação Física Escolar, já que
esta modalidade contribui de maneira bastante positiva e efetiva no
desenvolvimento global e específico da criança.
6. Anexos
6.1 - Questionário
1 - Qual o tipo de estabelecimento de Ensino?
( ) público ( ) privado
1 - As aulas de Educação Física são ministradas por profissionais habilitados?
( ) sim ( ) não
2 - As aulas de Educação Física são ministradas ao ar livre? Especificar.
( ) sim ( ) pátio cimentado
( ) área gramada ou campo de futebol
( ) outros, especificar______________
( ) não ( ) ginásio
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( ) pátio cimentado
( ) sala de aula
( ) outros, especificar_______________
3 - Você acha importante a utilização dos exercícios de Ginástica Artística nas
aulas de Educação Física?
( ) sim ( ) não
4 - A Ginástica Artística é trabalhada nas aulas de Educação Física?
( ) sim ( ) não
5 - Em caso de utilizar-se a Ginástica Olímpica nas aulas de Educação Física,
qual é o nível de interesse demonstrado pelos alunos?
( ) nenhum ( ) pequeno ( ) médio ( ) grande
6 - A que você atribui interesse?
( ) pelo material a ser usado, como o colchão, corda, plinto, etc;
( ) pela diversificação das aulas, solo, aparelhos, etc;
( ) pela curiosidade das crianças;
( ) outros motivos, especificar________________
7 - Quais são no seu ponto de vista, as contribuições desta modalidade para o
desenvolvimento da criança de 1ª a 4ª série, quando inseridas nas aulas de
Educação Física?
( ) melhora o domínio do equilíbrio;
( ) melhora a coordenação motora;
( ) aumenta a força muscular;
( ) aumenta a flexibilidade articular;
( ) melhora o aspecto psicosocial;
( ) todos;
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( ) nenhum;
( ) outros, especificar___________________
8 - Na sua escola há materiais oficiais de Ginástica Artística que são usados
nas aulas de Educação Física?
( ) sim ( ) não
9 - Em caso afirmativo, quais são?
( ) trave de equilíbrio;
( ) paralelas assimétricas;
( ) barras fixas;
( ) barras assimétricas;
( ) cavalo para saltos;
( ) colchões para ginástica de solo;
( ) trampolim;
( ) argolas;
( ) outros, especificar____________________
10 - Na sua escola há materiais auxiliares ou adaptados, que são usados nas
aulas de Educação Física?
( ) sim ( ) não
11 - Em caso de afirmativo, quais são?
( ) plinto;
( ) banco sueco;
( ) corda;
( ) cogumelo;
( ) carneiro;
( ) espaldar;
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( ) outros, especificar___________________
12 - Há como adaptar?
( ) sim ( ) não
6.2 Ilustrações
Rondada
Flic flac
Mortal
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7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- ANDRADE, Cyro de. Et all. Coleção Educação Física Escolar.
Planejamento de 1ª a 8ª série. Editora Esporte e Educação Ltda. São
Paulo,
Volume 1. 1979. os 58, 59,64, 65 e 66.
- FLINCHUM, Beth M. PhD. Desenvolvimento Motor da Criança. Editora
Guanabara S.A. Rio de Janeiro, 1983. os 88, 90,91 e 92.
- FREIRE, João Batista. Educação de Corpo Inteiro. Teoria e Prática Física.
Série: Pensamento e ação no magistério. Fundamentos para o magistério.
Editora Scipione Ltda. São Paulo. 1993. p 80.
- HARROW, Anita J. Taxionomia do Domínio Psicomotor. Editora Globo.
Rio de Janeiro, 1983. os 79 a 90.
- HOSTAL, Philippe. Pedagogia da Ginástica Olímpica. Editora Manole Ltda.
São Paulo, 1982. os 10,11, 14, 15, 30 e 31.
- HOSTAL, Philippe. Ginástica em Aparelhos: Espaldar, Plinto e Corda
Ensino Primário. Editora Manole Ltda. São Paulo, 1982. os 11 a 13, 15,
42 a 47, 109 a 111 e 127.
- HURTADO, Johann G. G. Melcherts. Educação Física Pré-escolar e
e Escolar de 1ª a 4ª Série. Uma Abordagem Psicomotora. Editora Edita,
5ª edição.
- LEGUET, Jacques. As Ações Motora em Ginástica Esportiva. Editora
Manole Ltda. São Paulo. 1987. os 2, 3, 4, 5, 6, 7, 11, 21, 49 e 54.
- NEGRINE, Airton. O Ensino da Educação Física. Editora Globo, 2ª
edição. 1977. Rio de Janeiro, RJ. ps 3, 5, 9,10, 63.
63
- NISTA , Vilma Leni. Manual de Ginástica Olímpica. Editora LEME -
Empresa Editorial Ltda. São Paulo, 1980. os 2 a 4, 10 a 13.
- PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais. Educação Física/secretaria
de Educação Fundamental - Brasília; MEC / SEF. Volume 7. 1997. ps
43 e 44.
- Revista Paulista de Educação Física. Escola de Educação Física e
Esporte, Universidade de São Paulo, Volume 11, no 1, janeiro/junho de
1997. ps 63 a 75.
- Site da Enciclopédia Britânica do Brasil, 1977. www.britanica.com
- TEIXEIRA, Hudson Ventura e Mário Carvalho Pini. Aulas de Educação
Física 1º Grau. Ibrasa 2ª edição. São Paulo. 1981. ps. 19, 20 e 25.
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8– CRONOGRAMA
Cronograma
Assunto: A Ginástica Artística No Contexto das Aulas de Educação Física nos 1/ E 2° ciclo do Ensino Fundamental de Belo Horizonte Área: Ginástica Artística
Início: 20 02/03/06 Término: 30/06/06 Prorrogação: 01/09/07
Descrição das Atividades Semanais
Fevereiro Março Abril Maio Junho e
Julho
Agosto e Setembro
Escolha do tema X X X Seleção de bibliografia
X X Sondagem sobre o tema
X X Seleção do material
X X X Organização p/ elaboração do projeto
X X X
Correção dos itens do projeto
X X Digitação do projeto de pesquisa
X X
Preparação do material
X 0 Montagem de texto do relato
X X Montagem dos questionários avaliativos
X
Aplicação dos questionários avaliativos
X
Analise dos questionários avaliativos
X X X X X X
Apresentação prévia do relato
X X X X X X X X Entrega do relato de experiência
X X
Apresentação do relato de experiência
X
Legendas X atividades realizadas 0 atividades previstas
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