A Grande Rebeliao v1.0

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Este é um dos últimos livros escritos por Samael Aun Weor, o Grande Mestre Gnóstico do Século XX.Dotado de uma surpreendente capacidade de antevisão, já em 1975 o autor nos prevenia dos absurdos da vida moderna, que em vez de nos liberar de tantas amarras e compromissos, mais nos têm aprisionado em valores e sistemas de pensamentos absolutamente incompatíveis com a liberdade individual e com o sonho universal de felicidade eterna e sem limites.

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  • A GRANDE REBELIO

    SAMAEL AUN WEOR

  • 3PREFCIO

    Por: V.M. GARGHA KUICHINES

    A GRANDE REBELIO do Venervel Mestre Samael Aun Weor nos mostra de maneira palpvel nossa posio na vida.

    H que romper com tudo aquilo que nos ata s coisas ilusrias desta vida.

    Aqui reunimos o ensinamento de cada captulo para orientar ao Va-lente que se lance Batalha contra si mesmo.

    Todas as chaves desta obra conduzem destruio de nossos Eus, para liberar a Essncia que o que vale em ns.

    O Eu no quer morrer e o dono se sente inferior ao defeito.No mundo abundam os incapazes e o temor faz estragos por todas

    as partes.NO H COISAS IMPOSSVEIS. O QUE H SO HOMENS IN-

    CAPAZES.

    CAPTULO 1

    A humanidade est desprovida da beleza interna; o superficial anula tudo. A piedade desconhecida. A Crueldade tem seguidores. A tranquili-dade no existe porque as pessoas vivem preocupadas e desesperadas.

    A sorte dos sofridos est nas mos dos pecadores de todas as ndoles.

    CAPTULO 2

    A fome e o desespero aumentam de instante em instante e os pro-dutos qumicos destroem a atmosfera terrestre, mas existe um antdoto contra o mal que nos rodeia: A Castidade Cientfica, o aproveitamento da semente humana transformando-a em ENERGIA em nosso laboratrio humano e logo em Luz e Fogo quando aprendemos a manejar os 3 fatores do despertar da conscincia:

    1. Morte de nossos defeitos.2. Formar os corpos solares em ns.

  • 43. Servir Pobre rf (A Humanidade).Terra, gua e ar, contaminam-se por culpa da presente civilizao;

    no alcana o ouro do mundo para reparar o mal; somente nos serve o ouro lquido que todos produzimos, nossa prpria semente, usando-a sabiamen-te com conhecimento de causa, assim nos capacitamos para melhorar o mundo e servir com a conscincia desperta.

    Estamos formando o Exrcito de Salvao Mundial com todos aque-les valentes que fechem fileiras com o Avatara de Aqurio, mediante a Dou-trina da Cristificao que nos libertar de todo mal. Se tu te melhoras, me-lhora o mundo.

    CAPTULO 3

    Para muitos a felicidade no existe, eles no sabem que nossa obra, que somos seus artfices, os construtores; a construmos com nosso ouro lquido, nossa Semente.

    Quando estamos contentes nos sentimos felizes, mas so fugazes es-ses instantes; se no tens controle sobre tua mente terrena, sers escravo dela, porque ela no se contenta com nada. H que viver no Mundo sem ser Escravo dela.

    CAPTULO 4FALA SOBRE A LIBERDADE

    A liberdade nos fascina, desejaramos ser livres, mas nos falam mal de algum e ficamos enfeitiados e assim nos convertemos em libertinos e passamos a malvados.

    O que repete as espcies maledicentes mais perverso que o que as inventa, porque este pode proceder por cimes, inveja ou sincero equivo-cado; o repetidor o faz como fiel discpulo do mal um malvado em po-tncia. Buscai a Verdade e Ela os far livres. Mas como o Mentiroso pode chegar Verdade? Nessas condies se afasta cada instante do polo oposto, A Verdade.

    A Verdade atributo do Pai Bem Amado, o mesmo que a F. Como o mentiroso poder ter f, se esta uma ddiva do Pai? No pode receber os dons do Pai o que est cheio de defeitos, vcios, nsias de poder e prepotn-cia. Somos escravos de nossas prprias crenas; foge do Clarividente que

  • 5fala do que ele v internamente; esse tal vende o Cu e tudo lhe ser tirado. Quem livre? Quem conseguiu a famosa liberdade? Quantos se

    emanciparam? Ai! Ai! Ai! (Samael). O que mente jamais poder ser livre porque est contra o Bem Amado que Verdade pura.

    CAPTULO 5FALA SOBRE A LEI DO PNDULO

    Tudo flui e reflui, sobe e baixa, vai e vem; mas interessa mais s pes-soas o vai e vem do vizinho que seu prprio vai e vem e assim anda no tor-mentoso mar de sua existncia, utilizando seus sentidos defeituosos para qualificar a oscilao de seu vizinho; e o qu? Quando o homem mata seus eus ou defeitos se libera, se liberta de muitas leis mecnicas, rompe uma das tantas cascas que formamos e sente nsias de liberdade.

    Os extremos sempre sero prejudiciais, devemos buscar o justo m-dio, o fiel da balana.

    A razo inclina-se reverente ante o fato consumado e o conceito de-saparece ante a verdade cristalina. Somente eliminando o erro advm a Verdade (Samael).

    CAPTULO 6CONCEITO E REALIDADE

    conveniente que o leitor estude detidamente este captulo para evi-tar que seja guiado por apreciaes errneas; enquanto tenhamos defeitos psicolgicos, vcios, manias, nossos conceitos sero tambm errneos; isto de: Isso assim porque eu comprovei, de nscios, tudo tem facetas, ares-tas, ondulaes, altos e baixos, distncias, tempos, onde o nscio unilateral v as coisas sua maneira, as impe com violncia, assustando seus ouvin-tes.

    CAPTULO 7DIALTICA DA CONSCINCIA

    Sabemos e isso nos ensina, que somente podemos despertar a cons-cincia base de trabalhos conscientes e padecimentos voluntrios.

  • 6O devoto da Senda desperdia a ENERGIA da pequena porcentagem de conscincia quando se identifica com os acontecimentos de sua existn-cia.

    Um Mestre capacitado, participando do Drama da Vida, no se iden-tifica com dito drama, sente-se como espectador no circo da vida; ali, como no cinema, os espectadores se parcializam com o ofensor ou com o ofendi-do. Mestre da Vida o que ensina coisas boas e teis ao devoto da senda, os faz melhor do que so. A Me Natureza lhe obedece e as pessoas o seguem com AMOR.

    A Conscincia Luz que o inconsciente no percebe (Samael Aun Weor). Ao adormecido lhe acontece com a Luz da Conscincia, o que ao cego com a Luz do Sol.

    Quando o rdio da nossa conscincia aumenta, experimenta-se no interior o real, o que .

    CAPTULO 8O JARGO CIENTFICO

    As pessoas, ante os fenmenos da natureza, se assustam e esperam que passem; a cincia os rotula e lhes pe nomes difceis, para que os igno-rantes no continuem perturbando-os.

    H milhes de seres que conhecem o nome de seus males, mas no sabem como destru-los.

    O homem maneja maravilhosamente os complicados veculos que ele cria, mas no sabe manejar seu prprio veculo: O corpo em que mobi-liza-se de instante em instante; o homem para conhec-lo, lhe acontece, o que para um laboratrio com sujeiras ou impurezas; mas para o homem lhe diz que o limpe, matando seus defeitos, hbitos, vcios, etc., e no capaz, acredita que com o banho dirio suficiente.

    CAPTULO 9O ANTICRISTO

    O levamos dentro. Ele no nos permite chegar ao Pai Bem Amado. Mas quando o dominamos totalmente mltiplo em sua expresso.

    O Anticristo odeia as virtudes crists da F, da Pacincia, da Humil-

  • 7dade, etc. O Homem adora sua cincia e a obedece.

    CAPTULO 10O EU PSICOLGICO

    Devemos nos observar em ao de instante em instante, saber se o que fazemos nos melhora, porque a destruio alheia de nada nos serve. Isso somente nos leva convico de que somos bons destruidores, mas isto bom quando destrumos em ns nosso mal, para nos melhorar de acordo com o Cristo vivo que levamos em potencial para iluminar e me-lhorar a espcie Humana.

    Ensinar a odiar, isso todos sabem, mas ensinar a AMAR, isso sim difcil.

    Leia detidamente caro leitor este captulo, se desejas destruir pela raiz teu prprio mal.

    CAPTULOS 11 ao 20

    Encanta as pessoas opinar, apresentar aos demais como elas os veem, mas ningum quer conhecer a si mesmo, que o que conta no Caminho da Cristificao.

    Aquele que diz mais mentiras est na moda; A Luz a conscincia e quando esta manifesta-se em ns, para executar obra superior. Por suas obras os conhecereis, disse Jesus o Cristo.

    Ele no disse pelos ataques que fizessem. Gnsticos... Despertai!!!O homem intelectual ou emotivo atua de acordo com seu intelecto

    ou emoes. Estes como juzes so terrveis, ouvem o que lhes convm e julgam ou do como verdade de Deus, o que um Mentiroso maior que eles lhes afirma.

    Onde h luz, h conscincia. A maledicncia obra das trevas, isso no provm da luz.

    No captulo 12 fala-se sobre as 3 mentes que possumos: Mente Sen-sual ou dos sentidos, Mente Intermediria; esta a que acredita em tudo o que ouve e julga de acordo com o ofensor e o defensor; quando dirigida pela conscincia, um mediador formidvel, converte-se em um instru-mento de ao; as coisas depositadas na mente intermediria formam nos-

  • 8sas crenas.Aquele que tem f verdadeira, no precisa acreditar; o mentiroso no

    poder ter f, atributo de Deus e experincia direta, nem mente interior, que descobrimos quando damos Morte aos indesejveis que carregamos em nossa Psique.

    A virtude de conhecer nossos defeitos analis-los logo e mais tarde destru-los com a ajuda de nossa me RAM-IO, nos permite mudar e no ser escravos dos tiranos que surgem em todas as crenas.

    O Eu, o Ego, desordem dentro de ns; somente o Ser tem poder para estabelecer a ordem dentro de ns, em nossa Psique.

    Do estudo cuidadoso do Captulo 13, nos damos conta do que acon-tece ao Vidente Defeituoso, quando encontra-se com os Eus Indesejveis de qualquer irmo da Senda. Quando nos auto-observamos deixamos de falar mal de algum.

    O Ser e o Saber devem equilibrar-se mutuamente; assim nasce a compreenso. O saber, sem conhecimento do Ser, traz confuso intelectual de toda espcie; nasce o velhaco.

    Se o Ser maior que o Saber, nasce o santo estpido. O captulo 14 nos d chaves formidveis para nos autoconhecer-nos; Somos um Deus di-vino, com um cortejo ao redor que no lhe pertence; renunciar a tudo isso liberao e que digam...

    O delito veste-se com a toga de Juiz, com a tnica do Mestre, com a roupagem do mendigo, com o traje do Senhor e at com a tnica do Cristo (Samael).

    Nossa Divina Me Marah, Maria ou RAM-IO como ns os Gns-ticos a chamamos, a mediadora entre o pai Bem-Amado e ns, a me-diadora entre os Deuses elementais da natureza e o mago; por meio dela e mediante ela, os elementais da natureza nos obedecem. nossa Divina Deva, a mediadora entre a Bendita Deusa Me do mundo e nosso veculo fsico, para conseguir assombrosos prodgios e servir a nossos semelhantes.

    Da unio Sexual com a esposa Sacerdotisa, o homem se feminiza e a esposa se masculiniza; nossa Me RAM-IO a nica que pode tornar poeira csmica a nossos Eus e suas legies. Com as normas sensitivas no podemos conhecer as coisas do Ser, porque os sentidos so instrumentos densos, carregados de defeitos, tal como seu dono; se requer desconges-tion-los, matando em ns defeitos, vcios, manias, apegos, desejos, e tudo o que agrada a mente terrena, que tantas dvidas nos proporciona.

  • 9No captulo 18 vemos, segundo a Lei da dualidade, que assim como vivemos em um pas ou lugar da terra, assim tambm em nossa intimidade existe o lugar psicolgico onde nos encontramos localizados.

    Leia caro leitor este interessante captulo para que saibas interna-mente em que bairro, colnia ou lugar te encontras localizado.

    Quando utilizamos a nossa divina Me RAM-IO destrumos nossos Eus satnicos e nos libertamos nas 96 leis da conscincia, de tanta podri-do. O dio no nos deixa progredir internamente.

    O mentiroso peca contra seu prprio Pai e o fornicrio contra o Es-prito Santo; fornica-se em pensamento, palavra e obra.

    Existem tiranos que falam maravilhas de si mesmos, seduzem mui-tos ignorantes, mas sim, se analisarmos sua obra, encontramos destruio e anarquia; a vida mesmo o encarrega de afast-los e esquec-los.

    No captulo 19, nos d luz para no cair na iluso de nos sentirmos superiores. Todos ns somos estudantes a servio do Avatara; di ao dspo-ta que o lastimem e ao estpido, que no lhe exaltem.

    Quando compreendemos que devemos destruir a personalidade, se algum nos ajuda nesse trabalho duro de se agradecer.

    A F o conhecimento puro, a sabedoria experimental direta do Ser, as alucinaes da conscincia egoica so iguais s alucinaes provocadas pelas drogas (Samael).

    No captulo 20, nos d chaves para exterminar o frio lunar no meio do qual nos desenvolvemos.

    CAPTULOS DO 21 AO 29

    No 21 nos fala e ensina a meditar e reflexionar, a saber mudar. Quem no sabe meditar jamais poder dissolver o Ego.

    No 22 nos fala sobre RETORNO E RECORRNCIA. simples a forma como nos fala sobre o retorno; se no queremos repetir cenas do-lorosas, devemos desintegrar os Eus, que se apresentam a ns; ensina-nos a melhorar a qualidade de nossos filhos. A recorrncia corresponde aos acontecimentos de nossa existncia, quando temos corpo fsico.

    O Cristo ntimo o fogo do fogo; o que vemos e sentimos a parte fsica do fogo Crstico.

    O advento do fogo Crstico o evento mais importante de nossa pr-

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    pria vida, este fogo responsvel por todos os processos de nossos cilindros ou crebros, que devemos primeiro limpar com os 5 elementos da Nature-za, valendo-nos dos servios de nossa Bendita Me RAM-IO.

    O Iniciado deve aprender a viver perigosamente; assim est escrito.No captulo 25, o Mestre nos fala sobre o lado desconhecido de ns

    mesmos, o qual projetamos como se fssemos uma mquina projetora de cinema, e ento, vemos nossos defeitos na tela alheia.

    Tudo isto nos mostra aos sinceros equivocados; assim como nossos sentidos nos mentem assim somos mentirosos; os sentidos ocultos causam desastres quando os despertamos sem matar nossos defeitos.

    No captulo 26 nos fala dos trs traidores, os inimigos de Hiram Abi-ff, o Cristo Interno, os demnios de:

    1.- A mente2.- M Vontade3.- O desejoCada um de ns levamos em nossa Psique os trs traidores.Ensina-nos que o Cristo Interno sendo pureza e perfeio, nos ajuda

    a extirpar os milhares de indesejveis que levamos por dentro. Em dito ca-ptulo nos ensina que o Cristo Secreto o Senhor da GRANDE REBELIO, rejeitado pelos Sacerdotes, pelos ancios e pelos escribas do templo.

    No captulo 28, nos fala sobre o Super-Homem e o desconhecimento total das multides sobre ele.

    Os esforos do Humanoide para converter-se em Super-Homem so batalhas e batalhas contra si, contra o mundo e contra tudo o que trata este mundo de misrias.

    No captulo 29, captulo final, nos fala sobre o Santo Graal, o vaso de Hermes, a taa de Salomo; o Santo Graal alegoriza de forma nica o Yoni feminino, o sexo, a soma dos msticos onde bebem os Deuses Santos.

    Esta taa de delcia no pode faltar em nenhum Templo de mistrios, nem na vida do Sacerdote Gnstico.

    Quando os Gnsticos entenderem este mistrio, mudar sua vida conjugal e o altar vivo lhes servir para oficiar como sacerdote no Divino Templo do Amor.

    Que a paz mais profunda reine em teu corao.

    GARGHA KUICHINES.

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    Captulo IA VIDA

    Embora parea incrvel, muito certo e verdadeiro, que esta to alar-deada civilizao moderna espantosamente feia, no rene as caracters-ticas transcendentais do sentido esttico, est desprovida de beleza interior.

    muito o que presumimos com esses horripilantes edifcios de sem-pre, que parecem verdadeiras ratoeiras.

    O mundo tornou-se tremendamente aborrecedor, as mesmas ruas de sempre e as moradias horripilantes por todas as partes.

    Tudo isso tornou-se cansativo, no Norte e no sul, no Leste e no Oeste do Mundo.

    o mesmo uniforme de sempre: horripilante, nauseabundo, estril. Modernismo! Exclamam as multides.

    Parecemos verdadeiros paves vaidosos com o traje que carregamos e com os sapatos muito brilhantes, embora por aqui, por l e acol circulem milhes de infelizes famintos desnutridos, miserveis.

    A simplicidade e beleza natural, espontnea, ingnua, desprovida de artifcios e pinturas vaidosas, desapareceu no Sexo Feminino. Agora somos modernos, assim a vida.

    As pessoas tornaram-se espantosamente cruis; a caridade resfriou--se, ningum j tem piedade de ningum.

    As vitrines ou aparadores dos armazns luxuosos resplandecem com luxuosas mercadorias que definitivamente esto fora do alcance dos infe-lizes.

    A nica coisa que os Prias da vida podem fazer contemplar sedas e joias, perfumes de frascos luxuosos e guarda-chuvas para os aguaceiros; veem sem poder tocar, suplcio semelhante ao do Tntalo.

    As pessoas destes tempos modernos tornaram-se muito grosseiras: o perfume da amizade e a fragrncia da sinceridade desapareceram radi-calmente.

    Gemem as multides sobrecarregadas de impostos; todo o mundo est com problemas, nos devem e devemos; julgam-nos e no temos com que pagar, as preocupaes despedaam crebros, ningum vive tranquilo.

    Os burocratas com a curva da felicidade em seus ventres e um bom cigarro na boca, no que psicologicamente se apoiam, jogam malabares po-

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    lticos com a mente sem lhes importar a mnima com a dor dos povos. Ningum feliz nestes tempos e muito menos a classe mdia, esta

    encontra-se entre a espada e a parede.Ricos e pobres, crentes e descrentes, comerciantes e mendigos, sa-

    pateiros e funileiros, vivem porque tm que viver, afogam em vinho suas torturas e at convertem-se em drogados para escapar de si mesmos.

    As pessoas tornaram-se maliciosas, receosas, desconfiadas, astutas, perversas; ningum j acredita em ningum; inventam diariamente novas condies, certificados, restries de todo tipo, documentos, credenciais, etc., e de todas as maneiras nada disso serve, os astutos esquivam-se de todas estas besteiras: no pagam, se esquivam da lei embora lhes toque ir com seus ossos para o crcere.

    Nenhum emprego d felicidade; o sentido do verdadeiro amor per-deu-se e as pessoas se casam hoje e se divorciam amanh.

    A unidade dos lares perdeu-se lamentavelmente, a vergonha org-nica j no existe, o lesbianismo e o homossexualismo tornaram-se mais comuns que lavar as mos.

    Saber algo sobre tudo isto, tratar de conhecer a causa de tanta podri-do, inquirir, buscar, certamente o que nos propomos neste livro.

    Estou falando na linguagem da vida prtica, desejoso de saber o que que se esconde atrs dessa mscara horripilante da existncia.

    Estou pensando em voz alta e que digam os patifes do intelecto o que tenham vontade.

    As teorias j se tornaram cansativas e at se vendem e revendem no mercado. Ento o qu?

    As teorias somente servem para nos ocasionar preocupaes e nos amargar mais a vida.

    Com justa razo Goethe disse: Toda teoria cinza e somente verde a rvore de dourados frutos que a vida...

    J as pobres pessoas cansaram-se com tantas teorias, agora se falar muito sobre aspectos prticos, precisamos ser prticos e conhecer realmen-te as causas de nossos sofrimentos.

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    Captulo IIA CRUA REALIDADE DOS FATOS

    Logo milhes de habitantes da frica, sia e Amrica Latina, podem morrer de fome.

    O gs que atiram os Sprays pode acabar radicalmente com o Oz-nio da atmosfera terrestre.

    Alguns sbios fazem prognsticos que para o ano Dois Mil se esgo-tar o subsolo de nosso globo terrestre.

    As espcies martimas esto morrendo devido contaminao dos mares, isto j est demonstrado.

    Inquestionavelmente ao passo que vamos para finais deste sculo to-dos os habitantes das grandes cidades devero usar Mscaras de Oxignio para defender-se do fumo.

    Ao continuar a contaminao em sua forma alarmante atual antes de pouco tempo j no ser possvel comer peixes, estes ltimos vivendo na gua assim, totalmente contaminada sero perigosos para a sade.

    Antes do ano Dois Mil ser quase impossvel encontrar uma praia onde algum possa banhar-se com gua pura.

    Devido ao consumo desmedido, e explorao do solo e do subsolo, logo as terras j no podero produzir os elementos agrcolas necessrios para a alimentao das pessoas.

    O Animal Intelectual, equivocadamente chamado homem, ao con-taminar os mares com tanta imundcie, envenenar o ar com a fumaa dos carros e de suas fbricas e destruir a Terra com suas exploses atmicas subterrneas e abuso de elementos prejudiciais para a crosta terrestre, claro que submeteu o planeta Terra, a uma longa e espantosa agonia que indubitavelmente ter que concluir com uma Grande Catstrofe.

    Dificilmente o mundo poder cruzar o umbral do ano Dois Mil, j que o Animal Intelectual est destruindo o ambiente natural a mil por hora.

    O Mamfero Racional, equivocadamente chamado homem, est empenhado em destruir a Terra, quer torn-la inabitvel, e obvio que est conseguindo.

    Quando aos Mares se refere, ostensivo que estes foram convertidos por todas as naes em uma espcie de Grande Despejo.

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    Setenta por cento de todo o lixo do mundo est indo a cada um dos mares.

    Enormes quantidades de petrleo, inseticidas de todo tipo, mltiplas substncias qumicas, gases venenosos, gases neurotxicos, detergentes, etc., esto aniquilando a todas as espcies vivas do Oceano.

    As aves martimas e o Plncton, to indispensvel para a vida esto sendo destrudos.

    Inquestionavelmente a aniquilao do Plncton Martimo de uma gravidade incalculvel porque este microorganismo produz setenta por cento do Oxignio Terrestre.

    Mediante a investigao cientfica se pde verificar que j certas par-tes do Atlntico e do Pacfico encontram-se contaminadas com resduos radioativos, produto das exploses atmicas.

    Em diferentes Metrpoles do mundo e especialmente na Europa, a gua doce bebe-se, elimina-se, depura-se e logo se bebe novamente.

    Nas grandes cidades supercivilizadas, a gua que se serve s mesas passa pelos organismos humanos muitas vezes.

    Na cidade de Ccuta, fronteira com Venezuela, Repblica da Colm-bia, Amrica do Sul, os habitantes se veem obrigados a beber as guas ne-gras e imundas do rio que carrega todas as porcarias que vm de Pamplona.

    Quero referir-me de forma enftica ao Rio Pamplonita que to nefas-to foi para a Prola do Norte (Ccuta).

    Felizmente existe agora mais outro aqueduto que abastece a Cidade, sem que por isso deixe de beber as guas negras do rio Pamplonita.

    Enormes filtros, mquinas gigantescas, substncias qumicas, tratam de purificar as guas negras das grandes cidades da Europa, mas as epide-mias continuam propagando-se com essas guas negras imundas que tan-tas vezes passaram pelos organismos humanos.

    Os famosos Bacteriologistas encontraram na gua potvel das gran-des Capitais, todo tipo de: vrus, colibacilos, patgenos, bactrias da Tuber-culose, Tifo, Varola, Larvas, etc.

    Embora parea incrvel dentro das mesmas plantas de gua potvel de pases da Europa, encontraram vrus da vacina da Poliomielite.

    Alm disso, o desperdcio de gua espantoso: Cientistas modernos afirmam que para o ano de 1990 o humanoide racional morrer de sede.

    O pior de tudo isto que as reservas subterrneas de gua doce en-

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    contram-se em perigo devido aos abusos do Animal Intelectual.A explorao sem misericrdia dos poos de petrleo continua sen-

    do fatal. O Petrleo que extrado do interior da terra atravessa as guas subterrneas e as contamina.

    Como sequncia disto, o Petrleo tornou intragveis as guas subter-rneas da Terra durante mais de um sculo.

    Obviamente como resultado de tudo isto, morrem os vegetais e at multides de pessoas.

    Falemos agora um pouco sobre o ar que to indispensvel para a vida das criaturas...

    Com cada aspirao e inalao, os pulmes tomam meio litro de ar, ou seja, uns doze metros cbicos por dia, multiplica-se dita quantidade pe-los Quatro Mil e Quinhentos Milhes de habitantes que possui a Terra e ento teremos a quantidade exata de oxignio que diariamente consome a humanidade inteira, sem contar com o que consomem todas as outras criaturas animais que povoam a face da Terra.

    A totalidade do Oxignio que inalamos, encontra-se na atmosfera e se deve ao Plncton que agora estamos destruindo com a contaminao e tambm atividade fotossinttica dos vegetais. Infelizmente as reservas de oxignio j esto se esgotando.

    O Mamfero Racional equivocadamente chamado homem, mediante suas inumerveis indstrias est diminuindo de forma contnua a quanti-dade de radiao solar, to necessria e indispensvel para a fotossntese, e por isto que a quantidade de Oxignio que as plantas produzem atual-mente, agora muitssimo menos que no sculo passado.

    O mais grave de toda esta tragdia mundial que o Animal Intelec-tual continua contaminando os mares, destruindo o Plncton e acabando com a vegetao.

    O Animal Racional prossegue destruindo, lamentavelmente, suas fontes de Oxignio.

    A Poluio, que o Humanoide Racional est expulsando cons-tantemente ao ar; alm de matar coloca em perigo a vida do Planeta Terra.

    A Poluio, no somente est aniquilando as reservas de Oxignio, mas, alm disso, est matando as pessoas.

    A Poluio origina doenas estranhas e perigosas impossveis de curar, isto j est demonstrado.

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    A Poluio impede a entrada da luz solar e dos raios ultravioletas, originando por isso, graves desordens na atmosfera.

    Vem uma era de alteraes climticas, glaciaes, avano do gelo po-lar para o Equador, ciclones espantosos, terremotos, etc.

    Devido no ao uso, mas ao abuso da energia eltrica no ano Dois Mil, haver mais calor em algumas regies do Planeta Terra e isto contri-buir no processo da Revoluo dos Eixos da Terra.

    De repente os polos sero constitudos no Equador da Terra, e este ltimo se converter em Polos.

    O degelo dos Polos comeou e um novo Dilvio Universal precedido pelo fogo se avizinha.

    Nas prximas dcadas, se multiplicar o Dixido de Carbono, en-to este elemento qumico formar uma grossa capa na atmosfera da Terra.

    Tal filtro ou capa absorver lamentavelmente a radiao trmica e atuar como uma estufa de fatalidades.

    O clima da terra se tornar mais quente em muitos lugares e o calor far fundir o gelo dos Polos, subindo por tal motivo o nvel dos oceanos escandalosamente.

    A situao gravssima, o solo frtil est desaparecendo e diariamen-te nascem duzentas mil pessoas que precisam de alimento.

    A catstrofe mundial de fome que se avizinha, ser certamente pavo-rosa; isto est j s portas.

    Atualmente esto morrendo quarenta milhes de pessoas anualmen-te de fome, por falta de comida.

    A industrializao criminal dos bosques e a explorao sem piedade de Minas e Petrleo esto deixando a Terra convertida em um deserto.

    Se for certo, que a energia nuclear mortal para a humanidade, no menos certo que atualmente existem tambm, Raios de Morte, Bombas Microbianas e muitos outros elementos terrivelmente destrutivos, malig-nos. Inventados pelos cientistas.

    Inquestionavelmente para conseguir a energia nuclear, so requeri-das grandes quantidades de calor difceis de controlar e que em qualquer momento podem originar uma catstrofe.

    Para obter a energia nuclear, so requeridas enormes quantidades de minerais radioativos, dos quais somente se aproveita uns trinta por cento, isto faz com que o subsolo terrqueo se esgote rapidamente.

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    Os desperdcios atmicos que ficam no subsolo so espantosamente perigosos. No existe lugar seguro para os desperdcios atmicos.

    Se o gs de um depsito de lixo atmico chegasse a escapar, embora somente fosse uma mnima poro, morreriam milhes de pessoas.

    A contaminao de alimentos e guas traz alteraes genticas e monstros humanos: criaturas que nascem deformadas e monstruosas.

    Antes do ano de 1999, haver um grave acidente nuclear que causar verdadeiro espanto.

    Certamente a humanidade no sabe viver, se degenerou espantosa-mente e francamente se precipitou no abismo.

    O mais grave de toda esta questo, que os fatores de tal desolao, quais so: fomes, guerras, destruio do Planeta em que vivemos etc., esto dentro de ns mesmos, os carregamos em nosso interior, em nossa Psique.

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    Captulo IIIA FELICIDADE

    As pessoas trabalham diariamente, lutam para sobreviver, querem existir de alguma maneira, mas no so felizes.

    Isso da felicidade est em chins, como se diz por a. O mais grave que as pessoas sabem, mas no meio de tantas amarguras, parece que no perdem as esperanas de conseguir a felicidade algum dia, sem saber como nem de que maneira.

    Pobres pessoas! Quanto sofrem! E, no entanto, querem viver, temem perder a vida.

    Se as pessoas entendessem alguma coisa sobre Psicologia Revolucio-nria, possivelmente at pensariam diferente; mas na verdade nada sabem, querem sobreviver no meio de sua desgraa e isso tudo.

    Existem momentos prazerosos e muito agradveis, mas isso no felicidade; as pessoas confundem o prazer com a felicidade.

    Folias, Festas, bebedeiras, orgia; so prazeres bestiais, mas no fe-licidade... No entanto, h festinhas ss sem bebedeiras, sem bestialidades, sem lcool, etc., mas isso tampouco felicidade...

    s uma pessoa amvel? Como te sentes quando danas? Ests apai-xonado? Amas de verdade? Como te sentes danando com o ser que ado-ras? Permita que me torne um pouco cruel nestes momentos ao dizer-vos que isto tampouco felicidade.

    Se j estais velhos, se no te atraem estes prazeres; Dispense-me se te digo que serias diferente se estivesses jovem e cheio de iluses.

    De todas as maneiras, diga o que se diga, bailes ou no bailes, apaixo-nado ou no apaixonado, tenhas ou no isso que se chama dinheiro, tu no s feliz embora penses o contrrio.

    Passamos a vida buscando a felicidade por todas as partes e morre-mos sem t-la encontrado.

    Na Amrica Latina so muitos os que tm esperanas em ganhar al-gum prmio gordo na loteria, acreditam que assim vo conseguir a felici-dade; alguns at o ganham de verdade, mas no por isso conseguem a to ansiada felicidade.

    Quando algum jovem, sonha com a mulher ideal, alguma prince-sa das Mil e Uma Noites, algo extraordinrio; vem depois a crua realidade

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    dos fatos: Mulher, meninos pequenos para manter, difceis problemas eco-nmicos, etc.

    No h dvida de que medida que os filhos crescem os problemas tambm crescem e at tornam-se impossveis...

    Conforme o menino e a menina vo crescendo, os sapatinhos vo sendo cada vez maiores e o preo maior, isso claro.

    Conforme as criaturas crescem, a roupa vai custando cada vez mais e mais cara; havendo dinheiro no h problema nisto, mas se no h, a coisa grave e sofre-se horrivelmente...

    Tudo isto seria mais ou menos suportvel, se tivesse uma boa mu-lher, mas quando o pobre homem trado, quando lhe colocam chifres, de que lhe serve, ento, lutar por a para conseguir dinheiro?

    Desgraadamente existem casos extraordinrios, mulheres mara-vilhosas, companheiras de verdade tanto na opulncia como na desgraa, mas para o cmulo dos cmulos o homem ento no sabe apreci-la e at a abandona por outras mulheres que vo amargar-lhe a vida.

    Muitas so as donzelas que sonham com um prncipe azul, infeliz-mente de verdade, as coisas so muito diferentes e no terreno dos fatos a pobre mulher se casa com um carrasco...

    A maior iluso de uma mulher chegar a ter um belo lar e ser me; santa predestinao, mas embora o homem lhe seja muito bom, coisa por certo muito difcil, no fim tudo passa: os filhos e as filhas se casam, se vo ou pagam mal a seus pais e o lar conclui definitivamente.

    Concluso, neste mundo cruel em que vivemos, no existe gente fe-liz... Todos os pobres seres humanos so infelizes.

    Na vida conhecemos muitos burros carregados de dinheiro, cheios de problemas, pleitos de toda espcie, sobrecarregados de impostos, etc. No so felizes.

    De que serve ser rico se no se tem boa sade? Pobres ricos! s vezes so mais desgraados que qualquer mendigo.

    Tudo passa nesta vida: passam as coisas, as pessoas, as ideias, etc. Os que tm dinheiro passam e os que no o tm tambm passam e ningum conhece a autntica felicidade.

    Muitos querem escapar de si mesmos por meio das drogas ou do lcool, mas na verdade no somente no conseguem tal escape, mas o que pior ficam presos no inferno do vcio.

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    Os amigos do lcool ou da marijuana, ou do LSD, etc., desapare-cem como que por encanto quando o viciado resolve mudar de vida.

    Fugindo do Mim Mesmo, do Eu Mesmo, no se consegue a feli-cidade. Interessante seria agarrar o touro pelos chifres, observar o EU, estud-lo com o propsito de descobrir as causas da dor.

    Quando algum descobre as causas verdadeiras de tantas misrias e amarguras, obvio que algo pode fazer...

    Conseguindo acabar com o Mim Mesmo, com Minhas Bebedei-ras, com Meus Vcios, com Meus Afetos, que tanta dor me causam no corao, com minhas preocupaes que me destroam o crebro e me cau-sam enfermidades etc., etc., ento claro que isso advm no do tempo, isso que est muito alm do corpo, dos afetos e da mente, isso que realmen-te desconhecido para o entendimento e que se chama: FELICIDADE!

    Inquestionavelmente, enquanto a conscincia continue engarrafada, embutida no MIM MESMO, entre o EU MESMO, de nenhuma maneira poder conhecer a legtima felicidade.

    A felicidade tem um sabor que o EU MESMO, o MIM MESMO, nunca, jamais conheceu.

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    Captulo IVA LIBERDADE

    O sentido da Liberdade algo que ainda no foi entendido pela Hu-manidade.

    Sobre o conceito de Liberdade, pleiteado sempre de forma mais ou menos equivocada, cometeram-se erros gravssimos.

    Certamente luta-se por uma palavra, tiram-se dedues absurdas, cometem-se atropelos de todo tipo e derrama-se sangue nos campos de batalha.

    A palavra Liberdade fascinante, todo mundo gosta, no entanto, no se tem verdadeira compreenso sobre a mesma, existe confuso em relao a esta palavra.

    No possvel encontrar uma dzia de pessoas que definam a pala-vra Liberdade da mesma forma e do mesmo modo.

    O termo Liberdade, de modo algum seria compreensvel para o ra-cionalismo subjetivo.

    Cada um tem sobre este termo ideias diferentes: opinies subjetivas das pessoas desprovidas de toda realidade objetiva.

    Ao pleitear-se a questo Liberdade, existe incoerncia, impreciso, incongruncia em cada mente.

    Tenho certeza que nem sequer o senhor Emanuel Kant, o autor da Crtica da Razo Pura, e da Crtica da Razo Prtica, jamais analisou esta palavra para dar-lhe o sentido exato.

    Liberdade, bela palavra, belo termo: Quantos crimes foram cometi-dos em seu nome!

    Inquestionavelmente, o termo liberdade hipnotizou a multido; as montanhas e os vales, os rios e os mares se tingiram com sangue ao conjuro desta palavra mgica.

    Quantas bandeiras, quanto sangue e quantos heris apareceram ao longo da Histria, cada vez que sobre o tapete da vida foi colocada a ques-to Liberdade.

    Desafortunadamente, depois de toda independncia conseguida a to alto preo, a escravido continua dentro de cada pessoa.

    Quem livre? Quem conseguiu a famosa liberdade? Quantos se emanciparam? Ai, ai, ai!

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    O adolescente anseia por liberdade; parece inacreditvel que muitas vezes tendo po, abrigo, e refgio, queira fugir da casa paterna em busca de liberdade.

    incongruente que o jovenzinho que tem tudo em casa, queira eva-dir-se, fugir, afastar-se de seu lar, fascinado pelo termo liberdade. estra-nho que gozando de todo tipo de comodidades no lar ditoso queira perder o que se tem, para viajar por essas terras do mundo e submergir-se na dor.

    Que o desventurado, o pria da vida, o mendigo, anseie de verdade afastar-se do casebre, da cabana, com o propsito de obter alguma mu-dana melhor, correto; mas que a criana de bem, o filhinho de mame, busque escapatria, fuga, incongruente e at absurdo; mas isto assim; a palavra Liberdade fascina, enfeitia, embora ningum saiba defini-la de forma precisa.

    Que a donzela queira liberdade, que anseie mudar de casa, casar-se para escapar do lar paterno e viver uma vida melhor, em parte lgico, por-que ela tem direito de ser me; no entanto, j na vida de esposa, descobre que no livre, e com resignao h de seguir carregando as correntes da escravido.

    O empregado, cansado de tantos regulamentos, quer ver-se livre, e se consegue sua independncia, encontra-se com o problema que continua sendo escravo de seus prprios interesses e preocupaes.

    Certamente, cada vez que se luta pela Liberdade, nos encontramos frustrados apesar das vitrias.

    Tanto sangue derramado inutilmente em nome da Liberdade e, no entanto, continuamos sendo escravos de ns mesmos e dos demais.

    As pessoas lutam por palavras que nunca entendem, embora os di-cionrios expliquem-nas gramaticalmente.

    A Liberdade algo que se h de conseguir dentro de ns mesmos. Ningum pode consegui-la fora de si mesmo.

    Cavalgar pelo ar uma frase muito oriental que alegoriza o sentido da genuna liberdade.

    Ningum poderia de verdade experimentar a Liberdade enquanto sua conscincia continue engarrafada no si mesmo, no mim mesmo.

    Compreender este eu mesmo, minha pessoa, o que eu sou, urgente quando se quer muito sinceramente conseguir a Liberdade.

    De modo algum poderamos destruir os grilhes da escravido sem

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    ter compreendido previamente toda esta minha questo, tudo isto que per-tence ao eu, ao mim mesmo.

    Em que consiste a escravido? O que isto que nos mantm escra-vos? Quais so estas travas? Tudo isto o que necessitamos descobrir.

    Ricos e pobres, crentes e descrentes, esto todos formalmente presos embora se considerem livres.

    Enquanto a conscincia, a essncia, o mais digno e decente que te-mos em nosso interior, continue engarrafado no si mesmo, no mim mes-mo, no eu mesmo, em minhas vontades e temores, em meus desejos e pai-xes, em minhas preocupaes e violncias, em meus defeitos psicolgicos; estar-se- em formal priso.

    O sentido de Liberdade somente pode ser compreendido integral-mente quando tiverem sido aniquilados os grilhes de nossa prpria priso psicolgica.

    Enquanto o eu mesmo existir a conscincia estar presa; evadir-se do crcere s possvel mediante a aniquilao budista, dissolvendo o eu, reduzindo-o a cinzas, a poeira csmica.

    A conscincia livre, desprovida de eu, na ausncia absoluta do mim mesmo, sem desejos, sem paixes, sem apetites nem temores, experimenta de forma direta a verdadeira Liberdade.

    Qualquer conceito sobre Liberdade no Liberdade. As opinies que formemos sobre a Liberdade se distanciam muito de ser a Realidade. As ideias que forjamos sobre o tema Liberdade, nada tm a ver com a au-tntica Liberdade.

    A liberdade algo que temos que experimentar de forma direta, e isto somente possvel morrendo psicologicamente, dissolvendo o eu, aca-bando para sempre com o mim mesmo.

    De nada serviria continuar sonhando com a Liberdade, se de todas as maneiras prosseguimos como escravos.

    Mais vale ver-nos a ns mesmos, tal como somos, observar cuidado-samente todos estes grilhes da escravido que nos mantm presos.

    Autoconhecendo-nos, vendo o que somos interiormente, descobri-remos a porta da autntica Liberdade.

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    Captulo VA LEI DO PNDULO

    Resulta interessante ter um relgio de parede em casa, no somente para saber as horas, mas tambm para reflexionar um pouco.

    Sem o pndulo o relgio no funciona, o movimento do pndulo profundamente significativo.

    Nos tempos antigos o dogma da evoluo no existia; ento, os sbios entendiam que os processos histricos se desenvolvem sempre de acordo com a Lei do Pndulo.

    Tudo flui e reflui, sobe e baixa, cresce e decresce, vai e vem de acordo com esta Lei maravilhosa.

    Nada tem de estranho que tudo oscile, que tudo esteja submetido ao vai e vem do tempo, que tudo evolucione e involucione.

    Em um extremo do pndulo est a alegria, no outro a dor; todas as nossas emoes, pensamentos, anseios, desejos, oscilam de acordo com a Lei do Pndulo.

    Esperana e desespero, pessimismo e otimismo, paixo e dor, triunfo e fracasso, ganncia e perda, correspondem certamente aos dois extremos do movimento pendular.

    Surgiu o Egito com todo seu poderio e senhorio s margens do rio sagrado, mas quando o pndulo se foi para o outro lado, quando se levan-tou pelo extremo oposto caiu o pas dos faras e Jerusalm se levantou, a cidade querida dos Profetas.

    Israel caiu quando o pndulo mudou de posio e surgiu no outro extremo o Imprio Romano.

    O movimento pendular levanta e funde Imprios, faz surgir podero-sas Civilizaes e logo as destri, etc.

    Podemos colocar no extremo direito do pndulo as diversas escolas pseudoesotricas e pseudo-ocultistas, religies e seitas.

    Podemos colocar no extremo esquerdo do movimento pendular to-das as escolas do tipo materialista, Marxista, atesta, ceticista, etc. Anttese do movimento pendular, que mudam, sujeitas a permuta incessante.

    O fantico religioso, devido a qualquer acontecimento inslito ou decepo, pode ir para o outro extremo do pndulo, converter-se em ates-ta, materialista, ctico.

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    O fantico materialista, atesta, devido a qualquer fato inusitado, talvez um acontecimento metafsico transcendental, um momento de ter-ror indizvel, pode levar-lhe ao extremo oposto do movimento pendular e converter-lhe em um reacionrio religioso insuportvel.

    Exemplos: Um sacerdote vencido em uma polmica por um Esote-rista, desesperado tornou-se incrdulo e materialista.

    Conhecemos o caso de uma dama atesta e incrdula que devido a um fato metafsico conclusivo e definitivo, converteu-se em uma expoente magnfica do esoterismo prtico.

    Em nome da verdade, devemos declarar que o atesta materialista verdadeiro e absoluto, uma farsa, no existe.

    Ante a proximidade de uma morte inevitvel, ante um instante de indizvel terror, os inimigos do eterno, os materialistas e incrdulos, pas-sam instantaneamente para o outro extremo do pndulo e esto orando, chorando e clamando com infinita f e enorme devoo.

    O mesmo Carlos Marx, autor do Materialismo Dialtico, foi um fa-ntico religioso judeu, e depois de sua morte, renderam-lhe pompas fne-bres de grande rabino.

    Carlos Marx elaborou sua Dialtica Materialista com um s propsi-to: CRIAR UMA ARMA PARA DESTRUIR TODAS AS RELIGIES DO MUNDO POR MEIO DO CETICISMO.

    o caso tpico dos cimes religiosos levados ao extremo; de modo algum Marx poderia aceitar a existncia de outras religies e preferiu des-tru-las mediante sua Dialtica.

    Carlos Marx cumpriu um dos Protocolos de Sio que diz textual-mente: No importa que enchamos o mundo de materialismo e de re-pugnante atesmo, o dia em que ns triunfemos, ensinaremos a religio de Moiss devidamente codificada e de forma dialtica, e no permitiremos no mundo nenhuma outra religio.

    muito interessante que na Unio Sovitica as religies sejam per-seguidas e seja ensinado ao povo dialtica materialista, enquanto nas sina-gogas estuda-se o Talmud, a Bblia e a religio, e trabalham livremente sem problema algum.

    Os chefes do governo Russo so fanticos religiosos da Lei de Moi-ss, mas eles envenenam o povo com essa farsa do Materialismo Dialtico.

    Jamais nos pronunciaramos contra o povo de Israel; somente esta-

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    mos declarando contra certa elite de jogo duplo que, perseguindo fins in-confessveis, envenena o povo com dialtica Materialista, enquanto pratica em segredo a religio de Moiss.

    Materialismo e espiritualismo, com toda sua sequela de teorias, con-ceitos e preconceitos de todo tipo, se processam na mente de acordo com a Lei do Pndulo e mudam de moda de acordo com os tempos e os costumes.

    Esprito e matria so dois conceitos muito discutveis e espinhosos que ningum entende.

    Nada sabe a mente sobre o esprito, nada sabe sobre a matria.Um conceito no mais que isso, um conceito. A realidade no um

    conceito embora a mente possa forjar muitos conceitos sobre a realidade.O esprito o esprito (O Ser), e somente a si mesmo pode conhecer-

    -se.Est escrito: O SER O SER E A RAZO DE SER O MESMO

    SER. Os fanticos do Deus matria, os cientistas do Materialismo Dial-

    tico so empricos e absurdos em cem por cento. Falam sobre matria com uma autossuficincia deslumbrante e estpida, quando na verdade nada sabem sobre a mesma.

    O que matria? Qual destes tontos cientficos o sabe? A to alarde-ada matria tambm um conceito muito discutvel e bastante espinhoso.

    Qual a matria? O algodo? O ferro? A carne? O amido? Uma pe-dra? O cobre? Uma nuvem ou o qu? Dizer que tudo matria seria to emprico e absurdo como assegurar que todo o organismo humano um fgado, um corao ou um rim. Obviamente uma coisa uma coisa e outra coisa outra coisa, cada rgo diferente e cada substncia diferente. Ento, qual de todas estas substncias a to alardeada matria?

    Muita gente joga com os conceitos do pndulo, mas na realidade os conceitos no so a realidade.

    A mente somente conhece formas ilusrias da natureza, mas nada sabe sobre a verdade contida em tais formas.

    As teorias saem da moda com o tempo e com os anos, e o que algum aprendeu na escola resulta que depois j no serve; concluso: ningum sabe nada.

    Os conceitos da extrema direita ou da extrema esquerda do pndulo passam como as modas das mulheres, todos esses so processos da mente,

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    coisas que acontecem na superfcie do entendimento, besteiras, vaidades do intelecto.

    A qualquer disciplina psicolgica lhe ope outra disciplina, a qual-quer processo psicolgico logicamente estruturado, lhe ope outro seme-lhante, e depois de tudo, o qu?

    O real, a verdade, o que nos interessa; mas isto no questo do pndulo, no se encontra no vai e vem das teorias e crenas.

    A verdade o desconhecido de instante em instante, de momento em momento.

    A verdade est no centro do pndulo, no na extrema direita e tam-pouco na extrema esquerda.

    Quando perguntaram a Jesus: O que a verdade? Guardou um pro-fundo silncio. E quando ao Buda lhe fizeram a mesma pergunta, deu as costas e retirou-se.

    A verdade no questo de opinies, nem de teorias, nem de preju-zos de extrema direita ou de extrema esquerda.

    O conceito que a mente pode forjar sobre a verdade, jamais a ver-dade.

    A ideia de que o entendimento tenha sobre a verdade, nunca a ver-dade.

    A opinio que tenhamos sobre a verdade, por muito respeitvel que seja, de modo algum a verdade.

    Nem as correntes espiritualistas, nem seus oponentes materialistas, podem nos conduzir jamais verdade.

    A verdade algo que deve ser experimentado de forma direta, como quando algum mete o dedo no fogo e se queima, ou como quando algum bebe gua e se afoga.

    O centro do pndulo est dentro de ns mesmos, e ali onde deve-mos descobrir e experimentar de forma direta o real, a verdade.

    Precisamos nos autoexplorar diretamente para nos autodescobrir e conhecer-nos profundamente a ns mesmos.

    A experincia da verdade somente advm quando tenhamos elimi-nado os elementos indesejveis que em seu conjunto constituem o mim mesmo.

    Somente eliminando o erro a verdade vem. Somente desintegrando o Eu mesmo, meus erros, meus preconceitos e temores, minhas paixes

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    e desejos, crenas e fornicaes, encastelamentos intelectuais e autossufici-ncias de toda espcie, advm a ns a experincia do real.

    A verdade nada tem a ver com o que tenha sido dito ou deixado de dizer, com o que tenha sido escrito ou deixado de escrever, ela somente advm a ns quando o mim mesmo tiver morrido.

    A mente no pode buscar a verdade porque no a conhece. A mente no pode reconhecer a verdade porque jamais a conheceu. A verdade ad-vm a ns de forma espontnea quando eliminamos todos os elementos indesejveis que constituem o mim mesmo, o eu mesmo.

    Enquanto a conscincia continue engarrafada entre o eu mesmo, no poder experimentar isso que o real, isso que est mais alm do corpo, dos afetos e da mente, isso que a verdade.

    Quando o mim mesmo fica reduzido a poeira csmica, a conscincia se libera para despertar definitivamente e experimentar de forma direta a verdade.

    Com justa razo disse o Grande Kabir Jesus: CONHECEI A VER-DADE E ELA OS FAR LIVRES.

    De que serve para o homem conhecer cinquenta mil teorias se ja-mais experimentou a verdade?

    O sistema intelectual de qualquer homem muito respeitvel, mas a qualquer sistema lhe ope outro e nem um nem outro a verdade.

    Mais vale autoexplorar-nos para nos autoconhecer e experimentar um dia de forma direta, o real, a VERDADE.

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    Captulo VICONCEITO E REALIDADE

    Quem ou o qu pode garantir que o conceito e a realidade resultem absolutamente iguais?

    O conceito uma coisa e a realidade outra e existe uma tendncia a superestimar nossos prprios conceitos.

    Realidade igual a conceito algo quase impossvel, no entanto, a mente hipnotizada por seu prprio conceito supe sempre que este e a re-alidade so iguais.

    A um processo psicolgico qualquer corretamente estruturado me-diante uma lgica exata, lhe ope outro diferente recm-formado com l-gica similar ou superior, ento o qu?

    Duas mentes severamente disciplinadas dentro de estruturas frreas intelectuais discutindo entre si, polemizando, sobre uma ou outra realidade acreditam cada um na exatido de seu prprio conceito e na falsidade do conceito alheio, mas qual delas tm a razo? Quem poderia honradamente sair de fiadores em um ou outro caso? Em qual deles, conceito e realidade so iguais?

    Inquestionavelmente cada cabea um mundo e em todos e em cada um de ns existe uma espcie de dogmatismo pontifcio e ditatorial que quer nos fazer acreditar na igualdade absoluta de conceito e realidade.

    Por mais fortes que sejam as estruturas de um raciocnio nada pode garantir a igualdade absoluta de conceitos e realidades.

    Aqueles que esto autoencerrados dentro de qualquer procedimento logstico intelectual querem fazer coincidir sempre a realidade dos fen-menos com os elaborados conceitos e isto no mais que o resultado da alucinao racional.

    Abrir-se ao novo a difcil facilidade do clssico; desgraadamente a pessoa quer descobrir, ver em todo fenmeno natural seus prprios pre-conceitos, conceitos, prejuzos, opinies e teorias; ningum sabe ser recep-tivo, ver o novo com mente limpa e espontnea.

    Que os fenmenos falem ao sbio seria o mais indicado; infelizmente os sbios destes tempos no sabem ver os fenmenos, somente querem ver nos mesmos a confirmao de todos os seus preconceitos.

    Embora parea incrvel, os cientistas modernos nada sabem sobre os

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    fenmenos naturais. Quando vemos nos fenmenos da natureza exclusivamente nossos

    prprios conceitos, certamente no estamos vendo os fenmenos, mas os conceitos.

    Mas, alucinados os tolos cientistas por seu fascinante intelecto, acre-ditam de forma estpida que cada um de seus conceitos absolutamente igual a tal ou qual fenmeno observado, quando a realidade diferente.

    No negamos que nossas afirmaes sejam rejeitadas por todo aque-le que esteja autoencerrado por tal ou qual procedimento logstico; inques-tionavelmente a condio pontifcia e dogmtica do intelecto de modo al-gum poderia aceitar que a tal ou qual conceito corretamente elaborado, no coincida exatamente com a realidade.

    To logo a mente, atravs dos sentidos, observa tal ou qual fenme-no, se apressa de imediato a rotul-lo com tal ou qual termo cientificista que inquestionavelmente somente vem para servir como remendo para ta-par a prpria ignorncia.

    A mente no sabe realmente ser receptiva ao novo, mas sim sabe in-ventar complicadssimos termos com os quais pretende qualificar de forma autoenganosa o que certamente ignora.

    Falando desta vez em sentido Socrtico, diremos que a mente no somente ignora, mas, alm disso, ignora que ignora.

    A mente moderna terrivelmente superficial, especializou-se em in-ventar termos dificlimos para tapar sua prpria ignorncia.

    Existem dois tipos de cincia: a primeira no mais que esta podri-do de teorias subjetivas que abundam por ali. A segunda a cincia pura dos grandes iluminados, a cincia objetiva do Ser.

    Inquestionavelmente no seria possvel penetrar no anfiteatro da ci-ncia csmica, se antes no tivssemos morrido em ns mesmos.

    Precisamos desintegrar todos esses elementos indesejveis que car-regamos em nosso interior, e que em seu conjunto constituem em si mes-mo, o Eu da Psicologia.

    Enquanto a conscincia superlativa do ser continuar engarrafada no mim mesmo, nos meus prprios conceitos e teorias subjetivas, absoluta-mente impossvel conhecer diretamente a crua realidade dos fenmenos naturais em si mesmos.

    A chave do laboratrio da natureza, a tem em sua mo direita o Anjo

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    da Morte. Muito pouco podemos aprender do fenmeno do nascimento, mas

    da morte poderemos aprender tudo.O templo inviolado da cincia pura encontra-se no fundo da negra

    sepultura. Se o germe no morre a planta no nasce. Somente com a morte advm o novo.

    Quando o Ego morre, a conscincia desperta para ver a realidade de todos os fenmenos da natureza tal qual so em si mesmos e por si mesmos.

    A conscincia sabe o que diretamente experimenta por si mesma, o cru realismo da vida muito alm do corpo, dos afetos e da mente.

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    Captulo VIIA DIALTICA DA CONSCINCIA

    No trabalho esotrico relacionado com a eliminao dos elementos indesejveis que carregamos em nosso interior, surge s vezes o aborreci-mento, o cansao e o tdio.

    Inquestionavelmente precisamos voltar sempre ao ponto de partida original e revalorizar os fundamentos do trabalho psicolgico, se que de verdade ansiamos uma mudana radical.

    Amar o trabalho esotrico indispensvel quando se quer de verda-de uma transformao interior completa.

    Enquanto no amemos o trabalho psicolgico propcio mudana, a reavaliao de princpios algo mais que impossvel.

    Seria absurdo supor que pudssemos nos interessar pelo trabalho, se na verdade no tivermos chegado a am-lo.

    Isto significa que o amor inadivel quando em uma ou outra vez tratamos de revalorizar fundamentos do trabalho psicolgico.

    Urge, antes de tudo, saber que isso que se chama conscincia, pois so muitas as pessoas que nunca se interessaram por saber nada sobre a mesma.

    Qualquer pessoa comum e corrente jamais ignoraria que um boxea-dor ao cair nocauteado sobre o ringue perde a conscincia.

    claro que ao voltar a si, o boxeador azarado adquire novamente a conscincia.

    Sequencialmente qualquer um compreende que existe uma clara di-ferena entre a personalidade e a conscincia.

    Ao vir ao mundo, todos temos na existncia trs por cento de cons-cincia e uns noventa e sete por cento repartido entre subconscincia, in-fraconscincia e inconscincia.

    Os trs por cento de conscincia desperta pode ser acrescentada a medida em que trabalhemos sobre ns mesmos.

    No possvel acrescentar a conscincia mediante procedimentos exclusivamente fsicos ou mecnicos.

    Inquestionavelmente a conscincia somente pode despertar base de trabalhos conscientes e padecimentos voluntrios.

    Existem vrios tipos de energia dentro de ns mesmos, devemos

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    compreender: Primeira, energia mecnica. Segunda, energia vital. Terceira, energia psquica. Quarta, energia mental. Quinta, energia da vontade. Sex-ta, energia da conscincia. Stima, energia do esprito puro.

    Por mais que multiplicssemos a energia estritamente mecnica, ja-mais conseguiramos despertar a conscincia.

    Por mais que incrementssemos as foras vitais dentro de nosso or-ganismo, nunca chegaramos a despertar a conscincia.

    Muitos processos psicolgicos realizam-se dentro de ns mesmos, sem que por isso a conscincia intervenha para nada.

    Por maiores que sejam as disciplinas da mente, a energia mental no conseguir nunca despertar os diversos funcionalismos da conscincia.

    A fora da vontade embora fosse multiplicada at o infinito no con-segue despertar a conscincia.

    Todos estes tipos de energia escalonam-se em nveis e dimenses distintos que nada tm a ver com a conscincia.

    A conscincia somente pode ser despertada mediante trabalhos conscientes e esforos retos.

    A pequena porcentagem de conscincia que a humanidade possui, em vez de ser incrementada costuma ser esbanjada inutilmente na vida.

    obvio que ao nos identificar com todos os acontecimentos de nossa existncia esbanjamos inutilmente a energia da conscincia.

    Ns deveramos ver a vida como um filme sem nos identificarmos jamais com nenhuma comdia, drama ou tragdia, assim economizara-mos energia consciente.

    A conscincia em si mesma um tipo de energia com elevadssima frequncia vibratria.

    No h que confundir a conscincia com a memria, pois so to diferentes uma da outra, como a luz dos faris do automvel com relao estrada por onde andamos.

    Muitos atos realizam-se dentro de ns mesmos, sem participao al-guma disso que se chama conscincia.

    Em nosso organismo acontecem muitos ajustes e reajustes, sem que por isso a conscincia participe dos mesmos.

    O centro motor de nosso corpo pode dirigir um automvel ou os dedos que tocam no teclado de um piano sem a participao mais insigni-ficante da conscincia.

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    A conscincia a luz que o inconsciente no percebe.O cego tampouco percebe a luz fsica solar, mas ela existe por si mes-

    ma.Precisamos nos abrir para que a luz da conscincia penetre nas tre-

    vas espantosas do mim mesmo, do si mesmo. Agora compreenderemos melhor o significado das palavras de Joo,

    quando no Evangelho disse: A luz veio s trevas, mas as trevas no a com-preenderam.

    Mas seria impossvel que a luz da conscincia pudesse penetrar den-tro das trevas do eu mesmo, se previamente no usssemos o sentido ma-ravilhoso da auto-observao psicolgica.

    Precisamos abrir-lhe o caminho luz para iluminar as profundida-des tenebrosas do Eu da Psicologia.

    Algum jamais se auto-observaria se no tivesse interesse em mudar, tal interesse somente possvel quando algum ama de verdade os ensina-mentos esotricos.

    Agora nossos leitores compreendero o motivo pelo qual aconselha-mos revalorizar uma vez ou outra as instrues convenientes ao trabalho sobre si mesmo.

    A conscincia desperta nos permite experimentar de forma direta a realidade.

    Infelizmente o animal intelectual, equivocadamente chamado ho-mem, fascinado pelo poder formulador da lgica dialtica, esqueceu a dia-ltica da conscincia.

    Inquestionavelmente o poder para formular conceitos lgicos no fundo terrivelmente pobre.

    Da tese podemos passar anttese e mediante a discusso chegar sntese, mas esta ltima em si mesma continua sendo um conceito intelec-tual que de modo algum pode coincidir com a realidade.

    A Dialtica da Conscincia mais direta, nos permite experimentar a realidade de qualquer fenmeno em si mesmo.

    Os fenmenos naturais de modo algum coincidem exatamente com os conceitos formulados pela mente.

    A vida se desenrola de instante em instante e quando a capturamos para analis-la, a matamos.

    Quando tentamos inferir conceitos ao observar tal ou qual fenme-

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    no natural, de fato deixamos de perceber a realidade do fenmeno e so-mente vemos no mesmo, o reflexo das teorias e conceitos ranosos que de modo algum tm a ver com o fato observado.

    A alucinao intelectual fascinante e queremos fora que todos os fenmenos da natureza coincidam com nossa lgica dialtica.

    A dialtica da conscincia fundamenta-se nas experincias vividas e no no mero racionalismo subjetivo.

    Todas as leis da natureza existem dentro de ns mesmos e se no nosso interior no as descobrimos, jamais as descobriremos fora de ns mesmos.

    O homem est dentro do Universo e o Universo est dentro no ho-mem.

    Real aquilo que algum mesmo experimenta em seu interior, so-mente a conscincia pode experimentar a realidade.

    A linguagem da conscincia simblica, ntima, profundamente sig-nificativa e somente os despertos podem compreender.

    Quem quiser despertar a conscincia deve eliminar de seu interior todos os elementos indesejveis que constituem o Ego, o Eu, o Mim mes-mo, dentro dos quais a essncia encontra-se engarrafada.

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    Captulo VIIIO JARGO CIENTIFISTA

    A dialtica lgica condicionada e qualificada, alm disso, pelas pro-posies em e sobre que jamais nos levam experincia direta do real.

    Os fenmenos da natureza distanciam-se muito de ser como os cien-tistas os veem.

    Certamente to logo um fenmeno qualquer descoberto, de ime-diato lhe qualifica ou rotula com tal ou qual termo difcil do jargo cient-fico.

    Obviamente esses termos dificlimos do cientificismo moderno so-mente servem de remendo para tapar a ignorncia.

    Os fenmenos naturais de modo algum so como os cientificistas os veem.

    A vida com todos os seus processos e fenmenos se desenrola de momento em momento, de instante em instante, e quando a mente cienti-ficista a detm para analis-la, de fato a mata.

    Qualquer inferncia extrada de um fenmeno natural qualquer, de nenhuma maneira igual realidade concreta do fenmeno, desgraada-mente a mente do cientfico alucinada por suas prprias teorias acredita firmemente no realismo de suas inferncias.

    O intelecto alucinado no somente v nos fenmenos o reflexo de seus prprios conceitos, seno, alm disso, e o que pior, quer de forma ditatorial fazer com que os fenmenos sejam exatos e absolutamente iguais a todos esses conceitos que levam no intelecto.

    O fenmeno da alucinao intelectual fascinante, nenhum desses tontos cientistas ultramodernos admitiria a realidade de sua prpria aluci-nao.

    Certamente os sabiches destes tempos de modo algum admitiriam que lhes qualificasse de alucinados.

    A fora da autossugesto lhes fez acreditar na realidade de todos es-ses conceitos do jargo cientificista.

    Obviamente a mente alucinada presume-se de onisciente e de forma ditatorial quer que todos os processos da natureza marchem pelos cami-nhos de suas sabichonices.

    Nem bem apareceu um novo fenmeno, classifica-lhe, lhe rotula e

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    coloca-lhe em tal ou qual lugar, como se na verdade tivesse lhe compreen-dido.

    So milhares os termos que foram inventados para rotular fenme-nos, mas nada sabem os pseudossapientes sobre a realidade daqueles.

    Como exemplo vivido de tudo o que neste captulo estamos afirman-do, citaremos o corpo humano.

    Em nome da verdade podemos afirmar de forma enftica que este corpo fsico absolutamente desconhecido para os cientistas modernos.

    Uma afirmao deste tipo poderia aparecer como muito insolente ante os pontfices do cientificismo moderno. Inquestionavelmente merece-mos deles a excomunho.

    No entanto, temos bases muito slidas para fazer to tremenda afir-mao; infelizmente as mentes alucinadas esto convencidas de sua pseu-dossapincia, que nem remotamente poderiam aceitar o cru realismo de sua ignorncia.

    Se dissssemos aos hierarcas do cientificismo moderno, que o Conde de Cagliosto, personagem interessantssimo dos sculos XVI, XVII, XVIII ainda vive em pleno sculo XX, se lhes dissssemos que o insigne Paracelso, insigne facultativo da Idade Mdia, ainda existe todavia, podeis ter certeza de que os hierarcas do cientificismo atual ririam de ns e jamais aceitariam nossas afirmaes.

    No entanto, assim: Vivem atualmente sobre a face da terra os au-tnticos mutantes, homens imortais com corpos que datam de milhares e de milhes de anos atrs.

    O autor desta obra conhece os mutantes, mas no ignora o ceticismo moderno, a alucinao dos cientistas e o estado da ignorncia dos sabi-ches.

    Por tudo isto, de modo algum cairamos na iluso de acreditar que os fanticos do jargo cientfico aceitassem a realidade de nossas inslitas declaraes.

    O corpo de qualquer mutante um franco desafio ao jargo cientfi-co destes tempos.

    O corpo de qualquer mutante pode mudar de figura e retornar logo a seu estado normal sem sofrer dano algum.

    O corpo de qualquer mutante pode penetrar instantaneamente na quarta vertical e at assumir qualquer forma vegetal ou animal e retornar

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    posteriormente a seu estado normal sem ter prejuzo algum. O corpo de qualquer mutante desafia violentamente os velhos textos

    de Anatomia oficial.Desgraadamente nenhuma destas declaraes poderia vencer os

    alucinados do jargo cientfico.Esses senhores, sentados sobre seus tronos pontifcios, inquestiona-

    velmente nos olharo com desdm, talvez com ira, e possivelmente at com um pouco de piedade.

    Mas, a verdade o que , e a realidade dos mutantes um franco desafio a toda teoria ultramoderna.

    O autor da obra conhece os mutantes, mas no espera que ningum acredite nele.

    Cada rgo do corpo humano controlado por leis e foras que nem remotamente conhecem os alucinados do jargo cientfico.

    Os elementos da natureza so em si mesmos desconhecidos para a cincia oficial; as melhores frmulas qumicas esto incompletas: H2O, dois tomos de Hidrognio e um de Oxignio para formar a gua, emprico.

    Se juntarmos em um laboratrio o tomo de Oxignio com os dois de Hidrognio, o resultado no ser gua nem nada porque esta frmula est incompleta, falta-lhe o elemento fogo, somente com este citado ele-mento poderia criar a gua.

    A inteleco por mais brilhante que parea no pode jamais nos con-duzir experincia do real.

    A classificao de substncias e os termos chulos difceis com os quais se rotula as mesmas, somente servem como remendo para tapar a ignorncia.Isso de querer o intelecto que tal ou qual substncia possua de-terminado nome e caractersticas absurdo e insuportvel.

    Por que o intelecto se presume onisciente? Por que alucina-se acre-ditando que as substncias e fenmenos so como ele acredita que so? Por que a inteleco quer que a natureza seja uma rplica perfeita de todas as suas teorias, conceitos, opinies, dogmas, preconceitos?

    Na verdade os fenmenos naturais no so como se acredita que so, e as substncias e foras da natureza de nenhuma maneira so como o in-telecto pensa que so.

    A conscincia desperta no a mente, nem a memria, nem seme-lhante. Somente a conscincia liberada pode experimentar por si mesma e

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    de forma direta a realidade da vida livre em seu movimento.Mas devemos afirmar de forma enftica que enquanto existir den-

    tro de ns mesmos qualquer elemento subjetivo, a conscincia continuar engarrafada em tal elemento e, portanto, no poder gozar da iluminao contnua e perfeita.

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    Captulo IXO ANTICRISTO

    O fulgurante intelectualismo como funcionalismo manifesto do Eu psicolgico, inquestionavelmente O ANTICRISTO.

    Aqueles que supem que o ANTICRISTO um personagem estra-nho nascido em tal ou qual lugar da terra ou vindo deste ou daquele pas, esto certamente completamente equivocados.

    Temos dito de forma enftica que o ANTICRISTO no de modo algum um sujeito definido, mas todos os sujeitos.

    Obviamente o ANTICRISTO est radicado no fundo de cada pessoa e se expressa de forma mltipla.

    O intelecto posto a servio do esprito til; o intelecto divorciado do esprito torna-se intil.

    Do intelectualismo sem espiritualidade surgem os patifes, viva mani-festao do ANTICRISTO.

    Obviamente o patife em si mesmo e por si mesmo o ANTICRISTO. Desgraadamente o mundo atual com todas as suas tragdias e misrias governado pelo ANTICRISTO.

    O estado catico em que se encontra a humanidade atual inquestio-navelmente deve-se ao ANTICRISTO.

    O inquo, de que falara Paulo de Tarso em suas epstolas, certamen-te um cru realismo destes tempos.

    O inquo j veio e se manifestara por todas as partes, certamente tem o dom da ubiquidade.

    Discute nos cafs, faz negociaes na ONU, senta-se comodamente em Genebra, realiza experincias de laboratrio, inventa bombas atmicas, foguetes teleguiados, gases asfixiantes, bombas bacteriolgicas, etc., etc., etc.

    Fascinado o ANTICRISTO com seu prprio intelectualismo, exclu-sividade absoluta dos sabiches, acredita que conhece todos os fenmenos da natureza.

    O ANTICRISTO acreditando-se onisciente, engarrafado em toda podrido de suas teorias, rejeita tudo aquilo que se parea com Deus ou que se adore.

    A autossuficincia do ANTICRISTO, o orgulho e a soberba que pos-

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    sui, algo insuportvel. O ANTICRISTO odeia mortalmente as virtudes crists da f, da pa-

    cincia e da humildade. Todo joelho finca-se ante o ANTICRISTO. Obviamente aquele in-

    ventou avies ultrassnicos, barcos maravilhosos, automveis vistosos, re-mdios surpreendentes, etc.

    Nestas condies, quem poderia duvidar do ANTICRISTO? Quem se atreve nestes tempos a pronunciar-se contra todos estes milagres e pro-dgios do filho da perdio, condena a si mesmo zombaria de seus se-melhantes, ao sarcasmo, ironia, ao qualificativo de estpido e ignorante.

    Custa trabalho fazer com que as pessoas srias e estudiosas enten-dam isto, estas em si mesmas reagem, opem resistncia.

    claro que o animal intelectual equivocadamente chamado homem, um rob programado com jardim de infncia, escola primria, secund-ria, preparatria, universidade, etc.

    Ningum pode negar que um rob programado funciona de acordo com o programa, de nenhuma maneira poderia funcionar se lhe tirasse do programa.

    O ANTICRISTO elaborou o programa com o qual se programam os robs humanoides destes tempos decadentes.

    Fazer estes esclarecimentos, dar nfase no que estou dizendo, resul-ta espantosamente difcil por estar fora de programa, nenhum humanoide rob poderia admitir coisas que esto fora do programa.

    Esta questo to grave e so to tremendos os engarrafamentos da mente, que de modo algum, um rob humanoide qualquer, no suspeita-ria nem remotamente que o programa no serve, pois ele foi arranjado de acordo com o programa, e duvidar do mesmo lhe pareceria uma heresia, algo incongruente e absurdo.

    Que um rob duvide de seu programa um despropsito, algo abso-lutamente impossvel pois sua mesmssima existncia deve-se ao programa.

    Desgraadamente as coisas no so como o rob humanoide pensa; existe outra cincia, outra sabedoria, inaceitvel para o rob humanoide.

    O rob humanoide reage e tem razo em reagir pois no foi progra-mado para outra cincia nem para outra cultura, nem para nada diferente a seu conhecido programa.

    O ANTICRISTO elaborou os programas do rob humanoide , o

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    rob ajoelha-se humilde ante seu amo. Como o rob poderia duvidar da sapincia de seu amo?

    Nasce a criana inocente e pura; a essncia expressando-se em cada criatura preciosa em grande maneira.

    Inquestionavelmente a natureza deposita nos crebros dos recm--nascidos todos esses dados selvagens, naturais, silvestres, csmicos, es-pontneos, indispensveis para a captura ou apreenso das verdades conti-das em qualquer fenmeno natural perceptvel para os sentidos.

    Isto significa que a criana recm-nascida poderia por si mesmo des-cobrir a realidade de cada fenmeno natural, desgraadamente interfere o programa do ANTICRISTO e as maravilhosas qualidades que a natureza depositou no crebro do recm-nascido logo so destrudas.

    O ANTICRISTO probe pensar de forma diferente; toda criatura que nasce, por ordem do ANTICRISTO deve ser programada.

    No h dvida de que o ANTICRISTO odeia mortalmente aquele precioso sentido do Ser, conhecido como capacidade de percepo instin-tiva das verdades csmicas.

    Cincia pura, diferente de toda podrido de teorias universitrias que existem por aqui, por l e acol, algo inadmissvel para os robs do ANTICRISTO.

    O ANTICRISTO propagou muitas guerras, fomes e enfermidades em toda a redondeza da terra, e no h dvida de que continuar propagan-do-as antes que chegue a catstrofe final.

    Desafortunadamente chegou a hora da grande apostasia anunciada por todos os profetas e nenhum ser humano se atreveria a pronunciar-se contra o ANTICRISTO.

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    Captulo XO EU PSICOLGICO

    Esta questo do mim mesmo, o que eu sou, isso que pensa, sente e atua, algo que devemos autoexplorar para conhecer profundamente.

    Existem por todas as partes muito lindas teorias que atraem e fas-cinam; mas de nada serviria tudo isso se no nos conhecssemos a ns mesmos.

    fascinante estudar astronomia ou distrair-se um pouco lendo obras srias, no entanto, irnico converter-se em um erudito e no saber nada sobre si mesmo, sobre o eu sou, sobre a personalidade humana que possu-mos.

    Cada qual muito livre para pensar o que quiser e a razo subjetiva do animal intelectual equivocadamente chamado homem d para tudo, o mesmo pode fazer de uma pulga um cavalo que de um cavalo uma pulga; so muitos os intelectuais que vivem julgando com o racionalismo. E de-pois de tudo o qu?

    Ser erudito no significa ser sbio. Os ignorantes ilustrados abun-dam como a erva daninha e no somente no sabem, mas, alm disso, nem sequer sabem que no sabem.

    Entenda-se por ignorantes ilustrados os sabiches que acreditam que sabem e nem sequer conhecem a si mesmos.

    Poderamos teorizar lindamente sobre o eu da Psicologia, mas no isso precisamente o que nos interessa neste captulo.

    Precisamos conhecer a ns mesmos por via direta sem o processo deprimente da opo.

    De modo algum isto seria possvel sem nos auto-observar em ao de instante em instante, de momento em momento.

    No se trata de vermos atravs de alguma teoria ou de uma simples especulao intelectual.

    Vermos diretamente tal qual somos o interessante; somente assim poderemos chegar ao conhecimento verdadeiro de ns mesmos.

    Embora parea incrvel ns estamos equivocados com respeito a ns mesmos.

    Muitas coisas que acreditamos no ter, temos, e muitas que acredita-mos ter, no temos.

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    Formamos falsos conceitos sobre ns mesmos e devemos fazer um inventrio para saber o que nos sobra e o que nos falta.

    Supomos que temos tais ou quais qualidades que na verdade no temos e muitas virtudes que possumos certamente as ignoramos.

    Somos pessoas adormecidas, inconscientes e isso o mais grave. In-felizmente pensamos de ns mesmos o melhor e nem sequer suspeitamos que estamos adormecidos.

    As sagradas escrituras insistem na necessidade de despertar, mas no explicam o sistema para conseguir esse despertar.

    O pior do caso que so muitos os que leram as sagradas escrituras e nem sequer entendem que esto adormecidos.

    Todo mundo acredita que conhece a si mesmo e nem remotamente suspeitam que existe a doutrina dos muitos.

    Realmente o eu psicolgico de cada um mltiplo, ocorre sempre com muitos. Com isto queremos dizer que temos muitos eus e no um s, como supem sempre os ignorantes ilustrados.

    Negar a doutrina dos muitos fazer-se de tonto a si mesmo, pois, de fato, seria o cmulo dos cmulos ignorar as contradies ntimas que cada um de ns possui.

    Vou ler um jornal, disse o eu do intelecto; ao diabo com tal leitura, exclama o eu do movimento; prefiro fazer um passeio de bicicleta. Que pas-seio que nada! Grita um terceiro em discrdia; prefiro comer, tenho fome.

    Se pudssemos nos ver em um espelho de corpo inteiro, como so-mos, descobriramos por ns mesmos de forma direta a doutrina dos mui-tos.

    A personalidade humana to somente uma marionete controlada por fios invisveis.

    O eu que hoje jura amor eterno pela Gnosis, mais tarde deslocado por outro eu que nada tem a ver com o juramento: ento o sujeito retira-se.

    O eu que hoje jura amor eterno a uma mulher mais tarde deslocado por outro que nada tem a ver com esse juramento, ento o sujeito se apai-xona por outra e o castelo de naipes se vai ao cho.

    O animal intelectual equivocadamente chamado homem como uma casa cheia de muita gente.

    No existe ordem nem concordncia alguma entre os mltiplos eus, todos eles disputam entre si e disputam a supremacia. Quando algum deles

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    consegue o controle dos centros capitais da mquina orgnica, sente-se o nico, o amo, mas no final derrotado.

    Considerando as coisas a partir deste ponto de vista, chegamos concluso lgica de que o mamfero intelectual no tem verdadeiro sentido de responsabilidade moral.

    Inquestionavelmente o que a mquina diga ou faa em um dado momento, depende exclusivamente do tipo de eu que nesses instantes a controle.

    Dizem que Jesus de Nazar tirou do corpo de Maria Madalena sete demnios, sete eus, viva personificao dos sete pecados capitais.

    Obviamente cada um destes sete demnios cabea de legio, por-tanto devemos assegurar como corolrio que o Cristo ntimo pde expulsar do corpo da Madalena milhares de eus.

    Refletindo sobre todas essas coisas podemos inferir claramente que o nico de digno que ns possumos em nosso interior a ESSNCIA, desafortunadamente a mesma encontra-se concentrada entre todos esses mltiplos eus da Psicologia revolucionria.

    lamentvel que a essncia se processe sempre em virtude de seu prprio engarrafamento.

    Inquestionavelmente a essncia ou conscincia que o mesmo, dor-me profundamente.

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    Captulo XIAS TREVAS

    Um dos problemas mais difceis de nossa poca certamente vem a ser o intrincado labirinto das teorias.

    Inquestionavelmente, nestes tempos multiplicaram-se exorbitante-mente por aqui, por l e acol as escolas pseudoesoteristas e pseudo-ocul-tistas.

    A mercadoria de almas, de livros e teorias pavorosa, raro aquele que entre a teia de aranha de tantas ideias contraditrias, consiga, de verda-de, encontrar o caminho secreto.

    O mais grave de tudo a fascinao intelectual; existe a tendncia a nutrir-se estritamente de forma intelectual com tudo o que chega mente.

    Os vagabundos do intelecto j no se contentam com toda essa livra-ria subjetiva e de tipo geral que abunda nos mercados de livros, mas, que agora, e para o cmulo dos cmulos, tambm devoram e tm indigesto com o pseudoesoterismo e pseudo-ocultismo barato que abunda por todas as partes como a erva daninha.

    O resultado de todos estes jarges a confuso e desorientao ma-nifesta dos patifes do intelecto.

    Constantemente recebo cartas e livros de toda espcie; os remetentes como sempre interrogando-me sobre esta ou aquela escola, sobre tal ou qual livro, eu me limito a responder o seguinte: Deixe voc a ociosidade mental; voc no tem porque importar-se com a vida alheia, desintegre o eu animal da curiosidade, a Voc no deve lhe importar as escolas alheias, torne-se srio, conhea-se a si mesmo, estude-se a si mesmo, observe a si mesmo, etc., etc., etc.

    Realmente o importante conhecer-se a si mesmo profundamente em todos os nveis da mente.

    As trevas so a inconscincia; a luz a conscincia; devemos per-mitir que a luz penetre em nossas trevas; obviamente a luz tem poder para vencer as trevas.

    Desgraadamente as pessoas encontram-se autoencerradas dentro do ambiente ftido e imundo de sua prpria mente, adorando seu querido Ego.

    As pessoas no querem se dar conta de que no so donas de sua

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    prpria vida, certamente, cada pessoa controlada desde dentro por mui-tas outras pessoas, quero me referir de forma enftica, a toda essa multipli-cidade de eus que levamos dentro.

    Ostensivamente, cada um desses eus coloca em nossa mente o que devemos pensar, em nossa boca o que devemos dizer, no corao o que devemos sentir, etc.

    Nestas condies a personalidade humana no mais que um rob governado por diferentes pessoas que disputam a supremacia e que aspi-ram ao supremo controle dos centros capitais da mquina orgnica.

    Em nome da verdade, temos que afirmar solenemente que o pobre animal intelectual, equivocadamente chamado homem, embora se acredite muito equilibrado vive em um desequilbrio psicolgico completo.

    O mamfero intelectual de modo algum unilateral, se o fosse seria equilibrado.

    O animal intelectual desgraadamente multilateral e isso de-monstrado at a saciedade.

    Como poderia ser equilibrado o humanoide racional? Para que exis-ta perfeito equilbrio necessita-se da conscincia desperta.

    Somente a luz da conscincia, dirigida no dos ngulos, mas de for-ma plena, central, sobre ns mesmos, pode acabar com os contrastes, com as contradies psicolgicas e estabelecer em ns o verdadeiro equilbrio interior.

    Se dissolvemos todo esse conjunto de eus que levamos em nosso in-terior, vem o despertar da conscincia e como sequncia ou corolrio o equilbrio verdadeiro de nossa prpria psique.

    Desafortunadamente as pessoas no querem se dar conta da incons-cincia em que vivem; dormem profundamente.

    Se as pessoas estivessem despertas, cada qual sentiria a seus prxi-mos em si mesmos.

    Se as pessoas estivessem despertas, nossos prximos nos sentiriam em seu interior.

    Ento obviamente as guerras no existiriam e a terra inteira seria na verdade um paraso.

    A luz da conscincia, nos dando verdadeiro equilbrio psicolgico, vem para estabelecer cada coisa em seu lugar, e o que antes entrava em conflito ntimo conosco, de fato fica em seu lugar adequado.

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    tal a inconscincia das multides que nem sequer so capazes de encontrar a relao existente entre luz e conscincia.

    Inquestionavelmente luz e conscincia so dois aspectos do mesmo; onde h luz h conscincia.

    A inconscincia trevas e estas ltimas existem em nosso interior.Somente mediante a auto-observao psicolgica permitimos que a

    luz penetre em nossas prprias trevas.A luz veio s trevas, mas as trevas no a compreenderam.

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    CAPTULO XIIAS TRS MENTES

    Existem por todas as partes muitos patifes do intelecto sem orienta-o positiva e envenenados pelo asqueroso ceticismo.

    Certamente o repugnante veneno do ceticismo contagiou as mentes humanas de forma alarmante desde o sculo XVIII.

    Antes daquele sculo a famosa ilha Nontraba ou Encoberta, situada em frente s costas da Espanha, tornava-se visvel e tangvel constantemen-te.

    No h dvida de que tal ilha se encontra localizada dentro da quarta vertical. Muitas so as anedotas relacionadas com essa ilha misteriosa.

    Depois do sculo XVIII a citada ilha perdeu-se na eternidade, nin-gum sabe nada sobre a mesma.

    Na poca do Rei Artur e dos cavaleiros da tvola redonda, os ele-mentais da natureza manifestavam-se por todas as partes, penetrando pro-fundamente dentro de nossa atmosfera fsica.

    So muitos os relatos sobre duendes, gnios e fadas que ainda abun-dam na verde Erim, Irlanda; infelizmente, todas estas coisas inocentes, toda esta beleza da alma do mundo, j no so percebidas pela humanidade de-vido s sabichonices dos patifes do intelecto e ao desenvolvimento desme-surado do Ego animal.

    Hoje em dia os sabiches riem de todas estas coisas, no as aceitam embora no fundo nem remotamente tenham conseguido a felicidade.

    Se as pessoas entendessem que temos trs mentes, as coisas seriam diferentes, possivelmente at se interessariam mais por estes estudos.

    Infelizmente os ignorantes ilustrados, metidos no recanto de suas di-fceis erudies, nem sequer tm tempo para ocupar-se de nossos estudos seriamente.

    Essas pobres pessoas so autossuficientes, encontram-se vaidosas com o vo intelectualismo, pensam que vo pelo caminho reto e nem re-motamente supem que encontram-se metidas em um beco sem sada.

    Em nome da verdade devemos dizer que em sntese, temos trs men-tes.

    A primeira, podemos e devemos cham-la de Mente Sensual, a se-gunda a batizaremos com o nome de Mente Intermediria e a terceira a

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    chamaremos Mente Interior.Vamos agora estudar cada uma destas trs Mentes em separado e de

    forma criteriosa.Inquestionavelmente a Mente Sensual elabora seus conceitos de con-

    tedo mediante as percepes sensoriais externas.Nestas condies a Mente Sensual terrivelmente grosseira e mate-

    rialista, no pode aceitar nada que no tenha sido demonstrado fisicamen-te.

    Como queira que os conceitos de contedo da Mente Sensual tm como fundamento os dados sensoriais externos, inquestionavelmente nada pode saber sobre o real, a verdade, os mistrios da vida e da morte, sobre a alma e o esprito, etc.

    Para os patifes do intelecto, presos totalmente pelos sentidos exter-nos e engarrafados entre os conceitos de contedo da mente sensual, nos-sos estudos esotricos so loucura.

    Dentro da razo, da no razo, no mundo do descabelado, eles tm razo devido a estarem condicionados pelo mundo sensorial externo. Como a Mente Sensual poderia aceitar algo que no seja sensual?

    Se os dados dos sentidos servem de mola secreta para todas as fun-cionalidades da Mente Sensual, obvio que estes ltimos tm que originar conceitos sensuais.

    Mente Intermediria diferente, no entanto, tampouco sabe nada de forma direta sobre o real, limita-se a acreditar e isso tudo.

    Na Mente Intermediria esto as crenas religiosas, os dogmas in-quebrantveis, etc.

    Mente Interior fundamental para a experincia direta da verdade.Inquestionavelmente a Mente Interior elabora seus conceitos de con-

    tedo com os dados fornecidos pela conscincia superlativa do Ser. Inquestionavelmente a conscincia pode vivenciar e experimentar o

    real. No h dvida de que a conscincia sabe de verdade.No entanto, para a manifestao da conscincia necessrio um me-

    diador, de um instrumento de ao e este em si mesmo a Mente Interior.A conscincia conhece diretamente a realidade de cada fenmeno

    natural e mediante a Mente Interior pode manifest-la.Abrir a Mente Interior seria o mais indicado a fim de sair do mundo

    das dvidas e da ignorncia.

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    Isto significa que somente abrindo a Mente Interior nasce a f autn-tica no ser humano.

    Vista esta questo de outro ngulo, diremos que o ceticismo mate-rialista a caracterstica peculiar da ignorncia. No h dvida de que os ignorantes ilustrados so cem por cento cticos.

    A f percepo direta do real; sabedoria fundamental; vivncia dis-so que est muito alm do corpo, dos afetos e da mente.

    Distinga-se entre f e crena. As crenas encontram-se depositadas na Mente Intermediria, a f caracterstica da Mente Interior.

    Infelizmente existe sempre a tendncia geral de confundir a crena com a f. Embora parea paradoxo enfatizaremos o seguinte: AQUELE QUE TEM F VERDADEIRA NO NECESSITA ACREDITAR.

    que a f autntica sapincia vivida, cognio exata, experincia direta. Acontece que durante muitos sculos confundiu-se a f com a cren-a e agora custa muito trabalho fazer com que as pessoas compreendam que a f sabedoria verdadeira e nunca vs crenas.

    As funcionalidades sapientes da mente interior, tm como molas n-timas, todos esses dados formidveis da sabedoria contida na conscincia.

    Quem abriu a Mente Interior recorda suas vidas anteriores, conhece os mistrios da vida e da morte, no pelo que tenha lido ou deixado de ler, no pelo que outro tenha dito ou deixado de dizer, no pelo que tenha acreditado ou deixado de acreditar, mas por experincia direta, vivida, ter-rivelmente real.

    Isto que estamos dizendo no gosta a mente sensual, no pode aceit-lo porque sai de seus domnios, nada tem a ver com as percepes sensoriais externas, algo alheio a seus conceitos de contedo, ao que lhe ensinaram na escola, ao que aprendeu em diferentes livros, etc., etc., etc.

    Isto que estamos dizendo tampouco aceito pela Mente Intermedi-ria porque de fato contraria suas crenas, desvirtua o que seus preceitos religiosos lhe fizeram aprender de memria, etc.

    Jesus, o Grande Kabir, adverte seus discpulos dizendo-lhes: Cuidai--vos da levedura dos saduceus e da levedura dos fariseus.

    ostensivo que Jesus, O Cristo, com esta advertncia referiu-se s doutrinas dos materialistas saduceus e dos hipcritas fariseus.

    A doutrina dos saduceus est na Mente Sensual, a doutrina dos cinco sentidos.

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    A doutrina dos fariseus est localizada na Mente Intermediria, isto irrefutvel, irrebatvel.

    evidente que os fariseus concorrem a seus ritos para que se diga deles que so boas pessoas, para aparentar ante os demais, mas nunca tra-balham sobre si mesmos.

    No seria possvel abrir a Mente Interior sem que aprendssemos a pensar psicologicamente.

    Inquestionavelmente quando algum comea a observar a si mesmo sinal de que comeou a pensar psicologicamente.

    Enquanto a pessoa no admita a realidade de sua prpria Psicologia e a possibilidade de mud-la fundamentalmente, inquestionavelmente no sente a necessidade da auto-observao psicolgica.

    Quando algum aceita a doutrina dos muitos e compreende a ne-cessidade de eliminar os diferentes eus que carrega em sua psique com o propsito de liberar a conscincia, a essncia, inquestionavelmente de fato e por direito prprio, inicia a auto-observao psicolgica.

    Obviamente a eliminao dos elementos indesejveis que em nossa psique carregamos origina a abertura da Mente Interior.

    Isto tudo significa que a citada abertura algo que se realiza de for-ma gradual, medida que vamos aniquilando elementos indesejveis que levamos em nossa psique.

    Quem tiver eliminado os elementos indesejveis em seu interior em cem por cento, obviamente tambm ter aberto sua mente interior em cem por cento.

    Uma pessoa assim possuir a f absoluta. Agora compreendereis as palavras do Cristo quando disse: Se tivsseis f