A Guerra Civil Na FrançA_Karl Marx

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Karl Marx A GUERRA CIVIL NA FRANÇA

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Karl Marx

A GUERRA CIVIL NA FRANÇA

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CONTEXTO DA GUERRA CIVIL

Guerra franco-prussiana – Marx dizia que era uma guerra da conquista. Também marcou a queda de Napoleão III e do sistema monárquico na França, com o fim do Segundo Império e sua substituição pela Terceira República Francesa.

  Logo após a Guerra Franco-Prussiana (1870), com a derrota

francesa e a proclamação da Terceira República, em 1871, o burguês Adolphe Thiers havia assumido o poder na França, assinando rapidamente um acordo de paz com o chanceler prussiano, Bismarck.

A classe operária não concordou com o contrato firmado entre Thiers e Bismarck e revoltou-se contra o governo francês.

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As primeiras formulações de Marx a respeito do processo político que desembocou na Comuna de Paris foram a primeira e a segunda mensagens do Conselho Geral da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) sobre a guerra franco-prussiana.

Marx começa a primeira mensagem denunciando a perseguição promovida pelo governo de Louis Napoleão às seções francesas da AIT por estas posicionarem-se contra o plebiscito convocado pelo governo como uma manobra para legitimá-lo e disfarçar sua crise interna.

Condena a Guerra Franco-Prussiana recém iniciada como uma guerra meramente dinástica, uma guerra entre monarquias bonapartistas, não entre as nações francesa e alemã, cada qual interessada em fortalecer-se politicamente à custa de uma guerra “nacional”.

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Em contraposição à postura beligerante dos governos Marx ressalta a posição internacionalista do proletariado alemão, que defendia uma paz honrosa com a França, criticava a perspectiva de anexação da Alsácia e da Lorena e exigia o reconhecimento da república francesa.

Entre a segunda mensagem do Conselho Geral da AIT e a terceira, denominada A Guerra Civil na França ocorreram as situações que Marx mais temia: a Alsácia e a Lorena foram anexadas pela Prússia, desmembrando o território francês; o Império Alemão foi proclamado sob a égide da Prússia e do bonapartismo bismarckiano; o acordo de paz entre o governo republicano e Bismarck foi baseado na hostilidade brutal à classe operária e a guerra civil entre o operariado parisiense rebelado e o governo republicano eclodiu com os prussianos às portas de Paris.

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Neste período Marx redigiu dois rascunhos de redação: No primeiro, Marx analisa detalhadamente a evolução

dos acontecimentos, apresentando os documentos que utilizou em sua análise (informes jornalísticos, manifestos, decretos e medidas editados tanto pelo governo republicano e a assembleia legislativa quanto pela Comuna e a Guarda Nacional de Paris), conceituando tanto a Comuna quanto o governo republicano e seus respectivos vínculos sociais.

O segundo rascunho é mais resumido, complementando o primeiro em termos de informações e sintetizando alguns pontos.

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A terceira mensagem é uma síntese dos dois rascunhos de redação, privilegiando os dados e fatos mais importantes, apresentando de forma sucinta as elaborações teóricas anteriormente desenvolvidas e defendendo as posições da Comuna e da AIT diante da ofensiva contra-revolucionária e da campanha de difamação veiculada pela imprensa.

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“A comuna tornou realidade o lema das revoluções burguesas – o governo barato – ao destruir as duas maiores fontes de gastos: o exército permanente e o funcionalismo estatal. Sua própria existência pressupunha a inexistência da monarquia [...]” (p. 59)

“Com o trabalho emancipado, todo homem se converte em trabalhador e o trabalho produtivo deixa de ser um atributo de classe”. (P. 59)

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A capitulação oficial de Paris foi conduzida por Thiers em fevereiro de 1971. Entretanto, a população de Paris recusou-se a depor as armas. Havia diferenças políticas entre a capital e as províncias. Durante a guerra, as províncias francesas elegeram para a Assembleia Nacional Francesa deputados monarquistas (os “Rurais”), bancada  francamente favorável à capitulação ante a Prússia. A população de Paris, no entanto, opunha-se a essa política. Marx lembra que as províncias sofriam com a desinformação provocada pela burguesia francesa, que impedia qualquer forma de comunicação entre as províncias e a Comuna, além de todas as mentiras reinteradas a respeito a república social de paris.

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LOUIS ADOLPHE THIERS

Foi escolhido pela Assembleia Nacional como chefe do ministério da Assembleia e escolheu a si mesmo como chefe do poder Executivo na França.

Articulador de falsas promessas e acordos, muitas vezes se mostrava como defensor da república do povo, mas com reais interesses de classe.

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Louis Thiers, político experiente, sistematicamente ironizado por Marx, foi elevado à chefia do gabinete conservador com a queda do Segundo Império. Tentou esmagar os insurretos parisienses. Estes, porém, com o apoio da Guarda Nacional e de combatentes que se recusavam a atirar em crianças e mulheres, derrotaram as forças legalistas, obrigando os membros do governo a abandonar Paris e dirigir sua política desde Versalhes. Segundo Marx, toda a escória da sociedade parisiense, ou seja, sua parcela improdutiva, fugiu junto com a burguesia.

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Dessa maneira, os revolucionários parisienses substituíram o governo republicano, assumiram o poder e instalaram a chamada Comuna de Paris.

Com a instalação da Comuna na França, pela primeira vez na história os trabalhadores tiveram acesso ao poder.

O movimento revolucionário promoveu a separação entre o Estado e a Igreja (Estado laico). Além disso, a cidade de Paris foi administrada pelos funcionários, isto é, trabalhadores eram eleitos para o cargo e a organização das fábricas ficou sob responsabilidade dos operários. Portanto, a Comuna se caracterizou por ser um movimento autogestionário, ou seja, as administrações e as organizações eram realizadas pelos próprios trabalhadores, escolhidos por votação.

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A COMUNA NÃO É UM AUTOGOVERNO “Não é a autodeterminação das

cidades por vereadores empanturrados de sopa de tartaruga, conselhos paroquiais corrompidos e ferozes inspetores de workhouses. Não é autoadministração dos municípios por grandes fazendeiros, ricaços e cabeças ocas. [...] Ela é o povo agindo para si mesmo, por si mesmo”. (p. 108)

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MEDIDAS TOMADAS PELA COMUNA Controle de preços de gêneros alimentícios;

Ampliação dos prazos para o pagamento dos aluguéis;  Fixação de remuneração mínima dos salários dos trabalhadores;  Medidas voltadas para a melhoria nas condições de trabalho e de habitação popular;  Adoção de medidas de proteção contra o desemprego;  Criação do Estado Laico, através da separação entre Estado e Igreja;  Administração das fábricas da cidade feita pelos operários (autogestão);  Administração do governo municipal de Paris feita pelos próprios funcionários públicos

(autogestão);  Estabelecimento de ensino gratuito para todos.

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A Comuna não foi uma revolução contra determinadas formas estatais, mas contra o Estado.

No dia 21 de maio, as tropas de Versalhes entram em Paris: “Os prussianos, que detinham os fortes do norte e do leste, permitem o avanço das tropas versalhesas através da região norte da cidade [...] Ao longo dos próximos oito dias, dezenas de milhares de communnards e trabalhadores (inlusive mulheres e crianças) são sumariamente executados (os números chegam a 30 mil), 38 mil são presos e 7 mil deportados”. (p. 226)

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Em 29 de maio, o forte de Vincennes é capitulado determinando, então, o fim da comuna. A partir daí, iniciam-se processos, execuções e deportações de prisioneiros communards. (p. 227)

A comuna é considerada por muitos como a primeira experiência de governo da classe operária. Resultado da luta de classes francesa e internacional contra a burguesia

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MARX, Karl. A Guerra Civil na França; seleção de textos, tradução e notas Rubens Enderle; [apresentação de Antonio Rago Filho] - São Paulo: Boitempo, 2011.