A hegemonia socialista comunista o pacto entre o Foro de São Paulo e o Diálogo Interamericano
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A hegemonia SOCIALISTA-COMUNISTA: o
pacto entre o Foro de São Paulo e o Diálogo Interamericano.
Material para estudo. Bruno Braga.
Em Princeton - Janeiro de 1993 -, Lula e Fernando Henrique Cardoso firmaram um PACTO. Lula representava o Foro de São Paulo,
organização que fundou em parceria com Fidel Castro para fomentar o SOCIALISMO-COMUNISMO na América Latina; FHC respondia pelo
Diálogo Interamericano, grupo ligado ao Partido Democrata norte-
americano e marcado pelo socialismo fabiano.
O objetivo era estabelecer uma estratégia que pudesse pavimentar o
projeto de poder da esquerda latino-americana - e que pudesse se sustentar com a derrocada da União Soviética (URSS). Entre os os
termos do acordo constavam:
. A participação de revolucionários guerrilheiros nas eleições;
. O controle populacional, promovido com esterilizações, o estímulo de uniões homossexuais e a legalização do ABORTO;
. O enfraquecimento da Igreja Católica para previnir reações contrárias aos projetos estabelecidos. Um dos mecanismos utilizados
para este fim foi a Teologia da Libertação - um simulacro de teologia forjado para perverter a fé e politizá-la, para parasitar a Igreja
Católica e ardilosamente instrumentalizá-la em favor das ambições revolucionárias;
. O enfraquecimento das Forças Armadas;
O artigo reproduzido abaixo reconstrói a história deste PACTO que repercutiu diretamente, não só no cenário político nacional - para a
construção de uma atual "democracia das esquerdas" -, mas contribuiu para produzir um ambiente cultural que alimenta e
fortalece este nefasto e ambicioso projeto de poder, uma hegemonia SOCIALISTA-COMUNISTA.
***
Foro de São Paulo e Diálogo Interamericano: pacto firmado
em 1993.
José Carlos Graça Wagner.
Fonte. Mídia Sem Máscara, 24 de Junho de 2005.
[http://www.midiasemmascara.org/arquivos/4161-foro-de-sao-
paulo-e-dialogo-interamericano-pacto-firmado-em-1993.html].
Os contatos entre o Foro de São Paulo e o Diálogo Interamericano ajudariam a entender a enorme falta de ação da oposição aos
desmandos do governo petista?
8 de setembro de 2001
Senhor congressista:
Trata-se aqui de mensagem de cidadão. Por isso, este documento,
pela via de E.Mail, está sendo enviado, hoje, para todos os senadores e deputados, sem quaisquer restrições, inclusive os do PT, que
poderão se considerar atingidos pelas denúncias, mas tem o dever de esclarecê-las, para o que coloco, à disposição, toda a documentação
que tenho em meu poder e o compromisso de indicar as testemunhas que confirmarão o que abaixo está descrito. Pela matéria envolvida,
desejo dar ao presente documento o caráter de requerimento dirigido ã Mesa do Congresso, para que, pela gravidade dos fatos, tome as
providências que achar adequadas ou assuma a responsabilidade de
nada fazer, por motivos de conveniência.
Permita-me, assim, tomar o seu tempo, se houver disposição de sua
parte, mas, como tal, me sinto na obrigação de transmitir o que me chegou ao conhecimento, por pesquisa e por informação de terceiros
que chegaram a viver os fatos, para que, cada um, em sua consciência, faça o que julgar do seu dever.
Não pretendo fazer nenhum tipo de carnaval político sobre a matéria, até porque vai longe o tempo de minha militância política. Por outro
lado, a minha avaliação sobre tais documentos, ainda que impossível evitar algum tipo de conclusões mais pessoais, não se baseiam em
meras hipóteses.
Estou em Miami, por razões de saúde, pelo menos por um período de
40 dias. Tive um problema, bastante comum entre as pessoas, de qualquer idade, que, todavia, exige a prudência de exames
cardiológicos ou talvez uma intervenção, sem, antes disso, assumir o risco de uma viagem de avião mais longa, segundo as opiniões
médicas. Por isso adoto a presente via de comunicação, sem qualquer
anonimato.
Mas quero deixar claro porque o faço e na base de que convicções,
para que não se julgue que estou procurando ser autor de novelas ou historietas. Deixo também claro que, com 14 anos, me posicionei
contra a ditadura do Estado Novo, tendo participado da manifestação
do Largo de São Francisco, contra a ditadura, embora secundarista, quando houve a reação armada da chamada Polícia Especial ou
boinas vermelhas, com mortos e feridos, em 1943. Por isso, quando a
ditadura caiu, me filiei a UDN, só deixando a política em virtude do fechamento dos partidos, pelo AI-2, quando foram criados os
arremedos de partido da Arena e MDB. Minha posição sempre foi de centro, de tal modo que, o que vem a seguir, não é movido por
nenhuma intenção de qualquer anti-isso ou anti-aquilo para impressionar a gregos e troianos.
Meu anti-marxismo, mais do que anti-comunismo, decorre de minha condição de católico, que procurou conhecer a essência do
pensamento de Marx, que não era, como se julga, provocada pela questão social, mas religiosa.
Entendia que o homem, ao colocar Deus como autor de sua existência, abria mão de sua natureza materialista, que, para ele, era
materialista, como tudo que existe no mundo. Ao atribuir o seu ser, e o seu fim último, a Deus, estava renunciando a si mesmo. O
marxismo, antes de tudo, é uma negação radical de Deus e, portanto,
dos valores da moral natural inerente ao homem. O marxismo vai além do ateísmo, pois considera que negar a Deus é insuficiente.
Negar, para Marx, ainda é uma forma de afirmar, porque exige a defesa da Sua não existência e, para isso, é necessário pensar nela,
para rebatê-la.
Para Marx, o homem novo, concebido em sua filosofia, sequer
cogitaria da existência ou não de Deus. Simplesmente, nesse mundo de Marx, nem sequer existiria a idéia de Deus. O Comunismo, como
instrumento do marxismo, ainda teria, para construir o mundo novo, de conseguir o desaparecimento da idéia de Deus.
Para mim, desde jovem, formado pelos irmãos maristas de Santos, na mesma classe que Mário Covas, o meu anti-comunismo não era
para defesa de privilégios de natureza econômica ou social, ainda que eles existam longe do conceito de justiça inerente ao catolicismo,
mas, pelo contrário, decorria da própria necessidade de defender a
doutrina católica, na qual Deus é o Criador e Redentor de todos os homens, sem qualquer distinção, inclusive do terrorista que se
arrepende sinceramente e busca reparar o dano feito, e, portanto, sem quaisquer exclusões. Todos estão salvos, pela espontânea
crucificação de Jesus Cristo, mas o homem tem a triste liberdade de se excluir da salvação. Tal como Judas, por aqueles que crêem na
Revelação contida nos Evangelhos.
Esta colocação, apesar de parecer impertinente, é necessária para
evitar a acusação costumeira de que, quem pensa assim, é porque
defende a exploração do homem pelo homem, quando não há maior
exploração dessa natureza do que pelos regimes totalitários, que exploram a vontade humana, pela exclusão da liberdade de pensar e
de fazer. Para esses, os católicos deveriam também Fazer o Grito dos
Excluídos, como também de fazer o Grito dos Excluídos, da vida, pelo aborto.
Sempre imaginei, permita-me dizê-lo, que o ser humano é como uma mesa de quatro pés, no sentido comum da vida, sem levar em conta
as distorções, queridas ou não ( por isso, entendo que são quatro pés e não quatro patas). O primeiro pé se refere à família, que é onde
surge a pessoa que somos, desde o momento da concepção, na qual já recebemos a alma que Deus nos dá, com a vocação que lhe é
inerente. É, na família, onde, com o nascimento, tomamos consciência, pouco a pouco, de nossa existência e dos que foram
responsáveis diretos por ela e pelos valores que ela comporta, queiramos ou não aceitá-los.
O segundo pé, diretamente vinculado ao dom da liberdade, que é a razão de ser da dignidade e da responsabilidade de cada ser humano,
e que vem logo a seguir ao dom da vida, que podem ou não, ser bem
ou mau usados, com as naturais conseqüências do caminho que se segue, com eventual desequilíbrio da vida e de seu fim último. É a
religião. No meu caso, sou católico, apostólico, romano e papista. Para mim, a atual atuação de certos círculos que se denominam
católicos, advindos da Teologia da Libertação, que nada mais é do que a tentativa de levar o marxismo para dentro da doutrina de
sempre da Igreja, com maior ou menor consciência disso, tende a configurar tais grupos, independente das funções que exercem na
hierarquia, mais como um partido político ou um apêndice de um determinado movimento.
É um direito de qualquer um, atuar politicamente, mas, em certos casos, deve, para fazê-lo, deixar atividades que lhe são
incompatíveis, como a de ministro da doutrina cristã, quando, como agora, passa a ter um caráter partidarista, sob a capa do social,
ainda que o problema social exista, decorrente do pecado original,
que gera o egoísmo, além da inveja e ódio.
Como de hábito, em qualquer setor da vida brasileira, os audaciosos
fazem o que querem e os outros, sob a alegação de evitar conflitos, acostumados ao jogo das influências no poder de qualquer natureza,
optam pela omissão.
O terceiro pé, é a tomada de consciência de que não somos isolados
dentro de uma família, mas vivemos junto com muitos outros seres humanos, ou seja, com a sociedade, e, por isso, somos, também,
cidadãos. Nessa sociedade, devemos encontrar o ambiente destinado,
ainda que não consumado, em que devemos encontrar os momentos
e as circunstâncias para realizar os talentos recebidos e ser útil ao Bem Comum. É também elemento fundamental da liberdade humana.
O quarto pé é a profissão, ou seja, o trabalho humano, que é
necessário para formar e sustentar uma família e ser útil a si, à família e à sociedade. Ser, afinal, útil `concretização do Plano de
Deus a respeito a cada um de nós, sem exceção de ninguém, nem dos que tem a enorme tarefa de conduzir o povo de Deus para o seu
fim último.
Permita-me dizer, senhor Congressista, sobre os comentários acima,
que, desde cedo, com cerca de oito anos, com a guerra mundial e com a ditadura do Estado Novo, senti-me engajado, por dentro e por
fora, na importância de cada ser humano, a assumir a responsabilidade de pré-cidadão, de quem vê, na sociedade, o
ambiente natural da busca da Justiça. Talvez por isso vim a ser advogado. Por isso, este foi o quarto pé para mim, ou seja, a minha
profissão, onde somos, qualquer que ela seja, úteis a nós, à família e à sociedade, conforme a encararmos com pleno sentido de
responsabilidade, e sem a qual somos marginalizados, por nossa
culpa, ou pela má estruturação da sociedade, da própria razão humana de viver, pois o homem foi feito para trabalhar como a ave
para voar.
Como desejo, como cidadão que se preza, antes de tudo, a verdade,
porque ela é o caminho e a vida, não posso deixar de registrar que, depois de 50 anos de profissão, o quarto pé da vida humana, por
razões que serão expostas num capítulo próprio (sei que lhe estou sugerindo muito trabalho de leitura, mas um parlamentar, que tem a
noção claro do momento que vive o país e o mundo, às vésperas de uma terceira guerra mundial, com a característica de terrorismo
infiltrado em todas as nações), sofri e venho sofrendo de empresas estrangeiras, uma delas ligada a um laboratório nacional que vem
sendo apontado como fraudador, inclusive do período de validade de seus produtos, revelando um precário quadro da advocacia e da
Justiça, mesmo depois de CPIs, que não chegaram ao fundo da
questão.
Mas não quero esconder nada que sirva para que os que participam
desses movimentos estratégicos, a que me refiro no título do presente trabalho, à revelia do conhecimento do povo, reservados os
fatos apenas a alguns dirigentes da oposição e do governo, pois ambos fazem parte dos referidos movimentos, de tal modo serão
detalhados em capítulo próprio, tornando-se claro que não são poucos os advogados que estão sendo submetidos a esse tratamento
desmoralizante de um grupo de empresas, sem maior vínculo com a vida e o futuro do país, senão na busca do lucro que pretendem, sem
que a OAB defenda os advogados, mais preocupada em ser uma OAB
de passeatas...e de ocupação de posições em clubes esportivos...
Desde bem cedo, desculpe-me a afirmativa, vivo essas quatro
realidades, e as considero, todas, essenciais, ao equilíbrio da vida e
da sociedade onde se vive, com ou sem globalização, que não é necessariamente econômica, mas que decorre do fato de sermos, no
conjunto de todos os homens, a humanidade. De um modo ou de outro, sempre somos globalizados, porque não há nada que alguém
faça que não se transmita, como uma pedra no lago, até o final das suas margens, delimitada pela humanidade.
Daí, entender que devo tecer as considerações abaixo, às quais se seguirão os capítulos concernentes a cada episódio, para que cada
um avalie como queira e faça o que queira.
O COMEÇO
O passado tem a natureza de ensinamento; o presente, serve de base de lançamento do futuro e, este, ainda que desconhecido em
cada momento da vida, se destina a construir a vida e a sociedade, a partir das circunstâncias que encontramos e dos talentos que
possuímos. Somos atores e autores da nossa vida. Parte do "script" é
de nossa autoria e parte de autoria dos demais. Depois dessas considerações, de tintura filosófica de uso comum, a descrição
sintética dos fatos, no que diz respeito ao tema, com algumas das razões que me levou a transmitir o que chegou ao meu
conhecimento, ou pela via da pesquisa ou porque foi enviado por aqueles que tomaram conhecimento da minhas pesquisas.
A DESCRIÇÃO
Em agosto de 93 estava, posto em sossego, em Miami, aguardando a
recuperação de um pequeno acidente sofrido por minha esposa. Para aproveitar o tempo, visitei a firma de um amigo cearense, já falecido,
que tinha lá, um estabelecimento complementar de sua fábrica de roupas. Não estava. Seu gerente, um cubano, cuja família apoiara
Castro, a ponto do avô, médico, ter arriscado a sua vida e a de toda a família, por ter organizado um hospital clandestino, em sua fazenda,
para os "revolucionários" de Fidel.
Tinha tido, depois da vitória de Castro, de sair de Cuba, com toda a
família, por ordem de Fidel, porque sua mãe, uma líder política
comunitária, tinha procurado a Comissão Militar encarregada do julgamento de militares acusados de apoiarem Batista, e protestado
contra a condenação dos mesmos ao "paredón", pois conhecia, a grande maioria, como militares profissionais, sem envolvimento
político.
Como tudo que Castro faz, até hoje, o silêncio dos políticos, da
América Latina e do Brasil, com exceção recente do presidente de El Salvador, que enfrentou Fidel na Cúpula das Américas, de igual para
igual, e continua a estar à disposição para enfrentá-lo, para o que der
e vier, sempre foi e é revelador do grave pecado da omissão, dos governantes mundiais e latinos. Essa atitude foi e é geral, apesar dos
pruridos que revelam em relação a qualquer violação aos direitos humanos, inclusive a ponto de até receberem medalhas...
Castro, num repente de gratidão, contrário ao seu estilo, apenas expulsou toda a família do gerente do meu cliente, ao invés de
mandá-la para a cadeia ou para o próprio "paredón", mas não sem antes exigir que todos, sem exceção, mesmo menores de idade,
pertencentes à família, assinassem a doação, de todos os seus bens, ao Estado cubano (ainda não haviam começado os confiscos
generalizados).
Casado, depois, com uma brasileira e falando português, pois esteve
no Brasil por algum tempo, esse gerente me afirmou, sem ter qualquer prova, mas apenas por ouvir dizer, que Lula tinha estado
em Havana, na semana anterior, onde fizera um Pacto de Ação
Continental com Fidel Castro. Isto teria ocorrido na última semana de julho de 93. Na época, tudo indicava que Lula ganharia as eleições de
94 (e eu não tinha conhecimento, ainda, do compromisso de FHC de apoiá-lo para presidente, assumido em Princeton, em inícios de 93).
Para mim, embora não fosse do meu agrado, aceitava a regra do jogo, que representaria a eleição de Lula, ainda que tivéssemos, a
meu ver, de passar por muitos problemas, tendo em vista o pensamento político dos que formavam o PT. A informação do
gerente, porém, mexeu com o pé da mesa relativa à cidadania, e com a veia de cidadão.
Uma coisa, para mim, era Lula presidente, pelo jogo político interno; outra, era ser eleito e atuar, na presidência, em Pacto político com
Fidel, que, quando advogado, ainda recentemente formado, havia simpatizado por achar que, de fato, desejava, com sua "revolução", a
liberdade dos cubanos, mas, logo depois, também me insurgi contra o "paredón", especialmente quando, a ele, também foi condenado,
apesar de ter apoiado Castro, o presidente da FEU, correspondente à
entidade brasileira UNE, onde eu havia militado, e da qual havíamos afastado o controle então exercido pelos comunistas, e seus aliados.
Na época, fiz uma publicação, em "O Estado de S. Paulo", pelo fato de Frei Josaphat não ter aceito publicar a minha carta, na qual, como
acionista do "Brasil Urgente", da ainda incipiente esquerda católica, ligada ao PDC, mas que havia conseguido induzir as equipes de casais
de Nossa Senhora, a subscrever o capital desse jornal interno, eu
tinha direito, assegurado pelos estatutos. Nele, eu exigia um pronunciamento, daquele órgão, contra o fuzilamento do presidente
da FEU, tendo, como resposta, apenas em carta, que também não foi
publicada na revista, como também era o compromisso que havia sido assumido, pelos seus empreendedores, com os acionistas.
A carta, que estava assinada pelo diretor Ruy do Espírito Santo, então do PDC, sustentava que, "o fuzilamento, por motivos políticos,
algumas vezes, era necessário." Publiquei esta resposta no jornal "O Estado", pois o Frei Josaphat, alter-ego de Frei Beto, que escreveu o
Paraíso Perdido, Nos Bastidores do Socialismo", (e que acabou sendo utilizado na armadilha contra Marighella), onde defende o regime de
Fidel, e todos os outros que se instalaram na AL, sob a alegação de "Teologia da Libertação", que de estudo de Deus (Teologia significa
"estudo de Deus") nada tem, mas, na realidade, como constata quem o ler, é pura defesa de uma ditadura coletivista, distributivista para
"inglês ver", pois os que dão suporte ao regime, enquanto o são, até pelo medo da conseqüências, tem todas as regalias.
Como disse, o Frei Josaphat, não havia concordado na publicação, no
jornaleco desse grupo, do qual fui acionista, chamado "Brasil Urgente", apesar de ter tentado, antes, que eu ingressasse na Ação
Popular, ainda em esboço, a partir da JEC e da JUC, integradas , na época, ao PDC, e, depois, à Ação Popular.
Resolvi pesquisar se a informação dada pelo gerente do meu cliente cearense, sobre a estada de Lula em Havana, tinha fundamento.
Procurei, por indicação desse gerente, o Bispo Auxiliar de Miami, Monsenhor Agustin Roman, cubano, narrando e ele a razão pela qual
desejava ter certeza do fato que me havia sido narrado pela pessoa atrás mencionada, sustentando que, se verdadeira, a eleição de Lula
representaria um imenso reforço para Fidel, que adiaria bastante a época de concretização do desejo dos exilados de retornar a seu país,
já livre da ditadura.
Por apresentação dele, fui, no mesmo dia falar com Jorge Mas
Canosa, que dependia, todavia, para a pesquisa, que eu pretendia, de
"Pepe" Hernández, vice-presidente, que estava em Washington. O certo é que a Fundação Nacional Cubano-Americana,
surpreendentemente, não sabia nada sobre a fundação do Foro de São Paulo.
Na saída do encontro com o Bispo, ele me indicou o Prof. Juan Clark, como o maior estudioso dessas questões e que, talvez, pudesse ser
útil. Um primo de minha esposa, que estava conosco, Orlando Lovecchio, que havia perdido a perna num ataque terrorista ao
Consulado Americano em São Paulo, no início da luta armada no
Brasil, encontrou, em uma livraria, o livro de Juan Clark, sob o título
de "Cuba, Mito y Realidad".
Procurei o autor, que me deu indicação do Centro Norte–Sul da
Universidade de Miami, onde tive toda a colaboração de Guillermina
Carrandi, também cubana, e que, tinha, no Departamento dela, exatamente o que eu procurava: as coleções do jornal "Granma",
edição interna de Cuba, onde, quase certamente, haveria alguma notícia sobre essa visita.
De fato, tinha estado duas semanas a procura do local onde poderia encontrar a coleção desse jornal, órgão do Comité Central do Partido
Comunista de Cuba, ( o primeiro Partido Comunista foi arquivado e substituído pelo novo partido comunista, organizado por Fidel, por
ordem da URSS, depois que Castro declarou o regime de Cuba comunista, pois o partido pré-existente ao formado por ele, sempre
tinha apoiado Batista e sempre tinha sido contra Castro. Esta posição continua sendo a do filho do Secretário Geral do PC da época, já
falecido, Blas Rocca. Tudo indica que o filho está preso ou esteve até há pouco. Enfim, esta também era a atitude de Luiz Carlos Prestes,
que não morria de amores por Fidel, cujo comunismo achava que era
fruto de mero oportunismo, ou seja, da necessidade de se contrapor aos Estados Unidos, para o que nada melhor do que, em plena
"guerra fria", com a ameaça atômica, se "unir" a URSS, ou seja, em português claro, se submeter a ela, na época de Kruschov.
O meu faro de advogado me sugeria que, se Lula tivesse estado em Havana na época referida, teria havido algum tipo de registro no
referido jornal, porque interessava ao regime mostrar, ao povo cubano, as dimensões internacionais do prestígio de Fidel. O
departamento Norte-Sul da Universidade possuía, de fato, a coleção do jornal, e ajudado pela minha esposa e pelo seu primo, acima
citado, iniciei a pesquisa, começando pelos jornais da última semana de Julho de 93, que tinha sido a indicada como a da visita de Lula a
Fidel.
Para surpresa minha, não era uma reunião de Lula e Fidel. Mas de
uma organização da qual não se tinha qualquer idéia, denominada
"Foro de São Paulo", que não era secreta mas não era para conhecimento de gregos e troianos. Só era publicado o noticiário a
ele referente, internamente, em Cuba. Havia uma edição internacional, do "Granma", em várias línguas, que, entretanto, não
publicavam os assuntos relativos à estratégia da esquerda latino-americana, patrocinada pelo Foro, depois de fundado, sob as
"benções" e inspiração de Fidel Castro. Mais tarde, o Foro passou a ter algum tipo de noticiário restrito em alguns jornais de alguns
países, e, até, uma revista, quase de circulação interna, chamada "América Libre", dirigida por Frei Beto, editada na Argentina.
Estavam presentes, nessa reunião, 112 organizações de esquerda de
toda a AL, além de observadores convidados de organizações de esquerda de outros continentes. Era o seu IV Encontro Internacional.
A primeira, tinha sido quando da fundação em São Paulo, no Hotel
Danúbio, nos inícios de 90, logo após a vitória de Collor sobre Lula, como estava previsto que deveria ser feito, se isso acontecesse,
desde uma reunião em 8 de janeiro de 89, em Havana, também publicada no "Paraíso Perdido", com a presença de Fidel, de Lula, Frei
Beto, (atual assessor de Lula, residindo no Palácio do Planalto), de José Genoino, (atual presidente do PT), e do jornalista Kroscho,
(atual assessor de imprensa do presidente Lula.)
A finalidade, nessa ocasião, era fixar as estratégias para as eleições
nos países do continente, que iriam se realizar desde dos fins de 93, no México, até as eleições de inícios de 95, na Argentina, num total
de 14. Estavam presentes, nesse IV Congresso, as organizações guerrilheiras e toda a cúpula do PC cubano, inclusive, logicamente,
Castro, bem como toda a cúpula internacional do PT, com Lula à frente e, naturalmente, Frei Beto, que é o único que fala,
praticamente de igual para igual, com Castro.
Eu não sabia, ainda, do Pacto estabelecido na Universidade de Princeton, em inícios do mesmo ano, no qual, um dos compromissos
assumido pelo Foro de São Paulo, com o Diálogo Interamericano, fundado em 1982, sendo vice-presidente e principal representante da
entidade na América Latina, Fernando Henrique Cardoso, então senador. (atualmente FHC é co-presidente do Diálogo, juntamente
com Peter Hankim). O Pacto de Princeton era abrangente, mas, para a esquerda orientada por Fidel, era uma mera forma de obter apoios
adicionais, sem afetar a estratégia básica do Foro, embora este se utilizasse do Pacto com o Diálogo, em tudo quanto lhe era favorável,
e cumprisse os diversos pontos, enquanto eram do seu interesse ou da estratégia estabelecida pelo Foro de São Paulo, que poderiam
influenciar o Diálogo, dando-lhe a impressão de uma efetiva disposição de cumprimento da estratégia comum.
Não vale a pena maior referência, agora, ao documento do
Departamento de Estado, assinado por Kissinger, em fins de 74, inicialmente sigiloso, mas tornado público por Reagan e constando da
Biblioteca do Congresso Americano, porquanto, em grande parte, está superado. O ponto de partida era considerar a questão da
imigração latina como um caso de segurança nacional, pelo potencial de alteração da cultura americana.
A idéia era reduzir a referida imigração ao mínimo. Na verdade, hoje, a imigração latina é praticamente incontrolável, e até fundamental
para o futuro dos Estados Unidos. A política do Diálogo, fundado em
82, com Fernando Henrique na vice-presidência, como principal
participe da AL, que visava cumprir a estratégia do documento de 74, do Departamento do Estado, acabou por atingir objetivo inteiramente
contrário, como será possível verificar mais adiante, inclusive no
Brasil e, na Colômbia, nem se fala, acrescentando-se a Venezuela e, de certo modo, o Equador.
Mas, muitas vezes, essas evidências não são fáceis de serem alcançadas pela mente daqueles que as conceberam, aferrados que
ficam às suas verdades dogmáticas, caiam tantos Muros quantos caírem. Até que, nisso, têm uma certa razão, porque os muros não
carregam, nem o de Berlim, na sua queda, as utopias, ainda que derrube governos, ou nem acabam com as idiossincrasias daqueles
que não aceitam os que não são frutos da mesma árvore ou do mesmo solo, pois os considerarem "inimigos de classe".
Mas há que voltar ao Foro de São Paulo, que nasceu em julho de 90, mas foi concebido, tendo Fidel por pai e Lula por mãe, em janeiro de
89, em reunião de cúpula do PC de Cuba e PT do Brasil. José Genuíno estava presente, conforme descrição do livro de Frei Beto (irmão
terceiro dominicano, que não é sacerdote), com o título de "O Paraíso
Perdido" - Nos Bastidores do Socialismo".
Nela, ficou estabelecido que, se Lula não ganhasse as eleições em
novembro de 89, deveria ser formada uma organização para coordenar toda a esquerda continental e que a liderança do processo
caberia a Lula.
Collor não tinha surgido. O receio, na ocasião, era de uma reviravolta
a favor de Brizola, não confiável para o projeto que estava delineado para que "fosse conquistado, na AL, uma espécie de contrapartida, do
que já se antevia, nessa reunião, ou seja, que a URSS iria perder o leste europeu". Para Fidel, o Muro já estava balançando, com o que
estava ocorrendo na Polônia, depois da eleição do Papa João Paulo II.
Com a vitória de Collor, a esquerda continental, mesmo a de
características guerrilheiras, foram, em número de 48 entidades , para a reunião de fundação do Foro, em julho de 90, no Hotel
Danúbio, com algumas reuniões secretas, anteriores, em Itaici.
Este dado foi obtido quase por acaso, pois ao se localizar a reunião
realizada em 93, em Havana, do IV Encontro do Foro, lia-se que
Balaguer, do Comité Central do PC Cubano, iniciava o discurso de saudação com elogio a Lula, dizendo que, quando, há três anos, tinha
sido fundado o Foro, para o qual o Frei Beto deu imensa contribuição (ficou sendo diretor continental de revista do Foro "América Libre",
impressa na Argentina), não se podia imaginar que, em tão pouco tempo, teria obtido tal desenvolvimento, como provava aquela
reunião de Havana, com 112 organizações (afora os convidados de
outros continentes) e já com candidatos a presidente na maioria dos países onde haveriam eleições nos seguintes 20 meses.
Com a coleção de Granma à disposição, a pesquisa recuou em três
anos, que tinham sido mencionados por Balaguer, e lá estava toda a história da formação do Foro, inclusive de certas visitas estratégicas
feitas na ocasião, articuladas por Frei Beto, levando à cúpula do partido comunista cubano, vinda à fundação do Foro, em São Paulo, a
uma reunião ao Cardeal Arns, da qual veio a ser enviada carta de simpatia ao ditador Fidel Castro. E, assim, seguiu a pesquisa por
diante. Numa reunião se falava da próxima e, de tal sorte, foi possível ir pesquisando o que foi feito pelo Foro nos anos que se
seguiram, com reuniões sempre onde, de algum modo, entidades do Foro tinham presença forte, como México, Nicarágua, Montevidéu,
Porto Alegre, El Salvador, etc. A próxima, novamente, será em Havana. Há informações substanciais sobre reuniões em Manágua, na
ocasião da derrubada dos aviões dos "Hermanos en Resgate" perto de Cuba, de vez que considerei tarefa minha a pesquisa referente a
94, embora tenha também tomado conhecimento das reuniões de 95,
no Uruguai, e 97, em Porto Alegre, nas quais o MST foi apontado como a ponta de lança da revolução socialista na AL, devendo ter a
cooperação dos zapatistas e das Farc. (havia a possibilidade de colaboração do Comando Vermelho, fundado sob a inspiração de
documento da guerrilha urbana no Vietnã, mas para uso de criminosos comuns)
Mas, sem dúvida, o VI Encontro, em 93, foi o mais importante, feito depois do Pacto com o Diálogo Interamericano, realizado na
Universidade de Princeton, com o beneplácito de Warren Christhofer, secretário de Estado de Clinton, no início do mesmo ano, em que
algumas estratégias para toda a AL tinha sido ajustadas entre as partes.
O ponto de partida, para o Diálogo, era a certeza de que, com o desmanche da URSS, a esquerda da AL teria necessidade um novo
ponto de apoio, principalmente de natureza política, enquanto, para o
Diálogo, fazia falta, uma força com capacidade mobilizadora, que a chamada social democracia agnóstica não tinha para dar suporte ao
pontos essenciais de seu projeto continental, inclusive porque alguns dependiam diretamente da concordância entre a teoria e a
capacidade de mobilização do povo, que FH não tinha.
Para o Diálogo, a eliminação das causas da imigração menos
desejada, de latinos, impunha conseguir que as forças guerrilheiras, ligada ao Foro, se transformassem em partidos políticos e passassem
a disputar o poder pelo voto, imaginando que assim eles, ganhando algumas eleições, apoiados pelo Diálogo para tomarem posse e se
manterem no poder, se convenceriam da vantagem do jogo
democrático, e se tornariam civilizados, mesmo depois de conquistar o poder.
Isto, apesar de diversos exemplos históricos, inclusive o de Hitler, em
que as eleições serviram para chegar ao poder, sendo, posteriormente, transformados em sistemas totalitários ou similares,
com a ingenuidade dos ocidentais, sempre dispostos a imaginar que os ideais democráticos, com sua base de sustentação no voto
popular, acabem por conquistar os que só estão dispostos a governar pela força. O Diálogo, todavia, acreditava na sua força de manter o
voto como um fator de democracia e, portanto, sem provocar o êxodo das populações atingidas por regimes de força, da esquerda ou
da direita.
A tolerância inglesa com Hitler eleito, que vem se repetindo com a
tolerância, dos Estados Unidos e outros países, com Chávez, pelo fato de ter sido eleito na Venezuela, mas na qual se prepara claramente
um sistema ditatorial, baseado na "revolução" bolivariana, numa nova e bastante repetida demonstração da ingenuidade anglo-
americana, que, depois, é obrigada a pagar o preço de uma guerra
absurda, como já admitiu Kissinger, em relação a um segundo Vietnã na Colômbia, com o fracasso, que ele entende inevitável, do Plano
Colômbia. Sem esquecer que foi ele quem assinou o documento de 74...
Na realidade, o voto é apenas um meio de exercer a democracia, mas não é ele que define a sua essência, mas, fundamentalmente, o
respeito, pelos detentores do poder, da dignidade e da liberdade do homem.
E, agora, com o covarde ataque que os Estados Unidos vêm de sofrer, em Nova York e Washington, que só não atingiu a Casa
Branca porque, por força de ligações de celulares, pelos passageiros, já se sabia que o avião em que estavam seria utilizado pelos
terroristas, que já tinham dominado a tripulação desse quarto avião, para um alvo importante, e que todos seriam mortos, de tal modo
que os tripulantes e passageiros entraram em luta contra os que
dominaram a direção do avião e este acabou se estatelando no chão em Pittsburg, sem cumprir a missão dos loucos que planejaram a
operação. Todos morreram, mas evitaram morrer no alvo dos terroristas...
Volto ao assunto: voto é forma; democracia é conteúdo. E conteúdo representativo, que ainda não foi alcançado, com a plenitude e
suficiência necessárias, na AL. Mas, enfim, foi o que propôs o Diálogo: que a esquerda, mesmo radical e guerrilheira, revolucionária
e marxista, abandonasse a forma atual de tomar o poder, pela
revolução e optasse pela participação em eleições, tendo como
contrapartida o apoio o Diálogo para nele permanecer, pensando que, assim, evitariam as imigrações, pois não haveria repressão interna de
caráter totalitária. Será que vão apreender com Chavez? E também,
agora, com o Haiti?
Com isso, também em contrapartida, haveria reação do Diálogo e de
suas imensas influências nos Estados Unidos, a qualquer tipo de repressão militar ou policial à esquerda, que também resultava em
imigração indesejada, forçada. A tudo, se acrescia um esforço para que os governos fizessem acordos de paz com os que atuavam
revolucionariamente, colaborando por todas as formas, para que a paz fosse obtida, de modo a permitir a formação dos partidos
políticos de esquerda revolucionária, como aconteceu com o M-19 e outros movimentos, até quando não se sabe. Esta aí a causa do
acordo de paz com a Farc, entregando-lhe um território à sua administração, sem conseguir o objetivo.
De qualquer forma, também o auto-golpe de Fujimori, eleito, já gerou certas desconfianças, mostrando que a estabilidade pode ser
atingida, tanto de fora para dentro como ao contrário, e de forma a
se tornar difícil uma ação coletiva eficaz. Além disso, não se pode esquecer que o auto-golpe foi, em suas conseqüências, muito
menores do que a luta armada levada a cabo pelos Senderos, com milhares de mortos e que agora volta a ameaçar o Peru.
A outra questão para o Pacto de Princeton, onde também FHC foi professor, durante seu exílio voluntário, durante o regime de 64/68,
era o controle populacional, mas através, agora de parte também do Diálogo, por formas radicais, mas em uso em alguns Estados
americanos, ou seja, pela legal ização, na América Latina, do aborto, da esterilização e da união de homossexuais. Nos EE.UU. existem 600
mil lares constituídos por homossexuais, mesmo que ainda não oficializados por leis civis ou atos oficiais, que, todavia, já vem
acontecendo em certas regiões.
As forças de esquerda, no compromisso com o Diálogo, dariam a sua
colaboração para atingir a legislação necessária a oficializar essas
questões, que, evidentemente, teriam, previsivelmente, a oposição da Igreja Católica, que precisaria ser enfraquecida com a noção de
um misticismo individualista, que seria o determinante nas relações de cada um com Deus, sem necessidade de Igreja, sacramentos ou
sacerdotes, ou, pelo menos, minimizando a presença desses elementos na população. Frei Beto e Frei Boff escreveram um livro
defendendo esta tese.
De outra parte, as questões levantadas, impunham também o
enfraquecimento das elites, ou seja, dos partidos que sempre deram
sustentação às elites dos países, responsáveis pela pobreza, que, no
caso do Brasil, por conclusão não declarada, eram o PFL, PPB, e seus líderes, como ACM, Maluf, etc., além de empresários e suas bases de
sustentação na estrutura de governo.
Não podia se deixar de ter presente que, nos quinhentos anos de civilização no continente, os pretendidos suportes dessas elites, nessa
visão de Princeton, eram as Forças Armadas e, especialmente a Igreja Católica, com a exceção da Teologia de Libertação, que só se
diz católica por necessidade de permanecer atuando dentro dela. Há exceções de praxe, daqueles que se preocupam com a questão social,
sem se recordar da doutrina social da Igreja e da sua atuação através dos séculos, na defesa da vida, da liberdade e da dignidade do
homem, muito acima do que hoje se entende por direitos humanos. As Santas Casas e as escolas espalhadas por todo o país, fizeram
mais pelo país do que as estruturas governamentais.
Isto implicava noutro ponto do Pacto, que era o enfraquecimento das
Forças Armadas, pela sua redução, de um lado, e por nova destinação, de outro, e pela redução da capacidade de decisão das
referidas Forças, por elementos a elas pertencentes, além de reduzir
seus quadros e usá-las nas Forças de Paz da ONU. As Forças Armadas tem sua origem na necessidade, em certos momentos, de dar suporte
para a diplomacia ou para ataques, como o que acaba de sofrer os Estados Unidos. Há também situações internas, que dizem respeito a
manutenção da ordem e da lei, que ultrapassam as condições das policias, que obrigam a presença das Forças Armadas.
Quem é o ingênuo que sustentará que qualquer outro país da AL não poderá passar por situações semelhantes, como já sofreu na luta
armada desencadeada por Castro no Brasil e outros países da América Latina? Inclusive na Bolívia, onde morreu o argentino-
cubano Che Guevara.
Como afirmar que, dentro dessa missão, não tenham de influenciar a
política interna em razão de uma política de defesa, que exige debates internos, entre civis e militares? Como afirmar que a tradição
da AL não exija, especialmente como mostra a história do Brasil, a
necessidade de se fazer ouvir em certas ocasiões, especialmente em face da qualidade sofrível da classe política brasileira.? Ninguém quer
regimes militares, mas ninguém quer regimes civis que deixem o brasileiro sem esperanças de construir um futuro adequado para seus
filhos. A classe civil que ponha a mão na consciência antes de criticar os pronunciamentos militares em prol de um país que é de todos e
em que todos são cidadãos. A AL não é os EE.UU. e, por isso, os EE.UU não deve querer impor a sua visão sobre o assunto, na AL, sob
pena de desestabilizá-la.
De parte do Foro, na reunião de Princeton, foi colocada a questão do
Haiti, onde Aristide, eleito, tinha sido retirado do poder pelas Forças Aramadas, devendo retornar a ele, o que redundou num fracasso,
que agora se tenta corrigir, inclusive com envio de contingentes das
FFAA brasileiras, dentro da nova destinação...
Também, foi assumido, na reunião de Princeton, o compromisso de
contribuir para a abertura de Cuba, em aspetos comerciais, inclusive turismo, em maior escala, desde que essa "abertura" ficasse dentro
dos limites que assegurassem que o regime fosse mantido, sem riscos, apesar de não ter sido eleito, há já 42 anos, como agora
afirmou Fox, presidente do México, além do presidente de El Salvador, que só admite restabelecer relações diplomáticas com
Cuba, após a adoção do regime democrático. O certo é que, depois disso, a ONU aprovou a intervenção no Haiti. Não fez o mesmo em
relação a Cuba, apesar de Fidel não ter sido eleito.
O Diálogo, mais recentemente, formou uma Comissão Parlamentar,
do qual José Genoíno e dois outros parlamentares brasileiros, inclusive um do PSDB, fazem parte, certamente com vistas à
alteração da legalização do aborto, esterilização e união civil de
homossexuais. O programa do PT não incluiu estes pontos, mas permitiu aos parlamentares agirem como entendessem, no Encontro
Nacional que se seguiu ao Pacto com o Diálogo.
Dentro desse contexto, realizou-se a reunião de Havana, de Julho de
93. As decisões foram, fundamentalmente três, afora o habitual dos manifestos da esquerda continental. Primeiro, decisão incondicional
de todas as forças ali reunidas, no sentido de dar todo o apoio à Cuba, durante o período especial, decorrente da cessação do auxílio
soviético e do leste europeu, inclusive com a compra de remédios e estímulo ao turismo. Itamar, visitado por Lula, adquiriu 300 milhões
em remédios de Cuba, para entrega parcelada. Convênios de assistência médica familiar com Municípios, etc. Agora se pretende
que os médicos formados em Cuba não tenham que passar por cursos de adaptação, a que são obrigados os formados em outros
países.
Segundo, concentração de esforços de todas as forças do Foro para eleger Lula, tendo em vista a necessidade de uma base territorial e
de um governo de expressão, para dar suporte ao que viria a ser uma espécie de União ou Federação (nome dado por Chávez), das
Repúblicas Socialistas da AL, (URSAL no lugar da URSS...) facilitada pela quase unidade lingüística. No âmbito da imprensa atuaria, como
atuou, escrevendo a favor de Lula, inclusive, em Clarin, de Buenos Aires, Jorge Castañeda, atual ministro de Relações Exteriores de FOX,
mas assessor, na época, de Cárdenas, um dos líderes do Foro e ligado aos zapatistas.
O terceiro objetivo definido na reunião do Foro, em Havana,, seria
impedir o desenvolvimento da Nafta , que iria entrar em vigor no dia primeiro de janeiro de 94, no México, com provável expansão para
outros países, colocando-se a luta dentro do tema do combate ao
neo-liberalismo, por todas as formas possíveis. Nesse mesmo dia, houve o levante zapatista...
Não houve, na reunião de Havana, qualquer referência, pelo menos pública, ao acordo com o Diálogo Interamericano, nem aos
compromissos assumidos, inclusive sobre a transformação das guerrilhas em partidos ou a cessação de levantes ou luta armada,
tanto que, logo a seguir, houve o levante de Chiapas (1/1/94), sem que, naquela época, os zapatistas, de caso pensado, não
participassem do Foro, o que só veio a ocorrer mais tarde.
Se algumas forças do Foro se tornaram partidos, outras, como a
FARC e o ELN fazem "cenas" de participação em negociações de paz, que nunca chegarão ao um final, a não ser com a tomada do poder
por eles. O MST também faz parte do Foro e da estratégia deste para toda a AL. Tudo indica que os Senderos estão de volta, bem como os
Montoneros, enquanto a Frente Ampla e o Movimento Sandinista se
preparam para ganhar as eleições. em seus países, e a Frepaso rompe com o governo de la Rua, que acabou na rua.... Todos
integram o Foro.
Por final, Lula aceitou, em 93, convite de Fernando Henrique para
entrar no Diálogo, de que faz parte, com restrições, enquanto o seu introdutor não consumou a expectativa de apoiar Lula em 94, que
estava no bojo deste Pacto continental, com repercussões na vida dos países do continente, embora não implicasse em união forçada dos
seus participantes. Na verdade. Com sua nomeação para o Ministério da Fazenda e o Plano Real, FHC anteviu a possibilidade de se
candidatar, deixando Lula a ver navios, mas só decidiu faze-lo, em fevereiro de 94, quando teve certeza do apoio de ACM e do PFL.
O Pacto continua de pé, embora fragilizado, inclusive porque, com a eleição de Chávez, e a atuação da Farc, o Diálogo se sente falando
sozinho, embora, em suas análises, sustenta que agora Lula é confiável e até democrata, como se não continuasse o seu
compromisso fundamental com Fidel Castro, o maior ditador
totalitário já visto na AL. Ao mesmo tempo, os principais representantes de ambas, FHC e LULA, para a AL, não estão rezando
pela mesma cartilha, pelo menos por enquanto. Desde que mantenham certos princípios do Diálogo, podem brigar, um com o
outro, à vontade, sem causar maiores danos aos objetivos estratégicos do Diálogo.
De outro lado, o instrumento fundamental do chamado neo-
liberalismo, ou seja, a globalização, oferece dificuldades que sequer exige muito empenho da esquerda para pô-lo em cheque. Tudo indica
que, neste início do Milênio, a América Latina vai ter um papel de
grande relevância para o mundo futuro e quem mais parece saber disso é a China.
Já agora, com os novos acontecimentos nos Estados Unidos, que mudaram o mundo, que vai obrigar à tomada de posição de parte de
gregos e de troianos, como na 2ª Guerra Mundial, creio que cumpri meu dever, em época oportuna, de transmitir a análise que fiz em
pesquisas documentadas e, evidentemente, algumas conclusões de minha autoria. Em 94, quando escrevi a "Estratégia da Utopia", antes
da pesquisa, e, depois um relato de parte dos fatos acima, enviei, por dever de consciência, para todos os Bispos Brasileiros, para os
principais jornais, dentro os quais ‘O ESTADO", "A FOLHA, ‘O GLOBO", este entregue ao advogado, na época, de Roberto Marinho,
para a ABRIL, e "ISTO É", tendo alguns jornais enviado jornalistas em casa, para aprofundar a matéria.
Os únicos que publicaram algo, foram "A TRIBUNA", de Santos, que
provocou processo eleitoral do PT contra mim, inadmitido pelo Juiz, e o "CORREIO BRASILIENSE", que, inclusive pesquisou na Argentina e
no Uruguai e entrevistou Lula, que não rejeitou a sua ação de coordenação da esquerda latino-americana, publicando duas páginas
inteira sobre o assunto, na época e que, certamente, continua à disposição de quem tenha interesse pela matéria,
Cumpro a minha tarefa de cidadão, ficando o resto por conta de V.Sas., sem que eu faça distinção de qualquer natureza entre os
destinatários.
E, para ficar claro a quem ler este documento, ele foi atualizado, da
data original em que foi escrito, para o ano de 2004, em alguns de seus tópicos.
LEITURA RECOMENDADA.
DE PAOLA, Heitor. "O Eixo do Mal latino-americano": e a Nova Ordem
Mundial. Editora É Realizações: São Paulo, 2008. Cap. XII. O pacto entre o Foro de São Paulo e o Diálogo Interamericano. p. 209.
ANEXOS.
I.
PSDB lamenta exclusão da INTERNACIONAL SOCIALISTA.
Nesta nota oficial, publicada em 2003, o Presidente Nacional do PSDB lamenta a exclusão do seu partido do XXII Congresso da
INTERNACIONAL SOCIALISTA, realizado em São Paulo (Cf. foto / link [http://ww1.psdb.org.br/impressao_notaoficial.asp?Id=2864]). E
mais. Ele se esforça para provar qual partido é verdadeiramente "progressista" e de "esquerda" - se é o PT ou o PSDB.
Enfim, os protagonistas do cenário político brasileiro disputam para definir qual grupo é o SOCIALISTA autêntico. O Brasil vive uma
"democracia das esquerdas". Uma nefasta hegemonia SOCIALISTA-
COMUNISTA, contrária à maioria esmagadora da população, que é "conservadora".
Nota publicada no Facebook em 16 de Maio de 2014.
II.
Democracia brasileira: Hegemonia SOCIALISTA-COMUNISTA.
Aécio Neves - pré-candidato do PSDB à Presidência da República -
firma aliança com o PC do B do Maranhão. Na foto, ele aparece de mãos dadas com o COMUNISTA Flávio Dino, que será candidato ao
governo do estado.
Esta é mais uma amostra de que a política brasileira é não só uma
simples disputa de cargos, mas uma "democracia das esquerdas". "Democracia" SOCIALISTA-COMUNISTA - se é que assim pode ser
chamada -, uma vez que os protagonistas do cenário pertencem a este espectro político e defendem essencialmente os mesmos
projetos, sobretudo no âmbito da cultura.
Por isso, o sujeito que diz que Aécio Neves e PSDB são de "direita" é, ou uma besta quadrada - que desconhece a Sociodemocracia, as
origens e a história do partido tucano, os seus líderes, seus princípios e programas - que se orienta apenas por estereótipos, ou um
militante adversário, que disputa prestígio, influência, vantagens e poder contra quem esbraveja e acusa de ser da "direita". Pois é esta
"disputa", tendo à frente do "outro" lado o PT - esta "disputa" maquiada com acordos e conchavos, e até conivências - que faz
predominar no país o projeto de poder das "esquerdas". Uma nefasta hegemonia SOCIALISTA-COMUNISTA.
ARTIGO RECOMENDADO.
BRAGA, Bruno. "Uma aliança aparentemente extravagante" [http://b-
braga.blogspot.com.br/2012/07/uma-alianca-aparentemente-extravagante.html].
Nota publicada no Facebook em 16 de Maio de 2014.