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ISRAEL PALESTINA 1

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ISRAEL

PALESTINA

CHARLES PIRES 24/04/2002

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ÍNDICE

A HISTÓRIA DOS JUDEUS - A TERRA PROMETIDA..........................................4

ARAFAT PERDE A PACIÊNCIA COM ISRAEL......................................................5

MILHARES PEDEM A SADDAM HUSSEIN: “ATAQUE ISRAEL”......................5

QUESTÃO PALESTINA................................................................................................5

O ACORDO DE PAZ EM RESUMO............................................................................6

HISTÓRIA DE ISRAEL E PALESTINA.....................................................................7

CONFLITO......................................................................................................................8

PALESTINOS..................................................................................................................9

O ESTADO POR SI SÓ, HOJE:....................................................................................9

BINYAMIN NETANYAHU X EHUD BARAK.........................................................10

ISRAEL..........................................................................................................................11

PALESTINA..................................................................................................................11

MAPAS...........................................................................................................................12

CURIOSIDADES..........................................................................................................14

SOLUÇÕES PARA O PROBLEMA...........................................................................15

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE ISRAEL......................................................16

1) O QUE É INTIFADA E COMO ELE COMEÇOU?.........................................................162) COMO COMEÇOU A SEGUNDA INIFADA? QUAIS FORAM AS CONSEQUÊNCIAS?..173) PALESTINA É UM PAÍS OU UMA REGIÃO?...............................................................184) OS PALESTINOS E OS ISRAELENSES, SÃO TODOS UM "POVO SÓ"?...............195) OS PALESTINOS SÃO MUÇULMANOS EM SUA MAIORIA? ELES SÃO UM POVO COM INFLUÊNCIA ÁRABE OU SÃO ÁRABES?........................................................................206) QUAL É O MOTIVO DO CONFLITO ENTRE ISRAELENSES E PALESTINOS? ISRAELENSES SÃO JUDEUS, E PALESTINOS SÃO MUÇULMANOS?.............................208) POR QUE OS PALESTINOS (E VÁRIOS VIZINHOS) TÊM TANTO ÓDIO DOS EUA?. .219) POR QUE OS EUA APÓIAM ISRAEL?.....................................................................2110) COMO FOI A GUERRA DOS SEIS DIAS?..............................................................2211) COMO FOI A GUERRA DO YOM KIPPUR?............................................................2312) O QUE É O GRUPO HAMAS?.................................................................................24

CRISE DE SUEZ - 1956................................................................................................25

GUERRA DOS SEIS DIAS - 1967...............................................................................25

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FUNDAMENTALISMO ISLÂMICO.........................................................................27

FUNDAMENTALISMO JUDAICO............................................................................28

ASPECTOS ECONÔMICOS DO ORIENTE MÉDIO.............................................28

JUDAÍSMO....................................................................................................................30

CRISTIANISMO...........................................................................................................31

ISLAMISMO.................................................................................................................32

O IMPERIALISMO EUROPEU E O SONHO DO PAN-ARABISMO...................33

A SEGUNDA GRANDE GUERRA E A CRIAÇÃO DE UM ESTADO JUDEU.. .34

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A história dos judeus - A terra prometida

Analisando a Bíblia historicamente encontramos a história de um hebreu, chamado Abraão, obedecendo o comando de Deus, deixou a Mesopotâmia e estabeleceu-se em Canaã - passando assim a ser a Terra Prometida dos judeus.Segundo a Bíblia, Abraão teve vários filhos entre eles, Isaac e Ismael, dos quais descendem respectivamente os judeus e os árabes. Jacó, os netos de Abraão e os filhos deste, mudaram-se para o Egito onde foram escravos durante 400 anos, até retornarem a Canaã.Visando recuperar a Terra Prometida, Moisés, líder dos judeus libertou-os do escravismo fazendo uma peregrinação de 40 anos pelo deserto, durante o qual formaram o seu caráter de povo livre, levando-os assim a um grande amadurecimento.Concretizando seu ideal, o povo judeu se estabeleceu às margens do Rio Jordão, na antiga Palestina, mas não satisfeitos, resolveram expandir suas fronteiras no reinado de Salomão que consolidou a Monarquia Judaica.O império passou a se estender do Egito a Mesopotâmia. Mais tarde, dividiu-se em dois pequenos reinos que logo foram dominados pelos Babilônios que expulsaram os judeus deste território. Os Babilônios foram dominados pelos Persas, estes, pelos gregos, e estes últimos pelos Romanos.Os Romanos permitiram a volta dos judeus a região sob diversas condições, fazendo com que muitos destes tornassem-se fanáticos, causando revoltas.Num ato de covardia os Romanos atribuíram a culpa da crucificação de Jesus Cristo aos judeus, que por isso, até hoje são lembrados como anti-cristo.Devido a isso surgiram diversos conflitos entre Cristãos e Judeus, como por exemplo as perseguições da inquisição da Idade Média, os pogroms (massacres organizados de judeus), na Europa Ocidental e até o Holocausto, em nosso século.Antes do início da disputa por Canaã, judeus e árabes viviam em harmonia, por muitas vezes sofreram os mesmos destinos, contra inimigos comuns. Exemplo: contra os turcos-otomanos.No século XIX os judeus conquistaram muitas vitórias, desenvolveram idéias sionistas ( movimento para a construção de uma nação judaica) e começaram a migrar para a Palestina. Mas, foi durante o século XX que os judeus viveram o período mais dramático de suas vidas.Na volta para a Palestina, os judeus começaram a ocupar o território árabe fundando Kibutz ( fazendas coletivas) e cidades, criaram uma infra-estrutura e lançaram a luta pela independência política, e foi a partir disso que começaram os conflitos entre árabes e judeus.Os judeus alegaram que seu povo seria extinto devido ao fato do Holocausto. Isso fomentou a idéia de se formar um estado judeu que servisse de Porto-Seguro para essa etnia. Após três anos do fim da Segunda Guerra Mundial, foi fundado o estado judeu chamado Israel, mas em seus 50 anos de vida não viveu em paz.As guerras com os árabes continuam até hoje mesmo tendo sido assinados diversos acordos de paz com algumas nações árabes - sem resolver o

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problema dos árabes, palestinos que com a ocupação dos judeus foram desalojados, ficando assim sem pátria.

Arafat perde a paciência com Israel

Jerusalém é dividida em duas: a parte ocidental é Israelense e a oriental é Palestina. Israel recebeu uma montanha de críticas no Conselho de Segurança da ONU.Tudo isso devido à um plano de assentamentos israelenses em Jerusalém e Cisjordânia para dificultar a tomada total desses territórios pelos Palestinos ( árabes) - desaceleração da Independência do Estado Palestino. Isso põe em risco o já moribundo processo de paz do Oriente Médio.Israel ocupou Jerusalém na Guerra dos Seis Anos em 1967 e a anexou sem ser reconhecida pela comunidade internacional. Para Israel toda a cidade é sua capital.De contra-ataque, Jerusalém anuncia que “não haverá paz, nem segurança, nem estabilidade”, se Jerusalém não for libertada.

Milhares pedem a Saddam Hussein: “Ataque Israel”

Yasser Arafat proibiu qualquer manifestação pró-Iraque nas áreas sob seu controle. Durante algum tempo, repetiram-se marchas pró-Saddam seguidas de choques com as forças de segurança israelenses, ainda presentes nos territórios.Momentos antes desta proibição, milhares de palestinos, militantes da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) e do grupo extremista Hamas (que se opõe aos acordos de paz firmados pela OLP com Israel) manifestaram-se em várias cidades apoiando o ditador Saddam Hussein e pedindo ainda, que ele volte a atacar Israel, como fez na Guerra de 1991. Atacando Israel, este não teria forças para impedir a independência da Palestina.

Questão Palestina

No início do século XX, cerca de um milhão de árabes habitavam a Palestina, que estava sob o domínio britânico. Após a primeira Guerra Mundial, iniciou-se uma luta nacionalista contra a ocupação britânica e a colonização judaica.Em 45, a ONU aprovou a divisão regional, sendo a única forma de solucionar o conflito entre 1,3 milhão de árabes e 800 000 judeus, sendo decidido pela criação de dois Estados: um dos judeus, com 14 000 Km quadrados e outro árabe, com 11 500 Km quadrados. Os países árabes recusaram em aceitar o acordo o que levou a guerra de 1948/49.CONSEQUÊNCIA: cerca de 1 milhão de palestinos árabes, que viviam sob a soberania israelense, perderam seus lares e refugiaram-se em acampamentos na faixa de gaza ou emigraram para outros países do Oriente Médio. Cerca de 300 000continuaram em Israel, passando a viver como cidadãos de segunda

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classe. Por outro lado, cerca da metade dos Palestinos árabes continuaram ma Cisjordânia a partir de 1948 e que em 1967 foi ocupada pelos israelenses.Os palestinos fizeram movimentos dos mais variados grupos político-ideológicos, com a OLP sendo sua principal entidade e, liderada por Yasser Arafat, foi reconhecida inclusive pela ONU como legítima representante do povo palestino.A partir de 1988, nas negociações para a formação do Estado Palestino, assumiram um novo significado quando o rei Hussein, da Jordânia, resolveu renunciar todos seus direitos sobre a Cisjordânia. Em agosto do mesmo ano, Arafat afirmou que ä OLP estava disposta a reconhecer Israel dentro da legitimidade nacional”.Deste modo, o líder palestino estava retirando um dos últimos obstáculos para haverem negociações diretas entre Israelenses e Palestinos. A oferta palestina não teve boa resposta de Israel. O governo teve de manter a OLP como só uma organização terrorista e se recusou a ceder qualquer parte de seu território.        Vendo por outro lado, nos primeiros meses de 1989, Israel passou a enfrentar a intifada, uma oposição crescente dos árabes que residiam ali, cujos movimentos de rua já causaram morte a mais de mil pessoas.

O acordo de paz em resumo

        * Israel aceita retirar suas tropas de 13% da Cisjordânia em três etapas, em um período de 12 semanas. O acordo prevê que os palestinos terão o controle de 40% da Cisjordânia e de 60% da faixa de gaza.         * A Autoridade da Palestina aceita prender 30 dos 36 palestinos procurados por Israel. A CIA decidirá se as provas apresentadas contra os detidos justificam a prisão. Os palestinos confiscarão armas ilegais.         * Um mês depois do início da retirada Israelense, os palestinos apresentaram um plano de combate ao terrorismo.         * Um comitê conjunto irá monitorar ações anti-israelenses em colégios e na mídia.         * Israel concordou em criar dois corredores entre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia para permitir a passagem segura dos palestinos.         * O acordo reforça a proibição de serem tomadas decisões unilaterais, com a expansão dos assentamentos israelenses, o confisco de terras e a intenção palestina de declarar um Estado independente em 04 de maio de 1999.         * Israel aceitou liberar 750 dos 3000 palestinos que mantém presos.         * Os dois lados concordaram com a abertura de um aeroporto palestino na Faixa de Gaza.         * Israel permitirá a abertura de um porto em Gaza.         * Palestinos e Israelenses começarão, agora, discussões sobre o status final da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. Nessas discussões serão tratadas as questões de Jerusalém (que os dois pleiteiam como sua capital), de refugiados palestinos, de repartição do abastecimento de água e dos assentamentos em territórios ocupados.

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História de Israel e Palestina

De 1923 a 1948 quem dominava essa região eram os ingleses, que na tentativa de conciliar árabes e sionistas firmou um tratado de independência futura. Com a guerra na Alemanha os sionistas cooperaram muito com os aliados com o desejo de combater o regime nazista e fortalecer sua posição junto das potências ocidentais. Em contra partida os árabes perderam terreno. Assim, nos primeiros 5 anos de guerra 75.000 judeus emigraram para a região, organizando um exército clandestinos de judeus que em 1942, com o apoio dos judeus dos Estados Unidos conseguiu aprovar o fim do domínio inglês, o reconhecimento de uma comunidade judaica e de um exército. Porém haviam dois obstáculos a serem ultrapassados: expulsar os ingleses que insistiam em não sair da região e decidir quem dominaria depois da retirada inglesa, os árabes ou os judeus, pois eles continuavam lutando pela posse do território. Por isso, em 1947 a ONU aprovou o plano de partilha da região entre árabes (Palestina: Faixa de Gaza e Cisjordânia), judeus (Israel) e de uma zona internacionalizada ao redor de Jerusalém. Derrotados todos em 1948, os judeus fizeram com que os árabes fugissem para países vizinho, os ingleses abandonassem aquelas terras, ficando estas nas mãos do judeus que instalaram um governo provisório. Em 1949 realizaram eleições para o parlamento. E nesse ano Israel ingressou na ONU. No ano seguinte as fronteiras de Israel forma fixadas.Porém em 1952 as relações entre Israel e seus vizinho árabes foram piorando. Em 1967 incidentes entre Israel e Síria agravaram a tensão, sempre presente na região. O presidente Nasser, do Egito, pediu e obteve a retirada das forças da ONU do Sinai, para onde mandou muitos militares ao mesmo tempo que fazia alianças militares com a Jordânia, Síria e Iraque. Até que Nasser bloqueou o estreito de Tiran à navegação israelense e a guerra começou.Israel venceu em seis dias, quando ocupou toda a península do Sinai, a Cisjordânia, Gaza e as Colinas de Golan. A devolução dessas regiões só seria possível para Israel se fosse feito um contrato de paz, o que agravou a crise. Em 1973 um novo conflito surgia: Síria e Egito contra Israel. Até que a ONU conseguiu acabar com isso. Internamente, as necessidades de defesa e segurança passaram a ser os aspectos mais importantes de Israel, com reflexos políticos e econômicos. O país gastava muito no setor militar, piorando sua situação econômica. Com a ajuda dos Estados Unidos, o Egito e Israel chegaram em 1979 a um acordo sobre a devoulução dos territórios ocupados. Mas em 1981 o presidente de Israel iniciou uma política agressiva, invadindo o Líbano em 1982.Em 1893 o prestígio do governo abalou-se com problemas internos, massacres de israelenses na região ocupada do Líbano e a crise financeira. Iniciando a retirada das tropas israelenses do Líbano em 83. Contudo, Israel não iria terminar a retirada enquanto forças sírias permanecessem no Norte do Líbano, fazendo com que a retirada israelense só terminasse em 1985.

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Os ataques muçulmanos (xiitas árabes) contra o Exército do Sul do Líbano (ESL) aumentaram, assim como a Organização para a Libertação da Palestina ressurgia no Sul do Líbano e recomeçava os ataques com mísseis contra cidades israelenses fronteiriças.Com a ajuda da ONU foram feitas outras negociações visando a devolução das terras ocupadas pelos israelenses.Em 1896 o primeiro ministro israelense foi substituído por Itzhak Shamir, que acabou com as negociações ocasionando várias rebeliões iniciadas em 1988.A Autoridade Nacional Palestina sobre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia foi estabelecida pelo acordo de paz assinado entre Israel e a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) em 4 de maio de 1994, no Cairo. O acordo prevê a retirada das tropas israelenses de quase toda a Faixa de Gaza e de uma região da Cisjordânia, ocupados desde 1967. Numa primeira etapa retiram-se as tropas da Faixa de Gaza e de uma região de 56 km2 na Cisjordânia. Mas os militares israelenses ainda ocupam uma parte da Faixa de Gaza e quase toda a Cisjordânia.

Conflito

Depois de 50 anos de existência Israel ainda tem problemas fronteiriços com a Síria e o Líbano, seus vizinhos, além da séria Questão Palestina.Durante esse meio século de vida, o Estado judeu travou quatro guerras com os países árabes, além de ser agredido em 1991 com a Guerra do Golfo (Iraque x Kwait).A primeira guerra, da Independência, ocorreu de 1948 a 1949 - quando Israel foi formado. Contra os israelenses estavam todos seus vizinhos árabes, mas que não foram suficientes para deter o novo Estado de vencer a guerra, conquistando ainda novos territórios e aumentando em 50% sua área.O segundo conflito, a guerra dos seis dias, aconteceu em 1967, quando Israel obteve grandes conquistas sobre o Egito, Síria e Jordânia - ampliando ainda mais seu território.No ano de 1973, eclodiu a guerra do Yom Kippur, com Egito e Síria tentando recuperar os territórios perdidos para Israel em 1967.A quarta guerra, se é que pode ser considerada como tal, começou em 1982, e ganhou o nome de guerra do Líbano - foi a invasão do território libanês por israelenses formando a Faixa de Segurança, que dura até hoje, como a invasão das colinas de Golã, sírias desde 1967.Em 1979, foi assinado um acordo chamado Acordos de Camp David, onde Israel concorda em devolver a Península do Sinai (Adquirida em 1967) para o Egito.Contudo Israel, apesar de todas essas vitórias, não obteve paz; pois continua lutando com um quinto elemento: os palestinos, que foram destituídos de seu território e hoje se encontram vivendo em áreas sob controle israelense (Faixa de Gaza e Cisjordânia), o acampamentos em Israel ou refugiados em países árabes vizinhos.Assim, desde a doação de uma parte da Palestina para os judeus pela ONU (Declaração de Balfour) não houve paz na região. Até entre os próprios judeus criou-se profunda divisão; a ponto do primeiro ministro de Israel Ytzak Rabin,

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em 1995, ser assinado por um judeu, apenas porque o ministro era favorável do Acordo de Oslo (1993 - "terra para os palestinos e os demais vizinhos em troca de paz para os israelenses"). Essa divisão entre israelenses ficou mais clara em 1996 com a eleição de Binyamin Netanyahu - para primeiro ministro - que defendia um estado judeu que ocupasse quase toda a terra de Israel. E o fracasso de Shimon Peres a favor do Acordo de Oslo.

Palestinos

É na Faixa de Gaza e na Cisjordânia que Yasser Arafat, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP - governo palestino), pretende proclamar o Estado Palestino; com a concretização do Acordo de Oslo, que sufocou a Intifada.A revolta das pedras, conhecida como Intifada, aconteceu entre 1987 e 1993, quando crianças armadas de pedras as atiravam nas tropas israelenses que entravam em Gaza e Cisjordância.Outro problema palestino é o Hamas, organização extremista que se apoia no conservadorismo religioso de Gaza (mais pobre e isolada que a Cisjordânia) e "ajudou" a eleição de Binyamin Netanyahu para primeiro ministro israelense em 1996. O povo israelense, com medo dos atentados do Hamas, elegeu Binyamin, que é mais conservador (radical contra os palestinos). Assim tornaram-se mais difíceis as negociações entre o ANP e Israel para a devolução de Gaza e Cisjordânia. Por isso, outro desafio de Arafat é tentar deter o Hamas para que este não estrague mais uma vez o diálogo - que já é tão difícil - entre esses povos.

O Estado por si só, hoje:

Dirigido hoje pelo primeiro ministro Ehud Barak, do partido trabalhista de oposição ao conservador partido do Likud, Israel deixou um pouco de lado os Kibutz (fazendas coletivas) para investir pesado em sua economia. Movida pela alta tecnologia e financiamento para micro e pequenas empresas de pontas feitas pelo governo, a economia local vem atingindo grandes níveis de desenvolvimento econômico. Essas empresas captam dólares no exterior e geram empregos, dinamizando o setor.Mas ainda existe em entrave para o crescimento total nacional a estagnação do PIB israelense. Com os investimentos estrangeiros em queda por causa da instabilidade política, o congelamento no processo de paz (no mandato de Binyamin) e os altos juros, a valorização cambial se desestabilizou. A crise asiática também ajudou nesta estagnação, aumentando o desemprego, já que alguns investimentos israelenses são feitos no Sudeste Asiático. Além, é claro, da contribuição dos conflitos sociais internos, adicionando mais intranqüilidade no quadro de Israel.A longo prazo, o desejo israelense é diminuir as profundas contradições entre o desenvolvimento tecnológico e empresarial e a recessão. A curto prazo, o cenário continuará desanimador. Politicamente, o ajuste recessivo só complica a situação econômica, pois há uma grande diferença entre trabalhadores israelenses e palestinos que, além de serem tratados com menos direitos, não

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podem participar dos projetos de empresas de governo e são taxados como mão-de-obra desqualificada, ganhando menos. E obviamente com o aumento da crise, o desemprego aumentou mais entre os palestinos, que então têm mais um motivo para entrarem nos grupos terroristas.

Binyamin Netanyahu x Ehud Barak

Binyamin Netanyahu é político de direita do partido Likud, que foi eleito para o cargo de primeiro ministro de Israel após o asassinato de Ytzak Rabin, em 1995.Quando assumiu o cargo, Binyamin alterou as condições do Acordo de Oslo, executado em 1993. Isso foi possível pois esse acordo prevê que a cada 3 anos, durante um período de 20 anos, líderes israelenses e palestinos se juntarão para rever o acordo que visa a paz entre esses povos. Assim, na primeira etapa de recondicionamento do acordo, em 1996, Binyamin impôs o fato de que só haveria novamente uma esperança de paz se territórios sagrados, como Jerusalém, por exemplo, ou ainda as colinas de Golã, não fizessem parte das terras a serem devolvidas à Palestina. Para isso, Binyamin começou a colonizar as áreas que deveriam ser devolvidas à Palestina, a fim de que não fosse possível a execução do acordo.O governo de Binyamin Netanyahu era a base de imposições, ou seja, nunca foi permitida uma opinião, um diálogo. Ele faz parte do grupo dos religiosos ortodoxos, que são muito dedicados à religião, cumpridores de todos os rituais, que são de extrema importância na vida desses religiosos, assim como territórios sagrados, como Jerusalém, que deveriam ser devolvidos aos árabes.Com sua política personalista e centralizadora, Binyamin já não estava mais conseguindo agradar a todos os seus eleitores. Por causa disso, ex-likudistas, descontentes com seu governo, assim como imigrantes da ex- URSS, que temem a expansão da influência dos ortodoxos, começaram a ver em outra pessoa uma esperança para uma verdadeira paz entre Israel e seus países vizinhos: Ehud Barak, 57 anos, militar desde os 17, propunha uma política apaziguadora que, ao mesmo tempo que garantisse a formação de uma nova etapa do acordo, não ameaçasse a segurança de Israel nos países conquistados.Dessa forma, nas eleições deste ano de 1999 disputadas por Ehud Barak e Binyamin Netanyahu, foi eleito como primeiro ministro Ehud Barak, do Partido Trabalhista (esquerda). Ele, por sua vez, apresenta mais disposição para uma renegociação das terras a serem devolvidas, pois faz parte dos religiosos seculares, ou seja, que vêem a religião sem obcessão.Esse "moderado linha dura" apresenta ainda outro ponto a seu favor: o fato de ser um sucessor próximo de Ytzak Rabin, que foi o principal iniciador do acordo de paz entre árabes e judeus no Oriente Médio.Ao ser eleito, Barak assumiu uma responsabilidade talvez maior do que qualquer outro já eleito, pois além de ter que acabar com o assentamento em terras negociadas e dar continuidade ao processo de paz, estancados durante o governo de Binyamin, tem também o desafio de proporcionar a formação de

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um Estado Palestino (com exército próprio), e negociar Jerusalém Oriental, que não é negociada por nenhum israelense, mas é muito almejada pelos árabes.Tudo isso tem de ser feito com muita disciplina e cautela, pois caso contrário, um aguçamento nas disavenças entre os dois povos poderia alcançar áreas de grande valor estratégico e econômico, como Irã, Iraque ou Kwait, que são grandes fornecedores de petróleo, e causariam problemas incalculáveis para todo o mundo, e seria muito mais difícil, quase impossível, de se reverter o caos. Ehud Barak sabe disso...

ISRAEL

    - Área: 20.770 km2     - Capital: * Tel Aviv (sede diplomática)                    * Jerusalém (sede do governo, reivindicada pelos israelenses, mas não reconhecida internacionalmente)     - Crescimento Demográfico anual: 1,7%     - Estatuto: República     - Língua: hebraico, árabe, ídiche     - Moeda: siclo (ISL)     - População: 4.820.000     - Regime de governo: Parlamentarista     - Religião: * 85% judaísmo     * 13% islamismo  

PALESTINA

    - Área: * Cisjordânia: 5.860 km2                * Faixa de Gaza: 356 km2     - Capital: * Gaza (sede administrativa)                   * Jerusalém Oriental (reivindicada pelos israelenses, mas não reconhecida internacionalmente)     - Crescimento Demográfico anual: 1,7%

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    - Estatuto: território autônomo sob ocupação israelense     - Língua: árabe     - Moeda: siclo (Israel)     - População: * Cisjordânia: 1.100.000                        * Faixa de Gaza: 800.000     - Religião: * 95% islamismo                    * 5% cristianismo

MAPAS

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Curiosidades

Israel: País estreito no leste do litoral mediterâneo, apresenta paisagens variadas: uma planície costeira limitada por colinas, ao sul, e o planalto de Galiléia, ao norte; uma grande depressão que margeia o rio Jordão até o mar Morto, e o Negev, uma região desértica ao sul que se estende até o Golfo de Ácaba.- O desenvolvimento econômico deste país é o mais avançado do Oriente Médio. As indústrias manufatureiras, principalmente as de lapidação de diamantes, produtos eletrônicos, e mineração são as mais importantes do setor. O país também possui uma próspera agricultura industrializada que exporta frutas, flores e verduras para a Europa.- Em 1948 o Estado de Israel foi estabelecido e foi criada uma bandeira. Quem teve a idéia do design foi David Wolffsohn em 1949. A bandeira seria azul e branca como o talit (manto de orações com o qual os judeus se cobrem quando rezam) com fundo branco e uma faixa azul em cima e outra embaixo com uma estrela de David pintada no centro. Isso era para que lembrassem da fé e das orações de gerações passadas. A estrela é um símbolo nacional judaico: dois triângulos, um deles aponta para cima, para tudo que é espiritual; e outro para baixo, para tudo o que é terreno. Esta estrela, então, une o sagrado ao terreno.- Rios principais: *Jordão, que deságua no mar Morto.* Kichon * Iarkon, que deságua em Tel Aviv, abastecendo esta e Jerusalém, além de ser utilizado para irrigar o Norte do deserto de Negev.- Agricultura: Usando técnicas de irrigação e cultivos modernos, a agricultura do país produz até no deserto de Negev, alimentando 3/4 da população nacional.- Petróleo: Encontrado em 1955 no norte de Negev, ele supre 1/5 das necessidades nacionais.- Transporte e comunicação: Israel conta com uma rede rodoviária ligando as principais cidades. Além de ferrovias e quatro portos comerciais em Haifa, Tel Aviv, Achdod e Jerusalém. As comunicações aéreas são realizadas no aeroporto de Lod, perto de Tel Aviv.- Governo e administração: Israel é governado pelo Knesset, ou seja, um parlamento, com uma única câmara que possui 120 membros, com um mandato de 4 anos cada, eleitos através da votação do povo. O chefe de Estado é o presidente, eleito pelo Knesset. Este presidente governa o país por 5 anos, podendo ou não ser reeleito. Israel não tem Constituição escrita, sendo a justiça administrada por tribunais civis e religiosos.- Educação: A educação primária é gratuita e obrigatória para crianças com até 14 anos de idade; as escolas secundárias são mantidas pelos municípios ou voluntários com o auxílio do governo. Existem várias universidades.- FOTOS:

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Tel Aviv Jerusalém

Soluções para o problema

Este problema entre palestinos e israelenses começou já há algum tempo, e durante todo esse período as desavenças entre judeus e árabes vêm aumentando gradativamente.Sua dimensão real é muito maior do que parece. Em uma análise mais delicada percebemos que uma possível acentuação das disputas pode desencadear um problema de nível internacional se atingir, por exemplo, o Iraque, o Irã ou a Arábia Saudita, que são áreas petroleiras de distribuição internacional.Em uma área onde os campos já estão minados, facilmente uma discussão torna-se uma guerra, seja por problemas econômicos , políticos, étnicos.No mundo atual, globalizado, fica clara a necessidade de uma ajuda externa para se resolver o problema , mas não será só isso que irá solucioná-lo. É necessária uma conscientização interna no Oriente Médio, de cada árabe, de cada judeu envolvido. Para se conseguir a paz, os inimigos não devem só esperar ajuda , devem começar por dá-la. Tanto Israel quanto seus países vizinhos devem cessar fogo e começar a acreditar um pouco mais na autoridade de uma palavra, e na honra que ela representa.

Perguntas e respostas sobre Israel

1) O que é intifada e como ele começou?

A intifada (palavra árabe que significa "sacudir") é uma revolta popular dos palestinos habitantes dos territórios ocupados por Israel desde a guerra de 1967. Essa rebelião teve início nos últimos anos da década de 80 e se manteve sem interrupção até a assinatura dos tratados de paz com Israel no início dos anos 90. Depois, com o fracasso do processo de paz, foi retomada em 2000.

Como é uma ação entre população de um território ocupado (os palestinos) e as forças de um Estado (Israel), não é uma guerra formal entre dois Estados

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soberanos, mas teve tanto impacto político na região como qualquer conflito convencional.

Em 6 de Dezembro de 1987, seis trabalhadores palestinos foram mortos na Faixa de Gaza, atropelados por um caminhão conduzido por um israelense. Os palestinos convenceram-se de que o incidente foi um crime deliberado e três dias mais tarde, um jovem palestino apanhou uma pedra do chão e atirou-a contra uma patrulha israelense. Os jovens que o acompanhavam seguiram o exemplo, numa atitude que se espalharia pelos manifestantes palestinos durante vários anos.

Foi desta forma que teve início a intifada - a revolução das pedras. Os intelectuais palestinos apropriaram-se da palavra para explicar que a sua juventude tentava sacudir-se, ou sacudir 20 anos da humilhação do controle israelense sobre seu território.

O levante espontâneo nos territórios ocupados, após 20 anos de controle israelense, foi uma grande surpresa, inclusive para a própria liderança palestina (que então vivia no exílio). Palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza passaram uma geração inteira sob domínio israelense, e apesar de alguns confrontos isolados, o domínio israelense raramente havia sido desafiado em massa. A nova geração acabaria alterando esta situação. Barricadas foram erguidas por todos os territórios, pneus foram queimados e a bandeira palestina, ilegal, passou a ser vista com frequência nas áreas de intensa atuação da intifada.

As autoridades israelenses foram igualmente pegas de surpresa, sem saber como reagir. Era difícil classificar um movimento popular como trabalho de "terroristas". Alguns líderes políticos aconselharam Israel a se retirar mas a postura linha dura dos israelenses de direita acabou prevalecendo.

Os israelenses fecharam universidades, deportaram manifestantes, demoliram casas palestinas - sem qualquer resultado. Para cada notícia na televisão relatando um incidente ocasionado pela reação violenta das autoridades israelenses, os palestinos ganhavam mais destaque internacional, enquanto Israel perdia credibilidade.

As baixas foram consideráveis. Cerca de 1.300 palestinos perderam a vida, incluindo 300 crianças, durante essa primeira fase da intifada. Mas o levante popular conseguiu, no entanto, despertar a atenção da comunidade internacional para tentar chegar a uma solução pacífica para o conflito, um processo que culminaria com o tratado de Oslo, assinado em 1993.

2) Como começou a segunda Inifada? Quais foram as consequências?

Esta nova fase do longo conflito da região iniciou em outubro de 2000, quando o general aposentado Ariel Sharon, um dos líderes do partido de direita Likud,

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realizou um ato de provocação com uma visita não autorizada à esplanada das mesquitas, em Jerusalém. Embora seja localizada dentro de Jerusalém, cidade sagrada que Israel reivindica como capital de seu país (não reconhecida pela comunidade internacional), a esplanada é sede dos templos muçulmanos mais importantes fora de Meca (na Arábia Saudita).

Por isso, é administrada pelos líderes religiosos muçulmanos, que têm autonomia para controlar o lugar, determinam quem pode entrar no local. O governo israelense sempre respeitou isso. As mesquitas da esplanada foram construídas sobre os alicerces do antigo templo construído pelo rei Salomão (destruído pelos romanos no século 1 depois de Cristo). O muro das Lamentações, local sagrado para os judeus, é um pedaço do alicerce, que sobreviveu à dstruição. Fica, portanto, embaixo das grandes mesquitas.

Sharon é odiado pelos palestinos por ter sido sempre associado a violências contra comunidades árabes em conflitos (na guerra de 1973, na invasão do Líbano em 1982), inclusive os massacres a dois campos de refugiados palestinos no Líbano (Sabbra e Chatila), em 1982.

Quando Ariel Sharon resolveu desafiar as regras impostas pelo governo de Israel e pelas autoridades religiosas muçulmanas, ele forçou a falência do processo de paz, que atravessava uma crise logo depois de o então primeiro-ministro Ehud Barak oferecer aos palestinos a devolução dos territórios ocupados, inclusive a área oriental de Jerusalém (maioria muçulmana).

Sharon era um líder do Likud no ostracismo e o mais forte líder de seu partido era Benjamin Netaniahu. A provocação fez renascer a intifada, radicalizou a posição palestina, enfraqueceu Barak e Netaniahu, ao mesmo tempo, tornando Sharon o candidato mais forte à eleição de premiê, o que de fato se confirmou nas urnas.

Nas eleições de fevereiro de 2001, os trabalhistas foram derrotados, sendo Sharon eleito primeiro-ministro, com o Likud (partido de direita) liderando um governo de coalizão com os trabalhistas e partidos religiosos. O já desgastado processo de paz foi bloqueado.

Evidentemente, Sharon, considerado pelo próprio parlamento israelense como responsável pelos massacres de Sabbra e Chatila, aplicou uma linha dura com a Autoridade Nacional Palestina (ANP). Os alvos visados, inicialmente, foram as forças de segurança da ANP, na inútil suposição de que Arafat recuaria.

Mas as retaliações contra as ações palestinas, as restrições à cobertura da imprensa e a recusa à proposta da ONU de enviar observadores desarmados criaram constrangimentos internacionais ao governo israelense.

Do lado palestino, a estratégia tem sido a de criar insegurança aos colonos israelenses nos territórios ocupados, bem como às tropas de ocupação, através da ação de franco-atiradores e de atentados suicidas. Esta estratégia pretende demonstrar que o custo da manutenção da tranqüilidade pode ser altíssimo para os israelenses, e é mais ou menos orientada pela ANP. Por

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outro lado, a ação de grupos contrários ao processo de paz e à ANP, como o Hamas, que promove atentados suicidas em Israel ou postos militares, e que independe da coordenação de Arafat, acabam complementando, indiretamente, a estratégia palestina. Israel revida com bombardeios, assassinatos de militantes e demolição de residências, além de ocupar temporariamente territórios da ANP. A segunda intifada já deixou 1.130 palestinos e 398 israelenses mortos, segundo balanço da agência de notícias Reuters feita até o início de abril.

3) Palestina é um país ou uma região?

Palestina é uma região do Oriente Médio que engloba as localidades onde ocorreram os fatos descritos no Novo Testamento cristão, a chamada Terra Santa. Seu nome vem dos Filisteus (os ancestrais dos atuais palestinos), povo que depois da conquista dessa região pelos árabes, no século 7 depois de Cristo, se arabizou, ou seja, adotou a cultura árabe.

Esse território desde a conquista romana (pouco antes do nascimento de Cristo) nunca foi independente, sendo sempre uma província ou uma região apenas. Após a Segunda Guerra Mundial, a ONU decretou a criação de dois países, um dos judeus e outro dos palestinos. Mas os países vizinhos árabes alegaram que não aceitavam a criação de Israel e invadiram a região em 1948, em uma guerra que terminou vencida por Israel.

Os árabes, apesar de perderem a guerra, tomaram para si (Jordânia e Egito) territórios que eram destinados à Palestina. Israel também ampliou seu território. Com isso, o território que a ONU destinou em 1947 aos palestinos passou a ser controlado por Israel, Egito (Faixa de Gaza) e Jordânia (a Cisjordânia ou Margem Oeste do rio Jordão). Em 1967, esses países guerrearam novamente e Israel conquistou os dois territórios, que passaram a ser chamados de "territórios ocupados".

Os acordos de paz dos anos 90 atribuíram à Organização para Libertação da Palestina (liderada por Yasser Arafat) o controle parcial sobre esses territórios (Faixa de Gaza e Margem Oeste do rio Jordão), através de uma entidade chamada Autoridade Palestina (que funciona como um embrião de governo).

A Autoridade Palestina reivindica a formação de um Estado Palestino, que Israel se recusa a aceitar. Portanto, a Palestina é uma região e pode vir a se tornar um país. Quais as regiões ou territórios que compõem a atual Palestina?

A Palestina é uma região geográfica que compreende os territórios entre a margem oeste do rio Jordão e o mar Mediterrâneo, ao sul do Líbano e a nordeste da península do Sinai. Dentro dela estão hoje o Estado de Israel e as áreas ocupadas militarmente por Israel na guerra de 1967: a chamada Faixa de Gaza (no litoral do Mediterrâneo) e a Cisjordânia (entre o rio Jordão e

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Jerusalém).

O nome Palestina vem do povo filisteu, que habitava essa região em tempos bíblicos (até hoje, em árabe, a palavra se pronuncia mais ou menos “filistin”). Em 1948, a ONU dividiu essa região geográfica em dois territórios autônomos, um para os judeus e outra para os palestinos, o povo arabizado que habitava a região. Vários países árabes reagiram contra a criação do Estado de Israel e houve uma guerra, na qual o vencedor, Israel, ampliou seu território e os vizinhos Egito e Jordânia anexaram áreas reservadas ao Estado palestino (a Faixa de Gaza, ficou para o Egito; o território entre o rio Jordão e Jerusalém, denominado Cisjordânia, ficou para a Jordânia).

Na guerra de 1967 (Guerra dos Seis Dias), Israel tomou essas duas áreas, que passaram a ser chamadas de “Territórios Ocupados”. Nos anos 90, como fiadores do processo de paz entre palestinos e Israel, Egito e Jordânia abriram mão do direito aos territórios, que estão hoje sob um regime de autonomia relativa da Autoridade Palestina (cujo líder é Iasser Arafat).

Os palestinos querem transformar esse território em um Estado Palestino e por isso, muitos jornalistas e políticos já têm usado a expressão Palestina para se referir só às áreas destinadas à Autoridade Palestina.

4) Os palestinos e os israelenses, são todos um "povo só"?

O patriarca longínquo dos dois povos é o mesmo: Abraão (ou Ibrahim, em árabe). Ele casou-se com Sara com quem teve o filho Isaque (que seria o ancestral dos judeus). Com uma escrava, teve o filho Ismael, que seria o ancestral dos árabes. Mas fora essa proximidade arcaica, são dois povos diferentes há milhares de anos.

5) Os palestinos são muçulmanos em sua maioria? Eles são um povo com influência árabe ou são árabes?

A maioria dos palestinos professa a religião muçulmana. Mas há também palestinos cristãos.

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6) Qual é o motivo do conflito entre israelenses e palestinos? Israelenses são judeus, e palestinos são

muçulmanos?

nos territórios que Israel conquistou na guerra de 1948), existem árabes e Dentro do território que a ONU destinou aos judeus na Palestina (e também judeus. Como o país se chama Israel, os cidadãos são israelenses.

A maioria deles é de judeus (4,5 milhões) e cerca de 1,5 milhão são árabes. Há também diversas outras minorias. Assim, há muitos cidadãos israelenses que não são judeus. Na Palestina, tanto dentro de Israel como nos territórios vizinhos de Gaza e Cisjordânia (ocupados por Israel em 1967) há uma maioria de palestinos (descendentes dos filisteus mencionados na Bíblia) que por sua vez são em maioria de origem muçulmana (há palestinos cristãos também).

O conflito se deve à disputa pelo controle da região pois depois de séculos sob controle de potências estrangeiras, durante a metade do século 20 os palestinos lutavam por independência (sob hegemonia palestina) e os judeus também (sob hegemonia judaica). Ao decidir "salomonicamente" (dividindo a terra em duas partes) em 1947, a ONU em vez de acabar com o conflito o agravou.

7) É verdade que com a criação do Estado de Israel na Palestina, muitos palestinos perderam propriedades que foram entregues a assentamentos de judeus, sem nenhuma indenização?

Sim, é verdade. O governo israelense fez desapropriações forçadas em áreas ocupadas por árabes, inclusive dentro de Jerusalém.

8) Por que os palestinos (e vários vizinhos) têm tanto ódio dos EUA?

Como sempre, não devemos generalizar. Existem palestinos vivendo há décadas nos EUA e outros que vivem bem em Israel. Mas a reação da maioria, contra os EUA, se deve ao apoio dos Estados Unidos a Israel, na maioria das questões.

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9) Por que os EUA apóiam Israel?

Uma primeira causa desse apoio: os Estados Unidos têm a maior comunidade judaica no mundo, maior do que toda a população do Estado de Israel, com mais dinheiro do que todo o Estado de Israel. Assim, não erra quem disser que o verdadeiro país dos judeus, desde o início do século 20, são os Estados Unidos.

O Israel que conhecemos hoje, desde 1948, é um projeto do sionismo (uma ideologia criada no fim do século 19 por alguns judeus em reação à perseguição de judeus em diversos países do mundo, que dizia que os judeus só deixariam de ser perseguidos quando tivessem seu próprio país).

Ele se concretizou por decisão da ONU em 1947, pressionada pelos EUA e por diversos países europeus, em grande medida como uma forma de compensar e evitar um Holocausto como o cometido por alemães (e não só, mas também croatas, franceses, poloneses, italianos, tchecos, húngaros, búlgaros etc.) durante a Segunda Guerra Mundial. Assim, os Estados Unidos apóiam Israel por serem, também, um país de judeus.

Uma segunda causa: Israel é a única democracia de todo o Oriente Médio, cercado por monarquias absolutistas, teocracias ou regimes autoritários por todos os lados, cada um deles com vínculos tradicionais com potências européias e, por razões diversas, com a Rússia. Durante toda a Guerra Fria, Síria, Egito, Iraque e Líbia, por exemplo, tinham vínculos diretos com a Rússia comunista.

Ao final da Guerra Fria, o Egito buscou apoio americano (e para isso, fez a paz com Israel), mas Iraque, por exemplo, continua ligado à Rússia apesar de esta deixar se ser comunista. Assim, durante toda o período da Guerra Fria, o único país alinhado diretamente às diretrizes norte-americanas na geopolítica regional era Israel.

Esses vínculos tradicionais predominam mesmo perante divergências (que não são poucas) entre os dois países e também perante os vínculos novos dos Estados Unidos com outros países da região, como Egito, Arábia Saudita e Kuwait.

10) Como foi a Guerra dos Seis Dias?

A partir de 1959, com a criação do Al Fatah, começam a surgir ataques terroristas palestinos às instalações israelenses judaicas. Cada ataque era respondido com uma retaliação israelense, muitas vezes maior que a investida sofrida e nem sempre dirigida especificamente contra os atacantes.

A tensão na região se torna crítica em 1966, quando a Síria passa a dar apoio aos guerrilheiros palestinos.

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Em abril de 1967, Israel, fortemente armados pelos EUA, tomam a iniciativa do ataque. A Força Aérea israelense ataca a Jordânia e, no mês seguinte, o Egito coloca suas Forças Armadas em alerta.

O pretexto é a intensificação do terrorismo palestino no país e o bloqueio do Golfo de Ácaba pelo Egito - passagem vital para os navios de Israel. O plano traçado pelo Estado-Maior israelense, chefiado pelo general Moshe Dayan (1915-1981), começa a ser posto em prática às 8 horas da manhã do dia 5 de junho de 1967.

O presidente Nasser ordena a retirada das tropas da ONU do Egito e desloca divisões egípcias, ocupando o golfo de Ácaba e bloqueando o porto israelense de Eilat, que recebia suprimentos petrolíferos do Irã.

Simultaneamente, forças blindadas israelenses investem contra a Faixa de Gaza e o norte do Sinai. A Jordânia abre fogo em Jerusalém e a Síria intervém no conflito.

Mas, no terceiro dia de luta, o Sinai inteiro já está sob o controle de Israel. Nas 72 horas seguintes, os israelenses impõem uma derrota devastadora aos adversários, controlando também a Cisjordânia, o setor oriental de Jerusalém e as Colinas de Golã , na Síria.

A resolução da ONU de devolver os territórios ocupados é rejeitada por Israel. Israel amplia seu território para 89.489 km2. Como resultado da guerra, aumenta o número de refugiados palestinos na Jordânia e no Egito. Síria e Egito estreitam ainda mais as relações com a URSS, renovam seu arsenal de blindados e aviões, e conseguem a instalação de novos mísseis perto do Canal de Suez .

11) Como foi a Guerra do Yom Kippur?

Na década de 70, as tensões entre árabes e israelenses chegam mais uma vez ao limite. Regimes nacionalistas, influenciados por Nasser, passam a governar o Sudão, com o general Nimeiry, e a Líbia , com o coronel Gadafi. Na Síria, Hafez al-Assad assume o poder em 1971, e iria se tornar um dos personagens centrais da política no Oriente Médio nos anos seguintes.

O novo presidente do Egito, Anuar Sadat, queria recuperar os territórios perdidos para Israel. Assim que ele assumiu o poder, deu indícios de que estaria disposto a negociar com os israelenses, desde que não houvesse exigência de um acordo final de paz, o que de certo colocaria todo o mundo árabe contra ele. Não houve acordo com a primeira-ministra israelense, Golda Meir, e Sadat se convenceu de que a única forma de recuperar Gaza e o Sinai (perdidos durante a Guerra dos Seis Dias) seria impor uma derrota, ainda que parcial, a Israel.

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Chegou o dia do Yom Kippur, em 6 de outrubro de 1973, quando os judeus dedicam-se às práticas religiosas. O comando militar árabe escolheu a data com cuidado.

A sociedade israelense estava relaxada, os soldados rezavam ou aproveitavam o feriado com as famílias. O ataque começou às 14 horas, cercado do mais absoluto segredo, e Israel foi apanhado de surpresa. Os primeiros dias da guerra foram fáceis para o lado árabe.

Sadat, que pensou que perderia cerca de 10.000 homens, só perdeu 208. O contra-ataque de Israel encontrou a resistência das baterias egípcias de mísseis. Tudo parecia tão fácil que Sadat começou a avançar rápido demais, perdendo a cobertura dos mísseis antiaéreos, dando chance para que Israel restabelecesse o domínio do espaço aéreo. Alguns dias mais tarde, acontecia no Sinai a maior batalha de tanques da história.

Num movimento ousado, as tropas israelenses cruzaram o canal de Suez, isolando as forças egípcias que haviam lançado o ataque.

Em seguida, Israel volta-se para os sírios, que contavam com a ajuda de jordanianos, iraquianos, marroquinos e sauditas. À custa de perdas enormes, o avanço sírio foi detido e uma contra-ofensiva pôs em cheque a capital síria, Damasco. Duas semanas após o ataque, Sadat enviava uma carta a Hafez al Assad onde dizia estar preparado para aceitar um acordo de cessar-fogo. Logo depois, foi a vez dos sírios de pedirem o fim das hostilidades.

Sob a interferência dos Estados Unidos, da União Soviética e da ONU, foram feitos acordos de cessar-fogo em 1973, 1974 e 1975.

Em 1973, a Questão Palestina ganha destaque internacional após a Guerra do Yom Kippur e o petróleo começa a ser usado como arma pelos Estados árabes quando a OPEP boicotou o fornecimento aos países que apoiavam Israel. O aumento dos preços, detonado pela guerra, gerou uma crise mundial que derrubou bolsas de valores de todo o mundo e causou inflação em vários países.

Ao mesmo tempo, Arafat começa um trabalho diplomático, conseguindo com que a então OLP (Organização para a Libertação da Palestina) fosse reconhecida como legítima representante do povo palestino e admitida na ONU como membro observador.

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12) O que é o grupo Hamas?

O Hamas, uma abreviação de Harakat al-Muqawama al-Islamiyya - Movimento de Resistência Islâmica, surgiu como uma alternativa à OLP - Organização para a Libertação da Palestina, durante a revolta palestina de 1987 (Intifada) contra a ocupação israelense.

O grupo desafiou a posição da OLP como força política exclusiva e única representante legítima do povo palestino. O Hamas também se opôs ao nacionalismo secular da OLP e ao programa político para um estado palestino e um território nacional, apropriando-se do discurso palestino original, dos objetivos e meios estratégicos historicamente identificados com a OLP, e colocando-os em um contexto e significado islâmicos. Invocando uma visão nacional-islâmica e um ativismo comunitário, o Hamas foi capaz de combinar doutrina religiosa com preocupações cotidianas.

O Hamas é uma organização extremista islâmica que se opõe aos acordos de Oslo de 1993 sobre a autonomia palestina, e responsável pelos atentados antiisraelenses mais sangrentos dos últimos anos.

O Hamas preconiza a luta armada contra Israel até a criação de um Estado islâmico em toda a Palestina, com a inclusão de Israel.

Seu braço armado, o grupo Ezzedin al Kassam, nome de um militante nacionalista árabe que combateu na palestina antes da criação do Estado de Israel em 1948, assumiu, em 1997, dois atentados suicidas em Jerusalém que causaram 21 mortos.

Em fevereiro e março de 1996, o Hamas praticou três dos quatro atentados suicidas que deixaram mais de 50 mortos em Israel, bloqueando o processo de paz e contribuindo para o retorno da direita nacionalista no poder.

O movimento preconiza a Jihad (a guerra santa) e afirma que "todo judeu e todo colono (judeu) é um alvo e deve ser morto".

Além de suas operações militares, o Hamas, que, segundo as autoridades israelenses, beneficiou-se do apoio financeiro do Irã, realiza numerosas atividades sociais nos territórios, o que o ajuda a assegurar sua influência.

Em nível político, o Hamas é o principal movimento de oposição à Autoridade Palestina de Yasser Arafat. No entanto, os vínculos entre a Autoridade e o Hamas melhoraram consideravelmente desde o início da segunda Intifada, o que provocou um fenômeno de união na sociedade palestina.

O fundador e diretor espiritual do movimento, xeque Ahmad Yassin, paralítico de nascimento, foi libertado em 1997 por Israel depois de oito anos na prisão, tendo sido devolvido a Gaza, onde retomou suas atividades políticas.

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Crise de Suez - 1956

Em 1956, o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser nacionaliza o canal e impede a passagem de navios israelenses, originando um conflito internacional. Com o apoio da França e do Reino Unido, tropas israelenses invadem o Egito em outubro de 1956. Apesar da derrota militar egípcia, a intervenção da ONU e as pressões dos EUA e da União Soviética garantem o controle do Egito sobre o canal, com a obrigatoriedade de mantê-lo aberto à navegação mundial.

Guerra dos Seis Dias - 1967

Conflito armado entre Israel e a frente árabe, formada por Egito, Jordânia e Síria, e apoiada pelo Iraque, Kuweit, Arábia Saudita, Argélia e Sudão. O crescimento das tensões árabe-israelenses, em meados de 1967, leva ambos os lados a mobiliza suas tropas. Sem esperar que a guerra chegue às suas fronteiras, os israelenses, fortemente armados pelos EUA, tomam a iniciativa do ataque. O pretexto é a intensificação do terrorismo palestino no país e o bloqueio do Golfo de Ácaba pelo Egito – passagem vital para os navios de Israel. O plano traçado pelo Estado-Maior israelense, chefiado pelo general Moshe Dayan (1915-1981), começa a ser posto em prática às 8 horas da manhã do dia 5 de junho de 1967, quando os caças israelenses atacam nove campos de pouso e aniquilam a força aérea egípcia no chão. Ao mesmo tempo, forças blindadas israelenses investem contra a Faixa de Gaza e o norte do Sinai. A Jordânia abre fogo em Jerusalém e a Síria intervém no conflito. Mas, no terceiro dia de luta, o Sinai inteiro já está sob o controle de Israel. Nas próximas 72 horas, os israelenses impõem uma derrota devastadora aos adversários, controlando também a Cisjordânia, o setor oriental de Jerusalém e as Colinas de Golã , na Síria. A resolução da ONU de devolver os territórios ocupados é rejeitada por Israel. Como resultado da guerra, aumenta o número de refugiados palestinos na Jordânia e no Egito. Síria e Egito estreitam ainda mais as relações com a URSS, renovam seu arsenal de blindados e aviões, e conseguem a instalação de novos mísseis perto do Canal de Suez . Guerra do Yom Kippur - 1973 Quarto conflito armado entre Israel e os países árabes vizinhos. Tem início com o ataque da Síria e do Egito às posições israelenses no Sinai e nas Colinas de Golã , em 6 de outubro de 1973, dia em que os judeus comemoram o Yom Kippur (Dia do Perdão), feriado religioso. Os árabes tentam recuperar as áreas perdidas para Israel na Guerra dos Seis Dias (1967), além de responder aos bombardeios israelenses na Síria e no Líbano, em busca das bases militares da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). A guerra dura 19 dias e é concluída sob intervenção das potências mundiais. Os sírios, ajudados por tropas jordanianas e iraquianas, avançam ao norte em direção a Golã , enquanto as forças egípcias invadem pelo sudoeste, a partir

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do Canal de Suez . Obrigam os israelenses a abandonar as suas linhas de defesa em Bar-Lev e os campos petrolíferos de Balayim, ocupando toda a área do Canal, de Port Said a Suez . Mas o contra-ataque de Israel força o recuo dos egípcios e sírios. Damasco é bombardeada e os blindados israelenses obrigam as forças sírias a retroceder até as linhas demarcadas pela guerra de 1967. No Sinai, cerca de 200 tanques e 10 mil soldados de Israel cruzam o Canal, destruindo instalações de artilharia e bases de lançamento egípcias na margem oeste. Essa manobra militar de Israel isola o Exército adversário na margem leste do deserto. Pressões diplomáticas dos Estados Unidos e da União Soviética impedem o massacre das forças egípcias cercadas no Canal. O cessar-fogo é assinado em 24 de outubro. As posições vigentes ao final da Guerra dos Seis Dias são praticamente restabelecidas com os acordos assinados entre Israel e Síria, em 1974, e entre israelenses e egípcios, em 1975. A Organização pela Libertação da Palestina (OLP) é um "governo no exílio" dedicado ao objetivo de estabelecer um Estado palestino independente no território hoje ocupado por Israel. Formada em 1964, a OLP propôs-se coordenar e comandar o movimento nacionalista palestino. Politicamente, obteve muitas vitórias - desde 1964, mais de cem países passaram a reconhecê-la como representante legítima do povo palestino. Um dos principais problemas da OLP tem sido uma consistente falta de consenso com relação ao uso da força militar. O primeiro líder da organização, Ahmad Chukeiry, era favorável a criação de um "exército no exílio" para destruir Israel com auxílio dos exércitos de outros Estados árabes. Mas, como a guerra de 1948-49 havia demostrado, essa era uma posição discutível, pois implacava uma dependência de forças não palestinas e a subordinação da OLP em termos militares. Já em 1965 a organização Al Fatah (Luta), de Yasser Arafat, executara pequenas ações-relâmpagos contra Israel, indicando o potencial da guerra de guerrilhas. Após o esmagador fracasso da Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967, a guerrilha passou a ser a estratégia preferida dos palestinos. Arafat acabaria eleito presidente da OLP em fevereiro de 1969, mas não foi capaz de unificar o movimento em torno de uma diretriz única. Georges Habache, outro líder palestino, havia preferido adotar o terrorismo e fundara a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) em 1968. A partir daí, surgiram vários grupos dissidentes, cada um mais extremista que o anterior e todos teoricamente subordinados à OLP. É o caso, entre outros, do Saiqa (Vanguardas de Guerra de Libertação Popular, fundado em 1968 e apoiado pela Síria) e da Frente de Libertação Árabe (FLA, criada em 1969 por Abd al-Wahhab al-Kayyali, sob orientação do governo do Iraque). Apesar da existência de uma grande massa de refugiados predominantemente pró-OLP, entre os quais poderiam ser arregimentados guerrilheiros, os palestinos não tinham as vantagens de contar com bases seguras e inexpurgáveis. No início dos anos 60, esse problema ainda não era muito sério - campos de refugiados na faixa de Gaza, na margem ocidental (esquerda) do Jordão e no Líbano ofereciam bases próximas às fronteiras israelenses - mas a partir de 1967 os palestinos foram gradativamente rechaçados. Na Guerra dos Seis Dias, os israelenses capturaram o Sinai, a margem ocidental do Jordão e as colinas de Golã, obrigando a OLP a se retirar para o interior do Egito, Jordânia e Síria. Isso reduzio o impacto de suas ações, pois eles precisavam

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percorrer várias distâncias em terreno hostil para atingir alvos preferenciais em pleno território de Israel. Momentos de grande tensão foram criados entre os palestinos e os territórios que os abrigavam. À medida que os Estados Árabes hospedeiros sofriam os efeitos das retaliações israelenses em resposta a ataques dos palestinos e enfrentavam o surgimento de enclaves controlados pela OLP dentro de seu próprio território, o movimento foi perdendo apoio. Em 1970, o rei Hussein expulsou a OLP de suas bases a leste do rio Jordão, enquanto o Egito e a Síria começaram a impor um rigoroso controle sobre as populações palestinas abrigadas em suas fronteiras. Uma mudança da OLP para bases no sul do Líbano permitiu aos guerrilheiros reconquistar um certo grau de eficiência, mas a subseqüente guerra civil naquele país (1975-76), seguida por uma invasão israelense (1982), veio a enfraquecê-los ainda mais. Em fins de 1983, uma verdadeira guerra foi travada no norte do Líbano entre os partidários de Arafat e de outras organizações palestinas filiadas à OLP (principalmente o Saiqa, controlado pelos sírios). Arafat sobreviveu, explorando a força política da OLP, mas os sírios assumiram a estratégia palestina. Com isso destruíram a iniciativa militar da OLP e subordinaram suas aspirações àquelas de um mundo árabe mais amplo. Hoje, a OLP controla várias áreas administradas pela Autoridade Nacional Palestina, da qual Arafat é presidente, eleito pela maioria dos palestinos.

Fundamentalismo Islâmico

Manifesta-se em movimentos empenhados na criação de sociedades regidas pelo Corão , o livro sagrado do islamismo , e contrários aos modelos políticos e filosóficos ocidentais (como a separação entre Estado e religião, a democracia e o individualismo). O fundamentalismo propaga-se entre os muçulmanos especialmente após a Revolução Iraniana de 1979, que instala no país um Estado teocrático, conduzido pelo líder xiita Ruhollah Khomeini . Também é possível destacar a atuação, no Egito, do grupo extremista Gammaat-i-Islamia, responsável por atentados terroristas no país; da Frente Islâmica de Salvação (FIS), na Argélia, que reivindica um país regido pelas leis do Corão; da milícia xiita libanesa Hezbollah (Partido de Deus), diretamente envolvida no combate com tropas israelenses instaladas no sul do Líbano; do Hamas, nos territórios ocupados por Israel, contrário aos acordos de paz entre palestinos e israelenses; e da milícia Taliban, que luta, no Afeganistão, pela criação de um Estado islâmico "puro".

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Fundamentalismo Judaico

Atualmente, está associado a facções religiosas radicais em Israel, como o Eyal (Força Judaica Combatente) e o Kahane Vive. Esses movimentos condenam o acordo de paz entre palestinos e israelenses, que prevê a devolução dos territórios conquistados por Israel na Guerra dos Seis Dias (1967). Para eles, a entrega de terras bíblicas como Hebron, Jericó e Nablus, na Cisjordânia, é uma afronta à vontade de Deus. Ela contraria a aspiração judaica do retorno a uma Grande Israel, similar aos tempos do Rei Davi, que por volta de 1.000 a.C. pacifica a região e transforma Jerusalém em centro religioso. A efervescência dessas idéias leva ao assassinato, em 1995, do primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin , mentor dos acordos de paz, ao lado de Yasser Arafat. O assassino, Yigal Amir, um fundamentalista pertencente ao Eyal, justifica a sua atitude afirmando que Rabin era um "traidor do ideal judaico", por devolver terras ocupadas aos palestinos.

Aspectos Econômicos do Oriente Médio

Sob o ponto de vista da área ocupada e da população empregada, a agricultura e a pecuária de subsistência são as atividades econômicas predominantes no Oriente Médio. A aridez do clima determina, como únicas alternativas de cultivo do solo, o aproveitamento intensivo de regiões úmidas, como o litoral mediterrâneo e os vales fluviais, ou o recurso da irrigação. Destacam-se dois tipos de cultivos irrigados: o tradicional, utilizando técnicas milenares e grande quantidade de mão-de-obra, com uma ocupação intensiva das melhores terras para a agricultura de subsistência, como na Mesopotâmia, em trechos dos litorais da península Arábica e nos oásis. Nessas áreas, cultiva-se principalmente trigo, tâmaras e milho; o moderno, processado especialmente em Israel, onde avançadas técnicas de irrigação expandem as terras cultivadas sobre o deserto. Duas formas de exploração são características: okibutz, organização comunitária agroindustrial que cultiva terras doadas pelo Estado, encontrada nas regiões fronteiriças, servindo como frente de ocupação e faixa de defesa, e o moshav, cooperativa agrícola onde a terra pertence ao agricultor. Nessas áreas, a produção é mais diversificada, com destaque para as verduras, legumes, uvas, girassol, etc. A pecuária extensiva predomina no Oriente Médio, praticada tradicionalmente de duas formas principais: o nomadismo e a transumância, com destaque para os rebanhos de ovinos, caprinos e camelos. Na Turquia, a agropecuária é a base da economia, empregando a maior parte da população ativa. O país é grande produtor e exportador de itens agrícolas, tais como trigo e tabaco (sétima produção mundial em ambos), algodão, chá (quarta), cítricos, passas e lã (oitava). Na maior parte dos países do Oriente Médio, o ramo industrial mais importante é o têxtil, devido à tradição de seu artesanato; é o caso do Irã, Iraque e Afeganistão, cujos tapetes são mundialmente conhecidos. Alguns países, no entanto, apresentam uma certa diversificação industrial, como Israel (química e

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alimentícia), Turquia (cimento, fosfatos e siderurgia), além do Irã e do Iraque (automobilística e siderurgia). Calcada no petróleo, essa industrialização é dependente de tecnologia externa, que ainda é controlada por grandes empresas transnacionais. O petróleo, no entanto, é propulsor da indústria. Explorado desde 1909, no Irã, teve sua extração intensificada, em ritmo industrial, somente após a Primeira Guerra Mundial, quando a tutela britânica e francesa na região abriu as ricas reservas às grandes companhias internacionais, através de concessões a longo prazo. A partir da Segunda Guerra Mundial, frente ao crescente nacionalismo árabe, os países foram tomando consciência da importância da riqueza que possuíam e que era explorada a baixo preço por companhias internacionais. Em 1960, alguns países produtores de petróleo criaram um cartel, com a finalidade de fazer frente a essas poderosas companhias estrangeiras. Através do Convênio de Bagdá, foi fundada a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), formada inicialmente por Venezuela, Arábia Saudita, Irã, Iraque e Kuwait. Em 1968, após a Guerra dos Seis Dias, foi criada a Organização dos Países Árabes Exportadores de Petróleo (OPAEP), formada exclusivamente por nações árabes: Arábia Saudita, Kuwait e Líbia; posteriormente, Argélia e Iraque entraram para a organização, que ficou conhecida por sua influência na Guerra do Yom Kippur e na posterior crise do petróleo. A partir de 1972, os países da OPEP e da OPAEP começam a exigir das empresas estrangeiras maior participação nos lucros, tornando tensa a situação na área. Em outubro de 1973, após a Guerra do Yom Kippur, a OPEP decide adotar o embargo do fornecimento de petróleo como forma de pressionar os grandes consumidores norte-americanos e europeus a forçarem os israelenses a evacuar os territórios ocupados. Tem início a primeira crise mundial do petróleo, quando o preço do barril é quadruplicado. Frente à dependência mundial dessa fonte de energia, os países exportadores de petróleo — especialmente os árabes — passam a auferir grandes lucros. Essa riqueza, no entanto, permaneceu restrita à minoria, constituída pelos chefes locais, não representando melhoria nos níveis de vida da maior parte dos povos do Oriente Médio. A maior parte do petróleo é exportada, em estado bruto, através de oleodutos, para o mar Mediterrâneo, ou por meio de gigantescos petroleiros, pelo golfo Pérsico e oceano Indico, atingindo a América, a Europa e o Japão. As grandes refinarias encontram-se concentradas nas margens do Chatt-el-Arab, do golfo Pérsico e da costa mediterrânea.

Judaísmo

A mais antiga das três religiões, tem em sua essência a idéia de que Deus elegeu, em toda a humanidade criada, um grupo especial: o povo eleito. A estes, reservou provações e privilégios especiais, líderes e terras sagrados.

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Com toda a humanidade, este Deus estabelece um compromisso geral, uma aliança. Após o episódio do dilúvio universal Ele promete não mais punir sua criação com inundações: Deus falou assim a Noé e a seus filhos: Eis que estabeleço minha aliança convosco e com vossos descendentes depois de vós, e com todos os seres animados que estão convosco: aves, animais, todas as feras, tudo o que saiu da arca convosco, todos os animais da terra. Estabeleço minha aliança convosco. Tudo o que existe não mais será destruído pelas águas do dilúvio; não mais haverá dilúvio para devastar a terra. (Gênesis: 9,8-11) Essa aliança materializou-se no arco-íris. Segundo os textos do Pentateuco (que integra o livro sagrado, a Torã), sempre que o arco surge nos céus Yahweh está se lembrando da promessa feita a todos os seres que criara e que — num gesto colérico estranho a um ser onisciente e onipresente — quase destruiu. Entretanto, essa aliança é por demais democrática, não destaca o povo eleito de Deus. Uma nova aliança surgirá para este fim. Nesta segunda aliança, Abraão torna-se o patriarca do povo eleito que ganha Canaã do Senhor Deus e, em troca, incorpora uma marca para todas as gerações descendentes: A ti (Abraão), e à tua raça depois de ti, darei a terra em que habitas, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei o vosso Deus. Deus disse a Abraão: Quanto a ti, observarás a minha aliança, tu e tua raça depois de ti, geração em geração. E eis minha aliança que será observada entre mim e vós, isto é, tua raça depois de ti: todos os vossos machos sejam circuncidados. Fareis circuncidar a carne de vosso prepúcio, e este será o sinal da aliança entre mim e vós. Quando completarem oito dias, todos os vossos machos serão circuncidados, de geração em geração.(Gênesis: 17, 8-12) Ocorreu, entretanto, de Abraão ter dois filhos: Ismael, o primogênito com sua serva Agar, e Isaac, filho da esposa Sarai. Em um conflito doméstico, Ismael e a mãe são expulsos da casa de Abraão por ordem da esposa Sarai. Isaac, devidamente circuncidado, torna-se o herdeiro oficial da comunidade judaica. Ismael, mesmo sendo semita, torna-se o ancestral lendário de uma outra comunidade não judaica: os ismaelitas, que são muçulmanos. O povo judeu, organizado sob o reinado de Salomão, assistiu a um curto período de estabilidade. Posteriormente, com sucessivas guerras sofre, sob o domínio imperial romano, a diáspora. Até 1948 (data da fundação de Israel pela ONU), a comunidade Israelita não teve um Estado oficial, ficando dispersa pelo mundo todo, em particular pelas regiões do mediterrâneo e América do Norte. Note-se, ainda, que desde a diáspora até o sionismo, viabilizado pela criação do Estado israelense, os judeus foram vítimas preferenciais de inúmeras perseguições. Temos, como exemplos disso, os massacres feitos pela Igreja medieval, através do Tribunal do Santo Ofício e das conversões forçadas (quando então judeus viraram cristãos-novos) e o anti-semitismo alemão com o Holocausto, a solução final.

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Cristianismo

Quando na primeira metade do século IV d.C., o imperador romano Constantino converteu-se ao cristianismo, aquilo que fora apenas uma facção messiânica da comunidade hebraica que seguia ao judeu auto-intitulado "Filho de Deus", torna-se uma das mais importantes religiões do planeta. A comunidade cristã soma atualmente cerca de um bilhão e oitocentos milhões de adeptos (católicos e protestantes), enquanto a comunidade judaica não ultrapassa os dezessete e meio milhões de membros. O grande número de cristãos por todo o mundo explica-se basicamente por dois fatores, a saber: I. O cristianismo, já em fins do Império Romano, tornou-se uma religião oficial, apoiada pelo Estado, e — na Idade Média — a Igreja foi o próprio Estado. II. A doutrina cristã é muito flexível. Não exige etnia, cultura, língua ou status financeiro definidos. E, ademais, prega a justiça absoluta após a morte, o que aumenta a tolerância para com as injustiças sofridas em vida. E, portanto, uma religião estratégica para sociedades capitalistas, exploratórias e com marcadas diferenças sociais. Mas, se na Alta Idade Média a predominância da Igreja Católica sobre toda a Europa e a Palestina é clara, na Baixa Idade Média e na Idade Moderna esta realidade altera-se. Há para esta mudança causas bem definidas, quais sejam: I. Inúmeros conflitos internos geram o Grande Cisma no século XI: Católicos Apostólicos Romanos (seguidores do bispo de Roma, o Papa) separados dos Católicos Ortodoxos (seguidores do bispo de Constantinopla) e, ainda, surgem os Católicos Maronitas (do Líbano). II. A partir do século XVI, movimentos protestantes criticam acidamente a Igreja Católica criando heresias, que dão bases às novas religiões cristãs fundadas em novos dogmas. São os frutos da Reforma Religiosa pregada por, entre outros, Martinho Lutero e Jean Calvino. Do ponto de vista teológico, todos os grupos cristãos utilizam como livro sagrado a Bíblia, com suas duas partes essenciais: o Velho Testamento (extraído da Torá judaica) e o Novo Testamento (escrito após a suposta passagem do Messias pela Terra e condensando os ensinamentos deste). A atual falta de unidade da comunidade cristã é tão visível que as inúmeras traduções e enxertos da Bíblia levam-nos, por vezes, a acreditar que são textos distintos, veja-se como exemplo os seguidores da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons) que crêem em outro livro sagrado, presumivelmente complementar à Bíblia, o Livro de Mórmom. O preço pela falta de unidade cristã foi alto. No Oriente não há senão grupos isolados de cristãos que não mais disputam a posse de Jerusalém ou qualquer outro dos sítios considerados sagrados.

Islamismo

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A palavra islamita significa submisso a Deus, e esta submissão foi o único fator que conseguiu — em alguns momentos da história — dar relativa unidade ao povo árabe. Na primeira metade do século VII, Maomé teria recebido uma visita do arcanjo Gabriel. Este, por sua vez, teria atribuído ao ex-caravaneiro a função de unir os povos nômades da Arábia e de acabar com o politeísmo. Para tanto contaria com o apoio do próprio Deus: "Alá é o único Deus e Maomé, seu profeta". O início oficial de sua pregação é o episódio chamado Hégira (16 de julho de 622, do atual calendário cristão), quando Maomé foi expulso de Meca e fugiu em direção a Yatreb (posteriormente chamada A Glória do Profeta = Medina). Seu excelente discurso, seu poder de persuasão e as promessas de um paraíso rico em leite e mel (o que no Oriente Médio não é desprezível), deram ao Profeta o apoio necessário para retornar e vencer em Meca. Destruindo grande parte dos templos dos muitos deuses e incorporando outra parte (por exemplo, o templo chamado Caaba e a pedra negra — um meteorito? — em seu interior), Maomé criou as bases da unidade muçulmana. Após sua morte (632 d.C.), suas idéias propagaram-se e o Islã cresceu, tornou-se um poderoso império cuja essência religiosa está transcrita em dois importantes textos: o Alcorão e o Suna. Basicamente, constam, no primeiro os ensinamentos do profeta acerca da vida de um bom islamita: as rezas diárias, a obrigatoriedade da esmola, o intenso jejum do ramadã (mês sagrado), a conversão através da Jihad (Guerra Santa). No segundo estão histórias sobre a vida do Profeta e a afirmação de que sua sucessão não seria exclusividade de seus parentes diretos. Alguns acreditavam firmemente que a autoridade do lslã estaria apenas com o marido de Fátima, a filha do Profeta, chamado Ali e com sua descendência. Estes eram chamados xiitas. Aos que consideravam que a autoridade do IsIã poderia ficar com outros líderes (califas não descendentes de Maomé), como consta do Suna, chamamos, ainda hoje, sunitas. Atualmente, a maioria do mundo muçulmano é composta por sunitas, mais flexíveis. A minoria xiita, no entanto, é marcada pelo radicalismo, pelo fundamentalismo.

O Imperialismo Europeu e o Sonho do Pan-arabismo

Em 1453, os otomanos, turcos originários da Ásia Central e convertidos ao islamismo, reunificaram grande parte do Império Muçulmano. O Império Otomano deveu sua existência essencialmente à sua capacidade de enfrentar revoltas xiitas, de fazer vistas grossas e conciliatórias aos inúmeros

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conflitos regionais e disputas entre califados do conturbado e regionalista mundo árabe. Paralelamente, estranhas concessões são feitas às nações européias à medida que estas crescem em poder político e industrial. É o Neocolonialismo. Nas palavras do britânico lorde Curzon, "trata-se de defender o nosso comércio, assim como vossa segurança". Já em 1639, a Inglaterra tem um entreposto comercial em Basra, no sudeste da Mesopotâmia. Em 1839, os britânicos ocupam Aden. Em 1853 é assinado um suspeito tratado de paz perpétua para tráfego no Golfo Pérsico. No último quartel do século XIX, os Estados Otomano e Egípcio estão falidos, até trinta porcento de suas receitas eram entregues diretamente aos comerciantes ingleses. Em 1869, os ingleses dominam a totalidade dos capitais investidos na construção do Canal de Suez. O Estado egípcio não participa da exploração desta importantíssima obra comercial. Em 1882, o Egito está ocupado "a titulo provisório" pela Inglaterra. No início do século XX duas serão as causas que aceleram o fim do Império Otomano e a oficialização da política imperialista européia. Primeira: o início da exploração das reservas de petróleo, importantíssimo com o advento dos automóveis e, principalmente, com o crescimento da moderna marinha durante a "Paz Armada'. Segunda: o Império Otomano participa da Primeira Grande Guerra (1914/18) em favor da Tríplice Aliança. Esta, uma vez derrotada, é obrigada a arcar com o ônus da guerra. O Império Otomano é então dividido entre os vencedores. Em 1918, França e Inglaterra são as grandes beneficiadas com o fim do Império Otomano. Entretanto, as administrações neocoloniais ignoraram os problemas regionais. Califados e administrações autônomas árabes foram atropelados pela sanha capitalista de países que buscaram em suas colônias afro-asiáticas a compensação pelos prejuízos da Grande Guerra de 1914 até 1918. Simultaneamente, na Europa, as crises políticas causadas pela ascensão dos governos totalitários (Benito Mussolini, Adolf Hitler e Francisco Franco, por exemplo) somadas à crise econômica intensificada em 1929, estimularam um novo problema com repercussões no Oriente Médio: o movimento sionista. Judeus de todo o mundo migravam em busca de sua terra prometida. A política anti-semita alemã e a criação de campos de concentração já em 1933 intensificaram esta leva migratória. A Inglaterra, em princípio, mostrou-se disposta a apoiar a criação de um Estado Judeu.., em Uganda! Posteriormente, aceitou, contrafeita, a migração controlada para a Palestina. Ocorre que o Império Britânico não possuía, tampouco desejava possuir, as necessárias habilidades diplomáticas para conciliar os judeus que chegavam à Palestina aos muçulmanos que lá viviam desde a expansão árabe da Baixa Idade Média. Iniciam-se os conflitos. Em 1939, a situação piora face ao início das batalhas da Segunda Guerra.

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A Segunda Grande Guerra e a Criação de um Estado Judeu

A nova Grande Guerra (1939/1945) mostrou-se infinitamente mais destrutiva do que fora a Primeira. Aproximadamente cinqüenta milhões de mortos e economias inteiramente destruidas mostram que em 1945 a crise não distinguia países vencedores de vencidos. Neste contexto, os Estados Unidos confirmam sua supremacia sobre o mundo capitalista, enquanto a URSS garante sua hegemonia sobre as nações socializadas em meio ao caos do pós-guerra. Blocos militares antagônicos são criados: OTAN versus Pacto de Varsóvia. Políticas xenófobas se desenvolvem, a Doutrina Truman versus o Stalinismo, é a Guerra Fria. No Oriente Médio, EUA e URSS irão estimular os conflitos regionais como forma de enfrentamento indireto, bem ao gosto da Guerra Fria. Tentando conciliar todos os interesses em jogo (mas já então vítima de um forte lobby dos EUA) surge, em 26 de julho de 1945, a ONU (Organização das Nações Unidas). As pressões da comunidade judaica levaram a ONU a criar o Estado de Israel e um plano de Estado árabe na Palestina, em 1948. Mas isso não seria uma solução para os conflitos árabe-sionistas, antes foi um agravamento dos problemas, pois os territórios definidos pela ONU não foram aceitos ou respeitados por judeus ou árabes.

Entenda o conflito no Oriente Médio

A partir da destruição do segundo templo em Jerusalém (70 a.C.), pelos romanos, o povo judeu deu início à sua dispersão pelo mundo (A Diáspora), fruto da dominação e de perseguições sofridas em seu território de origem. Desde então, os israelitas mantiveram o objetivo nacional e messiânico do retorno à pátria. Durante séculos, contudo, esse propósito tinha, exclusivamente, uma dimensão religiosa, pouco ou nada sendo feito de concreto para realizá-lo.

No século XIX, quando explodiram na Europa Oriental os nacionalismos dos povos então sob impérios multinacionais, como os Austro- Húngaros, Russos e, parcialmente, o Turco-Otomanos, também o povo judeu começou a formular, de maneira política, a criação de um moderno Estado Judeu.

Nascia o sionismo: nacionalismo judaico que prega a ação política para recriar Israel em seu território original, a Palestina, então em mãos turcas. Para o avanço das idéias sionistas, cuja origem é atribuída a Theodor Hertzl, escritor judeu-húngaro que redigiu “O Estado Judeu”, também contribuiu um crescente anti-semitismo que ganhou corpo no leste europeu. O preconceito contra os judeus levava-os a aspirar por um país próprio.

Na passagem dos séculos XIX e XX, o movimento sionista ganhou adeptos de

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várias ramificações - socialistas, religiosos e outros - que visavam levar colonos judeus para a Palestina, atraindo particularmente os jovens.

O holocausto e a fundação de Israel

Terminada a Segunda Guerra Mundial, os povos contemplaram estarrecidos a libertação, pelos Aliados, dos campos de extermínio da Alemanha Nazista, onde foram mortos 6 milhões de judeus.

O “Mundo Livre”, liderado pelos EUA, sentiu-se em “dívida moral” para com os judeus, o que fortaleceu o sionismo. Além disso, milhares de judeus deslocados de suas pátrias de origem, acalentavam um grande sonho: morar no seu próprio país.

Em 29 de novembro de 1947, a Assembléia Geral da ONU decidiu a “Partilha da Palestina”: um Estado Judeu (Israel), um Estado Palestino e Jerusalém - cidade 3 vezes santa - que seria internacionalizada sob o comando da ONU. Jerusalém é considerada sagrada pelos judeus, palestinos e cristãos.

Os judeus imediatamente aceitaram a proposta, enquanto os árabes, por seu turno, não. Em maio de 1948, quando os britânicos evacuaram a Palestina e era fundado o Estado de Israel, as nações árabes, lideradas pelo Egito e pela Jordânia, atacaram o recém-nascido país. Ninguém apostava na sobrevivência de Israel, principalmente porque seu sistema de defesa estava ainda em fase de organização.

Para a surpresa mundial, os sionistas venceram a chamada “Guerra de Independência”. Durante ela, muitos árabes palestinos saíram ou foram expulsos de Israel, originando o até hoje complicado “problema dos refugiados palestinos”, que, em 1964, criaram a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) - organização multipartidária - então destinada a combater Israel.

Em 1956, Israel temendo o novo líder egípcio Gamal Abdel Nasser, alia-se aos ingleses e franceses para atacar o governo do Cairo, que nacionalizara o Canal de Suez, de propriedade de um consórcio anglo-francês.

Apesar de vitoriosos, os israelenses e as duas nações européias saíram do Egito sob pressão internacional. Nascia um herói para as massas árabes: Nasser.

Nasser usava uma retórica agressiva contra Israel, anunciando que iria “expulsá-los para o mar”. Os judeus, temendo uma agressão, realizariam um ataque em 05 de junho de 1967, a chamada “Guerra dos Seis Dias”, conquistando Jerusalém Oriental, ocupando a Cisjordânia, o Planalto de Golan, que pertencia à Síria, e o Deserto do Sinai e a Faixa de Gaza, até então pertencentes ao Egito.

Um sinal de esperança

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Após uma outra guerra, a do “Yom Kippur” (Dia do Perdão), em 1973, o Egito agora sob a liderança de Anuar Sadat e Israel, do primeiro-ministro Menachem Begin, após visitas mútuas dos dois líderes à nação rival e por pressão americana, estabeleceram a “Paz de Camp-David”, em 1979.

Isso estimulou o difícil processo de paz na região, marcada por constantes operações militares e terrorismo.

Em 1993, após a “Conferência de Oslo”, o líder palestino Yasser Arafat e o primeiro-ministro de Israel, Yitzrak Rabin, concordaram na devolução progressiva, aos palestinos, de regiões da Cisjordânia, por Israel. Essa decisão teria motivado o assassinato de Rabin por um extremista judeu.

Hoje, a implementação da paz ainda encontra obstáculos, notadamente a questão das fronteiras de um futuro Estado Palestino, que substituiria a atual Autoridade Nacional Palestina, o problema da volta dos refugiados e a espinhosa questão de Jerusalém Oriental, onde os palestinos querem estabelecer a capital de seu Estado e que já foi anexada por Israel.

Oriente Médio

No Oriente Médio encontra-se a maior riqueza mineral da Ásia: o petróleo. Ali estão os principais lençóis petrolíferos do globo, porém a exploração desse recurso está voltada basicamente para o abastecimento do mercado externo. Esse fato decorre das características econômicas desses países que, não sendo países industriais, não apresentam demanda interna que utilize toda essa matéria-prima.

Como exportadores de um produto essencial na manutenção do desenvolvimento e equilíbrio econômico mundial, os países do Oriente Médio sentiram de perto as pressões das companhias estrangeiras, muito interessadas no controle cada vez maior da exploração dessa fonte de energia - 60% das reservas mundiais. Daí, surgiu um organismo internacional muito forte, criado no Iraque em 1960: a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).

A Opep é o exemplo mais conhecido de cartel - seu objetivo é unificar a política petrolífera dos países-membros, centralizando a administração da atividade, o que inclui um controle de preços e do volume de produção, estabelecendo pressões no mercado.

Da fonte à bomba de combustível. O processo de transportar e transformar petróleo bruto em produtos como gasolina, óleo diesel e óleo para aquecimento é longo e em alguns casos dura mais de dois meses.

1. O petróleo é extraído dos campos e levado por dutos a tanques de armazenagem e depois a navios. Carregar um navio com 2 milhões de barris pode levar vários dias.

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2. Cheio de petróleo, o navio viaja para seu destino.

3. Descarregar um navio grande pode levar de quatro dias a duas semanas, dependendo do clima e do porto. No Golfo do México, por exemplo, o petróleo tem de ser passado para navios menores que transportam o combustível para armazens.

4. O petróleo tem de ser levado por dutos a refinarias e transformado em produtos como gasolina e óleo para aquecimento. Esses produtos então têm de ser transportados, primeiro por dutos e depois para sistemas menores, até chegar a caminhões que os levam a postos de combustíveis ou outros centros de distribuição ao público. O processo todo pode durar mais de dois meses.

Responsável por 40% da produção e 60% das exportações mundiais de petróleo (ano 2000), a Opep utiliza o fornecimento e o preço do produto como uma arma de pressão especialmente no contexto dos países árabes.

Na década de 1970, por exemplo, os países árabes da Opep decidiram boicotar o fornecimento de petróleo para os EUA e outros países que auxiliaram Israel na guerra árabe-israelense. Em conseqüência, os preços do petróleo quadruplicaram desencadeando uma recessão mundial.

Complementando a unidade política que pretendem dar ao sistema de produção, os países-membros da Opep procuram desenvolver uma ação conjunta nos planos técnico e econômico, na intenção de diminuírem as influências das empresas estrangeiras em seus domínios.

Os principais destaques asiáticos na produção de petróleo são: Arábia Saudita (1o do mundo) Rússia, Irã, China, Emirados Árabes, Indonésia, Kuweit e Iraque.

Entretanto, são exportadores os países que não possuem grande demanda interna de consumo.

A aridez caracteriza o espaço ocupado pelos países do Oriente Médio. Apesar disso, a agricultura e a pecuária ocupam extensas áreas e boa parte da população.

Em meio ao deserto, há inúmeros oásis onde se pratica uma agricultura de subsistência e, na planície litorânea junto ao Mar Vermelho, pratica-se a policultura com destaque para cereais, tâmara e café. Todo o litoral da Península da Anatólia, na Turquia, tem produções mediterrâneas que atingem até a Síria, o Líbano, a Jordânia e Israel, onde se destacam os cítricos, as vinhas, os olivais, além do cultivo de algodão, trigo e tabaco, principalmente na Turquia.

Na planície da Mesopotâmia, beneficiada pelos rios Tigre e Eufrates, encontra-se uma cultura de grãos irrigada, presente também no Irã, às margens do Golfo Pérsico e do Mar Cáspio e nas fronteiras com o Afeganistão. Aliás, em pleno deserto da Arábia também se consegue plantar, utilizando modernas técnicas

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de dessalinização e irrigação.

Na verdade, a agricultura israelense é o maior destaque na região, pois enfrenta o problema da falta de água com tecnologia e organização agrária. Além dos kibutzim*, a produção se faz em propriedades individuais e nos moshavim - cooperativas de proprietários rurais onde cada família cultiva a sua parcela.

Cerca de um terço da população do Oriente Médio dedica-se à criação extensiva de gado - são numerosos grupos nômades que se deslocam com rebanhos de ovelhas, cabras e camelos.

Com exceção do setor petroquímico, que se destaca pela abundância de matéria-prima, de modo geral a indústria do Oriente Médio é pouco expressiva; ela depende, além do petróleo, de tecnologia avançada, que é controlada pelas grandes empresas transnacionais.

Observe o mapa acima, para identificar os setores industriais que se desenvolvem nos principais núcleos urbanos da região: Ancara - Turquia, Damasco -Síria, Bagdá - Iraque, Teerã - Irã.

Mas, sem dúvida, é Israel o país mais industrializado da Ásia Ocidental. O país possui importantes centros industriais em Haifa e Telaviv, onde se desenvolvem também equipamentos eletrônicos, aeronáuticos e armamentos.

A maioria dos países do Oriente Médio tem maior desenvolvimento dos setores secundários e terciários, apresentando altos percentuais de urbanização. Entretanto, contrastando com esse dado, encontra-se, por exemplo, o Afeganistão - com a maior ruralização e uma das maiores taxas de analfabetismo na região.

Analise os dados estatísticos para fazer uma idéia da qualidade de vida das populações no Oriente Médio.

Kibutz - Fazenda coletiva de Israel onde se pratica o regime de co-propriedade e cooperação mútua voluntária. Todas as atividades administrativas e produtivas são realizadas comunalmente. O kibutz fornece a seus habitantes alojamento, alimentação, berçários e educação elementar, de acordo com as necessidades de cada indivíduo. A educação fica a cargo da própria comunidade. Os primeiros kibutzim surgiram no início do século XX, originando-se dos ideais socialistas dos imigrantes sionistas russos. Muitos deles acabaram se tornando organizações econômicas fortes que incluem indústrias de transformação. (Fonte: Novo Dicionário de Economia. S. Paulo: Best Seller, 1994) "

O significado da Estrela de David

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A estrela de David (chamada de Escudo de David - Magen David) é um símbolo real, um selo de realeza representativo do reinado de David sobre a Terra, e por extensão do futuro Reino Messiânico sobre a Terra. Quando as nações pagãs iam à guerra, muitas vezes pintavam figuras para inspirar medo aos adversários nos escudos dos seus próprios soldados (tais como dragões, cobras, etc). No entanto, em Yisrael, o símbolo é o escudo de David. O nome David em hebraico é composto de três letras na seguinte ordem: Dálet-Vav-Dálet. No hebraico antigo, a letra Dálet tinha a forma semelhante a um triângulo com vértice para cima1. Quando este símbolo foi gerado, não sabemos ao certo, no entanto sabemos que este símbolo é geometricamente construído em forma de estrela com as duas letras Dálet que compunham o nome David (entrelaçando-as, e girando uma das letras em 180o para que seu vértice se colocasse para baixo)2. Como o tempo, este símbolo tornou-se o símbolo da nação de Yisrael e do povo Judeu, estando presente na própria bandeira de Yisrael. No entanto, há um significado maior na Estrela de David, que gostaria de comentar. A estrela de David é um símbolo do Messias de Yisrael, a saber, Yeshua HaMashiach (Jesus Cristo). Ele mesmo diz em Apocalipse 22:16 Eu, Yeshua, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas às congregações. Eu sou a Raiz e a Geração de David,... O próprio Messias Yeshua, é da linhagem de David e se assentará no Trono de David no Seu Reino Milenar na Terra, sendo então que o escudo de David representa por assim dizer o futuro Reino Messiânico de Yeshua sobre a Terra. O que é mais tremendo no fato da estrela de David em sua representação do Messias Yeshua é o testemunho da Sua natureza. Nas palavras do Rabbi Shaul: Colossenses 2.8,9 8 Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo o Messias; 9 porquanto, nEle, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade. O ensino da Palavra de D-us é clara quando diz que Yeshua, o Messias é homem [pois nasceu nesta terra como homem, gerado no ventre de Miryiam pela união da semente da Palavra de D-us com Ruach HaKodesh - é evidente que Ele não veio do espermatozóide de Yosef, nem do óvulo de Miryiam, mas de acordo com o relato de Lucas 1.30-38 , a Palavra de D-us foi enviado do Trono do Eterno por meio do anjo e Miryam acolheu esta Palavra (Lc 1.38), deixando que Ruach HaKodesh se unisse a esta Palavra gerando vida, a saber, Yeshua, que no hebraico quer dizer, HaShem é Salvação. Embora tenha sido gerado da união da Palavra com Ruach HaKodesh, Yeshua é filho do homem pois nasceu na Terra como homem, pois entrou na Terra pelo nascimento físico, nascendo de mulher]. Mas também a Palavra ensina que o Messias é D-us. Ele é Filho de D-us, pois o Filho herda a semente de seu pai, e Yeshua não veio da semente de Yosef, mas sim da semente de HaAv (do Pai, que é D-us), semente esta que é a própria Palavra de D-us. A palavra de D-us é clara ao dizer que nEle habita corporalmente (isto é, num corpo físico glorificado) TODA A PLENITUDE DA DIVINDADE (Cl 2.9).

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Além disso, a Escritura é clara ao ensinar que Yeshua é o ÚNICO MEDIADOR ENTRE D-US E OS HOMENS (1 Tm 2.5). Ora, nós sabemos que um Mediador precisa se identificar com ambas as partes mediadas para produzir a Paz/Shalom entre ambas. Para ser um mediador entre D-us e os homens, Ele precisa entender às reivindicações de D-us, e ao mesmo tempo, as necessidades do homem. Ele precisa ser capaz de colocar as mãos no ombro do homem e reivindicar o que D-us pede, mas também precisa ser capaz de colocar as mãos no ombro de D-us e levar as necessidades do homem3. Somente alguém que seja ao mesmo tempo D-us e homem é que pode se colocar nesta posição de trazer Shalom e reconciliação entre ambas as partes. É por isso que o Messias Yeshua é o único mediador entre D-us e os homens pois, como D-us, tem condições de colocar as mãos no ombro de D-us, e como homem, tem condições de colocar as mãos no ombro do homem, e reconciliar ambas as partes entre si pelo Seu precioso sangue derramado no madeiro. A pergunta que fica é: que relação tem o fato de Yeshua ser ao mesmo tempo homem e D-us com a Sua representação na estrela de David? É porque a estrela de David é composta de DOIS triângulos. Um representa Yeshua como homem [sendo que os três lados representam a tríplice divisão do homem: ele é um espírito, que possui uma alma (mente natural) e que habita num corpo físico]. E o outro triângulo representa Yeshua como D-us. Os três lados deste outro triângulo fala na manifestação de D-us nas Pessoas de HaAv, HaBen e HaRuach HaKodesh. A união dois dos triângulos falam da tarefa do Messias Yeshua de ser o Mediador e Reconciliador entre D-us e o homem. Assim, todas as vezes que os filhos de Yisrael olham para a estrela de David, estão olhando e vendo um testemunho de D-us quanto ao próprio Messias. Então, que possamos ver claramente na Estrela de David, a Pessoa de Yeshua, o Messias, e que venhamos a conhecê-Lo pessoalmente, deixando que por meio dEle sejamos reconciliados com D-us.

Porque os Judeus Não Acreditam em Jesus?

Por 2000 anos os judeus rejeitaram o Cristianismo. Por que?É importante entender porque os Judeus não acreditam em Jesus. O propósito não é desacreditar outras religiões, mas entender e esclarecer a posição judaica. Quanto mais dados disponíveis as pessoas possuírem, as pessoas mais bem informadas poderão fazer suas escolhas espirituais mais conscientemente.Seguem alguns exemplos que justificam isto:Jesus não cumpriu as profecias relativas ao Messias O que espera-se que o Messias cumpra em sua chegada? A Bíblia diz que ele:- Construirá o Terceiro Templo (Ezequiel 37:26-28)- Reunirá todos os Judeus de volta na Terra de Israel (Isaías 43:5-6)- Trará uma era de paz mundial, fim do ódio, da opressão, do sofrimento e do mal-estar. Como está escrito: "Nação não levantará espada contra nação e o homem não aprenderá mais a fazer guerra." (Isaías 2:4)- Espalhara conhecimento universal a respeito do D'us de Israel, unindo toda a

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raça humana numa só. Como está dito: "D'us será o Rei sobre todo o mundo e neste dia, D'us será único e Seu nome será único." (Zacarias 14:9)O fato histórico é que Jesus não cumpriu nenhuma destas profecias messiânicas.O Cristianismo contradiz a teologia judaica - D'us como trindadeA idéia cristã da Trindade Divina divide D'us entre três entes distintos: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Mateus 28:19)Contrastando isto com o Shmá, a das bases da crença judaica: "Ouve Israel, o Senhor é nosso D'us, o Senhor é Um" (Deuteronômio 6:4). Os Judeus declaram a unidade de D'us diariamente, escrevem-na em suas portas (mezuzot), e a representam em seus corações e cabeças (tefilin). Esta constatação da unidade divina é a primeira frase que uma criança judia deve aprender, e a última prece ditas antes de morrer.Segundo a lei judaica, o serviço religioso para um D'us dividido em três partes é considerado idolatria - um dos mandamentos pelo qual o Judeu deve preferir a morte a ter que transgredir. Isto explica porque durante a Inquisição e outros momentos da história os Judeus preferiram a morte à conversão.- Homem como D'usOs cristãos acreditam que D'us desceu à Terra na forma humana, como diz Jesus: "Eu e o Pai somos um." (João 10:30).Maimônides dedica a maior parte de seu "Guia dos Perplexos" à idéia fundamental de que D'us é incorpóreo, ou seja, não assume nenhuma forma física. D'us é eterno, além do conceito de tempo. É infinito, além do conceito de espaço. Ele não pode nascer ou morrer. Dizer que D'us assume uma forma humana diminui sua divindade e sua unidade. Como diz a Torá: "D'us não é um mortal." (Números 23:19).O Judaísmo diz que o Messias nascerá de pais humanos, com atributos físicos normais, como qualquer outro ser humano. Ele não será um semi-deus, e não possuirá características sobre-naturais. De fato, a cada geração há um indivíduo com características que podem levá-lo ao papel de Messias. (Maimônides - Leis dos Reis 11:3).- Intermediário para a OraçãoUma das bases da crença cristã é que as orações são dirigidas a D'us através de um intermediário, ou seja, a confissão de pecados ao sacerdote. O próprio Jesus é um intermediário: "Nenhum homem chegará ao Pai a não ser eu."No Judaísmo, a reza é um assunto pessoal, entre cada indivíduo e D'us. Como diz a Bíblia: "D'us está próximo de todos que chamam por Ele." (Salmos 145:18). Além do mais, os Dez Mandamentos dizem: "Vocês não devem ter nenhum outro deus perante a Mim", isto é, é proibido que haja um intermediário entre D'us e o homem. (Maimônides - Leis da Idolatria cap. 1).- Envolvimento com o Mundo FísicoO Cristianismo vê o mundo físico como pecado que deve ser evitado. Maria, a mulher mais sagrada do Cristianismo é vista como virgem. Padres e freiras são celibatários. E monastérios são em locais afastados e isolados.Em contraste, o Judaísmo acredita que D'us criou o mundo não para nos frustrar, mas para nosso prazer. A espiritualidade judaica vem da capacidade de viver no mundo mundano de uma maneira que eleva a alma. Sexo, num contexto adequado, é um dos atos mais sagrados que podemos fazer.

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O Talmude diz que se uma pessoa tem a oportunidade de experimentar uma nova fruta e se recusa a fazê-lo, ele terá prestar contas no Mundo Vindouro.As escolas rabínicas ensinam como viver adequadamente nas atividades comerciais. O judaísmo não prega o retiro da vida cotidiana, mas sim sua elevação.Jesus não possuía as qualificações pessoais esperadas no Messias - Messias como profetaJesus não era um profeta. Profecias só podem acontecer na Terra de Israel, quando a terra é habitada por uma maioria judaica. Durante o período de Ezra (300 aEC), a maioria dos Judeus se recusou a voltar da Babilônia para Israel, portanto as profecias terminaram com a morte dos últimos profetas: Hagai, Zacarias e Malaquias.Jesus apareceu em cena cerca de 300 anos depois que as profecias haviam terminado.- Descendência de DavidO Messias deve ser descendente, por parte de pai, do Rei David (Gênesis 49:10 e Isaías 11:1). De acordo com o Cristianismo, Jesus nasceu de uma mãe virgem e portanto não tinha pai, não podendo descender do Rei David.- Observância da ToráO Messias levará o Povo Judeu para o cumprimento total das leis da Torá. A Torá declara que todas as mitzvot são eternas, e qualquer um que venha para mudá-la é imediatamente identificado como falso profeta. (Deuteronômio 13:1-4).Ao longo do Novo Testamento, Jesus contradiz a Torá e diz que seus mandamentos não são mais aplicáveis. (João 1:45 e 9:16, Atos 3:22 e 7:37).Os versos bíblicos "referentes" a Jesus são erros de tradução Os versos bíblicos podem apenas ser compreendidos quando estudados do texto original em hebraico - e as traduções cristãs apresentam diversas discrepâncias em relação ao original. Seguem alguns exemplos:- Nascimento de uma virgemA idéia cristão no nascimento através de uma mãe virgem vem de um verso de Isaías descrevendo uma 'alma' como sendo a responsável pelo nascimento do Messias. A palavra 'alma' sempre significou uma moça jovem, mas os teólogos cristãos, centenas de séculos depois, traduziram a palavra como virgem. Isto associa o nascimento de Jesus com a idéia pagã do século I de que mortais poderiam ser impregnados por deuses.- CrucificaçãoO verso em Salmos 22:17 diz: "Como um leão, eles estão em minhas mãos e pés." A palavra hebraica "ke'ari" (como um leão) é gramaticalmente similar à palavra "perfurado". Isto fez com que os interpretadores cristãos lessem neste verso uma referência à crucificação: "Eles perfuraram minhas mãos e pés."- Servo do SofrimentoOs cristãos alegam que Isaías cap 53 refere-se a Jesus.Na realidade, Isaías 53 dá continuidade ao tema do capítulo 52, descrevendo o exílio e a redenção do Povo Judeu. As profecias estão escritas no singular pois os Judeus ('Israel') são considerados como uma unidade. A Torá é repleta de exemplos em que a Nação Judaica é referida com pronomes no singular.Ironicamente, as profecias de Isaías sobre a perseguição se referem em parte às Cruzadas do século XI, quando os Judeus foram perseguidos e torturados pelos Cruzados, que agiam em nome de Jesus.

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De onde vem estes erros de tradução e interpretação? São Gregório, bispo de Nanianzus no século IV, escreveu: "Um pouco de jargão é tudo que é necessário para impor ao povo. Quanto menos eles compreendem, mais admiram."A crença judaica é baseada na revelação nacional Das 15.000 religiões que surgiram na história da humanidade, apenas o Judaísmo se baseia na revelação nacional, isto é, D'us fala com toda a Nação Judaica. Se D'us quer criar uma religião, faz sentido que ele se dirija a todo o povo, e não apenas a uma pessoa.O Judaísmo, é a única entre as principais religiões que não credita a alegação de milagres como base para o estabelecimento da religião. De fato, a Bíblia diz que D'us às vezes concede o poder dos milagres para charlatão para testar a lealdade do Povo Judeu à Torá. (Deuteronômio 13:4).Maimônides alega (Fundamentos da Torá, cap. 8): "Os Judeus não acreditaram em Moshé devido aos milagres que ele realizou. Sempre que a crença do homem é baseada em milagres, ele tem constantes dúvidas, pois é possível que os milagres tenham sido feitos por magia ou feitiçaria. Todos os milagres realizados por Moshé foram por necessidade, e não para provar sua profecia. O que é então a base da crença judaica? A revelação no Monte Sinai, que todo o povo viu com seus próprios olhos e ouviu com seus próprios ouvidos, independentemente do testemunho de terceiros, como está escrito: Face a face, D'us falou com você. A Torá também afirma: "D'us não fez esta aliança com nossos antepassados, mas com cada um de nós, que está vivo hoje. (Deuteronômio 5:3)Judaísmo não é milagres. É a experiência pessoal de cada homem, mulher e criança.Judeus e Não-Judeus O Judaísmo não exige que todos se convertam à religião judaica. A Torá de Moshé é uma verdade para toda a humanidade, sendo Judeus ou não. O Rei Salomão pediu para D'us que atendesse às orações de não-Judeus que iam ao Templo Sagrado (Reis I 8:41-43). O profeta Isaías refere-se ao Templo como uma "Casa para todas as nações". O serviço do Templo durante Sucot caracterizava-se por 70 oferendas correspondendo às 70 nações do mundo. (Na realidade, o Talmude diz que se os romanos tivessem percebido quanto benefício estavam obtendo do Templo, nunca teriam o destruído).Os Judeus nunca buscaram ativamente conversos ao Judaísmo porque a Torá prescreve um caminho íntegro para os não-Judeus seguirem, conhecido como os “Sete Mandamentos de Noé”. Maimônides explica que qualquer ser humano que fielmente observa estas leis morais básicas, ganha um próprio lugar em céu.Trazendo o Messias De fato, o mundo está em necessidade desesperada da redenção Messiânica. Guerra e poluição ameaçam nosso planeta; ego e confusão corroem vida familiar. Além disso, estamos atentos aos problemas da sociedade, e isso faz com que nós sempre almejemos a redenção. Como diz o Talmude, um das primeiras perguntas que um Judeu deve responder no Dia do Julgamento é: "Você ansiou pela chegada do Messias?"Como podemos acelerar a vinda do Messias? O melhor modo é amar toda a humanidade generosamente, manter as mitzvot da Torá, e encorajar outros para as mantenham também.

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Apesar da escuridão, o mundo parece direcionado para a redenção. Um sinal aparente é que os Judeus voltaram à Terra de Israel e fizeram-na florescer uma vez mais. Além disso, há um grande número de jovens Judeus retornando cada vez mais à tradição da Torá.O Messias pode vir em qualquer momento e tudo depende de nossas ações. D'us está pronto quando nós estivermos. Como dizia o Rei David: "A Redenção virá hoje - se você atender à Sua voz.

De que parte se compõe o Tabernáculo?O Tabernáculo, assim como o homem é composto de três partes principais: o Pátio, o Lugar Santo e o Santo dos Santos (Visto de fora para dentro). Uma curiosidade é que quando o Tabernáculo era montado, a cada vez que o povo de Israel parava no deserto, ele era montado de dentro para fora, ou seja do Santo dos Santos até o átrio! Já aprenderemos aqui que o Eterno inicia seu tratamento conosco a partir de dentro, daquilo que temos de mais interior: o espírito! As divisões citadas do tabernáculo representam corpo, alma e espírito. E é justamente por causa disso que o Eterno inicia seu processo de redenção no homem a partir do espírito, pois o Espírito de Deus tem comunhão com o nosso espírito nos re-ligando ao nosso Criador! Já após nossa conversão, a evolução do homem em sua caminhada para com o Eterno acontece de fora para dentro. Nossa caminhada tem início pelo pátio em direção ao Santo dos Santos. A) - O PÁTIO O pátio era o local mais exterior do Tabernáculo. Era totalmente descoberto e compunha-se de três elementos: a porta, o altar e a pia. A porta: A porta é o local por onde entramos no Tabernáculo! Não se pode entrar ali por outro lugar. A porta é Yeshua (Jesus) “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens” (Jo 10:9). A porta do Tabernáculo ficava virada para o leste, o lado onde nasce o sol. Quando o dia nascia a primeira coisa que viam era o nascimento do Sol da Justiça! Yeshua (Jesus). Isto nos fala de nossa primeira experiência com o Eterno: a Salvação! Quando passamos pela porta (Jesus), saímos do mundo e entramos numa nova vida. Nossa vida recomeça então a partir do zero, pois iniciamos uma nova caminhada, só que agora com Deus. Nosso objetivo e alvo é crescermos até a estatura de “varão perfeito” em Cristo. O altar: o altar é o local de morte. É ali que nossa vida é colocada como um sacrifício para Deus. No altar nós morremos para as nossas próprias convicções, vontades, desejos, expectativas, etc... No altar morremos para a nossa vida a fim de podermos viver uma nova vida para com Deus. No altar tem fim o velho homem. O desejo do coração do Eterno é que, após termos um verdadeiro encontro com Ele, possamos verdadeiramente morrer.

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Quando o sacrifício queimava, subia um cheiro que se desprendia da vítima! E é isso que o Eterno espera, que quando nossa vida for a ele oferecida, possamos liberar um cheiro suave a fim de agradarmos ao Senhor! “Assim queimarás todo o carneiro sobre o altar; é um holocausto para o Senhor, cheiro suave; uma oferta queimada ao Senhor” (Êx 29:18). A pia: A pia nos fala sobre mais um aspecto da vida cristã: o batismo. Após a nossa “morte”, agora temos de consolidar nossa vida cristã testemunhando de forma plena a experiência da conversão. Por isso a pia nos fala de “limpeza”, onde os pecados são “lavados” publicamente e somos integrados a uma nova realidade. Tipifica nossa morte e ressurreição a fim de vivermos uma nova vida com Cristo. “De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida” (Rm 6:4). O Pátio: O pátio ficava na parte mais exterior do tabernáculo e era descoberto. Isso significa que quem está ali (e a maioria dos crentes ainda estão no pátio) está exposto às intempéries do tempo - sol, chuva, ventos, etc... – além de tipificar a primeira experiência que todo homem deve ter para com Deus. Essa experiência é fundamental, porém ainda é parcial. Não é algo profundo, que possa realmente impactar a vida do homem. Esta fase nos fala que o pátio é somente uma parte do caminho a ser percorrido! B) - O LUGAR SANTO O Lugar Santo é uma fase mais interior do Tabernáculo e ele representa a alma. É ali que adentramos na presença do Eterno, pois todos os mobiliários do Lugar Santo são de ouro. E o ouro nos fala da divindade, nos fala da realeza e da eternidade! A Mesa dos Pães: A mesa dos pães nos fala do alimento que provém do Eterno a fim de saciar nossa fome. Mas o que é o pão? Em primeiro lugar, o pão é a Palavra do Deus Eterno, que nos foi dada a fim de saciar a fome de nossos espírito por Deus. Em segundo lugar, o pão é o próprio (Yeshua) Jesus, que disse: “E Jesus lhes disse: eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede” (Jo 6:35). Um detalhe interessante é que os pães eram colocados em duas fileiras de seis, perfazendo um total de doze pães. Já isso nos fala das doze tribos de Israel. O Eterno nos ensina que o pão que alimenta (o verdadeira) viria das doze tribos de Israel (a palavra e o próprio Jesus). A Menorá: A Menorá é a outra coisa que vemos no Lugar Santo. A palavra Menorá é um acróstico de Zc 4.6, que diz: “...Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4:6). Então a Menorá nos fala de várias coisa, como por exemplo: tudo o que conseguimos ou é feito no reino de Deus deve ser obtido pelo mover do Espírito. Nunca pela força ou por violência! A Menorá nos fala ainda da presença do Espírito Santo em nossas vidas! Isso nos lembra que a Menorá era alimentada pelo óleo, que nos fala da unção do Eterno sobre nossas vidas. Já o fogo nos fala da iluminação que precisamos a fim de caminharmos com Ele. Iluminação em nossa vida e também na Palavra, que somente nos pode ser revelada se o Espírito de Deus iluminá-la para nós! O Altar de Incenso: O Altar de Incenso nos fala sobre nossas orações. Aqui é que acontecem as verdadeiras orações do crente! Aqui ele não ora mais segundo seus desejos carnais. É no Lugar Santo que suas orações são feitas no Espírito! “Fazendo sempre com alegria oração por vós em todas as minhas

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súplicas...” (Fp 1:4). Aqui as orações não são um peso, elas se transformam em prazer! Elas são acompanhadas da verdadeira adoração e louvor! Há uma diferença muito grande deste tipo de oração para a oração que é feita no pátio! Enquanto que no pátio oramos sem entendimento, no Lugar Santo nossas orações são dirigidas pelo Espírito Santo. Enquanto no pátio oramos para satisfazermos a nós mesmos, no Lugar Santo desejamos satisfazer os desejos do coração do Deus Eterno! Aqui há realmente uma nova dimensão da oração do crente! C) - O SANTO DOS SANTOS Este é o lugar mais interior do Tabernáculo. Ali há somente a arca e a presença do Eterno! Ali tudo pára: o tempo, nossa vida, nossos anseios e finalmente poderemos desfrutar da presença do Pai e receber d’Ele aquilo que está em seu coração. O véu: O véu é a única coisa que separa o Lugar Santo do Santo dos Santos! E como fazer para entrarmos no Santo dos Santos? O véu nos mostra que a barreira é muito fina, mas que somente poderemos entrar ali pela oração! A oração é a chave para penetrarmos na doce presença do Altíssimo! Com a morte de Jesus, algo aconteceu: “E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo” (Mc 15:38). Agora temos livre acesso à presença do Eterno! A Arca da Aliança: A Arca da Aliança é o objeto mais sagrado de todo o Tabernáculo, e é sobre a arca que o Eterno se manifestava em Israel. Ali é o lugar onde Ele vinha para falar com Moisés e com seu povo! Dentro da arca havia três objetos: As Tábuas da Torah – Isto nos fala da Palavra do Eterno Deus que nos foi dada como uma dádiva a fim de que o conheçamos. Esta não é uma Palavra comum. Aqui estão as tábuas que Ele mesmo havia escrito e dado ao povo! Isso tipifica a pureza da Palavra, escritas em tábuas lavradas por Moisés, porém com o conteúdo divino! O maná – O maná nos fala do alimento diário que foi dado por Deus ao seu povo enquanto caminhavam no deserto durante quarenta anos! O alimento era diário, mostrando-nos que a cada dia nos dá o Senhor a sua porção! Outra coisa interessante é que este alimento originava-se do céu. Era o pão dos anjos que fora dado ao povo a fim de se alimentarem! Novamente aprendemos que o Eterno nos dá o alimento diário e se preciso for seremos socorridos pelo alimento celestial, trazido pelos próprios anjos a fim de não perecermos! Durante todo o período de provação no deserto seremos alimentados e cuidados pelo Senhor! A vara de Arão que florescera – A vara nos fala da autoridade conferida a alguém. Esta autoridade fora colocada diante do Eterno e floresceu! Ou seja, nossa autoridade quando colocada diante do Eterno brota, aparece para que todos vejam e saibam que nosso ministério foi realmente dado a nós por Deus! Lembremo-nos do seguinte: tudo isso acontece no Santo dos Santos! O desejo do coração do Eterno é que todos nós estejamos em sua presença neste lugar! Ele quer que possamos adquirir uma maturidade tal que possamos iniciar nossa vida com Ele no Pátio, passando depois pelo Lugar Santo e chegando finalmente ao Santo dos Santos, que é o ponto alto e final de nossa comunhão com o eterno. Quem chega ali não quer mais abandonar aquele lugar, pois é o melhor lugar do mundo para se adorar ao Eterno.

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JerusalémJerusalém a capital de Israel, fica localizada no centro do país nas Colinas da Judéia. Com mais de 3000 anos de historia bíblica sendo o santuário sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos. No alto da montanha, dourada sob a luz do sol, guarda em seu interior alguns dos pontos mais sagrados para vários povos e suas religiões.

Jerusalém velha, e dividida em quatro áreas: Um quarto judeu, um quarto muçulmano, um quarto cristão e um quarto armênio. O museu da cidade, Torre de David, é uma introdução excelente para quem visita Jerusalém. Ele está construído sobre o local onde Herodes o grande construiu o seu palácio no século 1 AC. Na parte cristã está a Igreja do Santo Sepulcro: Construída no século 4 pela mãe do imperador Constantino, sobre o local de um templo romano de Vênus, o local inteiro inclui as últimas cinco estações da via dolorosa. A igreja, e o local que se acredita ter ocorrido a crucificação, enterro e da ressurreição de Jesus.

No setor judeu está o local mais sagrado para a religião judaica, o Muro da Lamentações. Nesse local havia o segundo templo, após a sua destruição só restou uma parede de pedra que hoje continua sendo o local aonde os judeus vão fazer as suas orações. E como a tradiçào manda se coloca um papel com um pedido nas fendas do muro, assim sendo ele chegará até Deus. Na parte árabe está a Mesquita de Omar com sua imponente abóbada de ouro. Acredita-se que lá o profeta Maomé, subiu ao paraíso. Assim sendo é o terceiro lugar mais sagrado para os muçulmanos depois de Meca e Medina.

Também o famoso shuk, mercado árabe, com centenas de barracas e lojas que vendem objetos religiosos, roupas e lanchonetes. O povo árabe adora negociar, por tanto seja firme, mas ao mesmo tempo educado pois eles são muito simpáticos para com os turistas. O setor armênio, está repleto de lojas onde pode-se encontrar os mais belos trabalhos em cerâmica feita a mão e joalheria tradicional do povo armênio. Em toda Jerusalém velha encontra se locais únicos. Escavações mostram como viviam as pessoas a mais de 2000 anos atras. Construções em pedra com marcas das batalhas vividas por essa cidade durante os mais de 3000 anos de sua existência. Pode-se ver nas ruas desde judeus ortodoxos com suas roupas negras, árabes muçulmanos com seus trajes típicos e cléricos cristãos com suas batinas solenes. Isso torna a cidade em um dos locais mais exóticos e místicos da terra.

A Cidade Nova:

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Jerusalém Nova, uma cidade moderna com seus museus e universidades conta com toda a tecnologia e conforto característico de um país de primeiro mundo.

Monte Scopus: A vista panorâmica da cidade e do deserto de Judea que olham para Jordão podem ser apreciadas aqui. Este ponto forneceu a incontáveis exércitos um ponto estratégico de observação desde a época das legiões romanas. A Monte das Oliveiras: Muitos cristãos consideram este como o local da ascensão de Jesus ao céu . Apenas alguns quilômetros a leste do Monte das Oliveiras está Bethania, onde Jesus permaneceu durante seu tempo em Jerusalém. Jardim de Gethsemane: Um jardim modesto dentro do pátio do Basílica da Agonia. Lá oito das oliveiras que florescem são velhas bastante ter testemunhado Jesus rezando.

O Knesset (Parlamento de Israel ): Na frente do edifício está um menorah gigante que descreve eventos significativos na história judaica.

JUBILEU - ISRAEL 50 ANOS

Jerusalém, em 30 de abril de 1998 (4 de Iyra de 5758), por ocasião da abertura das festividades do Iom Haatzmaut(O Dia da Independência) - Jubileu do 3º Estado Judeu

" Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisa semelhante? Pode, acaso, nascer uma terra num só dia? Ou nasce uma NAÇÃO de uma só vez? Pois Sião, antes que lhe viessem as dores, deu à luz seus filhos. " (Isaias 66:3)

Aniversário marcado por divisões . Israelenses comemoram data com fogos e festas nas ruas . Israel debate sua história . Árabes nascidos em Israel vivem crise de identidade e se sentem excluídos. Armados à espera do Messias . Sacrifícios na viagem para a Terra Prometida . Um Estado em pé de guerra . Uma potência nascida das dunas .. O porto seguro da diáspora

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Aniversário marcado por divisões JerusalémIsrael celebrou seu cinqüentenário com festas nas ruas, cerimônias solenes e exibições de força militar, mas o júbilo do povo judeu pelos 50 anos da realização do sonho de ter novamente uma pátria foi obscurecido por uma nuvem de incerteza que paira sobre o país. Enquanto a maioria dos israelenses festejava, os ultra-ortodoxos protestavam contra a existência do Estado de Israel, os palestinos lamentavam meio século de exílio e os pacifistas iam às ruas contra a expansão de assentamentos judaicos nas áreas árabes.A festa começou cedo, com centenas de milhares de pessoas em todo o país se dirigindo a parques, praias e áreas de piquenique, depois de uma noite de dança nas ruas. Em Tel Aviv, uma multidão se acotovelou na avenida litorânea para ver manobras da Marinha e o show da Força Aérea com exibições de helicópteros, aviões de combate e pára-quedistas, que se repetiram em outras cidades. Aviões de acrobacia riscaram o céu com fumaça azul e branca, as cores de Israel.Em Jerusalém, o grupo de dança Bat Sheva retirou-se do principal show de celebração do cinqüentenário em protesto contra a exigência de legisladores ultra-ortodoxos de que seus membros usassem roupa mais recatada.O vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, uma das poucas personalidades internacionais presentes aos festejos, rendeu um tributo ao país: "Estamos com vocês. Apoiamos o seu sonho. Em Israel, vemos o reflexo da nossa própria herança, da nossa própria luta pela liberdade e o direito de viver em paz e em segurança." - disse.Paz e segurança, no entanto, parecem cada vez mais distante da realidade israelense. Há meses as negociações de paz com os palestinos estão emperradas, com os dois lados responsabilizando-se mutuamente pela situação. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que se nega a retirar as tropas israelenses de mais 9% do território da Cisjordânia (Arafat já aceitou a proposta americana de 13%), reiterou ontem que Israel nunca aceitará a criação de um Estado palestino. E explicou: "É por causa das associações com a palavra Estado, que implicam que tal Estado poderia desenvolver um poder militar forte, um exército com mísseis, metralhadoras e foguetes nas colinas sobre Tel Aviv." - justificou.O ex-primeiro-ministro Shimon Peres, derrotado nas eleições de 1996 e um dos promotores dos acordos de paz de Oslo em 1993, entrou em rota de colisão com Netanyahu: "Acho que para o futuro de Israel e para que Israel continue sendo um Estado judeu necessitamos de um Estado palestino - disse em entrevista à rede de TV britânica BBC."O presidente de Israel, Ezer Weizman, um dos arquitetos da paz com o Egito em 1979, afirmou que árabes e judeus devem encontrar uma fórmula de coexistir: "A paz não deve se edificar de acordo com quantos tanques temos e quantas pistolas eles têm, e sim pelo entendimento porque estamos destinados a viver juntos." - enfatizou.Em Jerusalém, cerca de dez mil judeus ortodoxos e membros de grupos direitistas participaram de uma marcha até a colina de Har Homa (ou Jabal Abu Ghneim, em árabe), na parte árabe da cidade, onde puseram uma pedra fundamental com o objetivo de pressionar o Governo a retomar a construção de um assentamento judeu na área. Em protesto, 500 israelenses do movimentos pacifista Paz Agora e do partido Meretz, de esquerda, fizeram uma manifestação na colina, pendurando cartazes alusivos à paz num muro que delimita o assentamento. O início da construção de Har Homa em março do ano passado foi uma das causas do emperramento do processo de paz.O presidente dos Estados Unidos, Bill Clnton, disse ontem que palestinos e israelenses estão mais perto do entendimento. Ele manifestou esperança de que nos encontros da secretária de Estado Madeleine Albright com Netanyahu e o líder palestino Yasser Arafat em Londres, na próxima semana, as duas partes cheguem a um acordo.

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Israelenses comemoram data com fogos e festas nas ruas.JERUSALÉM. Os israelenses saíram às ruas ontem causando um gigantesco engarrafamento para celebrar os 50 anos de realização de um sonho de dois milênios: a criação de um Estado judeu. Além dos fogos de artifício, o som de 50 chofares, as tradicionais trombetas de chifre de carneiro, marcou o fim do período de 24 horas de homenagem aos 19 mil soldados caídos nas cinco guerras que o país lutou e deu início às festividades, que têm seu ponto máximo hoje, data oficial do aniversário. Israel foi fundado em 14 de maio de 1948, mas como é uma data móvel pelo calendário judeu, este ano a celebração caiu quase duas semanas mais cedo.Uma cerimônia foi realizada ontem no Monte Herzl, onde estão sepultados os soldados mortos, os líderes do país e o pai do sionismo, Theodor Herzl, que iniciou no fim do século passado a luta por uma nova pátria para os judeus. Sirenes tocaram e o país guardou dois minutos de silêncio por seus mortos.- Viva o Estado de Israel! - gritou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, depois de ler trechos da Declaração de Independência de 1948, lida na ocasião pelo primeiro primeiro-ministro do país, David Ben-Gurion.O presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, pediu ontem a Netanyahu que aceite a proposta dos Estados Unidos para retomar as negociações de paz, paralisadas há meses. Arafat disse aceitar a retirada de Israel de 13% do território da Cisjordânia, como foi proposto não oficialmente pelos EUA. Os acordos de paz de Oslo previam inicialmente uma retirada de 40%, reduzida depois para 30% e finalmente para 13%. Israel, no entanto, só quer devolver 9% da Cisjordânia. Na segunda-feira, Arafat e Netanyahu terão encontros em Londres com a secretária de Estado americana, Madeleine Albright.

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Israel debate sua história.Deborah BerlinckEnviada especialJERUSALÉM. Aos 50 anos, Israel está passando a limpo seu passado e seus heróis. No acalorado debate que tomou conta do país sobre o papel que cada um teve na construção do Estado - alimentado por um documentário da televisão crítico à versão heróica dos sionistas - israelenses de várias tendências só parecem concordar com uma coisa: não existe verdade absoluta e o país é uma obra inacabada.- Ainda estamos construindo a nação, a nossa História. Falam de ocupação dos territórios de Cisjordânia e Gaza. Mas que ocupação? Não somos anjos, mas estão esquecendo que fomos atacados pelos árabes por todos os lados? Que eles não aceitavam a nossa existência? É preciso reconhecer que há uma necessidade de defesa do país - diz o estudante Eyal, da Universidade de Jerusalém, que está se especializando em estudos sobre o Oriente Médio.Já Tikva Honig-Parnass é uma mulher na contramão da História oficial. Membro da chamada "geração de 48" (os judeus sionistas que pegaram em armas pela criação de Israel), ela é vista hoje como uma espécie de bastarda do sionismo. Ativista de uma organização que prega o fim da ocupação israelense nos territórios árabes, essa doutora em sociologia de 69 anos, formada nos Estados Unidos, denuncia o que chama de "grandes mentiras" do ideal sionista e da História de Israel. Tikva nasceu na Austrália e chegou a Israel quase 20 anos antes da criação do Estado. Como todos os heróis da História recente do país, ela foi membro da Haganah, o primeiro grupo clandestino armado de defesa de Israel, criado em 1936. Depois entrou para o Palmach, braço militar do movimento sionista trabalhista. Mas hoje Tikva está convencida de que o modelo socialista dos sionistas não passou de um trampolim para um "nacionalismo orgânico, alimentado pela imagem de superioridade étnica e cujo principal objetivo era varrer os árabes das terras que Israel considera como suas historicamente". Há anos ela não freqüenta as festas de independência.- O militarismo já estava profundamente arraigado em nós, e alimentou o mito de autodefesa de que um exército estava sendo formado para defender inocentes judeus do ataque inimigo. Na realidade, um exército estava sendo formado para cumprir o plano sionista de conquista de terras e expulsão dos palestinos - ataca.Tikva diz hoje que, olhando para trás, fica impressionada com a total indiferença que tinha em relação aos palestinos que povoavam a região.- Não me lembro de ter conversado uma só vez com palestinos - recorda.Mas nada é preto no branco em Israel. O professor de economia David Leihavi, da Universidade de Jerusalém, de 63 anos, que percorreu o mesmo trajeto de luta de Tikva, tem uma leitura diferente da História. A guerra entre palestinos e judeus é real, diz ele, e já havia enfrentamentos antes mesmo da criação do Estado. Em 1948 ele morava num vilarejo perto de Tel Aviv. O pai produzia cítricos na fazenda da família. Lá, árabes e judeus se entendiam bem, mas fora dali estavam se matando:- Entre 1936 e 1939, judeus e árabes estavam guerreando na maior parte da região. Na minha família, já em 1941 nos preparávamos para a guerra.Ze’ev Begin, filho do ex-primeiro ministro Menahem Begin e hoje membro do Parlamento pelo Likud (o partido de direita do premier Benjamin Netanyahu), acha que a guerra não acabou."A ameaça que os judeus tiveram que enfrentar desde o nascimento do Estado ainda não desapareceu. Foi graças à força militar e política de Israel que convencemos o Egito e a Jordânia a assinarem tratados de paz. Mas a Síria continua a ser uma ameaça militar. Israel precisa investir mais em defesa", escreveu Begin num artigo. Para ele, Israel é hoje um

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exemplo de "democracia vibrante" no meio de uma região conhecida pelo autoritarismo. "Israel é o mais impressionante sucesso de História nacional do século XX", definiu.Essa, no entanto, não é a opinião do imigrante argentino Sérgio Yahni , de 31 anos, em Israel desde 1979. Ele faz parte de um grupo de judeus anti-sionistas de esquerda chamado Matzpen. Israel, segundo ele, está longe de ser um Estado democrático "porque parte de um princípio excludente: discrimina quem não é judeu". Sérgio, como quase todo israelense, serviu o Exército. Ele foi enviado para o Sul do Líbano, que Israel ocupa até hoje, e não gostou do que viu:- Havia tortura, favorecimentos, maus tratos. Não agüentei. Fui preso várias vezes porque me recusei a servir nos territórios ocupados - disse.Toda essa querela histórica e ideológica passa quase despercebida por alguns jovens que circulam nas ruas de Jerusalém. Como diz Eva, de 16 anos.- Israel é um país lindo. Temos muitas diferenças, mas quem não tem ? Somos um país normal. O que precisamos é nos comunicar mais.

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Árabes nascidos em Israel vivem em crise de identidade e se sentem excluídos.Deborah BerlinckEnviada especialJERUSALÉM. Responda: "Quem é israelense? Quem nasceu em Israel, ou quem é judeu?" Mahmud Muhared fez a pergunta sem esperar resposta. Esse árabe nascido em Israel e com cidadania israelense tem a sensação hoje de que nasceu no lugar errado. Ele é um dos um milhão de palestinos-isralenses que estão de luto, hoje, aos 50 anos de criação do país.- Sou israelense, mas de segunda classe. Celebrarei 50 anos de nekba (desastre, em árabe). Não temos os mesmos direitos. Os sionistas destruíram vilarejos e expulsaram árabes. Agora estão tentando contar nossa própria história sob sua ótica - afirma.As raízes desse professor de ciência política da Universidade de Belém estão em Tel Aviv, onde foi anunciada a criação de Israel. Proclamada a independência, a família de Muhared foi forçada a sair dali, e ele nasceu em Jerusalém, quatro anos depois. Cresceu na cidade santa com passaporte de Israel sem saber exatamente o que é: um israelense de fato ou um palestino qualquer no país. As leis israelenses alimentam essa crise de identidade. Ao fundarem o país, os sionistas prometeram criar um estado democrático com direitos iguais para todos - judeus e não judeus. Mas as guerras e a histórica desconfiança em relação aos árabes fizeram com que Israel empurrasse os palestinos-isralenses para uma categoria à parte. A maioria de suas terras foi confiscada. Hoje, todos têm direito a voto, mas são dispensados da instituição mais sagrada do país: o Exército.A discriminação não está escrita na lei, diz Morared, mas é visível: num país com as riquezas de uma capital européia, muitos bairros árabes de Israel não têm sequer água encanada, e as ruas são esburacadas. Em Jerusalém, é fácil saber exatamente quando se cruza a fronteira com os bairros árabes: tudo é sujo e pobre. Eles são apenas um quinto da população de Israel, mas constituem metade dos que vivem abaixo da linha de pobreza.Mas Muhared, como muitos árabes-isralenses, diz que o seu destino não é numa Palestina independente: é dentro de Israel, "lutando por um estado verdadeiramente democrático, não guiado só por uma religião". Não é o caso de Ali, filho de imigrantes do Chade, na África, que nasceu em Jerusalém oriental (o lado árabe). Ele passou 17 anos na prisão depois de colocar cinco bombas no centro Tel Aviv, em 1968. Ali foi solto em 1985 em troca de três soldados israelenses capturados no Líbano. É um ex-terrorista assumido, que sonha com a partilha de Jerusalém. Hoje ele circula na cidade santa apresentando-se como guia turístico "alternativo": mostra o outro lado da História.- Terrorista? E os palestinos massacrados pelos soldados israelenses? Cresci sendo perseguido e humilhado, até o dia em que senti que estava perdendo minha dignidade. Eu não agüentava mais, tinha que mudar a situação. Eu sonhava em ser doutor, mas minaram meu sonho - afirma.Khaled Kurdy, um palestino de Jerusalém que teve uma das pernas destroçadas por uma bomba num atentado na cidade nos anos 70, torce o nariz quando ouve alguém mencionar a celebração dos 50 anos da criação de Israel:- Yasser Arafat é um traidor. O que ele está entregando para os israelenses nenhum colaborador ou corrupto faria. A situação dos palestinos hoje está pior. Na época da Intifada, o mundo entendia porque lutávamos. Hoje o mundo joga o jogo de Israel, como se houvesse um processo de paz. Não há - diz.Os palestinos da Cisjordândia e de Gaza são os que mais pretendem gritar hoje contra o que chamam de 50 anos de desastre. Na Cisjordânia, ainda existe um campo de refugiados de 1948: o campo de Kalandria, para onde foram alguns palestinos expulsos na época da criação de Israel. Uma verdadeira cidade cresceu dentro do campo. Hoje, como há 50 anos, seis mil pessoas continuam cercadas por enormes muralhas com arames enfarpados, na mesma condição: refugiados. Ironicamente, judeus ultra-ortodoxos também planejam sair

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em protesto nas ruas do bairro religioso de Mea'She'arim, em Jerusalém, convencidos de que a criação de Israel é uma obra do diabo, já que um estado judeu, para eles, só pode existir quando o Messias voltar à terra santa.

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Armados à espera do Messias.Deborah BerlinckEnviada especial BEITEL, CisjordâniaO lugar parece um bunker. Um batalhão do Exército israelense, com soldados armados até os dentes, vigia dia e noite dois portões que mais parecem barricadas de guerra. Bem-vindo à Cisjordânia. Cruzando-se o portão, nessa terra incustrada na periferia de Ramalá, a terceira maior cidade palestina do território ocupado por Israel, vivem 600 famílias de judeus ortodoxos, cercados de árabes por todos os lados (dois milhões em toda a Cisjordânia).Eles estão dispostos a pôr suas vidas - e a paz - em risco em nome da Torá (livro sagrado), convencidos de que estão cumprindo uma promessa divina de construir Eretz Israel - a Grande Israel, que incluiu toda a Cisjordância, isto é, toda a terra reivindicada pelos palestinos. O colono Yoel Tzur, como todos ali, está armado à espera do Messias, e diz que quando ele chegar, a Grande Israel vai emergir para dar o exemplo moral aos árabes e ao mundo. Existem mais de 120 mil colonos judeus morando nos territórios palestinos ocupados por Israel. Dois terços deles estão ali por motivos econômicos. Comprar um apartamento nos territórios é bem mais barato do que em Tel Aviv e durante décadas, os sucessivos governos de Israel gastaram milhões para incentivar as pessoas a ocuparem essas terras.Mas há uma minoria religiosa de colonos, como Yoel, que diz estar ali por ordem divina. No início do processo de paz, quando os trabalhistas governavam o país, os incentivos para ocupação das terras palestinas foram congelados. Agora que os partidos religiosos estão no poder - são parceiros na coalizão de Benjamin Netanyahu - os colonos religiosos puseram os tratores nas ruas da Cisjordânia e estão se expandindo. Eles recebem ajuda de várias organizações, inclusive do exterior, e de milionários como o americano Irving Moskowitz.- Olhe para aqui, agora para ali. Eles estão crescendo por todos os lados. Como podemos ter paz assim? Jerusalém Oriental (onde estão os palestinos) já está praticamente cercada pelas construções dos colonos -- protesta o palestino Khaled.Em Beit El, os religiosos construíram uma cidade à parte: as mulheres andam com turbantes e cobertas da cabeça aos pés.- Isso aqui é um paraíso. As crianças brincam tranqüilas. As portas das casas ficam abertas. Não há roubos - diz Esther, uma judia argentina há 20 anos em Israel, indiferente ao fato de que a tranqüilidade de sua família só é possível às custas de um batalhão do Exército na porta.Yoel é, indiscutivelmente, o líder de Beit El. Dono de um posto de gasolina, ele é general do Exército israelense. Há uma linha de ortodoxos que não reconhece o Estado de Israel, porque acredita que a nação judaica só será criada no dia em que o Messias voltar à Terra Santa. Yoel representa a outra linha: a que diz que os judeus devem lutar, ocupar e preparar a terra primeiro, para que o Messias volte. O que guia a vida dele é a Torá e o rabino Abraham Itzak Kuk, guru espiritual de vários extremistas religiosos. Filho de imigrantes austríacos, Yoel foi um dos pioneiros na construção de Beit El, em 1978. Aos 48 anos, ele nada tem do estereótipo de um ultra-ortodoxo: veste jeans e não usa solidéu. Yoel convidou um palestino que trabalha com ele a se sentar na sala para contar o quanto é bem tratado pelo chefe. Yoel disse nada ter contra árabes "como pessoas". Diante do empregado palestino, entretanto, descrevia os árabes como pessoas que "só sabem viver sob ditadura".- É preciso aceitar um fato: nós, judeus, somos o povo eleito. Está escrito por Deus. Temos que dar exemplo de moralidade ao mundo, sobre como se comportar com as mulheres, o próximo, e como fazer justiça - diz. Sua mulher e um filho de 12 anos morreram há um ano, a caminho de casa, fuzilados por terroristas palestinos. Yoel hoje cuida dos outros seis filhos. A tragédia familiar confirmou sua tese de que os palestinos não podem ser sócios dos judeus num acordo de paz.

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Sacrifícios na viagem para a Terra Prometida.Flávio Henrique LinoTerminada a Segunda Guerra, cerca de cem mil judeus vagavam pela Europa à procura de remanescentes de suas famílias destroçadas pelo conflito. Na volta para casa, muitos descobriram que já não tinham mais um lar, que era impossível retomar a vida onde ela havia parado quando começara o pesadelo nazista. Tanto eles quanto muitos dos judeus poupados dos horrores dos campos de concentração chegaram à conclusão de que a Terra Prometida, de onde seus antepassados foram expulsos dois mil anos antes, era o único lugar onde poderiam estar seguros de futuras perseguições. Vendendo o que ainda tinham, carregando o que podiam, os sobreviventes do Holocausto partiram para reconstruir a vida na terra que só conheciam em suas orações.A viagem para o novo lar, porém, não foi sem obstáculos. Já antes da guerra, os esforços da Agência Judaica em aumentar a imigração de judeus para a Palestina esbarravam na oposição da Grã-Bretanha, que exercia um mandato sobre a região. Para não desagradar aos países árabes produtores de petróleo - temerosos de que os judeus se tornassem numericamente superiores - o Governo britânico estabelecera cotas de imigração, obrigando a Agência Judaica a organizar viagens clandestinas. Durante a guerra, a maioria dos imigrantes ilegais entrou por rotas terrestres pelo Oriente Médio.Depois de 1945, a Agência Judaica começou a fretar e comprar navios para levar os refugiados em operações de grande escala à Palestina, desafiando a Grã-Bretanha, que mantinha a Marinha Real vigiando o Mediterrâneo Oriental. De 1945 a 1948, 65 navios se dirigiram à Palestina com imigrantes ilegais, entre eles o "Êxodus", cuja saga virou tema de livro e filme mais tarde. De fevereiro de 1946 a fevereiro de 1948, os ingleses interceptaram 47 barcos, internando 65 mil judeus em campos de concentração em Chipre.- As condições nos campos eram muito ruins. A gente passava fome e vivia cercado de arame farpado - relembra Azaria Paz, de 67 anos, que passou vários meses internado em Chipre.Nascido em Iasi, na Romênia, ele sobreviveu à guerra por sorte. Metade dos cem mil judeus de sua cidade foi enviada para os campos de concentração ou massacrada pelos nazistas.- Um dia, chamaram todos os judeus à Prefeitura para que tirassem novos documentos. Quando eles chegaram lá, foram mortos ou presos. Minha família e muitas outras desconfiaram da convocação e ficaram em casa. Graças a isso nos salvamos - conta.Depois da guerra, aos 16 anos, ele decidiu emigrar com o irmão mais novo, de 11 anos, e os dois incorporaram-se a uma leva de dez mil judeus que seriam levados à Palestina em dois navios fretados pela Agência Judaica. Na última hora, porém, os ingleses souberam da expedição e pressionaram o Governo americano, que tinha influência sobre a Agência Judaica, a tentar impedir a sua realização.A viagem foi cancelada, mas os líderes judeus locais, já com tudo pronto para partir, decidiram seguir adiante com os planos.Logo que passaram pelo Estreito de Dardanelos, na Turquia, os dois barcos que conduziam os refugiados foram interceptados por três navios de guerra britânicos e levados a Chipre.- Em fevereiro de 1948, eles nos deixaram partir. Chegamos a Haifa de barco e fomos imediatamente transportados para o Sul, em carros blindados porque já havia luta. Em maio, me levaram para um kibutz subterrâneo no Deserto de Neguev, cercado por tropas egípcias. Cruzamos as linhas egípcias num comboio à noite sem sermos descobertos. Durante a guerra, eles nos bombardeavam e nós bombardeávamos de volta, mas os egípcios não chegaram a tentar tomar o kibutz - conta Paz, hoje professor de ciência da computação no Instituto Israelense de Tecnologia, em Haifa.Ao todo, de 1934 a 1948, cerca de 115 mil imigrantes judeus entraram em Israel clandestinamente.

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Um Estado em pé de guerra.Deborah BerlinckEnviada especial

Judeus e árabes já lutavam palmo a palmo pela terra quando, em 14 de maio de 1948, foi proclamado o Estado de Israel na área destinada aos judeus pelo plano de partilha da Palestina, da ONU. No dia seguinte, Israel foi invadido por Egito, Síria, Transjordânia (atual Jordânia), Líbano e Iraque. Uma trégua obtida pelo mediador da ONU, conde Folke Bernadotte, favoreceu Israel. Golda Meir, uma das fundadoras do Estado, levantou US$ 50 milhões na comunidade judaica americana e, em segredo, os judeus compraram armas da URSS.Em setembro de 1948, Bernadotte foi assassinado por um grupo judeu de extrema-direita; em outubro, a guerra recomeçou. Mas Israel estava fortalecido. Suas forças expulsaram as tropas árabes do Norte, forçando o Líbano a abandonar a luta. Derrotado, o Egito assinou um cessar-fogo em 24 de fevereiro de 1949. Quando a guerra terminou, Israel tinha conquistado três quartos da Palestina. O Egito ocupou a Faixa de Gaza (onde viviam árabes palestinos) e a Transjordânia, a Cisjordânia. Jerusalém foi dividida entre Israel e Transjordânia.

Os grandes perdedores, porém, foram os árabes palestinos. Com a guerra, 650 mil perderam suas casas, diz Ken Hills em "As guerras árabe-israelenses".

A maioria foi morar em acampamentos em países árabes vizinhos. Em ambiente de pobreza e revolta, nasceram organizações com objetivo de reconquistar o lar palestino.Em 1956, eclodiu a crise de Suez. Israel conquistou do Egito a Península do Sinai, com a ajuda de tropas da Grã-Bretanha e da França. Foi uma retaliação à decisão do presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser, de nacionalizar a Companhia do Canal de Suez. Mas EUA e URSS reagiram com firmeza, e o Egito conservou o canal.Em 5 de junho de 1967, Israel bombardeou bases aéreas em Egito, Síria e Jordânia aniquilando as Forças Aéreas dos três países ainda no chão. Lutando em três frentes, tirou dos sírios as Colinas de Golã, dos jordanianos, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, e dos egípcios, a Faixa de Gaza e a Península do Sinai - 1,2 milhão de palestinos ficaram sob ocupação israelense.Outra guerra começou em 6 de outubro de 1973. Anwar Sadat, novo presidente do Egito, modernizou seu Exército e se aliou à Síria para atacar Israel de surpresa, no Yom Kippur (Dia do Perdão). Mas Israel derrotou egípcios e sírios. Os árabes usaram então uma poderosa arma de pressão: o petróleo. Elevaram o preço do produto, provocando uma crise internacional. Em dezembro de 1974, a OLP foi admitida na ONU como observadora e representante dos palestinos.Israel invadiu o Líbano em 6 de junho de 1982 e obrigou Yasser Arafat e a OLP a deixarem o país. Só a intervenção dos EUA impediu uma guerra com a Síria, que tinha invadido a Líbia para pôr fim a uma guerra civil. Israel tirou o grosso de suas tropas do Líbano em 1985, mas criou uma zona de segurança - que ainda existe - no Sul do território libanês.

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Uma potência nascida das dunas.Serge SchmemannDo New York Times JERUSALÉMA placa na estrada indicando o kibutz Givat Brenner, a maior das fazendas coletivas de Israel, tem a inscrição de um sugestivo nome: Casa dos Sonhos. Casa dos Sonhos, na realidade, é um parque de diversões que o kibutz - fundado há 70 anos - abriu para aumentar seu faturamento em declínio. Pomares, chácaras para venda de plantas e fábricas velhas já não conseguiam manter o nível de renda anterior. O nome, no entanto, ecoa os sonhos dos pioneiros sionistas russos, que chegaram à Terra Prometida com visões de uma nação judaica forjada no altruísmo do trabalho coletivo.Alguns quilômetros ao norte, em Tel Aviv, num bloco de escritórios que eram dunas de areia quando o Estado de Israel foi fundado, dezenas de homens e mulheres, todos com menos de 30 anos e vestindo jeans e camisas de malha, trabalham com afinco em seus computadores. Num cartaz na parede, essas salas são identificadas como os escritórios da Mirabilis, palavra em latim para milagre.Há 17 meses, a Mirabilis não existia. Hoje, o inovador software para grupos de conversas inventado por seus quatro fundadores, o ICQ (pronuncia-se I seek you), é um dos mais usados instrumentos da Internet, com dez milhões de internautas registrados e 57 mil novos usuários diariamente. Embora apenas uns poucos quilômetros separem os sonhos do milagre, eles marcam o extraordinário caminho que Israel percorreu do experimento socialista à revolução high-tech que transformou o país no Vale do Silício do Oriente Médio, atrás apenas dos EUA em novidades. A alta tecnologia responde agora por um terço das exportações de Israel, e com três mil projetos em andamento, o quinhão da área deve continuar crescendo.Israel é hoje um país próspero, mais do que já foi em toda a sua História. As exportações foram catapultadas para US$ 32 bilhões no ano passado - a maior parte dos setores industrial e científico - de parcos US$ 30 milhões em 1948, sobretudo de produtos agrícolas. A renda per capita atingiu US$ 17 mil, mais que Portugal ou a Espanha e muitas vezes maior que a de seus vizinhos árabes. As ações de cerca de 120 companhias israelenses são negociadas na Bolsa de Valores de Nova York, que põe o país em segundo lugar entre os estrangeiros, atrás apenas do Canadá.A riqueza é visível entre os israelenses. Há um telefone celular para cada três pessoas no país. O número de carros pulou de 882 mil em 1988 para 1,6 milhão atualmente. Pessoas para quem viajar ao estrangeiro era um sonho distante agora passam as férias na Europa. Cafés, restaurantes de luxo, shopping centers e filiais das cadeias de lojas americanas são abertos em Tel Aviv e Jerusalém.Um recente relatório do Grupo de Desenvolvimento Econômico Conjunto Estados Unidos-Israel, um painel de especialistas dos dois países, elogiou o Governo israelense por dar "passos enormes" para reformar a economia e declarou que o país está perto de receber status de desenvolvido.É certo, também, que Israel não fez tudo sozinho. Há décadas, os alemães pagam reparações de guerra pelo Holocausto e desde os acordos de paz de Camp David, em 1979, os Estados Unidos desembolsam US$ 3 bilhões em ajuda anual, fazendo de Israel o maior beneficiário de ajuda externa americana.Mas o sucesso não vem sem problemas. Indicadores apontam para uma incipiente recessão. O desemprego atingiu a marca de 8,2%. Em dezembro, houve distúrbios na cidade de Ofakim, no Neguev, depois que o desemprego chegou a 14,3%. As tensões com os palestinos afetaram o turismo e alguns economistas temem que possam afugentar os investidores também.

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O porto seguro da diáspora.Daniel Hessel TeichSÃO PAULOSeculares ou religiosos, sionistas ou universalistas, os judeus que, na diáspora, acabaram atingindo os portos brasileiros têm pelo menos um ponto de vista em comum, com relação à criação do Estado de Israel há 50 anos: o pequeno país encravado entre inimigos árabes viscerais e o Mar Mediterrâneo, minado internamente pelo crescimento do fanatismo religioso entre os próprios judeus, dá uma segurança sem precedentes a um povo que há quase dois mil anos vaga pelos quatro cantos do mundo. Tendo por trás Israel, com seu poder de fogo político, econômico e bélico, os judeus acreditam que os tempos de preconceito, discriminação e massacres como os cometidos pelos nazistas na Segunda Guerra fazem parte do passado.- Deixamos de nos reunir em torno de um túmulo para nos juntar em torno de uma bandeira. A criação de um estado formal tirou o eterno lamento da vida judaica e permitiu que nos preocupássemos com uma sobrevivência qualitativa, nas sociedades onde estamos. Mesmo longe de ser um mar de rosas, Israel nos tornou menos paroquiais e mais universais - afirma o rabino Henry Sobel, presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista (CIP) e um dos mais influentes líderes religiosos da comunidade no país.Mesmo distante, o Estado judeu exerce impressionante poder de atração sobre os membros da comunidade de São Paulo, a maior do país, com cem mil membros. São raríssimos os que jamais foram a Jerusalém ou a Tel Aviv. O empresário aposentado Fizsel Czeresnia, polonês de nascimento, 64 anos vividos em São Paulo e um curto intervalo de quatro anos morando em Israel, diz que o judeu na diáspora tem uma relação com o país completamente diferente da que têm os oriundo (imigrantes) com a Itália e os libaneses com o Líbano.- Diferentemente dos outros povos, os judeus têm uma história comum de perseguição e isso muda tudo - avalia Czeresnia.O empresário de 75 anos tem uma relação especial com Israel. Ele estava entre a multidão que viu Ben-Gurion sair do Museu de Tel Aviv e anunciar a formação do novo país na tarde de sexta-feira, 14 de maio de 1948. Na época era representante do Movimento Jovem Sionista do Brasil e estava na cidade para participar de um curso.- Não sou religioso mas sinto-me orgulhoso por pertencer à nação judaica. Isso não tem nada a ver com ser brasileiro ou não. São categorias de fidelidade diferentes, que fazem parte de um pluralismo onde cabe também uma enorme paixão pelo Corinthians - afirma Czeresnia.Segundo a também editora Rosa Chut, que dirige uma das principais revistas da comunidade, a relação dos judeus com o país sempre foi excelente e uma amostra disso foi o percentual de imigrantes que se mantiveram no país mesmo após a criação do Estado de Israel. Enquanto na Argentina metade da colônia de 500 mil pessoas abandonou o país, no Brasil pouquíssimas famílias decidiram partir.Um desses imigrantes que viu frustrada a possibilidade de embarcar para Israel foi o empresário Samuel Klein, dono das Casas Bahia. Em 1952 ele desembarcou no país para construir seu império a partir de uma carroça onde vendia cobertores pelo ABC paulista. Antes, ele e os irmão Cesia e Salomão haviam enviado o pai Suger para Israel com maquinário para que a família montasse uma oficina de marcenaria no novo país. Sobreviventes do massacre nazista, os quatro assistiram a mãe e outros sete irmão serem enviados para o campo de extermínio de Treblinka, no Norte da Polônia. Samuel chorou quando recebeu a primeira carta do pai. Ele escreveu: "Se você quer se salvar não venha."- Israel sempre foi nosso sonho mas a possibilidade de enfrentar mais guerra nos era absolutamente insuportável. Não dava mais. Resolvi vir para a América do Sul enquanto meus irmão foram para Nova York. Só fui a Israel uma vez, há 25 anos, hoje contribuo com a comunidade cobrindo os déficits de escolas de ensino judaico em são Paulo - conta o

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Cesaréia

Como o próprio nome diz, faz lembrar a época do império romano. Quando Herodes o Grande, dedicou-a à César, adornando com mármore e monumentos suntuosos, cujos vestígios até hoje visíveis.

Considerada um baluarte a beira mar, ela foi governada por vários povos. Os Fenícios foram os primeiros a instalar uma base no século IV a.C., os Cruzados chegaram no ano de 1101d.C., e depois de várias visitas a transformaram em cidade fortificada. As muralhas de Luiz IX, rei de França, e as ruínas da cidadela testemunham até hoje a passagem dos monges guerreiros que trouxeram novamente o cristianismo a cidade. Uma cidade rica em glorias e lembranças do próprio passado também teve seu lado de horrores quando nos anos 66 e 131 d.C. milhares de hebreus foram jogados aos leões durante as duas rebeliões anti romanas das quais Cesárea foi dos centros mais vivos de difusão.Enfim, é um lugar lindo a beira do Mar Mediterrâneo que vale a pena ser visitado.

Belém

Belém está situada a alguns quilômetros ao sul de Jerusalém aconchegada nos

montes da Judéa. É uma cidade com um contexto importantíssimo para a história, pois lá é o local do nascimento de Jesus e também do Rei David. O nome Bethlehem (Belém) significa " casa do pão ". Lá se encontra também o Tumulo de Rachel.

O mais antigo testemunho sobre o lugar do nascimento de Jesus, após os evangelhos, nos vem do filósofo e mártir S. Justino (séc. II.), originário da cidade Flávia Neápolis, hoje Nablus, na Samaria: "Na hora do nascimento do menino em Belém, por não haver onde hospedar-se nesse vilarejo, José encontrou refúgio

numa gruta próxima ao povoado e, enquanto encontrava-se ali, Maria deu à luz a Jesus e o colocou numa manjedoura, onde os Magos, vindos da Arábia, o encontraram". Essa gruta foi circundada de magníficas construções pelo imperador Constantino e sua mãe Sta. Helena, não muito depois de 325 d.C. Em 386, S. Jerônimo estabeleceu-se junto à basílica, assumindo a vida monástica, dedicando-se ao estudo da bíblia

Seu sepulcro, foi escavado nas vizinhanças da gruta do nascimento. A basílica do (séc. IV), foi substituída por outra de dimensões maiores, hoje ainda de pé. No tempo dos cruzados (séc.XII), as paredes foram adornadas com preciosos mosaicos, incrustados de ouro e madrepérola.

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Desses sobram amplos fragmentos: Cenas do Novo Testamento com inscrições latinas, no transepto, e a representação simbólica dos concílios ecumênicos com inscrições gregas, na nave. Acima dascolunas da nave, numa fila de medalhões, estão representados os antepassados de Jesus (com inscrições latinas). Um dos anjos em adoração, na parede à esquerda, tem aos pés uma inscrição (em latim e siríaco) do nome do artista, o pintor Basílio. Escavações arqueológicas feitas nos anos 1934-35 (pelo governo mandatário inglês) trouxeram à luz consideráveis fragmentos de mosaicos no pavimento da basílica constantiniana, visíveis na nave e no transepto da basílica. Os franciscanos moram em Belém desde 1347, e têm junto à Basílica da Natividade um convento e uma igreja (dedicada à santa virgem-mártir Catarina), que serve principalmente às necessidades da comunidade cristã católica local, de rito latino. Dessa igreja se desce às grutas de S. Jerônimo.

Belém está sob a administração da autoridade palestina desde 1995.

Porta de entrada da Basílica da NatividadeTambém chamada de Porta da Humildade

GeografiaDADOS GEOGRÁFICOS

Israel se situa a oeste do Oriente Médio delimitado pelo Mar Mediterrâneo e Mar Morto, a leste o Vale da Grande depressão Sírio-Africana e ao sul o Mar Vermelho. Se limitando ao norte com Líbano e Síria, a leste com Jordânia e ao sul com Egito.A maior parte da população do pais está concentrada na zona setentrional e se divide em três setores longitudinais diferentes: Na parte costeira, a oeste, estão os grandes centros urbanos de Tel Aviv Yafo e Haifa. A região do Vale do Jordão, a leste com o Rio Jordão que une os dois lagos interiores que 5ãa: O Mar da Galiléia, a lago de Tiberíades e o Mar Morto.A zona montanhosa do centro de Israel se incorpora às colinas da Galiléia, Somaria e Judéia incluindo a capital Jerusalém.Ao Norte se encontra o Gaba e o Monte Hermon com seu pico nevado enquanto que o distrito Meridional compõe os desertos do Néguev e Aravá, a maior superfície do pais. Beer Sheba a capital de Néguev e Eílat estão sobre o Mar Vermelho.

CLIMA

Israel desfruta de um prolongado verão (de abril a outubro). O inverno geralmente é temperado (de novembro a março) com temperaturas mais baixos nas regiões mais altas. Por exemplo, Jerusalém e Safed. As precipitações são relativamente importantes ao norte e na região central do país, com chuvas escassas e na Néguev setentrional diminuindo à medido que nos aproximamos do soldo pais. As condições locais variam notavelmente

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restringindo-se à verões úmidos e invernos moderados. Na zona costeira, o verão é seco e o inverno frio. E nos zonas montanhosos, um clima semi-desértico o ano todo, igual ao Néguev. E aos extremos, vão desde nevados ocasionais até aos periódicas ventos cálidos que provocam altas temperaturas, especialmente ao outono e na primavera.

FLORA E FÁUNA

A riqueza da fauna e da flora de Israel é conseqüência de sua localização geográfica, assim como da diversidade topográfica e climática, Mais de 380 pássaros diferentes, cerca de 150 espécies de mamíferos e répteis, e cerca de 3.000 variedades vegetais (entre as quais 150 nativas) são encontradas em seu território. 120 reservas naturais, num total de quase 1.000 km2, espalham-se pelo país.ÁGUA

Por causa da escassez do água na região, o país dedica intensos esforços no sentido de aproveitar ao máximo os recursos disponíveis e na procura de novas fontes de abastecimento. Na década dos 60, todas as fontes de água potável de Israel foram reunidas numa rede integrada, cuja principal artéria, o Conduto Nacional, traz água do norte e do centro do país ao sul semi-árido. Entre os projetos em desenvolvimento cujo objetivo é a ampliação do potencial hidráulico, podemos citar chuvas artificiais, reciclagem de águas de esgoto e dessalinização da água do mar.

POPULAÇÃO

Israel é um país de imigrantes. Desde sua criação, em 1948, sua população se multiplicou por sete. Seus mais de 6.000.000 cidadãos formam um mosaico de gente com vários antecedentes étnicos e diferentes estilos de vida, religiões, culturas e tradições. Os judeus constituem atualmente 79,2% da população do país, sendo que a proporção dos cidadãos não-judeus, em sua maioria árabes, é de 20,8%.

PRINCIPAIS CIDADES Jerusalém (com 633.000 habitantes), a capital do pais, é o centro da vida nacional e espiritual do povo judeu desde que o Rei David fê-la capital de seu reino, há cerca de 3.000 anos atrás. Hoje é uma metrópole vibrante e florescente, a sede do governo e a maior cidade do país.E a capital do estado de Israel e capital da Judéia nos tempos bíblicas. É um centro religioso e espiritual para os judeus, cristãs e muçulmanos. Jerusalém está situada nas colinas da Judéia incluindo a Cidade Velha rodeada pulas gigantescas muralhas e a cidade moderna que está povoada desde os tempos pré-históricos, como também foi conquistado por vários panos tais como: caneneo israelitas, babilônios, gregos, romanos, persas, bizantinos, árabes, mamelucos e turcos. A parte antiga da cidade possuí quatro bairros. O judeu, a muçulmano, a cristão e a armênio, tendo assim, oito entradas, Na cidade antiga se encontra o monte do templo, na qual foi edificado o templo. Onde também

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estão situadas as grandes mesquitas, a Doma da Roca e a mesquita Aksa, E o oeste da monte se encontra a Muro das Lamentações, um dos lugares mais sagrados paro us judeus, que foi construído na época do segundo tempIo. No bairro judeu podemos passear ao longa da avenida principal da período Bizantino, que foi recentemente restaurada. Também pudemos visitar as antigas sinagogas e o bairro cristão com suas várias igrejas e fumosos mosteiros, entre eles a igreja da Santo Sepulcro e as estações da Via Sacra. O bairro muçulmana d a Centro Comercial da cidade Antiga com seu pitoresco mercado e a Monte Sião que é o lugar do túmulo de Davi e da última ceia de Jesus com as apóstolos. Na exterior do muralha se encontram os escavações da Cidade de Davi, o Monte dos Oliveiras, inúmeras igrejas e famosos mosteiros. A Cidade Nova é a centro principal da Knesset, parlamento de Israel. Podemos também encontrar várias museus, Yad Vashem, o Instituto Histórico da Holocausto, uma Universidade Hebréia e o hospital Hadasa construídos com os famosos vitrais de Chagall.

Tel Aviv (com 348.000 habitantes) foi fundada em 1909, tendo sido a primeira cidade judia dos tempos modernos; hoje é o centro da vida industrial, comercial, financeira e cultural do país.É a capital comercial e centro de diversões de Israel. É a primeira cidade hebréia, estabelecido em 1909 como nome de "Ajuzat Bait". Está situada na costa do mar Mediterrâneo. Em Tel Aviv há inúmeros Institutos de Cultura Arte e Diversões, entre eles vários museus, a Orquestro Filarmõnica, Instituições de Ensino, como a Universidade Federai de Tel Aviv uma biblioteca, um criador do golfinhos e um açude natural. lei Aviv é um centro social e político, onde estão as sedes dos principais partidos políticos, movimentos juvenis e algumas filiais de ministérios entre outros.

Haifa (com 265.000 habitantes), cidade costeira conhecida desde os tempos antigos, é importante porto mediterrâneo e o centro industrial e comercial da região setentrional de Israel.E um importante porto e centra industrial no norte de Israel. Está situado ao Golfo de Haifa e forma parte da planície costeira abaixo da serra do Carmel. O resto de Haifa se encontro nas laterais norte e oeste da serro do Carmel. Esta cidade possui duos universidades, vários museus com exposições pré-histéricos, arqueológicos e abras de artes e um instituto de oceanografia Em Haifa podemos também apreciar lugares históricas dos tempos pré-histéricos ao período Otomano. Entre eles os minas de uma fortaleza na fronteira com Shiknona, construída com pisos de mosaico uma antiga igreja. Haifa é também um centro religioso onde se encontra a gruta de Filas, o templo Bahai e o mosteiro das Carmelitas.

Beer Sheva (com 163.000 habitantes), citada na Bíblia como um acampamento dos Patriarcas, é hoje em dia o maior centro urbano do sul do país, proporcionando serviços administrativos, econômicos, educacionais, culturais e hospitalares a toda a região meridional.E ama grande cidade na Vale de Beer Sheva, também chamada de capital de Néguev. Neste lugar podemos encontrar a cidade antiga de Beer Sheva,

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Abimelej e Beer Sheva, que selaram um pacto de união, mas mesma assim foram conquistadas pelo exército de Israel e a partir de 1948, se transformou rapidamente em um grande centro industrial e comércio administrativo como também é o encontro principal de Néguev, a cidade dos patriarcas. Ainda podemos encontrar em seus arredores, remanescentes de antigas povoados.

Golan

Delimitadas a oeste pelo Mar da Galiléia e pelo rio Jordão, a norte pelo Monte Hermon, a leste e a sul respectivamente pelos rios Raqqad e Yarmuk, as colinas de Golan marcam a extrema fronteira ao norte do estado de Israel com a Síria. Esta região, por sua fertilidade, hoje em dia é povoada por agricultores. No Golan também são produzidos vinhos da melhor qualidade reconhecidos no mundo inteiro. É uma região montanhosa aonde a natureza conta com uma fauna e flora muito rica e bela. O Monte Hermon, por permanecer coberto de neve de novembro até março, se tornou um paraíso para os amantes do esqui na neve. Existe no local uma estação dedicada a esse esporte que conta com todo o aparato necessário. Lá você poderá alugar todo o equipamento, ter aulas de esqui e também no local existe um restaurante e lanchonete. Nas redondezas da estação de esqui existem hotéis e pousadas do tipo chalés com preços muito acessíveis.

Com o descongelamento da neve as águas descem por vários rios formando cachoeiras e piscinas naturais que são muito visitadas por suas belezas naturais e muito bem cuidadas pelas autoridades e população local.

Nas montanhas existem cidades de população druza que tem uma particularidade; é um povo fiel ao país que eles vivem independentemente da etnia ou religião do mesmo.

Jericó

Jericó moderna está localizada perto de um maravilhoso oásis rico em palmeiras e árvores frutíferas não muito longe da margen do rio Jordão a 250 metros abaixo do nível do mar. Não distante mais que 2 quilômetros, se encontra a Jericó velha. Um dos mais antigos locais de habitação humana do mundo. Pesquisas arqueológicas feitas na área de Tel Sultan permitiram datar habitações primitivas desde o ano 7800 a.C. Nesse local é possível ver-se uma torre da era neolíca, uma prova da arte na época pré-histórica.

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A Jericó bíblica, varias vezes citada nas escrituras sagradas, é universalmente conhecida pelo episódio narrado no Livro de Josué, quando o povo hebreu fez cair suas inacessíveis muralhas tocando as trombetas. Na região ainda se pode ver o Monte das Tentações. É o lugar que Jesus foi após ser batizado por João Batista.

Lá ele jejuou por quarenta dias. Nas encostas da montanha se encontra as muralhas do complexo monacal grego-ortodoxo construído na metade do século XIX, no lugar de uma antiga igreja paleocristã. Uma gruta transformada em capela é indicada como o lugar que Jesus jejuou por 40 dias e 40 noites.

Hebron

A cidade de Hebron, cujo antigo nome é Kiryat Arba. Significa "cidade dos quatro". No passado a cidade era divida entre as quatro clãs, um local marcado profundamente pela história. Há quem acredite que lá foi a pátria de Adão, mas não existem estudos que provem essa teoria. Hebron foi a cidade de Abraão e sua mulher Sara e sua direta descendência. Foi capital durante sete anos do reino de David. A cidade é sagrada tanto para árabes quanto para judeus, pois ambos se julgam descendentes de Abraão. Uma cidade de idioma predominantemente árabe é chamada também de Al Khalil, que quer dizer "o preferido de Allah" em referencia ao seu patriarca. No passado o local foi invadido por árabes e pelos Cruzados. Entre 1926 e 1936 a cidade foi palco de incidentes violentos entre judeus e árabes obrigando a população judaica a abandonar o local. Até 1967, ano da guerra dos Seis Dias, a cidade ficou sob o domínio da Jordânia que proibia o regresso de judeus. Hoje em dia as duas comunidades religiosas vão em peregrinação ao Haram el Khalil, o templo muçulmano aonde estão os túmulos de Abraão e Sara .

Mar MortoNo fundo de uma depressão tectónica, a 398 metros abaixo do nível do mar formada entre o fim da era tercearia eo inicio da era quaternária há mais de dois milhões de anos fica o Mar Morto que na bíblia tem a denominação de Mar de Sal. Essa região da terra tem recordes interessantes: É o lugar habitado mais baixo do planeta. A pressão atmosférica e a mais elevada de toda a terra e na sua atmosfera há uma taxa de oxigênio 15% superior ao nível do mar. As águas do Mar Morto tem uma porcentagem de sal que não existe comparação com nenhuma bacia de água

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salgada existente em qualquer lugar do mundo. Isso ocorre devido a grande evaporação principalmente durante o verão cerca de 25%, esse fato também determina presença de outros minerais e a grande densidade da água que fica tão viscosa como óleo. Para se ter uma idéia as pessoas não afundam nunca, pode-se permanecer sentado como se estivesse sentado numa poltrona.

Por essas caracteristicas as águas tem propriedades medicinais comprovadas, elas são ótimas para doenças depele e reumatismo. E também os famoso lodo da região com características tão medicinais como a das águas. O clima seco e muito rico em oxigênio é recomendado para pessoas que sofrem de doenças respiratórias. Na região existem balneários muito confortáveis com vestiários, lanchonetes, restaurantes e estacionamento. Há também hotéis e spas completos com banhos nas as águas medicinais. Devido a localização geográfica do Mar Morto no meio do deserto, cria um cenário único de beleza e silencio. A cor azul das águas, em contraste com o deserto é uma coisa que merece ser apreciada. Uma cena única pode ser vista, as colunas de sal que brotam do mar como se fossem corais. Aconselha-se aos banhistas que evitem molhar o rosto nas águas, pois a quantidade de sal e muito grande.Deve-se proteger os olhos e também não permanecer mais de 15 minutos consecutivos dentro d’água pois somando-se a baixa altitude e a temperatura morna da água, faz com que a pressão arterial nas pessoas abaixe o que é excelente para hipertensos.

Nazaré

Aninhada nos montes da Galileia, aquela que foi tempos atrás uma minúscula vila éhoje moradia para cerca de 60 mil habitantes a maior cidade árabe em Israel. Com igrejas, conventos e monastérios preservando e testemunhando os antigos locais. Na primavera flores selvagens enfeitam os morros e as pessoas podem ver os lírios do vale e imaginar a beleza da antiga paisagem. Sinos ecoam das torres das igrejas. Padres com suas vestes religiosas e crianças brincando ao lado de peregrinos de todos os lugares do mundo. Aroma de café fresco, temperos exóticos e pão quente saído do forno perfumam o ar do colorido mercado aberto. E elevando os olhos acima dos telhados decerâmica vermelha das casas e minaretes, o impressionante telhado da Basílica da Anunciação domina de todos os ângulos. Também em Nazaré são encontrados os melhores doces árabes do país. O anjo Gabriel foi mandado por Deus para uma cidadela Galileia chamada Nazaré, para uma virgem... e o nome da virgem era Maria... E ele veio a ela e disse,"Ave, favorecida, o Senhor está convosco!... E você conceberá em

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seu ventre e dará a luz a um filho ,e você o chamara pelo nome de Jesus".Lucas I José e sua esposa Maria viveram em Nazaré, cidade em que Jesus passou a sua infância e boa parte da idade adulta e iniciou seu sacerdócio. Por esse motivo transforma a cidade no ponto natural para o começo de uma peregrinação à Terra Santa. Nos primeiros séculos da era cristã, Nazaré era povoada apenas por judeus, mas com o fortalecimento do império Romano, o número de cristãos cresceu. A partir do século IV, igrejas foram construídas nos locais ligados a Jesus e a Virgem Maria. O centro antigo de Nazaré onde estão situadas as principais igrejas, se distingue por suas

pequenas e velhas casas e ruelas sinuosas. A partir dai a cidade se expande em todas as direções dividida em bairros de acordo com a religião de seus habitantes. Existe um bairro católico, um greco-ortodoxo e um muçulmano, além de seis outros bairros mistos e a cidade judaica de Nazaré Ilit. Desta forma tanto os minaretes das mesquitas quanto as torres das igrejas despontam juntas no horizonte de Nazaré, espalhando uma mensagem de paz para toda a humanidade. Uma estrutura moderna protege as grutas santas, antigas igrejas dos Cruzados e Bizantinos e o verdadeiro córrego onde Maria ia buscar água. A visita a cada um destes locais é uma reverencia as fontes da fé. Estando em Nazaré não deixe de visitar:

A Basílica da Anunciação. Com sua presença dominante, é mantida pela Ordem Franciscana, sendo a maior do Oriente Médio. Importante sitio arqueológico, inclui a igreja e edificações que a circundam e comprovam que este é o local da vila original de Nazaré. Magníficos mosaicos, trabalhos de arte e cerâmica. A Fonte do Poço de Maria. Igreja Ortodoxa Grega de São Gabriel da

Anunciação cujos adornos do século XVII e seus afrescos são iluminados por candelabros dourados. Foi construída no local original do Poço de Maria.

Igreja de São José ou Igreja da Familia. Também mantida pela Ordem Franciscana, contruida em cima do lugar aonde se credita que ficava a oficina de carpintaria que ele trabalhava. Igreja Anglicana. Sua construção em formato de cruz, foi financiada pelo Rei Eduardo VII atendendo aos pedidos dos navegadores britânicos. Igreja Maronita. Também conhecida como Igreja de Santo Antônio.Local da antiga Sinagoga e Antiga Igreja Grega Católica. Localizada no mercado. Escavações revelaram símbolos judaicos indicando a localização da sinagoga onde Jesus rezava enquanto jovem. Igreja Copta. Concluída em 1952 para a pequena comunidade Copta.Existem ainda diversas outras igrejas como: Igreja Batista, Igreja Salesiana de Jesus, Notre Dame de Léffroi, monastérios e conventos.

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Mesquita Branca de El Abyad. Na extremidade do Mercado Velho, foi por muito tempo a única mesquita da cidade, construída entre 1799 e 1812.Mesquita da Paz, El Salam. É uma construção impressionante realizada nos anos 1960/70. Seu nome amplifica o espirito de coexistência e paz

Tel Aviv & Yafo

Antes de falarmos sobre as duas cidades devemos explicar algumas coisas: Yafo também é chamada de Jafa. Tel Aviv e Yafo são dois municípios distintos, porém com o crescimento das cidades elas se uniram em uma só. Por esse fato e também pela história das duas cidades por muitas vezes andam juntas. Optamos pelo nome Yafo em nosso texto. YafoYafo surgiu na região doada por Josué a tribo de Dan e é uma das mais antigas cidades do mundo. Seu nomelembra a palavra hebraica que significa "Bela" e a tradição diz que foi atribuída por um dos filhos de Noé; Jafet. Yafo foi o porto de Jerusalém e deste lugar partiram os navios carregados do famoso cedro do Líbano usado pelo Rei Salomão para edificar seu templo. Também em Yafo o apostolo Pedro, hospede de Simão, ressuscitou Tabitha. A história passou mais de uma vez por Yafo e frequentemente deixou a sua marca. Foi destruída por Napoleão em 1799 e reconstruída no inicio do seculo XIX, sendo governada pelos otomanos e sucessivamente pelos ingleses. Somente em 1948 voltou as mãos de Israel com a criação do país. Uma cidade aonde a população é composta por jovens artistas israelenses que vivem lado a lado com seus amigos árabes que tem um comércio intenso na cidade. A Yafo moderna é rica em lojas, exposições e shows durante o verão. Existem muitos lugares que merecem ser visitados como: A Torre do Relógio e o museu arqueológico. A parte velha da cidade que hoje e um bairro de artistas, alguns de renome internacional e em seus ateliês pode-se encontrar obras de arte em todos os estilos. O porto pesqueiro que hoje é tomado de restaurantes e cafés estão sempre cheios. No bairro dos artistas, em uma de suas vielas, encontra-se a árvore suspensa, uma maneira original que um artista achou para plantar sua arvore em um espaço tão apertado. Vale a pena conferir.

Tel Aviv

Nascida como modesto estabelecimento urbano no inicio do século XX, sobre as dunas ao norte de Yafo, Tel Aviv estendeu-se tão rapidamente que englobou a cidade vizinha junto à qual constitui hoje uma única metrópole Tel Aviv-Yafo.

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Em 1909, um grupo de imgrantes judeus que vivia em Yafo, guiados por Meir Dizengoff resolveu criar um novo complexo urbano devido as dificuldades que tinham em se adaptar as estruturas características de uma cidade árabe. Compraram então um pedaço de terra no deserto e deram o nome ao novo centro de Tel Aviv, que em hebraico quer dizer Colina da Primavera. Tel Aviv se desenvolveu intensamente e se tornou o centro propulsor das iniciativas econômicas, políticas e culturais do povo judeu. Foi aqui que no dia 14 maio de 1948, na casa de Meir Dizengoff, hoje um museu, foi proclamada a Independência de Israel. Da metrópole israelense reluz sobretudo o aspecto cultural e de lazer que se manifesta principalmente a noite em seus restaurantes, bares e cafés que durante o verão colocam mesas nas calçadas e assim assumindo seu ar de cidade a beira mar. Tel Aviv conta com varias companhias teatrais: Habima, (teatro Nacional), e a Orquestra Filarmônica de Israel, uma das mais famosas no mundo da musica clássica. Numerosos são os cinemas, galerias de arte, restaurantes e tudo que uma grande cidade pode oferecer à população. Existem locais que merecem ser visitados como por exemplo:

A Torre Shalom, o edifício mais alto da cidade aonde existe um mirante. De lá pode-se ter uma vista panorâmica de Tel Aviv e arredores. O Museu da Haganá, exercito do povo judeu antes da formação do estado de Israel. O Bet Hatefusot, Museu da Diáspora que narra de uma maneira detalhada o teor histórico do povo judeu. A Universidade de Tel Aviv, um dos mais modernos complexos universitários do mundo.

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