A HISTÓRIA o r H - CPB Educacional · Proj. ráf. ditora Coor. Ped. C. . ep. Arte OP alunoOP...
Transcript of A HISTÓRIA o r H - CPB Educacional · Proj. ráf. ditora Coor. Ped. C. . ep. Arte OP alunoOP...
Proj. Gráf.
Editor(a)
Coor. Ped.
C. Q.
Dep. Arte
OP
alu
no_O
P p
rofe
ssor
_Mat
éria
_XA
no
Designer
Há quem pense que a História é uma ciência ligada a coisas antigas, sem nenhuma relevância para os nossos dias. Contudo, não se pode
negar que ela faz parte da vida de qualquer ser humano. Constantemente, buscamos interpretações de fatos que nos antecederam, com o objetivo de compreender a sociedade em que vivemos e estabelecer projetos para o futuro. Conhecer o passado nos ajuda a entender a nós mesmos, pois estamos inseridos na História.
Os livros de História da coleção InterAtiva possibilitam o debate sobre importantes temas históricos, desde as origens do ser humano até a formação de seu próprio país. Por meio dessa discussão, os alunos entenderão que o passado, mesmo quando se trata de períodos bem remotos, está ligado ao cotidiano das pessoas e às formas como elas entendem o mundo e, ao mesmo tempo, estarão mais preparados para atuar de maneira responsável e consciente no contexto social.
7 7
77
HISTÓRIAUbirajara de Farias Prestes FilhoEdson Xavier
HISTÓRIA
LIVRO DO PROFESSOR
2964
9 / H
istór
ia In
tera
tiva
7Ano
Designer
Editor
Coord. Ped.
Dep. Arte
C. Qualidade
7HISTÓRIA
Casa Publicadora BrasileiraTatuí, SP
LIVRO DO PROFESSOR
Ubirajara F. Prestes Filho Edson Xavier
2964
9 / H
istór
ia In
tera
tiva
7Ano
Designer
Editor
Coord. Ped.
Dep. Arte
C. Qualidade Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem prévia autorização escrita do autor e da Editora.
Ubirajara F. Prestes Filho
• Bacharel e Licenciado em História pela Universidade de São Paulo (USP)
• Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (USP)
Edson Xavier
• Bacharel e Licenciado em História pela Universidade de São Paulo (USP)
Autores |Direitos de publicação reservados àCasa Publicadora BrasileiraRodovia SP 127 – km 106Caixa Postal 34 – 18270-970 – Tatuí, SPTel.: (15) 3205-8800 – Fax: (15) 3205-8900Ligação Gratuita: 0800-112710E-mail: [email protected]
Gerência de DidáticosAlexander DutraCoordenação PedagógicaLucienne Dorneles e Vivian Fiuza
Coordenação EditorialAdriana TeixeiraEditoraçãoAndressa RiconRevisãoCecília Ortolan e Priscila Rostirolla
Projeto Gráfico e CapaEnio Scheffel Jr., Fernando Lima e Sandra Ferreira BarbosaImagens da CapaFotoliaProgramação VisualAnderson Mendes e Renan MartinIlustraçõesIlustra Cartoon
Consultoria PedagógicaEnildo do NascimentoAdriana Gonçalves Loura HenriqueItatiara Teles de OliveiraWellington Gomes Ferreira
IMPRESSO NO BRASIL/Printed in Brazil2a edição – 1a impressão2015
2a edição – 1a impressão2015
Tipologia: Cronos Pro Light, 13/17 – 10555/29648 (A) – 10556/29649 (P)
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Prestes Filho, Ubirajara F.História, 7o ano / Ubirajara F. Prestes Filho,
Edson Xavier. -- 2. ed. -- Tatuí, SP : Casa Publicadora Brasileira, 2015. -- (Coleção interativa)
Suplementado pelo manual do professor.ISBN 978-85-345-2174-1 (aluno)ISBN 978-85-345-2175-8 (professor) 1. História (Ensino fundamental) I. Xavier,
Edson. II. Título. III. Série.
15-01127 CDD-372.89
Índices para catálogo sistemático:1. História : Ensino fundamental 372.89
Conheça nossa linha completa de materiais didáticos – da Educação Infantil ao Ensino Médio – e de literatura infantojuvenil.
Acesse: www.cpbeducacional.com.brLigue: 0800-112710
Filial Brasília, DF Fone: (61) 3321-2021
Filial Campo Grande, MS Fone: (67) 3321-9463
Filial Curitiba, PR Fone: (41) 3323-9023
Filial Fortaleza, CE Fone: (85) 3252-5779
Filial Goiânia, GO Fone: (62) 3229-3830
Filial Hortolândia, SP Fone: (19) 3503-1070
Filial Moema – São Paulo, SP Fone: (11) 5051-1544
Filial Recife, PE Fone: (81) 3031-9941
Filial Rio de Janeiro, RJ Fone: (21) 3872-7375
Filial Salvador, BA Fone: (71) 3322-0543
Filial Santo André, SP Fone: (11) 4438-1818
Filial Sé – São Paulo, SP Fone: (11) 3105-5852
Filial Unasp – Eng. Coelho, SP Fone: (19) 3858-1398
Filial Vila Matilde – São Paulo, SP Fone: (11) 2289-2021
2964
9 / H
istór
ia In
tera
tiva
7Ano
Designer
Editor
Coord. Ped.
Dep. Arte
C. Qualidade
SUMÁRIO
Capítulo 1 – Origens do mundo islâmico . . . . 51. Peregrinos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2. Geografi a do mundo árabe . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3. Antes do profeta Maomé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4. O mundo árabe durante a vida de Maomé . . 9
5. Após a morte de Maomé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
6. Religiosidade islâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
7. Cultura árabe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Capítulo 2 – Sociedade e cultura feudal . . . . 231. Senhores, castelos e terras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2. Sociedade feudal: riqueza x pobreza. . . . . . . . . . 24
3. Economia feudal: quase não sobra para
trocar ou vender . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4. A infl uência da Igreja Católica na
Idade Média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
5. A arte medieval . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
6. Vida privada e educação na Idade Média . . . . 42
7. Mudanças na Baixa Idade Média . . . . . . . . . . . . . 44
Capítulo 3 – Cruzadas e crescimento comercial e urbano . . . . . . . . . . 46
1. Crescimento demográfi co . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
2. Cruzadas: expedições em nome da cruz . . . . . 48
3. O comércio volta a ser importante . . . . . . . . . . . 53
4. As cidades retomam sua importância . . . . . . . . 55
5. Idade Média, Idade das Trevas? . . . . . . . . . . . . . . . 58
6. O século XIV: crise e mudanças na
Europa feudal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Capítulo 4 – Mudanças na Europa: Renascimento e Reforma . . . 65
1. Transformações culturais e religiosas . . . . . . . 65
2. Uma nova mentalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
3. O Renascimento nas cidades italianas . . . . . . 69
4. As artes e o Renascimento . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
5. A ciência e o Renascimento . . . . . . . . . . . . . . . 74
6. A literatura e o Renascimento . . . . . . . . . . . . . 75
7. Reforma: a Igreja em crise . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
8. A Reforma na Alemanha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
9. A Reforma na Suíça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
10. A Reforma na Inglaterra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
11 . A reação da Igreja Católica . . . . . . . . . . . . . . . . 89
Capítulo 5 – Absolutismo e Mercantilismo . . . . . . . . . . . . . . . 93
1. O caminho para o Absolutismo . . . . . . . . . . . . 93
2. A monarquia e o Absolutismo . . . . . . . . . . . . . . 94
3. Os pensadores e o Absolutismo . . . . . . . . . . . . 97
4. A etiqueta e o Absolutismo . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
5. A economia e o Absolutismo . . . . . . . . . . . . . . . 102
Capítulo 6 – As Grandes Navegações europeias . . . . . . . . . . . . . . . . . . .109
1. Viagens marítimas ligam o Ocidente
ao Oriente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
2. O pioneirismo português nas navegações . . . 112
3. O cotidiano das viagens marítimas . . . . . . . . . . 114
4. Principais viagens portuguesas no século XV . . . . 116
5. A “certidão de nascimento” do Brasil . . . . . . . . 118
6. A viagem de Colombo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
7. Algumas consequências das viagens
de Colombo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
8. Portugueses e espanhóis dividem
o mundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
9. Outros navegadores e outros reinos . . . . . . . . . 128
http
://w
ww
.1zoo
m.m
e/
© Leo Blanchette | Fotolia
2964
9 / H
istór
ia In
tera
tiva
7Ano
Designer
Editor
Coord. Ped.
Dep. Arte
C. Qualidade
Capítulo 7 – Povos indígenas da América � � � � � � � � � � � � � � � � � � 133
1. O significado da palavra índio . . . . . . . . . . . . . . . 1332. “Regiões culturais” na América . . . . . . . . . . . . . . 1353. Onde fica a Mesoamérica? . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1364. Povos dos Andes e proximidades . . . . . . . . . . . 1425. Os índios antes dos portugueses . . . . . . . . . . . . 147 6. Os habitantes do litoral brasileiro
no século XVI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1517. A influência da língua indígena . . . . . . . . . . . . . . 1558. Os índios no Brasil contemporâneo . . . . . . . . . 156
Capítulo 8 – Sociedades e culturas africanas � � � � � � � � � � � 165
1. Pensando a África . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1652. O Reino de Gana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1683. O Império Mali . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1694. As cidades-Estado iorubás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1715. O Reino de Abomé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1736. O Reino de Ashanti . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1737. O Reino do Congo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1748. Características gerais dos povos
africanos estudados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177
Capítulo 9 – A colonização espanhola na América � � � � � � � � � � � � � � � � � � 186
1. Trágicas conquistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1862. O Império Asteca é conquistado . . . . . . . . . . . 1873. O Império Inca é conquistado . . . . . . . . . . . . . . 1904. Fatores que facilitaram as
conquistas espanholas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1925. Formas de colonização na América . . . . . . . . . 1946. A América espanhola colonial . . . . . . . . . . . . . . 1957. O trabalho na América espanhola . . . . . . . . . . 197
Capítulo 10 – A colonização da América portuguesa � � � � � � � � � � � � � � � � 203
1. O contato entre índios e europeus . . . . . . . . . . 2032. As primeiras expedições ao Brasil . . . . . . . . . . . 2053. A colonização do Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2084. As capitanias hereditárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2105. Governadores-gerais do Brasil Colônia . . . . . . 2126. Confrontos no século XVI . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215
Capítulo 11 – A América portuguesa e o açúcar � � � � � � � � � � � � � � � � � � 220
1. A organização da América portuguesa . . . . . 2202. O modelo agrário e exportador . . . . . . . . . . . . . 2213. O governo das vilas e das cidades . . . . . . . . . . . 2224. A escravidão no início da colonização . . . . . . 2235. Os engenhos de açúcar na América
portuguesa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 225 6. O trabalho nos engenhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2277. A sociedade dos engenhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 229
Capítulo 12 – Escravidão na América portuguesa � � � � � � � � � � � � � � � � 235
1. Ideias duvidosas sobre a escravidão no Brasil . . . 2352. O tráfico de escravos para o Brasil . . . . . . . . . . 2363. A chegada dos cativos ao Brasil . . . . . . . . . . . . 2384. A vida e o trabalho escravo . . . . . . . . . . . . . . . . . 2395. O dia a dia dos escravos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2406. Quilombos e mocambos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2457. Questões atuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 248
Referências � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 255
Wik
ipéd
ia
5
2964
9 / H
istór
ia In
tera
tiva
7Ano
Designer
Editor
Coord. Ped.
Dep. Arte
C. Qualidade
Peregrinos na Mesquita de Masjid al-Haram, na cidade de Meca. Ao centro, a Caaba. © Jasmin Merdan | Fotolia
ORIGENS DO
MUNDO ISLÂMICO 1
1. PEREGRINOS Anualmente, milhões de peregrinos de todas
as partes do mundo viajam até a cidade de Meca, na Arábia Saudita, em obediência a um preceito proposto há aproximadamente 1.400 anos. De modo geral, todo peregrino se veste de forma simples para que as diferenças sociais não fiquem em evidência e, assim, todos se sintam iguais
Veja mais informações nas “Orientações ao Professor”, p. 12.
diante de Deus. Conhecida como Hajj, essa pe-regrinação é considerada um dos “pilares do Islã”.
A religião islâmica, diferente do que muitos pensam, não pertence só ao “mundo árabe”. Países como a Malásia e a Indonésia, no sudes-te asiático – que conta com a maior comunida-de islâmica do mundo –, e a Bósnia, na região
6
2964
9 / H
istór
ia In
tera
tiva
7Ano
Designer
Editor
Coord. Ped.
Dep. Arte
C. Qualidade
na cidade de Meca, que nasceu Mohamed, ho-mem que mudou profundamente as caracterís-ticas políticas, sociais e, principalmente, culturais do mundo árabe. Mais conhecido como Maomé, Mohamed é considerado o fundador do islamis-mo, atualmente a segunda maior religião mono-teísta do mundo, que, segundo estudiosos, tem crescido em ritmo acelerado.
Os muçulmanos (seguidores da religião islâmi-ca) atualmente representam mais de um quinto da população mundial. Observe o mapa a seguir.
Observação: muitos países, apesar de ter menos de 30% da população identificada como muçulmana, possuem grandes comunidades islâmicas.
balcânica, fazem parte do “mundo islâmico”, mas não pertencem ao “mundo árabe”. O ponto co-mum entre eles é a religião islâmica.
Para compreender esse “mundo” que, ainda hoje, parece tão distante, é fundamental conhecer as ori-gens, os preceitos básicos, a expansão e, finalmente, sua influência cultural sobre diferentes sociedades.
O mundo árabe-islâmico teve sua origem há mais de treze séculos, na região chamada atual-mente de Oriente Médio, mais especificamente na famosa Península Arábica. Foi nessa região,
ATIVIDADE
A partir do texto e do mapa acima, associe cada nação a um dos itens da legenda.
a. “Mundo árabe-islâmico” b. “Mundo islâmico” c. Nenhum
( a ) Arábia Saudita ( b ) Indonésia ( c ) Israel ( a ) Líbia ( a ) Egito ( c ) Índia
( b ) Paquistão ( b ) Bangladesh ( a ) Iraque ( b ) Albânia ( b ) Malásia ( c ) Tailândia
Adaptado de: IBGE.
N
S
O L
0 1.731 km865,5
ARÁBIA SAUDITA
mais de 80% 50 a 80% 30 a 50% menos de 30%
Países com grande presença muçulmana
INDONÉSIA
ISRAEL
LÍBIA
EGITO
ÍNDIA
PAQUISTÃO
BANGLADESH
IRAQUE
BÓSNIA
MALÁSIA
TAILÂNDIA
7
2964
9 / H
istór
ia In
tera
tiva
7Ano
Designer
Editor
Coord. Ped.
Dep. Arte
C. Qualidade
2. GEOGRAFIA DO MUNDO ÁRABE Tradicionalmente, os
ocidentais explicam a ori-gem do povo árabe por meio de Ismael, irmão mais velho de Isaque (pai do povo judeu), ambos fi -lhos do patriarca Abraão. Portanto, árabes e judeus são “povos irmãos”, de origem semita.
Semita: Grupo linguístico e étnico formado por vários povos, entre eles, os árabes e os hebreus, caracterizados por origens culturais comuns.
A visão dos estudio-sos árabes, especialmente daqueles ligados à religião islâmica tradicional, é um pouco mais detalhada, dividindo os árabes em três ramos principais.
Árabes puros Segundo a tradição, descendentes diretos de Sem, filho de Noé, estando entre os primeiros a chegar à Arábia após o Dilúvio.
Arabizados Falantes da mesma lín-gua dos árabes puros por conviver na mesma região e compartilhar com eles a mesma cultura, sem necessariamente descender de Sem.
Moçárabes Descendentes de Ismael, fi lho de Abraão.
Moçárabes: Atualmente essa palavra é usada pelos estudiosos para fazer referência aos cristãos da Península Ibérica que viviam em terras sob domínio muçulmano, instaurado na região a partir do fi m do século VII e início do VIII.
O surgimento do mundo árabe-islâmico se deu em território hoje pertencente ao país chamado Arábia Saudita, onde se localiza a importante ci-dade de Meca, o maior centro religioso árabe. Na época de Maomé, a Península Arábica era a prin-cipal rota terrestre entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano Índico, sendo utilizada por caravanas de comerciantes que ligavam economicamente o Oci-dente ao Oriente.
A Península Arábica é limitada ao norte pelo Iraque, a leste pelo Golfo Pérsico, e a oeste pelo Mar Vermelho. As principais cidades na época de Maomé se localizavam próximo ao litoral, que, comparado ao interior, apresenta um clima um pouco mais ameno, devido à infl uência marítima. Essa região era conhecida por “Arábia feliz”. No in-terior da península, a “Arábia do Deserto”, compos-ta em grande parte por desertos pontilhados por oásis, viviam os beduínos, um povo seminômade que habitava em tendas. Ainda hoje é possível en-contrar seus remanescentes no Deserto arábico.
Mar Mediterrâneo
OceanoÍndico
GolfoPérsico
Mar Verm
elho
ÁSIA
PENÍNSULAARÁBICA
EUROPA
ÁFRICA
Medina
Meca
Cone
xão
Edito
rial
Península Arábica
N
S
O L
0 415 km207,5
Fonte: Banco de imagens, CPB.
8
2964
9 / H
istór
ia In
tera
tiva
7Ano
Designer
Editor
Coord. Ped.
Dep. Arte
C. Qualidade
3. ANTES DO PROFETA MAOMÉ Antes de se tornar o líder religioso dos ára-
bes, Maomé conviveu com um povo fortemen-te marcado pela crença em várias divindades, ou seja, politeísta. Em Meca, onde ele nasceu, en-contrava-se a Caaba, principal centro da religio-sidade árabe, onde ocorriam as mais importantes atividades religiosas de toda a região. Lá se encon-trava também a Pedra Negra, um símbolo da comunicação do homem com as forças divinas.
Meca se destacava ainda por sua intensa ati-vidade comercial, dada a grande quantidade de pessoas que por ali passavam.
No centro da Mesquita de Masjid al-Haram está a Caaba. Nela se encontra a Pedra Negra.
Além disso, Meca era uma cidade que desper-tava interesses político-econômicos, onde líderes religiosos e comerciantes locais disputavam espa-ço. Além desses, comerciantes de diversas áreas do Ocidente e do Oriente, com variados costu-mes e crenças, passavam pela cidade, que era considerada um centro cosmopolita.
A riqueza e a influência de Meca atraíam in-vasores que desejavam dominá-la ou destruí-la. Em uma dessas ocasiões, o pai de Maomé morreu lutando para defender a cidade. Sua mãe faleceu pouco tempo depois. Esses fatos provocaram pro-fundas mudanças em sua vida, pois, sendo órfão, foi morar com o avô numa comunidade de beduí- nos. Posteriormente, retornou a Meca para traba-lhar com um tio, exercendo atividades comerciais.
Ainda na adolescência, Maomé aprendeu a arte de guiar caravanas que cruzavam a região e, sempre voltado para as coisas espirituais, acabou absorvendo muito da religiosidade de comerciantes cristãos e judeus. Essa influência religiosa motivou-o a questionar o politeísmo arábico da época, abandonando-o anos mais tarde, já adulto.
Você
sab
ia?
Na imagem, beduínos e camelos cruzam uma re-gião desértica da Arábia. Em sua opinião, por que esses homens estão vestidos assim e por que escolheram es-ses animais para a viagem? O que isso tem a ver com as condições climáticas da região?
Resposta pessoal
Explique que a proteção do Sol é feita com roupas e
não com protetores solares, como em muitas regiões
do Brasil. Daí a necessidade de algo que cubra o máximo possível do corpo, inclusive em períodos de frio.
Quanto ao camelo, é um excelente meio de transporte para regiões desérticas, por sua capacidade de
caminhar muito tempo sem a necessidade de beber água com frequência.
© cunico | Fotolia
© Ja
smin
Mer
dan
| Fot
olia
Beduínos no Deserto.
ATIVIDADE
© K
okha
nchi
kov
| Fot
olia
9
2964
9 / H
istór
ia In
tera
tiva
7Ano
Designer
Editor
Coord. Ped.
Dep. Arte
C. Qualidade
4. O MUNDO ÁRABE DURANTE A VIDA DE MAOMÉ O nascimento de Mohamed (Maomé) ocor-
reu por volta do ano 570 da Era Cristã, e seu ca-samento com uma viúva rica chamada Khadidja ocorreu provavelmente próximo à virada do VI para o VII século. Vivendo uma situação finan-ceira favorável, encontrou tempo para se dedicar aos assuntos religiosos, fato que, segundo ele, determinou seu primeiro contato com o anjo Gabriel. Após esse “encontro”, sua postura mu-dou completamente, tornando sua religiosidade muito mais ativa e presente em seu dia a dia.
Maomé se convenceu então de que o politeís-mo predominante na região estava equivocado e que, segundo as palavras do anjo Gabriel, ele (Maomé) era o escolhido de Deus para corrigir os erros até então cometidos naquela sociedade. Uma nova religião deveria se impor, pautada pela crença na existência de um Deus único e na acei-tação de Maomé como seu último profeta. Essa missão, porém, não seria nada fácil.
A mensagem de Maomé era muito diferente e não apenas causaria uma profunda mudança cul-tural e religiosa, como econômica, social e políti-ca na região. A crença em um único Deus tornava sem sentido a atividade dos líderes religiosos do politeísmo árabe. O poder político e econômico desse grupo perderia seu fundamento.
De maneira geral, duas foram as formas de aceitação das ideias de Maomé:
a) Para os beduínos, a promessa de um paraí-so, alimentação farta, temperatura amena, mui-ta água e belas mulheres tornava a proposta de Maomé muito interessante.
b) Já a reação inicial dos habitantes de Meca foi de indiferença, posteriormente de rejeição e, finalmente, a liderança religiosa tentou eliminar o novo profeta e suas novas ideias.
Percebendo que a situação havia tomado pro-porções além das possibilidades de controle, o profeta fugiu para a cidade de Yatreb.
ATIVIDADE
Pesquise em um dicionário o significado das seguintes palavras:
a) Cosmopolita (relacione-o à cidade de Meca):
apresenta aspectos representativos de várias culturas e/ou regiões". Como exposto, a cidade de Meca, por
razões religiosas e econômicas, recebia grande número de visitantes, o que promovia o encontro de várias
culturas, muitas delas bem distantes.
b) Islamismo/Islã:
c) Muçulmano:
significa “submetido a Deus”.
um dos significados da palavra cosmopolita é “cidade que
islamismo vem de islã, que significa “submissão, rendição voluntária a Deus”.
é toda pessoa que adere ao islamismo. A palavra é derivada de uma palavra árabe que