A Igreja e as Tensões Sociais e Teológicas No Séc XX-Aula9
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A IGREJA E AS TENSÕES SOCIAIS E TEOLÓGICAS NO SÉCULO XX
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A IGREJA E A
TENSÕES SOCIAIS E
TEOLÓGICAS NOSÉCULO XX
-
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A
IGREJAE AS TENSÕES
SOCIAIS ETEOLÓGICAS NO
SÉCULO XX
-
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CONTEÚDO
CAPÍTULO 01 .................................................................................................................... 6
A IGREJA NO SÉCULO XX E A ORDEM SOCIAL......................................................... 6
A. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 6
B. TOTALITARISMO E DEMOCRACIA ........................................................................... 6
CAPÍTULO 02 .................................................................................................................. 10
A IGREJA E SUA POSTURA NAS DUAS GRANDES GUERRAS MUNDIAIS ............. 10
A.
A IGREJA E A PRIMEIRA GRANDE GUERRA MUNDIAL – 1914 - 1918 ............... 10
B.
O PÓS-GUERRA – 1919 - 1939 ................................................................................ 11
C.
A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL – 1939 – 1945 .................................................... 12
CAPÍTULO 03 .................................................................................................................. 14
A IGREJA E AS TENSÕES ESTATAIS ........................................................................ 14
A.
NOS PAÍSES DEMOCRÁTICOS ............................................................................... 14
B. NOS PAÍSES TOTALITÁRIOS ................................................................................... 16
C.
HOSTILIDADES CONTRA A IGREJA CATÓLICA ROMANA ................................... 17
D.
HOSTILIDADES CONTRA A IGREJA CRISTÃ (REFORMADOS, EVANGÉLICOS E
PROTESTANTES) ............................................................................................................... 19
E.
A OPOSIÇÃO DA IGREJA FRENTE A ESTES CONFLITOS ................................... 20
F. CONFLITOS INTERMINÁVEIS .................................................................................. 23
CAPÍTULO 04 .................................................................................................................. 26
MUDANÇAS TEOLÓGICAS E ESTRUTURAIS E O DECLÍNIO E RECONSTRUÇAO
DA TEOLOGIA ............................................................................................................. 26
A. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 26
B. O SURGIMENTO E DISSOLUÇÃO DO LIBERALISMO E DA NEO-ORTODOXIA . 27
CAPÍTULO 05 .................................................................................................................. 32
AS TEOLOGIAS RADICAIS, SECULARES E HUMANISTAS .................................. 32
A.
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 32
B.
AS TEOLOGIAS DO SÉCULO XX ............................................................................. 32
C. O DECLÍNIO DESSAS TEOLOGIAS ......................................................................... 35
-
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CAPÍTULO 06 .................................................................................................................. 36
O RESSURGIMENTO DO EVANGELICALISMO ......................................................... 36
A.
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 36
B.
O EVANGELHO SOCIAL ........................................................................................... 36
C.
IDEAIS COMUNS ....................................................................................................... 37
D.
OS DOIS GRUPOS EVANGÉLICOS ......................................................................... 37
E.
ORGANIZAÇÕES EVANGÉLICAS PARA-ECLESIÁSTICAS ................................... 38
CAPÍTULO 07 .................................................................................................................. 40
O CATOLICISMO ROMANO ........................................................................................ 40
A. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 40
B.
PAPAS DO SÉCULO XX E XXI ................................................................................. 40
CAPÍTULO 08 .................................................................................................................. 44
AS NOVAS SEITAS ..................................................................................................... 44
A.
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 44
B.
O ESPIRITUALISMO .................................................................................................. 44
C.
OS RUSSELITAS ....................................................................................................... 45
D. O GRUPO DE OXFORD ............................................................................................ 45
E. O OCULTISMO E SEITAS ORIENTAIS .................................................................... 46
F. A IGREJA DA UNIFICAÇÃO DO REVERENDO MOON ........................................... 46
G.
A IGREJA DA CIENTOLOGIA ................................................................................... 46
CAPÍTULO 09 .................................................................................................................. 48
O SURGIMENTO DO ECUMENISMO .......................................................................... 48
A.
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 48
B.
COOPERAÇÃO INTERDENOMINACIONAL E INDENOMINACIONAL ................... 48
C. UNIÕES TRANSCOFESSIONAIS ............................................................................. 50
D. CONFEDERAÇÕES ECLESIÁSTICAS NACIONAIS & INTERNACIONAIS ............ 50
E. CONCLUSÃO ............................................................................................................. 54
CAPÍTULO 10 .................................................................................................................. 56
A EXPANSÃO CRISTÃ E A RENOVAÇÃO .................................................................. 56
A. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 56
B.
O CRISTIANISMO NÃO MAJORITÁRIO ................................................................... 57
CAPÍTULO 11 .................................................................................................................. 58
-
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PROBLEMAS E PERSPECTIVAS ............................................................................... 58
A. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 58
B. PROBLEMAS.............................................................................................................. 58
C.
PERSPECTIVAS ........................................................................................................ 62
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CAPÍTULO 01
A IGREJA NO SÉCULO XX E A ORDEM SOCIAL
A. INTRODUÇÃO
Em toda sua história a humanidade não havia experimentado tantas
mudanças quanto as que ocorreram no Século XX. Nestes últimos 100
anos o curso da história foi radicalmente alterado pelas transformações
políticas, sociais, culturais (arte e ciências principalmente) e religiosas.
Fatos importantes ocupavam as conversas durantes anos por causa da
escassez de informações. No século XX, as informações passaram aser conhecidas em tempo real. A vasta gama de informações que
recebemos diariamente impede que um assunto ocupe por muito
tempo as nossas conversas.
O século XX, devido à rapidez com que as coisas aconteciam, trouxe
perplexidade por causa da desordem nas questões internacionais e da
insegurança que as pessoas sentiam em relação as mudançaseconômicas. Também nesse século, o Cristianismo levantou a sua voz
em confronto com as várias religiões, o que provocou uma profunda
preocupação religiosa.
B. TOTALITARISMO E DEMOCRACIA
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A Europa (e consequentemente o mundo), só no século XX, passou
por duas guerras de proporções mundiais e fortemente mecanizada,
cujo poder bélico e o contingente militar o mundo jamais vira. A Europa
tornara-se um grande cemitério de homens e monumentos históricosdestruídos.
O século XX marcou a queda do Império Russo, a ascensão do
Comunismo (1917) e sua queda em 1989. A Alemanha experimentou a
queda do Império na Primeira Guerra e o surgimento do Nazismo no
pós-guerra, o que provocou uma Segunda Grande Guerra (1939 –
1945), para se tornar em seguida uma nação dividida entre aspotências vencedoras. Divida em duas nações – Alemanha Oriental
(governada pela União Soviética) e, a Alemanha Ocidental (governada
pelos Estados Unidos, França e Inglaterra) – até a sua reunificação nos
anos 80.
Foi no primeiro quartel deste século (XX), que vimos os grandes
Impérios (Alemanha, Áustria, Rússia e Turquia), serem substituídos por
estados democráticos ou totalitários. A Europa que sempre estivera na
vanguarda dos acontecimentos mundiais, passa a ser coadjuvante nas
questões internacionais devido o surgimento de duas superpotências
em oposição frontal pela conquista do mundo – Estados Unidos e
União Soviética.
Após a Primeira Grande Guerra, dois terços da população mundial
viram a democracia ser substituída pelo totalitarismo.
Os países europeus que foram impactados pela reforma tornaram-se
extremamente secularizados. A América do Norte adotou uma atitude
neutra para com a igreja. Os Estados de esquerda e os totalitários
foram hostis e, muitos casos, empreenderam severa perseguição.
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Por causa de seu avanço missionário – principalmente no século XX –
a igreja cristã tornou-se global e por isso tem enfrentado crescente
intervenção do Estado no que ela considerava seus direitos e
privilégios, bem como suas responsabilidades.
O Estado tem apelado para o chamado “bem estar social”, o que de
certa forma tem conferido a ele um poder crescente. O Estado
totalitário e todo-poderoso, não admite que seus cidadãos dividam a
lealdade com a religião. O Estado totalitário exige lealdade completa.
Portanto, um dos maiores problemas que igreja tem enfrentado sob os
regimes totalitários é a ameaça constante à liberdade e exercício desua fé.
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CAPÍTULO 02
A IGREJA E SUA POSTURA NAS DUAS GRANDES
GUERRAS MUNDIAIS
A. A IGREJA E A PRIMEIRA GRANDE GUERRA MUNDIAL – 1914 -
1918
O fim do século XIX e início do século XX, influenciados Teologia
Liberal e o Evangelho Social – que enfatizavam a paternidade de Deus
e a fraternidade do homem – surgiram vários movimentos que
promoviam o ideal da paz mundial. A igreja incentivou a realização devárias conferências internacionais de paz. A postura da igreja, antes de
concluir se a guerra era justa ou não, era de fortalecer a moral
nacional, minimizando o sofrimento humano e buscando evitar o
declínio moral comum no pós-guerra.
O otimismo da Igreja em relação à paz cessou quando a Primeira
Grande Guerra foi iniciada (1914) na Europa. Mas, ao mesmo tempoem a Igreja culpava a Alemanha e seus aliados pela Guerra, achava
também que a avareza, a imoralidade e o afastamento das coisas
espirituais na Europa tinham contribuído para o surgimento da guerra.
Enquanto a Cruz Vermelha socorria os feridos e necessitados, os
Estados Unidos da América sob forte influência protestante,
mantinham-se longe da guerra e da paz, interpretando a guerra como
uma batalha espiritual para salvar a civilização cristã das “forças do
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mal”. No entanto, com o decorrer da guerra, as posições dos cristãos
americanos foram mudando paulatinamente.
Já em 1916 o consenso geral no meio evangélico era de que os
Estados Unidos deveria fortalecer estar preparado para a guerra, pois
uma nação forte poderia ajudar a construir a democracia quando a paz
viesse. O nacionalismo não demorou muito invadir a igreja.
Na primavera de 1917, a igreja americana apoiou a declaração de
guerra feita pelo governo e buscou as mais variadas formas para
ajudar os Estados Unidos a vencer a guerra.
A atitude de condenação da guerra mudou rapidamente e a igreja
santificou a guerra e se constituiu em agência do governo. Pastores
importantes abençoaram a espada como instrumento próprio para
estabelecer o Reino de Deus.
A igreja deu, aos exércitos que se formavam, capelães. Apoiou a Cruz
Vermelha com dinheiro e com voluntários.
Muitos pregadores, dos púlpitos, pregavam acerca da natureza
espiritual da guerra e assim, recrutavam muitos jovens para lutarem na
Europa.
B. O PÓS-GUERRA – 1919 - 1939
As nações tinham fracassado em assegurar a paz após a Primeira
Guerra Mundial. O nacionalismo começou a crescer em todo mundo,
principalmente na Europa. Os países europeus recusaram-se em pagar
suas dívidas de guerra para com os Estados Unidos.
A igreja desiludiu-se com a guerra. Grande parte dos pastores e leigos
liberais que apoiaram a entrada dos Estados Unidos na Guerra,
tornaram-se pacifista. Em uma pesquisa realizada em 1931, mais de 12
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mil pastores americanos disseram que a igreja jamais sancionaria ou
apoiaria qualquer guerra no futuro.
No entanto, as igrejas dos países aliados vencedores não
negligenciaram a tarefa de ajudar às empobrecidas igrejas europeias.
Vultosas quantias de dinheiro foram enviadas para assistência e
reconstrução. A igreja também apoiou o desarmamento e ajudou os
fugitivos de guerra, entre 1919 e 1939.
Antes mesmo da Segunda Grande Guerra, as igrejas nos países
totalitários foram forçadas a guardarem silêncio acerca dos temas
políticos, devendo dedicar-se apenas às questões espirituais do
cristianismo. As igrejas em países totalitários tiveram que adequar o
dogma do totalitarismo com a fé cristã. Por isso tiverem que optar entre
conviver com o estado totalitário ou opor-se a ele e, consequentemente
ser perseguida.
Muitos pastores alemães, liderados por Niemöller, pagaram um alto
preço por terem decidido opor-se ao estado. Niemöller foi preso.
O Teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer foi executado.
A igreja russa apoiou o esforço de guerra. As igrejas no Japão foram
forças a se unirem ao estado em 1941.
C. A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL – 1939 – 1945
Por causa da Primeira Guerra Mundial, a Segunda Grande Guerra
encontrou nos países democráticos uma igreja muito mais
conscientizada do seu papel face à guerra. Não havia nenhuma
expectativa ou tentativa para se fazer uma “guerra santa”. A igreja
resistiu ao apelo do ódio.
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Nos países como Noruega e Holanda, ocupados pelo Nazi-fascismo,
os cristãos sofreram por sua fé. Durante a Segunda Guerra, a igreja
apoiou aqueles que se recusavam lutar nos campos de batalhas.
A igreja recusava em apoiar a guerra por motivos ideológicos. Um
sentimento de unidade pairava sobre os cristãos, independente do lado
em que estavam, permanecendo assim até o fim da guerra.
O PÓS-GUERRA – 1945 –...
Após a Segunda Grande Guerra, as igrejas americanas levantaramcerca de 100 milhões de dólares para dar assistência e reconstruir as
igrejas destruídas na Europa.
A igreja, apesar de não apoiar a Segunda Guerra e nem se curvar aos
apelos dos governos, ela não se recusou em dar Capelães às forças
armadas e ainda ajudou ativamente a Cruz Vermelha.
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CAPÍTULO 03
A IGREJA E AS TENSÕES ESTATAIS
A. NOS PAÍSES DEMOCRÁTICOS
Embora a Igreja não tenha sofrido perseguições ou martírio, nos países
democráticos, as relações funcionais entre Igreja e Estado
frequentemente têm sido tensas, à medida que os estados se tornam
crescentemente secularizados e, através de impostos e leis
reguladoras, adquirem maior controle sobre a vida dos indivíduos.Padrões de separação, ou tolerância se desenvolvem.
1. ESTADOS UNIDOS
Segue-se o padrão “muro de separação”. A Primeira Emenda da
Constituição Americana não aceita uma Igreja Estatal e condena a
ameaça ao livre exercício da religião. Baseado neste princípio, em
1879, foi declarado que o livre exercício da religião também não
deveria violar o bem-estar público. Em 1947 foi declarado ilegal o
uso de dependências escolares, durante o horário das aulas, para
instrução religiosa por líderes religiosos. Em 1962, as orações
públicas, antes aprovadas pelo Estado, tornaram-se ilegais. Em
1963, a leitura bíblica voluntária, outrora aprovada pelo Estado, foi
desaprovada. Ao mesmo tempo em que o Estado tem abolido
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qualquer tipo de Igreja Oficial, têm tornado o estado e a educação
pública tão neutros, que um vácuo moral está se desenvolvendo na
educação...
2. ALEMANHA, INGLATERRA E ESCANDINÁVIA
Seguiram o padrão da “união da Igreja e do Estado”, com uma Igreja
Oficial e a tolerância para as outras denominações dissidentes. O
Estado deve aprovar a indicações de Líderes e qualquer tipo de
mudanças nos padrões dogmáticos. Em 1928, quando os líderes
tentaram revisar o Livro Comum de Orações, o governo não deu sua
aprovação.
3. CANADÁ
Embora não tenha uma Igreja Oficial, fundos do Governo são
destinados às escolas protestantes e católico-romanas, com base
em seu tamanho dentro da população.
4. BRASIL
O “muro da separação” é evidenciado. Apesar da pressão por longo
tempo por parte da igreja romana, os cristãos evangélicosconquistaram espaço e voz. Mais uma vez, após a revisão
constitucional de 1988, a declaração de independência da igreja foi
reforçada na expressão: “a Igreja é livre e o Estado é leigo”. Perante
a Constituição, todas as religiões têm direitos e deveres iguais. A
igreja cristã já não é mais tratada como grupo minoritário.
5. PORTUGAL
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Apesar de a Constituição declarar enfaticamente que existe
liberdade religiosa, na prática ela não se aplica a todos os grupos
religiosos. Devidos as pressões católicas sobre os acordos extras
constitucionais feitos entre o Estado Português e o Vaticano(durante o governo totalitarista), os Parlamentares encontram
dificuldades para aprovar Leis que deem direitos e deveres iguais a
todos os seguimentos religiosos em Portugal. Por essa razão a
Igreja Cristã em Portugal se vê privada dos direitos que a
Constituição lhe confere, ficando reduzido ao chamado grupo
religioso minoritário.
B. NOS PAÍSES TOTALITÁRIOS
Mesmo nos países democráticos, houve momentos, em nome da
“defesa nacional”, em que foram criadas limitações ou mesmo o livre
exercício religioso.
Nos países totalitários que surgiram principalmente após a Primeira
Grande Guerra, onde o estado era todo-poderoso – tanto esquerdista
quanto direitistas – a religião era vista como uma utopia. Esses
Estados totalitários, dirigidos por um homem ou um grupo de elite,
fizeram leis que suprimiu qualquer tipo de liberdade religiosa.
Por meio de uma propaganda massificadora e uma polícia política(secreta), os governos totalitaristas não faziam distinção entre direitos
públicos e privados nem mesmo respeitava a “Declaração de Direitos
Humanos”.
Dentro deste quadro, a Igreja foi duramente reprimida. Houve muitos
mártires no Século XX nos países onde o Estado detinha poder
absoluto sobre a população.
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Nesse mesmo período na América Latina, em razão da Igreja Católica
estar associada com os líderes políticos totalitários, a classe operária
oprimida começou a voltar-se contra ela. A chamada “Teologia da
Libertação” é um produto teórico de um movimento dentro da igrejaromana que buscou levar a igreja a assumir o lado dos oprimidos.
C. HOSTILIDADES CONTRA A IGREJA CATÓLICA ROMANA
1. PAÍSES TOTALITÁRIOSA igreja romana perdeu sua influência (exceto em Portugal e
Espanha). Nos países comunistas tais como: Rússia, Estônia,
Letônia, Lituânia, Tchecoslováquia, Polônia, Hungria, Bulgária,
Romênia, Cuba e China, o controle do catolicismo sobre a
população foi drasticamente reduzido. O governo nacionalista do
México, em seu desejo de criar um padrão de vida mais elevado,limitou severamente o poder da Igreja Católica e tem procurado
reduzir a sua influência política.
Contra-ataque Católico Romano – muitos sacerdotes começaram a
advogar e até mesmo apoiar mudanças sociais e econômicas
revolucionarias e até violentas para deter a perda de sua influência.
Basicamente antirreligiosas, o Século XX assistiu a difícilcoexistência pacífica entre as nações comunistas totalitárias e
Roma. Por isso, o Papa lançou mão de todos os recursos possíveis
na luta contra o comunismo internacional, além de buscar apoio de
estados democráticos.
A posição ambígua do catolicismo – quando a igreja romana opõe-
se ao totalitarismo, não o faz por uma questão de ideologia ouprincípios éticos e morais elevados do cristianismo. Quando um
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governo totalitário reconhece os direitos do papado, a igreja coopera
com o Estado. A história demonstra isso. Só em 1929, com o tratado
de Latrão celebrado entre a igreja romana e o ditador Mussolini,
para a criação de um Estado Católico independente dentro da Itália(Vaticano), e o reconhecimento do Catolicismo como “única” religião
do país, é que o Papa Pio XI permitiu aos fiéis apoiarem o estado
totalitário. A igreja romana apoiou ainda as ditaduras de Franco
(Espanha), e Salazar (Portugal). Em 1933 um acordo com Hitler
(Alemanha Nazista), que garantia a independência da igreja católica
e a liberdade para os católicos professarem e praticarem suareligião. Em troca desse acordo o Vaticano fechou os olhos e tapou
os ouvidos sobre o genocídio de 6 milhões de judeus e as
perseguições aos “cristãos não católicos”. Roma opôs-se
severamente ao comunismo onde o seu poder havia diminuído. No
entanto, nos documentos do Vaticano não nenhuma condenação
contra o comunismo. Onde os dirigentes totalitários deixavam e
deixam a igreja romana livre para trabalhar com seu povo, o
Vaticano está sempre disposto a cooperar tanto com ditaduras de
esquerda quanto de direita.
2. NOS PAÍSES DEMOCRÁTICOS
A igreja romana tem procurado consolidar suas posições de forma
estratégicas nos Estados Unidos e em outros países democráticos.
O Vaticano sabe que os Estados Unidos irá assumir por completo a
direção da nova ordem mundial e, os seus planos é estar aliado com
o Governo Americano. A igreja romana deseja conseguir um
Embaixador Americano no Vaticano bem como, aumentar o número
de cardeais americanos.
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Ensaios católicos na América – já em 1940, foi feita um tentativa
para que o Departamento de Estado dos Estados Unidos se
recusasse a conceder passaportes aos missionários protestantes
que desejavam ir para países da América do Sul, alegando que elesestariam colocando em risco a política da boa vizinhança. Não
obteve êxito nessa empreitada por causa da forte reação dos
protestantes.
O poder Católico nos Estados Unidos – raramente qualquer
publicidade desfavorece a igreja romana. Hollywood evita
antagonizar procurando não criar filmes anticatólicos.Aproximadamente 400 Universidades e Seminários católicos estão
localizados nos Estados Unidos.
D. HOSTILIDADES CONTRA A IGREJA CRISTÃ (REFORMADOS,
EVANGÉLICOS E PROTESTANTES)
1. SOB AS DITADURAS DO SÉCULO XX
As ditaduras em todo mundo tem interferido com a vida religiosa dos
protestantes. Enquanto na Alemanha de Hitler os católicos tinham
liberdade, uma igreja evangélica oficial chamada “cristãos alemães”,
foi fundada em 1933, tendo Ludwig Muller como seu presidente. AIgreja Confessional Alemã, liderada por Karl Barth, Martin Niemöller
e Dietrich Bonhoeffer, protestou, e, em maio de 1934 foi feita a
“Declaração de Barmem. Essa declaração foi, em grande parte, obra
de Karl Barth. Ela reafirmava a autoridade de Cristo na Igreja, e as
Escrituras como autoridade para a fé e vida, e recusou-se a aceitar
as reivindicações do Estado pela supremacia sobre a vida religiosados cidadãos. Protestantes, nos estados totalitários menores
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também sofreram. As igrejas protestantes no Japão foram obrigadas
à união no Kyodan (1941), pelo governo japonês. Em Uganda, o
arcebispo da igreja anglicana foi morto pelo regime de Idi Amim, e o
bispo Festo Kivengere e outros cristãos tiveram que se refugiar. NoChade, enquanto o ditador não foi derrubado, a igreja foi
perseguida. Cristãos em muitas partes do mundo, em pleno Século
XX, experimentaram os sofrimentos que os cristãos primitivos
experimentaram nos dias de Décio e Diocleciano.
2. SOB O COMUNISMO TOTALITÁRIO DE ESQUERDA
A vida dos cristãos não foi e não muito fácil. Durante os tempos
mais rígidos do comunismo russo, muitos cristãos foram
martirizados e outros torturados de forma cruel por causa da sua fé.
O comunismo Chinês de Mao Tsetung (1951), em primeira instância
parecia cooperar com a igreja e pedia apenas que ela cortasse seus
vínculos com o mundo “imperialista”. Logo em seguida houve
expropriação de propriedades eclesiásticas e a proibição de Bíblias
e da educação religiosa. Alguns protestantes, tais como Hromadka
na Checoslováquia, até chegaram a insistir na submissão e
cooperação com o estado como um diálogo bíblico e urgente com os
comunistas pelos cristãos.
E. A OPOSIÇÃO DA IGREJA FRENTE A ESTES CONFLITOS
Não podemos afirmar que a igreja na sua totalidade conscientizou-se
da importância do seu papel na construção de uma sociedade mais
justa, mais igualitária. Uma parcela considerável da igreja passou a
estudar a política do Século XX e a apoiar iniciativas para acabar comos males causados pelos governos totalitários, que floresce melhor
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onde há pobreza e sofrimento. Com as experiências adquiridas em
duas guerras mundiais e revoluções políticas e culturais, a igreja
compreendeu que seu papel não é deixar transformar-se em
instrumento de qualquer grupo ou ideologia política e nem sancionar oserros da sociedade. A igreja aprendeu que se pode viver melhor numa
sociedade democrática onde ela tem a liberdade de pregar e viver o
evangelho sem permitir que seja identificada com qualquer ordem
política e econômica. Acima de tudo, entende que uma vida cristã
coerente com a mensagem que prega, seja qual for a sua posição na
sociedade, sob qual regime de governo estiver, é a resposta maissegura para a humanidade. Sem se esconder atrás de posturas apenas
de ordem a espiritual, a igreja do Século XX tem levantado a sua voz
para se fazer ouvir nas questões sociais, culturais, morais, éticas... A
igreja não se mantém mais neutra em temas polêmicos tais como:
Aborto, divórcio, homossexualismo, eutanásia, etc.
1. O NACIONALISMO ESTATAL ÉTNICO-RELIGIOSO
Conquanto a igreja nos Séculos de escravidão tenha lutado e
apoiado a luta pela libertação dos escravos, no Século XX ficou
indiferente ao problema da segregação racial.
2. A CONSCIÊNCIA NEGRA AMERICANA
Em 1906 surgiu nos Estados Unidos o movimento da Consciência
Negra. Os negros desejavam melhores condições socioeconômicas
e o fim da segregação. Em 1949 o Governo Americano acabou com
a segregação nos serviços militares e civil. Em 1954 foi favorecida a
integração dos negros nas escolas dos brancos, apesar de ogoverno, em alguns casos, ter de usar tropas federais para tal
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determinações fossem cumpridas pelas instituições de ensino. O
Reverendo Martin Luther King foi o símbolo da luta pela igualdade
inter-racial. Ao ser assassinado por suas convicções, o movimento
de igualdade se espalhou por toda a América do Norte e inspiroumuitos movimentos semelhantes em todo o mundo. Enquanto as
igrejas, sobretudo as de tendência mais liberal, apoiavam esses
movimentos, muitos outras demoraram em admitir negros em suas
congregações brancas.
3. O “ APARTHEID” NA ÁFRICA DO SUL
Os negros da África do Sul lutaram contra a política do “apartheid” e,
enfrentaram não só a oposição do governo mas também da própria
igreja sul-africana. As pessoas se esqueceram de que tanto os
negros quanto os brancos chegaram na África do Sul mais ou
menos na mesma época, e que ela é a terra natal tanto de negros
como de brancos. Muitos negros na África têm se rebelado contra o
que eles sentem ser um paternalismo missionário branco, e criaram
igrejas negras independentes com liderança nativa.
4. O NAZISMO
Na Alemanha de Hitler, os judeus receberam um tratamento hostilcomo minoria étnico-religiosa. Hitler perseguiu os judeus e fez deles
o bode expiatório para os problemas da Alemanha. Ele embarcou
em uma política deliberada de genocídio, e em campos de
concentração na Polônia e em outros lugares. Seus comandados
eliminaram cerca de seis milhões de judeus. Só depois que os
aliados dominaram os campos de extermínio é que o mundo viuquão terrivelmente Hitler implementou sua política. Hoje,
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estabelecidos em próprio Estado, os judeus aceitam com
dificuldades a criação de um Estado palestino para uma minoria
árabe que já habitava no território ocupado por Israel. Os árabes,
por sua vez, opõem-se fortemente ao estado judeu.
5. OS NACIONALISMOS RELIGIOSOS
A Índia foi dividida nos estados independentes da Índia e Paquistão
por causa da rivalidade Muçulmana-Hindú, que era uma forma de
nacionalismo religioso. Muçulmanos, Católicos lutam em Timor
Leste e em outras ilhas da Indonésia. A Iugoslávia enfrenta os
problemas das províncias cujas etnias nacionalistas buscam sua
independência política. A Ilha de Chipre é dividida ao meio por
causa da oposição dos gregos ortodoxos aos muçulmanos turcos.
Há décadas que Católicos e Protestantes fizeram da Irlanda do
Norte um verdadeiro campo de batalhas. Muitos conflitos sangrentos
foram travados entre esses dois grupos religiosos, com a perda de
muitas vidas inocentes.
6. ETNIAS A ESPERA DE UM ESTADO
Muitos grupos étnicos ainda esperam construírem a própria nação –
são minorias étnicas espalhadas em diversas nações – curda,
cigana, etc.
F. CONFLITOS INTERMINÁVEIS
Os problemas de relacionamentos entre a igreja e os estados, acerca
de questões como a guerra, o poder estatal e o nacionalismo estatalétnico ou religioso, muito provavelmente irão continuar. O progresso
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que tem ocorrido é gratificante, mas ainda há muito a ser feito pela
igreja na luta por sua própria independência contra a opressão de
qualquer tipo.
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CAPÍTULO 04
MUDANÇAS TEOLÓGICAS E ESTRUTURAIS E O
DECLÍNIO E RECONSTRUÇAO DA TEOLOGIA
A. INTRODUÇÃO
Final do Século XIX e a primeira metade do Século XX foram cruciais
para a igreja. Foram desafiadas as ideias da natureza universal e
permanente do Cristianismo, do Deus absoluto conhecido através da
revelação histórica objetiva concernente a Cristo. Elas foram mais tarde
negadas em favor de abordagens subjetivas e humanistas aoevangelho. A natureza da igreja e a inerrância bíblicas, o papel do
Espírito Santo na Igreja, e a escatologia são as principais figuras nas
disputas teológicas contemporâneas.
O liberalismo clássico alcançou seu ápice por ocasião da I Grande
Guerra. A teologia liberal já ocupava os principais Seminários e
Universidades Cristãs e, púlpitos das igrejas. Com o fim da I GrandeGuerra e, devido aos horrores que ela causou, o surgimento da neo-
ortodoxia marcou o fim do liberalismo teológico.
A Neo-Ortodoxia também teve vida curta. Ela dominou a teologia
evangélica entre os anos de 1930 a 1950 e começou a decair nos anos
sessenta.
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Nas duas décadas posteriores ela foi substituída pelas teologias
radicais humanistas, relativistas e seculares, tais como a teologia da
morte de Deus, a teologia secular de Cox e Robinson, teologias de
fundo marxista, como a teologia da esperança, de Moltmann; a teologiada libertação, e as teologias negras e feministas. A salvação
sociológica através das pessoas no tempo, ao invés daquela pelo Deus
eterno através de Cristo, tornou-se a moda. Um evangelicalismo
renascente, porém, desenvolveu-se rapidamente para substituir a
teologia liberal com suas ideias ecumênicas.
No Século XX, além desses problemas de ordem teológica a igrejaainda enfrenta o problema do ecumenismo, que seja reunir sob a
bandeira católico-romana, todos os cristãos.
B. O SURGIMENTO E DISSOLUÇÃO DO LIBERALISMO E DA NEO-
ORTODOXIA
1. O LIBERALISMO
Defende as ideias da paternidade universal de Deus e da
fraternidade humana. Influenciados pelo pensamento da “Filosofia
de Kantiana”, estudantes (norte-americanos) de teologia que
estudaram filosofia em escolas alemãs sobre o idealismo e a críticabíblica, desenvolveram a teologia de que o homem era
aperfeiçoável, mas que o ambiente inadequado o levava a pecar, no
entanto a educação e o meio ambiente favorável o fariam ser
melhor. Em 1923, mais de 1300 pastores presbiterianos assinaram
um documento que declarava que inerrância da Bíblia, o nascimento
virginal, a expiação vicária, os milagres e a ressurreição de Cristonão eram doutrinas “essenciais”
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Kant defendeu a existência de dois níveis de verdade:
A Bíblia é o registro da história fenomenal e subjetiva da consciência
que o homem tem de Deus. A Bíblia deveria então, ser estudada
como um livro secular por meio de métodos científicos, e não como
uma revelação de Deus.
A Religião está no campo da razão prática com o postulado de um
senso do certo e do errado possuído pelo homem, que aceita a
existência da alma, de Deus, e da imortalidade como recompensas
e punições. A evolução darwiniana também foi aplicada à religião,
de modo que ela veio a ser um processo subjetivo evolutivo de
crescente conhecimento de Deus em direção ao progresso humano.
Os problemas da I Guerra Mundial, a Grande Depressão de 1929, e
a influência da teologia existencial de Sören Kierkegaard (1813-
1855) sobre Karl Barth e seus seguidores abalaram as ideias liberais
de progresso humano através dos esforços do homem. Para Barth,
Deus era transcendente mais que imanente, e o homem era
pecaminoso, e não um ser nascido com uma centelha da divindade
em si. Por volta de 1930 o liberalismo tornou-se menos influente, e
denominações da antiga linha liberal declinaram em membresia,
influência e número de missionários ao redor do mundo.
2. A NEO-ORTODOXIA
Conhecida como “Teologia da Crise” ou “Teologia Existencial”. Das
cinzas de duas Guerras mundiais, de uma grande depressão
econômica e social e do surgimento do totalitarismo de esquerda
após a primeira guerra mundial, surge a “neo-ortodoxia”
(consequentemente, mais histórica e teologicamente viável), emsubstituição do Liberalismo que se tornara sem sentido.
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Sua origem – quando Kierkegaard (teólogo dinamarquês), ouviu do
seu pai que, quando era pequeno, havia amaldiçoado Deus e que
fora infiel a seu casamento; quando o próprio relacionamento
conjugal de Kierkegaard com Regina Olsen foi rompido por ele
mesmo, e quando viu o fracasso espiritual na Dinamarca Luterana,
Kierkegaard começou a desenvolver o seu sistema teológico
existencialista, que iria influenciar fortemente os pensadores neo-
ortodoxos. O desespero humano fazia o homem relacionar-se com
um Deus transcendente através da decisão pessoal e docompromisso por um “salto de fé”, e não por um processo racional.
Esta ideia de Deus confrontando uma pessoa em crise, aparte do
esforço e da razão humanos, reaparece na neo-ortodoxia.
Karl Barth (1886 – 1968) – foi o iniciador da Neo-ortodoxia. Ele
nasceu na Suíça (Basiléia), mas estudou e foi influenciado pela
teologia liberal alemã. Quando pastoreava na Suíça, ele percebeu
que a sua teologia liberal era totalmente inadequada para as
necessidades dos seus paroquianos, que o forçou a voltar às
Escrituras e aos escritos de Calvino. A partir de então Barth ensinou
teologia em instituições teológicas de 1921 a 1935, quando sua
oposição ao partido nazista forçou seu retorno para Basiléia. Nesta
cidade (Basiléia), ele ensinou na universidade até 1962.
As ideias teológicas de Karl Barth e seus seguidores:
Deus era o “totalmente outro” em relação ao homem, um ser santo
eternamente transcendente.
O homem era desesperadamente finito e pecador.
A Bíblia é um livro humano sujeito à crítica como qualquer outrolivro. Ela é o registro da revelação e um testemunho da revelação, e
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não uma revelação proposicional, objetiva, histórica e inspirada em
si mesma. A Bíblia torna-se revelação para o indivíduo no momento
de crise, quando o Espírito Santo a utiliza para realizar um encontro
pessoal com Deus.
A história divina, ou história da salvação, é separada da história
científica humana produzida pelo historiador. Deus não está
interessado na história humana ou salvação social nela. Não há
lugar para qualquer responsabilidade social.
As pessoas estão em Cristo, já eleitas para a salvação, e precisam
apenas serem tornadas conscientes desse fato.
Como a Teologia de Karl Barth foi recebida:
Os Evangélicos ficaram felizes com a inserção da pecaminosidade
do homem, da transcendência de Deus e a ênfase de Barth na
teologia bíblica. No entanto, rejeitaram a sua descontinuidade entre
a história sagrada e secular e a sua rejeição de uma revelação
objetiva, proposicional e histórica da parte de Deus.
Emil Brunner (1889 – 1966) – apoiou em grande parte as ideias de
Barth, mas diferia dele ao aceitar alguma revelação natural de Deus
e ao sustentar uma visão menos histórica do nascimento virginal de
Cristo.
Paul Tillich (1886 – 1965) – foi mais filósofo do que Barth. Seu Deusera o “fundamento do ser” ulterior não-teísta com quem o encontro
humano era experiencial e existencial. Ele dissolveu tanto a Bíblia
como os credos em expressões subjetivas do pensamento humano
e, por conseguinte, sujeitas à crítica histórica. A religião era a
“preocupação suprema”. Através de um compromisso com Deus
como o ulterior fundamento do ser e por meio da religião a pessoa
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seria capaz de vencer o pecado – que era meramente alienação do
fundamento do ser.
Rudolf Bultmann (1884 – 1976) – concluiu a partir de sua crítica, que
nós podemos conhecer muito pouco acerca da pessoa e dos
ensinos de Cristo. Dessa forma, ele procurou lançar fora o “mítico”
da Bíblia e tornou a experiência e a ética mais importante que a
doutrina. Seus pontos-de-vista críticos tornaram-se tão radicais que
significativas diferenças surgiram entre ele e Barth.
O colapso da Neo-Ortodoxia – a neo-ortodoxia, enquanto em alguns
aspectos foi superior ao liberalismo, começou a entrar em colapso
nos anos cinquenta. Na década seguinte ela foi substituída pelas
teologias radicais.
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CAPÍTULO 05
AS TEOLOGIAS RADICAIS, SECULARES E HUMANISTAS
A. INTRODUÇÃO
Essas teologias surgiram e caíram desde 1960. Cada uma delas
provou-se ineficazes para suprir as necessidades religiosas do homem.
Todas trocaram o Deus transcendente por um Deus imanente na
história, e um Cristo que era totalmente Deus por um Cristo humano
que não era Deus.
B. AS TEOLOGIAS DO SÉCULO XX
1. A TEOLOGIA DA MORTE DE DEUS
Desenvolvida por teólogos como: Thomas J.J. Altizer, Paul Van
Buren e William Hamilton. Não é claro se eles pretendiam dizer que
Deus estava morto psicologicamente para muitos porque Ele parecia
irrelevante em um mundo secular de guerras, do holocausto judeu, e
da Grande Depressão; ou se Ele está ontologicamente morto,
conforme Altizer, porque Ele morreu na morte de Cristo. A ação
neste mundo secular substituiu a teologia. Com Bonhoeffer, que foi
executado pelos nazistas, eles queria um cristianismo sem religião,
com significado ético na ação. Essa ênfase no ativismo e na ação
social parecia satisfazer o clima radical dos anos sessenta. Ele iria
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ligar a igreja ao mundo assim como o fizera o antigo liberalismo com
seu evangelho social.
Dietrich Bonhoeffer (1906 – 1945), falava do homem como tendo
atingido a “maioridade intelectual” em um mundo de crises, no qual
a teologia é irrelevante e onde o homem deve agir
responsavelmente, em “santo mundanismo” em compromisso a
Cristo como Senhor. Tal “cristianismo mundanamente existencial”
unia o sagrado ao secular na vida diária.
Harvey Cox, um professor de Teologia da Universidade de Harvard,
argumentava no seu livro The Secular City (1965), que a
urbanização e a secularização levaram à exclusão da premissa de
um Deus distante. Deus está imanente no mundo, sobretudo na
sociedade urbana, e o homem pode sentir-se satisfeito numa
sociedade na qual o Deus oculto pode ser descoberto.
As teologias radicais, seculares e humanistas caíram perante as
novas teologias da esperança de Jurgen L. Moltmann e de Wolfhart
Pannenberg.
2. TEOLOGIA DA ESPERANÇA
Moltmann enfatizava a ação futura de Deus na história mais do que
a revelação passada. O dilema do homem será resolvido pelocumprimento da promessa de libertação futura pela vontade e ação
de Deus. Essas ideias, em sua Teologia da Esperança (1967)
dissolveram a história no futuro e o futuro em uma nova revolução
na qual Cristo e a salvação são relacionados ao desenvolvimento
social num sistema tingido pelo marxismo.
Wolfhart Pannenberg encara a história mais seriamente, eparticularmente a ressurreição de Cristo. A história revela Deus em
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ação, e Sua atividade pode ser estudada historicamente. A
revelação é mais um ato, ou evento, do que proposição. O
significado final, através de Cristo, virá no fim da história.
3. A TEOLOGIA DO PROCESSO
Elaborada sobre o pensamento de Alfred N. Whitehead (1861 –
1947) e proposta por Charles Hartshorne e John Cobb Jr. – procura
desenvolver uma teodiceia para explicar a presença do mal no
mundo. A natureza da realidade é tornar-se e não ser, e, tanto Deus
como o Universo está se tornando, mais do que sendo. Todos os
seres vivos reagem ao ambiente e, uns aos outros, por escolhas
criativas livres. O Deus primordial, que também é criativo, está, em
amor, guiando a criação para um nível mais alto, a fim de que Ele e
Sua criação vençam o mal e eliminem o caos da nova ordem.
4. A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO
Surgiu na América Latina nos anos 70, cujos fundadores foram: o
católico Gustavo Gutierrez (Peru), Rubem Alves (Brasil) e o norte-
americano Richard Shaull. Segundo eles, a teologia deve partir,
como Cristo, de um compromisso pela libertação dos oprimidos,
mais como prática do que como teoria.
A teologia cresce a partir da situação humana na história e do
pensamento. A história humana é o palco da teologia e da
libertação, frequentemente concebida em termos marxistas.
Esta salvação é econômica, social e política, uma libertação de
todas as formas de opressão. Como no caso do Êxodo judeu, a
revelação está tratando com a opressão e a libertação históricas
pelo homem, guiados pelo exemplo do Cristo libertador, e não pela
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Palavra de Deus. O evangelho eterno não apenas contextualizado
ao ser relacionado à cultura temporal, mas é divorciado da
revelação.
A maioria dessas tentativas de terminar com a opressão e edificar o
Reino de Deus em uma nova sociedade flertam com o marxismo e
politizam o Cristianismo na situação histórica.
C. O DECLÍNIO DESSAS TEOLOGIAS
Esses sistemas de curta-vida têm surgido no cenário teológico comcrescente rapidez desde 1960. São tentativas de resolver os problemas
do homem na história através dos esforços do homem autônomo e de
uma deidade imanente em Jesus Cristo, o homem; mas eles não fazem
justiça a Deus, Cristo ou à Bíblia.
Um evangelicalismo ressurgente presta atenção ao choro dos
necessitados nessas teologias, mas assevera enfaticamente aautoridade da Bíblia, a existência do Deus transcendente, e a
relevância de Cristo como Deus e Salvador da humanidade. Embora
consciente das necessidades pessoais e sociais do homem, o
evangelicalismo também é consciente de que a solução final para os
problemas humanos só pode ser encontrada em Deus e em Sua
revelação.
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CAPÍTULO 06
O RESSURGIMENTO DO EVANGELICALISMO
A. INTRODUÇÃO
Antigos estereótipos dos evangélicos, tais como “fundamentalistas”,
“biblicionistas” ou “separacionistas de terceiro grau” têm sido
substituídos por uma crescente compreensão da força numérica e
influência dos evangélicos. Embora, os chamados evangélicos, estejam
na tradição da Reforma, eles também devem muito ao Puritanismo e
ao Pietismo.
No início do Século XX, os evangélicos incluíam os teólogos de
Princeton e outros de orientação calvinista, os mais arminianos
Wesleyanos da Igreja do Nazareno, e o Exército da Salvação. Pré-
milenistas (alguns, dispensacionalistas), amilenistas, os Pentecostais
clássicos, e as denominações carismáticas principais, bem como o
“Jesus People” devem ser incluídos. Alguns estão em igrejasindependentes; outros, em pequenas denominações ou nas antigas
denominações principais.
B. O EVANGELHO SOCIAL
Embora os evangélicos priorizem a proclamação do evangelho,
frequentemente estão na vanguarda da ação social. Eles se opõem ao
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evolucionismo, à crítica bíblica radical, e ao evangelho social ensinado
pelos liberais do passado.
C. IDEAIS COMUNS
Ideais comuns sustentadas por aqueles que se dizem evangélicos:
Creem que a Bíblia é a regra de fé e prática inspirada e infalível.
Creem na depravação humana por causa de uma “queda histórica” e
no pecado original.
Creem vigorosamente na divindade, nascimento virginal, expiação
vicária e na ressurreição de Cristo.
Creem que somente através da fé em Cristo, o homem pode ter a
realidade um “novo nascimento” e uma “vida de justiça”.
D. OS DOIS GRUPOS EVANGÉLICOS
Até o fim da I Guerra Mundial os evangélicos estavam enquadrados em
dois grupos, que cooperavam em distintas áreas da atividade religiosa:
1. OS SEGUIDORES DA ESCOLA DE TEOLOGIA DE PRINCETON
Eles enfatizavam um segundo trabalho da graça para santificação,como o faz a maioria na tradição de John Wesley. Vários arminianos
tais como as denominações menonitas e a Igreja do Nazareno estão
incluídas nesta categoria. Em sua grande maioria eram calvinistas,
tais como:
Archibald A. Hodge (1823 – 1886) e Benjamim B. Warfield (1851 –
1921).Os presbiterianos Francis L. Patton e Robert Dick Wilson.
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Os batistas Edgard Y. Mullins e Archibald T. Robertson (1863 –
1934 – o mais notável erudito em Grego).
2. OS FUNDAMENTALISTAS
Que eram conhecidos como “pré-milenistas” e “dispensacionalistas”.
O termo fundamentalistas foi usado pela primeira vez em 01 de julho
de 1920 (no Baptist Watchman Examiner), para designar aqueles
que criam nos fundamentos da fé histórica. A palavra passou ser
usada mais tarde de forma pejorativa em relação aos amilenistas
das denominações que aceitavam as doutrinas dos evangélicos.
Alguns líderes desse movimento ajudaram a fundar escolas bíblicas
para providenciar treinamento bíblico para os leigos. Em 1976 mais
de cinquenta mil estudantes estavam matriculados nessas escolas.
Alguns expoentes do “fundamentalismo” foram:
Cyrus I. Scofield (1843 – 1921) – popularizou o dispensacionalismo
nas notas de rodapé da Bíblia de Scolfield (1909).
Billy Sunday, R.A. Torrey e Rodney Smith adotaram as campanhas
evangelísticas de massa desenvolvida por Dwight L. Moody.
Evangelistas profissionais com assessoria bem organizada
patrocinaram grandes encontros em amplos auditórios, e
acrescentaram muita gente às fileiras evangélicas.
E. ORGANIZAÇÕES EVANGÉLICAS PARA-ECLESIÁSTICAS
São organizações que não estão presas às fronteiras denominacionais.
Surgiram para cooperar com as igrejas em áreas específicas
(evangelismo, toxicodependente...). Essas organizações constituem um
dos mais importantes elementos que surgiram na história da igreja, e
oferecem uma variedade de serviços e ministérios ao público cristão.
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Podemos destacar algumas: Intercessores Mundiais; Jocum; Desafio
Jovem; Adhonep; Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo; Os
Gideões; Os Navegadores; Asas do Socorro; Evangelismo Explosivo;
Liderança Cristã Internacional; Visão Mundial; Associação Wycliffe; ARádio Transmundial... Esta apresentação mostra a força, o zelo e a
influência dos evangélicos. Espera-se que esses grupos, conquanto
mantenham sua própria identidade, venham a aumentar as suas áreas
de cooperação e minimizar as suas diferenças com a ação social para
o benefício da sociedade.
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CAPÍTULO 07
O CATOLICISMO ROMANO
A. INTRODUÇÃO
Os mais de 700 milhões de católicos espalhados pelo mundo foram
sujeitados a grandes mudanças após o Concílio Vaticano II. Essas
mudanças são extremamente significativas e merecem que a
comentemos, ainda mais porque desde a Revolução Francesa a
liderança papal tentou manter a igreja como uma sociedade fechada,
isolada das mudanças políticas, econômicas, sociais e religiosas na
Europa.
B. PAPAS DO SÉCULO XX E XXI
1. PAPA BENEDITO XV (1914 – 1922)
Procurou dar uma maior uniformidade à igreja, tornando mais clara a
lei canônica de 1917.
2. PAPA PIO XII (1939 – 1958)
Em 1943, encorajou os eruditos católico-romanos a fazerem mais
uso dos achados arqueológicos e da crítica textual. A leitura bíblica
pelos leigos. Em 1950, reforçou a proclamação da assunção
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corporal de Maria aos céus, milagrosamente após a sua morte,
associando-a assim com Cristo na obra redentora. Na encíclica
Mortalium Animos, o Papa Pio XII, havia proibido a cooperação
ecumênica. Se fosse aceita qualquer unificação ela deveriaacontecer pelo retorno das Igrejas cismáticas ao seio da Igreja
Católica Romana.
3. PAPA JOÃO XXIII (1958 – 1963)
Em 1959, anunciou aos Cardeais o seu plano para a promoção de
um novo concílio ecumênico. O concílio se reuniu de 1962 a 1965. O
Papa João XXIII disse que queria que o Vaticano II fosse mais
pastoral do que teológico ou governamental. Ao invés de criar
mudanças imediatas na doutrina e na política eclesiástica, ele criou
novas atitudes que têm afetado as relações com os Protestantes e
os Ortodoxos. Refletindo esse novo espírito, líderes individuais,
como Hans Küng, chegaram a levantar questões contra a
infalibilidade papal. A importância dos leigos foi reconhecida como
“povo de Deus”, e também se fez referência ao seu sacerdócio
espiritual. Os leigos foram encorajados a ler a Bíblia e também
receberam permissão para participarem ativamente na Missa, que
começou, então a ser celebrada no vernáculo. A Bíblia e a Tradição
foram vinculadas de uma nova maneira, ao serem considerados
como a expressão una do Espírito Santo. Os Protestantes foram
descritos como “irmãos separados” e não mais como cismáticos e
hereges. A cooperação com o movimento ecumênico, anteriormente
proibido, foi encorajada. A liberdade de adoração para todos foi
aceita.
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4. PAPA PAULO VI
Proclamou o colegiado dos bispos e convocou um Concílio dos
Bispos. Os atos do Concílio dos Bispos não foram efetivados até a
proclamação de suas decisões pelo próprio papa. O Papa Paulo VI
opôs-se ao controle de natalidade e ao casamento dos sacerdotes.
Em 1960, o Papa criou um Secretariado para a Promoção da
Unidade Cristã sob a liderança do Cardeal Bea. Cinco observadores
católicos receberam permissão para estarem presentes à reunião do
Conselho Mundial de Igrejas em Nova Delhi, no ano de 1961. Um
Comitê Conjunto de Trabalho, constituído por católicos eprotestantes do CMI reuniu-se diversas vezes, a partir de 1965, para
discutir possíveis caminhos de cooperação e, talvez, até de união.
Observadores protestantes foram cordialmente convidados a
estarem presentes no Concílio Vaticano II. O Papa Paulo VI,
encontrou-se com o Patriarca Atenágoras (Igreja Ortodoxa), em
Constantinopla, em 1964. Em dezembro de 1965, o Papa Paulo VIem Roma, e o Patriarca Atenágoras em Constantinopla, revogaram
a mútua excomunhão de cada igreja pela outra em 1054. Todas
essas aberturas contrastam com a Igreja fechada do século XIX e
início do XX.
5. PAPA JOÃO PAULO I
No seu curto pontificado (01 mês), seguiu uma abordagem mais livre
e informal do que o Papa João XXIII.
6. PAPA JOÃO PAULO II
Foi o mais popular dos papas. Compreendeu melhor o comunismo ecomo enfrentá-lo. Foi mais conservador do que seus predecessores.
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Os principais problemas do seu pontificado são: a baixa frequência
às missas; a Teologia da Libertação; a demanda pela ordenação
das mulheres; e os eruditos que questionam algumas doutrinas da
igreja. Ele reagiu vigorosamente às tendências mais liberais deHans Küng e Schillebeecky com medidas disciplinares.
7. PAPA BENTO XVI
É o atual Papa. Segue a mesma linha de João Paulo II, no entanto,
é menos carismático e mais Radical quanto à ortodoxia católica.
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CAPÍTULO 08
AS NOVAS SEITAS
A. INTRODUÇÃO
Milhares de pessoas insatisfeitas com a falta de autoridade no
liberalismo voltaram-se à mensagem do absolutismo ético ou teológico
proclamada por várias seitas, muitas das quais surgidas após a I
Guerra Mundial. As doutrinas das seitas são desenvolvidas longe do
manto protetor da Igreja, e os seus líderes procuram ganhar adeptos
dentro das Igrejas, por meio de proselitismo, visitação nos lares ou
cursos por correspondência. As seitas não pretendiam apenas ter as
respostas finais, ou absolutas, para os problemas de saúde, aflição,
popularidade e sucesso; elas também oferecem uma autoridade que as
almas famintas não podem achar no Protestantismo liberal, em geral
são exclusivistas, negativistas e desiludidas em relação à cultura.
Seitas como o Espiritualismo, Teosofia, Novo Pensamento, Unificaçãoe Ciência Cristã, opõem-se à interpretação materialística do Universo,
e asseveram a sua unidade e natureza espiritual.
B. O ESPIRITUALISMO
Cresceu muito após a I Guerra, porque aqueles que perderam entes
queridos tentavam comunicar-se com eles através de médiuns. Tanto a
Unificação como o Novo Pensamento foram desenvolvimentos do
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processo de saúde mental de Quimby, que a Srª Mary Baker Eddy
utilizou para o crescimento da Ciência Cristã.
C. OS RUSSELITAS
Testemunhas de Jeová – foram fundados em 1872 por Charles T.
Russell, cujo ávido estudo da Bíblia levou-o a opor-se às igrejas e
ministros como armas do diabo, e a pregar a doutrina da volta de Cristo
e a participação das testemunhas neste evento. Entendendo que se
deve obediência somente a Deus, não saúdam a bandeira nacional
nem servem às forças armadas. O Juiz Rutherford (1861 – 1942)
tornou-se o líder, após a morte de Russell, em 1916. Calcula-se em
mais de dois milhões de adeptos no mundo.
D. O GRUPO DE OXFORD
Buchmanitas – não constitui uma organização específica, mas procura
trabalhar nas igrejas de um modo semelhante ao dos Pietistas que
tentaram rejuvenescer o Luteranismo no século XVII. Frank N. D.
Buchman (1876 – 1961), o líder, era um ministro luterano insatisfeito
com a sua experiência espiritual. Ele tentou atingir as pessoas de
instrução elevada, com o seu evangelho da vida transformada,
confissão de pecados para o grupo, liderança espiritual e os quatroabsolutos da honestidade, pureza, amor e altruísmo. Encontros nos
lares, para testemunho pessoal e confissão pública, é o método usado
pelo grupo. Ele tem ganho notáveis convertidos e, através do
Rearmamento Moral, seu novo nome, tentou impedir a II Guerra
Mundial através de ganhar os líderes estatais para o Cristianismo.
Duas fraquezas do grupo são a falta de uma sólida teologia que podelevar à super enfatização do sentimento de libertação após a confissão
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pública dos pecados ao invés da ênfase na regeneração real; e a
doutrina de que a confissão só pode ser dirigida a homens e não a
Deus.
E. O OCULTISMO E SEITAS ORIENTAIS
Estão ganhando muitos jovens à procura de paz e segurança
interiores. A astrologia está se tornando uma religião popular, como
indicam as revistas e colunas de jornais dedicadas a ela. A adoração a
Satanás, e cultos de feitiçaria têm seus devotos na Europa e Estados
Unidos. O Budismo, formas do Hinduísmo, Hare Krishna, Meditação
Transcendental, e diversos gurus, reclamam a dedicação de muitos,
especialmente dos jovens.
F. A IGREJA DA UNIFICAÇÃO DO REVERENDO MOON
Fundada em 1954 na Coréia, agora conta com quase 200.000
seguidores.
G. A IGREJA DA CIENTOLOGIA
Sob a liderança de Ron Hubbard, com sede na Inglaterra, e O Caminho
Internacional, guiado por Paul V. Wierwell são acusados de promoveruma espécie de controle mental sobre seus seguidores. O recém-
convertido é envolvido por uma preocupação amorosa, recebe muito
trabalho, dorme pouco e uma dieta alimentar de baixo teor proteico, e é
obrigado a ouvir fitas-cassetes e discursos do líder. O curso PFAL, feito
por todos os membros do Caminho, em doze sessões de três horas,
durante três semanas, custa 85 dólares. A negação da divindade
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essencial de Cristo e amoralidade antinomista separa essas seitas do
Cristianismo ortodoxo. Muitos jovens parecem ser atraídos por elas.
De alguma forma, tais movimentos são tentativas para preencher o
vazio espiritual criado pela bancarrota teológica do liberalismo, com a
sua vaga mensagem de paternidade de Deus e da fraternidade
humana. O liberalismo ensinou a moralidade, mas negligenciou o
dinamismo da Cruz, a única coisa que pode energizar uma vida que
tenta se conformar à ética cristã.
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CAPÍTULO 09
O SURGIMENTO DO ECUMENISMO
A. INTRODUÇÃO
O processo de divisão denominacional que marcou o protestantismo
desde a Reforma, começou, por volta do século XIX, a dar lugar à
fusão das denominações em novos grupos. O ecumenismo, começado
no século XIX, substitui a expansão missionária na mente de muitos. O
termo ecumênico é usado pela primeira vez por ocasião daConferência da Comissão sobre Fé e Ordem (1936). Liberais e
conservadores participaram dessa Conferência. Na busca de um
consenso, a teologia tem sido o mínimo denominador comum na luta
pela unidade organizacional. O movimento ecumênico passou por três
fases:
B. COOPERAÇÃO INTERDENOMINACIONAL E INDENOMINACIONAL
1. CONGREGACIONAIS E PRESBITERIANOS
Este foi um ensaio para suprimir as dificuldades entre os Pastores
dessas duas denominações. Mais tarde, num esforço missionário
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conjunto, os congregacionais e outras denominações estavam
ligados interdenominacionalmente.
2. COOPERAÇÃO INTERDENOMINACIONAL MAIS AMPLA
Tem início com a criação da “Sociedade Bíblica Americana” em
1816, e que foi sustentada por cristãos de várias denominações.
Este exemplo serviu de base para o estabelecimento de várias
organizações indenominacionais tais como: Gideões, Mocidade para
Cristo, etc.
3. REUNIÃO ORGÂNICA
A reunião orgânica ocorre quando denominações separadas
assumem uma existência corporativa para formar uma nova
denominação. É mais fácil atingir tal reunião onde há certa
similaridade de teologia, governo e liturgia.
4. IGREJAS METODISTAS
Essas igrejas americanas (do Norte e do Sul) estavam separadas
por causa da escravidão, reuniram-se em 1939. Os Metodistas
Alemães também separados vieram a unir-se em 1946 para formara Igreja Evangélica Unida Brethren. Novamente, em 1968, eles se
uniram com a Igreja Metodista Americana para formar a Igreja
Metodista Unida.
5. IGREJAS PRESBITERIANAS
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As Igrejas Presbiteriana Unida e Presbiteriana dos Estados Unidos
formaram em 1958, a Igreja Presbiteriana Unida dos Estados Unidos
da América.
6. OS LUTERANOS
Vários grupos Luteranos uniram-se, formando duas grandes
denominações luteranas, a American Lutheran Church (1960) e a
Lutheran Church in American (1962). Ambas tornaram-se parte
importante no cenário denominacional norte-americano.
C. UNIÕES TRANSCOFESSIONAIS
Igrejas com padrões teológicos e administrativos diferentes também
fizeram suas uniões. A United Church of Canada, em 1925, uniu
Presbiterianos, Batistas, Metodistas e Congregacionais. A Igreja de
Cristo na China (1927), uniu Batistas, Presbiterianos e Metodistas. A
Igreja do Sul da Índia (1947), juntou Episcopais com Congregacionais,
Presbiterianos e Metodistas – todos com diferentes formas de governo.
Unitarianos e Universalistas (1961), uniram-se para formar a
Associação Unitariana Universalista.
D. CONFEDERAÇÕES ECLESIÁSTICAS NACIONAIS &
INTERNACIONAIS
Calvino, Lutero e Cranmer desejaram reunir seus respectivos grupos
em um Concílio para falar sobre união. Zinzendorf tentou unir os
alemães na Pnesylvania durante sua visita de 1739 – 1742. Willian
Carey propôs uma conferência em 1810, para unir os esforços
missionários de diferentes grupos. Samuel S. Schmucker (1799 –
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fé e prática, e têm fortalecido a ideia de federação ecumênica de
todas as denominações. Somente nos dias dos Concílios de Nicéia,
Constantinopla e Calcedônia, nos séculos IV, V, é que houve uma
onda de cooperação entre as igrejas como a atual.
4. CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS
Os encontros das conferências missionárias fincaram raízes para a
criação do Conselho Mundial de Igrejas. Charles H. Brent (1862 –
1929), Natan Soderblom (1866 – 1931) e Willian Temple (1881 –
1944) foram tão impressionados pela natureza dos encontros
missionários compostos de pessoas de várias denominações e
vários países do mundo, que dedicaram suas vidas à tarefa de
desenvolver a unidade cristã. Em Lausanne (1927), ocorreu o
primeiro encontro envolvendo teologia e administração. O bispo
Charles Brent da Igreja Episcopal Protestante dos Estados Unidos,
financiado por uma generosa doação de J. Pierport Morgan foi
grandemente responsável pela reunião de 400 delegados,
representando 108 denominações. Os participantes estavam
cônscios de sua unidade em uma igreja sob a liderança de Cristo e
insistiram na realização de outro encontro. Essa reunião, que
também tratou de Fé e Ordem, ocorreu em Edimburgo em 1937.
Mais de 500 líderes, de 123 igrejas e 43 países, discutiram questões
teológicas. A ideia da unidade na diversidade parece ter sido
proeminente nas mentes dos líderes à medida que eles discutiam a
fé comum, os sacramentos e a natureza da igreja.
Entre os dias 22 de agosto a 4 de setembro de 1948, mais de 350
delegados, representando cerca de 150 de 44 países, reuniram-se
em Amsterdã. Esta reunião completou a tarefa de criação de um
conselho ecumênico internacional. Os Católicos, Batistas e
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Luteranos nunca se filiaram a ele. O maior resultado do encontro foi
a formação do Conselho Mundial de Igrejas, com sede em Genebra.
O Conselho Mundial de Igrejas é composto de:
Assembleia Geral – que se reúne de sete em sete anos.
Comitê Central – que se reúne anualmente.
Secretaria Administrativa
Comissões – que trabalham sobre os principais problemas
enfrentados pela organização.
O Conselho Mundial de Igrejas, desde sua quarta assembleia emUpsala, Suécia, em 1968, tem crescentemente tendido para a
esquerda social, econômica e politicamente; fazendo a salvação
mais terrena e física do que espiritual. Outro encontro de uma
comissão, em 1973, na Tailândia interpretou seu tema “Salvação
Hoje” como a “humanização da sociedade” para libertar o homem de
todas as formas de opressão e criar uma nova sociedade sobre aterra. A quinta assembleia, em Nairóbi, em 1975, aprovou
programas de revolução não-militares e adotou uma teologia de
libertação orientada para o socialismo.
E. CONCLUSÃO
Quando se revê objetivamente esse movimento em busca de unidade
eclesiástica, fica-se constrangido a pensar se Cristo tinha em mente
unidade do tipo organizacional descrito acima, quando Ele falou da
unidade da Sua Igreja; ou se ele tinha em mente uma unidade
espiritual, a qual os crentes na Igreja Invisível, o Corpo de Cristo, têm
através dEle como Cabeça. A verdadeira Igreja será sempre um
organismo vivo e não uma organização humana, que nunca poderá
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substituir a unidade espiritual que perfaz a Igreja, o único corpo
internacional verdadeiro no mundo.
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CAPÍTULO 10
A EXPANSÃO CRISTÃ E A RENOVAÇÃO
A. INTRODUÇÃO
Com o desmantelamento do comunismo e o esvaziamento da carga
ideológica, as teologias radicais que tentam secularizar a igreja com o
marxismo econômico e o relativismo existencial, estão em processo de
desintegração, assim como aconteceu ao liberalismo e à neo-ortodoxia
em décadas anteriores. O ecumenismo tem dificuldades em manter oseu avanço pelo fato de ter ignorado o evangelismo a fim de promover
revoluções sociais e políticas radicais.
Embora não temos tido um avivamento em escala mundial, muitos
avivamentos têm ocorrido em várias partes do mundo. O Espírito Santo
tem operado grandemente nos países do chamado terceiro-mundo. O
continente africano conta com mais de 200 milhões de evangélicos.Apesar do avanço do islamismo na África, muitos muçulmanos estão
se convertendo ao cristianismo.
Nos países asiáticos tais como: Coréia, China, Timor Leste,
Indonésia... tem havido um grande crescimento nas conversões.
Países do Leste Europeu, que durante décadas estiveram sob o regime
comunista, têm demonstrado grande receptividade ao Evangelho. Na
Rússia, a igreja batista conta com mais de 500.000 membros. Portas
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para o testemunho estão se abrindo novamente na China Comunista
nestes últimos anos.
As Américas do Sul e Central estão experimentando o maior
crescimento cristão da história. Brasil, Argentina, Chile, Colômbia,
Guatemala, Panamá... são exemplos da ação do Espírito Santo neste
últimos tempos.
Muitos latino-americanos estão chegando à Europa, trazendo com eles
o fogo do avivamento que eles experimentaram em seus países.
Espanha, Portugal e Inglaterra são os países europeus que já estão
experimentando crescimento evangélico.
B. O CRISTIANISMO NÃO MAJORITÁRIO
Apesar de toda sua expansão, o Cristianismo ainda não é a religião
majoritária do mundo. Cristãos de todos os seguimentos contabilizam
aproximadamente 1 bilhão; os muçulmanos estão na casa dos 700milhões; os hindus mais de 500 milhões, do total da população
mundial. O restante está dividido entre as centenas de religiões
existentes. Assim, os cristãos têm uma grande tarefa inacabada –
alcançar 5/6 da população mundial com o Evangelho. Esse é o nosso
campo missionário.
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CAPÍTULO 11
PROBLEMAS E PERSPECTIVAS
A. INTRODUÇÃO
A igreja sempre enfrentou problemas, mas o escopo e a intensidade
desses problemas na atualidade parecem ser maiores do que em
qualquer outra época de sua história. Com o grande aumento da
população mundial, e com o crescente número de conversões às
religiões não cristãs dificultando o número de conversões aoCristianismo, este tem se tornado uma religião minoritária no mundo.
Aqueles que são pessimistas diante desses problemas deve lembrar-se
que os reavivamentos têm feito a igreja mais capaz para resolver suas
dificuldades.
B. PROBLEMAS
1. OS ESTADOS DEMOCRÁTICOS E OS TOTALITÁRIOS
Embora a ameaça de domínio mundial pela Alemanha Nazista, pela
Itália Fascista e pelo Japão Imperialista tenha terminando com a
Segunda Guerra Mundial, governos totalitários de direitaestabeleceram-se por meio de revoluções, em diversos países na
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América do Sul, África e Ásia, privando os cidadãos da sua livre
expressão religiosa. Alguns até recusaram e ainda recusam receber
missionários e chegam mesmo a expulsar os que já estavam no
país. Muitos membros do clero católico-romano desafiaramabertamente esses governos numa tentativa de acabar com
opressão e levantar novos governos, geralmente marxistas. A
Teologia da Libertação, que surgiu na América Latina, reivindica ser
bíblica, mas é grandemente influenciada por ideologias socialistas-
marxistas para acabar com a opressão. Os missionários ficam
presos entre sua simpatia pelos pobres e oprimidos, e sua posiçãode convidado nos países onde trabalham.
A contextualização da teologia, para escapar do “imperialismo
ocidental” também é uma questão importante no Terceiro Mundo.
Embora a contextualização seja uma aplicação dos princípios
bíblicos à cultura nativa, boa parte do que se tem escrito é baseado
na análise marxista da sociedade.
O comunismo totalitário foi a principal ameaça ao Cristianismo no
Século XX. Ele é comparável à invasão bárbara do Império Romano
e ao surgimento do Islamismo no Século VII. Ele não é apenas um
sistema social, político e econômico, ele também tem conotações
religiosas em sua mensagem de unir o povo na busca violenta de
um mundo melhor, que virá, na sua concepção, tão certo como onascer do sol no dia seguinte. Os comunistas obtêm o poder através
de um grupo minoritário de pessoas dedicadas e apoiadas pela
força armada ou pela ameaça de uso de tal força.
Por causa de suas premissas basicamente materialistas e ateias,
ele se opõe ao Cristianismo sempre que alcança o poder,
expulsando os missionários e perseguindo a igreja nacional,abertamente ou por meios mais sutis.
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O surgimento dos estados democráticos interessados no bem-estar
de sua população também tem criado problemas para os grupos
religiosos. A limitação ou o cancelamento das contribuições isenta
de impostos para grupos cristãos ou para caridade irá,provavelmente, limitar as doações. Nos Estados Unidos, a
regulamentação oficial de escolas cristãs também tem dificultado a
expressão do cristianismo, embora a Primeira Emenda da
Constituição permita a livre expressão religiosa.
2. MISSÕES
A ameaça do comunismo está relacionada às missões, porque onde
o comunismo detém o poder a obra missionária sobre um sério
golpe, e os missionários foram expulsos. Isto aconteceu na China
em 1949, quando os comunistas subiram ao poder.
A reação nacionalista contra o colonialismo na África, Ásia e
América Latina tende a identificar os missionários com os antigos
regimes imperialistas, não importa quão benevolente tenha sido tais
regimes, ou quanto eles tenha ajudado a desenvolver o potencial
econômico da região. Com isso, restrições ao trabalho missionário
foram estabelecidas e, em certas regiões – por exemplo, Índia e
Arábia Saudita – novos missionários não recebe permissão de
entrada. A contextualização da Teologia e a Teologia da Libertação
são tentativas de criar sistemas teológicos voltados às necessidades
nacionais.
O ressurgimento do Budismo e do Hinduísmo tem levado ou à
restrição do trabalho missionário, ou à recusa dele. A nova vitalidade
do Islamismo, vinculada ao poder dos petrodólares não somente
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fechou o Oriente Próximo para os missionários, mas também criou
recursos para as missões islâmicas na Europa, África e Américas.
As teologias liberais e radicais também frearam um maior avanço
missionário no Século XX.
O Século XX, provavelmente será conhecido – além dos seus
avanços científico – como século de uma economia globalizada.
Essa globalização criou recessão em muitos países, dificultando do
avanço de missões. Por outro lado, empurrados para fora de seus
países em busca de melhores condições de vidas, milhares de
crentes oriundos da América Latina, chegaram à Europa...
3. O DECLÍNIO MORAL
Um aumento na imoralidade sexual, no uso de drogas, divórcios,
casais vivendo juntos sem se casarem, e o baixo teor moral de
muitos programas de rádio e televisão ameaçam a estabilidade dasfamílias ocidentais. A moral dos detentores de car