A Igreja e as Tensões Sociais e Teológicas No Séc XX-Aula9

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    A IGREJA E AS TENSÕES SOCIAIS E TEOLÓGICAS NO SÉCULO XX

    A IGREJA E A

    TENSÕES SOCIAIS E

    TEOLÓGICAS NOSÉCULO XX 

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    A IGREJA E AS TENSÕES SOCIAIS E TEOLÓGICAS NO SÉCULO XX

    A

    IGREJAE AS TENSÕES

    SOCIAIS ETEOLÓGICAS NO

    SÉCULO XX

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    A IGREJA E AS TENSÕES SOCIAIS E TEOLÓGICAS NO SÉCULO XX

    CONTEÚDO

    CAPÍTULO 01 .................................................................................................................... 6 

    A IGREJA NO SÉCULO XX E A ORDEM SOCIAL......................................................... 6 

    A.  INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 6 

    B.  TOTALITARISMO E DEMOCRACIA ........................................................................... 6 

    CAPÍTULO 02 .................................................................................................................. 10 

    A IGREJA E SUA POSTURA NAS DUAS GRANDES GUERRAS MUNDIAIS ............. 10 

    A. 

    A IGREJA E A PRIMEIRA GRANDE GUERRA MUNDIAL – 1914 - 1918 ............... 10 

    B. 

    O PÓS-GUERRA – 1919 - 1939 ................................................................................ 11 

    C. 

    A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL – 1939 – 1945 .................................................... 12 

    CAPÍTULO 03 .................................................................................................................. 14 

    A IGREJA E AS TENSÕES ESTATAIS ........................................................................ 14 

    A. 

    NOS PAÍSES DEMOCRÁTICOS ............................................................................... 14 

    B.  NOS PAÍSES TOTALITÁRIOS ................................................................................... 16 

    C. 

    HOSTILIDADES CONTRA A IGREJA CATÓLICA ROMANA ................................... 17 

    D. 

    HOSTILIDADES CONTRA A IGREJA CRISTÃ (REFORMADOS, EVANGÉLICOS E

    PROTESTANTES) ............................................................................................................... 19 

    E. 

    A OPOSIÇÃO DA IGREJA FRENTE A ESTES CONFLITOS ................................... 20 

    F.  CONFLITOS INTERMINÁVEIS .................................................................................. 23 

    CAPÍTULO 04 .................................................................................................................. 26 

    MUDANÇAS TEOLÓGICAS E ESTRUTURAIS E O DECLÍNIO E RECONSTRUÇAO

    DA TEOLOGIA ............................................................................................................. 26 

    A.  INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 26 

    B.  O SURGIMENTO E DISSOLUÇÃO DO LIBERALISMO E DA NEO-ORTODOXIA . 27 

    CAPÍTULO 05 .................................................................................................................. 32 

    AS TEOLOGIAS RADICAIS, SECULARES E HUMANISTAS .................................. 32 

    A. 

    INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 32 

    B. 

    AS TEOLOGIAS DO SÉCULO XX ............................................................................. 32 

    C.  O DECLÍNIO DESSAS TEOLOGIAS ......................................................................... 35 

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    A IGREJA E AS TENSÕES SOCIAIS E TEOLÓGICAS NO SÉCULO XX

    CAPÍTULO 06 .................................................................................................................. 36 

    O RESSURGIMENTO DO EVANGELICALISMO ......................................................... 36 

    A. 

    INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 36 

    B. 

    O EVANGELHO SOCIAL ........................................................................................... 36 

    C. 

    IDEAIS COMUNS ....................................................................................................... 37 

    D. 

    OS DOIS GRUPOS EVANGÉLICOS ......................................................................... 37 

    E. 

    ORGANIZAÇÕES EVANGÉLICAS PARA-ECLESIÁSTICAS ................................... 38 

    CAPÍTULO 07 .................................................................................................................. 40 

    O CATOLICISMO ROMANO ........................................................................................ 40 

    A.  INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 40 

    B. 

    PAPAS DO SÉCULO XX E XXI ................................................................................. 40 

    CAPÍTULO 08 .................................................................................................................. 44 

    AS NOVAS SEITAS ..................................................................................................... 44 

    A. 

    INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 44 

    B. 

    O ESPIRITUALISMO .................................................................................................. 44 

    C. 

    OS RUSSELITAS ....................................................................................................... 45 

    D.  O GRUPO DE OXFORD ............................................................................................ 45 

    E.  O OCULTISMO E SEITAS ORIENTAIS .................................................................... 46 

    F.  A IGREJA DA UNIFICAÇÃO DO REVERENDO MOON ........................................... 46 

    G. 

    A IGREJA DA CIENTOLOGIA ................................................................................... 46 

    CAPÍTULO 09 .................................................................................................................. 48 

    O SURGIMENTO DO ECUMENISMO .......................................................................... 48 

    A. 

    INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 48 

    B. 

    COOPERAÇÃO INTERDENOMINACIONAL E INDENOMINACIONAL ................... 48 

    C.  UNIÕES TRANSCOFESSIONAIS ............................................................................. 50 

    D.  CONFEDERAÇÕES ECLESIÁSTICAS NACIONAIS & INTERNACIONAIS ............ 50 

    E.  CONCLUSÃO ............................................................................................................. 54 

    CAPÍTULO 10 .................................................................................................................. 56 

    A EXPANSÃO CRISTÃ E A RENOVAÇÃO .................................................................. 56 

    A.  INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 56 

    B. 

    O CRISTIANISMO NÃO MAJORITÁRIO ................................................................... 57 

    CAPÍTULO 11 .................................................................................................................. 58 

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    PROBLEMAS E PERSPECTIVAS ............................................................................... 58 

    A.  INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 58 

    B.  PROBLEMAS.............................................................................................................. 58 

    C. 

    PERSPECTIVAS ........................................................................................................ 62 

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    CAPÍTULO 01

    A IGREJA NO SÉCULO XX E A ORDEM SOCIAL

     A. INTRODUÇÃO

    Em toda sua história a humanidade não havia experimentado tantas

    mudanças quanto as que ocorreram no Século XX. Nestes últimos 100

    anos o curso da história foi radicalmente alterado pelas transformações

    políticas, sociais, culturais (arte e ciências principalmente) e religiosas.

    Fatos importantes ocupavam as conversas durantes anos por causa da

    escassez de informações. No século XX, as informações passaram aser conhecidas em tempo real. A vasta gama de informações que

    recebemos diariamente impede que um assunto ocupe por muito

    tempo as nossas conversas.

    O século XX, devido à rapidez com que as coisas aconteciam, trouxe

    perplexidade por causa da desordem nas questões internacionais e da

    insegurança que as pessoas sentiam em relação as mudançaseconômicas. Também nesse século, o Cristianismo levantou a sua voz

    em confronto com as várias religiões, o que provocou uma profunda

    preocupação religiosa.

    B. TOTALITARISMO E DEMOCRACIA

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    A Europa (e consequentemente o mundo), só no século XX, passou

    por duas guerras de proporções mundiais e fortemente mecanizada,

    cujo poder bélico e o contingente militar o mundo jamais vira. A Europa

    tornara-se um grande cemitério de homens e monumentos históricosdestruídos.

    O século XX marcou a queda do Império Russo, a ascensão do

    Comunismo (1917) e sua queda em 1989. A Alemanha experimentou a

    queda do Império na Primeira Guerra e o surgimento do Nazismo no

    pós-guerra, o que provocou uma Segunda Grande Guerra (1939 –

    1945), para se tornar em seguida uma nação dividida entre aspotências vencedoras. Divida em duas nações – Alemanha Oriental

    (governada pela União Soviética) e, a Alemanha Ocidental (governada

    pelos Estados Unidos, França e Inglaterra) – até a sua reunificação nos

    anos 80.

    Foi no primeiro quartel deste século (XX), que vimos os grandes

    Impérios (Alemanha, Áustria, Rússia e Turquia), serem substituídos por

    estados democráticos ou totalitários. A Europa que sempre estivera na

    vanguarda dos acontecimentos mundiais, passa a ser coadjuvante nas

    questões internacionais devido o surgimento de duas superpotências

    em oposição frontal pela conquista do mundo – Estados Unidos e

    União Soviética.

    Após a Primeira Grande Guerra, dois terços da população mundial

    viram a democracia ser substituída pelo totalitarismo.

    Os países europeus que foram impactados pela reforma tornaram-se

    extremamente secularizados. A América do Norte adotou uma atitude

    neutra para com a igreja. Os Estados de esquerda e os totalitários

    foram hostis e, muitos casos, empreenderam severa perseguição.

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    A IGREJA E AS TENSÕES SOCIAIS E TEOLÓGICAS NO SÉCULO XX

    Por causa de seu avanço missionário – principalmente no século XX –

    a igreja cristã tornou-se global e por isso tem enfrentado crescente

    intervenção do Estado no que ela considerava seus direitos e

    privilégios, bem como suas responsabilidades.

    O Estado tem apelado para o chamado “bem estar social”, o que de

    certa forma tem conferido a ele um poder crescente. O Estado

    totalitário e todo-poderoso, não admite que seus cidadãos dividam a

    lealdade com a religião. O Estado totalitário exige lealdade completa.

    Portanto, um dos maiores problemas que igreja tem enfrentado sob os

    regimes totalitários é a ameaça constante à liberdade e exercício desua fé.

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    CAPÍTULO 02

    A IGREJA E SUA POSTURA NAS DUAS GRANDES

    GUERRAS MUNDIAIS

     A. A IGREJA E A PRIMEIRA GRANDE GUERRA MUNDIAL – 1914 -

    1918

    O fim do século XIX e início do século XX, influenciados Teologia

    Liberal e o Evangelho Social – que enfatizavam a paternidade de Deus

    e a fraternidade do homem – surgiram vários movimentos que

    promoviam o ideal da paz mundial. A igreja incentivou a realização devárias conferências internacionais de paz. A postura da igreja, antes de

    concluir se a guerra era justa ou não, era de fortalecer a moral

    nacional, minimizando o sofrimento humano e buscando evitar o

    declínio moral comum no pós-guerra.

    O otimismo da Igreja em relação à paz cessou quando a Primeira

    Grande Guerra foi iniciada (1914) na Europa. Mas, ao mesmo tempoem a Igreja culpava a Alemanha e seus aliados pela Guerra, achava

    também que a avareza, a imoralidade e o afastamento das coisas

    espirituais na Europa tinham contribuído para o surgimento da guerra.

    Enquanto a Cruz Vermelha socorria os feridos e necessitados, os

    Estados Unidos da América sob forte influência protestante,

    mantinham-se longe da guerra e da paz, interpretando a guerra como

    uma batalha espiritual para salvar a civilização cristã das “forças do

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    mal”. No entanto, com o decorrer da guerra, as posições dos cristãos

    americanos foram mudando paulatinamente.

    Já em 1916 o consenso geral no meio evangélico era de que os

    Estados Unidos deveria fortalecer estar preparado para a guerra, pois

    uma nação forte poderia ajudar a construir a democracia quando a paz

    viesse. O nacionalismo não demorou muito invadir a igreja.

    Na primavera de 1917, a igreja americana apoiou a declaração de

    guerra feita pelo governo e buscou as mais variadas formas para

    ajudar os Estados Unidos a vencer a guerra.

    A atitude de condenação da guerra mudou rapidamente e a igreja

    santificou a guerra e se constituiu em agência do governo. Pastores

    importantes abençoaram a espada como instrumento próprio para

    estabelecer o Reino de Deus.

    A igreja deu, aos exércitos que se formavam, capelães. Apoiou a Cruz

    Vermelha com dinheiro e com voluntários.

    Muitos pregadores, dos púlpitos, pregavam acerca da natureza

    espiritual da guerra e assim, recrutavam muitos jovens para lutarem na

    Europa.

    B. O PÓS-GUERRA – 1919 - 1939

    As nações tinham fracassado em assegurar a paz após a Primeira

    Guerra Mundial. O nacionalismo começou a crescer em todo mundo,

    principalmente na Europa. Os países europeus recusaram-se em pagar

    suas dívidas de guerra para com os Estados Unidos.

    A igreja desiludiu-se com a guerra. Grande parte dos pastores e leigos

    liberais que apoiaram a entrada dos Estados Unidos na Guerra,

    tornaram-se pacifista. Em uma pesquisa realizada em 1931, mais de 12

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    mil pastores americanos disseram que a igreja jamais sancionaria ou

    apoiaria qualquer guerra no futuro.

    No entanto, as igrejas dos países aliados vencedores não

    negligenciaram a tarefa de ajudar às empobrecidas igrejas europeias.

    Vultosas quantias de dinheiro foram enviadas para assistência e

    reconstrução. A igreja também apoiou o desarmamento e ajudou os

    fugitivos de guerra, entre 1919 e 1939.

    Antes mesmo da Segunda Grande Guerra, as igrejas nos países

    totalitários foram forçadas a guardarem silêncio acerca dos temas

    políticos, devendo dedicar-se apenas às questões espirituais do

    cristianismo. As igrejas em países totalitários tiveram que adequar o

    dogma do totalitarismo com a fé cristã. Por isso tiverem que optar entre

    conviver com o estado totalitário ou opor-se a ele e, consequentemente

    ser perseguida.

    Muitos pastores alemães, liderados por Niemöller, pagaram um alto

    preço por terem decidido opor-se ao estado. Niemöller foi preso.

    O Teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer foi executado.

    A igreja russa apoiou o esforço de guerra. As igrejas no Japão foram

    forças a se unirem ao estado em 1941.

    C. A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL – 1939 – 1945

    Por causa da Primeira Guerra Mundial, a Segunda Grande Guerra

    encontrou nos países democráticos uma igreja muito mais

    conscientizada do seu papel face à guerra. Não havia nenhuma

    expectativa ou tentativa para se fazer uma “guerra santa”. A igreja

    resistiu ao apelo do ódio.

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    Nos países como Noruega e Holanda, ocupados pelo Nazi-fascismo,

    os cristãos sofreram por sua fé. Durante a Segunda Guerra, a igreja

    apoiou aqueles que se recusavam lutar nos campos de batalhas.

    A igreja recusava em apoiar a guerra por motivos ideológicos. Um

    sentimento de unidade pairava sobre os cristãos, independente do lado

    em que estavam, permanecendo assim até o fim da guerra.

    O PÓS-GUERRA – 1945 –...

    Após a Segunda Grande Guerra, as igrejas americanas levantaramcerca de 100 milhões de dólares para dar assistência e reconstruir as

    igrejas destruídas na Europa.

    A igreja, apesar de não apoiar a Segunda Guerra e nem se curvar aos

    apelos dos governos, ela não se recusou em dar Capelães às forças

    armadas e ainda ajudou ativamente a Cruz Vermelha.

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    CAPÍTULO 03

    A IGREJA E AS TENSÕES ESTATAIS

     A. NOS PAÍSES DEMOCRÁTICOS

    Embora a Igreja não tenha sofrido perseguições ou martírio, nos países

    democráticos, as relações funcionais entre Igreja e Estado

    frequentemente têm sido tensas, à medida que os estados se tornam

    crescentemente secularizados e, através de impostos e leis

    reguladoras, adquirem maior controle sobre a vida dos indivíduos.Padrões de separação, ou tolerância se desenvolvem.

    1. ESTADOS UNIDOS

    Segue-se o padrão “muro de separação”. A Primeira Emenda da

    Constituição Americana não aceita uma Igreja Estatal e condena a

    ameaça ao livre exercício da religião. Baseado neste princípio, em

    1879, foi declarado que o livre exercício da religião também não

    deveria violar o bem-estar público. Em 1947 foi declarado ilegal o

    uso de dependências escolares, durante o horário das aulas, para

    instrução religiosa por líderes religiosos. Em 1962, as orações

    públicas, antes aprovadas pelo Estado, tornaram-se ilegais. Em

    1963, a leitura bíblica voluntária, outrora aprovada pelo Estado, foi

    desaprovada. Ao mesmo tempo em que o Estado tem abolido

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    qualquer tipo de Igreja Oficial, têm tornado o estado e a educação

    pública tão neutros, que um vácuo moral está se desenvolvendo na

    educação...

    2. ALEMANHA, INGLATERRA E ESCANDINÁVIA

    Seguiram o padrão da “união da Igreja e do Estado”, com uma Igreja

    Oficial e a tolerância para as outras denominações dissidentes. O

    Estado deve aprovar a indicações de Líderes e qualquer tipo de

    mudanças nos padrões dogmáticos. Em 1928, quando os líderes

    tentaram revisar o Livro Comum de Orações, o governo não deu sua

    aprovação.

    3. CANADÁ

    Embora não tenha uma Igreja Oficial, fundos do Governo são

    destinados às escolas protestantes e católico-romanas, com base

    em seu tamanho dentro da população.

    4. BRASIL

    O “muro da separação” é evidenciado. Apesar da pressão por longo

    tempo por parte da igreja romana, os cristãos evangélicosconquistaram espaço e voz. Mais uma vez, após a revisão

    constitucional de 1988, a declaração de independência da igreja foi

    reforçada na expressão: “a Igreja é livre e o Estado é leigo”. Perante

    a Constituição, todas as religiões têm direitos e deveres iguais. A

    igreja cristã já não é mais tratada como grupo minoritário.

    5. PORTUGAL

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    Apesar de a Constituição declarar enfaticamente que existe

    liberdade religiosa, na prática ela não se aplica a todos os grupos

    religiosos. Devidos as pressões católicas sobre os acordos extras

    constitucionais feitos entre o Estado Português e o Vaticano(durante o governo totalitarista), os Parlamentares encontram

    dificuldades para aprovar Leis que deem direitos e deveres iguais a

    todos os seguimentos religiosos em Portugal. Por essa razão a

    Igreja Cristã em Portugal se vê privada dos direitos que a

    Constituição lhe confere, ficando reduzido ao chamado grupo

    religioso minoritário.

    B. NOS PAÍSES TOTALITÁRIOS

    Mesmo nos países democráticos, houve momentos, em nome da

    “defesa nacional”, em que foram criadas limitações ou mesmo o livre

    exercício religioso.

    Nos países totalitários que surgiram principalmente após a Primeira

    Grande Guerra, onde o estado era todo-poderoso – tanto esquerdista

    quanto direitistas – a religião era vista como uma utopia. Esses

    Estados totalitários, dirigidos por um homem ou um grupo de elite,

    fizeram leis que suprimiu qualquer tipo de liberdade religiosa.

    Por meio de uma propaganda massificadora e uma polícia política(secreta), os governos totalitaristas não faziam distinção entre direitos

    públicos e privados nem mesmo respeitava a “Declaração de Direitos

    Humanos”.

    Dentro deste quadro, a Igreja foi duramente reprimida. Houve muitos

    mártires no Século XX nos países onde o Estado detinha poder

    absoluto sobre a população.

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    Nesse mesmo período na América Latina, em razão da Igreja Católica

    estar associada com os líderes políticos totalitários, a classe operária

    oprimida começou a voltar-se contra ela. A chamada “Teologia da

    Libertação” é um produto teórico de um movimento dentro da igrejaromana que buscou levar a igreja a assumir o lado dos oprimidos.

    C. HOSTILIDADES CONTRA A IGREJA CATÓLICA ROMANA

    1. PAÍSES TOTALITÁRIOSA igreja romana perdeu sua influência (exceto em Portugal e

    Espanha). Nos países comunistas tais como: Rússia, Estônia,

    Letônia, Lituânia, Tchecoslováquia, Polônia, Hungria, Bulgária,

    Romênia, Cuba e China, o controle do catolicismo sobre a

    população foi drasticamente reduzido. O governo nacionalista do

    México, em seu desejo de criar um padrão de vida mais elevado,limitou severamente o poder da Igreja Católica e tem procurado

    reduzir a sua influência política.

    Contra-ataque Católico Romano – muitos sacerdotes começaram a

    advogar e até mesmo apoiar mudanças sociais e econômicas

    revolucionarias e até violentas para deter a perda de sua influência.

    Basicamente antirreligiosas, o Século XX assistiu a difícilcoexistência pacífica entre as nações comunistas totalitárias e

    Roma. Por isso, o Papa lançou mão de todos os recursos possíveis

    na luta contra o comunismo internacional, além de buscar apoio de

    estados democráticos.

    A posição ambígua do catolicismo – quando a igreja romana opõe-

    se ao totalitarismo, não o faz por uma questão de ideologia ouprincípios éticos e morais elevados do cristianismo. Quando um

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    governo totalitário reconhece os direitos do papado, a igreja coopera

    com o Estado. A história demonstra isso. Só em 1929, com o tratado

    de Latrão celebrado entre a igreja romana e o ditador Mussolini,

    para a criação de um Estado Católico independente dentro da Itália(Vaticano), e o reconhecimento do Catolicismo como “única” religião

    do país, é que o Papa Pio XI permitiu aos fiéis apoiarem o estado

    totalitário. A igreja romana apoiou ainda as ditaduras de Franco

    (Espanha), e Salazar (Portugal). Em 1933 um acordo com Hitler

    (Alemanha Nazista), que garantia a independência da igreja católica

    e a liberdade para os católicos professarem e praticarem suareligião. Em troca desse acordo o Vaticano fechou os olhos e tapou

    os ouvidos sobre o genocídio de 6 milhões de judeus e as

    perseguições aos “cristãos não católicos”. Roma opôs-se

    severamente ao comunismo onde o seu poder havia diminuído. No

    entanto, nos documentos do Vaticano não nenhuma condenação

    contra o comunismo. Onde os dirigentes totalitários deixavam e

    deixam a igreja romana livre para trabalhar com seu povo, o

    Vaticano está sempre disposto a cooperar tanto com ditaduras de

    esquerda quanto de direita.

    2. NOS PAÍSES DEMOCRÁTICOS

    A igreja romana tem procurado consolidar suas posições de forma

    estratégicas nos Estados Unidos e em outros países democráticos.

    O Vaticano sabe que os Estados Unidos irá assumir por completo a

    direção da nova ordem mundial e, os seus planos é estar aliado com

    o Governo Americano. A igreja romana deseja conseguir um

    Embaixador Americano no Vaticano bem como, aumentar o número

    de cardeais americanos.

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    Ensaios católicos na América – já em 1940, foi feita um tentativa

    para que o Departamento de Estado dos Estados Unidos se

    recusasse a conceder passaportes aos missionários protestantes

    que desejavam ir para países da América do Sul, alegando que elesestariam colocando em risco a política da boa vizinhança. Não

    obteve êxito nessa empreitada por causa da forte reação dos

    protestantes.

    O poder Católico nos Estados Unidos – raramente qualquer

    publicidade desfavorece a igreja romana. Hollywood evita

    antagonizar procurando não criar filmes anticatólicos.Aproximadamente 400 Universidades e Seminários católicos estão

    localizados nos Estados Unidos.

    D. HOSTILIDADES CONTRA A IGREJA CRISTÃ (REFORMADOS,

    EVANGÉLICOS E PROTESTANTES)

    1. SOB AS DITADURAS DO SÉCULO XX

    As ditaduras em todo mundo tem interferido com a vida religiosa dos

    protestantes. Enquanto na Alemanha de Hitler os católicos tinham

    liberdade, uma igreja evangélica oficial chamada “cristãos alemães”,

    foi fundada em 1933, tendo Ludwig Muller como seu presidente. AIgreja Confessional Alemã, liderada por Karl Barth, Martin Niemöller

    e Dietrich Bonhoeffer, protestou, e, em maio de 1934 foi feita a

    “Declaração de Barmem. Essa declaração foi, em grande parte, obra

    de Karl Barth. Ela reafirmava a autoridade de Cristo na Igreja, e as

    Escrituras como autoridade para a fé e vida, e recusou-se a aceitar

    as reivindicações do Estado pela supremacia sobre a vida religiosados cidadãos. Protestantes, nos estados totalitários menores

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    também sofreram. As igrejas protestantes no Japão foram obrigadas

    à união no Kyodan (1941), pelo governo japonês. Em Uganda, o

    arcebispo da igreja anglicana foi morto pelo regime de Idi Amim, e o

    bispo Festo Kivengere e outros cristãos tiveram que se refugiar. NoChade, enquanto o ditador não foi derrubado, a igreja foi

    perseguida. Cristãos em muitas partes do mundo, em pleno Século

    XX, experimentaram os sofrimentos que os cristãos primitivos

    experimentaram nos dias de Décio e Diocleciano.

    2. SOB O COMUNISMO TOTALITÁRIO DE ESQUERDA

    A vida dos cristãos não foi e não muito fácil. Durante os tempos

    mais rígidos do comunismo russo, muitos cristãos foram

    martirizados e outros torturados de forma cruel por causa da sua fé.

    O comunismo Chinês de Mao Tsetung (1951), em primeira instância

    parecia cooperar com a igreja e pedia apenas que ela cortasse seus

    vínculos com o mundo “imperialista”. Logo em seguida houve

    expropriação de propriedades eclesiásticas e a proibição de Bíblias

    e da educação religiosa. Alguns protestantes, tais como Hromadka

    na Checoslováquia, até chegaram a insistir na submissão e

    cooperação com o estado como um diálogo bíblico e urgente com os

    comunistas pelos cristãos.

    E. A OPOSIÇÃO DA IGREJA FRENTE A ESTES CONFLITOS

    Não podemos afirmar que a igreja na sua totalidade conscientizou-se

    da importância do seu papel na construção de uma sociedade mais

     justa, mais igualitária. Uma parcela considerável da igreja passou a

    estudar a política do Século XX e a apoiar iniciativas para acabar comos males causados pelos governos totalitários, que floresce melhor

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    onde há pobreza e sofrimento. Com as experiências adquiridas em

    duas guerras mundiais e revoluções políticas e culturais, a igreja

    compreendeu que seu papel não é deixar transformar-se em

    instrumento de qualquer grupo ou ideologia política e nem sancionar oserros da sociedade. A igreja aprendeu que se pode viver melhor numa

    sociedade democrática onde ela tem a liberdade de pregar e viver o

    evangelho sem permitir que seja identificada com qualquer ordem

    política e econômica. Acima de tudo, entende que uma vida cristã

    coerente com a mensagem que prega, seja qual for a sua posição na

    sociedade, sob qual regime de governo estiver, é a resposta maissegura para a humanidade. Sem se esconder atrás de posturas apenas

    de ordem a espiritual, a igreja do Século XX tem levantado a sua voz

    para se fazer ouvir nas questões sociais, culturais, morais, éticas... A

    igreja não se mantém mais neutra em temas polêmicos tais como:

    Aborto, divórcio, homossexualismo, eutanásia, etc.

    1. O NACIONALISMO ESTATAL ÉTNICO-RELIGIOSO

    Conquanto a igreja nos Séculos de escravidão tenha lutado e

    apoiado a luta pela libertação dos escravos, no Século XX ficou

    indiferente ao problema da segregação racial.

    2. A CONSCIÊNCIA NEGRA AMERICANA

    Em 1906 surgiu nos Estados Unidos o movimento da Consciência

    Negra. Os negros desejavam melhores condições socioeconômicas

    e o fim da segregação. Em 1949 o Governo Americano acabou com

    a segregação nos serviços militares e civil. Em 1954 foi favorecida a

    integração dos negros nas escolas dos brancos, apesar de ogoverno, em alguns casos, ter de usar tropas federais para tal

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    determinações fossem cumpridas pelas instituições de ensino. O

    Reverendo Martin Luther King foi o símbolo da luta pela igualdade

    inter-racial. Ao ser assassinado por suas convicções, o movimento

    de igualdade se espalhou por toda a América do Norte e inspiroumuitos movimentos semelhantes em todo o mundo. Enquanto as

    igrejas, sobretudo as de tendência mais liberal, apoiavam esses

    movimentos, muitos outras demoraram em admitir negros em suas

    congregações brancas.

    3. O “ APARTHEID” NA ÁFRICA DO SUL

    Os negros da África do Sul lutaram contra a política do “apartheid” e,

    enfrentaram não só a oposição do governo mas também da própria

    igreja sul-africana. As pessoas se esqueceram de que tanto os

    negros quanto os brancos chegaram na África do Sul mais ou

    menos na mesma época, e que ela é a terra natal tanto de negros

    como de brancos. Muitos negros na África têm se rebelado contra o

    que eles sentem ser um paternalismo missionário branco, e criaram

    igrejas negras independentes com liderança nativa.

    4. O NAZISMO

    Na Alemanha de Hitler, os judeus receberam um tratamento hostilcomo minoria étnico-religiosa. Hitler perseguiu os judeus e fez deles

    o bode expiatório para os problemas da Alemanha. Ele embarcou

    em uma política deliberada de genocídio, e em campos de

    concentração na Polônia e em outros lugares. Seus comandados

    eliminaram cerca de seis milhões de judeus. Só depois que os

    aliados dominaram os campos de extermínio é que o mundo viuquão terrivelmente Hitler implementou sua política. Hoje,

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    estabelecidos em próprio Estado, os judeus aceitam com

    dificuldades a criação de um Estado palestino para uma minoria

    árabe que já habitava no território ocupado por Israel. Os árabes,

    por sua vez, opõem-se fortemente ao estado judeu.

    5. OS NACIONALISMOS RELIGIOSOS

    A Índia foi dividida nos estados independentes da Índia e Paquistão

    por causa da rivalidade Muçulmana-Hindú, que era uma forma de

    nacionalismo religioso. Muçulmanos, Católicos lutam em Timor

    Leste e em outras ilhas da Indonésia. A Iugoslávia enfrenta os

    problemas das províncias cujas etnias nacionalistas buscam sua

    independência política. A Ilha de Chipre é dividida ao meio por

    causa da oposição dos gregos ortodoxos aos muçulmanos turcos.

    Há décadas que Católicos e Protestantes fizeram da Irlanda do

    Norte um verdadeiro campo de batalhas. Muitos conflitos sangrentos

    foram travados entre esses dois grupos religiosos, com a perda de

    muitas vidas inocentes.

    6. ETNIAS A ESPERA DE UM ESTADO

    Muitos grupos étnicos ainda esperam construírem a própria nação –

    são minorias étnicas espalhadas em diversas nações – curda,

    cigana, etc.

    F. CONFLITOS INTERMINÁVEIS

    Os problemas de relacionamentos entre a igreja e os estados, acerca

    de questões como a guerra, o poder estatal e o nacionalismo estatalétnico ou religioso, muito provavelmente irão continuar. O progresso

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    que tem ocorrido é gratificante, mas ainda há muito a ser feito pela

    igreja na luta por sua própria independência contra a opressão de

    qualquer tipo.

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    CAPÍTULO 04

    MUDANÇAS TEOLÓGICAS E ESTRUTURAIS E O

    DECLÍNIO E RECONSTRUÇAO DA TEOLOGIA

     A. INTRODUÇÃO

    Final do Século XIX e a primeira metade do Século XX foram cruciais

    para a igreja. Foram desafiadas as ideias da natureza universal e

    permanente do Cristianismo, do Deus absoluto conhecido através da

    revelação histórica objetiva concernente a Cristo. Elas foram mais tarde

    negadas em favor de abordagens subjetivas e humanistas aoevangelho. A natureza da igreja e a inerrância bíblicas, o papel do

    Espírito Santo na Igreja, e a escatologia são as principais figuras nas

    disputas teológicas contemporâneas.

    O liberalismo clássico alcançou seu ápice por ocasião da I Grande

    Guerra. A teologia liberal já ocupava os principais Seminários e

    Universidades Cristãs e, púlpitos das igrejas. Com o fim da I GrandeGuerra e, devido aos horrores que ela causou, o surgimento da neo-

    ortodoxia marcou o fim do liberalismo teológico.

    A Neo-Ortodoxia também teve vida curta. Ela dominou a teologia

    evangélica entre os anos de 1930 a 1950 e começou a decair nos anos

    sessenta.

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    Nas duas décadas posteriores ela foi substituída pelas teologias

    radicais humanistas, relativistas e seculares, tais como a teologia da

    morte de Deus, a teologia secular de Cox e Robinson, teologias de

    fundo marxista, como a teologia da esperança, de Moltmann; a teologiada libertação, e as teologias negras e feministas. A salvação

    sociológica através das pessoas no tempo, ao invés daquela pelo Deus

    eterno através de Cristo, tornou-se a moda. Um evangelicalismo

    renascente, porém, desenvolveu-se rapidamente para substituir a

    teologia liberal com suas ideias ecumênicas.

    No Século XX, além desses problemas de ordem teológica a igrejaainda enfrenta o problema do ecumenismo, que seja reunir sob a

    bandeira católico-romana, todos os cristãos.

    B. O SURGIMENTO E DISSOLUÇÃO DO LIBERALISMO E DA NEO-

    ORTODOXIA

    1. O LIBERALISMO

    Defende as ideias da paternidade universal de Deus e da

    fraternidade humana. Influenciados pelo pensamento da “Filosofia

    de Kantiana”, estudantes (norte-americanos) de teologia que

    estudaram filosofia em escolas alemãs sobre o idealismo e a críticabíblica, desenvolveram a teologia de que o homem era

    aperfeiçoável, mas que o ambiente inadequado o levava a pecar, no

    entanto a educação e o meio ambiente favorável o fariam ser

    melhor. Em 1923, mais de 1300 pastores presbiterianos assinaram

    um documento que declarava que inerrância da Bíblia, o nascimento

    virginal, a expiação vicária, os milagres e a ressurreição de Cristonão eram doutrinas “essenciais”

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    Kant defendeu a existência de dois níveis de verdade:

    A Bíblia é o registro da história fenomenal e subjetiva da consciência

    que o homem tem de Deus. A Bíblia deveria então, ser estudada

    como um livro secular por meio de métodos científicos, e não como

    uma revelação de Deus.

    A Religião está no campo da razão prática com o postulado de um

    senso do certo e do errado possuído pelo homem, que aceita a

    existência da alma, de Deus, e da imortalidade como recompensas

    e punições. A evolução darwiniana também foi aplicada à religião,

    de modo que ela veio a ser um processo subjetivo evolutivo de

    crescente conhecimento de Deus em direção ao progresso humano.

    Os problemas da I Guerra Mundial, a Grande Depressão de 1929, e

    a influência da teologia existencial de Sören Kierkegaard (1813-

    1855) sobre Karl Barth e seus seguidores abalaram as ideias liberais

    de progresso humano através dos esforços do homem. Para Barth,

    Deus era transcendente mais que imanente, e o homem era

    pecaminoso, e não um ser nascido com uma centelha da divindade

    em si. Por volta de 1930 o liberalismo tornou-se menos influente, e

    denominações da antiga linha liberal declinaram em membresia,

    influência e número de missionários ao redor do mundo.

    2. A NEO-ORTODOXIA

    Conhecida como “Teologia da Crise” ou “Teologia Existencial”. Das

    cinzas de duas Guerras mundiais, de uma grande depressão

    econômica e social e do surgimento do totalitarismo de esquerda

    após a primeira guerra mundial, surge a “neo-ortodoxia”

    (consequentemente, mais histórica e teologicamente viável), emsubstituição do Liberalismo que se tornara sem sentido.

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    Sua origem – quando Kierkegaard (teólogo dinamarquês), ouviu do

    seu pai que, quando era pequeno, havia amaldiçoado Deus e que

    fora infiel a seu casamento; quando o próprio relacionamento

    conjugal de Kierkegaard com Regina Olsen foi rompido por ele

    mesmo, e quando viu o fracasso espiritual na Dinamarca Luterana,

    Kierkegaard começou a desenvolver o seu sistema teológico

    existencialista, que iria influenciar fortemente os pensadores neo-

    ortodoxos. O desespero humano fazia o homem relacionar-se com

    um Deus transcendente através da decisão pessoal e docompromisso por um “salto de fé”, e não por um processo racional.

    Esta ideia de Deus confrontando uma pessoa em crise, aparte do

    esforço e da razão humanos, reaparece na neo-ortodoxia.

    Karl Barth (1886 – 1968) – foi o iniciador da Neo-ortodoxia. Ele

    nasceu na Suíça (Basiléia), mas estudou e foi influenciado pela

    teologia liberal alemã. Quando pastoreava na Suíça, ele percebeu

    que a sua teologia liberal era totalmente inadequada para as

    necessidades dos seus paroquianos, que o forçou a voltar às

    Escrituras e aos escritos de Calvino. A partir de então Barth ensinou

    teologia em instituições teológicas de 1921 a 1935, quando sua

    oposição ao partido nazista forçou seu retorno para Basiléia. Nesta

    cidade (Basiléia), ele ensinou na universidade até 1962.

    As ideias teológicas de Karl Barth e seus seguidores:

    Deus era o “totalmente outro” em relação ao homem, um ser santo

    eternamente transcendente.

    O homem era desesperadamente finito e pecador.

    A Bíblia é um livro humano sujeito à crítica como qualquer outrolivro. Ela é o registro da revelação e um testemunho da revelação, e

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    não uma revelação proposicional, objetiva, histórica e inspirada em

    si mesma. A Bíblia torna-se revelação para o indivíduo no momento

    de crise, quando o Espírito Santo a utiliza para realizar um encontro

    pessoal com Deus.

    A história divina, ou história da salvação, é separada da história

    científica humana produzida pelo historiador. Deus não está

    interessado na história humana ou salvação social nela. Não há

    lugar para qualquer responsabilidade social.

    As pessoas estão em Cristo, já eleitas para a salvação, e precisam

    apenas serem tornadas conscientes desse fato.

    Como a Teologia de Karl Barth foi recebida:

    Os Evangélicos ficaram felizes com a inserção da pecaminosidade

    do homem, da transcendência de Deus e a ênfase de Barth na

    teologia bíblica. No entanto, rejeitaram a sua descontinuidade entre

    a história sagrada e secular e a sua rejeição de uma revelação

    objetiva, proposicional e histórica da parte de Deus.

    Emil Brunner (1889 – 1966) – apoiou em grande parte as ideias de

    Barth, mas diferia dele ao aceitar alguma revelação natural de Deus

    e ao sustentar uma visão menos histórica do nascimento virginal de

    Cristo.

    Paul Tillich (1886 – 1965) – foi mais filósofo do que Barth. Seu Deusera o “fundamento do ser” ulterior não-teísta com quem o encontro

    humano era experiencial e existencial. Ele dissolveu tanto a Bíblia

    como os credos em expressões subjetivas do pensamento humano

    e, por conseguinte, sujeitas à crítica histórica. A religião era a

    “preocupação suprema”. Através de um compromisso com Deus

    como o ulterior fundamento do ser e por meio da religião a pessoa

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    seria capaz de vencer o pecado – que era meramente alienação do

    fundamento do ser.

    Rudolf Bultmann (1884 – 1976) – concluiu a partir de sua crítica, que

    nós podemos conhecer muito pouco acerca da pessoa e dos

    ensinos de Cristo. Dessa forma, ele procurou lançar fora o “mítico”

    da Bíblia e tornou a experiência e a ética mais importante que a

    doutrina. Seus pontos-de-vista críticos tornaram-se tão radicais que

    significativas diferenças surgiram entre ele e Barth.

    O colapso da Neo-Ortodoxia – a neo-ortodoxia, enquanto em alguns

    aspectos foi superior ao liberalismo, começou a entrar em colapso

    nos anos cinquenta. Na década seguinte ela foi substituída pelas

    teologias radicais.

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    CAPÍTULO 05

    AS TEOLOGIAS RADICAIS, SECULARES E HUMANISTAS

     A. INTRODUÇÃO

    Essas teologias surgiram e caíram desde 1960. Cada uma delas

    provou-se ineficazes para suprir as necessidades religiosas do homem.

    Todas trocaram o Deus transcendente por um Deus imanente na

    história, e um Cristo que era totalmente Deus por um Cristo humano

    que não era Deus.

    B. AS TEOLOGIAS DO SÉCULO XX

    1. A TEOLOGIA DA MORTE DE DEUS

    Desenvolvida por teólogos como: Thomas J.J. Altizer, Paul Van

    Buren e William Hamilton. Não é claro se eles pretendiam dizer que

    Deus estava morto psicologicamente para muitos porque Ele parecia

    irrelevante em um mundo secular de guerras, do holocausto judeu, e

    da Grande Depressão; ou se Ele está ontologicamente morto,

    conforme Altizer, porque Ele morreu na morte de Cristo. A ação

    neste mundo secular substituiu a teologia. Com Bonhoeffer, que foi

    executado pelos nazistas, eles queria um cristianismo sem religião,

    com significado ético na ação. Essa ênfase no ativismo e na ação

    social parecia satisfazer o clima radical dos anos sessenta. Ele iria

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    ligar a igreja ao mundo assim como o fizera o antigo liberalismo com

    seu evangelho social.

    Dietrich Bonhoeffer (1906 – 1945), falava do homem como tendo

    atingido a “maioridade intelectual” em um mundo de crises, no qual

    a teologia é irrelevante e onde o homem deve agir

    responsavelmente, em “santo mundanismo” em compromisso a

    Cristo como Senhor. Tal “cristianismo mundanamente existencial”

    unia o sagrado ao secular na vida diária.

    Harvey Cox, um professor de Teologia da Universidade de Harvard,

    argumentava no seu livro The Secular City (1965), que a

    urbanização e a secularização levaram à exclusão da premissa de

    um Deus distante. Deus está imanente no mundo, sobretudo na

    sociedade urbana, e o homem pode sentir-se satisfeito numa

    sociedade na qual o Deus oculto pode ser descoberto.

    As teologias radicais, seculares e humanistas caíram perante as

    novas teologias da esperança de Jurgen L. Moltmann e de Wolfhart

    Pannenberg.

    2. TEOLOGIA DA ESPERANÇA

    Moltmann enfatizava a ação futura de Deus na história mais do que

    a revelação passada. O dilema do homem será resolvido pelocumprimento da promessa de libertação futura pela vontade e ação

    de Deus. Essas ideias, em sua Teologia da Esperança (1967)

    dissolveram a história no futuro e o futuro em uma nova revolução

    na qual Cristo e a salvação são relacionados ao desenvolvimento

    social num sistema tingido pelo marxismo.

    Wolfhart Pannenberg encara a história mais seriamente, eparticularmente a ressurreição de Cristo. A história revela Deus em

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    ação, e Sua atividade pode ser estudada historicamente. A

    revelação é mais um ato, ou evento, do que proposição. O

    significado final, através de Cristo, virá no fim da história.

    3. A TEOLOGIA DO PROCESSO

    Elaborada sobre o pensamento de Alfred N. Whitehead (1861 –

    1947) e proposta por Charles Hartshorne e John Cobb Jr. – procura

    desenvolver uma teodiceia para explicar a presença do mal no

    mundo. A natureza da realidade é tornar-se e não ser, e, tanto Deus

    como o Universo está se tornando, mais do que sendo. Todos os

    seres vivos reagem ao ambiente e, uns aos outros, por escolhas

    criativas livres. O Deus primordial, que também é criativo, está, em

    amor, guiando a criação para um nível mais alto, a fim de que Ele e

    Sua criação vençam o mal e eliminem o caos da nova ordem.

    4. A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO

    Surgiu na América Latina nos anos 70, cujos fundadores foram: o

    católico Gustavo Gutierrez (Peru), Rubem Alves (Brasil) e o norte-

    americano Richard Shaull. Segundo eles, a teologia deve partir,

    como Cristo, de um compromisso pela libertação dos oprimidos,

    mais como prática do que como teoria.

    A teologia cresce a partir da situação humana na história e do

    pensamento. A história humana é o palco da teologia e da

    libertação, frequentemente concebida em termos marxistas.

    Esta salvação é econômica, social e política, uma libertação de

    todas as formas de opressão. Como no caso do Êxodo judeu, a

    revelação está tratando com a opressão e a libertação históricas

    pelo homem, guiados pelo exemplo do Cristo libertador, e não pela

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    Palavra de Deus. O evangelho eterno não apenas contextualizado

    ao ser relacionado à cultura temporal, mas é divorciado da

    revelação.

    A maioria dessas tentativas de terminar com a opressão e edificar o

    Reino de Deus em uma nova sociedade flertam com o marxismo e

    politizam o Cristianismo na situação histórica.

    C. O DECLÍNIO DESSAS TEOLOGIAS

    Esses sistemas de curta-vida têm surgido no cenário teológico comcrescente rapidez desde 1960. São tentativas de resolver os problemas

    do homem na história através dos esforços do homem autônomo e de

    uma deidade imanente em Jesus Cristo, o homem; mas eles não fazem

     justiça a Deus, Cristo ou à Bíblia.

    Um evangelicalismo ressurgente presta atenção ao choro dos

    necessitados nessas teologias, mas assevera enfaticamente aautoridade da Bíblia, a existência do Deus transcendente, e a

    relevância de Cristo como Deus e Salvador da humanidade. Embora

    consciente das necessidades pessoais e sociais do homem, o

    evangelicalismo também é consciente de que a solução final para os

    problemas humanos só pode ser encontrada em Deus e em Sua

    revelação.

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    CAPÍTULO 06

    O RESSURGIMENTO DO EVANGELICALISMO

     A. INTRODUÇÃO

    Antigos estereótipos dos evangélicos, tais como “fundamentalistas”,

    “biblicionistas” ou “separacionistas de terceiro grau” têm sido

    substituídos por uma crescente compreensão da força numérica e

    influência dos evangélicos. Embora, os chamados evangélicos, estejam

    na tradição da Reforma, eles também devem muito ao Puritanismo e

    ao Pietismo.

    No início do Século XX, os evangélicos incluíam os teólogos de

    Princeton e outros de orientação calvinista, os mais arminianos

    Wesleyanos da Igreja do Nazareno, e o Exército da Salvação. Pré-

    milenistas (alguns, dispensacionalistas), amilenistas, os Pentecostais

    clássicos, e as denominações carismáticas principais, bem como o

    “Jesus People” devem ser incluídos. Alguns estão em igrejasindependentes; outros, em pequenas denominações ou nas antigas

    denominações principais.

    B. O EVANGELHO SOCIAL

    Embora os evangélicos priorizem a proclamação do evangelho,

    frequentemente estão na vanguarda da ação social. Eles se opõem ao

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    evolucionismo, à crítica bíblica radical, e ao evangelho social ensinado

    pelos liberais do passado.

    C. IDEAIS COMUNS

    Ideais comuns sustentadas por aqueles que se dizem evangélicos:

    Creem que a Bíblia é a regra de fé e prática inspirada e infalível.

    Creem na depravação humana por causa de uma “queda histórica” e

    no pecado original.

    Creem vigorosamente na divindade, nascimento virginal, expiação

    vicária e na ressurreição de Cristo.

    Creem que somente através da fé em Cristo, o homem pode ter a

    realidade um “novo nascimento” e uma “vida de justiça”.

    D. OS DOIS GRUPOS EVANGÉLICOS

    Até o fim da I Guerra Mundial os evangélicos estavam enquadrados em

    dois grupos, que cooperavam em distintas áreas da atividade religiosa:

    1. OS SEGUIDORES DA ESCOLA DE TEOLOGIA DE PRINCETON

    Eles enfatizavam um segundo trabalho da graça para santificação,como o faz a maioria na tradição de John Wesley. Vários arminianos

    tais como as denominações menonitas e a Igreja do Nazareno estão

    incluídas nesta categoria. Em sua grande maioria eram calvinistas,

    tais como:

    Archibald A. Hodge (1823 – 1886) e Benjamim B. Warfield (1851 –

    1921).Os presbiterianos Francis L. Patton e Robert Dick Wilson.

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    Os batistas Edgard Y. Mullins e Archibald T. Robertson (1863 –

    1934 – o mais notável erudito em Grego).

    2. OS FUNDAMENTALISTAS

    Que eram conhecidos como “pré-milenistas” e “dispensacionalistas”.

    O termo fundamentalistas foi usado pela primeira vez em 01 de julho

    de 1920 (no Baptist Watchman Examiner), para designar aqueles

    que criam nos fundamentos da fé histórica. A palavra passou ser

    usada mais tarde de forma pejorativa em relação aos amilenistas

    das denominações que aceitavam as doutrinas dos evangélicos.

    Alguns líderes desse movimento ajudaram a fundar escolas bíblicas

    para providenciar treinamento bíblico para os leigos. Em 1976 mais

    de cinquenta mil estudantes estavam matriculados nessas escolas.

    Alguns expoentes do “fundamentalismo” foram:

    Cyrus I. Scofield (1843 – 1921) – popularizou o dispensacionalismo

    nas notas de rodapé da Bíblia de Scolfield (1909).

    Billy Sunday, R.A. Torrey e Rodney Smith adotaram as campanhas

    evangelísticas de massa desenvolvida por Dwight L. Moody.

    Evangelistas profissionais com assessoria bem organizada

    patrocinaram grandes encontros em amplos auditórios, e

    acrescentaram muita gente às fileiras evangélicas.

    E. ORGANIZAÇÕES EVANGÉLICAS PARA-ECLESIÁSTICAS

    São organizações que não estão presas às fronteiras denominacionais.

    Surgiram para cooperar com as igrejas em áreas específicas

    (evangelismo, toxicodependente...). Essas organizações constituem um

    dos mais importantes elementos que surgiram na história da igreja, e

    oferecem uma variedade de serviços e ministérios ao público cristão.

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    Podemos destacar algumas: Intercessores Mundiais; Jocum; Desafio

    Jovem; Adhonep; Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo; Os

    Gideões; Os Navegadores; Asas do Socorro; Evangelismo Explosivo;

    Liderança Cristã Internacional; Visão Mundial; Associação Wycliffe; ARádio Transmundial... Esta apresentação mostra a força, o zelo e a

    influência dos evangélicos. Espera-se que esses grupos, conquanto

    mantenham sua própria identidade, venham a aumentar as suas áreas

    de cooperação e minimizar as suas diferenças com a ação social para

    o benefício da sociedade.

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    CAPÍTULO 07

    O CATOLICISMO ROMANO

     A. INTRODUÇÃO

    Os mais de 700 milhões de católicos espalhados pelo mundo foram

    sujeitados a grandes mudanças após o Concílio Vaticano II. Essas

    mudanças são extremamente significativas e merecem que a

    comentemos, ainda mais porque desde a Revolução Francesa a

    liderança papal tentou manter a igreja como uma sociedade fechada,

    isolada das mudanças políticas, econômicas, sociais e religiosas na

    Europa.

    B. PAPAS DO SÉCULO XX E XXI

    1. PAPA BENEDITO XV (1914 – 1922)

    Procurou dar uma maior uniformidade à igreja, tornando mais clara a

    lei canônica de 1917.

    2. PAPA PIO XII (1939 – 1958)

    Em 1943, encorajou os eruditos católico-romanos a fazerem mais

    uso dos achados arqueológicos e da crítica textual. A leitura bíblica

    pelos leigos. Em 1950, reforçou a proclamação da assunção

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    corporal de Maria aos céus, milagrosamente após a sua morte,

    associando-a assim com Cristo na obra redentora. Na encíclica

    Mortalium Animos, o Papa Pio XII, havia proibido a cooperação

    ecumênica. Se fosse aceita qualquer unificação ela deveriaacontecer pelo retorno das Igrejas cismáticas ao seio da Igreja

    Católica Romana.

    3. PAPA JOÃO XXIII (1958 – 1963)

    Em 1959, anunciou aos Cardeais o seu plano para a promoção de

    um novo concílio ecumênico. O concílio se reuniu de 1962 a 1965. O

    Papa João XXIII disse que queria que o Vaticano II fosse mais

    pastoral do que teológico ou governamental. Ao invés de criar

    mudanças imediatas na doutrina e na política eclesiástica, ele criou

    novas atitudes que têm afetado as relações com os Protestantes e

    os Ortodoxos. Refletindo esse novo espírito, líderes individuais,

    como Hans Küng, chegaram a levantar questões contra a

    infalibilidade papal. A importância dos leigos foi reconhecida como

    “povo de Deus”, e também se fez referência ao seu sacerdócio

    espiritual. Os leigos foram encorajados a ler a Bíblia e também

    receberam permissão para participarem ativamente na Missa, que

    começou, então a ser celebrada no vernáculo. A Bíblia e a Tradição

    foram vinculadas de uma nova maneira, ao serem considerados

    como a expressão una do Espírito Santo. Os Protestantes foram

    descritos como “irmãos separados” e não mais como cismáticos e

    hereges. A cooperação com o movimento ecumênico, anteriormente

    proibido, foi encorajada. A liberdade de adoração para todos foi

    aceita.

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    4. PAPA PAULO VI

    Proclamou o colegiado dos bispos e convocou um Concílio dos

    Bispos. Os atos do Concílio dos Bispos não foram efetivados até a

    proclamação de suas decisões pelo próprio papa. O Papa Paulo VI

    opôs-se ao controle de natalidade e ao casamento dos sacerdotes.

    Em 1960, o Papa criou um Secretariado para a Promoção da

    Unidade Cristã sob a liderança do Cardeal Bea. Cinco observadores

    católicos receberam permissão para estarem presentes à reunião do

    Conselho Mundial de Igrejas em Nova Delhi, no ano de 1961. Um

    Comitê Conjunto de Trabalho, constituído por católicos eprotestantes do CMI reuniu-se diversas vezes, a partir de 1965, para

    discutir possíveis caminhos de cooperação e, talvez, até de união.

    Observadores protestantes foram cordialmente convidados a

    estarem presentes no Concílio Vaticano II. O Papa Paulo VI,

    encontrou-se com o Patriarca Atenágoras (Igreja Ortodoxa), em

    Constantinopla, em 1964. Em dezembro de 1965, o Papa Paulo VIem Roma, e o Patriarca Atenágoras em Constantinopla, revogaram

    a mútua excomunhão de cada igreja pela outra em 1054. Todas

    essas aberturas contrastam com a Igreja fechada do século XIX e

    início do XX.

    5. PAPA JOÃO PAULO I

    No seu curto pontificado (01 mês), seguiu uma abordagem mais livre

    e informal do que o Papa João XXIII.

    6. PAPA JOÃO PAULO II

    Foi o mais popular dos papas. Compreendeu melhor o comunismo ecomo enfrentá-lo. Foi mais conservador do que seus predecessores.

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    Os principais problemas do seu pontificado são: a baixa frequência

    às missas; a Teologia da Libertação; a demanda pela ordenação

    das mulheres; e os eruditos que questionam algumas doutrinas da

    igreja. Ele reagiu vigorosamente às tendências mais liberais deHans Küng e Schillebeecky com medidas disciplinares.

    7. PAPA BENTO XVI

    É o atual Papa. Segue a mesma linha de João Paulo II, no entanto,

    é menos carismático e mais Radical quanto à ortodoxia católica.

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    CAPÍTULO 08

    AS NOVAS SEITAS

     A. INTRODUÇÃO

    Milhares de pessoas insatisfeitas com a falta de autoridade no

    liberalismo voltaram-se à mensagem do absolutismo ético ou teológico

    proclamada por várias seitas, muitas das quais surgidas após a I

    Guerra Mundial. As doutrinas das seitas são desenvolvidas longe do

    manto protetor da Igreja, e os seus líderes procuram ganhar adeptos

    dentro das Igrejas, por meio de proselitismo, visitação nos lares ou

    cursos por correspondência. As seitas não pretendiam apenas ter as

    respostas finais, ou absolutas, para os problemas de saúde, aflição,

    popularidade e sucesso; elas também oferecem uma autoridade que as

    almas famintas não podem achar no Protestantismo liberal, em geral

    são exclusivistas, negativistas e desiludidas em relação à cultura.

    Seitas como o Espiritualismo, Teosofia, Novo Pensamento, Unificaçãoe Ciência Cristã, opõem-se à interpretação materialística do Universo,

    e asseveram a sua unidade e natureza espiritual.

    B. O ESPIRITUALISMO

    Cresceu muito após a I Guerra, porque aqueles que perderam entes

    queridos tentavam comunicar-se com eles através de médiuns. Tanto a

    Unificação como o Novo Pensamento foram desenvolvimentos do

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    processo de saúde mental de Quimby, que a Srª Mary Baker Eddy

    utilizou para o crescimento da Ciência Cristã.

    C. OS RUSSELITAS

    Testemunhas de Jeová – foram fundados em 1872 por Charles T.

    Russell, cujo ávido estudo da Bíblia levou-o a opor-se às igrejas e

    ministros como armas do diabo, e a pregar a doutrina da volta de Cristo

    e a participação das testemunhas neste evento. Entendendo que se

    deve obediência somente a Deus, não saúdam a bandeira nacional

    nem servem às forças armadas. O Juiz Rutherford (1861 – 1942)

    tornou-se o líder, após a morte de Russell, em 1916. Calcula-se em

    mais de dois milhões de adeptos no mundo.

    D. O GRUPO DE OXFORD

    Buchmanitas – não constitui uma organização específica, mas procura

    trabalhar nas igrejas de um modo semelhante ao dos Pietistas que

    tentaram rejuvenescer o Luteranismo no século XVII. Frank N. D.

    Buchman (1876 – 1961), o líder, era um ministro luterano insatisfeito

    com a sua experiência espiritual. Ele tentou atingir as pessoas de

    instrução elevada, com o seu evangelho da vida transformada,

    confissão de pecados para o grupo, liderança espiritual e os quatroabsolutos da honestidade, pureza, amor e altruísmo. Encontros nos

    lares, para testemunho pessoal e confissão pública, é o método usado

    pelo grupo. Ele tem ganho notáveis convertidos e, através do

    Rearmamento Moral, seu novo nome, tentou impedir a II Guerra

    Mundial através de ganhar os líderes estatais para o Cristianismo.

    Duas fraquezas do grupo são a falta de uma sólida teologia que podelevar à super enfatização do sentimento de libertação após a confissão

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    pública dos pecados ao invés da ênfase na regeneração real; e a

    doutrina de que a confissão só pode ser dirigida a homens e não a

    Deus.

    E. O OCULTISMO E SEITAS ORIENTAIS

    Estão ganhando muitos jovens à procura de paz e segurança

    interiores. A astrologia está se tornando uma religião popular, como

    indicam as revistas e colunas de jornais dedicadas a ela. A adoração a

    Satanás, e cultos de feitiçaria têm seus devotos na Europa e Estados

    Unidos. O Budismo, formas do Hinduísmo, Hare Krishna, Meditação

    Transcendental, e diversos gurus, reclamam a dedicação de muitos,

    especialmente dos jovens.

    F. A IGREJA DA UNIFICAÇÃO DO REVERENDO MOON

    Fundada em 1954 na Coréia, agora conta com quase 200.000

    seguidores.

    G. A IGREJA DA CIENTOLOGIA

    Sob a liderança de Ron Hubbard, com sede na Inglaterra, e O Caminho

    Internacional, guiado por Paul V. Wierwell são acusados de promoveruma espécie de controle mental sobre seus seguidores. O recém-

    convertido é envolvido por uma preocupação amorosa, recebe muito

    trabalho, dorme pouco e uma dieta alimentar de baixo teor proteico, e é

    obrigado a ouvir fitas-cassetes e discursos do líder. O curso PFAL, feito

    por todos os membros do Caminho, em doze sessões de três horas,

    durante três semanas, custa 85 dólares. A negação da divindade

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    essencial de Cristo e amoralidade antinomista separa essas seitas do

    Cristianismo ortodoxo. Muitos jovens parecem ser atraídos por elas.

    De alguma forma, tais movimentos são tentativas para preencher o

    vazio espiritual criado pela bancarrota teológica do liberalismo, com a

    sua vaga mensagem de paternidade de Deus e da fraternidade

    humana. O liberalismo ensinou a moralidade, mas negligenciou o

    dinamismo da Cruz, a única coisa que pode energizar uma vida que

    tenta se conformar à ética cristã.

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    CAPÍTULO 09

    O SURGIMENTO DO ECUMENISMO

     A. INTRODUÇÃO

    O processo de divisão denominacional que marcou o protestantismo

    desde a Reforma, começou, por volta do século XIX, a dar lugar à

    fusão das denominações em novos grupos. O ecumenismo, começado

    no século XIX, substitui a expansão missionária na mente de muitos. O

    termo ecumênico é usado pela primeira vez por ocasião daConferência da Comissão sobre Fé e Ordem (1936). Liberais e

    conservadores participaram dessa Conferência. Na busca de um

    consenso, a teologia tem sido o mínimo denominador comum na luta

    pela unidade organizacional. O movimento ecumênico passou por três

    fases:

    B. COOPERAÇÃO INTERDENOMINACIONAL E INDENOMINACIONAL

    1. CONGREGACIONAIS E PRESBITERIANOS

    Este foi um ensaio para suprimir as dificuldades entre os Pastores

    dessas duas denominações. Mais tarde, num esforço missionário

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    conjunto, os congregacionais e outras denominações estavam

    ligados interdenominacionalmente.

    2. COOPERAÇÃO INTERDENOMINACIONAL MAIS AMPLA

    Tem início com a criação da “Sociedade Bíblica Americana” em

    1816, e que foi sustentada por cristãos de várias denominações.

    Este exemplo serviu de base para o estabelecimento de várias

    organizações indenominacionais tais como: Gideões, Mocidade para

    Cristo, etc.

    3. REUNIÃO ORGÂNICA

    A reunião orgânica ocorre quando denominações separadas

    assumem uma existência corporativa para formar uma nova

    denominação. É mais fácil atingir tal reunião onde há certa

    similaridade de teologia, governo e liturgia.

    4. IGREJAS METODISTAS

    Essas igrejas americanas (do Norte e do Sul) estavam separadas

    por causa da escravidão, reuniram-se em 1939. Os Metodistas

    Alemães também separados vieram a unir-se em 1946 para formara Igreja Evangélica Unida Brethren. Novamente, em 1968, eles se

    uniram com a Igreja Metodista Americana para formar a Igreja

    Metodista Unida.

    5. IGREJAS PRESBITERIANAS

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    As Igrejas Presbiteriana Unida e Presbiteriana dos Estados Unidos

    formaram em 1958, a Igreja Presbiteriana Unida dos Estados Unidos

    da América.

    6. OS LUTERANOS

    Vários grupos Luteranos uniram-se, formando duas grandes

    denominações luteranas, a American Lutheran Church (1960) e a

    Lutheran Church in American (1962). Ambas tornaram-se parte

    importante no cenário denominacional norte-americano.

    C. UNIÕES TRANSCOFESSIONAIS

    Igrejas com padrões teológicos e administrativos diferentes também

    fizeram suas uniões. A United Church of Canada, em 1925, uniu

    Presbiterianos, Batistas, Metodistas e Congregacionais. A Igreja de

    Cristo na China (1927), uniu Batistas, Presbiterianos e Metodistas. A

    Igreja do Sul da Índia (1947), juntou Episcopais com Congregacionais,

    Presbiterianos e Metodistas – todos com diferentes formas de governo.

    Unitarianos e Universalistas (1961), uniram-se para formar a

    Associação Unitariana Universalista.

    D. CONFEDERAÇÕES ECLESIÁSTICAS NACIONAIS &

    INTERNACIONAIS

    Calvino, Lutero e Cranmer desejaram reunir seus respectivos grupos

    em um Concílio para falar sobre união. Zinzendorf tentou unir os

    alemães na Pnesylvania durante sua visita de 1739 – 1742. Willian

    Carey propôs uma conferência em 1810, para unir os esforços

    missionários de diferentes grupos. Samuel S. Schmucker (1799 –

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    fé e prática, e têm fortalecido a ideia de federação ecumênica de

    todas as denominações. Somente nos dias dos Concílios de Nicéia,

    Constantinopla e Calcedônia, nos séculos IV, V, é que houve uma

    onda de cooperação entre as igrejas como a atual.

    4. CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS

    Os encontros das conferências missionárias fincaram raízes para a

    criação do Conselho Mundial de Igrejas. Charles H. Brent (1862 –

    1929), Natan Soderblom (1866 – 1931) e Willian Temple (1881 –

    1944) foram tão impressionados pela natureza dos encontros

    missionários compostos de pessoas de várias denominações e

    vários países do mundo, que dedicaram suas vidas à tarefa de

    desenvolver a unidade cristã. Em Lausanne (1927), ocorreu o

    primeiro encontro envolvendo teologia e administração. O bispo

    Charles Brent da Igreja Episcopal Protestante dos Estados Unidos,

    financiado por uma generosa doação de J. Pierport Morgan foi

    grandemente responsável pela reunião de 400 delegados,

    representando 108 denominações. Os participantes estavam

    cônscios de sua unidade em uma igreja sob a liderança de Cristo e

    insistiram na realização de outro encontro. Essa reunião, que

    também tratou de Fé e Ordem, ocorreu em Edimburgo em 1937.

    Mais de 500 líderes, de 123 igrejas e 43 países, discutiram questões

    teológicas. A ideia da unidade na diversidade parece ter sido

    proeminente nas mentes dos líderes à medida que eles discutiam a

    fé comum, os sacramentos e a natureza da igreja.

    Entre os dias 22 de agosto a 4 de setembro de 1948, mais de 350

    delegados, representando cerca de 150 de 44 países, reuniram-se

    em Amsterdã. Esta reunião completou a tarefa de criação de um

    conselho ecumênico internacional. Os Católicos, Batistas e

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    Luteranos nunca se filiaram a ele. O maior resultado do encontro foi

    a formação do Conselho Mundial de Igrejas, com sede em Genebra.

    O Conselho Mundial de Igrejas é composto de:

    Assembleia Geral – que se reúne de sete em sete anos.

    Comitê Central – que se reúne anualmente.

    Secretaria Administrativa

    Comissões – que trabalham sobre os principais problemas

    enfrentados pela organização.

    O Conselho Mundial de Igrejas, desde sua quarta assembleia emUpsala, Suécia, em 1968, tem crescentemente tendido para a

    esquerda social, econômica e politicamente; fazendo a salvação

    mais terrena e física do que espiritual. Outro encontro de uma

    comissão, em 1973, na Tailândia interpretou seu tema “Salvação

    Hoje” como a “humanização da sociedade” para libertar o homem de

    todas as formas de opressão e criar uma nova sociedade sobre aterra. A quinta assembleia, em Nairóbi, em 1975, aprovou

    programas de revolução não-militares e adotou uma teologia de

    libertação orientada para o socialismo.

    E. CONCLUSÃO

    Quando se revê objetivamente esse movimento em busca de unidade

    eclesiástica, fica-se constrangido a pensar se Cristo tinha em mente

    unidade do tipo organizacional descrito acima, quando Ele falou da

    unidade da Sua Igreja; ou se ele tinha em mente uma unidade

    espiritual, a qual os crentes na Igreja Invisível, o Corpo de Cristo, têm

    através dEle como Cabeça. A verdadeira Igreja será sempre um

    organismo vivo e não uma organização humana, que nunca poderá

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    substituir a unidade espiritual que perfaz a Igreja, o único corpo

    internacional verdadeiro no mundo.

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    CAPÍTULO 10

    A EXPANSÃO CRISTÃ E A RENOVAÇÃO

     A. INTRODUÇÃO

    Com o desmantelamento do comunismo e o esvaziamento da carga

    ideológica, as teologias radicais que tentam secularizar a igreja com o

    marxismo econômico e o relativismo existencial, estão em processo de

    desintegração, assim como aconteceu ao liberalismo e à neo-ortodoxia

    em décadas anteriores. O ecumenismo tem dificuldades em manter oseu avanço pelo fato de ter ignorado o evangelismo a fim de promover

    revoluções sociais e políticas radicais.

    Embora não temos tido um avivamento em escala mundial, muitos

    avivamentos têm ocorrido em várias partes do mundo. O Espírito Santo

    tem operado grandemente nos países do chamado terceiro-mundo. O

    continente africano conta com mais de 200 milhões de evangélicos.Apesar do avanço do islamismo na África, muitos muçulmanos estão

    se convertendo ao cristianismo.

    Nos países asiáticos tais como: Coréia, China, Timor Leste,

    Indonésia... tem havido um grande crescimento nas conversões.

    Países do Leste Europeu, que durante décadas estiveram sob o regime

    comunista, têm demonstrado grande receptividade ao Evangelho. Na

    Rússia, a igreja batista conta com mais de 500.000 membros. Portas

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    para o testemunho estão se abrindo novamente na China Comunista

    nestes últimos anos.

    As Américas do Sul e Central estão experimentando o maior

    crescimento cristão da história. Brasil, Argentina, Chile, Colômbia,

    Guatemala, Panamá... são exemplos da ação do Espírito Santo neste

    últimos tempos.

    Muitos latino-americanos estão chegando à Europa, trazendo com eles

    o fogo do avivamento que eles experimentaram em seus países.

    Espanha, Portugal e Inglaterra são os países europeus que já estão

    experimentando crescimento evangélico.

    B. O CRISTIANISMO NÃO MAJORITÁRIO

    Apesar de toda sua expansão, o Cristianismo ainda não é a religião

    majoritária do mundo. Cristãos de todos os seguimentos contabilizam

    aproximadamente 1 bilhão; os muçulmanos estão na casa dos 700milhões; os hindus mais de 500 milhões, do total da população

    mundial. O restante está dividido entre as centenas de religiões

    existentes. Assim, os cristãos têm uma grande tarefa inacabada –

    alcançar 5/6 da população mundial com o Evangelho. Esse é o nosso

    campo missionário.

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    CAPÍTULO 11

    PROBLEMAS E PERSPECTIVAS

     A. INTRODUÇÃO

    A igreja sempre enfrentou problemas, mas o escopo e a intensidade

    desses problemas na atualidade parecem ser maiores do que em

    qualquer outra época de sua história. Com o grande aumento da

    população mundial, e com o crescente número de conversões às

    religiões não cristãs dificultando o número de conversões aoCristianismo, este tem se tornado uma religião minoritária no mundo.

    Aqueles que são pessimistas diante desses problemas deve lembrar-se

    que os reavivamentos têm feito a igreja mais capaz para resolver suas

    dificuldades.

    B. PROBLEMAS

    1. OS ESTADOS DEMOCRÁTICOS E OS TOTALITÁRIOS

    Embora a ameaça de domínio mundial pela Alemanha Nazista, pela

    Itália Fascista e pelo Japão Imperialista tenha terminando com a

    Segunda Guerra Mundial, governos totalitários de direitaestabeleceram-se por meio de revoluções, em diversos países na

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    América do Sul, África e Ásia, privando os cidadãos da sua livre

    expressão religiosa. Alguns até recusaram e ainda recusam receber

    missionários e chegam mesmo a expulsar os que já estavam no

    país. Muitos membros do clero católico-romano desafiaramabertamente esses governos numa tentativa de acabar com

    opressão e levantar novos governos, geralmente marxistas. A

    Teologia da Libertação, que surgiu na América Latina, reivindica ser

    bíblica, mas é grandemente influenciada por ideologias socialistas-

    marxistas para acabar com a opressão. Os missionários ficam

    presos entre sua simpatia pelos pobres e oprimidos, e sua posiçãode convidado nos países onde trabalham.

    A contextualização da teologia, para escapar do “imperialismo

    ocidental” também é uma questão importante no Terceiro Mundo.

    Embora a contextualização seja uma aplicação dos princípios

    bíblicos à cultura nativa, boa parte do que se tem escrito é baseado

    na análise marxista da sociedade.

    O comunismo totalitário foi a principal ameaça ao Cristianismo no

    Século XX. Ele é comparável à invasão bárbara do Império Romano

    e ao surgimento do Islamismo no Século VII. Ele não é apenas um

    sistema social, político e econômico, ele também tem conotações

    religiosas em sua mensagem de unir o povo na busca violenta de

    um mundo melhor, que virá, na sua concepção, tão certo como onascer do sol no dia seguinte. Os comunistas obtêm o poder através

    de um grupo minoritário de pessoas dedicadas e apoiadas pela

    força armada ou pela ameaça de uso de tal força.

    Por causa de suas premissas basicamente materialistas e ateias,

    ele se opõe ao Cristianismo sempre que alcança o poder,

    expulsando os missionários e perseguindo a igreja nacional,abertamente ou por meios mais sutis.

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    O surgimento dos estados democráticos interessados no bem-estar

    de sua população também tem criado problemas para os grupos

    religiosos. A limitação ou o cancelamento das contribuições isenta

    de impostos para grupos cristãos ou para caridade irá,provavelmente, limitar as doações. Nos Estados Unidos, a

    regulamentação oficial de escolas cristãs também tem dificultado a

    expressão do cristianismo, embora a Primeira Emenda da

    Constituição permita a livre expressão religiosa.

    2. MISSÕES

    A ameaça do comunismo está relacionada às missões, porque onde

    o comunismo detém o poder a obra missionária sobre um sério

    golpe, e os missionários foram expulsos. Isto aconteceu na China

    em 1949, quando os comunistas subiram ao poder.

    A reação nacionalista contra o colonialismo na África, Ásia e

    América Latina tende a identificar os missionários com os antigos

    regimes imperialistas, não importa quão benevolente tenha sido tais

    regimes, ou quanto eles tenha ajudado a desenvolver o potencial

    econômico da região. Com isso, restrições ao trabalho missionário

    foram estabelecidas e, em certas regiões – por exemplo, Índia e

    Arábia Saudita – novos missionários não recebe permissão de

    entrada. A contextualização da Teologia e a Teologia da Libertação

    são tentativas de criar sistemas teológicos voltados às necessidades

    nacionais.

    O ressurgimento do Budismo e do Hinduísmo tem levado ou à

    restrição do trabalho missionário, ou à recusa dele. A nova vitalidade

    do Islamismo, vinculada ao poder dos petrodólares não somente

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    fechou o Oriente Próximo para os missionários, mas também criou

    recursos para as missões islâmicas na Europa, África e Américas.

    As teologias liberais e radicais também frearam um maior avanço

    missionário no Século XX.

    O Século XX, provavelmente será conhecido – além dos seus

    avanços científico – como século de uma economia globalizada.

    Essa globalização criou recessão em muitos países, dificultando do

    avanço de missões. Por outro lado, empurrados para fora de seus

    países em busca de melhores condições de vidas, milhares de

    crentes oriundos da América Latina, chegaram à Europa...

    3. O DECLÍNIO MORAL

    Um aumento na imoralidade sexual, no uso de drogas, divórcios,

    casais vivendo juntos sem se casarem, e o baixo teor moral de

    muitos programas de rádio e televisão ameaçam a estabilidade dasfamílias ocidentais. A moral dos detentores de car