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ALINE ALVES FIGUEIRÊDO A IMAGEM DOS DESTINOS TURÍSTICOS: A cidade de São Paulo sob o olhar de jovens do Rio de Janeiro Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Turismo como requisito de avaliação final para obtenção do grau de Bacharel em Turismo pela Universidade Federal Fluminense. Prof. Verônica Feder Mayer, Dsc - Orientadora NITERÓI 2008

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ALINE ALVES FIGUEIRÊDO

A IMAGEM DOS DESTINOS TURÍSTICOS:

A cidade de São Paulo sob o olhar de jovens do Rio de Janeiro

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Turismo como requisito de avaliação final para obtenção do grau de Bacharel em Turismo pela Universidade Federal Fluminense.

Prof. Verônica Feder Mayer, Dsc - Orientadora

NITERÓI

2008

1

F475 Figueiredo, Aline Alves Figueirêdo

A imagem dos destinos turísticos: a cidade de São Paulo sob o

olhar de jovens do Rio de Janeiro / Aline Alves Figueirêdo -- Niterói :

UFF, 2008.

80p.

Monografia ( Graduação em Turismo )

Orientador: Verônica Feder Mayer, DSC.

1.Imagem 2. Destinos turísticos 3. Cidade de São Paulo

CDD. 338.4791

2

A IMAGEM DOS DESTINOS TURÍSTICOS:

A cidade de São Paulo sob o olhar de jovens do Rio de Janeiro

Por

ALINE ALVES FIGUEIRÊDO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Turismo como requisito de avaliação final para obtenção do grau de Bacharel em Turismo pela Universidade Federal Fluminense.

Aprovado em 01/07/2008

Banca Examinadora

____________________________________________________________

Verônica Feder Mayer, D.Sc. – Orientadora – Universidade Federal Fluminense

____________________________________________________________

Eduardo Antônio Pacheco Vilela, M. Sc. – Universidade Federal Fluminense

____________________________________________________________

Fábia Trentin, M. Sc. – Universidade Federal Fluminense

Niterói, junho de 2008

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, aos meus pais, amigos e professores que sempre me

apoiaram neste longo caminho de aprendizagem.

4

RESUMO

Este trabalho analisa a imagem do destino turístico cidade de São Paulo a partir da visão do público jovem da Região Metropolitana do Rio de Janeiro e faz uma relação entre a imagem percebida pelo público e a intenção em visitar o destino estudado. A mensuração da imagem é um tema relevante para o sucesso de um destino na atividade turística. No Brasil, contudo, há poucas pesquisas voltadas a esse assunto. Para atingir os objetivos do trabalho, foram conduzidos dois estudos por meio de uma combinação de metodologias estruturadas e não-estruturadas que indicaram o posicionamento da marca cidade de São Paulo na mente dos respondentes. O estudo 1 fez uso de uma análise de conteúdo a partir de material promocional sobre a cidade de São Paulo, além de uma free elicitation. Por outro lado, o estudo 2 gerou a lista de atributos que compunham a imagem da cidade de São Paulo, posteriormente tratada por meio uma análise fatorial. O estudo 1 confirmou que há um conflito entre a imagem que a cidade visa transmitir e a que é percebida. O estudo 2, por sua vez, gerou 7 fatores pelos quais a imagem da cidade é vista. Verifica-se que a marca da cidade está mal posicionada perante o público pesquisado, com características facilmente copiadas por outros destinos. Foram encontrados ainda baixos níveis de interesse e intenção em visitar o destino turístico cidade de São Paulo. Palavras-chave: Imagem. Destinos Turísticos. Cidade de São Paulo.

5

ABSTRACT

This study analyses the image of São Paulo city as a travel destination from the standpoint of Rio de Janeiro’s and other neighbor city’s young inhabitants and make a relation between the perceived image and the intention in visiting the researched city. The measurement of a travel destination image is an important element for its success in tourism activity. In Brazil, however, there is a small amount of researches about the theme. To achieve the objectives of this research, two studies were conducted using a combination between structured and non-structured methodologies in order to indicate the positioning of São Paulo city destination in the mind of the respondents. The study 1 was done through a content analysis of promotional material about São Paulo city, beyond a free elicitation. The study 2 generated the attributes list that formed the image of São Paulo city, treated by a factor analysis. The study 1 confirmed that there is a conflict between the promoted image and the perceived one. The study 2 generated 7 factors, by which the city image is perceived. The results point a bad positioning of the city brand like a travel destination, with characteristics easily copied by other destinations. It was also verified small levels of interest and intention in visiting the city.

Key-words: Image. Travel Destination. São Paulo city.

6

LISTA DE SIGLAS

CONDEPHAAT Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico,

Arqueológico e Turístico

EMBRATUR Instituto Brasileiro de Turismo

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INFRAERO Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária

IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

KMO Teste de Kaiser-Meyer-Olkin

NTO National Tourism Organization

Organização Nacional de Turismo

DMO Destination Marketing Organization

Organização de Marketing de Destinos

MASP Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand

OMT Organização Mundial de Turismo

SP TURIS Empresa de Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo

UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a

Ciência e a Cultura

7

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Guia de Identificação da significância da carga fatorial baseada no

tamanho da amostra ................................................................................................ 42

Tabela 2: Resultado da Free Elicitacion .................................................................... 46

Tabela 3: Kmo e Bartlett's Test of Sphericity ............................................................. 50

Tabela 4: Variância Total Explicada .......................................................................... 51

Tabela 5: Matriz Rotacionada dos Componentes ...................................................... 53

Tabela 6: Atrativos Turísticos da Cidade de São Paulo ............................................ 64

Tabela 7: Anova da Variável Sexo ............................................................................ 68

8

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Listagem de bens tombados pelo IPHAN na cidade de São Paulo ............ 12

Figura 2: Esquema conceitual de brand equity ........................................................ 23

Figura 3: Modelo geral de formação da imagem de um destino ............................... 26

Figura 4: Componentes da Imagem do Destino ....................................................... 33

Figura 5: Faixa etária ............................................................................................... 48

Figura 6: Cidade de residência ................................................................................. 49

Figura 7: Nível de escolaridade ................................................................................ 49

Figura 8: Scree Plot - Relação Raízes Latentes X Variância ................................... 52

Figura 9: Médias dos Fatores ................................................................................... 56

Figura 10: São Paulo Cidade Grande ...................................................................... 57

Figura 11: São Paulo Patrimônio e Lazer ................................................................. 58

Figura 12: São Paulo Desenvolvimento ................................................................... 59

Figura 13: São Paulo Negativo ................................................................................. 60

Figura 14: São Paulo Organização e Esporte .......................................................... 61

Figura 15: São Paulo Consumo ............................................................................... 62

Figura 16: São Paulo Povo Sério ............................................................................. 63

Figura 17: Médias de interesse e intenção em visitar a cidade de São Paulo ......... 65

Figura 18: Interesse em Visitar a Cidade de São Paulo ........................................... 66

Figura 19: Intenção em Visitar a Cidade de São Paulo ............................................ 67

9

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10

2 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................... 19

2.1 MARKETING TURÍSTICO ................................................................................... 19

2.2 O ESTUDO DA MARCA ...................................................................................... 21

2.3 A IMAGEM DOS DESTINOS TURÍSTICOS ........................................................ 23

2.4 A MENSURAÇÃO DA IMAGEM DE UM DESTINO ............................................ 32

3 METODOLOGIA .................................... ............................................................... 37

3.1 ESTUDO 1 .......................................................................................................... 37

3.2 ESTUDO 2 .......................................................................................................... 38

3.2.1 Desenvolvimento do Questionário .................................................................... 39

3.2.2 Aplicação da Pesquisa e Amostra .................................................................... 40

3.3 LIMITAÇÕES DA METODOLOGIA .................................................................... 40

3.4 TRATAMENTO DOS DADOS ............................................................................. 41

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................... ................................................... 44

4.1 RESULTADOS DO ESTUDO 1 ........................................................................... 44

4.1.1 Resultado da análise de conteúdo ................................................................... 44

4.1.2 Resultado da Free Elicitation ............................................................................ 45

4.1.3 Discussão do Estudo 1 ..................................................................................... 47

4.2 RESULTADOS DO ESTUDO 2 ........................................................................... 47

4.2.1 Caracterização da Amostra .............................................................................. 48

4.2.2 Análise dos Dados ........................................................................................... 50

4.2.3 Discussão do Estudo 2 ..................................................................................... 68

5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 70

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 73

APÊNDICES ............................................................................................................. 77

APÊNDICE A - Mensagem para Solicitação de Participação na Coleta de Dados .. 77

APÊNDICE B - Modelo de Questionário Aplicado no Estudo 2 ............................... 78

10

1 INTRODUÇÃO

O turismo, ao longo dos anos, ganha maiores proporções em todo mundo e

passa a receber atenção especial do governo de países, estados e cidades que

possuem representativo fluxo turístico ou que apresentam potencial para a prática da

atividade. “O turismo é visto como um importante contribuidor para o

desenvolvimento econômico em termos de investimento, emprego e balança de

pagamentos” (MIDDLETON, 2002, p. 4). Há também um interesse crescente na sua

potencial contribuição ambiental e cultural. Ao mesmo tempo, aumenta no meio

acadêmico o número de pesquisas que visam estudar os efeitos da referida

atividade.

O desenvolvimento do turismo acarreta um aumento da competitividade, a

qual leva a uma disputa entre destinos por mercados consumidores. O marketing,

então, se torna em “um assunto de vital importância [...] pois representa a principal

influência do gerenciamento que pode ser aplicada ao tamanho e comportamento

deste importante mercado global”. (MIDDLETON, 2002, p. 4) Nesse contexto, a

imagem dos destinos e seu papel no processo de escolha de um destino são

essenciais para os planejadores do turismo.

O destino turístico escolhido como objeto de estudo do presente trabalho foi a

cidade de São Paulo, visto que apresenta fluxo de turistas e conta com infra-

estrutura apropriada para o desenvolvimento do turismo. Para a escolha do destino,

levou-se ainda em consideração, a importância da cidade no cenário brasileiro e

mundial, uma vez que a mesma faz parte do maior complexo metropolitano da

América Latina.

De acordo com informações obtidas junto à Prefeitura da cidade de São Paulo

(2006) e à Empresa de Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo – SP TURIS

(2006), a cidade possui os seguintes equipamentos turísticos ou de apoio ao

turismo:

11

- três terminais rodoviários;

- 19 terminais de ônibus com 990 linhas;

- três aeroportos;

- 54 estações de metrô;

- mais de 12 mil restaurantes;

- 15 mil bares;

- 39 centros culturais;

- 88 museus;

- sete casas de espetáculo;

- 410 hotéis;

- oito centrais de informações turísticas fixas;

- 61 hospitais particulares e 40 públicos;

- 59 ruas de 51 tipos de comércio especializado;

- 53 parques e áreas verdes;

- 62.000 veículos disponíveis para locação;

- 40 agências de receptivo cadastradas.

Ainda para reforçar a importância do turismo para o município, segundo

dados da SP TURIS, no ano de 2006, a cidade registrou uma ocupação média

hoteleira de 64,74%.

De acordo com a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária -

INFRAERO - (SP TURIS, 2006), no ano de 2005, dos 43.100.000 desembarques

nacionais no Brasil, 24.404.824 ocorreram na cidade de São Paulo, e no mesmo

ano, o município de São Paulo recebeu 2.420.000 turistas internacionais e

24.404.824 turistas nacionais. A cidade possui uma área de 1.509 km2 e uma

população de cerca de 11 milhões de habitantes. (PREFEITURA MUNICIPAL DE

SÃO PAULO, 2005).

Como forma de ilustrar a importância da cidade de São Paulo no cenário

histórico-cultural do Brasil, o quadro a seguir (figura 1) apresenta a listagem de bens

tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, IPHAN, na

cidade.

12

Legenda : LBA – Livro de Belas Artes

LH – Livro Histórico LAEP – Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico

Figura 1 : Listagem de bens tombados pelo IPHAN na cidade de São Paulo Fonte : Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

Vale ainda lembrar alguns pontos turísticos de maior destaque na cidade.

Alguns deles fazem parte da listagem de bens tombados pelo IPHAN. Os principais

são apresentados abaixo de acordo com informações da SP TURIS:

1- MASP – Museu da Arte de São Paulo Assis Chateaubriand: Inaugurado em

outubro de 1947, o museu contém obras da escola italiana como Rafael, Andrea

BENS LIVRO TOMBO DATA Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo

LBA 8/7/1980

Casa da Sede do Sítio Mirim LH 6/3/1973 Casa Grande do Tatuapé LBA 22/10/1951 Casa Modernista – Rua Santa Cruz, 325

LBA/LAEP 14/10/1987

Coleção de Arte Antiga/ Religiosa do Museu de Arte Sacra

LBA 11/12/1969

Coleção de Arte do Museu de Arte de São Paulo

LBA 4/12/1969

Coleção Mario de Andrade – IEB/USP: Av. Prof. Mello Moraes

LBA/LH/LAEP 26/9/1996

Coleções Arqueológica, Etnográfica, Artística e Histórica do Museu Paulista

LBA 15/4/1938

Edifício Casa Grande Sítio Morrinhos ou Chácara de São Bento

LH 7/2/1948

Estação da Luz – Rua Mauá, 1 LBA/LH 10/10/1996 Igreja da Ordem Terceira do Carmo

LBA/LH 17/05/1999

Igreja de São Miguel LBA/LH 21/10/1938 Imagem NS da Purificação atribuída a Frei Agostinho de Jesus

LBA 22/12/1969

Imagem NS das Dores (Aleijadinho) – Museu de Arte Sacra

LBA 14/11/1969

Imagem São José (Aleijadinho) – século XVIII

LBA 14/11/1969

Imóvel Rua Bahia, 1126 LBA 14/8/1986 Imóvel Rua Itápolis, 961 LBA 14/8/1986 Mosteiro e Igreja da Imaculada Conceição da Luz e quintal

LBA/LH 16/8/1943

Museu Paulista, jardins, bosques, Parque da Independência e Casa do Grito

LBA/LH/LAEP 26/6/1998

13

Mantegna, Botticceli e Bellini; de pintores flamengos como Rembrandt, Frans Hals,

Cranach ou Memling e de espanhóis como Velazquéz e Goya. A maior parte do

núcleo de arte européia do MASP é de pintura francesa. Podem ser apreciados

quatro retratos das filhas de Luiz XV, pintados por Nattier, ou as alegorias das quatro

estações de Delacroix. Há várias obras de Renoir, Manet, Monet, Cézanne e Degas.

Dos pós-impressionistas é possível ver vários quadros de Van Gogh e de Toulouse-

Lautrec. Um dos destaques do acervo é o espaço dedicado à coleção completa de

esculturas de Edgar Degas. Uma coleção de bronzes, feita em tiragem de 73 peças,

só pode ser vista integralmente no Masp e em poucos museus como no Metropolitan

em New York ou no Museu D`Orsay em Paris.

2- Memorial da América Latina: Inaugurado em 18 de março de 1989, no bairro da

Barra Funda, o memorial foi criado para difundir as manifestações latino-americanas,

com o objetivo de interagir relações culturais, políticas, econômicas e sociais. Em

uma área com 84.480 m², o arquiteto Oscar Niemeyer criou o espaço a partir do

projeto cultural desenvolvido pelo sociólogo brasileiro Darcy Ribeiro, que defendeu a

integração da América Latina.

3- Museu de Arte Sacra e Mosteiro da Luz: O mosteiro, fundado e construído em

1774 por Frei Galvão, é a construção arquitetônica colonial considerada a mais

importante do século XVIII em São Paulo e já foi declarada como “Patrimônio

Cultural da Humanidade” pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a

Ciência e a Cultura – Unesco. O museu abriga relíquias da arte barroca que datam

do século XVI até os dias atuais, como pratarias e ourivesarias religiosas, pintura,

mobiliário, retábulos, altares, vestimentas sacras e livros litúrgicos raros. A coleção

de lampadários só é menor que a dos Museus Vaticanos e também há uma rica

coleção de ícones russos. Podem ser vistas peças de Aleijadinho (1730-1814), Frei

Agostinho da Piedade (1580 - 1661), Frei Agostinho de Jesus (1600 - 1661), Manuel

da Costa Athayde (1762 - 1830), Padre Jesuíno do Monte Carmelo (1764 - 1819),

além de telas de Benedito Calixto e Anita Malfatti.

4- Memorial do Imigrante: composto pelo Museu da Imigração, o Centro de Pesquisa

e Documentação, o Núcleo Histórico dos Transportes e o Núcleo de Estudos e

Tradições. O visitante tem a oportunidade de reviver o início do século 20 nos

passeios de bonde e maria-fumaça. A estação ferroviária foi recriada no local para

ambientar o percurso que vai até a Rua da Mooca. Foram reconstituídos o carro-

14

bagagem, o carro de passageiros de segunda classe, de 1900, e um carro de

passageiros de primeira classe, de 1914, da antiga São Paulo Railway.

5- Museu do Ipiranga: Conta com um acervo de mais de 125 mil peças, entre

mobiliários, trajes e utensílios que pertenceram a figuras da história brasileira como

bandeirantes, imperadores e barões paulistas do café. Há ainda coleções de armas

brancas, peças da Revolução Constitucionalista de 1932 e uma sala reservada a

Santos Dumont, com maquetes de seus aparelhos e objetos de uso pessoal. Além

disso, as instalações do Museu abrigam uma biblioteca com 100 mil volumes, um

Centro de Documentação Histórica, com 40 mil manuscritos e laboratórios de

conservação e restauração de peças e documentos.

6- Catedral da Sé: Palco de acontecimentos históricos, a catedral que foi inaugurada

em 25 de janeiro de 1954 na comemoração do 4º Centenário da cidade de São

Paulo, é um dos cinco maiores templos neo-góticos do mundo. Em frente à catedral,

está localizado o Marco Zero da cidade de São Paulo.

7- Avenida Paulista: A avenida, que oferece uma rica variedade de programas

culturais, teve sua primeira via inaugurada em dezembro de 1891. Hoje, com

extensão de 2,8 quilômetros, abriga o MASP, a Casa das Rosas, concebida em

1953 por Ramos de Azevedo nos padrões do classicismo francês, além de diversos

cinemas, teatros, centros culturais e cafés.

8- Instituto Butantã: Criado em fevereiro de 1901, o Instituto Butantã é um centro de

pesquisa biomédica, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo,

responsável pela produção de mais de 80% do total de soros e vacinas consumidas

no Brasil. O Butantã mantém 3 museus – Biológico, Histórico e Microbiológico – e

um parque.

9- Terminal 25 de Março: Está localizado próximo à rua homônima, que é uma das

mais famosas vias de consumo da cidade de São Paulo.

10-Cinemateca Brasileira: Contém cerca de 200 mil rolos de filmes, que

correspondem a 30 mil títulos entre longas e curtas. São obras de ficção,

documentários, cinejornais, filmes publicitários e registros familiares, nacionais e

estrangeiros, produzidos desde 1895. Possui também um amplo arquivo de

documentos formado por livros, revistas, roteiros originais, fotografias e cartazes.

11- Estação da Luz: Aberta ao público em 1º de março de 1901, a Estação da Luz

ocupa uma área de 7.500 metros quadrados do Jardim da Luz, onde se encontram

as estruturas trazidas da Inglaterra que copiam o Big Ben e a abadia de Westminter.

15

Em 1982 o complexo arquitetônico da Estação da Luz foi tombado pelo Conselho de

Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico - CONDEPHAAT.

12- Galeria do Rock: famoso prédio na Rua 24 de Maio, no centro da cidade de São

Paulo, oficialmente chamado Centro Comercial Grandes Galerias, foi inspirado na

escola de Oscar Niemeyer e projetado por Alfredo Mathias. Possui 450 lojas, sendo

218 específicas do segmento de rock

13- Parque do Ibirapuera: inaugurado em agosto de 1954, seu projeto de construção

teve a participação do renomado arquiteto Oscar Niemeyer em parceria com o

famoso paisagista Roberto Burle Marx. No entorno do parque há atrações como

Museu de Arte Moderna (MAM), o Pavilhão da Bienal, a Oca e suas exposições

temporárias, o Pavilhão Japonês, o Planetário e o Viveiro de Botânica. Além disso,

há várias áreas para atividade física, ciclovia, 13 quadras e playgrounds.

14- Jardim Botânico: Pertence ao Parque Estadual das Fontes do Ipiranga e faz

parte do Instituto de Botânica de São Paulo. Sua área de 360 mil m² de mata

atlântica abriga 380 espécies de árvores, utilizadas para fins de pesquisa e

conservação. Entre as atrações, destaca-se o Jardim de Lineu, cuja estrutura

paisagística é inspirada no Jardim Botânico de Uppsala, na Suécia.

15- Zoológico de São Paulo: Criado em 1957, sofreu diversas transformações e é

considerado o maior zoológico do Brasil. Ocupa uma área de aproximadamente

900.000 m², em sua maior parte coberta por Mata Atlântica e abriga as nascentes do

histórico riacho Ipiranga, cujas águas formam os lagos que acolhem exemplares de

aves de várias espécies exóticas nativas, além de aves migratórias.

16- Liberdade: Bairro onde se concentram manifestações culturais nipônicas, com

especial destaque para a arquitetura peculiar do bairro em estilo japonês. O bairro

contém diversos restaurantes e lojas de artigos típicos do Japão.

17- Museu da Casa Brasileira: Único museu do país especializado em design e

arquitetura. Possui acervo permanente, além de móveis dos séculos XVII, XVIII, XIX

e XX. Há também objetos em cobre e esculturas em bronze.

18- Pátio do Colégio: Lugar que marca o nascimento de São Paulo a partir da

construção de uma pequena cabana de pau-a-pique onde se reuniam 13 jesuítas,

entre eles José de Anchieta. Em dezembro de 1556 a casa foi ampliada para abrigar

o colégio dos jesuítas. Com a expulsão dos religiosos determinada em 1759 pelo

Marquês de Pombal, o Pátio do Colégio se tornou o Palácio dos Governadores entre

os anos de 1765 e 1908. Nessa época, grande parte do acervo da igreja se perdeu

16

devido a um desmoronamento. O local só voltou a sua vocação original entre 1932 e

1953, quando foi transformado em Secretaria da Educação. Hoje, o museu

composto por sete salas, expõe coleções de arte sacra, uma pinacoteca, objetos

indígenas, uma maquete de São Paulo no século XVI, a pia batismal e antigos

pertences de Anchieta.

19- Praça da República: A praça, que já foi palco de manifestações históricas, é

famosa por abrigar uma feira de artesanato de diversos estados do Brasil.

20- Sala São Paulo: Foi a estação inicial da Estrada de Ferro Sorocabana, o

principal meio de transporte de café em São Paulo. Com o fim da era do café,

somado à degradação da região central de São Paulo e do transporte ferroviário no

Brasil, o prédio foi dividido: uma parte abrigou durante o regime militar o

Departamento de Ordem Política e Social; outra parte do edifício seguiu destinada

ao transporte, sendo utilizada pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, o

que ocorre ainda nos dias de hoje. Em 1990, surgiu a proposta de recuperar a

estação e transformar parte de seu edifício na sede da Orquestra Sinfônica do

Estado de São Paulo, a Sala São Paulo, hoje considerada a melhor sala de

concertos da América Latina.

21- Museu da Língua Portuguesa: Situado na estação da Luz, o museu tem a

finalidade de apresentar a língua portuguesa em um ambiente envolto por um estilo

high-tech.

22- Solar da Marquesa: O prédio é uma grande relíquia do século XVIII, considerado

um exemplo de arquitetura urbana da época. Dona Maria Domitila de Castro e Mello,

a Marquesa de Santos, entrou para a história do país como amante do imperador

Dom Pedro I e para a história da cidade de São Paulo em 1834 ao comprar o

sobrado aristocrata na cidade. Ao visitar o Solar, é possível encontrar vários

utensílios domésticos e parte do mobiliário da época. O Solar da Marquesa fica ao

lado do Pátio do Colégio

23- Vale do Anhangabaú: Localizado no centro da cidade, entre os Viadutos do Chá

e Santa Ifigênia. O Vale reúne o prédio da Prefeitura de São Paulo, o Teatro

Municipal, a Escola Municipal de Balé, o Conservatório Dramático e Musical de São

Paulo e um campus universitário. Muitas manifestações culturais ocorreram no vale.

A mais significativa delas foi o Comício das Diretas Já, em 16 de abril de 1984.

24- Vila Madalena: Lugar bastante eclético da cidade que possui diversas opções de

gastronomia e compras.

17

Tomando conhecimento dos dados sobre a infra-estrutura turística da cidade

de São Paulo, de sua importância histórico-cultural no Brasil e de seu potencial

turístico, houve o interesse em estudar a imagem desse município, como elemento

para seu sucesso na atividade turística.

Dois problemas de pesquisa norteiam o estudo: Como o público jovem da

Região Metropolitana do Rio de Janeiro percebe a imagem da cidade de São Paulo

como um destino turístico?; Qual a influência potencial da imagem percebida pelo

público estudado na intenção de visitar a cidade de São Paulo?

O objetivo geral do trabalho é o de compreender o processo de formação da

imagem dos destinos turísticos. Os objetivos específicos são identificar a formação

da imagem do destino turístico cidade de São Paulo a partir da visão do público

jovem da Região Metropolitana do Rio de Janeiro e verificar a influência potencial da

imagem percebida pelo público-alvo na intenção de visitar o referido destino turístico.

Para atingir tais objetivos, foi escolhida como público-alvo a Região

Metropolitana do Rio de Janeiro, que compreende as cidades de Belford Roxo,

Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Niterói,

Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de

Meriti, Seropédica e Tanguá (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE,

2007). A região forma a segunda maior metrópole do Brasil e sua principal cidade, o

Rio de Janeiro, está apenas a 429 km da cidade de São Paulo. A Região

Metropolitana do Rio de Janeiro ostenta um Produto Interno Bruto de R$

172.563.073.000, constituindo o segundo maior pólo de riqueza nacional (IBGE,

2007).

Para Petrocchi (2004, p.240) ao ser feita uma segmentação geográfica, os

destinos devem ver como público-alvo, segundo o grau de importância, o próprio

destino, o entorno, municípios vizinhos e estados vizinhos, respectivamente. No

presente trabalho, a segmentação está nesse último nível, visto que Rio de Janeiro e

São Paulo são estados vizinhos.

Esse trabalho monográfico limita-se a investigar a mensuração da imagem da

cidade de São Paulo a partir da decomposição de seus atributos. Porém, o estudo

da imagem pode envolver diversas interpretações e metodologias usadas a fim de

conhecer melhor esse importante elemento do planejamento da atividade turística

18

nos destinos. O trabalho também pretende contribuir para o aumento da literatura

existente sobre a mensuração da imagem dos destinos turísticos no Brasil.

O conteúdo do trabalho está organizado em 5 capítulos. O capítulo 1

apresenta o tema de pesquisa, assim como os objetivos do trabalho. O capítulo 2

apresenta a revisão de literatura sobre o tema. O capítulo 3 expõe a metodologia

utilizada para a elaboração do trabalho. O capítulo 4 mostra os resultados dos

estudos realizados. O capítulo 5 apresenta as conclusões e contribuições da

pesquisa. Ao final, são apresentadas as referências utilizadas para o embasamento

teórico.

19

2 REVISÃO DE LITERATURA

A revisão de literatura aborda primeiramente o conceito de Marketing

Turístico. Em seguida, são vistas as noções de marca e imagem até chegar ao

estudo da mensuração da imagem de um destino turístico.

2.1 MARKETING TURÍSTICO

Para Ruschmann (2001, p. 36) “o marketing turístico diferencia-se do

marketing tradicional por oferecer ao consumidor um bem intangível: viver uma

experiência”.

A definição mais apropriada de marketing turístico, segundo Acerenza (1991,

p. 22), é a formulada por Krippendorf1 (1971) da seguinte forma:

Por marketing turístico entende-se a adaptação sistemática e coordenada das políticas dos que empreendem negócios turísticos, privados ou estatais, no plano local, regional, nacional e internacional, para a satisfação plena de certos grupos determinados de consumidores, e obter desta forma, um lucro apropriado.

Na definição, estabelece-se como princípio básico a coordenação das

políticas entre os setores público e privado, o que leva a identificar o papel de cada

um dos agentes que intervêm no gerenciamento de marketing do destino, que são

fundamentalmente o organismo nacional de turismo e os prestadores de serviço

turístico.

1 KIPPENDORF, Jost. Marketing et tourisme. Berna: Edições Lang, 1971.

20

De acordo com Acerenza (1991), o organismo nacional de turismo tem como

papel a responsabilidade quanto à elaboração do produto e quanto ao processo de

comercialização. Os prestadores de serviço são responsáveis pela promoção do

produto específico e pela projeção da imagem do país. A esse respeito, Acerenza

(1991, p. 26) observa que:

os prestadores de serviço têm, portanto, uma dupla responsabilidade social a cumprir, com a comunidade a qual pertencem, por um lado; e com o país que representam durante o desenvolvimento de suas ações no exterior, por outro. Por esse motivo, devem contribuir a todo momento, para uma projeção ou para uma consolidação de uma boa imagem no país no exterior, uma vez que o que se promove em última estância nos mercados exteriores é o país como um todo.

Middleton (2002, p. 368), por sua vez, ressalta que para desenvolver e

implementar imagens de sucesso, é necessária

uma pesquisa detalhada do consumidor e um talento criativo em relação à atração intrínseca que o destino exerce sobre os visitantes. Isso geralmente é uma função que apenas a [National Tourism Organization] NTO pode realizar, e somente uma NTO/DMO [Destination Marketing Organization] pode comunicar o posicionamento escolhido à indústria turística.

O autor supracitado ainda ressalta a imagem de um destino como um dos

cinco componentes principais do produto turístico. Para Middleton (2002, p. 135), os

cinco componentes principais do produto turístico são:

• Atrações no destino e meio ambiente; • Instalações e serviços no destino; • Acessibilidade ao destino; • Imagens do destino; • Preço para o consumidor.

21

2.2 O ESTUDO DA MARCA

A Associação Americana de Marketing (apud KOTLER; GERTNER, 2002, p.

249) define marca como “um nome, termo, sinal, símbolo ou a combinação desses

elementos, cuja finalidade é a de identificar produtos ou serviços de um vendedor ou

grupo de vendedores e diferenciá-los de seus competidores”. Para os autores

citados, marcas representam uma promessa de valor e podem incitar crenças,

evocar emoções e induzir comportamentos. Elas podem adicionar ou subtrair o valor

percebido de um produto.

As origens da marca, na visão de Middleton (2002), podem ser remetidas à

época grega e romana, através dos artesões da Idade Média, até a marca dada aos

rebanhos das fazendas americanas no século XX. Para o autor, todas essas antigas

noções de marca identificavam atributos fundamentais de: declaração de

propriedade; meios de identificar um produto ou serviço para compradores e

distingui-los da concorrência; símbolo aos quais podiam se associar as expectativas

de qualidade.

É pela marca, que tipicamente se comunica a imagem. Na visão de Middleton

(2002, p. 144), “uma marca não é um ativo vivo e seu valor irá se depreciar com o

tempo se privada do investimento e da habilidade do gerenciamento de marketing”.

O termo brand equity, usado para descrever o valor de uma marca, possui

cinco dimensões: consciência, associações, qualidade percebida, lealdade, e outras

propriedades tais como patentes e marcas registradas.2 (AAKER, 1991, apud COBB-

WALGREN, RUBLE, DONTHU, 1995, p. 27). Essas dimensões resumem a

percepção total da marca.

Brand equity pode ser discutido sob a perspectiva do investidor, do fabricante,

do varejista ou do consumidor. A marca adiciona valor para cada um desses grupos.

Investidores possuem motivação financeira para extrair o valor de uma marca e agregá-lo a outras questões da empresa. Fabricantes e varejistas, por outro lado, estão mais motivados por implicações estratégicas da marca. Para o fabricante, o brand equity fornece vantagem diferencial que permite que a empresa gere maiores volume e lucro. Brand equity proporciona uma forte plataforma para a introdução de novos produtos e isola a marca de

2 AAKER, David A. Managing brand equity. New York: Imprensa livre, 1991.

22

ataques de competidores. Na perspectiva do mercado, brand equity contribui para a imagem total do ponto de venda, o que atrai clientes, assegura volume de venda consistente e diminui risco em destinar espaço para o produto na prateleira. (COBB-WALGREN, RUBLE, DONTHU, 1995, p.26)

Keller3 (1999, apud BONG NA, MARSHALL, KELLER, 1999) apontou dois

estágios do desenvolvimento do valor da marca, que são nível de consciência e

nível de imagem. O nível de consciência é simplesmente descrito e medido por

reconhecimento e lembrança. O nível de imagem, contudo, não pode ser avaliado

apenas pela medição de seus atributos, mas deve incluir também uma medição das

percepções dos consumidores dos valores e benefícios alcançados ao usar a marca.

(AAKER, 1991; KELLER, 1993)

Yoo, Donthu e Lee (2000) elaboraram um esquema conceitual (figura 2)

baseado em Aaker (1991). Nesse esquema, o composto de marketing, que para os

autores compreende preço, imagem da loja, intensidade da distribuição, gastos com

propaganda e promoções de preços, influencia as dimensões do valor da marca,

que por sua vez aumentam o valor da própria marca. A contribuição dos autores

nesse modelo é a de adicionar antecedentes ao valor da marca, que são as

atividades de marketing, assumindo que elas têm efeitos significantes nas

dimensões do valor da marca, propostas por Aaker (1991). Quando o valor da marca

é aumentado, mais valor é gerado para o cliente e para a empresa.

3 KELLER, K.L. Conceptualizing, measuring, and managing customer-based brand equity. Journal of Marketing , v. 57, Jan. 1993.

23

Figura 2: Esquema conceitual de brand equity Fonte: Yoo; Donthu; Lee (2000)

2.2 A IMAGEM DE DESTINOS TURÍSTICOS

De acordo com Tasci e Kozak (2006), imagem e marca são conceitos que se

correlacionam, nos quais a imagem é uma parte importante do desenvolvimento da

marca de um destino. Para Kotler e Gertner (2002) como as características dos

produtos são facilmente copiadas, as marcas têm sido consideradas importantes

ferramentas de marketing para criar a diferenciação de um produto. O

gerenciamento da marca de um lugar é um componente do marketing turístico e o

promove não apenas para o turismo, mas também para investimentos internos e

criação de empregos (FAN, 2006).

No entender de Petrocchi (2004, p. 256), o projeto de uma marca

não é uma execução ou um desenho. É uma visão, um sentimento, uma sensibilidade que seja capaz de capturar um significado adjacente. Esse significado pode ser expresso por meio de palavras, ou visualmente, por meio de figuras e imagens.

Valor da

Marca

Valor para a

Empresa

Valor para o

cliente

Composto

de

Marketing

Dimensões

do Valor da

Marca

24

O destino de turismo poderia ter sua marca formada pela consideração de

dois fatores básicos: o que o destino tem para vender; o que o turista quer comprar.

Esses fatores

se fundem para alimentar a criação de uma logomarca e de um slogan. Há marcas que perdem qualidade por utilizar um grande número de elementos no seu desenho. Quanto menor o número de elementos, melhor para a marca cumprir suas finalidades. (PETROCCHI, 2004, p.257).

Middleton (2002, p. 144) identifica os seguintes benefícios específicos de

uma marca bem sucedida no setor de turismo, a seguir:

• Redução da vulnerabilidade aos eventos externos não previstos no setor turístico;

• Redução de riscos ao consumidor no momento da compra, sinalizando a qualidade e o desempenho esperados de um produto intangível;

• Facilitação de uma segmentação mais precisa de marketing, atraindo alguns clientes e repelindo outros;

• Fortalecimento de um entendimento comum, com o fim de dar certa unidade de objetivo para funcionários, residentes e negócios similares em um destino.

• Uma arma estratégica para o planejamento do turismo a longo prazo, como por exemplo, o adotado pela British Airways no seu reposicionamento como uma companhia aérea global;

• Uma marca internacional claramente reconhecida pode ser usada de forma efetiva por negócios de comunicação e distribuição na Internet, por meio de banners e portais.

Kotler e Gertner (2002, p. 250) levantam a questão de um país poder ser uma

marca. Segundo os autores, mesmo quando um país não gerencia conscientemente

seu nome como uma marca, as pessoas ainda têm imagens do país que podem ser

ativadas pela simples lembrança do nome.

Middleton (2002, p.145) ressalta a diferença entre marcas corporativas e

marcas de destino. De acordo com o autor, marcas líderes corporativas em viagens

e turismo, como Accor, Disney e Thomas Cook, estão sob o controle total do

gerenciamento. Marcas líderes de destino, como Londres e Nova York, têm que

confiar na persuasão e na cooperação, não estão no controle total do gerenciamento

e é muito mais difícil torná-las efetivas. Marcas corporativas de peso, como Club

Mediterraneé, podem anular as marcas de destino mais fracas das ilhas em que

estão localizadas. “Quanto mais local for a marca do destino, mais fraca ela deverá

25

ser, em grande parte devido ao nível de orçamento disponível para pesquisar,

comunicar a marca e ganhar suporte local para ela”. (MIDDLETON, 2002, p. 145)

Com relação à imagem de um destino, Kotler e Gertner (2002, p. 251) a

definem como:

o conjunto de crenças e impressões que as pessoas possuem sobre lugares. Imagens representam a simplificação de uma grande quantidade de associações e informações relacionadas a um lugar. Elas são um produto da mente que tenta processar informações essenciais de uma grande quantidade de dados sobre um lugar.

Goodall4 (1992 apud O’LEARY e DEEGAN, 2005) chama atenção para o

fato de que a imagem forma a base do processo de avaliação ou seleção dos

destinos e promove uma ligação entre as motivações dos turistas e a seleção do

destino. O mesmo autor ainda sugere que quando preços são semelhantes, a

imagem é o fator decisivo para a seleção do destino. Por isso, o estudo da imagem é

relevante para os destinos que queiram aumentar de forma qualitativa ou

quantitativa seu fluxo turístico. Segundo O’Leary e Deegan (2005, p.248),

imagens em turismo são importantes por causa de seu papel no processo de decisão dos turistas potenciais. Elas também são significantes por afetarem o nível de satisfação da experiência do turista, a qual é crítica em termos de estimular o boca a boca e o retorno do turista ao destino.

Para o destino ser provido de forma bem sucedida em um determinado

mercado ele deve “ser diferenciado de seus competidores ou posicionado

positivamente” (ECHTNER; RITCHIE, 2003, p. 37). A diferenciação e o

posicionamento desejados podem ser alcançados com a criação e o gerenciamento

de percepções, ou imagens, que visitantes potenciais têm sobre o destino. De

acordo com Kotler e Gertner (2002, p. 254) para ser efetiva, a imagem desejada

deve estar próxima da realidade, simples, apelativa e diferente, pois já há muitos

“lugares amigáveis” lá fora.

4 GOOGALL, B. How tourists choose their holidays: An analytical framework. In:__. Marketing in the

tourism industry : The promotion of destinations regions. Londres: Routledge, 2002.

26

Baloglu (1999) apresenta um modelo geral para a formação da imagem de

um destino, baseado principalmente em fatores pessoais e fatores de estímulo

(Figura 3).

Figura 3: Modelo geral de formação da imagem de um destino Fonte: Baloglu (1999)

A influência de diversas fontes de informação e seu papel na formação da

imagem de um destino foram colocados em contexto por Gunn5 (1988, apud

Etchner; Ritchie, 2003, p. 38) em seu modelo de sete fases da experiência de

viagem, a seguir:

1- Acumulação de imagens mentais sobre experiências de férias; 2- Modificação dessas imagens por novas informações; 3- Decisão de fazer uma viagem de férias; 4- Viagem ao destino 5- Participação no destino; 6- Retorno à casa; 7- Modificação das imagens baseadas na experiência de férias.

Nesse modelo podem ser identificados três estados de formação da imagem

do destino nas fases 1, 2 e 7. Nas fases 1 e 2, as imagens são formadas por fontes

de informações secundárias, enquanto que na fase 7, a experiência em si é usada

para modificar a imagem (ETCHNER; RITCHIE, 2003).

Para Kotler e Gertner (2002, p. 251), a imagem de um destino resulta de sua

geografia, história, proclamações, arte e música, cidadãos famosos e outras

5 GUNN, C. Vacationscapes: Designing tourist regions. New York: Van Nostrand Reinhold, 1988.

Fatores Pessoais

• Psicológicos

� Valores � Motivações � Personalidade

• Social � Idade � Educação � Estado Civil � Outros

Imagem do

Destino

• Percebida/ Cognitiva

• Afetiva

• Global

Fatores de

Estímulo

• Fontes de Informação

� Quantidade � Tipo

• Experiência anterior

• Distribuição

27

características. Os autores usam o exemplo da Grécia e da Turquia para

expressarem seu ponto de vista. Eles se perguntam por que há mais turistas que

visitam a Grécia e não a Turquia. Segundo esses autores, os turcos afirmam ter um

maior litoral, águas limpas e sítios arqueológicos excelentes. Contudo, um maior

número de turistas continua a procurar por sol e antiguidades gregas, ao invés de

irem ao país vizinho.

Fan (2006) chama atenção para o fato de que a formação da marca de uma

nação enfrenta desafios únicos. Primeiro porque a identidade nacional é difícil de ser

definida, logo a imagem de uma nação tende a ser nebulosa e complexa. Em

segundo lugar, o que o autor considera como o maior desafio, é como comunicar

uma imagem ou mensagem para diferentes públicos em diferentes países. Em sua

opinião, é quase impossível usar uma imagem singular ou central sobre um país que

possa ser divulgada por diferentes setores industriais. Por último, o autor ressalta

que é preciso considerar a questão do tempo na marca de uma nação. Muitos dos

estereótipos e associações culturais que dizem respeito a uma nação têm suas

origens em séculos de histórias e não são esquecidos pelo consumidor face a novas

campanhas de marketing.

Embora Acerenza (1991), Middleton (2002) e Fan (2006) se refiram a uma

nação ao estudar a imagem de destinos turísticos, neste trabalho são utilizadas suas

idéias para a análise do papel dos agentes de um município, no caso o de São

Paulo.

Muitas são as pesquisas que trabalham a imagem de destinos turísticos sob

diferentes aspectos, publicadas principalmente no exterior.

Na bibliografia nacional existem trabalhos que destacam o papel da

divulgação da imagem. Um deles é o de Ituassu e Oliveira (2004) que analisou como

uma campanha publicitária chamada de Destino Brasil, do Instituto Brasileiro de

Turismo - EMBRATUR - contribuiu para a formação da imagem do país. Por meio de

entrevistas com especialistas e da análise de conteúdo de peças publicitárias, as

autoras chegaram à conclusão de que a campanha teve qualidade estética, porém

com equívocos de posicionamento, ao se afirmar que o Brasil é o país ideal para

qualquer tipo de turista, ampliando o foco do produto em vez de restringi-lo, o que

está na contramão do que defendem estudiosos do assunto. Para as autoras, a

campanha desconsiderou que é impossível ser tudo para todos e tentou passar a

28

imagem de um Brasil múltiplo e interessante para todos os públicos. Ao transmitir

essa imagem, pode ter tornado a decisão de compra do turista mais complexa.

Uma outra pesquisa, a de Oliveira (2006), discutiu a imagem da Bahia por

meio do estereótipo da preguiça do povo baiano na divulgação do Estado como

destino turístico. O autor também utilizou como técnica de pesquisa uma análise de

uma peça publicitária encomendada pela Bahiatursa - órgão oficial de Turismo da

Bahia. Na peça analisada estava presente o slogan “Aqui, suas férias vão ficar com

preguiça de acabar.” Para o autor, A preguiça baiana seria um perfil construído

historicamente e reforçado pela mídia, que reproduz os interesses da elite. Segundo

o autor, desde o século XVI, a elite local depreciava os negros escravos, descritos

como desorganizados e sujos, depois como analfabetos e sem conhecimento, e,

finalmente, como preguiçosos. A indústria do turismo e da festa apropriou-se de

símbolos da cultura afro-descendente para divulgar a Bahia como um espaço do não

trabalho, contribuindo para a construção do estereótipo da preguiça.

Zottis (2004) mostrou como os cartazes utilizados na Festa da Uva, durante o

período de 1950 a 2002, em Caxias do Sul contribuíram para a imagem turística da

cidade. Assim como a de outros autores, essa pesquisa analisou o papel da

propaganda na formação da imagem. A uva era o símbolo presente em todos os 19

cartazes estudados, em diferentes proporções. A partir da análise dos cartazes, a

autora fez uma reflexão sobre até que ponto diversos públicos conseguem dissociar

a Festa da Uva da imagem de Caxias do Sul.

Sales e Rezende (2006), por outro lado, escolheram um meio de transporte

freqüentemente utilizado por turistas independentes, os táxis, e investigaram a sua

importância para a formação da imagem da cidade de Juiz de Fora/ MG. A pesquisa

objetivou encontrar dados empíricos sobre a importância da qualificação profissional

dos taxistas e sua influência na experiência do turista, que por sua vez influencia

diretamente na formação da imagem de uma localidade. Para isso, foram realizadas

entrevistas semi-estruturadas com 17 taxistas. Na visão dos taxistas, o táxi também

é colocado como “cartão de visita” da cidade, fonte de informação e divulgação,

sendo função deles apresentar a cidade da melhor maneira ao turista. A maioria dos

taxistas se sentia preparada para o exercício da profissão, no entanto, somente 35%

deles passaram por algum tipo de treinamento específico para atuar na área. Sobre

a importância dos táxis na construção da imagem da cidade, esteve presente no

ideário dos taxistas a questão do primeiro contato. Eles entendiam ser o seu serviço

29

a “carta de apresentação da cidade”, a “linha de frente da cidade” e “o retrato da

cidade”.

Ruschmann (2001) fez um estudo das ações publicitárias do turismo brasileiro

na cidade de São Paulo. Embora a pesquisa tenha sido realizada em 1985, portanto,

não comportando dados recentes, ela envolve a cidade que é objeto do presente

trabalho. Saber se as campanhas publicitárias de produtos turísticos eram

adequadas à realidade existente e se as agências de propaganda, operadores e

agentes turísticos realizavam pesquisas para conhecer as características de

mercado constituíram-se os objetivos da pesquisa realizada por Ruschmann. Essa

mesma autora ainda investigou a influência das ações publicitárias no

comportamento dos turistas e propôs uma abordagem específica para a divulgação

de produtos turísticos. Para isso, foram distribuídos questionários para operadores

turísticos, agentes de viagem e turistas. Os principais resultados revelaram que a

maioria dos operadores e agentes entrevistados não realizava nem adquiria

pesquisas de mercado e, consequentemente, não conhecia sua demanda. Também

não sabiam ao certo que meios publicitários e promocionais influenciavam no seu

processo de decisão por um destino turístico. Outro resultado é que a maioria dos

turistas declarou viajar em busca de oportunidades de lazer, recreação e belas

paisagens, enquanto que os empresários acreditavam que eles viajavam

estimulados por bons preços e pela oportunidade de fazer compras no núcleo

receptor.

Leal (2004) mostrou a relevância da imagem para a escolha dos destinos.

Para ele são raros os trabalhos que dissertam sobre o tema no Brasil e os mesmos

são extremamente recentes. O autor destacou dois modelos sobre o processo de

escolha dos destinos: o de Woodside e Lysonski de 1989 e o de Um e Crompton de

1990. Woodside e Lysonski6 (1989 apud LEAL, 2004) citam as fontes de

informações como um dos principais fatores que deixam o visitante ciente da

existência de um destino e fazem com que o mesmo opte por um deles. Depois das

fontes de informação, passa-se a considerar variáveis pessoais como, por exemplo,

estilo de vida e faixa etária; e variáveis de marketing, como preço e promoção. Estas

duas categorias de variáveis, segundo os autores, levam o viajante a um conjunto de

6 WOODSIDE, A. G., LYSONSKI, S. A general model of traveler destination choice. Journal of Travel Research, v. 27, n. 4, p. 8-14, 1989.

30

destinos conhecidos. Este conjunto se divide entre destinos possíveis e impossíveis

de se visitar, destinos que remetem a experiências desagradáveis e os que não

geram nenhum tipo de sentimento. É neste momento que associações afetivas

induzem o viajante a escolher um determinado destino.

Para Um e Crompton7 (1990, apud LEAL, 2004) um conjunto de destinos

conhecidos é o ponto de partida para o processo de escolha. Este conjunto é

influenciado por fatores externos e internos que geram um conjunto menor de

destinos que possibilitam a decisão. O conjunto inicial de destinos conhecidos pelo

viajante é influenciado por experiências prévias, textos e imagens de material

promocional e mídia, e informações e comentários de outros viajantes. A obtenção

destas informações neste momento é feita de forma passiva, o viajante não procura

por elas. Por outro lado, a evolução deste conjunto inicial para um outro com um

número reduzido de destinos acontece com base nos fatores internos, como

características sócio-psicológicas motivações e valores.

Na bibliografia internacional há diversos estudos relacionados ao

gerenciamento da marca de um destino, em inglês branding, porém para esse

estudo foi destacado o de Lee, Cai e O’Leary (2005), no qual houve uma análise dos

elementos de construção da marca em 50 websites turísticos oficiais dos estados

que compõem os Estados Unidos. O principal elemento de análise foi o slogan. Para

os autores, um bom slogan deve expressar proposições únicas de venda (USP∗) da

marca do destino ao público. Esses pesquisadores citaram o estudo de Richardson e

Cohen (1993), o qual distingue as USPs das demais proposições de venda, visto

que são proposições com informações suficientemente substanciais sobre produtos

para serem verdadeiras ou falsas, com afirmações coerentes e que informam os

consumidores sobre benefícios genuínos do produto.

Nos sites pesquisados por Lee, Cai e O’Leary (2005), foram avaliados os

seguintes itens: imagens gráficas/ verbais consistentes com os slogans, elementos

da imagem condizentes uns com os outros, mensagens que refletem proposições

únicas de venda comunicadas pelo slogan, mercado-alvo claro, texto claro e legível,

gráficos e figuras apelativas, figuras que reforçavam o conteúdo do texto, imagens

7 UM, S., CROMPTON, J. Attitude determinants in tourism destination choice. Annals of Tourism Research , v. 17, n. 3, p. 432-448, 1990. * USP – Unique Selling Propositions

31

usadas para melhorar a estética do site, cor usada para ressaltar o apelo visual do

site, site apelativo como um todo. Como principais resultados, os autores

encontraram sites que podem ser agrupados em cinco categorias, a seguir:

1- Compre-nos porque somos bons: com slogans que não identificam a marca nem

proposições únicas de venda, como por exemplo o Alasca com o slogan

“Inesquecível”.

2- Baseados em atributos comuns: enfatizam atributos que não são únicos do lugar,

com o estado de Missouri com o slogan “Onde os rios correm”, que tenta enfatizar a

beleza de seus rios. Contudo, muitos outros estados também têm rios.

3- Baseados em atributos únicos: que comunicam proposições únicas de venda,

com características e atrativos únicos do lugar, como o Arizona, com “Estado do

Grand Canyon”.

4- Apelo exclusivo: que evocam emoções, como o de Nova York, como o slogan “I ♥

NY”, usado desde 1977.

5- Joe Médio**: com slogans com significados e imagens ambíguas, como o da

Nova Jersey com “Nova Jersey e você, perfeitos juntos”.

Lee, Cai e O’Leary (2005) concluem que para maximizar o efeito de

construção da marca na Internet, os estados devem desenvolver sites turísticos

regionais baseados em alianças estratégicas; é essencial manter a consistência

entre os elementos da marca, com slogans que refletem a personalidade do destino;

e que os sites analisados mostram esforços limitados para informar as

características do destino para turistas estrangeiros, dando grande ênfase aos

nacionais.

Tasci e Kozak (2006) compararam os conceitos de marca e imagem em

destinos turísticos. Os autores entraram em contato com pesquisadores e estudiosos

da área de turismo em diversas partes do mundo, com o intuito de que eles

estabelecessem uma definição acerca dos conceitos. Eles tiveram um baixo retorno

no que se refere à quantidade de respostas obtidas, mas puderam chegar à

conclusão de que existe uma falta de consenso nas definições dadas pelos

estudiosos.

____________________

** O autor não explica o que seria Joe Médio.

32

Hanlan e Kelly (2004) analisam a formação da imagem por meio de fontes de

informação no nordeste da Austrália. Eles fizeram entrevistas com 21 mochileiros

internacionais que visitaram o país. Entre as principais conclusões estavam a que

para esse grupo de visitantes, a mídia possuía papel pouco significativo na imagem

do destino. Por outro lado, a principal fonte de informação usada pelos entrevistados

era o boca a boca. Os autores sugeriram que as DMOs – Destination Marketing

Organizations – deviam ir além da mídia tradicional para comunicar sua mensagem

de marca.

2.3 A MENSURAÇÃO DA IMAGEM DE UM DESTINO

Estudiosos do turismo geralmente concordam que a imagem de um destino

tem pelo menos dois componentes distintos:o cognitivo e o afetivo. O cognitivo, ou

percebido se refere aos conhecimentos e crenças sobre um destino, enquanto o

afetivo se refere aos sentimentos sobre o destino. A imagem total de um destino é

formada como um resultado de ambas as avaliações percebidas/cognitivas e

afetivas de um destino (BALOGLU; MCCLEARY, 1999).

Baloglu e McCleary, (1999, p. 870) afirmaram que “a tradição psicológica

social e ambiental considera cognição e afeto como elementos inter-relacionados,

nos quais o afeto é amplamente dependente da cognição. Contudo Russell e

Snodgrass8 (1987, p. 246 apud STEPCHENKOVA; MORRISON, 2007)

argumentaram que o comportamento pode ser mais influenciado pela qualidade

afetiva (estimada, percebida ou lembrada) de um ambiente do que diretamente por

suas propriedades objetivas.”

Echtner e Ritchie (1991) procuraram operacionalizar as características da

imagem do destino. As autoras apresentam um modelo tri-dimensional (Figura 4)

para compor a imagem do destino. A primeira dimensão faz uma distinção entre os

componentes funcionais e psicológicos da imagem. As características funcionais,

8 RUSSELL, J. A.; SNODGRASS, J. Emotion and environment . Handbook of environmental

psychology, p. 246,1987.

33

tangíveis, são aquelas que podem ser observadas ou medidas diretamente, como

por exemplo preço. Por outro lado, as psicológicas, intangíveis, não podem ser

medidas diretamente, como simpatia, atmosfera. Os aspectos intangíveis são

ligados à afetividade, enquanto que os tangíveis, aos atributos que o destino possui.

A segunda dimensão refere-se de um lado aos atributos específicos de um

lugar, como por exemplo bons restaurantes, e do outro, à parte holística da imagem,

como pessoas andando na praia. O componente holístico é posicionado como uma

figura mental, ou representação total, do destino. Esse componente é importante por

entender como um destino em particular é categorizado nas mentes dos

consumidores, e que imagens e estereótipos existentes estão associados a ele. Por

sua vez, os atributos se relacionam às características específicas de um destino.

A terceira dimensão refere-se aos atrativos únicos de um lugar, como por

exemplo, a torre Eiffel na França e o Cristo Redentor no Rio de Janeiro, a aos

atrativos comuns a vários lugares, como praias, montanhas e florestas.

Figura 4 : Os componentes da imagem do destino Fonte: Echtner e Ritchie (1991)

Leal (2006) e Rezende-Parker, Morrison e Ismail (2003) fizeram estudos à luz

Comuns

Holístico

Únicas

Características Psicológicas

Atributos

Características Funcionais

34

do modelo proposto por Echtner e Ritchie.

Leal (2006) analisou a imagem de Recife por meio de fotos utilizadas no

material oficial de promoção da cidade nos anos de 2001, 2002 e 2003. Nos

resultados da pesquisa, verificou-se que a prefeitura pernambucana visou priorizar

imagens de atributos já consolidados no mercado, a exemplo da praia de Boa

Viagem e do desfile do Galo da Madrugada. Poucas fotos procuraram mostrar a

áurea da cidade. Para o autor, áureas podem se tornar marcas das cidades, como

no caso de Veneza, conhecida como a cidade dos amantes. Também foi visto que

as fotos não davam destaque aos atrativos únicos da cidade.

Rezende-Parker, Morrison e Ismail (2003) fizeram uma pesquisa com o

público norte-americano sobre a imagem do Brasil. A pesquisa tinha como objetivo

determinar a imagem que os norte-americanos têm do Brasil e verificar se eles

conseguiam diferenciar o Brasil dos países latinos vizinhos. Para isso, eles

primeiramente usaram metodologias estruturadas e não estruturadas para organizar

um questionário que foi disponibilizado na Internet. Os autores aplicaram uma escala

de cinco pontos de Likert para analisar os itens encontrados como atributos da

imagem do Brasil. Para gerar a lista de atributos, foi feita uma análise de conteúdo

da material promocional sobre o Brasil, uma revisão de literatura sobre mensuração

da imagem e um focus group. Os dados encontrados a partir da lista de atributos

foram tratados por meio de uma análise fatorial. Para verificar se os norte-

americanos conseguiam distinguir a imagem do Brasil de seus países vizinhos os

autores fizeram uma análise de cluster. Como principais resultados estão os

respondentes que vêem o Brasil como um destino exótico e com belezas naturais,

porém com más condições sociais e econômicas. Os atrativos únicos mais

expressivos foram a Floresta Amazônica e a cidade do Rio de Janeiro. Percebe-se

que os autores consideram a cidade do Rio de Janeiro em si como o próprio atrativo.

Os respondentes também não diferenciam claramente o Brasil dos outros países

latinos.

O’Leary e Deegan (2005) fizeram uma pesquisa semelhante ao investigarem

a imagem da Irlanda na França. Algumas diferenças entre o estudo anterior foram

que para gerar a lista de atributos da Irlanda, os autores utilizaram como método a

free elicitacion, em vez do focus group, e o fato de que os questionários foram

aplicados antes e após a visita do turista à França. Foi feita ainda uma análise de

material promocional da Irlanda. Os atributos da imagem foram medidos em uma

35

escala de cinco pontos de Likert. Como resultados, encontram que a Irlanda é vista

como um lugar de beleza cênica, calma e tranqüila, com boa vida noturna e

entretenimento e com povo hospitaleiro.

Outro estudo organizado de maneira similar é o de Beerli e Martín (2004)

sobre Lanzarote, uma das Ilhas Canárias da Espanha. Um questionário estruturado

foi aplicado a uma amostra de 616 turistas no momento em que estes deixavam a

cidade. No questionário foram medidos 24 atributos da imagem de Lanzarote em

uma escala de 7 pontos de Likert. Os dados foram analisados por meio de uma

análise fatorial e entre os principais resultados o que mais se destaca é o de que as

informações turísticas de brochuras de operadoras de viagens, entidades públicas,

campanhas publicitárias e Internet não têm influência significativa na imagem

percebida do destino. Por outro lado, as informações vindas dos agentes de viagem

mostraram ter uma influência positiva na imagem cognitiva do destino, sendo

vendido como destino de sol e praia. Isso indica que os responsáveis pela promoção

devem desenvolver um maior relacionamento com esse canal de distribuição para

assegurar que as mensagens transmitidas coincidam com as imagens que a ilha

deseja ter.

Pérez-Nebra (2005) objetivou construir um instrumento de imagem do destino

e medir a imagem que turistas estrangeiros faziam do Brasil no primeiro semestre de

2004. Em seu estudo, a autora criou um questionário a ser respondido por meio

eletrônico. Os questionários foram preenchidos por cerca de 690 pessoas de

diversas partes do mundo. A autora utilizou 69 itens criados a partir da literatura

pertinente e de dados da Organização Mundial de Turismo – OMT e da EMBRATUR.

Os itens foram avaliados a partir de uma escala de cinco pontos de Likert, e

posteriormente foram analisados por meio de uma análise fatorial. Sua análise gerou

cinco fatores, que mostram como os turistas vêem o Brasil. Os fatores são:

recreação e entretenimento, cenário específico, infra-estrutura e segurança, luxo e

conforto, e cultura local.

A partir do que foi exposto, observa-se que vários são os trabalhos que ao

estudar a imagem, possuem como objetivo um enfoque promocional. Um ponto em

comum nos trabalhos que visam medir a imagem de um destino é usar como técnica

de pesquisa a aplicação de questionários com os atributos da imagem do destino

pesquisado. Alguns utilizam para a elaboração do questionário análises de conteúdo

em materiais promocionais e revisão de literatura sobre o assunto. Um outro ponto

36

em comum é a classificação dos atributos dos questionários por meio da escala de

Likert. Para o tratamento dos dados também é freqüente o auxílio de uma análise

fatorial.

37

3 METODOLOGIA

Para o presente trabalho, foram feitos dois estudos de cunho exploratório. O

objetivo de uma pesquisa exploratória é procurar por padrões, idéias ou hipóteses

ao invés de testar uma hipótese já conhecida (COLLIS; HUSSEY, 2005).

Os dados do estudo 1 serviram de base para a elaboração do estudo 2.

A metodologia escolhida teve como objetivo gerar a lista de atributos que

compõem a imagem da cidade de São Paulo. Para Echtner e Ritchie (2003), ao

examinar as metodologias usadas para medir a imagem do destino, a maioria das

pesquisas sobre o assunto prioriza a formação da imagem em termos de listas de

atributos, sendo menos comum a mensuração por meio de impressões holísticas.

3.1 ESTUDO 1

No estudo 1, foi feita uma pesquisa qualitativa constituída de duas etapas, a

saber: análise de conteúdo sobre a cidade de São Paulo e free elicitation. Esse

estudo teve o objetivo de comparar o que a imagem da cidade de São Paulo visa

transmitir ao seu público-alvo por meio da análise de conteúdo, com o que a

população estudada pensa a respeito do destino por meio da free elicitation. Esse

estudo contribuiu para responder a questão de pesquisa deste trabalho que

procurava saber como o público jovem da Região Metropolitana do Rio de Janeiro

percebe a imagem da cidade de São Paulo como um destino turístico.

Para a análise de conteúdo foram utilizados folhetos e sites oficiais da

prefeitura de São Paulo e pacotes de operadoras que vendem o destino São Paulo.

Para Oleary e Deegan (2005) a análise de conteúdo de informação escrita, como

guias de viagem, ou informação visual, incluindo imagens em panfletos de viagens

38

pode proporcionar uma grande quantidade de informação sobre imagens projetadas

por um destino turístico.

A free elicitacion, um procedimento qualitativo que consiste em uma

associação de palavras, averiguou os atributos da imagem da cidade de São Paulo

mais importantes para uma amostra de 64 jovens, dentro da faixa etária de 20 a 29

anos. A free elicitation tem sido amplamente usada no campo da pesquisa de

mercado (OLEARY E DEEGAN, 2005).

No estudo de Oleary e Deegan (2005), os autores perguntaram a uma

amostra aleatória de visitantes franceses, no setor de saída do aeroporto de Dublin

em outubro de 1997, quais eram as três primeiras palavras ou expressões que

vinham à mente quando eles pensavam na Irlanda. Os autores não explicaram o

critério usado para determinar o tamanho da amostra. A técnica de free elicitation

permitiu que os participantes descrevessem o destino sem inferências

predeterminadas pelo pesquisador. A obtenção desses atributos foi uma tentativa de

ganhar uma representação mais precisa da imagem da Irlanda para o turista francês.

Para a elaboração deste trabalho realizou-se uma free elicitacion de forma

semelhante. Foi feita a pergunta “Quais são as três primeiras palavras ou

expressões que vêm à sua mente quando você pensa na cidade de São Paulo?”

para 64 moradores da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, durante o período de

2 de setembro de 2007 a 27 de setembro de 2007. A pergunta foi enviada por e-

mail. Foi utilizada uma amostra de conveniência, não probabilística, escolhida pela

facilidade de acesso aos participantes.

Tomou-se a decisão de utilizar todos os itens encontrados na free elicitation

na elaboração da lista de atributos da imagem da cidade de São Paulo no estudo 2.

3.2 ESTUDO 2

O estudo 2 utilizou principalmente métodos quantitativos e foi elaborado com

os dados do estudo 1. Por meio de uma articulação entre os resultados da análise

de conteúdo e da free elicitacion somados a uma revisão de literatura sobre a

imagem dos destinos turísticos, surgiu a lista de atributos da imagem da cidade de

São Paulo a partir da visão de jovens moradores da Região Metropolitana do Rio de

39

Janeiro. O estudo 2 contribuiu para responder as duas perguntas de pesquisa deste

trabalho.

Para atingir os objetivos do estudo, foi utilizada a técnica de aplicação de

questionários. Uma combinação de metodologias estruturadas e não estruturadas foi

usada para desenvolver o questionário (Apêndice B). De acordo com Etchner e

Ritchie (1991), metodologias estruturadas são focadas nos atributos da imagem,

logo, forçam o respondente a pensar na imagem a partir dos atributos especificados

em uma determinada escala. Embora as impressões holísticas possam ser

relacionadas pelo respondente, uma vez completados os itens da escala, não há

oportunidade direta para que essas impressões sejam descritas. Além do mais, os

itens da escala não são articulados de modo a medir as características únicas de um

produto, ou destino.

Segundo as autoras supracitadas, metodologias não estruturadas são uma

alternativa na medição de uma imagem. Os atributos da imagem não estão

especificados, o que permite que as impressões de um destino sejam descritas mais

livremente.

3.2.1 Desenvolvimento do Questionário

O questionário do estudo 2 foi dividido em três partes. A primeira parte

buscou dados sócio-demográficos do público participante. A segunda parte

constituiu-se de uma pergunta aberta sobre atrativos turísticos na cidade de São

Paulo e apresentou a lista de atributos ou imagens relacionados à cidade de São

Paulo. Três métodos foram usados para gerar a lista de atributos: análise de

conteúdo de pacotes turísticos de São Paulo, free elicitation e revisão de literatura

sobre medição da imagem do destino. Os participantes classificaram suas

percepções dos atributos de São Paulo em uma escala de cinco pontos de Likert, de

plena discordância a plena concordância. A terceira parte do questionário incluiu

questões que consideraram o interesse e a intenção dos respondentes em visitar a

cidade de São Paulo no futuro.

40

3.2.2 Aplicação da Pesquisa e Amostra

O questionário pôde ser respondido por usuários da rede mundial de

computadores através do site www.uff.br/intretere/pesquisa.html, durante o período

de 20 de outubro de 2007 a 10 de janeiro de 2008. O site foi elaborado com a ajuda

do software Web Questionare 4.1. Os entrevistados foram contatados, em sua

maioria, pelo site de relacionamentos denominado Orkut. Foram abordados

participantes de comunidades virtuais das cidades da Região Metropolitana do Rio

de Janeiro. Houve ainda casos em que os entrevistados receberam o questionário

diretamente via e-mail. Uma mensagem (Apêndice A) foi postada nas comunidades

escolhidas, solicitando a participação na pesquisa.

Para a coleta de dados, foi utilizada uma amostra de conveniência, não-

probabilística, escolhida pela facilidade de acesso aos respondentes. Um total de

217 respostas foi recebido. No questionário, foram avaliados 33 atributos da imagem

de São Paulo por meio de uma análise fatorial. De acordo com Rezende-Parker,

Morrison e Esmail (2003), para a análise fatorial a amostra deve ser de quatro a

cinco vezes maior que a quantidade de observações a serem analisadas. Portanto,

para esse estudo uma amostra de pelo menos 165 respostas foi esperada e

ultrapassada.

3.3 LIMITAÇÕES DA METODOLOGIA

O trabalho sofreu limitações uma vez que o questionário do estudo 2 foi

disponibilizado somente pela Internet e não conseguiu alcançar aqueles que não

fossem usuários da rede mundial de computadores.

Além disso, o perfil dos usuários do Orkut – principal meio de divulgação do

questionário – é limitado, o que conseqüentemente não permitiu uma amostra

totalmente aleatória. Neste estudo, a limitação principal da amostra foi representada

pela faixa etária, caracterizada por jovens de 20 a 29 anos.

Outra limitação diz respeito ao próprio modelo de mensuração da imagem por

meio da decomposição de seus atributos. Para Keller (1999), o nível de imagem não

41

pode ser avaliado apenas pela medição de seus atributos, mas deve incluir também

uma medição das percepções dos consumidores dos valores e benefícios

alcançados ao usar a marca. (AAKER, 1991; KELLER, 1993)

Uma limitação importante em termos metodológicos diz respeito ao fato de

que a totalidade dos dados do estudo esteja baseada nas informações fornecidas

por visitantes potenciais do destino. Não foi levantada a opinião dos responsáveis

por gerenciar a imagem da cidade de São Paulo, no caso a Prefeitura Municipal da

cidade de São Paulo.

3.4 TRATAMENTO DOS DADOS

No estudo 1, de caráter qualitativo, o que se pretendeu avaliar foi o conteúdo

das respostas. Contudo, foi feita uma tabela de freqüência com os dados

encontrados na free elicitation.

No estudo 2, os dados foram tratados com a ajuda do software SPSS 12.0.

Para o tratamento dos dados foi feita uma análise principalmente quantitativa, porém

com uma pequena parte qualitativa, voltada à observação das respostas da questão

5 do questionário do estudo 2 (Apêndice B), sobre os atrativos turísticos da cidade

de São Paulo. A análise quantitativa refere-se à análise dos atributos da cidade de

São Paulo, que se deu por meio de uma análise fatorial.

A análise fatorial foi o método utilizado para o tratamento dos dados, por meio

do qual seria possível atingir o primeiro objetivo deste trabalho, que é o de encontrar

os atributos que compõem a imagem da cidade de São Paulo percebida pelo público

jovem da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Análises fatoriais avaliam a estrutura de inter-relações, ou correlações, entre

um grande número de variáveis, determinando um conjunto de dimensões básicas

comuns, conhecidas como fatores (HAIR et al, 1998). O objetivo da análise fatorial é

condensar a informação contida em um número original de variáveis em um conjunto

menor, composto por fatores, com uma perda mínima de informação.

O primeiro passo da análise fatorial foi determinar se a amostra utilizada era

adequada. Por isso, foram conduzidos o teste de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e o

Bartlett's test of Sphericity. O KMO compara as magnitudes dos coeficientes de

42

correlação observados com os coeficientes de correlação parciais. A medida do

KMO deve ser maior que 0.5 para que proceda uma análise fatorial satisfatória

(FOULGER, 2004). O Bartlett's test of Sphericity é usado para testar a hipótese nula

de que as variáveis na matriz de correlação da população não são correlacionadas.

O nível de significância deve ser baixo o suficiente para rejeitar a hipótese nula e

indicar que a relação entre as variáveis é forte (FOULGER, 2004).

A análise fatorial foi feita por meio do método de componentes principais para

a extração dos fatores por este ser o procedimento mais comum nas aplicações de

marketing (HAIR et al. 1998). Para a extração de fatores, foi adotado o critério

conservador de se considerar apenas os fatores com “raízes latentes” (eigenvalues)

superiores a 1,0.

O segundo passo da análise fatorial foi a rotação dos fatores. A rotação

simplifica a estrutura dos fatores, facilitando a sua interpretação (HAIR et all, 1998). A

rotação foi feita com o método Varimax. Este método força as cargas fatoriais a

ficarem próximas de 0 ou 1, obtendo cargas mais interpretáveis (HAIR et all, 1998).

O efeito final de rotar a matriz de fatores é redistribuir a variância, de forma a obter

um padrão de fatores mais simples.

Após a rotação dos fatores, é necessário interpretar os factor loadings, ou

cargas fatoriais, que explicam a correlação entre a variável original e os fatores gerados

pela análise fatorial. Foi adotado o critério indicado por Hair et all (1998), para estipular a

significância das cargas fatoriais, conforme a tabela 1.

Tabela 1: Guia de identificação da significância da carga fatorial baseada no tamanho da amostra

Carga Fatorial Tamanho da amostra

necessária ,30 350

,35 250

,40 200

,45 150

,50 120

,55 100

,60 85

,65 70

,70 60

,75 50

Fonte: Hair et al. (1998)

43

Os fatores extraídos foram submetidos ainda à análise de confiabilidade,

utilizando o coeficiente alfa de Cronbach. O coeficiente alfa é a estatística básica

para determinar a confiabilidade de uma escala de medida com múltiplos itens, com

base em sua consistência interna que garante a homogeneidade de um conjunto de

itens 9 (CHURCHILL, 1979, apud MAYER, 2006). Hair et al. (1998) consideram um

valor entre 0,6 e 0,7 como o limite mínimo de aceitação da confiabilidade da escala.

9 CHURCHILL, JR, Gilbert A. Marketing research: methodological foundations, 7th Ed. Fort Worth: Dryden, 1999.

44

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo são apresentados os resultados dos dois estudos. Os

resultados não reproduzem a opinião do universo de moradores jovens da Região

Metropolitana do Rio de Janeiro, mas podem apresentar uma tendência de opiniões

desta população, com informações importantes para aqueles que gerenciam a

imagem da cidade de São Paulo. Após a apresentação dos resultados, é feita uma

discussão sobre eles.

4.1 RESULTADOS DO ESTUDO 1

A seguir são mostrados os resultados dos dois procedimentos usados na

realização do estudo 1, feito com a resposta de 64 jovens da Região Metropolitana

do Rio de Janeiro no período de 2 setembro a 27 de setembro de 2007.

4.1.1 Resultado da Análise de Conteúdo

Os itens a seguir foram encontrados a partir da análise de conteúdo de

material promocional da cidade de São Paulo. Esses itens correspondem à primeira

etapa do desenvolvimento da lista de atributos apresentada no estudo 2.

1. Patrimônio Histórico

2. Cultura e Arte

3. Gastronomia diversificada

4. Cidade grande e cosmopolita - "São Paulo, cidade mundo"

45

5. Eventos, Feiras e Exposições

6. Sofisticação

7. Compras

8. Vida noturna

9. Oportunidades para negócios/ trabalho

10. Roteiros temáticos

11. Desenvolvimento

12. Esporte - Fórmula 1

13. Religiosidade

14. Parques temáticos

15. Arquitetura

Com a observação dos itens encontrados, percebe-se que o destino cidade

de São Paulo tem um foco bastante amplo, uma vez que ao mesmo tempo incentiva

o turismo nos segmentos de lazer, de negócios, religioso e esportivo. A amplitude do

foco está clara com o item 4, que visa apresentar uma cidade grande e cosmopolita.

Neste mesmo sentido, a SP TURIS usa nos folhetos explicativos sobre a cidade a

seguinte frase para chamar a atenção para a leitura do material promocional: “As

muitas atrações da cidade mundo que funciona 24 horas.”

Vale ressaltar que não foi identificado nenhum símbolo específico usado na

divulgação da cidade.

4.1.2 Resultado da Free Elicitation

O segundo procedimento para gerar a lista de atributos do estudo 2 foi a free

elicitation. Neste procedimento, a única restrição feita para responder a pergunta

“Quais são as três primeiras palavras ou expressões que vêm à sua mente quando

você pensa na cidade de São Paulo?” era que os participantes fossem moradores

da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Embora não existisse a restrição para a

faixa etária da amostra quando esta pesquisa foi efetuada, a totalidade dos

participantes possuía de 20 a 29 anos.

Os resultados encontram-se na tabela 2.

46

Tabela 2: Resultado da free elicitacion (n=64)

Itens avaliados Freqüência

Congestionamento/ engarrafamento/rodízio de carros/ trânsito intenso/ faróis

35

Poluição 31 Trabalho/ dinheiro/ negócios/ carreira

22

Cultura/ museus 13 Violência 11 Noite/ balada 11 Restaurantes 10 Maior cidade do país/ principal capital / megalópole/ cidade grande/ metrópole

8

Caótico/ caos urbano 8

Desenvolvimento/ economia 7

Povo sério e frio 6 Diversos prédios/ cinza 5 Terra da garoa 3 Tempo nublado - frio 3 Compras 2 Multidão 2 Gírias 2 Desigualdade 1 Congonhas 1 Av. Paulista 1 Organização 1 Suja 1 Tietê 1 Descoberta 1 PCC 1 Indiferença 1 Esporte 1 Enchentes 1 Indústria 1 Agito 1 Total 192

Fonte: Elaboração própria

A partir da análise dos dados da tabela 2, observa-se que os itens mais

freqüentes foram congestionamento, poluição, trabalho, cultura, violência, noite e

restaurantes. O item de caráter negativo mais lembrado foi congestionamento, e o

de caráter positivo foi trabalho. O único atrativo turístico lembrado na free elicitation

47

foi a Avenida Paulista, citada por apenas uma pessoa.

4.1.3 Discussão do Estudo 1

Com o resultado da análise de conteúdo, foi vista a amplitude do foco na

divulgação da cidade de são Paulo. Essa estratégia de promoção como um destino

que oferece um pouco de tudo o que o turista pode e deseja encontrar, corre o risco

de prejudicar o próprio processo de escolha do destino uma vez que, como em

Ituassu e Oliveira (2004), a decisão de ampliar o foco de produto, em vez de

restringi-lo, é equivocada e deixa a decisão de compra do turista mais complexa.

A não identificação de um símbolo para a cidade também desfavorece a

escolha deste destino pelos consumidores, uma vez que este seria um elemento de

diferenciação de seus competidores.

O resultado da free elicitation pode ter sido influenciado pelo o que é exposto

sobre a cidade na mídia, o que ressalta a importância das fontes de informação na

formação da imagem de um destino turístico.

Com uma comparação dos resultados da free elicitation e da análise de

conteúdo percebe-se um conflito entre os dados de cada um. Por um lado, como era

esperado, a análise de conteúdo revelou características positivas sobre a cidade.

Por outro lado, na free elicitation, muitos dos atributos encontrados mostram

características negativas da cidade.

4.2 RESULTADOS DO ESTUDO 2

Os resultados a seguir dizem respeito ao que foi coletado por meio do

questionário do estudo 2 (apêndice B) no período de 20 de outubro de 2007 a 10 de

janeiro de 2008 .

48

4.2.1 Caracterização da Amostra

Dos pesquisados, 49% eram mulheres e 51% homens. Com esse resultado,

foi possível obter um equilíbrio para o critério sexo. Os demais dados encontram-se

nos gráficos a seguir:

8%

64%

15%

8%3% 2%

15-19

20-29

30-39

40-49

50-59

60 ou +

Figura 5: Faixa etária (em %) Fonte: Elaboração própria

O critério idade já não pôde ser tão bem equilibrado. Como pode ser visto nos

dados da figura 5, dos pesquisados, 64% têm idade entre 20 e 29 anos. Como essa

foi a faixa etária mais representativa, ela está sendo considerada como a população

jovem da análise deste estudo, que mais influenciou os resultados encontrados.

N = 217

49

47%

32%

12%

1%4% 1% 3%

Rio de Janeiro

Niterói

São Gonçalo

Itaboraí

Duque de Caxias

Nova Iguacu

Outros

Figura 6 : Cidade de residência (em %) Fonte: Elaboração própria

Os dados da figura 6 apresentam predominância de respostas para

moradores da cidade do Rio de Janeiro, representando quase metade dos

respondentes – 47%.

53%

22%

1%1%

12%

0%

11%

Fundamental Incompleto

Fundamental Completo

Médio Incompleto

Médio Completo

Superior Incompleto

Superior Completo

Pós-Graduação

Figura 7: Nível de escolaridade (em %)

Fonte: Elaboração própria

O grau de escolaridade dos respondentes também mostrou um resultado

concentrado nas pessoas com nível superior incompleto, dizendo respeito a mais da

metade das respostas – 53%, o que pode ser explicado pelo fato de a grande parte

dos respondentes estar na faixa etária de 20 a 29 anos.

N = 217

N = 217

50

4.2.2 Análise dos Dados

Como explicado na metodologia, o primeiro passo tomado para a análise

fatorial foi testar se a amostra era adequada. O teste de KMO do estudo teve

resultado de 0.840 e o Bartlett's test of Sphericity obteve significância de 0,000 (tabela

3) a partir dos quais é confirmada a adequação da amostra.

Tabela 3: KMO e Bartlett's test of Sphericity Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling Adequacy. ,840

Bartlett's Test of Sphericity

Approx. Chi-Square 3557,765 Df 528 Sig. ,000

Fonte: SPSS, 12.0

Após a verificação da adequação da amostra, foi feita a análise fatorial que

gerou 7 fatores com 62,469% de variância (Tabela 4).

51

Tabela 4: Variância total explicada

Component Initial Eigenvalues Extraction Sums of Squared Loadings

Total % of

Variance Cumulative

% Total % of

Variance Cumulative

% 1 8,663 26,251 26,251 8,663 26,251 26,251 2 4,413 13,372 39,623 4,413 13,372 39,623 3 2,078 6,297 45,920 2,078 6,297 45,920 4 1,760 5,335 51,255 1,760 5,335 51,255 5 1,458 4,419 55,673 1,458 4,419 55,673 6 1,187 3,596 59,270 1,187 3,596 59,270 7 1,056 3,200 62,469 1,056 3,200 62,469 8 ,948 2,872 65,341 9 ,906 2,744 68,085 10 ,835 2,531 70,617 11 ,801 2,426 73,043 12 ,758 2,298 75,341 13 ,735 2,227 77,568 14 ,697 2,113 79,680 15 ,639 1,936 81,616 16 ,585 1,773 83,389 17 ,550 1,666 85,055 18 ,493 1,495 86,550 19 ,471 1,427 87,977 20 ,460 1,395 89,372 21 ,447 1,356 90,728 22 ,372 1,129 91,856 23 ,349 1,056 92,913 24 ,318 ,964 93,877 25 ,293 ,887 94,764 26 ,279 ,846 95,610 27 ,272 ,825 96,435 28 ,230 ,695 97,130 29 ,221 ,670 97,800 30 ,209 ,633 98,434 31 ,199 ,603 99,036 32 ,179 ,541 99,577 33 ,140 ,423 100,000

Extraction Method: Principal Component Analysis. Fonte: SPSS, 12.0

O gráfico Scree Plot (figura 8) ilustra a relação da variância das raízes

latentes com os fatores. A partir da análise do gráfico, observa-se que a variância

acumula-se nos 7 primeiros fatores. Os fatores seguintes acumulam quantidades

menores da variância total.

52

Scree Plot

Component Number

33

31

29

27

25

23

21

19

17

15

13

11

9

7

5

3

1

Eig

env

alue

10

8

6

4

2

0

Figura 8: Scree Plot - Relação raízes latentes x variância Fonte: SPSS, 12.0

Os atributos da imagem foram posicionados no fator cujo factor loading teve a

mais alta correlação com o fator (tabela 5)

53

Tabela 5: Matriz rotacionada dos componentes

Component

1 2 3 4 5 6 7

Multidão ,640 -,023 ,354 ,065 -,201 -,087 ,089

Poluição ,743 -,237 ,114 ,223 ,093 -,044 -,055

Violência ,766 ,043 ,078 ,207 -,028 ,216 -,074

Tempo nublado frio ,640 ,150 -,009 ,048 ,103 ,319 ,134

Enchentes ,723 ,106 ,035 ,274 ,101 ,296 ,017

Desigualdade ,676 ,274 ,111 ,197 ,121 ,243 -,129

Diversos prédios ,426 ,257 ,360 ,088 ,189 ,224 -,220

Roteiros temáticos -,072 ,707 ,152 ,029 ,219 ,104 ,220

Descoberta ,060 ,715 ,089 ,092 ,196 ,144 ,154

Parques temáticos ,133 ,530 ,016 ,203 ,339 -,041 ,175

Religiosidade ,079 ,786 ,089 ,087 ,001 -,013 ,033

Patrimônio histórico -,022 ,733 ,249 -,040 ,186 ,009 ,018

Negócios ou trabalho ,123 ,078 ,594 ,250 ,143 -,044 -,195

Desenvolvimento ,075 ,202 ,770 ,162 ,074 -,058 ,257

Sofisticação ,103 ,038 ,782 -,018 ,190 ,050 ,140

Arquitetura ,057 ,269 ,611 -,012 ,113 ,151 ,227

Indústria ,402 ,185 ,484 ,292 -,027 ,139 -,048

Congonhas -,011 ,206 ,233 ,588 ,067 -,011 ,353

Tietê ,302 ,001 ,097 ,756 ,172 ,119 -,056

PCC ,344 ,030 ,056 ,773 ,031 ,157 -,055

Sujeira ,386 ,015 ,061 ,663 -,035 ,192 -,155

Gírias ,252 ,419 ,106 ,494 ,039 -,001 ,135

Boa vida noturna ,273 -,025 ,350 ,074 ,570 -,231 -,029

Compras ,354 ,282 ,437 ,000 ,443 ,090 -,063

Cultura e arte -,082 ,304 ,162 -,091 ,671 -,049 ,063 Feiras, eventos e exposições

-,076 ,106 ,014 ,182 ,775 ,054 ,254

Gastronomia ,118 ,262 ,174 ,060 ,767 ,042 -,076

Indiferença ,298 ,021 ,080 ,203 ,115 ,786 -,012

Povo sério e frio ,148 ,097 ,037 ,116 -,154 ,796 ,026

Organização ,020 ,197 ,110 -,021 ,153 -,048 ,744

Esporte -,092 ,439 ,256 -,023 -,026 ,114 ,598

Terra da garoa ,365 ,239 -,102 ,166 ,286 ,103 ,259 Extraction Method: Principal Component Analysis. Rotation Method: Varimax with Kaiser Normalization. Fonte: SPSS, 12.0

Os sete fatores extraídos foram nomeados da seguinte forma:

54

1- São Paulo Cidade Grande: com características típicas de qualquer

metrópole, como congestionamento, multidão, poluição, violência, desigualdade. O

fator pode ser influenciado pelo fato de a cidade ser divulgada como uma cidade

cosmopolita, que tem um pouco de tudo que existe no mundo. O que difere neste

fator é que também estão nele os atributos tempo nublado e frio e enchentes, o que

significa que o clima, para os respondentes, tem o mesmo peso dos outros atributos

que caracterizam São Paulo como uma metrópole.

2- São Paulo Patrimônio e Lazer: nesse fator combinam-se os atributos que

proporcionam descontração e relaxamento ao público, como parques temáticos e

roteiros temáticos com atributos ligados ao patrimônio da cidade, que por sua vez

está ligado à religiosidade, devido ao fato de que parte do patrimônio da São Paulo

está dentro das igrejas e dos mosteiros, como pode ser visto na listagem de bens

tombados pelo IPHAN na cidade. O atributo descoberta relaciona-se aos outros por

incitar o conhecimento desse patrimônio e dos lugares próprios para o lazer.

3- São Paulo Desenvolvimento: neste fator estão os atributos negócios,

desenvolvimento, sofisticação, arquitetura e indústria. Esses atributos destacam o

lado econômico da cidade, como uma das cidades mais ricas do Brasil, geradora de

emprego e renda. A arquitetura pode estar incluída nesse fator como forma de

ostentar a modernidade da cidade, como por exemplo o edifício Copan projetado por

Oscar Niemeyer.

4- São Paulo Pontos Negativos: reúne gírias, Congonhas, Tietê, PCC e

sujeira. O PCC é uma facção criminosa que existe em São Paulo. Congonhas pode

ser lembrado pelo problema do caos aéreo que viveu o país no ano de 2007. A

poluição do rio Tietê, muito divulgada na mídia, acaba por se relacionar com o

atributo sujeira. Gírias, nesse caso, é o atributo que inicialmente não é visto como

um ponto negativo, mas que foi classificado no conjunto de pontos negativos da

cidade.

5- São Paulo Consumo: esse fator trata de boa vida noturna, compras,

compras, feiras e eventos e cultura e arte. Em todos os atributos, de certa forma está

envolvida a questão do consumo. Compras é o mais claro deles, porém o consumo

também está envolvido nas feiras e eventos, cujo objetivo muitas vezes é o de

incentivar o consumo, com o lançamento de produtos e tendências. O incentivo ao

55

consumo acontece também nas casas noturnas e boites da cidade. Observa-se

ainda o consumo da cultura em si, presente nos diversos atrativos culturais que

estão ao alcance do visitante.

6- São Paulo Povo Sério: neste fator estão indiferença e povo sério e frio.

Como os próprios atributos já indicam, os paulistanos são visto pelos respondentes

de maneira pejorativa, fato esse que causa um clima de indiferença com relação a

essas pessoas.

7- São Paulo Organização: neste fator estão organização e esporte. O

esporte se associa a organização da cidade, talvez por sediar grandes eventos de

sucesso, como o Grande Prêmio de Fórmula 1, em Interlagos. Vale lembrar que dos

atrativos turísticos lembrados pelos respondentes, está também o estádio do

Morumbi (tabela 6).

O atributo terra da garoa foi retirado da análise por não apresentar cargas

significativas em nenhum fator. Segundo Hair et al. (1998), em uma amostra de 200

pessoas, a carga fatorial mínima é de ,40. Como a carga fatorial mínima não foi

atingida, o item foi retirado da escala.

Após feita a análise fatorial, testou-se a confiabilidade dos dados. O Alfa de

Cronbach gerou valores satisfatórios para todos os fatores, como a seguir:

São Paulo Cidade grande: 0,855

São Paulo Patrimônio e lazer: 0,821

São Paulo Desenvolvimento: 0,771

São Paulo Pontos negativos: 0,795

São Paulo Consumo: 0,696

São Paulo Povo: 0,720

São Paulo Organização: 0,625

Os dados da figura 9 mostram a relação das médias dos fatores obtidos, com

mediana de valor 3.0. A análise da figura 9 permite verificar que o fator mais

significante foi o São Paulo Cidade Grande com maior média – 4.2. Logo atrás, está

o fator São Paulo consumo com média 4.1. Os fatores menos significantes São

Paulo Patrimônio e Lazer, com média 3.1, próxima à mediana, e São Paulo

organização e esporte com a menor média – 2.9.

56

Figura 9: Médias dos fatores Fonte: SPSS, 12.0

Para melhor apresentar as médias dos fatores encontrados, a seguir

encontram-se os histogramas de cada fator. Cada valor significa: 1 – discorda

fortemente, 2 – discorda, 3 – nem concorda nem discorda, 4 – concorda e 5 –

concorda fortemente.

A figura 10 apresenta o resultado do fator São Paulo Cidade Grande. Nele

percebe-se que grande maioria das respostas está concentrada entre 4 e 5, que na

escala utilizada significa dizer que os participantes concordam ou concordam

plenamente com a imagem de São Paulo como uma cidade grande. O resultado

mostra uma imagem desfavorável para a cidade, pois esse fator contém diversos

pontos negativos como poluição, violência e desigualdade. Além disso, esses itens

não contribuem para a diferenciação da cidade, uma vez que é comum a qualquer

metrópole.

57

1 2 3 4 5

0

10

20

30

40

50

Fre

quen

cy

Mean = 4,19Std. Dev. = 0,757N = 217

Figura 10: São Paulo Cidade Grande

Fonte: SPSS, 12.0

A figura 11 apresenta os dados dos itens do fator São Paulo patrimônio e

lazer. Pela a análise do gráfico, é visto que a maior parte das respostas concentra-se

entre 2 e 4, que significa que os respondentes nem concordam e nem discordam

com a imagem de São Paulo como uma cidade com importante patrimônio histórico

e que está voltada para o lazer. Cruzando os dados com o resultado da análise de

conteúdo de material promocional sobre a cidade no estudo 1, é visto que São Paulo

visa transmitir esse tipo de imagem, o que indica que o trabalho que é feito pela

cidade não consegue transmitir a imagem desejada ao público.

58

2 4

0

10

20

30

40

Fre

quen

cy

Mean = 3,1Std. Dev. = 0,831N = 217

Figura 11: São Paulo Patrimônio e Lazer Fonte: SPSS, 12.0

A figura 12 do apresenta o fator São Paulo Desenvolvimento. Os dados

indicam que a maior parte das pessoas concorda com a imagem de

desenvolvimento da cidade – posição 4 na escala. Nesse fator, a cidade é bem

sucedida ao transmitir sua imagem, pois esse foi um dos itens encontrados na

análise de conteúdo e que é amplamente percebida pelo público.

59

2 4

0

5

10

15

20

25

30

Fre

quen

cy

Mean = 3,88Std. Dev. = 0,708N = 217

Figura 12 : São Paulo Desenvolvimento Fonte: SPSS, 12.0

O fator representado na figura 13 é o São Paulo Pontos Negativos que já se

encontra um pouco mais distribuído na escala. No entanto, é possível perceber que

as respostas se concentram a partir da posição 4, o que demonstra que os

pesquisados concordam com a imagem de que a cidade possui diversos problemas,

como sujeira e PCC, que é uma facção criminosa atuante na cidade. A partir desses

dados, percebe-se que a cidade requer um maior esforço para corrigir sua imagem

negativa.

60

2 4

0

5

10

15

20

25

30

Fre

quen

cy

Mean = 3,66Std. Dev. = 0,926N = 217

Figura 13 : São Paulo Negativo

Fonte: SPSS, 12.0

A figura 14 se parece com o gráfico São Paulo patrimônio e lazer, com

maioria das respostas localizada no centro da escala, que significa dizer que as

pessoas também não concordam nem discordam com a imagem de uma cidade

organizada e voltada para o esporte. Mais uma vez esse seria um item que poderia

contribuir para uma boa percepção da imagem pelo público, mas que não foi

lembrado pelos respondentes.

61

2 4

0

10

20

30

40

50

60F

requ

ency

Mean = 2,93Std. Dev. = 0,9N = 217

Figura 14 : São Paulo Organização e Esporte Fonte: SPSS, 12.0

O gráfico de consumo (figura 15) mostra que nessa questão a cidade também

é bem sucedida ao divulgar sua imagem. No que foi apresentado na análise de

conteúdo, esse também é um dos pontos que a cidade mais está empenhada em

divulgar e que é fortemente lembrado pelo público.

62

2 4

0

5

10

15

20

25

30F

requ

ency

Mean = 4,1Std. Dev. = 0,705N = 217

Figura 15 : São Paulo Consumo

Fonte: SPSS, 12.0

A figura 16, sobre o povo de São Paulo, avaliou os itens povo sério e frio e

indiferença. É mostrado que a maioria dos pesquisados não tem uma opinião

formada sobre a população da cidade - posição 3 do gráfico. No entanto, uma outra

parte também significativa concorda com a frieza e indiferença do povo da cidade de

São Paulo.

63

2 4

0

10

20

30

40

50

Fre

quen

cy

Mean = 3,47Std. Dev. = 1,028N = 217

Figura 16: São Paulo Povo Sério Fonte: SPSS, 12.0

Em contrapartida, também foi feita a análise dos atrativos turísticos lembrados

pelos respondentes por meio da pergunta 5 do questionário do estudo 2. Mais de

uma resposta era permitida. Os resultados encontram-se na tabela 6.

64

Tabela 6: Atrativos turísticos da cidade de São Paulo (n = 217)

Atrativo Turístico Freqüência Parque do Ibirapuera 40 MASP 31 Avenida Paulista 14 Catedral da Sé 10 Bairro da Liberdade 9 Museu da Língua Portuguesa 8 Autódromo de Interlagos 7 Estádio do Morumbi 7 Estação da Luz 6 Museu do Ipiranga 6 Rua 25 de Março 5 MAM 4 Memorial da América Latina 3

Viaduto do Chá 3 Mercado Municipal 3

Pátio do Colégio 2 Pinacoteca 2

Parada Gay 2 Zoológico 2 Monumento aos Bandeirantes 1 Instituto Butantã 1

Galeria do Rock 1 Sala São Paulo 1

Bairro do Bexiga 1 Nenhum 37

Total 206

Fonte: Elaboração própria

A partir da análise dos dados da tabela 6, percebe-se que o atrativo mais

citado foi o Parque do Ibirapuera, seguido do MASP.

Uma pessoa respondeu como atrativo turístico a Igreja de Nossa Senhora

Aparecida, na cidade de Aparecida do Norte. Duas pessoas responderam como

atrativo a praia de Guarujá. Ambos são atrativos que pertencem ao estado São

Paulo, mas não se localizam na cidade da São Paulo.

Dos pesquisados, 70 pessoas deram respostas vagas, como restaurantes,

boites, teatros, compras, shows, feiras, eventos, shoppings, cafés, prédios e

congressos, o que mostra que eles não lembravam de nenhum atrativo específico da

cidade. Não foram citados atrativos relevantes da cidade como o Solar da Marquesa,

o Museu da Casa Brasileira e a Cinemateca. Pela observação da tabela 6, também é

possível notar que alguns atrativos importantes tiveram pouca expressão, como o

65

Pátio do Colégio, o Museu do Ipiranga, o Monumentos aos Bandeirantes, o Memorial

da América Latina, a Sala São Paulo e a Estação da Luz. Das pessoas pesquisadas,

37 não se lembraram de nenhum atrativo turístico da cidade.

Para alcançar o segundo objetivo deste trabalho, que é o de relacionar a

imagem potencial da cidade de São Paulo percebida pelos respondentes com a

intenção em visitá-la, foi combinado o resultado da análise fatorial com as perguntas

do questionário do estudo 2, que mostravam o interesse e a intenção do

respondente em visitar a cidade de São Paulo (figuras 17, 18 e 19).

A figura 17 compara o interesse e a intenção em visitar a cidade de São

Paulo. Em uma escala de 1 a 3, percebe-se que os dois resultados, interesse – 1.88

– e intenção – 1.83, ficaram abaixo da mediana 2, o que demonstra pouca

motivação por parte dos respondentes em visitar a cidade, mesmo com todo o

potencial turístico que esta possui. Fazendo uma relação com os dados dos fatores

gerados pela análise fatorial, a baixa motivação pode estar relacionada ao mau

posicionamento da marca da cidade, com os respondentes percebendo-a

principalmente com características de uma cidade grande e voltada para o consumo,

que são os fatores com resultados mais significantes da análise fatorial.

IntençãoInteresse

Mea

n

3,00

2,00

1,00

1,831,88

Figura 17: Médias de interesse e intenção em visitar a cidade de São Paulo Fonte: SPSS, 12.0

A figura 18 apresenta mais detalhadamente o nível de interesse em visitar a

N = 217

66

cidade. Dos pesquisados, apenas 18% dos respondentes possuem muito interesse

em visitar a cidade.

Interesse

Interesse

muito interesse

pouco interesse

Nenhum interesse

Per

cen

t100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0

18

51

31

Figura 18: Interesse em visitar a cidade de São Paulo Fonte: SPSS, 12.0

A figura 19 apresenta o nível de intenção em visitar a cidade de São Paulo.

Apenas 19% dos pesquisados demonstram muita intenção em visitar a cidade.

N = 217

67

Intenção

Intenção

muita intenção

pouca intenção

nenhuma intenção

Per

cent

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0

19

46

35

Figura 19: Intenção em visitar a cidade de São Paulo Fonte: SPSS, 12.0

Análise de variância ANOVA (tabela 7) foi utilizada como forma de investigar a

existência de diferença entre as respostas de homens e mulheres. O nível de

significância adotado foi de 5% (α = 0,05). Com a análise dos dados da tabela, é

visto que não houve diferença significativa no critério sexo.

N = 217

68

Tabela 7: Anova da variável sexo

Sum of Squares df Mean Square F Sig.

SP Cidade grande * Sexo

Between Groups

(Combined) 1,479 1 1,479 2,601 ,108

Within Groups 122,231 215 ,569 Total 123,710 216 SP Patrimonio e Lazer * Sexo

Between Groups

(Combined) ,004 1 ,004 ,005 ,943

Within Groups 149,203 215 ,694 Total 149,206 216 SP Desenvolvimento * Sexo

Between Groups

(Combined) ,075 1 ,075 ,148 ,701

Within Groups 108,285 215 ,504 Total

108,360 216

SP Negativo * Sexo

Between Groups

(Combined) 2,986 1 2,986 3,523 ,062

Within Groups 182,261 215 ,848 Total 185,248 216 SP Organização e esporte * Sexo

Between Groups

(Combined) 1,232 1 1,232 1,525 ,218

Within Groups 173,731 215 ,808 Total 174,963 216 SP Consumo * Sexo

Between Groups

(Combined) 1,105 1 1,105 2,235 ,136

Within Groups 106,342 215 ,495 Total 107,448 216 SP Povo Sério * Sexo

Between Groups

(Combined) 3,269 1 3,269 3,126 ,078

Within Groups 224,842 215 1,046 Total 228,111 216

Fonte: SPSS, 12.0

4.2.3 Discussão do Estudo 2

A partir da análise dos resultados do estudo 2, compreende-se que a cidade

de São Paulo é bem sucedida em alguns aspectos ao transmitir sua imagem. Como

na análise de conteúdo do estudo 1, esta visa transmitir a imagem de uma cidade

grande e cosmopolita, desenvolvida e que possui várias opções de consumo. O

estudo 2 comprova que a cidade é vista por essas imagens. Contudo, o que se pode

perceber, com os demais dados do estudo 2, é que essas imagens não motivam os

69

respondentes a conhecer a cidade, visto os baixos níveis de interesse e intenção em

visitá-la. Ao mesmo tempo, essas imagens, são pertinentes a outras metrópoles, que

exatamente por terem a condição de metrópole, têm em comum grande circulação

de mercadoria e renda e por isso, são também desenvolvidas e possuem várias

opções de consumo.

Por outro lado, há outras características da cidade encontradas nos

resultados que não estão de acordo com o que a imagem que a cidade visa

transmitir e que também prejudicam seu fluxo turístico. É o caso da visão de São

Paulo como uma cidade com diversos pontos negativos, que não é lembrada por

seu patrimônio e suas opções de lazer, com pouca organização e que tem um povo

hostil. Em especial, o item patrimônio se bem trabalhado com o público estudado,

poderia ser um elemento motivador para a visitação da cidade, uma vez que esta

possui obras e construções únicas e que não poderiam ser copiadas por outras

cidades, como por exemplo o Pátio do Colégio, o Solar da Marquesa, a Sala São

Paulo e o Museu do Ipiranga. Vale lembrar que esses atrativos tiveram pouca ou

nenhuma expressão como atrativos da cidade lembrados pelos respondentes.

70

5- CONCLUSÕES

O presente trabalho teve dois objetivos específicos: o de compreender como

o público jovem da Região Metropolitana do Rio de Janeiro percebe a imagem do

destino cidade de São Paulo; e o de verificar a influência potencial da imagem

percebida na intenção de visitar o destino estudado. Para atingir esses objetivos,

foram conduzidos dois estudos que usaram uma combinação de metodologias

estruturadas e não-estruturadas.

Os resultados do estudo 1 mostraram que existe um conflito entre a imagem

que a cidade visa transmitir e aquela percebida pelo público em questão. Os do

estudo 2 indicaram que a cidade é percebida por sete fatores, gerados a partir da

análise fatorial, a saber: São Paulo Cidade Grande, São Paulo Patrimônio e Lazer,

São Paulo Desenvolvimento, São Paulo Pontos Negativos, São Paulo Consumo,

Paulo Povo e São Paulo Organização. Além disso, foram constatados baixos níveis

de interesse e intenção dos respondentes em visitá-la.

A importância da imagem na diferenciação e conseqüente escolha do turista

por um determinado destino é ponto pacífico na literatura existente sobre marketing

turístico. No caso do município de São Paulo, ao ser analisado o resultado da

análise de conteúdo do estudo 1, percebe-se a amplitude do foco da divulgação do

produto. Com o que foi visto na revisão de literatura, o foco do produto deve ser

restrito de forma a simplificar a escolha de um destino. Por isso, recomenda-se que

a estratégia de promoção adotada pelos órgãos que gerenciam a imagem da cidade

de São Paulo seja revista. Como observa-se em Acerenza (1991), os prestadores de

serviços devem contribuir a todo momento para a projeção ou para a consolidação

de uma boa imagem do destino. Recomenda-se, no caso do município de São

Paulo, que haja uma maior segmentação dos públicos-alvos da cidade, ao invés de

tentar atingir ao mesmo tempo vários públicos distintos. Também é importante notar

que grande parte da amostra deste estudo foi constituída por jovens de 20 a 29

anos. Logo, é conveniente uma melhor trabalho de imagem com o público estudado,

71

pois este poderá representar os visitantes da cidade no futuro.

O estudo 2 também ressalta o mau posicionamento da imagem da cidade.

Dos fatores extraídos dos atributos que compõem a imagem do destino em questão,

o que obteve maior média foi o fator relacionado às características de São Paulo

como uma cidade grande, como multidão, poluição, violência e desigualdade, o que

pode se dever ao fato de São Paulo ser divulgada como uma cidade grande e

cosmopolita. Como essas características são comuns a demais metrópoles, isto faz

com que a cidade da São Paulo não se diferencie das outras. Além disso, essas

características da cidade criam uma imagem desfavorável da mesma, prejudicando

sua escolha como um destino turístico, pois os turistas buscam viver boas

experiências de viagens. Como no estudo de Lee, Cai e O’Leary (2005), para que a

mensagem transmitida ao público seja eficiente é preciso que ela contenha

proposições únicas de venda, que informem os consumidores sobre benefícios

genuínos e únicos do produto. A cidade em estudo enfatiza atributos que não são

únicos do lugar e que consequentemente, são facilmente copiados por outros

destinos. Ressalta-se ainda o papel das Organizações de Marketing do Destino, pois

somente esta pode comunicar o posicionamento escolhido à indústria turística

(MIDDLETON, 2002). É possível lembrar ainda de que é necessário um esforço

muito maior por parte das Organizações de Marketing do Destino ao gerenciar uma

marca, pois marcas de destino não estão no controle total do gerenciamento e é

muito mais difícil torná-las efetivas (ibid).

Os dados encontrados sobre os atrativos da cidade de São Paulo no estudo 2

mostram que parte dos pesquisados ou não os conhece ou conhece pouco, o que

vem a interferir na escolha deste município como destino para férias. A partir dos

dados é possível refletir sobre a influência das fontes de informação no processo de

escolha de um destino, com base no que foi visto em Woodside e Lysonski (1989),

em Um e Crompton (1990) e em Baloglu (1999). Se um turista potencial não tiver a

devida informação sobre um destino, ele não poderá se interessar em visitá-lo. A

falta de informação, por conseqüência, interfere na intenção e interesse em visitar a

cidade, o que foi percebido com os dados que mostram baixos níveis de interesse e

intenção por parte dos pesquisados em visitar a cidade de São Paulo.

Para pesquisas futuras recomenda-se a repetição deste estudo para analisar

se houve mudanças na transmissão e percepção da imagem da cidade de São

Paulo pelo público jovem da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, bem como a

72

partir da visão de outros públicos relevantes para o fluxo turístico da cidade de São

Paulo. É interessante ainda que a mesma pesquisa seja feita com o objetivo de

analisar a imagem de outros destinos turísticos importantes no Brasil e no exterior.

73

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YOO, Boonghee; DONTHU, Naveen; LEE, Sungho. An examination of selected Marketing Mix Elements and Brand Equity. Journal of the Academy of Marketing Science , v. 28, n. 2, p. 195 – 211, spring, 2000. ZOTTIS, Alexandra Marcella. A contribuição da festa da uva à imagem turística de Caxias do Sul - O Olhar dos Cartazes. In__: Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação , 27, 2004. Porto Alegre, 2004. Disponível em http://reposcom.portcom.intercom.org.br/dspace/bitstream/1904/18329/1/R0542-1.pdf Acesso em 13 jul. 2007

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Apêndice A – Mensagem para Solicitação de Participa ção na Coleta de Dados

Oi pessoal!

Criei esse tópico para solicitar a participação de vocês na pesquisa para a

minha monografia do curso de Turismo da UFF. Meu estudo é sobre a imagem da

cidade de São Paulo. Necessito que pessoas que morem no Rio ou Grande Rio

respondam o questionário que está no link www.uff.br/entretere/pesquisa.html. O

questionário leva poucos minutos para ser respondido. Não se preocupem, pois o

link não contém nenhum vírus ou algo que possa prejudicar vocês. Desde já,

agradeço a participação!

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Apêndice B – Modelo de Questionário Aplicado no Est udo 2

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