A implantação de um sistema de gestão da qualidade em um laboratório de pesquisa que realiza...
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A IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE EM UM LABORATÓRIO DE PESQUISA
QUE REALIZA ENSAIOS ECOTOXICOLOGICOS
SALGUEIRO, C. R.i; WIEZEL, J.G.G.
I; OLIVEIRA, Á.C.
I; ALBUQUERQUE, A. F.
I;VENDEMIATTI, J. A.S.
I;
ALMEIDA,G.I; AZEVEDO,F.
I; UMBUZEIRO, G.A.
I;
ILEAL – Laboratório de Ecotoxicologia e Microbiologia Ambiental "Prof. Dr. Abílio Lopes" – FT – Faculdade de
Tecnologia- FT, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
Rua Paschoal Marmo, 1888, Jd Nova Itália 13484-332 - Limeira - SP - Brasil
[email protected];[email protected];[email protected];[email protected];
[email protected];[email protected];[email protected];[email protected]
ÁREA TEMÁTICA. (Marque una opción) REQUISITOS DE GESTIÓN
RESUMO
A acreditação de laboratórios de rotina tem aumentado
significativamente nos últimos anos, como forma de
assegurar a competência dos resultados. Entretanto, esta
tendência se apresenta em menor intensidade em
laboratórios universitários. Este trabalho descreve a
implantação de um sistema de gestão da qualidade em um
laboratório universitário de pesquisa, que realiza ensaios
ecotoxicologicos, utilizando-se os conceitos da qualidade e
melhoria contínua preconizados na norma ISO/IEC 17025.
Foi aplicado no Laboratório de Ecotoxicologia Aquática e
Limnologia - LEAL, da Faculdade de Tecnologia –
UNICAMP - Campus de Limeira, seguindo um roteiro
préviamente estabelecido. Pode ser concluído que não
foram encontrados impedimentos na sua consecução em tal
ambiente e que esta experiência agrega conhecimentos
importantes para o currículo do alunos, aproximando-os às
exigências do mercado.
Palavras-chave
Laboratórios de ensino e pesquisa, ensaios
ecotoxicológicos, gestão da qualidade.
1.- Introdução
Os conceitos da qualidade e a adoção de sistemas de
gerenciamento e programas da qualidade são largamente
utilizados nos diferentes segmentos da sociedade como
forma de garantir os processos e produtos, bem como a
produtividade e atendimento a entidades regulamentadoras
(ABNT NBR ISO 9000:2008).
Verificando um distanciamento de produtividade entre os
setores privados e públicos, o Brasil, voltado à gestão
pública, iniciou o Programa Brasileiro da Qualidade e
Produtividade - PBPQ - em 1990 para a difusão dos
conceitos da qualidade.
Desde então, no Brasil, intensificou-se o movimento na
adoção de sistemas de gestão da qualidade e da garantia da
qualidade sendo que os setores públicos e privados mantêm-
se na busca constante de sua aplicação.
Os laboratórios estão presentes em nosso cotidiano e são
necessários para atividades essenciais, como por exemplo,
o diagnóstico de doenças, demonstração de evidencias em
casos de conflito, garantia da qualidade de alimentos e
medicamentos, no comércio e na avaliação da qualidade
ambiental, sendo fundamental a consistência e confiança
dos resultados por eles emitidos.
Sendo os laboratórios um segmento importante na
sociedade, pois geram resultados que são utilizados para
pequenas e grandes decisões, é imprescindível que os
dados gerados pelos mesmos sejam consistentes e
confiáveis.
Uma das formas de demonstrar competência no
desempenho e confiabilidade dos dados gerados em
laboratórios, é a adoção de um sistema de gestão da
qualidade adequado.para o atendimento a requisitos de
normas de avaliação da conformidade.
Os laboratórios no Brasil, fazendo parte desse contexto,
demonstraram a preocupação do reconhecimento formal
de sua competência em gerar resultados satisfatórios,
sendo que atualmente percebe-se que esta preocupação
também se faz presente nos laboratórios de instituições de
ensino e pesquisa.
Devido às diferentes vocações e características dos
processos desenvolvidos, em laboratórios de ensino e
pesquisa, a implantação de sistemas de gestão da
qualidade seguiu rumos diferentes de outras organizações
tanto na receptividade como no ritmo de implantação dos
referidos sistemas.
Os laboratórios privados tomaram a frente na adoção de
sistemas de gestão da qualidade não somente pela
conseqüente melhoria do processo como também por ser
inegável diferencial no mercado.
Nas instituições de ensino superior e pesquisa,
verificamos que o processo ocorre de forma mais lenta
devido à natureza das atividades desenvolvidas,
especialmente quando falamos de laboratórios que fazem
parte dessas instituições.Tal fato é reafirmado pelas
dificuldades encontradas na adoção de sistemas da
qualidade nos centros de pesquisa, independentemente do
empenho e reconhecimento da necessidade da
implantação (GOMES, 2000).
Ainda no processo de aplicação de sistemas da
qualidade, percebemos que nas instituições de ensino e
pesquisa, os laboratórios de calibração seguidos dos
laboratórios de ensaios químicos, em sua grande parte
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num esforço pontual, tomaram a frente na busca da garantia
da qualidade e para tal, na adoção de sistemas de gestão da
qualidade, enquanto que por diferentes fatores, nos
laboratórios de ensaios biológicos o processo se apresenta
ainda mais dificultoso e mais lento.
De forma geral, nos laboratórios de ensino e pesquisa são
desenvolvidas as atividades rotineiras de aulas práticas para
cursos de graduação ou extensão e atividades de pesquisa.
As atividades de pesquisa normalmente são realizadas por
professores da instituição ou professores convidados e
ocasionalmente os laboratórios podem ser utilizados por
estagiários.
Adicionalmente a essas atividades, os laboratórios de
instituições de ensino e pesquisa podem incluir o
desenvolvimento de projetos e prestação de serviços junto a
diferentes segmentos da sociedade. Tais projetos certamente
são atividades fora da rotina, resultantes de solicitações
específicas, o que demanda metodologia diferenciada.
Tais características dificultam a implantação de sistemas
da qualidade, não somente na definição de
responsabilidades relativas a instalações, equipamentos e
verificações sistemáticas, como com a própria cultura
acadêmica no reconhecimento da necessidade de controles e
registros adicionais que advém com a implantação da
garantia da qualidade.
Por outro lado, somente com um sistema de gestão da
qualidade implementado o laboratório pode demonstrar que
possui instalações e equipamentos adequados para execução
de análises e que o trabalho foi realizado por pessoal
competente de forma controlada, seguindo metodologia
referenciada ou validada (ABNT ISO/IEC 17025: 2005).. Os requisitos necessários para demonstrar a competência
de laboratórios e o sistema de gestão da qualidade estão
formalizados em normas ou protocolos publicados. Tais
requisitos são aplicáveis a laboratórios de ensaio e
calibração, não havendo restrição à característica do ensaio,
podendo ser o mesmo físico-químico ou biológico.
É neste panorama que se fortifica a busca de sistemas da
qualidade nos laboratórios de instituições de ensino e
pesquisa, independentemente dos ensaios realizados,
visando agilizar as atividades de rotina, o completo
atendimento das solicitações externas e a integração dos
conceitos da qualidade de forma sistemática na formação
dos alunos e também a garantia da qualidade dos dados
gerados para os trabalhos de rotina e pesquisa.
Em nosso trabalho, a demanda para a implantação do
sistema da qualidade surgiu através de uma necessidade
pontual do LEAL, estimulado pela crescente busca da
qualidade de seus resultados e consistência dos dados
gerados em seus projetos, como também da obrigatoriedade
em cumprir legislações vigentes que se tornam cada vez
mais restritivas e exigentes na demonstração da
competência reconhecida.
Dizemos competência reconhecida quando um laboratório
após implementar seu sistema da qualidade passa por um
processo de acreditação (reconhecimento formal) junto aos
órgão acreditadores/certificadores locais (SANTOS, 2009).
Como não poderiamos deixar de citar, a importância no
reconhecimento da competência nos dados gerados pelos
laboratórios, também é pontuada por exigências dos
órgãos reguladores em diferentes estados do Brasil e
também por órgaos reguladores federais (Resolução
CONAMA Nº 357, de 17 de março de 2005; Portaria
n°518 de 25 de março de 2004; CONAMA No
430 de 13
de maio de 2011 e Resolução SMA 37 de 30 agosto de
2006 ).
2.- Materiais e Métodos
Este estudo foi realizado no Laboratório de
Ecotoxicologia Aquática e Limnologia - LEAL, que
integra a Faculdade de Tecnologia – UNICAMP -
Campus de Limeira.
A Faculdade de Tecnologia oferece os cursos de
Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações,
Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas,
Tecnologia em Saneamento Ambiental e Controle
Ambiental e Tecnologia em Construção de Edifícios e
Estradas.
O LEAL desenvolve atividades de ensino e pesquisa e
presta serviços relacionados à avaliação ecotoxicológica
de efluentes industriais, compostos químicos, agentes
biológicos e amostras ambientais. Realiza de forma
rotineira testes de toxicidade com diferentes organismos.
Os testes são realizados por alunos de iniciação cientíca,
mestrado e doutorado. Eventualmente presta serviços a
empresas mediante solicitação de pesquisas e
desenvolvimento com objetivo de prevenção, mitigação e
remediação, promovendo a interação entre o setor
produtivo e a universidade.
São realizados no LEAL, testes de toxicidade aguda e
crônica utilizando bactérias, algas e diferentes metazoários
(microcrustáceos, planárias, rotíferos, peixes) tanto de
água doce como salgada, incluindo organismos da coluna
d’água e de sedimentos.
A aplicação dos conceitos metrológicos em laboratórios
como o LEAL, que além de ser um laboratório de ensino e
pesquisa, desenvolve ensaios biológicos, enfrenta outras
dificuldades devido à diversidade metodológica, à
utilização de microrganismos nos ensaios e à dificuldade
na execução dos controles analíticos.
Portanto, mediante esse panorama, não pudemos adotar
um protocolo rígido na implantação do sistema da
qualidade. Foram respeitadas as vocações e rotinas e ainda
a estrutura laboratorial. Foram ponderadas todas as
diferenças para então proceder à aplicação dos requisitos
da norma ABNT ISO/IEC 17025 em sua totalidade.
O roteiro proposto para a implantação do sistema da
qualidade no LEAL, esta representado na Figura 1.
O programa de implantação foi realizado em conjunto
com os técnicos do laboratório, através de reuniões
sistemáticas, treinamentos e aplicação dos ciclos de
melhoria PDCA: - Planejamento (Plan), Execução (Do),
Verificação (Check), Atuação (Act),
Todos os integrantes do laboratório, estagiários,
bolsistas, mestrandos e voluntários, foram indistintamente
envolvidos na elaboração da documentação e demais itens
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do programa.
Concluiam-se as etapas de estruturação e elaboração da
documentação. Resta agora o ciclo seqüente, a implantação
dos procedimentos e formulários, formação de auditores e
auditoria interna. As conclusões que já se fazem presentes e
são relatadas no item seguinte.
Diagnóstico da situação através do levantamento das atividades do laboratório.
Reconhecimento das áreas de Interface: Compras,
Manutenção, Logística, Informática e Secretaria.
Definição das responsabilidades na implantação
do sistema e gestão da qualidade e do escopo do
estudo.
Definição da estrutura da documentação,
verificando a necessidade de criação de Normas
de utilização do laboratório (normas internas)
Estabelecimento da política e objetivos da qualidade - Estabelecimento das políticas para os
requisitos do sistema de gestão da qualidade e
requisitos técnicos
Divulgação do programa e da importância do
sistema de gestão da qualidade - Treinamento
Elaboração da documentação: Manual da Qualidade, Procedimentos e Formulários
Criação de modelos para Garantia da Qualidade
verificando a aplicação do CQ (cartas de controle, validação e incerteza de medição)
Formação de auditores internos
Auditoria Interna
Elaboração do organograma funcional e Formação
da equipe
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Figura 1 – Etapas de implantação do sistema de gestão da qualidade
3.- Resultados e Discussão
O diagnóstico da situação mostrou que o laboratório já
apresentava a cultura da qualidade, sendo que os técnicos
possuíam conhecimento dos requisitos da norma,
envolvimento nos conceitos e a motivação para implantar
um sistema da qualidade.
O laboratório apresentava algumas atividades
documentadas e registros, porem de forma dispersa e por
vezes duplicada.
Como parte integrante da FT, o laboratório tem áreas em
comum aos outros cursos. No presente momento, para
facilitar a implantação, prevaleceram para essas áreas, as
instruções e procedimentos estabelecidos pela instituição,
sendo apenas inseridas as exigências dos requisitos quanto
a ratreabilidade nas aquisições e resgatados os cargos e
funções do laboratório para a adequação posterior.
Para cumprimento do item relativo ao pessoal, por se
tratar de uma demanda do laboratório, foi necessário criar
uma estrutura interna para definir as responsabilidades. A
alta direção foi designada ao Coordenador do laboratório.
A Tabela 1 a seguir descreve os cargos e as funções do
laboratório.
A equipe formada para a consecução do trabalho decidiu
preparar o laboratório para o atendimento à norma ABNT
ISO/IEC 17025-Requisitos gerais para competência de
laboratórios de ensaio e calibração, sem, entretanto buscar
um processo de acreditação formalizado junto ao órgão
acreditador do Brasil – INMETRO. Tabela 1 – Cargos e Funções
Cargo Requisitos
Estabelecidos
Atividades (Função)
COORDENADOR DE
LABORATÓRIO
Professor da
instituição;
Docente na área biológica
Gerenciamento do laboratório. Orientação e coordenação da
equipe técnica e nos trabalhos
de pesquisa. Estabelece as prioridades e garante a
provisão de recursos..
VICE
COORDENADOR DE
LABORATÓRIO
Professor Substituição do coordenador
em suas atividades.
SUPERVISORES DE
LABORATÓRIO
Técnico nível
superior
Responsabilidade nos serviços
laboratoriais. Coordenação das atividades laboratoriais.
Manutenção e controle dos
equipamentos. Ministrar treinamentos
internos. Realização de
coletas.
ALUNOS BOLSA
TRABALHO
Aluno de
graduação em
Tecnologia em Saneamento
Ambiental com
bolsa trabalho SAE.
Realizar o preparo de soluções
para as aulas práticas da
graduação. Manter a organização do laboratório.
Lavar vidrarias. Realizar a
manutenção dos organismos cultivados no laboratório.
ALUNOS
VOLUNTÁRIOS
Aluno de
graduação em Tecnologia em
Saneamento
Ambiental.
Realizar o preparo de soluções
para as aulas práticas da
graduação. Manter a organização do laboratório.
Lavar vidrarias. Realizar a
manutenção dos organismos cultivados no laboratório.
ALUNOS
ESTAGIÁRIOS
Aluno de
outras
Realizar o preparo de soluções
para as aulas práticas da
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universidades graduação. Manter a
organização do laboratório.
Lavar vidrarias. Realizar a
manutenção dos organismos
cultivados no laboratório
ALUNOS
INICIAÇÃO
CIENTÍFICA
Aluno de
graduação em
Tecnologia em Saneamento
Ambiental com
bolsa PIBIC ou FAPESP.
Realizar serviços laboratoriais
relacionados ao seu trabalho
de iniciação científica.
ALUNOS TGI–
TRABALHO DE
GRADUAÇÃO
INTERDISCIPLINAR
Aluno de
graduação em
Tecnologia em Saneamento
Ambiental que
realiza seu trabalho de
conclusão de
curso.
Realizar serviços laboratoriais
relacionados ao seu trabalho de graduação interdisciplinar.
ALUNOS DE PÓS-
GRADUAÇÃO
REGULARES
Aluno de pós-
graduação.
Realizar serviços laboratoriais relacionados ao seu trabalho
de pós-graduação.
ALUNOS DE PÓS
GRADUAÇÃO
ESPECIAIS
Aluno de pós-
graduação com
bolsa
Realizam ensaios e trabalhos
laboratoriais relacionados ao
seu projeto de pós-graduação.
A política foi elaborada através de reuniões e com a
participação dos técnicos e alunos envolvidos nos projetos
do LEAL e para divulgar o programa foram realizados dois
treinamentos. O primeiro, para o conhecimento e
interpretação dos requisitos da norma e o segundo para
divulgar os trabalhos de implantação do sistema de gestão
da qualidade no lEAL junto aos outros laboratórios da FT.
A estrutura da documentação foi definida no sentido de
minimizar os procedimentos documentados formando um
sistema enxuto e funcional. Os registros seguem a linha
estrutural dos procedimentos e instruções, de acordo com a
Tabela 2 a seguir. Tabela 2 – Estrutura da Documentação
Tipos de
procedimentos Conteúdo - Estrutura
Manual da Qualidade
Este documento estabelece as politicas e faz referencia os procedimentos do laboratório
Procedimentos do
Sistema de Gestão da Qualidade
Esse procedimento faz a descrição das ações
para a execução de tarefas específicas voltadas
ao atendimento dos requisitos gerenciais do sistema de gestão da qualidade, estabelecendo
o procedimento para sua execução.
Procedimentos para Atividades Gerais
São os procedimentos estabelecidos para
as rotinas gerais e de apoio às atividades técnico-analíticas, como preparo de materiais,
limpeza das áreas e outros.
Procedimentos
Analíticos do Laboratório
São os procedimentos estabelecidos para
execução dos ensaios no Laboratório.
Procedimentos para
cultivo e preparo do
alimento:
São procedimentos que descrevem as tarefas
de preparo dos alimentos e cultivo dos
organismos
Instrução Técnica
São procedimentos resumidos para desenvolvimento de ações simples. São os
passos de operação de equipamentos,
apresentando conteúdo de menor complexidade em sua estrutura.
Procedimentos para São os procedimentos estabelecidos para as
atividades de
amostragem
atividades relativas à amostragem e
recebimento de amostras.
Procedimentos para
Atividades Técnicas
São procedimentos estabelecidos para padronizar as atividades técnicas como cálculo
da incerteza de medição, calibrações, registros,
transferências e verificações, etc.
4.- Conclusões
No programa de implantação do sistema de gestão da
qualidade segundo os requisitos da norma ABNT ISO/IEC
17025 no LEAL - FT – UNICAMP, não foram
enfrentadas grandes dificuldades, uma vez que a cultura
da qualidade já existia e o pessoal estava envolvido. As
áreas de interface e outros laboratórios demonstraram
interesse na adesão ao programa, o que fortalece a idéia
dos autores na confiança de que o sistema da qualidade é
aplicável aos laboratórios de ensino e pesquisa.
Embora a cultura das instituições de ensino mostre que
ainda não há um espaço solidamente construído para
sistemas da qualidade em seus laboratórios, sendo que
algumas universidades sequer abrem esse espaço em seus
cursos de graduação, os progressos conquistados na fase
de implantação do sistema de gestão da qualidade
permitem ver a aplicabilidade do mesmo em laboratórios
de ensino e pesquisa.
Ainda que os ensaios realizados no LEAL sejam ensaios
biológicos e o controle da qualidade não tenha sido
totalmente explorado, não encontramos impedimento na
aplicação dos requisitos da norma ABNT ISO/IEC 17025.
Em laboratórios de instituições de ensino e pesquisa, os
resultados gerados certamente servirão de base para
elaboração de projetos ou serão utilizados no
desenvolvimento de pesquisas. Por outro lado, quando a
forma de obtenção desses resultados se faz rotineiramente
como parte da dinâmica do ensino, percebemos uma forte
contribuição na formação acadêmica do estudante e
conseqüentes reflexos em sua vida profissional.
Portanto, como resultados adicionais à cristalização da
cultura da qualidade nos laboratórios de pesquisa que
realizam ensaios ecotoxicológicos, contribuímos com
nosso trabalho, trazendo os conceitos de reconhecimento
da competência e de garantia da qualidade aos
laboratórios da academia, demonstrando que a
implementação da gestão da qualidade colabora para o
melhor desempenho de laboratório de ensino e pesquisa e
fundamentando os conceitos da qualidade em laboratórios
de ensino, de forma a incorporá-los sistematicamente no
perfil profissional dos alunos que serão os futuros
profissionais do nosso mercado de trabalho.
5.- Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO
9000:2008 Sistema de Gestão da Qualidade - Fundamentos e
Vocabulário. Rio de Janeiro: 2008.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO/IEC 17025: requisitos gerais para a competência de
laboratórios de calibração e ensaio. 2. ed. Rio de Janeiro: 2005.
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BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. RESOLUÇÃO CONAMA Nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de
água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como
estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n°518 de 25 de março de 2004.
Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília,
26 mar. 2004 BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. RESOLUÇÃO CONAMA Nº 430
de 13 de maio de 2011. Dispõe sobre as condições e padrões de
lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução no 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-
CONAMA.
SÃO PAULO. Secretaria do Meio Ambiente. RESOLUÇÃO SMA Nº 37, de 30 agosto de 2006. Dispõe sobre os requisitos dos laudos analíticos
submetidos aos órgãos integrantes do Sistema Estadual de
Administração da Qualidade Ambiental, Proteção, Controle e Desenvolvimento do Meio Ambiente e Uso Adequado dos Recursos
Naturais - SEAQUA.
GOMES, G. Demonstração da Qualidade e da Competência Técnica Laboratorial. Estratégia modular para implementação do sistema da
qualidade em laboratórios que operam no ambiente de universidades e
centros de P&D. Dissertação de Mestrado. PUC Rio, Rio de Janeiro, 2000.
SANTOS, L. L., MAINIER, F. B. A evolução do sistema de gestão da
qualidade em laboratórios de ensaio e calibração e a sua importância para as relações comerciais. VI Congresso Nacional de Excelência em
Gestão. 2010 – ISSN 1984-9354.