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CENTRO UNIVERSITÁRIO NILTON LINS CURSO DE FISIOTERAPIA A IMPORTÂNCIA DA CROCHETAGEM NA LIBERAÇÃO DO MÚSCULO ESTERNOCLEIDOMASTÓIDEO EM PACIENTES ASMÁTICOS Trabalho de conclusão de curso apresentado por Maria Daiane Rodrigues Moraes como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia, sob orientação da Profª Priscila Guedes (conteúdo) e Profª. Andréa C. J. Moreira (conteúdo e metodologia). Manaus-2008

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CENTRO UNIVERSITÁRIO NILTON LINS

CURSO DE FISIOTERAPIA

A IMPORTÂNCIA DA CROCHETAGEM NA LIBERAÇÃO DO MÚSCULO ESTERNOCLEIDOMASTÓIDEO EM PACIENTES

ASMÁTICOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado por Maria Daiane Rodrigues Moraes como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia, sob orientação da Profª Priscila

Guedes (conteúdo) e Profª. Andréa C. J. Moreira (conteúdo e metodologia).

Manaus-2008

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MARIA DAIANE RODRIGUES MORAES

A IMPORTÂNCIA DA CROCHETAGEM NA LIBERAÇÃO DO MÚSCULO ESTERNOCLEIDOMASTÓIDEO EM PACIENTES

ASMÁTICOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado por Maria Daiane Rodrigues Moraes como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia, sob orientação da Profª Esp.Priscila Guedes (conteúdo) e Profª. MSc.Andrea C. J. Moreira (conteúdo e metodologia).

Manaus-2008

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M822i Moraes, Maria Daiane Rodrigues.

A importância da crochetagem na liberação do músculo esternocleidomastóideo. / Maria Daiane Rodrigues Moraes. - Manaus: [s.n.], 2008.

93 f.: il.; 30 cm. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação Bacharel

em Fisioterapia). Centro Universitário Nilton Lins. 1. Crochetagem. 2. Fisioterapia respiratória. 3. Asma

I. Título. II. Centro Universitário Nilton Lins.

CDU 615.8:616.248

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BANCA EXAMINADORA

_________________________________________ Profa. MSc. Andrea Moreira

Professora Presidente

_________________________________________ Profa. MSc. Andrea Moreira

Professora Orientadora

_________________________________________ Profa. Esp. Danyelle Queiroz de Lima Mendes

Julgado em: ______/______/______

Nota: _________________________

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DEDICATÓRIA

Primeiramente dedico este trabalho a Deus por

iluminar os meus passos durante esta grande jornada

que passei dando-me força, perseverança e acima de

mostrando-me o caminho a seguir. Confortando meu

coração que muitas vezes ficava aflito e com medo de

não conseguir chegar até aqui. Ao meu esposo Robin

Rivero Ribera que sempre me incentivou dizendo que

sou uma vencedora, capaz, inteligente e durante esta

caminhada difícil, concedendo seu amor, palavras de

conforto e sempre que possível, sua inteira

dedicação, para que eu não me sentisse sozinha

nesta jornada difícil. E pelos abraços e ouvidos que

por muitas vezes me acalentou e me ouviu chorar. A

minha mãe Maria Zeneide, e em especial ao meu filho

Lucas Rodrigues por existir em minha vida alegrando-

a a cada dia. Dedico também à minha prima Rosiane

que mesmo com seus problemas pessoais nunca me

negou ajuda.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por sempre estar comigo me

carregando nos braços nos momentos de angústia

dando luz para que eu pudesse iluminar a minha

caminhada e nunca desistir, indo sempre até o fim.

Ao meu grande amigo e esposo Robin Rivero Ribera,

por está sempre ao meu lado me ajudando, me

incentivando para que este sonho se tornasse

realidade.

À minha mãe Maria Zeneide pelas orações, pedindo á

Deus que me concedesse sabedoria e forças para

chegar até aqui e ao meu grande filho Lucas, pela

paciência, que por tantas vezes perdi a paciência por

estar aflita e estressada.

Aos meus amigos preciosos que conquistei na

faculdade, os quais estiveram do meu lado me

ajudando, e dedicando todo esforço a me fazer feliz

nesta jornada.

A minha secretária Jucicleide pela paciência e pela

compreensão.

Agradecimento especial aos meus pacientes: Ana

Raquel, Carla Beatriz, César, Girlani Patrícia e

Luciana Mamede, pelo ato de boa vontade, sem a

qual este trabalho não seria possível de se realizar.

Às minhas orientadoras Priscila Guedes por muitas

vezes está disposta a me atender, mesmo grávida

nunca deixou de orientar-me e por confiar em mim me

dando o tema deste trabalho, pois era o seu projeto

de pesquisa. A Profª Msc Simy Laredo, pela

orientação no início deste trabalho.

Em especial a Profª Andrea Moreira por ter

disponibilizado seu tempo, prestando-me auxílio na

orientação e realização desta monografia, nos

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trabalhos apresentados a partir dela e nas recorrentes

discussões que travávamos dentro e fora da sala de

aula. Se tornando para mim uma pessoa admirável,

pela paciência e dedicação que teve comigo ao longo

desta jornada. Não sei o quanto e nem o quê falar de

uma pessoa formidável que foi a peça fundamental na

realização deste estudo. È um sentimento que está

expresso no livro do “Pequeno Príncipe”. Eu sou a

raposa e ela o Pequeno Príncipe, ela me cativou e

quando for embora da nossa terra, vou chorar!.

A todos aqueles que não foram mencionados, mas

que tiveram uma pequena contribuição parcial ao

desenvolvimento deste trabalho, mesmo que direta ou

indiretamente.

Que Deus possa abençoar a todos.

Só quando compreendemos e acreditamos

ser necessário modificar algo em nossa vida

é que nos esforçamos para fazê-lo. Esta

modificação acontece sempre de dentro para

fora. Tentar inverter isso é tentar inverter a

natureza. Investimos no que faz sentido para

nós, no que parece ter lógica, no que

acreditamos e não no que nos é imposto.

(Irene Queiroz Marchesan)

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RESUMO

A asma brônquica define-se como uma doença crônica decorrente da inflamação da mucosa das vias respiratórias caracterizando-se por hiperresponsividade traqueobrônquica a estímulos diversos, resultando em estreitamento difuso das vias aéreas. É bastante comum que os indivíduos asmáticos apresentem uma hipertrofia do músculo esternocleidomastóideo (ECOM). O objetivo deste estudo é utilizar a técnica da crochetagem na liberação do músculo esternocleidomastóideo, de forma isolada, sem utilização de outros recursos fisioterapêuticos, em pacientes asmáticos. O tratamento foi realizado duas vezes por semana, com duração de 30 minutos durante oito semanas, totalizando dezesseis sessões; utilizado como único recurso, a crochetagem. Foram utilizados como técnicas de pesquisa a observação e questionários. A avaliação dos parâmetros respiratórios foi realizada através do Manovacuomêtro e Ventilômetro. Após o final do tratamento, os pacientes relatavam melhora na respiração e relaxamento da musculatura do esternocleidomastóideo. Os resultados obtidos foram: diminuição da freqüência cardíaca, aumento significativo da média do volume minuto inicial quando comparado com o final. É importante destacar que a partir da oitava sessão houve aumento significativo de duas variáveis: Volume Corrente (VC) e Pressão inspiratória Máxima (PI máx). Após a finalização deste estudo observou-se que o tratamento fisioterapêutico através da técnica de crochetagem pode trazer benefícios do paciente asmático e recomenda-se maiores estudos abordando a técnica de crochetagem em estudo comparativo entre pacientes asmáticos e não asmáticos.

Palavras-chave: Crochetagem. Asma. Esternocleidomastóideo.

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ABSTRACT

The bronchial asthma is defined as a chronic disease due to the inflammation of the mucous membrane of the breathing roads being characterized by bronchial hyper-reactivity to several incentives, resulting in diffuse narrowing of the aerial roads. It is quite common that the asthmatic individuals present a hypertrophy of the muscle sternocleidomastoid (SCM). The objective of this study is to use the technique of the crochetagem in the liberation of the muscle sternocleidomastoid, in an isolated way, without use of other physicaltherapy resources , in patient asthmatic. The treatment was accomplished twice a week, with duration of 30 minutes for eight weeks, totaling sixteen sessions; used as only resource, the crochetagem. They were used as research techniques the observation and questionnaires. The evaluation of the breathing parameters was through manovacuometer and ventilometer. . After the end of the treatment, the patients told improvement in the breathing and relaxation of the musculature of the sternocleidomastoid. The obtained results were: decrease of the heart frequency, significant increase of the average of the minute volume initial when compared with the end. It is important to highlight that starting from the eighth session there was significant increase of two variables: tidal volume (VT) and the maximal inspiratory pressure (MIP). After the finished of this study it was observed that the physicaltherapy treatment through the crochetagem technique can bring the asthmatic patient's benefits and it is recommended larger studies approaching the crochetagem technique in comparative study among patient asthmatic and not asthmatic.

Keywords: Crochetagem.Asthma. Percutaneous Diafibrolisis.

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LISTA DE FIGURAS Figura 1.Classificação da Asma de acordo com sua gravidade................................30

Figura 2.Brônquio Asmático: Mecanismo do broncoespasmo. .................................34

Figura 3.Medicamentos usados no tratamento da asma...........................................39

Figura 4.Hiperemia ocasionada pela crochetagem ...................................................42

Figura 5.Gancho utilizado na crochetagem...............................................................45

Figura 6.Palpando com uma mão a região cervical e a outra apoiada na cabeça. ...49

Figura 7.Alongamento da região cervical. .................................................................49

Figura 8.Imobilização da cabeça...............................................................................49

Figura 9.Imobilização da cabeça e palpação da origem do ECOM...........................50

Figura 10.Imobilização da cabeça e depressão da caixa torácica ............................50

Figura 11.Visualização do músculo ECOM ...............................................................50

Figura 12. Procedimento de raspagem na origem do músculo ECOM para o lado esquerdo......................................................................................................51

Figura 13.Procedimento de raspagem na origem do músculo ECOM para o lado direito. ..........................................................................................................51

Figura 14.Inserção do ECOM, localizado no processo mastóide e no osso occipital do crânio. .....................................................................................................52

Figura 15.Procedimento de raspagem na inserção do músculo ECOM do lado esquerdo. .....................................................................................................52

Figura 16.Procedimento de raspagem na inserção do músculo ECOM do lado direito......................................................................................................................53

Figura 17.Procedimento de ganchar o ventre do músculo ECOM do lado esquerdo, iniciando o processo de cima para baixo. ....................................................53

Figura 18.Procedimento de ganchar o ventre muscular, iniciando o processo de baixo para baixo...........................................................................................54

Figura 19.Procedimento de drenar o ventre muscular, iniciando o processo de baixo para baixo. ...................................................................................................54

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Característica da amostra estudada..........................................................58

Tabela 2: Valores médios da PI máx. (em cm H20) inicial e final ..............................60

Tabela 3: Valores médios da PE máx. (cm/H20) inicial e final ...................................61

Tabela 4: Valores médios do Volume Minuto inicial, parcial e final. ..........................62

Tabela 5: Valores médios do Volume Corrente inicial, parcial e final........................64

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Média dos índices da PI máx. (em cm H20) inicial e final do experimento......................................................................................................................60

Gráfico 2: Média dos índices de Volume Minuto entre os três períodos do experimento. ................................................................................................63

Gráfico 3: Média dos índices de Volume Corrente entre os três períodos do experimento. ................................................................................................65

Gráfico 4: Correlação linear entre Volume minuto e Volume corrente. .....................65

Gráfico 5: Correlação linear entre PI máx. e volume minuto .....................................66

Gráfico 6: Correlação linear entre PI máx. e volume corrente...................................67

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AP – Ântero posterior

C1 – Primeira vértebra cervical (atlas)

C7 – Sétima vértebra cervical

cm H20 – Centímetros de água

CPT – Capacidade Pulmonar Total

CRF – Capacidade Residual Funcional

CVF – Fluxo expiratório forçado

ECOM – Músculo esternocleidomastóideo

FEF – Fluxo expiratório forçado

IgE – Imunoglobulina E

L1 – Primeira vértebra lombar

L3 – Terceira vértebra lombar

PaCO2 – Pressão parcial de gás carbônico no sangue arterial

PaO2 – Pressão parcial de gás carbônico no sangue arterial

PI Max. – Pressão inspiratória máxima

PE Max. – Pressão expiratória máxima

pH – Concentração de íon de hidrogênio

Relação V/Q – Relação ventilação perfusão

V – Volume

∨& – Taxa de Fluxo

VC – Volume corrente

VEF1 – Volume expiratório forçado em 1 segundo

VEF/CVF% – Volume expiratório forçado em porcentagem da capacidade vital

VM – Volume minuto

VR – Volume Residual

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14 2. OBJETIVOS ....................................................................................................... 16

2.1 OBJETIVO GERAL....................................................................................... 16 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................................... 16

3. REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................. 17 3.1 BIOMECÂNICA VENTILATÓRIA.................................................................. 17

3.1.1 Ciclo Respiratório: Inspiração e Expiração............................................. 18 3.1.2.Músculos ................................................................................................ 20

3.1.2.1 Músculos Inspiratórios ..................................................................... 20 3.1.2.2 Músculos Expiratórios...................................................................... 24

3.2 ASMA BRÔNQUICA..................................................................................... 26 3.2.1 Epidemiologia......................................................................................... 27 3.2.2 Classificação da asma ........................................................................... 29 3 2.3 Quadro clínico (manifestações clínicas)................................................. 30 3.2.4 Fisiopatologia ......................................................................................... 33 3.2.5 Diagnóstico ............................................................................................ 36 3.2.6 Tratamento da asma .............................................................................. 37

3.3 CROCHETAGEM ......................................................................................... 40 3.3.1 Efeitos da Crochetagem......................................................................... 41 3.3.2 Indicações e Contra Indicações ............................................................. 43 3.3.3 Descrição do Material............................................................................. 44 3.3.4 Técnica................................................................................................... 46

4. MATERIAIS E MÉTODOS:................................................................................. 55 4.1 Métodos .................................................................................................... 55 4.2 Amostra..................................................................................................... 55 4.3 Equipamentos ........................................................................................... 55 4.4 Instrumentos e Procedimentos da Pesquisa ............................................. 55 4.5 Análise Estatística ..................................................................................... 57

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................... 57 CONCLUSÃO......................................................................................................... 74 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 75 ANEXO................................................................................................................... 84 APÊNDICE............................................................................................................. 87

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INTRODUÇÃO

A asma é uma doença inflamatória crônica pulmonar caracterizada por

hiperreatividade das vias aérea inferiores e com limitação variável ao fluxo aéreo,

reversível espontaneamente ou com tratamento.

Resulta de uma interação entre fatores genéticos, exposição ambiental e

outros fatores inespecíficos que levam ao desenvolvimento e à manutenção dos

sintomas. O principal fator fisiopatológico da asma é a inflamação brônquica. Sua

crise pode ser desencadeada por partículas alergênicas presentes no ambiente

domiciliar, ocupacional ou até no lazer. Clinicamente, a asma manifesta-se por crises

espontâneas de dispnéia sibilante, hipersecreção mucosa e desconforto torácico

(TAKETOMI; MARRA E SILVA SEGUNDO, 2005).

A asma é considerada um problema de saúde pública, pelo fato de ter

incidência significativa sobre a população, merecendo atenção de diversos setores

sanitários e pelos governos e autoridades ligadas aos setores da saúde

(TENROLLER, 2004).

A prevalência média da asma no Brasil é de 20%. Entre as doenças, ela é a

quarta maior causadora de hospitalização no País. Para o Ministério da Saúde do

ano de 2004, 10% da população brasileira apresenta os sintomas da doença

(TENROLLER, 2004).

Durante a crise asmática, o espasmo, o edema e a hipersecreção são os

fatores responsáveis pela obstrução brônquica com prejuízo das duas fases da

respiração. Enquanto a inspiração se torna rápida e superficial, a expiração é longa

e ineficaz, levando à hiper-insuflação pulmonar. Ocorrendo alteração da mecânica

ventilatória com rebaixamento das cúpulas diafragmáticas, redução de seu trajeto

durante os movimentos respiratórios prejudicando a ventilação basal. A caixa

torácica adota uma atitude em inspiração, com diminuição da mobilidade costal. Em

vista das alterações citadas, entram em ação os músculos acessórios da respiração

trapézio, escalenos, peitorais e esternocleidomastóideos (ECOM, sendo o mais

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importante), caracterizando a respiração torácica superior, que leva a um grande

consumo de energia. (GUIMARÃES, 1983).

A crochetagem visa promover um realinhamento dos tecidos moles após

lesão músculo-tendíneo-ligamentar, produzindo não só um movimento entre as

fibras do tecido conjuntivo, mas também um aumento da extensibilidade tecidual e

conseqüentemente aumento do alinhamento ordenado do colágeno dentro dos

tecidos. Isso poderá causar um relaxamento da musculatura e minimizar a hipertrofia

do ECOM instalada (BAUMGARTH, 2005).

Quando a ventilação pulmonar estiver inadequada, seja por fatores

intrínsecos ou extrínsecos, há diminuição da força muscular, fadigando os principais

músculos da respiração, necessitando desta forma, do uso da musculatura

acessória na asma, o que gera a hipertrofia do ECOM. Pelo que se observa o

esternocleidomastóideo é um dos principais músculos acessórios a auxiliar a

musculatura diafragmática na inspiração. Por isso, é de extrema importância o

aprofundamento em pesquisas que possa estar auxiliando na diminuição da tensão

ou hipertrofia desta musculatura. Com a melhora rápida do paciente o custo

direcionado ao tratamento será reduzido, beneficiando assim o paciente, pois com

um bom direcionamento, coerência e coleta de dados fidedignos, poderão diminuir o

tempo de angustia e desconforto respiratório e a prevenir e evitar possíveis

alterações da respiração.

Além disso, esta monografia justifica-se em virtude dos benefícios que a

crochetagem traz nas alterações das algias mecânicas do aparelho locomotor, as

aderências que limitam a função normal do corpo e pela escassez de estudos

relacionados às alterações que a asma poderá causar na musculatura acessória da

respiração. O que torna essa pesquisa relevante, pois é algo inovador e desafiante,

pois apresenta como problema o questionamento de que se as disfunções

mecânicas acarretadas pela asma podem ser influenciadas ou não com a liberação

do músculo esternocleidomastóideo através da crochetagem. Neste caso, o

resultado é importante, se for negativo, abre espaço para o aprofundamento da

técnica associada com outros meios de tratamento e a comprovação da eficácia da

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técnica será mais uma opção de tratamento para as pessoas que sofrem desta

patologia.

Com o tema de crochetagem este trabalho monográfico tem como objetivo

não só utilizar a técnica da crochetagem na liberação do músculo

esternocleidomastóideo (ECOM) em pacientes asmáticos, mas também a descrição

da técnica e seus fins fisiológicos. Propondo-se ainda a estudar a fisiologia e a

fisiopatologia da asma e suas repercussões na mecânica pulmonar, registrando os

resultados obtidos da aplicação da técnica.

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Utilizar a técnica de crochetagem na liberação do músculo

esternocleidomastóideo (ECOM) em pacientes asmáticos, registrando a influência

desta liberação na mecânica ventilatória do paciente.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Rever a fundamentação da biomecânica ventilatória

Rever a fisiopatologia da asma e suas repercussões na mecânica ventilatória.

Revisar a fundamentação teórica da crochetagem

Registrar os resultados obtidos da aplicação da técnica.

Comparar os valores de PI máxima, volume corrente e o volume minuto antes

e após o tratamento.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 BIOMECÂNICA VENTILATÓRIA

O sistema respiratório tem como principal função a manutenção da

homeostase, ou seja, promover a troca gasosa de maneira que o oxigênio do

sangue arterial, dióxido de carbono e níveis de pH permaneçam dentro dos limites

normais em diferentes condições fisiológicas (WEST, 1996).

Diante disto, pode-se entender que a função primária do sistema respiratório

é fornecer oxigênio e remover dióxido de carbono das células do corpo.

O estudo da biomecânica respiratória está relacionado com o processo físico

de transporte de gás no sistema respiratório. Este processo engloba a ação da

parede torácica e as propriedades físicas do fluxo de ar dentro das vias aéreas. A

função mecânica do pulmão está intimamente relacionada a outros aspectos da

fisiologia pulmonar (AIDÉ et al, 2001).

Dessa maneira, as principais funções dos pulmões são o fornecimento de

oxigênio e a remoção de gás carbônico do organismo e, para que isso seja

alcançado, os pulmões devem estar adequadamente ventilados (SCANLAN,

WILKINS, STOLLER, 2000).

Para Bethlem (1998) o processo cíclico da respiração envolve trabalho

mecânico gerado pela contração muscular durante a inspiração. E para que este

trabalho aconteça, é necessário que a força gerada pelos músculos respiratórios,

vença as forças elásticas (propriedades elásticas do sistema respiratório) e de

resistência (propriedades resistivas do sistema respiratório), culminando, então, no

enchimento dos pulmões e na movimentação da parede torácica. As propriedades

elásticas do sistema respiratório que contribuem para a mecânica ventilatória são: a

complacência, que é a relação entre a variação do volume pulmonar e a variação da

pressão necessária para mobilizá-lo; e a elastância, o inverso da complacência

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(WEST, 1996). Já as forças resistivas são resultantes do fluxo de ar nas vias aéreas

e movimentação dos tecidos da parede torácica.

Kendall et al (1995) complementa que o trabalho da respiração feito pelos

músculos respiratórios para vencer a resistência do pulmão ocorre somente durante

a inspiração, uma vez que a expiração resulta de um recuo elástico dos pulmões

com o relaxamento dos músculos inspiratórios. Não obstante os músculos

expiratórios ficam ativos quando as demandas respiratórias aumentam, e isso

acontece nos casos de trabalho pesado, exercícios físicos, sopro, tosse e canto

envolvendo trabalho muscular expiratório.

3.1.1 Ciclo Respiratório: Inspiração e Expiração

A mecânica da respiração está diretamente relacionada com as forças da

musculatura respiratória necessárias para vencer a resistência das vias aéreas, bem

como a retração elástica pulmonar e da caixa torácica. Assim, o mecanismo da

ventilação está associado com a complacência pulmonar e torácica, ou seja, com a

capacidade de expansão pulmonar. Esta capacidade de expansão, portanto, deve-

se ao movimento do diafragma para aumentar ou diminuir a cavidade torácica e da

elevação e depressão das costelas para aumentar ou diminuir o diâmetro ântero-

posterior da caixa torácica (WEST, 1996).

Na respiração normal, a inspiração é ativa e a expiração passiva. Durante a

inspiração, a contração do diafragma realiza a tração das superfícies inferiores dos

pulmões para baixo. Aqui o gradil costal expande-se, ou seja, o gradil costal move-

se para cima e para fora, tornando maior o diâmetro da caixa torácica, permitindo

que ocorra a distensão e o aumento do calibre das vias áreas, dos vasos

pulmonares e dos alvéolos. Logo, a pressão intrapulmonar tornar-se negativa,

viabilizando a entrada do ar para os pulmões: é a expansibilidade toracopulmonar.

Para que este fenômeno ocorra, a pressão gerada pela contração muscular deve

vencer as forças elásticas e de resistência para conseguir encher os pulmões de ar

e movimentar a caixa torácica (WEST, 1996; BETHLEM, 1998; LIPPERT, 2000;

SCANLAN, WILKINS, STOLLER, 2000). Na expiração, o diafragma simplesmente se

relaxa, e é a retração elástica e muscular dos pulmões, da parede torácica e das

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estruturas abdominais que comprimem os pulmões. Ocorrendo a redução do volume

pulmonar e conseqüentemente gerando uma pressão intrapulmonar positiva,

permitindo que o ar seja expelido do pulmão. Na fase expiratória, obviamente, o

gradil costal irá retrair-se: é o chamado recuo elástico (WEST, 1996; BETHLEM,

1998; SCANLAN, WILKINS, STOLLER, 2000). No entanto, a expiração pode torna-

se ativa quando um volume extra de ar, além do normalmente expelido, é forçado a

deixar os pulmões, dependendo, para que isso ocorra da contração de músculos

que não são os mesmos envolvidos com a inspiração (SINGI, 2001).

A inspiração é um processo ativo (pois depende da contração de vários

músculos) que envolve principalmente os músculos intercostais externos e o

diafragma. Os intercostais externos movem as costelas para dentro e para fora,

como o movimento de uma alça de balde; e move o esterno para cima e para baixo,

como o movimento de alavanca de uma bomba (SINGI, 2001; WILMORE, 2001). O

movimento inspiratório do diafragma diminui a pressão intrapleural (a qual insufla os

pulmões) e aumenta a pressão intra-abdominal, a qual desloca o abdome e o gradil

costal. No entanto, não só a ação de descida do diafragma, mas também a

contração dos intercostais provocam um aumento das dimensões vertical e

horizontal da cavidade torácica, que, conjuntamente com a diminuição da pressão

intrapleural, cria um gradiente de pressão e faz com que o ar entre nos pulmões

(IRWIN E TECKLIN, 2003).

Na inspiração a caixa torácica é ampliada nos seus três eixos: longitudinal,

sagital e transversal, promovendo assim uma pressão inspiratória. O aumento do

eixo longitudinal é determinado pela contração do músculo diafragma que, devido a

posição em que se encontra, ao se contrair, aumenta o tórax no sentido súpero-

inferior. Já o aumento do diâmetro sagital é determinado pelo movimento das

costelas (2ª a 6ª) que se articula com o osso esterno e com os corpos vertebrais,

propiciando uma elevação do osso esternal, aumentando o tórax no sentido ântero-

posterior, movimento que denominamos "braço de bomba", contando também com

os músculos intercostais. O último movimento que o tórax realiza conta com a

sétima, oitava, nona e décima costela num movimento denominado "alça de balde",

aumentando o diâmetro transversal do tórax (eixo látero-lateral). A pleura deve

sempre ser considerada quando falamos em mecânica respiratória, já que estas,

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tanto a visceral (aderida aos pulmões) quanto a parietal (aderida ao tórax), possuem

um espaço entre si (virtual) contendo líquido que, através da tensão superficial,

traciona os pulmões (GUYTON E HALL, 2000; SCANLAN, WILKINS, STOLLER,

2000).

Já a expiração normal é um fenômeno passivo dado pelo relaxamento dos

músculos da inspiração e pela retração das paredes elásticas dos pulmões após a

distensão, impelindo com isso o ar para o exterior em razão da pressão do interior

dos pulmões tornar-se positiva e maior do que a pressão atmosférica. O diafragma

apenas relaxa e a retração elástica dos pulmões, da caixa torácica e das estruturas

abdominais faz com que os pulmões se comprimam (SINGI, 2001).

Dessa maneira, pode-se entender que os movimentos do diafragma, para

cima e para baixo, que fazem variar o volume da caixa torácica. Para a inspiração o

diafragma traciona a superfície inferior dos pulmões para baixo; para a expiração, o

diafragma simplesmente se relaxa e a retração elástica dos pulmões, da caixa

torácica e as estruturas abdominais comprimem os pulmões. Durante a inspiração, a

caixa torácica e os tecidos pulmonares são expandidos, e ao final dela, as forças de

contração são removidas e os tecidos retornam a posição de repouso.

3.1.2.Músculos

O conjunto de músculos respiratórios compreende dois grupos de músculos

funcionalmente diferentes: os músculos inspiratórios e os músculos expiratórios.

Para uma melhor didática, abaixo demonstraremos esta divisão No entanto é

importante frisar que ainda existe controvérsia com a relação a que músculos

estariam realmente ativa durante as fases da respiração.

3.1.2.1 Músculos Inspiratórios

O principal músculo da inspiração é o diafragma (WEST, 1996; SINGI, 2001;).

O diafragma separa a cavidade torácica da cavidade abdominopélvica. Sua face

superior está em contato com o coração e os pulmões, a face inferior faz contato

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com o fígado, estômago e o baço (SPENCER, 1991). O diafragma se origina a partir

das vértebras lombares onde irá se inserir anteriormente na face posterior do

apêndice xifóide (inserção esternal); lateralmente, na face interna da sétima à

décima segunda costelas (inserção costal); posteriormente, na face anterior das

vértebras lombares de L1 à L3 (SCANLAN, WILKINS, STOLLER, 2000).

No que tange aos movimentos do diafragma, no momento da inspiração o

diafragma desce para a cavidade abdominal e o movimento contrário (no caso o

movimento de subida em direção a base pulmonar) acontece na expiração

(KENDALL et al, 1995).

O diafragma é um conjunto membranoso e muscular porque deve adaptar-se

aos movimentos do tronco e às deformidades torácicas. O diafragma não é um

músculo. É um conjunto musculotendíneo constituído por oito músculos, todos

digástricos. O centro fibroso diafragmático serve como ponto fixo para os músculos

digástricos e também se adapta aos movimentos do tórax. Ele é motor do

movimento torácico. Sem ele nenhuma respiração é possível (BIENFAIT, 2000).

Os músculos intercostais consistem de dois conjuntos de fibras localizadas

entre cada par de costelas. Estes podem ser divididos em internos e externos. Como

falaremos neste tópico a respeito de músculos inspiratórios, nos deteremos em

retratar por enquanto os intercostais externos.

Os músculos intercostais externos têm sua origem no lado inferior de cada

costela, dirigindo-se obliquamente para baixo e para frente, inserindo-se no lado

superior da costela inferior (BETHLEM, 1998). Eles são delgadas lâminas de fibras

musculares e tendíneas que ocupam cada um dos espaços intercostais. É

denominado externo por sua relação de superfície, portanto é mais superficial que o

interno (GRAY, 1988). Segundo Kendall et al (1995), esse músculo tem um papel

tanto postural como respiratório, pois estabilizam e mantém a forma e integridade da

caixa torácica. Embora já tenha uma função respiratória provada, Kendall et al

(1995) diz que essa função é controversa, pois estudos mostram que a região

anterior desses músculos age elevando as costelas, portanto com ação direta na

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inspiração, já sua porção posterior tem a função inversa, ou seja, deprime as

costelas, portanto são considerados expiratórios.

Além do diafragma e dos músculos intercostais externos, existem ainda os

músculos acessórios da inspiração. Esses músculos são assim chamados, pois

contribuem pouco para a ventilação normal, Retrataremos agora a respeitos dos

principais músculos acessórios da inspiração são os peitorais (maior e menor),

trapézio superior e os esternocleidomastóideos.

É importante destacar, no entanto, que os músculos acessórios não

participam diretamente para mover as costelas durante a inspiração em repouso,

mas ajudam o diafragma e os intercostais quando há um aumento na demanda

ventilatória, o que ocorre mais freqüentemente durante uma atividade física

cansativa. Podem tornar-se os músculos primários da inspiração quando o

diafragma é ineficaz ou fraco como resultado de doenças pulmonares ou

neuromusculares crônicas (KISNER E COLBY, 1998; SCANLAN, WILKINS,

STOLLER, 2000). Outros músculos, como o serrátil anterior e o peitoral maior e

menor atuam durante a inspiração profunda elevando as costelas ou tracionando-se

em direção aos braços através de ação muscular reversa quando os membros

superiores estão fixos (KENDALL et al, 1995; KISNER E COLBY, 1998).

De acordo com Presto (2005) os escalenos originam-se das vértebras

cervicais (C1 a C7) e se inserem nas primeiras duas costelas e durante a inspiração

profunda essa musculatura se contrai elevando assim as costelas aumentando

assim o espaço torácico.

O escaleno anterior se fixa nos tubérculos anteriores da terceira a sexta

apófises transversas cervicais, inserindo-se na borda superior da extremidade

anterior da primeira costela. O escaleno médio está situado posterior ao escaleno

anterior, se fixam da segunda a sexta vértebras cervicais e termina na primeira

costela. O escaleno posterior se insere da quarta a sexta vértebras cervicais e na

segunda costela (KAPANDJI, 2000).

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Os músculos escalenos têm a mesma função e unem-se para melhor eficácia

durante seu funcionamento na inspiração. Estes músculos são densos, fibrosos,

reforçados pela aponeurose cervical profunda. Realizam a elevação da 1º e 2º

costela, promovendo a inspiração profunda (SOUCHARD, 1989; KENDALL et al,

1995). De acordo com Azeredo (2002), estes músculos também agem estabilizando

a caixa torácica superior, evitando movimentos paradoxais desta região durante a

inspiração.

O peitoral maior é um músculo espesso, em forma de leque, situado nas

partes ventral e superior do tórax (GRAY, 1988). Sua origem é no terço médio da

clavícula e no esterno em suas cartilagens costais (das seis primeiras costelas).

Insere-se no lábio lateral do sulco intertubercular do úmero. (LIPPERT, 2000).

Quando os peitorais são utilizados como músculos respiratórios acessórios, eles

agem num sentido oposto ao das suas funções principais. Assim, se os braços

estiverem fixos em posição fletida e abduzidos (como acontece quando se deita

sobre os cotovelos), estes músculos agem a partir de suas inserções, elevando a

caixa torácica, as costelas e o esterno, promovendo, desta maneira, um aumento do

diâmetro AP do tórax (KENDALL et al, 1995).

Já o peitoral menor, segundo Gray (1988, p. 372): “É um músculo delgado,

triangular, situado na parte cranial do tórax, subjacente ao peitoral maior”. Além

disso, se origina nas superfícies externas da terceira, quarta e quinta costelas e se

insere na superfície medial superior do processo coracóide da escápula. Sua função

na respiração de acordo com Kendall et al (1995) é de levantar as costelas

auxiliando assim na inspiração, desse modo move-se a origem em direção à

inserção.

O trapézio superior é um músculo grande que se localiza na região dorsal

superior da coluna. Devido as diferentes orientações de suas fibras, este músculo é

dividido em trapézio superior, médio e o inferior. O trapézio superior se origina na

linha nucal superior, protuberância occipital externa e ligamento nucal superior e

insere-se no terço externo da clavícula. Ele auxilia a inspiração em grandes volumes

pulmonares, através da sua contribuição para a elevação da caixa torácica

(KENDALL et al, 1995).

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Os esternocleidomastóideos são o outro grupo importante de músculos

acessórios, auxiliando na rotação de cabeça. Eles têm sua origem bilateralmente do

manúbrio esternal e extremidade medial da clavícula, se inserindo no processo

mastóide e no osso occipital do crânio. (SCANLAN, WILKINS, STOLLER, 2000).

Embora sua função principal seja mover a cabeça em diversas posições, o

objetivo deste é discorrer sua atuação no processo respiratório, por isso Kendall et al

(1995), informa que este músculo pode ser considerado o mais importante dos

músculos acessórios da inspiração, pois faz a tração do esterno elevando-o e por

esse motivo aumenta o diâmetro do tórax em ântero-posterior (AP).

Dessa forma, os esternocleidomastóideos auxiliam na inspiração, elevando o

esterno e a parte anterior do tórax. Tais músculos são proeminentes em cada lado

do pescoço, sendo especialmente visíveis quando a cabeça gira de um lado para o

outro. Segundo Scanlan, Wilkins, Stoller (2000) esse movimento aumenta o diâmetro

torácico ântero-posterior. Esses músculos são inativos durante a expiração, e se

tornam ativos com volumes pulmonares elevados ou com demandas ventilatórias

altas, como durante o exercício físico.

3.1.2.2 Músculos Expiratórios

Devido também às controvérsias na classificação dos músculos expiratórios,

eles não serão subdivididos conforme os músculos inspiratórios, apenas serão

descritos sem classificações.

Para West (1996) os músculos mais importantes da expiração são os

abdominais (incluindo o reto abdominal, músculos oblíquos internos e externos, e o

transverso do abdome). Quando eles se contraem a pressão intra-abdominal é

aumentada e o diafragma é empurrado para cima. Isso auxilia a expulsão de ar de

dentro dos pulmões. Eles também se contraem fortemente durante a tosse, o vômito

e a defecação. Os músculos intercostais internos também ajudam na expiração ativa

tracionando as costelas para baixo e para dentro, diminuindo com isso o volume

torácico. Segundo Kapandji (2000) quando estes músculos atuam no aumento da

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pressão intra-abdominal, deslocam as vísceras para cima e permitem a ascensão do

centro frênico, ocorrendo a diminuição do diâmetro vertical do tórax.

Lippert (2000) afirma que o reto abdominal é o músculo anterior do tronco,

dividindo-se em dois, um de cada lado que são separados pela linha Alba. Sua

origem é na crista ilíaca e insere-se nas cartilagens costais da quinta, sexta e sétima

costela. De acordo com Kendall et al (1995) A função convencional do reto do

abdome é a flexão de tronco, entretanto na respiração atua como músculo

expiratório, mas fica também ativo no final da inspiração.

O músculo oblíquo externo se origina nas últimas oito costelas e se insere

na crista ilíaca (fibras posteriores). As fibras remanescentes se inserem numa bainha

fibrosa (aponeurose) com a sua contraparte do outro lado. (SCANLAN, WILKINS,

STOLLER, 2000). Já o músculo oblíquo interno tem sua origem na crista ilíaca e no

ligamento inguinal. As suas fibras posteriores irão se inserir nas três últimas costelas

e suas fibras remanescentes irão se dirigir a uma aponeurose fibrosa (WEST, 2002).

Na respiração estes músculos agem em conjunto com o reto do abdome no

movimento de expiração (KENDALL et al, 1995). O transverso abdominal se

origina nas cartilagens costais das costelas inferiores, na crista ilíaca e na parte

lateral do ligamento inguinal percorrendo para frente até uma aponeurose (WEST,

2002).

Os músculos abdominais atuam principalmente na expiração. A contração dos

músculos oblíquos externo e reto abdominal diminui o diâmetro transverso da caixa

torácica, desinsuflando os pulmões. É importante frisar que indivíduos com músculos

abdominais fracos ou disfuncionais freqüentemente são incapazes de produzirem

fluxos expiratórios máximos normais para ir ao encontro das demandas aumentadas

de respiração durante um exercício ou enfermidade. Assim, quanto mais fortes os

músculos abdominais, maior sua habilidade para comprimir o abdômen e gerar

pressão adicional durante a expiração. (KENDALL et al, 1995; SCANLAN, WILKINS,

STOLLER, 2000). No entanto, segundo Azeredo (2002), os abdominais também

podem facilitar a inspiração devido a sua atividade tônica no ortostatismo,

prevenindo o encurtamento do diafragma durante a inspiração e melhorando suas

características na curva de comprimento-tensão.

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Os músculos intercostais internos apresentam sua origem na borda inferior da

costela suprajacente (superior). Estes músculos estão inseridos na borda superior

da costela infrajacente (inferior).

Segundo West (2002) os músculos intercostais são supridos pelos nervos

intercostais que saem da medula espinhal do mesmo nível. Os músculos intercostais

internos estão localizados sob os intercostais externos.

Funcionalmente, os músculos intercostais internos ajudam a expiração ativa

tracionando as costelas para baixo e para dentro, opostos a ação dos músculos

intercostais externos, assim diminuindo o volume torácico. Além disso, eles

enrijecem os espaços intercostais a fim de que eles se salientem para fora durante o

forcejamento abdominal (WEST, 1996).

É de grande importância a descrição da biomecânica respiratória, assim como

da fisiologia respiratória, para que se possa entender e avaliar as alterações

encontradas na asma. Podemos entender assim que a biomecânica respiratória

funciona de forma precária nos pacientes com afecções respiratórias, em função das

características peculiares às próprias patologias.

3.2 ASMA BRÔNQUICA

Para Lucena et al (2004) embora a asma seja uma patologia conhecida há

muitos anos (Hipócrates já havia feito referência), ainda não há uma definição

universalmente aceita. Uma tentativa é a do III Consenso brasileiro no manejo da

asma:

“Asma é uma doença inflamatória crônica caracterizada por hiper-responsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento, manifestando-se clinicamente por episódios recorrentes de sibilância, dispnéia1, aperto no peito e tosse, particularmente à noite e pela manhã ao despertar. Esta patologia resulta de uma interação entre genética, exposição ambiental e outros fatores específicos que levam ao desenvolvimento e à manutenção dos sintomas” (III CONSENSO BRASILEIRO NO MANEJO DA ASMA, 2002, p.151).

1 Dispnéia: Respiração difícil ou trabalhosa percebida pelo paciente.

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Pode-se observar que essa é muito mais uma descrição que propriamente

uma definição. A asma é mais bem compreendida como uma síndrome do que como

uma doença. Assim, a asma seria uma síndrome heterogênea caracterizada por

obstrução variável ao fluxo de ar, hiper-responsividade e inflamação das vias aéreas

inferiores (KOTSIMBOS E HAMID, 1997; RIZZO E PITANGA, 2004; TAVARES,

2006).

Segundo Bethlem (1998), a definição internacionalmente aceita da asma é

que se trata de um estado de broncoespasmo2 difuso, com inflamação, que se

modificará em curtos espaços de tempo, espontaneamente ou com medicação.

Clinicamente é caracterizado por dispnéia, paroxística ou persistente e sibilância.

No entanto, ficamos com a definição de PINHEIRO E CARVALHO (2007), p.1,

que afirma:

“Asma tem sido definida, por diferentes autores, com base em suas características clínicas, fisiológicas e patológicas. Em sua última atualização, em 2006, o GINA (Global Initiative in Asthma) define asma como: “doença inflamatória crônica das vias aéreas em que várias células e elementos celulares participam. A inflamação crônica associa-se com hiperreatividade das vias aéreas, que determina episódios recorrentes de sibilos, dispnéia, aperto no peito e tosse, especialmente à noite e cedo pela manhã. Estes episódios associam-se com obstrução ao fluxo aéreo difusamente nos pulmões, mas variável, reversível espontaneamente ou com medicações”.

3.2.1 Epidemiologia

A asma é uma doença comum e com distribuição universal entre as diferentes

regiões do mundo. Estimam-se 300 milhões de pessoas acometidas pela doença.

Apesar de universal, a ocorrência de asma não é uniforme, com prevalências que

variam de 1% a 18% da população. Não se sabe se essas diferenças decorrem de

fatores genéticos, ambientais ou de variações nos métodos de obtenção dos dados

para análise estatística (PINHEIRO E CARVALHO, 2007).

2 Broncoespasmo: Contração anormal da musculatura lisa brônquica, resultando num estreitamento agudo e obstrução.

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Esta síndrome afeta meninos, mais comumente do que meninas e, após a

puberdade, mulheres com uma freqüência discretamente maior que os homens. Não

são muito claras as razões que justificam estas diferenças entre sexo, mas deve-se

ressaltar que os meninos possuem maior atopia3 e menor diâmetro nas vias aéreas

(GOLDMAN E AUSIELLO, 2005; SARMENTO, 2005).

É uma doença da infância, sendo certamente a principal doença respiratória

crônica da criança e do adolescente. Sua importância, tanto para o indivíduo como

para a coletividade, decorre do fato de ser uma afecção potencialmente grave, cuja

prevalência tem aparentemente aumentado em todo o mundo, com participação

crescente na mortalidade (CASSOL et al, 2005; VIDEIRA, BORREGO e TRINDADE,

2006).

Anualmente ocorrem cerca de 350.000 internações por asma no Brasil,

constituindo-se na quarta causa de hospitalizações pelo Sistema Único de Saúde

(2,3% do total) e sendo a terceira maior causa entre crianças e adultos jovens (IV

DIRETRIZES BRASILEIRAS PARA O MANEJO DA ASMA, 2006).

“No Brasil, a asma é responsável por uma média de 2.000 óbitos/ano. Aproximadamente 70% destes ocorre durante a hospitalização dos doentes.Vários autores demonstraram que o aumento da mortalidade e morbidade observado na doença está associado, entre outros fatores, à abordagem inadequada da asma pelos médicos e pacientes. A asma é uma doença de tratamento complexo que exige as participações ativas de seus portadores e familiares e leva a limitações físicas, emocionais e sociais. Para seu controle, além do tratamento farmacológico adequado, é necessário que o doente tenha noções sobre a asma, quais os fatores desencadeantes e como evitá-los, e adquira habilidades como o uso correto das medicações e reconhecer os sinais de controle e descontrole da doença (BETTENCOURT et al, 2002, p.194).

3 Atopia: também chamada de asma extrínseca, caracteriza-se por ocorrer em indivíduos com história familiar da doença, comumente associada a eczema e/ou rinite alérgica. É a propensão que um indivíduo tem de apresentar uma resposta do sistema imunológico à substâncias e partículas comuns, como os alérgenos inaláveis ou alimentares. Essa resposta imunológica é provida pela produção de um anti-corpo chamado imunoglobulina E (IgE), e algumas pessoas nascem com predisposição genética a apresentar reações devido o aumento desse anticorpo.

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A mortalidade por asma ainda é baixa, mas apresenta uma magnitude

crescente em diversos países e regiões (III CONSENSO BRASILEIRO NO MANEJO

DA ASMA, 2002).

A falta de uma definição amplamente aceita para asma e a ausência de

padronização dos instrumentos utilizados para o seu diagnóstico e especificidade

aplicáveis para crianças e grandes populações dificultam a demonstração do

aumento na prevalência (MAIA et al, 2004; CASAGRANDE et al, 2008).

“Além disso, o Brasil é um país carente de dados epidemiológicos fidedignos, fato que dificulta o planejamento e a execução de medidas preventivas e educacionais para os problemas relacionados à saúde, voltados para uma parcela expressiva da população. Os dados epidemiológicos do Sistema Único de Saúde são os mais abrangentes, no entanto, devem ser analisados com cautela, por conterem erros. Em várias regiões do país, os casos de asma não são notificados, enquanto que, em outras, essas informações são um artifício utilizado pelos hospitais para obter maior remuneração” (AGUIAR FILHO et al, 2005, p. 391).

3.2.2 Classificação da asma

Foram muitas as tentativas para se desenvolver uma classificação apropriada

para a asma, levando-se em consideração os seus vários fenótipos como: a

atopia/não-atopia4, os fatores desencadeantes, a gravidade e o controle da doença,

a fisiopatologia, as respostas à terapia e ao grau de responsividade brônquica, como

a provocada pelo exercício, ar frio, metacolina, histamina. Nenhuma classificação

tornou-se até hoje completamente aceita.

Uma das formas de se classificar a asma, utilizada atualmente, é baseada na

gravidade da doença, através da análise da freqüência e intensidade dos sintomas,

da avaliação das provas de função pulmonar e na necessidade do uso de

broncodilatador e antiinflamatório.

4 Não atopia: também chamada de asma intrínseca, caracteriza-se por apresentar etiologia complexa, sem relação com alérgenos ou IgE, sendo incomum a ocorrência de eczema ou rinite.

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Atualmente, a asma vem sendo classificada de acordo com a sua gravidade,

a qual é avaliada através da intensidade e freqüência das crises e pela função

pulmonar do paciente asmático. De acordo com o III Consenso brasileiro no manejo

da asma (2002), a asma é classificada quanto a sua gravidade em intermitente e

persistente. Esta última é subdividida em leve, moderada e grave, conforme o

quadro a seguir:

PERSISTENTE

INTERMITENTE LEVE MODERADA GRAVE

Sintomas: Falta de ar, aperto no peito,

chiado e tosse. 1 vez/semana

1 vez/semana e < 1 vez/dia

Diários, mas não contínuos

Diários ou contínuos

Limitação das atividades Nenhuma Presente nas

exacerbações Presente nas exacerbações Contínua

Crises Raras Afeta atividades e o sono

Afeta atividades e o sono Freqüentes

Despertares noturnos Raros Mensais Semanais Quase Diários

Necessidade de Broncodilatador para

alívio Rara Eventual Diária Diária

Figura 1.Classificação da Asma de acordo com sua gravidade. Fonte: III CONSENSO BRASILEIRO NO MANEJO DA ASMA (2002), pag. 154.

3 2.3 Quadro clínico (manifestações clínicas)

Caracteristicamente, os sintomas ocorrem de forma episódica ("crises"),

recorrente e são mais intensos durante a noite ou nas primeiras horas do dia. É

comum a detecção de fatores precipitantes ou agravantes: infecção respiratória viral,

exposição a alérgenos ambientais ou ocupacionais (pólens, fungos, ácaros, pêlos de

animais, fibras de tecidos), exposição a irritantes (fumo, poluição do ar, aerossóis),

drogas (aspirina, antiinflamatórios não hormonais), alterações climáticas, ar frio,

alterações emocionais (riso, ansiedade), exercícios. Os sintomas costumam

melhorar espontaneamente ou pelo uso de medicações específicas como

broncodilatadores5 e antiinflamatórios hormonais (corticóide tópico ou sistêmico).

Durante o período intercrise, o paciente geralmente permanece assintomático ou

5 Broncodilatadores: Substâncias que relaxam as contrações da musculatura lisa bronquiolar para melhorar a ventilação pulmonar.

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oligossintomático, embora nas formas graves da doença os sintomas possam ser

contínuos (PINHEIRO E CARVALHO, 2007).

Segundo Teixeira (1990) os sintomas da asma podem aparecem a qualquer

horário do dia, mas parecem preferir a noite, a madrugada ou o início da manhã.

Conforme a situação, os asmáticos podem levar uma vida absolutamente normal a

maior parte do tempo, só apresentando sintomas em crises agudas nos meses mais

frios do ano ou quando têm alguma infecção respiratória (resfriados ou gripes).

O paciente costuma apresentar os principais sintomas: quadro obstrutivo

intermitente, dispnéia (que em caso de crise asmática é o mais proeminente),

“chiado no peito” ou sibilância, sensação de opressão torácica e tosse (produtiva ou

não), podendo ocorrer esses sintomas de forma associada ou existir o predomínio

de apenas um (SCANLAN, WILKINS, STOLLER, 2000; TARANTINO, 2002).

Estes sibilos, constatados ao exame físico, representam a limitação ao fluxo

aéreo, podem ser expiratórios (característicos da asma), inspiratórios

(caracterizando a presença de secreção), ou em ambas as fases e podem variar de

intensidade e de localização, sendo que são geralmente causados pelo edema da

mucosa e pela secreção espessa. Numa crise grave de asma, os sibilos podem

atenuar-se ou até desaparecer, à medida que a obstrução se intensifica,

evidenciando que o fluxo de ar não é nem mesmo suficiente para gerar oscilações

na parede das vias aéreas. Os ruídos adventícios acompanhantes podem incluir

roncos que são sugestivos de secreções livres na luz das vias aéreas, ou estertores,

que são indicativos de infecção localizada ou insuficiência cardíaca. A perda da

intensidade ou ausência do murmúrio vesicular em um paciente asmático é

indicação de obstrução grave ao fluxo aéreo (SCANLAN, WILKINS, STOLLER,

2000; SILVA, 2001; TARANTINO, 2002; GOLDMAN E AUSIELLO, 2005).

De acordo com Goldman e Ausiello (2005) ao exame físico existem ainda

características comuns durante uma crise asmática aguda que consistem em

freqüência respiratória alta (geralmente de 25 a 40 incursões respiratórias por

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minuto), taquicardia e pulso paradoxal6. A magnitude do pulso está relacionada à

gravidade da asma.

Segundo Rizzo e Pitanga (2004) uma característica importante da asma,

embora não exclusiva, é a hiper-responsividade brônquica, descrita como uma

resposta exagerada dos brônquios aos estímulos.

De acordo com Bethlem (1998) existem poucas manifestações sistêmicas,

sendo a febre uma manifestação excepcional. Ocasionalmente há graus variáveis de

astenia associados a certa depressão. Desidratação e insuficiência respiratória

ocorrem apenas em crises prolongadas ou quando se instala um quadro de

broncoespasmo persistente É incomum que se encontre importante insuficiência

respiratória, assim como hipoxemia severa com conseqüente cianose e agitação

importante.

Outros sinais presentes são os abatimentos do frêmito tóraco-vocal, redução

ou ausência dos murmúrios vesiculares, abaixamento do diafragma e percussão

hipersonora. A percussão do tórax demonstra assim hiper-ressonância, com perda

da variação normal da macicez devido ao movimento diafragmático (BETHLEM,

1998; GOLDMAN E AUSIELLO, 2005). Nessas crises podem ocorrer também

hiperinsuflação torácica, ortopnéia, cianose, sudorese, confusão mental, dificuldade

para falar e a falta de resposta à terapêutica broncodilatadora (SCANLAN, WILKINS,

STOLLER, 2000; SILVA, 2001; TARANTINO, 2002).

Segundo Goldman e Ausiello (2005) a inspeção pode revelar que os

pacientes em crise asmática aguda estão usando seus músculos acessórios da

respiração; se isto estiver ocorrendo, a pele sobre o tórax poderá estar retraída nos

espaços intercostais durante a inspiração. O tórax em geral, está hiperinsuflado e a

fase expiratória está prolongada em relação à fase inspiratória.

Desse modo, o quadro clínico é variável em intensidade e manifestações, de

paciente para paciente e no mesmo indivíduo ao longo do tempo. A freqüência dos

6 Pulso Paradoxal: é uma queda inspiratória exagerada na pressão sistólica

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sintomas é extremamente variável. Para Gualdi (2004) às vezes, a pessoa que sofre

da doença pode apresentar somente tosse. Os sintomas, em alguns casos,

aparecem exclusivamente quando o indivíduo faz algum exercício físico ou até

mesmo quando ri muito.

3.2.4 Fisiopatologia

Para Sarmento (2005) a asma é uma doença inflamatória crônica das vias

aéreas, sendo uma das maiores causas de incapacidade pulmonar nos Estados

Unidos afetando mais de 5% da população. Nos últimos anos, uma dos maiores

desafios tem sido a compreensão da fisiopatologia desta doença. Uma tentativa de

explicar partiu de Gualdi (2004), p. 1:

"A asma é uma doença crônica e de caráter recorrente que acomete as vias aéreas tornando-as hiperirritáveis e hipersensíveis. Mais do que uma simples doença, a asma é uma reação das vias aéreas à lesão causada por diversos agentes. A mucosa respiratória, uma vez agredida por um agente (poluição, cigarro, alérgenos, dentre outros) envia um sinal para medula óssea para que esta produza células especiais de defesa. A medula óssea interpreta este sinal como se o aparelho respiratório estivesse sendo invadido por ‘parasitas’ e manda células especiais que provocarão um processo inflamatório nas vias aéreas (brônquios). Este processo inflamatório é o responsável pelos sintomas da asma. Ele ocasiona edema da parede interna dos brônquios e diminuição da luz dificultando a passagem do ar. Os músculos que circundam os brônquios ficam hipersensíveis contraindo-se a qualquer estímulo. A contração destes músculos (broncoespasmo) pode acentuar ainda mais a obstrução dos brônquios”.

Gomes (2007) descreve que na asma ocorrem os espasmos da musculatura

lisa e constrição intensa das vias respiratórias. Isso se deve por causa do excesso a

vários estímulos aos brônquios, que ao entrarem em contato com substâncias

desencadeantes como anticorpos anormais, estimulam a liberação de histamina,

prostaglandinas e leucotrienos pelos mastócitos dos pulmões. A Histamina se liga a

receptores nos brônquios maiores, desencadeando aumento das fibras musculares

lisas e os leucotrienos se ligam a receptores nos brônquios menores,

desencadeando aumento dos músculos lisos. As prostaglandinas causam aumento

do efeito da histamina, que também é estimulante para secreção de excesso de

muco através das membranas mucosas, estreitando desta forma o lúmen dos

brônquios e conseqüentemente o brônquio espasmo, como mostra a figura 2.

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34

Figura 2.Brônquio Asmático: Mecanismo do broncoespasmo. Fonte: GOMES (2007), p. 6.

A inflamação brônquica constitui o mais importante fator fisiopatogênico da

asma independente de sua etiologia, e contribui para a sua gravidade, exacerbações

e alterações estruturais que ocorrem devido a cronicidade da mesma (III

CONSENSO BRASILEIRO NO MANEJO DA ASMA, 2002).

A crise asmática acarreta um aumento do trabalho ventilatório e pode levar

fadiga muscular respiratória. Crises recorrentes podem desencadear uma

sobrecarga significativa na musculatura respiratória principal e acessória, bem como

na musculatura da parede torácica e do tronco, acarretando em hiperinsuflação

torácica, alterações permanentes da caixa torácica e insuficiência respiratória (LIMA

et al, 2008).

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35

Para Gambarato (2006) independentemente do estímulo desencadeante, um

episódio de asma, uma vez iniciado, provoca alterações na mecânica pulmonar e

das trocas gasosas nos pulmões, sendo todos os aspectos da função pulmonar

afetados.

Dessa maneira, ocorrem efeitos adversos significantes sobre os sistemas

cardiovasculares e pulmonares durante uma crise de asma aguda. Em relação às

trocas gasosas, uma redução na PaCO2 < 35mmHg é vista na fase inicial da asma,

associada a um período de hiperventilação. A PaCO2 (pressão parcial de gás

carbônico no sangue arterial) aumenta quando a obstrução da via aérea piora e

qualquer elevação da PaCO2 > 40mmHg indica que a fadiga do músculo respiratório

está se desenvolvendo e deve servir como um sinal de alerta. A hipoxemia

significante é incomum mesmo na asma grave, mas sua presença deve alertar ao

médico que pode haver colapso pulmonar decorrente de uma obstrução da via aérea

por rolha ou a presença de um pneumotórax (SARMENTO, 2005).

No início do ataque da asma ocorre uma redução da PaCO2 e PaO2 (pressão

parcial de oxigênio) no sangue arterial, ocorre uma hipoxemia. Acredita-se que a

redução da PaO2 seja devido à hiperventilação presente no momento da crise

(FROWNFELTER E DEAN, 2004).

Durante as crises asmáticas, ocorre uma série de alterações, pois a

resistência das vias aéreas começa a se elevar e como uma forma de

compensação, o fluxo expiratório diminui (BETHLEM, 1995).

Para West (1995), quando ocorre um ataque asmático as vias aéreas se

fecham no final da expiração forçada, ocasionando desta forma a redução dos

índices de velocidade de fluxo expiratórios, tais como: Volume expiratório forçado

em 1 segundo (VEF1), Volume expiratório forçado em porcentagem da

capacidade vital (VEF/CVF%), Fluxo expiratório forçado (FEF), Volume (V),

Taxa de Fluxo( ∨& )·, Capacidade Vital Forçada (CVF), em contrapartida, os valores

estáticos estão aumentados, como: Capacidade Residual Funcional (CRF),

Capacidade Pulmonar Total (CPT) e o Volume Residual (VR), aumentam devido o

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fechamento precoce das vias aéreas na fase de expiração completa. Ocorre perda

do recuo elástico e a alteração da curva de pressão para cima e para esquerda. A

troca gasosa também sofre alterações, ocasionando em hipoxemia arterial, oriunda

da irregularidade da Ventilação-Perfusão (VA/Q). E na maioria das vezes, tanto o

efeito shunt fisiológico, quanto o espaço morto fisiológico, estão anormalmente altos.

Segundo Goldman e Ausiello (2005) a freqüência respiratória costuma ser alta

durante uma crise asmática aguda. Essa combinação de estreitamento das vias

aéreas com o fluxo de ar rápido gera uma elevada sobrecarga mecânica sobre a

bomba ventilatória. Esta sobrecarga pode aumentar o trabalho da respiração em 10

vezes ou mais, podendo predispor à fadiga dos músculos respiratórios. Além disso,

essa combinação resulta em uma má distribuição da ventilação (V) com relação à

perfusão pulmonar (Q). O efeito final é a indução de hipoxemia arterial.

Conhecer a fisiopatologia é fundamental para o fisioterapeuta distinguir com

segurança os sinais, sintomas de diversas disfunções e as alterações fisiológicas e

para que haja harmonia entre o conhecimento é de fundamental importância o

conhecimento dos aspectos anatômicos a fim de uma melhor compreensão a

respeito da asma.

3.2.5 Diagnóstico

O diagnóstico da asma é essencialmente clínico, com base na interpretação

dos sinais e sintomas e complementado por avaliação funcional (III CONSENSO

BRASILEIRO NO MANEJO DA ASMA, 2002).

Do ponto de vista prático, o diagnóstico de asma deve se basear em dados obtidos pela história, exame físico, radiografia e testes de função pulmonar. A presença de hiperreatividade das vias aéreas pode auxiliar o diagnóstico em diversas situações, apesar de não ser específica para asma. A hiperreatividade brônquica pode ser definida como uma resposta exagerada a estímulos broncoconstrictores7 que não causariam

7 Broncoconstrição é o estrangulamento do músculo liso em torno do brônquio, causando seu estreitamento.A parte "bronco" da palavra refere-se aos tubos (brônquios) que se ramificam a partir da traquéia, descendo para os pulmões. "Constrição" refere-se à contração dos músculos que envolvem as vias aéreas.Quando uma pessoa com asma é exposta a certos "fatores desencadeantes", o músculo liso que envolve a via respiratória pode se contrair ou sofrer "constrição", estreitando a passagem interna de ar, dificultando a passagem de ar pelos pulmões.

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37

broncoespasmo em indivíduos normais. A hiperreatividade brônquica pode ser medida por testes de broncoprovocação (histamina8, metacolina, exercício, etc) ou inferida pela variabilidade circadiana da função pulmonar. Nesse caso, a intensidade da piora da asma entre o dia e a noite se correlaciona com o grau de hiperreatividade das vias aéreas. (VIANNA, 1998, p. 230).

O correto diagnóstico de asma, com a exclusão de outras doenças com

clínica semelhante, é fundamental. Existem várias condições que podem mimetizar

asma aguda no adulto como neoplasia, estenose traqueal, pneumonia, insuficiência

cardíaca esquerda, embolia pulmonar, reações anafiláticas, dentre outras. Além dos

sintomas característicos que sugerem o diagnóstico, o agravamento dos sintomas

após exposição a alérgenos, irritantes ou exercício físico, a presença de rinite

alérgica, dermatite atópica ou história familiar de asma, alergia ou doença sinusal,

aumentam a probabilidade de um diagnóstico correto. Freqüentemente, os doentes

com asma não reconhecem os sintomas e têm uma percepção deficiente da

gravidade da doença, especialmente se a asma é grave e com uma longa evolução

(GAMBARATO, 2006; TAVARES, 2006; BRITISH GUIDELINE ON THE

MANAGEMENT OF ASTHMA, 2007).

Um fator predominante no diagnóstico é uma avaliação criteriosa dos

tratamentos anteriores, rever e reavaliar sempre que necessário. No exame físico,

verificar a presença de sibilos, sinais de hiperinsuflação pulmonar e uso da

musculatura inspiratória acessória, à vista disso, pode fornecer dados de que há

presença de obstrução brônquica. Na avaliação pulmonar, a espirometria confirma a

presença de obstrução das vias aéreas e durante as crises, a gasometria é mais um

critério para a investigação de obstrução. E no diagnóstico diferencial,

principalmente em caso de asma atípica, os testes de broncoprovocação, os exames

radiológicos, hemograma, testes cutâneos a antígenos inaláveis e dosagem de

imunoglobulina E (IgE) são fundamentais (TARANTINO, 2002).

3.2.6 Tratamento da asma

8 Histamina: É substância de aspecto cristalino, incolor, solúvel em água, com ação vasodilatadora e constritora de músculos lisos.Esta droga é um importante mediador das respostas alérgicas na pele, no nariz e nos olhos, e causa vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular (edema) e contração da musculatura lisa (brônquica e gastrointestinal) através da ativação dos receptores.

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38

O enfoque desta monografia está direcionado na aplicação da técnica de

crochetagem na liberação do músculo esternocleidomastoídeo, por este motivo não

detalharemos profundamente o tratamento de pacientes asmáticos.

De acordo com IV Diretrizes Brasileiras para o Manejo da Asma (2006) a

principal meta do tratamento da asma é a obtenção e manutenção do controle da

doença. No seu senso mais comum, o controle poderia indicar prevenção total da

doença ou mesmo a sua cura, mas no caso da asma, onde, presentemente,

nenhuma destas opções é realista, se refere ao controle das manifestações clínicas

e funcionais.

Segundo Gambarato (2006) no tratamento medicamentoso da asma os

broncodilatadores β2-adrenérgicos constituem a terapêutica de primeira linha para o

tratamento da asma. A administração inalatória é a via de eleição.

Os medicamentos para asma podem ser classificados em duas categorias

conforme o objetivo da utilização: de resgate ou alívio (agudo) e de controle

(manutenção ou profilático).

Segundo o III Consenso brasileiro no manejo da asma (2002) se o indivíduo

precisa melhorar os sintomas agudos, devem-se fazer uso dos medicamentos de

alívio, os broncodilatadores β2–adrenérgicos (brometo de ipratrópio e aminofilina),

pois estes possuem rápido início de ação. Se a finalidade é a prevenção dos

sintomas, devem-se usar os fármacos de manutenção ou profiláticos, como os

corticosteróides inalatórios e sistêmicos, cromonas, antagonistas de leucotrienos, β2-

agonistas de longa duração e teofilina de liberação lenta. (Figura 3).

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39

PRINCIPAIS MEDICAMENTOS

CONTROLADORES DA DOENÇA

(Manutenção ou Profilático):

Os medicamentos de controle

ajudam a controlar e reduzir os

sintomas. Eles se apresentam em

diferentes formas de

administração: oral, inalatória e

parenteral.

ALIVIADORES DE SINTOMAS OU CRISES

(Resgate ou Alívio):

Os medicamentos de resgate são

utilizados nas crises (exacerbações) de

asma, para aliviar os sintomas de forma

mais rápida. São utilizados para dilatar os

brônquios de forma rápida quando se

apresenta uma exacerbação ou ataque de

asma.

Corticóides inalados

Antileucotrienos

ββββ-2 agonistas de ação prolongada

Xantinas

Cromonas

Corticóides sistêmicos

Anti-IgE

Metotrexato

Ciclosporina

Macrolídeos

ββββ-2 agonistas com rápido início de ação

Ação curta: salbutamol, fenoterol,

Ação prolongada: formoterol

Terbutalina

Anticolinérgicos

Xantinas

Corticóides sistêmicos

Sulfato de magnésio

Corticóides inalados

Figura 3.Medicamentos usados no tratamento da asma Fonte:PINHEIRO E CARVALHO (2007), p.12

Como já foi retratada, a asma é uma doença inflamatória crônica pulmonar

caracterizada por hiperreatividade das vias aéreas inferiores e com limitação variável

ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento. Na asma as

debilidades musculares são traduzidas por uma função deficiente da musculatura

abdominal e diafragmática, assim como uma sobrecarga da musculatura acessória

da respiração. O enfoque deste trabalho está direcionado na aplicação da técnica de

Crochetagem na liberação do músculo esternocleidomastóideo. A não existência de

trabalhos publicados unindo essas duas vertentes, Crochetagem e asma, torna o

trabalho extremamente instigante, pois a partir dos parâmetros obtidos na pesquisa

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40

de campo é que iremos descobrir unir ou não estas duas variáveis. Retrataremos

agora a Crochetagem.

3.3 CROCHETAGEM

A Crochetagem é uma técnica manipulativa fisioterápica, não invasiva,

utilizada no tratamento das algias osteomioarticulares, com o uso de ganchos

colocados e mobilizados sobre a pele, objetivando com isso a remoção das

aderências ou fibroses do sistema músculo-esquelético, (DESTRÉE, 1992;

SARAIVA et al, 2003).

Para Vargas et al (2003) é uma potente técnica analgésica, permitindo um

ganho no arco de movimento, libertando um ou vários nervos irritados pela

aderência fascial, ativando efeitos antiinflamatórios ligamentares e tendinosos.

Esta técnica foi desenvolvida por Kurt Ekman, fisioterapeuta sueco e

colaborador do Dr. Cyriax em Londres. Estas duas pessoas tratavam pacientes que

apresentavam dores, tanto traumáticas quanto inflamatórias, do aparelho locomotor.

Ekman descobriu que existiam limites para a palpação e para o tratamento manual

dos tecidos moles pela massagem do Tecido Conjuntivo. Nos planos de

deslizamentos mio-aponeuróticos profundos, as aderências e os depósitos de

pequenas dimensões são dificilmente palpáveis - de onde surgiu a idéia de se criar

instrumentos - os ganchos - que permitissem um acesso melhor a estas estruturas

patológicas, a fim de eliminá-las (BOONE E FREITAS, 2005).

As técnicas de terapia manual convencionais são limitadas no que tange à

atingir uma profundidade ideal que permita acesso às aderências e a lise. A

crochetagem veio para preencher essa lacuna.

A finalidade da Crochetagem é a lise das aderências situadas no tecido de

sustentação (BOONE E FREITAS, 2005).

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A estrutura conjuntiva do corpo humano (ligamentos, tendões, bainhas,

aponeuroses, entre outros) é rica em receptores sensitivos, absorvendo a presença

de força externa. Entretanto, essas estruturas não aceitam alongamento além de

uma tensão máxima fisiológica, específica para cada elemento do tecido conjuntivo.

Quando a tensão é maior do que os receptores sensitivos suportam, estes enviam

mensagens de dor ao alongamento, o que desencadeia uma resposta muscular

imediata. A Crochetagem trabalha exatamente nesses conjuntos de músculos, pelo

conhecimento fino de anatomia palpatória clínica e pela técnica de colocação dos

ganchos sobre a pele, visando à liberação de aderências ou fibrólises. (SARAIVA et

al 2003; BRAGA, 2005).

3.3.1 Efeitos da Crochetagem

Os principais efeitos da Crochetagem podem ser divididos em ação mecânica,

efeito circulatório e efeito reflexo (ou neurológico).

A Crochetagem, pela sua ação penetrante sobre o tecido conjuntivo, exerce

evidente efeito mecânico nos tecidos. A Crochetagem irá manter ou aumentar a

extensibilidade do tecido conjuntivo ao promover o realinhamento e a remodelação

das fibras de colágeno. Com isso, ela pode resultar manutenção ou aumento da

amplitude articular e mobilidade capsular (ANDRADE E CLIFFORD, 2003).

No que tange aos efeitos circulatórios os mais freqüentes são de tipo

histamínico: nos locais dos contactos cutâneos com o gancho. Podemos observar,

durante alguns minutos, um rubor acompanhado de um edema semelhante a uma

picada de mosquito (BAUMGARTH, 2006). Essa hiperemia reativa transitória

significativa após a intervenção pode ser observada na Figura 4.

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Figura 4.Hiperemia ocasionada pela crochetagem Fonte: Arquivo Pessoal do Curso de Crochetagem (2007).

A observação clínica dos efeitos da Crochetagem demonstra um aumento da circulação sanguínea e provavelmente da circulação linfática. Ainda, o rubor cutâneo que segue uma sessão de Crochetagem parece sugerir uma reação histamínica (hiperemia profunda). A Crochetagem promove relaxamento das aderências das mio-aponeuroses pela ação controlada da pressão das espátulas sobre a inserção muscular. A conformação da espátula atua nos planos tissulares profundos que seriam inacessíveis à manipulação ou massagem profunda. Semelhante à mobilização de Cyriax consiste em uma fricção profunda repetitiva, que consiste na capacidade de produzir hiperemia profunda aumentando a perfusão tecidual e estimulando aos mecanoceptores. (BUSSIÉRES, 2002, p.30).

Para Braun e Simonson (2007) e Domenico e Wood (1998) os efeitos da

crochetagem na circulação sanguínea e linfática também podem contribuir para o

alivio da dor. Tendo em vista que a Crochetagem exerce um efeito significativo sobre

a circulação, espera-se que ela promova a remoção de "metabólitos da dor", que

causam dor (cininas) da região de uma área afetada. Este efeito de eliminação pode

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43

constituir-se em uma contribuição significativa ao alivio da dor obtido com a

manipulação, por meio ao gancho, dos tecidos moles.

Existe pouca informação direta na literatura sobre os reais efeitos da

Crochetagem no funcionamento do sistema nervoso humano. Apesar disso, é

possível descrever alguns efeitos prováveis, com base no que se sabe da

neurobiologia do sistema (DOMENICO E WOOD, 1998). Com isso, a rapidez dos

efeitos, principalmente ao nível dos trigger points9 (pontos gatilho) sugerem a

presença de um efeito reflexo, que promove uma inibição pré-motoneurônio, que

induz a menor descarga motora e conseqüente relaxamento muscular (GUISSARD,

DUCHATEAU, HAINAUT, 2001).

3.3.2 Indicações e Contra Indicações

Com freqüência, o tecido cicatricial secundário à fibrosite ou a um tratamento

é doloroso e sem motilidade. Os tecidos do corpo têm todos sua própria motilidade e

elasticidades, e estas características podem ficar comprometidas por qualquer

organização local de tecido fibroso. A produção e organização de tecido fibroso são

os resultados inevitáveis de traumatismos ou de processos inflamatórios reumáticos

que não se curaram adequadamente. Provavelmente, o resultado será uma perda

dolorosa do funcionamento da articulação e do membro (DOMENICO E WOOD,

1998).

Os efeitos deletérios que ocorrem no tecido fibrosado são minimizados com a

crochetagem. Sendo assim, a mobilização pela Crochetagem é importante para

reorganização do Tecido Conjuntivo. Isso ocorre porque promove um alinhamento

mais funcional das fibras colágenas, minimizando o surgimento de aderências no

tecido cicatricial após lesão muscular ou período de imobilização (CAIERÃO et al,

2007).

9 São nódulos, que possuem de 2 a 5mm de diâmetro, bandas fibrosas, duros e irritáveis encontrados, nos músculos / fáscias.

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A utilização da Crochetagem abrange qualquer patologia articular músculo-

tendinosa ou ligamentosa que leve a uma fibrose ou formação de aderências, como

pós cirúrgico de hérnia de disco, fibromialgia, tendinite, contratura muscular, esporão

de calcâneo, cervicalgia, capsulite adesiva e bursite. Assim, a técnica poderá ser

utilizada em aderências consecutivas não só a um traumatismo (levando a um

derrame tecidual), mas também a uma fibrose iatrogênica cirúrgica; síndromes

tróficas dos membros (canal do carpo); algias tanto inflamatórias quanto não

inflamatórias do aparelho locomotor (miosite, tendinite, pubalgia) e nevralgias

(BAUMGARTH, 2005).

As principais contra-indicações são semelhantes a outros movimentos de

terapia manual, sobretudo os que envolvem a aplicação de uma pressão significativa

sobre os tecidos: Lacerações musculares agudas (sobretudo hematomas

intramusculares); Articulações agudamente inflamadas; Doenças de pele (sobretudo

dermatite aguda, psoríase, ou qualquer infecção cutânea comunicável) na área a ser

tratada; Vasos sanguíneos lesionados ou enfermos (sobretudo tromboflebite e

trombose de veia profunda) na área a ser tratada; Neoplasia ou tuberculose na área

a ser tratada ou em suas proximidades; Infecções bacterianas na área a ser tratada,

ou em suas proximidades, sobretudo infecções articulares (DOMENICO E WOOD,

1998).

Rocha (2005) acrescenta ainda como contra-indicações à falta de habilidade

do terapeuta ou que não esteja acostumada com o método.

“Embora seja um método com poucas contra-indicações, é importante considerar a agressividade ou imperícia do terapeuta, os maus estados cutâneos e circulatórios, assim como sua aplicação direta sobre processos inflamatórios” (SANTANNA, 2004, p.09).

3.3.3 Descrição do Material

Depois de terem sido testados vários dos materiais disponíveis para a técnica,

tais como: a madeira, ossos, e outros, Dr. Ekman criou uma série de ganchos de

aço, de forma a melhor atender às exigências do seu método. Cada gancho

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apresenta uma curvatura diferente, permitindo o contato com os múltiplos acidentes

anatômicos que se interpõem entre a pele e as estruturas a serem tratadas

(BAUMGARTH, 2007).

O gancho é um instrumento calibrado que permite efetuar a lise do tecido

fobrosado e de uma estrutura aderida, pela mobilização precisa, focalizada sobre a

aderência ou sobre o corpúsculo fibrótico. A fibrólise é efetua-se por intermédio de

um gancho adaptado à região e ao tipo de estrutura a tratar.

Dessa maneira, cada gancho apresenta uma curvatura diferente permitindo o

contato com os múltiplos acidentes anatômicos que se interpõem entre a pele e as

estruturas a serem tratadas (PEIXOTO 2003; KIFFER 2004; MORAES, 2006).

Conforme podemos observar na figura 5 abaixo:

Figura 5.Gancho utilizado na crochetagem. Fonte: AQUINO (2007), p.47.

Cada curvatura se acaba em uma espátula que permite reduzir a pressão

exercida sobre a pele. Isto permite reduzir a irritação cutânea provocada pelo

instrumento. Além disso, cada espátula apresenta uma superfície externa convexa e

uma superfície interna plana. Esta configuração cria entre as duas superfícies um

bordo bisoté e desbastado. (AMORIM, 2005).

Esta estrutura facilita a interposição da espátula entre os planos tissulares

profundos inacessíveis pelos dedos do terapeuta, e permite a Crochetagem das

fibras conjuntivas delgadas ou dos corpúsculos fibrosos em vista de uma

mobilização eletiva. Existem, portanto diferentes curvaturas do gancho. A

extremidade do gancho tem a forma de uma espátula, e permite uma abordagem

mais puntiforme, mais precisa da região a tratar em relação apenas a uma utilização

digital. A estrutura a “ganchar” é envolvida dentro da curvatura. A extremidade do

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gancho (espátula) é aplicada sobre a zona específica da fibrose ou da zona que

desejamos mobilizar (PEIXOTO 2003; KIFFER 2004; MORAES, 2006).

Quando o gancho é corretamente aplicado, ele revela-se menos doloroso que

a mobilização manual correspondente. De fato, não é simplesmente «raspar» uma

estrutura com o gancho para libertá-la e interromper a sua nociceptividade. O

conhecimento anatômico, a palpação, a escolha das diferentes formas de ganchar, o

gesto preciso e o treino do terapeuta serão fatores determinantes no resultado

(BAUMGARTH, 2005).

Dessa forma, o uso do gancho permite recuar os limites do tratamento

manual, tendo em conta os conhecimentos anatômicos e palpatórios necessários.

Graças a este instrumento calibrado, o gancho, é possível compensar as lacunas da

mobilização manual.

As vantagens deste método são a eficácia, a rapidez e a durabilidade dos

resultados obtidos nas dores ligamentares e capsulares das articulações, mialgia

mecânica recorrente, tendinopatia. Como já foi retratada anteriormente, em virtude

de sua ação específica sobre a estrutura conjuntiva que está envolvida na maior

parte das patologias, a técnica é utilizada pelo seu papel mecânico, vascular e

neurológico.

3.3.4 Técnica

O princípio do tratamento se baseia numa abordagem do tipo centrípeta,

iniciando de fora para dentro dos tecidos. Na presença de uma dor em um local

específico, o terapeuta inicia sua busca palpatória manual nas regiões afastadas

(proximais e distais) do foco doloroso. Esta busca palpatória segue as cadeias

musculares e fáscias lesionadas que estão em relação anatômica (mecânica,

circulatória e neurológica) com a lesão. Esta concepção permite evitar o aumento da

dor, chamado de efeito rebote, conseqüência de um tratamento exclusivamente

sintomático (KIFFER 2004).

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47

A aplicação da Crochetagem divide-se em três fases sucessivas: Palpação

digital, palpação instrumental e fibrólise. Há ainda, a técnica perióstea a drenagem.

A Palpação digital consiste em delimitar a área anatômica que apresenta

cordões fibrosos através do amassamento digital. Assim, esta primeira fase consiste

em uma espécie de amassamento, realizado com a mão palpatória, permitindo

delimitar grosseiramente as áreas anatômicas a serem tratadas. Ocorre aqui um

estiramento tecidular, lento ou acentuado, focalizado na ponta da espátula do

gancho, a fim de amolecer ou romper a fibrose (BAUMGARTH, 2007).

Já a Palpação instrumental é realizada com o gancho e o dedo indicador do

terapeuta estando perpendicular às fibras conjuntivas aderidas ou corpúsculos

fibrosos, delimitando-os.

Esta segunda fase se realiza com ajuda do gancho escolhido em função do volume da estrutura anatômica a tratar. Ela permite localizar com precisão as fibras conjuntivas aderentes e os corpúsculos fibrosos. A espátula do gancho coloca-se ao lado do indicador localizador da mão esquerda. O conjunto estando perpendicular às fibras tissulares a serem tratadas. A mão esquerda cria uma "onda" com os tecidos moles. O polegar esquerdo coloca a onda dentro do gancho. A penetração e a busca palpatória são efetuadas através de movimentos lentos antêro-posteriores. Durante esta última fase o movimento da mão esquerda precede o da mão direita, o que permite reduzir as solicitações dos tecidos pelo gancho (MORAES, 2006, p.34).

Na terceira fase ou lise das fibras aderidas ocorre o estiramento ou

rompimento do tecido fibrótico manualmente com o gancho; De acordo com Amorim

(2005) a fibrólise corresponde ao tempo terapêutico. Esta fase consiste, no final do

movimento de palpação instrumental, em uma tração complementar da mão que

possui o gancho. Este movimento induz, portanto, um cisalhamento, uma abertura,

que se visualiza como um atraso breve entre o indicador da mão palpatória e a

espátula do gancho. Esta tração complementar é feita para alongar ou romper as

fibras conjuntivas que formam a aderência, ou a deslocar ou a achatar o corpúsculo

fibroso.

Após essas três fases temos a raspagem perióstea que, como o próprio nome

já diz, baseia-se na raspagem para promover descolamento de áreas de inserções

ligamentares no periósteo. (JORDÃO, 2004).

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48

Após executar estas fases realiza-se a drenagem linfática local com sentido

distal para proximal visando direcionar os resíduos da fibrose para os gânglios mais

próximos A drenagem consiste no deslizamento superficial da superfície convexa do

gancho maior sobre as estruturas miofasciais, a fim de promover relaxamento e

aumento do aporte sanguíneo (SANT’ANNA, 2004).

A Crochetagem é uma técnica de tratamento fisioterapêutico ainda pouco

conhecida, tanto em suas aplicabilidades quanto em seus resultados. Esta técnica

tem sido divulgada e difundida entre os fisioterapeutas brasileiros, embora não

existam estudos científicos a cerca de seus efeitos em língua portuguesa. A pouca

literatura existente, está, em sua maioria, em francês ou alemão o que dificulta a

pesquisa. O presente estudo se torna relevante pelo fato de ser estudo experimental

de caráter único com o intuito de demonstrar se é possível utilizar a técnica mio-

aponeurótica de Crochetagem na liberação do músculo esternocleidomastóideo

(ECOM) em pacientes asmáticos e em conseqüência, dependendo dos resultados

obtidos na pesquisa, podem incorporar mais uma alternativa que poderá trazer um

resultado satisfatório no que se refere aos pacientes com asma.

3.3.4.1 Descrição da Técnica no músculo esternocleidomastóideo

No primeiro momento é feito a palpação do músculo ECOM, com paciente em

decúbito dorsal, palpando com uma mão a região cervical e a outra apoiada na

cabeça, faz-se um alongamento da região cervical posterior, Imobiliza a cabeça

firmando-a com a mão do profissional na face do paciente, palpa-se a origem do

ECOM, depois faz-se uma depressão da caixa torácica com a outra mão e por fim

posiciona a cabeça do paciente para o lado que irá iniciar o tratamento. Conforme a

seqüência mostrada por meio das figuras 6, 7, 8, 9, 10 e 11 abaixo.

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49

Figura 6.Palpando com uma mão a região cervical e a outra apoiada na cabeça. Fonte: Arquivo Pessoal do Curso de Crochetagem (2007).

Figura 7.Alongamento da região retro cervical. Fonte: Arquivo Pessoal do Curso de Crochetagem (2007).

Figura 8.Imobilização da cabeça Fonte: Arquivo Pessoal do Curso de Crochetagem (2007).

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50

Figura 9.Imobilização da cabeça e palpação da origem do ECOM Fonte: Arquivo Pessoal do Curso de Crochetagem (2007).

Figura 10.Imobilização da cabeça e depressão da caixa torácica Fonte: Arquivo Pessoal do Curso de Crochetagem (2007).

Figura 11.Visualização do músculo ECOM Fonte: Arquivo Pessoal do Curso de Crochetagem (2007).

Depois de palpar o músculo inicia o tratamento, raspando-se a origem que se

localiza bilateralmente do manúbrio esternal e extremidade medial da clavícula, e a

inserção que está no processo mastóide e no osso occipital do crânio, ganchando to

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51

do o ventre muscular de um lado e depois do outro, acompanhando todo o formato

do músculo e por fim drena-se o todo ventre muscular, repetindo-se o mesmo

procedimento com a cabeça rodada para o lado direito conforme a ilustração passo

a passo das figuras 12, 13, 14, 15, 16, 17 e 18 abaixo. O tempo de aplicação da

técnica é de 20 minutos por sessão.

Figura 12. Procedimento de raspagem na origem do músculo ECOM para o lado esquerdo Fonte: Arquivo Pessoal do Curso de Crochetagem (2007). Figura 13.Procedimento de raspagem na origem do músculo ECOM para o lado direito. Fonte: Arquivo Pessoal do Curso de Crochetagem (2007).

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Figura 14.Inserção do ECOM, localizado no processo mastóide e no osso occipital do crânio. Fonte: Arquivo Pessoal do Curso de Crochetagem (2007).

Figura 15.Procedimento de raspagem na inserção do músculo Ecom do lado esquerdo. Fonte: Arquivo Pessoal do Curso de Crochetagem (2007).

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53

Figura 16.Procedimento de raspagem na inserção do músculo Ecom do lado direito. Fonte: Arquivo Pessoal do Curso de Crochetagem (2007).

Figura 17.Procedimento de ganchar o ventre do músculo Ecom do lado esquerdo, iniciando o processo de cima para baixo. Fonte: Arquivo Pessoal do Curso de Crochetagem (2007).

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54

Figura 18.Procedimento de ganchar o ventre muscular, iniciando o processo de baixo para baixo. Fonte: Arquivo Pessoal do Curso de Crochetagem (2007) Figura 19.Procedimento de drenar o ventre muscular, iniciando o processo de baixo para baixo. Fonte: Arquivo Pessoal do Curso de Crochetagem (2007)

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55

4. MATERIAIS E MÉTODOS:

4.1 Métodos

Essa pesquisa foi utilizada o conhecimento empírico analítico por se tratar da

aplicação de uma técnica a ser analisada através de experimentação do instrumento

do gancho.

4.2 Amostra

Participaram do estudo cinco sujeitos, asmáticos (independente do tempo da

patologia), ambos os sexos, que apresentam aumento do trofismo do ECOM, na

cidade de Manaus-AM. O único critério de exclusão foi ser tabagista. O tratamento

foi realizado no Hospital Nilton Lins, no período vespertino. Eles foram submetidos à

técnica de Crochetagem, para a elastificação do músculo esternocleidomastóideo,

com o intuito de estabelecer um parâmetro de avaliação, onde foi investigado

alterações visíveis no término do tratamento nesta musculatura. Verificando a PI

máx., através do manovacuômetro e o volume minuto por meio do ventilômetro.

4.3 Equipamentos

Foram utilizados: uma câmara digital (7,2 mega pixels); um manovacuômetro;

um ventilômetro; uma cadeira, uma maca e um gancho (específico da técnica, Fig.

5); um clipe nasal (para oclusão da passagem do ar); uma traquéia de 30 cm de

comprimento utilizada para realização da ventilometria e manovacuometria.

4.4 Instrumentos e Procedimentos da Pesquisa

Foram realizados os procedimentos de pesquisa com seres humanos. Foi

dada entrada com o pedido de autorização para o uso do Hospital Nilton Lins como

local da pesquisa. Concomitantemente, foi solicitada aos pacientes a assinatura do

termo de consentimento livre e esclarecido (anexo 1), sendo essa pesquisa

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56

submetida a aprovação no Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário Nilton

Lins, com aprovação em 16 de Maio de 2008 (anexo 2).

O procedimento científico foi realizado individualmente. Contou de uma

avaliação minuciosa do paciente através de questionário (com perguntas, em

anexo), observação e registro do padrão postural dos pacientes através de

câmera fotográfica (com uma distância aproximada de 2 metros da parede até o

tripé, de corpo inteiro de perfil e ântero-posteriormente).

Os pacientes asmáticos foram submetidos a dois atendimentos

fisioterapêuticos semanais, durante 8 semanas, totalizando em dezesseis sessões,

no período de Setembro de 2008 a Novembro de 2008. Para a realização da técnica

de Crochetagem, foi necessário o instrumento gancho, na elastificação do músculo

esternocleidomastóideo. A avaliação dos parâmetros respiratórios nos pacientes,

antes e após a utilização da Crochetagem, foi realizada através do manovacuômetro

e ventilômetro.

Para a mensuração da pressão inspiratória máxima (PI máx), foi utilizado um

manovacuômetro (digital) da marca GER AR ® (Classe B). Em virtude de ser uma

técnica que causa desconforto, foi necessário fazer uma explicação DETALHADA da

técnica aos sujeitos da pesquisa. Os sujeitos ficaram sentados (em posição

confortável) estando o tronco em um ângulo de 90° com as coxas e pés apoiados no

chão e com as narinas ocluídas com um clipe nasal (SOUZA, 2002; PRESTO, 2005).

Para medir a PI máx., que traduz a pressão máxima gerada pelos músculos

inspiratórios, os sujeitos realizaram uma expiração máxima, seguida de uma

inspiração máxima (por pelo menos 3 segundos) através do bocal, contra a via

aérea ocluída. A leitura do valor da medida foi feita diretamente no visor do

manovacuômetro. Esse procedimento foi realizado três vezes. Como o teste é

cansativo, os sujeitos tiveram, entre cada uma das manobras, um intervalo de

"repouso" de 30 a 40 segundos (aproximadamente). Para análise, será considerado

o valor da MAIOR MEDIDA da PI máx. Devem ser afrouxadas ou removidas peças

de vestuário que possam interferir com os esforços respiratórios máximos, tais como

cintos apertados, faixas elásticas abdominais, cintas e espartilhos (DIAS et al, 2000;

SOUZA, 2002; PRESTO, 2005; GAVA E PICANÇO, 2007).

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Na pesquisa foi utilizado um ventilômetro (digital) da marca FERRARIS,

modelo Wright MK8, a fim de realizar a ventilometria e verificar o volume minuto

(VM) e o volume corrente (VC). O ventilômetro é usado para medir o deslocamento

volumétrico que cada indivíduo possui. Segundo PRESTO (2005) esta técnica tem

como objetivo mensurar os valores ventilatórios próprios dos pacientes, isto é:

volume minuto (VM) e o volume corrente (VC). O volume corrente foi calculado com

base no volume minuto e na freqüência respiratória. O procedimento é semelhante

ao da manovacuometria. Os sujeitos, durante a aplicação da técnica devem estar

numa posição confortável, com o tórax ereto. Para verificação do VM e VC, foi

acoplada a boca do paciente ao ventilômetro por meio de uma traquéia e um bocal,

sendo sustentado pelos sujeitos. Um clipe nasal foi colocado ocluindo as narinas. Na

posição sentada os sujeitos foram estimulados a realizar uma respiração basal

durante um minuto, verificando logo em seguida o valor obtido e a freqüência

respiratória. Divindo o Volume minuto pela freqüência respiratória e obtendo desta

forma o volume corrente. (PRESTO, 2005).

4.5 Análise Estatística

Os resultados obtidos antes e depois da intervenção do tratamento, foram

expressos em média e desvio padrão e submetidos à análise estatísticas com

p<0,05 para significância estatística.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para a análise estatística foi utilizado o Software Graph Pad. A análise dos

dados foi iniciada com descrição estatística simples, feita pelo teste t de Student

para comparação entre dois grupos. Seguida do teste Student–Newman–Keuls e

ANOVA, para comparação das médias de 3 grupos. O nível de significância utilizado

é de 5% e o intervalo de confiança do teste de 95%. Para avaliar a dependência de

uma variável a outra, aplicou-se aos pares de dados o teste de correlação linear de

Pearson (r).

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Foram avaliados cinco indivíduos, sendo quatro do sexo feminino e um do

sexo masculino com as características apresentadas na tabela 1. Observar-se que é

uma população jovem e não apresentando obesidade.

Tabela 1: Característica da amostra estudada

Variáveis Idade anos

Peso Kg

Altura m

IMC kg/m2

Média 24,8 64,8 1,65 24,02 Desvio Padrão 3,96 8,04 0,04 3,71

n 5 5 5 5 Legenda: Caracterização da amostra, n= nº de indivíduos.

Na pesquisa de Aguiar Filho et al (2005) a crise de asma foi mais freqüente

em mulheres. Eles identificaram que as mulheres têm responsividade brônquica

maior que a dos homens, sendo quase totalmente devida a seu menor calibre de

vias aéreas. Este autor corrobora esta afirmação com base em outros autores como

Schaubel et al (2005) e De Marco et al (2005) que, ao estudarem 18.659 pessoas,

sendo 52,1% mulheres e 47,9% homens, residentes em dezesseis países,

identificaram que a incidência de asma na faixa etária de zero a 44 anos mantém

uma relação inversa com a idade e predomina em mulheres.

De acordo com Sarinho et al (1995) a asma é a doença crônica mais comum

na infância, ocorrendo em 3 a 5 % das crianças. O início da sintomatologia asma

ocorre antes dos 8 anos, sendo, em metade dos casos, anterior à idade de 3 anos.

Até a puberdade, o sexo masculino é 2 vezes mais atingido que o feminino.

Para Rodrigues et al (2007) uma série de estudos epidemiológicos reforça a

hipótese de que a obesidade é um fator de risco para asma e que pode existir uma

origem inter-relacionada comum entre obesidade e asma. A relação de causalidade

não está bem esclarecida, mas os dados atuais não apóiam a hipótese de que a

asma cause obesidade. É possível que esta relação entre asma e obesidade ocorra

por uma predisposição genética comum.

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Para Pelegrino et al (2007), entretanto, a relação entre a obesidade e a asma

ainda permanece controversa. Vários estudos mostraram que a associação entre os

valores elevados do IMC e a incidência de asma é significativamente maior nas

mulheres quando comparada aos homens (BECKETT, 2001; GUERRA, 2002).

É importante ressaltar alguns aspectos sobre a musculatura inspiratória e

expiratória citados na literatura, dentre eles encontra-se Kendall et al (1995), que

descreve que os músculos ECOM são acessórios na inspiração, que ajudam a

elevar as clavículas e o esterno, ocorrendo desta forma a expansão torácica. Em um

ciclo respiratório normal não são solicitados, sendo ativados no momento em que

acontece uma demanda respiratória causada por um esforço físico.

O esternocleidomastóideo é considerado por muitos autores como o mais

importante músculo acessório da inspiração. O ECOM contrai-se (encurta) durante a

inspiração moderada e profunda. Quando os pulmões estão hiperinflados, os

esternocleidomastóideos estão especialmente ativos. É importante destacar que

eles não ficam ativos durante a expiração (KENDALL et al, 1995; LIPPERT, 2000).

Para Machado (2008) a medida da PI máx é mais importante porque é

indicativa da capacidade ventilatória, do desenvolvimento da insuficiência

respiratória e determinante do volume corrente (VC).

Segundo Azeredo (2002), a força muscular inspiratória (PI Máx - cm H20.), em

adultos jovens normais é entre -90 a -120 cm H2O de água. E a força muscular

expiratória (PE + Máx cm H2O) tem como valor médio de um adulto jovem entre +100

a +150 cm H2O. Sendo que após 20 anos de idade ocorre um decréscimo anual de

0,5 cm de água, em ambos os sexos. Diante disto, pode-se também, a partir dos

valores encontrados a partir da mensuração da PI Máx. e PE Max, diagnosticar

clinicamente a força muscular respiratória, para saber-se há fraqueza muscular,

fadiga muscular e falência muscular respiratória. Para se diagnosticar fraqueza

muscular os valores da PI Max encontrados são iguais há – 70 a – 45 cm H2O;

fadiga muscular os valores são iguais há – 40 a – 25 cm H2O e falência muscular os

valores é igual ou menor que – 20 cm H2O.

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60

Com base nesses valores, o grupo estudado nesta pesquisa estava abaixo

dos valores normais na 1ª avaliação (PI máx. -74 cm H20 e PE máx. +70 cm H20).

Sinalizando que a asma crônica deixa sutis perdas da função pulmonar. E que

tratamentos visando a liberação, podem contribuir para melhora da valência

respiratória.

Para avaliar a força muscular inspiratória (PI máx.) foi realizada a

manovacuometria no inicio, no 8o atendimento e no final do tratamento. Os valores

médios, inicial e final foram analisados através do teste t Student com valor de p =

0,02, sendo estatisticamente significativo (Tabela 2 e gráfico 1).

A mensuração da pressão inspiratória máxima no início do experimento foi de

-74, aumentando significativamente para - 128 no final.

Tabela 2: Valores médios da PI máx. (em cm H20) inicial e final

PI máx cm H20 Inicial Final P

Média -74 -128 Desvio Padrão 29,66 34,21 *

n 5 5 Teste estatístico utilizado teste t Student, * valor de p = 0,02, sendo significativo o aumento da força inspiratória após o tratamento com a Crochetagem no ECOM. Gráfico 1: Média dos índices da PI máx. (em cm H20) inicial e final do

experimento.

Média

-160

-140

-120

-100

-80

-60

-40

-20

0

Inicial Final

Média

Médias da PI máx. expressos no início de -74 cm H20.e no final do procedimento de -128 cm

H20.

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61

Para Cunha et al (2005) embora os programas de reabilitação pulmonar de

maneira geral não incluam o alongamento dos músculos acessórios, este pode vir a

ser um meio de intervenção capaz de colocar em vantagem os músculos que atuam

sobre a caixa torácica, melhorando, assim, o seu desempenho. Os efeitos advindos

do alongamento muscular podem ser observados a partir da expansibilidade

torácica, do padrão respiratório, da força e da atividade muscular respiratória, entre

outros. Desta forma podemos corroborar a importância do alongamento do ECOM,

através da Crochetagem, podendo intervir numa melhora da mecânica respiratória

de pacientes asmáticos.

Para avaliar a força muscular expiratória (PE máx cm H20.) foi utilizada a

manovacuometria seguindo o mesmo protocolo, mensurando no inicio, na 8a sessão

e ao final do tratamento. As médias inicial e final foram analisados por meio do teste

t student com valor de p = 0,09, sendo o resultado considerado não significativo,

conforme os dados expressos na tabela 3. Com base nesses resultados, o fato de

liberar o ECOM, utilizando a Crochetagem, não altera o desempenho de

musculatura expiratória. No entanto, é importante destacar que os músculos

EXPIRATÓRIOS não são SOLICITADOS durante a crise asmática, logo estes

resultados já eram esperados.

Tabela 3: Valores médios da PE Max. (em cm/H20) inicial e final

PE Máx cm/H20 Inicial Final P Média +70 +110

Desvio Padrão 28,28 38,73 n 5 5

ns

Utilizado teste t Student, valor de p = 0,09, considerando não significativo (ns).

A mensuração das pressões máximas consiste em um método não-invasivo

muito utilizado para avaliar a capacidade de força dos músculos inspiratórios

(denominada como Pressão inspiratória máxima – PI máx) e músculos expiratórios

(denominado como Pressão expiratória máxima – PE máx), sendo uma importante

ferramenta na prática clínica da fisioterapia (ALMEIDA; BERTUCCI; LIMA, 2008).

Conforme Vasconcellos et al (2007) a força da musculatura expiratória corresponde

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à somatória da força dos músculos envolvidos na expiração. Dessa forma, na PE

máx sofrerá influência direta da força dos músculos expiratórios.

Para a mensuração do volume minuto (VM), foram utilizados três medidas de

ventilometria: a inicial, no 8º atendimento e ao final. As três médias foram analisadas

pelo teste estatístico Student-Newman-Keuls e ANOVA a fim de verificarem o nível

de significância.

A média inicial do volume minuto foi de 6,84 l/min., a parcial é de 7,86 l/min. e

a final é de 8,88 l/min. Quando comparado o valor inicial com o parcial e o parcial

com o final, os dados apresentados não são significativos. Em contrapartida, a

média do volume inicial é significativa quando comparado com a média final.

(Conforme os dados expressos na tabela 4 e gráfico 2).

Tabela 4: Valores médios do Volume Minuto inicial, parcial e final.

Volume Minuto l/min. Inicial Parcial Final p Média 6,84 7,86 8,88

Desvio Padrão 0,65 0,75 1,15 n 5 5 5

* **

Teste estatístico utilizado teste Student-Newman-Keuls e ANOVA

*valor de p = 0,01, comparando o vol minuto inicial ao final, valor significativo. ** valor de p > 0,05 não significativo o vol minuto inicial e parcial, e parcial com final.

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Gráfico 2: Média dos índices de Volume Minuto entre os três períodos do experimento.

Média

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Inicial Parcial Final

Média

Médias do volume minuto expressos no início de 6,84 l/min.; durante de 7,86 l/min.e no final

do procedimento de 8,88 l/min.

Apesar de a amostra ser relativamente baixa, os resultados dos valores inicial

e final apresentaram alterações importantes do volume minuto, a partir do 8o

atendimento. Fazendo-se necessário mais de 15 atendimentos com a Crochetagem

no ECOM, para se ter ganho efetivo no volume minuto de paciente asmático. Pelo

resultado, nos primeiros atendimentos até o 8º, não houve ganho significativo. Existe

apenas a tendência de aumento, porém não é significativo. Por esse resultado,

observa-se que é necessário adequado tratamento a médio prazo para se obter

resultados efetivos.

O volume corrente é a quantidade de ar levado pra dentro e fora dos pulmões

em repouso a cada ciclo respiratório (FISHMAN, 1992) Para encontrar o valor do

volume corrente, acha-se o valor do volume minuto (através do ventilômetro) e

divide pela freqüência respiratória (PRESTO, 2005)

O volume-minuto respiratório é a quantidade total de ar novo que entra nas

vias respiratórias a cada minuto e equivale ao produto do volume corrente

multiplicado pela freqüência respiratória. O volume corrente normal é de cerca de

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500 ml e a freqüência respiratória normal é de 12 respirações por minuto. Portanto, o

volume-minuto respiratório é, em média, de 6 litros por minuto, e pode ser

aumentado, pelo aumento da freqüência respiratória ou do volume corrente,

conforme as necessidades do indivíduo (SOUZA; ELIAS, 2006). Podemos entender

com isso que um aumento da força inspiratória é diretamente proporcional ao

aumento do volume minuto.

O volume corrente médio dos indivíduos observados no período inicial do

experimento é de 368 ml (+ 32,7), aumentando após oito sessões para 462,8 ml (+

43,1), com p >0,05 (ns). Ao final do período do experimento a média do índice de

volume corrente é de 546,6 ml (+40,6), sendo estatisticamente maior que o do início

do período (p <0,05), conforme a tabela 5 e gráfico 4.

Tabela 5: Valores médios do Volume Corrente inicial, parcial e final.

Volume Corrente (ml) Inicial Parcial Final p Média 368 462,8 546,6

Desvio Padrão 32,7 43,1 40,6 n 5 5 5

* ** ***

Teste estatístico utilizado teste Student-Newman-Keuls, ANOVA.

*valor de p = 0,02, significativo a comparação do vol corrente inicial com final. ** valor de p > 0,05 não significativo a comparação do vol. corrente inicial e parcial. *** valor de p < 0,05 significativo para a comparação do vol. corrente parcial com final.

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65

Gráfico 3: Média dos índices de Volume Corrente entre os três períodos do experimento.

Média

0

100

200

300

400

500

600

700

Inicial Parcial Final

Média

Médias do volume corrente expressos no início de 368 ml.; durante de 462,8 ml.e no final do

procedimento de 546,6 ml.

Para verificar se as variáveis PI máx., volume minuto e volume corrente

apresentam alguma dependência entre si, foi utilizado teste de correlação Pearson

(r). Esse teste submete as variáveis estudadas à correlação linear, as quais acredita-

se que sejam dependentes uma das outras. O coeficiente de correlação baseia-se

no cálculo de uma reta (r), que equivale a 1. No entanto, quanto mais próximo do

valor 1, mais forte é a dependência das variáveis.

Foram comparadas as variáveis: PI máx. com Volume Minuto; volume. Minuto

com volume corrente e volume corrente com PI máx. Estas três variáveis

apresentaram correlação forte, diretamente proporcional, ou seja, aumenta uma

automaticamente a outra também aumenta. Esses resultados são significativos e

estão no gráfico 4, 5 e 6.

A correlação mais forte foi a volume minuto com volume corrente (gráfico 4),

seguida da PI máx com volume minuto (gráfico 5) e a mais fraca foi a PI máx. com

volume corrente (gráfico 6).

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Gráfico 4: Correlação linear entre Volume minuto e Volume corrente.

5

10

0,250 0,350 0,450 0,550

volume corrente (l)

Vo

l M

inu

to

Gráfico de coeficiente de Pearson (r): sendo o coeficiente de correlação r = 0,913; 95% de

intervalo de confiança = 0,639 a 0,9553, p = 0,0001

A relação entre essas variáveis é diretamente proporcional, quanto mais

volume minuto, mais volume corrente.

Gráfico 5: Correlação linear entre PI máx. e volume minuto

25

75

125

175

5,0 7,0 9,0 11,0

volume minuto (l)

PI

MA

X

Gráfico de coeficiente de Pearson (r): sendo o coeficiente de correlação r = 0,708; 95% de intervalo de confiança = 0,431 a 0,920, p = 0,0007

Essa relação, também é diretamente proporcional, quanto maior a força

inspiratória, maior é o volume minuto gerado.

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67

Gráfico 6: Correlação linear entre PI máx. e volume corrente

25

75

125

175

0,250 0,350 0,450 0,550

volume corrente (l)

PI

MA

X

Gráfico de coeficiente de Pearson (r): sendo o coeficiente de correlação r = 0, 595; 95% de

intervalo de confiança = 0,372 a 0,824, p = 0,039

Existe relação diretamente proporcional dessas duas variáveis, apesar de ser

a correlação mais fraca, entre as 3 apresentadas nesse estudo.

Segundo Kisner e Colby (2005) por alongamento muscular entende-se

qualquer manobra terapêutica elaborada para alongar estruturas de tecido mole

encurtadas. O alongamento muscular é um importante componente de um programa

de reabilitação fisioterápica, pois um músculo encurtado pode criar não só um

desequilíbrio e instabilidade nas articulações, mas também um alinhamento postural

incorreto com conseqüentes lesões e disfunções articulares (MARQUES,

MENDONÇA, COSSERMELLI, 1994). Nesse sentido, o alongamento permite que o

músculo recupere seu comprimento necessário para manter um alinhamento

postural correto, manter a estabilidade articular, garantindo principalmente a

integridade da função e melhora da contração muscular (GASHU et al, 2001).

Os músculos respiratórios são músculos esqueléticos como outro qualquer.

São compostos por quantidades variáveis de fibras musculares organizadas em

unidades motoras inervadas pelo motoneurônio alfa, de modo que são iguais

morfofuncionalmente. Deste modo, estão sujeitos a deficiências e alterações

semelhantes a qualquer músculo esquelético enfraquecido (TOLEP E KELSEN,

1993; SAMPAIO et al, 2002).

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Na literatura, são escassas as informações sobre a ação do alongamento dos

músculos respiratórios, provavelmente por se tratar de um grupo muscular de

funcionamento complexo

O alongamento dos músculos inspiratórios facilita a dinâmica do diafragma,

evitando as compensações que distorçam o tórax e, desta forma, prejudiquem a

ventilação (AZEREDO, 2002). Segundo Barbosa (2002) a musculatura acessória

deve ser alongada para não ser utilizada em excesso, pois quando utilizada em

excesso, o diafragma deixa de trabalhar adequadamente. Os principais músculos

que devem ser alongados são os cervicais, principalmente o

esternocleidomastóideo.

O presente estudo demonstrou que a intervenção fisioterapêutica pelo método

de crochetagem aplicada durante 8 semanas em voluntários jovens, asmáticos foi

capaz de aumentar significativamente os valores das pressões inspiratórias

máximas. Segundo Azeredo (2002) a força muscular inspiratória (PI Máx - cm H20),

em adultos jovem normais é entre -90 a -120cm de água.Neste contexto, os

voluntários apresentavam pressões inspiratórias máximas abaixo do limite de jovens

normais e, após a intervenção, houve um aumento significativo destes valores.

Assim sendo, os resultados obtidos sugerem que a Crochetagem pode ser mais uma

ferramenta de importância terapêutica no tratamento de alterações dos músculos

respiratórios.

Até o momento não ocorreram estudos que demonstraram melhora do

desempenho da função respiratória em pessoas submetidas a Crochetagem, no

entanto sabe-se que o gancho exerce efeitos sistêmicos no que tange ao

comprimento muscular, recupera a amplitude de movimento e flexibilidade,

repercutindo na potêncialização da capacidade de contração muscular

(BAUMGARTH, 2007).

Geralmente, alterações na mecânica respiratória são decorrentes do

encurtamento excessivo da musculatura inspiratória e as principais causas desse

encurtamento são: agressões neuropsíquicas (estresse), aumento do volume da

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massa visceral, postura inadequada, patologias respiratórias, fraqueza muscular e

envelhecimento (SOUCHARD,1987).

O alongamento de uma fibra muscular promove o aumento do número de

sarcômeros em série. Nesse sentido, o aumento de força muscular em função do

alongamento deve-se possivelmente à melhor interação entre os filamentos de

actina e miosina, em virtude do aumento do comprimento funcional do músculo

(SHAH et al, 2001; COUTINHO et al, 2004).

“A força desenvolvida por um músculo varia em função do comprimento muscular. Quanto mais alongada estiver a fibra muscular, maior será sua capacidade de gerar pressão” (MACHADO, 2008, pg. 117).

Estudos em modelos animais, onde é possível a análise das fibras

musculares, mostram que o alongamento realizado uma vez por semana em

músculos encurtados é suficiente para amenizar a atrofia muscular (GOMES et al,

2004). Alguns autores referem ainda que, em músculos normais submetidos ao

alongamento três vezes por semana, ocorre um aumento do número de sarcômeros

em série e da área de secção transversa das fibras musculares (COUTINHO et al,

2004).

Outros autores apontam que o comprimento do sarcômero é regulado pelo

tempo de tensão ao qual o músculo é submetido (HERRING et al, 1984): períodos

prolongados de alongamento podem levar a um processo adaptativo muscular mais

eficaz em comparação a curtos períodos de tempo. Nesse aspecto, em nosso

estudo, tanto o tempo de duração do tratamento, quanto o tempo de duração de

cada sessão de Crochetagem podem ter favorecido o aumento do comprimento dos

sarcômeros e uma contração mais eficaz, refletida no aumento das pressões

inspiratórias.

A crise asmática acarreta um aumento do trabalho ventilatório e pode levar

fadiga muscular respiratória. Crises recorrentes podem desencadear uma

sobrecarga significativa na musculatura respiratória principal e acessória, bem como

na musculatura da parede torácica e do tronco, acarretando em hiperinsuflação

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torácica, alterações permanentes da caixa torácica e insuficiência respiratória (LIMA

et al, 2008).

É importante destacar que a hiperinsuflação aumenta o trabalho dos

músculos respiratórios (Machado, 2008)

Na asma as debilidades musculares são traduzidas por uma função deficiente

da musculatura abdominal e diafragmática, assim como uma sobrecarga da

musculatura acessória da respiração, principalmente o ECOM.

Para Pryor e Webber (2002) O ECOM é conhecido como um músculo

acessório da respiração, mas a verdade tem um papel de estabilizador da respiração

corrente. Conseqüentemente a fraqueza dos músculos respiratórios (incluindo a

musculatura acessória) pode conduzir a insuficiência ventilatória. Por isso

entendermos ser necessária a realização de um alongamento do ECOM, visto que o

paciente asmático já apresenta uma sobrecarga desta musculatura.

"O aumento do volume pulmonar (síndromes obstrutivas com hiperinsuflação pulmonar) desloca o diafragma caudalmente, reduzindo seu comprimento de repouso e conseqüentemente sua capacidade de gerar pressão. Geralmente a hiperinsuflação acarreta o encurtamento de todos os músculos respiratórios, sendo o diafragma e os intercostais os músculos mais comprometidos". (MACHADO, 2008, p.117-118).

Nesse aspecto, podemos concluir que apesar do diafragma e dos intercostais

apresentarem destaque em relação ao comprometimento da mecânica ventilatória, a

presente pesquisa demonstra que o ECOM também interfere nessa mecânica uma

vez que a liberação dessa musculatura irá influenciar nos volumes e na força

muscular, podemos então considerar um importante músculo da inspiração.

Os pacientes asmáticos pela disfunção mecânica característica podem ser

beneficiados pela Crochetagem no que se referem às alterações dos músculos

respiratórios. A Crochetagem visa promover um realinhamento dos tecidos moles

após lesão músculo-tendíneo-ligamentar. A crochetagem pode produzir não só um

movimento entre as fibras do tecido conjuntivo, mas também um aumento da

extensibilidade tecidual e conseqüentemente aumento do alinhamento ordenado do

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colágeno dentro dos tecidos. Isso poderá causar um relaxamento da musculatura e

minimizando a hipertrofia do ECOM instalada. O comprimento muscular adequado

do ECOM, através do relaxamento da musculatura, possibilita exercer uma

capacidade contrátil mais eficaz, promovendo melhora da mecânica respiratória

(BRAUN E SIMONSON, 2007; LIMA et al, 2008; BAUMGARTH, 2005).

Derenne et al. (1978) refere que a pressão máxima gerada por um músculo

reflete sua força. Assim, neste estudo procurou-se aplicar técnicas de Crochetagem

para melhorar a relação comprimento-tensão das fibras musculares do ECOM,

buscando favorecer o desempenho da bomba respiratória. Durigon (1995) considera

que quanto mais alongado estiver um músculo dentro do limite de sua capacidade

contrátil, maior será sua capacidade de gerar tensão e maior o volume gerado.

É importante ressaltar que na asma, além do comprometimento da mecânica

respiratória, estão presentes outras manifestações sistêmicas que requerem

cuidados e tratamento específico com acompanhamento médico. Portanto, a

Crochetagem seria proposta como parte de um programa de reabilitação pulmonar

fisioterapêutica.

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PESQUISADOR MENSAGEIRO DO CRESCIMENTO

Entrevista com Ed Bill Blaw

Nos últimos 20 anos, a ciência da terapia manual cresceu e se desenvolveu

geometricamente 3 vezes o seu tamanho de época. A cada 15 escolas que abordam

e oferecem a terapia manual como conhecimento científico, 10 são universidades

particulares. Como consequência, a profissão de terapeuta especialista foi

reconhecida pela população que se submete a diversidade de tratamentos, como a

profissão que cresceu mais rápido no país e está sendo cada vez mais procurada

pelos pacientes que precisam de ajuda.

O Superior Tribunal de Justiça informa que de 2002 a 2008, o número de

processos contra erro profissional na área da saúde invasiva aumentou em 232%.

Com isso, foi necessário contratar um corpo de professores competentes, três

vezes maior do que o de 20 anos atrás, trazendo competência robusta e consistente

para lecionar disciplinas especifica profissionalizante e atuar como pesquisadores

das ciências da saúde.

Toda vez que o pesquisador escuta e aceita, sem preconceito, as opiniões de

mercado (as necessidades do mundo) este se abre nas profundezas da genialidade

da aprendizagem, tanto que constatamos o real crescimento na pesquisa, que

muitas delas trouxeram grande reconhecimento para os pesquisadores e para suas

instituições. Contudo, tem havido pouca pesquisa de campo em áreas muito

relevantes, sem sinergia tecnológica, tanto para a teoria como para a prática,

destinadas a testar e refinar a teoria e potencializar a eficácia acadêmico clínica.

Existem razões lógicas que explicam porque os pesquisadores não querem

deixar os cômodos inocentes campos de pesquisas nos quais se estabeleceram, se

tornaram produtivos, reconhecidos e prósperos em conseguir contribuições

confortáveis para suas pesquisas. Contudo, tem sido decepcionante o fato de que

tão poucos pesquisadores tenham se sentido desafiados pelas centenas de

questões excitantes disponíveis no mercado acadêmico e pelas espostas que já

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73

brotaram da curiosidade despertada por pesquisas anteriores e de uma infinidade de

observações clínicas particulares e experiências ocultas.

Existem duas razões principais que surgiram de perguntas feitas ao longo de

muitos anos e que podem explicar tal fato. A primeira é a não percepção de que a

pesquisa na área está limitada à investigação do modelo “único” filosofal de um

processo viciado e sem conectividade, o tratamento manipulativo e que se a

habilidade natural exercida de uma pessoa está em áreas não diretamente

relacionadas ao sistema músculo-esquelético, essa pessoa não tem nenhuma

contribuição a fazer.

A segunda razão é a impressão de que os princípios anatomo

morfofisiológicos e biopsicosocial sobre o corpo, normalmente apresentados, como

por exemplo: o corpo é uma unidade, o corpo tem auto-regulação inata, defensiva e

poderes de recuperação, a estrutura e a função estão reciprocamente relacionadas;

estão tão evidentes e cada vez mais evidentes na pesquisa científica da área da

saúde, que não faria sentido surgirem novas questões para serem pesquisadas.

Existem dois propósitos neste pensamento. O primeiro é estimular os

pesquisadores universitários da área da saúde clínica aplicada, a desenvolver

projetos de pesquisa de campo, relacionados à prática e a teoria do tratamento

manual, iniciando com previsão de geração de resultados e com sensibilidade social;

e o segundo é ajudar aos pesquisadores terapeutas clínicos, no desenvolvimento de

protocolos de pesquisas, modificar não, precisa sim modernizar, com competência

emocional criando um ponto de reversão que se encaixe melhor nos anseios dos

resultados clínicos da prática da terapia manual.

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74

CONCLUSÃO

Na crise asmática, durante a inspiração, pode-se observar que cada músculo

acessório da respiração se contrai ao máximo, e sobressai notadamente o

esternocleidomastóideo, ocorrendo uma sobrecarga desta musculatura.

No asmático o ECOM é bem desenvolvido (hipertrofiado) uma vez que é

necessária uma maior força para inspirar. Neste sentido, como vimos a

Crochetagem ocasionou um pequeno relaxamento da musculatura nos pacientes,

melhorando a média da PI máxima de -74 cm de H2O (inicial) para -128 cm de H2O

(final).

Os pacientes que não apresentaram, durante o estudo, manifestações

clínicas da asma e sintomatologia tiveram aumento dos valores do ventilômetro e

manovacuômetro coletados. No que tange à biomecânica, esses pacientes

obtiveram redução da hipertrofia, confirmando alguns efeitos pulmonares e

biomecânicos da Crochetagem.

No entanto, os pacientes que apresentaram crises asmáticas durante o

estudo houve uma melhora nos valores do ventilômetro e manovacuômetro

coletados.

A análise tanto das médias das pressões inspiratórias máximas quanto do

volume corrente dos pacientes apontou uma melhora evidente nos valores a partir

da 8ª sessão. Apesar disso, ainda não existem evidências para justificar o uso da

Crochetagem para tratamento da asma em adultos e/ou crianças.

Na realização deste estudo, foi encontrada enorme dificuldade em

fundamentar os achados em virtude da escassa literatura científica sobre o assunto.

Por se tratar, então, de um estudo pioneiro, hipóteses foram levantadas para tentar

explicar os resultados encontrados. Espera-se com isso que, a partir destas

sugestões, outras pesquisas surjam a fim de tornar o uso da Crochetagem mais

fundamentado. Acreditamos que estudos em um maior número de pacientes e por

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um período mais prolongado devam ser realizados a fim de verificar os efeitos

específicos que a Crochetagem pode acarretar nos pacientes asmáticos. Assim,

sugere-se novas pesquisas para comprovar os efeitos da Crochetagem nas

enfermidades pela incipiente comprovação científica.

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ANEXO

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Anexo 1

Comitê de Ética em Pesquisa (Uma cópia deste documento, deverá ser guardada pelo sujeito da pesquisa) CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Eu,_________________________________________________________________________________, RG:_________________, domiciliado nesta cidade, à rua_____________________________________________________________, declaro, de livre e expontânea vontade querer participar do estudo: “A IMPORTÂNCIA DA CROCHETAGEM NA LIBERAÇÃO DO MÚSCULO ESTERNOCLEIDOMASTÓIDEO EM PACIENTES ASMÁTICOS”. Autorizo o uso dos dados obtidos da minha participação somente para fins do presente estudo e que se guarde sempre sigilo absoluto sobre a minha pessoa. Declaro que me foi explicado que as informações que fornecerei ajudarão no melhor conhecimento do assunto em estudo. Foi-me informado também que minha participação consiste em responder algumas perguntas, e participar de um grupo de estudos para tratamento da asma, sendo submetido à Técnica de Crochetagem, que consiste na remoção das aderências, com o uso de ganchos colocados e mobilizados sobre a pele, que são utilizados na quebra das aderências do sistema músculo-esquelético, sem promover danos a integridade física do paciente. Sei que posso me negar a participar desse estudo, como também me retirar do mesmo a qualquer momento que desejar, sem que com isso, nem eu nem minha família venhamos a sofrer qualquer tipo de represália. Embora saiba que os riscos inerentes à minha participação na pesquisa sejam mínimos, também me foi informado que se, eventualmente, minha saúde vier a sofrer danos em decorrência da pesquisa, terei o apoio, inclusive, indenizatório, tanto do coordenador do estudo, quanto da instituição onde a mesma for realizada. Minha participação é inteiramente voluntária e não receberei qualquer quantia em dinheiro ou em outra espécie. Também sei que em caso de dúvida posso procurar informação e/ou ajuda a qualquer momento com o (a) senhor Coordenador(a) deste estudo, Priscilla Fernanda de Oliveira Guedes Abreu, no endereço: Rua Júlio Werner; N 25 Bloco “C”; Apto 201; Bairro Aleixo; Telefone:8114-5422. ________________________________________________ Assinatura Sujeito da Pesquisa Data: ______________, ____/_____/_______

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Anexo 2

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APÊNDICE

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Apêndice 2

FICHA DE AVALIAÇÃO

1. IDENTIFICAÇÃO NOME: _______________________________________________________________

IDADE: ____________ SEXO: __________ ESTADO CIVIL: ______________

PESO: _____________ ALTURA: __________ PROFISSÃO: _______________

ENDEREÇO: __________________________________________________________

TELEFONES: _________________________________________________________

DATA DA AVALIAÇÃO: _______________________________________________

PATOLOGIAS ASSOCIADAS: ( ) Diabetes Melitus ( ) Hipertensão ( ) Rinite Alérgica ( ) Sinusite MEDICAÇÕES EM USO: _______________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 2.QUEIXA PRINCIPAL

______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________

EXAME FÍSICO GERAL

FR:______________ FC:_____________ PA:__________________

TIPO DE TÓRAX:

_______________________________________________________________________

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TIPO RESPIRATÓRIO:

( ) Diafragmático ( ) Costal ( ) Misto

( ) Predomínio costal

( ) Predomínio diafragmático

RITMO RESPIRATÓRIO

( ) 1:2 ( ) 1:1 ( ) 2:1

EXAME FÍSICO ESPECÍFICO (ECOM)

INSPEÇÃO:

______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________

PALPAÇÃO:

______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ MANOVACUOMETRIA

DATA PiMax Inicial (cmH2O) PiMáx Final (cmH2O)

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VENTILOMETRIA

DATA Volume Corrente (VC) Volume Minuto (VC)

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Apêndice 2

Questionário

Questionário de Asma*

SIM NÃO OUTRAS RESPOSTAS

1. Há Quanto tempo você tem asma?

2. Há quanto tempo foi à última crise?

3. Você fez ou faz tratamento para asma?

4. Você tem crises de tosse durante o dia, à noite

ou quando?

5. Você freqüentemente se sente cansado devido

a sua doença?

6. Observa que tipo de dificuldade para respirar?

( ) A noite durante o sono ( ) Ao realizar alguma atividade

( ) Contínua

( ) Durante alimentação

( ) Nenhuma dificuldade

7. Sono

( ) Tranqüilo ( ) Agitado ( ) Ronca

( ) Sialorréia presente

( ) Respira pela Boca enquanto dorme

8. Você sente falta de realizar alguma atividade

física?

9. Você sente falta de ar, quando fica exposto a

cheiros fortes, fumaça de cigarro ou perfume?

10. Quais motivos levam a desencadear a crise:

( ) Ácaros ( ) Pólen ( ) Poeira

( ) Fumo ( ) Penas ( ) Fungos (Mofo)

( ) Baratas ( ) Cão ( ) Não Identifica

( )Outros.Quais)?___________________

11. Você fica com falta de ar quando tenta dormir?

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12. Você faz uso de algum medicamento?

13. Você fica preocupado com os efeitos a longo

prazo na sua saúde causados pelos

medicamentos que você tem que tomar por causa

da sua doença pulmonar?

14. Os seus sintomas pulmonares pioram quando

você fica aborrecido ou nervoso?

15. Existem momentos em que você tem

dificuldade em andar pela casa por dificuldade

respiratória?

16. Você sente falta de ar para as suas atividades

durante seu trabalho devido aos seus problemas

pulmonares?

17. Você sente falta de ar para subir escadas?

18. Você sente falta de ar para realizar as tarefas

domésticas? Como?

19. Você tem falta de ar quando está rindo?

20. Você sente que não consegue aproveitar

totalmente a vida?

21. Você se sente muito enfraquecido após um

resfriado?

22. Você tem um sentimento constante de aperto

no tórax?

23. Você se preocupa muito com a sua doença

pulmonar?