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A importância da família no acompanhamento escolar:

perspectivas pedagógicas para a erradicação do fracasso

escolar

Rosemeri Prado Santana1

Regina Aparecida Messias Guilherme2

Resumo

O objetivo deste artigo visa promover uma discussão sobre a importância da participação da família no acompanhamento escolar, bem como da aprendizagem significativa, o que caracteriza a perspectiva pedagógica para a erradicação do fracasso escolar na escola pública. A sociedade está passando por grandes mudanças e, com isso, a educação tem enfrentado um grande desafio, sendo cobrado dela um ensino de qualidade, muito mais do que educação de qualidade. Ensino e educação são conceitos diferentes um do outro. Enquanto ensino envolve atividades didáticas e metodológicas, educação é mais abrangente, contribuindo para a integração do ensino e vida, conhecimento e ética, reflexão e ação, colaborando para uma visão de totalidade, demarcando a justificativa da presente pesquisa, considerando o resultado do projeto de intervenção pedagógica realizado. Como problematização desta abordagem estão as questões de violência e indisciplina, que cada vez mais estão sendo apontadas pelos educadores, como um fator dificultador da aprendizagem, contribuindo, para o fracasso escolar. A família é considerada, historicamente, uma instituição responsável por promover a educação dos filhos e influenciar o comportamento no meio social, porém o presente estudo direciona o entendimento de que a sua participação no contexto escolar não está ocorrendo de forma satisfatória. Os resultados e os objetivos desta investigação apontam que a família tem sido a parte fundamental do sucesso ou do fracasso escolar dos alunos, pois quando existem estímulos positivos na esfera familiar e em decorrência de uma participação efetiva dos pais na rotina de seus filhos, como consequência haverá um melhor desempenho discente.

Palavras-chave: Escola Pública. Aprendizagem significativa. Fracasso escolar. Acompanhamento familiar.

1 Professora Pedagoga PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional – 2012/2013) –

Universidade Estadual de Ponta Grossa. e-mail: [email protected] 2 Professora Orientadora - Assistente do Departamento de Educação da Universidade Estadual

de Ponta Grossa. e-mail: [email protected]

Introdução

Este artigo é resultado do Projeto de Intervenção Pedagógica e do

período de estudos, realizado no Programa de Desenvolvimento Educacional

_PDE, turma 2012/2013. Trata-se, o PDE, de uma proposta que visa a

formação continuada dos professores e gestores da rede pública do Estado do

Paraná, proporcionando estudos e atividades voltadas a fim de instrumentalizar

os educadores para atuar no contexto escolar com novas possibilidades de

trabalho.

A escolha do assunto a ser estudado se deve ao fato que o tema

“fracasso escolar” no Ensino Fundamental tem sido bastante expressivo nos

últimos anos, além de percebermos que o acompanhamento da família no

processo ensino aprendizagem não está ocorrendo de forma satisfatória,

refletindo dessa maneira, nos resultados em sala de aula. Considerando que é

de fundamental importância a participação da família no contexto escolar, nesta

pesquisa optamos por delinear o seu objeto de estudo, posicionando o

acompanhamento familiar e escolar como desencadeador do sucesso escolar.

A sociedade, de modo geral, está passando por momentos de grandes

mudanças e com isso a escola enfrenta um grande desafio pela frente, pois

tem sido cobrado dela um ensino de qualidade, deixando, muitas vezes, de

lado a cobrança por uma educação realmente de qualidade.

Ensino e educação são conceitos totalmente diferentes um do outro.

Quando pensamos em ensino, nos vem à cabeça uma série de atividades

didáticas que têm como objetivos, a compreensão de áreas específicas do

conhecimento (Matemática, Ciências, Geografia, etc.).

Já o termo educação é muito mais abrangente, pois o foco principal

além de ensinar, contribui para integrar ensino e vida, conhecimento e ética,

reflexão e ação, colaborando para uma visão de totalidade. Para o professor

Moran (2000, p.12): “Educar é ajudar a integrar todas as dimensões da vida, a

encontrar nosso caminho intelectual, emocional, profissional, que nos realize e

que contribua para modificar a sociedade que temos”.

Assim, educar é contribuir para que nossos alunos transformem suas

vidas em processos de aprendizagem na construção de sua identidade,

durante a sua caminhada, tanto pessoal como profissional, buscando torná-los

cidadãos realizados.

Educamos de verdade quando aprendemos com cada coisa, pessoa ou idéia que vemos, ouvimos, sentimos, tocamos, experienciamos, lemos, compartilhamos e sonhamos; quando aprendemos em todos os espaços em que vivemos – na família, na escola, no trabalho, no lazer, etc. Educamos aprendendo a integrar as novas sínteses o real e o imaginário; o presente e o passado olhando o futuro; ciência, arte e técnica; razão e emoção.(MORAN, 2000, p.13).

Porém, nos estabelecimentos de ensino, estamos vivendo uma grande

dificuldade, pois percebemos que as questões de violência e de indisciplina

estão cada vez mais sendo apontadas pelos docentes como um fator que

dificulta a prática pedagógica, contribuindo sobremaneira para o fracasso

escolar, visto que passam a interferir diretamente nos resultados esperados,

inviabilizando, dessa forma, o trabalho significativo. Conforme Fante (2011,

p.91):

A intolerância, a ausência de parâmetros que orientem a convivência pacífica e a falta de habilidade para resolver os conflitos são algumas das principais dificuldades detectadas no ambiente escolar. Atualmente, a matéria mais difícil da escola não é a matemática ou a biologia; a convivência, para muitos alunos e de todas as séries, talvez seja a matéria mais difícil de ser aprendida.

O processo educativo inicia a partir do momento em que a criança

nasce. Assim, a família é o primeiro ambiente de formação de valores, ideias e

comportamento. Os pais convivem com a criança e, muitas vezes, não têm a

noção da influência positiva ou negativa que possuem na formação de seu

filho.

Conforme Brandão (1982, p.12), “a educação existe sob tantas formas e

é praticada em situações tão diferentes, que algumas vezes parece ser

invisível”. Com isso, percebemos que vivemos situações educativas, o tempo

todo.

Não vivemos isolados no mundo, dessa forma, tanto a convivência

humana quanto o relacionamento familiar são fatores fundamentais para o

desenvolvimento individual da criança. Entender que o indivíduo faz parte de

um sistema global, que influencia e da mesma forma, é influenciado por

elementos diversos que interagem entre si, é fundamental para uma reflexão

sobre o contexto familiar e escolar.

O tema fracasso escolar com questões como evasão e repetência não

são temas recentes, ao contrário, são temas presentes no contexto escolar há

muitas décadas.

Segundo informações contidas na publicação Geografia da Educação

Brasileira 2001, produzida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais (INEP/MEC), 41% dos estudantes não terminam o Ensino

Fundamental, ou seja, de cada grupo de 100 alunos(as) que ingressam na 1ª

série do Ensino Fundamental, apenas 59 conseguem terminar a 8ª série e os

outros 41 param de estudar no meio do caminho e aqueles que o concluem

levam, aproximadamente, cerca de 10 anos para completar as oito séries. Para

os(as) alunos(as) do Ensino Médio, a expectativa de conclusão é um pouco

maior: 74% conseguem terminá-lo. Esses dados evidenciam uma distorção

série/idade, que não deixa de ser um problema para a educação brasileira.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 (BRASIL,

1996), garante às crianças o acesso à escola, visando uma educação de

qualidade. Porém, o que percebemos é que muitos alunos frequentam a escola

não pela vontade de ter acesso ao conhecimento científico, ou por uma

expectativa de vida com mais oportunidades, mas porque são obrigados, pois a

partir de três faltas consecutivas sem aviso prévio, a escola tem como

obrigação informar ao Conselho Tutelar, que tomará todas as providências

para que essa criança retorne ao convívio escolar.

Assim, esses alunos vão para a escola, mas sem interesse em estudar

e/ou de participar efetivamente das atividades escolares, apenas comparecem

esporadicamente na escola como uma forma de não ter problemas com o

Ministério Público ou, ainda, pela determinação visando a manutenção do

Programa Bolsa Escola. Aliados a essa situação, enfrentam também,

problemas familiares e sociais, fazendo com que alguns desses alunos tenham

frequentemente problemas de indisciplina em sala de aula, podendo ainda,

apresentar comportamentos agressivos na escola.

Vivemos numa sociedade profundamente desigual, porém a educação

pode ser um dos caminhos para uma transformação social, visto que, quando

promovemos a reflexão desenvolvemos a percepção crítica da realidade das

pessoas, contribuindo, dessa forma, para uma provável mudança social, tão

necessária atualmente.

Segundo Libâneo:

[...] não dizemos mais que a escola é a mola das transformações sociais. Não é, sozinha. As tarefas de construção de uma democracia econômica e política pertencem a várias esferas de atuação da sociedade, e a escola é apenas uma delas... tem, também o compromisso de ajudar os alunos a tornarem-se sujeitos pensantes, capazes de construir elementos categoriais de compreensão e apropriação crítica da realidade. (LIBÂNEO, 1998, p.09-10).

A escola é um espaço de socialização do saber e, portanto, um espaço

de construção das diversidades conceituais. Assim, é indispensável uma

reflexão acerca das manifestações de violência encontradas na sociedade

buscando um melhor entendimento sobre a comunidade em que a escola está

inserida e, consequentemente, sobre os nossos alunos. É essencial entender a

violência como uma manifestação inerente dos instintos humanos mais

primitivos, porém que precisa ter uma constante intervenção pedagógica

educacional possibilitando uma relação mais harmoniosa entre as pessoas.

Dessa forma, os professores e demais envolvidos com a educação

precisam ter um novo olhar sobre a escola, repensando suas posturas a partir

da realidade de seus alunos, para que possam fazer a leitura do mundo deles.

Para Freire (1988, p.9) “a leitura de mundo antecede a leitura da palavra e é de

fundamental importância para a compreensão crítica da realidade”.

Enquanto um espaço de reflexão de valores, a escola sendo mediadora

de normas de boa convivência, deve criar oportunidades para uma socialização

saudável de seus alunos, sem atitudes agressivas, buscando desenvolver

habilidades que lhes sirvam para sua autorrealização e autosuperação na vida.

Conforme Freire (2011, p.84-85) [...] sua solução, pois não está em “integrar-

se”, em incorporar-se a esta estrutura que os oprime, mas em transformá-la

para que possam fazer-se “seres para si”.

No decorrer de nossa experiência profissional como pedagoga, atuando

na Rede Estadual de Educação, percebemos nesses últimos anos que o

fracasso escolar tem desencadeado uma série de problemas e/ou dificuldades

no contexto escolar, tais como: indisciplina, desmotivação dos(as) alunos(as) e

professores(as), aumento expansivo de atestados médicos e licenças médicas

por parte dos professores(as), descrença na qualidade de ensino pela

comunidade escolar, como um todo.

O termo fracasso escolar nos remete a um sentimento de insatisfação e

insucesso decorrentes de posturas, tantos dos docentes como e,

principalmente, dos discentes, vivenciadas na rotina da sala de aula. Pensar o

fracasso escolar é pensar também, em reprovação, que segundo Torres (2004,

p. 34), é “a ‘solução’ interna que o sistema escolar encontra para lidar com o

problema da não aprendizagem ou da má qualidade de tal aprendizagem”.

Percebendo uma preocupação por parte da escola diante dessa

situação, optamos por realizar um estudo visando compreender essa

problemática, pois entendemos que se torna necessário uma reflexão sobre o

fracasso escolar, buscando compreender sua trajetória ao longo da história,

explicando e desmistificando seus determinantes para que possamos buscar

novas possibilidades visando para o sucesso escolar. Entendemos que para

ocorrer mudança de uma determinada situação, primeiramente devemos

conhecer a realidade contextual geradora dos sentidos que procuramos e se

estes servem realmente para aqueles sujeitos sociais para os quais destinamos

nossos objetivos escolares.

Assim, o presente artigo é resultado dos estudos realizados através do

Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), da Secretaria Estadual de

Educação do Paraná - Turma 2012/2013, o qual contempla as seguintes

etapas: 1- Projeto de Pesquisa; 2- Produção de Material Didático; 3-

Implementação do Projeto na Escola; 4- Grupo de Trabalho em Rede; 5- Artigo

Científico. O artigo científico que apresentamos neste momento reflete o

caminho percorrido nestes dois anos de estudo sobre o tema em questão.

Assim nesta produção evidenciamos três contornos para delinear a

presente pesquisa, pois através destes encaminhamentos procuramos

enfatizar o papel da escola e da família frente à erradicação do fracasso

escolar, presente nos Sextos Anos do Ensino Fundamental na escola pública

para a qual destinamos nosso trabalho pedagógico.

Para o delineamento de tais contornos, planificamos o primeiro como

sendo uma oportunidade de estarmos refletindo sobre o fracasso escolar. No

segundo contorno, está presente a valorização da família e seu contexto

histórico. No terceiro contorno está explicitada a importância da família no

acompanhamento escolar, o que julgamos como essencial para que a

aprendizagem se constitua de forma exitosa.

Refletindo sobre o Fracasso Escolar

A nossa existência é pautada pelo sucesso e fracasso em diferentes

áreas. Isso significa que essas experiências são comuns a todos os seres

humanos, independentes de cor, raça, credo, gênero, etc. Sucesso é algo que

buscamos com frequência e que nos causa uma sensação muito agradável

quando o conseguimos, porém, ao nos referirmos ao fracasso, sua sonoridade

nos remete a algo desagradável, não desejável.

A palavra “fracasso” é encontrada no dicionário Aurélio (1998) como

desgraça; desastre; ruína; perda; mau êxito; malogro. Dessa forma, o fracasso

escolar seria interpretado como baixo desempenho escolar, caracterizado aqui

como sendo a reprovação e/ou a evasão escolar, incluindo ainda a aprovação

com baixo índice de aprendizagem. Segundo a LDB 9394/96, devemos cumprir

um total de 200 dias letivos e 800 horas de aulas em cada série/ano a fim de

garantir o sucesso em todas as disciplinas do currículo escolar. Mas sabemos

que nem sempre esse sucesso é alcançado, sendo interrompido no meio do

caminho, até porque apenas cumprir a carga horária das aulas, nem sempre é

garantia da aprovação do(a) aluno(a), considerando que caso o(a) aluno(a)

venha a ser promovido, é necessário que tenha no mínimo 75% de frequência

e, também, que o seu desempenho escolar esteja dentro ou pelo menos

próximo da média estabelecida pela escola em questão, em todas as

disciplinas do currículo escolar.

Neste sentido, percebemos que o objetivo principal da escola, “que é a

transmissão do saber historicamente acumulado, com o intuito de formar

cidadãos críticos, capazes de transformar o meio no qual vivem, buscando uma

melhor qualidade de vida” (FORGIARINI, 2007), já não tem sido suficiente no

contexto escolar.

Lizia H. Nagel (2009) destaca a escola como uma instituição que vem

perdendo a sua função fundamental que é a de ensinar. Segundo a autora:

Os professores, no interior de uma situação de opacidade, de indefinições, de discursos e de práticas sociais contraditórias, vivenciam essa realidade cotidianamente em sala de aula. Homem de sua época, e também sem um saber totalizante que dê conta desse universo histórico, social e/ou psicológico, o professor enfrenta, sozinho, as acusações de que seu ensino não corresponde às necessidades individuais dos seus alunos (...) Escuta as reclamações dos pais que, independentemente do nível da escola a qual se dirigem, responsabilizam o corpo docente e/ou técnico pelos “problemas dos filhos”. Problemas que, segundo a ótica paterna, só existem, ou se transformam em problemas, pela falta de conhecimento, de compreensão, administração e/ou de atendimento às particularidades de cada um de seus rebentos (...) É a pós-modernidade falando, agora, objetivada na figura do pai que não se compromete, não estabelece vínculos, não admite frustrações e tampouco se dispõe a refletir sobre a prática social, da qual ele faz parte ativa e que transforma seu filho em eterno irresponsável por seus próprios atos. (NAGEL, 2009, p.3-4).

Assim, torna-se necessário que as questões referentes ao fracasso

escolar sejam analisadas e refletidas com mais profundidade visando levantar

meios para o seu enfrentamento, buscando elevar os índices de aprovação e

melhorar o desempenho dos alunos, através do esforço coletivo entre alunos,

pais e professores.

De acordo com Sirino (2002), o fracasso escolar, durante muito tempo,

tem sido relacionado, geralmente a fatores genéticos, raciais ou mesmo

hereditários dos indivíduos. A partir da década de 70 essas teorias passaram a

ser questionadas, tomando assim um novo direcionamento através da

proveniência cultural dos alunos, originando as teorias da carência cultural.

Dessa forma, pesquisas como a de Patto (1996); Cruz (1987); Machado

(1994); Souza, M. (1991); Souza D. (1991); Kramer, Leite et al (1997) e outros,

procuram contextualizar o problema do fracasso escolar dentro do pensamento

histórico brasileiro, buscando consolidar as ideias de desvalorização e

preconceito em relação aos indivíduos da classe trabalhadora.

As pesquisas citadas acima apontam a escola como reprodutora das

desigualdades sociais, mas por outro lado revelam ainda que no interior da

escola, assim como na sociedade como um todo estão surgindo contradições

favorecendo novas reflexões sobre o tema, capaz de provocar rupturas nos

discursos e práticas educacionais, de certo modo já cristalizadas.

É comum explicarmos as causas do fracasso escolar sob uma

predominância nos aspectos biológicos, emocionais, culturais e familiares,

mas, Patto (1996), sinaliza que o preconceito e a desvalorização impregnam

toda a prática escolar “desde as discussões referentes à política educacional

até a relação diária de professores com os seus alunos”.

Existe uma tendência em vincular o fracasso escolar a alguma

deficiência do aluno na escola, fazendo com que esse aluno, em alguns casos,

venha a ser tratado como uma pessoa incompetente sem levar em

consideração as razões pessoais, emocionais, culturais e familiares pelas quais

não consiga se sair bem na efetivação do saber científico.

Mas, o fracasso escolar não pode ser atribuído apenas ao aluno. Para

Weis (2007, p.16) “há todo um universo ao redor que implica em estar atento

também a outras perspectivas que possibilitem este estudo, sendo elas a

escola, a sociedade e também o aluno”. A autora considera o fracasso escolar

uma resposta insuficiente do aluno a uma exigência ou demanda da escola.

Dessa forma, não podemos desconsiderar as relações significativas existentes

entre o processo escolar e as oportunidades reais, principalmente dos alunos

provenientes das camadas de baixa renda da população, frequentemente

considerados pertencentes ao grupo de alunos com limitações e com

problemas graves de aprendizagem (WEISS, 2007).

Para Scoz (1994, p.81):

“a pobreza dos alunos aparece com o forte determinante dos problemas de aprendizagem, todavia ressalta que sem querer negar que grande parte do fracasso de alguns alunos pode estar relacionada à pobreza material às que estão submetidos, é importante estar atento para que a baixa renda das famílias não seja utilizada como justificativa para o insucesso escolar das crianças, eximindo a escola, sua organização didático/pedagógica, seus agentes e suas condições internas de qualquer responsabilidade”.

Porém, os trabalhos da psicopedagoga argentina – Alicia Fernández, apontam

que:

“não existe uma única causa, nem situações determinantes do problema de aprendizagem. Não o encontraremos nem no orgânico, nem nos quadros psiquiátricos, nem nas etapas da evolução psicossexual, nem na estrutura da inteligência. O que tentamos encontrar é a relação particular do sujeito com o conhecimento e o significado do aprender.” (FERNANDEZ, 1990, p.39).

Para Fernandez (1990), o fracasso escolar pode ser compreendido sob

duas ordens de causas: no primeiro caso sendo denominado como um

“problema de aprendizagem reativo” e, no segundo, “problema de

aprendizagem-sintoma ou inibição”. Segundo a autora, o problema de

aprendizagem reativo:

“afeta o aprender do sujeito em suas manifestações, sem chegar a atrapalhar a inteligência: geralmente surge a partir do choque entre o aprendente e a instituição educativa que funciona expulsivamente” (FERNANDES, 1990, p.82).

Neste caso, o fracasso escolar seria a consequência de uma ação

educativa inadequada por parte da instituição educativa e, dessa forma, a

intervenção deveria estar voltada para os aspectos ideológicos, métodos de

ensino, linguagem e vínculo professor-aluno através do estabelecimento de

ações preventivas nas escolas.

Já, o problema de aprendizagem-sintoma ou inibição afeta, segundo a

autora:

“a dinâmica de articulação entre os níveis de inteligência, o desejo, o organismo e o corpo, redundando em um aprisionamento da inteligência e da corporeidade por parte da estrutura simbólica inconsciente” (FERNANDES, 1990, p.82).

Assim, seria necessária uma intervenção através de um profissional

especializado, voltada para a criança e sua família, buscando-se descobrir a

função do sintoma.

A autora ainda ressalta que o problema de aprendizagem pode se

manifestar de três formas: sintoma, inibição cognitiva e dificuldade de

aprendizagem reativa, onde um aspecto importante a considerar seria a

relação professor-aluno no processo de aprendizagem, pois, para que a

aprendizagem se efetive de fato, é necessária a existência do ensinante e do

aprendente, bem como do estabelecimento de um vínculo entre ambos.

A família e seu contexto histórico

Trata-se a família, de um grupo socialmente construído pela

humanidade ao longo dos anos. Segundo Botero (2003, p.25), “A família é uma

instituição tão antiga como o próprio homem, e, não obstante, vemo-la presente

entre nós”.

Teria seu início na pré-história, quando o macho diante da necessidade

de satisfação genital, teria adquirido fortes desejos para conservar a fêmea

junto de si. Esta, ao mesmo tempo, não querendo separar-se de sua prole

indefesa, por uma questão se sobrevivência, via-se obrigada a se unir ao

macho, que era mais forte (ORSI, 2003).

Para Claude Lévi-Strauss (1979 apud ROUDINESCO, 2003, p.13),

“a vida familiar apresenta-se em praticamente todas as sociedades humanas, mesmo naquelas cujos hábitos sexuais e educativos são muito distantes dos nossos. Depois de terem afirmado, durante aproximadamente cinqüenta anos, que a família, tal como a conhecem as sociedades modernas, não podia ser senão um desenvolvimento recente, resultado de longa e lenta evolução, os antropólogos inclinaram-se agora para a convicção oposta, isto é, que a família ao repousar sobre a união mais ou menos duradoura e socialmente aprovada de um homem, de uma mulher e de seus filhos, é um fenômeno universal, presente em todos os tipos de sociedades”.

Vários estudiosos, antropólogos, historiadores e outros pesquisadores,

por muitos anos têm-se debruçado em livros, pinturas, fotografias, histórias

contadas e escritos, buscando estudar e compreender a origem da família, sua

organização e seu funcionamento histórico. Essa tarefa é bastante complexa,

visto que, as famílias têm passado por grandes transformações devido às

exigências sociais de cada época.

Segundo Botero (2003, p.25-26), “A experiência dos séculos nos

ensinou que instituição ou ser vivo que não se adaptem à transformação, à

passagem do tempo, à mudança das estações, à alteração das situações,

estão destinados a morrer, a desaparecer. [...] A família transformou-se e

continuará se transformando”.

Sabemos que o leque das culturas a ser estudado é enorme, com uma

variação bem ampla das modalidades de organização familiar e não daremos

conta de apresentá-las no presente trabalho. Assim, Roudinesco (2003), afirma

que foi no seio de duas grandes ordens, a do biológico (diferença sexual) e a

do simbólico (proibição do incesto e outros interditos) que se desenrolaram

durante séculos, não apenas as transformações próprias da instituição familiar,

como também as modificações do olhar para ela voltadas ao longo das

gerações.

Não basta portanto definir a família de um simples ponto de vista antropológico; é preciso também saber qual a sua história e como deram as mudanças que caracterizam a desordem de que parece atingida na atualidade (ROUDINESCO, 2003, p.17).

Para Louis Flandrin (1976 apud ROUDINESCO, 2003, p.18):

Num sentido amplo, a família sempre foi definida como um conjunto de pessoas ligadas entre si pelo casamento e a filiação, ou ainda pela sucessão dos indivíduos descendo uns aos outros: um genos, uma linhagem, uma raça, uma dinastia, uma casa etc.

Atualmente, pela sua complexidade, ainda temos dificuldade para

conceituar família. Osório (1996, p.14) nos diz que,

[...] a família não é uma expressão passível de conceituação, mas tão somente de descrições; ou seja; é possível descrever as várias estruturas ou modalidades assumidas pela família através dos tempos, mas não defini-la ou encontrar algum elemento comum a todas as formas com que se apresenta este agrupamento humano.

Muito se discute sobre a crise da família, porém, Singly (2007) ressalta

que muitos fatores contribuíram para que isso ocorresse:

Não foi exatamente o enfraquecimento da instituição família, mas o surgimento de novos derivados desses fenômenos sociais e, sobretudo, das transformações nas relações de gênero, que se exprimem através do maior controle de natalidade, da inserção intensiva da mulher no mercado de trabalho, das mudanças ocorridas na esfera da sexualidade, entre outros fatores (SINGLY, 2007. p.9).

Por muito tempo entendemos o termo família como sendo o conjunto de

pessoas que possuíam grau de parentesco entre si e que viviam na mesma

casa formando um lar. Uma família tradicional era normalmente formada pelo

pai e mãe, unidos por matrimônio ou união de fato, e por um ou mais filhos,

compondo dessa maneira, uma família nuclear ou elementar.

A família “nuclear” é a família formada pelo pai, pela mãe e uns poucos filhos. Este tipo de família obedece à mudança do meio ambiente “agrário” para o meio ambiente urbano. É uma mudança que acontece como conseqüência do desenvolvimento da indústria, do crescimento das cidades modernas, da modernização e tecnicização do trabalho, etc. A família nuclear

caracteriza-se pelo “primado conjugal”. Agora já não é a autoridade dos antepassados, mas a relação do casal que passa as organizar-se pelo princípio da igualdade e se rege sob a lógica da democratização em suas interações, incorporando o acordo e o consenso como critério de toda decisão. (BOTERO, 2003, p.43).

Com o passar do tempo, a família foi se transformando, adquirindo um

novo formato, com diferentes funcionalidades, de acordo com o lugar e seu

momento histórico, fatores sociais, políticos econômicos e também religiosos.

Percebemos que as relações familiares influenciam e da mesma forma, são

influenciadas pelos movimentos sociais, que se modificam conforme as

exigências do meio em que está inserida.

“Não teremos uma forma única e exclusiva de lar; as culturas diversas que conhecemos oferecer-nos-ão modelos distintos; mas todos estarão na perspectiva de contínuo aperfeiçoamento, na busca da figura ideal de família. Isso nos garante a tentativa de diálogo das culturas, a difusão dos meios de comunicação social, a fusão das raças humanas e, sobretudo, a necessidade sentida de humanizar as relações humanas” (BOTERO, 2003, p.39).

As transformações continuaram ocorrendo, surgindo no século XX a

pílula anticoncepcional, garantindo à mulher uma independência que possibilita

a ela, decidir se quer ou não constituir família. Algumas delas tomam para si a

responsabilidade pelos seus lares, outras embarcam numa dupla jornada de

trabalho, tendo como consequência principal, menos condições de acompanhar

os filhos, principalmente no processo educacional. Alguns homens acabam

perdendo espaço dentro das famílias e o divórcio acaba gerando novos

conceitos de família, que antes considerada nuclear, ganha novas

configurações. (MACEDO, 1994).

As transformações que ocorreram tanto na sociedade, como na

economia, influenciam e acarretam grandes mudanças na estrutura familiar,

aparecendo novos arranjos familiares, além é claro, da diminuição do seu

tamanho.

Assim, percebemos que a família não acabou, só vem se transformando

e, inclusive, como afirma Roudinesco (2003, apud SILVA, 2004, p.101) em seu

estudo sobre os rumos atuais tomados pela instituição familiar, vem se

comportando bem e garantindo a reprodução de suas gerações.

Já para Durkheim (1988 apud SINGLY, 2007, p.187), ”A família de hoje

não é nem mais nem menos perfeita do que aquela de ontem: ela é outra,

porque as circunstâncias são outras”.

Essa nova denominação de família, chamada de “terceira onda”, já não

é um tipo único de família, mas uma diversidade de famílias. Segundo Botero,

(2003),

Entre outras, podemos enumerar: a família patriarcal e a família nuclear que coexistem com as novas formas; os lares monoparentais, as uniões consensuais, os matrimônios civis, os divorciados não casados e os divorciados recasados, os lares de viúvos e os viúvos recasados, as mães solteiras, os lares por adoção, os casais “gay”, os lares fruto da manipulação genética (“bebê de proveta”), etc. (BOTERO, 2003, p.44).

Atualmente esta noção local de família foi juridicamente atualizada,

projetando-se para todo o território nacional. Através da Lei nº 11.340, de 2006,

tem-se uma nova regulamentação legislativa da família, juridicamente

compreendida como a “comunidade formada por indivíduos que são ou se

consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por

vontade expressa; independentemente de orientação sexual” (art. 5º, inciso II,

e parágrafo único). Assim, podemos entender por família um grupo de pessoas

que moram no mesmo local, ligadas por um relacionamento afetivo ou mesmo

por um grau de parentesco.

A Importância da família no acompanhamento escolar

A família é considerada uma instituição responsável por promover a

educação dos filhos e influenciar o comportamento dos mesmos no meio

social. O papel da família no desenvolvimento de cada indivíduo é de

fundamental importância. É no seio familiar que são transmitidos os valores

morais e sociais que servirão de base para o processo de socialização da

criança, bem como as tradições e os costumes perpetuados através de

gerações.

A família, independente da denominação em que ela se apresente, tem

um papel extremamente essencial e indispensável no suporte para as

necessidades das crianças e dos adolescentes, sem dúvidas esse suporte

deve acontecer também no contexto escolar. Tradicionalmente, a família tem

sido apontada como parte fundamental do sucesso ou do fracasso escolar, pois

quando as crianças recebem estímulos positivos, ou seja, quando os pais e/ou

seus responsáveis fazem o acompanhamento do processo escolar,

comparecendo às reuniões na escola, mantendo contato periódico ou frequente

com os(as) professores(as), ajudando com as tarefas escolares, contribuindo

para que o ambiente e período de estudos em casa, seja harmonioso e de

qualidade, essas crianças tendem a obter um melhor desempenho escolar.

Porém, quando os pais se mostram ausentes da escola ou mesmo

quando a criança possui um vínculo familiar negativo, esta poderá ter a sua

autoestima prejudicada, apresentando possivelmente alguns distúrbios de

aprendizagem.

“a influência familiar é decisiva na aprendizagem dos alunos. No entanto, nem sempre a família dá o apoio que precisa para o desenvolvimento da criança. Relações negativas podem gerar sérias dificuldades nas crianças no decorrer do seu processo escolar, levando assim esses problemas também na vida adulta” (SCOZ ,1994, p. 71).

Reconhecemos que a família pode gerar uma relação de afetividade e

de segurança, da mesma forma que pode ser também um espaço gerador de

medos, insegurança, rejeições, preconceitos, chegando até a violência (física e

psicológica). Portanto, há necessidade de pais e professores serem parceiros

no contexto escolar, onde o diálogo seja compreendido como prioridade nesse

processo, fortalecendo assim a mediação pedagógica.

A aprendizagem é um processo individual, onde cada pessoa tem um

jeito próprio de apropriar-se do conhecimento. Dessa forma, para que ocorra o

sucesso escolar, faz-se necessário que todo o processo de aprendizagem, que

envolve pensamento, afeto, linguagem e ação estejam em plena harmonia. A

família tem um papel essencial e indispensável, visto que, desenvolve

expectativas com relação aos filhos(as) e no processo educacional não é

diferente. Os pais, normalmente, querem que os filhos tenham sucesso escolar

e quando esse desenvolvimento não é satisfatório, torna-se necessário fazer

uma análise sobre o(a) aluno(a), a sua família e a escola. Porém, para

diferentes autores, independentemente da origem do problema, é dentro do

contexto familiar que as dificuldades serão amenizadas ou multiplicadas.

(POLITY, 1998).

Os investimentos educacionais da família devem levar em conta os sinais dados pela escola sobre o rendimento dos filhos. O acompanhamento familiar dos estudos é uma necessidade, tanto para detectar o mais rapidamente possível as eventuais derrapagens para resolvê-las imediatamente, quanto para estimular o esforço dos próprios jovens. (SINGLY, 2007, p.57).

No contexto escolar vivenciamos muitas dificuldades relacionadas ao

acompanhamento da família no rendimento escolar dos(as) alunos(as). De um

lado, há uma espécie de sentimento de culpa, por parte dos pais, que se

cobram por não conseguir atender as necessidades dos(as) filhos(as) e por

outro lado, os(as) filhos(as) sentem-se abandonados(as) pelos pais nas suas

necessidades e por último a própria escola, que não consegue desempenhar o

papel social pela qual foi designada. (BRILHANTE, 2004 apud MIGUEL, 2004,

p.8).

Diante disso, percebemos que uma parceria entre a escola e a família

resultaria num processo ensino aprendizagem com maiores possibilidades de

sucesso, onde ambas precisam estar conscientes de seu papel social,

participando ativamente do processo de desenvolvimento dos seus alunos(as)

e filhos(as), de modo a construir sujeitos autônomos e críticos para atuar na

sociedade.

Considerações Finais

Constatamos que a superação do fracasso escolar é o grande desafio

não somente dos profissionais da educação como de todo o sistema

educacional brasileiro, visto que o desenvolvimento econômico, social, cultural

e científico poderá ser afetado diante dos índices elevados de evasão e

repetência nas escolas, refletindo e comprometendo a construção de uma

sociedade mais justa e igualitária, pois não podemos lutar contra qualquer

forma de exploração se não estivermos munidos de ferramentas adequadas,

ferramentas estas, construídas através dos conhecimentos científicos já

adquiridos.

O período de estudo sobre o referido tema, nos permitiu identificar que a

relação família-escola é de fundamental importância para que a construção da

identidade, da autonomia e também da cidadania do(a) aluno(a). Infelizmente

percebemos que a participação da família no contexto escolar não ocorre de

forma satisfatória, onde geralmente as reuniões com os pais e professores

acontecem apenas como uma “prestação de contas”, com os professores,

equipe pedagógica e direção mostrando os resultados de seus trabalhos junto

aos alunos(as) e cobrando dos pais o baixo desempenho dos filhos.

Assim, faz-se necessário que a gestão escolar, juntamente com os(as)

professores(as) promova a prática do diálogo, ouvindo mais a família e

propondo parcerias, buscando o envolvimento mais efetivo dos pais na escola,

contribuindo dessa forma para o desenvolvimento dos(as) alunos(as).

A participação efetiva dos pais na escola não ocorre de uma forma

espontânea. Trata-se de um processo de construção coletiva, havendo a

necessidade de promoção de mecanismos institucionais que venham a

viabilizar e incentivar práticas participativas dentro do contexto escolar.

Portanto, a escola deve estabelecer com as famílias uma relação construtiva,

proporcionando um clima de respeito e cumplicidade, buscando em conjunto

estratégias (ações concretas e alcançáveis), consideradas necessárias para a

aprendizagem do educando.

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